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DA FACULDADE FERNÃO DIAS
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Revista Acadêmica da Faculdade Fernão Dias, ISSN 2358-9140, ano 4, número 11, fevereiro de 2017.
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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: UM
ESTUDO COM PROFESSORAS DO ENSINO
FUNDAMENTAL I
Andréa da Silva Santos Menezes (FAFE)1
Cícera Pereira de Oliveira Odani (FAFE)2
Carlos Adriano Martins (UNICSUL/FAFE)3
Maria Clara Lopes Saboya (USP/FAFE/FACEQ)4
Ricardo Matheus Benedicto (USP/UNILAB)5
Resumo
Por meio de abordagem qualitativa, este artigo apresenta o resultado de um estudo que
envolveu pesquisa bibliográfica e de campo sobre avaliação da aprendizagem escolar. O
objetivo foi verificar como é feita a avaliação no 4º ano do Ensino Fundamental, bem
como os conceitos e os instrumentos de avaliação utilizados, a função que a avaliação
exerce e as dificuldades encontradas diante do procedimento avaliativo, considerando-
se que a avaliação deve ser um processo contínuo e sistemático. Para tanto, oito
professoras da rede particular de ensino e da rede municipal de Osasco (São Paulo),
responderam questionários, cujos resultados demostraram que a avaliação é realizada
por diferentes instrumentos, por várias modalidades e com múltiplas funções, com o
intuito de alcançar os objetivos propostos, visando o desenvolvimento da aprendizagem
do educando.
Palavras-chave: Avaliação. Ensino Fundamental. Aprendizagem. Educação.
1 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 2 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Fernão Dias (FAFE). 3 Doutor em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL). Mestre
em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Especialista em Gestão Ambiental
pelo Centro Universitário Claretiano. Especialista em Docência do Ensino Superior (EaD) pela mesma
instituição. Licenciado em Pedagogia pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Licenciado em
Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Fundação Santo André. Docente na
Faculdade Fernão Dias (FAFE). 4 Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Mestre em
Educação pela mesma instituição. Cientista social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da USP (FFLCHUSP) e Pedagoga pela FEUSP. Coordenadora e docente na Faculdade Fernão
Dias (FAFE). Docente na Faculdade Eça de Queirós FACEQ/UNIESP. 5 Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Mestre e
Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Docente na
Universidade da integração internacional da lusofonia afro-brasileira (UNILAB).
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Abstract
Through a qualitative approach, this article presents the results of a study that involved
bibliographical and field research on evaluation of school learning. The objective was to
verify how the assessment is done in the 4th year of elementary school, as well as the
concepts and evaluation instruments used, the function that the evaluation exercises and
the difficulties encountered before the evaluation procedure, considering that the
evaluation should be a continuous and systematic process. To that end, eight teachers
from the private school network and the municipal network of Osasco (São Paulo)
answered questionnaires, whose results showed that the evaluation is carried out by
different instruments, in several modalities and with multiple functions, to reach the
objectives, aiming at the development of the learner's learning.
Keywords: Evaluation. Elementary School. Learning. Education.
Introdução
Este trabalho tem como tema a avaliação da aprendizagem escolar. Esta
pesquisa é de fundamental importância, porque com ela se pretende estudar os conceitos
da avaliação e como é ela aplicada no 4º ano do Ensino Fundamental. Este tema é muito
discutido atualmente dentro do mundo acadêmico, pois a cada dia que passa existe uma
preocupação constante em relação à avaliação da aprendizagem, com o intuito de que
ela não seja aplicada somente como um instrumento puro e simples, mas que seja
constante, planejada e sistematizada, a fim de possibilitar ao professor detectar, no seu
aluno, os pontos fracos e dificuldades existentes, que lhe permitam fazer mudanças
necessárias para contribuir ao desenvolvimento da aprendizagem do educando.
Além disso, a avaliação da aprendizagem escolar deve ser um processo de
reflexão, de modo que ao avaliar o aluno, deve-se considerar que este é um ser único,
com capacidades de aprendizagem diferentes, mas também com dificuldades peculiares.
Olhando por esta ótica, o aluno deve ser avaliado não apenas por um instrumento, mas
por diversas formas de avaliação, não ficando restrito apenas às provas e notas. É
preciso adotar uma nova concepção de avaliação.
Desse modo, avaliação funcional, orientadora e integral são consideradas por
Haydt (2008, p. 14) como “princípios básicos que norteiam a avaliação do processo-
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ensino aprendizagem”. Essa autora considera também que a “avaliação é um processo
contínuo e sistemático. Portanto, ela não pode ser esporádica nem improvisada, mas, ao
contrário, deve ser constante e planejada” (Idem, ibidem).
A partir desse contexto, esta pesquisa tem como objetivo geral estudar a
avaliação da aprendizagem escolar em algumas escolas de Ensino Fundamental I em
Osasco (São Paulo), mais especificamente, no 4º ano do ensino fundamental. Pretende-
se, ainda, verificar se há relação da prática com a teoria, quanto à aplicação da avalição
da aprendizagem escolar; identificar as dificuldades relatadas pelo professor na
aplicação da avaliação do processo ensino-aprendizagem.
Tendo por base esses objetivos, foram delineados os seguintes problemas de
pesquisa: a) Como é feita a avaliação no 4º ano do Ensino Fundamental? b) Qual é a
função da avaliação da aprendizagem escolar? C) Qual é a maior dificuldade encontrada
pelo professor no processo da avaliação da aprendizagem? Em resposta a esses
problemas de pesquisa, foram esboçadas as seguintes hipóteses:
a) A avaliação é feita de forma contínua e sistemática, de forma diversificada,
são aplicadas provas, testes, trabalhos em grupo e individuais, lição de casa, observando
a participação do aluno nas atividades propostas;
b) A avaliação serve para o professor obter informação sobre seu próprio
trabalho, sua didática usada em sala de aula e para avaliar o processo de
desenvolvimento da aprendizagem, bem como perceber problemas de aprendizagem do
aluno; possibilita ao professor ser reflexivo, rever sua didática, fazer mudanças que
contribuam para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno;
c) O maior problema encontrado são as normas, provas padronizadas exigidas
pelo sistema, pelas escolas que não levam em consideração que cada aluno é um ser
diferente, quanto ao seu potencial e suas dificuldades.
Com relação à metodologia, para o referencial teórico, utilizou-se pesquisa
bibliográfica. Para a coleta de dados empíricos foi realizada pesquisa de campo em
cinco escolas, localizadas em Osasco (São Paulo), por meio de questionário, com
questões abertas e fechadas, aplicadas a oito professoras do 4º ano do Ensino
Fundamental, com o objetivo de ouvi-las sobre os meios e formas como estão avaliando
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os alunos em sala de aula.
A metodologia qualitativa fundamentou este trabalho. Por metodologia
qualitativa entende-se aquele modelo que não pode ser tabulado e mensurável, pois a
realidade e o sujeito são elementos indissociáveis. Assim, “quando se trata do sujeito,
levam-se em consideração seus traços subjetivos e suas particularidades. Tais
pormenores não podem ser traduzidos em números quantificáveis” (DUARTE, 2016,
s/p), sendo necessário um método de análise que permita alcançar, comparar e analisar
opiniões, valores, posturas e comportamentos, que é do que se trata nesta investigação.
1 O conceito de avaliação
De acordo com alguns teóricos que estudam a avaliação (LUCKESI, 2005 e
2011; HOFFMANN, 2014; HAYDT, 2008; ANTUNES, 2002; DEMO, 2015), a
avalição da aprendizagem deve ser um processo contínuo e sistematizado, visando
alcançar os objetivos propostos ao educando. Diferente do passado, atualmente, a
avaliação tem sido uma preocupação constante; exige-se reflexão da prática do docente,
quanto às formas de avaliar e para que avaliar.
Segundo Regina Cazaux Haydt (2008, p. 11), diferentes estudiosos renomados
definem o processo de avaliação de variadas formas, dependendo da postura filosófica
adotada por eles.
Ralph Tyler diz que “o processo de avaliação consiste essencialmente em
determinar em que medida os objetivos educacionais estão sendo realmente
alcançados pelo programa do currículo e do ensino” [....]. Tyler enfatiza o
caráter funcional da avaliação, pois ela se processa em função dos objetivos
previstos. Outro aspecto ressaltado por ele é que, como avaliar consiste em
obter evidências sobre as mudanças de comportamento ocorridas no aluno,
em decorrência da aprendizagem, todos os recursos disponíveis de avaliação
devem ser usados para conseguir esses dados. (HAYDT, 2008, p.12)
Para Daniel Stufflebeam (apud HAYDT, 2008, p.12), “a avaliação é o processo
de delinear, obter e fornecer informações úteis para o julgamento das decisões
alternativas”. Já Bloom, Hastings e Madaus (apud HAYDT, op. cit., p. 12-13)
apresentam várias definições do conceito de avaliação:
• A avaliação é um método de coleta e de processamento dos dados
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necessários à melhoria da aprendizagem e do ensino;
• A avaliação auxilia no esclarecimento das metas e dos objetivos
educacionais importantes e consiste num processo de determinação da medida em que o
desenvolvimento do aluno está se processando da maneira desejada;
• A avaliação é um sistema de controle de qualidade pelo qual se pode
determinar, a cada passo do processo ensino-aprendizagem, se este está sendo eficaz ou
não; e caso não esteja, indica que mudanças devem ser feitas a fim de assegurar sua
eficácia antes que seja tarde demais;
• Finalmente, a avaliação é um instrumento na prática educacional que
permite verificar se os procedimentos alternativos são igualmente eficazes na
consecução de uma série de objetivos educacionais.
Para Luckesi (2005), a avaliação refere-se ao diagnóstico da situação da
aprendizagem, para subsidiar a tomada de decisão que vise a melhoria da qualidade do
desempenho do educando. Para o autor, a avaliação deve ser processual e dinâmica, na
medida em que busca meios pelos quais todos possam aprender o que é necessário para
o próprio desenvolvimento. Nessa perspectiva, a avaliação é um ato democrático,
oposto ao de exclusão.
1.1 Princípios básicos e características da avaliação
Haydt (2008, p. 13) apresenta algumas das características da avaliação: “essas
definições foram apresentadas com o intuito de demonstrar que, permeando todas elas,
há elementos comuns que nos permitem extrair alguns pressupostos e tirar conclusões
sobre as características da avaliação”. Desse modo, apresentam-se, a seguir, as
características definidas pela autora:
• A avaliação é funcional, porque se realiza em função de objetivos. Avaliar o
processo ensino-aprendizagem consiste em verificar em que medida os alunos estão
atingindo os objetivos previstos;
• A avaliação é orientadora, pois não visa eliminar alunos, mas orientar seu
processo de aprendizagem para que possam atingir os objetivos previstos;
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• A avaliação é integral, pois analisa e julga todas as dimensões do
comportamento, considerando o aluno como um todo.
De acordo com a autora, esses são os princípios básicos que norteiam a
avaliação do processo ensino-aprendizagem. Ela chama a atenção para o fato de que a
forma de encarar e realizar a avaliação reflete a atitude do professor e suas relações com
o aluno (HAYDT, 2008).
1.2 Avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa
A forma de avaliar praticada no âmbito escolar apoia-se em funções que
permitem qualificar e quantificar a aprendizagem do aluno. Segundo Haydt (2008),
quando se fala em avaliação do processo ensino-aprendizagem, estamos nos referindo à
verificação do nível de aprendizagem dos alunos que permite avaliar o que os alunos
aprenderam. A autora entende que avaliação apresenta basicamente três funções:
diagnosticar, controlar e classificar.
Ainda segundo Haydt (2008, p. 16), “relacionadas a essas três funções, existem
três modalidades de avaliação” que a autora classifica em:
• A avaliação diagnóstica é aquela realizada no início de um curso, período
letivo ou unidade de ensino, com intenção diagnóstica, de verificar se os alunos
apresentam ou não o domínio dos pré-requisitos necessários, isto é, se possuem os
conhecimentos e habilidades imprescindíveis para as novas aprendizagens, bem como
detectar dificuldades e causas;
• A avaliação formativa, com função de controle, é realizada durante todo o
decorrer do período letivo, com o intuito de verificar se os alunos estão atingindo os
objetivos propostos, além de fornecer subsídio para aperfeiçoar o processo
ensino/aprendizagem;
• A avaliação somativa, com função classificatória, realiza-se ao final de um
curso, período letivo ou unidade de ensino e consiste em classificar o aprendizado dos
alunos de acordo com níveis de aproveitamento previamente estabelecidos.
A autora enfatiza que é principalmente através da avaliação formativa que o
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aluno conhece seus erros e acertos e encontra estímulo para um estudo sistemático;
ressalta, ainda, que essa modalidade de avaliação é basicamente orientadora, e está
ligada ao processo de feedback, medida que serve de parâmetro para o professor avaliar
não somente erros e desempenhos dos alunos, mas, seus próprios erros, possibilitando
mudanças, quando necessário, em seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo
(HAYDT, 2008).
Neste propósito, as três formas de avaliação estão intrinsecamente ligadas.
“Para garantir a eficiência do sistema de avaliação e a eficácia do processo ensino-
aprendizagem, o professor deve fazer uso conjugado das três modalidades” (HAYDT,
2008, p. 18).
1.3 Avaliação e construção do conhecimento
Segundo Jussara Hoffmann (2014), o que tem ocasionado a maioria das
discussões em torno da avaliação é a tentativa de definição do significado essencial de
sua prática na ação educativa. A autora faz divergências quanta à prática avaliativa:
Minhas investigações sobre avaliação sugerem fortemente que a contradição
entre o discurso e a prática de alguns educadores e, principalmente, a ação
classificatória e autoritária, 'exercida pela maioria, encontra explicação na
concepção de avaliação do educador, reflexo de sua história de vida como
aluno e professor. Nós viemos sofrendo a avaliação em nossa trajetória de
alunos e professores. É necessária a tomada de consciência dessas influências
para que a nossa prática avaliativa não reproduza inconscientemente, a
arbitrariedade e o autoritarismo que contestamos pelo discurso.
(HOFFMANN, 2014, p. 16-17)
Ainda segundo a autora o “fenômeno da avaliação” para discentes e docentes é
hoje um fenômeno indefinido com diferentes significados, que permeiam
principalmente conteúdos da prática avaliativa tradicional: prova, nota, conceito,
boletim, recuperação, reprovação (HOFFMANN, 2014).
A autora ressalta que a construção do conhecimento só se dá a partir do
momento em que o professor deixa de ver a avaliação como uma forma de ameaçar o
aluno e passa a olhá-la como uma ferramenta de aprendizagem do conhecimento. Ela
entende que o aluno pode desenvolver o raciocínio lógico e o pensamento crítico
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durante o processo de aprendizagem (HOFFMANN, 2014).
2 Pedagogia do Exame
Luckesi (2011, p. 35) faz críticas à avaliação da aprendizagem concebida em
sua versão tradicional e classificatória quando diz que a avaliação da aprendizagem
ganhou um espaço tão amplo nos processos de ensino que nossa prática educativa
escolar passou a ser direcionada por uma "pedagogia do exame". Para esse autor, “o
nosso exercício pedagógico escolar é atravessado mais por uma pedagogia do exame
que por uma pedagogia do ensino/aprendizagem” (LUCKESI, 2011, p. 36). Deste
modo, ele segue elencando alguns pontos que distorcem a essência da avaliação:
• Os alunos têm sua atenção voltada para notas, desde o início até o final do
período letivo escolar;
• Os professores usam as provas para impor medo e obter respeito dos alunos;
• Os pais, em sua maioria, também estão preocupados apenas se seu filho
tirou boas notas;
• Assim como os pais, o estabelecimento de ensino também está centrado nos
resultados das provas e exames;
• O sistema de ensino também não é diferente, se contenta com as notas
obtidas no exame, visto que lhe importam os resultados gerais: as notas, os quadros
gerais de notas e o resultado das curvas estatísticas (LUCKESI, 2011).
Luckesi (op. cit.) afirma “durante o ano letivo, as notas vão sendo observadas,
medias obtidas. O que predomina é a nota: não importa como elas foram obtidas nem
por quais caminhos [...]” (LUCKESI, 2011, p. 36). Assim, o autor chama a atenção para
o comportamento dos pais e ressalta:
Os pais estão voltados para a promoção. Os pais das crianças e dos jovens,
em geral, estão na expectativa das notas dos seus filhos, o importante é que
tenham notas para serem aprovados. Isso é facilmente observável na
denominada Reuniões de Pais e Mestres, no final de cada bimestre letivo,
especialmente no nível de escolaridade de 1º Grau. Os professores vão à
reunião para entregar os boletins aos pais e conversar com eles sobre as
crianças que estão “com problemas”. Tais problemas, na maior parte das
vezes, se referem às baixas notas de aproveitamento. Os pais, cujos filhos
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apresentam notas significativas, não sentem necessidade de conversar com os
professores de seus filhos (que reunião é essa, então, em que os reunidos não
têm interesse em conversar sobre o tema para o qual foram convidados?).
Aliás, os encontros são realizados de tal forma que não há meio de se
conversar. São todos os pais de uma turma de trinta ou mais alunos para
conversar com um único professor num mesmo momento. O ritual é criado
para que efetivamente não haja um encontro educativo. Então em geral, os
pais se satisfazem com as notas boas, que, por sua vez, articuladas com as
provas, nas quais estão centrados os professores e alunos. (LUCKESI, 2011,
p. 37-38)
A avaliação, no entanto, não deve se caracterizar por esses procedimentos que
apenas valorizam a nota. Na verdade, uma avaliação comprometida com a
democratização de ensino e com o crescimento cognitivo do aluno deve se pautar por
uma prática reflexiva, que é como se caracteriza a avalição qualitativa.
3 Avaliação qualitativa
Assim como Luckesi (2005, 2011), também Pedro Demo (2015) ressalta que o
processo de avaliação não pode se pautar apenas em técnicas e avaliações quantitativas
e defende a avalição qualitativa, permeada por uma concepção dialética de avaliação,
promovendo a formação para a cidadania. Apesar de favorável à avaliação qualitativa
nas instituições escolar, o autor sugere uma reflexão sobre o que é qualidade e ressalta
que um processo não elimina o outro.
Refletir é também avaliar, e avaliar é também planejar, estabelecer objetivos
etc. Daí que os critérios de avaliação, que condicionam seus resultados,
estejam sempre subordinados às finalidades e aos objetivos previamente
estabelecidos para qualquer prática, seja ela educativa, social, política ou
outra. Seria ingênuo pensar que a avaliação é apenas um processo técnico.
Ela é também uma questão política. Avaliar pode constituir um exercício
autoritário do poder de julgar ou, ao contrário, pode constituir um processo e
um projeto em que avaliador e avaliando buscam e sofrem uma mudança
qualitativa. É nesta segunda prática da avaliação que podemos encontrar o
que uns chamam de avaliação emancipadora e que, na falta de melhor
expressão, eu chamaria de “concepção dialética da avaliação”. (DEMO,
2015, p. 9)
4 Pesquisa de campo
Para o melhor entendimento do tema pesquisado, foi realizada pesquisa de
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campo em cinco instituições de ensino (três públicas da rede municipal e duas da rede
particular), localizadas na cidade de Osasco. Nessas escolas, foram entrevistadas oito
professoras com o objetivo de sabermos como são realizadas as avaliações aplicadas ao
4º ano do Ensino Fundamental, como cada docente avalia seus alunos, quais
instrumentos são usados além das provas e quais as formas de avaliar. Além disso,
buscou-se também verificar se há relação da prática com a teoria, quanto à aplicação da
avalição da aprendizagem escolar e identificar as dificuldades relatadas pelo professor
na aplicação da avaliação do processo ensino-aprendizagem. Pare se alcançar esses
objetivos, o método qualitativo fundamentou a investigação, como já foi descrito na
Introdução deste artigo.
4.1 Perfil das professoras
Das oito professoras que responderam ao questionário, quatro são da rede
particular e quatro da rede municipal de ensino. Tanto os nomes das instituições, quanto
os das professoras serão mantidos em sigilo, como recomenda o princípio ético na
pesquisa e, para preservar as identidades das professoras, serão utilizadas as siglas: PP1;
PP2; PP3; PP4 para nos referirmos às professoras rede particular; e PM1; PM2; PM3;
PM4 para nos referirmos às professoras da escola municipal.
Em média, a idade das professoras que atuam na rede pública é de 47 anos de
idade, já as professoras que atuam na rede particular têm, em média, 35 anos de idade;
todas têm formação em Pedagogia e, em sua maioria, também com formação em
Magistério. Algumas delas são pós-graduadas em Psicopedagogia. O tempo de atuação
das professoras que trabalham na rede pública é bem superior ao das professoras que
trabalham nas escolas particulares e, das oito professoras entrevistadas, somente uma
delas trabalha na rede pública e também na rede particular.
Quando perguntamos para esta professora se avalia o seu aluno da escola
pública da mesma maneira que avalia o seu aluno da escola particular, ela respondeu:
“Não, porque na escola pública a avaliação é feita somando conceitos de participação
e trabalhos mensais que são as avaliações continuas mais a avaliação mensal e a
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avaliação externa (trimestral). E a avaliação na escola particular é composta pela
soma das notas de trabalhos mensais e provas bimestrais totalizando dez” (PP1/PM1).
Neste caso, a escola particular mensura o aluno pelas notas adquiridas,
enquanto a pública adota conceitos, em alguns casos, amplos, como o satisfatório,
agregando vários componentes além da tradicional avaliação. Segundo Celso Antunes, é
importante que os educadores saibam que tipo de avaliação devemos construir:
Acreditamos que uma avaliação do rendimento escolar somente pode ser
considerada eficiente quando produto de uma observação continua ao longo
do período escolar e não somente concentradas nos momentos de provas e
exames. Essa avaliação pode valer-se dessas provas – com e sem consultas –
mas precisa aceitar também os trabalhos realizados individualmente e em
grupo; a capacidade do aluno de encontrar e selecionar as informações e sua
propriedade em associá-las aos saberes que pertencem a sua estrutura
cognitiva somente com um “leque” de múltiplos componentes pode o
professor, como verdadeiro juiz, proferir um criterioso veredicto.
(ANTUNES, 2002, p. 17)
É importante que o professor, ao avaliar seus alunos, não os submeta apenas a
um tipo de avaliação, mas utilize técnicas e instrumentos diversificados, não ficando
condicionado apenas às notas e provas; que seja reflexivo, a fim de identificar nos seus
alunos o potencial e necessidades de cada um, bem como se autoavaliar e promover
mudanças em suas práticas quando necessário, de modo a contribuir para o
desenvolvimento da aprendizagem do discente.
4.2 Apresentação e discussão dos resultados
A seguir, apresentam-se as questões que fundamentaram a coleta de dados com
relação ao foco principal desta pesquisa, que é a avaliação da aprendizagem escolar. As
perguntas são acompanhadas das respostas dadas pelas professoras, seguidas das
análises correspondentes.
Na questão 1) abordou-se a forma como os professores avaliam seus alunos,
como é feita a avaliação da aprendizagem escolar, especificamente no 4º ano do ensino
fundamental. As professoras, em sua totalidade, foram unânimes em afirmar que a
avaliação é um processo diário que se dá por diversas técnicas e instrumentos, através
das atividades realizadas pelos alunos individualmente, em dupla ou grupo, observando-
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se, prioritariamente, o desempenho e o rendimento escolar, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos, por meio de atividades diagnósticas e
complementadas por provas, de forma convencional, aplicadas semestralmente e
bimestralmente, a fim de compor a nota do aluno.
Ao citar a avaliação diagnóstica, as professoras se aproximam da concepção de
Haydt (2008), quando ela afirma que essa forma de avaliação permite ao professor
avaliar dificuldades e habilidades do aluno no início do ano letivo ou de uma unidade de
ensino; mas, essa modalidade também pode ser usada no decorrer do ano letivo para
identificar e caracterizar eventuais problemas de aprendizagem, possibilitando ao
professor apontar as possíveis causas, com o objetivo de saná-los.
Em relação à questão 2), procurou-se saber como as professoras entendem a
contribuição da avaliação da aprendizagem escolar para seu aluno. As professoras em
sua maioria, tanto da escola pública, quanto da escola particular, consideram que a
avaliação tem a função de nortear o trabalho do docente, visando o aprendizado do
aluno. Além disso, para muitas, a avaliação possibilita identificar as dificuldades
ocorridas e reorganizar o planejamento, a fim de atingir os objetivos esperados.
Deste modo, percebe-se que a avaliação oportuniza a fazer-se uma reflexão
sobre o nível de qualidade das ações pedagógicas, servindo de subsídio para o docente
refletir sobre suas práticas e fazer mudanças, se necessário; é também o momento de um
olhar diferenciado, com relação às especificidades de cada educando, visto que cada um
tem um ritmo de aprendizagem, e isso precisa ser respeitado. Segundo Haydt há um
vínculo entre os resultados da aprendizagem e os procedimentos de ensino:
A relação entre os resultados da aprendizagem e os procedimentos de ensino
é por demais evidente. Quando a classe, durante ou ao final de uma unidade
de ensino, é submetida a uma avaliação, e os alunos apresentam respostas
que traduzem um bom nível de aproveitamento, o professor tende a concluir
que seus procedimentos de ensino foram adequados. Da mesma forma,
quando a classe é submetida a uma avaliação e um número elevado de alunos
não apresentam um bom desempenho, o professor deve, em primeiro lugar,
questionar a eficácia do seu trabalho didático. [...] Cabe a ele replanejar a sua
atuação didática, verificando de que forma pode aperfeiçoá-la, para que seus
alunos obtenham mais êxito na aprendizagem. (HAYDT, 2008, p. 22)
Na questão 3), indagou-se as professoras sobre a maior dificuldade encontrada
diante do processo da avalição da aprendizagem. Em relação a esta questão as respostas
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foram bastante diversificadas apontando-se possíveis causas que resulta em dificuldades
que comprometem a avaliação, a saber:
• Classe com muitos alunos – por implicar no resultado do processo;
• Dificuldades em identificar as necessidades individuais dos alunos – para
que os resultados sejam alcançados;
• Fazer com que o aluno se interesse pelo conteúdo;
• Pouco tempo dentro da sala de aula para conhecer as necessidades e
conquistas dos alunos;
• Alunos ainda com dificuldades na leitura e na escrita, na matemática, além
de baixa autoestima e aluno desassistido pela família.
Com relação a esta questão, uma das professoras declarou que o professor
precisa estar, o todo tempo, preparando e repensando suas ações para atingir o grupo.
Diante do exposto, percebe-se um conflito a ser gerenciado, que demanda planejamento,
mudanças por parte do sistema e melhoria da estrutura escolar, bem como tempo,
preparo e reflexão, propiciando ao professor visibilidade para lidar com as dificuldades
apontadas, na mesma acepção de Luckesi (2011), quando ele se refere à avaliação como
resultado de um bem-montado trabalho de planejamento, feito pelo professor.
O processo de tomada de decisões bem informadas que visam à
racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino-
aprendizagem, possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior
produtividade. (LUCKESI, 2011, p.131)
4) Ao avaliar, você procura relacionar aspectos prático com a teoria? Nesta
questão todas as professoras foram unânimes em responder que sim.
5) De que forma faz isso? Segundo as professoras, este processo se dá
diariamente, por meio de observações e de vários aspectos práticos como: atividades,
leituras, interação nas aulas, dinamismo junto com a teoria e avaliações, mensais e
bimestrais, sem deixar de lado os conhecimentos prévios dos alunos em sala de aula,
que acabam contribuindo para aprendizagem. Além disso, segundo as professoras, são
realizadas atividades paralelas, como trabalhos em sala ou mesmo fora dela, nos quais o
aluno manifesta o conhecimento adquirido; isso é uma prática comum realizada com
alunos dessa faixa etária.
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Nesta perspectiva a avaliação necessita ser um momento diagnóstico da
aprendizagem, e ao mesmo tempo ser um indicador dos caminhos percorridos no
processo, assim sendo é possível analisar-se cada caso, relacionando a aquisição dos
conceitos e estratégias utilizadas para realização das atividades, como estabelece
Hoffmann (2014, p. 27-28), ao se referir à prática avaliativa que “exige do professor
aprofundamento em teorias do conhecimento [...] Visão essa que lhe permita vislumbrar
novas questões e possibilidades de investigação a serem sugeridas para o educando e a
partir das quais se dará continuidade e o aprofundamento das noções em estudo”.
6) Você utiliza a avaliação dos alunos para avaliar seu próprio trabalho como
docente? Em sua totalidade as professoras responderam que sim.
7) Como faz isso? Uma das professoram disse: “É como se fosse um
termômetro para a minha prática. Ali eu consigo perceber onde tenho que retomar ou
prosseguir com o conteúdo. Isso faz melhorar minha prática, ver de que forma posso
abordar um assunto e até mesmo quais recursos visuais, audiovisuais eu precisarei
utilizar. O professor precisa sempre repensar sua prática” (PM1).
Percebe-se predominância e consenso por parte de todas as professoras em
afirmar que a avalição é um referencial que aponta onde será necessário fazer
mudanças, não somente nos comportamentos atitudinais do aluno, como rever a prática
do professor, visando melhorias no nível de aprendizagem do aluno. Nesse sentido,
segundo Haydt (2008), a avaliação oferece dados ao professor para ajudar a melhorar
seu trabalho. Desse modo, julga-se importante a realização do feedback, por propiciar
que o aluno ao ser avaliado conheça seus erros e acertos.
4.3 Análise dos resultados
Ao analisarmos os resultados da pesquisa de campo, verificamos que os
problemas de pesquisa citados na Introdução, foram respondidos. Com relação às
hipóteses, pode-se afirmar que a primeira foi confirmada em sua totalidade, visto que
todas as professoras entrevistadas consideram que a avaliação deve ser aplicada de
forma contínua e sistemática, de forma diversificada, por vários instrumentos.
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A segunda hipótese também foi confirmada: todas as professoras entrevistadas
declararam que a função da avaliação da aprendizagem escolar é oferecer subsídio para
o professor avaliar o processo de desenvolvimento da aprendizagem, além de
diagnosticar dificuldades de aprendizagem ocorridas apresentadas pelo aluno, servindo
também para o professor refletir, rever suas práticas e fazer mudanças, a fim de alcançar
os objetivos propostos.
Em relação à terceira hipótese, esta não foi confirmada; as professoras não
encaram que o maior problema na avaliação sejam as normas e as provas padronizadas
exigidas pelo sistema. Houve uma diversificação das respostas: cada professora
forneceu uma resposta diferente, explicitando os motivos da sua dificuldade.
As professoras demostraram que suas práticas avaliativas servem de
indicadores e que revertem em ações reflexivas, quanto às suas práticas pedagógicas e
que, ao avaliar o aluno, também estão se avaliando. Segundo Luckesi (2011), a
avaliação é como um sinalizador, que nos oferece parâmetros para analisarmos se os
resultados de nossas práticas são ou não satisfatórios, e se os objetivos estão sendo
alcançados.
Considerações finais
Este trabalho teve como objetivo investigar de que forma são feitas as
avaliações da aprendizagem, qual sua contribuição para o aluno e para o professor, bem
como apontar as dificuldades encontradas e quais as concepções adotadas pelas
professoras no dia a dia da sala de aula.
Por meio das análises realizadas, constatou-se que as professoras, em sua
totalidade, realizam as avaliações pautando-se em vários instrumentos e técnicas, não
ficando restritas apenas às provas classificatórias, sendo suas práticas pedagógicas
permeadas por diversas modalidades de avaliação.
Além disso, os alunos são avaliados diariamente, a partir dos conteúdos e das
atividades cotidianas da sala de aula. São adotadas avaliações diagnósticas, formativas,
somativas, de acordo com a necessidade e as etapas de ensino, para diagnosticar,
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controlar, classificar, com intuito de alcançar os objetivos estabelecidos que favoreçam
o desenvolvimento da aprendizagem.
Este trabalho nos possibilitou compreender que através da avaliação é possível
ao professor avaliar o grau de conhecimento dos discentes e suas habilidades, bem
como perceber o fracasso do aluno e, nesse momento, o professor deve ser reflexivo,
rever suas práticas, se necessário, e mudar suas técnicas de ensino, pois, de acordo com
Haydt (2008), quanto mais diversificada for a amostragem dos resultados (avaliações
feitas), melhor será a avaliação. E, como escreveu Paulo Freire, “Ninguém começa a ser
professor numa certa terça-feira às quatro horas da tarde, ninguém nasce professor ou
marcado para ser professor. A gente se forma como educador permanente na prática e
na reflexão sobre a prática” (FREIRE, 1991, p. 32).
Referências
ANTUNES, Celso. A avaliação da aprendizagem escolar. Petrópolis: Vozes, 2002.
DEMO, Pedro. Avaliação qualitativa. Campinas: Autores Associados, 2015.
______. Teoria e prática da avaliação qualitativa. Perspectivas. Vol. 4, nº 7, p. 106-
115. Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes, jan.-jun., 2005.
DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. Pesquisa quantitativa e qualitativa.
Disponível em: <http://monografias.brasilescola.uol.com.br/regras-abnt/pesquisa-
quantitativa-qualitativa.htm>. Acesso em: 16 out. 2016.
FREIRE, Paulo. A Educação na cidade. São Paulo: Primavera, 1991.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo:
Ática, 2008.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação – mitos e desafios. Porto Alegre: Mediação, 2014.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e
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proposições. São Paulo: Cortez, 2011.
________. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e criando a
prática. Salvador: Malabares, 2005.
Recebido em: 20/12/2016
Aceito em: 10/01/2017