Exercitando a Participação e o Controle Social
Dra. Karla Giacomin – Presidente do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso
Painel: “Caminhos para a Intersetorialidade”16 de julho de 2011
“ Um tempo que aprendi a entender as coisas do mar.A conversar com as grandes ondas e
não discutir com o mau tempo. A transformar o medo em respeito,
o respeito em confiança.Descobri como é bom chegar
quando se tem paciência e para se chegar, onde quer que seja,
aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão.
É preciso antes de mais nada, querer.”
Amyr Klink
Cidadão:
Sujeito de Direitos políticos, civis, sociais, econômicos e culturais garantidos pelo Estado.
Programa Eleitor do Futuro – TRE - RO
“Quem tem necessidade é girafa;
nós temos direitos”
(Chico de Oliveira)
Partici-pação Política
Exercitando a Participação e o Controle Social
Controle social Conselhos
Política
• A arte de viver juntos em um mesmo país, em uma mesma cidade, com pessoas que não escolhemos, mas com quem precisamos conviver e nos organizar em favor do bem comum e do interesse público, naquilo que atualmente se conhece como “Estado de direito”.
Política
• Quando o Estado está presente, é normal que exista uma disputa salutar pelo poder, que se faz pelo diálogo e pela eleição, seguindo regras justas e pelas quais quem ganha o poder deve se submeter à lei e colocar-se a serviço do povo.
Kratos = poder; autoridadeDemos = povo
Poder do povo.
Política
• A política é a arte de ganhar e utilizar o poder, mas também é a arte de compartilhar o poder, de exigir o respeito às leis e de conquistar direitos para todos.
Política
• A Política é, certamente, viver sob a dominação do Estado, mas também significa manter o Estado sob o controle da sociedade para que ele cumpra as normas estabelecidas e para que ele preserve o bem comum.
Política = Participação
• Cada um é chamado a refletir sobre o seu papel para encontrar caminhos que respondam:
• Como podemos viver juntos e para quê? • Quem ganha quando a política é jogada de
forma limpa? • Quem perde com a falta de transparência no
jogo político?
Participação
• Fazer Política nem sempre é fácil.• Costuma haver conflitos e divergências de
opiniões sobre o quê e como fazer. • Portanto, faz parte da Política administrar os
conflitos de interesse sem violência, sem truculência, sem intimidação de quem discorda de nós.
Participação
• Se a política supõe divergências e embates, não é para nos omitirmos, mas para nos posicionarmos: somos contra ou a favor?
• Regra básica da democracia: o respeito à opinião do outro, independentemente de sua condição social, de seu partido, de sua profissão, do seu cargo, sexo, idade, raça/cor, tempo de estudo.
Participação
• Sempre pode haver quem discorde da nossa opinião.
• Geralmente nos grupos as pessoas procuram identificar as pessoas que têm opiniões claras e liderança para conduzir as reuniões e debater opiniões.
Participação
• Mas para o grupo crescer politicamente, é preciso que cada membro aprenda a ouvir, mas também aprenda a falar.
Participação
• Fazer Política exige paciência e discernimento. Paciência para ouvir o que não concordamos. Discernimento para não sermos enganados por quem fala bem.
• Todos têm direito a opinião, desde o mais simples ao mais graduado.
Uma dúvida frequente
Estado ou Governo?
• Estado é a forma democrática pela qual e submissa à lei de defender os interesses do povo, que se organiza nos três poderes independentes: o Executivo (que executa e aplica as leis), o Legislativo (que cria e aprimora as leis) e o Judiciário (que defende o cumprimento das leis).
Estado ou Governo?
• Governo é o grupo que foi eleito para comandar os interesses do Estado por um dado período, com base em um programa de governo, que deve ser fiscalizado e cobrado pelas promessas feitas em campanha e que tem por obrigação trabalhar de acordo com a lei e a serviço do povo.
O controle social
ESTADO POVO ?
O Controle Social
CLASSE
DOMINANTECLASSE
DESFAVORECIDA ?
O Controle Social
Sistema capitalista
• O Estado intervém sobre os conflitos sociais imanentes da reprodução do capital, implementando políticas sociais para manter a atual ordem, difundindo a ideologia dominante e interferindo no “cotidiano da vida dos indivíduos, reforçando a internalização de normas e comportamentos legitimados socialmente”.
Iamamoto & Carvalho, 1988, p. 109
A classe desfavorecida
• Deve ter como estratégia o controle das ações do Estado para que este incorpore seus interesses, na medida que tem representado predominantemente os interesses da classe dominante.
Correa, 2005
Controle social
• Expressão de uso recente que corresponde a uma moderna compreensão da relação Estado-sociedade, onde à sociedade cabe estabelecer práticas de vigilância e controle sobre o Estado
Carvalho, 1995
Controle social
• Envolve a capacidade que os movimentos sociais organizados na sociedade civil têm de interferir na gestão pública, orientando as ações do Estado e os gastos estatais na direção dos interesses da maioria da população.
Correia, 2003
Controle social para quê?
• Para permitir maior expressão e visibilidade das demandas sociais, provocando um avanço na promoção da igualdade e da equidade nas políticas públicas.
Silva, Jacoud e Beghin, 2008
Controle social para quê?
• A participação social promove transparência na deliberação e visibilidade das ações, democratizando o sistema de tomada de decisões.
Silva, Jacoud e Beghin, 2008
Controle Social para quê?
• Para a garantia dos direitos sociais, buscando:– construir uma sociedade livre, justa e solidária; – erradicar a pobreza e a marginalização; – reduzir as desigualdades sociais e regionais; e – promover o bem de todos sem preconceitos ou
quaisquer formas de discriminação.
(Castro et al, 2009)
POLÍTICAS PÚBLICAS
As dimensões da Política do Idoso
Infância
Juventude
Vida adulta
Velhice
Após a Constituição de 1988
• A participação social nas políticas públicas foi concebida na perspectiva do ‘controle social’ no sentido de os setores organizados da sociedade participarem desde as suas formulações – planos, programas e projetos –, acompanhamento de suas execuções até a definição da alocação de recursos para que estas atendam aos interesses da coletividade.
Correa, 2005
Estatuto do Idoso
• Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Estatuto do Idoso
Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
Estatuto do Idoso
• Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
Controle social como?
• Por meio dos conselhos – instâncias colegiadas de caráter permanente e deliberativo, com composição paritária entre os representantes dos setores organizados da sociedade civil e governamentais (gestores públicos), e que objetivam o ‘controle social’.
Correa, 2005
O papel dos Conselhos
No meio do caminho tinha uma pedra.Drumond
Conselhos do Idoso
• Finalidade: exercer a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito da União, Estados, Municípios e Distrito Federal.
• Nova categoria de órgão colegiado deliberativo, de caráter público e representação paritária, de grande aceitação nacional.
(Estatuto do Idoso, 2003)
Como o Conselho atua na garantia de direitos das pessoas idosas?
Acesso GarantiaPolíticaSocial
AçõesQualidade Inter-venção
Reso-lução ImpactoDIREITO
• Ainda falta entendimento sobre o que e a quem compete a gestão da política do idoso no âmbito dos governos.
• Muda a gestão, muda o gestor, muda a equipe de referência, descontinua o trabalho.
Participação e Controle Social
O Gestor• O técnico sem o perfil para o trabalho no
âmbito coletivo• Despreparo para a atenção à população
idosa• Falta de clareza sobre as demandas da
população• O segmento idoso invisível para o governo • Metas do governo X Desejos do povo
• Prática isolada na sua pasta • Prática gerencial da sua equipe• Prática educativa do trabalho em rede• Prática política com a população• Prática política com a parcela idosa• Emancipação do cidadão• Renovação de lideranças
O gestor
Tinha uma pedra no meio do caminho. Drumond
No exercício do Controle Social, o que compete ao POVO?
• Participação ativa em grupos e reuniões• Participação nas comissões do Conselho• Responsabilidade compartilhada• Implicação nos processos do início ao fim• Construção conjunta da intervenção• Exercício do controle social
Atribuições do cidadão
• “Já trabalhei muito...”• “Não gosto de ficar no meio de velhos.”• “Velho reclama demais.”• “Que absurdo o que a televisão faz...”• “Política na minha idade não adianta mais.”
A pessoa idosa
• Ausente do planejamento e da tomada de decisões.
• Reproduz-se o modelo de “pensar por”, “planejar por”, “decidir por”, ao invés de “pensar com”, “planejar com”, “decidir com” o usuário e a população.
A pessoa idosa
Crevelim, 2005
Participação e Controle Social
• No cotidiano dos fóruns de participação da sociedade civil, qual tem sido de fato a participação da pessoa idosa na definição de seus interesses?
• Quando e como os idosos que têm e utilizam as oportunidades de participar das decisões do grupo?
• Por que há grupos e pessoas reivindicativos e outros tão submissos?
Participação e Controle Social
Controle social como?
• Na forma de conferências, com o objetivo de avaliar e propor diretrizes para as políticas nas três esferas de governo.
• Por meio dos conselhos – instâncias colegiadas de caráter permanente e deliberativo, com composição paritária entre os representantes dos setores organizados da sociedade civil e governamentais (gestores públicos), e que objetivam o ‘controle social’.
Correa, 2005
Pessoa Idosa: Plena de Direitos
Renovação EsperançaCompromissoPerseverançaParticipação
Participação e Controle Social
• Na Conferência Estadual, cada delegado representa o que os idosos da sua cidade desejam e todos representam o conjunto da população idosa dos Estado.
Participação e Controle Social
• Na Conferência Nacional, cada delegado Estadual representa o que os idosos do seu Estado desejam e todos representam o conjunto da população idosa brasileira.
Participação e Controle Social
• Por tudo o que temos vivido, entendemos que o envelhecer com dignidade ainda é um direito que precisa ser conquistado.
Participação e Controle Social
• A cidadania da pessoa idosa ainda não é plena.
• Quando se deseja mudar um pensamento, deve-se atuar na cultura das pessoas que estão com aquele pensamento.
Participação e Controle Social
• Par exercer o controle social precisamos atuar firmemente na cultura das políticas públicas, que até hoje são políticas absolutamente reativas, reacionárias, passivas, tolerantes com o intolerável, com toda forma de violência e de indignidade.
Participação e Controle Social
• É isso que nós, como Conselho, queremos perseguir em conjunto com as lideranças idosas do país.
As lideranças sociais
• O Conselho Nacional dos Direitos do Idoso reconhece em cada delegado das Conferências uma liderança no controle social da Política Nacional do Idoso.
• Por isso estamos aqui. Confiamos em vocês.
Obrigada! [email protected]
Não nos afastemos muito,Vamos de mãos dadas. Drumond