Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável SUMÁRIO
SUMÁRIO
ABERTURA .................................................................................................................................. 5APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 5
OBJETIVO E CONTEÚDO ......................................................................................................................................................... 5
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................................. 6
PROFESSOR-AUTOR ................................................................................................................................................................... 8
MÓDULO 1 – HISTÓRIA DA QUESTÃO AMBIENTAL ................................................................... 9APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................................................... 9
UNIDADE 1 – HOMEM E MEIO AMBIENTE ............................................................................................. 9
1.1 HOMEM E BIOSFERA ......................................................................................................................................................... 9
1.2 BIOSFERA, TECNOSFERA E SOCIOSFERA .................................................................................................................... 9
1.3 MEIO AMBIENTE E TECNOLOGIA ............................................................................................................................... 10
1.4 HOMEM E BIOSFERA ....................................................................................................................................................... 10
1.4.1 CRESCIMENTO POPULACIONAL E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL ................................................................... 10
1.5 DESASTRES AMBIENTAIS E POLUIÇÃO ..................................................................................................................... 11
1.6 LEI DO AR PURO ................................................................................................................................................................ 12
1.7 DESASTRES AMBIENTAIS ................................................................................................................................................ 13
1.8 CUSTOS AMBIENTAIS ...................................................................................................................................................... 13
1.9 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 14
UNIDADE 2 – CONSCIENTIZAÇÃO ..................................................................................................... 14
2.1 MANIFESTAÇÕES ............................................................................................................................................................... 14
2.2 CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS ................................................................................................................................. 14
2.3 QUESTÕES PERMANENTES ............................................................................................................................................ 15
2.4 INÍCIO DA CONSCIENTIZAÇÃO .................................................................................................................................... 15
2.5 INICIATIVAS .......................................................................................................................................................................... 15
2.6 NOVAS TECNOLOGIAS .................................................................................................................................................... 16
2.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 16
UNIDADE 3 – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ........................................................................... 16
3.1 CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................................................................................ 16
3.2 REFINANDO O CONCEITO .............................................................................................................................................. 17
3.3 PONTOS DE CONTROVÉRSIA ........................................................................................................................................ 17
3.4 CAPITAL SOCIAL ................................................................................................................................................................ 18
3.5 INICIATIVAS MUNDIAIS ................................................................................................................................................... 18
3.6 RIO 92 .................................................................................................................................................................................... 18
3.6.1 RESULTADOS DA RIO 92 .............................................................................................................................................. 19
3.7 RIO + 10 ................................................................................................................................................................................ 19
3.8 CÚPULA MUNDIAL ........................................................................................................................................................... 20
3.9 RIO + 20 ................................................................................................................................................................................ 20
3.10 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 20
UNIDADE 4 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 21
MÓDULO 2 – QUESTÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ....................................... 23APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 23
UNIDADE 1 – DESAFIOS ...................................................................................................................... 23
1.1 DEFINIÇÕES ........................................................................................................................................................................ 23
SUMÁRIO Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
1.2 CAPACIDADE DE SUPORTE DA BIOSFERA ................................................................................................................ 23
1.3 RECURSOS RENOVÁVEIS E NÃO RENOVÁVEIS ....................................................................................................... 24
1.4 SUBSISTEMA ECONÔMICO ........................................................................................................................................... 24
1.5 CAPACIDADE DE SUPORTE DA TERRA ....................................................................................................................... 25
1.6 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 25
UNIDADE 2 – TRÊS GRANDES DESAFIOS ............................................................................................ 25
2.1 DESAFIOS ............................................................................................................................................................................. 25
2.2 PRIMEIRO DESAFIO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .................................................................. 25
2.2.1 RECURSOS NATURAIS ................................................................................................................................................... 26
2.3 LIMITES DA BIOSFERA .................................................................................................................................................... 26
2.4 TERCEIRO DESAFIO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .................................................................. 27
2.5 NOVA DEFINIÇÃO ............................................................................................................................................................. 27
2.6 AÇÕES ESTRATÉGICAS .................................................................................................................................................... 27
2.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 28
UNIDADE 3 – EMPRESAS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...................................................... 28
3.1 MUDANÇA DA ATITUDE EMPRESARIAL ................................................................................................................... 28
3.1.1 PRODUÇÃO MAIS LIMPA ............................................................................................................................................. 28
3.2 ANOS 50 E 60 ..................................................................................................................................................................... 28
3.3 ANOS 60 E 70 ..................................................................................................................................................................... 29
3.4 ANOS 80 ............................................................................................................................................................................... 29
3.5 ANOS 90 ............................................................................................................................................................................... 30
3.6 DIAS ATUAIS ....................................................................................................................................................................... 30
3.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 30
UNIDADE 4 – RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA .............................................................. 30
4.1 CONCEITUAÇÃO ................................................................................................................................................................ 30
4.2 NORMAS SOBRE RSC ....................................................................................................................................................... 31
4.3 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 31
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 31
MÓDULO 3 – PROBLEMAS AMBIENTAIS EM ESCALA GLOBAL .............................................. 33APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 33
UNIDADE 1 – CHUVA ÁCIDA ............................................................................................................... 33
1.1 DEFINIÇÃO .......................................................................................................................................................................... 33
1.1.1 ÓXIDOS DE NITROGÊNIO ............................................................................................................................................ 33
1.2 EFEITOS ................................................................................................................................................................................ 34
1.3 REGIÕES MAIS AFETADAS .............................................................................................................................................. 34
1.3.1 NÍVEL DE POLUIÇÃO .................................................................................................................................................... 34
1.4 MEDIDAS PARA REDUÇÃO ............................................................................................................................................. 34
1.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 35
UNIDADE 2 – DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO ...................................................................... 35
2.1 CAMADA DE OZÔNIO ..................................................................................................................................................... 35
2.1.1 CONCENTRAÇÃO DE OZÔNIO .................................................................................................................................. 36
2.2 FORMAÇÃO E DESTRUIÇÃO .......................................................................................................................................... 36
2.3 SUBSTÂNCIAS RESPONSÁVEIS POR DESTRUIÇÃO ................................................................................................ 37
2.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 37
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável SUMÁRIO
UNIDADE 3 – MUDANÇAS CLIMÁTICAS ............................................................................................. 37
3.1 ATMOSFERA ........................................................................................................................................................................ 37
3.1.1 ENERGIA SOLAR ............................................................................................................................................................. 38
3.2 GASES ABUNDANTES ...................................................................................................................................................... 38
3.3 EFEITO ESTUFA .................................................................................................................................................................. 39
3.4 IMPACTOS DO AQUECIMENTO GLOBAL .................................................................................................................. 39
3.5 GASES ESTUFA ................................................................................................................................................................... 40
3.5.1 PROTOCOLO DE QUIOTO ............................................................................................................................................ 40
3.5.1.1 CONFERÊNCIA DAS PARTES ................................................................................................................................... 40
3.6 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 41
UNIDADE 4 – CRISE DA ÁGUA ............................................................................................................. 41
4.1 ESCASSEZ DE ÁGUA ........................................................................................................................................................ 41
4.2 USOS DA ÁGUA ................................................................................................................................................................. 41
4.3 CONSUMO DOMÉSTICO ................................................................................................................................................ 42
4.4 DISPONIBILIDADE DE ÁGUA ........................................................................................................................................ 42
4.5 SUPRIMENTO DE ÁGUA .................................................................................................................................................. 42
4.6 ÁGUA E SAÚDE .................................................................................................................................................................. 43
4.6.1 AUMENTO DA POPULAÇÃO ...................................................................................................................................... 43
4.7 DEMANDA FUTURA DE ÁGUA ..................................................................................................................................... 43
4.8 REFORMA ALTERNATIVA DE USO DA ÁGUA ............................................................................................................ 44
4.9 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 44
UNIDADE 5 – POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES .................................................................... 44
5.1 PRODUTOS QUÍMICOS .................................................................................................................................................... 44
5.2 POLUENTES PERSISTENTES ........................................................................................................................................... 45
5.3 CARACTERÍSTICAS DOS POPS ....................................................................................................................................... 45
5.4 DESTILAÇÃO GLOBAL ..................................................................................................................................................... 45
5.5 CORRENTE INVERSA ......................................................................................................................................................... 46
5.6 TRANSPORTE DOS POPS ................................................................................................................................................. 46
5.6.1 CONVENÇÃO SOBRE POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES ................................................................... 47
5.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 47
UNIDADE 6 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 47
MÓDULO 4 – MEIO AMBIENTE E COMÉRCIO EXTERIOR ......................................................... 49APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 49
UNIDADE 1 – COMÉRCIO EXTERIOR ................................................................................................... 49
1.1 COMÉRCIO ........................................................................................................................................................................... 49
1.2 TEORIAS ................................................................................................................................................................................ 49
1.3 REGRAS DE COMÉRCIO EXTERIOR .............................................................................................................................. 50
1.3.1 PROTECIONISMO ........................................................................................................................................................... 50
1.3.2 LIVRE COMÉRCIO ........................................................................................................................................................... 50
1.3.3 COMÉRCIO REGULADO ............................................................................................................................................... 51
1.4 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 51
UNIDADE 2 – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO .................................................................. 51
2.1 HISTÓRICO ........................................................................................................................................................................... 51
2.2 OBJETIVOS DA OMC ........................................................................................................................................................ 51
SUMÁRIO Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
2.3 QUADRO REGULATÓRIO ................................................................................................................................................. 52
2.4 PRINCÍPIOS CENTRAIS ..................................................................................................................................................... 52
2.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 53
UNIDADE 3 – INSTRUMENTOS DE BARREIRA COMERCIAL ................................................................ 53
3.1 BARREIRAS COMERCIAIS ................................................................................................................................................ 53
3.2 TBT ......................................................................................................................................................................................... 53
3.3 PRINCÍPIOS DO TBT .......................................................................................................................................................... 53
3.4 SUBSÍDIOS AGRÍCOLAS .................................................................................................................................................. 54
3.5 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 54
UNIDADE 4 – NORMAS INTERNACIONAIS DE GESTÃO AMBIENTAL ................................................. 54
4.1 ISO .......................................................................................................................................................................................... 54
4.2 NORMAS DA ISO ............................................................................................................................................................... 55
4.3 OBJETIVOS DA ISO ........................................................................................................................................................... 55
4.4 APROVAÇÃO DE NORMAS INTERNACIONAIS ......................................................................................................... 55
4.5 NORMAS INTERNACIONAIS ISO 14000 ..................................................................................................................... 56
4.6 COMITÊ BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL ...................................................................................................... 56
4.7 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 56
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS .................................................................................................. 56
MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO ................................................................................................ 57APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 57
5
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável A B E R T U R A
ABERTURA
APRESENTAÇÃO
As relações do homem com o meio ambiente vêm gerando uma série de consequências, dentre as
quais os desastres ambientais são as mais graves. Nesse sentido, tem sido cada vez mais necessária a
conscientização em relação aos cuidados com a biosfera, buscando um caminho para o
desenvolvimento sustentável.
Para que se possa atingir o desenvolvimento sustentável, três grandes desafios precisam ser
superados – garantir a disponibilidade de recursos naturais, respeitar os limites da biosfera e
reduzir a pobreza em nível mundial.
Dentre os problemas ambientais em nível global, cinco serão aqui abordados – chuva ácida, destruição
da camada de ozônio, mudanças climáticas, crise da água e poluentes orgânicos persistentes.
A questão comercial se inclui entre as preocupações com o meio ambiente aqui abordadas porque
as regras do comércio exterior caminham na direção do desenvolvimento sustentável, sobretudo no
que tange à preocupação da OMC com o cumprimento dessas normas, às barreiras comerciais e à
importância das normas internacionais de gestão ambiental.
Dessa forma, o Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável traça um vasto panorama da
questão ambiental em nossos dias, abordando não apenas seus aspectos físicos como também os
aspectos sociais e políticos.
OBJETIVO E CONTEÚDO
O Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável visa abordar uma série de questões a
respeito das relações do homem com o meio ambiente bem como suscitar reflexões acerca das
consequências que essas relações vêm desencadeando.
Dessa forma, o Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável está dividido em cinco
módulos, com os seguintes conteúdos...
Módulo 1 – História da questão ambiental
Neste módulo, serão discutidas as relações do homem com o meio ambiente, desde
suas necessidades básicas até os limites a que essas relações chegaram, como os
desastres ambientais. Abordaremos também a conscientização que se vem observando
com relação aos cuidados com a biosfera, buscando um caminho para o
desenvolvimento sustentável.
6
A B E R T U R A Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
Módulo 2 – Questões do desenvolvimento sustentável
Neste módulo, partiremos da ideia de que, quando se trata de desenvolvimento
sustentável, a grande questão que se coloca é o que se deve fazer para atingi-lo. Nesse
sentido, deparamo-nos com três grandes desafios a serem superados – garantir a
disponibilidade de recursos naturais, respeitar os limites da biosfera e reduzir a pobreza
em nível mundial. Discutiremos, dessa forma, esses três grandes desafios e
conheceremos as ações que vêm sendo empreendidas para o sucesso dessas metas.
Módulo 3 – Problemas ambientais em escala global
Neste módulo, serão conhecidos e discutidos cinco importantes problemas ambientais
globais – chuva ácida, destruição da camada de ozônio, mudanças climáticas, crise da
água e poluentes orgânicos persistentes. Para abordar essas questões, serão estudadas
suas causas, consequências e as possíveis soluções para controlá-las.
Módulo 4 – Meio ambiente e comércio exterior
O foco inicial deste módulo recai sobre as teorias desenvolvidas para explicar o aumento
do comércio internacional, levando em conta, principalmente, as relações entre
demanda e produção. Sabendo-se que tudo o que se refere ao comércio exterior
obedece a regras estabelecidas por cada país, estudaremos, em seguida, as regras de
comércio exterior, a preocupação da OMC com o cumprimento dessas regras, as barreiras
comerciais e a importância das normas internacionais de gestão ambiental.
Módulo 5 – Encerramento
Neste módulo – além da avaliação deste trabalho –, você encontrará algumas divertidas
opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos
anteriores – caça-palavras, jogo da memória, jogo da caça e jogo do labirinto. Entre
neles e bom trabalho!
BIBLIOGRAFIA
CECHIN, A. A natureza como limite da economia. São Paulo: Editora Senac, 2010.
Neste livro, o autor discorre sobre a contribuição do economista romeno e professor
da Universidade de Harvard Nicholas Georgescu-Roegen, que defendia ser a natureza
a única limitante do processo econômico.
7
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável A B E R T U R A
DIAMOND, J. Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. São Paulo: Record,
2005.
Nesta obra, Jarred Diamond mostra que o planeta convive hoje com graves problemas
ambientais, e que o agravamento de qualquer um deles potencializará os demais,
como destruição de habitats naturais, perda da biodiversidade, redução das fontes de
alimento selvagem, como peixes, que fornecem 40% da proteína consumida no mundo,
dependência de combustíveis fósseis e acúmulo dos gases do efeito estufa, além de
escassez de água.
LEMOS, H., Responsabilidade socioambiental. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.
Neste livro, o autor analisa os grandes desafios para atingirmos o desenvolvimento
sustentável, mencionando os principais problemas ambientais e os acordos multilaterais
para minimizar seus impactos. Trata também da responsabilidade socioambiental das
empresas, considerando as expectativas das diferentes partes interessadas, e apresenta
normas nacionais e internacionais relativas ao tema. Além disso, aborda a avaliação dos
projetos sociais.
MEADOWS, D. H.; MEADOWS, D. L.; RANDERS, J. Beyond the limits. Vermont: Chelsea Green Publishing
Co., 1992.
Nesta obra, os autores retomam o modelo matemático utilizado no primeiro relatório
do Clube de Roma – publicado em 1971 –, tratando de desafios como a escassez de
recursos naturais e a poluição da biosfera.
MEADOWS, D. H.; MEADOWS, D. L.; RANDERS, J. Limites do crescimento: a atualização de 30 anos.
Rio de Janeiro: Qualitymark, 2008.
A obra aborda questões como a efetividade das políticas atuais, a construção e
sustentação de um futuro sustentável, e a criação de uma economia humana eficaz.
VALLE, C. E. Qualidade ambiental ISO 14000. 12. ed. rev. e amp.. São Paulo: Editora Senac, 2012.
Neste livro, são tratadas questões relacionadas à Gestão Ambiental nas empresas,
incluindo os conceitos de desenvolvimento sustentável e educação ambiental, os
riscos ambientais, o licenciamento ambiental e a elaboração dos estudos de impacto
ambiental, as tecnologias mais limpas e a série de normas ISO 14000.
8
A B E R T U R A Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
PROFESSOR-AUTOR
Haroldo Mattos de Lemos é engenheiro mecânico pela Escola
Politécnica da PUC-Rio, (1964) e M.Sc. em Engenharia Sanitária pelo
Instituto Internacional de Hidráulica e Engenharia Ambiental da
Universidade Tecnológica de Delft, Holanda (1973). É presidente do
Instituto Brasil PNUMA desde março de 1991, professor de Engenharia
Ambiental da Escola Politécnica da UFRJ desde 1978 e coordenador do
Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental da Escola de
Engenharia dessa mesma universidade. Também é vice-presidente do
Comitê Técnico 207 da Organização Internacional de Normalização (ISO/TC 207), presidente do
Conselho Técnico da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, superintendente do Comitê
Brasileiro de Gestão Ambiental (CB38) da ABNT e vice-presidente do Conselho Empresarial de
Meio Ambiente e Sustentabilidade da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Foi Secretário de
Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente de 1994 a 1999, Secretário de Estado de
Desenvolvimento Urbano e Regional do Rio de Janeiro de 1987 a 1991, vice diretor do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) de 1982 a 1987, diretor geral do Instituto
Nacional de Tecnologia (INT) de 1980 a 1982 e presidente da Fundação Estadual de Engenharia
do Meio Ambiente (Feema) de 1975 a 1979.
9
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 1
MÓDULO 1 – HISTÓRIA DA QUESTÃO AMBIENTAL
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, serão discutidas as relações do homem com o meio ambiente, desde suas
necessidades básicas até os limites a que essas relações chegaram, como os desastres ambientais.
Abordaremos também a conscientização que vem se observando em relação aos cuidados com
a biosfera, buscando um caminho para o desenvolvimento sustentável.
UNIDADE 1 – HOMEM E MEIO AMBIENTE
1.1 HOMEM E BIOSFERA
Em sua evolução, o homem tornou-se a forma dominante de vida na Terra, controlando outras
espécies e desenvolvendo uma tecnologia que lhe permite alterar o ambiente em que vive.
Em virtude do desenvolvimento obtido, o ser humano, antes apenas um entre os vários organismos
integrantes da biosfera, assumiu o papel de interventor na natureza, explorando, exaustivamente,
os recursos naturais e deteriorando a qualidade do meio ambiente.
O processo realizou-se de maneira predatória, desordenada, sem uma preocupação
permanente com a escassez dos recursos naturais. Daí a deterioração da qualidade do
meio ambiente e, portanto, da qualidade de nossa vida na biosfera.
1.2 BIOSFERA, TECNOSFERA E SOCIOSFERA
O homem vive hoje em uma complexa teia de relações e interações em meio a três sistemas –
a biosfera, a tecnosfera e a sociosfera. Os dois primeiros compreendem as estruturas material e
energética; o terceiro, a estrutura institucional.
A humanidade vive e interage no interior desses três sistemas e os
problemas ambientais aparecem quando as interfaces entre eles não funcionam
de forma adequada.
10
M Ó D U L O 1 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
As comunidades organizam suas vidas sociais e suas relações com a biosfera e a tecnosfera por
meio de um complexo conjunto de instituições sociopolítico-culturais – a sociosfera.
1.3 MEIO AMBIENTE E TECNOLOGIA
Até bem poucos anos atrás, os êxitos técnico-científicos levavam a crer que o ambiente artificial,
criado pelo homem, permitiria abrir mão do ambiente natural. Esse, por sua vez, submeter-se-ia às
manipulações humanas.
Os filmes de ficção científica dos anos 50 confirmam essa crença.
Toda a ação acontecia em cavernas, túneis cavados em rochas, salões com modernos equipamentos,
foguetes, e, raramente, via-se uma área natural, com árvores e animais.
O avanço tecnológico é, no entanto, quase sempre unidimensional e compartimentado...
...procura resolver problemas específicos sem cogitar os efeitos secundários ou
colaterais que as soluções adotadas podem acarretar à natureza.
1.4 HOMEM E BIOSFERA
Apesar de parte da humanidade viver na tecnosfera, ela não deixou de pertencer e depender da
biosfera, que funciona como um sistema cuja evolução é aperfeiçoada por milhões e milhões de
anos.
Nesse sistema, há um relativo equilíbrio dinâmico entre os seres vivos, entre esses e os
componentes físicos e químicos do meio...
...todos se interrelacionando e interagindo em um traçado cujas ligações ainda não são
totalmente conhecidas.
Sabemos, contudo, que os elos dessa emaranhada teia têm importância vital para o funcionamento
relativamente harmonioso do conjunto e que, se forem destruídos ou seriamente afetados, todo
o sistema poderá desintegrar-se.
1.4.1 CRESCIMENTO POPULACIONAL E DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Quando do surgimento da espécie humana, o homem utilizava a energia vinda do sol, a mesma
capturada pelas plantas por meio da fotossíntese.
O uso exclusivo dssa energia, no entanto, limitava o poder do homem de utilizar os
demais recursos naturais disponíveis.
Às vezes, esses efeitos acabam por voltar-se contra o próprio homem.
11
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 1
Em 1712, Thomas Newcomen desenvolveu, na Inglaterra, a primeira máquina a vapor – gerado
pela queima de carvão mineral –, que era utilizada para bombear água para fora das minas de
carvão.
Em 1768, James Watt aperfeiçoou a máquina a vapor, que passou a ser usada em indústrias como
a de tecelagem – foi o início da Revolução Industrial.
Os combustíveis fósseis começaram a ser utilizados em larga escala – primeiro o carvão mineral
e depois o petróleo e seus derivados, com a perfuração do primeiro poço em 1826.
A partir daí, a humanidade aumentou muito sua capacidade de usufruir dos recursos naturais.
Máquinas e transportes movidos por combustíveis fósseis, substituindo a força humana e animal,
possibilitaram um enorme crescimento econômico e uma explosão populacional.
Entre 1712 e 2012 – um intervalo de 250 anos –, a população mundial cresceu quase 10 vezes –
de, aproximadamente, 800 mil para mais de 7 bilhões –, e a economia global aumentou mais de
100 vezes.
Entre as consequências desse extraordinário crescimento das atividades humanas e da
concentração da população nas cidades estão o aumento da poluição e a degradação ambiental.
1.5 DESASTRES AMBIENTAIS E POLUIÇÃO
A partir do início da Revolução Industrial, vários desastres causados pela poluição aconteceram
nos países industrializados.
Alguns episódios significativos acarretados pela poluição industrial são...
1930...
Local...
Vale do Meuse, Bélgica.
Causa da poluição do ar...
Emissão de dióxido de enxofre e fumaça das fábricas de aço e zinco, e uma inversão
térmica.
Consequências...
Morte de 60 pessoas e danos à saúde de outras 6.000.
1948...
Local...
Donora, Pensilvânia.
12
M Ó D U L O 1 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
Causa da poluição do ar...
Indústrias siderúrgicas de zinco.
Consequências...
45% da população atingida, com 15 mortes e danos a 5.900 pessoas.
1950...
Local...
Poza Rica, México.
Causa da poluição do ar...
Liberação de H2S – gás sulfídrico – decorrente de um acidente em uma indústria de
recuperação de enxofre.
Consequências...
22 pessoas morreram, e outras 320 tiveram a saúde afetada.
1952...
Local...
Londres.
Causa da poluição do ar...
Queima de carvão para aquecimento das casas no inverno, indústrias geradoras de
energia e veículos movidos a derivados do petróleo.
Consequências...
4.000 pessoas morreram, e 22.000 foram afetadas.
1.6 LEI DO AR PURO
Em 1956, outra inversão térmica provocou a morte de mais 1.000 pessoas, e levou à aprovação da
Lei do Ar Puro.
Segundo essa lei, o aquecimento das casas com o carvão ficou proibido, e as indústrias
foram obrigadas a adotar medidas de controle da poluição do ar.
13
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 1
O gráfico a seguir apresenta a quantidade de mortes por dia e os níveis de poluição durante a
inversão térmica em Londres, em dezembro de 1952.
1.7 DESASTRES AMBIENTAIS
Desde o início da Revolução Industrial e até pouco tempo atrás, o meio ambiente era considerado
como um bem livre ou quase livre, que qualquer pessoa tinha o direito de usar conforme sua
vontade.
Se consideramos os altos custos que a poluição acarreta para a sociedade, como os
danos à saúde das populações, vemos que o meio ambiente não pode ser considerado
um bem livre.
1.8 CUSTOS AMBIENTAIS
As inovações tecnológicas sempre perseguiram a otimização dos processos de produção, não
levando em consideração, na maioria das vezes, os efeitos nocivos sobre o ambiente.
Os custos ambientais das atividades econômicas aparecem quando a capacidade de
assimilação do meio ambiente é ultrapassada.
No início, esses custos foram externalizados, isto é, transferidos para vários segmentos da sociedade
sob a forma de prejuízos por danos à saúde humana e danos materiais.
14
M Ó D U L O 1 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
Esses custos são relativos a...
...corrosão de estruturas de ferro e de obras de arte, e danos aos ecossistemas, como a
redução ou a eliminação da pesca em um rio, provocando prejuízos econômicos a
quem não tinha responsabilidade pela poluição do rio.
1.9 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – CONSCIENTIZAÇÃO
2.1 MANIFESTAÇÕES
As intervenções do homem no meio ambiente vêm provocando algumas manifestações de
conscientização sobre os problemas ambientais.
Contudo, essas manifestações de preocupação com as condições ambientais de nosso
planeta são bem antigas.
Podemos comprovar esse tipo de preocupação com exemplos significativos...
...a carta que o cacique Seathl – Seattle –, da tribo Dwamish, do Estado de Washington,
escreveu ao Presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce, em 1855, após o governo
americano haver dado a entender que desejava adquirir o território da tribo.
...no século XIX, o replantio da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, por motivos
ambientais, ordenado pelo Imperador Pedro II e executado pelo Major Archer a partir
de 1862.
2.2 CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
Em 1908, em uma conferência sobre conservação dos recursos naturais nos Estados Unidos,
Theodore Roosevelt – então Presidente daquele país – afirmava...
Enriquecemos pela utilização pródiga de nossos recursos naturais e podemos, com razão, orgulhar-
nos de nosso progresso.
Chegou, contudo, o momento de refletirmos sobre o que acontecerá quando nossas
florestas tiverem desaparecido, quando o carvão, o ferro e o petróleo se esgotarem, e
quando o solo estiver mais empobrecido ainda, levado para os rios, poluindo suas águas,
desnudando os campos e dificultando a navegação.
15
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 1
2.3 QUESTÕES PERMANENTES
Apesar de declarações como a de Theodore Roosevelt e da queda da qualidade de vida nas
grandes cidades...
...a organização de uma consciência social e política em torno dos problemas ambientais
só começou a manifestar-se de forma vigorosa a partir da segunda metade dos anos
60.
Isso se deu, particularmente, nos países desenvolvidos, os primeiros a sofrerem severos problemas
de poluição industrial.
2.4 INÍCIO DA CONSCIENTIZAÇÃO
Em 1962, a publicação do livro Primavera silenciosa, da escritora americana Rachel Carson, mudou
nossa percepção do funcionamento da biosfera.
Esse livro denunciava o desaparecimento dos pássaros nos campos dos Estados Unidos,
provocado pela utilização do pesticida DDT na agricultura.
Pela primeira vez, uma publicação foi capaz de explicar para milhões de pessoas as formas pelas
quais a sociedade moderna estava atacando os sistemas de apoio à vida em nosso planeta.
Foi o início da conscientização social e política sobre as questões ambientais – embora restrita
quase exclusivamente aos países desenvolvidos – que incentivou os cidadãos a exigirem
informações sobre o estado do meio ambiente.
As organizações não-governamentais – ONGs – ambientalistas começaram a surgir
nessa época, nesses países, e preocupavam-se, basicamente, com a conservação da
natureza, com a utilização dos pesticidas na agricultura e com a poluição industrial.
2.5 INICIATIVAS
Dois fatos exigiram uma ação governamental para tentar controlar o problema...
o agravamento dos índices de poluição nos países desenvolvidos, provocado pelo
grande crescimento da produção industrial após a Segunda Guerra Mundial;
o surgimento de uma maior conscientização sobre as questões ambientais.
Apesar de alertas tão sábios quanto o de Roosevelt, estamos discutindo hoje,
mais de cem anos depois, praticamente as mesmas questões, desmatamentos,
erosão dos solos, esgotamento de recursos naturais, poluição das águas.
Os efeitos do livro foram imediatos. A utilização do DDT foi proibida nos
Estados Unidos e, logo a seguir, na maioria dos países do mundo.
16
M Ó D U L O 1 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
A ação resultou em padrões mais rigorosos de qualidade ambiental e de emissão de poluentes
industriais, iniciando a internalização dos custos ambientais assumidos em grau cada vez maior
pelas atividades econômicas responsáveis.
2.6 NOVAS TECNOLOGIAS
As pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias que visavam à redução da poluição industrial
foram inicialmente direcionados para a produção de caros e sofisticados equipamentos antipoluição
que seriam acoplados aos processos produtivos existentes.
Dessa forma, foram atacados, principalmente, os efeitos da poluição, e não suas causas.
A partir dos anos 80, as pesquisas foram também dirigidas para a modificação dos processos de
produção...
...com o desenvolvimento de tecnologias industriais mais limpas que reduziam,
substancialmente, a emissão de resíduos para o ambiente e diminuíam os custos de
controle da poluição.
Na realidade, a poluição passou a ser encarada como uma forma de desperdício e um sintoma de
ineficiência da produção industrial.
2.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
3.1 CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Em 1981, a União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN – e o Fundo Mundial para
a Vida Selvagem – WWF –, com o apoio do PNUMA, lançaram a Estratégia Mundial para a
Conservação – World Conservation Strategy.
Essa proposta, visando harmonizar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação do
meio ambiente, dá ênfase à...
necessidade de preservação dos ecossistemas naturais e, portanto, da diversidade
biológica.
utilização racional dos recursos naturais.
O conceito de desenvolvimento sustentável foi sendo esculpido desde o
Painel de Founex, em 1971, com a noção de ecodesenvolvimento.
17
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 1
A Estratégia Mundial para a Conservação lançou o conceito de desenvolvimento sustentado.
O conceito de desenvolvimento sustentado seguia, basicamente, as mesmas linhas do
ecodesenvolvimento, lançado na Conferência de Founex, em 1971, mas com mais
ênfase na preservação da biodiversidade.
3.2 REFINANDO O CONCEITO
A Comissão Brundtland, no seu Relatório Nosso Futuro Comum, em 1987, define desenvolvimento
sustentável como...
...aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as
gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades.
Segundo a Comissão Brundtland, o conceito de desenvolvimento sustentável apresentava
deficiências porque...
não envolvia limites absolutos, mas sim limitações impostas pelo estágio atual da
tecnologia e da organização social sobre os recursos ambientais, e limitações
impostas pela capacidade de a biosfera absorver os efeitos das atividades humanas;
seu relatório não oferecia um plano detalhado de ação, apenas sinalizava um
caminho para que os povos do mundo pudessem ampliar suas formas de
cooperação em busca do desenvolvimento sustentável.
O conceito é puro bom senso, mas é extremamente complexo e controvertido quando é aplicado
em nosso dia a dia.
Para alcançarmos o desenvolvimento sustentável, são necessárias mudanças fundamentais em
nossa forma de pensar e na maneira como vivemos, produzimos, consumimos...
Além da dimensão ambiental, tecnológica e econômica, o desenvolvimento sustentável
possui uma dimensão cultural e política.
Ademais, exige a participação democrática de todos na tomada de decisões para as
mudanças que são necessárias.
3.3 PONTOS DE CONTROVÉRSIA
Vários pontos de controvérsia com relação ao conceito de desenvolvimento sustentável foram
levantados...
Até que ponto é justo ou ético utilizar agora recursos que podem comprometer o bem-
estar das futuras gerações?
Qual é a capacidade real da biosfera para suportar o impacto e assimilar os resíduos das
atividades humanas?
18
M Ó D U L O 1 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
As mudanças tecnológicas – biotecnologia, tecnologias industriais mais limpas –
poderiam garantir a sustentabilidade da biosfera ou seriam necessárias mudanças mais
fundamentais, como padrões de vida mais baixos nos países industrializados?
O que precisaria ser realmente preservado?
3.4 CAPITAL SOCIAL
Alguns economistas definiam como capital social o conjunto formado pelo meio ambiente, pelo
capital físico, pela organização social e pela tecnologia.
Argumentavam que o capital social deveria ser preservado e, se possível, aumentado.
Portanto, uma melhor organização social no futuro poderia contrabalançar uma maior degradação
ambiental.
Os ambientalistas, obviamente, não concordavam com essa proposta.
3.5 INICIATIVAS MUNDIAIS
Algumas personalidades dos países industrializados chegaram a declarar que o problema mais
importante a ser resolvido para que pudéssemos alcançar o desenvolvimento sustentável seria...
...o irresponsável crescimento populacional nos países em desenvolvimento.
Essas mesmas pessoas esqueciam, entretanto, a enorme diferença de consumo – impacto sobre
a biosfera – entre os habitantes dos países industrializados e os dos países em desenvolvimento.
Na realidade, para alcançarmos o desenvolvimento sustentável, o indicador mais importante que
temos de levar em conta, procurando sempre minimizar o resultado, é o produto...
Esse produto representa o fluxo total de recursos da biosfera para o subsistema
econômico, que ela retorna sob a forma de resíduos.
3.6 RIO 92
Em 1988, 20 anos após a apresentação da proposta da Suécia de realização da Conferência sobre
Meio Ambiente Humano, a 43º Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Resolução
43/196, que propunha realizar, até 1992, uma nova conferência sobre temas ambientais.
A convocação foi marcada para junho de 1992, com o objetivo de discutir as conclusões
e as propostas do Relatório Brundtland – particularmente, o conceito do
desenvolvimento sustentável – e comemorar os 20 anos da Conferência de Estocolmo.
população versus consumo de recursos per capita
19
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 1
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD – foi realizada
entre 3 e 14 de junho de 1992, e contou com dois eventos principais...
a Conferência das Nações Unidas – governamental –, com a presença de 178 países
e a participação de 112 Chefes de Estado – 12 a 14 de junho –, resultando na maior
conferência desse tipo jamais realizada;
o Fórum Global, uma conferência paralela dos setores independentes – ONGs
ambientalistas e ligadas a outros setores do desenvolvimento, às indústrias, aos
povos tradicionais, às mulheres...
3.6.1 RESULTADOS DA RIO 92
Ao todo, os eventos da conferência do Rio de Janeiro contaram com mais de 30 mil pessoas. Esse
acontecimento foi considerado um marco na história da humanidade por sua contribuição para a
mudança do estilo de desenvolvimento de nossas gerações futuras.
O então Ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, definiu a Rio 92 como...
Um momento histórico sem precedentes, que mostrou ser possível um relacionamento
Norte-Sul na base da cooperação e não do confronto, como acontecia quando tudo
dependia do jogo Leste-Oeste.
Os principais resultados da conferência do Rio de Janeiro foram...
aprovação da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento;
aprovação da Declaração sobre Floresta;
aprovação da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica;
aprovação da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas;
apresentação da Agenda 21;
proposta da criação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas;
compromisso com os países africanos para uma futura Convenção das Nações Unidas
sobre Desertificação – aprovada em 1995.
3.7 RIO + 10
No dia 20 de dezembro de 2000, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Resolução 55/
199 sobre a revisão dos 10 anos do progresso alcançado na implantação dos resultados da
conferência do Rio de Janeiro.
Nessa resolução, as Nações Unidas resolveram organizar a revisão dos 10 anos,
completados em 2002, para revigorar o compromisso global com o desenvolvimento
sustentável.
O Brasil foi escolhido para sediar essa conferência e decidiu realizá-la na
cidade do Rio de Janeiro.
20
M Ó D U L O 1 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
Também foi decidido, nessa resolução, que a décima reunião da Comissão para o Desenvolvimento
Sustentável seria usada como um comitê preparatório aberto para a Cúpula das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada em 2002.
3.8 CÚPULA MUNDIAL
O Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, declarou, na solenidade de encerramento, que,
se tivesse de agradecer a algum país, agradeceria...
...ao país anfitrião, por sediar a conferência e ao Brasil, por ser o país que mais havia
avançado na questão ambiental nos últimos 10 anos.
3.9 RIO + 20
Em 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável foi novamente
realizada na cidade do Rio de Janeiro – a Rio + 20 –, com o tema Economia verde, desenvolvimento
sustentável e erradicação da pobreza.
Os eventos oficiais foram realizados no Riocentro, coordenados pelo Secretariado da
Conferência, entre 13 e 22 de junho.
A declaração final dos governos foi considerada decepcionante, pela falta de definição de metas
para o desenvolvimento sustentável e de medidas para reduzir os impactos da poluição nos
ecossistemas marinhos.
Foi decidido que a Assembleia Geral da ONU vai criar um grupo de trabalho com
representantes de 30 países, com distribuição geográfica equilibrada, para apreentar à
Assembleia Geral, em 2013, uma proposta de Objetivos para o Desenvolvimento
Sustentável – ODSs.
No entanto, vários eventos não oficiais foram realizados, em junho, fora do Riocentro, por ONGS
e outras instituições.
Essas reuniões foram muito produtivas, com muitos devates e palestras com
especialistas do mundo inteiro. De certa forma, compensaram a decepção com os
resultados da parte governamental da Rio + 20.
3.10 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
A Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável – World Summit for
Sustainable Development – foi realizada pelas Nações Unidas entre 26 de agosto e
04 de setembro de 2002, em Johannesburgo, África do Sul.
21
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 1
UNIDADE 4 – CENÁRIOS CULTURAIS
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
23
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 2
MÓDULO 2 – QUESTÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, estudaremos os três grandes desafios a serem superados pelas empresas para
atingir o desenvolvimento sustentável – garantir a disponibilidade de recursos naturais, respeitar
os limites da biosfera e reduzir a pobreza em nível mundial.
Como a preocupação com o meio ambiente se tornou imprescindível, abordaremos as ações que
vêm sendo empreendidas para o sucesso das metas estabelecidas – alcançar o desenvolvimento
sustentável.
UNIDADE 1 – DESAFIOS
1.1 DEFINIÇÕES
Apesar de seu extremo bom senso, o conceito de desenvolvimento sustentável é muito vago e
não nos indica os caminhos a seguir para atingi-lo. Com isso, diferentes setores da sociedade o
interpretam de acordo com seus próprios interesses, suas percepções e suas necessidades.
Por esse motivo, encontramos vários conceitos para desenvolvimento sustentável –
baseados na definição da Comissão Brundtland –, que procuram especificar um pouco
melhor seus contornos e desafios.
Em 1995, o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável apresentou sua
definição...
O desenvolvimento sustentável será alcançado pela oferta de produtos e serviços a preços
competitivos que satisfaçam às necessidades humanas, melhorem a qualidade de vida,
e, ao mesmo tempo, reduzam, progressivamente, os impactos ambientais e a intensidade
do uso de recursos, por meio do ciclo de vida, para um nível compatível com a capacidade
de suporte da Terra.
1.2 CAPACIDADE DE SUPORTE DA BIOSFERA
A biosfera recebe, de fora de nosso sistema, a energia solar, que é indispensável para a vida no
planeta.
A definição da Comissão Brundtland demonstra que o setor empresarial já
estava, naquela época, preocupado com a capacidade de suporte da Terra.
24
M Ó D U L O 2 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
Essa energia é absorvida pelas plantas, na terra, e pelas algas, no mar, sendo transformada,
pela fotossíntese, em energia química contida na estrutura vegetal formada –
carboidratos, proteínas e gorduras.
1.3 RECURSOS RENOVÁVEIS E NÃO RENOVÁVEIS
Exemplos de recursos renováveis são alimentos – como trigo e arroz –, combustíveis –, como
madeira e álcool da biomassa –, e materiais para vestimentas –, como algodão.
Na biosfera, temos recursos não renováveis, como materiais – minério de ferro e
outros – e combustíveis fósseis – petróleo, carvão e gás natural.
1.4 SUBSISTEMA ECONÔMICO
Juntamente com os recursos renováveis da biomassa, os recursos não renováveis são levados a
nosso subsistema econômico.
A energia química contida na estrutura vegetal formada é um recurso
renovável.
25
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 2
É nesse subsistema que os recursos são transformados em bens e serviços de que
precisamos para nossa vida diária – alimentos, transportes, etc.
1.5 CAPACIDADE DE SUPORTE DA TERRA
Os resíduos e a poluição, parcialmente tratados ou não, são jogados na biosfera para que sejam
absorvidos pela decomposição da matéria orgânica, transformando os resíduos nas substâncias
básicas que tinham formado aquela matéria.
A produção de bens e serviços também libera energia degradada em forma de calor e, finalmente,
perdemos calor para o exterior, principalmente durante a noite.
A disponibilidade de recursos – renováveis ou não – para transformarmos em bens e
serviços, e a capacidade da biosfera para assimilar resíduos e poluição formam o que
chamamos de capacidade de suporte da Terra.
1.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – TRÊS GRANDES DESAFIOS
2.1 DESAFIOS
Ao concordarmos com o conceito de desenvolvimento sustentável, surge uma questão...
O que devemos fazer, na prática, para atingi-lo?
Existem três grandes desafios que precisam ser superados...
garantir a disponibilidade de recursos naturais;
respeitar os limites da biosfera para absorver resíduos e poluição;
reduzir a pobreza em nível mundial.
2.2 PRIMEIRO DESAFIO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O primeiro desafio é garantir a disponibilidade de recursos naturais que transformamos em bens
e serviços necessários a nossa vida cotidiana.
Ao produzir bens e serviços, geramos resíduos e poluição.
Os dois primeiros desafios, de natureza físico-ambiental, caracterizam a
capacidade de tolerância da biosfera. O terceiro é o desafio social.
26
M Ó D U L O 2 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
O alerta sobre a possibilidade do esgotamento de recursos naturais estratégicos – que aconteceria
por volta de 2050...
...foi apresentado pelo primeiro relatório do Clube de Roma, Limites do Crescimento,
publicado em 1971, e confirmado pelo relatório Além dos Limites, publicado em 1992.
2.2.1 RECURSOS NATURAIS
É fácil entender que usamos os recursos renováveis – de acordo com o conceito do
desenvolvimento sustentável – quando respeitamos a velocidade de renovação desses recursos.
Esta velocidade de renovação pode ser estimulada artificialmente, por exemplo, quando
plantamos árvores ao invés de esperar a regeneração natural de uma área desmatada.
Quanto aos recursos não renováveis, não podemos, simplesmente, deixar de utilizá-los pelo fato
de que não serão renovados.
2.3 LIMITES DA BIOSFERA
Respeitar os limites da biosfera para assimilar resíduos e poluição significa não jogar sobre ela
resíduos e poluição decorrentes da produção e do uso de bens e serviços em quantidade e
velocidade superiores a sua capacidade de autodepuração.
Essa capacidade de autodepuração depende da biodegradabilidade, da quantidade do
resíduo lançado e das condições locais.
Um exemplo de boa capacidade de autodepuração é o esgoto doméstico de toda a Zona Sul e
parte do Centro da cidade do Rio de Janeiro.
Esse esgoto é jogado, sem tratamento, a cinco quilômetros da Praia de Ipanema, há
mais de 30 anos.
A diluição no local e a quantidade de oxigênio dissolvido na água do mar são muito grandes, o que
favorece a autodepuração e o desaparecimento do esgoto.
Se o local escolhido para lançar o esgoto não fosse adequado, ninguém conseguiria
mais chegar perto de Ipanema.
Com relação à disponibiliade de recursos naturais, precisamos fazer a
distinção entre os recursos naturais renováveis e os não renováreis.
Os recursos não renováveis deveriam ser usados de forma a permitir que
tecnologias alternativas fossem desenvolvidas em tempo para substituí-los
quando começassem a ficar escassos.
27
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 2
2.4 TERCEIRO DESAFIO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O terceiro relatório do Clube de Roma, Para uma Nova Ordem Internacional, divulgado em 1976,
concluiu que...
...antes de atingirmos os limites físicos de nosso planeta, ocorrerão graves convulsões
sociais provocadas pela grande desigualdade entre os países industrializados e os
países pobres.
Naquela época – 1976 –, a relação entre o PIB médio dos países industrializados e o PIB dos
países pobres era de 13 para 1. Essa diferença continuou crescendo.
Como pouco foi feito até hoje, essa diferença ultrapassou a relação de 20 para 1. As consequências
são evidentes...
migrações clandestinas dos países pobres para os ricos;
aumento da violência;
terrorismo.
2.5 NOVA DEFINIÇÃO
Levando em conta os três desafios básicos e fundamentais para atingirmos o desenvolvimento, a
definição de desenvolvimento sustentável dada pela Comissão Brundtland pode ser ampliada
para...
...aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as
gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades, respeitando a capacidade de
suporte da biosfera e reduzindo a pobreza em nível mundial.
2.6 AÇÕES ESTRATÉGICAS
Qualquer tipo de atividade humana pode ser analisada à luz dos três desafios – garantir a
disponibilidade de recursos naturais, respeitar os limites da biosfera para absorver resíduos e
poluição, e reduzir a pobreza em nível mundial – para verificar se está ou não na direção do
desenvolvimento sustentável.
Algumas ações estratégicas são necessárias para iniciar a transição na direção do desenvolvimento
sustentável...
estabilização da população mundial;
redução da pobreza;
melhoria da educação em todos os níveis;
adoção de novos estilos de vida e de desenvolvimento;
desenvolvimento e difusão de tecnologias mais eficientes;
Para que possamos viver em um mundo que realmente valha a pena,
precisamos reduzir e, se possível, eliminar a pobreza.
28
M Ó D U L O 2 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
conservação da base ambiental;
inclusão das questões ambientais em todos os níveis de tomada de decisão;
adoção de sistemas de contabilidade econômica e ambiental integrados;
redução de investimentos não produtivos.
2.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – EMPRESAS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
3.1 MUDANÇA DA ATITUDE EMPRESARIAL
Uma das transformações mais significativas que pudemos observar nos últimos 30 anos, no
contexto da gestão ambiental, foi a mudança da atitude empresarial em relação ao meio ambiente.
Já existe um consenso de que o desenvolvimento sustentável é a única alternativa
para garantirmos um futuro com razoável qualidade de vida para as futuras gerações.
3.1.1 PRODUÇÃO MAIS LIMPA
A indústria mundial está tentando enfrentar os desafios para o desenvolvimento sustentável
com...
metodologias de produção mais limpa, que economizem energia e matérias-primas,
e gerem menos resíduos e poluição;
sistemas de gestão ambiental;
análise do ciclo de vida dos produtos;
engajamento nas questões sociais por meio da responsabilidade social corporativa.
3.2 ANOS 50 E 60
Em virtude de vários desastres de poluição industrial, a partir do final dos anos 50, os países
industrializados e os em industrialização passaram a adotar padrões de qualidade para o ar e para
as águas, e padrões de emissão para os efluentes industriais líquidos e gasosos.
A Lei do Ar Puro, na Inglaterra, foi aprovada em 1956, seguida de legislações semelhantes
em outros países que enfrentavam problemas parecidos.
Entretanto, não havia praticamente unidades ou setores responsáveis pelas questões
ambientais nas indústrias daquela época.
A poluição era considerada um símbolo do progresso, e muitas indústrias e
quase todas as suas federações usavam a chaminé em seus logos.
29
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 2
3.3 ANOS 60 E 70
No final dos anos 60 e no início dos anos 70, as reclamações da população continuavam a
aumentar, e as Nações Unidas resolveram convocar a Conferência de Estocolmo.
Mesmo antes da realização da conferência, alguns países já tinham entendido a
necessidade de fortalecer a legislação ambiental e criar estruturas institucionais para
lidar com o problema.
Começaram a surgir os sistemas de licenciamento das atividades poluidoras, com o apoio da
metodologia de avaliação de impacto ambiental. A partir de Estocolmo, vários ministérios do
meio ambiente ou estruturas semelhantes foram criados.
No Brasil, foi criada, em 1973, a Secretaria Especial do Meio Ambiente, subordinada ao
Ministério do Interior.
3.4 ANOS 80
A partir do início dos anos 80, as indústrias começaram a entender que fazia mais sentido investir
na modificação de seus processos de produção, dando ênfase à minimização da geração de
resíduos e a sua reutilização ou reciclagem.
Percebendo essa mudança, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA –
criou, em 1982, um Banco de Dados de Tecnologias mais Limpas em seu escritório de Paris.
Na época, esse escritório era denominado Industry and Environment Office.
Em novembro de 1984, em Paris, foi realizada a primeira Conferência Mundial da Indústria sobre
Gestão Ambiental.
A conferência, cujo lema foi Vamos terminar com a era da confrontação e iniciar a era da
cooperação, contou com 514 participantes de 71 países.
Algumas declarações feitas durante a conferência foram importantes para mudar o tom com que
a relação indústria e meio ambiente vinha sendo conduzida.
Louis von Planta, o então presidente do Conselho e diretor executivo da Ciba Geigy, declarou...
A indústria tem, hoje em dia, três grandes responsabilidades – com os seus acionistas, com
os seus empregados e com o meio ambiente.
Joe T. Ling, vice-presidente da 3M, surpreendeu com a afirmação...
Após a implantação do Programa 3P – Pollution Prevention Pays –, estamos
economizando mais de US$ 3 milhões por ano, somente nas nossas fábricas na Grã-
Bretanha.
30
M Ó D U L O 2 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
3.5 ANOS 90
Em 1989, com base nos resultados obtidos por indústrias de vários países, o PNUMA lançou o
Programa de Produção Mais Limpa.
Esse programa possibilita que as empresas, inclusive de médio e pequeno portes, fabriquem o
mesmo produto, utilizando menos energia, menos água, menos matéria-prima e ainda gerando
menos resíduos para tratamento final.
O programa previa também, sempre que possível, a substituição de insumos tóxicos
por outros não tóxicos ou menos tóxicos.
Ao adotarem tecnologias mais limpas ou, simplesmente, um bom sistema de gestão ambiental –
good house keeping –, as indústrias, além de melhorarem seu desempenho ambiental, reduzem
seus custos de produção e tornam-se mais competitivas.
3.6 DIAS ATUAIS
Verificamos, portanto, que uma parte das indústrias está tentando atender aos dois primeiros
desafios para alcançarmos o desenvolvimento sustentável.
Em outras palavras, as indústrias estão produzindo de forma mais eficiente,
economizando energia, água e matérias-primas, gerando menos resíduos para serem
absorvidos pela biosfera.
3.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 4 – RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
4.1 CONCEITUAÇÃO
Em relação à responsabilidade social, as empresas desempenham um papel importante na geração
de emprego e na produção dos bens de que necessitamos para nossa vida cotidiana.
Nos últimos anos, contudo, seu papel social tem sido cada vez mais discutido.
É encorajador constatar que grandes empresas, que planejam em longo
prazo, reconhecem o desenvolvimento sustentável como única alternativa, por
mais que seja difícil alcançá-lo.
31
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 2
Elaborou-se então o conceito de Responsabilidade Social Corporativa – RSC – para substituir as
atividades filantrópicas tradicionais das empresas...
A RSC reflete a necessidade de as empresas devolverem benefícios para as comunidades
onde estão instaladas e de onde recebem trabalhadores e recursos.
4.2 NORMAS SOBRE RSC
Para demonstrar a seus clientes sua responsabilidade social, algumas empresas têm procurado
certificação de terceira parte nessa área.
Duas normas que tratam apenas de aspectos setoriais da responsabilidade social e têm
sido as mais usadas até agora são a SA 8000 e a OHSAS 18001.
A norma ISO 26000 de Responsabilidade Social, aprovada em 2010, não é certificável.
4.3 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
Antes a função principal de uma empresa era produzir lucros para seus
acionistas, respeitando a legislação que os governos locais consideravam
apropriada para proteger sua população.
33
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 3
MÓDULO 3 – PROBLEMAS AMBIENTAIS EM ESCALA GLOBAL
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, falaremos sobre cinco problemas ambientais globais – chuva ácida, destruição da
camada de ozônio, mudanças climáticas, crise da água e poluentes orgânicos persistentes –,
abordando suas causas, consequências e possíveis soluções para controlá-los.
UNIDADE 1 – CHUVA ÁCIDA
1.1 DEFINIÇÃO
Chuva ácida é o nome genérico dado ao processo de precipitação ácida, que pode ocorrer na
forma de...
...chuva ácida.
...neve ácida.
...nevoeiro ácido.
...geada ácida.
...granizo ácido.
...poeira ácida.
A chuva ácida é provocada pelas transformações químicas de gases que foram emitidos para a
atmosfera.
Essa emissão pode-se dar de duas formas...
...por processos naturais, como erupções vulcânicas.
...por processos antropogênicos, como queima de combustíveis fósseis.
1.1.1 ÓXIDOS DE NITROGÊNIO
Os óxidos de nitrogênio presentes na atmosfera são produzidos...
...naturalmente, por decomposição de matéria orgânica vegetal e animal, por bactérias
do solo e por raios durante tempestades (N2 + O
2 = NO
2).
...por queimadas, incluindo o lixo.
...por queima de carvão vegetal, madeira e combustíveis fósseis.
34
M Ó D U L O 3 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
1.2 EFEITOS
A precipitação ácida afeta a saúde dos homens e dos animais, o crescimento das florestas, a
agricultura – acidificando os solos –, os recursos hídricos e seus ecossistemas, as edificações, as
estruturas metálicas, as obras de arte...
A chuva ácida é um problema sério por ser invisível e poder afetar uma região durante
muitos anos sem que seus efeitos sejam percebidos.
Os prejuízos causados pela poluição do ar na França e na Holanda foram estimados, em 1985, pela
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE –, em 1% e 2% de seus
respectivos Produtos Nacionais Brutos.
1.3 REGIÕES MAIS AFETADAS
A Europa Ocidental e a Central – com exceção de Portugal e Espanha –, o leste dos Estados
Unidos, o Canadá e o sudeste da China – sua região mais industrializada – apresentam sérios
problemas de chuvas ácidas.
Os problemas causados pela chuva ácida estão crescendo rapidamente na Ásia, onde
as emissões de SO2, em 2007, triplicaram em relação a 1990.
1.3.1 NÍVEL DE POLUIÇÃO
No Brasil, na região de Cubatão, a Mata Atlântica da Serra do Mar foi tão afetada que começaram
a ocorrer grandes deslizamentos de terra nas encostas.
O nível de poluição em Cubatão já foi reduzido. Foi realizado um esforço de replantio
de espécies nativas.
A região, que inclui o triângulo São Paulo–Rio de Janeiro–Belo Horizonte, sofre efeitos de chuva
ácida, embora poucos dados estejam disponíveis sobre sua intensidade e suas consequências.
1.4 MEDIDAS PARA REDUÇÃO
Entre as formas de redução das emissões de SO2 e NOx, estão as seguintes...
melhorar a eficiência energética da queima de combustíveis fósseis, reduzindo a
quantidade de combustível utilizada para produzir energia e calor;
Quando esses efeitos se tornam visíveis, os danos provocados são grandes e
alguns, possívelmente, irreversíveis.
As regiões mais afetadas pela chuva ácida são as que têm maior grau de
industrialização e de tráfego de veículos.
35
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 3
usar combustíveis com menor teor de enxofre, usar gás natural e fontes renováveis
de energia, como energia hidroelétrica, solar, dos ventos, geotérmica, das marés,
etc.;
reduzir as emissões dos motores de combustão interna, produzindo motores com
câmaras de combustão mais eficientes e instalando conversores catalíticos de três
vias;
melhorar a qualidade e a eficiência dos transportes públicos, reduzindo a velocidade
máxima em rodovias e reduzindo a quantidade de carga transportadora por rodovias,
em favor das ferrovias e hidrovias.
1.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO
2.1 CAMADA DE OZÔNIO
O ozônio – O3 – está presente no ar natural em quantidade relativamente pequena na atmosfera
terrestre – 0,02 ppm –, mas também é produzido, artificialmente, por meio de descargas elétricas
com alta voltagem em algumas estações de tratamento para a desinfecção da água.
Em concentrações mais altas, o ozônio é uma substância tóxica, com alto poder oxidante.
A concentração máxima permitida de O3 em um ambiente de trabalho, para uma
exposição de oito horas por dia, é de 0,1 ppm.
A concentração de ozônio varia com a altitude, desde o nível do mar até cerca de 50 km de altura.
Na estratosfera, de 15 a 50 km, a concentração de ozônio atinge seu valor máximo – menor que
10 ppm – a cerca de 30 km e, por esse motivo, dizemos que, entre 12 e 35 km, existe uma camada
de ozônio.
Essa camada atua como um filtro para a radiação ultravioleta tipo B, entre 280 e 320
nanômetros, emitida pelo Sol, impedindo que a maior parte dessa radiação nociva
atinja a superfície da Terra.
36
M Ó D U L O 3 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
2.1.1 CONCENTRAÇÃO DE OZÔNIO
A concentração de ozônio varia com a altitude, desde o nível do mar até cerca de 50 km de altura.
Na estratosfera, de 15 a 50 km, a concentração de ozônio atinge seu valor máximo –
menor que 10 ppm – a cerca de 30 km.
Por isso, dizemos que, entre 25 e 35 km, existe uma camada de ozônio.
Ela atua como um filtro para a radiação ultravioleta tipo B, entre 280 e 320 nanômetros, emitida
pelo Sol, impedindo que a maior parte dessa radiação nociva atinja a superfície da Terra.
2.2 FORMAÇÃO E DESTRUIÇÃO
A radiação UV-B é responsável por aparecimento de câncer de pele, por danos à visão, como a
catarata, por envelhecimento e enrugamento precoces da pele, além de danos à vegetação e aos
materiais.
O ozônio é também um gás estufa, e o aumento de sua concentração, na baixa atmosfera,
resulta em um maior aquecimento da Terra.
O O3 é produzido, naturalmente, na baixa atmosfera pelo efeito das radiações solares e pelas
descargas elétricas dos relâmpagos, e está sendo constantemente formado e destruído na
estratosfera, conforme as reações...
O ozônio está presente em quantidade relativamente pequena na atmosfera
terrestre.
37
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 3
2.3 SUBSTÂNCIAS RESPONSÁVEIS POR DESTRUIÇÃO
A destruição da camada de ozônio ocorre em função do uso de uma série de substâncias que
estão em nosso dia a dia...
2.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – MUDANÇAS CLIMÁTICAS
3.1 ATMOSFERA
O planeta Terra é coberto por uma fina camada de gases – a atmosfera – indispensável à vida
devido ao oxigênio.
A composição química da atmosfera mudou desde a formação do planeta, quando não havia
oxigênio, até atingir a composição atual...
...aproximamente, 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases, incluindo
o gás carbônico – CO2 –, óxidos de nitrogênio e os gases nobres.
substância potencial dedestruição de O3
tempo de vida naatmosfera – anos
usos
CFC11
(CFCI3)1,0 75
aparelhos de refrigeração, ar-condicionado,espumas flexíveis e poliuretano rígido
CFC-12
(CF2CI)1,0 111
espumas de poliuretano rígido, ar-condicionado, refrigeração, aerossóis,esterilização
CFC-113
(C2F6CI2)0,8 90 solvente
CFC-114
(C2F4CI3)1,0 185
espumas rígidas, ar-condicionado,refrigeração
CFC-115
(C2F6CI)0,6 380 refrigeração, ar-condicionado
Halon-1211
(CF2BrCI)3,0 25 extintores de incêndio portáteis
Halon-1301
(CF3Br)10,0 110 sistemas de extinção de incêndio
38
M Ó D U L O 3 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
O componente mais variável da composição da atmosfera é o vapor d’água, responsável por
grande parte dos fenômenos metereológicos.
3.1.1 ENERGIA SOLAR
O sol é a principal fonte de energia para a superfície da Terra. Essa energia é formada por um
conjunto de radiações eletromagnéticas, denominado de espectro solar, que inclui as radiações
ultravioletas – à luz visível – e as radiações infravermelhas.
A energia solar aquece as superfícies do solo e do mar, e a vegetação.
A superfície da Terra, por sua vez, irradia calor de volta para o espaço por meio da radiação
infravermelha, com comprimentos de onda maiores do que os da energia solar.
3.2 GASES ABUNDANTES
O nitrogênio e o oxigênio, que são os gases mais abundantes de nossa atmosfera, são transparentes
a radiações infravermelhas, isto é, deixam entrar a luz solar e deixam sair o calor emitido pela
superfície da Terra aquecida.
Entretanto, alguns gases, como o CO2, o metano – CH
4 –, o óxido nitroso – N
2O – e o
vapor d’água absorvem uma parte da radiação infravermelha emitida pela superfície
da Terra.
sol
efeito estufa
atmosfera
Parte da radiação infravermelha é
absorvida pelos gases estufa. A consequência
é o aquecimento da superfície.
A radiação solar passa através da atmosfera.
A maior parte da radiação é absorvida
pela superfície da Terra e a aquece.
A radiação infravermelha é
emitida pela superfície da Terra.
Parte da radiação solar é refletida pela Terra
e pela atmosfera.
39
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 3
A atmosfera, portanto, mantém a Terra aquecida, funcionando como o teto de vidro de uma estufa
de plantas.
3.3 EFEITO ESTUFA
Em virtude da existência desses gases estufa, a temperatura média da superfície da Terra é hoje,
aproximadamente, +15ºC, isto é, 33ºC acima do que teríamos sem esses gases na atmosfera.
Portanto, o efeito estufa sempre existiu e é de grande importância para a manutenção
da vida no planeta.
O problema é que as atividades humanas estão aumentando, artificialmente, a quantidade de
CO2 e de outros gases estufa.
Isso pode provocar um aquecimento da atmosfera da Terra, com sérias repercussões
ambientais, econômicas e sociais para as gerações presentes e futuras.
3.4 IMPACTOS DO AQUECIMENTO GLOBAL
O aquecimento da Terra pode afetar a humanidade de várias maneiras, provocando impactos
ambientais como...
eventos climáticos mais intensos e frequentes – chuvas mais intensas e secas mais
prolongadas;
elevação dos níveis dos mares;
mudanças climáticas regionais;
efeitos sobre os ecossistemas terrestres – perda da biodiversidade.
Em virtude da gravidade desse problema, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente –
PNUMA – e a Organização Meteorológica Mundial – OMM – criaram o Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas – PIMC.
Em agosto de 1990, foi produzido seu primeiro relatório de avaliação, resultado de um
extraordinário esforço coordenado de centenas de especialistas do mundo inteiro.
Por esse motivo, esses gases são chamados de gases estufa – greenhouse
gases.
Se, em nossa atmosfera, não existissem gases como o vapor d’água e o CO2,
nossa temperatura média seria em torno de -18ºC.
40
M Ó D U L O 3 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
3.5 GASES ESTUFA
Os principais gases estufa são...
CO2 – dióxido de carbono;
N2O – óxido nitroso;
CH4– metano;
CFCs – clorofluorcarbonos;
O3 – ozônio.
Após a Primeira Conferência Mundial do Clima, o problema do aquecimento global passou a ser
considerado na agenda internacional.
Várias são as iniciativas que refletem a preocupação com essa questão.
Entre elas, destacamos o Protocolo de Quioto, aprovado em 1997, em uma reunião da
Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas.
3.5.1 PROTOCOLO DE QUIOTO
O Protocolo de Quioto previa que os países industrializados deveriam reduzir suas emissões de
gases estufa em 5,2% em média.
O Protocolo estabeleceu que esta redução deveria ser realizada no horizonte
compreendido entre os anos 2008 e 2012.
Já aos países em desenvolvimento não foi imposta nenhuma meta obrigatória, em virtude do
Princípio das Responsabilidades Comuns porém Diferenciadas, aprovado na Conferência do Rio
de Janeiro, em 1992.
3.5.1.1 CONFERÊNCIA DAS PARTES
Em dezembro de 2009, foi realizada, em Copenhague, Dinamarca, a 15ª Conferência das Partes –
CoP 15 –, para decidir sobre a continuação ou não do Protocolo de Quioto e sobre novas metas de
redução da emissão dos gases estufa para os países industrializados...
...com a possível inclusão dos países emergentes, como Brasil, China e Índia.
O Brasil teve papel protagonista nessa conferência, apresentando uma meta de redução de gases
estufa entre 36,1 e 39% até 2020.
O Protocolo previa também o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo –
MDL.
41
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 3
A CoP 19 foi realizada em 2013, em Varsóvia – na Polônia –, e iniciou o planejamento do novo
tratado que substituirá o Protocolo de Quioto. Esse novo tratado deve ser aprovado na CoP 21, em
Paris, em 2015.
3.6 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 4 – CRISE DA ÁGUA
4.1 ESCASSEZ DE ÁGUA
A água existe na Terra nas fases sólida, líquida e gasosa, que estão ligadas entre si em um ciclo
fechado, o ciclo da água.
Os primeiros astronautas que viram a Terra do espaço a denominaram Planeta Azul,
pois cerca de dois terços de sua superfície são cobertos pela água dos mares e oceanos.
A água doce é fundamental para a manutenção da vida nos ecossistemas terrestres e, portanto,
essencial para a sobrevivência do homem na biosfera.
Apenas 2,5% do volume total de água existente na Terra é de água doce, sendo que
99% estão sob a forma de gelo ou neve nas regiões polares ou em aquíferos muito
profundos.
Do restante, 1% está nos corpos dos animais e vegetais, 38% está na umidade do solo,
8% está, como vapor d’água, na atmosfera, 1% está em rios e 52%, em lagos.
4.2 USOS DA ÁGUA
Existem várias formas de uso da água pelas atividades humanas...
consumo doméstico;
consumo agrícola na irrigação;
consumo industrial;
atividades recreativas.
Entretanto, nessa Conferência, não houve acordo entre os países, pela não
definição de metas concretas por parte dos Estados Unidos e pela recusa da China
em aceitar metas obrigatórias.
Menos de 1% da água doce do mundo está disponível para o consumo
humano.
42
M Ó D U L O 3 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
4.3 CONSUMO DOMÉSTICO
O consumo doméstico médio é de 120 l/hab/dia, que pode variar com o clima da região, com a
proximidade de praias e com o nível de vida – máquinas de lavar roupas e louças, atividades
esportivas.
O consumo doméstico inclui...
alimentação, asseio pessoal, limpeza da casa;
lavagem de utensílios e roupas;
lavagem de carros e irrigação do jardim.
O consumo médio estimado por pessoa é de...
4% para bebida e alimentação;
7% para lavagem de utensílios da cozinha;
14% para lavagem de roupas;
31% para higiene corporal;
36% para descarga dos vasos sanitários;
8% para irrigação do jardim e lavagem dos carros, limpeza da casa e outras.
4.4 DISPONIBILIDADE DE ÁGUA
Embora a água seja um recurso renovável, sua quantidade é limitada – apenas 200 mil Km3 estão
disponíveis nos aquíferos superficiais – os rios e lagos.
Essa quantidade era suficiente em 1900, quando pouco mais de 1,5 bilhão de habitantes
viviam no planeta.
Agora somos mais de 7 bilhões e, como a população não está distribuída de forma proporcional
à água existente, 40% da população mundial já sofrem com a escassez de água.
4.5 SUPRIMENTO DE ÁGUA
O suprimento global de água vai permanecer constante ou pode sofrer um pequeno acréscimo
em algumas áreas em virtude das mudanças climáticas – maior temperatura global gerando
maior quantidade de vapor d’água.
Entretanto, a degradação ambiental continua a aumentar, provocada pelos
desmatamentos, principalmente nas nascentes, e pela poluição dos recursos hídricos.
Os países situados em regiões áridas e semiáridas, como os do Oriente Médio, já enfrentam a crise
da água há muitos anos.
Em 2050, a mesma quantidade de água deverá atender a 2 bilhões de
pessoas a mais.
43
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 3
4.6 ÁGUA E SAÚDE
Uma diferença importante entre as mudanças climáticas e a crise da água é que a crise da água
afetou, até agora, mais seriamente os países em desenvolvimento, onde centenas de milhares depessoas estão morrendo e continuarão a morrer devido à falta de água limpa e às secas.
Nos países mais pobres, a água poluída é a principal causa de muitas doenças, como a diarreia.
Em 2013, a Unicef divulgou que, a cada 15 segundos, uma criança morre devido à falta de água
potável, saneamento e condições de higiene no mundo.
Ademais, nos países em desenvolvimento, 80% de todas as doenças e mais de 33%
das mortes estão associadas à falta de água em quantidades adequadas, conforme a
OMS.
4.6.1 AUMENTO DA POPULAÇÃO
O aumento da porcentagem da população abastecida – que se manteve em torno de 65% entre1960 e 1974, mas, em 1982, chegou a 96% – provocou uma queda significativa na taxa de
mortalidade infantil no município de São Paulo.
Esse aumento pode ser assim representado...
4.7 DEMANDA FUTURA DE ÁGUA
Em virtude dos grandes custos envolvidos para o aproveitamento de novas fontes de águasuperficial, a demanda para uso doméstico no futuro deverá ser atendida, em parte...
pela redução das perdas na irrigação; pela realocação da própria água para usos domésticos;
taxa de mortalidade
porcentagem da população abastecida
100 959085807570656055
1960 1965 1970 1975 1980
A percepção de uma crise mundial da água só alcançou a consciência
internacional recentemente.
44
M Ó D U L O 3 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
pela redução dos desperdícios;
pelo uso mais eficiente da água nos sistemas urbanos e nas indústrias.
Nos países em desenvolvimento, sobretudo, isso só será conseguido por meio de umacompleta reforma nas políticas atuais de uso de água.
4.8 REFORMA ALTERNATIVA DE USO DA ÁGUA
Entre as alternativas para atendimento à demanda futura por água, estão...
dessalinização da água do mar ou salobra;
aproveitamento de água de chuvas;
reutilização de água.
As grandes dificuldades para adotar as reformas de uso da água estão...
nas práticas centenárias e nas convicções culturais e religiosas que tratam a água
como um bem de natureza livre;
nos interesses enraizados que se beneficiam dos sistemas de subsídios existentes;
na distribuição desses subsídios, que desconsidera o aproveitamento integrado
dos recursos hídricos existentes.
Existem alternativas para o atendimento da demanda futura de água para as atividades humanas.
4.9 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 5 – POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES
5.1 PRODUTOS QUÍMICOS
Os produtos químicos melhoraram, profundamente, nossa qualidade de vida.
Contudo, também provocaram efeitos colaterais ruins, ainda que não intencionais.
A constatação dessa realidade já havia sido feita por Elizabeth Dowdeswell, Diretora Executiva do
PNUMA entre 1993 e 1997.
Encontramos, atualmente, em regiões frias mais próximas aos polos, concentraçõessurpreendentemente altas de produtos químicos tóxicos e persistentes, com velocidade
de biodegradação muito baixa.
Esses produtos são transportados para essas regiões pelo ar ou pelas águas.
45
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 3
5.2 POLUENTES PERSISTENTES
Alguns exemplos de poluentes orgânicos persistentes são...
produtos industriais como os PCBs – bifenilas policloradas, usadas em
transformadores elétricos;
pesticidas como o DDT, o lindano e o toxafeno, que nunca foram utilizados nas
regiões frias mais próximas aos polos;
produtos secundários de origem industrial, de produção não intencional, como as
dioxinas e os furanos.
Os poluentes orgânicos persistentes – POPs – são compostos orgânicos representados por
compostos aromáticos, poliaromáticos e alicíclicos.
5.3 CARACTERÍSTICAS DOS POPS
Por resistirem tanto tempo sem sofrer degradação, os POPs mantêm seu potencial tóxico ao
homem e ao meio ambiente.
São geralmente caracterizados por sua baixa solubilidade em água e alta
lipossolubilidade, o que resulta em bioacumulação nos tecidos gordurosos dos homens
e dos animais.
5.4 DESTILAÇÃO GLOBAL
Os POPs permanecem, por longos períodos de tempo, no ambiente – 10
anos ou mais – sem sofrer processos de degradação.
46
M Ó D U L O 3 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
Para explicar o fenômeno de concentração dos produtos químicos tóxicos e persistentes nas
regiões mais frias, que está transformando as regiões polares em lixeiras químicas, os cientistas
descobriram um processo chamado de destilação global.
Por serem ligeiramente voláteis ou semivoláteis, esses produtos são transportados
pelos ventos na forma gasosa até encontrarem temperaturas mais baixas.
Quando isso ocorre, são condensados diretamente na superfície do solo ou nas partículas
presentes em aerossóis, que serão depositadas, posteriormente, por meio da neve ou
das chuvas.
5.5 CORRENTE INVERSA
Na realidade, também ocorre evaporação nas regiões mais frias, e o transporte pelas correntes de
ar dos pólos para as regiões tropicais equivale à corrente inversa.
Como a condensação e a deposição são favorecidas pelas baixas temperaturas, o balanço final é
o transporte mais intenso dessas substâncias na direção das regiões polares.
O agravante é que, quanto mais baixa a temperatura, mais baixa a velocidade de
biodegradação dos POPs.
Isso favorece o aumento da concentração desses poluentes nas regiões mais frias.
Atualmente, as grandes concentrações de pesticidas a-HCH e toxafeno encontradas nas águas do
mar estão no Oceano Ártico.
5.6 TRANSPORTE DOS POPS
O transporte dos POPs para as regiões polares pode-se dar em uma ou em várias etapas – efeito
gafanhoto.
Pode levar algumas décadas até que o produto químico seja degradado ou retido de
forma permanente.
Assim como nas regiões onde os POPs foram usados e aplicados, nas regiões mais frias, eles
entram nas cadeias alimentares e se acumulam nos peixes, nas aves, nos mamíferos marinhos e
no homem.
Estamos, portanto, frente a um novo problema ambiental em escala global.
Alguns poluentes orgânicos persistentes são usados ou aplicados em regiões
tropicais e temperadas.
47
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 3
Um exemplo desse novo problema ambiental são os esquimós...
...as mulheres Inuit, na Groenlândia e no Ártico Canadense, apresentam hoje, em seu
leite, uma concentração de PCB muitas vezes maior do que as mulheres que vivem
nos países industrializados.
5.6.1 CONVENÇÃO SOBRE POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES
Em 22 de maio de 2001, em Estocolmo, foi adotada a Convenção sobre Poluentes Orgânicos
Persistentes, assina da, em segui da, por 105 países e pela União Euro peia.
O objetivo da Convenção é proteger a saúde humana e o meio ambiente dos efeitos
de sse perigoso grupo de produtos químicos.
Ela proporciona os meios para proibir sua produção e seu uso, e para reduzir e – se
possível – eliminar sua liberação para o ambiente.
5.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 6 – CENÁRIOS CULTURAIS
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
O problema ambiental afeta inclusive aqueles que não contribuíram ou
contribuíram muito pouco para seu surgimento.
A Convenção cobre, inicialmente, 12 produtos químicos, mas define um
processo que inclui critérios científicos para a definição de novos POPs.
49
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 4
MÓDULO 4 – MEIO AMBIENTE E COMÉRCIO EXTERIOR
APRESENTAÇÃO
Neste módulo, focalizaremos as teorias desenvolvidas para explicar o aumento do comércio
internacional, levando em conta, principalmente, as relações entre demanda e produção.
Sabendo que tudo quanto se refere ao comércio exterior obedece a regras estabelecidas por
cada país, estudaremos, em seguida, as regras de comércio exterior, a preocupação da OMC com
o cumprimento dessas regras, as barreiras comerciais e a importância das normas internacionais
de gestão ambiental.
UNIDADE 1 – COMÉRCIO EXTERIOR
1.1 COMÉRCIO
Segundo o UN International Statistics Yearbook, as exportações mundiais cresceram 113,3% entre
1980 e 1994.
Nesse período, as exportações dos países desenvolvidos cresceram 128,6%, as da
América Latina, 51,1%, e as da Ásia, excluindo o Oriente Médio, 417,7%.
O comércio é a troca de bens e serviços que acontece em níveis diferentes, entre indivíduos,
grupos, regiões de um país, países e grupos regionais.
1.2 TEORIAS
Várias teorias foram desenvolvidas para explicar o aumento do comércio internacional.
A teoria clássica é baseada nas vantagens comparativas de cada país, isto é, na capacidade
de produzir com custos mais baixos.
Países com salários mais baixos podem oferecer produtos intensivos em mão de obra
mais baratos, mas países com baixo custo de capital são mais competitivos em produtos
intensivos em capital e tecnologia.
A demanda de tipos diferentes de produtos, em cada país, é atendida pelo comércio entre eles.
Pela teoria clássica, o aumento da demanda leva ao aumento da produção dos itens mais
competitivos de cada país, resultando na redução de seus preços.
O comércio está presente nas diferentes fases da vida de um produto, na
produção e no consumo e quando é descartado ou reciclado.
50
M Ó D U L O 4 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
1.3 REGRAS DE COMÉRCIO EXTERIOR
As regras que controlam o comércio exterior são determinadas pelos governos dos países, que
podem adotar três enfoques distintos...
protecionismo;
livre comércio;
comércio regulado.
As regras de comércio exterior, embora sejam aprovadas por cada país, obedecem a parâmetros
estabelecidos em acordos internacionais, que podem ser multilaterais, regionais e bilaterais.
A coordenação das políticas comerciais entre países ou grupos de países é executada
por instituições internacionais criadas para esse fim, como a Organização Mundial do
Comércio – OMC.
1.3.1 PROTECIONISMO
O protecionismo tem como objetivo proteger as indústrias nacionais da concorrência estrangeira.
O protecionismo pode ser aplicado...
...por meio da imposição de tarifas que tornem os produtos importados mais caros que
os similares nacionais.
...pela imposição de quotas para a quantidade de mercadorias importadas.
...pela solicitação de restrição voluntária de importação.
...pela simples proibição da importação.
1.3.2 LIVRE COMÉRCIO
O livre comércio é o comércio por meio das fronteiras e livre de restrições.
O livre comércio baseia-se no princípio econômico da vantagem comparativa.
Segundo esse princípio, um país deve-se especializar, de forma mais eficiente, na
exportação dos bens que produz e importar os bens de que necessita.
O livre comércio, teoricamente, elevaria o nível de atividade econômica em
todos os países que o praticassem.
O comércio internacional, portanto, oferece ganhos de eficiência
econômica.
51
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 4
1.3.3 COMÉRCIO REGULADO
O comércio regulado é o meio termo entre o protecionismo e o livre comércio.
Nesse caso, os governos adotam tarifas, subsídios e outras políticas para tornar produtos
nacionais estratégicos mais atrativos e estimular setores industriais importantes.
1.4 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 2 – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO
2.1 HISTÓRICO
O comércio internacional é afetado por uma série de medidas, que podem ser classificadas em
barreiras tarifárias e barreiras não tarifárias.
O crescimento do comércio internacional, após a II Guerra Mundial, pode ser atribuído a uma
política deliberada de redução de tarifas de importação e outras barreiras não tarifárias.
Após a II Guerra, três instituições foram criadas para assegurar o crescimento econômico e evitar
conflitos econômicos entre os países...
...o Banco Mundial...
...o Fundo Monetário Internacional – FMI...
...a Organização Internacional do Comércio – OIC.
Dessas três instituições, apenas a OIC não vingou. Em seu esforço regulatório, os países membros
chegaram a aprovar vários regulamentos na OIC, mas eles nunca foram ratificados, e a Organização
Internacional do Comércio acabou desaparecendo.
2.2 OBJETIVOS DA OMC
A Rodada do Uruguai, em 1994, foi a última de uma série de negociações que resultaram na
criação da Organização Mundial do Comércio – a OMC – ou World Trade Organization – WTO –,
com sede em Genebra.
As mais variadas medidas podem afetar o comércio internacional.
52
M Ó D U L O 4 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
As metas da OMC são...
acabar, progressivamente, com as restrições e as distorções comerciais que
protegem produtores não competitivos e negam aos consumidores a possibilidade
de adquirir bens e serviços a preços internacionalmente mais competitivos;
manter aberto e livre o sistema multilateral de comércio baseado em regras não
discriminatórias, como forma de garantir a estabilidade do comércio mundial.
A OMC supervisiona a aplicação dos vários acordos de comércio e funciona como um foro para
negociações comerciais multilaterais.
O sistema da OMC para resolver conflitos sobre políticas comerciais entre países
membros é mais poderoso e efetivo que o antigo sistema do GATT, e pode ser aplicado,
uniformemente, para todos os acordos firmados pela organização.
2.3 QUADRO REGULATÓRIO
O quadro regulatório da OMC é formado por vários blocos.
O bloco central é o GATT, que contém regras básicas das políticas comerciais e princípios
para o comércio de produtos.
O Acordo sobre Comércio de Serviços – GATS – cobre, entre outros, o turismo e o setor de transportes.
2.4 PRINCÍPIOS CENTRAIS
A OMC adota dois princípios centrais para abolir as discriminações no comércio internacional...
Princípio da nação mais favorecida...
Os países-membro da OMC devem aplicar as mesmas condições de comércio para
todos os membros da organização. Se um país reduz suas tarifas para outro, a mesma
redução deve ser aplicada para todos os outros membros.
Entretanto, concessões podem ser feitas para...
uniões aduaneiras e áreas de livre comércio – União Europeia, Nafta, Mercosul;
o Sistema Geral de Preferências ou General System of Preferences – GSP –,
criado para favorecer as exportações dos países menos desenvolvidos
aplicando tarifas menores;
disposições especiais para países menos desenvolvidos.
O Acordo sobre Aspectos Comerciais dos Direitos da Propriedade Intelectual –
TRIPS – é um sistema regulatório que contém os padrões mínimos para vários
direitos de propriedade intelectual, como marcas, patentes e direitos autorais.
53
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 4
Principio do tratamento nacional...
Prevê tratamento igual – não discriminatório – de produtos e serviços domésticos ou
importados.
2.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 3 – INSTRUMENTOS DE BARREIRA COMERCIAL
3.1 BARREIRAS COMERCIAIS
A legislação de cada país pode incluir regulamentos, políticas, medidas ou práticas governamentais
que dificultem ou distorçam o comércio internacional.
As barreiras comerciais podem ser classificadas em três grupos...
barreiras tarifárias;
barreiras não tarifárias;
barreiras técnicas.
3.2 TBT
O Agreement on Technical Barriers to Trade – TBT – regula a criação e a aplicação de padrões e
diretrizes técnicas, além dos procedimentos para determinar a conformidade com regulamentos
técnicos – certificação.
O TBT inclui todos os produtos industriais e agrícolas, mas não se aplica às medidas
sanitárias e fitossanitárias, objeto do acordo SPS.
O acordo TBT diferencia as diretrizes técnicas – que são compulsórias – das normas – que são
voluntárias.
3.3 PRINCÍPIOS DO TBT
Segundo o princípio da não discriminação...
...os produtos importados não devem ter tratamento menos favorável que o conferido
aos produtos nacionais.
As disposições do TBT devem ser cumpridas por todos os países membros.
O TBT é regido por alguns pricípios...
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M Ó D U L O 4 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
Segundo o princípio da transparência...
...os países membros devem informar ao secretariado da OMC suas propostas e seus
projetos de regulamentação técnica relativos ao comércio internacional, e seus sistemas
de avaliação da conformidade.
3.4 SUBSÍDIOS AGRÍCOLAS
A produção agrícola é um dos setores mais protegidos na economia mundial.
Além dos subsídios que a União Europeia e os Estados Unidos dão a seus agricultores,
os produtos agrícolas não estão incluídos na proibição da concessão de subsídios às
exportações.
Isso ocorre porque os excedentes agrícolas da União Europeia e dos Estados Unidos podem ser
vendidos internacionalmente abaixo do custo de produção, o que provoca queda dos preços de
mercado.
Os subsídios podem também produzir efeitos negativos sobre o meio ambiente, pelo incentivo
à superexploração dos solos e pela utilização excessiva de fertilizantes, pesticidas e herbicidas.
3.5 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 4 – NORMAS INTERNACIONAIS DE GESTÃO AMBIENTAL
4.1 ISO
A ISO foi estabelecida, em 1946, como uma confederação internacional de órgãos nacionais de
normalização – ONNs – de todo o mundo.
A ISO é uma organização não governamental.
Apesar de um país poder possuir diversos órgãos nacionais de normalização, como os
Estados Unidos, apenas um deles pode representá-lo na ISO.
Esse órgão é designado então como um órgão membro nacional.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – é um dos membros fundadores
da ISO.
Esse fato provoca em efeito negativo na produção agrícola dos países em
desenvolvimento.
55
Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 4
4.2 NORMAS DA ISO
As normas que regem os procedimentos da ISO e suas reuniões estão contidas nas Diretrizes ISO,
que são compartilhadas com outro órgão internacional, a Comissão Eletrotécnica Internacional –
IEC.
Essas diretrizes são publicadas em duas partes.
A Parte 1 das Diretrizes ISO/IEC é a mais importante. Ela define os procedimentos para o
trabalho técnico.
4.3 OBJETIVOS DA ISO
O objetivo da ISO é publicar documentos que estabeleçam práticas internacionalmente aceitas.
Geralmente, esses documentos são normas internacionais que estabelecem regras a
serem seguidas.
As normas internacionais são aprovadas com o maior nível de consenso internacional possível
dentro da ISO.
Apesar de nem sempre serem ratificadas como normas nacionais nos países membros
da ISO, elas formam a base de muitos aspectos do comércio internacional.
4.4 APROVAÇÃO DE NORMAS INTERNACIONAIS
A ISO está estudando formas de abreviar o tempo gasto para a aprovação de uma norma
internacional, que é, geralmente, de três anos.
Para isso, vem buscando utilizar, de forma mais eficiente, os recursos eletrônicos de
envio de documentos e de votos.
É importante ressaltar que todos os documentos da ISO são revistos a cada cinco anos,
pelo menos.
Existem cerca de 10.000 normas internacionais publicadas pela ISO.
Se o TC ou o SC respectivo decidir que uma revisão é necessária, isso se
torna uma nova proposta de trabalho – NWIP – e o processo recomeça.
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M Ó D U L O 4 Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
4.5 NORMAS INTERNACIONAIS ISO 14000
Em março de 1993, a ISO estabeleceu o Comitê Técnico de Gestão Ambiental – ISO/TC207 – para
desenvolver uma série de normas internacionais de gestão ambiental.
A série, que recebeu o nome de ISO 14000, refere-se a vários aspectos...
sistemas de gestão ambiental;
auditorias ambientais;
rotulagem ambiental;
avaliação do desempenho ambiental;
avaliação do ciclo de vida;
comunicação ambiental;
mudanças climáticas.
4.6 COMITÊ BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL
Em virtude da impossibilidade de a ABNT criar um comitê brasileiro para acompanhar e influenciar
o desenvolvimento das normas da série ISO 14000, foi criado, em 1994, com o apoio da ABNT, o
Grupo de Apoio à Normalização Ambiental – Gana.
O ABNT/CB-38 foi criado com estrutura semelhante ao ISO/TC 207 e seus Subcomitês.
4.7 SÍNTESE
Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.
UNIDADE 5 – CENÁRIOS CULTURAIS
Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse os
cenários culturais no ambiente on-line.
As normas de gestão ambiental cobrem uma vasta gama de assuntos, que
vão desde Sistemas de Gestão Ambiental e Auditorias Ambientais até Rotulagem
Ambiental, Avaliação do Ciclo de Vida e Mudanças Climáticas.
Em 1999, a ABNT criou o Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental – ABNT/CB-
38 –, que substituiu o Gana na discussão e no desenvolvimento das normas ISO
14000 internacionalmente, além de na tradução e publicação das normas
brasileiras correspondentes.
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Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável M Ó D U L O 5
MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO
APRESENTAÇÃO
Na unidade 1 deste módulo, você encontrará algumas divertidas opções para testar seus
conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido aqui. São elas...
caça-palavras;
jogo da memória;
jogo da caça;
jogo do labirinto.
A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos. Você poderá escolher o jogo de sua preferência
ou jogar todos eles... a opção é sua! Em cada um deles, você encontrará perguntas – acompanhadas
de gabaritos e comentários – por meio das quais você poderá se autoavaliar.
Já na unidade 2, é hora de falarmos sério! Sabemos que o novo – e a disciplina que você terminou
de cursar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós, brasileiros –
tem de estar sujeito a críticas... sugestões... redefinições. Por estarmos cientes desse processo,
contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.
Então? Preparado?