Boletim do Centro de Documentação e Informação
Carta Náutica Agosto 2012
«Atas do 7º Congresso European Maritime Heritage»
Das últimas aquisições… Neste número: Das últimas
aquisições
-Atas do 7º
Congresso
European
Maritime Heritage
Das nossas
estantes - Soft Values of Seaports
Revista do mês - Revista de
Marinha
O que se passa
por aqui
Pesquisa de
contratos
Leitor do mês
- Marques Afonso
Boletim
Bibliográfico
Julho de 2012
Ligações
Interessantes
AMTC -
Associação para o
Museu dos
Transportes e
Comunicações
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Boletim Bibliográfico
O Boletim Bibliográfico é editado periodicamente pelo
Centro de Documentação e Informação.
A sua finalidade é dar a conhecer ao leitor todas as
publicações que deram entrada no CDI, revistas ou livros
— destacando-se vários artigos na intranet; nele
figuram, igualmente, as informações destacadas durante
o mês, sob a forma de legislação ou de artigos.
As publicações não periódicas, ou livros, são
apresentadas através da catalogação enquanto as
publicações periódicas podem ser visualizadas através
dos índices dos respetivos artigos de modo a que
facilmente o leitor possa escolher o tema que o
interesse.
As publicações periódicas são regularmente enviadas a
todos os leitores que as tenham solicitado mas qualquer
leitor pode requisitar ao CDI a disponibilização de livro
ou artigo avulso que pretenda.
Marques Afonso
Pesquisa de Contratos, Licenças, Acordos e Autos da APL
Foto Final
Nota: O Boletim Bibliográfico encontra-se na intranet da APL (para o ler necessita de
aceder previamente à intranet).
Evolução ou Revolução na Pilotagem
Nota: Este artigo encontra-se na intranet da APL (para o ler necessita de aceder
previamente à intranet).
Soft Values of Seaports, Eric Van Hooydonk,
ed. Garant, 2007 Págs. 192
Se gostou deste vai gostar:
Ports are more than piers: liber amicorum presented to Prof. Dr. Willy Winkelmans, De
Lloyd, Antwerp, 2006, 428 págs.
«Soft Values of Seaports — a strategy for the restoration of public
support for seaports»
«Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra» - Mia Couto
Se gostou deste vai gostar:
Caderno de Todos os Barcos do Tejo, edição fac-similada da Câmara Municipal de
Lisboa, 1982, 20 págs.
Algo que era resultado da prática e conhecimento
empírico foi-se transformando, gradualmente, numa
técnica cada vez mais especializada que exige
constante atualização no conhecimento das tecnologias
associadas aos equipamentos marítimos. Essa
especialização é apoiada por associações profissionais,
de pilotos que detêm conhecimento dos PPU – Pilot
Portable Units – que representam o atual culminar das
novas tecnologias aplicadas à Pilotagem.
É tal a mudança que o autor deste artigo da Revista de
Marinha, o Com.nte Rui Nunes, Piloto da Barra do Porto
de Lisboa, considera estar a acontecer uma verdadeira
Revolução na profissão, na medida em que o
desempenho, bastante eficiente e seguro, sustentado
embora em tecnologias vulgarizadas e também em
conhecimentos e alguma sensibilidade…, altera
completamente o comportamento — o piloto, munido
de algum equipamento, permanecia na ponte do navio;
agora, concentra a sua atenção em tecnologia de ponta,
com um software altamente sofisticado, preciso e fiável.
Confesso que fiquei aflito quando a Sara me
convidou a escrever sobre um livro que
tivesse lido. Sou um leitor compulsivo, não
consigo imaginar noite nenhuma sem a
companhia de um livro e, nesta parte do dia,
preferencialmente um romance; quando o
livro está a chegar ao fim começa a invadir-
me algum pavor pela aproximação do
momento em que terei de me despedir dos
ambientes que fui vivendo e da companhia
das personagens dos livros.
No entanto, apesar dos muitos livros que já li, nunca me aconteceu na vida ter que
escrever sobre eles. Tratava-se, por isso, de uma primeira experiência e, a agravar este
facto, o tempo que me era dado era muito curto, ou seja, não me permitiria ler um livro
sabendo que teria de escrever sobre ele, o que, julgo eu, me teria facilitado a tarefa.
Aquilo que teria de fazer era antes escrever sobre um livro já lido. Naturalmente, julgo
eu, a primeira ideia que me ocorreu foi escrever sobre um dos livros dos dois autores
portugueses de que mais gostei: o António Lobo Antunes, que acompanhei sem falhas
desde o primeiro livro e até 1999, e o José Saramago, de quem li tudo o que publicou
desde o “Memorial do Convento”. Pensando melhor concluí que se tratava de uma má
opção porque apesar de ter, de grande parte deles, a memória das sensações que me
despertaram não me recordava de nenhum com o detalhe necessário para a tarefa que
me era pedida.
A simpatia da nossa colega, que me impediu de recusar imediatamente o pedido, por
maioria de razão fez com que nem sequer encarasse a hipótese de voltar atrás e, por
isso, achei que a opção seria falar sobre um dos últimos livros lidos. Rejeitei
imediatamente aquele que estava a ler e que entretanto terminei – “Todo o Mundo” do
Philip Roth – porque, pelos temas tratados – as doenças, a velhice e a morte –
recomendo que seja lido só em situações muito particulares que armem de uma
couraça, e, por isso, decidi escrever sobre o que tinha acabado de ler anteriormente –
“um rio chamado tempo, uma casa chamada terra” - do Mia Couto.
Aquele livro relata a história do funeral do Avô Mariano na ilha do Luar-do-Chão,
algures em Moçambique e, pelo que se pode inferir, embora julgue que nunca
explicitado, perto da cidade de Maputo e separada dela pelo “rio chamado tempo”. Pelo
livro desfilam várias personagens, cada uma com a sua própria história, desde logo o
próprio Avô Mariano, o neto Mariano, que é o relator da história e, supostamente, é
estudante, e regressa à ilha, após uma longa ausência, para assistir ao funeral do avô.
A maior parte é constituída por familiares do falecido, onde, entre outros, se destacam
a avó Dulcineusa, mulher do falecido mas não a única com quem ele partilhou amores,
o pai do neto Mariano, Fulano Malta, ex-guerrilheiro desiludido com o rumo que a
sociedade veio a tomar, o tio Ultímio, supostamente residente na capital mas de visita à
ilha por causa do funeral, que sabe beneficiar da participação no sistema corrompido e,
sobre quem, se insinua ter sido o mandante, juntamente com os respetivos filhos, de
algumas mortes ocorridas na ilha relacionadas com tráfico de droga. Entre os não
familiares destaca-se o coveiro, protagonista de uma das cenas fantásticas relatadas –
o fecho do chão, que se torna tão duro que não pode ser cavado, o que impede a
realização do funeral – e o médico indiano, Mascarenha, cuja sabedoria extravasa em
muito o campo da medicina.
Entre outros aspetos de interesse sublinho alguns. A reinvenção de palavras, a que Mia
Couto já nos habituou mas que continua a fazer com mestria – a este propósito
interrogo-me sempre se ele as vai buscar ao falar do povo ou se, criando-as, as oferece
à linguagem falada. Também o recurso ao fantástico, à semelhança do que é tão bem
feito na literatura sul-americana, exprimido, por exemplo, no já referido fecho do chão
mas também nas cartas que o avô, supostamente morto, vai escrevendo ao neto e,
ainda, na indefinição, que atravessa todo o relato sobre a morte efetiva do Avô
Mariano. Finalmente, a referência à desilusão daqueles que abraçaram ideais de uma
nobreza tal que justificava o sacrifício da própria vida e hoje se vêm confrontados com
uma realidade do lado oposto da utopia e da qual se aproveitam antigos companheiros
mas também arrivistas como o tio Últimio. Em resumo, é um livro que se lê com
encanto, com um permanente sorriso nos lábios e, que por isso, recomendo vivamente.
As sociedades atuais têm, por norma, uma visão
negativa dos portos marítimos pelos aspetos negativos
ambientais e riscos de poluição. Para isso contribui a
mentalidade capitalista algo obsessiva dos seus
operadores, a reputação duvidosa da indústria naval, o
design pouco inspirador e estritamente utilitário das
instalações portuárias e a sua desumanização.
Atualmente, dá-se grande importância à opinião
pública no que respeita à gestão e política portuárias;
daí esta publicação destacar outros valores relativos
aos portos marítimos que vão desde a história do
porto e a sua herança artística expressa ao longo das
docas, que juntamente com atividades lúdicas como a
navegação de recreio, constituem hoje uma forte
atração turística. Será, pois, defende o autor,
necessário implementar uma estratégia que faça a
gestão destes valores, cabendo à União Europeia a
responsabilidade de apoiar tais iniciativas. É uma obra
ricamente ilustrada, com uma seleção original de mais
de 400 fotos, obras de arte, mapas e outras imagens.
“Obras da
Doca de Pesca de
Pedrouços
(terrapleno em
volta do coletor)”
28-10-1949
Acervo do CDI
A presente edição congrega os textos das comunicações
técnicas apresentadas no congresso realizado no Seixal,
reunindo 150 participantes oriundos de 20 países.
O património e a cultura flúvio-marítimos constituem
importantes meios de valorização do património náutico
do estuário do Tejo, a sua utilização e fruição pelo
público procura conciliar objetivos educativos, culturais e
de lazer.
Foi a existência deste património flutuante que motivou
a European Maritime Heritage, uma associação não
governamental de âmbito europeu, que dedica a sua
atividade às embarcações tradicionais em atividade,
reunindo proprietários privados, museus marítimos (ou
possuidores de coleções marítimas) e outras instituições
envolvidas na preservação do património marítimo.
Considerando essencial a dinâmica criada a partir da
participação em organizações internacionais, a Câmara
Municipal do Seixal propôs-se organizar o 7º Congresso
European Maritime Heritage, procurando promover a
troca de experiências e a partilha de boas práticas a
nível europeu.
Atas do 7º Congresso European Maritime Heritage, ed. Camâra
Municipal do Seixal, 2012 págs. 143
AMTC - ASSOCIAÇÃO PARA O MUSEU DOS TRANSPORTES E
COMUNICAÇÕES, foi criada em 21 de fevereiro de 1992, tratando-
se de uma instituição privada sem fins lucrativos, com o objetivo
de preservar um valioso património na área dos transportes e
comunicações que importa recuperar, preservar e divulgar. Tem
igualmente por objetivos a preservação de infraestruturas de
reconhecido interesse histórico relacionadas com os transportes e
as comunicações.
Mais artigos selecionados:
Plano estratégico de transportes de Portugal 2011-2015, em debate na Logistel, SA,
revista Mobilidade
La tentation d'une perpétuelle réforme de la gestion portuaire, Journal de la Marine
Marchande
Estão à guarda do CDI todos os contratos/acordos/protocolos da
APL (bem como licenças de utilização do domínio público).
Os mais antigos datados de 1907 a 1969 estão em regime de
custódia, na empresa EAD—Empresa de Arquivo e Documentação,
SA, em instalações especialmente vocacionadas para a guarda de
documentação, em Palmela.
Os contratos mais recentes estão arquivados na sede da APL em 65
pastas de arquivo.
A base de dados do CDI sobre o assunto contém 1725 registos,
indicando nome das partes, objeto do contrato, data de celebração,
data de vigência, local e concelho relevantes, etc..
Tudo à distância e velocidade de um correio eletrónico...
Esta obra bilingue (Português - Inglês), trata as “questões sobre o património
marítimo, à dimensão e economia da frota patrimonial, classificação de património
marítimo, os jovens e o património marítimo, património imaterial marítimo”.
Brevemente serão apenas utilizadas cartas de navegação virtuais contribuindo para
fornecer ao piloto todos os dados de que necessita, a par de equipamentos altamente
sofisticados.
O nosso colega frisa as questões que se colocam: as relativas à portabilidade do
equipamento, já que o piloto necessita de toda a sua agilidade disponível, e, claro, ao
custo; mas a segurança marítima é um assunto que preocupa várias entidades. Um
trabalho em conjunto só poderá trazer benefícios.
Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra,
Mia Couto, Editorial Caminho, Págs. 264