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Legislação Especial p/ Polícia Federal Teoria e exercícios
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SUMÁRIO PÁGINA
1. Apresentação 01
2. Cronograma 02
3. Lei 10.446/2002 03
4. Lei 8.072/1990 09
APRESENTAÇÃO
Olá caro Aluno,
Saiu nosso esperado edital!!! É uma grande satisfação poder
ministrar para vocês o curso de Legislação especial – Lei nº
10.446/02 e 8.072/90, novas Legislações que foram incluídas no
edital de 2012 para o concurso da Polícia Federal.
Antes de tudo, gostaria de me apresentar. Sou Fernando Barletta,
formado pela Escola Naval, tendo permanecido nas fileiras militares até o
posto de Capitão-Tenente durante 14 anos. Hoje, sou Policial Federal, e
desde então um admirador do Direito Penal, Processual e de Legislação
Especial, atuando em outros cursos como, por exemplo, o Mestre dos concursos.
Nossa corrida pelo melhor resultado não só dependerá de mim mais
também de você, meu Aluno. E inserido nesse contexto de profunda relação acadêmica, lutaremos juntos para atingirmos o fim maior: SUA
APROVAÇÃO!!!
O último concurso foi realizado em 2009, para agente e escrivão. O concurso recebeu 114.738 inscrições. O cargo de agente recebeu 63.294
inscrições para 200 vagas (316,47 por vaga); e o de escrivão, 51.444
para 400 vagas (128,61 por vaga).
Bom, trabalharei como se estivesse ministrando uma aula presencial para vocês, sem muita formalidade e longe dos exageros
formais do Direito. Aqui serei bem claro, direto e objetivo.
Nosso curso conterá exercícios, focando logicamente a banca CESPE.
AULA 06: Lei nº 10.446/02 e 8.072/90
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CRONOGRAMA
Nosso cronograma já está pronto e será o seguinte:
Aula Demonstrativa – Já disponível
Tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes (Lei nº
11.343/06).
Aula 01 - Já disponível
O direito de representação e o processo de responsabilidade
administrativa civil e penal, nos casos de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/1965).
Aula 02 - Já disponível
Definição dos crimes de tortura (Lei nº 9.455/1965).
Aula 03 - Já disponível
Estatuto do Desarmamento (Lei nº10.826/2003).
Aula 04 - Já disponível
Crimes Ambientais (Lei 9.605/98).
Aula 05 - Já disponível
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1970).
Aula 06 – 20/03/2012
Lei nº 8.072/1990: Lei dos Crimes Hediondos.
Lei nº 10.446/2002: infrações penais de repercussão interestadual
ou internacional que exigem repressão uniforme.
Aula 07 – 30/03/2012
Lei nº 7.102/1983: dispõe sobre segurança para estabelecimentos
financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento
das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, e dá outras providências.
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Aula 08 – 13/04/2012
Lei nº 10.357/2001: estabelece normas de controle e fiscalização
sobre produtos químicos que direta ou indiretamente possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes,
psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica, e
dá outras providências.
Aula 09 – 22/04/2012
Lei nº 6.815/1980: define a situação jurídica do estrangeiro no
Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração.
Lei nº 10.446/2002
Antes de iniciarmos o estudo da Lei que dispõe sobre infrações
penais de repercussão interestadual ou internacional que esigem repressão uniforme, para os fins do disposto no inciso I do § 1º do art.
144 da CF – Lei 10.446/02, temos que ter em mente alguns conceitos
para o bom entendimento.
O artigo da Constituição Federal evidenciado acima diz respeito as
atribuições da Polícia Federal da seguinte maneira...
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
Percebe que ao final do inciso em referência, aparece a expressão
“segundo se dispuser em lei”. Tal tratamento legal diz respeito ao
objetivo da Lei que ora iniciaremos o estudo, na qual regulamenta as
infrações penais que necessitam de uma repressão uniforme em um
contexto geográfico grande – interestadual e internacional.
Interestadual - Que se realiza de estado para estado, ou entre os estados da República.
Internacional - adj. Que se realiza, que se passa entre nações: comércio internacional. Que se situa entre duas ou mais nações: ponte
internacional.Fonte: dicionário português
Aproveitando o contexto de interestadual e internacional, convém dizer que o delito atinge agentes de vários estados, podendo atingir até
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um Estado estrangeiro, como por exemplo, no crime de tráfico
internacional de entorpecentes.
Falando de crimes, cuja repressão cabe à Polícia Federal, não
devemos citar o art. 109 da Constituição Federal que normatiza as
atribuições dos Juízes Federais...
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
XI - a disputa sobre direitos indígenas.
OBS: Não cabe ao Juizado Federal processar e julgar contravenções
penais, tal como exposto no inciso IV acima.
Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija
repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do
Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de
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segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em
especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à
investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais. (grifo nosso)
I – seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts.
148 e 159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função pública exercida
pela vítima; (grifo nosso)
Seqüestro e cárcere privado
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Extorsão mediante seqüestro
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação
do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)
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Entendendo o inciso I...
O que devemos saber é que a simples prática de sequestro e cárcere
privado ou extorsão mediante seqüestro enveredado por um motivo
político, não quer dizer que o crime será político. Não bastará então
somente a causa ser política, deverá o crime ter como objetivo uma razão política com vistas a lesionar os bens jurídicos do listados no art. 1º da
Lei 7.170/83 – Segurança Nacional.
Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:
I - a integridade territorial e a soberania nacional;
Il - o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito;
Ill - a pessoa dos chefes dos Poderes da União.
Assim, serão casos a serem investigados pela Polícia Federal e
julgados pela Justiça Federal.
A segunda parte é um pouco mais fácil e o entendimento será o
seguinte...
...havendo seqüestro, cárcere privado ou extorsão mediante seqüestro contra pessoa que exerça uma função pública, somado ao fato
em que o agente saiba da condição da vítima, poderá a Polícia Federal
atuar nas investigações.
De acordo com a súmula 147 do STJ, se o servidor for federal, caberá
somente à Justiça Federal a condução da ação.
STJ Súmula nº 147 - 07/12/1995 - DJ 18.12.1995
Competência - Crimes Contra Funcionário Público Federal - Exercício da Função -
Processo e Julgamento
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público
federal, quando relacionados com o exercício da função.
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4o da Lei no
8.137, de 27 de dezembro de 1990); e
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CAPÍTULO II Dos crimes Contra a Economia e as Relações de Consumo
Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica:
I - abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a concorrência mediante: (Vide Lei nº 12.529, de 2011)
a) ajuste ou acordo de empresas;
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas;
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de fornecedores.
III - discriminar preços de bens ou de prestação de serviços por ajustes ou acordo de grupo econômico, com o fim de estabelecer monopólio, ou de eliminar, total ou parcialmente, a concorrência;
VII - elevar sem justa causa o preço de bem ou serviço, valendo-se de posição dominante no mercado. (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa
Em relação à formação de cartéis, a infração praticada por agente(s)
vier a englobar mais de um estado nacional, tendo que o poder público
reprimir uniformemente visando alcançar os interesses da União , caberá
tão somente à Polícia Federal investigar e a Justiça Federal processar e
julgar.
Não entendi professor...
E se no mesmo caso ao invés de ter uma repercussão interestadual,
se limitar somente em um único estado da federação?
...a competência será de quem,no processo e julgamento?
Boa pergunta aluno, se isso ocorrer, não aplicaremos o previsto no
art. 1º II, ocorrendo tal atividade em um único estado, a competência
será da Justiça Estadual.
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República
Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de
tratados internacionais de que seja parte; e
Em nossa Constituição Federal, prevê em relação a competência dos
Juízes Federais...
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Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A grave violação aos direitos humanos, com o deslocamento de
competência para a Justiça Federal, dá-se quando incidir em uma grave
ou gravíssima violação aos diretos humanos abrangendo um caráter mais
que pessoal, ou seja, várias pessoas; sendo que também atinja uma
repercussão internacional.
Ex: uma matança de inúmeras pessoas em plena luz do dia numa praça pública, na qual a notícia seja divulgada em vários jornais
internacionais.
Então chegamos novamente a mesma regra...
...ocorrendo um grave delito, incidindo sobre os direitos humanos, que tenha uma repercussão interestadual ou internacional, que necessitar de
uma repressão uniforme, caberá à Polícia Federal tal investigação. E por
fim, o processo e julgamento, de acordo com o previsto no § 5º do
art.109 da CF, § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento
de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004), dependerá da autorização do STJ para o deslocamento à Justiça Federal.
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores,
transportadas em operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um Estado da
Federação.
São delitos comuns...
Furto;
Roubo;
Receptação de cargas.
Esses, como regra, devem ser investigados pela Polícia de cada
Estado onde o delito aconteça.
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Agora, se houver repercussão interestadual ou internacional, devendo
ter uma repressão uniforme, havendo indícios de atuação de quadrilha ou
bando em mais de um Estado, a investigação será da Polícia Federal.
Professor, e a competência do processo e julgamento?
De regra, está a cargo da Justiça Estadual, a não ser que esteja
incurso em alguma das condições do art. 109 da CF.
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o
Departamento de Polícia Federal procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou determinada pelo Ministro de
Estado da Justiça.
Esse entendimento é fácil...
O Ministro da Justiça é o cara competente para ordenar que a Polícia
Federal entre nas investigações de qualquer caso que não seja os
previstos nos incisos do § 1º. Para que isso aconteça, deverá estar
previsto os seguintes requisitos:
Repercussão interestadual ou internacional; e
Repressão uniforme.
Lei nº 8.072/1990
Dando continuidade a Aula_06_LegEspecial, iniciaremos nossa
conversa com o conceito superficial do que seria “crimes hediondos”.
Inúmeros doutrinadores adjetivam tais crimes de uma maneira
diferente entre eles, acho que o mais fácil seria o seguinte conceito: são crimes eivados de atos bárbaros, que a sociedade não tolera, sendo
assim, necessitam de um tratamento mais rigoroso.
É lógico, e você já deve está se perguntando, a Constituição fala
sobre os crimes hediondos?
A resposta, meu aluno, é...AFIRMATIVO.
O art. 5º da CF em seu inciso XLIII prevê o seguinte...
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
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XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (grifo nosso)
É notório percebemos que além dos crimes hediondos ter esse tratamento repugnante dado pelo legislador, são assemelhados a ele a
prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o
terrorismo.
E assim, como a Carta Magma prevê “e os crimes definidos como
hediondos”, necessitou-se de uma previsão legal, regulamentando o
previsto na CF.
O legislador procurou dar ao acusado pelo crime hediondo o não favorecimento da liberdade e nem poder que sua pena seja comutada ou
até perdoada. Nesse contexto,a legislação em questão tem por objetivo
primordial a majoração das penas e não permitindo que benefícios sejam
dados aos autores.
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de
1994) (grifo nosso)
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de
grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio
qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº
8.930, de 1994)
Homicídio simples
Art 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
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Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
O homicídio simples será considerado hediondo quando praticado em
atividade típica de grupo de extermínio mesmo que seja cometido por um
único agente.
Quanto ao homicídio qualificado privilegiado, o STJ se colocou da
seguinte maneira...
“STJ - HC 43043 / MG - HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. HOMICÍDIO
QUALIFICADO-PRIVILEGIADO. PROGRESSÃO DE REGIME. POSSIBILIDADE.
1. O homicídio qualificado-privilegiado não é crime hediondo, não se
lhe aplicando norma que estabelece o regime fechado para o integral
cumprimento da pena privativa de liberdade (Lei nº 8.072/90, artigos 1º
e 2º, parágrafo 1º).
2. Ordem concedida.
“STJ - HC 36317 / RJ - PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 121, §§ 1º E 2º,
INCISOS III E IV, DO CÓDIGO PENAL. PROGRESSÃO DE REGIME. CRIME
HEDIONDO. Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão
legal, o homicídio qualificado-privilegiado não integra o rol dos
denominados crimes hediondos (Precedentes). Writ concedido”
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº
8.930, de 1994)
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
In fine – quer dizer a parte final do §3º do art.157 CP.
Caracteriza-se pelo roubo praticado com violência física resultando
morte da vítima, não importando se a atitude do agente foi dolosa ou
culposa.
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É importante dizer que quando o agente pratica o latrocínio, seu
“animus” é roubar, porém surge a vontade de matar ou até assume o
risco durante a execução.
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído
pela Lei nº 8.930, de 1994)
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior
É fácil o entendimento...
...quando o agente ao praticar a extorsão se utiliza da violência e
mata a vítima.
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159,
caput, e §§ lo, 2o e 3o);
Extorsão mediante seqüestro
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito)
ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos
A vítima e sua família são abaladas imensamente pela conduta da
extorsão mediante sequestro, que na maioria das vezes o agente usa de
violência e outros meios cruéis.
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);
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Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
A hediondez dos estupros...
Vamos perceber com o desenrolar da legislação que os crimes de l do estupro simples (art. 213 e §§) e do estupro de vulnerável (art. 217-A e
§§), agora crimes considerados crimes hediondos, os agentes causadores
destas condutas estão sujeitos:
A impossibilidade de liberdade provisória;
O início do cumprimento da pena será em regime fechado;
O agente necessita agora de um cumprimento de frações maiores da pena para ter o benefício do livramento condicional
e da progressão de regime prisional.
É fato que o estupro também poderá aparecer em sua forma tentada
tal como previsto no caput do art. 1º desta lei.
A hediondez persiste ainda que na forma tentada, como, aliás, flui expressamente do caput do artigo 1° da Lei n. 8.072/90. Já vinha sendo este o entendimento antes mesmo da vigência da Lei n. 12.019/05, conforme se verifica: O art. 1º da Lei 8.072/90 traz o elenco dos crimes que o legislador considera hediondos, entre eles o de estupro, tanto o simples como também o qualificado pelo resultado decorrente da violência, na forma tentada ou consumada (TJSP, Ap. 313.979-3/5, 1ª Câm. Extraordinária, rel. Des. Oliveira Passos, j. 21-2-2001, RT 790/589).
É importante destacar um entendimento quanto a liberdade
provisória, na qual ficou assim decidido que não se impede a concessão
de liberdade provisória, pois há ausência dos requisitos para a decretação da prisão preventiva. (TJSP, Ap. 313.979-3/5, 1ª Câm. Extraordinária, rel. Des. Oliveira Passos, j. 21-2-2001, RT 790/589).
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
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Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído
pela Lei nº 8.930, de 1994)
Nesse a conduta restringe-se ao art. 267 § 1º...ou seja, se o
resultado for a morte da vítima, deixando o legislador de considerar como
hediondo sua forma simples.
Epidemia
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto
destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A
e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).
(Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou
medicinais: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
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§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; ((Incluído pela Lei nº 9.677, de
2.7.1998)
V - de procedência ignorada; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Com o avanço dos fármacos e das tecnologias farmacêuticas atuais,
surgiram inúmeras ocorrências e denúncias de falsificação de remédios
em todo o Brasil. Assim, foi instituído a figura do artigo 273. Tal
ocorrência fez somente elevar a pena do crime.
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio
previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956,
tentado ou consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
Está previsto nos art. 1, 2 e 3º da lei 2.889/1956...
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;
Será punido:
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Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos crimes mencionados no artigo anterior:
Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.
Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qualquer dos crimes de que trata o art. 1º:
Pena: Metade das penas ali cominadas.
§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se consumar.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando a incitação for cometida pela imprensa.
Tal delito acima preserva o interesse humanitário na defesa das vidas
de uma maneira global, não importando os traços, características étnicas,
pensamentos religiosos, etc.
O tratamento dado pelo ordenamento jurídico no Código Penal é...
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Concorrente com o art. 1º da lei 2889/56...
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;
Na própria lei 2889/56 os outros artigos preveem condutas
equiparadas ao genocídio tal como no “box” acima.
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Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
Esta lei anteriormente determinava que as pessoas que praticassem
as condutas previstas nesta lei eram punidas com o cumprimento da
pena em regime integralmente fechado e a progressão do regime estava
proibida.
É importante destacar que o STF em julgado proferido por esta corte,
julgou que a progressão de regime prisional não poderia ser vedada pelo
legislador ordinário, em função do que é previsto no princípio da individualização da pena. (HC 82.959-7/SP, rel. Min. Marco Aurelio, j. 23.02.2006).
Com a entrada da lei 11.464/07, deverá o autor de crimes hediondos
e equiparados cumprir a pena inicialmente em regime fechado de acordo
com o art. 2º §1º.
Para que o condenado nesses crimes tenham progressão do regime
prisional, deberá cumprir 2/5 da pena se for primário e 3/5 se
reincidente.
I - anistia, graça e indulto;
Estão previstos no Código Penal em seu art. 107 como uma causa de
extinção de punibilidade...
Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - pela anistia, graça ou indulto;
Anistia – Determinados acontecimentos podem se tornar não puníveis
através de um perdão do estado por meio de uma lei federal.
Graça – é o perdão do estado realizado pela figura do Presidente da
República. Porém é importante observar que nas atribuições do Presidente da República, naão encontram oco termo “conceder graça”,
mas sim “conceder indulto”. Então, conclui-se que se o perdão é
direcionado somente a uma pessoa, é chamado de “graça”. Agora, se o
perdão for para um grupo de pessoas é assim chamado de “indulto”.
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
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Como sabemos, fiança é oferecida, mediante pagamento ao estado,
para que a pessoa possa responder em liberdade um procedimento
criminal.
Com o surgimento da lei 11464/07 foi extinta a proibição para a
concessão de liberdade provisória.
E quanto a progressão não tem a retroatividade.
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida
inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de
2007)
Agora o legislador, com o advento da Lei 11464/07, colocou em
prática o princípio da individualização da pena e a orientação do STF. E
como é uma norma que está beneficiando os réus, ele retroagirá.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes
previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos)
da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se
reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
Para que o condenado nesses crimes tenham progressão do regime
prisional, deberá cumprir 2/5 da pena se for primário e 3/5 se
reincidente.
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá
fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada
pela Lei nº 11.464, de 2007)
O seguinte...como é um critério subjetivo do juiz, tendo em vista sua
capacidade em decidir se o réu, após sua condenação, poderá apelar em liberdade. A lei diz somente isso...o juiz tem a faculdade de decidir sobre
sua liberdade enquanto o réu aguarda a decisão final.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21
de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de
30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)
O Juiz que será o responsável pela aplicabilidade deste prazo e a
sua prorrogação. A majoração de 5 dias para 30 dias deve ser dosada
pelo juiz. É isso mesmo...quando o juiz prorrogar deverá ser dosado até
30 dias...
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Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de
alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em
risco a ordem ou incolumidade pública.
São os famosos presídios Federais de Segurança Máxima, na qual o Brasil conta hoje com 4 deles: Mossoró, Porto Velho, Catanduvas e
Campo Grande, estes destinados aos infratores de alta periculosidade.
Está previsto também esse assunto na famosa LEP – Lei de Execução
Penal em seu art. 86, § 1º...
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União.
§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação
para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 4º (Vetado).
A seguir algumas alterações no Código Penal...
Art. 5º . Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
O condenado terá que cumprir um período maior para ser
beneficiado pelo livramento condicional.
Art. 83. ...
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em
crimes dessa natureza."
Art. 6º . Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos
do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
Fez o legislador em majorar as penas previstas nos artigos abaixo
referentes ao Código Penal.
Art. 157. ...
§ 3º . Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão,
de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de
vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
Art. 159. ...
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Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º ...
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º ...
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º ...
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Art. 213. ...
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Art. 214. ....
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Art. 223. ...
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. ...
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
Art. 267. ...
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 270. ...
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 7º . Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:
Esse tratamento é a famosa “delação premiada”, concedida ao
coautor que denunciar.
Art. 159. ...
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que
denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua
pena reduzida de um a dois terços."
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Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288
do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Diz o art. 288 CP...
Quadrilha ou bando
Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:
Pena - reclusão, de um a três anos. (Vide Lei 8.072, de 25.7.1990)
Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à
autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento,
terá a pena reduzida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts.
157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código
Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta
anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas
no art. 224 também do Código Penal.
HC 122381 / SC Voto do relator:
.... "A novidade é que o art. 224 do CP, que definia as hipóteses de
violência presumida ou imprópria, foi revogado expressamente pela Lei 12.015/09,
e, com a sua revogação, nos parece evidente que o art. 9ª da Lei 8.072/90 perdeu a
sua eficácia, pois o art. 217-A do CP, com a redação que lhe foi conferida pela
aludida novel legislação, já prevê punição mais rigorosa para aquele que o infringir.
Ora, para os menores de 14 anos, o caput do art. 217-A do CP veio
para substituir a alínea a do revogado art. 224 do CP, enquanto que o § 1º substituiu
as alíneas b e c daquele mesmo art. 224, no tocante aos crimes contra a dignidade
sexual, não se podendo mais elevar as penas em razão do contido no art. 9º da Lei
dos Crimes Hediondos, pois a incidência de tal causa de especial aumento da
reprimenda estava vinculada à hipótese de a vítima estar em quaisquer das
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situações referidas no art. 224 do CP, atualmente revogado, aplicando-se
igualmente o entendimento aos delitos dos arts. 157, 158 e 159 do CP, que também
estão previstos no art. 9º da Lei 8.072/90, já que também exigia para a incidência do
referido aumento especial que a vítima estivesse nas situações de presunção de
violência antes disciplinadas no revogado art. 224 do CP.
O artigo nono refere-se ao aumento de pena (...“são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a
vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do
Código Penal”).
Tal artigo é direcionado para duas vertentes:
A pena será aumentada, pela metade, caso das hipóteses do
art.224; 1. vitima com idade igual ou inferior a 14 anos;
2. vitima alienada ou débil mental, sabedor o agente de tal
condição;
3. vitima impossibilitada, por qualquer razão, de oferecer
resistência.
Terá um limite máximo da pena, ou seja, não poderá ultrapassar 30 anos – onde o juiz não poderá efetivar a condenação por mais de
30 anos, aplicando na sentença...
O STF diz que quando a vitima está inserida nas hipóteses do art. 224,
pode-se presumir a violência ou servir para aumento da pena em função
do aumentativo que se refere o art. 9º.
Agora, existe também um entendimento do STJ, DIFERENTE destes
que diz que a majorante será aplicada somente em caso de lesão grave
ou morte.
Então, nosso entendimento, tendo em vista aos diversos que existem, quando nos referimos a causa de aumento de pena do art. 9.º da Lei
8.072/90, esta será aplicada somente se da violência sexual resultar para
a vitima lesões corporais graves ou morte; e quanto ao cumprimento da
pena o juiz poderá condenar o réu por qualquer tempo, mas só poderá
cumprir trinta anos de pena.
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O previsto no art. 10 desta lei na qual preferi não inserir, tratava-se
da Lei 6368 – Entorpecentes – que não mais existe.
Exercícios
1 - ( Prova: CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia / Direito Processual Penal / Lei dos Crimes Hediondos; Da liberdade provisória,
com ou sem fiança; )
Considere a seguinte situação hipotética.
Em 28/7/2007, Maria foi presa e autuada em flagrante delito pela prática
de um crime hediondo. Concluído o inquérito policial e remetidos os autos ao Poder Judiciário, foi deferido pelo juízo pedido de liberdade provisória
requerido pela defesa da ré.
Nessa situação, procedeu em erro a autoridade judiciária, pois os crimes
hediondos são insuscetíveis de liberdade provisória.
( ) Certo ( ) Errado
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
Errado
2 - ( Prova: CESPE - 2009 - PC-RN - Escrivão de Polícia Civil / Legislação
Federal / Lei nº 8.072, de 25 de Julho de 1990 ; ) adaptada
Em relação aos crimes hediondos (Lei n.º 8.072/1990) julgue:
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2.1 - Os crimes hediondos e a prática de terrorismo são imprescritíveis e
insuscetíveis de anistia, graça, indulto ou fiança
() certo () errado
Errado - são imprescritíveis e insuscetíveis de anistia, graça, indulto e
fiança.
2.2 - A pena pela prática de crime hediondo deve ser cumprida em
regime integralmente fechado.
()certo ()errado
Errado - § 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida
inicialmente em regime fechado
2.3 - O participante que denunciar à autoridade a quadrilha formada para prática de crime hediondo, possibilitando seu desmantelamento, ficará
isento de pena.
() certo ()errado
Errado - Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à
autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento,
terá a pena reduzida de um a dois terços.
Bom Estudo!!!