A foto da capa foi tirada em 1995, por meio de umtelesc
opio espacial. Essas nuvens de g
as e poeira ficam na
Nebulosa daAguia. Os cientistas acreditam que nessas
nuvens, os chamados Pilares da Criacao,
formam-se estrelas.
Nao s
ao poucos os que se perguntam: Como surgiu o
Universo, o nosso planeta e a vida? E o que isso tem a vercom a nossa busca de um sentido na vida?
Muitos acreditam na criacao, que existe um Criador que
se importa conosco. Indicam as pesquisas que issoe
razoavel nesta era cient
fica?
De que modo as descobertas recentes acerca do nossocerebro e da nossa capacidade de falar se relacionam
com essa questao vital?
Por que muitas pessoas cultas estao examinando a B
blia,
e sera que o que ela diz acerca de um Criador
e de
interesse para nos e nossos entes queridos?
Este livro aborda essas questoes. Voc
e ver
a que as suas
respostas claras poderao ajud
a-lo a dar mais sentido
`a sua
vida e a lancar a base para um futuro mais feliz.
Existe um
CriadorQue Se Importa com Voc
e?
Nebulosa da Aguia (M16) Pilares da Criacao
CRIADOR
ct-T
A foto da capa foi tirada em 1995, por meio de umtelesc
opio espacial. Essas nuvens de g
as e poeira ficam na
Nebulosa daAguia. Os cientistas acreditam que nessas
nuvens, os chamados Pilares da Criacao,
formam-se estrelas.
Nao s
ao poucos os que se perguntam: Como surgiu o
Universo, o nosso planeta e a vida? E o que isso tem a vercom a nossa busca de um sentido na vida?
Muitos acreditam na criacao, que existe um Criador que
se importa conosco. Indicam as pesquisas que issoe
razoavel nesta era cient
fica?
De que modo as descobertas recentes acerca do nossocerebro e da nossa capacidade de falar se relacionam
com essa questao vital?
Por que muitas pessoas cultas estao examinando a B
blia,
e sera que o que ela diz acerca de um Criador
e de
interesse para nos e nossos entes queridos?
Este livro aborda essas questoes. Voc
e ver
a que as suas
respostas claras poderao ajud
a-lo a dar mais sentido
`a sua
vida e a lancar a base para um futuro mais feliz.
Existe um
CriadorQue Se Importa com Voc
e?
Nebulosa da Aguia (M16) Pilares da Criacao
CRIADOR
ct-T
Existe um
CriadorQue Se Importa com Voc
e?
1998
WATCH TOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF PENNSYLVANIAASSOCIAC
AO TORRE DE VIGIA DE B
IBLIAS E TRATADOS
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
EXISTE UM CRIADOR QUE SE IMPORTA COM VOCE?
EDITORASWATCHTOWER BIBLE AND TRACT SOCIETY OF NEW YORK, INC.
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AO TORRE DE VIGIA DE B
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RODOVIA SP-141, KM 43, CESARIO LANGE, SP, 18285-901, BRASIL
Edicao de 2011
Esta publicacao n
ao
e vendida. Ela faz parte de uma obra
educativa bblica, mundial, mantida por donativos.
Creditos das fotos: capa: J. Hester e P. Scowen (AZ State Univ.), NASA; p
agina 6: Tomp-
kins Collection/Cortesia do Museum of Fine Arts, Boston; paginas 12, 13 e 78: cortesia do
Anglo-Australian Observatory, fotos de David Malin; paginas 14, 37 e 41: UPI/Corbis-
Bettmann; pagina 22: foto da NASA; p
agina 76: Acr
opole, Atenas; p
agina 86: L. Ferra-
rese ( Johns Hopkins University) e NASA; pagina 89: foto dos U.S. National Archives; p
agi-
nas 91 e 117: Culver Pictures; pagina 107: foto da OMS, de Edouard Boubat; p
agina 110:
rolo: cortesia do Shrine of the Book, Israel Museum, Jerusalem; p
agina 115: cortesia do
British Museum; paginas 123, 129 e 136: Pictorial Archive (Near Eastern History) Est.;
pagina 130: Garo Nalbandian; p
agina 163: cortesia: Garden Tomb; p
agina 171: do livro
Libertys Victorious Conflict; pagina 179: barco a remo: Garo Nalbandian
A MENOS QUE HAJA OUTRA INDICACAO,
OS TEXTOS BIBLICOS CITADOS S
AO DA
TRADUCAO DO NOVO MUNDO DAS ESCRITURAS SAGRADAS
COM REFERENCIAS.
IS THERE A CREATOR WHO CARES ABOUT YOU?PORTUGUESE (BRAZILIAN EDITION) (ct-T)
ISBN 978-85-7392-099-4
MADE IN BRAZIL IMPRESSO NO BRASIL
I N D I C E
C A PI T U L O P
A G I N A
1 O que podera dar sentido
`a sua vida? 5
2 Quale a origem do Universo? A controv
ersia 10
3 Quale a origem da vida? 28
4 Voce
empar! 49
5 O que revelam as obras? 73
6 Um antigo registro da criacao pode-se
confiar nele? 85
7 O que um livro pode ensinar-lhe a respeitodo Criador? 103
8 O Criador se revela em nosso benefcio! 120
9 Um Grande Instrutor nos revela maisa respeito do Criador 144
10 Se o Criador se importa, por que ha
tanto sofrimento? 165
11 Torne sua vida mais significativae viva para sempre 184
JA SONHOU com uma vida melhor, seja na sua loca-lidade, seja num para
so tropical? Uma vez ou outra,
a maioria de nos j
a sonhou com isso.
Em 1891, o pintor frances Paul Gauguin foi em bus-
ca de uma vida assim na Polinesia Francesa. Mas logo
veio a realidade. Seu passado dissoluto trouxe doen-cas e sofrimentos para si mesmo e para outros. Quan-do a morte lhe parecia iminente, ele pintou um quadrodescrito como derradeira express
ao da forca art
s-
tica. O livro (em ingles) Paul Gauguin 1848-1903:
O Sofisticado Primitivo diz: O espectro da atividadehumana abrangido pelo quadro cobre todo o curso davida, do nascimento
`a morte . . . Ele interpretava a
vida como um grande misterio.
Gauguin chamou esse quadro de De onde viemos?O que somos? Para onde vamos?
Talvez ja conheca essas perguntas. Muitas pessoas
refletivas as fazem. Depois de comentar os avancoscient
ficos e t
ecnicos do homem, um editor doThe Wall
Street Journal escreveu: Nas nossas reflexoes sobre
o homem, seus dilemas, seu lugar no Universo, poucoavancamos desde o comeco dos tempos. Ainda nos per-guntamos quem somos, por que existimos e para ondevamos.
De fato, algumas pessoas vivem apenas em funcao
de cuidar da famlia, de ganhar a vida, de viajar ou de
outros interesses pessoais porque nao conhecem ne-
nhum outro sentido na vida. Albert Einstein disse,
Do`u venons-nous? Que sommes-nous? O
`u allons-nous?
CAPI T U LO UM
O que podera dar
sentido`a sua vida?
certa vez: O homem que acha que a sua vida nao tem
sentido nao
e apenas infeliz, mas tamb
em muito mal
preparado para a vida. Nessa linha de raciocnio, al-
guns buscam dar um sentido`a sua vida dedicando-se
`as artes,
`a pesquisa cient
fica ou a campanhas huma-
nitarias para minorar o sofrimento alheio. Conhece
pessoas assim?E compreens
vel que surjam perguntas b
asicas so-
bre o sentido da vida. Quantos pais, ao verem um fi-lho morrer de mal
aria, ou de outra doenca, n
ao se per-
guntam: Por que esse sofrimento? Ha algum sentido
nisso? Perguntas assim intrigam muitos homens emulheres que observam a pobreza, as doencas e as in-justicas no mundo. Guerras brutais n
ao raro levam
pessoas a se perguntar se pode haver algum sentidona vida.
O quadro de Gauguin levantou perguntas sobre o sentido da vida
6 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
Mesmo que voce n
ao tenha experimentado tais so-
frimentos, talvez concorde com o professor FreemanDyson, que disse: N
ao estou sozinho quando faco as
mesmas perguntas que Jo [personagem b
blico] fez.
Por que sofremos? Por que o mundoe t
ao injusto?
Quale o objetivo da dor e da trag
edia? Talvez voc
e
tambem gostaria de saber as respostas.
Sem duvida seria fundamental encontrar respostas
satisfatorias. Certo professor, que passou pelos horro-
res do campo de concentracao de Auschwitz, observou:
Nada no mundo . . . ajuda a pessoa tao efetivamente
a sobreviver ate mesmo
`as piores condic
oes do que sa-
ber que a sua vida tem sentido. Ele achava que ate
mesmo a saude mental da pessoa est
a ligada a essa
busca de sentido na vida.
Ao longo dos seculos, muitos procuraram respostas
na religiao. Depois que Gautama (Buda) contemplou
um enfermo, um idoso e um cadaver, ele buscou ilumi-
nacao (ou sentido) na religi
ao, mas sem crer numDeus
pessoal. Outros tem recorrido
`a sua pr
opria religi
ao.
E as pessoas hoje em dia? Muitas enfocam a suaatenc
ao na ci
encia, descartando a religi
ao e Deus
como irrelevantes. Quanto mais a ciencia progride,
diz o livro Religion and Atheism, tanto menos espacoparece sobrar para Deus. Deus virou um Expatriado.
Por que dispensam um Criador?
Na verdade, a tendencia de descartar a religi
ao ou
a Deus tem razes em filosofias de homens que deram
enfase
`a raz
ao pura e simples. Charles Darwin acha-
va que o conceito de selecao natural explicava me-
lhor o mundo natural do que o da existencia de um
Criador. Sigmund Freud ensinou que Deus era uma
O que podera dar sentido
`a sua vida? 7
ilusao. E o conceito de que Deus est
a morto vem des-
de os dias de Friedrich Nietzsche. As filosofias orien-tais s
ao similares. Mestres do budismo afirmam n
ao
ser necessario saber sobre Deus. Quanto ao xinto
s-
mo, o professor Tetsuo Yamaori disse que os deusessao meros seres humanos.
Embora o cepticismo a respeito de um Criador sejaamplo,
e justific
avel? Voc
e com certeza conhece exem-
plos de fatos cientficos do passado que, com o tem-
po, revelaram-se totalmente errados. Conceitos comoa Terra
e plana e o Universo inteiro gira ao redor do
nosso globo prevaleceram por seculos, mas o nosso
conhecimento hojee maior.
Que dizer de conceitos cientficos um pouco mais re-
centes? Por exemplo, o filosofo David Hume, do s
ecu-
lo 18 que nao aceitava um Criador n
ao sabia
como explicar o complexo design biologico existente
na Terra. A teoria de Darwin tentava explicar comoas formas de vida se desenvolveram, mas n
ao explicou
como a vida comecou, ou que sentido ela tem para nos.
Assim, muitos cientistas e leigos acham que esta
faltando alguma coisa. As teorias cientficas talvez
tentem explicar como a vida comecou. Mas as ques-toes-chave giram em torno de por que comecou. Issoafeta at
e mesmo pessoas criadas num meio em que
se acredita num Criador. Disse certa jovem europeia,estudante de Hist
oria: Para mim, Deus est
a morto.
Se realmente existisse, nao haveria tanta baderna no
mundo: inocentes passando fome, especies de animais
em extincao . . . A ideia de um Criador
e absurda. Em
vista das condicoes na Terra, muitos n
ao conseguem
entender por que um Criador caso exista nao as
melhora.
8 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
No entanto, temos de admitir que muitos negam aexist
encia de um Criador porque n
ao desejam crer.
Mesmo que Deus me dissesse pessoalmente que pre-ciso mudar a minha vida, disse um industrial euro-peu ao seu empregado, ainda assim, eu n
ao mudaria.
Quero viver do jeito que eu gosto.E
obvio que alguns
acham que aceitar a autoridade de um Criador confli-taria com a sua liberdade ou com o estilo de vida quepreferem. Talvez proclamem: S
o creio no que vejo, e
nao vejo nenhum Criador invis
vel!`
A parte de por que certas pessoas dispensam umCriador, as perguntas a respeito da vida e seu senti-do ainda persistem. Depois de o homem passar a ex-plorar o espaco, o te
ologo Karl Barth disse, quando lhe
perguntaram o que ele achava desse triunfo tecnologi-
co: Isso nao resolve nenhum dos problemas que me ti-
ram o sono. Hoje o homem voa no espaco e avanca apassos largos no ciberespaco. Ainda assim, pessoasrefletivas veem a necessidade de ter um objetivo, algoque lhes d
e sentido
`a vida.
Convidamos a todos os de mente aberta a conside-rar esse assunto. O livro Belief in God and IntellectualHonesty (A Crenca em Deus e a Honestidade Intelec-tual) observa que a pessoa de honestidade intelec-tual caracteriza-se pela prontid
ao de escrutinar o
que acredita ser verdadeiro e por prestar suficienteatenc
ao a outras evid
encias dispon
veis.
No assunto em pauta, essas evidencias dispon
veis
podem ajudar-nos a ver se existe, ou nao, um Criador
da vida e do Universo. E, se existe um Criador, comoseria Ele? Teria o Criador uma personalidade que serelacionasse com a nossa vida? Considerarmos isso po-der
a lancar luz sobre como tornar a nossa vida mais
significativa e recompensadora.
O que podera dar sentido
`a sua vida? 9
OS ASTRONAUTAS emocionam-se ao fotografar a Ter-ra, que parece enorme quando vista atrav
es da janela
de uma espaconave. E o momento mais agrad
avel de
um voo espacial, disse um deles. Mas a Terrae bem
pequena em comparacao com o sistema solar. Dentro do
Sol caberiam um milhao de Terras, e sobraria espaco!
Mas poderiam esses fatos a respeito do Universo teralgo a ver com a nossa vida e seu sentido?
Facamos uma breve excursao mental ao espaco para
ver o Sol e a Terra em perspectiva. O Sole apenas uma
de um numero assombroso de estrelas que ficam num
dos bracos espirais da galaxia Via L
actea, ela mesma
apenas uma diminuta parte do Universo. A olho nu po-dem-se ver algumas manchas de luz que, na realidade,sao outras gal
axias, como a bela Andr
omeda, maior
do que a Via Lactea. A Via L
actea, a Andr
omeda e
mais umas 20 outras galaxias s
ao mantidas juntas pela
gravitacao num aglomerado, todas elas ocupando ape-
nas um pequeno espaco num vasto superaglomerado.O Universo cont
em inumer
aveis superaglomerados, e
isso nao
e tudo.
Os aglomerados nao est
ao espalhados por igual no
espaco. Numa escala enorme, eles parecem paredes efilamentos envolvendo gigantescas regi
oes vazias, ou
bolhas. Algumas partes sao t
ao longas e largas que
parecem grandes muralhas. Isso talvez surpreenda a
O diametro da gal
axia Via L
actea
e de aproximadamente um
quintilhao de quil
ometros, sim 1.000.000.000.000.000.000 de
quilometros! A luz leva 100.000 anos para cruz
a-la, e essa
unica
galaxia cont
em mais de 100 bilh
oes de estrelas!
CA PI T U LO DO I S
Quale a origem do Universo? A controv
ersia
muitos que pensam que o Universo criou a si mesmonuma explos
ao c
osmica casual. Quanto mais clara-
mente vermos o Universo em todos os seus detalhesgloriosos, conclui um escritor s
enior da revista Scien-
tific American, tanto mais difcil ser
a explicarmos
com uma teoria simples comoe que ele se formou.
Evidencias apontam para um Comeco
Todas as estrelas que vemos estao na Via L
actea. At
e
os anos 20, esta parecia ser aunica gal
axia existente.
Mas provavelmente voce sabe que em observac
oes pos-
teriores, com telescopios maiores, ficou provado que
isso nao
e assim. O Universo cont
em pelo menos 50 bi-
lhoes de gal
axias. N
ao s
ao 50 bilh
oes de estrelas, mas
pelo menos 50 bilhoes de gal
axias, cada qual com bi-
lhoes de estrelas semelhantes ao Sol. Mas n
ao foi a
quantidade estonteante de enormes galaxias que aba-
lou as crencas cientficas nos anos 20. Foi o fato de es-
tarem todas em movimento.
Os astronomos descobriram um fato not
avel: quando
passaram luz galactica atrav
es de um prisma, obser-
vou-se um esticamento nas ondas luminosas, indican-do que se afastavam de n
os a grande velocidade. Quan-
to mais distante a galaxia, tanto mais rapidamente
parecia afastar-se. Isso indica um Universo em expan-sao.
Em 1995, os cientistas notaram o comportamento estranho daestrela mais distante (SN 1995K) j
a observada, que estava explo-
dindo na sua galaxia. Como as supernovas em gal
axias vizinhas,
essa estrela tornou-se bem brilhante e da, lentamente, foi per-
dendo o brilho, porem num per
odo mais longo do que jamais de-
tectado antes. A revista New Scientist pos isso num gr
afico e
explicou: O tracado da curva luminosa . . . esta esticado no tem-
po por exatamente a quantidade esperada se a galaxia se distan-
ciasse de nos a aproximadamente metade da velocidade da luz.
A conclusao? Esta
e a melhor evid
encia at
e agora de que o Uni-
verso realmente esta se expandindo.
Quale a origem do Universo? A controv
ersia 11
Mesmo sem sermos astronomos profissionais ou
amadores podemos ver que umUniverso em expansao
teria profundas implicacoes no nosso passado e tal-
vez tambem no nosso futuro pessoal. Alguma coisa
forcosamente desencadeou esse processo uma for-ca suficientemente poderosa para vencer a imensagravidade do Universo inteiro.
E v
alido perguntar-
nos: De que fonte viria uma energia tao poderosa?
Ainda que para a maioria dos cientistas o Univer-
O Sol (quadrinho)e insignificante na gal
axia Via L
actea,
conforme ilustrado aqui com a galaxia espiral NGC 5236
12 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
so tenha tido um comeco bem pequeno e denso (umasingularidade), n
ao podemos fugir desta quest
ao fun-
damental: Se em algum ponto no passado o Univer-so estava confinado a um estado singular de tamanhoinfinitamente pequeno e de infinita densidade, temosde perguntar o que havia ali antes e o que havia forado Universo. . . . Temos de encarar o problema de umComeco. Sir Bernard Lovell.
Isso envolve mais do que apenas uma fonte de vasta
A Via Lactea cont
em mais de 100 bilh
oes de estrelas, e
e apenas
uma de mais de 50 bilhoes de gal
axias no Universo conhecido
Quale a origem do Universo? A controv
ersia 13
energia. Requer tambem previs
ao e intelig
encia, pois
o ritmo de expansao parece estar ajustado com gran-
de precisao. Se o Universo tivesse se expandido uma
trilionesima parte mais r
apido, disse Lovell, toda a
materia no Universo j
a estaria dispersa agora. . . .
E se tivesse sido uma trilionesima parte mais lento,
as forcas gravitacionais teriam arruinado o Universomais ou menos dentro de seu primeiro bilh
ao de anos
de existencia. De novo, n
ao haveria estrelas de longa
vida nem a propria vida.
Tentativas de explicar o Comeco
Sera que os especialistas agora sabem explicar a
origem do Universo? Muitos cientistas, nao
`a vontade
O astronomo Edwin Hubble (1889-1953) percebeu que um desvio
vermelho na luz de galaxias distantes indicava que o Universo est
a
em expansao e, portanto, teve um comeco
14 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
com a ideia de que o Universo possa ter sido cria-do por uma intelig
encia superior, especulam que, por
meio de algum processo, ele tenha criado a si mes-mo do nada. Parece-lhe razo
avel isso? Tais especula-
coes em geral envolvem alguma variac
ao de uma teo-
ria (a do Universo inflacionario) concebida em 1979
pelo fsico Alan Guth. No entanto, mais recentemen-
te, o Dr. Guth admitiu que a sua teoria nao explica
A teoria da inflacao especula o que aconteceu numa frac
ao de
segundo apos o comeco do Universo. Os defensores da inflac
ao
sustentam que o Universo inicialmente era submicroscopico e da
inflacionou (expandiu-se) mais rapido do que a velocidade da luz,
uma afirmacao que n
ao pode ser testada em laborat
orio. A teoria
da inflacao ainda
e pol
emica.
Tentativa de contar as estrelasCalcula-se que a gal
axia Via L
actea tenha mais de 100 bi-
lhoes de estrelas. Imagine uma enciclop
edia que dedicasse
uma pagina a cada uma dessas estrelas o Sol e o restante
do sistema solar ficariam limitados a uma pagina. Quantos
volumes seriam necessarios para incluir todas as estrelas
da Via Lactea?
Com volumes razoavelmente grandes, diz-se que essaenciclop
edia n
ao caberia na Biblioteca P
ublica de Nova
York, com seus 412 quilometros de espaco nas estantes!
Quanto tempo levaria para examinar essas paginas? Fo-
lhea-la num ritmo de uma p
agina por segundo levaria mais
de dez mil anos, explica o livro Coming of Age in the MilkyWay (Maioridade na Via L
actea). No entanto, as estrelas da
nossa galaxia s
ao mera frac
ao do n
umero de estrelas exis-
tentes nos calculadamente 50 bilhoes de gal
axias no
Universo. Se a enciclopedia dedicasse uma p
agina para
cada uma dessas estrelas, as bibliotecas do mundo inteirojuntas n
ao teriam espaco suficiente para abrig
a-la. Quanto
mais sabemos sobre o Universo, diz o livro, tanto mais ve-mos o qu
ao pouco sabemos.
Quale a origem do Universo? A controv
ersia 15
como o Universo surgiu do nada. O Dr. Andrei Lindefoi mais expl
cito num artigo em Scientific American:
Explicar essa singularidade inicial onde e quandotudo comecou ainda
e o problema mais renitente
da cosmologia moderna.
Se os especialistas realmente nao sabem explicar a
origem nem o desenvolvimento primordial do Univer-so, n
ao devemos procurar uma explicac
ao em outra
parte? De fato, voce tem boas raz
oes para conside-
rar evidencias que muitos t
em despercebido, mas que
lhe poderao dar uma boa compreens
ao desse assunto.
Essas evidencias incluem as dimens
oes precisas de
quatro forcas fundamentais responsaveis por todas
as propriedades e mudancas que afetam a materia.
A simples mencao de forcas fundamentais talvez leve
alguns a hesitar, pensando: Issoe coisa s
o para os f
-
sicos. Nao
e. Vale a pena considerar os fatos b
asicos,
pois nos afetam.
Comentarios de Jastrow sobre o Comeco
Robert Jastrow, professor de Astronomia e de Geologia naUniversidade de Col
umbia (EUA), escreveu: Poucos astr
o-
nomos poderiam ter previsto que esse evento onascimento s
ubito do Universo se tornaria um fato cient
-
fico comprovado, mas a observacao dos c
eus por meio de
telescopios obrigou-os a chegar a essa conclus
ao.
Da ele falou das implicac
oes disso: A prova astron
omica
de que [o Universo teve] um Comeco embaraca os cientis-tas, pois eles acreditam que todo efeito tem uma causanatural . . . O astr
onomo brit
anico E. A. Milne escreveu:
Nao podemos fazer suposic
oes sobre como eram as coisas
[no comeco]; no ato Divino da criacao Deus n
ao teve obser-
vadores nem testemunhas. The Enchanted LoomMindin the Universe.
16 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
Regulagem perfeita
As quatro forcas fundamentais atuam tanto navastid
ao do cosmos como na infinita pequenez das es-
truturas atomicas. Sim, tudo ao nosso redor est
a en-
volvido.
Elementos essenciais`a vida (especialmente o car-
bono, o oxigenio e o ferro) n
ao poderiam existir sem a
regulagem perfeita entre as quatro forcas manifestasno Universo. J
a mencionamos uma dessas forcas, a
forca gravitacional. Outrae a forca eletromagn
etica.
Se esta fosse bem mais fraca, os eletrons n
ao seriam
mantidos ao redor do nucleo do
atomo. Seria grave
isso?, ha quem se pergunte. Seria, pois os
atomos
nao poderiam ligar-se para formar mol
eculas. Inver-
samente, se essa forca fosse bem mais forte, os ele-
trons ficariam aprisionados no nucleo do
atomo. N
ao
haveria reacoes qu
micas entre os
atomos, ou seja,
nao haveria vida. J
a nesse aspecto fica claro que a
nossa existencia e a vida dependem da regulagemper-
feita da forca eletromagnetica.
Quatro forcas fsicas fundamentais
1. Gravitacao: uma forca bem fraca a n
vel de
atomos.
Afeta objetos grandes planetas, estrelas, galaxias.
2. Eletromagnetismo: a forca principal de atracao entre
protons e el
etrons, permitindo a formac
ao de mol
eculas.
Os relampagos s
ao uma das provas de sua forca.
3. Forca nuclear forte: a forca que liga os protons e os
neutrons entre si no n
ucleo de um
atomo.
4. Forca nuclear fraca: a forca que governa a desintegra-cao de elementos radioativos e a eficiente atividade termo-
nuclear do Sol.
Quale a origem do Universo? A controv
ersia 17
E considere a escala cosmica: uma leve diferenca na
forca eletromagnetica afetaria o Sol, alterando assim
a luz que atinge a Terra, tornando difcil, ou imposs
-
vel, a fotossntese nas plantas. Poderia tamb
em rou-
bar daagua as suas propriedades
mpares, que s
ao vi-
tais para a vida. Mais uma vez, a regulagem perfeitada forca eletromagn
etica torna poss
vel a nossa vida.
Igualmente vitale a intensidade da forca eletro-
magnetica em relac
ao
`as outras tr
es. Por exemplo,
alguns fsicos calculam que esta forca seja 10.000.-
000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000(1040) de vezes maior do que a da gravidade. Pode-ria parecer
nfimo acrescentar mais um zero a esse
numero (1041). Mas isso significaria que a gravida-
de seria proporcionalmente mais fraca, e o Dr. Rei-nhard Breuer fala dos resultados disso: Com gravida-de mais baixa as estrelas seriammenores, e a press
ao
da gravidade nos seus interiores nao elevaria a tem-
peratura o suficiente para ocorrerem as reacoes de fu-
sao nuclear: o Sol n
ao teria como brilhar. Imagine o
que isso significaria para nos!
E se a gravidade fosse proporcionalmente mais for-te, de modo que o n
umero tivesse apenas 39 zeros
(1039)? Com apenas esse pequeno ajuste, continuaBreuer, uma estrela como o Sol teria a sua expecta-tiva de vida drasticamente reduzida. E h
a cientistas
que acham que a regulageme ainda mais precisa.
De fato, duas qualidades notaveis do Sol e de outras
estrelas sao efici
encia e estabilidade a longo prazo.
Veja uma ilustracao simples: para funcionar bem, o
motor de um carro precisa de uma combinacao perfei-
ta de combustvel e ar. Engenheiros projetam com-
plexos sistemas mecanicos e computadorizados para
aperfeicoar o desempenho. See assim com um sim-
18 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
ples motor, que dizer das eficien-tes estrelas de combust
ao como
o Sol? As forcas principais envol-vidas est
ao reguladas com preci-
sao, viabilizando a vida. Ser
a ca-
sual essa precisao? A J
o, da antiguidade, foi feita esta
pergunta: Voce conhece as leis que governam o c
eu e
sabe como devem ser aplicadas na terra? (Jo 38:33,
A Bblia na Linguagem de Hoje) Nenhum homem co-
nhece. Assim, de onde vem essa precisao?
As duas forcas nucleares
A estrutura do Universo envolve muito mais do queapenas a regulagem perfeita da gravidade e da forcaeletromagn
etica. Duas outras forcas f
sicas tamb
em
se relacionam com a nossa vida.
A perfeita regulagem entre as forcas quecontrolam o Sol resulta em condic
oes
ideais para a nossa vida na Terra
Quale a origem do Universo? A controv
ersia 19
Essas duas forcas operam no nucleo de um
ato-
mo, muito evidentemente fruto de projeto inteligen-te. Considere a forca nuclear forte, que liga os pr
otons
e neutrons entre si no n
ucleo do
atomo. Gracas a essa
ligacao podem-se formar v
arios elementos os leves
(como o helio e o oxig
enio) e os pesados (como o ouro
e o chumbo). Pelo visto, se a forca de ligacao fosse ape-
nas 2% mais fraca, existiria apenas o hidrogenio. In-
versamente, se essa forca fosse ligeiramente mais for-te, haveria apenas elementos mais pesados, mas n
ao
hidrogenio. Afetaria isso a nossa vida? Bem, se fal-
tasse hidrogenio no Universo, o Sol n
ao teria o com-
bustvel necess
ario para irradiar energia vitalizado-
ra. E,e claro, n
ao ter
amos
agua nem alimento, pois
o hidrogenio
e um ingrediente essencial de ambos.
A quarta forca em consideracao, a forca nuclear fra-
ca, controla a desintegracao radioativa. Afeta tam-
bem a atividade termonuclear no Sol. Est
a essa for-
ca em regulagem perfeita com as outras?, talvez se
Combinacao de coincid
encias
Se a forca fraca fosse um pouquinhomais forte, nenhumhelio teria sido produzido; se fosse um pouquinho mais fra-
ca, praticamente todo o hidrogenio teria sido convertido em
helio.
A margem de possibilidade de vir a existir um Universoem que haja certa quantidade de h
elio e tamb
em superno-
vas em explosao
e muito estreita. A nossa exist
encia
depende dessa combinacao de coincid
encias, e da coinci-
dencia ainda mais fant
astica dos n
veis de energia nuclear
preditos [pelo astronomo Fred] Hoyle. Diferentemente de
todas as geracoes anteriores, n
os sabemos como viemos a
existir. Mas como todas as geracoes anteriores ainda n
ao
sabemos por que. New Scientist.
20 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
pergunte. O matematico e f
sico Freeman Dyson ex-
plica: A [forca] fracae milh
oes de vezes mais fraca do
que a forca nuclear.E fraca justamente o necess
ario
para que o hidrogenio no Sol queime num ritmo len-
to e constante. Se a [forca] fraca fosse mais forte oumais fraca, todas as formas de vida que dependem deestrelas do tipo do Sol tamb
em estariam em perigo.
Sim, esse ritmo de combustao preciso mant
em a Ter-
ra aquecida mas nao incinerada e nos mant
em
vivos.
Ademais, os cientistas acreditam que a forca fra-ca participa nas explos
oes de supernovas, que eles
acham ser o processo para a producao e distribuic
ao
da maioria dos elementos. Se tais forcas nuclearesfossem ligeiramente diferentes do que s
ao, as estrelas
nao produziriam os elementos dos quais voc
e e eu nos
compomos, explica o fsico John Polkinghorne.
Muito mais se poderia dizer, mas voce sem d
uvida
entende o ponto. Existe uma surpreendente regula-gem entre essas quatro forcas fundamentais. Pareceque tudo ao nosso redor prova que a natureza fez tudocerto, escreveu o professor Paul Davies. Sim, a regu-lagem perfeita entre as forcas fundamentais possibi-lita a exist
encia e a operac
ao do nosso Sol, do nosso
agradavel planeta com as suas
aguas vitalizantes, da
nossa atmosfera tao essencial
`a vida, e de uma cole-
cao enorme de preciosos elementos qu
micos existen-
tes na Terra. Mas pergunte-se: O que explica essaregulagem perfeita, e o que
e respons
avel por isso?
Caractersticas ideais da Terra
A nossa existencia exige precis
ao tamb
em em ou-
tros sentidos. Considere as medidas da Terra e sua
Quale a origem do Universo? A controv
ersia 21
posicao em relac
ao ao res-
tante do sistema solar. Nolivro b
blico de J
o fazem-se
as seguintes perguntas, queinduzem
`a humildade: Onde
[estavas] quando fundei a terra?. . . Quem lhe p
os as medidas, caso
tu o saibas? (Jo 38:4, 5) Como nunca
antes, essas perguntas exigem respostas.Por qu
e? Por causa das coisas surpreenden-
tes que tem sido descobertas a respeito da Ter-
ra incluindo seu tamanho e sua posicao no siste-
ma solar.
Nao se encontrou nenhum outro planeta como a
Terra no Universo.E verdade que alguns cientistas
apontam evidencias indiretas de que certas estrelas
tem em sua
orbita objetos centenas de vezes maiores
do que a Terra. Mas o tamanho da Terrae exatamen-
te o certo para que possamos existir. Como assim? Sea Terra fosse um pouquinho maior, a sua gravidadeseria mais forte e o hidrog
enio (um g
as leve) iria acu-
mular-se por nao poder escapar dessa gravidade. Com
isso, a atmosfera seria inospita para a vida. Por outro
lado, se a Terra fosse um pouquinho menor, o essen-cial oxig
enio escaparia e as
aguas do planeta se eva-
porariam. Em ambos os casos, nao seria poss
vel vi-
vermos.
As condicoes especiais existentes na Terra, em func
ao de seu
tamanho ideal, sua composicao de elementos e sua
orbita
quase circular a uma distancia perfeita de uma estrela de vida
longa (o Sol), possibilitaram o acumulo de
agua na superf
cie
da Terra. (Integrated Principles of Zoology, 7.a edicao)
Semagua, a vida na Terra n
ao poderia ter surgido.
Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
A Terra esta tamb
em a uma dist
ancia ideal do Sol,
um fator vital para a sustentacao da vida. O astr
o-
nomo John Barrow e o matematico Frank Tipler es-
tudaram a proporcao do raio da Terra e a dist
ancia
do Sol. Eles concluram que a vida humana n
ao exis-
tiria se essa proporcao fosse ligeiramente diferen-
te da que se observa. O professor David L. Blockdiz: Os c
alculos mostram que se a Terra ficasse s
o
5% mais perto do Sol, uns 4 bilhoes de anos atr
as te-
ria ocorrido um descontrolado efeito estufa [supera-quecimento da Terra]. Por outro lado, se a Terra fi-casse s
o 1% mais longe do Sol, uns 2 bilh
oes de
anos atras teria ocorrido uma descontrolada glacia-
cao [enormes camadas de gelo cobrindo grande par-te do globo]. Our Universe: Accident or Design?
A essa precisao, acrescente-se o fato de que a Ter-
ra gira em torno de seu eixo uma vez por dia, na velo-cidade certa para produzir temperaturas moderadas.Venus leva 243 dias para fazer o mesmo. Imagine se
a Terra levasse tanto tempo! Nao suportar
amos as
temperaturas extremas de dias e noites tao longos.
Outro detalhe vitale a trajet
oria da Terra ao re-
dor do Sol. A trajetoria dos cometas
e larga e el
pti-
ca. Felizmente, a da Terra nao
e assim; a sua
orbita
e quase circular. Isso tamb
em nos poupa de extremos
de temperatura fatais.
Nao despercebamos tamb
em a localizac
ao de nos-
so sistema solar. Se ficasse mais perto do centro daVia L
actea, o efeito gravitacional de estrelas vizi-
nhas distorceria aorbita da Terra. Em contraste, se
estivesse situado bem na extremidade dessa nossagal
axia, o c
eu noturno ficaria quase sem estrelas.
Quale a origem do Universo? A controv
ersia 23
A luz das estrelas nao
e essencial
`a vida, mas n
ao
acrescentam elas uma grande beleza ao nosso ceu no-
turno? E, com base em conceitos correntes sobre oUniverso, os cientistas calculam que nas extremida-des da Via L
actea n
ao haveria elementos qu
micos
suficientes para formar um sistema solar como o nos-so.
Lei e ordem
Por observacao pessoal, voc
e sabe que todas as coi-
sas tendem para a desordem. Como todo dono de umacasa verifica, as coisas abandonadas tendem a estra-gar-se ou a desintegrar-se. Os cientistas chamam essatend
encia de segunda lei da termodin
amica. Vemos
Os cientistas descobriram que os elementos revelam espanto-sa ordem e harmonia. Evid
encia interessante disso
e apresenta-
da no apendice Unidades arquiteturais do Universo, na p
agi-
na 26.
Acredita so no que v
e?
Muitas pessoas razoaveis aceitam a exist
encia de
coisas que nao podem ver. Em janeiro de 1997, a revista
Discover publicou que os astronomos haviam detectado o
que eles concluram ser cerca de uma d
uzia de planetas
orbitando estrelas distantes.
Ate agora esses novos planetas s
o s
ao conhecidos
pela maneira como suas gravidades interferem nomovimento das estrelas m
aes. Sim, para os astr
onomos,
os efeitos visveis da gravitac
ao constitu
ram base para
crer na existencia de corpos celestes n
ao vistos.
Evidencias relacionadas n
ao a observac
ao direta
foi uma base adequada para os cientistas aceitarem oque ainda era invis
vel. Muitos que creem num Criador
concluem que tem base similar para aceitar a exist
encia
do que nao podem ver.
24 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
essa lei em acao diariamente. Um carro novo ou uma
bicicleta nova abandonados viram sucata. Um predio
abandonado se transformara em ru
nas. E o Univer-
so? A lei se aplica ali tambem. Portanto,
e de supor
que a ordem no Universo deva, com o tempo, ceder`a
desordem total.
Mas parece que nao
e isso o que acontece com o Uni-
verso, como o professor de matematica Roger Penro-
se descobriu ao estudar o estado de desordem (ou,entropia) do Universo observ
avel. Uma maneira l
ogi-
ca de interpretar tais descobertase concluir que o
Universo comecou num estado de ordem e aindae
altamente organizado. O astrofsico Alan Lightman
observou que os cientistas acham misterioso que oUniverso tenha sido criado num estado de ordem t
ao
elevado. Ele acrescentou que qualquer teoria de cos-mologia bem-sucedida devia em
ultima an
alise expli-
car esse problema da entropia, ou seja, por que o Uni-verso n
ao se tornou ca
otico.
De fato, a nossa existencia
e contr
aria a essa lei
reconhecida. Portanto, o que explica a nossa vida aquina Terra? Como j
a mencionado, essa
e uma pergunta
basica que merece uma resposta.
Sir Fred Hoyle explica em The Nature of the Universe: Para fugirda quest
ao da criac
ao seria necess
ario que toda a mat
eria
do Universo fosse infinitamente velha, o que ela nao pode ser.
. . . O hidrogenio
e constantemente convertido em h
elio e
em outros elementos . . . Como se da, ent
ao, que o
Universo consiste quase so de hidrog
enio? Se a mat
eria fosse
infinitamente velha isso seria totalmente impossvel. Vemos
assim que, pelo que o Universoe, a quest
ao da criac
ao n
ao
pode ser simplesmente ignorada.
Quale a origem do Universo? A controv
ersia 25
APENDICE
Unidades arquiteturais do UniversoE assim que uma moderna enciclop
edia de ci
encia chama os
elementos qumicos. H
a uma variedade espantosa entre os elementos
da Terra; alguns sao raros, outros abundantes. Certos elementos, como
o ouro, sao atraentes para o olho humano. Outros s
ao gases que nem
sequer vemos, como o nitrogenio e o oxig
enio. Cada elemento
e feito de
certo tipo deatomo. A construc
ao dos
atomos e a relac
ao deles entre si
revelam economia e espantosa organizacao, numa ordem semelhante
`a de um gr
afico.
Uns 300 anos atras, conheciam-se apenas 12 elementos: antim
onio,
arsenio, bismuto, carbono, chumbo, cobre, enxofre, estanho, ferro,
mercurio, ouro e prata. Com a descoberta de novos elementos, os
cientistas notaram que estes refletiam uma ordem bem definida. Vistoque havia lacunas nessa ordem, cientistas como Mendeleyev, Ramsay,Moseley e Bohr teorizaram a exist
encia de elementos desconhecidos e
suas caractersticas. Com o tempo esses elementos foram descobertos,
exatamente conforme fora predito. Como podiam esses cientistasprever a exist
encia de formas de mat
eria ainda desconhecidas na
epoca?
Bem, os elementos seguem uma ordem numerica natural, baseada
na estrutura de seusatomos.
E uma lei comprovada. Assim, os livros
escolares podem apresentar uma tabela periodica de elementos em
linhas horizontais e em colunas hidrogenio, h
elio, e assim por diante.
A McGraw-Hill Encyclopedia of Science & Technology observa:Poucas sistematizac
oes na hist
oria da ci
encia rivalizam-se com o
conceito periodico como ampla revelac
ao da ordem do mundo f
sico. . . .
Quaisquer elementos novos que venham a ser descobertos no futurocom certeza encontrar
ao um lugar no sistema peri
odico, ajustando-se
`a sua respectiva ordem e revelando as peculiares caracter
sticas
familiais.
Quando os elementos sao dispostos nas linhas horizontais e nas
colunas da tabela periodica, observa-se uma relac
ao not
avel entre os
elementos que aparecem numa mesma coluna. Por exemplo, naultima
coluna estao h
elio (N. 2), ne
onio (N. 10), arg
onio (N. 18), cript
onio
(N. 36), xenonio (N. 54) e rad
onio (N. 86). S
ao gases que brilham
intensamente quando atravessados por uma descarga eletrica e s
ao
usados em certas lampadas. Tamb
em, eles n
ao interagem facilmente
com varios outros elementos, como fazem outros gases.
Sim, o Universo mesmo nas suasnfimas part
culas at
omicas
revela espantosa harmonia e ordem. O quee respons
avel por essa
ordem, harmonia e variedade nos blocos de construcao do Universo?
26
III
l tio
ber lio
Li
Be
34
s odio
magn esio
Na
Mg
11
12
pot ass
ioc alcio
esc
andio
tit anio
van adio
cromo
mangan es
ferro
cobalto
KCa
Sc
Ti
VCr
Mn
Fe
Co
19
20
21
22
23
24
25
26
27
rub dio
estr oncio
trio
zirc
onio
ni obio
molib
d enio
tecn ecio
rut enio
r odio
Rb
Sr
YZr
Nb
Mo
Tc
Ru
Rh
37
38
39
40
41
42
43
44
45
c esio
b ario
h afnio
t antalo
tungst
enio
r enio
osm
ioir dio
Cs
Ba
Hf
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WRe
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Ir55
56
72
73
74
75
76
77
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r adio
Fr
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87
88
104
105
106
107
108
109
lant anio
c erio
prase
od m
ioneod m
ioprom
ecio
sam
ario
eur opio
La
Ce
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Nd
Pm
Sm
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57
58
59
60
61
62
63
act nio
t orio
protact nio
ur anio
net unio
plut onio
amer cio
Ac
Th
Pa
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Pu
Am
89
90
91
92
93
94
95
III
IVV
VI
VII
boro
carbono
nitrog enio
oxig enio
fl uor
ne onio
BC
NO
FNe
56
78
910
alum
nio
sil c
iof osforo
enxofre
cloro
arg
onio
Al
Si
PS
Cl
Ar
13
14
15
16
17
18
n quel
cobre
zinco
g alio
germ
anio
ars
enio
sel enio
bromo
cript onio
Ni
Cu
Zn
Ga
Ge
As
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Br
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28
29
30
31
32
33
34
35
36
pal adio
prata
c admio
ndio
estanho
antim
onio
tel urio
iodo
xen onio
Pd
Ag
Cd
InSn
Sb
Te
IXe
46
47
48
49
50
51
52
53
54
platina
ouro
merc
urio
t alio
chumbo
bismuto
pol onio
astat nio
rad onio
Pt
Au
Hg
Tl
Pb
Bi
Po
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Rn
78
79
80
81
82
83
84
85
86
gadol n
iot erbio
dispr osio
h olm
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lut ecio
Gd
Tb
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64
65
66
67
68
69
70
71
c urio
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calif
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einst
einio
f erm
iomendel evio
nob elio
laur encio
Cm
Bk
Cf
Es
Fm
Md
No
Lr
96
97
98
99
100
101
102
103
Tabela periodica dos elementos
META
ISAMETA
IS
hidrog enio
H 1
Nomedoelemento
S m
bolo
N umero
at omico
GASES
RAROS
VIII
h elio
He 2
ELEMENTO
SDETRANSIC
AO
S erie
doslantan deos
S erie
dosactin deos
A ordem e a harmonia dos elementos na tabelaperi
odica refletem mero acaso ou projeto inteligente?
A TERRA fervilha de vida. Do geladoArtico
`a flores-
ta amazonica, do deserto do Saara ao pantanal Ever-
glades, do escuro leito oceanico aos reluzentes picos
de montanha a vidae abundante. E tem muito po-
tencial de nos causar assombro.
A vida se apresenta em tipos, tamanhos e quanti-dades estonteantes. Um milh
ao de esp
ecies de inse-
tos povoa o nosso planeta. Nasaguas que nos cercam
nadam mais de 20 mil especies de peixes alguns
do tamanho de um grao de arroz, outros do compri-
mento de um caminhao. Pelo menos 350 mil esp
ecies
de plantas algumas exoticas, a maioria maravi-
lhosas enfeitam o solo. E mais de 9 mil especies
de passaros voam acima de n
os. Essas criaturas, in-
cluindo o homem, formam o panorama e a sinfoniaque chamamos de vida.
Ainda mais espantoso do que a agradavel varieda-
de de formas de vida, porem,
e a profunda uni
ao que
as interliga. Os bioqumicos, que estudam a fundo as
criaturas da Terra, explicam que todas as coisas vi-vas sejam amebas ou seres humanos dependemde uma espantosa interac
ao: o trabalho de equipe dos
acidos nucleicos (DNA e RNA) e dasmol
eculas de pro-
tena. Os intrincados processos que envolvem esses
componentes ocorrem praticamente em todas as ce-
lulas do nosso corpo, assim como nas celulas de bei-
ja-flores, de leoes e de baleias. Essa interac
ao unifor-
me produz um belo mosaico de vida. Como surgiuessa orquestrac
ao de vida? Sim, qual
e a origem da
vida?
CAPI T U LO TR
E S
Quale a origem da vida?
Provavelmente voce aceita o fato de que houve um
tempo em que nao havia vida na Terra. A ci
encia con-
corda com isso, bem como muitos livros religiosos.Mesmo assim, talvez saiba que essas duas fontes aciencia e a religi
ao divergem na explicac
ao de como
a vida comecou na Terra.
Milhoes de pessoas de todos os n
veis culturais
acreditam que um Criador inteligente, o Projetista
Quale a origem da vida? 29
Que chances tem o acaso?O acaso, e somente o acaso, fez tudo da sopa primor-
dial ao homem, disse o premio Nobel Christian de Duve, fa-
lando a respeito da origem da vida.E o acaso, por
em, uma
explicacao racional para a causa da vida?
O quee acaso? Alguns pensam em termos de probabili-
dade matematica, como no lancamento de uma moeda
para o alto. Mas nao
e assim que muitos cientistas usam
acaso com relacao
`a origem da vida. A vaga palavra aca-
soe usada como substituta de uma palavra mais precisa,
como causa, especialmente quando a causae desconhe-
cida.
Personificar o acaso, como se estivessemos falando de
um agente causativo, observa o biofsico Donald M. Mac-
Kay, e fazer uma transic
ao ileg
tima de um conceito cient
-
fico para um conceito mitologico quase religioso. Robert
C. Sproul tambem destacou: Por chamar h
a tanto tempo de
acaso a causa desconhecida, as pessoas comecam a es-quecer-se de que se fez uma substituic
ao. . . . Para muitos, a
suposicao de que acaso
e igual a causa desconhecida veio
a significar que acasoe igual a causa.
O premio Nobel Jacques L. Monod, por sua vez, usou esta
linha de raciocnio acaso igual a causa: O mero acaso,
absolutamente desimpedido, porem cego, [est
a] na pr
opria
base da estupenda estrutura da evolucao, escreveu. O ho-
mem finalmente sabe que esta sozinho na insens
vel imen-
sidao do Universo, do qual ele surgiu apenas por acaso.
Note que ele diz: POR acaso. Monod faz como muitos ou-tros eleva o acaso a um princ
pio criativo. O acaso
e apre-
sentado como meio pelo qual a vida veio a existir na Terra.
Segundo certos dicionarios, acaso
e o suposto deter-
minante impessoal, sem objetivo, de inumeraveis aconteci-
mentos. Assim, quem diz que a vida surgiu por acaso esta
dizendo que ela surgiu por meio de um poder casual desco-nhecido. N
ao estariam alguns virtualmente escrevendo
Acaso com inicial maiuscula dizendo, na verdade, Cria-
dor?
30 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
original, produziu a vida na Terra. Em contraste,muitos cientistas dizem que a vida surgiu de mat
eria
semvida, atraves de sucessivas reac
oes qu
micas, por
mero acaso. Quem esta certo?
Nao devemos encarar esse assunto como distante
de nos e de nossa busca de uma vida mais significa-
tiva. Como ja mencionado, uma das perguntas mais
fundamentais dos humanos tem sido: comoe que n
os,
seres humanos vivos, viemos a existir?
A maioria dos livros cientficos concentra-se na
adaptacao e na sobreviv
encia das formas de vida, em
vez de na questao mais central a pr
opria origem
da vida. Talvez tenha notado que as tentativas de ex-plicar a origem da vida em geral s
ao feitas em forma
de generalizacoes, tais como: Por milh
oes de anos,
moleculas em colis
ao de algumamaneira produziram
a vida. Mase isso realmente satisfat
orio? Isso signi-
ficaria que, exposta`a energia do Sol, a rel
ampagos
ou a vulcoes, alguma mat
eria sem vida reagiu, orga-
nizou-se e, por fim, passou a viver tudo isso semajuda orientada. Que enorme salto isso teria sido!De mat
eria sem vida para mat
eria viva! Poderia ter
acontecido assim?
Na Idade Media, aceitar esse conceito talvez n
ao
fosse difcil, pois a gerac
ao espont
anea (a noc
ao de
que a vida poderia ter surgido espontaneamente demat
eria sem vida) era uma crenca corrente. Final-
mente, no seculo 17, o m
edico italiano Francesco Redi
provou que os gusanos apareciam na carne estraga-da s
o depois de asmoscas terem depositado ovos nela.
Nenhum gusano surgia em carne fora do alcance dasmoscas. Se insetos do tamanho das moscas n
ao sur-
giam simplesmente sozinhos, que dizer dos microbios
Quale a origem da vida? 31
que continuavam a aparecer nos alimentos cober-tos ou n
ao? Ainda que experimentos posteriores in-
dicassem que os microbios n
ao surgiam espontanea-
mente, a questao continuou controversial. Da
veio o
trabalho de Louis Pasteur.
Muitos conhecem o trabalho de Pasteur, que re-solveu problemas ligados
`a fermentac
ao e a doen-
cas infecciosas. Ele tambem fez experi
encias para
ver se formas de vida minusculas poderiam surgir
por si mesmas. Como talvez tenha lido, Pasteur de-monstrou que at
e mesmo bact
erias min
usculas n
ao
se formavam emagua esterilizada protegida da con-
taminacao. Em 1864, ele anunciou: A doutrina da
geracao espont
anea jamais se recuperar
a do golpe
mortal desferido por essa experiencia simples. Isso
aindae verdade. Experimento algum produziu vida
de materia sem vida.
Como, entao, poderia vir a existir vida na Terra?
Tentativas modernas de responder a essa perguntapodem remontar aos anos 20, aos trabalhos do bio-qu
mico russo Alexander I. Oparin. Ele e outros cien-
tistas desde entao t
em produzido algo parecido com
o texto de um drama de tres atos, que representa o
que supostamente ocorreu no palco do planeta Ter-ra. O primeiro ato mostra os elementos, ou mat
erias-
primas, da Terra virarem grupos de moleculas. Em
seguida, o salto para moleculas maiores. E o
ultimo
ato apresenta o salto para a primeira celula viva.
Mas foi realmente assim que tudo aconteceu?
Nesse drama,e fundamental explicar que a atmos-
fera primitiva da Terra era muito diferente do quee
hoje. Segundo certa teoria, praticamente nao havia
oxigenio livre, e os elementos nitrog
enio, hidrog
enio
32 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
e carbono formaram o amonaco e o metano. A ideia
e que, quando os rel
ampagos e a luz ultravioleta ca
-
ram sobre uma atmosfera formada por esses gasese vapor de
agua, surgiram ac
ucares e amino
acidos.
Mas tenha em mente quee uma teoria.
Nesse drama teorico, essas formas moleculares
escorreram para os oceanos ou para outros corposde
agua. Com o tempo, os ac
ucares, os
acidos e os
outros componentes formaram um caldo de sopa
Muitos cientistas reconhecem agora que as complexas moleculas,
fundamentais para a vida, nao poderiam ter sido geradas
espontaneamente numa sopa pre-bi
otica
Quale a origem da vida? 33
pre-bi
otica, na qual os amino
acidos, por exemplo,
combinaram-se e viraram protenas. Estendendo
essa progressao te
orica, outros componentes, os nu-
cleotdeos, formaram cadeias e viraram
acido nuclei-
co, como o DNA. Tudo isso, supostamente, preparouo cen
ario para o ato final do drama molecular.
Pode-se chamar esseultimo ato, de que n
ao se tem
registro, de historia de amor. As mol
eculas de prote
-
na e as moleculas do DNA encontraram-se por acaso,
houve compatibilidade e elas se uniram. Da, pouco
antes de fechar as cortinas, nasce a primeira celula
viva. Se voce viesse acompanhando esse drama, tal-
vez se perguntasse: Issoe vida real ou ficc
ao? Pode-
ria a vida na Terra realmente ter-se originado dessamaneira?
Genese em laborat
orio?
No incio dos anos 50, os cientistas resolveram tes-
tar a teoria de Alexander Oparin. Era um fato esta-belecido que vida vem apenas de vida, mas os cientis-tas teorizavam que, se as condic
oes fossem diferentes
no passado, a vida poderia ter surgido lentamente dealgo sem vida. Poderia ser demonstrado isso? O cien-tista Stanley L.Miller, do laborat
orio de Harold Urey,
tomou hidrogenio, amon
aco, metano e vapor de
agua
(presumindo ser esta a constituicao da atmosfera pri-
mitiva), lacrou-os num frasco comagua fervente no
fundo (para representar um oceano), e disparou fas-
cas eletricas (como rel
ampagos) atrav
es dos vapores.
Depois de uma semana apareceram vestgios de uma
goma avermelhada, que Miller analisou e descobriuser rica em amino
acidos a ess
encia das prote
nas.
E provavel que voc
e tenha ouvido falar dessa expe-
riencia, pois h
a anos ela
e mencionada em livros de
34 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
ciencia e nas escolas para explicar como a vida na
Terra comecou. Explica mesmo?
Na verdade, o valor da experiencia de Miller
e se-
riamente questionado hoje em dia. (Veja Classica,
mas questionavel, p
aginas 36-37.) N
ao obstante, seu
sucesso aparente levou a outros testes que ate mes-
mo produziram componentes encontrados emacidos
nucleicos (DNA ou RNA). Especialistas no campo (`as
vezes chamados de cientistas da origem da vida) es-tavam otimistas, pois aparentemente haviam repro-duzido o primeiro ato do drama molecular. E pareciaque as vers
oes em laborat
orio dos dois atos restan-
tes se seguiriam. Certo professor de Qumica afir-
mou: A explicacao da origem de um primitivo siste-
ma de vida por meio de mecanismos evolucionarios
esta bem
`a vista. E um articulista cient
fico obser-
vou: Os magos especulavam que os cientistas, comoo Dr. Frankenstein, de Mary Shelley, num passe dem
agica logo fariam surgir organismos vivos em seus
laboratorios e, assim, demonstrar em detalhes como
se deu a genese. O mist
erio da origem espont
anea
da vida, muitos achavam, estava desvendado. VejaDireita, esquerda, p
agina 38.
Mudam as opinioes, persistem os enigmas
Em anos posteriores, porem, esse otimismo se eva-
porou. Passaram-se decadas, e os segredos da vida
[A menor bacteria que existe]
e bem mais parecida com uma pessoa
do que as misturas de substancias qu
micas de Stanley Miller,
porque a bacteria j
a tem essas propriedades de sistema. Portanto,
passar de uma bacteria para uma pessoa
e um passo menor do que
passar de uma mistura de aminoacidos para essa bact
eria.
Professora de Biologia Lynn Margulis
Quale a origem da vida? 35
36 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
Classica, mas question
avel
A experiencia de Stanley Miller, de 1953, muitas vezes
e citada como evid
encia de que a gerac
ao espont
anea po-
deria ter acontecido no passado. A validade de sua expli-cac
ao, contudo, baseia-se na suposic
ao de que a atmos-
fera primordial da Terra era de reducao. Isso significa
que continha apenas a menor quantidade de oxigenio li-
vre (nao combinado quimicamente). Por qu
e?
O livro O Misterio da Origem da Vida: Reavaliando Teo-
rias Correntes (em ingles) destaca que, se houvesse mui-
to oxigenio livre, nenhum amino
acido poderia ter sido
formado e, se por acaso fosse formado, se decomporia ra-pidamente. Qu
ao s
olida foi a suposic
ao de Miller a res-
peito da chamada atmosfera primitiva?
Num documento classico publicado dois anos depois de
sua experiencia, Miller escreveu:
E claro que essas ideias
sao especulac
oes, pois n
ao sabemos se a Terra realmen-
te tinha uma atmosfera de reducao quando foi formada.
. . . Ate agora n
ao se achou nenhuma evid
encia direta.
Journal of the American Chemical Society, 12 de maiode 1955.
Encontrou-se mais tarde essa evidencia? Uns 25 anos
depois, o articulista cientfico Robert C. Cowen publicou:
Os cientistas estao tendo de repensar algumas de suas
suposicoes. . . . Surgiram poucas evid
encias em apoio da
nocao de uma atmosfera rica em hidrog
enio, altamente
de reducao; no entanto, h
a certas evid
encias contra ela.
Technology Review, abril de 1981.
E desde entao? Em 1991, John Horgan escreveu em
Scientific American: Naultima d
ecada, mais ou menos,
O oxigenio
e altamente reativo. Por exemplo, ele se combina
com o ferro e forma ferrugem, ou com o hidrogenio e forma
agua.
Se houvesse muito oxigenio livre numa atmosfera quando os
aminoacidos estivessem sendo montados, ele rapidamente se
combinaria com as moleculas org
anicas e as desmancharia,
`a
medida que fossem formadas.
Quale a origem da vida? 37
aumentaram as duvidas a respeito das suposic
oes de
Urey e Miller sobre a atmosfera. Experiencias em labora-
torio e reconstruc
oes computadorizadas da atmosfera . . .
sugerem que a radiacao ultravioleta do Sol, hoje bloquea-
da pelo ozonio atmosf
erico, teria destru
do as mol
eculas
`a base de hidrog
enio na atmosfera. . . . Tal atmosfera [di
o-
xido de carbono e nitrogenio] n
ao teria sido conducente
`a
sntese de amino
acidos e de outros precursores da vida.
Por que, entao, muitos ainda sustentam que a atmosfe-
ra primitiva da Terra era de reducao, contendo pouco oxi-
genio? Em Molecular Evolution and the Origin of Life (Evo-
lucao Molecular e a Origem da Vida), Sidney W. Fox e Klaus
Dose respondem: na atmosfera certamente nao havia oxi-
genio porque, por um lado, experi
encias em laborat
orio
mostram que a evolucao qu
mica . . . seria grandemente
inibida pelo oxigenio e porque componentes tais como os
aminoacidos n
ao s
ao est
aveis no decurso de per
odos
geologicos na presenca de oxig
enio.
Nao
e isso um racioc
nio evasivo? A atmosfera primiti-
va era de reducao, diz-se, pois do contr
ario a gerac
ao
espontanea da vida n
ao poderia ter ocorrido. Mas real-
mente nao existe certeza de que era de reduc
ao.
Ainda ha outro detalhe importante: se a mistura de ga-
ses representa a atmosfera, a fasca el
etrica imita o re-
lampago e a
agua fervente seria o mar o que, ou a quem,
representa o cientista que faz a experiencia?
continuam esquivos. Uns 40 anos depois de seu expe-rimento, o professor Miller disse
`a revista Scientific
American: O problema da origem da vida revelou sermuito mais dif
cil do que eu, e a maioria das outras
pessoas, imaginava. Outros cientistas tambem mu-
daram de opiniao. Por exemplo, em 1969, o professor
de Biologia Dean H. Kenyon foi coautor do livro Bio-chemical Predestination (Predestinac
ao Bioqu
mica).
Mais recentemente, porem, ele concluiu que seria
fundamentalmente implausvel que mat
eria e ener-
gia nao assistidas se organizassem em sistemas vi-
vos.
De fato, os trabalhos de laboratorio comprovam a
afirmacao de Kenyon de que existe uma falha fun-
damental em todas as teorias correntes a respeito
Direita, esquerda
Sabemos que existem luvas direita e esquerda. Da-se
o mesmo com as moleculas de amino
acidos. Dos cerca de
cem aminoacidos conhecidos, apenas 20 s
ao usados em
protenas, e nenhum
e direito. Quando os cientistas produ-
zem aminoacidos em laborat
orio, reproduzindo o que pre-
sumem ter acontecido numa sopa pre-bi
otica, eles apuram
um numero igual de mol
eculas direitas e esquerdas. Esse
tipo de distribuicao 50-50, diz o The New York Times,
nao
e caracter
stico de vida, que depende apenas de ami-
noacidos esquerdos. Por que os organismos vivos se com-
poem de amino
acidos esquerdos
e um grande mist
erio.
Ate mesmo os amino
acidos encontrados em meteoritos
mostraram excessos de formas esquerdas. O Dr. Jeffrey L.Bada, estudioso dos enigmas da origem da vida, disse quealguma influ
encia fora da Terra talvez tenha tido certa par-
ticipacao em determinar se os amino
acidos biol
ogicos se-
riam direitos ou esquerdos.
38 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
das origens qumicas da vida. Depois que Miller e
outros sintetizaram aminoacidos, os cientistas passa-
ram a tentar fabricar protenas e DNA, necess
arios
para a vida na Terra. Apos milhares de experi
encias
com as chamadas condicoes pr
e-bi
oticas, qual foi o re-
sultado? O livro OMisterio da Origem da Vida: Rea-
valiando Teorias Correntes (em ingles) observa: H
a
um contraste impressionante entre o consideravel su-
cesso em sintetizar aminoacidos e o persistente fra-
casso de sintetizar protenas e DNA. Os empenhos
nesseultimo sentido s
ao fracassos constantes.
Realisticamente, o misterio envolve mais do que
como surgiram as primeiras moleculas de prote
na e
deacido nucleico (DNA ou RNA). Inclui como
e que
elas trabalham juntas. E somente pela parceria des-
sas duas moleculas que a vida contempor
anea na
Terrae poss
vel, diz The New Encyclopdia Britan-
nica. Contudo, como essa parceria se formou, obser-va essa enciclop
edia, ainda
e um problema crucial e
nao resolvido na quest
ao da origem da vida. Sem d
u-
vida.
O Apendice A, Equipe a servico da vida (p
agi-
nas 45-47), considera alguns detalhes basicos do ins-
tigante trabalho de equipe das protenas e dos
acidos
nucleicos nas nossas celulas. Mesmo esse relance no
ambito das c
elulas do nosso corpo desperta admira-
cao pelo trabalho de cientistas nesse campo. Eles t
em
lancado luz sobre processos extremamente complexosnos quais poucos de n
os sequer pensam, processos
que, no entanto, funcionam todo instante de nossavida. De outro
angulo, por
em, a espantosa complexi-
dade e precisao exigidas leva-nos de novo
`a pergun-
ta: comoe que tudo isso surgiu?
Quale a origem da vida? 39
Talvez saiba que os cientistas da origem da vidanao cessam de tentar criar um cen
ario plaus
vel para
o drama do surgimento da vida. No entanto, seusnovos textos n
ao est
ao sendo convincentes. (Veja o
Apendice B, Do mundo do RNA ou de outro mun-
do?, pagina 48.) Por exemplo, Klaus Dose, do Insti-
tuto de Bioqumica em Mainz, Alemanha, observou:
No presente, todas as discussoes sobre as teorias e
experiencias principais nesse campo acabam em im-
passe ou em admissao de desconhecimento.
Mesmo na Conferencia Internacional sobre a Ori-
gem da Vida, em 1996, nenhuma solucao foi apresen-
tada. Em vez disso, a revista Science publicou que oscerca de 300 cientistas reunidos haviam-se digladia-do com o enigma de como surgiram as mol
eculas do
[DNA e RNA] e como evoluram em c
elulas autorre-
produtoras.
Foi preciso inteligencia e educac
ao superior para
estudar e ate mesmo comecar a explicar o que ocorre
a nvel molecular nas nossas c
elulas.
E razo
avel crer
que etapas complicadas ocorreram primeiro numasopa pr
e-bi
otica, sem direc
ao, espontaneamente e
por acaso? Ou havia mais envolvido?
Por que os enigmas?
A pessoa hoje pode repassar quase meio seculo
de especulacoes e milhares de tentativas de provar
que a vida originou-se por si mesma. Se fizer isso,
Essas experiencias . . . reivindicam a produc
ao de s
ntese abi
otica
que, na realidade, foi produzida e projetada por um ser humanomuito inteligente e bem bi
otico numa tentativa de confirmar
ideias com as quais ele estava grandemente comprometido. Origin and Development of Living Systems.
40 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
Um ato intelectual voluntario
O astronomo brit
anico Sir Fred Hoyle h
a d
ecadas estu-
da o Universo e a vida nele, ate mesmo esposando a ideia
de que a vida na Terra veio do espaco sideral. Discursan-do no Instituto de Tecnologia da Calif
ornia, ele falou da
ordem dos aminoacidos nas prote
nas.
O grande problema na biologia, disse Hoyle, nao
e
tanto a pura verdade que a protena consiste de uma ca-
deia de aminoacidos
interligados de certamaneira, mas que o ar-ranjo expl
cito dos ami-
noacidos d
a a essa
cadeia propriedadesnot
aveis . . . Se os ami-
noacidos fossem inter-
ligados a esmo, have-ria um enorme n
umero
de arranjos inuteis aos
objetivos de uma celu-
la viva. Levando-se emconta que uma enzimatpica tem uma cadeiade talvez 200 elos, eque existem 20 possibilidades para cada elo,
e f
acil ver
que o numero de poss
veis arranjos in
uteis
e enorme,
mais do que o numero de
atomos em todas as gal
axias
visveis atrav
es dos maiores telesc
opios. Isso no caso de
uma enzima, e existemmais de 2mil delas, amaioria ser-vindo a objetivos muito diferentes. Assim, como
e que a
situacao chegou ao ponto que conhecemos?
Hoyle acrescentou: Em vez de aceitar a fantastica-mente pequena probabilidade de a vida ter surgido pormeio das forcas cegas da natureza, parecia melhor su-por que a origem da vida foi um ato intelectual volunt
a-
rio.
Quale a origem da vida? 41
sera dif
cil discordar do pr
emio Nobel Francis Crick.
Discorrendo sobre teorias da origem da vida, Crickobservou que h
a demasiada especulac
ao em cima
de fatos escassos demais. Portanto,e compreens
vel
que alguns cientistas que examinam os fatos con-cluam que a vida
e complexa demais para despon-
tar mesmo num sofisticado laboratorio, muito menos
num ambiente sem controle.
Se a ciencia avancada n
ao pode provar que a vida
poderia surgir por si mesma, por que alguns cientis-tas ainda se apegam a tais teorias? Algumas d
ecadas
atras, o professor John D. Bernal lancou alguma luz
sobre isso no livro The Origin of Life (A Origem da
Mesmo um relance no mundo complexo e nas funcoes intrincadas de
cada celula do corpo leva
`a pergunta: Como surgiu tudo isso?
RibossomosOnde s
ao feitas
as protenas
Nucleo
Centro decontrole dacelula
Membrana celularControla o que entrae o que sai da c
elula
Mitocondrio
Centro deproduc
ao de
moleculas que
fornecem energiapara a c
elula
CromossomosCont
em o DNA,
o plano mestre genetico
Nucleolo
Local demontagemdos ribossomos
Vida): Pela aplicacao dos estritos c
anones [regras]
do metodo cient
fico a esse assunto [a gerac
ao espon-
tanea da vida],
e poss
vel demonstrar eficazmente em
varios pontos na hist
oria que a vida n
ao poderia ter
surgido [espontaneamente]; as improbabilidades sao
grandes demais, as chances da emergencia de vida
sao pequenas demais. Ele acrescentou: Lament
avel
desse ponto de vista, a vida existe aqui na Terra emtoda a sua multiplicidade de formas e atividades, eos argumentos para justificar a sua exist
encia preci-
sam ser distorcidos. E o quadro nao melhorou.
Considere as implicacoes subjacentes de tal racioc
-
nio.E como dizer: Cientificamente
e correto dizer que
a vida nao poderia ter comecado por si mesma. Mas o
surgimento espontaneo da vida
e a
unica possibilida-
de que aceitamos. Assim,e preciso distorcer os argu-
mentos para apoiar a hipotese de que a vida surgiu es-
pontaneamente. Fica satisfeito com essa logica? N
ao
exige tal raciocnio muita distorc
ao dos fatos?
Existem, no entanto, cientistas cultos e respeita-dos que n
ao acham necess
ario distorcer os fatos para
ajusta-los a uma filosofia corrente a respeito da ori-
gem da vida. Em vez disso, permitem que os fatosapontem para uma conclus
ao razo
avel. Que fatos e
que conclusao?
Informacoes e intelig
encia
Entrevistado num documentario, o professor Ma-
ciej Giertych, renomado geneticista do Instituto deDendrologia da Academia Polonesa de Ci
encias, de-
clarou:
Estamos cientes da quantidade macica de infor-mac
oes contidas nos genes. A ci
encia n
ao sabe como
Quale a origem da vida? 43
tais informacoes poderiam ter surgido espontanea-
mente.E preciso uma intelig
encia; n
ao poderiam
ter surgido de casualidades. Simplesmente misturarletras n
ao produz palavras. Ele acrescentou: Por
exemplo, o complexssimo sistema de duplicac
ao de
protenas do DNA e do RNA na c
elula tinha de ser
perfeito logo de incio. Sen
ao, os sistemas de vida n
ao
poderiam existir. Aunica explicac
ao l
ogica
e que essa
massa de informacoes originou-se de uma intelig
en-
cia.
Quanto mais se aprende sobre as maravilhas davida, mais l
ogico
e aceitar esta conclus
ao: a origem
da vida requer uma fonte inteligente. Que fonte?
Como ja mencionado, milh
oes de indiv
duos cultos
concluem que a vida na Terra so poderia ter sido pro-
duzida por uma inteligencia superior, um projetista.
Sim, depois de um exame imparcial, eles concordamque, mesmo na nossa era cient
fica,
e razo
avel dar ra-
zao ao poeta b
blico que, h
a muito, disse sobre Deus:
Contigo esta a fonte da vida. Salmo 36:9.
Quer voce j
a tenha, quer n
ao, formado uma opini
ao
firme a respeito, voltemos a nossa atencao para al-
gumas maravilhas que envolvem voce pessoalmente.
Fazer issoe muito gratificante, e pode iluminar mui-
to esse assunto que afeta a nossa vida.
O professor Michael J. Behe disse: Para quem nao se v
e obrigado
a restringir a sua busca a causas nao inteligentes, a conclus
ao
taxativae que muitos sistemas bioqu
micos foram projetados.
Nao foram projetados pelas leis da natureza, nem por acaso e
necessidade; eles foram planejados. . . . A vida na Terra, no seunvel mais fundamental, nos seus componentes mais cr
ticos,
e produto de atividade inteligente.
44 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
APENDICE A
Equipe a servico da vidaN
ao existiria vida na Terra sem o trabalho de equipe das mol
eculas
de protena e dos
acidos nucleicos (DNA ou RNA) dentro de uma c
elula
viva. Vejamos brevemente alguns detalhes desse instigante trabalhomolecular de equipe, pois s
ao estes que levam muitos a achar dif
cil
crer que celulas vivas possam ter surgido por acaso.
Um exame minucioso do corpo humano, de suas celulas microsc
opi-
cas e ate mesmo do interior delas, revela que somos constitu
dos pri-
mariamente de moleculas de prote
na. A maioria destas comp
oe-se de
fitas de aminoacidos vergadas e torcidas em v
arios formatos. Algu-
mas formam uma bola, outras se parecem com as dobras do fole deum acorde
ao.
Certas protenas trabalham com mol
eculas parecidas com gordura
para formar membranas celulares. Outras ajudam a transportar oxige-
nio dos pulmoes para o resto do organismo. Algumas prote
nas atuam
como enzimas (catalisadores) para digerir os alimentos, dividindo asprote
nas no alimento em amino
acidos. Estas s
ao apenas algumas dos
milhares de tarefas das protenas. Voc
e teria raz
ao se dissesse que as
protenas s
ao os artes
aos da vida; sem elas, a vida n
ao existiria. As pro-
tenas, por sua vez, n
ao existiriam sem a sua ligac
ao com o DNA. Mas
o quee o DNA? Ao que se parece? Que ligac
ao tem com as prote
nas?
Cientistas brilhantes tem recebido pr
emios Nobel por desvendar essas
questoes. Mas n
ao precisamos ser grandes bi
ologos para entender o
basico.
A molecula mestra
As celulas se comp
oem em boa parte de prote
nas, de modo que
sempre sao necess
arias prote
nas novas para manter as c
elulas, para
fabricar celulas novas e para facilitar as reac
oes qu
micas dentro delas.
As instrucoes para a produc
ao de prote
nas est
ao nas mol
eculas do
DNA (acido desoxirribonucleico). Para entender melhor a produc
ao de
protenas, d
e uma olhada mais de perto no DNA.
As moleculas do DNA residem no n
ucleo da c
elula. Al
em de abrigar
as instrucoes necess
arias
`a produc
ao de prote
nas, o DNA armazena e
transmite informacoes gen
eticas de uma gerac
ao de c
elulas
`a seguin-
te. O formato das moleculas do DNA
e parecido com uma escada de cor-
da contorcida (chamada de espiral dupla). Cada uma das duas has-tes da escada do DNA consiste de um vasto n
umero de partes menores
chamadas nucleotdeos, das quais existem quatro tipos: adenina (A),
guanina (G), citosina (C) e timina (T). Com esse alfabeto do DNA, umpar de letras seja A com T ou G com C formam um degrau na
45
escada de espiral dupla. A escada contem milhares de genes, que s
ao
as unidades basicas da hereditariedade.
O gene contem as informac
oes necess
arias para fabricar prote
nas.
A sequencia de letras no gene forma uma mensagem codificada, ou
planta, que diz que tipo de protena deve ser fabricada. Assim, o DNA,
com todas as suas subunidades,e a mol
ecula mestra da vida. Sem
as suas instrucoes codificadas diversas prote
nas n
ao poderiam existir
nem a vida.
Os intermediarios
Contudo, visto que a planta para construir uma protena est
a guarda-
da no nucleo da c
elula, e o local de construc
ao de prote
nas fica fora do
nucleo,
e preciso ajuda para levar a planta codificada do n
ucleo para o
canteiro de obras. As moleculas do RNA (
acido ribonucleico) d
ao essa
ajuda. Estas moleculas s
ao quimicamente similares
`as do DNA, e a ta-
refa exige varias formas de RNA. Veja mais de perto esses extremamen-
te complexos processos de fabricar nossas vitais protenas com a aju-
da do RNA.
O trabalho comeca no nucleo da c
elula, onde uma sec
ao da escada
do DNA abre-se como um zper. Isso permite que as letras do RNA se
acoplem`as expostas letras do DNA de uma das hastes do DNA. Uma
enzima passa pelas letras do RNA para uni-las num filamento. Assim,as letras de DNA s
ao copiadas em letras de RNA, formando o que se
poderia chamar de dialeto DNA. A recem-formada cadeia de RNA sepa-
ra-se, e a escada de DNA fecha-se de novo.
Com mais algumas modificacoes, esse tipo espec
fico de RNA-men-
sageiro esta pronto. Ele deixa o n
ucleo e vai para o local de produc
ao
de protenas, onde as letras de RNA s
ao decodificadas. Cada conjunto
de tres letras de RNA forma uma palavra que exige um amino
acido
especfico. Outra forma de RNA procura esse amino
acido, pega-o com
a ajuda de uma enzima e leva-o ao canteiro de obras. Enquanto a sen-tenca de RNA
e lida e traduzida, produz-se uma crescente cadeia de
aminoacidos. Essa cadeia se enrosca e se entrelaca criando uma forma
mpar, resultando num certo tipo de prote
na. E talvez existam bem
mais de 50 mil tipos de protena no nosso corpo.
Ate mesmo esse processo de entrelacamento das prote
nas
e signifi-
cativo. Em 1996, cientistas ao redor do mundo, armados com seusmelhores programas de computador, competiram para resolver um dosmais complexos problemas da biologia: como
e que uma prote
na, com-
posta de um longo filamento de aminoacidos, se entrelaca e assume a
forma intrincada que determina o papel que ela desempenha na vida.. . . O resultado, em suma, foi: os computadores perderam, as prote
nas
venceram. . . . Os cientistas estimam que para uma protena m
edia,
46 Existe um Criador Que Se Importa com Voce?
composta de cem aminoacidos, resolver o problema do entrelacamen-
to tentando toda possibilidade real levaria 1027 (1 octilhao) de anos.
The New York Times.
Consideramos apenas um resumo de como se forma uma protena, o
suficiente para perceber a incrvel complexidade desse processo. Voc
e
tem ideia de quanto tempo leva para formar uma cadeia de 20 aminoa-
cidos? Cerca de um segundo! Ee um processo cont
nuo nas c
elulas do
nosso corpo, da cabeca aos pes.
Quale o ponto? Embora seja imposs
vel mencionar todos os fatores
envolvidos, o trabalho de equipe necessario para produzir e manter a
vidae assombroso. E a express
ao trabalho de equipe mal descreve
a interacao precisa que a produc
ao de uma mol
ecula de prote
na exige,
visto que a protena necessita de informac
oes das mol
eculas do DNA,
e o DNA necessita de varias formas de mol
eculas de RNA especializa-
das. Tampouco podemos ignorar as varias enzimas, cada qual cumprin-
do um papel especfico e vital.
`A medida que o corpo fabrica c
elulas,
que acontece bilhoes de vezes por dia sem a nossa direc
ao conscien-
te, sao necess
arias c
opias de todos os tr
es componentes: DNA, RNA e
protenas. Pode-se perceber por que a revista New Scientist comentou:
Tire um desses tres, e a vida acaba. Ou indo al
em: sem uma equipe
completa e bem entrosada, a vida nao poderia ter surgido.
E razo
avel que cada um desses tr
es componentes da equipe molecu-
lar tenha surgido espontaneamente aomesmo tempo, no mesmo lugar,e t
ao bem interajustado que eles se poderiam combinar para realizar
suas maravilhas?
Existe, porem, uma explicac
ao alternativa para o surgimento da vida
na Terra. Muitos vieram a crer que a vidae o meticuloso produto de um
Projetista com inteligencia do mais alto grau.
Quale a origem da vida? Ap
endice 47
APENDICE B
Do mundo do RNA ou de outro mundo?Devido ao impasse que a equipe DNA-RNA-prote
nas representa, al-
guns pesquisadores apresentam a teoria do mundo do RNA. De quese trata? Em vez de afirmarem que o DNA, o RNA e as prote
nas origi-
naram-se simultaneamente para produzir vida, eles dizem que o RNAsozinho foi a primeira centelha de vida.
E s
olida essa teoria?
Nos anos 80, os pesquisadores descobriram em seus laboratorios
que as moleculas de RNA podiam atuar como enzimas pr
oprias, cortan-
do a si mesmas em duas e juntando-se de novo em seguida. Assim,especulou-se que o RNA poderia ter sido a primeira mol
ecula auto-
duplicadora. Teoriza-se que, com o tempo, essas moleculas de RNA
aprenderam a formar membranas celulares e que, por fim, o organismoRNA fez surgir o DNA. Os ap
ostolos do mundo do RNA, escreveu Phil
Cohen em New Scientist, creem que a teoria deles deve ser encarada,se n
ao como evangelho, pelo menos como a coisa mais pr
oxima da ver-
dade.
Mas nem todos os cientistas aceitam esse conceito. Os cepticos, ob-
serva Cohen, argumentaram que de mostrar que duas moleculas de
RNA participaram numa automutilacao em tubo de ensaio a afirmar
que o RNA foi capaz de formar sozinho uma celula e provocar o surgi-
mento da vida na Terra foi um salto grande demais.
Ha ainda outros problemas. O bi
ologo Carl Woese afirma que a teo-
ria do mundo do RNA . . .e irremediavelmente falha porque n
ao expli-
ca de onde veio a energia para alimentar a producao das primeiras mo-
leculas de RNA. E os pesquisadores nunca localizaram um pedaco deRNA que duplicasse a si mesmo a partir do nada. H
a tamb
em a ques-
tao da pr
opria origem do RNA. Embora a teoria do mundo do RNA apa-
reca em muitos livros, a maior parte dela, diz o pesquisador Gary Olsen,e otimismo especulativo.
Outra teoria que alguns cientistas defendeme que o nosso planeta
foi semeado com vida procedente do espaco sideral. Mas essa teoriarealmente n
ao responde
`a pergunta: o que originou a vida? Dizer que
a vida vem do espaco sideral, diz o articulista cientfico Boyce Rensber-
ger, apenas muda a localizacao do mist
erio. N
ao explica a origem da
vida.E simplesmente esquivar-se da quest
ao, transferindo o local da
origem da vida para outro sistema solar ou outra galaxia. A quest
ao cen-
tral permanece.
48
ANTES de iniciar um novo dia voce se olha no espe-
lho para checar a sua aparencia? Nessas ocasi
oes, tal-
vez nao tenha tempo para pensar muito no assunto.
Mas tire um tempinho agora e maravilhe-se com o queest
a envolvido numa simples olhada no espelho.
Com os olhos voce se v
e em cores, mesmo que a vi-
sao em cores n
ao seja essencial para viver. A posi-
cao dos ouvidos lhe d
a uma audic
ao estereof
onica,
que lhe permite localizar a origem dos sons, como avoz de uma pessoa amada. Isso pode parecer corri-queiro, mas um livro para engenheiros ac
usticos co-
menta: Em qualquer profundidade de exame do sis-tema auditivo humano, contudo,
e dif
cil escapar
`a
conclusao de que suas intricadas func
oes e estruturas
CAPI T U LO QUATRO
Voce
e
mpar!
apontam para a existencia de uma m
ao generosa no
seu projeto.
O nariz tambem d
a evid
encia de design maravilho-
so. Por meio dele respiramos, o que nos mantem vi-
vos. E seus milhoes de receptores sensitivos permi-
tem-nos distinguir cerca de 10 mil odores diferentes.Quando comemos, outros sentidos atuam. Milharesde papilas gustativas transmitem-nos o sabor da co-mida, e outros receptores, na l
ngua, ajudam-nos a sa-
ber se os dentes estao limpos.
Nos temos cinco sentidos: vis
ao, audic
ao, olfato, pa-
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