DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITO HUMANOSResolução 1314 da Assembléia Geral da ONU, de
10/12/1948
Chaiane Dal MagoLíllian RodriguesGuilherme Doin
As idéias dos Direito Humanitário são frutos do pensamento positivista e
liberal (Hobbes, Spinozza e Locke).
Contudo a D.U.D.H. não
passa de uma
resolução da
A.G., ou seja, não
possui força jurídica.
Muito embora a D.U.D.H. tenha sido apenas assinada em 1948, a própria Carta de São Francisco de 1945, já menciona a proteção de direitos
fundamentais individuais como um dos objetivos da ONU.
A Conferência de Yalta – URSS e EUA – 1945: que
resultou na Carta de São Francisco – Tratado de Constituição da ONU.Tem sua inspiração na
Declaração de Cícero (antiga Pérsia), e especialmente na
Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão da Revolução Francesa (1789).
Adotada pela ONU em 1948, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos é um dos mais
importantes documentos já escritos. Trata-se da
primeira proclamação internacional dos direitos
básicos dos indivíduos no que se refere a direitos
políticos, econômicos e sociais. Ela retoma os
ideais
da Revolução Francesa de igualdade, liberdade e
fraternidade, porém, num âmbito universal. Aceita
e respeitada internacionalmente, a declaração foi
usada como base para a elaboração de muitas
constituições ao redor do mundo e é considerada
uma referência fundamental para qualquer outra
certificação ou iniciativa.
Escrita sob o impacto das atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, a
declaração foi adotada de forma unânime pelos 48 membros
das Nações Unidas à época, porém com abstenção de voto de
alguns países comunistas, como União Soviética e Polônia, que
discordavam de alguns posicionamentos da iniciativa.
Em 1993, 171 países reforçaram o apoio ao documento por meio da Declaração de Viena, durante
a ConferênciaMundial das Nações Unidas sobre
Direitos Humanos, realizada na capital austríaca. Os
documentos derivados da Declaração Universal dos
Direitos Humanos são igualmente importantes, como a
Declaração dos Direitos da Criança (1959) e a Declaração
sobre a Eliminação da Violência contra a Mulher (1993).
Carta das Nações Unidas - Preâmbulo
“[...]a fé nos direitos humanos, na dignidade, e nos valores humanos das
pessoas" e convocou a todos seus estados-membros a promover
"respeito universal, e observância do direitos humanos e liberdades
fundamentais para todos sem distinção de raça, sexo, língua, ou religião".
“Fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
mundo”• Liberdade, Igualdade e Fraternidade! –
objetivo ou falácia?• Paz no Mundo – mesmas nações que
participam de OI’s militares, tais como a OTAN;
““Consciência da Consciência da Humanidade” e “os seres Humanidade” e “os seres humanos sejam livres de humanos sejam livres de
falar e de crer, libertos do falar e de crer, libertos do terror e da miséria”terror e da miséria”
Consciência da
Humanidade -
um artifício do
lacismo.
Liberdade de fala e crença – Spinozza.Liberdade do Terror e
da Miséria: como conciliar estes
objetivos com a Globalização e
choque de culturas e uma economia
capitalista?
Regime de direito
- Visão positivista :“Ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer senão em virtude de lei”.
- Quem faz a lei?
- O imperativo categórico Kantiano.
Visão machista
implícita na Declaração.
Contexto
político.
Período pós 2ª Guerra
Mundial.
Países Desenvolvidos
tem respeitados a dignidade da
pessoa humana e autodeterminaçã
o dos povos?
O Exemplo
de Ruanda!!
A DIGNIDADE E NO VALOR DA
PESSOA HUMANA, NA
IGUALDADE DE DIREITOS DOS HOMENS E DAS
MULHERES
A DECLARAÇÃOA Assembléia Geral proclama
A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Artigo ITodas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.
Artigo IIToda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
Artigo III Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IVNinguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.
A Consequência jurídica da D.U.D.H.
- Igual a ZERO – ela não é “juridicamente oposável a nenhum Estado”
- É considerada como “Costume Internacional”- Serviu de base para inúmeras Convenções
Internacionais, especialmente em 1966:- Tratado Direitos Civis e Políticos;- Tratado Direitos Econômicos, Sociais e Cultuais.
Nível Regional do Direito Humanitário
A DUDH surtiu efeitos a nível Regional com a formação de Cortes Regionais de Controle da aplicação dos Direitos Humanitários, Conselho Europeu na Europa, e CORTE INTERAMERICANA DOS DIREITOS HUMANOS – Pacto de São José da Costa Rica 1969 – que recentemente proibiu a prisão civil no Brasil (depositário infiel).
Atualmente, um dos grandes desafios é a traduçãodos princípios da declaração para o ambiente das
empresas, que freqüentemente acatam a observância
dos direitos sociais e econômicos, mas têm maisdificuldade para assimilar direitos civis e políticos.
ATUALMENTE
“Trata -se, a Declaração, assim, e em resumo, de uma Carta de Valores, ou, como preferem renomados autores, um verdadeiro "sistema de valores" . Valores que passaram a ser gradativamente inscritos nas diversas normativas das Nações, como fez o Brasil pela Constituição Federal de 1988, Carta Magna em que se inscreveu a dignidade da pessoa humana dentre os fundamentos constitutivos do Estado Democrático de Direito. Já então não mais uma carta de valores, mas uma carta de direitos fundamentais, pelo reconhecimento e pela desejada proteção de determinadas necessidades dos humanos cuja satisfação é condição mínima para um estado pessoal de dignidade”.
Os valores anunciados pela Declaração Universal, nesse contexto e em face da realidade brasileira, já não carecem tão-somente de fundamentação. O que nos desafia, enquanto Nação que elegeu a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades e a promoção do bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação como objetivos fundamentais, é o cumprimento de tais valores. O que nos desafia, portanto, como nacionalidade organizada em Estado Democrático que se funda em Direitos Humanos, não é tanto a justificação dos direitos e deveres de uns em relação aos outros, mas a efetiva proteção desses enunciados, um problema que "não é filosófico, mas jurídico e, num sentido mais amplo, político" .
Direitos Humanos, Justiça e Desenvolvimento Social, portanto,
estãointimamente imbricados. Não só pela fraternidade das justificativas, mas notadamente pela questão política
subjacente a um Estado que se anuncia, como razão mesmo de se ter
instituído, como um Estado Democrático de Direito, um Estado,
em resumo, de responsabilidade. Assim, nunca como antes faz a
Declaração Universal sentido no tempo atual. Porque dentre nós o
desejo declarado, o da universalidade de fato de todos os sujeitos como
sujeitos deDireitos Humanos, ainda é carente de
realizações.
Afonso Armando Konzen