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IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE CONTÁBIL PARA AS COOPERATIVAS1
Vando Knob Hartmann2
Joice Schuquel Degrandis3
Fernando Reichert Haas4
Resumo: A busca incessante por desenvolvimento, leva cada vez mais gestores a irem atrás
de conhecimento que os façam tomar as decisões devidamente corretas em relação ás suas
empresas, trazendo lucratividade como também prestígio a sua administração. Este fato
revela um grande passo a ser tomado em direção a um futuro promissor e a contabilidade tem
se mostrado um dos pilares para essa estruturação, onde, através das demonstrações contábeis
que controlam a movimentação de uma empresa, transparece informações que podem ser
fundamentais na tomada de decisão em um investimento, por exemplo. Demonstrações essas,
que devem transparecer informações claramente compreensíveis através de analises, ao
empresário ou leigo interessado na situação econômico-financeira da empresa ou grupo
cooperativo, baseadas acima de tudo, em informações verídicas, isso pelo fato de
culturalmente não haver hábito de analisar esses indicadores. O presente artigo busca
evidenciar a importância da contabilidade nas empresas através da análise das demonstrações
contábeis, focando aqui na análise vertical. Fornecendo um melhor entendimento da situação
econômica e financeira da empresa, almejando crescimento e lucratividade para a mesma ou
grupo a qual está inserida, como é o caso da cooperativa que será aqui destacada como parte
do tema de estudo em função da grande representatividade que as cooperativas possuem na
economia tanto mundial como em nossa região. A forma de pesquisa utilizada neste,
classifica-se como documental e descritiva por meio da análise de informações obtidas de
livros e informações disponíveis em sites na internet.
Palavras-chave: Cooperação, Contabilidade, Análise Vertical.
INTRODUÇÃO
Com o crescente desenvolvimento econômico à nossa volta, um bom profissional
deve manter-se, constantemente atrás de conhecimento e novidades acerca das mudanças
tecnológicas e até mesmo ideológicas que, afetam toda a população mesmo que de uma
forma indireta. Desse mesmo modo, o profissional da contabilidade deve estar preparado para
1 GT 01: Gestão, economia e políticas culturais.
2 Mestrado em GESTÃO ESTRATÉGICA DE ORGANIZAÇÕES pela Universidade Regional
Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Brasil(2014); PROFESSOR da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Brasil. E-mail: [email protected]. 3 Aluna do 5º Semestre do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e
das Missões- URI, São Luiz Gonzaga, RS, Brasil. E-mail. [email protected] 4 Mestrado em ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS pelo UNIVERSIDAD NACIONAL DE
MISSIONES - revalidado pela UnB em 15/07/2013, Argentina(2011); GERENTE DE UNIDADE DE
ATENDIMENTO do SICREDI SERRO AZUL - RS, Brasil. E-mail. [email protected]
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atender à demanda de mercado, bem como a necessidade do cliente a quem for prestar
atendimento profissional.
Gestores por sua vez, não fogem dessa realidade de constante busca por aprendizado,
pensando em uma forma que facilite gerir sua empresa ou grupo no qual está inserido, para
não ficar atrás das inovações e constantes transformações jurídicas, tecnológicas ou ainda
sociais, que influenciam seu meio e a imagem da organização, sem deixar de pensar na
lucratividade.
Analisando esse pensamento, pode-se notar como se completam o administrador e o
contador dentro de uma empresa, onde o contador demonstrando toda situação econômica e
financeira da mesma, auxilia e até mesmo esclarece uma melhor tomada de decisão do
administrador em relação a investimentos como também o possível corte de gastos
desnecessários.
Não por menos, as sociedades cooperativas, pela grande maioria de leigos em termos
contábeis e jurídicos, sentem em algum momento a necessidade de ter profissionais
adequadamente inseridos no meio, a fim de esclarecer-lhes ou transformar os números muitas
vezes apavorantes, em informações úteis.
Diante desse desafio de entender dados padronizados e mais técnicos, muitas pessoas
buscam aprender e entende-los por meio da imersão nesse conteúdo, porém a grande maioria,
por razões diversas ou alheias a sua vontade, ainda preferem alguém qualificado no ramo
para atribuir tradução aos números e informações difusas.
Ainda falando dessas informações, torna-se significativo ressaltar a importância da
prática adequada dos registros contábeis para poder transforma-los em informações, as quais
devem ser baseadas em fatos verídicos da empresa, logo torna-se importante também, o
profissional devidamente qualificado para executar tais atividades.
CONCEITUANDO COOPERATIVISMO
Segundo a Língua Portuguesa, Cooperativa é uma associação que presta serviços aos
seus membros e atua em nome deles, visando a criação de condições favoráveis ao
desenvolvimento de determinada área ou atividade económica, nomeadamente criando um
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circuito direto entre produtores e consumidores com o fim de libertar os seus associados dos
encargos respeitantes a lucros de intermediários ou capitalistas.
A Lei nº 5.764/71, art. 4º, onde se define a Política Nacional de Cooperativismo,
institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras providências, nos traz a
seguinte definição “As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica
próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos
associados, [...]”.
Camila Faria define Cooperativismo como uma doutrina econômica cujo objetivo é
solucionar os problemas sociais através de comunidades de cooperação formadas por
indivíduos livres, que se responsabilizariam pela gestão da produção e teriam direitos iguais
sobre os bens produzidos.
O cooperativismo surgiu durante a Revolução Industrial, em meio a um turbilhão de
mudanças econômicas e sociais, profundamente decisivas para a população em nível
mundial, onde surgiu como uma forma de revolta para amenizar as injustiças da época. Em
1844, na cidade de Rochdale na Inglaterra, um grupo de tecelões revoltados com a situação,
fundaram a primeira sociedade, a qual foi ganhando princípios que perduram até hoje,
regendo as cooperativas atuais em sua mais profunda essência.
Esses princípios nortearam o rumo de desenvolvimento das primeiras cooperativas, e
com o passar dos anos, foram lapidados, como os define Univaldo Coelho Cardoso (2014) em
Adesão voluntária e livre, onde as cooperativas sendo voluntarias, estão abertas a todas as
pessoas, sem discriminação de gênero, religião ou política; Gestão democrática sendo que os
membros devem participar ativamente da tomada de decisões por meio do voto, igualmente
ou definido pelo seu percentual de importância; Participação econômica dos membros onde
todos os sócios devem contribuir igualmente para o início do capital da empresa; Autonomia
e independência sendo as cooperativas autônomas tendo ajuda mutuamente entre elas sem
deixar de fugir do controle dos seus membros; Educação, formação e informação
proporcionados a seus membros pelas cooperativas visando desenvolvimento das mesmas;
Interoperação através de redes regionais, nacionais ou internacionais; Interesse pela
comunidade buscando harmonia e desenvolvimento, sempre devidamente aprovados por seus
membros.
Pode-se observar que estes princípios prezam pela democracia e ética dentro do grupo
cooperativo, deste modo, buscando combater qualquer desigualdade dentre os sócios,
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almejando um ambiente harmônico através do bom senso, apesar dos seres humanos serem
movidos por sentimentos.
O alavanco mundial aconteceu com a criação da Aliança Cooperativa Mundial (ACI),
em meados do ano de 1895, impulsionando informações e ocasionando o surgimento de
muitas cooperativas pelo mundo, através do conhecimento desses princípios e do segmento
deles até os dias atuais.
No Brasil o cooperativismo chegou no Rio Grande do Sul, trazido pelo Padre jesuíta
Theodor Amstadt, que em 1902 fundou a primeira cooperativa de credito, a qual ainda está
em funcionamento, vindo da Europa, trazendo consigo alguma experiência e conhecimento
de caso acerca das experiências já desenvolvidas na Europa.
Com esta expansão, criou-se então em 1969 a Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB), com a finalidade de defender os interesses deste grupo dentro do território
brasileiro, onde, o cooperativismo abrange 13 áreas de ramo econômico: agropecuário,
consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção,
saúde, trabalho, transporte e turismo.
Segundo Relatório da OCB (2013), no ano de 2013, em território brasileiro eram mais
de 6,6 mil cooperativas, com 83% delas pertencendo a cinco setores: Agropecuário (1.561),
Transporte (1.095), Crédito (1.042), Trabalho (946) e Saúde (848), as quais somam 11
milhões de cooperadores, sendo que mais de 80% vivem no Sudeste (5,1 milhões) e no Sul
(4,4 milhões). Tornando o cooperativismo, uma atividade fortemente influenciadora na
economia nacional, gerando um alto grau de rotatividade financeiro.
É percebível a grande importância deste sistema cooperativista para a economia
brasileira. Com seus números expressivos e em constante desenvolvimento, essa grade gera
cada vez mais colaboradores associados a sua volta.
CONTABILIDADE E SUAS INFORMAÇÕES
Assim como nas demais empresas, a contabilidade aplicada nas sociedades
cooperativas também desenvolve uma estruturação muito favorável, que deve ser realizada
adequadamente por um profissional com conhecimento contábil, que acima de tudo,
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permaneça sempre respeitando a atividade cooperativa, proporcionando a ajuda necessária
para uma boa gestão.
Crepaldi (1998) afirma que a contabilidade é um dos principais controles das
empresas, podendo analisar e demonstrar quais os aspectos da empresa, tais como a análise
de estrutura e o retorno de capital investido. Capital esse, injetado pelos seus membros para
dar início as atividades da empresa, do qual esperam um retorno produtivo, gerando
lucratividade.
Como os demais setores da economia, o cooperativismo tem em mente o alcance de
um retorno significativo para seus cooperados, por isso as informações devem ser de forma
clara para que não haja mal entendimento no desempenho da empresa, contribuindo para a
evolução e ajudar nas decisões a serem tomadas dentro do grupo. Perante isso, a
contabilidade torna-se fundamental pois está constantemente gerando informações
relacionadas à lucratividade e riscos que eventualmente possam vir a ocorrer.
Nessa mesma linha podemos perceber na definição de Gonçalves e Baptista (2011)
salientando que a contabilidade é “Ciência que tem por objeto o estudo do Patrimônio a partir
da utilização de métodos especialmente desenvolvidos para coletar, registrar, acumular,
resumir e analisar todos os fatos que afetam a situação patrimonial de uma pessoa” (2011,
p.3).
No mesmo passo que a empresa cooperativa cresce, a concorrência não fica a desejar,
crescendo em níveis consideráveis à medida que o envolvimento no mercado define ainda
mais essa briga por espaço, direcionado pela qualidade. Neste ritmo, a contabilidade também
deve se diferenciar em desenvolvimento para passar informações concretas para que o gestor
possa saber qual o desempenho do seu negócio.
Estas informações fornecidas pela contabilidade, muitas vezes devem ser esclarecidas
de forma que algum membro leigo possa entender os termos contábeis, passando a participar
das decisões de forma igual perante o conhecimento do caso a ser debatido, assim como
também é importante uma tradução dessas técnicas a fim de que a população em geral tenha
um entendimento da situação da empresa inserida em seu meio econômico.
Braga (2012) conceitua a contabilidade, destacando os pontos e as informações
apresentados pela mesma, referentes ao apoio fornecida por ela ao administrador. Entre os
diversos instrumentos utilizados pela administração, é importante destacar o papel da
contabilidade, como meio especialmente concebido para captar, registrar, acumular, resumir,
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medir e interpretar os fenômenos que afetam a situação patrimonial, financeira e econômica
de qualquer empresa, seja qual for seu ramo de atividade ou sua forma jurídica (BRAGA,
2012, p.6).
Ao juntar o conhecimento contábil e o empresário, pode-se prever uma grande
parceria gerando um excelente trabalho de análise e funcionamento, já que a contabilidade
abrange um vasto campo de trabalho proporcionando um melhor conhecimento de caso,
proporcionando confiança ao empresário para tomar suas decisões quanto aos percalços que
venham a eclodir.
Para que o gestor desenvolva essa confiança, é importante que o profissional contábil
que irá analisar as informações e transformar em um relatório devidamente esclarecido, saiba
medir o peso de sua análise após exames e verificações, pois qualquer opinião mal delineada,
ou termos muito técnicos, podem ocasionar uma grande diferença de entendimento pelo
grupo externo que espera por seu relatório.
IMPORTÂNCIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A contabilidade torna-se importante a partir do momento em que entra na empresa,
registrando, analisando e transformando os fatos acontecidos dentro da empresa em dados
informativos sobre a situação econômica e financeira da entidade. A apresentação desses
dados se dá através das demonstrações contábeis que, apresentam toda a movimentação da
empresa, dando aos gestores uma ideia mais clara da situação econômico-financeira da sua
entidade.
Segundo Lins e Francisco Filho (2012) a contabilidade torna-se um processo que ira
gerar um relatório a fim de traduzir suas informações, “O processo contábil consiste na
acumulação, por ordem de data, dos eventos administrativos da empresa, sua mensuração e
posterior divulgação através de relatórios econômico-financeiros devidamente coordenados e
integrados (2012, p.2)”.
Reis (2009, p. 56) define as demonstrações contábeis como sendo um grupo, “[...]
consistem num conjunto de demonstrativos, previstos por lei ou consagrados pela prática,
normalmente elaborados ao final do exercício social”.
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Já numa questão mais aprofundada, BRAGA (2012) Conceitua as demonstrações
contábeis como sendo o instrumento usado para transmitir a todos os interessados, as
informações de circulação da empresa.
As demonstrações contábeis, também denominadas de demonstrações financeiras na
legislação societária, são utilizadas, principalmente, pelos administradores para prestar contas
sobre os aspectos públicos de responsabilidade da empresa, perante acionistas, credores,
empregados, governo e a comunidade em geral. Têm, portanto, por objetivo, revelar, a todas
as pessoas interessadas, as informações sobre o patrimônio e os resultados da empresa, a fim
de possibilitar o conhecimento e a análise de sua situação patrimonial, econômica e financeira
(BRAGA, 2012, p.53).
Estes relatórios gerados a partir da verificação das entradas e saídas da empresa, são
periodicamente realizados, mantendo controle das movimentações efetuadas dentro do
período analisado como forma de total controle do que está acontecendo na economia da
entidade, para fins de não se perder o rumo de investimentos, mantendo a segurança da
lucratividade.
Após elaborados estes relatórios, é necessário uma tradução das informações de forma
que leigos ou sociedade em geral possa compreende-las após observar as movimentações e
comparações. Este estudo mais aprofundado das demonstrações é feito através de uma análise
através da comparação entre resultados ou valores movimentados em determinados períodos.
A análise vertical é utilizada nesse sentido para fazer comparativos entre resultados em
percentuais de um grupo de contas entre determinados períodos, geralmente anos, e
comparativo do percentual de uma conta em relação ao total do seu grupo, respectivamente.
Na análise vertical o cálculo é efetuado da seguinte forma: valor atual da conta x 100 /
Total do Grupo, o qual mostrará o percentual desta conta em relação ao total do seu grupo.
Destaca, Ribeiro (2014, p.200), a análise vertical é aquela que compara cada conta
com o total de seu conjunto, evidenciando o percentual de participação de cada um. Tem
como objetivo mostrar a real importância de cada conta dentro do conjunto a qual pertence.
Podendo ser realizada em qualquer demonstração financeira, porém, quando realizada na
demonstração do resultado do exercício torna-se completa.
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Segue fórmula abaixo:
Conta (ou Grupo de Contas) x 100
Ativo Total (ou Passivo Total)
Como exemplo desta importância da atividade contábil para as cooperativas, temos
aqui demonstrações da cooperativa Cotrisal com suas respectivas analises verticais,
apresentadas em um balanço. Segue as demonstrações como anexos I e II. Suas analises
apresentam as mudanças ocorridas na movimentação da empresa, as quais veremos agora
como exemplo de uma tradução dos números apresentados nos anexos.
Análise vertical – ATIVO
Destaca-se uma representatividade de 57,54% no ativo circulante com destaque com
destaque para contas bens e direitos realizáveis com 43,76% no ano de 2016. A conta clientes
teve um incremento considerável de 8,73% no ano de 2014 para 17,30% em 2016, enquanto a
conta depósito a prazo reduziu a representatividade no ativo de 25,72% em 2014 para 16,23%
em 2016. A conta estoques manteve-se estável na proporção de 15,65% em 2014, 13,73% em
2015 e 13,21% em 2016. No ativo não-circulante percebe-se pouca variação na análise
vertical de 39,16% em 2014 para 42,36% em 2016, sendo que a conta imobilizado que tem
maior representatividade no não-circulante representando 19,20% em 2014 para 22,29% em
2016.
Análise vertical – Passivo
Na análise vertical do passivo a representatividade está distribuída em 2016 de
35,61% no circulante, 20,50% no não circulante e 43,89% no patrimônio líquido. No
comparativo com 2015 e 2014, a variação dessa proporção manteve-se estável com um
pequeno incremento no patrimônio líquido de 38,75% em 2014 para 43,89 em 2016. No
passivo circulante, chama atenção a conta produtos de associados a liquidar, que estava
zerada em 2014 e em 2016 participa com 16,12%. A conta financiamentos reduziu de 10,18%
em 2014, 4,88% em 2015 e 6,07% em 2016. Outra conta que reduziu a representatividade foi
provisão custo mercadorias vendidas de 15,32% em 2014 para 3,47% em 2016. No
patrimônio líquido todas as contas tiveram incremento positivo com destaque para fundo de
reserva e FATES.
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Análise vertical – Sobras e Perdas
Em âmbito geral, não há variações significativas que chamam atenção nas
demonstrações de sobras e perdas. Há uma estabilidade na representatividade das contas com
pequenas variações entre os anos 2014, 2015 e 2016. Destaca-se a sobra operacional bruta
que foi de 15,74% sobre a receita operacional em 2016, enquanto que 2015 foi de 15,47% e
14,25% em 2014. Já o resultado antes das provisões apresentou uma pequena evolução de
4,86% em 2014 para 6,48% em 2016. Essa mesma evolução se traduziu no resultado líquido
que foi de 4,32% em 2014 para 5,70 em 2016 que é extremamente positivo.
Entre os relatórios que uma empresa deve apresentar existem alguns obrigatórios às
sociedades por ações, que é o caso das cooperativas, os quais também se aplicam às empresas
que atuam pelo regime do lucro real. São eles o Balanço Patrimonial, a Demonstração do
resultado do Exercício e as Demonstrações dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Sendo essenciais, as demonstrações financeiras ou contábeis, devem fornecer dados
corretos a fim de esclarecer a ideia atual da empresa no momento em que se tenha contato
com as obrigatoriedades acima citadas. De forma que, se não forem feitas por um profissional
devidamente qualificado para tal ato, essas mesmas informações podem se tornar errôneas e
acabar prejudicando na escolha das decisões a serem tomadas pelo gestor ou grupo de
membros, como é o caso das cooperativas. Desse ponto, ressalta-se a analise correta dos
exames periódicos, enfatizando a responsabilidade da interpretação dos mesmos por parte do
profissional, que deve saber assimilar essas informações com os problemas que os são
colocados, transmitindo opiniões objetivas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as constantes transformações vivenciadas do cotidiano da empresas no geral,
como nas cooperativas, a competição acirrada devido ao crescimento do mercado de
concorrência é um fator que dificulta e estreita os caminhos do empresário, nesse ponto entra
a contabilidade para ajudar na tomada de decisões e a garantir ao empresário um modo de
sobrevivência em meio ao mercado competitivo cada vez mais qualificado e exigente,
prezando por aumento do retorno econômico.
Os resultados apresentados pelas demonstrações contábeis ou financeiras devem
satisfazer o sócio membro do grupo cooperado, mostrando seus aspectos importantes de
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forma clara, transparecidos pelos relatórios devidamente expressos pela opinião do
profissional que analisou as demonstrações financeiras, objetivando sua opinião perante os
problemas postos a ele, mas jamais empresário e seu profissional contábil devem invadir seus
espaços, pois o cooperativismo e a contabilidade devem trabalhar lado a lado exercendo uma
boa gestão, com entendimento e dialogo claro entre as partes.
Portanto, falar em gestão é falar em tomada de decisões, o que nos remete a constante
necessidade da geração de informações uteis para definir estas informações, ou seja,
informações verdadeiras em tempo real a fim de decidir o rumo a ser traçado pela
cooperativa, na busca pela eficiência e lucratividade. Onde entra a contabilidade como um
pilar de sustentação e confiança ao gestor.
É importante ressaltar que, o empresário e a contabilidade devem andar juntos, em
prol do desenvolvimento da empresa, logo será possível constatar os significantes resultados
desta parceria, que sem dúvidas renderá bons frutos ao cooperativismo.
A importância da contabilidade se dá, na transparência de informações decisivas aos
gestores, os quais definirão o destino de sua empresa. Para maior precisão das informações
prestadas pelas demonstrações contábeis, é bastante relevante saber o público alvo destas
informações, geralmente são os usuários internos, onde na cooperativa são representados
pelos diretores, associados e gestores, os quais debatem e delineiam a caminhada da
cooperativa.
Evidenciada a importância das demonstrações contábeis no melhor entendimento dos
resultados que a empresa está transparecendo, pode-se dizer que este trabalho conseguiu
atingir seu objetivo de esclarecer os conceitos acerca de cooperativismo, contabilidade e as
demonstrações contábeis. Seguindo na esperança de que este tenha ajudado no melhor
entendimento do assunto, mas acima de tudo, na expectativa de que o cooperativismo tome
proporções cada vez maiores em nossa economia.
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