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Da barra de rolagem ao e-book: a visão do aluno do IFCE
Iraci de O. M. Schmidlin1 (IFCE) Karine N. Portela2 (IFCE) Márcia R. S. Regis3 (IFCE)
Resumo: O presente artigo reflete sobre a construção dos materiais educacionais digitais (MEDs), seus formatos e sua adequação ao aprendizado, a partir da visão do aluno. Visa analisar os MEDs produzidos pela equipe da Diretoria de Educação a Distância do Instituto Federal do Ceará (DEaD-IFCE) para os cursos de graduação ofertados na modalidade semipresencial. O objetivo geral é apurar, de forma comparativa, as visões dos alunos de cada uma
das versões de MEDs desenvolvidos pela DEaD-IFCE, batizados pela equipe como “barra de rolagem”, “slides” e “e-book”. Pretende-se ainda descrever os MEDs, seus recursos e elementos de design pedagógico, a partir dos parâmetros para construção de MEDs propostos por Torrezzan e Behar (2009), Palange (2009) e Vaz (2009). A pesquisa é de cunho exploratório, descritivo e comparativo, analisando aspectos quantitativos e qualitativos dos MEDs e de sua utilização por parte do aprendiz. Como principal procedimento para coleta de dados, foram aplicados questionários entre os alunos dos cursos, levantando a visão deles acerca dos MEDs para eles disponibilizados. A pesquisa pretende contribuir para a melhoria das práticas em EaD, no design educacional do modelo e-book em construção, abordando as evoluções, acertos, problemas e erros identificados pelos alunos nos formatos analisados. Palavras-chave: material educacional digital, educação a distância, e-book. Abstract: This article reflects on the construction of digital educational materials (MEDs), their formats and their suitability for learning, from the
perspective of the student. Analyzes the MEDs produced by the staff of the Directorate of Distance Education of the Federal Institute of Ceará (DEaD-IFCE) for undergraduate courses offered in the blended mode. The overall goal is to determine, in a comparative way, the views of students from each of the versions of MEDs developed by DEaD-IFCE, baptized by the team as "scrollbar", "slides" and "e-book". Another objective is to describe the MEDs, its features and design elements of teaching, from the parameters for construction of MEDs proposed by Torrezzan and Behar (2009), Palange (2009) and Vaz (2009). The research is exploratory, descriptive and comparative, analyzing qualitative aspects of MEDs and its use by the learner. As the main procedure for data collection,
1 Profa. Iraci SCHMIDLIN, mestra
Instituto Federal do Ceará (IFCE). Diretoria de Educação a Distância (DEaD). [email protected] 2 Karine PORTELA, graduada
Instituto Federal do Ceará (IFCE). Diretoria de Educação a Distância (DEaD). [email protected] 3 Márcia REGIS, especialista
Instituto Federal do Ceará (IFCE). Diretoria de Educação a Distância (DEaD). [email protected]
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questionnaires were administered among the students of the courses, raising their view about the MEDs available to them. The research aims to contribute to improving practices in distance education in instructional design model eBook under construction, addressing developments, successes, problems and errors identified by the students in the formats analyzed. Palavras-chave: digital educational materials, distance learning, e-book.
Introdução
No contexto da Educação a Distância (EaD), o material didático tem uma
importância ainda maior do que no ensino convencional, pelo fato de ser
responsável por amenizar a sensação de distância entre aluno e conteúdo, uma vez
que o professor não está fisicamente presente na maior parte do tempo.
As instituições que ofertam cursos na modalidade a distância buscam
conhecer e dominar as tecnologias e os recursos digitais para disponibilizar esse
conteúdo: imagens e vídeos digitais, hipertextos, animações e simulações, páginas
web, jogos educacionais, para citar alguns.
O Instituto Federal do Ceará (IFCE) oferta cursos na modalidade
semipresencial desde 2007, através de convênios e parcerias firmadas entre sua
Diretoria de Educação a Distância (DEaD) e os programas governamentais em
Educação. Para a maioria dos cursos que oferta, a DEaD-IFCE entrega ao aluno o
conteúdo produzido na própria instituição, tanto no formato impresso (de livro ou
apostila), quanto no formato digital online (webaula).
As webaulas são materiais educacionais digitais (MEDs) alternativos para o
aluno da modalidade semipresencial acessar o conteúdo online, de forma interativa
e dinâmica. Na história da DEaD-IFCE, esses MEDs vêm buscando acompanhar a
evolução e o surgimento dos recursos digitais supramencionados, ao adaptar suas
versões de aulas.
Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar esses MEDs produzidos
pela equipe da DEaD-IFCE para os cursos ofertados na modalidade semipresencial,
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apurando, de forma comparativa, as visões dos alunos de cada uma das versões de
MEDs desenvolvidos pela DEaD-IFCE, batizados pela equipe como “barra de
rolagem”, “slides” e “e-book”.
Material educacional digital
O material educacional digital (MED) é todo material didático desenvolvido
com objetivo relacionado ao ensino-aprendizagem e que incorpora recursos
digitais, como imagens digitais, vídeos, hipertextos, animações (BEHAR e COLS,
2009).
Sua construção demanda a atuação de uma equipe multidisciplinar
composta, diretamente, pelo especialista em conteúdo, o designer
instrucional/educacional, o ilustrador, o pesquisador iconográfico, o animador, o
técnico em audiovisual, o diagramador web, entre outros.
Alguns parâmetros devem ser observados durante a sua elaboração. Behar e
Cols (2009, p. 59) descrevem alguns deles baseados no design pedagógico para a
construção de MED, destacando os seguintes elementos: imagem, navegação,
interação e interatividade e organização do conteúdo.
Imagem
Independente de ser do tipo estática (imagem gráfica, como uma fotografia,
por exemplo) ou interativa (animação), a imagem não deve ser meramente
ilustrativa: sua utilização deve ser no âmbito da representação e não simplesmente
da apresentação. Também não deve ser simplesmente instrucionista, pois deve
instigar a reflexão e possibilitar a criação e o teste de hipóteses pelo aluno durante
seu estudo. A imagem precisa ser empregada e/ou elaborada sempre considerando
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o conteúdo e o público a quem se destina, uma vez que sua interpretação será
resultado dos conhecimentos prévios dos alunos.
Na perspectiva do design de interfaces, é importante considerar o grau de
iconicidade4 das imagens, que pode ser alto ou baixo. Sobre o uso de imagens com
um grau muito baixo de iconicidade, Behar e Cols (2009) alertam que esse uso em
MEDs pode ocasionar lacunas na interpretação por parte do aluno e, em alguns
casos, prejudicar a compreensão/assimilação do conteúdo.
Além disso, em casos em que a imagem ocupa uma posição fundamental no
MED, como a navegação de aulas web, por exemplo, e em que seu grau de
iconicidade deveria ser alto e não o é, pode demandar do aluno um esforço
cognitivo maior do que o necessário para assimilar o conteúdo e atingir os objetivos
educacionais esperados, pois o aluno precisará primeiramente “descobrir” o que
aquela imagem representa para conseguir acessar outras páginas ou recursos
disponíveis.
Navegação
O tipo de navegação adotada em um MED (linear, não-linear, mista,
breadcrumbs5 ) envolve aspectos de funcionamento das ferramentas da interface,
da trajetória do usuário pelo material e da usabilidade. A interface deve propiciar
ao interagente um uso fácil e lógico dos conteúdos de um MED.
Behar e Cols (apud Hack et al., 2006) define uma lista de oito critérios de
usabilidade, baseados na interatividade, que devem ser contemplados na
elaboração de um material digital: 1) condução - meios que orientam o usuário na
exploração do material; 2) carga de trabalho - elementos da interface que evitam a
sobrecarga de informações; 3) controle explícito - elementos que proporcionam ao
4 Grau de iconicidade refere-se à semelhança entre uma imagem e o ícone que a representa.
5 Breadcrumbs (caminhos de migalhas de pão) é uma forma de estruturação de navegação que auxilia o usuário a se localizar
entre as páginas. Para cada nível da estrutura, é criado um link da sessão correspondente.
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usuário controle de suas ações no sistema; 4) adaptabilidade – projeção da
interface de acordo com as preferências do usuário; 5) gestão de erros - prevenção,
identificação e informação de erros do sistema; 6) consistência - coerência entre as
informações e a lógica do sistema; 7) expressividade - relação entre os símbolos e
seus significados; e 8) compatibilidade - componentes de interação compatíveis
com a cultura do usuário.
Ainda para Behar e Cols (2009), há outros fatores de usabilidade que devem
ser observados na elaboração de um MED: visibilidade (lógica entre o ícone e sua
função), feedback (interatividade homem-máquina e a função dos botões),
restrições (ajudam na interpretação das funções dos elementos da interface),
mapeamento (representação de um símbolo e a função desempenhada por ele) e
consistência (lógica aplicada à interface e o entendimento por parte de seus
usuários).
Interação e interatividade
Para o planejamento dos tipos e estilos de interação (relação entre
indivíduos) e de interatividade (relação indivíduo-máquina) de um MED, é preciso
que seja feita uma análise das prováveis ações do usuário ao percorrer a interface.
Para isso, há a necessidade da construção de um modelo conceitual baseado nas
necessidades do usuário.
O modelo conceitual de um MED define a composição da interface e o
comportamento de seu usuário. Há modelos conceituais baseados em atividades,
baseados em objetos ou do tipo misto. Os modelos mais comuns baseados em
atividades são: de instrução (baseado na interatividade rápida das ferramentas do
sistema); de conversação (baseado no diálogo entre pessoas e na interatividade
homem-máquina); de manipulação e navegação (baseado na compreensão lógica de
navegação do sistema; e de exploração e pesquisa (navegação exploratória pelos
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usuários). Os modelos baseados em objetos contemplam interfaces já conhecidas
no cotidiano pelos usuários. Por fim, os modelos mistos são baseados nos modelos
de atividades e de objetos.
Organização do conteúdo
Os conteúdos de um MED devem estar planejados e organizados de forma a
propiciar o diálogo entre o aluno (usuário) e os conceitos abordados. Nesse sentido,
o objetivo maior não é a simples comunicação dos conceitos, mas que o aluno
encontre liberdade para criar suas próprias conclusões a partir da sua
interatividade com os conteúdos apresentados.
Sobre a relação sujeito-conteúdo, Behar afirma que:
Nessa expressão encontra-se a união de dois conceitos. Um deles é a comunicação, responsável por comunicar e gerar a troca de informações entre dois agentes, entre dois sistemas epistêmicos ou ainda duas mentes. O outro conceito é a didática, pois, como se trata de um MED, há a necessidade de essa comunicação ser voltada à construção e geração de
reflexões críticas e de estar organizada de modo que o usuário seja capaz de interagir com novos elementos, assimilar, interiorizar e apropriar-se de novos conceitos. (BEHAR, 2009, p. 55)
Para que a comunicação seja considerada didática, é preciso haver as
relações de ajuda e de relativização do discurso. A relação de ajuda diz respeito ao
diálogo entre o sistema e o usuário de forma a estimular a aprendizagem do aluno;
e a relativização do discurso consiste na relação entre o conteúdo e o design
gráfico, que inclui o planejamento da interface, a elaboração de animações,
simulações, atividades interativas etc.), propiciando a reflexão por parte do aluno.
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Os materiais educacionais digitais do IFCE
A “barra de rolagem” foi o primeiro modelo utilizado na DEaD-IFCE, a partir
de 2007. Atualmente é utilizado nos dois cursos de graduação, na modalidade
semipresencial, Licenciatura em Matemática e Tecnologia em Hotelaria.
A navegação textual do conteúdo tem sentido vertical, daí a origem de seu
nome (barra de rolagem), pois utiliza uma interface semelhante a páginas de
websites, em que há o surgimento gradativo do texto.
Sua arquitetura possui um menu de navegação com botões, disposto
horizontalmente, situado no topo da página, que permite o acesso direto aos
tópicos de uma aula. O botão do tópico selecionado ganha destaque, mostrando,
assim, a posição do leitor em relação aos tópicos da aula.
Figura 1.1: Interface do MED “barra de rolagem”
Fonte: DEaD-IFCE
Além da forma linear, a apresentação do conteúdo pode se dar através de
alguns recursos interativos, como slide down, slide show, entre outros, em que o
usuário facilmente compreende a lógica de navegação6.
6 A descrição detalhada desses recursos foi feita em um artigo apresentado no Connepi 2013 (JOYE, Cassandra R. et al.
Conteúdo Didático Online de Matemática: o papel do Designer Instrucional na utilização de Recursos Web - Relato de
Experiência. In: CONNEPI - Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação. Salvador: IFBA, 2013).
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As imagens, que podem ser figuras, quadros ou tabelas, presentes nesse
modelo de MED são, em sua maioria, estáticas e apresentadas em caixas pequenas.
O leitor visualiza a imagem completa ao clicar nessas caixas, abrindo, assim, um
pop up, ampliando a imagem que se sobrepõe ao texto. Na lateral da página, há a
presença de ícones que, ao serem clicados pelo usuário, fazem surgir um bloco de
texto no interior da aula. Nesta interface, há a presença também de um ícone,
uma seta, que tem a função de direcionar o usuário para o topo da página.
Figura 1.2: Interface do MED “barra de rolagem”
Fonte: DEaD-IFCE
Slides
O modelo “slides” é utilizado na Especialização em Turismo e Hospitalidade,
curso ofertado na modalidade semipresencial, em 2013.
A navegação textual do conteúdo de cada tópico da aula é semelhante à
apresentação de slides. Assim, a visualização do texto se dá em blocos menores de
informação (proporcional à quantidade de texto que cabe na tela). O avanço para
leitura do conteúdo de cada slide pode ser feito de duas formas: através do ícone
avançar e através de botões localizados no canto inferior da página, quando
clicados pelo usuário.
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O acesso aos tópicos de uma aula é feito por um menu vertical de
navegação, localizado no canto esquerdo da interface. O botão do tópico
selecionado ganha destaque de uma outra cor, mostrando, assim, a posição do
leitor em relação aos tópicos da aula. Essa interface também é composta por
menus de acessibilidade e do ícone de busca.
Figura 2 - Interface do MED “slide”
Fonte: DEaD-IFCE
Semelhante ao modelo barra de rolagem, dentro do slide, o texto é
apresentado através de alguns recursos interativos, accordeon e slideshow, por
exemplo. A apresentação e visualização das imagens (figuras, tabelas e quadros) é
bem parecida com a proposta do modelo barra de rolagem. No slide, também há a
presença de ícones que, ao serem clicados, fazem sugir uma caixa com texto
complementar, através de uma janela pop up que se abre.
E-book
O e-book é um modelo que surge a partir da intenção de atualizar e
dinamizar a proposta de aula web da DEaD-IFCE, a partir do ano de 2013, nos cursos
semipresenciais de Aperfeiçoamento em Docência e Licenciatura em Educação
Profissional, Científica e Tecnológica.
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A navegação textual do conteúdo tem sentido horizontal, simulando a virada
de página de um livro impresso. Sua arquitetura possui um menu de navegação, no
topo da página, à esquerda, que surge quando o usuário passa o cursor do mouse
sobre o ícone indicativo, levando, assim, o leitor diretamente para o tópico que ele
selecionar. Possui ainda o menu de acessibilidade, posicionado no lado direito da
interface, onde os botões são acessados com o clique do mouse no ícone
“Ferramentas”.
Figura 3.1 - Interface do MED “e-book”
Fonte: DEaD-IFCE
Além da interface em formato de livro digital, o diferencial do modelo e-
book, em comparação aos outros dois modelos de MED utilizados no IFCE, está no
fato de apresentar um avatar de apresentação para a aulas, possuir ícones em
formato escrito e auditivo e conter animações interativas e não interativas.
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Figura 3.2 - Interface do MED “e-book”
Fonte: DEaD-IFCE
Procedimentos metodológicos
A pesquisa tem caráter exploratório, descritivo e comparativo, uma vez que
faz um levantamento das impressões dos alunos usuários das três versões distintas
de MEDs disponibilizadas pela DEaD-IFCE, supramencionadas: “barra de rolagem”,
“slides” e “e-book”.
Para a coleta de dados, foi elaborado um questionário contendo treze
questões, objetivas e subjetivas, incluindo as informações sobre o perfil do
respondente. O questionário estava disponível online, em formulário eletrônico,
cujo acesso era realizado através de um link via recurso de mensagem individual do
Moodle.
O link do questionário foi enviado para cursistas da DEaD-IFCE, tanto no nível
de graduação quanto de especialização, e foi respondido por um total de 337
alunos, no período de 17 a 29 de outubro de 2013. A partir das respostas, foi
realizada uma análise dos aspectos qualitativos dos MEDs e de sua utilização por
parte do aprendiz.
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Resultados - Avaliando a webaula do IFCE
O questionário foi dividido em três categorias: perfil, hábitos relacionados à
tecnologia e avaliando a webaula do IFCE.
Perfil
As cinco perguntas de identificação dos sujeitos foram: idade, sexo, curso,
região/polo e módulo/semestre.
Os 337 sujeitos participantes desta pesquisa foram em sua maioria (52%)
jovens adultos e adultos, entre a faixa etária dos 21 a 30 anos. Houve um equilíbrio
em relação ao sexo: 51%, feminino, e 49%, masculino.
Como pode ser observado no gráfico 1, 45% dos participantes da pesquisa
são alunos do curso de Licenciatura em Matemática (que utiliza o modelo barra de
rolagem), 26% são do curso de Aperfeiçoamento em Docência na Educação
Profissional nos Níveis Básico e Técnico (que utiliza o modelo e-book), 25% são
alunos do curso de Tecnologia em Hotelaria (que utiliza o modelo barra de
rolagem) e 4% são do curso de Especialização em Turismo e Hospitalidade (que
utiliza o modelo slides).
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Gráfico 1 - Quantidade de participantes da pesquisa por curso
Fonte: DEaD-IFCE
Os alunos dos cursos de Licenciatura em Matemática e de Tecnologia em
Hotelaria estão distribuídos em 12 polos presenciais da UAB no Ceará, como
Quixeramobim, Meruoca, Itapipoca, por exemplo, e a maioria (63%) cursa o
primeiro semestre. No curso de Aperfeiçoamento em Docência na Educação
Profissional nos Níveis Básico e Técnico, os alunos são das diversas cidades do
estado do Ceará e estão cursando o primeiro módulo (de um total de três módulos).
Por sua vez, os alunos do curso de Especialização em Turismo e Hospitalidade que
participaram desta pesquisa são, em sua maioria, das regiões Norte e Nordeste do
país, correspondendo a 27% e 60% dos respondentes, respectivamente, e todos
estão no último módulo do curso (de um total de três módulos).
Hábitos relacionados à tecnologia
Nesta categoria, foram feitas quatro perguntas: 1) Que dispositivos são
utilizados para acessar a webaula (as opções de resposta eram: desktop, notebook,
tablet, entre outros); 2) De onde é acessada a webaula (as opções de resposta
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eram: residência, lan house e outros); 3) Como se dá o carregamento do conteúdo
da webaula (opções de resposta: muito rápido, rápido, neutro, lento, muito lento);
4) Frequência de acesso à webaula (opções de resposta: várias vezes por dia, várias
vezes por semana, apenas uma vez, nunca acesso - uso apenas o material impresso
e outros).
A tabela 1 apresenta o maior percentual de respostas para essas quatro
perguntas. Percebe-se uma pequena variação entre as repostas dos participantes
dos três formatos de webaula analisados (barra de rolagem, slide e e-book).
Analisando a tabela 1, observa-se que a maioria dos participantes da pesquisa
afirmou acessar as webaulas em suas residências de maneira rápida e frequente,
evidenciando, assim, que um número considerável dos respondentes da pesquisa
não tem dificuldade de executar ou acessar os materiais digitais.
Tabela 1: Hábitos relacionados à tecnologia
Fonte: DEaD-IFCE
Avaliando a webaula do IFCE
Baseados nos parâmetros de construção de materiais digitais educacionais
descritos por Behar e Cols (2009), nesta terceira categoria, os alunos foram
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questionados quanto à satisfação dos seguintes elementos dos modelos de webaula:
recursos (animação, ilustração, vídeos e links) e aspectos gerais (organização do
conteúdo, interatividade aluno-conteúdo, simplicidade no manuseio/navegação e
aparência/layout).
Quanto aos recursos, foram analisados dois aspectos: o grau de satisfação
(cinco opções de resposta: totalmente satisfeito, satisfeito, neutro, insatisfeito e
totalmente insatisfeito) e se a quantidade desses recursos era adequada (três
opções de resposta: sim, parcialmente e não). Quanto aos aspectos gerais, foi
analisado o grau de satisfação (cinco opções de resposta: totalmente satisfeito,
satisfeito, neutro, insatisfeito e totalmente insatisfeito).
Descrevemos a seguir o maior percentual de respostas para os elementos
questionados em cada um dos formatos de MED da DEaD-IFCE analisados.
Barra de rolagem
Os alunos que tinham acesso ao modelo de webaula barra de rolagem
mostraram-se satisfeitos quanto aos quatro recursos analisados (animação,
ilustração, vídeos e links) e quanto aos aspectos gerais (organização,
interatividade, navegação e aparência). Já a quantidade de recursos foi
parcialmente adequada (ver tabela 2).
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Tabela 2: Parâmetros analisados - modelo barra de rolagem
Fonte: DEaD-IFCE
Slides
No formato slides, destaca-se a total satisfação dos respondentes em todos
os elementos analisados, seja quanto aos recursos, seja quanto aos quatro aspectos
gerais. Destaque ainda a organização do conteúdo que atingiu um percentual de
87% de satisfação. Percebe-se também que os respondentes também estavam
satisfeitos quanto à quantidade dos recursos (ver tabela 3).
Tabela 3: Parâmetros analisados - modelo slides
Fonte: DEaD-IFCE
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E-book
No formato e-book, tivemos como resultado, assim como aconteceu com o
formato slides, total satisfação dos respondentes em todos os elementos
analisados: recursos e aspectos gerais. Destaca-se a organização do conteúdo e a
interatividade aluno-conteúdo com grau satisfação, cada um, de 68%. Nesse
modelo, os respondestes mostraram-se satisfeitos quanto à quantidade dos recursos
(ver tabela 4).
Tabela 4: Parâmetros analisados - modelo e-book
Fonte: DEaD-IFCE
Assim, de acordo com o que foi pesquisado, observou-se que os MEDs
desenvolvidos pela equipe multidisciplinar da DEaD-IFCE, para os cursos
semipresenciais, nas três versões (barra de rolagem, slides e e-book), obtiveram
um elevado grau de satisfação quanto aos elementos analisados: satisfação e
adequação da quantidade de recursos, como animações, ilustrações, vídeos e links;
e quanto aos aspectos gerais de organização do conteúdo, interatividade aluno-
conteúdo, navegação e layout.
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Considerações finais
A pesquisa pretendeu contribuir para a melhoria das práticas em EaD, no
design pedagógico dos modelos de webaulas adotados no IFCE, principalmente do
modelo e-book, visto que é o modelo mais recente e que ainda está em construção.
Percebeu-se que o planejamento pedagógico não se inicia com o uso dos
MEDs pelos alunos, mas em sua elaboração, que deve ser feita por uma equipe
multidisciplinar composta por pedagogos, designers instrucionais, professores,
programadores, diagramadores etc. A partir da exploração e integração dos
elementos gráficos, técnicos e pedagógicos, é possível planejar MEDs de boa
qualidade que possibilitem uma aprendizagem efetiva aos alunos.
Referências
BEHAR, Patrícia A. Modelos Pedagógicos em Educação a Distância. Porto Alegre:
Artmed, 2009.
JOYE, Cassandra R. et al. Conteúdo Didático Online de Matemática: o papel do
Designer Instrucional na utilização de Recursos Web - Relato de Experiência. In:
CONNEPI - Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação. Salvador: IFBA,
2013.
SILVA, Cassandra R. O. MAEP: um método ergopedagógico interativo para avaliação
de produtos educacionais informatizados. 2002. 224f. Tese (Doutorado em
Engenharia de Produção e Sistemas) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia
de Produção, UFSC, Florianópolis, 2002.