ESTADO DA BAHIA
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PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº:0504160098579
PGE.Net Nº:2016.02.000808
ORIGEM:POLÍCIA MIIITAR - BA
INTERESSADO (A) :Érica Patricia Santos Filha
ASSUNTO:SERVIDOR - Policial Militar - Policial Mi litar - Sistema Remuneratório e
Benefícios - GAP - Indenização por Férias/Licenças não fruídas
PARECER N:001097/2016
FÉRIAS. Suspensão. Natureza das férias e sua
correspondente indenização. Alterações introduzidas
pela Lei n. 13.471/2015. Aplicação para o servidor
público civil e para o policial e bombeiro militar.
Necessidade de autorização do chefe do poder para
a suspensão por imperiosa necessidade do serviço.
Reprogramação das férias enquanto o servidor
encontra-se em atividade. Direito à indenização
respectiva apenas nasce quando obstado o direito de
gozo por força do desligamento do serviço ativo.
Responsabilização do servidor que obstar o gozo e
previsão de ressarcimento ao erário.
Trata, o presente expediente, de pedido de indenização de férias não fruídas em
razão de necessidade do serviço, referente aos exercícios 2011, 2012 e 2013, formulado pelo
Postulante em epígrafe.
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O processo foi instruído, entre outros documentos, com BIO de 11 de dezembro
de 2015 (fls. 02), Consulta de Histórico Funcional por Ocorrências (fls. 03/06), Consulta de
Férias 2010 a 2013 (fls. 07), contracheques (fls. 08/11) e informação da Seção de Cálculos do
Departamento de Pessoal da Polícia Miliar (fls. 12)
Eis o sucinto relatório. Passo a opinar.
DO DIREITO ÀS FÉRIAS
Inicialmente, impende destacar que são recorrentes no Estado pedidos de
indenização de férias não fruídas em razão de imperiosa necessidade do serviço, demonstrando
indiscriminadas autorizações de suspensões de férias sem observância do procedimento devido,
além da desobediência reiterada do direito à fruição das férias que possui assento constitucional,
cuja finalidade é a preservação da saúde física e mental do trabalhador, não podendo ser
suprimida nem mesmo por vontade própria. Ademais, observa-se ainda da análise, ao longo do
tempo, dos processos administrativos dessa natureza, um total descontrole das chefias mediatas e
imediatas, por vezes inexistindo até mesmo a informação inconteste se as férias foram ou não
fruídas, o motivo para suspensão, a reprogramação, ou seja, requisitos mínimos necessários para
a gestão de qualquer empresa, órgão ou entidade.
Nesse passo, inúmeras foram as alterações legislativas objetivando regularizar a
situação e impedir a prática indiscriminada dessa conduta, possuindo como objetivo maior a
salvaguarda do próprio trabalhador. Assim, recentemente foi publicada a Lei estadual n. 13.471,
de 30 de dezembro de 2015, trazendo novos contornos e procedimentos para a suspensão das
férias, bem como para a sua indenização respectiva.
Antes de adentrar nas inovações trazidas pelo novel diploma legal, reputo
necessário historiar a legislação e os entendimentos reiterados sobre a matéria, a fim de entender
a dinâmica legislativa sobre o tema e buscar a correta solução legal.
No âmbito do Estado da Bahia, e conforme entendimento reiterado desta
Procuradoria Geral do Estado, o direito à indenização dos períodos de férias não fruídos passou a
ser admitido, e apenas quando do desligamento do serviço ativo, a partir da Lei n. 6.549/1993.
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Tal direito persistiu até o advento do novo Estatuto dos Servidores Públicos Civis - Lei n.
6.677/94, sendo por esta revogado, e reintroduzido posteriormente através da Lei n. 6.932/96
(Precedentes: PEA-Z-26/96, PA 07/96, PA 42/96, PA 04/98, PGE 2600970004208,
170095001518 ). Destaque-se que para os Policiais Militares a Lei n. 6.549/1993 vigeu até o
advento da Lei n. 6.932/1996.
Assim, a diretriz seguida em diversos precedentes emanados desta PGE
vinculava o direito à indenização das férias não fruídas à ocorrência de qualquer das hipóteses de
desligamento do serviço ativo elencadas no caput do art. 7˚, da Lei n˚ 6.936/96, a partir de
exegese do disposto no § 1˚ do mesmo artigo.
Por esta razão, fixou-se o desligamento do serviço como marco para
exigibilidade do direito em qualquer das hipóteses da Lei nº 6.932/96, tendo como premissa que a
não concessão do gozo das férias no interesse da administração não pode ser oposta ao servidor,
e, portanto, não havendo que se falar em prescrição do direito a contar do final do período
concessivo, podendo o servidor exercitá-lo no qüinquênio seguinte ao seu desligamento.
(Processo nº 0504000359155 -Parecer nº PEA-AH-240-01),
Nos autos do processo n. 0500050016270, Parecer nº 2384/2005, a matéria
comportou nova moldura, no sentido de ser sempre indenizável, independente de previsão legal, a
supressão do direito ao repouso anual como mecanismo reparador do sacrifício imposto ao
servidor, sacrifício esse justificado pela prevalência do interesse público, consubstanciado na
continuidade do serviço.
Ademais, se entendeu que o “dever de indenizar as férias deixadas de gozar por
imperiosa necessidade do serviço (§ 1˚ do art. 7˚ da L. 6.932/96), constitui hipótese acrescida
àquelas do caput do mesmo artigo, estas, sim, condicionadas ao desligamento do serviço ativo”.
Nessa esteira de pensamento, o direito à indenização das férias não gozadas por
imperiosa necessidade do serviço passou a ser reconhecido ao servidor de forma autônoma, ainda
em atividade, cujo prazo prescricional passou a ser computado a contar do final do período
concessivo, quando nascia o direito subjetivo do servidor.
Não se pode olvidar que esses entendimentos foram construídos sob a égide da
Lei n. 6.677/94 e da Lei n. 7990/2001, em suas redações originais, nas quais não havia a
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possibilidade do servidor acumular mais do que dois períodos de férias por necessidade do
serviço, bem assim não havia previsão expressa do direito de gozá-las, excepcionalmente, após o
período concessivo.
Diz o Estatuto, no art. 93, que “o servidor gozará, obrigatoriamente férias anuais,
que podem ser acumuladas, no caso de necessidade do serviço, até no máximo de 2 (dois)
períodos (...)”. A norma contém preceito que é a regra geral e contempla a exceção, por modo
limitativo e expresso, sem espaço para compreensão extensiva. Destaque-se igualmente que a Lei
n. 6.677/94, em sua redação original, não previa qualquer outra exceção, apenas dispondo sobre a
possibilidade de interrupção das férias, nas hipóteses restritas dispostas no art. 97. Do mesmo
modo disciplinava o Estatuto do Policial Militar.
Por esta forma, inexistindo a possibilidade de fruição das férias que foram
suspensas por necessidade imperiosa do serviço quando já transcorrido o período concessivo
máximo de 2 (dois) anos, outra não poderia ser a solução conferida senão à indenização como
forma de reparar o prejuízo causado ao servidor, que restou impedido de gozar as férias.
Em verdade, o servidor público, como regra geral, não tem o direito de acumular
férias, ou seja, transformar em solução usual uma prática que a lei veda, nem a Administração
deve conceder que o faça. Tem-se, aliás, que gozar férias é direito do servidor e dever da
Administração concedê-las de fato, por medida de higiene do trabalho, dentre outras razões
determinantes, e não condiz com o acúmulo indeterminado de períodos vencidos, nem por
absoluta necessidade do serviço, pois a unidade deve adotar outros meios para atendê-la.
Não obstante, a norma, ao longo do tempo, vem sendo desrespeitada sem
qualquer critério, permitindo que o servidor acumule indefinidos períodos de férias, em manifesto
prejuízo à sua saúde física e mental, bem como ao próprio serviço, eis que não é concebível que o
ser humano trabalhe de forma continuada, durante anos, sem descanso, gerando um desgaste
físico e emocional que provavelmente irá refletir na qualidade do serviço, afetando-o
negativamente.
A indenização, por outro lado, não tem o condão de revigorar a saúde do servidor,
visando apenas reparar financeiramente o prejuízo causado, de modo que a mesma não pode
transmudar a sua natureza, passando a representar uma espécie de remuneração indireta,
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acortinada por uma renúncia tácita do servidor ao direito às férias, haja vista que valores maiores
precisam ser protegidos e o foram, eis que o direito às férias anuais tem sede constitucional
(artigos 7º, XVII, e 39, §2º, da CF de 1988) e é irrenunciável.
DAS INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI ESTADUAL N.
13.471/2015
Atento a realidade circundante, e consoante já aduzido, fora recentemente
publicada a Lei estadual n. 13.471, publicada no D.O.E. de 31 de dezembro de 2015, buscando
garantir a efetividade do direito à fruição das férias, introduzindo diversas alterações na Lei n.
6.677/94.
Para melhor compreensão da matéria, necessário transcrever o texto da Lei:
Art. 93 - O servidor gozará, obrigatoriamente, férias anuais, que podem ser acumuladas, no caso de necessidade do serviço, até o máximo de 2 (dois) períodos, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.
§ 1º - O servidor terá direito a férias após cada período de 12 (doze) meses de efetivo exercício, na seguinte proporção:
I -30 (trinta) dias corridos, quando não houver tido mais de 5 (cinco) faltas;
II -24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
III -18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV -12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
§ 2º - As férias serão gozadas de acordo com a escala organizada pela unidade administrativa competente.
§ 3º - As férias poderão ser parceladas em até 03 (três) etapas, desde que sejam assim requeridas pelo servidor, e sempre no interesse da administração pública, hipótese em que o pagamento dos acréscimos pecuniários será efetuado quando do afastamento do servidor para o gozo do primeiro período. § 3º acrescido ao art. 93 pelo art. 9º da Lei nº 9.003 , de 30 de janeiro de 2004.
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§ 4º- As férias serão fruídas dentro dos 12 (doze) meses subsequentes àquele em que foi completado o período aquisitivo de referência. § 4º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471 , de 30 de dezembro de 2015.
§ 5º - Observado o período máximo previsto no caput, as férias poderão ser concedidas após o prazo assinalado no § 4º deste artigo por necessidade do serviço. § 5º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471 , de 30 de dezembro de 2015.
§ 6º - A não observância do prazo máximo de fruição previsto no caput deste artigo somente será admitida por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral e, ainda, em razão de imperiosa necessidade do serviço. § 6º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
§ 7º - Na hipótese prevista no § 6º deste artigo, o titular do órgão solicitará, motivadamente, ao Chefe do Poder, autorização para a suspensão das férias do servidor. § 7º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
§ 8º - À chefia imediata incumbe verificar a regularidade da programação de férias do servidor, sob pena de apuração de responsabilidade. § 8º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
§ 9º - Os agentes públicos que injustificadamente impeçam a concessão regular das férias, bem como deixem de observar as regras dispostas nos §§ 1º a 8º deste artigo, estarão sujeitos a apuração de responsabilidade funcional, inclusive quanto a eventual ressarcimento ao erário. § 9º acrescido ao art. 93 pelo art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
Art. 94 - Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um acréscimo de 1/3 (um terço) da remuneração correspondente ao período de gozo.
Art. 95 – revogado
Art. 96 - O pagamento do acréscimo previsto no art. 94 desta Lei será efetuado no mês anterior ao início das férias. Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
Redação original: "Art. 96 - O pagamento do acréscimo previsto no artigo 94 e, quando for o caso, do abono previsto no artigo anterior, será efetuado no mês anterior ao início das férias."
Art. 97 - As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral e, ainda, por motivo de superior interesse público, mediante ato fundamentado.
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Parágrafo único - O servidor, cujo período de férias tenha sido interrompido na forma deste artigo, terá assegurado o direito a fruir os dias restantes, logo que seja dispensado da correspondente obrigação. Parágrafo único acrescido ao art. 97 pelo art. 1º da Lei nº 13.471 , de 30 de dezembro de 2015.
De plano, observa-se que a regra geral permanece a mesma, o servidor gozará obrigatoriamente férias anuais, sendo mantida a primeira exceção no caput do art. 93, ou seja, no caso de necessidade do serviço, as férias poderão ser acumulada até o máximo de 2 (dois) períodos.
Os §§ 4º e 5º do referido art. 93, introduzidos pela Lei n. 13.471/2015, reforçam a exceção prevista no caput, ao determinar que as férias serão fruídas dentro dos 12 (doze) meses subsequentes àquele em que foi completado o período aquisitivo – período concessivo ordinário – podendo ser concedida, por necessidade do serviço, após esse período, porém no prazo máximo de 2 (dois) anos contados do término do período aquisitivo – período concessivo extraordinário.
Veja que para essa hipótese excepcional não foi previsto qualquer procedimento específico, competindo ao chefe imediato, por ato motivado, prorrogar o gozo das férias por mais um ano, por necessidade do serviço. Nessa hipótese as férias devem ser reprogramadas dentro dos 24 (vinte e quatro) meses subsequentes àquele em que foi completado o período aquisitivo.
Nova exceção, e sendo esta uma das grandes inovações introduzidas, foi prevista no § 6º do art. 93. O referido dispositivo possibilitou a não observância do prazo máximo de fruição previsto no caput nas hipóteses de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, e ainda em razão de imperiosa necessidade do serviço. Isto é, a norma possibilitou que nessas hipóteses, em especial no caso de imperiosa necessidade do serviço, o servidor goze as férias após o prazo máximo de 2 (dois) anos contados do período aquisitivo, não estipulando prazo para a fruição.
Tal norma vem ao encontro da salvaguarda necessária ao direito às férias, não só pela sua previsão constitucional, mas sobretudo pela sua dimensão social, inserido no bojo dos direitos de segunda dimensão, cuja definição é utilizada comumente para designar a tutela de bens jurídicos que visam o alcance da justiça social 1 . Assim, não só pode como deve a Administração assegurar o direito ao gozo das férias, de modo que a previsão do § 6º garante a fruição sem estipular prazo, alcançando o escopo do instituto, e, em última análise, pondo fim à “fábrica” de indenizações de férias.
Observe, contudo, que apesar da norma não estipular prazo para a fruição,
apenas permitindo o gozo além do prazo máximo previsto no caput do art. 93, por razões de
1 MEIRELES, Ana Cristina Costa. A eficácia dos direitos sociais:os direitos subjetivos em face da normas programáticas de direitos sociais. Salvador: Juspodivm, 2008. P. 78.
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ordem lógica o termo final será o desligamento do serviço ativo, seja por exoneração ou
aposentadoria. Não obstante, e por força do relevo do direito em questão, tão logo cesse o motivo
que ensejou a suspensão das férias devem as mesmas ser reprogramadas para que o quanto antes
sejam usufruídas pelo servidor.
Para a suspensão, todavia, nas hipóteses do § 6º, é imprescindível autorização do
Chefe do Poder, na forma do § 7º do art. 93 da Lei n. 6.677/94, acrescido pela Lei n.
13.471/2015. No caso do poder executivo é importante destacar que nem mesmo o Secretário de
Estado tem competência para, de forma autônoma, suspender o gozo das férias, ainda que por
imperiosa necessidade do serviço, devendo solicitá-la ao Chefe do Poder executivo de forma
motivada. Tal regra demonstra a altivez do direito às férias e a imprescindibilidade de sua
fruição.
Entre outras inovações, também se revela de maior jaez a expressa indicação de
responsabilização do servidor que impedir a concessão regular das férias, ou ainda que não
observar o procedimento fixado para a sua suspensão, inclusive com previsão de ressarcimento
ao erário, devendo assim o Estado ser regressivamente ressarcido pelo servidor responsável (art.
93, § 9º, da Lei n 6.677/94, com redação da Lei n. 13.471/2015).
Tal medida se revela impositiva por força da regra inserta no caput do art. 93 da
Lei n. 6.677/94, na qual o servidor deve obrigatoriamente gozar férias anuais, sendo a
suspensão uma exceção e que, para ser autorizada, exige observância de requisitos e
procedimentos prévios, sob pena de responsabilização e ressarcimento ao erário do servidor que
autorizou a suspensão ou foi omisso na programação sem a propositura do processo exigido para
esse fim.
Nesse ponto, impende destacar que a verificação quanto à regularidade da
programação das férias do servidor recai sobre a chefia imediata, devendo esta zelar pelo
cumprimento da lei sob pena de responsabilização. Não obstante, a responsabilidade poder recair
sobre qualquer agente público que de alguma forma impeça a concessão regular das férias, bem
como deixe de observar as regras dispostas nos § 1º a 8º do art.93 da citada Lei.
Tal providência é assecuratória do efetivo gozo das férias ao coibir o servidor de
agir em desconformidade com a lei, inclusive com responsabilização financeira, de modo que
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sempre que houver a suspensão de férias sem observância do procedimento pertinente deve ser
instaurado sindicância ou processo administrativo disciplinar, conforme o caso, para apuração e
aplicação de sanção aos responsáveis.
DO DIREITO ÀS FÉRIAS DOS MILITARES
Todas as premissas fixadas para o servidor público civil no que tange ao direito
às férias, sua fruição, suspensão e indenização se aplicam ao policial militar e ao bombeiro
militar, eis que, em que pese possuírem legislação específica – Lei n. 7.990/2001, no capítulo
relativo às férias a matéria é tratada de forma idêntica, consoante será demonstrado. Ademais, a
Lei n. 6.932/1997 que regula o direito à indenização também se aplica ao militares por disposição
expressa, consoante já aduzido, senão vejamos:
Art. 140 - O policial militar fará jus, anualmente, a trinta dias consecutivos de férias, que, no caso de necessidade do serviço, podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, sob as condições dos parágrafos seguintes:
§ 1º - Para o primeiro período aquisitivo serão exigidos doze meses de exercício; para os demais, o direito será reconhecido após cada período de doze meses de efetivo serviço, podendo ser gozadas dentro do exercício a que se refere, segundo previsão constante de Plano de Férias, de responsabilidade da Unidade em que serve.
§ 2º - Serão responsabilizados os Comandantes, Diretores, Coordenadores e Chefes que prejudicarem, injustificadamente, a concessão regular das férias.
§ 3º - A concessão de férias não será prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de saúde, licença prêmio por assiduidade, nem por punição anterior, decorrente de transgressão disciplinar, pelo estado de guerra, de emergência ou de sítio ou para que sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.
§ 4º - Revogado
§ 5º - Revogado
§ 6º - Independentemente de solicitação será pago ao policial militar, por ocasião das férias, um acréscimo de 1/3 (um terço) da remuneração correspondente ao período de gozo.
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§ 7º - As férias serão gozadas de acordo com escala organizada pela unidade administrativa ou operacional competente.
§ 8º - Revogado
§ 9º - O pagamento do acréscimo previsto no § 6º deste artigo será efetuado no mês anterior ao início das férias.
Redação de acordo com o art. 8º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015. Redação original: "§ 9º - No cálculo do abono pecuniário será considerado o valor do acréscimo de férias previsto no § 6º deste artigo, sendo o pagamento dos benefícios efetuado no mês anterior ao do início das férias."
§ 10 - A não observância ao prazo máximo de fruição previsto no caput deste artigo somente será admitida por motivo de interesse de segurança nacional, de grave perturbação da ordem, de calamidade pública, comoção interna e, ainda, em razão de imperiosa necessidade do serviço. § 10 acrescido ao art. 140 pelo art. 8º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
§ 11 - Na hipótese prevista no § 10 deste artigo, o Comandante Geral solicitará, motivadamente, ao Chefe do Poder Executivo, autorização para a suspensão das férias do policial militar. § 11 acrescido ao art. 140 pelo art. 8º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
§ 12 - As férias somente serão interrompidas por motivo de interesse de segurança nacional, de grave perturbação da ordem, de calamidade pública, comoção interna, transferência para a inatividade ou como medida administrativa de cunho disciplinar, seja por afastamento preventivo ou para cumprimento de punição decorrente de transgressão disciplinar de natureza grave, registrando-se o fato nos assentamentos do policial militar. § 12 acrescido ao art. 140 pelo art. 8º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
§ 13 - O policial militar, cujo período de férias tenha sido interrompido na forma deste artigo, terá assegurado, no que couber, o direito a fruir os dias restantes, logo que seja dispensado da correspondente obrigação.§ 13 acrescido ao art. 140 pelo art. 8º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
§ 14 - Os agentes públicos que injustificadamente impeçam a concessão regular das férias, bem como deixem de observar as regras dispostas nos §§ 1º a 13 deste artigo, estarão sujeitos a apuração de responsabilidade funcional, inclusive quanto a eventual ressarcimento ao erário.§ 14 acrescido ao art. 140 pelo art. 8º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
Veja que da mesma forma que o servidor civil, as férias devem ser gozadas anualmente, podendo ser acumulada por no máximo 2 (dois) períodos por necessidade do serviço. Nesse caso não há procedimento específico, devendo ser suspensa por ato motivado da chefia imediata e gozada nos 24 (vinte quatro) meses posteriores ao término do período aquisitivo.
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No mesmo sentido dos § 6º e 7º do art. 93 da Lei n. 6.677/94 é a regra inserta nos §§ 10 e 11 do art. 140 da Lei n. 7.990/2001, acrescidos pela Lei . 13.471/2015, possibilitando a não observância do prazo máximo de fruição previsto no caput por motivo de interesse de segurança nacional, de grave perturbação da ordem, de calamidade pública, comoção interna e, ainda, em razão de imperiosa necessidade do serviço. Assim, e do mesmo modo que o Estatuto do Servidor Público Civil, a norma possibilitou que nessas hipóteses, em especial no caso de imperiosa necessidade do serviço, o servidor goze as férias após o prazo máximo de 2 (dois) anos contados do período aquisitivo, não estipulando prazo para a fruição.
Destaque-se igualmente que para a suspensão nessas hipóteses, submeteu o ato do Comandante Geral à autorização prévia do Chefe do Poder Executivo. No § 14, registre-se que há a mesma previsão de responsabilização do agente público que impeça a concessão regular das férias ou que deixe de observar as regras dispostas para a suspensão, inclusive com repercussão financeira.
Assim, sem maiores delongas, todas as conclusões antes expostas se aplicam em sua inteireza aos policiais militares e bombeiros militares.
DO DIREITO À INDENIZAÇÃO DAS FÉRIAS NÃO GOZADAS
A introdução do § 6º ao art. 93 da Lei n. 6.677/94, bem como do § 10 ao art. 140
da Lei n. 7.990/2001, consoante já arguido, passou a autorizar de forma expressa o gozo das
férias, suspensas pelos motivos ali elencados, sem fixar prazo para a fruição.
Com efeito, o fato irremediavelmente obstativo à fruição das férias consiste no
desligamento do serviço ativo, qualquer que seja a causa, sendo este o limite temporal para a
fruição, de modo que a regra é sempre oportunizar o gozo das férias. Permitir a indenização
compensatória, a qualquer tempo, quando ainda há disponibilidade para o gozo, a critério do
servidor ou por incúria da Administração, seria o mesmo que romper com a obrigatoriedade de
sua fruição, substituindo-a automaticamente pela indenização.
Nessa passo, a Lei n. 6.932/96, também alterada pela 13.471/2015, dispôs sobre
a indenização das férias nos seguintes termos:
Art. 7º - O servidor público estadual, civil ou militar, desligado do serviço público, qualquer que seja a causa, ou afastado por motivo de aposentadoria,
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transferência para a reserva remunerada ou reforma, antes de completado o período de 12 (doze) meses de que trata o § 1º, do art. 93, da Lei nº 6.677, de 26 de setembro de 1994, terá direito à indenização pelas férias proporcionais, correspondentes a 1/12 (um doze avos) da última remuneração percebida, por mês de trabalho, considerando-se como mês integral a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias.
§ 1º - Deverão também ser indenizadas as férias que não tenham sido fruídas pelos motivos referidos neste artigo ou nos §§ 6º e 7º do art. 93 da Lei nº 6.677, de 26 de setembro de 1994, e nos §§ 10 e 11 do art. 140 da Lei nº 7.990, de 27 de dezembro de 2001, observando-se, para determinação de seu valor, a proporcionalidade entre a duração prevista para as férias e o número de faltas registradas no correspondente período aquisitivo, conforme incisos I a IV do § 1º do art. 93 da Lei nº 6.677, de 26 de setembro de 1994.
Redação de acordo com o art.12 da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
Redação original: § 1º - Deverão também ser indenizadas as férias que, pelos motivos referidos neste artigo ou por necessidade imperiosa de serviço, não tenham sido gozadas, observando-se para determinação de seu valor a proporcionalidade entre a duração prevista para as férias e o número de faltas registradas no correspondente período aquisitivo, conforme incisos I a IV, do § 1º, do art. 93, da Lei nº 6.677, de 26 de setembro de 1994." § 2º - Para os fins deste artigo, não será considerado desligamento a exoneração de servidor que seja exclusivamente ocupante de cargo de provimento temporário, seguida da imediata investidura em outro cargo de igual natureza, no mesmo órgão ou entidade da administração pública estadual, desde que não ocorra interrupção de exercício funcional.
O caput do art. 7º prescreve que o servidor desligado do serviço público tem direito à indenização das férias proporcionais. Já o § 1º dispõe que devem ser indenizadas as férias que não tenham sido fruídas pelos motivos referidos nos §§ 6º e 7º do art. 93 da Lei n. 6.677/94 e nos §§ 10 e 11 do art. 140 da Lei nº 7.990/2001.
Assim, as férias que não tenham sido fruídas pelos motivos ali indicados, em especial em razão de imperiosa necessidade do serviço devem ser indenizadas, contudo tal disposição impositiva deve ser interpretada em conjunto com a Lei n. 6.677/94 e a Lei n. 7.990/2011, a fim de perquirir em que momento nasce o direito à indenização.
Segundo a nova sistemática introduzida, o servidor poderá ter as férias suspensas por imperiosa necessidade do serviço, desde que haja autorização prévia do Chefe do Poder respectivo, as quais poderão ser gozadas além do prazo concessivo que aqui se denominou ordinário e extraordinário – 02 (dois) anos contados do término do período aquisitivo – sendo reprogramadas tão logo cesse o motivo que ensejou a suspensão, cujo prazo fatal para o gozo ocorrerá com o desligamento do serviço ativo – inativação ou exoneração.
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Nesse diapasão, o direito à indenização das férias não fruídas nasce com o desligamento do serviço ativo, quando por algum motivo foi obstado o gozo em atividade.
Importante destacar que as regras introduzidas pela Lei n. 13.471/2015 de um certo modo reviveram o entendimento anterior desta Casa, segundo interpretação dada à época ao art. 7º da Lei n. 6.932/97.
De fato, não se pode olvidar que o § 1º do art. 7º deve ser interpretado, em sua redação original ou com base na redação atual, de acordo com o caput, isto é, poderia ensejar interpretação no sentido de que as hipóteses previstas no § 1º apenas seriam passíveis de indenização quando do desligamento do serviço, em consonância com a regra do caput.
Antes essa interpretação fora afastada em face da impossibilidade de gozo após o período concessivo ordinário e extraordinário. Com a permissão introduzida pela Lei n. 13.471/2015, não há como sobreviver a exegese anterior, nascendo o direito à indenização apenas a partir do desligamento do serviço público.
Ademais, esse entendimento está em consonância com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, sintetizados em ementas do seguinte teor:
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. CONVERSÃO EM PECÚNIA DE FÉRIAS NÃO USUFRUÍDA. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. APOSENTADORIA. CONFORMIDADE COM O ENTENDIMENTO DESTA CORTE. SÚMULA 83/STJ 1. Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, o termo inicial da prescrição do direito de pleitear indenizações referentes a férias não gozadas tem início com o ato de aposentadoria. 2. O Tribunal a quo decidiu de acordo com jurisprudência desta Corte, de modo que se aplica à espécie o enunciado da Súmula 83/STJ. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg no REsp 1453813 – PB 2014/0111548-8, Relator: Ministro Humberto Martins, Data de Julgamento: 15/09/2015, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJ 23/09/2015)
PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR APOSENTADO. FÉRIAS NÃO GOZADAS. CONVERSÃO EM PECÚNIA. CPC, ART. 459, PARÁGRAFO ÚNICO. NULIDADE REQUERIDA PELO RÉU. PRESCRIÇÃO QUE NÃO SE OPEROU. PREQUESTIONAMENTO. EXAME DE PROVAS. RECURSO ESPECIAL. 1. É devido o pagamento das férias convertidas em pecúnia em virtude da aposentadoria do servidor, face à natureza indenizatória de tais verbas. Enriquecimento ilícito da Administração que não se admite. Precedentes. 2. Somente com a efetiva aposentadoria surgiu, para o autor, o direito de reivindicar a conversão das férias não gozadas em pecúnia. Prescrição que não se operou, por ajuizada a ação ainda no mesmo ano em que aposentado o servidor. 3. Não estando o julgador convencido da extensão do pedido formulado pelo autor, pode reconhecer-lhe o direito, remetendo as partes para a liquidação. O reconhecimento de eventual nulidade, neste âmbito, depende da
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exclusiva iniciativa do autor, não cabendo ao réu argüi-la. 4. O Recurso Especial não se presta ao exame de matéria não apreciada pela origem. Prequestionamento que se exige, como condição de admissibilidade da própria inconformação. 4. "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial" (Súmula 07/STJ). 5. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nesta parte, não provido. (STJ - REsp: 273799 SC 2000/0085085-3, Relator: Ministro EDSON VIDIGAL, Data de Julgamento: 24/10/2000, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJ 04.12.2000 p. 101)
PROCESSUAL ADMINISTRATIVO. FÉRIAS NÃO GOZADAS. DIREITO À INDENIZAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. MOMENTO DA APOSENTADORIA. CABIMENTO. 1. O termo inicial da prescrição do direito de pleitear a indenização referente às férias não gozadas tem início com a impossibilidade de não mais usufruí-las. No caso dos autos, está correto entendimento do acórdão de que o termo inicial se deu com momento da aposentadoria do servidor. 2. Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg no AREsp: 43675 BA 2011/0211817-2, Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 16/04/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 26/04/2013)
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. FÉRIAS NÃO GOZADAS. INDENIZAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. LEGITIMIDADE DO MUNICÍPIO. PRESCRIÇÃO. O Município possui legitimidade passiva para a ação de servidor da Câmara Municipal, pleiteando a indenização de férias não gozadas, por ocasião da aposentadoria. O termo inicial da prescrição do direito de pleitear a indenização dos períodos de férias não gozadas tem início com o ato de aposentadoria, quando o servidor não poderá mais usufruí-las. Precedentes do STJ. Recurso especial do Município de São Paulo não conhecido. Recurso especial de Francisco Moraes conhecido parcialmente. (STJ - REsp: 36500 SP 1993/0018250-1, Relator: Ministro GILSON DIPP, Data de Julgamento: 02/02/1999, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJ 22.02.1999 p. 118)
Do mesmo modo, o Supremo Tribunal Federal reafirmou jurisprudência
dominante da Corte no sentido de que é devida a conversão de férias não gozadas bem como de
outros direitos de natureza remuneratória em indenização pecuniária por aqueles que não mais
podem delas usufruir, seja por conta do rompimento do vínculo com a Administração, seja pela
inatividade, em virtude da vedação ao enriquecimento sem causa da Administração. A decisão
ocorreu na análise do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 721001 que teve repercussão
geral reconhecida:
Recurso extraordinário com agravo. 2. Administrativo. Servidor Público. 3.
Conversão de férias não gozadas – bem como outros direitos de natureza
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remuneratória – em indenização pecuniária, por aqueles que não mais podem
delas usufruir. Possibilidade. Vedação do enriquecimento sem causa da
Administração. 4. Repercussão Geral reconhecida para reafirmar a
jurisprudência desta Corte.
(ARE 721001 RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em
28/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO
DJe-044 DIVULG 06-03-2013 PUBLIC 07-03-2013 )
Nessa senda, a jurisprudência é uníssona quanto ao direito à indenização das
férias quando não mais podem ser fruídas, ou seja, a partir do desligamento do serviço ativo. Até
esse momento as férias podem e devem ser fruídas.
Esse é o intuito da Lei n. 13.471/2015 que nesse ponto está agasalhada pela
jurisprudência dominante, e, como não poderia deixar de ser, em perfeita harmonia com a
natureza do próprio direito às férias e os valores que busca assegurar.
DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
O nosso ordenamento é regido pelo princípio da irretroatividade da lei, salvo
disposição expressa em contrário e desde que respeitado o direito adquirido, a coisa julgada e o
ato jurídico perfeito.
Desta forma, as disposições da Lei estadual n. 13.471/2015 aplicam-se àqueles
casos em que o período concessivo das férias estava em curso ao tempo de sua publicação, bem
como aquelas adquiridas após a sua vigência.
Para as férias cujo período concessivo se exauriu antes da publicação da referida
Lei, aplica-se a legislação anterior. Nesse ponto, contudo, entendo necessário revisar o
entendimento vigente nesta Procuradoria Geral do Estado no que tange ao exaurimento do
período concessivo.
Com efeito, já fora exaustivamente demonstrado a envergadura do direito às
férias e a sua necessária fruição, bem como o efeito nocivo da indenização como forma indireta
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de remuneração.
Ademais, a Lei n. 6.677/94, em sua redação anterior, assim como a Lei n.
7.990/2011, apenas autorizava que as férias fossem acumuladas, no caso de necessidade do
serviço, até o máximo de 2 (dois) períodos. Essa regra, contudo, ao longo dos anos vem sendo
desrespeitada, cuja indenização não possui o efeito de restabelece as condições físicas e mentais
do servidor, devendo sempre ser priorizada a fruição. De outro bordo, não há qualquer disposição
para as férias acumuladas por mais de dois períodos ou qualquer vedação ao gozo posterior
nessas hipótese, de modo que, independente de previsão legal, sempre que obstado o direito à
fruição às férias deve ser garantida a sua fruição, ainda que vencido o período concessivo, como
forma de assegurar em plenitude o direito do servidor.
Não se trata aqui de retroagir os efeitos da Lei n. 13.471/2015, mas sim garantir
que o servidor goze as férias que deixou fruir por necessidade do serviço, em consonância com a
jurisprudência dos Tribunais Superiores no sentido de que enquanto estiver em atividade ele está
apto a gozar as férias suspensas, ficando impedido apenas com o rompimento do vínculo com a
Administração ou com a inativação.
De fato, na grande maioria dos casos, não há um procedimento prévio para a
suspensão das férias, não há nem mesmo ato motivado ou contemporâneo à suspensão. Em
alguns casos não há nem mesmo a certeza se houve ou não o gozo das férias por falta de
comprovação. Assim, surge para a Administração o dever de possibilitar ao servidor o gozo das
férias que deixou fruir por conta do serviço, contudo de forma irregular, sendo dispensável para
tanto regra expressa nesse sentido eis que tal direito deflui dos elementos conformadores do
direito às férias e os bens ali protegidos e que são irrenunciáveis.
DO ASCRÉSCIMO DE 1/3 DAS FÉRIAS
O art. 94 da Lei n. 6.677/94 assegura o acréscimo de 1/3 da remuneração por
ocasião das férias do servidor.
O art. 96, por sua vez, seja em sua redação anterior ou atual determina que o
pagamento do adicional de 1/3 será efetuado no mês anterior ao início das férias.
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Art. 94 - Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um acréscimo de 1/3 (um terço) da remuneração correspondente ao período de gozo.
Art. 96 - O pagamento do acréscimo previsto no art. 94 desta Lei será efetuado no mês anterior ao início das férias.Redação de acordo com o art. 1º da Lei nº 13.471, de 30 de dezembro de 2015.
Redação original: "Art. 96 - O pagamento do acréscimo previsto no artigo 94 e, quando for o caso, do abono previsto no artigo anterior, será efetuado no mês anterior ao início das férias."
Do mesmo modo dispõe a Lei n. 7.990/2001 nos §§ 7º e 9º do art. 140:
§ 7º - As férias serão gozadas de acordo com escala organizada pela unidade administrativa ou operacional competente.
§ 9º - O pagamento do acréscimo previsto no § 6º deste artigo será efetuado no mês anterior ao início das férias.
Por esta forma, ainda que o servidor não goze as férias programadas, ele necessariamente recebe de forma antecipada a remuneração das férias e o acréscimo de 1/3, condição que deve ser sempre observada pela Administração, seja na reprogramação das férias ou na indenização respectiva.
Ademais, tal pagamento já efetuado deve sempre ser informado nos processos judiciais cujo pedido é de indenização de férias não fruídas, ficando sob a responsabilidade do setor de recursos humanos de cada órgão ou entidade a que vinculado o servidor prestar essa informação ao Procurador do Estado responsável pela demanda, sob pena de responsabilização por omissão.
DOS AFASTAMENTOS DURANTE O PERÍODO CONCESSIVO
Consoante orientação precedente desta Casa, firmada nos autos do processo n.
PGE2007027795, o afastamento do serviço durante o período concessivo das férias e para o qual
não concorreu a Administração, como e.g. licença para tratamento da própria saúde ou licença
prêmio, gera a perda do direito à fruição das férias bem como à respectiva indenização . Nesse
particular, trago à colação excertos do despacho exarado pelo Exmo. Sr. Procurador do Estado:
Destaque-se, no entanto, que o cômputo do referido período para aquisição das férias não implica necessariamente na sua fruição quando esta restar
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impossibilitada em razão da manutenção da situação funcional do servidor afastado, no período concessivo, em licença médica, portanto, sem concorrência da administração. Neste sentido, é o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, conforme ementa abaixo:
“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. GOZO DE FÉRIAS. PERÍODO DE AFASTAMENTO CONSIDERADO ILEGAL. IMPOSSIBILIDADE. RAZOABILIDADE. RECURSO DESPROVIDO.
I - O efetivo trabalho é causa determinante para o gozo de férias. Aplicação do postulado da razoabilidade. Hipótese não configurada neste mandamus.
II - O reconhecimento de período como de efetivo serviço para fins de cômputo temporal não implica reconhecer o direito a gozo de férias. Recurso ordinário desprovido.” (RMS 19622/MT, DJ 11.09.06)
É que, nos termos do art. 93 e parágrafos da Lei nº 6677/94, o servidor gozará férias após cada período de 12 meses de efetivo serviço, somente admitindo-se a acumulação de até dois períodos, no caso de necessidade do serviço.
Assim, na hipótese dos autos, vê-se que a i. Procuradora permaneceu afastada das suas funções em razão de licença para tratamento da saúde no período entre 22.06.2005 e 15.03.2007, e postula o reconhecimento do período aquisitivo de férias de 22.01.05 a 21.01.06, o que, à luz do entendimento ora firmado, faz jus, no entanto, observa-se que, no período concessivo, compreendido entre 22.01.06 a 21.01.07, permanecia afastada em licença médica, o que impossibilita a fruição do respectivo período de férias sem qualquer concorrência da administração, razão pela qual, nesta parte, deverá ser indeferido o seu pleito.
DO CASO ESPECÍFICO DO AUTOS
Consoante demonstrado nos autos, a CAP PM Érica Patrícia Santos Silva deixou
de gozar as férias referente aos exercícios de 2011, 2012 e 2013 por imperiosa necessidade do
serviço, comprovada através de consulta do histórico funcional por ocorrência e da publicação do
Boletim Interno Ostensivo - BIO publicado em 11 de dezembro de 2015, reconhecendo a não
fruição das férias. Destaque-se que para a suspensão não foi observado o procedimento exigido
conforme a legislação vigente à época, disposto no Decreto n. 9.312/2015.
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Não obstante, e em que pese a irregularidade apontada, impõe-se, na forma
delineada no presente Parecer, a reprogramação das férias não gozadas, referente aos exercício de
2011, 2012 e 2013, devendo a Administração atentar para o fato de que a Requerente já percebeu
o adicional de 1/3 de férias referente aos aludidos exercícios, conforme demonstram os
contracheques juntados aos autos.
CONCLUSÕES GERAIS
De forma mais abrangente, e de forma a sistematizar a orientação aqui traçada
podemos concluir que:
As conclusões aqui expendidas se aplicam tanto ao servidor público civil quanto
ao policial militar e ao bombeiro militar;
de acordo com as normas introduzidas pela Lei n.13.471/2015, as férias poderão
ser acumulada por no máximo 2 (dois) períodos nos casos de necessidade do
serviço, competindo ao chefe imediato, por ato motivado, prorrogar o gozo das
férias. Nessa hipótese as férias devem ser reprogramas dentro dos 24 (vinte e
quatro) meses subsequentes àquele em que foi completado o período aquisitivo;
nos casos de imperiosa necessidade do serviço, as férias poderão ser gozadas após
o prazo máximo de 2 (dois) anos acima referido, sendo necessária contudo
autorização do Chefe de Poder para a suspensão, devendo as férias ser
reprogramadas tão logo cesse o motivo que ensejou a suspensão, cujo termo final
para o gozo será o desligamento do serviço ativo;
o servidor que deixar de observar o procedimento para a suspensão ou obstar a
concessão das férias será responsabilizado, inclusive com previsão de
ressarcimento ao erário, devendo ser instaurada sindicância ou processo
administrativo disciplinar, conforme o caso, para apuração e aplicação de sanção
aos responsáveis;
o direito à indenização das férias não fruídas por imperiosa necessidade do serviço
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prevista no §1º do art. 7º da Lei n. 6.932/1996 só nasce a partir do desligamento do
servidor do serviço ativo, pela inativação ou exoneração, quando não mais as
férias poderão ser fruídas;
as férias não gozadas por necessidade ou imperiosa necessidade do serviço, ainda
que anteriores à Lei n. 13.471/2015, devem ser reprogramadas para gozo enquanto
o servidor permanecer em atividade;
recomenda-se que a Administração realize um levantamento das férias vencidas e
não gozadas dos servidores, objetivando a sua reprogramação.
Com essas considerações, evoluo os autos à Ilustrada Chefia, sugerindo que seja
dado caráter normativo ao presente Parecer, a fim de que as orientações aqui prescritas sejam de
observância obrigatória pela Administração Pública.
PROCURADORIA ADMINISTRATIVA , 26 de maio de 2016.
MARCELA CAPACHI NOGUEIRA SOARES
Procuradora Assistente
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PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº:0504160098579
PGE.Net Nº:2016.02.000808
ORIGEM:POLÍCIA MIIITAR - BA
INTERESSADO (A) :Érica Patricia Santos Filha
ASSUNTO:SERVIDOR - Policial Militar - Policial Mi litar - Sistema Remuneratório e
Benefícios - GAP - Indenização por Férias/Licenças não fruídas
DESPACHO
Acolho, na íntegra e por seus fundamentos, o parecer nº 001097/2016, de fls. 14 a
34, que de forma exauriente cuidou do direito à férias dos servidores públicos civil e militar.
Diante da repercussão múltipla, nos termos do Decreto Estadual 11.737/2009,
art.9º, I, confiro caráter uniforme ao pronunciamento.
À Coordenação, para encaminhamento de cópia do parecer à Procuradoria Judicial
para ciência; e de cópia do processo ao Gabinete, para conferir-se caráter sistêmico, se assim
entendido.
À Polícia Militar, para as providências cabíveis.
PROCURADORIA ADMINISTRATIVA , 17 de junho de 2016.
Bárbara Camardelli Procuradora Chefe