CONSTITUIÇÃO DE UM CATÁLOGO FOTOGRÁFICO
DIGITAL COMO FERRAMENTA DE PESQUISA EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Andreína de Melo Louveira1
Maria Eduarda Ferro2
Palavras-chave: Instrumento de Pesquisa; Catálogo; Fotografia; Criança; Infância.
“A imagem não fala por si só: é necessário que as perguntas sejam feitas”.
Ana Maria Mauad, 2005, p. 144.
“Um banco de dados não é um mero ajuntamento de documentos, uma
reunião de informações. Há um prévio ajuizamento, uma lógica em sua
composição, nas possibilidades de procura de informações, uma certa ação
sobre os documentos (...) As operações de concepção e construção de um
banco de dados decorrem e, de alguma forma deixam ver, o quadro teórico e
as questões de investigação do pesquisador”.
Flávia Obino Corrêa Werle, 2000, p. 60.
Introdução
Este artigo apresenta o itinerário, os desafios e as reflexões provenientes do processo
de produção de um instrumento de pesquisa nominado “Catálogo Fotográfico Digital:
Crianças e Infâncias do sul de Mato Grosso (1850-1950)”. Na terminologia arquivística
“catálogo” é um instrumento de pesquisa organizado segundo critérios temáticos,
cronológicos, geográficos, entre outros, reunindo a descrição individualizada de documentos
pertencentes a um ou mais “fundos”, de forma sumária ou analítica. Os “fundos” são
constituídos por um conjunto de documentos de uma mesma proveniência (ARQUIVO
NACIONAL, 2005, p.45).
A ideia de desenvolver esse instrumento de pesquisa surgiu de necessidades
identificadas no processo de classificação, análise e preservação da documentação fotográfica
oriunda de investigações realizadas em nível de iniciação científica por integrantes do grupo
1 Aluna do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS/Dourados).
E-mail: [email protected]. 2 Professora orientadora e docente do curso de Pedagogia da UEMS/Dourados. E-mail:
2
de pesquisa História e Memória (UEMS/CNPq)i. Tais pesquisas resultaram na localização,
digitalização e classificação de 176 fotografias de acervos públicos e privados da cidade de
Dourados (MS). Os acervos públicos consultados foram o Museu Histórico e Cultural de
Dourados e o Centro de Documentação Regional da Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD). Os acervos privados pertencem a famílias que, a convite das
pesquisadoras, aceitaram abrir seus álbuns de família para colaborar com a pesquisa.
Convêm registrar que essas investigações foram delineadas a partir de estudos
vinculados ao projeto “Imagens de Crianças e Infâncias no sul de Mato Grosso: final do
século XIX até meados do século XX”ii, precedido pelo projeto interinstitucional “Imagens de
Crianças e Infâncias”iii
.
Nas pesquisas de iniciação científica tivemos a oportunidade de proceder a análises do
material coletado que resultaram na produção de trabalhos publicados em eventos
científicosiv
. Percebíamos, contudo, que estávamos de posse de uma “massa documental
acumulada”, termo empregado na arquivística para documentos que, pela ausência ou precária
organização, têm sua consulta comprometida. Intencionávamos fazer a triangulação de
informações que, dispersas em fichas de papel, demandavam um moroso trabalho.
Constatamos a urgência em produzir um sistema que permitisse o arquivamento
organizado e a recuperação ágil e precisa das fotografias por meio de buscas por critérios
distintos como cronológico, geográfico, temáticos, por procedência (fundos/coleções) e por
palavras-chave. Este era nosso grande desafio: como organizar as fotografias de modo a
facilitar o uso do acervo? Também éramos movidas pelo objetivo de encontrar meios de
socialização do acervo com professores e pesquisadores que poderiam utilizá-las para fins
pedagógicos, científicos e culturais.
Nossas preocupações com a produção da ferramenta de pesquisa iam ao encontro de
discussões realizadas no meio acadêmico, sobretudo nas duas últimas décadas, sobre a
constituição e preservação de acervos na área da História e da História da Educação.
Inicialmente procuramos por sistemas que tivessem sido criados com a mesma
finalidade, mas com o aprofundamento da pesquisa constatamos a necessidade do
desenvolvimento de um sistema próprio, que atendesse as especificidades de nossas análises.
Isso se explica porque as diretrizes de classificação, descrição e arranjo de acervos possui
relações estreitas com os tipos de perguntas que nossas pesquisas pretendem responder.
A produção do sistema colocou-se como urgente quando constatamos que as
instituições públicas responsáveis pela guarda das fotografias digitalizadas, ainda que
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empenhadas na preservação da memória local, não possuíam seus acervos organizados
segundo os princípios da arquivística, o que implica na dificuldade dos consulentes realizarem
suas pesquisas e, o mais agravante, na possibilidade de deterioração, perda ou extravio dos
documentos sob sua custódia.
Diante do exposto assumimos riscos ao nos empenharmos na constituição de uma
ferramenta de preservação de acervo imagético e de acessibilidade a fontes primárias, cuja
operacionalização dependia de um trabalho interdisciplinar. Nesse processo foram de grande
serventia conhecimentos prévios no campo da arquivística e experiências adquiridas com as
pesquisas que temos realizado com documentos fotográficos. Ademais, foi fundamental a
parceria com o programador Douglas Held Pacito que, de modo voluntário, responsabilizou-
se pela criação do sistema que abriga o banco de dados.
Reconhecemos que existem limitações a serem superadas na ferramenta que hoje se
apresenta, ainda há etapas a serem percorridas para atingirmos algumas das metas
vislumbradas, como o refinamento de algumas funções do programa e, até mesmo, o
procedimento a ser adotado para compartilhamento do catálogo com outros pesquisadores
guardadas as devidas precauções com relação à autoria de criação do sistema FotoMemov.
Contudo, podemos afirmar que caminhamos em direção aos objetivos propostos e é sobre este
percurso que o presente artigo discorre.
Para exposição dos desafios enfrentados e dos avanços teórico-metodológicos
alcançados no percurso de produção do Catálogo Fotográfico Digital o artigo foi redigido com
a seguinte estrutura:
1. Manejo das fotografias antes do catálogo.
2. Itinerário de produção e apresentação do catálogo.
3. Considerações finais.
1. Manejo das fotografias antes do catálogo
A princípio mantínhamos as fotografias coletadas por ocasião dos projetos anteriores
armazenadas de forma precárias do ponto de vista da recuperação de informações.
Acertadamente foi observado desde as primeiras investigações o princípio básico da
arquivística nominado “integridade do fundo”, que consiste em resguardar um fundo de
misturas com outros, de parcelamentos e de eliminações indiscriminadas. Ou seja, foram
assegurados os cuidados de manutenção das fotografias em seus agrupamentos de origem, de
acordo com a procedência. Nominamos esses agrupamentos de Coleçõesvi
que, quando
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provenientes de acervos públicos, foram identificadas pelo nome da instituição de guarda e,
quando provenientes de acervos privados, foram nominadas pelo sobrenome da família
proprietária.
As coleções encontravam-se arquivadas nos computadores pessoais das pesquisadoras
em pastas individuais, para cada coleção uma pasta. As pastas armazenavam arquivos em
programa Power Point nos quais as fotografias estavam dispostas em slides com suas
respectivas fichas catalográficas. Essa era a forma encontrada para o manejo das imagens em
conjunto com o documento textual produzido para sua descrição. O ordenamento das imagens
dentro da coleção era aleatório, correspondendo à sequência do processo de digitalização.
A produção da ficha catalográfica para descrição das fotografias aconteceu em duas
etapas, primeiro foi produzida uma versão piloto posteriormente substituída pela versão
definitiva (Figura 1). As pesquisas realizadas por Kossoy (2009) e Mauad (1996) nos
forneceram pistas para a definição do formato final desse instrumento descritivo. A ficha foi
produzida como suporte para a realização da análise técnica e de conteúdo das imagens com
adaptações para as especificidades de nossas investigações.
Figura 1
Apresentação do catálogo quando armazenado em arquivo Power point
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Figura 2
CATEGORIAS 1 AMBIENTES DE TRABALHO: CAMPO E COMÉRCIO
2 AMBIENTES DE CONVÍVIO: RURAL E URBANO
3 AÇÕES DE ASSISTÊNCIA: SOCIAL E SAÚDE
4 BRINQUEDOS, JOGOS E BRINCADEIRAS
5 COTIDIANO FAMILIAR
6 EDUCAÇÃO: FORMAL E INFORMAL
7 FESTAS: PÚBLICAS E PRIVADAS
8 MIGRAÇÃO: ESTRANGEIRA E NACIONAL
9 MILITARIZAÇÃO
10 MOVIMENTOS POLÍTICOS
11 MORAL E CIVISMO
12 POVOS INDÍGENAS
13 POLÍTICA AGRÁRIA
14 RELIGIOSIDADE
Categorias de análise visualizadas
A ficha era composta por campos que interrogavam sobre aspectos de natureza
distinta, da identificação da fotografia, dos recursos técnicos empregados para a produção
material da imagem e dos elementos nela retratados (conteúdo). É possível observar (Figura
1) que no campo destinado à descrição do conteúdo da imagem produzíamos uma espécie de
síntese dos elementos ali expressos. Por último havia um campo nominado “demais
observações” no qual eram registradas informações que não cabiam em nenhum dos
descritores acima e que, de certo modo acabava por configurar-se, muitas vezes, em uma
análise prévia do documento.
Esse modo de produzir e dispor conhecimentos sobre as fotografias nos colocava
diante de limitações como a dificuldade de fazer uma leitura panorâmica do acervo, a
impossibilidade de quantificar fotografias com elementos de conteúdo semelhantes, a
inexistência de um sistema de recuperação do conteúdo das fichas por palavras-chave, entre
outras.
Mesmo em condições precárias de acesso às informações geradas, a descrição de
elementos de conteúdo das imagens resultou na visualização de 14 potenciais categorias de
análise das fotografias (Figura 2). Tais categorias eram, a nosso ver, provisórias, pois
sabíamos da possibilidade de surgirem outras mediante os olhares e as intencionalidades de
outros pesquisadores. Ademais, era provável que outras categorias fossem observadas na
medida em que o acervo se ampliasse.
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Realizamos análises que resultaram na apresentação de trabalhos sobre algumas das
categorias elencadas inicialmente (vestuário, mundo do trabalho, visibilidades e
invisibilidades da criança nos documentos fotográficos). Mas ainda havia o impasse em
relação à produção de uma ferramenta mais eficiente de armazenamento e consulta das
imagens.
2. Produção e apresentação do catálogo
A produção do FotoMemo exigiu que entrássemos em contato com um profissional da
área e a partir de então se iniciou um longo processo de construção coletiva do sistema.
Descrevemos ao programador as necessidades que tínhamos, ouvimos as possibilidades por
ele apresentadas e passamos a discutir qual o melhor modo de constituir o sistema de busca.
Paralelamente à produção do sistema demos início ao processo de revisão da ficha
catalográfica a fim de definir por um modelo composto por descritores mais objetivos. Uma
questão nos preocupava: ao preencher o campo destinado ao conteúdo da imagem
acabávamos por realizar uma análise da fotografia e esse não era nosso objetivo. Nosso
interesse consistia em encontrar um meio adequado de organização das imagens e de
disposição das informações referentes aos seus aspectos técnicos e de conteúdo. A opção por
descritores mais objetivos se deu em virtude da possibilidade de outras análises serem feitas
das imagens, disponibilizar as imagens com nossas impressões não era nossa contribuição no
momento.
A eficiência da busca dependia do estabelecimento de um vocabulário controlado,
objetivo este que nos impôs o levantamento de palavras e termos usados com frequência na
descrição dos elementos de conteúdo das imagens e o estabelecimento de padrões de
sinonímia (ex.: brinquedo ao invés de boneca, brinquedo ao invés de carrinho).
A escolha dos descritores foi outro desafio, embora pudéssemos nos respaldar em
alguns bancos de imagens existentes, no caso de uma ferramenta de pesquisa para fins de
análises acadêmicas, precisávamos nos cercar de descritores pertinentes às questões que
futuramente seriam feitas às imagens (ex.: incidência de fotografias com crianças em espaços
públicos e em espaços privados, para tanto precisávamos garantir a presença de um descritor
referente ao ambiente fotografado). Realizamos testes e após inserções e exclusões chegamos
a 29 descritores (Figura 3), sendo os sete primeiros destinados a identificação da fotografia
(SMIT; KOBASHI, 2003).
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Figura 3
IDENTIFICAÇÃO DA FOTOGRAFIA
COLEÇÃO
ACERVO
PROCEDÊNCIA
REGISTRO DE ENTRADA
REFERÊNCIA
CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO
ESTADO DE CONSERVAÇÃO
DESCRITORES DAS FOTOGRAFIAS
LOCAL RETRATADO
TEMA RETRATADO
PESSOAS RETRATADAS
TIPOS DE OBJETOS
ATRIBUTOS DAS PESSOAS
GESTO
ANIMAIS RETRATADOS
ATRIBUTOS DA PAISSAGEM
TEMPO
FORMATO DO SUPORTE
TONALIDADE
ACABAMENTO
TIPO DE FOTO
SENTIDO DA FOTO
DIREÇÃO DA FOTO
DISTRIBUIÇÃO DOS PLANOS
PLANO CENTRAL
ARRANJO E EQUILÍBRIO
FOCO
IMPRESSÃO VISUAL
ILUMINAÇÃO
PRODUTOR
Relação dos descritores
Para atender as necessidades de organização do acervo (arquivamento das imagens) e
de disponibilização do sistema para outros usuários, optamos pelo desenvolvimento de dois
sistemas, sendo ambos contemplados pelo mesmo banco de imagens. O primeiro sistema é
destinado ao usuário administrador, autorizado a arquivar as imagens e editar os campos
correspondentes aos descritores da ficha. Já o segundo sistema destina-se a disponibilização
do banco de imagens e de suas respectivas informações, para acesso público do usuário
consulente.
O sistema do usuário administrador é formado por uma janela inicial que possui
quatro botões (Figura 4). O primeiro, ÍNDICE REMISSÍVO, permite acesso ao vocabulário
controlado, no qual as palavras empregadas na descrição das fotografias aparecem em ordem
alfabética com seus respectivos termos relacionados. O segundo botão, ARQUIVAR,
encaminha à opção de cadastro da fotografia e edição dos descritores correspondentes. O
botão PESQUISAR conduz a abertura da janela para busca das imagens e o último,
CONFIGURAÇÕES, contempla opções de configuração da aparência do sistema.
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Figura 4
Janela Inicial
O procedimento de alimentação do programa com fotografias tem início no botão
ADICIONAR. Este aciona uma janela para localização do arquivo da fotografia no
computador do usuário administrador, após adicioná-la inicia-se a alimentação do sistema
com a edição das informações da fotografia clicando no botão de EDIÇÃO. Todos esses
procedimentos são restritos ao usuário administrador.
Ao lado da fotografia inserida no sistema existe uma área com duas abas. A primeira,
IDENTIFICAÇÃO DA FOTOGRAFIA, reúne informações referentes à coleção a qual a
fotografia pertence, a procedência do acervo, o responsável por sua digitalização, a data de
incorporação da imagem ao acervo, as condições de armazenamento do documento original e
o estado de conservação (Figura 5).
A segunda aba, DESCRITORES, contém campos para o preenchimento dos 23
descritores da fotografia, como por exemplo, local retratado, pessoas retratadas, tipos de
objeto, atributo da paisagem, tonalidade, acabamento, sentido da foto, distribuição dos planos
entre outros. Quando a fotografia possui algum tipo de marcação em seu verso (dedicatória,
descrição das pessoas retratadas, data e local do evento, entre outras) temos a opção do botão
VERSO que o exibe assim que acionado (Figura 6).
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Figura 5
Aba de identificação da fotografia
Figura 6
Aba dos descritores da fotografia
O terceiro botão da janela inicial, PESQUISAR (Figura 7), destina-se ao
procedimento de busca das fotografias. Nesta área existe um campo para digitar a palavra que
deseja encontrar nas fotografias. Depois de digitar a palavra clica-se no botão que aciona a
pesquisa. O retorno dessa busca consiste em uma relação de fotografias cuja palavra
pesquisada encontra-se vinculada.
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Figura 7
Aba para o procedimento de pesquisa
Por exemplo, ao digitar a palavra brinquedo todas as fotografias que estão
relacionadas ao termo serão listadas. O desenvolvimento do índice remissivo permite que uma
palavra remeta a outra a ela relacionada. Por exemplo, se o usuário consulente procurar por
bonecas, as fotografias que possuem a palavra brinquedo serão exibidas. Essa é uma das
estratégias de refinamento dos resultados de busca, porém o sistema ainda não a contempla, já
que a estruturação do vocabulário controlado não foi finalizada.
O índice remissivo está em construção para que as ligações temáticas sejam
viabilizadas. Até o momento, se digitarmos a palavra brinquedo, já incorporada no índice,
todas as fotografias que abrangem a temática brinquedo serão localizadas no banco de dados
do sistema. Para além desta possibilidade estamos construindo as bases que possibilitarão o
sistema de “busca avançada” que contemplará a correlação de termos e descritores. Ao
digitarmos as palavras brinquedo e casa será possível obter um relatório com todas as
fotografias que apresentam ambos os elementos concomitantemente. No momento o que
ocorre é a localização de fotografias que possuem tanto brinquedo quanto casa como
conteúdo, sem que ambos constem na mesma fotografia.
O quarto botão da janela inicial, CONFIGURAR, contempla opções para personalizar
a aparência do sistema, como a troca dos temas de apresentação e a escolha da tonalidade de
fundo. Essa opção está disponível tanto para o usuário administrador como também para o
usuário consulente. Esta ferramenta de configuração oferece um design agradável e um
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sistema de uso interativo que poderá ser escolhido pelos usuários de acordo com suas
preferências pessoais.
O sistema foi produzido com vistas a contemplar opções inexistentes em outras bases
de dados. Primamos por garantir que houvesse a possibilidade da imagem acessada ser salva
no computador do usuário consulente e para que fosse possível a impressão da fotografia e
do conteúdo textual das abas que trazem a sua descrição.
Para a disponibilização do sistema ao usuário consulente foram observadas algumas
precauções quanto ao armazenamento do banco de dados. Quando o usuário consulente
inserir o CD-R ou DVD-R no computador de uso pessoal será indagado quanto ao interesse
em sua instalação. Ao aceitar que o sistema seja instalado, será criada automaticamente uma
pasta de armazenamento das imagens no seu computador, mas isso não o impedirá de salvar
as imagens onde achar mais conveniente. Este procedimento de criação da pasta é um
caminho que poucas pessoas adotam por salvar a pasta de arquivos do programa em um local
pouco acessado no computador.
Essas precauções foram adotadas porque quando trabalhamos com imagens não é
recomendado que estas sejam salvas no banco de dados do sistema. Caso não sejam
observadas essas recomendações a extensão do banco de dados poderá ocasionar lentidão ou
interrupção na realização das busca de imagens. Este aspecto ocorre porque quando salva-se a
imagem no banco de dados ela transforma-se em um modo código, e quando solicitada sua
visualização é feito um processo contrário, de conversão de código para imagem. Esse
procedimento que pode causar prejuízo à execução do sistema e consequentemente dificultar
a pesquisa. Por esta razão, optamos por outro meio de arquivamento, o banco de dados será
salvo em uma pasta do programa, que será composta por um caminho, com as imagens e suas
informações, garantindo o melhor desempenho do sistema em tempo de processamento.
Há fotografias cujos campos de descritores não são preenchidos por completo. Isso
ocorre por desconhecermos informações tanto em relação a aspectos técnicos (ex.: autoria da
imagem, localização geográfica, data aproximada do registro fotográfico) como em relação
aos aspectos de conteúdo (ex.: identificação das pessoas retratadas, relação de parentesco ou
amizade entre elas, evento retratado). No momento estamos nos cercando de cuidados que
visam minimizar essas lacunas como a realização de entrevistas com os proprietários dos
acervos particulares nos momentos em que as fotografias nos são franqueadas. Outra medida
adotada refere-se ao registro de informações acerca da história dos documentos fotográficos.
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Inserimos um campo na ficha descritora para nele sejam registradas atualizações de
informações (ex.: o uso de uma imagem em uma publicação).
Figura 8
NÚMERO DE FOTOGRAFIAS POR COLEÇÃO
ARQUIVOS PÚBLICOS
CDR/UFGD 161
Museu 18
ARQUIVOS PRIVADOS
Coleção Flores 11
Coleção Gamarra 11
Coleção Pereira 10
Coleção Silva 13
Coleção Willher 25
Número de fotografias por coleção
Até o presente momento o banco de dados possui 7 coleções organizadas (Figura 8).
Dispomos de descritores que nos permitem fazer levantamentos que respondem às questões
de interesse cientifico. Uma base que abarca fotografias que podem ser utilizadas para fins
pedagógicos no ensino de história. Pode-se afirmar que com isto contribuímos para a
preservação da memória regional. Ainda temos novos desafios a serem enfrentados, como o
estabelecimento de um protocolo de recebimento dos acervos. Outra questão que impõe uma
solução é o registro de criação do FotoMemo para que ao disponibilizá-lo a terceiros não haja
riscos de apropriação indébita.
Considerações finais
Organizar acervos materiais ou eletrônicos é um trabalho minucioso que requer
conhecimentos multidisciplinares. Apostamos nesses esforços, pois eles dão visibilidade à
importância dos acervos, contribuem para a democratização do acesso a fontes e,
consequentemente, para a produção do conhecimento histórico.
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A produção do Catálogo Fotográfico Digital parecia, inicialmente, uma realidade
distante. Com o aprofundar dos estudos nos tornamos ainda mais conscientes da importância
desse trabalho e intensificamos as pesquisas em busca de subsídios para sua construção.
Como fruto desses esforços temos mais duas pesquisas de iniciação científica em andamento
que darão continuidade ao projeto de constituição do acervo, pois preveem dentre suas de
ações o trabalho com documentos fotográficos privados da região sul de Mato Grosso (atual
MS), que serão incorporados futuramente ao Catálogo.
O sistema desenvolvido encontra-se em condições de uso, porém coloca-se para nós
como uma ferramenta em processo de constante melhoramento. Outras necessidades de
reorganização poderão surgir mediante a sua utilização e à soma de novas coleções. O
FotoMemo estará em constante processo de aperfeiçoamento e não será considerado um
trabalho pronto e acabado.
Referências
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representações do mundo do trabalho em Dourados/MT (1850-1950). In: VI Congresso Brasileiro de
História da Educação (16 a 19/05, UFES, Vitória). FERRO, M. E. & LOUVEIRA, A. de M. Imagens
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M; SOUZA, M. dos S.. Imagens do cotidiano de crianças e infâncias em álbuns de família do sul de
Mato Grosso (1850-1950). In: III Encontro Nacional de Estudos da Imagem (03 a 06/05/2011,
UEL/Londrina). v FotoMemo é o nome atribuído ao sistema criado para abrigar o catálogo fotográfico.
vi Em arquivística Coleção corresponde a um conjunto de documentos com características comuns,
reunidos intencionalmente (ARQUIVO NACIONAL, 2005).