Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
1
Trabalho elaborado no âmbito da
disciplina de Condição Física,
Nutrição e Saúde, do 2º Semestre
do 2º ano da Licenciatura de
Ciências do Desporto, leccionado
pela Drª Helena Moreira.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
2
Identificação dos autores
Miguel António Macedo Araújo, nascido a 16 de Março de 1968 natural de
Vila Real Freguesia de S. Pedro. Encontra-se neste momento a trabalhar no
Departamento de Desporto exercício e saúde e a frequentar também neste
estabelecimento de ensino o Curso de Ciências do desporto.
Nº29690 – Ciências do Desporto – Turma A
Sandro Miguel Lourenço Gomes, nascido a 31 de Janeiro de 1989, natural
da localidade de Arrabães pertencente à freguesia de Torgueda no distrito de
Vila Real. Neste momento frequenta o 2º ano da licenciatura de Ciências do
Desporto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
No ano de 2004 realizou uma formação em Informática sobre Criação de redes;
Internet e Utilitários do Windows. Até à data tem participado em diversas
actividades de formação associadas a actividades desportivas.
Nº 30840 – Ciências do Desporto – Turma A
Victor Manuel Gomes Da Silva, nascido a 8 de Setembro de 1988, natural de
São João da Madeira. Encontra-se neste momento a concluir a licenciatura de
Ciências do Desporto, com especialização em Futebol. É actualmente treinador
de futebol dos sub. 13 do Abambres Sport Club.
Conta na sua formação com o curso de primeiros socorros, realizado em Vila
Real pela Cruz Vermelha Portuguesa.
Paralelamente realizou o curso de treinador de futebol, nível I, pela associação
de Futebol de Vila Real.
Nº30844 – Ciências do Desporto – Turma
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
3
Índice Identificação dos autores.................................................................................... 2
Índice de Ilustrações ........................................................................................ 10
Introdução ........................................................................................................ 13
I - Aula 1 ........................................................................................................... 15
1. Objectivos da disciplina ............................................................................ 15
2. Avaliação da disciplina .............................................................................. 16
3 Trabalho prático ......................................................................................... 17
4. Conteúdos programáticos ......................................................................... 18
5. Exercício Físico......................................................................................... 24
6. Aptidão física ............................................................................................ 24
6.1 Componentes da aptidão física .............................................................. 25
Cardiovascular .......................................................................................... 25
Força ......................................................................................................... 25
Flexibilidade .............................................................................................. 25
Composição corporal ................................................................................ 25
6.1.1 Testes de avaliação das componentes da aptidão física ................. 26
7. Actividade Física ....................................................................................... 26
8. Saúde ....................................................................................................... 28
8. Importância de um estilo de vida activo na promoção da saúde .............. 29
9. O sistema de dispêndio energético MET (Equivalente Metabólico) .......... 30
10. Classificação da actividade física em MET (Equivalente Metabólico)..... 31
11. Inactividade Física e risco de doenças ................................................... 33
12. Bibliografia .............................................................................................. 34
II - Aula 2 .......................................................................................................... 35
1. Recomendações de actividade física........................................................ 35
2. Recomendações para adolescentes ......................................................... 36
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
4
3. Recomendações para adultos .................................................................. 38
4. Recomendações para idosos ................................................................... 40
5. Contra indicações na actividade física ...................................................... 43
6. Vantagens da Actividade Física ................................................................ 44
7. Cálculo individual dos níveis de intensidade de actividade física ............. 45
8. Bibliografia ................................................................................................ 49
III - Aula 3 ......................................................................................................... 50
1. Composição Corporal ............................................................................... 50
1.1 Vantagens do estudo da composição corporal.................................... 51
1.2 Componentes Estruturais do Corpo .................................................... 52
3. Avaliação da Massa Corporal ................................................................... 56
3.1 Índice de Massa Corporal (IMC) Corporal - IMC ................................. 57
3.2 Medição do Peso................................................................................. 59
3.3 Medição da Altura ............................................................................... 59
3.4. Perímetro da Cintura (PC) .................................................................. 60
3.5 Índice de Conicidade (Conicity Índex) ................................................. 62
4. Obesidade ................................................................................................ 63
4.1 Tipos de Obesidade ............................................................................ 65
4.2 Períodos críticos do desenvolvimento da obesidade .......................... 66
5. Aula prática ............................................................................................... 68
6. Bibliografia ................................................................................................ 70
IV - Aula 4 ......................................................................................................... 71
1. Massa gorda vs Gordura .......................................................................... 72
1.1 - Massa Gorda..................................................................................... 72
1.2 - Gordura ............................................................................................. 72
2. TECIDO ADIPOSO ................................................................................... 73
2.1 Tipo de adipócitos ............................................................................... 74
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
5
3. Metabolismo do Tecido Adiposo ................................................................... 75
3.1 Lípase hormono sensitiva (LHS) ......................................................... 76
3.2 Lipoproteinalipase (LPL) ..................................................................... 77
4 Hormonas .................................................................................................. 78
4.1 Efeito da insulina ................................................................................. 78
4.2 Lipólise ................................................................................................ 79
4.3 Cortisol ................................................................................................ 79
4.4 Hormona de Crescimento ................................................................... 79
4.5 Triidotironina........................................................................................ 80
4.6 Catecolaminas..................................................................................... 80
5. Gordura Abdominal ................................................................................... 81
6. Relação da gordura com os géneros ........................................................ 82
7. Aula Prática .............................................................................................. 83
7.1 Perímetro da Anca e o Diâmetro Sagital ............................................. 83
7.2 Índice cintura – anca ........................................................................... 84
7.3 Perímetro sagital ................................................................................. 86
8. Bibliografia ................................................................................................ 87
V - Aula 5.......................................................................................................... 88
1.Números da Obesidade em Portugal ......................................................... 89
2. Manutenção do peso corporal .................................................................. 91
2.1 Perda de peso corporal ........................................................................... 91
WALKING TEST ........................................................................................... 92
3. Problemas Práticos ................................................................................... 96
4. Bibliografia .............................................................................................. 101
VI - Aula 6 ....................................................................................................... 102
1. Prescrição Exercício para a Obesidade .................................................. 102
2. Progressão do trabalho cardiovascular ................................................... 104
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
6
3. Actividade Física – Iniciantes .................................................................. 106
4. Recomendação de terapia de perda de peso ......................................... 106
4.1 Utilização de medicamentos e suas implicações .............................. 107
4.2 Indivíduos não recomendados na terapia de perda de peso ............. 108
5. Terapias para a obesidade ..................................................................... 108
5.1 Dieta .................................................................................................. 108
5.2 Mudança de comportamento ............................................................. 109
5.3 Utilização de fármacos ...................................................................... 109
5.4 Cirurgia .............................................................................................. 110
5.6 Doenças do miocárdio associadas à obesidade ............................... 110
6. Prescrição do exercício para a Hipertensão ........................................... 110
6.1 Considerações Especiais .................................................................. 111
7. Bibliografia .............................................................................................. 112
VII - Aula 7 ...................................................................................................... 113
1. Bioimpedância ........................................................................................ 113
2. Aparelhos de Bioimpedância .................................................................. 116
2.1 - Aparelho de Bioimpedância de Frequência simples ....................... 116
2.2 Aparelho de Bioimpedância de Multifrequência ................................ 116
3. Protocolo avaliação na Bioimpedância ................................................... 118
4. Bibliografia .............................................................................................. 119
VIII - Aula 8 ..................................................................................................... 121
1. Interpretação dos Resultados do InBody720 .......................................... 122
1.1 Área de adiposidade visceral ............................................................ 124
1.3 ÍNDICES DE EDEMA ........................................................................ 125
1.4 Avaliação Nutricional ......................................................................... 126
1.5 Manutenção do peso ......................................................................... 126
1.6 Diagnóstico de Obesidade ................................................................ 127
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
7
1.7 Equilíbrio entre os segmentos corporais ........................................... 127
1.8 Força corporal ................................................................................... 128
1.9 Diagnóstico de saúde ........................................................................ 128
1.10 Controlo do peso ............................................................................. 129
1.11 Dados adicionais ............................................................................. 129
2. Bibliografia .............................................................................................. 132
IX - Aula 9 ....................................................................................................... 133
1. Equações preditivas da ACT e da MIG com base na bioimpedância ..... 134
1.1 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS
CAUCASIANAS....................................................................................... 134
1.2 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES
ADULTAS/IDOSAS CAUCASIANAS....................................................... 135
1.3 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS
ADULTOS ............................................................................................... 135
CAUCASIANAS....................................................................................... 135
1.4 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – ATLETAS (VÁRIOS
DESPORTOS) ........................................................................................ 136
1.5 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES
ADULTAS/IDOSAS ................................................................................. 136
1.6 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS
ADULTOS/IDOSOS ................................................................................ 137
2. Métodos de avaliação da sarcopenia...................................................... 137
3. Prescrição de exercício para a sarcopenia ............................................. 142
4. Tecido Ósseo .......................................................................................... 143
4.2. Tipos de ossos ................................................................................. 144
4.3 Funções do osso ............................................................................... 144
5. Osteoclasto e Osteoblasto ...................................................................... 145
5.1 osteoclasto ........................................................................................ 145
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
8
5.2 osteoblasto ........................................................................................ 146
6. Osteoporose ........................................................................................... 146
6.1 Factores que afectam a osteoporose ................................................ 147
7. Curva da massa óssea ........................................................................... 150
8. Os locais mais afectados pela Osteoporose ........................................... 150
9. Classificação da osteoporose e osteopenia ............................................ 152
10. Prescrição de exercício físico para osteoperose................................... 153
10. Bibliografia ............................................................................................ 154
X - Aula 10 ...................................................................................................... 156
1. Actividade física e condição óssea ......................................................... 157
2. Critérios para a classificação da densidade mineral óssea .................... 158
2.1 VANTAGENS DA MEDIÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA AO
NÍVEL DO CALCÂNEO ........................................................................... 159
2.2 Resultado da medição da densidade mineral óssea ao nível do
calcâneo .................................................................................................. 160
Bibliografia .................................................................................................. 161
XI - Aula 11 ..................................................................................................... 163
1. Factores de risco para fracturas osteoporóticas ..................................... 163
1.1 Deficiência estrogénica ..................................................................... 165
1.1.2 Cálcio ............................................................................................. 166
1.2.3 Vitamina D ...................................................................................... 166
1.1.4 Factores Nutricionais ...................................................................... 167
1.1.5 Peso corporal ................................................................................. 167
1.1.6 Hábitos de vida............................................................................... 168
1.1.7 Inactividade física ........................................................................... 168
2. Artrite reumatóide ................................................................................... 169
3. Evolução da artrite reumatóide ............................................................... 172
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
9
4. Intervenção através da actividade física ................................................. 173
5. Testes constituintes da Bateria de testes Rikli &Jones ........................... 176
5.1 Levantar e Sentar .............................................................................. 176
5.2 Flexão do Antebraço ......................................................................... 180
5.3 Sentado e Alcançar ........................................................................... 183
5.4 Sentado, Caminhar 2,44 m e tornar a Sentar .................................... 185
5.5 Alcançar atrás das costas ................................................................. 188
5.6 Dois minutos de step no próprio lugar ............................................... 190
5.7 Andar 6 minutos ................................................................................ 193
6. Bibliografia .............................................................................................. 195
Conclusão ...................................................................................................... 197
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
10
Índice de Ilustrações
Ilustração 1 - Trabalho escrito das aulas teórico-práticas ................................ 17
Ilustração 2 - Critérios de avaliação do trabalho escrito das aulas teórico
práticas ............................................................................................................. 18
Ilustração 3 - Definições de Aptidão Física – Adaptado de Fretias, (1994) citado
por Cardoso, M (2000). .................................................................................... 25
Ilustração 4 - Testes de avaliação das componentes da aptidão física
(Feishman, 1964) ............................................................................................. 26
Ilustração 5 - Modelo descritivo das relações entre a actividade física habitual,
a aptidão física relacionada à saúde e o estado de saúde. (Bouchard e
Shephard, 1993) citado por Cardoso, M (2000). .............................................. 29
Ilustração 6 - Classificação dos METs por intensidades .................................. 31
Ilustração 7 - Actividades diárias e os seus METs associados ........................ 33
Ilustração 8 - Recomendações da Actividade Física – Adaptado Audiovisuais,
Moreira, M (2010). ............................................................................................ 36
Ilustração 9 - Recomendações da actividade física para adultos - Haskell et al.,
(2007) citado por Moreira, M (2010). ................................................................ 40
Ilustração 10 - Recomendações para idosos e adultos entre os 50 e 64 anos
com limitações – Moreira, M (2010). ................................................................ 42
Ilustração 11 - Vantagens da apreciação das componentes corporais ............ 52
Ilustração 12 – Modelo 2 C - Proporções das componentes da composição
corporal ............................................................................................................ 53
Ilustração 13 - Composição da Massa Gorda .................................................. 55
Ilustração 14 - Composição dos lípidos não essenciais ou gordura ................. 56
Ilustração 15 - Dados estatísticos das regiões autónomas .............................. 58
Ilustração 16 - Quadro da relação do IMC e a classificação quanto ao peso ... 58
Ilustração 17 - Valores de referência para adultos e idosos ............................. 59
Ilustração 18 - Valores de referência do perímetro da cintura .......................... 61
Ilustração 19 - Valores étnicos e específicos para o perímetro da cintura ....... 63
Ilustração 20 - Risco de doença em adultos de acordo com o índice de massa
corporal e o perímetro da cintura ..................................................................... 69
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
11
Ilustração 21 - Referências da localização da massa gorda - Adaptado de
Lohman (1981) ................................................................................................. 73
Ilustração 22 - Tecido Adiposo - Tipos e Constituição...................................... 75
Ilustração 23 - Gordura Abdominal ................................................................... 81
Ilustração 24 - Percentagem de gordura corporal para homens e mulheres .... 82
Ilustração 26 - Riscos de doença em adultos de acordo com o índice de massa
corporal e o perímetro da cintura ..................................................................... 85
Ilustração 25 - Valores de corte do índice cintura/anca .................................... 85
Ilustração 27 - Obesidade em adultos (18-64) portugueses - 2003-2004 ........ 89
Ilustração 28 - prevalência da obesidade em adolescentes portugueses (10-18)
em 2008 ........................................................................................................... 90
Ilustração 29 - Cabeçalho do walking test ........................................................ 93
Ilustração 30 - Determinação e classificação do resultado do walking test ...... 96
Ilustração 31 - Progressão do trabalho Cardiovascular .................................. 104
Ilustração 32 - Utilização de medicamentos e suas implicações .................... 107
Ilustração 33 - Avaliação da composição corporal ......................................... 126
Ilustração 34 - Valores de referência para manutenção do peso ................... 126
Ilustração 35 - Valores de referência para o diagnostico de obesidade ......... 127
Ilustração 36 - Valores de referência para o diagnóstico de saúde ................ 128
Ilustração 37 - Valores de referência para o fitness score.............................. 129
Ilustração 38 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS
CAUCASIANAS .............................................................................................. 134
Ilustração 39 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS
CAUCASIANAS .............................................................................................. 134
Ilustração 40 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES
ADULTAS/IDOSAS ........................................................................................ 135
Ilustração 41 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS
ADULTOS ...................................................................................................... 135
Ilustração 42 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – ATLETAS
(VÁRIOS DESPORTOS) ................................................................................ 136
Ilustração 43 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES
ADULTAS/IDOSAS ........................................................................................ 136
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
12
Ilustração 44 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS
ADULTOS/IDOSOS........................................................................................ 137
Ilustração 45 - Prescrição de exercício para a sarcopenia ............................. 142
Ilustração 46 - Actividade Física e Condição Óssea ...................................... 157
Ilustração 47 - Valores de classificação do T-score ....................................... 158
Ilustração 48 - Tabela de avaliações das Mulheres no teste levantar e sentra
na cadeira. ...................................................................................................... 179
Ilustração 49 - Tabela das avaliações dos Homens no teste levantar e sentar na
cadeira............................................................................................................ 180
Ilustração 50 - Tabela de avaliações da mulher no teste flexão do antebraço 182
Ilustração 51 - Avaliação das avaliações no Homem, teste flexão do antebraço
....................................................................................................................... 182
Ilustração 52 - Tabela das avaliações na Mulher, teste sentado e alcançar .. 184
Ilustração 53 - Tabela das avaliações no Homem, teste sentado e alcançar . 185
Ilustração 54 - Tabela das avaliações na mulher, no teste sentado, caminhar
2.44 m e voltar a sentar .................................................................................. 187
Ilustração 55 - Tabela das avaliações no Homem, teste sentado, caminhar 2.44
m e voltar a sentar .......................................................................................... 188
Ilustração 56 - Tabela das avaliações na mulher, no teste alcançar atrás das
costas ............................................................................................................. 189
Ilustração 57 - Tabela das avaliações no Homem, teste alcançar atrás das
costas ............................................................................................................. 190
Ilustração 58 - das avaliações no Mulher, teste dois minutos de step no próprio
lugar ............................................................................................................... 192
Ilustração 59 - Tabela das avaliações no Homem, teste dois minutos de step no
próprio lugar ................................................................................................... 192
Ilustração 60 - Tabela das avaliações no Mulher, teste andar 6 minutos ....... 194
Ilustração 61 - Tabela das avaliações no Homem, teste andar 6 minutos ..... 195
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
13
Introdução
No âmbito da disciplina de Condição Física Nutrição e Saúde, realizou-
se este trabalho em forma de relatório de aulas com vista a integrar todos os
conteúdos abordados, quer das aulas teóricas quer das aulas práticas. Todas
as aulas decorreram no complexo desportivo da Universidade de Trás-os-
Montes e Alto Douro, tendo as aulas teóricas decorrido na sala 1 e as aulas
práticas no laboratório de condição física e na pista de tartan do referido
complexo.
Todos os relatórios aqui abordados são referentes a aspectos que em
muito estão directamente implicados com factores que determinam a saúde
geral de crianças, jovens e adulto, não esquecendo e em particular as pessoas
mais idosos. Deste universo de temas aqui retratados pode-se referir que todos
eles têm uma componente predominantemente prática que se reflecte nos
inúmeros protocolos de avaliação das variadas componentes de saúde
retratadas.
Este relatório de aulas inicia-se com uma ampla abordagem sobre o
plano curricular que foi leccionado durante o semestre. Seguidamente se
explanará todos os conteúdos abordados no plano curricular, que serão os
seguintes por ordem de inclusão no dossier: exercício físico e as suas
componentes de aptidão física; saúde e a importância de um estilo de vida
activo na promoção da saúde; a composição corporal e a sua avaliação; a
obesidade nas suas diferentes formas e prescrição de exercício; a
bioimpedância; a sarcopenia, a osteoporose e finalmente uma bateria de testes
para avaliar a aptidão funcional sobretudo para pessoas mais idosas.
Os elementos deste grupo serão elementos activos nas aulas práticas,
realizando os testes inerentes a cada contudo programático onde registarão os
valores obtidos. Estes valores serão utilizados para a elaboração de quadros
de resultados, quem em complemento com a literatura pesquisada ou cedida
pela docente irá dar um suporte fundamental para a assimilação dos conteúdos
abordados. Os testes que foram realizados e dos quais aqui se fará uma
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
14
discussão dos resultados serão: a determinação das intensidades absolutas e
relativas do exercício, a determinação do índice de Massa corporal (IMC); os
perímetros da cintura, cintura/anca e sagital; o walking teste, a bioimpedância e
finalmente a densidade mineral óssea.
Todo o dossier de relatórios está organizado fundamentalmente de
uma forma estruturado por conteúdos dados em cada aula, para que no futuro
seja de fácil consulta caso seja necessário tirar alguma dúvida relativa ao que
foi abordado. Fica também um valioso “manual” para uma vida profissional
relacionada com a prescrição do exercício.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
15
I - Aula 1
Sumário: Apresentação do programa da disciplina e aquisição de
conhecimentos relacionados com a prática de actividade física e de desporto
na Europa e com a relação da inactividade física com condições crónicas de
saúde.
CONTEÚDOS
Programa da disciplina
Actividade física, exercício físico e aptidão física
Classificação das actividades físicas em função do MET
Inactividade Física e Risco de doença
1. Objectivos da disciplina
A disciplina de Condição Física, Nutrição e Saúde pretende
desenvolver nos alunos competências no domínio da classificação e selecção
de protocolos e procedimentos de apreciação da actividade física e das
componentes da aptidão física (composição corporal, aptidão aeróbia e aptidão
muscular), na elaboração de relatórios individuais de natureza informativa e
formativa e, por último, a utilização das avaliações anteriormente indicadas na
concepção, prescrição e execução de programas de exercício e de
aconselhamento de actividade física num quadro não formal. Pretende-se
igualmente conferir aos alunos informação relacionada com as orientações
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº1 6ª Feira das 10:30 às
12:30
12-02-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
16
nutricionais destinadas a melhorar os níveis de massa gorda, massa óssea,
massa muscular e água corporal, bem como em relação a algumas condições
crónicas de saúde.
2. Avaliação da disciplina
As provas de avaliação periódica na disciplina de Condição Física,
Nutrição e Saúde constam na avaliação de 3 parâmetros incluindo a
frequência, o trabalho prático e a atitude dos alunos, com ponderação
diferenciada.
No sistema de avaliação periódica, os alunos são dispensados de
exame final se obtiverem uma nota final igual ou superior a 9,5 valores. A
obtenção de uma nota igual ou superior a 8,5 valores e inferior a 9,5 valores
obriga à realização de um exame final.
Quando a nota final obtida for inferior a 8,5 valores o aluno necessita
submeter-se a exame final, podendo optar pela primeira ou segunda chamada.
A marcação do calendário de exames é da responsabilidade do
Coordenador do Curso. Para ter acesso às épocas normal e de recurso, os
alunos têm de efectuar a sua inscrição na secretaria do Departamento de
Desporto até 48 horas antes da realização das referidas provas
(Artigo 3 do Capítulo 1 das Normas Pedagógicas)
Para a avaliação de conhecimentos os alunos trabalhadores-estudantes
poderão optar por uma avaliação periódica ou por exame final. No caso de
FREQUÊNCIA (50%) + ATITUDE (2%) + RELATÓRIOS DAS AULAS
TEÓRICO-PRÁTICAS (48%)
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
17
seleccionarem o sistema de avaliação periódica deverão comunicar a sua
intenção à docente da cadeira por escrito e até ao final da primeira quinzena do
semestre (Artigo 5 do Regulamento do Estatuto Trabalhador Estudante).
3 Trabalho prático
No decorrer do semestre os alunos, organizados em grupos de 6
elementos (pertencentes à mesma turma), deverão elaborar um trabalho
escrito relativo às aulas teóricos-práticas que será o conjunto dos relatórios das
aulas leccionadas. O referido trabalho deverá estar estruturado de acordo com
as regras indicadas no Quadro 1, estando os critérios de avaliação do mesmo
expresso no Quadro 2.
Ilustração 1 - Trabalho escrito das aulas teórico-práticas
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
18
4. Conteúdos programáticos
ACTIVIDADE FÍSICA, EXERCÍCIO, APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE
1.1 Definição dos conceitos
1.2 Importância de um estilo de vida activo na promoção da saúde.
1.3 Componentes da aptidão física (aptidão aeróbia, força, resistência
muscular, flexibilidade
e composição corporal)
1.4 Objectivos da avaliação da aptidão física e sua importância na
manutenção/aquisição de um estilo de vida saudável
1.5 Objectivos da avaliação da actividade física e sua utilização na promoção
da saúde cardiovascular, óssea e muscular.
Ilustração 2 - Critérios de avaliação do trabalho escrito das aulas teórico práticas
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
19
1.6 Estratégias para aumento da adesão ao exercício
AVALIAÇÕES PRÉ-EXERCÍCIO
2.1 Benefícios da actividade física regular
2.2 Riscos associados ao exercício (jovens, adultos com eventos cardíacos,
durante a realização de testes físicos, reabilitação cardíaca) e prevenção
desses eventos cardíacos
2.3 Avaliação da saúde e estratificação do risco (algoritmo de pré-participação,
estratificação do risco para pacientes cardíacos)
2.4 Pressão Arterial (técnica de medição, classificação dos valores de pressão
arterial, fármacos e controlo da intensidade do exercício)
2.5 Lípidos e lipoproteínas (classificação do colesterol total, do colesterol LDL,
do colesterol HDL e dos trigicéridos de acordo com ATPIII
2.6 Consentimento informado
2.7 Contraindicações ao teste de exercício
2.8 Recomendações actuais de exercício para crianças, adultos e idosos
AVALIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS TESTES DE APRECIAÇÃO DA
APTIDÃO FÍSICA
3.1 Propósitos de aplicação dos testes de apreciação da aptidão física
3.2 Orientações relacionadas com as instruções pré-teste, ordem dos testes e
envolvimento
COMPOSIÇÃO CORPORAL
4.1 COMPONENTES DA MASSA CORPORAL E METABOLISMO DO TECIDO
ADIPOSO
4.1.1 Tecido adiposo, massa gorda e gordura
4.1.2 Massa magra, massa isenta de gordura e massa isenta de gordura e de
osso
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
20
4.2 MASSA GORDA
4.2.1 Metabolismo do tecido adiposo
4.2.1.1 Armazenamento da gordura nos adipócitos
4.2.1.2 Armazenamento da gordura nos adipócitos abdominais
4.2.1.3 Mobilização da gordura dos adipócitos
4.2.1.4 Mobilização da gordura dos adipócitos abdominais
4.2.1.5 Conceito e riscos de saúde associados à obesidade
4.2.2 Classificação da obesidade (quantidade de gordura corporal, distribuição
da gordura, período de instalação e graus de obesidade)
4.2.3 Alimentação e obesidade
4.3 MÉTODOS ANTROPOMÉTRICOS
4.3.1 Vantagens e limitações das medidas antropométricas
4.3.2 Tabelas peso-altura (conceito, vantagens e limitações na sua aplicação)
4.3.3 Índice de massa corporal (critérios de medição do peso e da altura,
classificação dos valores e risco de saúde e vantagens e limitações da sua
aplicação)
4.3.4 Relação do perímetro da cintura com o risco de saúde
4.3.5 Índice cintura-estatura e índice cintura-anca (limites da sua aplicação na
mulher adulta).
4.9 ÁGUA CORPORAL
4.9.1 A água corporal como componente da massa isenta de gordura
4.9.2 Funções da água corporal e sua distribuição no meio intra-celular e extra-
celular
4.9.3 Balanço electrolítico em repouso e em situação de exercício (perda de
electrolíticos através da transpiração e na urina)
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
21
4.9.4 Evolução do estado de hidratação dos tecidos com a idade
4.9.5 Papel da alimentação no estado de hidratação do indivíduo
4.10 IMPEDÂNCIA BIOELÉCTRICA
4.10.1 Princípios, pressupostos e vantagens deste método
4.10.2 Condições para a realização da avaliação (analisadores, eléctrodos,
sujeito que é avaliado, avaliador, condições do envolvimento)
4.10.3 Equações preditivas da água corporal total e da massa isenta de
gordura
4.11 MINERAL
4.11.1 Componente mineral na massa isenta de gordura (mineral celular e
mineral ósseo).
4.11.2 Papel dos factores mecânicos, nutricionais, genéticos e hormonais no
processo de modelação e de remodelação óssea.
4.11.3 Metabolismo ósseo na adolescência, nos adultos, na mulher pós-
menopáusica e nos idosos
4.11.4 Osteopénia e osteoporose (conceito, classificação e riscos para a
saúde).
4.11.5 A densitometria radiológica de dupla energia na avaliação do mineral
ósseo
(vantagens e limitações)
4.11.6 Alimentação e saúde óssea
4.12. MASSA MUSCULAR
4.12.1 Diferenças de massa muscular de acordo com o sexo, a idade e a etnia
4.12.2 Factores que afectam a massa e a qualidade muscular (inactividade
física,
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
22
estrogénios/androgénios, consumo proteico, hormona do crescimento, acção
da
insulina, etc.)
4.12.3 Conceito de sarcopénia e prevalência nos dois sexos
4.12.4 Papel do exercício na prevenção da sarcopénia e na melhoria da
qualidade e da função muscular
4.12.5 Alimentação e condição muscular
CONDIÇÃO CARDIORESPIRATÓRIA
5.1 Conceito de consumo máximo de oxigénio e de frequência cardíaca de
reserva
5.2 Testes maximais e submaximais
5.3 Cálculo do dispêndio energético em repouso e equivalente metabólico
5.4 Testes de avaliação da condição cardiorespiratória (walking test, step test,
rockport walking test, teste de cooper, cicloergómetro e ergómetro de braços,
fitnessgram, bateria de fullerton)
5.5 Prescrição do exercício cardiorespiratório (tipo, intensidade e duração)
5.6 Dispêndio energético
5.7 Progressão do exercício (inicial, melhoria e manutenção)
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
23
APTIDÃO MUSCULAR
6.1 Força muscular, endurance muscular e flexibilidade
6.2 Testes do Fitnessgram (protocolos e interpretação dos resultados), bateria
de Fullerton e testes valorizados no Observatório Nacional de Actividade Física
e do Desporto
6.3 Prescrição do exercício de resistência
6.4 Prescrição do exercício de flexibilidade
PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO
7.1 Conceito e componentes
7.2 Componentes da sessão de treino (aquecimento, fase de condicionamento,
actividades recreacionais e retorno à calma)
7.3 Prescrição da intensidade, duração, frequência e tipo de exercício com
base na avaliação do estado de saúde e da aptidão física.
7.4 Progressão do exercício e especificidade do treino
7.5 Concepção de programas de exercício com base na frequência cardíaca,
no equivalente metabólico, no equivalente calórico ou na sensação subjectiva
de esforço.
7.6 Posicionamento de vários organismos acerca do exercício necessário para
a melhoria/manutenção da aptidão aeróbia e muscular e para o controlo das
componentes da síndrome metabólica .
7.7 Condições farmacológicas que requerem condições especiais de
prescrição.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
24
5. Exercício Físico
É caracterizado por movimentos corporais planeados, estruturados,
repetitivos e com o objectivo de aumentar ou manter uma ou mais
componentes da aptidão física (Pate et al., 1995).
6. Aptidão física
Obtenção e/ou manutenção de uma expressão de capacidades físicas
(que se relacionam com a saúde) e que são necessárias para a realização de
tarefas/actividades diárias (Shephard,1994).
A multiplicidade de definições de Aptidão Física gera,
naturalmente, alguma dificuldade aos que estudam e investigam nesta
área ao mesmo tempo que reflecte a expressão da diversidade de
preocupações dos diferentes autores.
Apresentaremos em seguida um quadro que demonstra a evolução do conceito de
Aptidão Física (adaptado de Freitas, 1994) citado por Cardoso, M (2000).
AUTORES ANO CONCEITO
Darling et ai., 1948 É a capacidade funcional de um indivíduo
para cumprir uma tarefa;
Fleishman 1964 Capacidade funcional do indivíduo em
realizar alguns tipos de actividade que
exigem empenhamento muscular;
Clark 1967 Capacidade de executar tarefas diárias
com vigor e vivacidade, sem apresentar
fadiga e com ampla energia para treinar os
momentos de lazer e enfrentar
emergências imprevistas.
AAHPERD
1988 É um estado físico de bem-estar que
permite às pessoas realizar as actividades
e reduzir os problemas de saúde,
relacionados com a falta de exercício.
Proporcionar uma base de aptidão para a
participação em actividades físicas.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
25
Patê
1988 É um estado caracterizado por: (a) uma
capacidade de executar actividades diárias
com vigor e (b) demonstração de traços e
capacidades que estão associadas ao
baixo risco de desenvolvimento prematuro
de doenças hipocinéticas (i.e., as que
estão associadas à inactividade física).
Ilustração 3 - Definições de Aptidão Física – Adaptado de Fretias, (1994) citado por Cardoso, M (2000).
6.1 Componentes da aptidão física
Cardiovascular – maior ou menor capacidade do organismo receber oxigénio
da atmosfera através dos pulmões, transportá-lo pela corrente sanguínea até
ao coração, bombeá-lo para os músculos e utilizá-lo para produzir energia
(Sharkey, 1997).
Força – a maior ou menor capacidade do sistema neuromuscular superar
resistências (trabalho concêntrico), de actuar contra as mesmas (trabalho
excêntrico) ou mantê-las (trabalho isométrico) através da actividade muscular
(Fajardo, 1999).
Flexibilidade – maior ou menor amplitude de movimentos de uma articulação
ou grupo de articulações, que reflecte a capacidade de alongamento de um
músculo ou grupo muscular, considerando as restrições físicas impostas pelas
Articulações. (Allerheilinger, 1994).
Composição corporal – é medida em função dos compartimentos do corpo
(água corporal total, água extra e intra celular, massa gorda, massa magra,
minerais, minerais osseos e massa celular). O modelo mais simples de
composição corporal (bicompartimental) divide o corpo em dois grandes
compartimentos - massa gorda e massa magra (Houtkooper, 1994).
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
26
6.1.1 Testes de avaliação das componentes da aptidão física
Queremos com o quadro abaixo, apresentar um exemplo de testes
usados e publicados por Fleishman, (1964) citado por Cardoso, M (2000),
estando certos que muitos destes testes já foram substituídos por outros mais
recentes, mais adaptados à actual realidade. Mas parece-nos que seria
importante deixar aqui um exemplo de como avaliar as componentes da
aptidão física.
COMPONENTES SUB-COMPONENTES TESTES
FORÇA
EXPLOSIVA Corrida Vai-Vem
Lançar a Bola
ESTÁTICA Dinamometria Manual
DINÂMICA Tracção na Barra Forte
FLEXIBILIDADE TRONCO Elevar as pernas
ESTÁTICA Amplitude Articular
DINÂMICA Flexão e Rotação
EQUILIBRIO GERAL Equilíbrio sobre uma
prancha
COORDENAÇÃO Saltar à corda
ENDURANCE Corrida/Andar 550m
Ilustração 4 - Testes de avaliação das componentes da aptidão física (Feishman, 1964)
7. Actividade Física
Qualquer movimento produzido pelo músculo-esquelético que
resulta em dispêndio energético acima do nível basal (USDHHS, 1996).
Segundo esta definição, qualquer actividade de traga um gasto
energético acima do basal, é considerado como actividade física, assim
caminhas, correr, lavar o carro, cozinhar, entre outras actividades diárias pode
ser consideradas actividade física desde que o parâmetro do gasto energético
seja cumprido.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
27
A actividade física pode ser vista de várias dimensões:
(i) envolvimento e objectivo da actividade
(ii) duração
(iii) frequência
(iv) intensidade
(v) eficiência
(vi) custo energético da actividade
Pate et al., 1995 ; Montoye et al., 1996; Goran, 1997
Segundo Leite, S (2005) é universalmente aceite que a actividade física é
benéfica para a saúde e segundo Bento (1991) citado por Leite, S (2005), a
relação entre a actividade física e saúde adquire grande relevância na
conjuntura actual, em que a sociedade se vê confrontada com as ditas doenças
da civilização.
Actualmente o sedentarismo é bastante elevado, cada vez mais os
hábitos de alimentação são mais maliciosos, o que leva a que as doenças
cardiovasculares sejam nos dias de hoje uma das grandes responsáveis pelas
causas de morte no mundo.
Hoje, 2/3 da população na União Europeia com 15 ou mais anos é
considerada insuficientemente activa para adquirir benefícios para a saúde.
Moreira, M (2010)
Mais de 57 % da população não faz actividade física de intensidade
vigorosa e 40,8 % não executa actividades de intensidade moderada,
diminuindo essa participação com a idade e, em particular, no género feminino.
Moreira, M (2010)
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
28
Várias são as investigações que têm vindo a demonstrar que uma
actividade física regular reduz drasticamente o risco de doenças coronárias,
doenças cardiovasculares e os seus factores de risco associados, como a
obesidade e o stress emocional. (Blair, 1993) citado por Leite, S (2005).
Assim sendo, não é de estranhar, que investigadores, e professores
ligados à área da actividade física e saúde, venham alertar para a importância
de programas de actividade física regular, como o melhor caminho no combate
a uma das maiores causas de morte no mundo.
8. Saúde
Conceito que diz respeito à melhoria do bem-estar (mental, social,
físico), à diminuição da morbilidade e da mortalidade através do controlo das
chamadas doenças do estilo de vida (Blair, 1993).
Durante muitos anos a saúde foi definida de acordo com a ideia
expressa pela World Health Organization (2000), como estado de completo
bem-estar físico e social e não apenas a ausência de doenças ou
enfermidades.
Esta segunda definição parece-nos mais precisa, visto que para muitos
erradamente, a saúde é vista como a ausência de Hospitais, andar no dia-a-dia
autonomamente. Muitas pessoas inclusive, evitam as deslocações aos médicos
com receio que as doenças apareçam todas, é normal ouvir-se dizer que
depois de entrar no médico nunca mais se sai de lá. Puro engano, o que estas
pessoas procuram não conhecer a realidade, uma vez que há doenças como o
colesterol que não se manifestam, não apresentam dor, são as chamadas
doenças silenciosas mas que provocam grandes riscos para a saúde.
Assim definir saúde como o bem-estar e a ausência de doenças parece-
nos mais correcto.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
29
Ilustração 5 - Modelo descritivo das relações entre a actividade física habitual, a aptidão física relacionada à saúde e o estado de saúde. (Bouchard e Shephard, 1993) citado por Cardoso, M (2000).
8. Importância de um estilo de vida activo na promoção da saúde
Um estilo de vida activo irá por um lado diminuir a probabilidade de
doenças associadas ao sedentarismos e aos maus hábitos alimentares, como
a obesidade, hipertensão, diabetes, etc., como promoverá uma melhor aptidão
física o que possibilita uma melhor qualidade de vida, uma vez que a realização
das tarefas diárias é realizada sem qualquer desconforto.
Quando se pretende melhorar a aptidão cardiorespiratória, é indicada a
actividade física de média/alta intensidade de forma a provocar adaptações
significativas na estrutura e funcionamento do sistema cardiorespiratório.
Por outro lado, a actividade física de baixa/média intensidade com
acumulação diária de pelo menos 30 minutos também possui benefícios
cardiovasculares e de controlo do peso corporal.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
30
Actividade física associada ao estilo de vida - incentivar o aumento do
dispêndio energético no dia-a-dia;
Actividade física por curtos períodos ao longo do dia – possibilidade do
sujeito escolher os melhores períodos ao longo do dia para realizar a
sua prática de actividade física;
Aumento do bem-estar físico mas também psíquico;
Diminuição dos níveis de stress;
Aumento da auto-estima;
Etc.
9. O sistema de dispêndio energético MET (Equivalente Metabólico)
Quando falamos em actividade física, como já acima foi descrito,
falamos em qualquer movimento produzido pelo músculo-esquelético que
tenha um gasto energético superior ao basal. Quando queremos mensurar o
dispêndio energético de uma actividade física, podemos utilizar vários
parâmetros de descrição dessa actividade, como por exemplo, o tempo, a
intensidade, as kilocalorias (Kcal), kilojoules (KJ) ou até watts (W)
representando o trabalho realizado.
Importa esclarecer que a expressão dispêndio energético não deve ser
usada como sinónimo de actividade física. Em primeiro lugar porque, apesar do
dispêndio energético ser uma consequência da actividade física, quando
falamos do dispêndio energético total incluímos outras componentes como
sejam a taxa de metabolismo basal e o efeito térmico induzido pela assimilação
e digestão dos alimentos. Em segundo lugar, porque a quantidade de energia
despendida por um indivíduo é entendida sempre como um valor relativo,
equacionado em função da sua massa corporal. Um indivíduo
dimensionalmente pequeno que seja extremamente activo pode gastar,
diariamente, a mesma quantidade de Kilocalorias que um indivíduo
dimensionalmente maior e que seja sedentário. Daqui que não se possa
afirmar que sejam semelhantes em termos de actividade física.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
31
Por isso, sempre que a actividade física for expressa em termos de
dispêndio energético, Kilocalorias ou Joules, a massa corporal do indivíduo tem
que ser tomada em consideração. A expressão MET (abreviatura de
equivalente metabólico) é utilizada para significar o dispêndio energético em
função do peso do sujeito. Por equivalente metabólico entende-se o valor
correspondente à energia despendida em repouso, representando este valor
uma referência para a classificação da intensidade das actividades (35). Assim
sendo, os valores de dispêndio energético são expressos em múltiplos de
METs, correspondendo um MET a um gasto equivalente ao valor de energia
metabólica despendida pelo sujeito em repouso, por quilo de peso, isto é, 3.5
ml O2 · Kg –1 · min –1. Oliveira, M et al. (2001).
10. Classificação da actividade física em MET (Equivalente
Metabólico)
De acordo com a Recomendação do American College of Sports
Medicine and the American Heart Association (2007) para adultos, a
quantidade total de actividade física é uma função da sua intensidade, duração
e frequência.
Os MET são divididos em três grupos, denominados de actividade leve,
moderada e vigorosa. Os METs de cada grupo variam, e directamente
correlacionado está a frequência cardíaca, o consumo de oxigénio e outros
factores fisiológicos.
LEVE MODERADA VIGOROSA
Inferior a 3 3 a 6 Superior a 6
Ilustração 6 - Classificação dos METs por intensidades
1 MET: 3,5 ml/Kg/ minuto de O2 consumido
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
32
Iremos ver no quadro em baixo, algumas das actividades diárias e o seu
dispêndio em METs, para que possamos ter uma pequena ideia da intensidade
de algumas actividades diárias por nós realizadas.
LEVE Inferior a 3 MODERADA 3 a 6 VIGOROSA – Superior a 6
CAMINHAR
Caminhar lentamente em
casa, loja ou escritório -
2,0
MET
CAMINHAR
Caminhar 4,83 km/hora -
3,3 MET
Caminhar com passo
acelerado - 5,0 MET
CAMINHAR
Caminhar, jogging ou corrida -
6,3 MET
Caminhar com mochila, com
passo moderado e com carga
leve (<4,5 kg) - 7,0 MET
Caminhada em inclinação e com
uma carga entre 4,5 kg a 19 kg -
7,5 a 9,0 MET
CASA E OCUPAÇÃO
Trabalhar ao computador,
sentado numa secretária -
1,5 MET
Em posição de pé,
executar trabalho leve
como fazer a cama, lavar
pratos, passar roupa a
ferro, preparar comida ou
executar funções de
caixeiro de loja - 2,0 a 2,5
MET
CASA E OCUPAÇÃO
Limpeza mais pesada
como lavar janelas ou o
carro,
limpar garagem - 3,0 MET
Limpar carpetes ou
tapetes, aspirar, limpar o
pó - 3,0 – 3,5
MET
Carpintaria - 3,6 MET
Transporte e
empilhamento de madeira
- 5,5 MET
Cortar a relva - 5,5 MET
CASA E OCUPAÇÃO
Cavando areia, carvão - 7,0
MET
Transporte de cargas pesadas
(ex. tijolos) - 7,5 MET
Cavar com pá - 8,5 MET
TEMPO DE LAZER E
DESPORTO
Artes e ofícios, jogar
cartas - 1,5 MET
TEMPO DE LAZER E
DESPORTO
Badmington - 4,5 MET
Basquetebol - 4,5 MET
TEMPO DE LAZER E
DESPORTO
Jogo de basquetebol - 8,0 MET
Ciclismo em apartamento
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
33
Remo - 2,5 MET
Dardos - 2.5 MET
Pescar (sentado) - 2,5
MET
Tocar um instrumento
musical - 2,0 a 2,5 MET
Ciclismo em apartamento
(leve) - 6,0 MET
Dançar lentamente - 3,0
MET
Dançar de forma mais
rápida - 4,5 MET
Golfe - 4,3 MET
/esforço moderado (19,31 km-
22,53 km por hora) - 8,0 MET
Ciclismo em apartamento
/esforço elevado (22,53-25,75
km por hora) - 10,0 MET
Natação (esforço moderado-
difícil) – 8,0 a 11 MET
Voleibol competitivo em ginásio
ou praia - 8,0 MET
Ilustração 7 - Actividades diárias e os seus METs associados
11. Inactividade Física e risco de doenças
O risco relativo a doenças coronárias é reduzido nas pessoas que
praticam actividade física, quando comparadas com as pessoas
sedentárias, na presença ou na ausência de outros factores de risco, tais
como a idade, tabagismo, hipertensão, obesidade e hereditariedade
(Piéron, 1998) citado por Cardoso, M (2000).
Daqui se percebe, que as pessoas que apresentam uma baixa
participação em actividades físicas apresentam infelizmente, altas
probabilidades de doenças cardiovasculares.
De acordo com o American College of Sports Medicine and the
American Heart Association (2007) as doenças relacionadas com a
inactividade física regular feitos em estudos observados retrospectivamente
incluem: doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral
tromboembólicos, hipertensão arterial, diabetes meditos tipo 2, osteoporose
(fractura da anca em idosos), obesidade, cancro de cólon cancro de mama,
ansiedade e depressão.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
34
12. Bibliografia
Leite, S (2005) – Efeito de um programa de actividade física orientada na
aptidão e nos níveis de actividade física habitual de crianças com excesso de
peso – Monografia. Porto.
Oliveira, M e tal. (2001) - Avaliação da actividade física em contextos
epidemiológicos. Uma revisão da validade e fiabilidade do acelerómetro
Tritrac–R3D, do pedómetro Yamax Digi-Walker e do questionário de Baecke -
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2001, vol. 1, nº 3 [73–88]
Abrantes, C (2008) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de
Academias I – Utad - Vila Real
Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição
Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
35
II - Aula 2
Sumário: Recomendações de actividade física para vários segmentos
da população. Definição de níveis de intensidade de prática de actividade
física.
Conhecimento da adaptação das restrições/limitações impostas por
determinados estados de saúde.
CONTEÚDOS
Programa da disciplina
Actividade física, exercício físico e aptidão física
Classificação das actividades físicas em função do MET
Inactividade Física e Risco de doença
1. Recomendações de actividade física
As recomendações da actividade física sofreram nos últimos tempos
algumas modificações, e é cada vez mais elevado o tempo necessário de
actividade física para combater os níveis de risco de doenças coronárias e
cardiovasculares. Em 2002, a OMS adoptou uma recomendação para que toda
a população praticasse no mínimo 30 minutos de actividade física diária. Søren
Brage (2009). Actualmente, e segundo estudos mais recentes, este volume jé é
insuficiente. O que nos deixa apreensivos, visto que se 30 minutos diários não
são cumpridos por uma grande maioria das pessoas, os 60 minutos propostos
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº2 6ª Feira das 10:30 às 12:30 19-02-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
36
como o volume de actividade diária, não serão cumpridos e irá aumentar
drasticamente o percentagem de indivíduos de risco.
2. Recomendações para adolescentes
Ilustração 8 - Recomendações da Actividade Física – Adaptado Audiovisuais, Moreira, M (2010).
Nos dias de hoje, cada vez mais os jovens realizam actividades com
menos gasto energético, numa sociedade cada vez mais protectora, as
crianças e jovens são tratadas de uma forma muito protectora, assim os pais
levam os filhos de carro até à porta da escola, até à porta da catequese, até à
porta de casa. Para além disso as actividades escolares são nos dias de hoje
com maior carga horária, o que leva à criança a permanecer por mais tempo
sentada, com um desgaste energético reduzido. As crianças já não brincam na
rua porque os pais não sentem que haja protecção e segurança nas ruas,
assim as brincadeiras de rua são substituídas por estar sentado (uma vez
mais) em frente ao computador, televisão ou consola de jogos.
Se esta inactividade por si só já é bastante grave, associada a ela, estão
hábitos alimentares cada vez menos cuidados. Cada vez mais, os jovens e
crianças consomem comida denominada “fast food”, mais caloria e menos
nutritiva que a comida tradicional, que fazia parte da alimentação dos nossos
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
37
jovens. O acesso à comida é cada ez mais fácil, o que leva a os jovens
consumirem mais, os produtos altamente calóricos são muito atractivos o que
leva a serem muito consumidos por esta faixa etária. Assim sendo, menor
actividade física, maior ingestão calórica, leva a um excesso negativo de
calorias, o que leva a um aumento de peso e com isso um aumento grande de
doenças de risco, como é o caso das doenças cardiovasculares.
Adolescentes que realizem 30 a 60 minutos segundo recomendações do
CDC, ACSM e PCPFS. A intensidade e duração é o menos importante, o que
interessa é o facto de actividade ser agradável e envolver grandes grupos
musculares. Leite, S (2005)
Sallis e Owen (1999) referem que aumentos substanciais diários de
actividade física podem reduzir o risco de obesidade pelo incremente do gasto
energético. Leite, S (2005)
Como podemos ver pelo quadro acima representado, estas
recomendações já são insuficientes nos dias de hoje, Se até então as
actividades com crianças e jovens eram vistas do ponto de visa do divertimento
e não tanto no controlo da intensidade, volume e carga, o actual estado da
saúde das crianças e adolescentes, apresentando um excesso de peso em
grande percentagem delas, leva a que as recomendações sejam hoje, mais
severas e apertadas. Assim o volume e a intensidade aumentaram de forma a
poder contrariar o contexto ambiental e até social em que hoje estamos
inseridos.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
38
3. Recomendações para adultos
Para promover e manter a saúde, todos os adultos saudáveis entre 18
e 65 anos precisam de:
Actividade aeróbia: Para promover e manter a saúde, todos os
adultos saudáveis com idades entre 18-65 anos necessidade actividade física
de intensidade moderada aeróbia para um mínimo de 30 minutos em
cinco dias por semana ou de actividade aeróbia intensidade vigorosa
para um mínimo de 20 minutos em três dias por semana.
Além disso, as combinações de actividade de intensidade moderada e
vigorosa podem ser realizada para atender a essa recomendação. Por
exemplo, uma pessoa pode atender a recomendação do andar rapidamente
por 30 minutos duas vezes durante a semana e depois de 20 minutos em
intensidade vigorosa nos outros dois outros dias (correr). A actividade aeróbia
de intensidade moderada, que geralmente é equivalente a uma caminhada
rápida acelera visivelmente o ritmo cardíaco, podem ser acumulados/faseados
para o mínimo de 30 minutos com episódios de duração de 10 minutos ou
mais. A actividade de intensidade vigorosa é exemplificada pela corrida,
promove um aumento substancial da frequência respiratória e da frequência
cardíaca.
Esta quantidade recomendada de actividade física aeróbia é,
aconselhada a fazer em paralelo com a rotina do dia vida (por exemplo,
cuidados pessoais, cozinhar, caminhar ou fazer compras), e com actividades
deduração inferior a 10 minutos (por exemplo, caminhar em casa ou no
escritório, a pé a caminho do estacionamento).
A actividade fortalecimento muscular: Promove e mantém em adultos
uma boa saúde e independência física, pelos benefícios da realizar actividades
que mantenham ou aumentem a força muscular para um mínimo de dois dias
por semana. Recomenda-se que 8-10 exercícios sejam realizados em dois ou
mais dias não consecutivos em cada semana para os principais grupos
musculares.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
39
Para maximizar desenvolvimento da força a resistente, deve ser usado
que um método que permite 8-12 repetições de cada exercício, resultando em
fadiga voluntária para o fortalecimento muscular. O programa de treino deve
ser de cargas progressivas com pesos no ginásio, subir escadas, e exercícios
de resistência similar que usem os principais grupos musculares.
Benefícios adicionais de saúde para resultarem em níveis mais
elevados de aptidão física. Levam muitos adultos, inclusive aqueles que
desejam melhorar a sua aptidão pessoal, ou ainda reduzir os prematuros riscos
para a saúde como as doenças crónicas de e morte prematura relacionados
com a inactividade física, devem ultrapassar o mínimo de actividade física
quantidade recomendada
780 a 1560 METs - minutos por semana
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
40
Ilustração 9 - Recomendações da actividade física para adultos - Haskell et al., (2007) citado por Moreira, M (2010).
4. Recomendações para idosos
Idosos (65 anos ou mais)
Adultos (50 – 64 anos) com condições crónicas, limitações funcionais
ou limitada aptidão física
De acordo com a American College of Sports Medicine and the
American Heart Association (2007), a recomendação para idosos é semelhante
à recomendação actualizada ACSM/ AHA para adultos (Pelo menos 30 minutos
de actividade física moderada (5-6 METs / 5 dias por semana, 20 minutos de
actividade vigorosa (7-8 METs) / 3 dias por semana e combinação de ambos),
mas tem várias diferenças importantes, incluindo: a intensidade da actividade
aeróbia recomendada levando em conta a aptidão aeróbia dos mais velhos e
actividades que mantêm ou aumentam a flexibilidade, sendo também
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
41
recomendados exercícios de fortalecimento muscular, exercícios de equilíbrio
para diminuir o risco de queda.
Para o exercício aeróbio, a ACSM recomenda uma intensidade de
50% - 85% do consumo de oxigénio reserva e inclui tanto a intensidade de
exercício moderada como o exercício vigoroso. Se a reserva de oxigénio é
medido em uma escala de 10. Deve-se começa por uma intensidade moderada
em torno de “5” que corresponde a (50%), e quando se pretender uma
intensidade vigorosa não chegará se aproximar do nível “9” ou a (90%).
O trabalho de reforço muscular, a ACSM recomenda realizar pelo
menos um conjunto de repetições para 8-10 exercícios que solicitam os
principais grupos musculares, e recomenda exercício para cada grupo
muscular com a frequência de 2x ou 3 por semana. Os especialistas
recomendam 10-15 repetições por cada exercício.
Flexibilidade / equilíbrio; é uma actividade recomendada para manter a
amplitude de movimento necessário para o dia-a-dia das actividades física.
Devem ser realizadas pelo menos 10 minutos de actividades de
flexibilidade, e é recomendada com base no tempo necessário para uma rotina
de alongamentos gerais que envolvem grandes músculo e tendão com 10-30
minutos de um alongamento estático com 3-4 repetições para cada trecho.
Preferencialmente as actividades de flexibilidade deveram ser realizadas todos
os dias que se pratique actividades aeróbias de trabalho de reforço muscular.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
42
Ilustração 10 - Recomendações para idosos e adultos entre os 50 e 64 anos com limitações – Moreira, M (2010).
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
43
5. Contra indicações na actividade física
Relacionado com a aplicação dos testes físicos de acordo com o American
college of Sport Medicine são:
Pressão arterial sistólica superior a 115 mm Hg ou distólica superior a
200mm Hg
Doença cardíaca valvular moderada
Conhecida anormalidade elecrocardiográfica
Aneurisma (existência da parede fragilizada de uma artéria devido á
pressão exercida pelo sangue)
Doença metabólica não controlada clinicamente (ex. diabetes)
Doença infecciosa grave (ex. hepatite)
Doença neruromuscular ou romatológica que possa ser agravada pela
prática o exercício
Gravidez avançada ou com complicações
Psicose (distúrbios mentais com perda de controlo com a realidade)
Infecção aguda
Recente embolia pulmonar (oclusão de uma das artérias que irriga o
pulmão)
Tromboflebite (processos inflamatório de um segmento de uma veia,
geralmente de localização superficial, juntamente com a formação de
coágulos)
Miocardite o Pericardite suspeita ou confirmada
Severa estenose aórtica (estreitamento da válvula aórtica)
Angina de peito instável
Recente enfarto de miocárdio
Arritmias ventriculares descontroladas
Arritmias auriculares descontroladas e que comprometes a função
cardíaca.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
44
6. Vantagens da Actividade Física
(Adaptado de Orientações da EU para a Actividade Física, 2009):
Redução do risco de doença cardiovascular;
Prevenção e/ou atraso no desenvolvimento de hipertensão arterial, e
maior controlo da tensão arterial em indivíduos que sofrem de tensão
arterial elevada;
Bom funcionamento cardiopulmonar;
Controlo das funções metabólicas e baixa incidência da diabetes tipo 2;
Maior consumo de gorduras, o que pode ajudar a controlar o peso e
diminuir o risco de obesidade;
Diminuição do risco de incidência de alguns tipos de cancro,
nomeadamente dos cancros da mama, da próstata e do cólon;
Maior mineralização dos ossos em idades jovens, contribuindo para a
prevenção da osteoporose e de fracturas em idades mais avançadas;
Melhor digestão e regulação do trânsito intestinal;
Manutenção e melhoria da força e da resistência musculares, o que
resulta numa melhoria da capacidade funcional para levar a cabo as
actividades do dia-a-dia;
Manutenção das funções motoras, incluindo a força e o equilíbrio;
Manutenção das funções cognitivas, e diminuição do risco de depressão
e demência;
Diminuição dos níveis de stress e melhoria da qualidade do sono;
Melhoria da auto-imagem e da auto-estima, e aumento do entusiasmo e
optimismo;
Diminuição do absentismo laboral (baixas por doença);
Em adultos de idade mais avançada, menos risco de queda e
prevenção, ou retardamento de doenças crónicas associadas ao
envelhecimento.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
45
7. Cálculo individual dos níveis de intensidade de actividade física
FREQUENCIA CARDIACA MÁXIMA (FCM)
220-IDADE +/- 10
FREQUENCIA CARDIACA DE REPOUSO
Média de três medições da frequência cardíaca ao acordar
FREQUENCIA CARDIACA DE RESERVA (FCR)
Frequência Cardíaca Máxima – frequência cardíaca de repouso
Miguel Araújo
FREQUENCIA CARDIACA MÁXIMA (FCM)
220-41=179 Bpm
FREQUENCIA CARDIACA DE REPOUSO
66+64+62=64 Bpm
FREQUENCIA CARDIACA DE RESERVA (FCR)
179-64=115 Bpm
Victor Silva
FREQUENCIA CARDIACA MÁXIMA (FCM)
220-21=199 Bpm
FREQUENCIA CARDIACA DE REPOUSO
60+64+58=61 Bpm
FREQUENCIA CARDIACA DE RESERVA (FCR)
199-61=138 Bpm
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
46
Após a determinação da frequência cardíaca máxima, de repouso e de
reserva, poderemos determinar os intervalos de treinos das intensidades leve,
moderada, vigorosa e muito vigorosa.
Determinado os intervalos de treino, consoante a intensidade, podemos
monitorizar o treino e controlando-o através de um relógio polar, um
instrumento de fácil acesso.
Figura 4 – Exemplo de um relógio Polar
Iremos então apresentar a fórmula de Kanvonen, que nos permite
calcular os intervalos de treino.
Intervalos percentuais de intensidade
INTENSIDADE % FC RESERVA
LEVE 20% A 39%
MODERADA 40% A 59%
VIGORASA 60% A 84%
MUITO VIGOROSA SUPERIOR A 85%
Fórmula de Kanvonen - (F.C.Resesva. x VO2 max. %) + F.C.Repouso
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
47
Miguel Araújo
Intensidade leve
(115 x 0,20)+64 = 87 bpm
(115 x 0,39)+64 = 109 bpm
Intervalo de FC entre 87 e 109 Bpm
Intensidade moderada
(115 x 0,40)+64 = 110 bpm
(115 x 0,59)+64 = 132 bpm
Intervalo de FC entre 110 e 132 Bpm
Intensidade vigorosa
(115 x 0,60)+64 = 133 bpm
(115 x 0,84)+64 = 160 bpm
Intervalo de FC entre 133 e 169 Bpm
Intensidade muito vigorosa
(115 x >0,85)+64 = >160 bpm
Intervalo de FC superior a 160 Bpm
Victor Silva
Intensidade leve
(138 x 0,20)+61 = 88 bpm
(138x 0,39)+61 = 115 bpm
Intervalo de FC entre 88 e 115 Bpm
Intensidade moderada
(138 x 0,40)+61 = 117 bpm
(138 x 0,59)+61 = 143 bpm
Intervalo de FC entre 117 e 143 Bpm
Intensidade vigorosa
(138 x 0,60)+61 = 144 bpm
(138 x 0,84)+61 = 177 bpm
Intervalo de FC entre 144 e 177 Bpm
Intensidade muito vigorosa
(138 x >0,85)+61 = >178 bpm
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
48
Intervalo de FC superior a 178 Bpm
Miguel Araújo
Victor Silva
Através deste método de determinação do intervalo da FCR para cada
grau de intensidade de esforço, torna-se mais fácil determinar os MET’s
associados a cada intensidade e deste modo controlar o regime do treino ou
exercício ao longo da semana ou sessões de treino de modo a ir de encontro
ao programa de exercício estipulado.
Intensidade relativa
VOmax %
FC mínima FC máxima
Leve Entre 20 - 39 87 bpm 109 bpm
Moderada Entre 40 - 59 110 bpm 132 bpm
Vigorosa Entre 60 - 84 133 bpm 160 bpm
Muito
vigorosa
>ou = 0,85 > ou = 160 bpm
Intensidade relativa
VOmax %
FC mínima FC máxima
Leve Entre 20 - 39 88 bpm 115 bpm
Moderada Entre 40 - 59 117 bpm 143 bpm
Vigorosa Entre 60 - 84 144 bpm 177 bpm
Muito
vigorosa
> ou = 85 > ou = 160 bpm
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
49
8. Bibliografia
Leite, S (2005) – Efeito de um programa de actividade física orientada na
aptidão e nos níveis de actividade física habitual de crianças com excesso de
peso – Monografia. Porto.
Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição
Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real
William, L et. Al (1007) - Updated Recommendation for Adults From the
American College of Sports Medicine and the American Heart Association-
Physical Activity and Public Health
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
50
III - Aula 3
Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com a medição e
classificação de indicadores de adiposidade total e central.
CONTEÚDOS
Avaliação e classificação do índice de massa corporal e do perímetro da
cintura.
Índice de conicidade: avaliação e classificação
1. Composição Corporal
Para Corbin e Lindsey (1994) citado por Costa, J (2008) a composição
corporal é uma componente da Aptidão Física relacionada com a saúde e
refere-se às quantidades relativas de músculo, gordura, osso e outras partes
vitais do corpo.
Já Semenick (1994) citado por Barão, O (2002) define composição
corporal com sendo a proporção relativa de peso corporal pela quantidade de
massa gorda e massa magra.
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº3 6ª Feira das 10:30 às
12:30
26-02-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
51
Obviamente que todas estar partes, não representam a mesma
importância para o profissional do movimento humano, sendo assim umas
partes são mais investigadas que outras. Outro factor importante de referir, é
as sob categorias que cada uma destas partes apresenta. A título de exemplo a
massa corporal, não é toda ela igual, temos então a massa magra ou isenta de
gordura e a massa gorda e até massa muscular. Iremos no decorrer deste
trabalho abordar muitas destas partes e as suas respectivas sob divisões.
1.1 Vantagens do estudo da composição corporal
Monitorização das mudanças de componentes da massa corporal (crescimento,
envelhecimento, presença de determinadas doenças, etc.)
Esclarecimento sobre o impacto dos valores dessas componentes para a saúde e
efeito do exercício das mesmas.
Prescrição nutricional e do exercício e apreciação da sua afectividade.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
52
Ilustração 11 - Vantagens da apreciação das componentes corporais
1.2 Componentes Estruturais do Corpo
Ward Johnson e Stager (1984) citado por Costa, J (2008) referem que os
três maiores componentes estruturais do corpo são:
Massa Muscular (composta por 72% de água, 20% de proteína,
minerais e ácidos gordos);
Massa Gorda (composta por 60-95% de ácidos gordos e água
Massa Óssea (fundamentalmente composta por minerais, água, proteínas e
ácidos gordos).
Já Maia (1989) citado por Costa, J (2008) refere que existem 4 modelos
de divisão da massa corporal:
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
53
- Modelo bicompartimentado: Divisão da massa corporal em
massa isenta de gordura e massa gorda;
- Modelo tricompartimentado: Divisão da massa corporal em
massa isenta de gordura, massa gorda e água corporal total;
- Modelo tetracompartimentado: Divisão da massa corporal em
massa gorda, massa proteica, massa mineral e água corporal total;
Normalmente, é utilizado no fraccionamento da massa corporal o modelo
bicompartimentado. Iremos em seguida apresentar um estudo sobre a
composição corporal, tendo sido utilizado o modelo bicompartimentado.
Num entanto a divisão das várias propriedades da massa muscular é
possível analisar, tal como as proteínas, minerais, água.
Para alguns autores faz mais sentido separar estes constituintes
da massa muscular, num entanto o estudo abaixo demonstrado assim
não entendeu.
O modelo 2C, sugerido Brozek e col
(1963) cit. Moreira M. & Sardinha L.
(2003), baseia-se na análise de 3
cadáveres do sexo masculino de 25,36 e
46 anos e considera que os constituintes
da massa corporal possuem proporções
(15.3 % para a MG e 84,7 % para MIG) e
densidades (0,901 g/cm3 e 1,10 g/cm3,
respectivamente) constantes,
independentemente do sexo, idade, etnia
e do nível de gordura corporal ou de
Ilustração 12 – Modelo 2 C - Proporções das componentes da composição corporal
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
54
treino. Embora alguns trabalhos desenvolvidos em sujeitos saudáveis de
ambos os sexos confirmem os valores de referência considerados no modelo
clássico (Fuller e col., 1992) citado por Moreira M. & Sardinha L. (2003), os
métodos as 2C podem não ser validos para determinados grupos
populacionais, nomeadamente em idosas, para quem a hidratação,
mineralização ósseo ou a concentração de potássio na MIG (2,5 kg no homem
de referencia e 2,3 kg na mulher de referencia) diferem das constantes
assumidas (Lukaski, 1987, citado Por Moreira M. e Sardinha L. (2003).
1.2.1 Massa Gorda
A massa gorda representa o conjunto de lípidos que podem ser extraídos do
tecido adiposo e de outros tecidos do corpo, sendo formada por cerca de 10% de lipidos
essenciais e 90% de lipidos não essências ou de armazenamento (Heyward &
stolarczyk, (1996) cit. por Moreira M. 2003).
A massa gorda é constituída por lipidos essenciais, como os fosfolipidios
necessários à formação da membrana celular (sistema nervoso central,
glândulas mamarias, entre outros) e lipidios não essenciais, como trigliceridios
do tecido adiposo, musculo e plasma (engloba a gordura subcutânea,
intramuscular, intramuscular e visceral). A massa gorda e o tecido adiposo
apresentam benefícios nos humanos, tais como a sobrevivência, reprodução e
lactação. A gordura abdominal pode dividir-se em gordura abdominal
(localizada no mesentério) e gordura visceral (localiza-se no omeron maior). A
adiposidade central tem origem em diferentes factores; genéticos, hábitos
tabágicos, idade, álcool, menopausa e exercício.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
55
Ilustração 13 - Composição da Massa Gorda
1.2.1.1 Lípidos
São definidos como um conjunto de compostos químicos insolúveis na
água e solúveis em solventes orgânicos.
Existe alguma confusão com o termo lípidos, uma vez que este é muitas
vezes confundido com a gordura. Esta é sinónima de triglicéridos, sendo assim
uma sob categoria dos lípidos. Os lípidos podem ser essenciais ou não
essenciais.
Lípidos essenciais: Incluem fosfolípidios, esfingolípidos e esteroides
fundamentais em vários processos fisiológicos.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
56
Lípidos não essenciais: Também denominados triglicéridos são as
principais reservas de energia. Nos homens estes representam
aproximadamente 90% dos lípidos totais, sendo os restantes 10% lípidos
essenciais.
Ilustração 14 - Composição dos lípidos não essenciais ou gordura
1.2.2 Massa Magra
3. Avaliação da Massa Corporal
Após termos conhecido as divisões da massa corporal e termos feito
uma pequena descrição dessas mesmas divisões, iremos agora abordar os
alguns dos vários métodos de medição da massa corporal.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
57
3.1 Índice de Massa Corporal (IMC) Corporal - IMC
O Índice de Massa Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet foi estabelecido
por Quetelet, em 1969, e é um método analítico, não laboratorial, que permite a
avaliação da composição corporal de uma forma indirecta.
O IMC expressa a relação entre o Peso (massa corporal) e a Altura de
um indivíduo e traduz-se pelo quociente entre a massa corporal em quilos e o
quadrado da altura em metros, [IMC = Peso (kg) / Altura (m2)], e tem sido
usado frequentemente para estimar o peso ideal ou a obesidade.
O IMC é não só um indicador que permite avaliar se um indivíduo tem ou
não excesso de peso e é também um preditor da gordura corporal.
Segundo a WHO (1995), o IMC é um método aplicado universalmente, barato,
não invasivo, de simples utilização e constitui uma boa medida para avaliar o
excesso de peso e a obesidade, designadamente para o estudo de grandes
amostras comunitárias (Onis et al, 1996). Resulta da razão entre o peso em
quilogramas e o quadrado da altura em metros (Kg/m²).
A OMS, em 2000, estandardizou a classificação do excesso de peso e
da Obesidade baseada no IMC, para adultos de ambos os sexos. Após alguma
controvérsia, devida sobretudo aos IMC apresentados pela população dos
EUA, que são geralmente mais elevados, a OMS acordou que um IMC normal
se situaria entre os 18,5 e os 24,9 kg/m2. No quadro seguinte, pode observar-
se a classificação da Obesidade tendo em conta o IMC, segundo a OMS.
Uma das limitações da utilização do IMC é o facto de não distinguir entre
adiposidade e muscularidade. Assim torna-se essencial calcular a percentagem
de massa magra isente de gordura e massa gorda, para que o nosso
diagnóstico seja mais preciso.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
58
3.1.1 IMC Crianças Portuguesas
Ilustração 15 - Dados estatísticos das regiões autónomas
3.1.2 IMC Adultos
Classificação IMC (kg/m2) Risco de co-morbilidade
Baixo Peso ≤ 18,5 Baixo (risco aumentado de outros problemas clínicos)
Peso normal 18,5 a 24,9 Médio
Excesso de Peso ≥ 25
Pré-obesidade 25 a 29,9 Aumentado
Obesidade grau 1 30 a 34,9 Moderado
Obesidade grau 2 35 a 39,9 Severo
Obesidade grau 3 ≥ 40 Muito Severo
Ilustração 16 - Quadro da relação do IMC e a classificação quanto ao peso
3.1.3 IMC Idosos
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
59
3.2 Medição do Peso
Optar pela utilização de balanças de escala
digital, realizando a leitura do resultado com
aproximação às 100 g. É necessário controlar
periodicamente a calibração da balança. No acto da
pesagem deve-se utilizar a menor quantidade de roupa
possível (pesagem realizada sem calçado).
Posicionamento bípede em cima da balança, com o peso igualmente
distribuído sobre os dois pés. Basta realizar uma única pesagem.
3.3 Medição da Altura
Posição antropométrica
- Posição bípede
- Cabeça no plano de Frankfurt
- Mãos em contacto com a face lateral das coxas
- Calcanhares unidos e pontas os pés afastadas
entre si cerca de 60º
Ilustração 17 - Valores de referência para adultos e idosos
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
60
- Peso igualmente distribuído sobre os dois pés
- Parte horizontal da craveira em contacto na parte superior da cabeça do
sujeito
A leitura do resultado no final da inspiração profunda e com aproximação a 0,1
cm.
3.4. Perímetro da Cintura (PC)
Indivíduo em posição antropométrica
Localização do topo da crista ilíaca direita
e colocar fita antropométrica paralela ao
solo em torno da zona abdominal, ao nível
do topo da crista ilíaca.
Fita ajustada mas sem apertar.
Resultado considerado no final da
expiração
Realizar pelo menos 2 medições (limite de
tolerância de 1 cm).
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
61
3.4.1 Valores de referência do perímetro da cintura (PC)
Ilustração 18 - Valores de referência do perímetro da cintura
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
62
3.5 Índice de Conicidade (Conicity Índex)
Avaliação e classificação
Índice de conicidade (IC) = Perímetro da cintura / 0,109 *V peso/altura
Índice de conicidade varia entre 1,00 (perfeito cilindro e 1,73 (perfeito duplo cano)
O índice de conicidade é baseado na ideia de que o corpo do individuo varia de
um modelo em cilindro para um modelo em duplo cone, com a acumulação da gordura
em torno da cintura.
Valores étnicos e específicos para o perímetro da cintura:
País / grupo étnico Perímetros da cintura
Europa Homens =/> 94 cm
Mulheres =/> 80 cm
Nos EU os valores de corte de 102 cm para os Homens e 88 cm para as mulheres,
continuam a ser considerados no contexto clínico.
Brasil Homens =/> 88 cm
Mulheres =/> 83 cm
Sul da Ásia Homens =/> 90 cm
Mulheres =/> 80 cm
Baseado em dados da china, Malásia e na população Asiática – Indiana
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
63
China Homens =/> 90 cm
Mulheres =/> 80 cm
Japão Homens =/> 85 cm
Mulheres =/> 90 cm
Africanos – utilização de dados na população Europeia (por agora)
Mediterrâneo Oriental e Centro – Leste – utilização de dados da população Europeia
(por agora).
Ilustração 19 - Valores étnicos e específicos para o perímetro da cintura
4. Obesidade
“A alimentação excessiva, os petiscos, o álcool, as guloseimas e outros, levam á
ingestão de alimento em quantidade superior às necessidades do organismo. O
alimento mantém-nos vivos, dá-nos força e energia, mas quando é excessiva o
organismo não o rejeita mas reserva-o, guarda-o, sob forma de gordura”, (Correia,
1981).
A obesidade é definida como sendo uma condição de excesso de
gordura corporal acumulada no tecido adiposo, cujas implicações podem
prejudicar a saúde (WHO, 2000). Estamos perante uma “epidemia” que afecta
adultos e crianças e nestas pode promover a elevada pressão sanguínea,
intolerância à glucose, diabetes tipo II, risco de doenças cardiovasculares,
entre outras (Pietrobelli e Steinbeck, 2004), citado por Leite, S (2005).
A OMS reconhece que, neste século, a obesidade tem uma prevalência
igual ou superior à da desnutrição e das doenças infecciosas. Por tal facto, se
não se tomarem medidas drásticas para prevenir e tratar a obesidade, mais de
50% da população mundial será obesa em 2025. Oliveira, A et al. (2009) .
Sendo assim, estamos perante um grave problema de saúde que poderá
a breve prazo tornar-se uma das grandes epidemias ao nível da saúde. Aliás, a
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
64
OMS já referiu que a obesidade caminha a passos largos para a epidemia do
século XXI.
Assim, a obesidade é uma doença crónica, com enorme prevalência nos
países desenvolvidos, atingindo homens e mulheres de todas as raças e de
todas as idades. Desde há alguns anos que a OMS tem vindo a manifestar
uma enorme preocupação com as questões relativas a consumos alimentares
das populações, sobretudo da população jovem. Oliveira, A et al. (2009)
Normalmente, as epidemias de saúde, são mais significativas nos países
sob desenvolvidos, mas no caso específico da obesidade esta ocorre em
grande escala em países desenvolvidos. Quais podem ser as causas?
Obesidade ocorre em grande parte, por um excesso de calorias
ingeridas e um défice de desgaste energético. Nos países desenvolvidos o
acesso a comida é bastante acessível, muita desta comida é altamente
calórica, uma vez que à poder económico para adquirir estes produtos, muitos
deles denominados fast food, comida criada para pessoas com pouco tempo,
característica dos países desenvolvidos. Os meios tecnológicos, permite ao
indivíduo produzir menos esforço para fazer as tarefas diárias (menos desgaste
energético), e um comportamento demasiado sedentário.
Vejamos o que nos diz Oliveira, A et al. (2009) sobre o novo paradigma:
“De facto, o paradigma da saúde mudou: a sobrenutrição passou a ser alvo de
uma atenção tão grande quanto a subnutrição. Estima-se que a obesidade é, à
escala mundial, a segunda causa de morte passível de prevenção. É uma
doença dispendiosa, de alto risco, crónica e reincidente; esta doença afecta
milhões de pessoas em todo o mundo, inclusive crianças.”
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
65
4.1 Tipos de Obesidade
4.1.1 Obesidade Ginóide
Tipos Problemas Ilustração
Obesidade Ginóide é o tipo
morfológico característico das
mulheres obesas, onde a
distribuição da gordura se faz
preferencialmente na metade
inferior do corpo, glúteos e
coxas.
- Problemas mecânicos (excesso
de peso)
- Problemas psicológicos
4.1.2 Obesidade Andróide
Obesidade Andróide é mais
usual nos homens obesos,
onde a distribuição da gordura
se acumula sobretudo na
metade superior do corpo
(região abdominal).
- Problemas cardiovasculares
- Tendência para diabetes
- Hipertensão
- Arteriosclerose
- Níveis elevados de colesterol
- Níveis elevados de
triglicerídeos
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
66
4.2 Períodos críticos do desenvolvimento da obesidade
Ao analisar o desenvolvimento da obesidade nas crianças, verifica-se
que há três períodos considerados críticos: o período fetal, o período entre os 4
e 6 anos e o período da adolescência (Steinbeck, 2001), citado por Leite, S
(2005).
- Período Fetal: Durante o período pré – natal ou fetal, a nutrição contribui
directamente para o desenvolvimento do tamanho, forma e composição do
corpo. Existe uma relação entre os modelos do crescimento intra-uterino e a
gordura abdominal, a obesidade e as suas morbilidades no futuro. Leite, S
(2005).
Este é um período que cada vez mais, as futuras mães se preocupam e
aqui surge com um papel decisivo o papel do pediatra, que deve aconselhar de
forma eficiente a futura mãe. É usual, ouvir-se que quando se está grávida, se
duplica a ingestão dos alimentos, que a grávida deve comer tudo que lhe
apetece para que o futuro bebé nasça saudável e forte, o que leva a muitas
mulheres cometerem inúmeros erros alimentares, que irá influenciar
directamente o desenvolvimento, forma e composição do corpo do bebé.
- Período dos 4 aos 6 anos: No segundo período, entre os 4 e os 6 anos, o
IMC começa a aumentar rapidamente após um período de reduzida
adiposidade durante os anos de pré – escolar. Este período coincide com o
aumento da autonomia e socialização e pode representar um estádio em que a
criança é particularmente vulnerável a adoptar comportamentos que
influenciem ou predisponham o desenvolvimento da obesidade. Leite, S (2005).
Com o ganho de autonomia das crianças, estas passam a ter que tomar
decisões sobre o que comem ou não, se não houver uma restrição e
supervisionamento por parte dos pais e também um exemplo para a criança,
esta poderá optar pelas coisas com mais sabor (normalmente menos
saudáveis), o que cria maus hábitos alimentares na criança, que ao longo da
vida com a diminuição do desgaste energético, levará o individuo a um estado
de excesso de peso.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
67
- Período da adolescência: Na fase da adolescência, verifica-se um risco
acentuado da massa gorda e “predisposição comportamental” para o
desenvolvimento desta doença, talvez devido às significativas mudanças
psicológicas e comportamentais (Steinbeck, 2001; Cole e Rolland - Cachera,
2002), citado por Leite, S (2005).
Neste período, o aumento da autonomia geralmente associada a uma
irregularidade das refeições pode alterar os hábitos alimentares. Associado a
este facto, os períodos de inactividade combinados com mudanças
psicológicas promovem o aumento da gordura corporal, particularmente nas
raparigas (WHO, 2000), citado por Leite, S (2005).
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68
5. Aula prática
Na parte prática da aula, foi-nos sugerido que mensurássemos o IMC,
através da medição da altura e do peso, vivenciando os procedimentos. Após
isto teríamos que classificar de acordo com as tabelas dadas na aula teórica e
já acima descritas.
A segunda tarefa desta aula prática, foi medir o perímetro da cintura
através da uma fita antropométrica.
Por fim, teríamos que avaliar o risco de doenças associadas (diabetes
mellitus tipo 2, hipertensão e doenças cardiovascular es) tendo em conta o IMC
e o PC.
Determinação do (IMC)
Elementos Peso (Kg) Altura (m) IMC (Kg/m2)
Miguel 78,8 Kg 1,78 m 24,9
Victor 74,3 kg 1,75 m 24,3
Determinação do perímetro da cintura
Miguel 1ª Medição 2ª Medição Média
Perímetro Cintura (valor
tirado entre a última costela e a crista ilíaca) (cm)
88 cm 88 cm 88 cm
Perímetro Cintura (tirado junto da última costela) (cm)
84 cm 85 cm 84,5 cm
Victor 1ª Medição 2ª Medição Média
Perímetro Cintura (valor tirado entre a última costela e
a crista ilíaca) (cm) 95,5 cm 96 cm 95,75 cm
Perímetro Cintura (tirado
junto da última costela) (cm) 91cm 91,5 cm 91,25 cm
IMC = Peso (kg) / Altura (m2)
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
69
Análise dos dados
Elementos Idade (IMC) (PC) (IMC)vs(PC)
Miguel 42 Anos 24.9 (kg/m2) 88 cm Saudável
Victor 21 Anos 27.5 (kg/m2) 95,75 cm Risco
aumentado
Ilustração 20 - Risco de doença em adultos de acordo com o índice de massa corporal e o perímetro da cintura
Perante os dois quadros acima, podemos analisar e tirar as devidas
consequências do risco de doença tendo como base a análise dos dados do
IMC e do PC.
Esta é uma forma de avaliar concretamente o indivíduo, dando-lhe uma
directriz sobre o seu estado de saúde. Fazendo uma análise ao aluno Miguel
Araújo podemos dizer que este tem um risco cardiovascular nulo visto que
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
70
apresenta 24,9 de IMC que corresponde ao valor de “fronteira” entre o peso
normal e o excesso de peso, onde este ultimo lhe confere uma risco
aumentado de doença. Quanto ao perímetro da cintura apresenta um valor
médio de 88 cm que se encontra abaixo do limite estabelecido como valor de
risco cardiovascular.
Fazendo uma análise ao aluno Victor Silva podemos dizer que este
apresenta um risco cardiovascular aumentado visto que apresenta 27,5 de IMC
que corresponde ao valor de excesso de peso, onde este ultimo lhe confere
uma risco aumentado. Quanto ao perímetro da cintura apresenta um valor
médio de 95,75 cm que se encontra acima do limite estabelecido como valor de
risco cardiovascular, correspondendo por isso mesmo a um risco aumentado
de doença cardiovascular.
6. Bibliografia
Moreira & Sardinha (2003).” Exercício Físico, composição corporal e factores
de risco cardiovascular na mulher pós menopausica”. Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro.
Leite, S (2005) – Efeito de um programa de actividade física orientada na
aptidão e nos níveis de actividade física habitual de crianças com excesso de
peso – Monografia. Porto.
Barão, O (2002) – Nutrição e Composição Corporal - Estudo Comparativo Inter-
sexual do Perfil Nutricional e da Composição Corporal de Idosos Açoreanos –
Dissertação de Mestrado – FCDEF – Porto
Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição
Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
71
IV - Aula 4
Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com o metabolismo
do tecido adiposo, prescrição de exercício para a obesidade e avaliação da
aptidão aeróbia através do walking test.
CONTEÚDOS
COMPOSIÇÃO CORPORAL
COMPONENTES DA MASSA CORPORAL E METABOLISMO DO TECIDO
ADIPOSO
Tecido adiposo, massa gorda e gordura
Massa magra, massa isenta de gordura e massa isenta de gordura e de osso
MASSA GORDA
Metabolismo do tecido adiposo Índice cintura-anca e diâmetro sagital
Composição corporal
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº4 6ª Feira das 10:30 às 12:30 05-03-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
72
PROCESSO DO METABOLISMO ADIPOSO
1. Massa gorda vs Gordura
1.1 - Massa Gorda – A massa gorda representa o conjunto de lípidos que
podem ser extraídos do tecido adiposo e de outros tecidos do corpo, sendo
formada por cerca de 10% de lipidos essenciais e 90% de lipidos não
essências ou de armazenamento (Heyward & stolarczyk, (1996) cit. por Moreira
M. 2003)
1.2 - Gordura – É um termo genérico para uma classe de lípidos (lipidos
armazenados: os ditos não essenciais). Esta é depositada principalmente a
nível subcutâneo, incluindo também a gordura intra-muscular e entre as fibras
musculares e a gordura visceral da região torácica e abdominal.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
73
Ilustração 21 - Referências da localização da massa gorda - Adaptado de Lohman (1981)
2. TECIDO ADIPOSO
O tecido adiposo é formado por células do tecido conjuntivo que
acumulam lípidos no seu interior (citoplasma). A gordura armazenada nessas
células servirá como fonte de energia para o organismo, além disso também
formam um excelente isolante térmico e mecânico, pois absorvem os impactos,
impedindo que estes cheguem aos órgãos e os danifiquem.
O tecido adiposo não se limita a armazenar o excesso de energia sob
forma de triglicérideos, mas comporta-se como um órgão endócrino activo que
influencia a actividade metabólica de outras estruturas do organismo, incluindo
o fígado, o músculo, o pâncreas e o cérebro (Mohamed-Ali e col., (1998);
Wajchenberg, (2001) cit. por Moreira M. (2003).
Quando o organismo animal consome menos energia do que ingere, o
excesso é guardado no tecido adiposo. O excesso de peso nos humanos não é
bom, pois o aumento do volume e massa corporal faz alguns órgãos
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
74
trabalharem demais (como coração, pulmões, rins, etc), diminuindo o seu
tempo de vida.
2.1 Tipo de adipócitos
Nos mamíferos são encontrados dois tipos de tecido adiposo:
Tecido adiposo branco
O tecido adiposo branc é formado por massa gorda (83%) e por
estruturas de suporte das quais fazem parte a água (15%) e as proteínas (2%)
(Heyward & Stolarczyk, (1996) cit. por Moreira M. 2002). As células têm uma
forma esférica, tendo no seu interior uma grande quantidade de lípidos, tanto
que o núcleo achatado e o citoplasma são deslocados do centro.
A sua massa está dependente do tamanho e do número de células
específicas designadas de adipócitos, sendo a sua hiperplasia a principal
responsável pela diferenciação entre os dois sexos (Margolis e col. (1996) cit.
por Moreira M. 2003).
A quantidade de substâncias fundamentais é menor que noutros tecidos.
Esse tecido é bastante irrigado por vasos sanguíneos. Em torno das células
está uma vasta rede de fibras reticulares, que dão sustentação à massa gorda.
O nome vem da coloração, que está entre o branco e amarelo escuro,
dependendo da alimentação do indivíduo. Células do tecido conjuntivo podem
se diferenciar para formar esse tecido.
Tecido adiposo castanho:
As células deste tecido são menores que as do tecido adiposo branco, é
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
75
constituída por diversos vacúolos que se espalham por todo o citoplasma. São
ricas em mitocondrias, (organelos que produzem energia e calor).
Nos seres humanos, esse tecido é mais importante nos recém-nascidos,
para protegê-los do frio. É um tecido que só é formado enquanto o bebé está
no ventre.
Após a infância o tecido adiposo castanho evolui e desaparece em
muitas regiões do corpo, sustentando apenas a actividade metabólica das
células que o constituem (Malina & Bouchard, (1991) cit. por Moreira M. 2003).
Em condições normais de peso corporal cada um dos adipócitos contem
cerca de 0,5 μg a 0,6 μg de lipidos, podendo atingir um valor máximo de
expansão de 0,7 μg a 0,8 μg (35% a 40% superior), altura a partir da qual se
verifica o crescimento de Novos adipócitos (Moreira M. e Sardinha L. 2003).
O tecido adiposo branco caracteriza-se por conter o seu núcleo próximo
da membrana celular e também pela existência de grandes vácuos de gordura.
Quando os vácuos atingem o máximo da sua capacidade, dá-se a
formação de uma nova célula de gordura.
3. Metabolismo do Tecido Adiposo
De acordo com Moreira M. (2002), o tecido adiposo manifesta uma
intensa actividade metabólica relacionada com o armazenamento e a
Ilustração 22 - Tecido Adiposo - Tipos e Constituição
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
76
mobilização da gordura contida nos adipocitos, sobretudo nos que estão
localizados na região abdominal, assumindo características diferenciadas nos
dois sexos. A principal função dos adipocitos maturos é armazenar os
triglicérideos, durante os períodos de excesso de energia, e mobilizar essas
reservas na presença de um balanço energético negativo (dispêndio energético
superior ao consumo de energia).
3.1 Lípase hormono sensitiva (LHS)
A utilização dos ácidos gordos como fonte de energia nos músculos
implica a hidrólise dos triglicérideos pela enzima lípase hormona sensitiva
(LHS) e posterior mobilização até às mitocôndrias no músculo, onde ocorre a
oxidação lipídica. Nos humanos, o SNS constitui o factor estimulador mais
importante da LHS, a sua acção é transmitida às células adiposas por
intermédio de receptores adrenérgicos existentes na membrana celular.
Moreira, M (2003).
As catecolaminas, a hormona do crescimento, o cortisol e as hormonas da
tiróide desempenham um papel muito importante na mobilização dos
triglicérideos contidos no tecido adiposo. A epinefrina e a norepinefrina,
produzidas pelas supra-renais e designadas colectivamente de catecolaminas,
são as mais importantes reguladoras da lipólise nos adipócitos humanos. Pucci
e col., (2000) cit. por Moreira, M (2003).
Elevada irrigação e enervação dos adipócitos
Reduzido volume dos adipócitos
Reduzida actividade da LPL
Reduzida sensibilidade dos receptores anti-lipolíticos e elevada
sensibilidade dos receptores β
Elevada densidade de receptores para as hormonas corticosteróides
(cortisol e androgénios)
Leptina
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
77
Papel da DHEA na activação dos transportadores de glicose e na
estimulação da lipólise
3.2 Lipoproteinalipase (LPL)
Lipoproteína é um conjunto de proteínas e
lípidos (principalmente o Colesterol, os
Triglicerídeos e os Fosfoglicerídeos),
arranjados de forma a optimizar o transporte
dos lipidos pelo plasma. Os Lípidos não se
misturam facilmente com o plasma, que é um
meio aquoso.
A LPL é o maior regulador de acumulação da gordura no tecido adiposo
humano, já que a síntese de TG neste é muito limitada (Bjorntorp, 1996). É
produzida nos macrófagos e nas células parenquimatosas de vários tecidos,
fundamentalmente do TA e do músculo esquelético embora a sua produção
também possa ocorrer em outros locais (Olivecrona & Olivecrona, 1999)
A LDL representa 50% da massa total de lipoproteínas circulantes. São
partículas bem menores, tão pequenas, que mesmo quando em grande
quantidade não são capazes de turvar o plasma. É a lipoproteína que mais
carrega colesterol. Tem a função de transportá-lo para locais onde ele exerce
uma função fisiológica, como por exemplo a síntese de esteróides.
A lipoproteinalipase é estimulada pelo aumento da insulina, ocorrendo a
acumulação de Triglicerídeos nas células adiposas.
No sexo feminino a sua acção é mais acentuada na região coxo-femural
(forma Ginóide), no sexo masculino, a sua acção é mais pronunciada na região
central (forma Andróide).
Podemos distinguir dois tipos de proteínas, VLDL (proteína de baixa
densidade) e HDL (proteína de alta densidade). A última é responsável pelo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
78
transporte de colesterol histerificado. A proteína VLDL sede os triglicerídeos à
HDL, recebendo desta o colesterol. Assim os triglicerídeos da proteína HDL
vãos ser devolvidos ao fígado.
O sexo feminino apresenta uma maior quantidade desta proteína (25%),
comparativamente ao sexo masculino.
A utilização dos ácidos gordos como fonte de energia nos músculos
implica a hidrólise dos triglicerídeos pela enzima lípase hormono-sensitiva
(LHS) e a posterior mobilização até às mitocôndrias no músculo, onde ocorre a
oxidação lipídica. Nos humanos, o sistema nervoso simpático (SNS) constituiu
o factor estimulador mais importante da LHS (Moreira, M & Sardinha, L., 2003).
4 Hormonas
4.1 Efeito da insulina
A insulina intervém no armazenamento da gordura nos adipócitos por 3
vias:
(1) Fornece o glicerol para a formação dos TG no tecido adiposo;
(2) Promove a síntese de ácidos gordos nas células hepáticas e que
posteriormente são transportados até ao TA, através das LPL de muito baixa
densidade (VLDL);
(3) Desempenha um papel importante na irrigação do TA, já que estimula a
formação de novos capilares. Na presença de elevadas concentrações de
insulina, o cortisol acentua a actividade da LPL e inibe a acção lipolítica das
catecolaminas.
Mecanismo de Regulação da Gordura
• O ácido láctico inibe a LHS (mobilização da massa gorda).
• Receptores β (lipóliticos – ligação das hormonas lipolíticas).
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
79
Na zona visceral da região abdominal há uma maior quantidade de receptores
β1, β2, β3, logo há maior ligação das hormonas lipolíticas levando ao aumento da
síntese e acção da LHS.
• Receptores α2 (antilipolíticos) inibem a LHS. Estes estão em menor quantidade nos
adipócitos viscerais.
•A redução do número de receptores para a insulina, devido à hipertrofia dos adipócitos,
ocorre sobretudo no TA portal e com maior ênfase.
4.2 Lipólise
A lípólise tem como função degradar e separar. Ao nível da armazenação temos a
Lipase Lipoproteica, esta separa os triglicerídeos em ácidos gordos e glicerol,
armazenando-os no tecido adiposo ou hepático.
Ao nível da degradação temos a Lipase Hôrmonio Sensitiva. Esta vai buscar os ácidos
gordos (transforma-se em energia), degrada-os e lança-os para a corrente sanguínea.
4.3 Cortisol
Reduz a velocidade de utilização da glicose por parte das células e estimula a
mobilização dos AG do TA para o plasma.
4.4 Hormona de Crescimento
Produzida na hipófise, estimula a síntese da LHS no TA, promove a conversão dos AG
em AC-A ao nível de outros tecidos e inibe a LPL na presença da testosterona ou do
cortisol.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
80
4.5 Triidotironina
É Sintetizada ao nível da tiróide e em conjunto com a hormona do crescimento promove
a estimulação da síntese da LHS.
4.6 Catecolaminas
Produzidas pelas supra-renais, são as mais importantes reguladoras da lipólise nos
adipócitos humanos, estimulando a hidrólise dos TG no TA e muscular, no entanto,
reduzidas concentrações de epinefrina têm um efeito inibidor na lipólise.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
81
5. Gordura Abdominal
Ilustração 23 - Gordura Abdominal
A Gordura Abdominal divide-se em:
- Gordura Subcutânea (via não porta), onde se fazem as medições das pregas.
- Gordura Visceral (via porta) dividindo-se em Mesentérico e Omento Maior.
O tecido adiposo abdominal é morfológica e metabolicamente diferente
do localizado em outras regiões do corpo, sendo constituído pelo tecido
adiposo não portal e tecido adiposo portal.
O sangue venoso do mesentério (prega peritonial que une o jejúnio e o
ílio do intestino delgado à parte posterior do abdómen) e dos omentos (omento
maior, desce a partir do estômago e reveste a parede anterior do intestino
delgado; e o omento menor, estende-se do início do duodeno até ao fígado) é
drenado através da via porta hepática.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
82
O tecido adiposo portal é o que evidencia mais riscos para a saúde, uma
vez que é responsável pela acumulação de gordura na zona intraperitonial,
estando mais facilitada a sua entrada no fígado através da veia porta hepática.
6. Relação da gordura com os géneros
Ilustração 24 - Percentagem de gordura corporal para homens e mulheres
%MG = [ MG (kg) / Peso (kg) ]×100
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
83
7. Aula Prática
7.1 Perímetro da Anca e o Diâmetro Sagital
INSTRUMENTOS UTILIZADOS
Balança SECA 702 (Hambugo, Alemanha)
Fita Antropométrica (Rosscraft, Hamburgo, Alemanha)
Protocolo do Perímetro da Anca:
- Posição antropométrica;
- Zona de maior proeminência glútea;
- Medição horizontal.
Protocolo da medida do Diâmetro Sagital Antero-Posterior
- Menores valores de correlação com a MGAT, comparativamente ao PCI
- DS> 21 cm relacionado com uma maior glicemia e insulinémia
- Taxa de modificação da insulina influenciada pelos valores de pré- teste do DS e das
concentrações plasmáticas de insulina (16,1 %)
Procedimentos:
O indivíduo encontra-se deitado em decúbito
dorsal;
Mão direita colocada sobre o peito;
Medição efectuada ao lado direito do sujeito;
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
84
Medição efectuada durante a inspiração;
O instrumento de medição é colocado perpendicularmente ao solo.
7.2 Índice cintura – anca
Miguel – 42 anos
Perímetro 1ª medição 2ª medição Média
PC grelha costal 89 cm 88,9 cm 89 cm
Anca 97,5 cm 97,6 cm 97 cm
Victor – 21 anos
Perímetro 1ª medição 2ª medição Média
PC grelha costal 85 cm 85,2 cm 85 cm
Anca 97 cm 96,9 cm 97 cm
Determinação e classificação do Índice cintura-anca (ICA)
Elementos Idade Perímetro
da cintura
Perímetro
da anca
ICA
PC/PA
Classificação
do ICA
Miguel 42 anos 89 cm 97 cm 0,91 Risco
moderado
Victor 21 Anos 85 cm 97 cm 0,87 Risco
moderado
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
85
Riscos associados ao ICA ao IMC vs PC
Ilustração 26 - Riscos de doença em adultos de acordo com o índice de massa corporal e o perímetro da cintura
Ilustração 25 - Valores de corte do índice cintura/anca
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
86
Determinação do riscos associados
Elementos Idade ICA IMC vs PC
Miguel 42 Anos Risco Moderado Risco nulo
Victor 21 Anos Risco Moderado Risco Aumentado
Excesso de peso
Após a comparação dos valores de ICA E IMC vs PC com os valores de
corte chegamos à conclusão que relativamente ao ICA ambos os alunos
sofrem um risco moderado de contrair diabetes mellitus tipo 2, hipertensão e
doenças cardiovasculares. Confrontando o IMC com o PC verificou-se que o
aluno Miguel Araújo não apresenta riscos. Por outro lado o aluno Victor Silva
apresenta um peso um pouco acima do recomendado resultando do IMC vs PC
um risco aumentado de contrair as doenças acima mencionadas.
7.3 Perímetro sagital
Elementos 1ª Medição 2ª Medição Media
Miguel 18 18 18
Victor 18,2 17,5 17,9
Relativamente ao perímetro sagital podemos afirmar que, comparando
com o valor de corte estipulado que é de 21 cm, os alunos têm medidas de
perímetro sagital abaixo do valor de corte, como tal não apresentam risco
acrescido de contrair doenças cardiovasculares.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
87
8. Bibliografia
Moreira & Sardinha (2003).” Exercício Físico, composição corporal e factores
de risco cardiovascular na mulher pós menopausica”. Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro.
Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição
Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
88
V - Aula 5
Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com o metabolismo
do tecido adiposo, prescrição de exercício para a obesidade e avaliação da
aptidão aeróbia através do walking test.
CONTEÚDOS
Mobilização dos triglicéridos dos adipócitos
Prevalência da obesidade no nosso país
Prescrição de Exercício na Obesidade
Walking Test:
- Procedimentos do teste
- Classificação dos resultados
Cálculos de determinação do VO2, dos METs e do dispêndio calórico
Alguns dos conteúdos abordados nesta aula, tal como aconteceu em
muitas das outras aulas, foram repetidos, dai que não iremos fazer novamente
a abordagem a esses conteúdos, como por exemplo a mobilização dos
triglicéridos dos adipócitos, prescrição exercício na obesidades, etc.
Assim, aconselhamos que consultem o índice e procurem os conteúdos
no mesmo.
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº5 6ª Feira das 10:30 às 12:30 12-03-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
89
1.Números da Obesidade em Portugal
Ilustração 27 - Obesidade em adultos (18-64) portugueses - 2003-2004
Pelo quadro acima, podemos verificar que ao longo da vida a
predominância da obesidade se acentua. Isto parece-nos fácil de perceber,
cada vez mais a mobilidade é menor, o desgaste energético diminui e por outro
lado os hábitos alimentares normalmente não se alteram, o que leva a um
excesso de energia.
Num entanto, na análise do gráfico, verificamos que cerca de 25% a
30% da população entre os 18 e os 29 anos, têm excesso de peso. Sabendo
que, indivíduos que têm excesso de peso têm uma grande probabilidade de
serem obesos a curto/médio prazo, leva-nos para números alarmantes e que
nos deixam com grandes preocupações no âmbito da saúde pública.
Não deixa de ser estranho, que na faixa etária entre os 30 a 60 anos,
tenhamos uma percentagem de 65% a 70% dos indivíduos com excesso de
peso ou obesidade. Significa isto que em cada 10 indivíduos só 3 tem um peso
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
90
controlado e com isso um risco diminuído de doenças coronárias e
cardiovasculares.
Se quisermos ser realistas e encarar estes dados de forma objectiva,
temos de imaginar que muitas destas pessoas, têm outros factores associados,
como diabetes tipo II, colesterol elevado, pressão arterial entre outras doenças,
que associadas aumentam drasticamente o risco de morte.
Aquilo que antes, era considerado um factor de saúde, as pessoas terem
um peso acima da média o que lhes conferia de “gordinho” que era visto como
sendo saudável.
Hoje, ainda muitas pessoas desconhecem os reais perigos do excesso
de peso, o que leva as pessoas a não darem a devida atenção a uma “doença”
que preocupa cada vez mais os responsáveis ligados à saúde, condição física
e exercício.
Vejamos agora a prevalência da obesidade em adolescentes
portugueses (10-18) em 2008:
Ilustração 28 - prevalência da obesidade em adolescentes portugueses (10-18) em 2008
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
91
Olhando, para este estudo realizados em Portugal, podemos concluir
que 1 em cada adolescente tem excesso de peso ou obesidade. Comparando
os sexos, não foi encontrado nenhuma diferença significativa. Aparentemente,
podemos ficar com a ideia que estes números não são assim tão alarmantes,
num entanto não é bem assim. Repare-se que se ¼ da população tem excesso
de peso, isso significa nesta amostra cerca de 5 a 6 mil adolescentes com risco
de doenças coronárias e cardiovasculares. Mais, sabendo que na vida adulta
esta taxa aumenta, pela diminuição da actividade física, das tarefas diárias
serem menores e com isso haver um menor desgaste energético, podemos
dizer de forma exploratória que na vida adulta, destes 22 mil adolescentes,
cerca de 12 a 14 mil, serão pessoas com excesso de peso e obesos.
2. Manutenção do peso corporal
Para se considerar uma manutenção do peso corporal, o indivíduo não
pode ter uma oscilação superior a 3% do seu peso.
Valores acima dos 3%, consideramos já perda de peso corporal.
No género feminino o volume do exercício é fundamental, sendo
aconselhado um mínimo de 150 minutos da actividade moderada e entre 780 a
1569 METs - minutos por semana.
2.1 Perda de peso corporal
Para se considerar uma perda do peso corporal, o indivíduo têm de ter
uma oscilação superior a 5% do seu peso.
Necessidade de maiores volumes de exercício nas ausência de uma
dieta devidamente adaptada às necessidades do indivíduo. Num entanto,
conjugar o exercício físico devidamente programado e planeado a uma dieta
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
92
alimentar torna-se uma conjugação bastante eficiente na perda de peso de
forma saudável.
Aconselha-se pelo menos 1560 MET - minutos/semana, sendo que a
maior parte dos estudos que predizem estes valores, reúnem uma duração dos
programas de intervenção de cerca de 6 meses.
WALKING TEST
Após a realização da prova ao circuito atrás referenciado na descrição
sumaria do teste, regista-se o tempo da distância percorrida pela pessoa e a
frequência cardíaca logo após 5 e 20 segundos.
Dever também constar nos dados referentes á pessoa o género, o peso
e a altura.
Com o valor da frequência cardíaca registada e com o tempo da
distância percorrida pela pessoa. Pelo método de intercepção regista-se o valor
(pontos) no primeiro quadro.
O 1º quadro está dividido em duas partes, um sector é referente ao
género feminino e o outro ao género masculino. Nos lados do quadro está
representado os valores em tempo (minutos e segundos) e na parte superior os
valores da frequência cardíaca.
O 2º quando também tem duas partes distintas, uma para o género
feminino e outra para o género masculino, nos lados do quadro está
representado a altura em metros e na parte superior o peso e quilogramas.
Também e pelo método de intercepção se retira o valor (pontos) obtidos.
De seguida subtrai-se o valor obtido em “B” pelo valor obtido em “A” e
obtêm-se um valor em pontos (A –B =_______ pontos).
No 3º e último quadro que também está dividido para o género
masculino e feminino confronta-se o resultado obtido em pontos os do quadro
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
93
correspondente e dentro da coluna a condizer com a idade do avaliado, regista-
se então o nível de prestação.
Ilustração 29 - Cabeçalho do walking test
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
94
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
95
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
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Ilustração 30 - Determinação e classificação do resultado do walking test
3. Problemas Práticos
QUADRO PROBELMA/RESOLUÇÃO
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
97
QUADRO PROBLEMA - SOLUÇÃO
VO2 = C.H + C.V + 3,5 VO2 = C.H + C.V + 3,5 VO2 = C.H + 3,5 VO2 =
(Vel. × 0.1) + 3,5 13 - 3.5 = (Vel. × 0.1) 9.5 = (Vel. × 0.1) 9.5/0.1 = Vel.
Vel. = 95
QUADRO PROBELMA/RESOLUÇÃO
QUADRO PROBELMA
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
98
QUADRO PROBLEMA - SOLUÇÃO
VO2 = C.H + C.V + 3,5 VO2 = C.H + 3,5 VO2 = (100 x 0.1) + 3,5 VO2 =
13.5 ml/kg/min
1 kg ------------- 13.5 ml/kg/min
75 kg ------------ x ml/kg/min
X = 1012.5 ml/kg/min
1 MET ----------- 3.5 ml/kg/min
x MET ------------ 13.5 ml/kg/min
X= 3.86 MET
QUADRO PROBELMA
QUADRO PROBELMA
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
99
QUADRO PROBLEMA - RESOLUÇÃO
VO2 = C.H + C.V + 3,5 VO2 = (Vel. x 0.1) + (Inclinação x Vel. x 1.8) + 3.5
VO2 = (80.4 x 0.1) + (0.02 x 80.4 x 1.8) + 3.5 VO2 = 8.04 + 2.89 + 3.5
VO2 = 14.43 ml/kg/min
1 kg ------------- 14.43 ml/kg/min
70 kg ------------ x ml/kg/min
X = 1010.1 ml/kg/min
1 MET ----------- 3.5 ml/kg/min
x MET ------------ 14.43 ml/kg/min
X= 4.12 MET
1 ml/kg/min ----- 0.005 kcal
1010.1 ml/kg/min ----- x kcal
X = 5.05 kcal
QUADRO PROBELMA
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
100
QUADRO PROBLEMA - SOLUÇÃO
1 MET ----------- 3.5 ml/kg/min
7.2 MET ------------ x ml/kg/min
X= 25.2 ml/kg/min
VO2 = C.H + C.V + 3,5 VO2 = (Vel. x 0.1) + (Inclinação x Vel. x 1.8) + 3.5
25.2 = (50 x 0.1) + (Incl x 50 x 1.8) + 3.5 25.2 = 5 + (Incl x 90) + 3.5 25.2
– 5 – 3.5 = (Incl x 90) 16.7 = (Incl x 90) 16.7/90 = Incl Incl= 0.186 =
1.86%
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
101
4. Bibliografia
Teixeira, P, Sardinha, L e Barata, J et al. (2008) - Nutrição, Exercício e Saúde –
Lidel
Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição
Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
102
VI - Aula 6
Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com a terapia de
perda de peso.
CONTEÚDOS
Prescrição de exercício para a obesidade
Progressão do trabalho cardiovascular
Recomendações da terapia de perda de peso
1. Prescrição Exercício para a Obesidade
Sendo os indivíduos obesos, na grande maioria pessoas sedentárias,
deemos ter muito cuidado na prescrição do exercício. Na complementaridade
com outras unidades curriculares (Fisiologia do Esforço, Preparação físia, etc.)
podemos dizer que estes indivíduos apresentam uma grande fragilidade
articular e tendinosa, o que aumenta o risco de lesões se não for devidamente
prescrita a sua actividade física.
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº6 6ª Feira das 10:30 às 12:30 19-03-2010
Docente: Drª Maria
Moreira
Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
103
Sendo o objectivo dos exercícios para pessoas com excesso de peso e
obesidade, gastar a maior quantidade possível de energia, podemos dizer que
se torna fundamental o trabalho cardiovascular. Para que o dispêndio
energético seja ainda maior neste trabalho cardiovascular, importa estimular os
grandes grupos musculares para que haja um maior desgaste. Mas devido a
fragilidades articulares e tendinosas, devemos ter cuidado na selecção deste
trabalho cardiovascular. Por norma, os indivíduos, autonomamente iniciam o
seu programa de actividade física não orientada. Grande parte, inicia as suas
corridas, muitas vezes em terrenos extremamente duros, causando uma
pressão articular e tendinosa muito grande que pode provocar danos nas
estruturas do indivíduo.
De forma a reforçar a estrutura osteo-articular, tendinosa e até muscular,
é necessário que seja também prescrito um treino de força e flexibilidade, para
que a perda de peso ocorra de uma forma harmoniosa. Outro aspecto a ter em
conta, é o aumento do desgaste calório proveniente de um aumento de massa
muscular. Assim, maior massa muscular, causa um maior desgaste basal, o
que irá proporcionar menos deposição de gordura uma vez que esta será
utilizada pelos músculos desenvolvidos. Isto, só é verdade, se o individuo para
além do exercício devidamente prescrito, efectuar também um controlo da sua
alimentação, criando um equilíbrio entre a energia ingerida e a enérgica gasta
pelo seu corpo.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
104
Sendo hoje em dia, o tempo um dos grandes obstáculos referidos pelos
indivíduos como entrave à adesão a programas regulares de actividade física,
parece-nos importante salientar o seguinte. Para que haja efeito de treino, não
é obrigatório que a duração proposta seja contínua. Queremos com isto dizer,
que o indivíduo poderá realizar por períodos de 10 minutos por seis vezes,
períodos de 15 minutos por quatro vezes, por exemplo. O importante, é no final
do dia o indivíduo adquirir entre 30 a 60 minutos de actividade com a
intensidade recomendada.
2. Progressão do trabalho cardiovascular
Ilustração 31 - Progressão do trabalho Cardiovascular
Inicial
10 a 15 minutos de aquecimento
40 a 60% da frequência cardíaca de reserva
4 a 6 semanas
Preparação para a prática de novas actividades física (tolerância
ortopédica)
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
105
Facilitar a adaptação ao progresso do exercício
Melhoria
Duração de 4 a 8 meses (maior tempo de adaptação em sedentários e
idosos)
Evolução até 75% da FFR, aumentando primeiro a duração ou a
frequência de exercício
Aumento da intensidade não superior a 5% da FCR em cada 6 sessões
de exercício são bem toleradas
Aumento da duração não superior a 20% até que os participantes sejam
capazes de se exercitarem a uma intensidade moderada a vigorosa
durante 20’ a 30’ e progressivamente já se pode aproximar o exercício
dos 60 minutos
Manutenção
Considerar o complemento com outras actividades físicas (motivação)
Algumas condições de saúde (ex. obesidade) poderão exigir maiores
volumes de exercício
5 Sessões semanais
Intensidades na ordem dos 75% da FCR
Já se podem atingir os 60 minutos de exercício
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
106
3. Actividade Física – Iniciantes
Antes de se iniciar um programa de actividade física, devemos ter
algumas preocupações. Conhecer o indivíduo da forma mais aprofundada
possível é um objectivo que nem sempre é conseguido, quer pela desconfiança
do mesmo, por ainda não se sentir à vontade, quer pelo próprio prescritor que
não quer correr riscos e perder o indivíduo por este se sentir constrangido.
Devemos, através de questionário, obter algumas respostas que nos irão
ajudar a prescrever com menos risco o programa de actividade física.
Objectivos do indivíduo, historial clínico, o seu historial desportivo entre
outras, para tentarmos conhecer de forma mais precisa o nosso cliente.
4. Recomendação de terapia de perda de peso
Esta terapia é utilizada para indivíduos que possuam um excesso de
peso patológico ou um excesso de peso aceitável ou um elevado perímetro da
cintura associado a dois ou mais factores de risco.
Os factores de risco são:
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
107
Tabaco
Hipertensão (valores de pressão sistólica iguais ou superiores a 140 mm
Hg e valores de pressão diastólica iguais ou superiores a 90 mm Hg)
Valores de LDL superiores a 160 mg/dL e valores de HDL inferiores a 35
mg/dL
Valores de glucose entre 110 e 125 mg/dL
Herança genética (casos de enfarte do miocárdio)
Idade (nos homens a partir dos 45 anos e nas mulheres a partir dos 55
anos)
4.1 Utilização de medicamentos e suas implicações
A utilização de medicamentos é muito frequente, principalmente em
pessoas já avançadas na idade. Assim o prescritor tem que ter em atenção os
Ilustração 32 - Utilização de medicamentos e suas implicações
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
108
efeitos que os medicamentos podem causar e influenciar no exercício e na sua
prescrição.
Pelo descrito até agora, percebemos que a prescrição exercício não
pode nem deve ser algo aleatório sem qualquer rigor. São inúmeras as
variáveis que devemos ter em conta, o que nos deixa um pouco preocupados,
uma vez que temos inúmeras duvidas que todas estas variáveis são tomadas
em linha de conta na hora de prescrever um programa de actividade física.
4.2 Indivíduos não recomendados na terapia de perda de peso
Grávidas ou mulheres que estão a amamentar;
Pessoas com sérias complicações psiquiátricas (ex. depressão);
Pacientes que abusam de substâncias activas;
Indivíduos com história de anorexia nervosa ou bulimia nervosa;
5. Terapias para a obesidade
5.1 Dieta
Redução de 500 a 1000 kcal/dia
1000 a 1200 kcal/dia para as mulheres e 1600 kcal/dia para homens
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
109
Importância dos indivíduos serem educados em relação à composição
dos alimentos, à leitura dos rótulos, à preparação dos alimentos, etc.
Contacto com o nutricionista durante o período de ajustamento da dieta
Consumo de gordura inferior a 30% do consumo energético total
Enfatizar consumo de frutas, vegetais, cereais integrais e fontes magras
de proteínas
Adequar às preferências, ao nível sócio-cultural e económico / fácil de
adquirir e de preparar
Associada a outras modificações do comportamento
5.2 Mudança de comportamento
Perceber o reconhecimento que o paciente tem sobre a necessidade e
os benefícios de perder peso e saber se ele quer perder peso
Conhecer os objectivos e a motivação do sujeito para perder peso
Conhecer evolução do peso no paciente
Conhecer como a obesidade afectou a sua vida
Esclarecer o paciente sobre os riscos de saúde associados à obesidade
5.3 Utilização de fármacos
Limitada a indivíduos com IMC ≥ 30 kg/m2 ou com IMC ≥ 27 kg/m2 mas
com factores de risco associados
Apenas utilizadas quando já são contempladas no programa estratégias
de dieta, actividade física e outras mudanças de comportamento
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
110
Considerar os fármacos se após 6 meses as mudanças de estilo de vida
não promoveram uma redução do peso
5.4 Cirurgia
Limitada a indivíduos com IMC ≥ 40 kg/m2 ou com IMC ≥ 35 kg/m2 e
outros problemas de saúde associados
Só deve ser implementada quando as outras estratégias falharam
5.6 Doenças do miocárdio associadas à obesidade
5.6.1 Angina de peito – é um desconforto torácico, devido a obstrução parcial com o
estreitamento do lúmen, diminuindo assim a perfusão do miocárdio causando isquémia
(antevê a angina, falta de irrigação de oxigénio) dos tecidos.
Precipitação da crise de angina afiguram-se situações que exigem um maior aporte de
sangue oxigenado ao coração e restantes tecidos, tais como: esforço, tensão emocional e
digestão de refeições muito abundantes.
5.6.2 Enfarte agudo do miocárdio – resulta de uma obstrução brusca e total de uma
artéria coronária ou das suas ramificações, privando a circulação a certas zonas do
músculo cardíaco e ocasionando a morte celular (necrose).
6. Prescrição do exercício para a Hipertensão
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
111
Deverá ser dada primazia á realização de actividades aeróbias que
envolvam grandes massas musculares
Intensidade: 40% a 70%
Frequência: 2-3 por semana Duração: 30 a 60 Minutos
Em indivíduos hipertensos não deverá ser prescrito treino de força como
parte principal de uma sessão de treino
Deverá ser prescrita 1 série de 8 a 10 exercícios que incluam todos os
grandes grupos musculares.
6.1 Considerações Especiais
Necessário ter em atenção se o individuo toma medicação beta
bloqueadores, uma vez que vez que estes fármacos atenuam as respostas
cardíacas durante o exercício;
A utilização combinada de fármacos diuréticos e beta - bloqueadores
podem conduzir a dificuldades na termoregulação do corpo, sobretudo
quando o exercício é realizado em locais quentes ou húmidos.
Estratégias que poderão ser adoptadas para diminuir o stress provocado
pelo calor incluem:
- Utilização de roupa de algodão permitindo uma correcta evaporação da
transpiração;
- Realização das sessões de treino nos horários menos quentes do dia.
Realização das sessões em ambientes com sombra e arejados, ou em
locais fechados com ventilação ou climatização.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
112
- Reduzir a intensidade do exercício ou incluir intervalos com uma
regularidade suficiente que permitam manter a frequência cardíaca que
foi inicialmente prescrita.
A utilização de fármacos beta1 bloqueadores e beta2 bloqueadores, que
são bloqueadores de canais de cálcio, podem conduzir a situações de
hipotensão logo após o fim do exercício, pelo qual é fundamental aumentar
o tempo do retorno á calma no final da sessão do treino.
4 – A utilização de fármacos diuréticos pode conduzir a uma diminuição das
concentrações de potássio, podendo levar a situações de arritmia.
5- Não devem ser ultrapassados valores de pressão arterial na ordem dos
220/150 mmHg durante a sessão de treino.
6- É fundamental que durante a realização das sessões de treino de força a
mulher seja ensinada a executar uma correcta respiração, evitando a
realização de manobras de Valsalva.
7. Bibliografia
National Heart, Lung and Blood Institute (1998). Clinical guidelines on the
identification, evalutation, and treatment of overweight and obesity in adults: the
evidence report. Obes. Res. 6 (suppl 2): 51S-209S.
Moreira & Sardinha (2003).” Exercício Físico, composição corporal e factores
de risco cardiovascular na mulher pós menopausica”. Universidade de Trás-
os-Montes e Alto Douro.
Teixeira, P, Sardinha, L e Barata, J et al. (2008) Nutrição, Exercício e Saúde –
Lidel
Moreira, H (2010) – Audiovisuais fornecidos na unidade curricular de Condição
Física, Nutrição e Saúde – Utad - Vila Real
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
113
VII - Aula 7
Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com avaliação da
composição corporal através da bioimpedância.
CONTEÚDOS
Vantagens e limitações desta metodologia
Princípios e pressupostos
Tipos de aparelhos
Factores que afectam a precisão das medições
Medição da composição corporal com o InBody720 (Biospace)
1. Bioimpedância
A impedância é definida pela oposição que um condutor oferece à
passagem de uma corrente eléctrica alterna, sendo uma função da resistência
(Recf) e da reactância (Rcif). A massa isenta de gordura (MIG) é a principal
responsável pela condutância da corrente eléctrica, uma vez que apresenta
uma elevada quantidade de agua e electrólitos, enquanto que a membrana
celular, o osso, a gordura e os pulmões se comportam como estruturas
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº7 6ª Feira das 10:30 às 12:30 25-03-2010
Docente: Drª Maria
Moreira
Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
114
dieléctricas (ou isoladoras) e capacitoras, isto é com capacidade de armazenar
corrente eléctrica (Baumgartner, 1996).
Na bioimpedância (BIS) são
utilizados aparelhos portáteis e de fácil
operacionalização, não causando grandes
incómodos ao sujeito que é alvo da
avaliação já qua se trata de um método não
invasivo e que proporciona uma avaliação
rápida da AT e da MIG (Heyward &
Stolarczyk, 1996).
Na medição da impedância de corpo é utilizada uma corrente de baixa
intensidade e de frequência fixa (50 Khz) ou de multifrequência, sendo a
frequência de 50 Khz aquela que gera nos tecidos biológicos valores máximos
de reactância, a razão também pela qual é designada frequência critica
(Chumlea & Baumgartner, 1990). A utilização
de frequências superiores a 50 Khz permite
à corrente vencer a capacitancia das
estruturas com capacidades dieléctricas,
conferindo uma estimativa precisa dos
compartimentos de agua intra-celular (AIC) e
extra-celular (AEC) na população idosa
saudável (Steijaert e col, 1997; Vaché e col,
1998). A resistividade específica da AIC é mais elevada do que a do
compartimento adjacente, uma vez que apresenta uma maior quantidade de
proteínas dissolvidas, originando uma meio mais viscoso e criando maiores
dificuldades à movimentação dos iões (Gudivaka e col, 1999).
O modelo de multifrequências paralelo 0/∞ Khz (Cole & Cole, 1941)
descreveu o relacionamento semi-circular entre a resistência e a reactância
(Chumlea & Baumgartner, 1990) e é o mais preciso na analise dos
compartimentos de agua (500 a 800 ml), uma vez que o circuito eléctrico esta
mais adaptado à fisiologia do corpo humano, revelando-se de uma grande
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
115
utilidade na avaliação do estudo de hidratação de indivíduos com suspeita de
alterações na distribuição do fluido corporal.
Os pressupostos associados a este modelo são os seguintes (Gudivaka
e col, 1999):
A água intra-celular e a água extra-celular constituem os maiores condutores
eléctricos no organismo, permanecendo adjacentes (“arranjo” paralelo) e
separados entre si por uma membrana capacitora
A elevada frequência consegue penetrar no compartimento de AIC
A resistividade específica dos dois compartimentos é igual.
Características:
Portátil;
Método eficiente e eficaz;
Rigoroso e não invasivo;
Em 1983 Lyboer foi o primeiro a fazer uma avaliação sobre compartimentos.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
116
Impedância:
Z- Impedância (resistência total que se traduz pelos bons ou maus condutores);
R- Resistência (impedância á corrente e ao fluxo eléctrico);
Xc – Reactância (volume da corrente eléctrica que fica armazenada).
Bons condutores – Baixo índice de resistência: Músculo e a água (possui
electrólitos).
Maus condutores – Alto índice de resistência: Osso e a massa gorda.
2. Aparelhos de Bioimpedância
2.1 - Aparelho de Bioimpedância de Frequência simples
• Corrente eléctrica de 50 KHZ;
• Apenas prediz a água extra celular;
• Valores menos rigorosos, na medida em que a corrente eléctrica não percorre
o corpo todo.
2.2 Aparelho de Bioimpedância de Multifrequência
• Corrente eléctrica de 50 a 1000
KHZ;
• Prediz a água extracelular e
intracelular;
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
117
• Valores mais rigorosos, na medida em que a corrente eléctrica percorre o
corpo todo;
• Melhor predição da massa isenta de gordura.
Impedância (z) – Oposição que um condutor oferece à passagem de uma
corrente eléctrica alterna (corrente bi-direccional, existindo um movimento
periódico de cargas eléctricas). É formada por duas componentes: resistência
(R) e reactância (Xc).
Resistência (r) – Representa 98% do valor da impedância e traduz-se na
oposição do condutor ao fluxo de corrente eléctrica, sendo expressa pela
fórmula:
R= ρ (Comprimento do condutor) / (Secção transversa do condutor)
(rô/p) ρ= Resistividade específica do condutor
Segundo Chumlea & Guo (1994) cit. por Glaner M. (2001) , a resistência a uma
corrente eléctrica no corpo humano, quando comparada a condutores não
biológicos, é basicamente a mesma.
Reactância (xc) – Armazenamento de carga eléctrica que se verifica quando
entre dois condutores existe uma substância isoladora. Z= √R2+Xc2
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
118
3. Protocolo avaliação na Bioimpedância
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
119
4. Bibliografia
- ACSM. (2006). ACSM´s Guidelines for exercise testing and prescription (7th ed.):
Lippincott Williiams & Williams.
- ACSM. (2006). ACSM´s Resourse Manual for Guidelines for Exercise Testing and
Prescription: LWW
- Callaway, C. W., Chumlea, W. C., Bouchard, C., Himes, J. H., Lohamn, T. G., Martin,
A. D., Mitchell, C. D., Mueller, W. H., Roche, A. F., & Seefeldt, V. D. (1988).
“Circumferences.” Anthropometric Standardization Reference Manual, T. G. Lohman,
A. F. Roche, & R. Martorell, eds., Human Kinetics, Champaign, 39-54.
- Heyward, V. H., & Stolarczyk, L. M. (1996). Applied Body Composition Assessment,
Human Kinetics, Champaign.
- Lessa, Francisco José Gondim Pitanga e Ines (2005). “ Indicadores Antropométricos
de Obesidade como Instrumento de Triagem para Risco Coronariano Elevado em
Adultos na Cidade de Salvador – Bahia” Universidade Federal da Bahia - Salvador, BA
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
120
- Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003). “Exercício,
Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher Pós-
Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
- Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003). “Exercício,
Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher Pós-
Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
121
VIII - Aula 8
Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com avaliação da
composição corporal através da bioimpedância
CONTEÚDOS
Interpretação dos resultados da avaliação da composição corporal com o
InBody720
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº8 6ª Feira das 10:30 às 12:30 23-04-2010
Docente: Drª Maria
Moreira
Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
122
1. Interpretação dos Resultados do InBody720
Análise da
Composição corporal
Valores
normais Valores totais (estimados)
Agua Intercelular
(ICW) 18 litros
18.3 ~ 22.3
litros
Água
total
29.7
litros
Massa
Magra
38.1 Kg
Massa
isenta de
gordura
40.5Kg
Peso
total
52.8 Kg
Água extra celular
(ECW) 11.4 litros
11.2 ~ 13.6
litros
Proteínas 7.9 Kg 7.9 ~ 9.7 Kg
Minerais totais 2.80 kg
(ósseo) 2.32 Kg 2.73 ~ 3.33 Kg
Massa gorda 12.3 Kg 11.6 ~ 18.5 Kg
Em relação à predição do mineral ósseo estes valores não são
normalmente utilizados para o relatório.
A água intracelular e extracelular deve corresponder a mais ou menos
60% do peso total corporal.
Grande percentagem de água extracelular é um indicador de obesidade.
Os resultados da análise da composição corporal encontram-se dentro
dos valores normais.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
123
Análise muscular & Análise da massa gorda Valores normais
Peso 52.8 Kg 49.1 ~ 66.5 Kg
Massa muscular esquelética 21.9 Kg 22.0 ~ 27.0 Kg
Massa gorda 12.3 Kg 11.3 ~ 18.5 Kg
Em relação ao peso e à massa gorda os valores encontram-se dentro
dos valores normais.
Relativamente à massa muscular esquelética o valor obtido encontra-se
abaixo dos valores normais tal facto evidencia défice de massa muscular. Tal
facto evidencia níveis ligeiros de sarcopenia. A análise gráfica (valores
óptimos) ideal seria em forma de “D”. Tal não se verifica pois a massa muscular
esquelética está abaixo do normal.
Diagnóstico da obesidade Valores normais
Índice de massa corporal (BMI) 19.6 Kg/m2 18.5 ~ 25.0 Kg
Percentagem de massa gorda 23.4 % 18.0 ~ 28.0 %
Índice da cintura/anca 0.76 0.75 ~ 0.85
Todos os valores se encontram dentro dos limites normais. Apesar disto
é de referir que o valor do índice de massa corporal (BMI) e o valor do índice
cintura-anca apresentam valores muito próximos dos valores mínimos
aceitáveis. A análise gráfica (valores óptimos) ideal seria em forma de “C”. Tal
não se verifica pois os índices de massa corporal e cintura-anca estão
próximas dos mínimos aceitáveis.
Nota: Os valores normais mencionados adequam-se a pessoas adultas não
sendo apropriado para pessoas idosas
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
124
Massa Magra Isenta de Gordura e
de Osso (segmentos corporais) Valor Obtido
[MIGO Actual / MIGO
Ideal] × 100
Braço Direito 1.87 Kg 110.9%
Braço Esquerdo 1.85 Kg 109.3%
Tronco 17.7 Kg 94.0%
Perna Direita 6.57 Kg 109.2%
Perna Esquerda 6.54 Kg 102.2%
Os valores percentuais obtidos dos vários segmentos corporais quando
confrontados com os valores de corte para membros superiores, inferiores e
tronco encontram-se dentro dos valores normais.
1.1 Área de adiposidade visceral
Comparando o valor da adiposidades visceral com os valores de corte verifica-
se que o valor de 29.2 cm2 encontra-se muito abaixo de valores que indiciam
riscos de doenças associadas a um excesso de adiposidade visceral
(cardiovascular, diabetes mellitus)
Valores percentuais de corte: Membros Superiores - 80% a 120%
Tronco e M. Inferiores – 90 a 110%
Idade: 22 anos
Valor Obtido: 29.2 cm2
Normal: AAV <100 cm2
Elevado: 150 cm2 ≥ AAV ≥100 cm2
Muito Elevado: AAV> 150 cm2
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
125
1.3 ÍNDICES DE EDEMA
Edema por segmento
Água Extra-Celular /
Massa Gorda
Água Extracelular /
Água Corporal Total
0.326 0.372
Valor Obtido
0.327 0.370
0.337 0.384
0.339 0.386
0.339 0.386
0.337 0.384 Média
Água Extra-Celular / Massa Gorda
Valores Normais: 0,31 – 0,35
Edema: ≥ 0,35
Água Extracelular / Água Corporal
Total
Valores Normais : 0,36 – 0,40
Edema : ≥ 0.40
Em relação aos índices de edema os valores obtidos encontram-se
todos dentro dos valores normais de corte.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
126
1.4 Avaliação Nutricional
Os valores de Proteínas, Minerais e Gordura encontram-se dentro de
valores normais.
Ilustração 33 - Avaliação da composição corporal
1.5 Manutenção do peso
Os valores de Peso e Gordura encontram-se dentro dos valores
normais. Em relação à massa muscular esquelética o valor obtido encontra-se
abaixo dos valores indicados como normais.
Ilustração 34 - Valores de referência para manutenção do peso
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
127
1.6 Diagnóstico de Obesidade
Os valores de índice de massa corporal, percentagem de gordura
corporal e índice cintura-anca encontram-se dentro dos valores normais.
Ilustração 35 - Valores de referência para o diagnostico de obesidade
1.7 Equilíbrio entre os segmentos corporais
Os valores obtidos indicam um equilíbrio segmentar corporal.
Confrontação do desenvolvimento muscular entre os membros,
classificando-o em 3 níveis:
Equilibrado
Ligeiramente desequilibrado
Desequilibrado
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
128
Membro superior direito vs Membro superior esquerdo
Membro inferior direito vs Membro inferior esquerdo
Membros superiores vs Membros inferiores
1.8 Força corporal
Os valores quer dos membros superiores quer dos membros inferiores e
dos músculos em geral encontram-se dentro dos valores normais de
desempenho de força.
1.9 Diagnóstico de saúde
Os valores de água corporal, de edema e do padrão de vida encontram-
se dentro dos valores normais.
Ilustração 36 - Valores de referência para o diagnóstico de saúde
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
129
1.10 Controlo do peso
Valores
Peso alvo 57.9 Kg
Controlo de peso + 5.1 Kg
Controlo de gordura + 1.0 Kg
Controlo muscular + 4.1 Kg
Resultado de Fitness 75 Pontos
Ilustração 37 - Valores de referência para o fitness score
1.11 Dados adicionais
Dados Valores normais
Grau de obesidade = 91% 90% ~ 110%
BCM = 26.2 Kg 26.2 ~ 32.0
BMC = 2.32 Kg 2.24 ~ 2.74
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
130
BMR = 1243 Kcal 1160 ~ 1336
Equação preditiva do NMB, considerada no InBody 720 (Biospace)
Energia Necessária = BMR * Factor de Actividade
Factor de Actividade
Acamado 1,2
Reduzida Actividade 1,3
Média Actividade 1,5 a 1,75
Elevada Actividade 2,0
(Livingston & Kohlstadt, 2005)
Equações preditivas do dispêndio energético desenvolvidas numa larga
amostra (789 mulheres e 633 homens) entre os 18 e os 96 anos e com um
peso corporal entre 33 e os 278 kg
Grau de obesidade (%) = [Peso Actual/Peso Ideal] × 100
90% - 110% normal
111% - 119% excesso de peso aceitável
≥ 120% obesidade
NMB (kcal/dia) = 21,6 × Massa Isenta de Gordura (kg) + 370
(Cunningham, 1991)
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
131
Mulheres NMB (kcal/dia) = 248 × Peso0,4356 – (5,09 × Idade)
Homens NMB (kcal/dia) = 293 × Peso0,4330 – (5,92 × Idade)
Os valores do grau de obesidade, do BMC, do BCM e do BMR
encontram-se dentro dos valores normais.
Após a análise geral dos valores obtidos podemos concluir que a pessoa
submetida a este teste de bioimpedância apresenta valores geralmente dentro
de valores normais, por tal pode-se concluir que é uma pessoa saudável
apresentando índices de gordura corporal está dentro dos valores normais,
excluindo o valor da massa muscular esquelética (à qual será apropriado
realizar exercício de reforço muscular para colmatar esta lacuna), não
apresentando risco de vir a sofrer de doenças cardiovasculares ou diabetes
mellitus.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
132
2. Bibliografia
- ACSM. (2006). ACSM´s Guidelines for exercise testing and prescription (7th ed.):
Lippincott Williiams & Williams.
- ACSM. (2006). ACSM´s Resourse Manual for Guidelines for Exercise Testing and
Prescription: LWW
- Callaway, C. W., Chumlea, W. C., Bouchard, C., Himes, J. H., Lohamn, T. G., Martin,
A. D., Mitchell, C. D., Mueller, W. H., Roche, A. F., & Seefeldt, V. D. (1988).
“Circumferences.” Anthropometric Standardization Reference Manual, T. G. Lohman,
A. F. Roche, & R. Martorell, eds., Human Kinetics, Champaign, 39-54.
- Guedes, Dartagnan Pinto (2006). “Recursos antropométricos para análise da
composição corporal” Universidade Estadual de Londrina, Paraná, BrasilRev. Bras
- Heyward, V. H., & Stolarczyk, L. M. (1996). Applied Body Composition Assessment,
Human Kinetics, Champaign.
- Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003). “Exercício,
Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher Pós-
Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
133
IX - Aula 9
Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionado com a predição da
água total e da massa isenta de gordura com base na bioimpedância;
sarcopenia e condição óssea
CONTEÚDOS
Equações preditivas da ACT e da MIG com base na bioimpedância.
Métodos de avaliação da sarcopenia.
Prescrição de exercício para a sarcopenia.
Constituição do osso, classificação da condição óssea e considerações
relacionadas com a aplicação dos testes físicos.
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº9 6ª Feira das 10:30 às 12:30 23-04-2010
Docente: Drª Maria
Moreira
Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
134
1. Equações preditivas da ACT e da MIG com base na bioimpedância
1.1 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS CAUCASIANAS
Ilustração 38 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS CAUCASIANAS
Ilustração 39 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – CRIANÇAS CAUCASIANAS
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
135
1.2 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES
ADULTAS/IDOSAS CAUCASIANAS
Ilustração 40 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES ADULTAS/IDOSAS
1.3 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS ADULTOS
CAUCASIANAS
Ilustração 41 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS ADULTOS
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
136
1.4 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – ATLETAS (VÁRIOS
DESPORTOS)
Ilustração 42 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – ATLETAS (VÁRIOS DESPORTOS)
1.5 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES
ADULTAS/IDOSAS
Ilustração 43 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – MULHERES ADULTAS/IDOSAS
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
137
1.6 EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS
ADULTOS/IDOSOS
Ilustração 44 - EQUAÇÕES PREDITIVAS DA BIOIMPEDÂNCIA – HOMENS ADULTOS/IDOSOS
2. Métodos de avaliação da sarcopenia
SARCOPENIA
Sarcopenia - é a perda degenerativa de massa e força nos músculos com o
envelhecimento. Redução da massa e da função muscular.
Redução da massa muscular e da força imposta
pela idade;
Causa potencial, importante e reversível de
morbilidade e mortalidade de pacientes idosos;
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
138
Condição multifactorial que determina mudanças nos músculos com a idade;
Levando a perda involuntária de massa muscular, força e função.
Etiologia:
Segundo Ruth et al (2000) embora existam muitos potenciais
mecanismos para explicar a sarcopenia, a contribuição especifica de cada um
continua desconhecida.
Nos últimos anos, na maioria da sociedade, tem havido um aumento na
expectativa de vida, repercutindo num aumento do numero de pessoas
pertencentes há 3º idade ( Matsudo &Matsudo, 1992 cit. por Santos et al, s/a)
Cerca de um terço da massa muscular perde-se com a idade avançada
(cerca de 1% ao ano, a partir dos 65 anos de idade). Essa perda de massa
reduz força muscular. Devido ao aumento da expectativa de vida da população
mundial e consequentemente da população idosas, a sarcopenia vem se
tornando uma questão de saúde bastante relevante no mundo desenvolvido. O
nível de sarcopenia pode ser prejudicial a ponto de impedir que uma pessoa
idosa tenha uma vida independente, necessitando de assistência e cuidado
constantes.
A sarcopenia é um importante indicador de fragilidade nas pesquisas
feitas com pessoas, ligada a redução
do equilíbrio, perda de agilidade,
quedas e fracturas perda da força
muscular resulta em uma dificuldade
da manutenção da estabilidade
(desequilíbrio) estático e ou dinâmico,
tornando a marcha cada vez mais
incerta, o que pode resultar em quedas em geral.
Podendo causar grandes prejuízos a um sistema osteomuscular
enfraquecido pela senescência, ocasionando no aumento dos índices de
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
139
morbidez, imobilidade e mortalidade desta população. Idosos normalmente são
vítimas de quedas enquanto realizam as suas tarefas do dia-a-dia.
Este fenómeno pode ser comparado à osteoporose, que também é uma
doença relacionada com a idade e refere-se à perda de massa óssea. A
combinação de osteoporose e sarcopenia resulta na significativa
fragilidade frequentemente encontrada na população idosa.
A sarcopenia não é uma doença, mas sim uma consequência natural do
processo der envelhecimento do ser humano, processo este individual e
directamente relacionado as interacções com o meio ambiente em geral, a
sarcopenia pode ser evitada e até mesmo revertida com uma alimentação
balanceada, uma vida psicologicamente saudável e com a prática de
actividades ou exercícios físicos de maneira consciente e com um
acompanhamento profissional formado da área da Educação Física.
Etiologia Multifactorial:
Imobilidade;
Alterações no metabolismo muscular;
Alterações endócrinas;
Alterações mitocôndriais;
Alterações da junção neuromuscular;
Factores nutricionais;
Aumento da produção de radicais livres;
Factores genéticos;
Citocinas pró – inflamatórias
Efeitos do Envelhecimento na Massa Muscular
Atrofia das fibras musculares (particularmente do tipo IIa);
Redução da síntese proteica em cerca de 30%;
Redução do número e da actividade das mitocôndrias;
Diminuição do fluxo sanguíneo;
Modificação da enervação das unidades motoras (efeitos adversos na
coordenação motora);
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
140
Diminuição do motoneurónios e perda/modificação dos contactos
sinápticos;
Declínio da eficiência muscular (força muscular por unidade de massa
muscular)
Massa muscular relativamente estável até aos 45 anos
Perda em os ambos os sexos a partir desta idade, com especial
destaque para os membros inferiores;
Aumento da sarcopenia de forma vincada a partir dos 65 anos.
Perda Muscular:
A perda da massa muscular é comum com a idade;
Perda do tamanho números de fibras musculares;
A partir dos 50 anos: aceleração significativa;
30-80 Anos: perda de 50% da força muscular;
O declínio é mais pronunciado nas fibras de tipo II;
Directamente relacionado ao decréscimo de força.
Efeitos do Envelhecimento Muscular:
Mudanças nas unidades motoras;
Enervação das fibras;
Redução dos factores de crescimento;
Alterações proteicas do músculo.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
141
Modificações Morfológicas:
Tomografia computadorizada
Após os 30 anos de idade
Redução na área de secção
transversa
Diminuição da densidade muscular
Aumento na gordura intramuscular
Riscos Associados:
Estado de fragilidade;
Estágio anterior a incapacidade;
Papel predominante na etiologia da fragilidade;
Alto valor preditivo de eventos adversos;
Incapacidade, hospitalização e mortalidade;
Maior risco de contrair infecção durante a hospitalização.
Interacções:
Sarcopenia;
Alterações de marcha;
Desequilíbrio;
Perda da propriocepção;
Tendência cifose;
Alterações cognitivas;
Queda;
Osso osteoporótico;
Fracturas.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
142
3. Prescrição de exercício para a sarcopenia
Ilustração 45 - Prescrição de exercício para a sarcopenia
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
143
4. Tecido Ósseo
O Tecido Ósseo, é originário de um tecido embrionário chamado
mesênquima que é caracterizado por possuir células com prolongamentos
citoplasmáticos, mergulhadas em abundante substância intercelular amorfa e
pouco viscosa. É tecido conjuntivo composto de células, derivadas do folheto
embrionário médio ou mesoderma, e classicamente, está dividido em:
Tecido Conjuntivo (propriamente dito)
Tecido Conjuntivo de Propriedades Especiais:
Tecido Adiposo,
Tecido Elástico,
Tecido Hematopoético,
Tecido Mucoso.
Tecido Cartilaginoso
Tecido Ósseo
O tecido ósseo é um tecido conjuntivo dos mais resistentes e rígidos do nosso
corpo. Constituinte principal do esqueleto, serve de suporte para partes moles,
protege os órgãos vitais, aloja a medula óssea e proporciona apoio aos
músculos esqueléticos para a movimentação do organismo.
O osso é uma estrutura dinâmica, continuamente renovada e reconstruída,
sendo também, sensível a influências metabólicas, nutricionais e endócrinas.
Duas formas do osso são distinguíveis a olho nu: O esponjoso e o compacto.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
144
4.2. Tipos de ossos
4.2.1 Osso cortical ou compacto
Constitui 80% do esqueleto humano. É a parte
mais densa, compacta. Encontra-se geralmente
nas camadas externas dos ossos como, por
exemplo, nas diáfises (parte central, comprida)
dos ossos longos, no crânio e a sua função mais
importante é manter uma estrutura rígida no
esqueleto.
4.2.2 Osso trabecular ou esponjoso
É responsável por 20% do esqueleto humano. Encontra-se no interior dos
ossos e tem uma aparência de esponja por ser constituído por pequenas
pontes chamadas trabéculas. Encontra-se no interior de vértebras, costelas,
pelve, crânio e extremidades de ossos longos. Entre as suas funções,
destacam-se a manutenção da força e elasticidade do esqueleto, além de
alojar a medula óssea, ser responsável pela produção de células sanguíneas e
hemoglobina.
4.3 Funções do osso
- Protecção
Protege os orgãos mais frágeis como por exemplo: medula neural,
coração e pulmões.
- Suporte
Ao esqueleto está ligado de uma forma mais ou menos directa todas as
vísceras, todos os músculos e todas as estruturas moles que constituem o
corpo humano que, sem uma estrutura interna rígida não teria a estrutura que
apresentamos.
- Movimento
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
145
Os ossos estão ligados a tecido adiposo do músculo, o que permite que
os segmentos do corpo humano se mobilizem permitindo-nos avançar. É um
mecanismo de locomoção.
- Armazenamento mineral
É o local do corpo humano onde todos os sais minerais estão
localizados.
- Produção de células sanguíneas
No corpo humano, estaram armazenadas células na hematopoesis,
estas células irão produzir outras células para circularem no sangue (os
eritrócitos, leucócitos, plaquetas…).
No tecido ósseo, existem dois tipos principais de células que são
produzidos na medula óssea:
- Os osteoclastos (que destroem o osso)
- Os osteoblastos (que produzem o novo osso)
- Do equilíbrio entre a atividade destas células (osteoclastos e osteoblastos)
resulta o processo de destruição e remodelação óssea.
5. Osteoclasto e Osteoblasto
5.1 osteoclasto
São células originárias do tecido hematopoiético, sendo derivadas de
colónias de células formadoras de macrófagos e de monócitos. Os osteoclastos
são responsáveis pela reabsorção durante a remodelação, são células
multinucleadas que degradam o osso. No início de cada ciclo de remodelação
os osteoclastos escavam o osso, formando lacunas na sua superfície
(actividade erosiva), tendo ainda a capacidade de fagocitar os sais minerais.
Após cerca de duas semanas os osteoclastos são deslocados pelos
osteoblastos que num período aproximado de três meses preenchem a área
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
146
absorvida com osso novo. O osteoclasto é uma célula que apresenta um bordo
irregular, este aumenta a sua superfície de contacto, aderindo-se assim à área
em que será realizada a reabsorção óssea. (Dr. Nelson Mattos Tavares, 2008)
Existem substâncias que estimulam os osteoclastos como a hormona
paratiroideia, o factor activador dos osteoclastos (substância que possui um
actividade importante no desenvolvimento de tumores ósseos), a
prostanglandina E2, os costicosteróides e as interleucinas 1 e 2. Existem
também, aqueles que inibem os osteoclastos, como é o caso dos estrogénios,
da calcitonina, dos bifosfonatos e do cálcio.
5.2 osteoblasto
São células típicas do tecido conjuntivo, oriundos de uma célula primitiva
(célula mesenquimal indiferenciada). A sua função básica é a de síntese
(formação) do tecido ósseo. São estas células que sintetizam o pró-colageno
tipo I, as proteínas da matrix extracelular, a fosfatase alcalina e a osteocalcina,
sendo que já foram identificados nestas células, receptores para estrógeno,
progesterona, glicocorticóides, testosterona, estradiol e a Vitamina D
explicando, com isso, as influências das concentrações destes elementos na
formação óssea. (Dr. Nelson Mattos Tavares, 2008) Os osteoblastos são
estimulados pelo exercício físico, sais de flúor (o flúor encontra-se sob a forma
de sais complexos no osso),pela hormona do crescimento e pela interleucina 2.
Por outro lado, a hormona paratiróideia, os corticosteróides, os bifosfonatos e a
prostanglandina E2, vão inibir os osteoblastos.
6. Osteoporose
A osteoporose é uma doença metabólica que atinge os ossos.
Osteoporose significa porosidade ou adelgaçamento dos ossos, ou seja,
significa que está a ocorrer diminuição da quantidade de massa óssea
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
147
alterando a microarquitectura do tecido ósseo. Assim sendo, os ossos tornam-
se mais frágeis podendo ocorrem mais facilmente fracturas após traumas
mínimos.
È considerada uma das doenças mais graves da saúde pública que
afecta na sua maioria a população mais idosa. Esta doença é mais comum nas
mulheres do que nos homens e nos primeiros estágios é assimptomática,
sendo por isso considerada uma doença silenciosa. Se o indivíduo não fizer
exames preventivos, a osteoporose pode passar despercebida, até atingir uma
maior gravidade.
6.1 Factores que afectam a osteoporose
A massa óssea do adulto - pico de massa óssea - reflecte o acúmulo de
tecido ósseo ocorrido durante o crescimento. Parece chegar ao limite máximo
ao redor dos 17 anos de idade, podendo estender-se até ao redor dos 30 anos.
Predispõem à osteoporose factores que induzem a um baixo pico de
massa óssea e aqueles que são responsáveis por perda excessiva ou baixa
produção.
Factores Nutricionais:
-Baixa ingestão de cálcio
-Dieta inadequadas
-Alta ingestão de proteínas e de sódio
-Alta ingestão de cafeína permanente
-Falta de vitamina D
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
148
Factores Ambientais:
-Pouca exposição solar
-Factores hereditários
- Raça branca ou asiática
- História familiar de osteoporose
- Baixa estatura
- Massa muscular pouco desenvolvida
- Sexo feminino
Factores relacionados com o estilo de vida:
-Sedentarismo
-Exercício excessivo levando à amenorreia (ausência de menstruação)
-Tabagismo
-Alcoolismo
Factores Ginecológicos:
-Menopausa precoce
-Primeira menstruação tardia
- Irregularidades menstruais
-Retirada cirúrgica de ovários sem reposição hormonal
-Ligadura das trompas
- Retirada cirúrgica parcial do útero
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
149
- Níveis reduzidos de estrogénio
- Ausência de amamentação
Factores medicamentais:
-Corticosteróides
- Hormonas tiroideias
-Anticonvulsionantes
-Doses excessivas de hormonas
-Anti-ácidos que contenham alumínio
Factores genéticos:
Etnia
Indivíduos de raça branca são mais sensíveis à acção da hormona paratiróide
e do calcitriol, logo, maior risco de fractura.
Género
Maiores níveis de DMO no homem em relação à mulher
MAIOR Menor
Pico de massa óssea
Perda de massa óssea
Estatura e peso
Volume dos ossos
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
150
Força muscular com o envelhecimento
Nível de actividade física
habitual
Envelhecimento:
- Menor absorção intestinal do cálcio;
- Maior produção da hormona paratiroideia;
- Menor actividade dos osteoblastos
7. Curva da massa óssea
Analisando o gráfico ao lado
pode-se depreender que existe
uma contínua reposição mineral
óssea em ambos os sexos
(homens e mulheres) até por
volta dos 30 anos de idade.
A partir dos 30 anos verifica-se
uma diminuição progressiva do
mineral ósseo que é mais evidente nas mulheres a partir dos 40 anos muito
relacionado com o aparecimento da menopausa. Consequentemente as
mulheres estarão mais susceptíveis ao aparecimento de osteoporose.
8. Os locais mais afectados pela Osteoporose
As fracturas por fragilidade óssea, ocorrem tipicamente no fémur,
coluna, bacia e pulso, embora – em princípio – possam atingir qualquer osso
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
151
do esqueleto. Fracturas vertebrais podem ocorrer, resultando em perda de
estatura e curvatura anterior do dorso (cifose). Fracturas do fémur (da parte
superior do fémur), na sua grande maioria, necessitam de receber tratamento
cirúrgico.
Região Lombar - pessoas idosas podem fracturar as vértebras da coluna com
frequência, isto leva a formação de
uma curvatura nas costas e ao
mesmo tempo á diminuição de
tamanho do doente.
Perda de estatura e curvatura
anterior do dorso (cifose).
Pulso - por ser um ponto de apoio, é uma área na qual as fracturas acontecem
normalmente. Os ossos sensíveis têm pouca estrutura para sustentar o peso
do corpo quando cai.
Bacia - as fracturas da bacia são difíceis de cicatrizar e podem levar à
invalidez. Estudos realizados, referem que 50% dos doentes que fracturaram a
bacia não conseguiram andar mais sozinhos.
Fémur – também muito comum nos doentes. É tanto comum nas mulheres
como nos homens, principalmente depois dos 65 anos. A recuperação é lenta.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
152
A B
A. Osso (fémur) com osteoporose; B. Fractura do fémur
8. Osteopénia VS Osteoporose
9. Classificação da osteoporose e osteopenia
Normal
Quando o T-score é superior a -1 desvio-padrão abaixo da média do adulto
jovem do mesmo sexo e raça.
Osteopenia
Quando o T-score está entre -2,5 DP e -1,0 DP há um baixo risco de fractura,
já sendo necessário tratamento.
Osteoporose
Quando o T-score é inferior a -2,5 Desvio-Padrão em relação a uma população
jovem normal do mesmo sexo e raça, há um risco muito elevado de fracturas,
principalmente da coluna vertebral, sendo necessário um tratamento intensivo.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
153
10. Prescrição de exercício físico para osteoperose
A prática regular de AF de carga é considerada um dos melhores
estímulos naturais para o osso, devendo assim fazer parte de qualquer
estratégia preventiva da osteoporose.
Os exercícios para reforço ósseo com défice de mineralização devem
ser efectuados de modo a privilegiar cargas reactivas á força do apoio.
No caso da anca, o tipo de prescrição deve ser feito de modo a estimular
os músculos dessa região. Os movimentos devem ser de forma a reforçar os
músculos posteriores e anteriores dos membros inferiores. O agachamento por
exemplo tem na sua execução um desenvolvimento de força na direcção do
eixo maior do osso, dando desta forma um efectivo reforço em forma de
estímulo estrogénico.
No caso da utilização de argómetros em pessoas com osteoporose a
nível do calcâneo e da anca, deve ser valorizados argómetros com suporte
activo ao apoio, para assim gerar foças reactivas que regulam a reposição
óssea, (exemplo: elitica, bicicleta, etc). Para pessoas com osteoporose não é
aconselhado o remo, pois podem sofrer de lesões sobretudo a nível cervical.
Bons exercícios para quem tem osteoporose:
• Exercícios com carga: marcha, dança e aeróbica de baixo impacto;
• Exercícios com resistência: usando pesos livres, aparelhos;
• Para quem tem pouco equilíbrio recomenda-se o tai chi;
• A natação e a hidroginástica suave.
Prevenção da deformação e da dor:
Este tipo
de exercício
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
154
baseia-se no fortalecimento dos músculos da coluna, do tórax, dos abdominais
e dos ombros.
10.
Bibliografia
Montenegro, A.; Neto; Simões, M.; Medeiros, A.;
Portela, A. & Souza, C. (2008) Obesidade, envelhecimento e risco cardiovascular no
brasil: possíveis soluções para problemas actuais. Revista Saúde. Brasil
Keppe, M. (2005, 20, dezembro) Acompanhamento psicanalítico do paciente com
sobrepeso, obesidade e obesidade mórbida. Revista de Transpsicanálise. Brasil
Almeida, J. (2002). O impacte da actividade física na prevenção e controlo das doenças
hipoglicemicas. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Vila Real
Callaway, C. W., Chumlea, W. C., Bouchard, C., Himes, J. H., Lohamn, T. G., Martin,
A. D., Mitchell, C. D., Mueller, W. H., Roche, A. F., & Seefeldt, V. D. (1988).
“Circumferences.” Anthropometric Standardization Reference Manual, T. G. Lohman,
A. F. Roche, & R. Martorell, eds., Human Kinetics, Champaign, 39-54.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
155
Heyward, V. H., & Stolarczyk, L. M. (1996). Applied Body Composition Assessment,
Human Kinetics, Champaign.
Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003). “Exercício,
Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher Pós-
Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
ACSM. (2006). ACSM´s Guidelines for exercise testing and prescription (7th ed.):
Lippincott Williiams & Williams.
ACSM. (2006). ACSM´s Resourse Manual for Guidelines for Exercise Testing and
Prescription: LWW
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
156
X - Aula 10
Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com a condição
óssea
CONTEÚDOS
Picos de massa óssea em ambos os géneros e perda óssea com o
envelhecimento
Factores de risco de queda e risco de fractura
Avaliação da condição óssea através da densitometria radiológica de
dupla energia
Utilização do T-score na avaliação da condição óssea
Idades mais sensíveis para a instalação de facturas osteoporóticas em
diferentes regiões do corpo
Medição da densidade mineral óssea ao nível do calcâneo
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº10 6ª Feira das 10:30 às 12:30 23-04-2010
Docente: Drª Maria
Moreira
Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
157
1. Actividade física e condição óssea
Ilustração 46 - Actividade Física e Condição Óssea
A precisão da densitometria radiológica de dupla energia na avaliação
da densidade mineral óssea está claramente identificada na literatura e o
diagnóstico baseado no T-score é recomendado para a definição de terapias
vocacionadas para a melhoria da condição óssea.
O T-score quantifica a diferença entre o valor individual de densidade
mineral óssea (DMO, valor de conteúdo mineral ósseo por centímetro quadrado
de osso) e o valor médio desta variável estabelecido aos 30 anos, para adultos
do mesmo género e etnia.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
158
2. Critérios para a classificação da densidade mineral óssea
Ilustração 47 - Valores de classificação do T-score
O teste densitométrico por si só não tem capacidade para detectar
indivíduos com elevado risco de fractura. Na verdade, embora a sua ocorrência
seja muito elevada com a osteoporose, o risco não é negligenciável na
presença de osteopenia, sendo possível detectar a presença de valores de
DMO muito próximos dos considerados normais em cerca de 40% de mulheres
com fracturas.
As fracturas vertebrais são muito comuns no período pós-menopausa,
mas raramente identificadas clinicamente (apenas 1 em cada 3 mulheres),
resultando em fracturas vertebrais adicionais, dor, redução de estatura,
deformação vertebral e perda de autonomia funcional.
À semelhança das fracturas ao nível da anca, elas tendem a ocorrer
numa idade mais avançada, em oposição às que sobrevêm no pulso ou no
terço distal do antebraço, cuja incidência é mais notória nas mulheres pós-
menopáusicas mais jovens.
Cerca de 98% das fracturas ao nível da anca são resultantes de quedas,
sendo essa proporção mais reduzida (menos de 7%) em relação às fracturas
vertebrais.
A incidência de fractura da anca aumenta de forma exponencial em
mulheres entre os 60 e os 80 anos de idade, particularmente a partir da 8ª
década, requerendo, em 90% dos casos, hospitalização e gerando uma
elevada morbilidade e mortalidade.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
159
2.1 VANTAGENS DA MEDIÇÃO DA DENSIDADE MINERAL ÓSSEA AO NÍVEL DO
CALCÂNEO
O calcâneo constitui a zona com maior quantidade de osso trabecular
(95%), pelo que é mais sensível ao efeito da idade, da doença e ao efeito da
terapia que afecte a condição óssea.
É uma zona muito sensível à fractura osteoporótica (o melhor local para
medir a DMO é aquele que é mais ávido à instalação dessa mesma fractura). É
avaliada uma zona sujeita a grande sobrecarga ponderal e fundamental à
autonomia funcional do indivíduo.
MEDIÇÃO DO INDIVÍDUO
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
160
2.2 Resultado da medição da densidade mineral óssea ao nível do calcâneo
O Miguel após realizar o teste obteve um valor de T-score de -0.3.
Confrontando este valor com os valores de corte o Miguel tem uma densidade
mineral óssea a nível do calcâneo normal. O valor que o Miguel apresenta
permite-lhe que venha a sofrer no futuro uma gradual diminuição da densidade
mineral óssea diminuindo o risco de vir a sofrer osteoporose.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
161
Bibliografia
Montenegro, A.; Neto; Simões, M.; Medeiros, A.; Portela, A. & Souza, C. (2008)
Obesidade, envelhecimento e risco cardiovascular no brasil: possíveis soluções para
problemas actuais. Revista Saúde. Brasil
Keppe, M. (2005, 20, dezembro) Acompanhamento psicanalítico do paciente com
sobrepeso, obesidade e obesidade mórbida. Revista de Transpsicanálise. Brasil
Almeida, J. (2002). O impacte da actividade física na prevenção e controlo das doenças
hipoglicemicas. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Vila Real
Callaway, C. W., Chumlea, W. C., Bouchard, C., Himes, J. H., Lohamn, T. G., Martin,
A. D., Mitchell, C. D., Mueller, W. H., Roche, A. F., & Seefeldt, V. D. (1988).
“Circumferences.” Anthropometric Standardization Reference Manual, T. G. Lohman,
A. F. Roche, & R. Martorell, eds., Human Kinetics, Champaign, 39-54.
Heyward, V. H., & Stolarczyk, L. M. (1996). Applied Body Composition Assessment,
Human Kinetics, Champaign.
Moreira, Maria Helena Rodrigues & Sardinha, Luís Bettencourt (2003). “Exercício,
Composição Corporal e Factores de Risco Cardiovascular na Mulher Pós-
Menopáusica”. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
ACSM. (2006). ACSM´ s Guidelines for exercise testing and prescription (7th ed.):
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
162
Lippincott Williiams & Williams.
ACSM. (2006). ACSM´ s Resourse Manual for Guidelines for Exercise Testing and
Prescription: LWW
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
163
XI - Aula 11
Sumário: Aquisição de conhecimentos relacionados com a condição
óssea e a avaliação da aptidão física funcional.
CONTEÚDOS
Factores de risco para fracturas osteoporóticas
Prescrição de exercício
Bateria de testes de apreciação da aptidão física funcional
1. Factores de risco para fracturas osteoporóticas
Muitos factores contribuem para o desenvolvimento da osteoporose. A
idade, o sexo e a raça estão entre os principais determinantes da massa óssea
e do risco de fracturas.
Quanto maior a longevidade do indivíduo, maior é o risco de desenvolver
osteoporose. A osteoporose atinge preferencialmente indivíduos idosos, mais
frequentemente mulheres acima de 45 anos de idade, embora o sexo
masculino também possa ser atingido.
Condição Física Nutrição e Saúde
Aula Nº11 6ª Feira das 10:30 às 12:30 07-05-2010
Docente: Drª Maria Moreira Local: Sala 1 – Complexo Desportivo
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
164
Mulheres são mais susceptíveis à osteoporose do que homens, pois
além de apresentarem perda óssea importante durante a menopausa,
possuírem menor densidade mineral óssea e terem ossos mais finos e mais
leves, têm maior expectativa de vida, portanto estão mais tempo sob risco. Vale
ressaltar que as fracturas vertebrais são sete vezes mais comuns em mulheres
que em homens, tendendo a ocorrer duas décadas após a menopausa.
Factores genéticos também são responsáveis pelas variações na massa
óssea em diferentes grupos éticos e raciais. Indivíduos da raça negra possuem
maior pico de massa óssea e, portanto, são menos predispostos a sofrerem de
osteoporose que brancos e asiáticos.
As mulheres brancas possuem baixos índices de pico de massa óssea
na idade adulta e apresenta maior prevalência de osteoporose. Estima-se que
30% de todas as mulheres brancas pós-menopausicas terão pelo menos uma
fractura osteoporótica durante a vida, incidência que aumenta com a idade
avançada. A incidência de fractura do fémur em mulheres brancas é duas
vezes maior do que em mulheres negras.
Susceptibilidade à osteoporose é, em parte, devida à hereditariedade.
Mulheres jovens, filhas de pais ou mães com fractura vertebral associada à
osteoporose possuem menor massa óssea. Também se relata que homens e
mulheres de pequena estatura apresentam maior risco ao desenvolvimento de
osteoporose por possuírem ossos mais finos.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
165
1.1 Deficiência estrogénica
A menopausa, que se inicia entre 45 e 55 anos de idade, é evento
singular que ocorre devido à deficiência estrogénica, trazendo uma série de
transformações ao organismo feminino. As mulheres passam a enfrentar
perdas ósseas, sintomas vaso motores, alterações cardiovasculares, distúrbios
sexuais e psicológicos, alterações urinárias, genitais e dermatológicas. Nesta
fase da vida, a perda de massa óssea nas mulheres é relacionada ao declínio
agudo da produção ovariana de estrógenio, hormona que tem acção protectora
sobre o osso. No início da deficiência ovariana, uma mulher perde 3 a 5% de
massa óssea por ano.
A deficiência de estrógenio tem sido apontada como uma causa primária
de perda óssea após a menopausa e consequentemente, um dos principais
factores de risco para o desenvolvimento de osteoporose em mulheres. O
estrógenio tem um efeito protector no osso por suprimir sua reabsorção,
prevenindo a perda óssea e reduzindo o risco de fracturas. Este efeito ocorre
por várias razões. Primeiro, o estrógenio melhora a absorção de cálcio no trato
intestinal e diminui a perda de cálcio pela urina. Segundo, com níveis
aumentados de estrógenio, a forma activa de vitamina D na circulação é
elevada. Terceiro, o estrógenio estimula a produção de calcitonina, que previne
a remoção de cálcio do osso. O osso trabecular tende a ser mais sensível do
que osso cortical a variações nos níveis de estrógenio.
A redução dos níveis de estrogénio tem sido relacionada à alta
incidência de fracturas vertebrais. Vale lembrar que as vértebras são
constituídas primariamente de osso trabecular.
Quanto aos aspectos reprodutivos, vários estudos demonstram uma
associação entre a ocorrência da menarca (primeira menstruação) e da
menopausa (última menstruação) com a formação e densidade de massa
óssea.36 Foram identificados como factores de risco para osteoporose a
menarca tardia e a menopausa precoce, que traduzem menor tempo de
exposição do organismo feminino aos estrógenios endógenos, protectores
importantes do osso.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
166
1.1.2 Cálcio
Níveis adequados de cálcio podem retardar o desenvolvimento de
osteoporose por duas razões. Primeiro, o cálcio suprime a reabsorção óssea.
Segundo, a calcificação ou mineralização óssea fortalece o osso.
Aproximadamente 99% do cálcio do corpo está contido no esqueleto
ósseo. Uma pequena quantidade de cálcio é requerida para contracção
muscular, transmissão do impulso nervoso e outras funções reguladoras do
organismo, e quando necessário, o osso é reabsorvido para produzir cálcio
para estas funções. O cálcio que é perdido diariamente através da urina, suor e
fezes também deve ser reposto pelo cálcio do esqueleto.
Para prevenir a redução da massa óssea, deve-se manter o equilíbrio
entre a ingestão e absorção de cálcio e suas perdas. A absorção de cálcio
diminui com o aumento da idade e é menor nas mulheres portadoras de
osteoporose. Além disso, a maioria das mulheres tem uma ingestão média de
cálcio de 475 a 575 mg/dia apesar de actualmente a quantidade recomendada
ser de no mínimo 1.000 mg/dia. Heaney e colaboradores recomendam que
mulheres após a menopausa aumentem sua ingestão de cálcio para 1.500
mg/dia para manter seu equilíbrio. O aumento da reabsorção óssea que ocorre
com a redução dos níveis de cálcio afecta tanto os ossos trabecular quanto
cortical.
A incidência de fracturas no quadril, pelve, úmero e tíbia aumentam
lentamente com o avançar da idade até no último ciclo de vida, quando este
aumento se torna exponencial.
1.2.3 Vitamina D
A vitamina D é uma hormona que facilita a absorção intestinal de cálcio
e sua incorporação no osso. Sua suplementação está indicada sempre que a
absorção intestinal estiver diminuída, fenómeno que geralmente ocorre na
osteoporose.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
167
Homens e mulheres na pré-menopausa devem receber suplementação
de 200 a 400
UI/dia de vitamina D, quando a exposição solar for menor que 15
minutos diários. Mulheres após a menopausa sem terapia de reposição
hormonal devem receber 800 a 1.000 UI/dia.
1.1.4 Factores Nutricionais
Alguns estudos demonstram que ingestão elevada de proteínas na dieta
causa perda de cálcio em excesso na urina, o que aumenta as necessidades
de cálcio pelo organismo. Recomenda-se actualmente a ingestão diária de 44g
de proteínas para as mulheres e 56g para os homens.
A ingestão excessiva de fibras e de sódio pode diminuir a absorção
intestinal e aumentar a excreção renal de cálcio. As fibras presentes nos
vegetais e cereais não afectam a absorção de cálcio. As únicas excepções são
a aveia e o espinafre, ricos em ácido oxálico, que bloqueiam a absorção de
cálcio.
1.1.5 Peso corporal
Indivíduos obesos, com maior índice de massa corporal (IMC),
apresentam maior densidade mineral óssea e, portanto, maior protecção contra
osteoporose. Nas mulheres obesas pós-menopausicas, a massa óssea é
mantida principalmente pela produção estrogénica proveniente do tecido
gorduroso. Assim, o peso corporal interage com as hormonas gonadais na
manutenção da massa óssea, protegendo o esqueleto contra os efeitos
adversos da deficiência estrogénica.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
168
1.1.6 Hábitos de vida
O consumo regular de álcool, como por exemplo, mais de duas bebidas
diárias, pode ser prejudicial para o tecido ósseo para ambos os sexos.
Mulheres fumantes apresentam níveis reduzidos de estrogénio e iniciam
a menopausa mais precocemente do que mulheres não-fumantes.
As possibilidades de desenvolver osteoporose aumentam também com
ingestão de duas ou mais xícaras de café/dia, quando combinada com uma
baixa ingestão de cálcio. A alta ingestão de cafeína de qualquer fonte (café,
chá, refrigerantes e outras bebidas), acelera a perda de cálcio na urina,
aumentando o risco de fractura óssea.
1.1.7 Inactividade física
A atrofia óssea com perda acentuada de cálcio tem sido relatada após
períodos de inactividade física, tanto por imobilização quanto por permanência
prolongada no leito.
Alguns autores estudaram os efeitos da permanência prolongada no leito
por 5 a 36 semanas em uma centena de indivíduos jovens e saudáveis.
Através deste estudo, várias tentativas terapêuticas, incluindo o uso
suplementar de cálcio e vitamina D, exercícios, compressão de esqueleto e
aumento da pressão hidrostática em membros inferiores, foram feitos para
prevenir a perda mineral óssea. O programa de exercício envolveu um treino
diário de 80 minutos utilizando levantamento de peso com um sistema de
roldanas que oferecia 400g de resistência. Apesar destas intervenções
terapêuticas, o cálcio urinário aumentou rapidamente e houve uma perda
mineral calcânea de 5% por mês. Os autores concluem que embora tenha
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
169
ocorrido perda óssea mesmo com o condicionamento físico, a ausência
completa de exercícios acarreta redução maior e mais importante de cálcio e
osso. Os autores sugerem que os exercícios de força compressiva e de
impacto aplicados no referido estudo podem não ter simulado adequadamente
uma deambulação, tanto em relação à qualidade quanto à quantidade.
É importante destacar que a actividade física promove ganho de massa
muscular, aumento da massa óssea ou redução de sua perda, maior tolerância
ao esforço e melhor equilíbrio, o que diminui o risco de quedas e fracturas,
eventos frequentes entre portadores de osteoporose. Dessa forma, realização
de exercícios físicos específicos regulares possibilita a manutenção da
independência física para realização das actividades da vida diária e melhor
qualidade de vida.
2. Artrite reumatóide
A artrite reumatóide é uma doença auto-imune¹ crónica e progressiva que
causa uma inflamação crónica da articulação. Este provoca a alteração das
estruturas ósseas e das cartilagens.
Auto-imune – quando as respostas imunes são contra as células e tecidos do
próprio organismo
As articulações mais afectadas são as interfalângicas proximais das mãos e
dos pés
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
170
Tipos de Artrites
- Artrite Degenerativa
- Artrite Gotosa
- Artrite Piogénica Aguda
- Artrite Psoriática
- Artrite Reumatóide
Causas da artrite reumatóide
Na base da doença está uma alteração do sistema imunitário que determina a
auto-agressão dos tecidos.
Sintomas da artrite reumatóide
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
171
No inicio: rigidez, inchaço, vermelhidão e inchaço das pequenas articulações
das mãos.
Com o passar do tempo: as mãos perdem a agilidade natural e verificasse uma
agudização da dor.
(ao longo de 3-5 meses): a doença pode estender-se aos pulsos, joelhos,
dedos dos pés e tornozelos, podendo levar progressivamente à deformação
das partes do corpo atingidas.
_ Na sua forma avançada: as mãos pode adquirir um
aspecto deformado, com os dedos virados para fora,
enquanto os joelhos, pulsos e tornozelos podem
engrossar e os dedos dos pés dobrar-se e/ou
encavalitar-se.
Factores de risco
Idade
Género
Genética
Obesidade
Ocupação
Lesão e infecção
Como se manifesta a artrite reumatóide?
Normalmente começa por atingir as pequenas articulações das mãos e dos
pulsos, de forma simétrica, mas também pode afectar todas as articulações,
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
172
danificando-as progressivamente e, em certos casos, causar uma invalidez
total.
3. Evolução da artrite reumatóide
1. Inflamação da membrana sinovial e da cartilagem articular, causando dor
continuada e limitação de
movimentos
- Inchaço da articulação
2. Como resultado do
processo inflamatório, forma-
se um tecido sobre a
cartilagem (pannus ou pano)
que vai provocar a erosão
progressiva da cartilagem.
3. A porção esponjosa do osso fica exposta
4. A articulação torna-se deformada e pode anquilosar (movimentos
limitados) ou sofrer uma subluxação (luxação incompleta / deslocamento das
extremidades ósseas)
5. A fraqueza dos ligamentos que rodeiam a articulação permite a
realização de movimentos mais amplos que o normal
6. Os músculos adjacentes à articulação podem sofrer enfraquecimento e
atrofia
MÃOS
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
173
Desvio Cubital da Mão
Deformação em colo de cisne
4. Intervenção através da actividade física
Exercício físico
Exercícios correctos e regulares podem ajudá-lo a reduzir a dor e a rigidez,
bem como a tensão e a ansiedade, levando a uma vida mais plena e activa.
Alongar e movimentar suavemente as articulações que sofrem de artrite poderá
fortalecer ossos, tecidos e músculos.
Quando se trabalha com pessoas que sofrem desta doença, há que ter em
conta o período em que esta se encontra para adequar o exercício às suas
necessidades e limitações.
Período de inflamação activa
Neste período há que ter especial cuidado, não se devem realizar exercícios de
resistência máxima, pois ao aumentar a compressão na articulação o processo
inflamatório é agravado, assim como não se devem efectuar alongamentos a
nível das articulações afectadas.
A mobilidade está limitada pelo excesso de líquido sinovial, logo, não se deve
forçar a extensão da cápsula distendida pois pode conduzir a subluxação
quando o edema diminuir.
Período de Remissão
Neste período pode efectuar-se qualquer tipo movimentos desde que não
sejam ultrapassados os limites dor, ou seja, que não gerem dor.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
174
Deve intervir-se a nível da estrutura muscular fragilizada. Assim como corrigir
alterações posturais (derivadas da redução funcional das regiões afectadas).
De forma a maximizar a função articular.
Maximizar a função articular
Durante o exercício e também na vida diária deve evitar:
Erguer-se fazendo força nos nós dos dedos e no polegar
Realizar movimentos que gerem uma tensão excessiva nas articulações
afectadas
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
175
Aumentar a pega ou o diâmetro das resistências que utilizamos
Não trabalhar com elásticos
Trabalhar com bastões de maior diâmetro
Aumentar com uma toalha ou outro meio a pega numa máquina de cárdio
Evitar sobrecarregar uma só articulação distribuindo a carga por várias
Distribuir carga sobre as duas mãos
Assentar toda a superfície dos dedos no solo
Evitar utilizar cargas muito elevadas sobre as
articulações afectadas
Evitar a utilização das articulações afectadas por períodos prolongados
Privilegiar máquinas de cárdio-musculação com suporte do peso corporal
Alternar grupos musculares trabalhados
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
176
5. Testes constituintes da Bateria de testes Rikli &Jones
1. Levantar / sentar;
2.Flexão do antebraço;
3.Sentar e alcançar;
4.Levantar andar 2.44 m e voltar;
5.Alcançar atrás das costas;
6. Step Test
5.1 Levantar e Sentar
Constituído pelas maiores disfuncionalidades com que o idoso se depara
diariamente. A bateria de testes representa a maioria das componentes
associadas a vida activa independente.
Possuem uma fiabilidade de testes – reteste aceitável (sendo superior a
0,80%).
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
177
Validades testadas em alguns artigos:
Tem a capacidade de detectar alterações resultantes do treino:
Testes fáceis de serem administrados e classificados;
Requerem pouco equipamento e espaço para a sua aplicação.
Não têm perigo de serem utilizados em qualquer assistência médica
Procedimentos:
- 3 a 4 pessoas por estação:
- Avaliação cardiorespiratoria não incluída no circuito;
- Tempo de teste individual não superior a 35 min.- 45min.
- Tempo de teste em grupo não requerer mais de 90 min. (estando 7
avaliadores envolvidos neste teste).
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
178
Avaliação da aptidão física funcional (Rikli & Jones, 2001)
Levantar e Sentar na Cadeira
Objectivo do teste:
Apreciação da força e da resistência dos membros inferiores
Equipamento:
Cadeira* (com encosto, sem braços e 43 cm de altura até ao assento), esta
deverá ser colocada encostada a uma parede.
Cronómetro (tem de ser o mesmo utilizado em todos os testes)
Protocolo
Sentado na cadeira;
Costas direitas,
Pés afastados à largura dos ombros;
Braços cruzados ao peito,
O executante eleva-se através da extensão
completa dos membros inferiores,
Regressando à posição de sentado,
Efectuando o maior número de repetições
durante 30 segundos.
O avaliador contabiliza o número de repetições correctamente efectuadas
podendo dar orientações verbais.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
179
Ensaio do Teste:
1 a 2 ensaios após demonstração do avaliador
Pontuação:
Maior número de repetições correctamente efectuadas durante 30 segundos.
Se no final dos 30 segundos, o executante se encontrar no meio de uma
elevação esta deverá ser contabilizada
Avaliação da aptidão física funcional (Rikli & Jones, 2001)
Ilustração 48 - Tabela de avaliações das Mulheres no teste levantar e sentra na cadeira.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
180
Ilustração 49 - Tabela das avaliações dos Homens no teste levantar e sentar na cadeira
5.2 Flexão do Antebraço
Objectivo do Teste:
Apreciação da força e da resistência do membro superior dominante
Equipamento:
Cronómetro
Cadeira (com encosto, sem braços e 43 cm de altura
até ao assento), esta deverá ser encostada a parede;
Haltere de 2,77 kg (senhoras; 5 libras) e 3,63 kg
(homens; 8 libras)
Protocolo:
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
181
Sentada na cadeira (costas direitas e em contacto com o encosto da mesma e
pés bem assentes no solo)
A executante segura um haltere com a sua mão dominante (membro superior
em completa extensão e com a mão voltada para a frente).
Realizando uma flexão completa do antebraço sobre o braço, mantendo este
último estabilizado.
O avaliador ajoelha-se no lado dominante do executante;
Coloca uma mão atrás do cotovelo deste (consciência da extensão total do
membro superior dominante);
E a outra sobre o músculo bicípite, facilitando a estabilização do braço durante
a execução do teste;
Reforçando a flexão completa do antebraço sobre o braço (executante deve
tocar na mão do avaliador);
O avaliador poderá dar orientações verbais.
Pontuação:
Maior número de repetições correctamente efectuadas durante 30 segundos.
Se no final dos 30 segundos, o executante se encontrar no meio de uma
elevação esta deverá ser contabilizada.
Ensaio do Teste
1 a 2 ensaios após demonstração do avaliador.
Avaliação da aptidão física:
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
182
Ilustração 50 - Tabela de avaliações da mulher no teste flexão do antebraço
Ilustração 51 - Avaliação das avaliações no Homem, teste flexão do antebraço
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
183
5.3 Sentado e Alcançar
Objectivo do Teste:
Apreciação da flexibilidade do membro inferior preferencial.
Equipamento:
Cadeira (com encosto, sem braços e 43 cm de altura até ao assento), esta
deverá ser encostada a parede;
Régua de 45 cm.
Pontuação:
Considerar melhor resultado das duas execuções.
Ensaio do Teste:
1 Ensaio após demonstração do avaliador.
Protocolo:
Sentado com um membro inferior preferencial em
total extensão (calcanhar em contacto com o solo e
pé flectido cerca de 90º);
o outro membro inferior flectido (pé em contacto
com o solo) ;
A executante realiza uma flexão anterior do tronco;
Procurando alcançar o solo e cumprindo os seguintes critérios:
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
184
- Deslizando os dedos das mãos (mãos sobrepostas e em contacto com a face
anterior da régua) sobre a régua;
- Mantendo o tronco direito (cabeça no prolongamento do tronco);
- Expirando durante a flexão do tronco;
Mantendo o membro inferior estendido.
O meio do dedo grande do pé representa o ponto zero da régua, sendo o
resultado considerado positivo, se o executante consegue alcançar para além
dos dedos dos pés; ou negativo, se consegue alcançar até aos dedos dos pés.
O resultado é registado com aproximação a 1 cm.
Avaliação da Aptidão física:
Ilustração 52 - Tabela das avaliações na Mulher, teste sentado e alcançar
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
185
5.4 Sentado, Caminhar 2,44 m e tornar a Sentar
Objectivo do Teste:
Apreciação da velocidade, agilidade e do equilíbrio;
Dinâmico.
Equipamento:
Cadeira (com encosto, sem braços e 43 cm de altura
até ao assento), a cadeira tem de estar encostada á
parede;
Cronómetro;
Ilustração 53 - Tabela das avaliações no Homem, teste sentado e alcançar
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
186
Fita métrica;
Cone sinalizador (2,44 de distância entre a parte anterior do referido cone e a
parte anterior da cadeira; 1,22 m de distância livre à volta do cone).
(Percurso realizado no teste sentado, caminhar 2.44 e tornar a sentar)
Ensaio do Teste:
1 Ensaio após demonstração do avaliador.
Pontuação:
Considerar melhor resultado das duas execuções.
Protocolo:
A executante permanece sentada na cadeira com as costas direitas;
Pés totalmente assentes no solo;
Mãos em contacto com a face anterior das coxas;
Ao sinal de “partida” procurar andar o mais rápido possível;
Contornando o cone (por um ou outro lado) e torna-se a sentar na cadeira;
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
187
O percurso é realizado 2x;
O cronómetro é accionado ao sinal de “partida” e é parado quando o
executante se torna a sentar.
Avaliação da Aptidão Física:
Ilustração 54 - Tabela das avaliações na mulher, no teste sentado, caminhar 2.44 m e voltar a sentar
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
188
5.5 Alcançar atrás das costas
Objectivo do teste:
Apreciação da flexibilidade dos membros superiores
Equipamento
Régua de 45 cm.
Protocolo:
Em posição bípede e com a mão dominante sobre o ombro do mesmo lado, o
executante tenta alcançar a outra mão ou sobrepor-se a esta atrás das costas,
sendo esta última colocada por baixo e com a palma voltada para a frente (não
é permitido entrelaçar os dedos e puxar).
Devem ser efectuadas duas execuções
Ilustração 55 - Tabela das avaliações no Homem, teste sentado, caminhar 2.44 m e voltar a sentar
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
189
Ensaio do teste:
Devem ser deito dois ensaios a cada um dos lados após a demonstração do
avaliador. Seguidamente o avaliador questiona o executante sobre o seu braço
preferencial e o teste é realizado com o mesmo.
Pontuação:
A distância (cm) é medida entre as pontas dos dedos médios das mãos,
podendo o resultado ser positivo quando há sobreposição dos dedos ou
negativo quando a distância entre os dedos médios é mais curta.
Dos dois resultados, consideramos apenas aquele que for mais elevado.
Ilustração 56 - Tabela das avaliações na mulher, no teste alcançar atrás das costas
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
190
5.6 Dois minutos de step no próprio lugar
Objectivo do teste:
Resistência aeróbia
Equipamento:
Cronómetro;
Fita métrica.
Ensaio do teste:
No ensaio deve se assegurado o treino do ritmo de
prestação.
Ilustração 57 - Tabela das avaliações no Homem, teste alcançar atrás das costas
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
191
Pontuação:
Número de steps completos em dois minutos com a perna direita (perna direita
é a de liderança)
Protocolo:
Determinação da altura do step pelo avaliador: Determinar a ½ distância
entre a rótula e a crista ilíaca e medir a distância na parede
Essa distância é marcada na parede.
Estando colocado junto à parede e de lado para esta, a executante realiza,
durante dois minutos, steps alternados (com um a e outra perna) e completos
(alcança a distância determinada).
- Contabiliza número de execuções completas durante dois minutos;
- Assegura que a executante sobe os joelhos até à altura adequada;
- Encoraja verbalmente a prestação:
- Informa o tempo que falta para terminar o teste em dois momentos (metade
do
tempo e 30 segundos finais)
A participante pode parar e depois retomar a execução e pode continuar o teste
para além dos dois minutos, sendo apenas contabilizados o número de
elevações com a perna direita correctamente efectuadas durante o tempo
estabelecido para o teste.
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
192
Ilustração 58 - das avaliações no Mulher, teste dois minutos de step no próprio lugar
Ilustração 59 - Tabela das avaliações no Homem, teste dois minutos de step no próprio lugar
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
193
5.7 Andar 6 minutos
Objectivo do teste:
Resistência aeróbia
Equipamento:
Percurso rectangular com 46 m
(marcar 10 troços com 4,6 m) ;
Identificadores do número de
percursos (para dar às pessoas);
Cronómetro;
10 cones;
Cadeiras (cerca de 6);
Fita métrica.
Ensaio do teste:
Realizar este teste alguns dias antes da sua aplicação (se possível)
Pontuação:
Distância máxima percorrida durante os 6 minutos
Aplicação do teste:
Fornecer um marcador ao executante cada vez que ele completa um percurso
Se o teste é aplicado a várias pessoas ao mesmo tempo, aplicar nas camisolas
os números correspondentes e os tempos de partida devem estar desfasados
cerca de 10 segundos entre si
Avaliador dentro da área demarcada
Anunciar os tempos intermédios (aos 3 minutos, aos 2 minutos e a 1 minuto do
final do teste)
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
194
Cada executante deve interromper a sua prova e permanecer no local ao sinal
de parar”
Se necessário, os participantes podem parar e descansar, sentando-se
nas cadeiras, e depois retomam o teste
Ilustração 60 - Tabela das avaliações no Mulher, teste andar 6 minutos
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
195
(Tabela das avaliações no Homem, teste andar 6 minutos)
6. Bibliografia
Freire, Fabiano; Aragão, Karine; Osteoporose: um artigo de revisão;
Monografia orientada pela Professora Doutora Fábia Maria Oliveira Pinho;
Goiânia, 2004.
ACSM. (2006). ACSM´s Guidelines for exercise testing and prescription
(7th ed.): Lippincott Williiams & Williams.
ACSM. (2006). ACSM´s Resourse Manual for Guidelines for Exercise
Testing and Prescription: LWW
Callaway, C. W., Chumlea, W. C., Bouchard, C., Himes, J. H., Lohamn,
T. G., Martin,D., Mitchell, C. D., Mueller, W. H., Roche, A. F., & Seefeldt, V.
Ilustração 61 - Tabela das avaliações no Homem, teste andar 6 minutos
Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
196
D. (1988).“Circumferences.” Anthropometric Standardization Reference
Manual, T. G. Lohman,F. Roche, & R. Martorell, eds., Human Kinetics,
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Ciências do Desporto Condição Física Nutrição e Saúde
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Conclusão
Terminada a elaboração deste dossier referente aos relatórios das
aulas teórico/práticas da disciplina de Condição Física, Nutrição e saúde,
concluímos que todos os temas abordados são de relevante interesse para a
prescrição de exercício, e por outro lado, de uma forma geral, orientam-nos
para a promoção de um estilo de vida mais saudável.
Todos os elementos deste grupo ficaram bem elucidados acerca dos
conteúdos abordados durante a unidade curricular, bem como da utilização e
aplicação dos vários testes e protocolos abordados durante as aulas práticas,
ficando deste modo com um rico “património” de conhecimentos que poderão
ser no futuro postos em prática nas suas vidas profissionais. Também, e em
relação á componente das várias pesquisas efectuadas e temas abordados
durante as aulas ficamos com um panorama mais alargado e actualizado do
estado de saúde da população em geral, seguindo mais de perto a evolução de
algumas doenças que mais afectam a população e que infelizmente causam
um grande número de vitimas ou limitam em grande parte a sua autonomia.
É de realçar que todas as componentes da saúde aqui abordadas tem
uma íntima relação com o exercício, sendo este um factor chave para a sua
irradiação ou controlo caso já se manifeste de uma forma crónica. Uma boa
avaliação da condição física da pessoa é fundamental, bem como ter em conta
a idade, género, raça, historial etc. Deve-se ter em conta a individualidade de
cada um para que a prescrição do exercício tenha êxito e tenha também os
resultados esperados.
A título de observação fica aqui expresso a imensa alegria e dedicação
à causa da transmissão de conhecimentos que a Sr. Dra. Helena Moreira,
docente desta cadeira, transmitiu durante as aulas leccionadas. E a
insatisfação que sentiu por não ter podido transmitir-nos a totalidade de
conhecimentos por condicionalismos do calendário lectivo.
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