INTRODUÇÃO
A eletroconvulsoterapia (ECT) consiste na indução
controlada de crises com finalidade terapêutica .
É um dos tratamentos biológicos mais utilizados em
psiquiatria.
O uso da eletroconvulsoterapia tem gerado muita
controvérsia, mas hoje ela é considerada um tratamento
atual e seguro.
Os profissionais da área e familiares que antes
combatiam o uso da ECT, hoje procuram o tratamento
expressando a aceitação.
HISTÓRICO
Foi Joseph Von Meduna neuropsiquiatra Húngaro, o
primeiro a induzir convulsões com finalidade
terapêutica;
Utilizando cânfora (planta utilizada para fabricação de
incenso e medicamentos);
Em 1934 induziu uma série de convulsões em
pacientes com quadros esquizofrênicos dos 26
tratados 10 apresentaram recuperação completa.
HISTÓRICO
Movimentos “antipsiquiátricos” e sensacionalismo dos
meios de comunicação criaram uma imagem negativa
e estigmatizada desse tratamento;
Visto como ultrapassado, cruel e desumano;
Intervenção terapêutica mais polêmica da história;
Criação de leis proibindo o seu uso nos EUA e alguns
países.
MECANISMOS DE AÇÃO
A ECT consiste na indução de uma crise
convulsiva pelo uso de corrente elétrica ;
Apesar dos benefícios para o paciente, o
mecanismo de ação ainda não é totalmente
conhecido;
INDICAÇÕES
A ECT é um tratamento eficaz e seguro, desde
que indicado com critérios definidos ;
Depressão grave com risco de suicídio;
Psicoses agudas acompanhadas de delírios e
alucinações;
Esquizofrenia catatônica (pessoa fica parada,
quieta e muda);
CONTRA-INDICAÇÕES
Não há contra-indicação absoluta para ECT;
Lesões cerebrais expansivas;
Aneurisma ou má-formação vascular;
Doença coronária crônica;
Hipertensão arterial não controlada;
Hipertensão intracraniana;
Glaucoma;
Deslocamento de retina;
Acidente vascular recente;
Luxação e subluxação cervical;
Contra-indicações de uso anestésico;
CONTRA-INDICAÇÕES
Não há contra indicação durante a gravidez,
exige-se uma avaliação clinica, principalmente
no terceiro trimestre da gestação.
ATENÇÃO ESPECIAL
Uso de marca-passo cardíaco;
Arritmias;
Osteoporose e doenças ósseas;
Hipertensão arterial sistêmica;
Doença pulmonar;
Diabetes.
NÚMERO E FREQÜÊNCIA
O número total de aplicações da ECT varia de
acordo com o quadro clínico e do critério
médico.
Em geral vai de 6 a 12, podendo chegar a 20
sessões.
Sessões variam de 2 a 3 por semana, em dias
alternados, para uma melhor recuperação
cognitiva;
Em alguns casos é necessário tratamento de
manutenção em intervalos semanais,
diminuindo as aplicações.
EQUIPE BÁSICA
Psiquiatra;
Anestesista;
Clínico;
Enfermeiro;
Psicólogo;
Auxiliar de enfermagem.
Indicação de ser realizado no Centro Cirúrgico.
AVALIAÇÃO PRÉ-TRATAMENTO
O cliente deve ser submetido a avaliação clinica
completa;
Avaliação neurológica;
Avaliação psiquiátrica;
Avaliação odontológica;
Exames laboratoriais;
Hemograma completo;
Glicemia de jejum;
Raio x de tórax;
Eletrocardiograma;
Hormônios tireoideanos.
EQUIPAMENTO DE TRATAMENTO
Aparelhos de ECT e de eletrocardiograma(ECG)
com monitores;
Oxímetro;
Aspirador;
Material completo para atender a uma parada
cardiorespiratória;
Desfibrilador;
Cardioscópio;
Material para entubação;
Sala de recuperação anestésica.
TÉCNICA
Pode ser estimulada por diferentes ondas
elétricas;
Semelhante com os sinais elétricos endógenos
do cérebro;
A voltagem deve ser ajustada de acordo com
cada cliente;
Oscila entre 70 e 110v, quanto menor a voltagem
maior a preservação da memória.
COLOCAÇÃO DOS ELETRODOS
Bilateral: colocado frontotemporalmente;
Unilateral: um eletrodo estimulador é colocado na
região frontotemporal não dominante, geralmente á
direita
DURAÇÃO DA CRISE
20 segundos para resposta motora;
25 segundos para resposta eletroencefalográfica;
O início da convulsão deve ocorrer entre 20 e 40
segundos após a aplicação;
Caso a crise não ocorra, o médico deve fazer uma
nova aplicação.
CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (
observado rigorosamente);
A compreensão do conteúdo tanto pelo cliente
quanto pela família ou responsável;
Se o cliente puder assinar, um responsável
deve assinalá-lo;
Realizar avaliação clínica;
Os procedimentos anestésicos de acordo com
Lei n.1640/2002 do Conselho Federal de
Medicina.
INTERVENÇÕES ANTES DO
TRATAMENTO
Preparar o cliente e família sobre o tratamento;
Distribuir um folder para o cliente e seus familiares
para esclarecer dúvidas, mitos e receios;
O modo de orientação do enfermeiro influencia na
aceitação do tratamento;
Conhecer previamente o tratamento e os
profissionais envolvidos;
Minimizar o medo.
INTERVENÇÕES ANTES DO TRATAMENTO
Orientar a necessidade do jejum;
Orientar não usar maquiagem nem esmalte;
Ter os cabelos limpos e secos;
Usar roupas confortáveis;
Necessidade de um acompanhante adulto.
PRIMEIRA APLICAÇÃO
Certificar-se da assinatura do termo de Livre
Consentimento;
Esclarecer as dúvidas sobre o tratamento;
Oferecer apoio para que eles sintam segurança;
Informar-se sobre comportamento do cliente;
Registrar o comportamento do cliente;
Assegurar o jejum e mantê-lo assim até sua
recuperação anestésica evitando refluxo, vômito
e possível risco de aspiração.
PRIMEIRA APLICAÇÃO
Conduzi-lo ao sanitário,pois o tratamento provoca
relaxamento dos esfíncteres anal e uretral;
Não ingerir água nesse momento;
Vestir roupas confortáveis;
Retirar óculos, lentes de contato, prótese
ocular,auditiva e dentária;
Verificar sinais vitais;
Se houver alterações discutir com a equipe de
ECT sobre a realização da sessão.
DURANTE A TRATAMENTO
Auxiliar o anestesista (puncionando veia, aspirando
vias aéreas);
Instalar no cliente eletrodos do ECG;
Colocar o manguito desinsuflado para monitorar a
pressão arterial;
Instalar o oxímetro para saturação do oxigênio;
DURANTE TRATAMENTO
Colocar o protetor das arcadas dentárias;
Observar e registrar no prontuário o tipo de crise,
duração e intercorrências;
Ficar atento aos parâmetros vitais até a sua
normalização;
Retirar o scalp;