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Música e Indústria: Sistemas, meios e tecnologias de Produção Musical
Do fonógrafo aos sistemas de produção musical do séc. XXI
evolução dos sistemas de gravação multipista�
Música e Indústria: Sistemas, meios e tecnologias de Produção Musical
As origens, o Fonógrafo
Gravação Multipista
Revolução Digital
Viajar no tempo, nos sistemas, meios e tecnologias, canções e artistas em 2’30’’ num rádio a válvulas! ���� ����
Música e Indústria: Sistemas, meios e tecnologias de Produção Musical
As origens, o Fonógrafo
Thomas Edison
O momento de gravação dos primeiros sons nos cilindros do seu fonógrafo, constituiu-se como o momento responsável por catapultar músicos para a fama e fortuna bem como mudar o rumo da música e da indústria a ela associada.
Twinkle, Twinkle Little Star – gravado por Edison em 1887
Música e Indústria: Sistemas, meios e tecnologias de Produção Musical
Edison inventa o Fonógrafo enquanto trabalhava no sentido de desenvolver o telégrafo e o telefone.
Aquela que foi uma invenção inicialmente promovida como um sistema que permitiria revolucionar o acto de ditar cartas às secretárias pelos seus patrões acabou por se revelar um importante ponto de partida para a gravação de música.
Decorria o ano de 1877 quando Edison protagonizou a primeira gravação de voz nos cilindros do seu fonógrafo.
(Edison – Fonógrafo de Cilindros)
As origens, o Fonógrafo
“By the mid-1960s the development of multi-track
recording enabled sounds to be stored separately
on the same tape (6) Studio-made music need no
longer bear any relationship to anything that can
be performed live; records use sounds, the effects
of tape tricks and electronic equipment, that no one
has ever even heard before as musical. (6)”
[in, The Popular Music Studies Reader (Routledge, London 2006), Simon Frith: The industrialization of music (pp.232)]
Música e Indústria: Sistemas, meios e tecnologias de Produção Musical
Sistemas de Gravação Multipista
Máquinas
Músicos
Performance
O Fonógrafo de Edison
Os sistemas de gravação multipista do século XX
Novos sistemas de Produção Musical do século XXI
Produção do Dark Side of the Moon
1973
Música e Indústria: Sistemas, meios e tecnologias de Produção Musical
Em 1945 a gravação em fita magnética implanta-se nos Estados Unidos da América e é na América, ainda durante os anos 40, que o guitarrista Les
Paul associado à Ampex Corporation e com a
inspiração de Bing Crosby desenvolve o sistema
de gravação multipista que viria a dar origens aos gravadores de 8 pistas.
O primeiro gravador multipistas foi introduzido pela Ampex no ano de 1954.
Este sistema possibilitou gravar separadamente
instrumentos e vozes e abriu portas a novas
técnicas de gravação e produção, uma autêntica revolução para a indústria discográfica.
Gravação Multipista – Gravadores de Fita Magnética
Música e Indústria: Sistemas, meios e tecnologias de Produção Musical
Gravação Multipista – Gravadores de Fita Magnética
(Studer J37)
O Studer J37 que foi usado na gravação do
Sargent Pepper’s Lonely Club Band dos Beatles
Os gravadores multipista de fita percorreram as décadas de 50 até ao final da década de
80.
Desenvolveram-se sistemas de sincronismo que permitiam ligar duas máquinas em simultâneo e aumentado de 8 para 16 e para 24 pistas.
Produção de Sargent Pepper’s Lonely Club Band – Beatles
1967
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Gravação Multipista – DASH
Não obstante os sistemas analógicos de gravação
multipista em fita permanecerem no activo até
finais dos anos 80 um novo equipamento surge no início de 1982.
O novo equipamento é a DASH (Digital Áudio Stationary Head) introduzida pela Sony incrementou a qualidade dos equipamentos de gravação multipista.
Uma DASH é capaz de gravar 2, 24 ou 48 pistas
constituindo-se assim como uma alternativa aos equipamentos analógicos.
(Sony PCM 3348)
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Gravação Multipista – DASH
A MTR 90 MKII da Otari foi um standard da indústria entre 1982 e 1993 aquando do lançamento da versão MK III. Com elevada qualidade de som, manutenção de baixo custo preencheu 80% dos maiores estúdios de gravação no Reino Unido.
À excepção da Sony PCM 3348HR e da Studer D827 todas as DASH tinham resolução de 16-bit com frequência de amostragem de 44.1 ou 48kHz. As Sony PCM 3348HR e Studer D827 trabalhavam a 20-bit capazes de trabalhar com 96 kHz de frequência de amostragem (era Digital).
(Otari MTR 90 MKII)
(Studer D827)
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Revolução Digital – ADAT
(Alesis ADAT XT)
Em 1991 a Alesis muda o rumo da tecnologia de gravação multipista com a tecnologia ADAT
Possibilitou o acesso a um equipamento de gravação multipista digital, atéentão disponível apenas para os estúdios de gravação com capacidade de investimento na ordem dos 50,000 Dólares, por apenas 4,000 Dólares.
Permitiu ao músico o acesso a tecnologia digital a um custo consideravelmente inferior ao das DASH.
Marca o início da verdadeira revolução digital dado que anteriormente as DASH só estavam disponíveis nos grandes estúdios.
Permitia gravar 8 pistas em áudio digital, em fita magnética Super VHS uma fita semelhante à dos vídeo-gravadoresdomésticos.
O protocolo ADAT possibilita ligar várias máquinas de ADAT por via do sistema de sincronismo - MIDI Time Code
synchronisation (3 máquina ADAT = 24 pistas áudio digital)
Esta capacidade e o seu baixo custo relativo é o principal responsável pelo nascimento de novos pequenos estúdios.
O protocolo permite transferir 8 pistas de áudio por um único cabo de fibra óptica e ainda hoje está presente em conversores AD/DA, placas de som e digital audio workstations.
XT-20, LX-20 e M-20 funcionavam a 20-bit com frequência de amostragem de 44.1 ou 48 kHz
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Revolução Digital – Novos Sistemas de Produção Musical
Anos 2000 o software multipista como o Nuendo, Sonar ou o sistema Pro Tools imperam nos estúdios de gravação.
Nova realidade - os estúdios caseiros (Home Studios) visto que com um computador, software e algum hardware já é possível ter um sistema de gravação e edição multipista.
Os mais diversos interfaces áudio surgem no mercado entre eles: RME-Audio, Apogee, Digidesign, MOTU,
Lynx, Edirol, ou Prism. Também o software tem oferta
diversa: Adobe Audition e Pro Tools da Digidesign, o
Sonar da Cakewalk, o Samplitude da Magix, o Cubase
e o Nuendo da Steinberg ou o Logic Pro da Apple.
(Digidesign 192 I/O, Hardware especifico do Pro Tools)
(RME Fireface 800)
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Revolução Digital – Novos Sistemas de Produção Musical
Actualmente, a tecnologia de gravação baseada em interfaces áudio associados a um computador permite uma paleta infindável de recursos de edição e produção ao utilizador.
Os VSTi (instrumentos virtuais) ou VST / RTAS (plugins) permitem o acesso a ferramentas que anteriormente só estavam acessíveis aos grandes produtores nos grandes estúdios de gravação.
Existem infindáveis possibilidades técnicas de fácil acesso e custo moderado que quando associadas à velocidade dos média do século XXI impulsionaram o surgir de pequenas editoras e distribuidoras, e músicos que disponibilizam os seus trabalhos em espaços como o myspace ou youtube introduzindo novas directrizes a uma indústria secular.
Hoje a edição de autor é um processo comum, muito em parte graças à evolução dos sistemas, meios e tecnologias
de Produção Musical, que permitiu minimizar custos de gravação e produção.
Nomes como Elvis Presley, Miles Davis, Ray Charles ou Michael Jackson, bandas com The Beatles, Rolling Stones, The Doors, The Police ou Pink Floyd, álbuns como Sargent Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Beatles) ou Dark
Side of the Moon (Pink Floyd) que esteve 741 semanas (14 anos) consecutivas no top da Billboard (nº 1)
permanecendo entre os 200 álbuns deste top por mais de 1500 semanas (quase 29 anos) álbum que também
marca a história da produção musical pela mistura quadrofónica de Alan Parsons.
O Thriller (Michael Jackson) com a produção de Michael Jackson e Quincy Jones que se tornou o álbum mais vendido de todos os tempos com mais de 100 milhões de cópias vendidas por todo o Mundo entre muitos outros álbuns, músicos, técnicos, lugares e produtores conhecidos do grande público muito em parte porque a evolução dos sistemas, meios e tecnologias de Produção Musical, muito em particular os equipamentos de gravação multipista permitiram realizar trabalhos verdadeiramente inovadores ou surpreendentes.
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Revolução Digital – Novos Sistemas de Produção Musical
A gravação multipista mudou o rumo da música, sobretudo da Popular Music,
Novos efeitos e recursos de produção estão directamente ligados à tecnologia de gravação de áudio muito em particular à tecnologia de gravação multipista.
Editoras e Estúdios lendários como Capitol Records, Abbey Road Studios, Air Studios, RCA, Columbia, Victor, DECCA, Mercury Records, EMI, CBS Records, têm parte da sua História inscrita nestas máquinas fabulosas sem as quais muito provavelmente a Indústria da Música nunca teria conhecido tamanho desenvolvimento nem os Músicos tamanha projecção.
A tecnologia de gravação teve o seu impacto tanto no contexto profissional como a nível doméstico. Toda uma evolução de dispositivos implicou o aparecimento de novos formatos de suporte áudio.
Da “era de mecânica” à “era digital” do fonógrafo ao Ipod é pertinente relacionar a evolução dos sistemas de gravação multipista com os novos formatos de suporte áudio, com toda uma indústria electrónica bem como o contributo e impacto evolutivo da citada tecnologia nas Indústria de Gravação, na Rádio, Televisão e Cinema (bandas sonoras).
É ainda importante relacionar a evolução dos sistemas de gravação com novas performances ao vivo e sobretudo com os novos horizontes que abriu à Popular Music.
A Indústria da Música, dos primeiros tempos ao Rock n’Rollaté às correntes estéticas actuais é uma história que tem como impulcionador o Fonógrafo de Thomas Edison.
Música e Indústria: Sistemas, meios e tecnologias de Produção Musical
Referências
Monografias
Lasocki, David “History of Recording” in Sadie, Stanley (2001) The New Grove Dictionary of Music and the Musicians. London: McMillan, Vol. 21 (pp 7 - 37)
Millard, Andre (1995) America on Record: A History of Recorded Sound. Cambridge: Cambridge University Press
Frith, Simon e Goodwin, Andrew (1990) On The Record: Rock, Pop And The Written Word, London: Routlegde
Bennett, Andy, Shank, Barry e Tynbee, Jason (2006) The Popular Music Studies Reader. Oxon: Routledge
Hull, Geoffrey (2004) The Recording Industry. Nova Iorque: Routledge
Artigos
Toynbee, Jason (2000) “Technology: the instrumental instrument”, in Toynbee, Jason, Making Popular Music; musicians, institutions, aesthetics. London: Arnold
Théberge, Paul (2001) “Plugged in: technology and popular music”, in Frith, Simon, Straw, Will and Street, John (Editors), TheCambridge Companion to Pop and Rock. Cambridge: University Press
Jones, Steve (1992) Technology and Popular Music in Rock Formation: Music, Technology and Mass Communication. Califórnia e Londres: Sage Publications
Fontes Cibernéticas
URL: http://www.recording-history.org/Consultado em: 03/06/08The History of Sound Recording Technology
URL: http://www.abbeyroad.com/Consultado em: 03/06/08Abbey Road Studios
URL: http://studerj37.com/Consultado em: 03/06/08Página dedicada à máquina Studer J37
URL: http://www.alesis.com/Consultado em: 03/06/08Site oficial da Alesis
URL: http://www.digidesign.com/Consultado em: 03/06/08Site oficial da Digidesgn [Pro Tools]
URL:http://arts.ucsc.edu/ems/music/equipment/digital_recorders/Digital_Recorders.htmlConsultado em: 03/06/08Site com informação sobre gravadores digitais
URL: http://audiotools.com/r2r.htmlConsultado em: 03/06/08Site com informação sobre gravadores analógicos [sistema reel-to-reel]
URL: http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_Audio_Stationary_HeadConsultado em: 03/06/08Site com informação sobre as DASH
Vídeos [fonte cibernética]
Twinkle, Twinkle Little Star Edison Record in 1887URL: http://www.youtube.com/watch?v=1pEyZPjPMPM
The Beatles on making Sgt PepperURL: http://www.youtube.com/watch?v=6oEeNM_TT3U
The Dark Side Of The Moon (parte 4 de 5)http://br.youtube.com/watch?v=lfR73xmFGDc
OTARI MTR 90 MK II MULTITRACK RECORDER 24 TRACKShttp://br.youtube.com/watch?v=hRyXeg3FPpg