Luís Manuel Pontes dos Santos
Rastreios oncológicos a nível dos Centros de Saúde
2011/2012
março, 2012
Luís Manuel Pontes dos Santos
Rastreios oncológicos a nível dos Centros de Saúde
Mestrado Integrado em Medicina
Área: Medicina Comunitária
Trabalho efetuado sob a Orientação de:
Professor Doutor José Alberto Frey Ramos
Trabalho organizado de acordo com as normas da revista:
Revista Portuguesa de Clínica Geral
março, 2012
Projeto de Opção do 6º ano - DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE
Eu, _Luís Manuel Pontes dos Santos_, abaixo assinado, nº mecanográfico _060801065_, estudante do
6º ano do Mestrado Integrado em Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto,
declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste projeto de opção.
Neste sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão,
assume a autoria de um determinado trabalho intelectual, ou partes dele). Mais, declaro que todas as
frases que retirei de trabalhos anteriores, pertencentes a outros autores, foram referenciadas ou
redigidas com novas palavras, tendo colocado, neste caso, a citação da fonte bibliográfica.
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, ___/___/______
Assinatura: ________________________________________________
Projeto de Opção do 6º ano – DECLARAÇÃO DE REPRODUÇÃO
Nome: _Luís Manuel Pontes dos Santos__________________
Endereço eletrónico: [email protected]_ Telefone ou Telemóvel: __220426600___
Número do Bilhete de Identidade: ___ _____
Título da Monografia: ____Rastreio oncológicos a nível dos Centros de Saúde______
Orientador:
___Professor Doutor José Alberto Frey Ramos___________________________________________
Ano de conclusão: ___2012____
Designação da área do projeto:
___Medicina Comunitária ______________________________________________________
É autorizada a reprodução integral desta Monografia para efeitos de investigação e de divulgação
pedagógica, em programas e projetos coordenados pela FMUP.
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, ___/___/______
Assinatura: _______________________________________________
ÍNDICE
RESUMO .......................................................................................................................... 3
PALAVRAS-CHAVE ......................................................................................................... 4
ABSTRACT ..................................................................................................................... 4
KEYWORDS ................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 6
MÉTODOS ....................................................................................................................... 8
Pesquisa de websites ...................................................................................... 8
Medline .......................................................................................................... 8
DEFINIÇÕES .................................................................................................................. 9
Prevenção ...................................................................................................... 9
Rastreio .......................................................................................................... 9
RESULTADOS .............................................................................................................. 11
COLO DO ÚTERO ......................................................................................................... 11
Portugal e Resto da Europa ........................................................................... 12
América do Norte e Brasil .............................................................................. 14
Coreia do Sul, Japão e Oceânia ...................................................................... 15
Conclusão ..................................................................................................... 15
COLÓN E RETO ............................................................................................................ 16
Portugal e Resto da Europa ........................................................................... 18
América do Norte ......................................................................................... 19
Coreia do Sul, Japão e Oceânia ...................................................................... 20
Conclusão ..................................................................................................... 21
MAMA........................................................................................................................ 21
Portugal e Resto da Europa ........................................................................... 23
América do Norte e Brasil .............................................................................. 24
Coreia do Sul, Japão e Oceânia ...................................................................... 25
Conclusão ..................................................................................................... 26
PRÓSTATA .................................................................................................................. 26
Portugal e Resto da Europa ........................................................................... 27
América do Norte e Brasil .............................................................................. 28
Japão e Oceânia ............................................................................................ 28
Conclusão ..................................................................................................... 29
PULMÃO ..................................................................................................................... 29
Portugal ....................................................................................................... 30
América do Norte ......................................................................................... 31
Japão e Austrália ........................................................................................... 31
Conclusão ..................................................................................................... 31
OUTROS ..................................................................................................................... 32
Estômago ..................................................................................................... 32
Oral .............................................................................................................. 33
Ovário .......................................................................................................... 33
Pele ............................................................................................................. 34
Testículo....................................................................................................... 34
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 37
ANEXOS ........................................................................................................................ 43
QUADROS
INSTRUÇÕES AOS AUTORES DA RPCG
ÍNDICE DE ACRÓNIMOS
ACS American Cancer Society
ADN Ácido Desoxirribonucleíco
AeM Autoexame Mamário
APMCG Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral
ARS Associação Regional de Saúde
CA-125 Antigénio associado ao Cancro 125
CCR Cancro Colo-retal
CCU Cancro do Colo do Útero
CEC Código Europeu contra o Cancro
CgTC Colonografia por Tomografia Computorizada
CML Citologia em Meio Líquido
CTFPHC Canadian Task Force on Preventive Health Care
CUE Conselho da União Europeia
EBDC Enema Baritado de Duplo Contraste
ECM Exame Clínico da Mama
EDR Exame Digital Retal
HPV Vírus do Papiloma Humano
IARC International Agency for Research on Cancer
INCA Instituto Nacional de Câncer (Brasil)
NAP Núcleo de Atividades Preventivas
NHS National Health Service (Reino Unido)
NZGG New Zealand Guidelines Group
OMS Organização Mundial de Saúde
PNPCDO Plano Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças Oncológicas
PSA Antigénio Específico Prostático
PSOF Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes
PSOFiq Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes por testes imunoquímicos
PSOFg Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes por testes de guaiaco
RACGP Royal Australian College of General Practitioners
RM Ressonância Magnética
SgF Sigmoidoscopia Flexível
tADNf Testes de ADN nas fezes
TCBD Tomografia Computorizada de Baixa Dose
UE União Europeia
USPSTF United States Preventive Service Task Force
1
RASTREIOS ONCOLÓGICOS
A NÍVEL DOS CENTROS DE SAÚDE
Luís Manuel Pontes dos Santos
Estudante do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da
Universidade do Porto
Departamento de Clínica Geral da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
2
Luís Manuel Pontes dos Santos
Telefone: 22 0426600
Endereço de correio eletrónico: [email protected]
Endereço Postal: Al. Prof. Hernâni Monteiro 4200 - 319 Porto PORTUGAL
3
RASTREIOS ONCOLÓGICOS
A NÍVEL DOS CENTROS DE SAÚDE
RESUMO
Objectivos
Este trabalho procurou estudar os programas de rastreio oncológico e as
recomendações das principais sociedades especializadas em rastreios oncológicos, em
Portugal, na Europa, na América do Norte e na Oceânia, no que diz respeito aos
Cuidados de Saúde Primários.
Fontes de dados
Foram pesquisados os websites de organizações que emitem recomendações
sobre os rastreios oncológicos, complementada com pesquisa na Medline e no
™Google.
Métodos de Revisão
Pesquisou-se entre outros as recomendações da Associação Regional de Saúde
Norte, Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, International Agency for
Research on Cancer, National Health Service, American Cancer Society, U.S.
Preventive Service Task Force, Canadian Task Force on Preventive Health Care, Royal
Australian College of General Practiotioners. Por outro lado, a pesquisa na Medline
resultou num total de 199 artigos de duas pesquisas, dos quais foram selecionados 14
pela leitura do título e resumo, tendo sido selecionados 13 após a leitura integral.
Resultados
Quanto ao rastreio do cancro do colo do útero, não há estudos randomizados mas
outro tipo de evidência demonstra a sua eficácia, sendo maioritariamente realizado por
citologia cervical. O problema reside na população-alvo e na periodicidade do rastreio.
4
Relativamente ao rastreio do cancro colo-retal, existem diversos métodos, sendo que
uns têm a vantagem de detetar lesões pré-malignas, contudo faltam estudos que provem
a redução da mortalidade com o seu uso. No que diz respeito ao cancro da mama, há
consenso no rastreio por mamografia. As recomendações diferem especialmente nas
mulheres na faixa etária entre os 40 e os 49 anos. O rastreio de outros cancros não é
maioritariamente recomendado de forma sistemática.
Conclusões
Os rastreios não são isentos de riscos e os médicos dos Centros de Saúde
desempenham um papel importante em todo este processo. Para além disso, as políticas
de rastreio variam entre os diversos países.
PALAVRAS-CHAVE: Detecção Precoce de Cancro; Neoplasias Colorretais;
Neoplasias da Mama; Neoplasias da Próstata; Neoplasias do Colo do Útero; Neoplasias
Pulmonares.
CANCER SCREENING
IN PRIMARY HEALTH CARE
ABSTRACT
Objectives
This work focused on studying cancer screening programs and guidelines
emitted by the main organizations specialized on cancer screening, in Portugal, in
Europe, in North America and in Oceania, in terms of Primary Health Care.
Source of Data
The websites of organizations that emit recommendations on cancer screening
were searched, and it was made a complementary search on Medline and on ™Google.
5
Revision Methods
Amongst others, the recommendations from Associação Regional de Saúde
Norte, Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, International Agency for
Research on Cancer, National Health Service, American Cancer Society, U.S.
Preventive Service Task Force, Canadian Task Force on Preventive Health Care, Royal
Australian College of General Practiotioners were searched. On the other hand, the
search made on Medline resulted in a total of 199 articles from two querrys, of which 14
were selected after the reading of the title and the abstract, having been selected 13 after
the reading of the full-text article.
Results
For cervix cancer screening there aren’t randomized studies but another kind of
evidence demonstrates its efficacy. The method chosen is usually the cervical cytology.
The problem lies in defining the target-population and the periodicity of the screening.
For colorectal cancer screening, there are many methods and some have the ability to
detect pre-cancer lesions. However, studies that demonstrate the reduction on mortality,
for these, are needed. For breast cancer screening, mammography is unanimously
recommended, but the recommendations vary for women between 40 and 49 years.
Finally for other cancers, systematic screening isn’t usually recommended.
Conclusions
Cancer Screening has non-negligible risks and family physicians play a decisive
role in all the process. Furthermore, screening politics vary widely amongst countries.
KEYWORDS: Breast Neoplasm; Colorectal Neoplasm; Early Detection of Cancer;
Lung Neoplasm; Prostatic Neoplasm; Uterine Cervical Neoplasm.
TIPOLOGIA DO ARTIGO: Revisão
6
INTRODUÇÃO
Nos países ocidentais, o cancro é, atualmente, uma das doenças com maior
relevância, em termos de saúde pública, somente superada pelas doenças
cardiovasculares.1 A nível mundial, o peso do cancro continua a aumentar, graças ao
envelhecimento e crescimento da população, mas igualmente pela adoção de
comportamentos de risco como o tabagismo. Estima-se que em 2008 houve 12,7
milhões de novos casos de cancro e 7,6 milhões de mortes por cancro.2 Em Portugal, as
doenças oncológicas são a segunda causa de morte, tendo contabilizado 22.683 óbitos,
em 2005.3 No Norte de Portugal verificou-se uma média de 7.476 mortes por ano.
4
Todos os anos, milhões de doentes com cancro podiam ser salvos de uma morte
prematura e de sofrimento.5 Os médicos dos centros de saúde são a chave para o sucesso
na “guerra” contra o cancro.6 Os cuidados de saúde primários são responsáveis por: 1)
identificação e prevenção de fatores de risco; 2) informar a população sobre o rastreio
(benefícios e riscos); 3) identificar a população-alvo; 4) incentivar a adesão; 5) realizar
alguns exames de rastreio; 6) orientação dos casos com resultados positivos.7 O impacto
dos médicos de família não se verifica só na prevenção, mas também na avaliação de
doentes sintomáticos, no encaminhamento, atempado, para a terapêutica e, cada vez
mais, nos cuidados aos sobreviventes de cancro.6,8
A generalidade da população
considera o rastreio, uma boa ideia, e isso acrescenta responsabilidade aos médicos
assistentes de aconselhar devidamente os seus doentes.6
O Plano Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas
(PNPCDO) traça como um dos objetivos a promoção do rastreio.3 Qualquer forma de
rastreio ambiciona, não só reduzir a mortalidade do cancro, mas também melhorar a
qualidade de vida desses doentes.6 Os seus benefícios são a melhoria do prognóstico
7
pelo diagnóstico precoce, terapêutica menos radical e mais económica e tranquilização
com resultados negativos. As desvantagens são o diagnóstico mais precoce com igual
prognóstico, o tratamento exagerado de lesões indolentes, os falsos-positivos e falsos-
negativos e os riscos e ansiedade provocados pelo exame.9
Em 2007, cerca de 55 milhões de exames de rastreio foram efetuados na União
Europeia (UE).10
Existem testes para a maioria dos cancros, no entanto o maior
obstáculo é a inexistência de evidência de eficácia ou a evidência da falta de eficácia
desses mesmos testes.11
Existem três cancros, sobre os quais, a comunidade científica,
unanimemente, considera benéfica a implementação de programas de rastreios: o cancro
do colo do útero (CCU), o cancro da mama e o cancro colo-retal (CCR), tendo sido
demonstradas diminuições nas taxas de mortalidade de 80%, 30% e 20%,
respetivamente.3 Sendo a evidência do rastreio do CCR mais recente, os programas de
rastreio organizado ainda estão a ser implementados.12
Nos dias de hoje, a norma é
praticar uma medicina baseada na evidência. Porém, quando falta evidência, ou quando
esta é incompleta, torna-se importante ouvir a opinião dos diversos especialistas na
matéria, de modo a retirar conclusões.13
O objetivo deste trabalho é, tendo em conta o que se faz em Portugal, analisar os
programas de rastreio de outros países, nomeadamente no resto da Europa, nos Estados
Unidos da América, no Canadá e na Austrália, e, também estudar as recomendações
feitas pelas diversas sociedades sobre os rastreios oncológicos. Para isso, primeiro é
necessário compreender os conceitos básicos desta temática.
8
MÉTODOS
Pesquisa de websites
Tanto a nível nacional como a nível internacional, as orientações clínicas
existentes sobre rastreios oncológicos são publicadas por organizações, por isso, as
páginas oficiais destas foram consultadas e delas foram retiradas as publicações
relevantes. Destacam-se: a Associação Regional de Saúde (ARS) Norte, a Associação
Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMCG), a International Agency for
Research on Cancer (IARC) pertencente à Organização Mundial de Saúde (OMS), o
National Health Service (NHS), a American Cancer Society (ACS), a U.S. Preventive
Service Task Force (USPSTF), a Canadian Task Force on Preventive Health Care
(CTFPHC) e o Royal Australian College of General Practiotioners (RACGP). Também
no motor de busca do ™Google foram realizadas pesquisas sobre o tema, de modo a
complementar a informação recolhida.
Medline
Foram realizadas 2 pesquisas (Quadro I) obtendo-se um total de 199 artigos (158
de uma e 41 da outra). Desses, através da leitura do título e do resumo, foram
selecionados 14 artigos. Desses, um foi excluído após leitura integral. A pesquisa foi
limitada a artigos dos últimos cinco anos, em Português ou Inglês, sobre cancro,
rastreios oncológicos e cuidados de saúde primários.
9
DEFINIÇÕES
Prevenção
A prevenção primária é a prevenção de doenças ou distúrbios na população,
através da promoção de uma vida saudável.14
No caso das doenças oncológicas, centra-
se na alimentação, no tabaco, na exposição solar e no ambiente ocupacional.15
A
prevenção secundária consiste na deteção de doenças em fases iniciais, antes de haver
sintomas, para uma intervenção imediata e eficaz.14
É disto exemplo o rastreio
oncológico.16
A prevenção terciária não é mais do que a prevenção ou minimização de
complicações ou deficiências associadas a uma doença já estabelecida.14
Rastreio
O rastreio consiste na realização de exames a indivíduos assintomáticos de modo
a identificar aqueles com elevada probabilidade de terem uma doença e que
beneficiariam de mais exames e tratamento.14
Para isso, devem-se realizar estudos
randomizados com qualidade que demonstrem o benefício no outcome dos doentes.17
O
rastreio tem como objetivo detetar lesões precursoras, detetar a doença numa fase
precoce ou detetar marcadores de risco de desenvolver a doença.17
Uma premissa chave
do rastreio é a disponibilidade do doente em realizar mais exames e o tratamento.6 Não
menos importante, é a noção que um rastreio tem riscos, por isso é necessário pesar as
vantagens e as desvantagens.18
Quanto aos rastreios oncológicos, a eficácia é medida pela redução da
mortalidade em geral e pelo cancro, porque não é possível saber quantos cancros
detetados pelo rastreio se manifestariam clinicamente.16
Existem dois tipos de rastreios:
os organizados e os oportunísticos. Os organizados são menos iatrogénicos, mais
10
económicos, permitem uma monitorização e avaliação da qualidade de todo o processo
e dos resultados.3,17,19
Para se implementar um rastreio organizado são necessárias determinadas
condições. A doença deve ter um impacto na saúde importante, ou seja, uma elevada
prevalência, para justificar os custos. A história natural dessa doença deve ser
devidamente compreendida e ter um longo período assintomático.14,17,20
O exame deve
ser preciso (elevada sensibilidade, especificidade, elevado valor preditivo positivo e
negativo), simples, seguro, económico e com reprodutibilidade e fiabilidade. Deve ser
aceitável para a população e aceite pela comunidade científica.14,17,20
Em relação ao
tratamento, este deve ser comprovadamente mais eficaz na fase inicial da doença, com
adequada acessibilidade e disponibilidade.14,17,20
Por fim, ao implementar um programa
de rastreio, é necessário definir uma população-alvo, a frequência e um algoritmo de
seguimento. Para além disso, é preciso haver capacidade orçamental para executar o
rastreio, e garantir a formação dos profissionais e a educação da população.10,14,17,20
Por sua vez, o rastreio oportunístico consiste na deteção de doenças melhor
controladas se diagnosticadas numa fase inicial,14
sendo realizados em doentes que
recorreram ao médico por razões não relacionadas com a doença a rastrear17
e sem uma
periodicidade de rastreio definida.21
Outra forma de rastreio possível é o rastreio seletivo que se destina apenas a um
segmento da população com risco aumentado, reduzindo os recursos e os efeitos
adversos. Porém, para a maioria dos cancros, os modelos de predição do risco
atualmente conhecidos não são suficientemente eficazes.11
11
RESULTADOS
COLO DO ÚTERO
No mundo inteiro, o CCU é o terceiro cancro mais incidente nas mulheres.2 No
entanto, os dados demonstram que tem uma baixa mortalidade.22
Nos países
desenvolvidos, o impacto deste cancro é menor que nos em desenvolvimento.2,16
Apesar de existirem outros fatores de risco, o Vírus do Papiloma Humano (HPV)
é encontrado em aproximadamente 100% dos CCU, não sendo o contrário verdade,23
ou
seja o CCU é uma complicação rara de uma infeção sexualmente transmitida comum.18
A maioria destas infeções desaparece sem dar sintomatologia. Quando persiste, demora
em média 24 meses para originar uma lesão pré-cancerosa e 8 a 12 anos até ao cancro
cervical invasivo.24,25
Cerca de 70% dos CCU são da responsabilidade dos serotipos 16
e 18 do HPV.26
Existe uma forma eficaz de prevenção primária deste cancro: a vacina.20
Esta
protege contra os principais serotipos de HPV de alto risco (16 e 18).27
Contudo não
exclui a necessidade de rastrear,27
porque nem todas as mulheres foram vacinadas e
outras estirpes do vírus também podem originar CCU.2,18
Quanto à prevenção
secundária, pode-se realizar o rastreio.28
Os métodos de rastreio são abordados no
Quadro II.
Em 2007, estima-se que 32 milhões de mulheres foram rastreadas na UE. Em
Portugal, em 2006, foram rastreadas 100.000 mulheres pelo programa de rastreio, mais
307.000 citologias oportunísticas.10
Só que, ao contrário dos casos do cancro da mama e
do CCR, não existem estudos randomizados controlados que provem a eficácia do
rastreio do CCU. Contudo a análise do impacto do rastreio demonstra redução na
12
mortalidade e da incidência de carcinoma invasivo.11
Porém, não há consenso sobre o
teste a utilizar, a idade de início e fim do rastreio, nem sobre a periodicidade.20
Em ambos os métodos de citologia a redução da mortalidade é semelhante.27
Para além disso, não há provas que a associação da CML ao teste de HPV reduza a
mortalidade.21
Existe quem recomende o início do rastreio segundo a coitarca mas muitas vezes
é difícil obter histórias sexuais precisas.29
O rastreio antes dos 25 anos não demonstrou
reduzir a mortalidade, sendo provavelmente maiores os malefícios que os
benefícios.13,27
Pensa-se que é possível cessar o rastreio entre os 50 e os 65 anos se o
resultado das três últimas citologias for normal, apesar de ainda não existir evidência
suficiente, sendo que em mulheres mais velhas é difícil obter citologias de boa
qualidade.13,26
Quanto à frequência, segundo o estudo de Sasleni, existe vantagens, em termos
de proteção, em rastrear a cada três anos entre os 25 e os 49 anos e a cada cinco anos
entre os 50 e os 64 anos.13
A redução do intervalo de rastreio de três anos para um ano
não se traduz em melhores resultados.29
Nos países em desenvolvimento, devido à escassez de recursos, tenta-se
improvisar o rastreio através da inspeção visual com ácido acético ou com Lugol
iodado.18
Decorrem neste momento estudos que avaliam a viabilidade da
implementação desses programas de rastreio.30
Portugal e Resto da Europa
O Código Europeu contra o Cancro (CEC) aconselha o rastreio do CCU por
citologia cervical em mulheres a partir dos 25 até aos 60 anos, a cada três a cinco
anos.16
Segundo as recomendações do Conselho da UE (CUE), deve-se realizar o
13
Papanicolaou para rastrear lesões percussoras, começando não antes dos 20 anos nem
depois dos 30.31
Segundo o PNPCDO, recomenda-se o rastreio através da citologia cervico-
vaginal, começando entre os 20 e os 30 anos, prolongando-se até aos 60 anos.3,8
Em
Portugal, ainda nem toda a população está coberta, nem o rastreio é igual em todas as
regiões, realizando-se através de CML no Alentejo e por citologia convencional na
região Centro.12
Segundo a ARS Norte, as mulheres entre os 25 e os 60 anos devem ser
rastreadas por CML, a cada cinco anos, após dois exames anuais negativos,20
sendo que
o teste do HPV pode ser usado, como teste de rastreio, após os 30 anos de idade ou,
como complemento da citologia, em qualquer idade.9
Segundo o Núcleo de Atividades Preventivas (NAP) da APMCG, recomenda-se
o rastreio por citologia cervical em mulheres, após a coitarca (dois ou três anos após).
Afirmam não haver evidência para se estabelecer uma idade limite até à qual se deve
rastrear, porém só deve cessar após três resultados consecutivos negativos nas citologias
dos últimos dez anos. O teste do HPV e a CML podem vir a ser recomendados mas
ainda não há evidência.32
Em Espanha, o rastreio é feito oportunisticamente às mulheres entre os 25 e os
65 anos. O método indicado é o Papanicolaou e, após 2 citologias anuais consecutivas
negativas, é feito a cada três a cinco anos.1,33
Em Inglaterra, o rastreio do NHS inicia-se
aos 25 anos, sendo a frequência da CML de três anos até aos 49 anos e, entre os 50 e os
64, a cada cinco anos.13,23
Na Suécia, o rastreio abrange as mulheres dos 23 aos 60 anos,
estando a ser implementados os métodos da CML e do teste do HPV.23
14
América do Norte e Brasil
A ACS recomenda o início do rastreio três anos após a coitarca, mas não depois
dos 21 anos, sendo que, até aos 30 anos, recomenda o rastreio anual por citologia
convencional ou bienal por CML. Após os 30, recomenda entre citologia convencional
ou CML, ou então através do teste do HPV associado à citologia convencional ou CML,
a cada dois a três anos. O rastreio deve cessar aos 70 anos, caso não haja resultados
anormais nos últimos dez anos e se os três últimos forem normais.34
A USPSTF
recomenda vivamente o rastreio em mulheres após a coitarca, começando três anos após
a coitarca ou aos 21, o que ocorrer primeiro. Para além disso recomenda contra o
rastreio após os 65 anos se três últimos resultados forem normais. Afirma ainda não
haver evidência suficiente para recomendar o teste de HPV ou a CML.29
No Canadá, existem programas de rastreio provinciais. Estes destinam-se às
mulheres entre os 18 e os 69 anos, ou dos 20 aos 69 anos, ou não tem limite superior, ou
é condicionada pelo atividade sexual. Na maioria rastreia-se a cada dois anos após três
resultados anuais normais, contudo nalguns é bienal ou anual, ou ocorre a cada três anos
após dois resultados anuais normais ou ainda a cada dois ou três anos, após três
resultados normais. O método mais usado é a citologia convencional, porém alguns
programas recorrem à CML ou a ambos os métodos. Nalgumas províncias utiliza-se o
teste do HPV em mulheres com resultados anormais.25
No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) recomenda o rastreio por
citologia a cada três anos, após dois exames anuais negativos, começando aos 25 anos,
nas mulheres com coitarca e estendendo-se até aos 64 anos. Será interrompido após essa
idade se existirem dois exames negativos consecutivos dos últimos cinco anos.7
15
Coreia do Sul, Japão e Oceânia
Na Coreia do Sul, o rastreio destina-se às mulheres com 30 ou mais anos,
utilizando-se uma citologia convencional, a cada dois anos.35
As guidelines japonesas
recomendam o uso da citologia convencional e da CML para o rastreio, porém
recomendam a não utilização do teste de HPV sozinho ou combinado com a citologia
como método de rastreio por insuficiência de evidência. O programa de rastreio japonês
abrange mulheres com 20 ou mais anos, a cada dois anos, sendo o método utilizado o de
citologia convencional.27
O RACGP recomenda o rastreio através de citologia cervical convencional, a
cada dois anos. Deve começar aos 18-20 anos ou dois anos após a coitarca, o que for
mais tardio, e deve cessar aos 70 anos, se tiver dois resultados normais nos últimos
cinco anos. Não recomenda o uso do teste de HPV e considera que a CML só deve ser
utilizada como teste adicional, em casos selecionados.14
Na Austrália, o programa de
rastreio utiliza a citologia cervical, a cada dois anos, começando aos 18-20 anos, ou um
ou dois anos após a coitarca, e prolonga-se até aos 70 anos, se tiver duas citologias com
resultados normais nos cinco anos prévios.28
Na Nova Zelândia, as mulheres após a coitarca, entre os 20 e os 69 anos, são
convidadas a realizar citologia cervical a cada 3 anos, exceto no primeiro rastreio ou se
decorrerem mais de cinco anos do último rastreio, em que deve ser anual. O teste de
HPV não é realizado no rastreio por não haver evidência suficiente.26
Conclusão
A vacina profilática contra o HPV poderá ser o modo mais eficaz de prevenir o
CCU e, combinada com o rastreio, podem diminuir significativamente uma ameaça
universal à saúde da Mulher.16,28
No futuro, devido à vacinação, é provável que o
16
rastreio do CCU necessite de ser ajustado.25,28
Para além disso, novos métodos como a
citologia assistida por computador e a deteção de marcadores moleculares podem vir a
desempenhar um papel no rastreio deste cancro.24
CÓLON e RETO
Em termos mundiais, o CCR está entre os 3 cancros com maior incidência, tanto
no homem como na mulher.2 A maioria advém de uma lesão pré-maligna, pólipo
adenomatoso,36
que é comum após os 50 anos, porém a maioria destes não se
desenvolverá em adenocarcinomas.37
Neste cancro, existem fatores de risco modificáveis como tabaco, álcool e dieta.2
Para além disso, o CCR é um ótimo caso para a implementação do rastreio pela
existência de uma lesão pré-maligna definida e pela favorável taxa de sobrevivência no
estadio precoce.16
Há duas categorias de exames de rastreio: os que detetam cancro precocemente
(Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes por guaiaco (PSOFg), Pesquisa de Sangue Oculto
nas Fezes por testes imunoquímicos (PSOFiq) e testes de ADN nas fezes (tADNf)) e os
que detetam lesões pré-malignas e cancro (Sigmoidoscopia Flexível (SgF),
colonoscopia, Enema Baritado de Duplo Contraste (EBDC) e Colonografia por
Tomografia Compoturizada (CgTC)).34,38
A opinião do médico assistente influencia o
método de rastreio escolhido e, idealmente, o objetivo do rastreio deve ser a deteção de
lesões pré-malignas.36,38
Os testes de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF) têm as vantagens de
poderem ser executados nos Cuidados de Saúde Primários e de apresentarem riscos
negligenciáveis.20,36,39
Porém, têm fraca sensibilidade e especificidade,36,40
e caso o
17
resultado seja positivo, necessitam de investigação por colonoscopia.41
A PSOFg reage
com o heme,42
sendo que a sua sensibilidade e especificidade variam consoante as
diferentes marcas.29
Como teste, a PSOFg tem uma sensibilidade reduzida, mas, num
programa de rastreio, é suficientemente sensível37
e economicamente adequada.20
A sua
desvantagem é ser condicionada pela alimentação e medicação.43
A PSOFiq utiliza
anticorpos para a globulina humana.37,42
As suas vantagens são ser específico para
sangue da parte distal do intestino, não necessitar de restrição dietética ou
medicamentosa e, aparentemente, ter uma maior sensibilidade.42,43
O tADNf deteta mutações, instabilidade de microssatélites e a integridade do
ADN,37
e parece ter uma boa sensibilidade e uma aceitável especificidade.11
Todavia é
mais dispendioso, os marcadores identificam a maioria mas não a totalidade dos
cancros38
e necessitam da recolha da totalidade das fezes, o que não é muito bem
aceite.6
A SgF visualiza a metade esquerda do cólon,37
tendo elevada sensibilidade e
especificidade para lesões aí localizadas.36
A combinação com a PSOF provavelmente
aumenta a taxa de deteção, necessitando de mais meios.36
A colonoscopia permite a
visualização direta da mucosa, a realização de biópsias e polipectomia.37
É o método
mais específico e sensível16,29
e o melhor para detetar adenomas e carcinomas, mas, por
outro lado, a adesão não é elevada, necessita de treino e material adequado, os custos
são superiores e tem alguns riscos.37,44
O EBDC pode ser realizado por técnicos mas
tem as desvantagens, de ser menos sensível e específico que a colonoscopia, se
permanecerem fezes no cólon,36
e de não permitir polipectomia, nem biopsia.45
Já a
CgTC é minimamente invasiva, examina todo o cólon, tem sensibilidade semelhante à
colonoscopia para neoplasias avançadas, não necessita de sedação, nem de tempo de
recuperação e o risco de perfuração é quase nulo. Contudo, há que realçar que é bastante
18
dispendioso, necessita de preparação intestinal prévia e não permite opções
terapêuticas.38,45,46
Em 2007, estima-se que 12 milhões de pessoas foram rastreadas, na União
Europeia, sendo que em mais de 90% foram por PSOF. Em 2006, em Portugal, foram
realizadas 130.000 PSOF.10
Apesar dos exames de rastreio para o CCR variarem em
termos de evidência que os suporta, relação custo/eficácia e aceitabilidade, todos eles,
se aplicados num programa de rastreio, têm potencial para reduzir significativamente a
mortalidade pelo CCR.37
Contudo, apenas os testes de PSOF demonstraram, em vários estudos
randomizados, reduzir a mortalidade por CCR (entre 15 a 33%), sem, no entanto,
reduzirem significativamente a mortalidade geral.39,44,47
Entre os dois testes de PSOF,
não há estudos comparativos que suportem a escolha de um deles.48
Também ainda não
existem dados do efeito do tADNf na mortalidade do CCR.11
A SgF parece reduzir a mortalidade por CCR, porém ainda não existem provas
que sozinha ou associada à PSOF seja mais benéfica que a PSOF.44
A colonoscopia é
recomendada, mesmo não havendo estudos randomizados que o suportem, devido à
evidência indireta.45
Quanto ao uso da CgTC como método de rastreio, ainda precisa de
ser melhor estudado.38
Portugal e Resto da Europa
O CEC aconselha o rastreio por PSOF bienal a partir dos 50 anos e considera a
SgF e a colonoscopia como métodos de rastreio alternativos ou complementares.16
Segundo as recomendações do CUE, deve-se rastrear a população entre os 50 e os
74anos através de PSOF.31
19
Em Portugal ainda não existe um programa de rastreio organizado.12
Contudo, o
PNPCDO recomenda o rastreio por PSOF dos 50 aos 74 anos, anualmente ou a cada
dois anos, sendo os casos positivos investigados com colonoscopia.3,48
O NAP da
APMCG recomenda o rastreio através de um teste de PSOF, a partir dos 50 anos,
anualmente ou a cada dois anos. Em alternativa à PSOF, recomenda a colonoscopia a
cada dez anos, ou a SgF, a CgTC ou o EBDC a cada cinco anos, apesar de não existir
evidência a favor ou contra. Quando a esperança de vida é menor que dez anos, o NAP
da APMCG não recomenda o rastreio.48
O programa de rastreio espanhol do CCR abrange a população dos 50 aos 69,
sendo realizado bienalmente por PSOFg, estando prevista a mudança para PSOFiq.1,33
Em Inglaterra, o rastreio implementado pelo National Health Service (NHS) destina-se
a pessoas a partir dos 60 anos que tenham intestino funcionante, sendo feito
bienalmente por PSOF, até aos 74 anos. Após essa idade, a pessoa pode-se auto propor
para continuar a ser rastreada.41,49
No programa de rastreio polaco, a colonoscopia é o
exame usado, já no italiano, para além da PSOF, realiza-se uma única SgF, entre os 58 e
os 60 anos. Na Bulgária, o programa de rastreio por PSOF começa aos 31 anos, a idade
mais precoce na EU.10
América do Norte
Segundo a ACS, o doente deve escolher um teste com base nos benefícios e
riscos. O rastreio deve iniciar-se aos 50 anos e deve ser anual (PSOFg ou PSOFiq), a
cada cinco anos (SgF, EBDC ou CgTC) ou a cada dez anos (colonoscopia). Para o
tADNf não há um intervalo definido. Existe ainda a opção de rastrear por PSOF anual
mais SgF a cada cinco anos.34
20
A USPSTF recomenda o rastreio através da PSOF, da SgF ou da colonoscopia
entre os 50 e os 75 anos. Para além disso, recomenda contra o rastreio após os 75 anos,
podendo haver fatores que suportem a continuação até aos 85. Finalmente, refere não
haver evidência suficiente sobre a CgTC ou o tADNf como métodos de rastreio.29
A CTFPHC recomenda o rastreio através de PSOF, anualmente ou bienalmente,
ou através de SgF (com menor evidência), a partir dos 50 anos. Contudo, não há
evidência sobre qual se deve utilizar ou sobre a inclusão ou exclusão da colonoscopia.39
De acordo com as recomendações nacionais, todos os programas provinciais de rastreio
no Canadá adotaram a PSOF da população entre os 50 e os 74 anos, sendo alguns
optaram pela PSOFg e outros pela PSOFiq.50
Coreia do Sul, Japão e Oceânia
Na Coreia do Sul, recomenda-se o rastreio por PSOF anualmente, em pessoas
com mais de 50 anos51
e os casos positivos são investigados por colonoscopia ou
EBDC.35
No Japão, o programa de rastreio por PSOFiq é realizado a partir dos 40 anos,
sendo os casos positivos investigados por colonoscopia ou a combinação de SgF com
EBDC.47
Segundo o Asia Pacific Working Group on Colorectal Cancer, o rastreio deve-se
iniciar aos 50 anos, através da PSOFg/PSOFiq anual ou bienal (mais indicados para
países com parcos recursos), ou SgF a cada cinco anos, ou colonoscopia a cada dez
anos. O EBDC e CgTC não são aconselhados.47
O RACGP recomenda o rastreio bienal através da PSOFg ou da PSOFiq dos 50
até aos 75 anos, sendo os casos positivos investigados por colonoscopia.14
Na Nova
Zelândia decorre um projeto piloto para decidir sobre a implementação de um programa
de rasteio.52
21
Conclusão
A implementação das normas de orientação clínica e o atingimento das metas
pretendidas, em termos de saúde pública, para o rastreio do CCR, dependem em grande
parte do papel dos cuidados de saúde primários,53
sendo a recomendação destes um
fator condicionante para a adesão da população ao rastreio. Por isto, a educação e o
treino dos médicos de família condiciona uma melhoria da eficácia do rastreio.45
MAMA
A nível mundial, o cancro da mama é o mais frequente nas mulheres (17% dos
cancros) e é a primeira causa de mortalidade por cancro no sexo feminino (23% das
mortes por cancro).2,20
A maioria dos casos é esporádica.54
Este cancro sofre uma
enorme influência hormonal e os principais fatores de risco estão associados a uma
maior exposição da glândula mamária aos estrogénios circulantes.1 Para as mulheres em
risco, a prevenção secundária, pode ser a melhor hipótese de intervir nesta neoplasia.55
Em 2007, estima-se que 12 milhões de mulheres foram rastreadas na UE. Já em
Portugal, executaram-se 140.000 mamografias pelo programa de rastreio, mais 310.000
oportunisticamente, em 2006.10
O principal alvo do rastreio por mamografia é a deteção
do carcinoma invasivo precoce, apesar de também ser possível detetar carcinomas in-
situ.11
O rastreio procura reduzir a mortalidade do carcinoma mamário, através de
tratamentos numa fase precoce com maior probabilidade de sucesso, melhores
resultados estéticos e menos agressivos.55,56
Do lado negativo constam as queixas
dolorosas durante o exame, o risco da radiação, as biópsias e cirurgias desnecessárias e
o stress psicológico associado.55,57
22
Em mamas radiograficamente densas, a combinação de mamografia e ecografia
mamária resulta numa maior sensibilidade, perdendo especificidade.58
A utilização de
duas incidências parece também aumentar a sensibilidade. Também nas mamas densas,
a mamografia digital é aparentemente mais sensível, igualmente específica,54
mas mais
dispendiosa que a forma tradicional.29
A dupla leitura também pode aumentar a eficácia
da mamografia.11
Para além disso, estuda-se a possibilidade de introduzir sistemas de
Deteção Assistida por Computador e a tomosíntese (uma série de radiografias num arco
de 30º).56
O Autoexame Mamário (AeM) origina um aumento das visitas ao médico por
lesões benignas.59
O Exame Clínico da Mama (ECM) consegue detetar
substancialmente os cancros, mas inclui o risco, apesar de pequeno, de falsos-
positivos.29
Entre os 50 aos 69 anos, a deteção precoce e o tratamento eficaz continuam a ser
a melhor opção disponível para reduzir a mortalidade pelo cancro.60
A IARC relatou
que o rastreio pode reduzir até 35% a mortalidade por cancro.56
Quanto ao rastreio na
casa dos 40 anos, o UK’s Age encontrou uma redução da mortalidade, não
estatisticamente significativa.56
Nessa idade, o rastreio tem menos benefício57
e mais
falsos positivos, sobrediagnósticos e biópsias mamárias desnecessárias.61
Após os 74
anos, provavelmente não compensa rastrear porque as repercussões do rastreio só
ocorrem alguns anos mais tarde, os cancros mais frequentes nesta idade (positivos para
recetor de estrogénios) são mais facilmente tratados e há uma maior probabilidade de
morte por outras causas.29
O rastreio mamográfico bienal, em vez de anual, pode reduzir os riscos da
mamografia em quase 50%.29
Não há estudos sobre a influência do tipo de mamografia
na redução da mortalidade, por isso, ambas são aceitáveis. Por outro lado, não há
23
evidência que o rastreio por ressonância magnética (RM), ECM ou AeM reduza a
mortalidade do cancro da mama.61
Portugal e Resto da Europa
O CEC aconselha os programas de rastreio por mamografia em mulheres a partir
dos 50 anos, a cada três anos.16
Entre os 40 e 49 anos não há certezas sobre como
proceder.16
Quanto ao AeM, o CEC recomenda contra o seu uso no rastreio.16
De
acordo com recomendações do CUE, deve-se realizar o rastreio mamográfico nas
mulheres entre os 50 e os 69 anos.31
Em Portugal, através do PNPCDO, criou-se um programa de rastreio
organizado, que ainda não cobre toda a população, através de mamografia com duas
incidências a cada dois anos nas mulheres dos 50 aos 69 anos, segundo as
recomendações do CUE. No entanto, existem variações propostas pelas ARS, sendo que
no Algarve a população-alvo é de mulheres dos 50 aos 67 anos, ao contrário do resto do
país onde o rastreio engloba as mulheres dos 45 aos 69 anos.3,8,12,20
Segundo o NAP da APMCG, é recomendado o rastreio mamográfico, a cada
dois anos, às mulheres entre os 50 e os 69 anos. O mesmo grupo recomenda a não
realização do AeM e considera a evidência insuficiente para recomendar a favor ou
contra o ECM. Entre os 40 e os 49, recomenda que se informe as mulheres da relação
benefício/risco, sendo a evidência insuficiente para recomendar a favor ou contra o
rastreio nesta idade. O mesmo se passa após os 70 anos mas, em casos específicos,
devido ao aumento da esperança de vida, pode-se colocar a hipótese de rastrear.62
O programa de rastreio espanhol abrange as mulheres entre os 50 e os 69, sendo
realizado bienalmente por mamografia, sendo que algumas regiões decidiram reduzir a
idade mínima para 45 anos,33
sendo aconselhada a não realização do AeM.1 Em
24
Inglaterra, o programa de rastreio do NHS destina-se às mulheres entre os 45 aos 74
anos. Em França o rastreio destina-se à população feminina entre 50 e 74 anos. O
rastreio à faixa etária mais reduzida da Europa ocorre na Estónia e em parte da
Finlândia (50 até aos 59 anos) e o mais alargado na Suécia (40 até aos 74 anos).56
América do Norte e Brasil
Segundo a ACS, recomenda-se o rastreio através do ECM, a cada três anos dos
20 aos 40, e depois anualmente, associado a mamografia anual a partir dos 40 anos e
ainda aconselhamento sobre os sintomas mamário a partir dos 20 anos. O AeM não é
recomendado mas, caso a mulher solicite, deve ser informada dos prós e contras e
ensinada a realiza-lo corretamente. É aconselhada a continuação do rastreio, se a mulher
tiver boa saúde e condições para realizar e beneficiar do tratamento.34
A USPSTF recomenda o rastreio através de mamografia bienal nas mulheres
entre os 50 e os 74 anos. O rastreio pode ser iniciado antes dos 50 anos, se o binómio
médico assistente-mulher assim o decidir. Afirma ainda não existir evidência suficiente
para recomendar o rastreio mamográfico após os 74 anos, nem evidência para
recomendar o ECM a partir dos 40 anos. O ensino do AeM não é recomendado e afirma
não haver evidência suficiente para recomendar a mamografia digital ou a RM em vez
da mamografia por película.29
A CTFPHC recomenda o rastreio por mamografia em mulheres entre os 50 e os
74 anos, a cada dois ou três anos. Contudo, não recomenda o rastreio por mamografia
entre os 40 e os 49 anos, nem o rastreio por RM, em qualquer idade, nem o rastreio
através do ECM, isoladamente ou associado à mamografia. Para além disso, recomenda
aos médicos não aconselharem a execução do AeM por rotina.61
No Canadá, há um
programa de rastreio organizado ao nível das províncias, para as mulheres dos 50 aos 69
25
anos através de mamografia com duas incidências, a cada dois anos.58
Porém algumas
províncias incluem as mulheres na casa dos 40 e após os 70 anos. Há ainda a referir que
numa minoria se realiza o ECM aquando da mamografia.60
O programa de rastreio do Brasil prevê a realização do ECM, anualmente, nas
mulheres com 40 ou mais anos, associado a mamografia de dois em dois anos para as
mulheres entre os 50 e os 69 anos.63
Coreia do Sul, Japão e Oceânia
Na Coreia do Sul, o programa da National Cancer Screening inclui o rastreio
mamográfico bienal em mulheres com 40 ou mais anos,51
associado ou não ao ECM.35
No Japão, implementou-se o rastreio das mulheres com 50 ou mais anos, por ECM
combinado com mamografia com uma incidência, a cada dois anos.27,58
O RACGP recomenda o rastreio entre os 50 e os 69 por mamografia,
bienalmente. Entre os 40 e os 49 anos, as mulheres devem ponderar os aspetos positivos
e negativos, antes de optarem por ser rastreadas. Antes dos 40 anos não é recomendado
o rastreio mamográfico. Após os 70 anos, em associação com o médico de família, deve
ser discutida a decisão de continuar ou não o rastreio, tendo em conta as comorbilidades
e a esperança de vida. Para além disso, a RACGP recomenda contra o ECM e o AeM,
aconselhando as mulheres a terem noção do estado normal das suas mamas.14
O programa nacional de rastreio neozelandês disponibiliza gratuitamente uma
mamografia a cada dois anos, às mulheres entre os 45 e os 69 anos. Para o futuro,
planeia-se a introdução da mamografia digital.64
26
Conclusão
A prevenção primária do carcinoma mamário tem sido limitada porque os
fatores de risco conhecidos não são facilmente (ou de todo) modificáveis.60
Todavia, em
mulheres entre os 50 e os 69, está provado que um programa de rastreio organizado,
com acesso a investigação e tratamento adequado subsequente, reduz a mortalidade.16,19
Para além disso, é importante instruir as mulheres para recorrer ao médico se repararem
em alterações nas mamas.59
No futuro, outras técnicas emergentes, atualmente a serem investigadas, podem
vir a ter utilidade no rastreio. Para além disso, este pode vir a estar dirigido a alterações
moleculares que ocorrem no início do processo de transformação maligna.58
PRÓSTATA
O cancro da próstata é o cancro mais comum (excluindo o da pele) nos países
desenvolvidos.2 Muitos homens morrem com cancro da próstata e não do cancro,
65 ou
seja, tem uma elevada incidência mas uma baixa mortalidade.66
Sabe-se, por estudos em
autópsias, que quase todos os homens com 80 anos terão, no mínimo, algumas células
cancerígenas na próstata.65,67
Este cancro possui um largo espectro desde tumores
indolentes até aos extremamente agressivos.65
A maioria é de crescimento lento e,
provavelmente, não serão sintomáticos até ao fim da vida.65,67
Os fatores de risco não são suscetíveis de serem prevenidos.2 Quanto ao rastreio,
tem-se verificado um aumento progressivo do rastreio oportunístico.68,69
Todavia, não
há evidência do seu benefício na redução da mortalidade.70
Argumenta-se que pode
detetar cancros em estádios mais precoces, suscetíveis de serem tratados com
intervenções localizadas, com intenção curativa.71
Os métodos propostos são o PSA
27
(antigénio específico prostático) e o exame digital retal (EDR).68
Para além desses, a
ecografia transrectal, a tomografia computorizada pélvica e a ressonância magnética
pélvica foram sugeridas, não tendo ainda sido estudadas com esse objetivo.6
A sensibilidade e especificidade do PSA variam com o valor de cut-off,68
sendo
que não há um valor definido.65
A sua principal desvantagem é estar elevado
maioritariamente em condições benignas como a hiperplasia benigna da próstata, a
prostatite, a ejaculação recente ou o trauma minor da próstata (EDR, cateterização ou
retenção urinária).6,69
Para além disso, cerca de 15% são falsos-negativos.65
Muitas
variantes do PSA foram propostas (Quadro III).29
Quanto ao EDR, só deteta o cancro
quando este já tem um tamanho considerável, sendo que, nessa altura, a maioria já se
disseminou e não é mais curável.11,72
O estudo PLCO não demonstrou uma redução da mortalidade com o rastreio por
PSA, havendo uma elevada taxa de sobrediagnósticos (60%).74
Segundo uma revisão da
Cochrane, não existe evidência a favor ou contra o rastreio oportunístico, seletivo ou de
base populacional em relação à redução da mortalidade,65
não sendo a qualidade de vida
dos doentes nem os custos abordados.70
Portugal e Resto da Europa
O CEC afirma não existir evidência para recomendar o rastreio por PSA.16
Em
Portugal, o rastreio não é incluído no PNPCDO, mas, segundo o NAP da APMCG, pode
ser efetuado, a nível individual, informando-se o doente dos benefícios e riscos. Seria
realizado entre os 50 e os 74 anos, por EDR e PSA, anualmente.75
Em Inglaterra não existe um programa de rastreio, mas o Prostate Cancer Risk
Management Programme recomenda que os homens com mais de 50 anos que o
desejem, possam ser rastreados por PSA, após lhes ser explicado as implicações disso.
28
Quanto aos restantes métodos, recomenda que não sejam usados.65
Em Espanha, o
ministério da saúde recomenda contra o rastreio, tanto a nível populacional como
individual, com qualquer método.1
América do Norte e Brasil
A ACS recomenda que os homens, a partir dos 50 anos, com, no mínimo, dez
anos de esperança de vida tomem uma decisão informada, sobre a realização do rastreio,
após serem aconselhados sobre as suas vantagens, desvantagens e incertezas. Este
realiza-se através de EDR e PSA, anualmente ou bienalmente, consoante o resultado.34
A American Urological Association recomenda sensivelmente o mesmo que a ACS.68
A
falta de evidência científica impossibilita a USPSTF de avaliar os prós e contras do
rastreio antes dos 75, mas, a partir dos 75 anos, recomenda contra o rastreio.29
As guidelines canadianas recomendam que o rastreio deve ser oferecido aos
homens 50 ou mais anos com dez ou mais anos de esperança de vida. O método
indicado é o EDR com PSA ou relação PSA livre/total anualmente, sendo recomendado
obter um valor base aos 40 anos. O rastreio deve ser descontinuado após os 75 anos.73
O INCA recomenda contra o rastreio, por falta de evidência científica, e
recomenda que, aos homens que solicitem o doseamento do PSA, sejam devidamente
explicadas as vantagens e desvantagens desse teste, de forma a tomarem uma decisão
informada.70
Japão e Oceânia
A Japanese Association of Urology recomenda o rastreio populacional para
homens com 50 ou mais anos. Contudo, as guidelines japonesas não recomendam o
rastreio populacional quer por PSA quer por EDR, por não existir evidência.68
29
O RACGP afirma que o rastreio organizado não é recomendado. Mas os
pacientes com menos de 75 anos e mais de dez anos de esperança de vida devem ser
informados das vantagens e desvantagens do rastreio e, caso optem, devem ser
rastreados por PSA mais EDR.14
O New Zealand Guidelines Group (NZGG) recomenda que um homem, antes de
decidir ser rastreado, deve avaliar os prós e contras do rastreio.69
Conclusão
Atualmente decorrem investigações sobre algumas variantes do PSA.
Adicionalmente, investigam-se outros marcadores urinários, serológicos e genéticos.65
Para além disso, um instrumento de previsão do prognóstico, com PSA e outras
condicionantes, pode vir a ser extremamente útil.69
Assim, devido à incerteza no rastreio do cancro da próstata e aos constantes
estudos, é especialmente necessário que os médicos dos centros de saúde se mantenham
informados em relação aos mais recentes avanços do conhecimento científico nesta
área.6
PULMÃO
No mundo, o cancro mais comum nos homens é o do pulmão,2 sendo a principal
causa de mortalidade relacionada com cancro.76
A sobrevida a longo prazo é reduzida.77
Mais de 90% das pessoas diagnosticadas morrerão dessa doença, em grande parte
porque, quando é detetado, já se encontra metastizado.78
Em Portugal a incidência do
cancro do pulmão estima-se em 41/100.000 homens e 11/100.000 mulheres.79
30
A grande maioria deve-se ao fumo do tabaco.16
Esta associação verifica-se, não
só nos fumadores ou ex-fumadores, mas também, nos não-fumadores por exposição
passiva.76
É necessário intervir na história natural, porém a forma de se atingir essa meta
ainda não é clara: se será pela cessação tabágica, pelo rastreio ou através de outros
programas de saúde preventivos.74
A importância do rastreio do cancro pulmonar deriva do impacto desta doença e
do facto de ser detetada num estadio avançado.74,80
O alvo do rastreio é a deteção de
carcinomas em fase precoce, ressecáveis.11
A hipótese de cura e sobrevida prolongada
só é possível com a resseção cirúrgica.81
As suas principais desvantagens são a elevada
morbi-mortalidade associada aos exames diagnósticos e às resseções cirúrgicas nos
falsos-positivos (sendo que a taxas de falsos-positivos é elevada) e, em menor escala, o
aumento da ansiedade.74,76
A tomografia computorizada de baixa dose (TCBD) é mais
sensível que a radiografia torácica, mas em contrapartida, está associada a mais falsos-
positivos, sobrediagnósticos, radiação e custos.29,77
Diversos estudos foram realizados
(Quadro IV).
Portugal
O CEC recomenda contra o rastreio por radiografia torácica e afirma não existir
evidência para recomendar o rastreio por TCBD.16
Em Portugal, o Alto Comissariado
para a Saúde e o PNPCDO, não recomendam o rastreio por radiografia do tórax e
citologia da expetoração e, quanto à TCBD, recomendam que os indivíduos de grupos
de risco, quando muito, participem em ensaios clínicos.79
31
América do Norte
O ACS não recomenda o rastreio do carcinoma pulmonar. Contudo, indivíduos
de alto risco que desejem, devem discutir com o médico os riscos e benefícios de serem
rastreados, caso haja infraestruturas eficazes no diagnóstico e no tratamento.34
A
USPSTF concluiu que a evidência é escassa para recomendar a favor ou contra o
rastreio por TCBD, radiografia torácica, citologia da expetoração ou com a combinação
destes testes.29
O CTFPHC conclui que a evidência científica sugere a não utilização da
radiografia torácica como método de rastreio e, à data, ainda não existia evidência
suficiente para suportar uma recomendação quanto à TCBD.81
Segundo Palda et al, o
American College of Chest Physician recomenda contra o uso de radiografia torácica,
TCBD ou citologia da expetoração no rastreio do cancro pulmonar.81
Segundo Jett et al,
pessoas entre os 55 e os 74 anos com história de hábitos tabágicos pesados, atual ou
recente, deviam ser rastreadas por TCBD, sendo previamente discutido os riscos,
limitações e benefícios do exame.82
Japão e Austrália
No Japão, implementou-se o rastreio por radiografia torácica e citologia da
expetoração, apenas na população que é atualmente fumadora.27
O RACGP não
recomenda o rastreio por radiografia torácica por não existir evidência de redução da
mortalidade; quanto ao rastreio por TCBD, não o recomenda por haver falta de
evidência do seu benefício e aguarda os resultados de estudos em fumadores.14
Conclusão
Indivíduos com risco elevado provavelmente beneficiam mais do rastreio. Por
isso, está a tentar-se desenvolver modelos de previsão de risco mais precisos que os
32
atuais.82
Para além disso, pensa-se, apesar de ser controverso, que para o mesmo
consumo tabágico, as mulheres têm maior risco de desenvolver cancro pulmonar, em
especial adenocarcinomas. Estes são melhor detetados por radiografia, TCBD ou ambos
que outras neoplasias. Desta forma, não havendo ainda estudos, fica a dúvida se o
rastreio em mulheres poderá ter maior eficácia.76
Para o futuro do rastreio do cancro do pulmão, as novas tecnologias podem
trazer novidades, estando a ser investigados alvos na expetoração, nos fluídos
brônquicos e no ar expirado. A questão será se serão adequados para a aplicação
clínica.76-78
OUTROS
Estômago
A importância do rastreio do cancro gástrico deriva da sua elevada incidência e
mortalidade.80
A taxa de mortalidade ajustada para a idade na região Norte de Portugal é
de 29,3/100.000 homens e de 13,3/100.000 mulheres,4 já no Japão, é de 34,5/100.000
homens e de 13,2/100.000 mulheres, sendo, aí, a principal causa de morte por cancro.83
Há uma elevada associação ao Helicobacter pylori2 e à dieta.
1 A evidência é
inconclusiva em relação ao benefício do rastreio mas quando a mortalidade é elevada, o
benefício pode superar os riscos.51
Existem quatro métodos propostos (Quadro V): a
fotofluorografia gástrica, a gastroscopia, o teste serológico do pepsinogénio e o teste do
antigénio do H.pylori (que atua por prevenção primária).83
33
Oral
Os dois métodos mais investigados para o rastreio do cancro oral são a inspeção
direta e a palpação da cavidade oral (Quadro VI), porém há pouca informação sobre a
sua sensibilidade ou especificidade.29
Um estudo observou redução da mortalidade
numa população com risco elevado, todavia os resultados não podem ser extrapolados
para o rastreio populacional.11
A RACGP recomenda a educação bienal sobre a
prevenção do cancro oral.14
Ovário
O cancro do ovário tem uma baixa incidência, mas, por outro lado, é o cancro
ginecológico mais letal,34
matando metade das mulheres diagnosticadas.78
Isto devido
aos sintomas pouco específicos, que só se manifestam num estadio avançado. O rastreio
poderá melhorar o prognóstico.84
Porém, não há evidência de que reduza a
mortalidade,29
(Quadro VII) nem que resulte no diagnóstico num estadio mais
precoce.84
Para além disso, os testes de rastreio parecem ter uma baixa sensibilidade e
muitos falsos-positivos.11
Muitos casos de carcinoma não causam um aumento
significativo do CA-125 e patologias ováricas benignas podem desencadear aumentos
desse marcador.34
Para o futuro, encontram-se em investigação novas formas de rastreio.34
Assim,
não havendo um rastreio eficaz, é necessário os médicos estarem atentos a sinais e
sintomas precoces que sejam anormais em relação à saúde base da mulher e durem mais
de três semanas.78
34
Pele
A pele é o local mais comum de cancro nos humanos. Existem três tipos de
cancro da pele: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. A
grande maioria é dos dois primeiros, que têm uma mortalidade limitada mas uma
morbilidade significativa.85
A sobrevivência do melanoma é boa se detetado numa fase
inicial.11
O rastreio pode identificar cancros em fase inicial ou lesões pré-malignas.11
A
evidência sobre o rastreio do cancro da pele é escassa86
mas pensa-se que pode levar ao
sobrediagnóstico.87
Não existem estudos que demonstrem a redução da mortalidade.87
O
RACGP recomenda a educação da população sobre este cancro e a sua prevenção, em
vez do rastreio (Quadro VIII).14
Testículo
Os estudos revelam que o cancro testicular pode ocorrer em qualquer idade,
sendo mais comum antes dos 40 anos.88
Tem baixa incidência e tem bom prognóstico,
porque os tratamentos são muito eficazes, mesmo após a apresentação clínica.16,29
A
USPSTF considera mais importante uma avaliação correta dos sinais e sintomas de
cancro testicular e uma investigação diagnóstica adequada do que o rastreio (Quadro
IX).29
35
CONCLUSÕES
A prevenção e o controlo das doenças oncológicas requerem uma abordagem
multidisciplinar complexa, desde a prevenção primária, passando pelo rastreio e
diagnóstico, até ao tratamento, reabilitação e cuidados paliativos.12
A examinação sistemática e regular de indivíduos assintomáticos, de uma idade
apropriada, com testes baseados na evidência, seguidos de tratamento adequado, tem o
potencial para prevenir muitas mortes, reduzindo o impacto do cancro na sociedade.10
As políticas de rastreio diferem marcadamente entre os países, especialmente entre os
industrializados e os em desenvolvimento.30
Assim, como resposta a inúmeros fatores
influenciadores, existem diferenças em termos de organização, método de rastreio,
idade da população-alvo para o rastreio e seguimento dos casos com resultados
anormais no rastreio.19
Existem três cancros, sobre os quais, a comunidade científica é unânime em
considerar benéfica a implementação de programas de rastreios. São eles, o CCU, o
cancro da mama e o CCR, tendo sido demonstradas diminuições de 80%, 30% e 20%
nas taxas de mortalidade, respetivamente.3 O Plano Nacional de Saúde definiu como
meta para 2010 rastrear 60% da população-alvo, sendo isto válido para estes três
cancros.22
Os médicos dos centros de saúde são a chave para o sucesso na “guerra” contra o
cancro. Eles devem incentivar a adesão aos programas de rastreios. O facto de a
generalidade da população considerar o rastreio, uma boa ideia, acrescenta
responsabilidade a estes médicos, que devem aconselhar devidamente os seus doentes
sobre os benefícios e os riscos de ser rastreado. No que toca ao rastreio de certos
cancros, as normas de orientação clínica não obtêm uma conclusão definitiva e, nesses
36
casos, cabe ao médico discutir com o doente a realização ou não do rastreio. Por causa
dessa necessidade, quanto melhor a relação médico-doente, maior é a probabilidade de o
doente tomar uma decisão informada.6 Para além disso, os médicos assistentes devem
aconselhar a modificação de fatores de risco e informar sobre sinais e sintomas
associados a cancro.34
Apesar de os marcadores tumorais séricos não serem, atualmente, apropriados
como método de rastreio, uma percentagem significativa dos médicos nos cuidados de
saúde primários, não segue as recomendações existentes e pede, desnecessariamente, o
doseamento de marcadores tumorais para rastrear a população assintomática.89
Por isso,
é necessário que os médicos dos centros de saúde se mantenham informados em relação
ao conhecimento científico sobre rastreios oncológicos e aos seus mais recentes
avanços.6
Apesar de as doenças oncológicas continuarem a ser um grave problema de
saúde pública, verifica-se que nalguns tipos de cancro tem ocorrido uma mudança nas
taxas de incidência e de mortalidade, o que sugere que as políticas de prevenção
primária e secundária (incluindo o rastreio) e a melhoria nos tratamentos estão no bom
caminho.1
37
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referral and reducing ethnic disparities. [Internet]. 2009 [cited 2011 Oct 22]. Available from:
http://www.nzgg.org.nz
89. Vittoraki A, Alexiou G, Karakatsanis A, Mauri D, Xilomenos A, Zacharias G et al. Tumour
marker prescriptions for cancer screening in the Hellenic primary care. Eur J Cancer Care. 2007;
16: 86-89.
43
ANEXOS
QUADROS
QUADRO I – Pesquisas realizadas na Medline
Pesquisa n.º1 Pesquisa n.º2
(("early detection of cancer"[MeSH Terms] OR ("early"[All Fields] AND "detection"[All Fields] AND "cancer"[All Fields]) OR "early detection of cancer"[All Fields] OR ("cancer"[All Fields] AND "screening"[All Fields]) OR "cancer screening"[All Fields]) AND ("guideline"[Publication Type] OR "guidelines as topic"[MeSH Terms] OR "guidelines"[All Fields]) AND ("primary health care"[MeSH Terms] OR ("primary"[All Fields] AND "health"[All Fields] AND "care"[All Fields]) OR "primary health care"[All Fields])) AND ("humans"[MeSH Terms] AND (English[lang] OR Portuguese[lang]) AND "2006/11/10"[PDat] : "2011/11/08"[PDat])
(("breast"[MeSH Terms] OR "breast"[All Fields]) AND Cervical[All Fields] AND Colorectal[All Fields] AND ("lung neoplasms"[MeSH Terms] OR ("lung"[All Fields] AND "neoplasms"[All Fields]) OR "lung neoplasms"[All Fields] OR ("lung"[All Fields] AND "cancer"[All Fields]) OR "lung cancer"[All Fields]) AND ("diagnosis"[Subheading] OR "diagnosis"[All Fields] OR "screening"[All Fields] OR "mass screening"[MeSH Terms] OR ("mass"[All Fields] AND "screening"[All Fields]) OR "mass screening"[All Fields] OR "screening"[All Fields] OR "early detection of cancer"[MeSH Terms] OR ("early"[All Fields] AND "detection"[All Fields] AND "cancer"[All Fields]) OR "early detection of cancer"[All Fields])) AND ("humans"[MeSH Terms] AND (English[lang] OR Portuguese[lang]) AND "2006/11/10"[PDat] : "2011/11/08"[PDat])
QUADRO II – Métodos de Rastreio do Cancro do Colo do Útero
Exame Características Vantagens/ Desvantagens
Citologia Cervical:
Análise de células
colhidas do colo do
útero24
Identifica carcinomas invasivos e lesões
precursoras.24
- Citologia
Convencional ou
Papanicolaou
Análise das células num
esfregaço18
Tem sensibilidade e especificidade
semelhante à CML.27
- Citologia em
Meio Líquido
(CML)
Colocação das células
num meio líquido18
Há quem considere mais sensível para
lesões de alto grau, mais dispendiosa e
menos específica.13,24, 29
Reduz as
colheitas inadequadas e permite a
execução de testes moleculares
adicionais, como o teste do HPV.13,24,27
Teste do HPV
Ensaio de hibridização
do ADN do vírus
HPV27
Pode ter mais sensibilidade que a
citologia mas menos especificidade.13,24
A utilização associada à CML melhora a
sensibilidade mas aumenta os custos.21
QUADRO III – Efeito das variantes do PSA no rastreio do Cancro da Próstata
Exame Efeito
Valores de PSA ajustados à idade Aumenta a sensibilidade nos mais novos.
73 Aumenta a
especificidade nos mais velhos.73
PSA ligado a proteínas Está mais associado ao cancro que o PSA livre.65,73
Ratio PSA livre / PSA total Valores baixos estão mais associados a cancro.65,73
Pró-PSA É uma isoforma do PSA livre mais ligada ao
carcinoma.72
Densidade de PSA Valores elevados são mais sugestivos de
malignidade.65
Velocidade de PSA Valores elevados são a favor de cancro.65
Tempo até os valores de PSA
duplicarem Tempo reduzido remeta mais para neoplasia.
65
QUADRO IV – Estudos randomizados sobre o rastreio do Cancro do Pulmão
Método Resultados
Radiografia Torácica com ou
sem Citologia da Expetoração
Deteta de cancros em estádios mais precoces e aumento da
sobrebrevida a cinco anos.81
Não reduziu a mortalidade.11
TCBD (National Lung
Screening Trial)
Reduziu significativamente a mortalidade por cancro do
pulmão (20%) e reduziu a mortalidade geral. Contudo, o
estudo considera que os achados não são suficientes para
sustentarem isoladamente o rastreio.77
TCBD (I-ELCAP) Consegue detetar mais tumores e neoplasias em estadio
mais precoce, porém não reduziu a mortalidade.79
Tomografia por Emissão de
Positrões
Não demonstrou benefício na mortalidade mas ainda são
necessários mais estudos sobre o seu uso como
complemento da TCBD.78
QUADRO V – Recomendações sobre o rastreio do Cancro do Estômago
Exame Associação Recomendação
Fotofluorografia
Gástrica
CEC Não há evidência para recomendar o
rastreio16
Guidelines Japonesas Recomendam o rastreio populacional e
oportunístico a partir dos 40 anos83
Programa de rastreio
sul-coreano
Recomenda o rastreio a partir dos 40
anos (em alternativa por
gastroscopia)35,51
Gastroscopia
CEC Não há evidência para recomendar o
rastreio16
Guidelines Japonesas Não é recomendado por falta de
evidência83
Programa de rastreio
sul-coreano
Recomenda o rastreio a partir dos 40
anos (em alternativa por
fotofluorografia)35,51
Teste Serológico do
Pepsinogénio
CEC Não há evidência para recomendar o
rastreio16
Guidelines Japonesas Não é recomendado por falta de
evidência83
Teste do Antigénio do
Helicobacter pylori
CEC Não há evidência para recomendar o
rastreio16
Guidelines Japonesas Não é recomendado por falta de
evidência83
QUADRO VI – Recomendações sobre o rastreio do Cancro Oral
Exame Associação Recomendação
Inspeção Visual da
Cavidade Oral
CEC Não há evidência para recomendar o rastreio16
USPSTF Não há evidência para recomendar o rastreio29
RACGP Não há evidência para recomendar o rastreio14
Palapação da
Cavidade Oral
CEC Não há evidência para recomendar o rastreio16
USPSTF Não há evidência para recomendar o rastreio29
RACGP Não há evidência para recomendar o rastreio14
QUADRO VII – Recomendações sobre o rastreio do Cancro do Ovário
Exame Associação Recomendação
CA-125
CEC Não há evidência para o recomendar16
ACS Não há evidência para o recomendar34
USPSTF Recomenda contra o rastreio29
RACGP Não recomenda o seu uso como método de
rastreio14
Ecografia
CEC Não há evidência para o recomendar16
ACS Não há evidência para o recomendar34
USPSTF Recomenda contra o rastreio29
RACGP Não há evidência que suporte o seu uso14
Exame Pélvico
ACS Não há evidência para o recomendar34
USPSTF Recomenda contra o rastreio29
RACGP Não há evidência que suporte o seu uso14
QUADRO VIII – Recomendações sobre o rastreio do Cancro da Pele
Exame Associação Recomendação
Examinação de Nevos
(Melanoma) CEC
Não há evidência para o recomendar para o
rastreio do melanoma16
Exame da Pele do
Corpo Inteiro
USPSTF Falta evidência sobre as vantagens e
desvantagens29
Cancer Care
Ontario
Não o recomenda como rastreio por falta de
evidência86
RACGP Não recomenda o seu uso por falta de
evidência da redução da mortalidade14
NZGG
+
Australian
Cancer Network
(Melanoma)
Falta evidência para se poder recomendar o
seu uso no rastreio do melanoma87
Autoexame da Pele
USPSTF Falta evidência sobre as vantagens e
desvantagens29
Cancer Care
Ontario
Não recomenda o aconselhamento sobre o
autoexame da pele por falta de evidência86
RACGP Não recomenda o seu uso por falta de
evidência da redução da mortalidade14
QUADRO IX – Recomendações sobre o rastreio do Cancro do Testículo
Exame Associação Recomendação
Autoexame do
Testículo
CEC Recomenda contra o rastreio pela eficácia dos
tratamentos16
USPSTF Recomenda contra o rastreio por haver pouca
evidência sobre o método e pela incidência e
prognóstico do cancro29
RACGP A evidência é insuficiente para o recomendar14
Exame Clínico do
Testículo
USPSTF Recomenda contra o rastreio por haver pouca
evidência sobre o método e pela incidência e
prognóstico do cancro29
RACGP A evidência é insuficiente para recomendar14
Rev Port Clin Geral 2011;27:321
321rpcg
In ves ti ga ção ori gi nal: Ar ti gos de in ves ti ga ção no âm -bi to da me di ci na ge ral e fa mi liar ou dos cui da dos desaú de pri má rios. Não de ve rão ul tra pas sar as 8.000 pa -la vras, sen do ad mi ti do o nú me ro de dez ilus tra ções(qua dros ou fi gu ras).Re la to de caso: Tex tos des cri ti vos de ca sos clí ni cos quesir vam para me lho rar a to ma da de de ci são da in ves ti ga -ção di ag nós ti ca ou te ra pêu ti ca, de as pec tos re la ci o na doscom a edu ca ção ou com as po li ti cas de saú de. Não de -ve rão ul tra pas sar as 6.000 pa la vras, sen do ad mi ti do o nú -me ro má xi mo de oito ilus tra ções (qua dros ou fi gu ras).Re vi são: Es tu dos de re vi são bi bli o grá fi ca ou tra ba lhosde sín te se ou ac tu a li za ção clí ni cas, que pos sam cons -ti tu ir ins tru men tos au xi li a res de ac tu a li za ção e de aper -fei ço a men to da prá ti ca clí ni ca. Não de ve rão ul tra pas -sar as 8.000 pa la vras, sen do ad mi ti do o nú me ro má xi -mo de dez ilus tra ções (qua dros ou fi gu ras).Prá ti ca: Re la tó rios de me lho ria de qua li da de ou tra ba -lhos des cri ti vos de ex pe riên cias ou pro jec tos con si de -ra dos re le van tes para a me lho ria da qua li da de dos cui -da dos pres ta dos aos doen tes, em cui da dos de saú de pri -má rios. Não de ve rão ul tra pas sar as 5.000 pa la vras, sen -do ad mi ti do o nú me ro má xi mo de qua tro ilus tra ções(qua dros ou fi gu ras).For ma ção: Re la tos de pro jec tos ou ex pe riên cias con si -de ra dos im por tan tes no cam po da edu ca ção mé di ca prée pós-gra du a da, no con tex to dos cui da dos de saú depri má rios. Não de ve rão ul tra pas sar as 5.000 pa la vras,sen do ad mi ti do o nú me ro má xi mo de seis ilus tra ções(qua dros ou fi gu ras).Opi nião e de ba te: Tex tos de opi nião li vre, sus cep tí veisde fo men tar a re fle xão e a dis cus são so bre te mas dein te res se para a me di ci na ge ral e fa mi liar. Não de ve rãoul tra pas sar as 4.000 pa la vras, sen do ad mi ti do o nú me -ro má xi mo de seis ilus tra ções (qua dros ou fi gu ras).Ar ti go bre ve: Tex tos de pe que na di men são (como, porexem plo, es tu dos ori gi nais cur tos ou de di vul ga ção dere sul ta dos pre li mi na res, apon ta men tos so bre ca sos clí -ni cos, pe que nos es tu dos de sé ri es). Não de ve rão ul tra -pas sar as 3.000 pa la vras, sen do ad mi ti do o nú me ro má -xi mo de qua tro ilus tra ções (qua dros ou fi gu ras).Car ta ao Di rec tor: Co men tá rios a ar ti gos pu bli ca dospre vi a men te na re vis ta ou no tas bre ves so bre ex pe riên -cias re le van tes na prá ti ca diá ria. As car tas re fe ren tes aar ti gos só se rão acei tes até três mes es após a pu bli ca -
ção do ar ti go ori gi nal. Não de ve rão ul tra pas sar as 750pa la vras, sen do ad mi ti do o nú me ro má xi mo de umailus tra ção (qua dro ou fi gu ra).
Os ar ti gos da ini ci a ti va dos edi to res são:Edi to ri ais: Não de ve rão ul tra pas sar 1.200 pa la vras nemmais do que 15 re fe rên cias. Se rão ad mi ti das até duasilus tra ções (qua dros ou fi gu ras).Do cu men tos: De cla ra ções, re co men da ções ou ou trosdo cu men tos de âm bi to na ci o nal ou in ter na cio nal quese jam re le van tes para a me di ci na ge ral e fa mi liar.Dos sier: Reú ne ar ti gos re fe ren tes a um tema co mum. Temco mo ob jec ti vo a di vul ga ção de tra ba lhos de ac tu ali za çãoci en tí fi ca e te mas de re vi são ela bo ra dos por pe ri tos.PO EMs: Co men tá rios a PO EMs (Pa ti ent-Ori en ted Evi -den ce that Mat ters) edi ta dos em vá ri as pu bli ca ções.Não de ve rão ul tra pas sar as 1.000 pa la vras. Não ha ve -rá lu gar a ilus tra ções.Clu be de Lei tu ra: Tem por ob jec ti vo pro por ci o nar umalei tu ra co men ta da de ar ti gos, li vros ou ou tros tex tospro ce den tes de ou tras pu bli ca ções ci en tí fi cas. O ar ti goou pu bli ca ção es co lhi da deve ser actual (edi ta do nos úl -ti mos 3 mes es) e re le van te para a prá ti ca clí ni ca daMGF. Não de ve rá ul tra pas sar as 1.300 pa la vras. Não ha -ve rá lu gar a ilus tra ções.Web Saú de: Tem como ob jec ti vo a di vul ga ção de sí tiosda In ter net re le van tes para a me di ci na ge ral e fa mi liar.Não de ve rá ul tra pas sar as 350 pa la vras. Ha ve rá lu gar auma ilus tra ção por cada sí tio na in ter net re fe ri do, atéa um má xi mo de 3 ilus tra ções por tex to.
Nes te tipo de ar ti gos, po dem ser acei tes ini ci a ti vasdos au to res, des de que con tac tem, pre vi a men te, os edi -to res da RPCG.
Os ar ti gos pro pos tos não po dem ter sido ob jec tode qual quer ou tro tipo de pu bli ca ção, nem ter sido, si -mul ta ne a men te, submetidos para pu bli ca ção nou trasre vis tas ou jor nais. As opi ni ões ex pres sas são da in teirares pon sa bi li da de dos au to res. A RPCG será de ten to ra deuma li cen ça ex clu si va para pu bli car e dis tri bu ir, em su -por te fí si co, elec tró ni co, por meio de ra di o di fu são ouem ou tros su por tes que ve nham a exis tir, os ar ti gos pu -bli ca dos. Es tes não po de rão ser re pro du zi dos, no todoou em par te, sem pré via au to ri za ção do seu Di rec tor.
A RPCG sub scre ve os re qui si tos cons tan tes das nor -mas de Van cou ver. Re co men da-se, tam bém, aos au to -res, a sua lei tu ra aten ta.
Instruções aos autores
ARevista Portuguesa de Clínica Geral (RPCG) aceita, para publicação, artigos de investigação fundamen-
tal, epidemiológica, clínica, sobre administração de serviços de saúde ou sobre educação, bem como ar-
tigos de revisão, artigos sobre a prática clínica, relatos de casos clínicos, artigos de opinião e outros, que
possam contribuir para o desenvolvimento da especialidade de medicina geral e familiar ou para a me -
lhoria dos cuidados de saúde primários.
As normas para elaboração, preparação e envio de artigos, bem como indicações sobre o seu tratamento edito-
rial, encontram-se disponíveis no nosso sítio na Internet e serão enviadas aos autores a pedido. Recomenda-se a
consulta cuidadosa das «Normas para apresentação de artigos à Revista Portuguesa de Clínica Geral» publicadas
na Rev Port Clin Geral 2010;26:325-40, que inclui, também, uma lista de verificação para preparação de artigos.
A Revista publica artigos da iniciativa dos autores e dos editores. Os artigos da iniciativa dos autores são:
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EditoresCarla Ponte, Clara FonsecaDaniel Pinto, Helena BeçaInês Rosendo, John Yaphe
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Editor TécnicoManuel Montenegro
Conselho CientíficoAlberto Pinto HespanholAlexandre Sousa Pinto
André Biscaia, André MatalonAntónio Faria Vaz
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Berta NunesConstantino Sakellarides
Cristina RibeiroFernando Moura Pires
Graça Carapinheiro, Isabel SantosJaime Correia de SousaJesus Perez-Sanchez
Jorge de MeloJosé António Miranda
José Luís BiscaiaJosé Manuel CalheirosJosé Marinho Falcão
José NunesJosé Rodrigues Simões
Juan Gervas, Luciana CoutoLuiz Miguel SantiagoLuís Pisco, Luís Rebelo
Marta Pinguel, Miguel MeloPedro Ferreira
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Portugal
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Rev Port Clin Geral 2010;26:325-40
325normas
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lineamento, recolha de dados ou análise e interpre-tação dos dados;
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• Rever a versão final do manuscrito e aprovar a suapublicação. Outras pessoas que possam ter contribuído para o
trabalho, mas não preencham os critérios de autoria,devem ser mencionadas nos agradecimentos. Não seincluem aqui pessoas ou entidades que tenham con-
tribuído exclusivamente com o financiamento do tra-balho.
Conflito de interesses Existe um conflito de interesses quando um autor (oua sua instituição) tem relações pessoais ou financeirasque podem influenciar as suas decisões, trabalho oumanuscrito. Nem todas estas relações representam ver-dadeiros conflitos de interesses. Por outro lado, o po-tencial para conflito de interesses pode existir inde-pendentemente do autor acreditar ou não que esta re-lação afecta o seu julgamento científico. O potencialpara conflito de interesses pode residir nos autores, re-visores ou editores.
Desta forma, para manter a transparência no pro-cesso de publicação, todos os envolvidos na publicaçãode artigos (autores, revisores e editores) são convidadosa declarar potenciais conflitos de interesses. Porém, aexistência dos mesmos não constitui fundamento paraa rejeição dos manuscritos pela RPCG.
Caso os trabalhos tenham sido financiados total ouparcialmente por uma ou mais pessoas ou entidades,essa informação terá de ser publicada juntamente com
Conselho Editorial da Revista Portuguesa de Clínica Geral
Normas para apresentação de artigos à Revista Portuguesa de Clínica Geral
A Re vis ta Por tu gue sa de Clí ni ca Ge ral (RPCG) acei ta para pu bli ca ção ar ti gos de in ves ti ga ção fun da men tal, epi de mio ló gi ca, clí -ni ca, so bre ad mi nis tra ção de ser vi ços de saú de ou so bre edu ca ção, bem como ar ti gos de re vi são, ar ti gos so bre a prá ti ca clí ni ca,re la tos de ca sos clí ni cos, ar ti gos de opi nião e ou tros que pos sam con tri bu ir para o de sen vol vi men to da es pe cia li da de de me di -ci na ge ral e fa mi liar ou para a me lho ria dos cui da dos de saú de pri má rios. Os ar ti gos po de rão ser re di gi dos em por tu guês, in glêsou cas te lha no.Este do cu men to ex põe a úl ti ma ver são das nor mas de apre sen ta ção de ar ti gos à RPCG (do ra van te de sig na das por Nor mas),
que con sis tem numa re vi são e ac tu a li za ção das nor mas pu bli ca das em 2009.1 As ci ta ções des ta ver são das nor mas de vem serfei tas pela se guin te re fe rên cia: Con se lho Edi to ri al da RPCG. Nor mas para apre sen ta ção de ar ti gos à Re vis ta Por tu gue sa de Clí -ni ca Ge ral. Rev Port Clin Ge ral 2010; 26: 325-40. Este do cu men to não está pro te gi do por di rei tos de au tor, po den do ser co pia -do, reim pres so ou dis tri bu í do elec tro ni ca men te sem au to ri za ção.Re co men da-se aos au to res que uti li zem a ver são elec tró ni ca dos ane xos e for mu lá rios cons tan tes nes tas nor mas, dis po ní -
veis no sí tio da in ter net da RPCG, quan do pre ten de rem sub me ter um ma nus cri to.
Rev Port Clin Geral 2010;26:325-40
normas326
o artigo. A existência de financiamento externo não écritério de aceitação ou rejeição de manuscritos.
Conduta Ética Para que um trabalho de investigação em seres huma-nos possa ser considerado válido, os autores têm de se-guir uma Conduta Ética que cumpra os preceitos defi-nidos na Declaração de Helsínquia. O protocolo de in-vestigação deverá ser submetido a uma comissão deética independente para que se pronuncie, aprovandoou não o mesmo. O parecer favorável desta comissãodeverá ser englobado nos documentos a entregar nasubmissão do artigo (em conjunto com o Anexo IV). Naausência de submissão a comissão de ética, deve o au-tor responsável pela correspondência com a RPCG re-digir uma Declaração de Conduta Ética, indicando por-que motivo não foi feita essa submissão e assumindo ocumprimento dos princípios éticos relativos a estes es-tudos. A ausência de qualquer um destes documentoscondiciona a não aceitação do manuscrito para avalia-ção pelo Corpo Editorial.
ORGANIZAÇÃO CIENTÍFICA DOS ARTIGOS Qualquer artigo submetido para publicação na RPCGdeverá ser preparado de acordo com os Requisitos Uni-formes para Manuscritos Submetidos a Revistas Médi-cas, redigidos pela Comissão Internacional de Editoresde Revistas Médicas2,3 e os documentos incluídos narede EQUATOR (Enhancing the Quality and Transpa-rency of Health Research).4
A revista publica artigos da iniciativa dos autores edos editores. Os artigos da iniciativa dos autores são: osartigos de investigação original, as revisões, os relatosde caso, os artigos de prática, os artigos de opinião e de-bate, os artigos breves e as cartas aos editores. Os edi-toriais, os documentos, os artigos do Dossier, osPOEMs, os textos do Clube de Leitura e os textos doWebsaúde são da iniciativa dos editores, embora pos-sam ser aceites submissões da iniciativa dos autores,desde que contactem previamente os editores da RPCG.Tanto os artigos da iniciativa dos autores como os arti-gos solicitados pelos editores são sujeitos a um proces-so de revisão por pares.
Nesta secção apresentam-se os elementos que sãocomuns a todas as tipologias de artigo e uma descriçãodessas diferentes tipologias.
Elementos comuns às diferentes tipologias de artigo Todos os artigos apresentados à RPCG deverão ter umTítulo,a descrição dos Autores,um corpo de texto e Re-ferências Bibliográficas.Na maioria das tipologias seránecessário um Resumo. No caso de existirem pessoasque tenham feito contributos importantes para o arti-go mas que não cumpram os critérios de autoria, po-derá ser incluída uma secção denominada Agradeci-mentos que será colocada entre o corpo de texto e asreferências bibliográficas. Em determinadas tipologiasde artigos poderão ser incluídas ilustrações no corpo detexto. A informação relativa aos conflitos de interessese financiamento do trabalho deve ser colocada após asreferências bibliográficas.
O artigo terá que ter um Títuloe um Resumoem por-tuguês e em inglês. Quando o idioma de publicação éo português, o primeiro resumo será em português e osegundo em inglês. Se o idioma de publicação for o in-glês, a ordem será inversa. No caso do idioma de pu-blicação ser o castelhano, o primeiro resumo (Resu-men) será nesse idioma, havendo então um resumo emportuguês e outro em inglês no final do artigo. Os re-sumos não deverão exceder as 300 palavras e deverãoser seguidos de duas a seis palavras-chave. Estas pala-vras-chave deverão ser termos da lista de descritoresmédicos MeSH,5 dos descritores em ciências da saúde(DeCS) da BIREME6 ou dos descritores da PORBASE(Índice de Assuntos).7 A estrutura do resumo para cadauma das tipologias de artigo será explicitada na secçãocorrespondente.
São permitidos dois tipos de ilustrações: figuras equadros. As figuras devem ser numeradas com algaris-mos árabes e os quadros com numeração romana, pelaordem da sua primeira citação no texto. O texto nãodeve repetir dados incluídos em ilustrações, limitando-se nesse caso a realçar ou resumir os seus aspectos maisimportantes. O número de ilustrações permitidos paracada uma das tipologias será explicitado na secção cor-respondente.
As Referências Bibliográficas devem seguir o for-mato indicado nas normas internacionais (estilo deVancouver).8
Investigação original Conteúdo: Consistem em artigos de investigação no
Rev Port Clin Geral 2010;26:325-40
327normas
âmbito da medicina geral e familiar ou dos cuidados desaúde primários. Deverão seguir as normas interna-cionalmente aceites para este tipo de artigos.2,3 Os au-tores são encorajados a seguir as normas STROBE9paraestudos observacionais, CONSORT10 para ensaios clí-nicos, as normas STARD11 para estudos de acuidadediagnóstica, as normas COREQ12 para estudos qualita-tivos, as normas SQUIRE13 para estudos de garantia emelhoria da qualidade.
Dimensão: Não deverão ultrapassar as 8.000 pala-vras, sendo admitido o número máximo de 10 ilustra-ções (quadros ou figuras) por artigo.
Estrutura:Deve incluir Título, Resumo e duas a seisPalavras-chave em cada uma das línguas necessárias(ver acima). O corpo do artigo deve ser subdividido em:Introdução, Métodos, Resultados e Discussão. Pode-rão ser incluídos Agradecimentos.O artigo deve incluirReferências Bibliográficas.
Corpo do artigo: A Introdução deverá ser sintética.Deve apresentar claramente o problema em questão,resumir o estado actual do conhecimento sobre o temae referir os motivos que levaram à execução do estudo.Os objectivos e/ou hipóteses formuladas devem ser in-dicados no final da introdução. Os Métodos deverãoreferir a configuração, local e tempo de duração de es-tudo, a população estudada, os métodos de amostra-gem, as unidades de observação e as variáveis medidas,os métodos de recolha de dados, bem como critérios,instrumentos, técnicas e aparelhos utilizados. Deve serindicada a metodologia estatística. Os Resultados de-verão ser apresentados de forma clara usando texto eilustrações (figuras ou quadros). A Discussão deverásalientar aspectos novos ou importantes do estudo eapresentar apenas as conclusões justificadas pelos re-sultados. Deverão ser feitas comparações com estudosidênticos realizados por outros autores e ser comenta-das as limitações ou os viéses importantes do estudo.Podem ser sugeridas novas hipóteses de trabalho. Nãodevem ser feitas afirmações não baseadas no estudoefectuado, nem alusões a trabalhos incompletos ou nãopublicados. As conclusões do estudo devem ser apre-sentadas nos últimos parágrafos da discussão.
Resumo:O Resumodeve expor os objectivos do tra-balho, a metodologia básica, os resultados e conclu-sões principais e realçar aspectos novos e importantesdo estudo ou das observações. É obrigatoriamente es-
truturado, dividido nos seguintes subtítulos: Objecti-vos, Tipo de estudo, Local, População, Métodos, Re-sultados e Conclusões.Encorajamos os investigadoresa registar prospectivamente os ensaios clínicos numregisto público de ensaios. Os ensaios clínicos deverãoter o número de registo no final do resumo.
Relato de Caso Conteúdo: Consistem em textos descritivos de casosclínicos que sirvam para melhorar a tomada de decisãoda investigação diagnóstica ou terapêutica, de aspec-tos relacionados com a educação ou com as politicasde saúde.
Dimensão: Não deverão ultrapassar as 6.000 pala-vras, sendo admitido o número máximo de oito ilus-trações (quadros ou figuras) por artigo.
Estrutura:Os artigos devem incluir Título, Resumoe duas a seis Palavras-chave em cada uma das línguasnecessárias (ver acima). O corpo de texto é subdividi-do em: Introdução, Descrição do caso e Comentário.Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigo deveincluir Referências Bibliográficas.
Corpo do artigo: A Introdução deve apresentar osmotivos que levaram à apresentação do caso clínico deforma sintética e sem fazer uma revisão teórica do pro-blema em questão. A Descrição do caso deve ser cons-tituída por uma apresentação do caso clínico propria-mente dito, feita de forma estruturada e com recurso asubtítulos, se necessário. O Comentário deverá cha-mar a atenção para os aspectos práticos relevantes, pro-blemas encontrados na prática clínica ou lições a tirardo relato de caso.
Resumo: É obrigatoriamente estruturado, divididonos seguintes subtítulos: Introdução, Descrição docaso e Comentário.
Revisão Conteúdo: Consistem em estudos de revisão biblio-gráfica, trabalhos de síntese ou actualização clínica quepossam constituir instrumentos auxiliares de actuali-zação e de aperfeiçoamento da prática clínica. Os au-tores são encorajados a seguir as normas PRISMA pararevisões sistemáticas,14 MOOSE para meta-análises deestudos observacionais15 e as recomendações de Rileyet al para meta-análises de dados individuais de doen-tes.16 Os autores de artigos de revisão baseada na evi-
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dência podem considerar úteis as recomendações pu-blicadas na revista American Family Physician.17
Dimensão:Os estudos de revisão não deverão ultra-passar as 8.000 palavras, sendo admitido o número má-ximo de 10 ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.
Estrutura:Os artigos devem incluir Título, Resumoe duas a seis Palavras-chave em cada uma das línguasnecessárias (ver acima). O corpo de texto é subdividi-do em: Introdução, Métodos, Resultados e Conclu-sões. Poderão ser incluídos Agradecimentos. O artigodeve incluir Referências Bibliográficas.
Corpo do artigo: A Introdução deverá ser sintética.Deve apresentar claramente o problema em questão,referir os motivos que levaram à execução do estudo ediscutir a sua oportunidade. A pergunta e o objectivoespecífico da revisão deverão aparecer claramente for-mulados no final da introdução. Os Métodos deverãodescrever a metodologia usada para efectuar o proces-so de revisão. Devem, nomeadamente, ser indicados otópico em revisão, definições várias (por exemplo, cri-térios de diagnóstico), processo utilizado para a pes-quisa bibliográfica (período a que diz respeito a revisão,bases de dados electrónicas ou documentais consulta-das, descritores utilizados para a pesquisa, pesquisamanual de bibliografias, contacto com peritos na áreapara identificação de artigos relevantes) e processos ecritérios de selecção dos artigos. Os Resultados devemser apresentados de forma estruturada e sistematizadae com recurso a subtítulos, se necessário. Devem incluiros resultados da pesquisa e elementos de argumenta-ção crítica (avaliação de qualidade dos dados, síntesede dados, perspectivas em confronto, identificação deproblemas não resolvidos). As Conclusões devem for-necer um resumo crítico dos dados relevantes, enfati-zar os aspectos práticos, equacionar os problemas quesubsistem e propor perspectivas futuras.
Resumo:O Resumodeve expor os objectivos do tra-balho, a metodologia básica, os resultados e conclu-sões principais, e realçar aspectos novos e importantesda revisão. É obrigatoriamente estruturado, divididonos seguintes subtítulos: Objectivos, Fontes de dados,Métodos de revisão, Resultados e Conclusões. No re-sumo dos resultados pretende-se a indicação do nú-mero e características dos estudos incluídos e excluídos.Podem ser incluídos os achados qualitativos e quanti-tativos mais relevantes.
Prática Conteúdo: Consistem em relatórios de avaliação dequalidade ou trabalhos descritivos de experiências ouprojectos considerados relevantes para a melhoria daqualidade dos cuidados prestados aos doentes em cui-dados de saúde primários.
Dimensão: Não deverão ultrapassar as 5.000 pala-vras, sendo admitido o número máximo de quatro ilus-trações (quadros ou figuras) por artigo.
Estrutura:Os artigos devem incluir Título, Resumoe duas a seis Palavras-chave em cada uma das línguasnecessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigató-ria do corpo de texto. Poderão ser incluídos Agradeci-mentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográfi-cas.
Resumo: Não existe estrutura obrigatória.
Formação Conteúdo: Consistem em relatos de projectos ou ex-periências considerados importantes no campo daeducação médica pré e pós-graduada no contexto doscuidados de saúde primários.
Dimensão: Não deverão ultrapassar as 5.000 pala-vras sendo admitido o número máximo de seis ilustra-ções (quadros ou figuras) por artigo.
Estrutura:Os artigos devem incluir Título, Resumoe duas a seis Palavras-chave em cada uma das línguasnecessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigató-ria do corpo de texto. Poderão ser incluídos Agradeci-mentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográfi-cas.
Resumo: Não existe estrutura obrigatória.
Opinião e Debate Conteúdo: Consistem em textos de opinião livre sus-ceptíveis de fomentar a reflexão e a discussão sobre te-mas de interesse para a medicina geral e familiar.
Dimensão: Não deverão ultrapassar as 4.000 pala-vras sendo admitido o número máximo de seis ilustra-ções (quadros ou figuras) por artigo.
Estrutura:Os artigos devem incluir Título, Resumoe duas a seis Palavras-chave em cada uma das línguasnecessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigató-ria do corpo de texto. Poderão ser incluídos Agradeci-mentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográfi-cas.
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Resumo: Não existe estrutura obrigatória.
Artigo Breve Conteúdo:Consistem em textos de pequena dimensãocomo, por exemplo, estudos originais curtos ou de di-vulgação de resultados preliminares, apontamentos so-bre casos clínicos ou pequenos estudos de séries.
Dimensão: Não deverão ultrapassar as 3.000 pala-vras, sendo admitido o número máximo de quatro ilus-trações (quadros ou figuras) por artigo.
Estrutura:Os artigos devem incluir Título, Resumoe duas a seis Palavras-chave em cada uma das línguasnecessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigató-ria do corpo de texto. Poderão ser incluídos Agradeci-mentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográfi-cas.
Resumo: Não existe estrutura obrigatória.
Carta ao Director Conteúdo:Consistem em comentários a artigos publi-cados previamente na revista ou notas breves sobre ex-periências relevantes na prática diária. As cartas refe-rentes a artigos só serão aceites até três meses após apublicação do artigo original.
Dimensão:Não deverão ultrapassar as 750 palavras,sendo admitida até uma ilustração (quadro ou figura)e até 5 referências bibliográficas.
Estrutura:Não existe estrutura obrigatória. O artigopode incluir Referências Bibliográficas.
Resumo: Não há resumo.
Editorial Da iniciativa do Conselho Editorial. Não deverão ultra-passar 1.200 palavras nem mais do que 15 referências.Serão admitidas até 2 ilustrações (quadros ou figuras).
Documentos Conteúdo:Consistem em declarações, recomendaçõesou outros documentos de âmbito nacional ou interna-cional que sejam relevantes para a medicina geral e fa-miliar.
Dossier Conteúdo: O Dossier reúne artigos referentes a umtema comum. O objectivo do dossier é a divulgação detrabalhos de actualização científica e de temas de revi-
são elaborados por peritos. Os artigos do dossier serãosolicitados pelos Editores da RPCG ou por um perito de-signado pelo Conselho Editorial como elemento coor-denador.
Dimensão: Os artigos do dossier não deverão ultra-passar as 6.000 palavras, sendo admitido o número má-ximo de 8 ilustrações (quadros ou figuras) por artigo.
Estrutura:Os artigos devem incluir Título, Resumoe duas a seis Palavras-chave em cada uma das línguasnecessárias (ver acima). Não existe estrutura obrigató-ria do corpo de texto. Poderão ser incluídos Agradeci-mentos. O artigo deve incluir Referências Bibliográfi-cas.
Resumo: Não existe estrutura obrigatória.
POEM Conteúdo: Nesta secção comentam-se POEMs (Pa-tient-Oriented Evidence that Matters), aos quais é atri-buído um nível de evidência de acordo com o OxfordCentre for Evidence Based Medicine.18 Os conceitos re-lacionados com os POEMs já foram extensamente re-vistos.19,20
Dimensão:Os comentários não deverão ultrapassaras 1.000 palavras. Não haverá lugar a ilustrações.
Estrutura: Os artigos devem incluir um Título ape-lativo em estilo jornalístico, a Referência Bibliográ-fica, a Questão Clínica, o Resumo do Estudo e o Comentário.O título nas restantes línguas necessárias(ver acima) será publicado apenas na edição online daRPCG.
Clube de Leitura Conteúdo: O objectivo da secção é proporcionar umaleitura comentada de artigos, livros ou outros textosprocedentes de outras publicações científicas. O artigoou publicação escolhida deve ser actual (editado nos úl-timos 3 meses) e relevante para a prática clínica da me-dicina geral e familiar.
Dimensão:Não deverá ultrapassar as 1.300 palavras.Não haverá lugar a ilustrações.
Estrutura:Os textos devem incluir um Título apela-tivo em estilo jornalístico, a(s) Citação(ões) do(s) arti-go(s) que deram origem ao texto, o resumo do estudo(que manterá a estrutura do artigo original), o Comen-tário e as Referências Bibliográficas. No comentário,o autor deverá expor a sua opinião sobre a importân-
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internet referido até a um máximo de 3 ilustrações portexto.
Estrutura:Deve incluir um Título e a Referência Bi-bliográfica ao sítio na internet. O corpo de texto deve-rá incluir informação relativa aos recursos disponíveisno sítio da internet, nomear a entidade responsável pe-los conteúdos e deverá incluir uma descrição de comoo autor utiliza o sítio na sua prática de médico de fa-mília. O título nas restantes línguas necessárias (ver aci-ma) será publicado apenas na edição online da RPCG.
ORGANIZAÇÃO FORMAL DOS ARTIGOS Formatação dos ficheiros electrónicos submetidos Os artigos devem ser dactilografados em qualquer pro-
cia do artigo e apresentar alguns dados da sua expe-riência ou de outros estudos que apoiem ou não as con-clusões do artigo comentado. O título nas restantes lín-guas necessárias (ver acima) será publicado apenas naedição online da RPCG.
Websaúde Conteúdo: Tem como objectivo a divulgação de sítiosda Internet relevantes para a medicina geral e familiar.Existem recursos disponíveis para ajudar na avaliaçãocrítica da informação de saúde disponibilizada na in-ternet.21
Dimensão:O texto não deverá ultrapassar as 350 pa-lavras. Haverá lugar a uma ilustração por cada sítio na
Tipo de artigo Estrutura resumo Estrutura corpo de texto Dimensão IlustraçõesInvestigação Objectivos, tipo de estudo, Título,* Resumo,* Palavras-chave,* Introdução, 8.000 ≤10original local, população, métodos, Métodos, Resultados, Discussão,
resultados e conclusões [Agradecimentos] e Referências BibliográficasRelato de caso Introdução, Descrição do Título,* Resumo,* Palavras-chave,* Introdução, 6.000 ≤ 8
caso e Comentário Descrição de caso, Comentário, [Agradecimentos] e Referências Bibliográficas
Revisão Objectivos, Fontes de Título,* Resumo,* Palavras-chave,* Introdução, 8.000 ≤10dados, Métodos de revisão Métodos, Resultados, Conclusões, e Conclusões [Agradecimentos] e Referências Bibliográficas
Prática Não existe estrutura Título,* Resumo,* Palavras-chave,* [corpo de texto], 5.000 ≤ 4obrigatória [Agradecimentos] e Referências Bibliográficas
Formação Não existe estrutura Título,* Resumo,* Palavras-chave,* [corpo de texto], 5.000 ≤ 6obrigatória [Agradecimentos] e Referências Bibliográficas
Opinião e Não existe estrutura Título,* Resumo,* Palavras-chave,* [corpo de texto], 4.000 ≤ 4debate obrigatória [Agradecimentos] e Referências BibliográficasArtigo breve Não existe estrutura Título,* Resumo,* Palavras-chave,* [corpo de texto], 3.000 ≤ 4
obrigatória [Agradecimentos] e Referências BibliográficasCarta ao director Sem resumo [corpo de texto] 750 1Editorial Sem resumo [corpo de texto] 1.200 ≤ 2Dossier Não existe estrutura Título,* Resumo,* Palavras-chave,* [corpo de texto], 6.000 8
obrigatória [Agradecimentos] e Referências BibliográficasPOEM Sem resumo Título,* Referência bibliográfica, Questão Clínica, 1.000 0
Resumo do Estudo, ComentárioClube de Leitura Sem resumo Título,* Citação [corpo do texto de acordo 1.300 0
com a estrutura do artigo original], Comentário, Referências Bibliográficas
WebSaúde Sem resumo Título,* Referência Bibliográfica, 350 3[corpo do texto], Comentário
*Nas línguas necessárias (ver secção «Elementos comuns às diferentes tipologias de artigo»).
Síntese
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cessador de texto e gravados num dos seguintes for-matos: Microsoft Word, RTF ou Open Office. As páginasdevem ser numeradas.
Primeira página Deverá incluir apenas: 1. O título do artigo, que deverá ser conciso. 2. O nome do autor ou autores (devem usar-se apenas
dois ou três nomes por autor). 3. O grau, título ou títulos profissionais e/ou académi-
cos do autor ou autores. 4. O serviço, departamento ou instituição onde traba-
lha(m).
Segunda página Deverá incluir apenas: 1. O nome, telefone/fax, endereço de correio electró-
nico e endereço postal do autor responsável pela cor-respondência com a revista acerca do manuscrito.
2. O nome, endereço de correio electrónico e endereçopostal do autor a quem deve ser dirigida a correspon-dência sobre o artigo após a sua publicação na revista.
Terceira página Deverá incluir apenas: 1. Título do artigo nas línguas necessárias. 2. Resumo do artigo nas línguas necessárias. O resumo
deve respeitar as normas indicadas para o tipo de ar-tigo em questão e tornar possível a compreensão doartigo sem que haja necessidade de o ler.
3. De duas a seis palavras-chave nas línguas necessá-rias usando, sempre que existirem, termos da lista dedescritores médicos MeSH,5 dos descritores em ciên-cias da saúde (DeCS) da BIREME6 ou dos descritoresda PORBASE (Índice de Assuntos).7
4. Indicação da tipologia do artigo (a que secção da re-vista se destina).
Páginas seguintes As páginas seguintes incluirão o texto do artigo, de-vendo cada uma das secções em que este se subdividacomeçar no início de uma página.
Primeira página a seguir ao texto do artigo Deverá incluir o capítulo Agradecimentos, quando esteexista.
Primeira página a seguir aos Agradecimentos Deverá conter o início do capítulo Referências Biblio-gráficas.
Primeira página a seguir a Referências bibliográficas Deverá conter a informação relativa aos conflitos de in-teresses dos autores e ao financiamento do estudo (deacordo com a informação prestada nos anexos I e II).
Páginas seguintes Deverão incluir as ilustrações. Estas devem ser envia-das cada uma em sua folha com indicação do respecti-vo número (algarismo árabe ou numeração romana) elegenda. Os quadros, com numeração romana, deverãosempre incluir um título curto. Poderão incluir em ro-dapé notas explicativas consideradas necessárias e as-sinaladas utilizando os símbolos indicados nas normasde Vancouver.2,3 Gráficos, diagramas, gravuras e foto-grafias (figuras) deverão ser apresentados com quali-dade que permita a sua reprodução directa e numera-dos com algarismos árabes. Não devem ser utilizadosgráficos tridimensionais. As figuras em formato digitaldevem ser enviadas como ficheiros separados e nãodentro do documento de texto. São aceites os formatosJPEG, TIF e EPS, preferencialmente com uma resoluçãode 300 pontos por polegada (dpi) ou superior. As figu-ras em suporte de papel ou filme (diapositivos) deve-rão ter boa qualidade e ser devidamente identificadas(algarismos árabes) com etiqueta autocolante no ver-so ou na margem. Dá-se preferência a imagens em for-mato digital, desde que essa opção não comprometa aqualidade das mesmas. No caso de se tratar de foto-grafias de pessoas ou de fotografias já publicadas, pro-ceder de acordo com as normas de Vancouver.2,3
Normas de estilo O uso de abreviaturas e símbolos, bem como as unida-des de medida, devem estar de acordo com as normasinternacionalmente aceites.2,3
1. Devem-se usar maiúsculas apenas nas seguintes si-tuações: a) no título e nas principais secções do trabalho; b) no início do subtítulo (caso exista); c) na primeira palavra de todos os períodos; d) nas palavras principais de capítulos, subcapítu-
los, secções e subsecções;
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e) nas palavras dos títulos das figuras e quadros; f ) em nomes de escalas e instrumentos de medida; g) em substantivos determinados por numeral ou
letra e, h) em nomes de cadeiras ou disciplinas académicas.
2. Usar sempre o nome farmacológico. Pode, se justi-ficado, incluir-se o nome comercial em parênteses,após a primeira referência ao fármaco no texto.
3. Escrever por extenso algarismos menores que 10.As excepções são: quando se fazem comparaçõescom números iguais ou superiores a 10, se utilizamunidades de medida, para representar funções ma-temáticas, quantidades fraccionais, percentagens erazões. Nunca iniciar uma frase com um algarismo.
4. Usar sempre algarismos para designar tempo, data,idade, amostra e população, tamanho, resultados,dosagens, percentagens, graus de temperatura, me-didas métricas e pontos duma escala.
5. Por regra, não usar abreviaturas fora de parênteses.A excepção são as abreviaturas utilizadas pelos sis-temas de medidas (por exemplo, kg).
6. Os acrónimos só devem ser utilizados se fazem par-te da linguagem corrente (por exemplo, OMS) oupara designar uma sigla ou uma expressão técnicaque vai ser utilizada repetidamente (por exemplo,DPOC). Neste caso, o seu uso deve ser apresentadoentre parênteses, depois da expressão original, naprimeira vez que é utilizado no texto.
7. Devem-se evitar estrangeirismos, sempre que pos-sível.
8. Não usar sublinhados. 9. Usar negrito apenas em títulos. 10.Usar itálico apenas nas seguintes situações: refe-
rências bibliográficas, palavras estrangeiras e no-mes técnicos das classificações científicas.
11.Os símbolos estatísticos (por exemplo, t, r, M, DP, p)devem ser escritos em itálico, com excepção dossímbolos em grego.
12. A indicação da casa decimal deve fazer-se através deuma vírgula e não de um ponto final.
13.No texto, os números decimais devem ser apresen-tados apenas com até duas casas e com arredonda-mento, a não ser em casos excepcionais em que talse justifique.
14.Os operadores aritméticos e lógicos, tais como +, –,=, <, e >, levam espaço antes e depois.
Referências bibliográficas As Referências Bibliográficas devem ser assinaladasno texto com algarismos árabes em elevado, pela ordemde primeira citação e incluídas neste capítulo, utili-zando exactamente a mesma ordem de citação no tex-to. Os nomes das revistas devem ser abreviados de acor-do com o estilo usado no Index Medicus. A Revista Por-tuguesa de Clínica Geral é referenciada usando a abre-viatura Rev Port Clin Geral. O numeral da referênciadeverá ser colocado após a pontuação (ponto, vírgula,etc.).
Exemplos: (...) como é o caso das listas de distribuição.5
Estudos mais recentes, efectuados por Di-Franza e co-laboradores,7 mostram que as crianças se tornam de-pendentes da nicotina mais facilmente do que osadultos.
Se após uma frase houver lugar à citação de mais doque uma referência estas deverão ser separadas por vír-gulas excepto se forem sequenciais; nessa circunstân-cia serão separadas por hífen.
Exemplos:
(...) sendo a prevalência maior nesse grupo etário;9,15,21
(...) comparativamente a esses estudos,6-9
(...) tabaco a menores de 18 anos e a de regulamentara venda de tabaco através de máquinas automáti-cas.4, 7-9
As referências a documentação legal deverão serconcisas mas, ao mesmo tempo, completas, incluindoinformação sobre o tipo de diploma e seu número edata, o local onde foi publicado e as páginas.
Exemplo:
Decreto-Lei n.° 114/92, de 4 de Junho. «Diário da Re-pública – Série A. p. 2711.
SUBMISSÃO DE ARTIGOS À APRECIAÇÃO EDITORIAL Os documentos devem ser enviados por correio elec-trónico para: [email protected]. Se os fi-cheiros forem demasiado extensos para serem enviadospor correio electrónico deverão ser enviados em su-porte físico digital (CD-ROM ou outros) para: Director
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da Revista Portuguesa de Clínica Geral, Av. da Repúbli-ca, 97-1º 1050-190 Lisboa.
Os documentos a enviar incluem: • O original do artigo incluindo ilustrações, gravado
em suporte electrónico (CD-ROM) ou em ficheiro(s)anexo(s) à mensagem de correio electrónico nos for-matos Microsoft Word, RTF ou Open Office (texto, ta-belas e diagramas) e JPEG, TIF ou EPS (ilustrações).
• O formulário constante do Anexo 1 preenchido porcada um dos autores. Para além da cópia em forma-to electrónico, o original deste documento deveráser sempre enviado por correio postal.
• O formulário constante do Anexo 2 preenchido peloautor correspondente.
• Uma declaração de autorização assinada por cadapessoa mencionada nos agradecimentos (Anexo 3).
• Tratando-se de um estudo original, a declaração deconduta ética (Anexo 4) preenchida pelo autor cor-respondente.
• Tratando-se de um relato de caso, declaração de con-sentimento informado assinada pelo doente quemotivou o relato de caso (Anexo 5).
• Havendo fotografia de doente(s), declaração de con-sentimento informado assinada pelo doente foto-grafado (Anexo 5).
• Cópias de quaisquer autorizações para reproduzirmaterial já publicado, para utilizar figuras ou relatarinformação pessoal sensível de pessoas identificá-veis.
• Lista de verificação anexa, devidamente preenchida(Anexo 6).
TRATAMENTO EDITORIAL Os textos recebidos são identificados por um númerocomunicado aos autores, que deve ser referido em todaa correspondência com a revista. Será consideradacomo data de recebimento do artigo o dia de recebi-mento da versão electrónica ou o dia de chegada porcorreio postal, caso seja anterior.
Após análise da tipologia do artigo, os textos são sub-metidos a um processo de validação administrativa. Osartigos que não obedeçam à organização científica e àorganização formal expostas nestas normas não serãoapresentadas ao Conselho Editorial. O processo de de-volução será automático. Os textos que estejam de acor-do com as normas serão distribuídos a um editor res-
ponsável. Esse editor fará uma apreciação sumária eapresentará o artigo em reunião do Conselho Editorial.Os artigos que não estejam relacionados com a missãoda revista (o desenvolvimento da especialidade de me-dicina geral e familiar ou a melhoria dos cuidados desaúde primários) serão recusados.
Os artigos que estejam de acordo com as normas eque se enquadrem na missão da revista entrarão numprocesso de revisão por pares. Aos revisores, será pedi-da a apreciação crítica de artigos submetidos para pu-blicação. Essa avaliação incluirá as seguintes áreas: ac-tualidade, fiabilidade científica, importância clínica einteresse para publicação do texto. De forma a garantira isenção e imparcialidade na avaliação, os artigos se-rão enviados aos revisores sem a identificação dos res-pectivos autores e cada artigo será apreciado por doisou mais revisores. Caso exista divergência de apreciaçãoentre revisores, os editores poderão convidar um ter-ceiro revisor. A decisão final sobre a publicação será to-mada pelos editores com base nos pareceres dos revi-sores. As diferentes apreciações dos revisores serão sin-tetizadas pelo editor responsável e comunicadas aos au-tores. Os autores não terão conhecimento da identidadeou afiliação dos revisores ou do editor responsável.
A decisão de publicação pode ser no sentido da recu-sa, da publicação sem alterações ou da publicação apósmodificações. Neste último grupo, os artigos, após a rea-lização das modificações propostas, serão reapreciadospelos revisores originais do artigo. Desta reapreciaçãoresultará uma apreciação final por parte do editor res-ponsável e a decisão de recusa ou de publicação sem al-terações. Os autores de artigos aprovados para publica-ção serão informados da data provável de publicação.
CEDÊNCIA DE DIREITOS DE AUTOR Os autores concedem à RPCG o direito exclusivo de pu-blicar e distribuir em suporte físico, electrónico, pormeio de radiodifusão ou em outros suportes que ve-nham a existir o conteúdo do manuscrito. Concedemainda à RPCG o direito a utilizar e explorar o manus-crito, nomeadamente para ceder, vender ou licenciar oseu conteúdo. Esta autorização é permanente e vigoraa partir do momento em que o manuscrito é submeti-do, tem a duração máxima permitida pela legislaçãoportuguesa ou internacional aplicável e é de âmbitomundial. Os autores declaram ainda que esta cedência
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é feita a título gratuito. Caso a RPCG comunique aos au-tores que decidiu não publicar o seu manuscrito, a ce-dência exclusiva de direitos cessa de imediato.
Os autores autorizam a RPCG (ou uma entidade poresta designada) a actuar em seu nome quando esta con-siderar que existe violação dos direitos de autor.
Os autores têm direito a: • Reproduzir um número razoável de cópias do seu
trabalho em suporte físico ou digital para uso pes-soal, profissional ou para ensino, mas não para usocomercial (incluindo venda do direito a aceder aoartigo).
• Colocar no seu sítio da internet ou da sua instituiçãouma cópia exacta em formato electrónico do artigopublicado pela RPCG, desde que seja feita referên-cia à sua publicação na RPCG e o seu conteúdo (in-cluindo símbolos que identifiquem a RPCG) não sejaalterado.
• Publicar em livro de que sejam autores ou editores oconteúdo total ou parcial do manuscrito, desde queseja feita referência à sua publicação na RPCG.
• Receber, até cinco anos após a publicação, 10% dovalor pago por uma entidade terceira à RPCG pela re-produção em separado do seu artigo, quando essevalor for superior a 1.500 euros. Os autores aceitam que, em caso de conflito, a reso-
lução deste acordo será feita em Portugal e de acordocom a legislação portuguesa aplicável.
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