FEA ALUNOS
FEA FUNCIONÁRIOS
FEA MIX
ano 04_edição 36_agosto_2007
uma publicação mensal da FEA-USP
PAINELFEA X FEAANÁLISE E OPINIÃO E AINDA...
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Profª. Marina aborda o com-prometimento da FEA com cultura e extensão.
Faculdade realiza uma série de discussões em torno do desen-volvimento brasileiro.
Professores falam sobre os hábitos de consumo das famí-lias brasileiras, com base em pesquisa do IBGE.
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GENTEDAFEAGENTEDAFEA
GENTE DA FEAUma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e DesenvolvimentoAGOSTO 2007_TIRAGEM 2.000 EXEMPLARES
Av. Prof. Luciano Gualberto, 908Cidade Universitária - CEP 05508-900
Diretor da FEA
CARLOS ROBERTO AZZONI
Coordenação Geral
Lu Medeiros
ASSISTÊNCIA DE COMUNICAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DA FEA-USP
Reportagem e Edição:
FLÁVIA SANTANA
Jornalista Responsável
Flávia Santana - MTB 38006
EntrevistasWilson Cândido Ramos
Projeto Gráfico: ELOS COMUNICAÇÃO E EDEMILSON MORAIS
Diagramação: ISMAEL BELMIRO DO ROSÁRIO
Fotos:WILSON CÂNDIDO RAMOS,
ROBERTA DE PAULA CAPA
ISMAEL BELMIRO DO ROSÁRIO
Revisão: VALÉRIA LOURENÇÃO
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Discutir idéias, apresentar resultados de estudos
e promover debates acerca de questões nacionais
e internacionais relevantes são
atividades constante-
mente realizadas
na FEA. Nos me-
ses de maio
e junho
não foi
diferente.
Em vários eventos, docen-
tes da Faculdade, especialistas, auto-
ridades e pesquisadores debateram temas
importantes a respeito do desenvolvimento
brasileiro. “Brasil: periferia como centro de
si mesma”, “Poupança, investimento e desen-
volvimento do mercado financeiro pós-es-
tabilização”, “A Amazônia sob a ótica da
segurança”, “A agricultura após a abertura ao
exterior”, “Crescimento econômico e distribuição
de renda: prioridades para ação”, “Gasto e consumo
das famílias brasileiras contemporâneas” e “A questão
metropolitana no Brasil” foram alguns dos assuntos
abordados nos seminários e palestras que
aconteceram na escola nesses dois me-
ses. Além disso, também foi
realizado, na
FEA, o XII
Encontro
N a c i o n a l
de Economia
Política, com o
tema central “O
Brasil e a América La-
tina no capitalismo con-
temporâneo: contradições
e perspectivas do desenvolvimento”.
Vamos, então, conhecer um pouco
mais sobre todos esses assuntos, tão
importantes para a compreensão do
atual estágio de desenvolvimento do Brasil!
(CONTINUA NA PÁGINA 3) u
Dois em um
Congressos em contabilidade
Nos dias 26 e 27 de julho, foram realizados, na
FEA, o 7º Congresso de Controladoria e Con-
tabilidade e o 4º Congresso USP de Iniciação
Científica em Contabilidade. Os eventos, orga-
nizados pelo departamento de contabilidade com
apoio da FIPECAFI, tiveram cinco temas princi-
pais: Controladoria e Contabilidade Gerencial;
Contabilidade para Usuários Externos; Mercados
Financeiros, de Crédito e de Capitais; Pesquisa e
Ensino em Contabilidade; e Atuária. Segundo o
coordenador dos Congressos, professor Welling-
ton Rocha, mais de 850 pessoas se inscreveram
e os dez melhores trabalhos foram premiados.
De acordo com o prof. Wellington, a finalidade
de ambos eventos é debater idéias inovadoras
nas áreas de con-
troladoria e con-
tabilidade, bem
como despertar nos
estudantes o inter-
esse pela pesquisa
nesses campos.
Debatendo as mudanças climáticas
FEA recebe o embaixador da Inglaterra
no Brasil .
Por iniciativa do professor da FEA,
Jacques Marcovitch, e do diretor cientí-
fico da FAPESP, Carlos Henrique Brito da Cruz, foi realizada, no
dia 26 de junho, na Faculdade, uma reunião com o embaixador
britânico no Brasil, Peter Collecott, juntamente com o assessor es-
pecial de meio ambiente do primeiro-ministro inglês, John Ashcroft.
De acordo com o diretor da FEA, professor Carlos Roberto Azzoni,
o intuito da reunião foi discutir a possibilidade de se replicar no
Brasil um estudo que a Inglaterra fez para o mundo inteiro sobre
o impacto das mudanças climáticas. “A Inglaterra está em uma
cruzada grande sobre os temas do aquecimento global e mudanças
climáticas”, explica o prof. Azzoni, que continua: “então, nós os
recebemos aqui e estamos em negociação para realizar esse estudo
no Brasil, com apoio do governo britânico, do Banco Mundial e da
Fapesp”. Também participaram da reunião os professores José Eli
da Veiga, Danilo Camargo Igliori e Eduardo Amaral Haddad, que
militam em áreas relevantes para essa pesquisa.
Para o prof. Azzoni, a escolha da FEA para a realização dessa
reunião é muito importante, pois mostra que as autoridades inter-
nacionais identificaram a escola como um interlocutor relevante
para aquilo que elas têm a dizer.
Prof. Jacques, que participou da reunião com o embaixador inglês.
O coordenador dos dois Congressos, Prof. Wellington Rocha.
Embaixador da Inglaterra no Brasil participa de reunião na FEA sobre mudanças climáticas.
ANÁLISE E OPINIÃO
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que serão organizadas por similaridade das atividades
que ocorrem em nosso dia-a-dia.
O apoio da Diretoria da FEA bem como de todo corpo
administrativo, em especial a Assistência Acadêmica,
Assistência de Comunicação e Desenvolvimento e a
Unidade de Processamento de Dados além dos inte-
grantes da própria Comissão, composta hoje pelos pro-
fessores doutores Fábio Frezatti, Joaquim José Martins
Guilhoto, Isak Kruglianskas, Carlos Alberto Pereira,
Antonio Carlos Coelho Campino, Sérgio Buarque de
Hollanda Filho, Nicolau Reinhard, Dílson Gabriel dos
Santos, Ariovaldo dos Santos, Valmor Slomski, Silvia
Pereira de Castro Casa Nova, Dante Mendes Aldrighi,
Roberto Sbragia e Adolpho Walter Pimazoni Canton
tem sido fundamental para o cumprimento das diversas
etapas que nos levarão ao sucesso desse projeto.
Esperamos contar também, com o apoio de professores,
alunos e funcionários nesse importante feito, através de
sugestões e informações pelo e-mail: [email protected] .
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-USP
A visão do papel das universidades, baseada
nas funções tradicionais de ensino e pesquisa,
tem sido amplamente discutida pelas comu-
nidades acadêmicas e sociedade em geral, e a
pauta que tem merecido especial destaque é a
inclusão das atividades de cultura e extensão
como parte integrante e necessária das ativi-
dades universitárias. A USP, pioneiramente,
através da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão,
tem trabalhado incorporando a moderna visão
de universidade baseada no tripé: ensino, pes-
quisa e cultura e extensão.
A extensão universitária é um processo que
articula o ensino e a pesquisa, permitindo a
interação transformadora entre a universidade
e a sociedade. As atividades de cultura visam
preservar e ampliar o patrimônio cultural,
valorizando os marcos e as manifestações
culturais, além de incentivar novas formas de
manifestações artísticas e culturais (Resolução
4940/2002-USP).
A FEA, tradicionalmente, tem sido muito
atuante por meio de seus professores, alunos
e funcionários, em grupos organizados ou não,
oferecendo à comunidade cursos, palestras,
serviços, atividades culturais entre outras.
Citamos o PESC, o PET, a FEA Júnior, o
Cursinho, o Coral e o Grupo de Teatro, como
exemplos de grupos organizados da FEA.
Para o maior envolvimento da comunidade
FEA-USP nas atividades de cultura e exten-
são, a Comissão de Cultura e Extensão da FEA
tem direcionado seus esforços para organizar
e dar maior visibilidade às muitas atividades
aqui desenvolvidas, facilitando o engajamento
dos interessados nas suas respectivas áreas de
interesse. Adicionalmente, espera-se que essa
ação contribua para melhor integração da
FEA com a sociedade em geral, pois facilitará
a busca das atividades de cultura e extensão,
PROFª. MARINA MITIYO YAMAMOTO
Presidente da Comissão de Cultura e Extensão da FEA.
Tecnologia em debate
4º CONTECSI
Entre 30 de maio e 1º de junho, foi realizado na FEA o 4º Congresso Internacional de
Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação. O evento, coordenado pelo professor
Edson Luiz Riccio, contou com a participação especial do professor de sistemas de infor-
mação e co-diretor de pós-graduação e pesquisa da University of Auckland Business School,
da Nova Zelândia, e presidente da Associação para Sistemas de Informação, Michael D.
Myers, que abordou o tema: “Da adolescência à maturidade – a natureza mutante da disci-
plina Sistemas de Informação”. O objetivo do 4º Contecsi foi promover o relacionamento
entre as diversas comunidades envolvidas com tecnologia, sistemas e ciência da informação,
visando reunir profissionais e acadêmicos sob uma visão unificadora da gestão, para dis-
cutir os efeitos da TI e dos sistemas de informação nas organizações e na sociedade.
Psicóloga dá palestra na FEA para divulgar os serviços oferecidos pela Unidade Fitness da USP.
Um alerta em prol da saúde
Palestra divulga os serviços da Unidade Fitness da USP
Com o intuito de apresentar e disponibilizar os serviços oferecidos pela Unidade Fitness da USP, vinculada
à Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício do InCor, foi realizada, no dia 14 de
junho, na FEA, uma palestra com a psicóloga Luciana Ângelo. O programa de condicionamento físico
divulgado pela profissional durante o evento é voltado tanto para clientes sadios, quanto para cardía-
cos de risco, que podem contar com a segurança, os benefícios e o prazer da prática do exercício físico
orientado. A Unidade Fitness USP está localizada nas dependências da Escola de Educação Física da Universidade e possui uma
equipe especializada, composta por médicos cardiologistas, professores de educação física, nutricionista e psicólogos, que atendem
às diferentes demandas que surgem. Dentre os serviços oferecidos, estão: exame ergoespirométrico, prescrição e orientação de
exercícios à distância ou supervisionados, exame clínico cardiológico, avaliação nutricional e psicológica, entre outros. O professor
de economia Heron Carlos Esvael do Carmo, após sofrer um infarto, começou a participar das atividades da Unidade e se tornou
um de seus maiores incentivadores. “Depois que eu entrei no programa, comecei a ter mais disposição e isso contribuiu para minha
produtividade acadêmica. Acho que é um programa fundamental para o bem-estar físico e psicológico de quem participa, ou passou
por algum problema de saúde”, defende o professor, que conclui: “eu recomendo o programa para os colegas”.
Conferência internacional
Saiba o que foi discutido no EcoMod 2007
A FEA sediou, entre 11 e 13 de julho, o Congresso Internacional EcoMod (International Conference on Policy Modeling), co-orga-
nizado pelo Departamento de Economia da Faculdade, sob a coordenação do professor Eduardo Amaral Haddad, pela FIPE, pela
EMBRAPA e pela EcoMod. O evento reuniu trabalhos de economistas de 35 países, especializados em modelagem econômica,
ou seja, o uso da teoria econômica, de métodos matemáticos e análises quantitativas para subsidiar a formulação de políticas nos
setores público e privado. A cada ano, o EcoMod é realizado em uma cidade diferente do mundo, e pela primeira vez o evento
foi feito na América Latina. Nessa edição, foram escolhidos 100 papers, dentre os 200 inscritos, sendo quase metade de autoria de
especialistas brasileiros.
Prof. Dr. Michael D. Myers e Edson Luiz Riccio (Coordenador do 4º CONTECSI).
Contemplar atividades de cultura e extensão é tradição da FEA.
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Conheça um pouco mais sobre o grupo de pescariacriado por funcionários da FEA.
Moisés Santana, pelo técnico acadêmico da seção
de pós-graduação, Francisco Oliveira Costa, e pelo
professor de contabilidade, Edison Ryu Ishikura.
Para que os interessados possam se organizar melhor,
as pescarias são planejadas com antecedência. “Não
é um passeio tão barato. Só o aluguel do barco é R$
700,00. Então, nós fazemos uma programação ante-
cipada, parcelamos os pagamentos para que não fique
pesado para ninguém”, explica Ricardo.
Nessas pescarias, onde os participantes
passam um dia inteiro em alto-mar,
não se pode reclamar de desconforto.
“O barco é seguro, tem colete salva-vi-
das para todos os sócios, beliche e até
churrasqueira”, comenta Guilherme,
que garante que o passeio é muito gostoso: “vale
a pena, porque além de levar peixe fresco para
casa, a gente se diverte muito, ri o dia inteiro”.
Aumentar o contato e a amizade com o pessoal
do trabalho é outro benefício proporcionado pela
pescaria. “Está havendo uma integração maior entre
esse grupo de pessoas que se interessam pelo as-
sunto. Isso ajudou a gente a se conhecer melhor e
o ambiente de trabalho também fica mais gostoso,
porque passamos a ter mais liberdade com os colegas
para conversar”, garante Guilherme, que relembra
o último passeio: “a gente pescou uns peixes
grandes mesmo. Tem até fotos para comprovar”.
Quem estiver interessado em participar do grupo de
pescaria, deverá entrar em contato com Guilherme,
pelo telefone 3091-5852 e programar-se, pois o
próximo passeio já foi marcado para 6 de outubro.
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Funcionários que participam do grupo de pescaria, durante um dos passeios em Bertioga.
Reunir pessoas para realizar uma atividade de
lazer prazerosa é sempre muito bom. E se essa
atividade ainda proporciona uma integração
que extrapola os encontros, melhorando o
relacionamento no local de trabalho, é ainda
melhor! É justamente esse o intuito do grupo
de pescaria criado por funcionários da FEA
em abril de 2006: unir diversão à integração.
De acordo com o idealizador
do grupo, o técnico acadêmico
Guilherme Ricardo de Araújo
Filho, desde a sua criação, já houve
duas pescarias, uma em julho de
2006 e outra em maio desse ano.
Normalmente, o grupo vai pes-
car em Bertioga, litoral de São Paulo.
A idéia deu tão certo que, segundo Guilherme,
estão planejando a criação de uma Associação
dos Pescadores da FEA, não só para aumentar
a divulgação do grupo de pescaria, mas tam-
bém para que mais pessoas se interessem em
participar. Atualmente, o grupo é composto por
Guilherme, pelos técnicos acadêmicos da seção
de alunos, Ricardo Bueno Pereira de Barros e
Valdir Borges dos Santos, pelo recepcionista,
Professores da FEA, autoridades, especialistas e pesquisadores debatem temas relativos ao desenvolvimento do Brasil nos meses de maio e junho.
“Brasil: periferia como centro de si mesma” foi o
assunto discutido em 29 de maio, fechando o ciclo
de palestras do Mês Cultural do curso de Relações
Internacionais. O evento, cujo tema central foi
“Ação Cultural em Zonas de Conflito na América”,
procurou abordar, sob o aspecto sociológico, o pro-
cesso de produção cultural em regiões conflituosas
no continente americano e como esta região pode
se tornar um local de resistência de comunidades
em meio à pobreza, à segregação racial, à repressão
oficial e à luta social.
Segundo o presidente do Centro Acadêmico de
Relações Internacionais, Jônatas Ribeiro de Paula,
a palestra do dia 29, que contou com a participação
da etnomusicóloga Francisca Marques e do antropó-
logo Pedro Guasco, analisou o papel das periferias na
produção cultural brasileira, bem como a influência
do relacionamento de certos grupos sociais marginais
com o restante da sociedade na formulação dessa
expressão cultural.
“Poupança, investimento e desenvolvimento do
mercado financeiro pós-estabilização” foi o tema
central de mais um evento coordenado pelo ex-
ministro da Fazenda e do Planejamento e professor
emérito da FEA, Antonio Delfim Netto, no dia
30 de maio, como parte dos Seminários “Brasil no
Século XXI”. O foco do debate foram as profundas
mudanças institucionais pelas quais passaram tanto
o setor bancário, quanto o mercado de capitais no
período pós-1994. De acordo com
o professor Márcio Issao Nakane,
além desses avanços, também
foram apreciados os gargalos
que ainda existem e precisam ser
superados, como a forte presença
governamental nesses setores
e a baixa disponibilidade de fon-
tes de financiamento de longo
prazo a custos acessíveis.
No dia 31 de maio, a palestra do general Eduardo Villas
Boas, organizada pelo professor Jacques Marcovitch, tratou
do tema “A Amazônia sob a ótica da segurança”. De acordo
com o prof. Jacques, os maiores desafios da Amazônia são
o vazio demográfico, a distância dos centros de poder e,
principalmente, a ausência do Estado, que só se manifesta
de modo repressor, não oferecendo incentivos e oportuni-
dades para o desenvolvimento da região, o que se reflete na
preservação da própria floresta.
Com o intuito de esclarecer um pouco mais sobre esses
desafios, a apresentação do general concentrou-se não só
em questões relacionadas à segurança, mas também em as-
pectos ambientais, sócio-econômicos e culturais da região,
com ênfase na questão indígena e na importância da região
amazônica para o Brasil e para o mundo. Para explicar a
relevância dessa discussão, o prof. Jacques acrescenta: “a
região, que ocupa metade do território brasileiro, possui
cerca de 70% do volume de água doce e forma o maior
banco genético de biodiversidade do planeta”.
Prof. Nakane, que participou do debate sobre Poupança, In-vestimento e Desenvolvimento do Mercado Financeiro Pós-estabilização.
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Des
envo
lvim
ento
bra
sile
iro
em fo
coA região amazônica, o consumo das famílias brasileiras e a agricultura são alguns dos assuntos abordados nos eventos da Faculdade.
“A agricultura após a abertura ao exterior”
foi mais um tema discutido como parte
da série de Seminários “Brasil no Século
XXI”, organizado pelo professor Antonio
Delfim Netto, no dia 13 de junho. No
evento, procurou-se abordar a perspectiva
de retomada do crescimento agrícola após
a crise dos anos 2005 e 2006. Segundo
o professor Fernando Bento Homem de
Melo, que participou das discussões, uma
importante notícia nesse setor é a nova
demanda de bio-combustíveis por todo
mundo. “A agricultura brasileira, portanto,
tem todas as condições de aproveitar essa
nova fase”, defende o prof. Fernando.
“Crescimento econômico e distribuição de
renda: prioridades para ação” é o título
do livro organizado pelo professor Jacques
Marcovitch e também do Seminário de
lançamento deste, no dia 19 de junho.
Durante o evento, foram debatidos os en-
saios desenvolvidos pelos autores sobre dez
questões que se tornaram prioritárias para
o desenvolvimento brasileiro e da América
Latina: educação, saúde, emprego, habi-
tação, proteção social, infra-estrutura,
reforma tributária, inovação, comércio
internacional e serviços financeiros. De acordo
com o prof. Marcovitch, os textos foram escritos
com a preocupação de ultrapassar o diagnóstico
e adquirir um tom propositivo. Essas diferentes
abordagens sobre o tema tornam o livro “uma
valiosa contribuição da sociedade civil para o
aperfeiçoamento e implantação de políticas
públicas impulsionadoras do crescimento com
eqüidade”, comenta o prof. Marcovitch, que
ressalta: “as dez propostas compõem um quadro
único e precisam ser vistas de maneira inte-
grada”.
Para o prof. Marcovitch, trata-se de um tema
muito relevante, uma vez que demonstra que é
possível erradicar a miséria no Brasil, desde que
as políticas públicas transcendam o ciclo dos
mandatos eletivos e sejam focadas em prioridades
duradouras.
O Instituto de Pes-
quisa Econômica
Aplicada (IPEA) e a
FEA realizaram, no
dia 21 de junho, o
seminário de lança-
mento do livro, em
dois volumes, “Gas-
tos e consumo das
Capa do livro lançado junto ao seminário sobre Gastos e Con-sumo das Famílias Brasileiras Contemporâneas.
Site dos ex-alunos: uma ferramenta útil e inovadora.
O Programa de Relacionamento com Ex-alunos, FEA+, pro-
move o lançamento de seu novo site, com foco no tripé social,
profissional e aprendizagem.
Durante as comemorações dos 60 anos da FEA, o programa cres-
ceu e estreitou os laços com aqueles que não estudam mais na
Faculdade. Com o intuito de conhecê-los melhor, oferecer-lhes
um intercâmbio de conhecimento e obter recursos para a Univer-
sidade, o FEA+ mais promove, no dia 23 de agosto, o lançamento
de uma ferramenta virtual que facilitará imensamente a interação
com esses ex-alunos e ampliará a rede de contato destes.
Segundo o gestor do programa Wagner Toyama Cassimiro,
trata-se de uma ferramenta inovadora e de grande utilidade,
pois, ao mesmo tempo em que não há nada oferecido por outras
escolas no Brasil, existe o aspecto social, pois essas pessoas po-
dem reencontrar antigos colegas, sua turma de faculdade, enfim,
refazer contato com alguém que não vê há muito tempo. “Do
ponto de vista profissional, da carreira, o ex-aluno vai ter acesso,
através do site, a oportunidades de novos desafios, vai poder postar
vagas e conhecer experiências da vida de outras pessoas”, explica
Wagner, que completa: “o aspecto da aprendizagem também foi
incluído no site, então, eles terão acesso a temas que estão sendo
discutidos atualmente, sempre com um ex-aluno ou professor
opinando, e depois continuarão a discussão, participando de
fóruns sobre esses assuntos”. De acordo com Wagner, além de
aproximar os ex-alunos da FEA, bem como ampliar e intensificar
o networking destes, o site (www.usp.br/feamais) tem o objetivo
de divulgar o que está acontecendo na Faculdade, para que estes
possam participar dos eventos que são realizados pela escola.
Raça, Desenvolvimento e Desigualdade Social Programa de Intercâmbio realiza curso na FEA.
Entre 26 de maio e 15 de junho, o Programa de Inter-
câmbio “Raça, Desenvolvimento e Desigualdade So-
cial” (RDDS) promoveu, na FEA, o 1º Summer Course
of Race, Development and Social Inequality Program.
Esse programa é fruto de uma parceria entre Brasil e
Estados Unidos, incluindo a Universidade de São Paulo
(USP), a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a How-
ard University
e a Vanderbilt
University.
O RDDS foi
firmado ofi-
cialmente em
2003, sendo
administrado
pela CCInt-
F E A / U S P.
Durante seus
quatro anos
de vigência,
promoveu o
intercâmbio acadêmico entre estudantes brasileiros de
graduação da USP e da UFBA e norte-americanos de
pós-graduação das duas universidades dos Estados Uni-
dos. No Brasil, o RDDS é coordenado pelo diretor da
FEA, professor Carlos Roberto Azzoni, assessorado pela
consultora da ECA/USP, Drª. Rosangela Malachias.
O Summer Course, que contou com a participação de
estudantes norte-americanos, foi ministrado por do-
centes da USP, especialistas convidados, representantes
de setores governamentais e ativistas do Movimento
Negro. O tema do curso, que teve continuidade em
Salvador, na Bahia, entre os dias 16 de junho e 5 de
julho, foi “História do Negro no Brasil”.
Prof. Azzoni e Malu com o grupo que participou do Treinamento do Programa Raça, Desenvolvimento e Desigualdade Social.
No novo site, ex-alunos poderão ampliar sua rede de relacionamentos e ter mais contato com a FEA.
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Saiba quem é a primeira aluna da FEA a receber duplo-diploma pelo convênio entre a Faculdade e a Euromed-Marseille da França.
Ter a chance de estudar em uma universidade
do exterior por um período é uma experiência
única na vida. Receber um duplo-diploma, então,
é algo inesquecível. Sabendo da importância de
uma oportunidade como essa, a FEA, através da
CCInt, desenvolveu um convênio de duplo-di-
ploma em administração com a Euromed-Mar-
seille da França. Segundo o professor Edson Luiz
Riccio, Presidente da CCInt e responsável pela
viabilização desse convênio, esse é o primeiro e
ainda único duplo-diploma oficial entre uma es-
cola brasileira e francesa nessa área. Conforme o
prof. Riccio, os pré-requisitos para estabelecer o
convênio são “que as duas escolas se conheçam
mutuamente e tenham uma relação de semelhan-
ça, além da confiança mútua, ou seja, deve haver
um interesse das duas instituições para se fazer o
acordo”.
Para ter essa oportunidade, o aluno da FEA deve
atender às seguintes exigências: estar no terceiro
ano, ter média mínima 7, ter carta de recomen-
dação de dois professores, falar corretamente o
idioma francês, apresentar um projeto de estudos
na Euromed-Marseille e possuir todos os docu-
mentos exigidos pela CCInt.
De acordo com o prof. Riccio, o aluno fica no
exterior durante um ano e, ao concluir todos os
créditos necessários, bem como o trabalho de
conclusão – em
inglês ou francês
retorna ao Brasil e
todo o seu proces-
so é enviado para
a Euromed, que
emitirá o Diploma
de Master em Ma-
nagement Francês.
Atualmente, a
FEA possui 8 alu-
nos participando
desse processo e uma estudante já duplamente diplomada,
Camila Garcia, que desenvolveu uma monografia com o tema
“Um estudo de caso sobre a viabilidade de exportação de pe-
ças de decoração brasileira para a França”. Segundo Camila,
a orientação do trabalho de conclusão é compartilhada entre
as duas escolas. Por isso, ela foi orientada, no Brasil, pelo pro-
fessor de finanças da FEA, André Luiz Oda, e na França pelo
docente Fréderic Prévot. Para ela, a experiência de conquis-
tar um duplo-diploma é de grande importância para sua vida
acadêmica e profissional. “Em meu ano de estudos na França
tive a oportunidade de conviver com pessoas de diferentes na-
cionalidades, entender as diferenças culturais e estudar temas
relevantes para as relações de comércio internacionais”, ressalta
finalizando: “hoje me sinto muito mais confiante para trabalhar
em conjunto com profissionais de outros países”.
A aluna da FEA, Camila, realizada pela con-quista do primeiro duplo-diploma.
Saiba o que foi discutido durante o XII Encontro Nacional de Economia política realizado na FEA
famílias brasileiras contemporâneas”, escrito
por autores de diferentes áreas profissionais,
incluindo docentes da FEA – professores
Carlos Roberto Azzoni, Denisard Cnéio de
Oliveira Alves e Heron Carlos Esvael do Car-
mo e pesquisadores da Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas (FIPE). O evento
foi pautado pela apresentação e discussão dos
resultados dos estudos desenvolvidos pelos
autores, que analisaram, sob várias óticas, os
hábitos de consumo da população, com base
na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF),
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE) em 2002-2003.
Informações adicionais sobre o livro e debate
no “Painel” desta mesma edição do Gente da
FEA.
“A questão metropolitana no Brasil” é outro
assunto incluído na série de Seminários “Bra-
sil no Século XXI”, sob a responsabilidade do
prof. Delfim Netto. O debate, realizado no
dia 27 de junho, abordou a situação atual
das grandes cidades brasileiras, concentran-
do-se em questões estruturais e nos desafios
que devem ser superados através de ações
estratégicas para se promover o crescimento
ordenado das metrópoles nacionais. Profª. Leda Paulani, que coor-denou o XII Encontro Nacional de Economia Política.
XII Encontro Nacional de Economia Política
Evento discutiu perspectivas e contradições do desen-volvimento brasileiro
Entre 5 e 8 de junho, foi realizado, na FEA, o XII Encontro
Nacional de Economia Política, promovido pela Sociedade
Brasileira de Economia Política (SEP). Coordenado pela
professora da FEA, Leda Maria Paulani, e pela professora
da PUC-SP, Christy Ganzert Pato, o evento teve como
tema principal “Perspectivas e contradições do desenvol-
vimento capitalista no Brasil e na América Latina”.
Além da apresentação de 120 trabalhos, houve, durante
o encontro, dois minicursos, sendo um deles sobre “Amé-
rica Latina no ciclo recente de alta liquidez e crescimen-
to acelerado da economia mundial” e, outro, “Análise
do Capitalismo Liberal”. Ainda foram realizadas mesas
especiais de debates acerca de diferentes aspectos da
temática central.
Segundo a profª. Leda, o encontro foi muito satisfatório,
não só pela relevância das discussões – tanto para o âm-
bito político, como social –, mas também pela intensa
participação, já que todas as seções estavam lotadas. “A
apreciação geral foi boa, tiramos um documento, a Carta
de São Paulo, que estamos fazendo os últimos acertos e
iremos colocar no site da SEP”, acrescenta a profª. Leda.
Conforme os organizadores, a escolha desta temática é
fruto da conjuntura particularmente desafiadora vivencia-
da atualmente pelo continente
e pelo Brasil, num momento em
que o domínio do pensamento e
das políticas neoliberais parece
estar sendo colocado em xeque.
PAINEL
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Professores falam sobre Pesquisa de Orçamento Familiar realizada pelo IBGE e sobre estudo de Gastos e Consumo das Famílias Brasileiras Con-temporâneas, desenvolvido a partir dos dados disponibilizados pela POF.
É nítida a impor-
tância da econo-
mia na análise
da qualidade de
vida das famílias
brasileiras, já
que se trata de
uma área volta-
da à pesquisa de
várias questões
envolvendo esse
assunto, como
geração de em-
prego, crescimento econômico, distribuição
de renda etc. De acordo com o diretor da
FEA, professor Carlos Roberto Azzoni, uma
outra maneira concreta de analisar o bem-
estar dessas famílias é avaliar como elas estão
gastando. Justamente com esse intuito, foram
desenvolvidos vários estudos sobre Gastos e
Consumo das Famílias Brasileiras Contempo-
râneas, que culminaram na publicação de um
livro, em dois volumes, editado pelo IPEA, com
a participação de docentes da FEA.
Para elaboração desses estudos, os autores con-
taram com os dados levantados pela Pesquisa
de Orçamento Familiar (POF), realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em todo Brasil, em 2002. “É uma
pesquisa muito detalhada, que disponibiliza
informações relevantes das famílias, como
quanto cada uma gastou e quanto recebeu; se
é branco ou negro; se é pobre ou rico; se mora
no Nordeste ou no Sul; se trabalha no setor
público ou não”, explica o prof. Azzoni, que é
um dos autores do livro. Através dos dados da
POF, os pesquisadores puderam calcular inú-
meros indicadores de dispêndio da população
com bens e serviços relacionados à alimentação,
vestuário, transporte, habitação, saúde, educa-
ção, lazer, cultura, entre outros. Isso possibilitou
não só uma compreensão detalhada da qualida-
de de vida das famílias brasileiras, mas também
contribuiu para o entendimento dos diferentes
níveis de desenvolvimento em que se encontra a
população. “Foi feito um conjunto de avaliações,
tanto sobre a realidade de 2002-2003, quanto
sobre a evolução da situação entre essa pesquisa
e a anterior, que foi realizada em 1995-1996.
Então, são, basicamente, dez anos de história
do Brasil, analisados a partir do consumo das
famílias”, completa o prof. Azzoni, que escreveu
um dos capítulos do livro sobre o tema “aluguel”,
com base nos dados disponibilizados pela POF,
em co-autoria com a professora da Universida-
de Federal de Pernambuco, Tatiane Almeida de
Menezes, e o pesquisador da FIPE, Guilherme
Moreira. “Fizemos essa pesquisa sobre aluguéis
porque é um bom indicador de quanto custa viver
na cidade. Em uma cidade em que o aluguel é
caro, provavelmente, todo o resto é caro também;
se o aluguel é barato, todo o resto é barato”, es-
clarece o prof. Azzoni, que adianta o resultado
obtido nesse estudo: “concluímos que Brasília é
o lugar mais caro. É um mercado que tem uma
rotatividade muito grande de pessoas que bus-
cam apartamentos de bom nível. Depois vem
São Paulo, Rio de Janeiro e assim por diante”.
Para o professor de economia, Denisard Cnéio
de Oliveira Alves, a POF traz uma amostra
representativa das famílias brasileiras, e a
comparação entre a atual pesquisa e a ante-
rior permitiu o conhecimento da evolução
dos gastos no período entre 1996 e 2002.
“Pudemos constatar as mudanças no padrão
de consumo dessas famílias e isso é muito
O diretor da FEA, prof. Carlos Roberto Azzoni, que é um dos autores do livro lançado pelo IPEA.
relevante do
ponto de vis-
ta da política
econômica”,
a rgumenta
o prof. De-
nisard, que
aponta como
motivos dessas
modificações
no padrão de
consumo o
crescimento
da renda real
dos consumidores, a queda dos preços relativos e
a introdução de novos produtos. O trabalho feito
pelo prof. Denisard, com a utilização de dados da
POF, aborda o consumo de proteína da população.
A pesquisa, que também está no livro, foi elaborada
juntamente com a professora Tatiane Menezes. “Pe-
gamos os principais produtos que produzem proteínas
e tentamos verificar como a demanda por eles reage
a preços e renda. Observamos que certas famílias
não consomem alguns desses produtos, devido aos
seus preços relativos e aos gostos”, comenta o prof.
Denisard, que continua: “também analisamos a im-
plicação disso em termos de estimar a elasticidade do
preço e da renda, bem como da demanda por esses
elementos”.
Segundo o professor de economia, Heron Carlos
Esvael do Carmo, as informações disponibilizadas
pela Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE se
constituem em elementos importantes para que se
possa desenvolver uma análise mais aprofundada da
realidade brasileira, uma vez que permitiram uma
melhoria dos estudos tanto em termos de amostra,
quanto em relação à precisão dos resultados obtidos.
“De modo geral, a POF demonstrou que houve uma
“É uma pesquisa muito detalhada, que disponibiliza informações relevantes das famílias, como quanto cada uma gastou e quanto recebeu; se é branco ou negro; se é pobre ou rico; se mora no Nordeste ou no Sul; se trabalha no setor público ou não”.
mudança no consumo, principalmente um
aumento na participação nos gastos com
serviços públicos – por conta, primordial-
mente, da telefonia – e uma redução na
participação de alimentos”, ressalta o prof.
Heron, que também destaca a ocorrência
de um ganho de bens duráveis de consumo,
associado tanto à queda dos preços, quanto
ao aumento do crédito. Para o prof. Heron,
um aspecto relevante detectado pela POF
foi a melhora no padrão nutricional do bra-
sileiro. “Durante muito tempo, a discussão
girava em torno da desnutrição no Brasil.
Hoje, ficou claro que essa desnutrição
ainda existe em bolsões de pobreza, mas o
que estamos vivendo é a má nutrição, pois
não há mais uma restrição muito grande
para que as famílias adquiram alimentos”,
destaca complementando “Isso está em
sintonia com o aumento significativo da
produtividade agrícola do país”. A partir
dessas constatações, o prof. Heron conclui
que o principal resultado dessa pesquisa foi
evidenciar uma melhora geral na qualida-
de de vida das famílias brasileiras, embora
também se tenha observado, pelos dados
disponibilizados, que
a distribuição de
renda no Brasil con-
tinua sendo muito
desigual.
Prof. Denisard, que escreveu dois artigos do livro sobre Gastos e Consumo das Famílias Brasileiras.
Prof. Heron, que aponta uma mudança nos hábitos de consumo das famílias, a partir dos dados levantados pela POF.