1. MANUAL DE FITOPATOLOGIA Volume 2: Doenas das Plantas
Cultivadas H. Kimati, L. Amorim, A. Bergamin Filho, L.E.A. Camargo,
J.A.M. Rezende (Editores) Departamento de FitopatologiaEscola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Universidade de So Paulo
1997 Editora Agronmica Ceres Ltda. So Paulo - SP
2. Capa e Projeto Grfico: Rosana MilarImpresso/Acabamento:
Editora Ave Maria Ltda. Edio Ceres IV (66) Editado pela Editora
Agronmica CERES Ltda. Av. Pompia, 1783 - Vila Pompia CEP 05023-001
- So Paulo - SP Fones: (035) 441-2138 Responsvel: Eng. Agr. Jos
Peres Romero ISBN 85-318-0008-0 Dados lnternacionais de Catalogao
na Publicao (CIP) DIVISO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAO - Campus Luiz
de Queiros/ USP Manual de fitopatologia/editado por Hiroshi Kimari
... [et al]. - 3. ed. So Paulo: Agronmica Ceres. 1995- 1997. 2v.:
il. Contedo: v. 1 Princpios e conceitos - v. 2 Doenas das plantas
cultivadas 1. Cultura agrcola Doena 2. Planta - Doena I. Kimati,
Hiroshi. ed. CDD 581.2
3. AutoresA. A. Henning - EMBRAPA, Londrina, PRA. Bergamin
Filho - ESALQ-USP, Piracicaba, SPA. Bianchini*- IAPAR, Londrina,
PRA. C. Maringoni - UNESP, Botucatu, SPA. de Goes - UNESP,
Jaboticabal, SPA. Grigoletti Jnior - EMBRAPA, Colombo, PRA. M. Q.
Lopez - UFAI, Macei, ALA. M. R. Almeida - EMBRAPA, Londrina, PRC.
A. Forcelini - UPF, RSC. G. Auer - EMBRAPA, Colombo, PRC. Kurozawa
- UNESP, Botucatu, SPC. L. Salgado - ESALQ-USP, Piracicaba, SPC. V.
Godoy*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPD. R. Trindade - EMBRAPA, Belm,
PAE. Cia - IAC, Campinas, SPE. Feichtenberger - IB, Sorocaba, SPE.
L. Furtado - UNESP, Botucatu, SPE. M. Reis - UPF, RSE. Piccinm*-
ESALQ-USP, Piracicaba, SPE. R. N. Ortiz - LINCK Agroindustrial,
Cachoeira do Sul, RSF. M. Assis Filho - UFRPe, Recife, PEG.
Pio-Ribeiro - UFRPe, Recife, PEG. W. MIler - IAC, Campinas, SPH.
Kimati - ESALQ-USP, Piracicaba, SPH. Kuniyuki - IAC, Campinas, SPH.
Tokeshi - ESALQ-USP, Piracicaba, SPI. J. A. Ribeiro - IAC,
Campinas, SPI. P. Bedendo - ESALQ-USP, Piracicaba, SPJ. A. Betti -
IAC, Campinas, SPJ. A. C. de Souza Dias - IAC, Campinas, SPJ. A. M.
Rezende - ESALQ-USP, Piracicaba, SPJ. Bleicher - EMPASC, Caador,
SCJ. C. de Freitas*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPJ. F. V. Silva -
EMBRAPA, Dourados, MSJ. R. Stangarlin*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPJ.
T. Yorinori - EMBRAPA, Londrina, PRL. Amorim - ESALQ-USP,
Piracicaba, SPL. E. A. Camargo - ESALQ-USP, Piracicaba, SPL.
Gasparotto - EMBRAPA, Manaus, AML. P. Ferreira - EMBRAPA, Londrina,
PRL. S. Poltronieri - EMBRAPA, Belm, PAM. A. Pavan - UNESP,
Botucatu, SPM. A. S. Tanaka - IAC, Campinas, SPM. Barreto - UNESP,
Jaboticabal, SPM. Dalla Pria*- UEPG, PRM. E. T. Nunes*- UNESP, Ilha
Solteira, SPM. I. Fancelli - ESALQ-USP, Piracicaba, SPM. I. P. M.
Lima - EMBRAPA, Manaus, AMM. M. F. B. dos Santos*- ESALQ-USP,
Piracicaba, SP
4. M. Menezes - UFRPe, Recife, PEM. T. Iamauti*- Dow Chemical,
So Paulo, SPN. A. Wulff*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPN. G. Fernandes
- UNESP, Jaboticabal, SPN. Guirado - IAC, Campinas, SPN. R. X.
Nazareno - IAP, Curitiba, PRN. S. Massola Jr* - ESALQ-USP.
Piracicaba, SPO. A. P. Pereira - AGROCERES, Rio Claro, SPP. C.
Ceresini - UNESP, Ilha Solteira. SPP. Caldari Jr*- ESALQ-USP,
Piracicaba, SPR. B. Bassanezi*- ESALQ-USP, Piracicaba, SPR. C.
Panizzi - UNESP. Jaboticabal, SPR. L. R. Mariano - UFRPe, Recife,
PER. M. Moura - UFRPe, Recife, PER. M. V. B. C. Leite - EMBRAPA,
Londrina, PRR. S. B. Coelho - UFRPe, Recife. PER. T. Casa - UPF,
RSS. F. Pascholati - ESALQ-USP, Piracicaba, SPS. M. T. P. G.
Carneiro*- IAPAR, Londrina, SPS. M. Vras - UFRPe, Recife, PES. R.
Galleti*- IB, So Paulo, SPT. L. Krugner - ESALQ-USP, Piracicaba,
SPZ. J. M. Cordeiro*- EMBRAPA, Cruz das Almas, BA* Alunos do Curso
de Ps-graduao, Departamento de Fitopatologia, ESALQ-USP
5. PREFCIO TERCEIRA EDIO com prazer que apresentamos aos
engenheiros-agrnomos, estudantes e tcnicos brasileiros aterceira
edio do Manual de Fitopatologia: Doenas das Plantas Cultivadas
(Volume 2). Desde apublicao da primeira edio, em 1968, mais de
40.000 exemplares do Manual j foram vendidos, fatossem precedente
na histria da Fitopatologia brasileira. Esta terceira edio mantm a
diviso em dois volumes introduzida na edio anterior. Da mesmaforma
que ocorreu com o Volume 1 (Manual de Fitopatologia: Princpios e
Conceitos), publicado em1995, neste Volume 2 houve significativa
ampliao do material apresentado: das 37 culturas abordadas
nasegunda edio, publicada em 1980, passou-se agora para 67
culturas, tornando este Manual ainda maisabrangente e de maior
utilidade para nossos profissionais e estudantes da rea agronmica.
O nmero deilustraes coloridas tambm foi consideravelmente
aumentado. Nesta edio, optou-se pela apresentaodas doenas de cada
cultura de acordo com sua etiologia, na seguinte seqncia: doenas
causadas por vrus,bactrias, fungos e nematides. A nomenclatura dos
vrus causadores de doenas de plantas foi atualizada deacordo com o
lnternational Cormmittee on Taxonomy of Viruses (Archives of
Virology, Suppl . 10, 1995.586 P ). Apesar das mudanas, esta edio
mantm os mesmos objetivos das anteriores. Como foi dito
Compropriedade no prefcio da primeira edio, em 1968, este livro no
tem pretenses de ser um tratado defitopatologia, nem de abordar
todos os temas ventilados com profundidade ou originalidade.
Limitamo-nosa apresentar os temas como so tratados nas vrias
disciplinas de Fitopatologia da Escola Superior deAgricultura Luiz
de Queiroz, da Universidade de So Paulo, de forma a possibilitar
aos estudantes eengenheiros-agrnomos uma viso geral acerca dos
princpios e conceitos bsicos da Fitopatologia, numlivro
eminentemente didtico. Finalmente, no poderamos deixar de destacar
o apoio recebido de numerosas pessoas eorganizaes: dos autores dos
diversos captulos, pela confiana manifestada no nosso trabalho; de
nossosalunos de ps-graduao, pelas sugestes na fase de planejamento
deste volume e pelas correes feitas notexto; do Departamento de
Fitopatologia da ESALQ-USP, pelas excelentes condies de trabalho
quesempre ofereceu; das agncias de fomento FAPESP, CNPq, CAPES,
FINEP e Comunidade EconmicaEuropia, pelo imprescindvel apoio
financeiro para a formao cientfica da maioria dos autores;
EditoraAgronmica Ceres, na pessoa do engenheiro-agrnomo Jose Peres
Romero, que tudo iniciou, pelo estmuloconstante. Os editores
6. ndice1. DOENAS DO ABACATEIRO
..........................................................................................................
10 E. Piccinin & S. F. Pascholati2. DOENAS DO ABACAXI
...................................................................................................................
18 A. de Coes3. DOENAS DA ALCACHOFRA
.........................................................................................................
24 M. M. F. B. dos Santos, j.R. Stangarlin & S.F. Pascholati4.
DOENAS DA ALFACE
.....................................................................................................................
27 M. A. Pavan & C. Kurozawa5. DOENAS DA
ALFAFA.......................................................................................................................
33 M. T. Iamauti & C. L. Salgado6. DOENAS DO ALGODOEIRO
.........................................................................................................
40 E. Cia & C. L. Salgado7. DOENAS DO ALHO E DA CEBOLA
.............................................................................................
55 M. E.T.Nunes & H. Kimati8. DOENAS DO AMENDOIM
..............................................................................................................
70 M. Barreto9. DOENAS DE ANONCEAS E DO URUCUZEIRO
......................................................................
82 A.M. Q.Lopez10. DOENAS DO ARROZ
.......................................................................................................................
88 I. P. Bedendo11. DOENAS DO ASPARGO
..................................................................................................................
102 A. C. Maringoni12. DOENAS DA AVEIA
.........................................................................................................................
106 C. A. Forcelini & E. M. Reis13. DOENAS DA BANANEIRA
.............................................................................................................
113 Z. J. M. Cordeiro & H. Kimati14. DOENAS DA BATATEIRA
..............................................................................................................
136 J. A. C. de Souza Dias & M. T. Iamauti15. DOENAS DA
BATATA-DOCE
........................................................................................................
160 R. S. B. Coelho, G. Pio-Ribeiro & R. L. R. Mariano16.
DOENAS DO CACAUEIRO
.............................................................................................................
171 M. Dalla Pria & L. E. A. Camargo17. DOENAS DO CAFEEIRO
................................................................................................................
178 C. V. Godoy, A. Bergamin Filho & C. L. Salgado18. DOENAS DO
CAJUEIRO
.................................................................................................................
193 M. Menezes19. DOENAS DA CANA-DE-ACAR
.................................................................................................
199 H. Tokeshi20. DOENAS DO CAQUIZEIRO
...........................................................................................................
215 R. B. Bassanezi & L. Amorim
7. 21. DOENAS DO CAUPI
.........................................................................................................................
222 G. Pio-Ribeiro & F. M. Assis Filho22. DOENAS DA CENOURA
.................................................................................................................
232 M. I. Fancelli23. DOENAS DA
CEVADA.....................................................................................................................
237 C. A. Forcelini & E. M. Reis24. DOENAS DO CH
............................................................................................................................
242 E. L. Furtado25. DOENAS DOS CITROS
.....................................................................................................................
246 E. Feichtenberger, G. W. Mller & N. Guirado26. DOENAS DO
COQUEIRO
................................................................................................................
280 R. L. R. Mariano27. DOENAS DO
CRAVEIRO-DA-NDIA............................................................................................
294 M. Dalla Pria & L. E. A. Camargo28. DOENAS DAS CRUCIFERAS
.........................................................................................................
297 A. C. Maringoni29. DOENAS DAS CUCURBITCEAS
.................................................................................................
307 C. Kurozawa & M. A. Pavan30. DOENAS DO
DENDEZEIRO...........................................................................................................
319 D. R. Trindade31. DOENAS DA ERVA-MATE
.............................................................................................................
325 A. Grigoletti jnior & C. G. Auer32. DOENAS DA ERVILHA
...................................................................................................................
328 J.R. Stangarlin, S. E. Pascholati & C. L. Salgado33. DOENAS
DO EUCALIPTO
..............................................................................................................
337 T. L. Krugner & C. G. Auer34. DOENAS DO FEIJOEIRO
...............................................................................................................
353 A. Bianchini, A. C. Maringoni & S. M. T. P. G. Carneiro35.
DOENAS DA FIGUEIRA
..................................................................................................................
376 S. R. Galleti & j. A. M. Rezende36. DOENAS DE FRUTEIRAS DA
AMAZNIA.................................................................................
382 S. M. Vras, M. I. P. M. Lima & L. Gasparotto37. DOENAS DO
FUMO
.........................................................................................................................
387 C. V Godoy & C. L. Salgado38. DOENAS DO GENGIBRE
................................................................................................................
396 P C Ceresini & N. R. X. Nazareno39. DOENAS DO GERGELIM
...............................................................................................................
401 N. A. Wulff & 5. E. Pascholati40. DOENAS DO GIRASSOL
.................................................................................................................
409 R. M. V. B. C. Leite41. DOENAS DA GOIABEIRA
..............................................................................................................
422 E. Piccinin & S. E. Pascholati
8. 42. DOENAS DO GRO-DE-BICO
.......................................................................................................
428 J. R. Stangarlin & S. E. Pascholati43. DOENAS DO GUARANA
.................................................................................................................
430 D. R. Trindade & L. S. Poltronieri44. DOENAS DO INHAME
....................................................................................................................
434 R. M. Moura45. DOENAS DA MACIEIRA E OUTRAS
POMCEAS....................................................................
440 J. Bleicher46. DOENAS DO
MAMOEIRO..............................................................................................................
452 J. A. M. Rezende & M. I. Fancelli47. DOENAS DA MAMONEIRA
...........................................................................................................
463 N. S. Massola Jr. & I. P. Bedendo48. DOENAS DA MANDIOCA
...............................................................................................................
466 N. S. Massola Jr. & I. P. Bedendo49. DOENAS DA MANGUEIRA
............................................................................................................
475 I. J. A. Ribeiro50. DOENAS DO MARACUJAZEIRO
.................................................................................................
488 C. Pio-Ribeiro e R. de L. R. Mariano51. DOENAS DA
MENTA.......................................................................................................................
498 M. M. E. B. dos Santos, J. R. Stangarlin & S. E.
Pascholati52. DOENAS DO MILHO
.......................................................................................................................
500 O. A. P. Pereira53. DOENAS DO MORANGUEIRO
......................................................................................................
516 M. A. S. Tanaka, J. A. Betti & H. Kimati54. DOENAS DA
NOGUEIRA PECAN
.................................................................................................
530 E. R. N. Ortiz & L. E. A. Camargo55. DOENAS DA
PIMENTA-DO-REINO
.............................................................................................
536 D. R. Trindade & L. S. Poltronieri56. DOENAS DOS PINHEIROS
.............................................................................................................
541 T. L. Krugner & C. G. Auer57. DOENAS DAS PLANTAS
ORNAMENTAIS
.................................................................................
549 P. Caldari Junior, J. C. de Freitas & J. A. M. Rezende58.
DOENAS DO QUIABEIRO
..............................................................................................................
571 N. S. Massola Jr. & I. P. Bedendo59. DOENAS DE ROSCEAS DE
CAROO
.......................................................................................
576 J. Bleicher60. DOENAS DA SERINGUEIRA
..........................................................................................................
583 D. R. Trindade & E. L. Furtado61. DOENAS DA SOJA
...........................................................................................................................
596 A. M. R. Almeida, L. P. Ferreira, J. T. Yorinori, J. E. V.
Silva & A. A. Henning62. DOENAS DAS SOLANCEAS
........................................................................................................
618 C. Kurozawa & M. A. Pavan
9. 63. DOENAS DO SORGO
.......................................................................................................................
628 R. C. Panizzi & N. G. Fernandes64. DOENAS DO
TOMATEIRO.............................................................................................................
641 C. Kurozawa & M. A. Pavan65. DOENAS DO TREMOCEIRO
.........................................................................................................
670 C. A. Forcelini & E. M. Reis66. DOENAS DO TRIGO
........................................................................................................................
675 E. M. Reis, R. T. Casa & C. A. Forcelini67. DOENAS DA
VIDEIRA
....................................................................................................................
686 L. Amorim & H. KuniyukiPRANCHAS COLORIDAS
10. DOENAS DO ABACATEIRO (Persea americana Mill.) E. Piccinin
& S. F. Pascholati O abacateiro cultura originria do continente
americano, tendo Mxico e Guatemala como seucentro de diversidade.
Todas as variedades comerciais de abacate so da espcie Persea
americana, quesubdivide-se em duas variedades botnicas: a antilhana
(P americana var. americana) e a mexicana (P.americana var.
drymifolia). Encontramos tambm hbridos de P americana var.
americana com P nubigenavar. guatemalensis. Por tratar-se de uma
fruta tropical, existe interesse no abacate para fins de
exportao,sendo o mesmo apreciado pelo mercado americano e
europeu.GOMOSE - Phytophthora cinnamomi Rands Sintomas - A gomose
ou podrido de razes do abacateiro uma das principais doenas da
culturatanto em viveiro como em campo. Sintomas desta doena so
muito semelhantes aos da gomose dos citros,iniciando-se com
amarelecimento generalizado das folhas, lembrando deficincia de
nitrognio. A seguir,ocorre queda das folhas e exposio dos ramos.
Observa-se tambm seca de ramos do ponteiro. Frutosraramente
apresentam sintomas da doena. comum ocorrer, no entanto, um
repentino aumento na produode frutos menores na fase que antecede a
morte das plantas. As razes exibem descolorao e sintomas denecrose,
e as radicelas ficam quase que totalmente destrudas. Fendilhamento
da casca, na regio prxima aocolo da planta, pode tambm ser
observado, associado exsudao de goma. Tecidos localizados
logoabaixo da casca fendilhada apresentam colorao marrom e necrose.
De um modo geral, a doena somente percebida em estdio muito
avanado, quando torna-se muito difcil seu controle, culminando com
a morteda planta. Etiologia - O fungo P cinnamomi pertence
subdiviso Mastigomycotina e classe Oomycetes,apresentando hifa
no-septada. O patgeno produz esporos assexuais, os zosporos, que so
liberados napresena de gua e infectam o hospedeiro. Como estrutura
de reproduo sexuada, o fungo produz osporos,que apresentam paredes
espessas e servem como estrutura de resistncia. Esse patgeno tem
boa capacidade saproftica, podendo sobreviver por longos perodos
desta forma.A sobrevivncia do mesmo no solo e na ausncia de plantas
hospedeiras pode chegar at oito anos na formade clamidsporo, e em
razes infectadas no mnimo 15 anos. O fungo necessita de gua livre
para que oszosporos possam se locomover e infectar o hospedeiro.
Portanto, a ocorrncia da doena depende dapresena de umidade elevada
no solo, bem como de temperaturas entre 21 e 300C. Temperaturas
acima de33C inibem o desenvolvimento da doena completamente,
enquanto que temperaturas entre 9 e 120Creduzem muito sua
incidncia. Na literatura internacional so relatadas outras espcies
de Phytophthora atacando o abacateiro,como P cactovorum e P
citricola, que, normalmente no causam cancros, apenas podrides de
razes. Controle - Medidas de controle incluem: a) uso de
porta-enxertos tolerante ao fungo, como os
11. mexicanos Barr Duke, Duke, D9, Thomas, Toro Canyon,
Borchard, Topa Topa e G-6; os guatemalensesG1033, Martin Grande
(hbridos deR americana com P schiendeana Ness) G755a, G755b, G755c,
UCR2007, UCR 2008,UCR 2022, UCR 2023 e UCR 2053; e G-755 (P
schiedeana); b) aquisio ou produo demudas de qualidade; c) remoo de
restos de cultura tanto em viveiro como em campo; d) plantio de
mudasem locais no encharcados; e) cuidados com o balano
nutricional. Nveis elevados de nitrognio e pH ebaixos de clcio e
fsforo aumentam a predisposio da planta doena; f) evitar ferimentos
nas razes oumesmo no tronco das rvores, pois constituem-se em vias
de entrada do patgeno na planta; g) usarfungicidas quando a doena
constatada em seu incio. Entre os fungicidas com possibilidade de
uso temos:metalaxyl (aplicao via solo) e fosetyl alumnio
(pulverizao foliar).PODRIDO DE RAZES - Rosellinia necatrix Prill
(Dematophora necatrix) De maneira geral, a podrido de Rosellinia no
tem grande importncia econmica, sendo problemaapenas em reas
isoladas. uma doena tpica de reas recm-desbravadas, devido a alta
capacidadesaproftica do patgeno. Sintomas - Inicial mente
observa-se murcha e sintomas que lembram deficincia
nutricional,caracterizados por amarelecimento foliar. A doena
manifesta-se de maneira lenta, levando alguns meses ouat anos para
matar o hospedeiro. So comuns sintomas de murcha ou seca de folhas
mais novas,ocasionando seca de ponteiros, que pode ocorrer por toda
a planta ou apenas cm algum lado da planta,correspondendo ao lado
do sistema radicular afetado. Sintomas e sinais nas razes
caracterizam-se porpodrido e colorao branca logo abaixo da casca.
Etiologia - Em geral o fungo ascomiceto R. necatrix, um parasita
facultativo, facilmenteencontrado cm restos de troncos, razes
mortas ou matria orgnica devido sua capacidade saproftica.
Emcondies de elevada umidade, o patgeno pode formar cordes
miceliais de colorao negra sobre as razesou sobre a matria orgnica
prxima planta atacada. E comum tambm a presena de peritcios
sobrerazes, quando o estado de podrido radicular mostra-se bem
avanado. Controle - Deve-se: evitar o plantio em reas
recm-desbravadas ou cm regies muito ricas emmatria orgnica;
amontoar e queimar restos de cultura e razes presentes no solo;
eliminar plantas doentes eseus sistemas radiculares atravs da
queima dos mesmos, se possvel no prprio local, e alqueivar o
solo;evitar o plantio em solos midos; evitar ferimentos nas
plantas, principalmente nas razes, durante asoperaes de cultivo;
utilizar porta-enxertos resistentes (as variedades mexicanas e
guatemalenses so muitosensveis ao patgeno).CANCRO E PODRIDO DE
FRUTO - Dothiorella gregaria Sacc. Sintomas - Podem ser observados
tanto em ramos, tronco ou ainda em frutos, neste ltimo casosendo
mais comuns em ps-colheita. Nos ramos e troncos, a doena
manifesta-se atravs de fendilhamento eescamamento, sendo possvel
observar uma massa branca pulverulenta nos pontos de
fendilhamento.Sintomas de cancro tm importncia espordica e ocorrem
somente em algumas variedades. Locais afetados
12. tendem a exibir descolorao e necrose dos vasos,
interrompendo o fluxo normal da seiva, provocando a secade ramos e
podendo, inclusive, causar a morte da planta. O patgeno pode
ocasionar danos no colo dasplantas e, ocasionalmente, sintomas de
seca dos ponteiros. Na superfcie dos frutos ainda verdes,
sintomasaparecem inicialmente como pequenas pontuaes de colorao
marrom ou prpura. As leses formadasaumentam de tamanho, at envolver
o fruto completamente. O patgeno tende a invadir a polpa do
abacate,ocasionando um escurecimento de tonalidade marrom e liberao
de odor desagradvel. Tambm podeocorrer a queda prematura dos
frutos, visto que o fungo pode infectar o pednculo dos mesmos.
Etiologia - O agente causal tanto do cancro como das podrides de
frutos Dothiorella gregaria.Porm, na literatura encontramos D.
ribis e D. aromatica associados a sintomas semelhantes. No entanto,
ato momento no foram conduzidos trabalhos a fim de verificar a
ocorrncia ou no das demais espcies emnossas condies e avaliar os
danos causados pela doena, principalmente em pos-colheita. O
patgeno beneficiado por alta umidade e presena de matria orgnica,
devido a sua capacidadesaproftica. Em geral, o inculo primrio
responsvel pelas infeces nos frutos oriundo de ramos Secos.
Controle Recomendam-se: eliminao de ramos secos ou debilitados,
frutos com sintomas depodrides e rvores cm produo com sintomas
tpicos da doena; plantio em locais bem drenados e semexcesso de
matria orgnica; aplicao regular de fungicidas cpricos ou
ditiocarbamatos aps operaes depoda; proteo de ferimentos com pasta
cprica; aplicao preventiva dos mesmos fungicidas, em 2 a 3aplicaes
a partir de setembro, em reas altamente afetadas; utilizao de
enxertia alta e de porta-enxertosresistentes e aplicao de
fungicidas cpricos na regio de enxertia.ODIO - Oidium persicae
Sintomas - So facilmente reconhecidos, ocorrendo cm folhas novas e,
ocasionalmente, cm ramosnovos. No inicio da doena, pode-se observar
pequenas manchas esbranquiadas e pulverulentas, de formatocircular,
com aproximadamente 0,5 cm de dimetro, focalizadas na superfcie
superior das folhas,correspondendo, na pgina inferior, a pequenas
reas clorticas. Com o desenvolvimento da doena, toda afolha fica
tomada por um crescimento branco pulverulento, que corresponde aos
esporos do patgeno. Folhasafetadas apresentam necrose e enrugamento
ou deformaes do limbo foliar, podendo ocorrer queda defolhas em
plantas bastante atacadas. Etiologia - O agente causal do odio o
fungo Oidium persicae, um ectoparasita, que apresenta,conidiforos
curtos e condios hialinos, elticos e produzidos em cadeia. Condies
climticas favorveis aofungo so alta umidade relativa e temperaturas
elevadas, sendo seu desenvolvimento prejudicado por
chuvasconstantes. Controle - feito de modo curativo atravs da
aplicao de fungicidas base de enxofre. Apesar deexistirem outros
fungicidas mais eficientes, os mesmos no podem ser aplicados pois
no so registradospara a cultura.VERRUGOSE - Sphaceloma perseae
Jenkins A verrugose, ou sarna do abacateiro, conhecida desde 1918
na Flrida, foi encontrada no Brasil pela
13. primeira vez em 1938 em Limeira. E uma das principais
doenas do abacateiro, visto que a mesma, alm dedepreciar a aparncia
do fruto, pode provocar tambm a queda de frutos jovens bem como
osubdesenvolvimento em situaes de alta severidade de doena.
Sintomas - So observados principalmente nos frutos, na forma de
pequenas pontuaes eruptivas,verrugosas, com tamanho de 5 a 6 mm de
colorao marrom, que aumentam rapidamente e coalescem. Ainfeco nos
frutos nunca ultrapassa a casca. A doena tambm pode ocasionar
sintomas em folhas, na formade pequenas pontuaes de cor chocolate,
com 1 a 2 mm de dimetro, arredondadas quando localizadas nolimbo
foliar e ligeiramente alongadas quando nas nervuras, lembrando
cochonilhas. Quando severamenteatacadas, as folhas tendem a
deformar e at mesmo sofrer rompimento do limbo foliar, alm de reduo
darea fotossinttica. Etiologia - A doena ocasionada pelo fungo S.
perseae, que ataca folhas com no mximo 3 cm decomprimento e frutos
com menos de 5 cm e desenvolve-se somente em condies de umidade
elevada. Controle - Recomenda-se a utilizao de variedades
resistentes. Variedades pertencentes ao grupoantilhano apresentam
elevada suscetibilidade verrugose das folhas e menor de fruto.
Variedades do grupoguatemalense, por sua vez, apresentam elevada
suscetibilidade nos frutos e baixa nas folhas. O controle dadoena
pode tambm ser feito com a aplicao de fungicidas cpricos. No caso
dos frutos, deve-se iniciar ocontrole quando pelo menos 2/3 das
ptalas carem e mant-lo at os frutos atingirem 5 cm de dimetro.
Paraas folhas, o controle deve ser leito somente nos perodos de
brotaes at que as mesmas atinjam um mnimode 3 cm de comprimento. Em
viveiro de mudas, para variedades do grupo guatemalense, deve-se
realizaraplicao quinzenal de fungicidas cpricos.CERCOSPORIOSE -
Cercospora purpurea Cooke, C. perseae Ellis & Martin Esta doena
muito importante nos cultivos de abacate da Amrica Latina e Flrida.
Sintomas - Nos frutos so caracterizados por pequenas leses,
ligeiramente deprimidas e irregulares,de colorao marrom e bordos
definidos. Em condies de alta umidade, podem surgir alguns pontos
decolorao acinzentada no centro das leses, os quais correspondem
esporulao do patgeno. Leses nosfrutos apresentam tamanhas
aproximadas de 3 a 6 mm de dimetro e, com o envelhecimento, tendem
aprovocar fissuras nos tecidos, possibilitando a infeco por outros
patgenos. A queda de frutos um dossintomas mais severos da doena,
podendo acarretar elevada perda na produo. Sintomas nas
folhascaracterizam-se pela presena de leses angulares de colorao
marrom ou cinza, com halo clortico. Asleses apresentam tamanho de 1
a 3 mm de dimetro e so visveis nas duas faces da folha, tendendo
acoalescer. Tecidos necrosados no centro das leses tendem a cair,
facilitando o rasgamento do limbo foliar.As leses podem ocorrer
tambm no pednculo dos frutos, o que induz a queda dos mesmos. Essas
lesesmostram-se muito semelhantes s do fruto, porm de colorao
escura, formato circular e tamanhoaproximado de 1 a 5 mm. Etiologia
- No Brasil foram encontradas 2 espcies de Cercospora associadas
doena: Cercosporapurpurea e C. perseae. A primeira a nica relatada
at o momento no Estado de So Paulo. A incidncia dadoena inicia-se
gradativamente na primeira metade do perodo chuvoso, atingindo um
pico nos meses de
14. junho e julho. Nesse momento, inicia-se a queda das folhas.
A sobrevivncia do patgeno na cultura d-seatravs das infeces
foliares. Visto que a principal forma de disseminao do patgeno por
via area, aocorrncia da doena nos frutos observada desde o incio da
frutificao. Controle - Recomenda-se o uso de variedades
resistentes, entre as quais as resistentes Collinson ePollock
(variedades antilhanas) e as medianamente resistentes Price,
Simminds e Linda (variedadesguatemalenses). Wagner altamente
suscetvel (variedade guatemalense). O controle qumico
complicadodevido ao porte da planta e inexistncia de produtos de
boa eficincia registrados para o uso na cultura.Porm, possvel a
aplicao) de cpricos e ditiocarbamatos em casos onde a doena ocorre
aps a quedadas folhas, pouco antes da florada do abacateiro, e logo
aps a queda de 2/3 das ptalas.ANTRACNOSE - Glomerella cingulata
(Stonem) Spauld & Schrenk (Colletotrichum
gloeosporioides(Penz.) Sacc.). Sintomas - A antracnose afeta
principalmente frutos, sendo possvel encontrar o patgeno
infectandofolhas, flores e ramos, porm sem ocasionar danos cultura.
Sintomas em folhas so caracterizados pormanchas necrticas de
colorao escura, com bordos definidos e formato irregular. O patgeno
pode ocorrertambm nos ramos, causando necroses escuras e seca dos
ramos e ponteiros, sendo este um sintoma deocorrncia rara. As
flores podem ser facilmente afetadas pelo patgeno, ocorrendo seca
ou absciso das mesmas ouento serem infectadas atravs do boto
floral, o que afetar o desenvolvimento do fruto, causando
quedaprematura e/ou podrido. Sintomas nos frutos so caractersticos,
iniciando-se por pequenas pontuaes decolorao marrom a preta, com
formato circular e tamanho aproximado de 6-13 mm, de dimetro. As
lesestendem a evoluir atingindo parte do fruto ou necrosando-o
completamente. As necroses ultrapassam a cascae alcanam a polpa do
fruto. Uma vez dentro do fruto, o fungo causa um escurecimento da
polpa decolorao marrom ou bege. muito comum a ocorrncia de frutos
com podrido no pednculo, a qual temincio nas infeces ocorridas nas
flores ou em ps-colheita no ponto de cicatrizao, caso ocorra a
queda dopednculo. Em geral, este tipo de sintoma leva ao
apodrecimento de todo o fruto, acarretando na planta aqueda do
mesmo. Podrides de frutos ocorrem em frutos maduros, sendo raros os
efeitos em frutos verdes. Adoena somente adquire importncia em
pomares mal tratados ou debilitados nutricionalmente. Etiologia - O
patgeno Colletotrichum gloeosporioides corresponde, na forma
teleomrfica, aGlomerella cingulata. O fungo necessita de gua livre
para que ocorra a germinao e infeco, sendo afaixa ideal de
temperatura para o crescimento 22-270C. Permanece latente em frutos
verdes, causandosintomas apenas aps seu amadurecimento. Controle -
Deve ser realizado atravs de adubaes e tcnicas de manejo adequadas.
Podas delimpeza e queima de material doente devem ser realizadas,
no mnimo, anualmente. Ferimentos nos frutosdevem ser evitados
atravs de cuidados durante as operaes de colheita e ps-colheita e
controle de insetos. importante lembrar que a manuteno do pednculo
nos frutos no momento da colheita contribui paraevitar a podrido de
frutos. Frutos devem ser conservados em cmaras frias sob
concentraes adequadas deCO2. No existem fungicidas eficientes
registrados para uso na cultura visando o controle desta
enfermidade.
15. MURCHA Verticillium albo-atrum Reinke & Berth. A murcha
de Verticillium a nica doena vascular conhecida que ocorre no
abacateiro, sendocasual e de pouca importncia econmica. Sintomas -
Caracterizam-se por murchamento generalizado ou em apenas parte da
planta. Comotoda a murcha, a mesma manifesta-se inicialmente nas
brotaes mais novas, apresentando muitas vezessintomas de seca de
ponteiros. E uma doena que pode ser facilmente confundida com
murcha dePhytophthora. Nos ramos e razes em estdios avanados de
murcha, possvel observar descolorao dosvasos do xilema. De modo
geral, esta doena dificilmente leva a planta a morte, o que difere
do ataque dePhytophthora. E comum tambm serem observados surtos de
brotaes novas nas plantas com sintomas demurcha. Em alguns casos,
os sintomas desaparecem e a planta afetada recupera-se e volta a
apresentardesenvolvimento normal. Etiologia - O agente causal da
murcha do abacateiro o fungo imperfeito V. albo-atrum. Apenetrao do
patgeno ocorre pelas razes, e a infeco facilitada pela presena de
ferimentos nas mesmasresultantes de tratos culturais, insetos,
outros patgenos, nematides, problemas de ordem fisiolgica, etc.
Aumidade do solo muito importante para que a doena venha a ocorrer,
visto que o fungo desenvolve-semelhor em condio de solo mido, porm
no encharcado, como no caso de Phytophthora. V
albo-atrumencontra-se disseminado praticamente por todos os solos,
principalmente em regies produtoras dehortalias. Controle -
Recomenda-se o plantio de variedades de porta-enxertos resistentes
ao fungo, como porexemplo variedades do grupo mexicano. As mudas
devem ser sadias e apresentar bom vigor. O controlequmico da doena
no recomendado, devido inexistncia de produtos registrados para
este patgenonesta cultura e pelos custos de aplicao. As plantas
afetadas devem ser removidas e, se possvel, esterilizaro solo com
brometo de metila no local e ao redor de onde foram retiradas. O
emprego da tcnica desolarizao, acompanhada do uso de porta-enxertos
resistentes, uma alternativa para locais bastantecomprometidos pelo
problema.OUTRAS DOENAS Podrides de Frutos - Diplodia natalensis P.
Evans, Hendersonia sp., Acrostalagmus cinnabarius,Rhizopus
nigricans Eth. - Alm da podrido de frutos ocasionada por
Colletotrichum sp., outros patgenoscom importncia secundria podem
afetar os frutos em ps-colheita. Estes, porm, so
facilmentecontrolados com as mesmas medidas de controle aplicadas
para a antracnose. Podrido de Sementes e Damping-Off - Rhizoctonia
solani Khn - So ocasionadas pelo fungoR. solani, que corresponde em
sua fase teleomrfica a Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk. A
faseimperfeita a responsvel por podrides de sementes e tombamento
de mudas em viveiros. O controle feito basicamente pelo uso de
viveiros suspensos, com areia como substrato ou solo fumigado
oupasteurizado a 850C por 1 h. Para as sementes, sugere-se o uso de
tratamento trmico, atravs da imerso dasmesmas em gua quente a 450C,
durante 60 minutos. O tratamento de sementes somente deve ser feito
emcasos de extrema necessidade, pois o mesmo reduz a viabilidade
das mesmas.
16. Fuligem - Stomiopeltis sp. - Este longo apresenta um
crescimento bastante fino, lembrando adeposio de fuligem sobre os
ramos. E muito comum a ocorrncia em culturas de abacateiro, porm
Omesmo no causa nenhum dano cultura por tratar-se de um fungo no
patognico. Mancha-da-Folha - Cephaleuros virescens Kunze -
Caracteriza-se pela presena de manchas decolorao ocre, mais ou
menos rego lares, as quais destacam-se facilmente das folhas quando
raspadas. Norepresenta dano econmico, exceto em regies litorneas
com alta umidade e temperatura. Os danoscausados so advindos da
reduo da rea fotossinttica das folhas, sendo o controle efetuado
pela aplicaode fungicidas cpricos.BIBLIOGRAFIABalmer, E. Doenas do
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18. DOENAS DO ABACAXI (Ananas comosus (L.) Merr.). A. de
GoesFUSARIOSE - Gibberella fujikuroi (Saw.) Wr. var. subglutinans
Fusarium subglutinans Nelson et al. = Fmoniliforme Sheld. var.
subglutinans Wr. & Rg.) A fusariose a principal doena da
cultura do abacaxi no Brasil. A estimativa de perdas situa-se em30%
para o caso de frutos e cerca de 20% para mudas. Atualmente, a
doena ocorre praticamente em todasas regies produtoras do Brasil e
os dois principais cultivares, Prola e Smooth Cayenne, so
suscetveis doena. Sintomas - O patgeno capaz de infectar todas as
partes da planta. Em frutos ainda verdes observa-se exsudao de goma
na sua superfcie. H uma tendncia de amarelecimento precoce. Este
sintoma,geralmente, distingue-se daqueles produzidos pela broca dos
frutos (Thecla basilides), cuja exsudaogomosa d-se, normalmente,
entre os frutos verdes. Com a evoluo da doena, as partes lesionadas
internasdos frutos perdem a rigidez, encolhem-se, e os frutos
tornam-se deformados. Frutos em estdios maisavanados de
desenvolvimento e maturao, quando doentes, apresentam as reas
externas correspondentesaos tecidos infectados com colorao parda a
marrom. No estdio final, podem ser parcial ou totalmenteafetados,
perdem a rigidez e se mumificam, podendo ocorrer um crescimento
rosado do fungo nos tecidosmais externos. No talo, as leses
normalmente restringem-se parte basal, tanto em plantas adultas
como em mudasainda aderidas planta-me. No caso de plantas adultas,
as leses so sempre acompanhadas de podridogomosa enquanto que, cm
mudas, a exsudao gomosa normalmente menos pronunciada. As
plantasoriginadas de mudas infectadas, ou que foram infectadas aps
o plantio, podem apresentar sintomas deencurtamento do talo, morte
do pice, enfezamento e clorose. Normalmente, os tecidos infectados
do taloexalam odor caracterstico de bagao de cana em fermentao.
Etiologia - A fusariose causada pelo fungo Fusarium subglutinans,
classe Deuteromicetos, ordemMoniliales e famlia Tuberculariaccae.
Difere de F moniliforme Sheld. por produzir microcondios em
falsacabea e no em cadeia. O seu teleomorfo corresponde ao
ascomiceto Gibberella fujikuroi (Saw) Wr. var.subglutinans Ed.,
constatado no Brasil apenas sob condies de laboratrio. Uma nova
designao foirecentemente proposta para o estado anamrfico (F
subglutinans f.sp. ananas). O fungo F subglutinans apresenta
elevado grau de especificidade fisiolgica, mostrando-sepatognico
apenas para o abacaxi. Sua penetrao d-se, normalmente, atravs de
ferimentos naturaisexistentes na base das mudas, formados durante
seu desenvolvimento, ou em ferimentos ocasionados porinsetos e
caros. A prpria morfologia das folhas contribui para que os condios
eventualmente existentes nasua superfcie sejam arrastados pela
chuva para a base das plantas, onde o patgeno pode iniciar o
processode colonizao em ferimentos originrios do desenvolvimento
lateral das gemas ou por danos mecnicoscausados por razes de outra
natureza. O principal stio de infeco , no entanto, constitudo
pelasinflorescncias. A penetrao do patgeno d-se atravs do canal
estilar e dutos nectrios durante a antese.
19. Os danos causados pela broca dos frutos (Thecla basilides)
contribuem tambm para a penetrao do fungo. A disseminao pode
ocorrer naturalmente atravs do vento ou com a ajuda de vrios
insetos, comoApis melifera, Bitoma sp., Bombus sp., Lagnia villosa,
Libindus dichrous, Polistes sp., Solenopsis sp. eTrigona spinipes.
A disseminao a longas distncias d-se principalmente por meio de
mudas infectadas. Sob condies de laboratrio, o crescimento micelial
e a esporulao de F subglutinans d-se entre10 e 300C (mximo a 250C).
Abaixo de 90% de umidade relativa do ar a germinao dos condios
consideravelmente reduzida. Em condies de campo, tem-se verificado
uma alta correlao entre aincidncia de chuva durante o florescimento
e a severidade da doena. Pelo fato de no produzir estrutura de
resistncia, isto , clamidsporos, e apresentar baixacapacidade
competitiva, F subglutinans no sobrevive no solo por longos
perodos. Mudas infectadas eenterradas perdem a capacidade de servir
como fonte de inculo aps 30 dias. Entretanto, tem-secomprovado a
eficincia do patgeno na forma epfita em folhas de abacaxi e de
ervas daninhas. Controle - Nenhuma medida tem, isoladamente, dado
resultado satisfatrio no controle da doena.Torna-se necessrio,
portanto, a combinao de vrias tcnicas. Essas tcnicas visam,
primordialmente,manter o inculo em nvel baixo. Entretanto, embora
as medidas de controle devam ser empregadas sempreque necessrias e
em vrios estdios do ciclo da cultura, em duas fases so
fundamentais: obteno dasmudas e florescimento. Na obteno das mudas
preconiza-se os seguintes cuidados: a) seleo de plantas cujos
frutosproduzidos nunca produziram sintomas da doena; b) aos 30 e
aos 7 dias antes da colheita das mudas,pulverizar com benomyl a
0,05%; e) corte do cacho e cura das mudas, na prpria planta ou em
local seco. Acura consiste em expor as mudas ao sol durante 2 a 3
semanas, logo aps a sua colheita. Esta prtica permiteidentificar e
descartar grande parte das mudas eventualmente doentes.
Alternativas adicionais que tmtambm sido empregadas com sucesso na
obteno de mudas sadias envolvem sua produo medianteseparao do talo
e tratamento das inflorescncias com o cido clorfluorenol-metil-ster
(0,0112%). Por ocasio da seleo das mudas recomenda-se que sejam
padronizadas por tamanho e peso. Cercade 2 a 3 meses aps o plantio,
plantas com sintomas devem ser arrancadas e substitudas por sadias
mantidasem viveiro. Posteriormente, qualquer planta eventualmente
doente deve ser eliminada. Para facilitar a proteo das
inflorescncias torna-se necessrio proceder sua uniformizao.
Paraisso, pode ser usado carbureto de clcio, soluo de acetileno ou
ethephon. O controle da doena deve seriniciado a partir da fase de
avermelhamento e estender-se at o fechamento das ltimas flores,
mediante ouso quinzenal de benomyl a 0,05%. Neste perodo, de cerca
de 60 a 70 dias, torna-se necessrio tambm ocontrole da broca dos
frutos (Thecla basilides), uma vez que esta praga, alm de
importanteeconomicamente, ocasiona ferimentos que facilitam a
entrada do patgeno. Outras prticas que tmcontribudo para o controle
da doena envolvem a realizao de uma pulverizao de
benomyl+inseticida nafase de avermelhamento, seguido de ensacamento
dos frutos recm-emitidos, usando-se sacos de papel dotipo
semi-kraft. O ensacamento no altera as qualidades originais do
fruto. Alm do ensacamento, a inibioda abertura das flores, mediante
o uso de cido cloroflurenol, tem contribudo para o controle da
doena. Alternativa adicional para o controle envolve a utilizao da
tcnica do escape, por meio da induo
20. do florescimento em perodo cuja condio ambiental seja menos
favorvel doena. Tem-se verificado quea concentrao do florescimento
nos meses de menores ndices pluviomtricos reduz significativamente
aincidncia da doena. Vrios estudos com vistas ao controle da doena
mediante a utilizao de microrganismosantagonistas, como Trichoderma
harzianum, T viridis e Bacillus sp., tm sido desenvolvidos e os
resultadostm sido promissores. No h, porm, no momento, nenhuma
recomendao de aplicao imediata emcondies de campo. Resultados
promissores foram tambm obtidos em testes in vitro usando-se urina
devaca. Alm de benomyl, o fungicida tebuconazole tem mostrado
resultados promissores no controle dadoena. Este produto, porm, no
se encontra registrado para utilizao nessa cultura no Brasil. Em
termos de resistncia varietal, os principais cultivares de abacaxi
utilizados no Brasil, comoProla, Smooth Cayenne e Boituva, so
suscetveis doena. Vrios outros, porm, tm demonstradoresistncia de
campo, como Amap, Amarelo-de-Uaups, Cabeona, Fernando Costa, Inerme
CM, Perolera,Pin Negra, Primavera, Rondon, Tapiracanga, Turi Verde
e Ver-o-peso. Dentre estes, Perolera e Primaveratm sido
recomendados pelos rgos de pesquisa como alternativa para o
controle da doena.PODRIDO NEGRA - Ceratocystis paradoxa (De Seynes)
Morcau (Thielaviopsis paradoxa) (De Seynes)Hochn.) A podrido negra,
tambm conhecida por podrido mole e podrido do fruto maduro, so,
depois dafusariose, a mais importante doena nas nossas condies. Seu
agente causal polfago, incidindo sobrediversas espcies vegetais,
incluindo-se arroz, bananeira, cacaueiro, cana-de-acar, Crotalaria
junceae,alm de outras plantas. E uma doena que ocorre
essencialmente durante o transporte e o armazenamento,com
incidncia, s vezes, de 70% dos embarques realizados. Sintomas - A
doena manifesta-se quase que exclusivamente no fruto maduro,
especialmente naregio de insero do pednculo e a base do fruto. Em
frutos maduros, a doena caracterizada peladecomposio total dos
tecidos, que amolecem, liquefazem-se e adquirem uma colorao
pardo-amarelada,deixando exalar um cheiro etreo agradvel, originrio
da fermentao da glicose. O fungo penetra semprepor ferimentos e
pode colonizar todo o fruto, incluindo-se a casca e a parte basal
das folhas. No estdio finalde infeco, o fruto desagrega-se,
torna-se esponjoso e a polpa, exposta ao ar, cobre-se de um
revestimentonegro, constitudo pelos esporos do fungo. O
apodrecimento de mudas, a partir da extremidade que se encontra
ferida, pode ocorreresporadicamente. Alm do forte escurecimento dos
tecidos infectados, outra diferena entre a podrido negrae a
fusariose, nas mudas, a ausncia de goma nas plantas infectadas por
Ceratocystis paradoxa. Etiologia - O agente causal da podrido
negra, Ceratocystis paradoxa (De Seynes) Moreau, umfungo
ascomiceto, da ordem Microascales, famlia Ophiostomataceae.
Corresponde, na fase anamrfica, aofungo imperfeito Thielaviopsis
paradoxa (De Seynes) Hoehn. T paradoxa, alm de possuir grande
nmerode plantas hospedeiras, tambm vive saprofiticamente, sem
apresentar grandes dificuldades de sobrevivnciade um ano para
outro. O teleomorfo difcil de ser encontrado na natureza.
21. O patgeno , essencialmente, um parasita que necessita de
ferimento para infectar, no causandoleses em rgos sadios, exceto
quando os tecidos so muito novos ou quando expostos a condies de
altaumidade. A seca e a insolao so condies desfavorveis ao seu
desenvolvimento. Esta doena pode seconstituir no principal problema
se os frutos colhidos forem mantidos a temperatura ambiente por
perodosuperior a trs dias. O uso de refrigerao (8-90C) retarda a
infeco de C. paradoxa, mas no evita seudesenvolvimento. A
temperatura tima para o desenvolvimento do fungo est em torno de
250C. Abaixo de15 ou acima de 340C, o fungo tem o seu
desenvolvimento retardado. Controle - O controle da podrido negra,
nos frutos, deve ser preventivo. As seguintes medidas
sorecomendadas: a) evitar qualquer tipo de ferimento nos frutos; b)
no realizar a colheita em dias chuvosos; e)deixar um pedao de
pednculo no fruto durante a colheita; d) imergir os frutos em
benomyl ou captan ouimergir o pednculo em triadimefon (0,03%)
durante 1 minuto; d) tomar cuidado com a embalagem e otransporte,
principalmente quando se visa o comrcio externo; e) desinfestar os
locais de embalagem earmazenamento dos frutos; f) frigorificar a
temperaturas abaixo de lO0C. Outros fungicidas que tm semostrado
altamente promissores, com eficincia superior ao benomyl, so o
bitertanol, flusilazole, guazatine,myclobutanil, penconazole e
propiconazole. Entretanto, nenhum destes produtos tem registro para
a culturado abacaxi no Brasil. Resultados promissores tm tambm sido
obtidos com tratamento por radiao gamana faixa de 50 a 250 Gy,
combinado com armazenamento entre 11 e 130C.OUTRAS DOENAS Alm da
fusariose e da podrido negra, outras doenas so citadas nas nossas
condies sendo,porm, de importncia secundria. Dentre estas
incluem-se a podrido parda e a podrido do topo oupodrido de razes.
A podrido parda atribuda a Penicillium funiculosum Thom., embora
Fusarium moniliformeSheldon encontre-se freqentemente associado. No
Hava (USA), P funiculosum tido como o agente causaldas doenas de
ps-colheita denominadas interfruitlet corking, leathery pocket e
fruitlet core rot. Ocaro do abacaxi (Steneotarsonemus ananas Tryon)
est associado doena, inclusive aumentando suaincidncia, embora no
atue como vetor. A alta populao do caro e a infeco de P funiculosum
sofavorecidas por temperatura mdia diria variando entre 16-200C a
partir da fase de induo de florescimentoat as primeiras flores. O
controle da doena tem sido satisfatoriamente alcanado atravs de
pulverizaocom endosulfan para reduzir a populao do caro durante as
cinco primeiras semanas de induo doflorescimento. A podrido do topo
e a podrido de razes so ocasionadas principalmente por
Phytophthoracinnamomi Rands e P parasitica. No Brasil, a sua
ocorrncia tem sido espordica e sua importncia muitolimitada.
Resultados bastante satisfatrios de controle da doena tm sido
obtidos com os fungicidasmetalaxyl, fosetyl-Al e cido fosforoso.
Quando necessrio, o tratamento das mudas sob a forma de imersoem
calda de fosetyl-A1 tem dado bons resultados. Alm de Phytophthora,
vrias espcies de Pythium so tambm responsveis por podrido de
razes.Dentre estas espcies incluem-se P arrhenomanes, P.
graminicola, P splendens, P torulosum e P.
22. irregularae. Destas, a mais patognica ao abacaxi P
arrhenomanes. O uso da fumigao do solo tem dado resultados bastante
satisfatrios, reduzindo os prejuzosatribudos a Pythium spp. devido,
provavelmente, ao controle de nematides e insetos que
ocasionamferimentos nas razes das planta, facilitando a penetrao do
patgeno. Em outros pases - A pink disease, ainda no relatada no
Brasil, de etiologia ainda confusa,sendo admitida ser causada por
Acetobacter aceti, A. liquefaciens e Gluconobacter oxydans. Os
frutos,quando infectados, apresentam a sua polpa com colorao rsea
ou marrom no centro do fruto atacado. Oaquecimento realizado
durante processamento industrial do fruto intensifica a colorao
marrom dos frutosinfectados. Externamente, mesmo nos frutos
infectados, no so observados sintomas da doena. O controlebaseia-se
na colheita dos frutos antes da sua maturao completa ou no
polvilhamento das inflorescnciasdurante a antese com inseticidas
base de dissulfoton. Fruit collapse, causada por Erwinia
chrysanthemi, no foi ainda relatada no Brasil, mas seconstitui na
principal doena do abacaxi na Malsia. Os frutos, quando infectados,
tm aparncia normal ata maturao. Nesta fase, ao invs de exibir a
colorao tipicamente alaranjada, apresenta colorao verde-oliva.
Normalmente, a polpa dos frutos apresenta-se aquosa e com colorao
amarelo-esverdeado. O controleda fruit collapse tem sido conseguido
mediante inibio da abertura das flores com aplicao do cido
2-cloroetilfosfnico a 0,12%, pulverizando-se 30 ml por
inflorescncia.BIBLIOGRAFIABolkan, H.A.; Dianese, J.C.; Cupertino,
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24. DOENAS DA ALCACHOFRA (Cynara scolymus L.) M. M. F. B. dos
Santos, J. R. Stangarlin & S. F. Pascholati A alcachofra uma
hortalia herbcea, perene, pertencente famlia Compositae. Adapta-se
melhorao clima ameno, no tolerando frio intenso e solos
encharcados. Seu cultivo indicado principalmente pararegies
serranas, de vero ameno e inverno com geadas fracas. Clima quente e
seco provoca a aberturaprecoce do boto, alterando a qualidade da
parte comestvel. comercializada para fins comestveis -botoou
inflorescncia - e medicinais - extrao da cinarina das folhas, um
poderoso diurtico. Possui diversasvariedades, sendo a variedade
mais cultivada no Brasil a Roxa de So Roque. No tocante s
doenasinfecciosas, em condies adequadas de clima e solo,
dificilmente ocorrem surtos severos.PODRIDO MOLE - Erwinia
carotovora subsp. carotovora (Jones) Bergey et al. uma bactria
causadora de podrido mole em muitas plantas cultivadas. A bactria
penetra nasrazes e colo da planta atravs de ferimentos provocados
pelos cortes de limpeza. Ocorre murcha das folhas,morte de toda a
planta, com podrido mole e ftida. Rotao de culturas, plantio em
solos bem drenados,irrigao controlada e tratamento de material
propagativo com cpricos so medidas que favorecem ocontrole desta
doena.ODIO - Leveillula taurica f. sp. cynarae Jaczewski
(Ovulariopsis cynarae (Ferr. & Massa) Cicc.) Este fungo ocorre
com muita freqncia cm culturas de alcachofra em regies mediterrneas
e aindano foi constatado no Brasil. Sintomas - A face superior de
folhas jovens apresenta-se coberta por eflorescncia
branco-amarelada, pulverulenta, que corresponde s estruturas do
patgeno. Pode haver murcha do limbo foliar eseu enrolamento em
direo ao pice, ao longo das nervuras principais. Tais sintomas so
comuns emcondies de temperatura amena (15-200C) e baixa umidade
relativa do ar (como cm invernos secos). Noocorrem sob temperaturas
mdias inferiores a 100C. Etiologia - A fase sexual Leveillula
taurica f. sp. cynarae caracterizada por cleisiotcios
esfricos,ligeiramente achatados nos plos, contendo ascos e
ascsporos em seu interior. A fase assexual Ovulariopsis cynarae, o
qual apresenta conidiforos simples ou ramificados, por vezes
septado e com 400m de comprimento. Sobre esses conidiforos
subcilndricos so formados condios em cadeia, comdimenses de 24-68 x
9,5-25 m. Controle - De forma geral, o controle do odio na
alcachofra pode ser realizado com pulverizaesde produtos base de
enxofre, em intervalos de 7 a 14 dias a partir da ocorrncia dos
primeiros sintomas. Aaplicao do enxofre sob temperatura elevada
pode ocasionar queimaduras nas folhas.
25. FUMAGINA - Capnodium sp. Esse fungo recobre toda a folha e
parte do caule, vivendo associado ao pulgo, praga comum
nessacultura. Sintomas - A colonizao d-se principalmente na pgina
inferior das folhas e no broto principal. Amanta miceliana pode
recobrir toda a folha e parte do caule. Ao final do processo, as
plantas tornam-seescuras, sendo que algumas folhas ficam retorcidas
e pretas. Os prejuzos decorrem das dificuldades derespirao e
fotossntese dos tecidos da planta devido presena superficial do
miclio. Etiologia - Capnodium sp. um ascomiceto saprfita que no
parasita os tecidos da planta, masdesenvolve-se nas secrees
aucaradas dos pulges. A manta miceliana, sendo superficial, pode
serdestacada mecanicamente. Controle - O combate ao pulgo essencial
para o controle do fungo. Pulverizaes de primicarb,mevinfs ou
malation, ou ainda metasistox a 0,1% so indicadas. Caso haja
necessidade de se controlar oataque dos insetos pouco antes do
incio da colheita, pode-se usar malation 50% (15 ml para 10 litros
degua), 3 a 4 dias antes da colheita. Um espalhante pode ser
empregado para melhorar o efeito naspulverizaes.MLDIO DA ALCACHOFRA
- Bremia lactucae Regel E causado por Bremia lactucae, agente do
mldio da alface. Porm, na alcachofra, encontram-seraas
especializadas do patgeno no-patognicas alface. Os sintomas so
representados por manchaspardas e secas na face superior das
folhas, correspondendo a eflorescncias brancas ou corpos de
frutificaodo fungo na face inferior. As leses provocadas por mldio
podem favorecer a instalao de outros fungos,como Botrytis cinereae,
por exemplo.PODRIDO DO COLO - Sclerotinia sclerotiorum (Lih.) Dc
Bary, Sclerotium rolfsii Sacc., Rhizoctoniasolani (Khn) Ocasionam
podrido na regio do colo da planta, com sintomas reflexos de
amarelecimentoprogressivo e seca na parte mais externa das folhas.
Sclerotium rolfsii e R. solani ocorrem com maiorfreqncia em meses
quentes e S. Sclerotiorum em meses de clima ameno. Todos so
favorecidos por altosteores de umidade no solo. O controle pode ser
realizado pelo cultivo em solos bem drenados e com irrigaomoderada,
alm da rotao de culturas com gramneas. A utilizao de produtos base
de iprodione pode darbons resultados de controle.OUTRAS DOENAS
Crestamento Bacteriano- Xanthomonas campestris (pv. indeterminado).
Esta bactria parece serespecfica da alcachofra, no produzindo
sintomas em outros membros da famlia Compositae.
Sintomasmanifestam-se em folhas e captulos, atravs de manchas
oleosas escuras, com exsudao bacteriana de coramarela, seguida de
podrido. O controle pode ser realizado com rotao de culturas,
evitando-se o plantioem locais com excesso de umidade do solo, e
com pulverizao com fungicidas cpricos ou antibitico
26. estreptomicina. Mancha de Ramularia - Ramularia cynarae
Sacc. Provoca mancha de colorao parda na facesuperior das folhas,
correspondendo eflorescncia cinzenta na face inferior, constituda
por condioshialinos, alongados, uni ou bisseptados, produzidos em
cadeia sobre os conidiforos formados em tufos nasaberturas
estomticas. Mancha de Ascochyta - Ascochyta hortorum. Este fungo
ataca as brcteas mais externas, causandoleses circulares, pardas,
revestidas de pontuaes pretas que correspondem aos picndios.
Nematides - Pode haver a ocorrncia de Meloidogyne incognita, M.
javanica, Pratylenchuspenetrans, P brachyurus, Longidorus
fasciatus, Helicotylenchus dihystera, Criconemella
ornata.BIBLIOGRAFIACamargo, L. de S. Cultura da alcachofra (Cynara
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chicria, morango e quiabo. Informe Agropecurio 17:5-13, 1995.
27. DOENAS DA ALFACE (Lactuca sativa L.) M. A. Pavan & C.
KurozawaMOSAICO Lettuce mosaic vrus - LMV No Brasil, os vrus que
causam mosaico e mosqueado em alface so: vrus do mosaico da
alface(lettuce mosaic vrus- LMV); vrus do mosaico do pico (bidens
mosaic vrus - BMV); vrus domosqueado da alface (lettuce mottle vrus
- LMoV); vrus do mosaico do pepino (cucumber mosaic vrus- CMV) e
vrus do mosaico do nabo (turnip mosaic vrus - TuMV). O LMV
considerado o agente causaldo mosaico de maior importncia.
Encontra-se disseminado por todo o mundo, provavelmente devido
aointercmbio de sementes atravs do comrcio internacional. Sintomas
- Os sintomas em alface do grupo manteiga, na fase adulta, so de
fcil reconhecimento:mosqueado, distoro e amarelecimento foliares,
podendo desenvolver necrose de nervuras na dependnciado cultivar,
resultando na m formao ou distoro das cabeas. Clareamento de
nervuras e mosaico socomuns em plantas jovens e adultas. Esses
sintomas so menos visveis em cultivares com presena deantocianina.
Quando plantas jovens so infectadas, as folhas internas permanecem
pequenas e inclinam-separa o centro. Em cultivares de alface de
cabea crespa, mosaico e clareamento de nervuras so menosvisveis,
porm, pontuaes, reduo no crescimento e distoro foliar so comumente
observadas,principalmente quando as plantas so infectadas no estgio
inicial de desenvolvimento. A sndrome descritacomo June Yellows,
que ocorre em cultivares de alface do grupo americano, consiste no
amarelecimentodas folhas da saia e reduo de crescimento. Em
cultivares do grupo Romana, clareamento de nervuras emosqueado so
visveis em plantas jovens. Estas ficam atrofiadas e declinam,
formando uma cabeapequena. Em todos os tipos de alface, o efeito do
LMV visvel, principalmente, durante o pendoamento. Asbrcteas da
inflorescncia mostram mosqueado e reas necrticas. As plantas
infectadas produzem menorquantidade de sementes. Isolados muito
agressivos provocam severa reduo do crescimento, necrose e, svezes,
morte de plantas. A reao de cultivares resistentes, quando
infectados com LMV, varia da ausnciaabsoluta de sintomas a um leve
mosqueado, na dependncia da fonte de resistncia utilizada para
seudesenvolvimento. Etiologia - O LMV atualmente classificado como
uma espcie do gnero Potyvirus, famliaPotyviridae, possuindo
partculas de estrutura filamentosa e flexuosa, medindo
aproximadamente 730 nm decomprimento por 13 nm de dimetro. O LMV
apresenta uma gama de hospedeiros bem ampla. Pode-se relacionar 121
espcies vegetais,pertencentes a 17 famlias botnicas e 60 gneros,
como hospedeiras. A maioria das espcies pode serenquadrada nas
seguintes famlias: Aizoaceae, Amaranthaceae, Asteraceae,
Boraginaceae, Brassicaceae,Caryophyllaceae, Chenopodiaceae,
Cucurbitaceae, Geraniaceae, Lamiaceae, Leguminosae,
Malvaceae,Martymaceae, Papilionaceae, Polygonaceae, Primulaceae e
Solanaceae. As principais caractersticas para identificao e
diagnose do LMV so baseadas em morfologia,hospedeiros diferenciais,
propriedades fsicas, mecanismo de transmisso, disseminao e
sorologia (Tabelas
28. 4.1 e 4.2). A disseminao do LMV pode ocorrer atravs da
semente ou por afdeos. A taxa de transmisso baixa e h variao entre
cultivares e dentro de cultivares, indicando a possibilidade de
seleo para poucaou nenhuma transmisso. O LMV pode ser transmitido
tanto pelo plen como pelo vulo. A transmisso doLMV por afdeos de
maneira no-persistente e pode ser feita por vrias espcies, sendo
Myzus persicae amais eficiente. O vrus do mosaico da alface
apresenta variabilidade e, em funo disto, foi agrupado dentrode trs
grupos de estirpes: grupo 1, que infecta somente cultivares
suscetveis; grupo II, que infecta o cultivarIthaca, que carrega um
gene de resistncia; e grupo III, que provoca sintomas severos em
todos os cultivares,incluindo aqueles que carregam o gene mo/g.
Estirpes do grupo III ocorrem no Estado de So Paulo. Controle - A
combinao da transmisso por sementes e pelo afdeo-vetor de maneira
no-persistente altamente favorvel para a ocorrncia de severas
epidemias do LMV em lavoura de alface. Aeficcia do uso de sementes
livres de vrus reduz as perdas, mas o desenvolvimento de cultivares
resistentese a aplicao de alguns mtodos culturais, como eliminao de
ervas daninhas hospedeiras do LMV, devemser integrados para
assegurar um melhor controle.Tabela 4.1Tabela 4.2 Uso de sementes
livres de vrus: a quantidade inicial do nvel de contaminao de
sementesdetermina a perda final da produo de alface. Nos campos com
populao de afdeos ativos, perdas totais dealface podem ocorrer
quando a porcentagem de transmisso pela semente for de 0,5%. O nvel
de tolernciaadotado nos E.U.A. zero, mas na Europa e alguns outros
pases, o nvel de tolerncia de 0,1%. Para aobteno de sementes livres
de vrus, numerosas tentativas tm sido realizadas para inativar o
vrus emsementes infectadas, mas a maioria no tem valor prtico. Um
mtodo de tratamento consiste em manter assementes embebidas em
polietileno glicol, a 400C, por 6 a 10 dias. No Brasil, a eficincia
de controledecorrente da adoo de sementes livres de vrus baixa,
pois durante praticamente todo o ano h condiesfavorveis para a
proliferao de afdeos vetores e existem muitas fontes externas do
vrus. Em regiesprodutoras do Estado de So Paulo os cultivos so
extensivos e prximos uns aos outros, realando aimportncia da fonte
de inculo externa na ocorrncia do LMV. Resistncia para o LMV: Os
cultivares Gallega de Inverno e PI-25 1245 (Lactuca
serriola)apresentam tolerncia (multiplicao do vrus com ausncia de
sintomas) ao mosaico causado por LMV,regida por genes recessivos.
Os cultivares Brasil 201, Brasil 221, Brasil 303, Vivi, Regina,
urea, Vanessa,Karina, Gloria, Elisa e Floresta tm Gallega de
Inverno ou PI-25 1245 como parentais.VIRA-CABEA - Tospovirus Um
vrus do gnero Tospovrus, vem causando perdas significativas nos
ltimos anos na cultura daalface, principalmente para cultivos de
vero. Nesta poca, pode ser considerada uma das doenas
maisimportantes, apresentado, freqentemente, incidncia superior a
60 %.
29. Sintomas -Em alface, esse tospovirus causa manchas
necrticas e bronzeamento em folhas,geralmente em um lado da planta.
A infeco sistmica caracterizada por uma murcha
marginal,amarelecimento e bronzeamento de folhas internas e da
nervura (Prancha 4.1). Etiologia - A doena causada por um vrus do
gnero Tospovirus, da famlia Bunyaviridae. Porno estar totalmente
caracterizado, do ponto de vista molecular, no possvel afirmar que
se trata do mesmovrus que causa o vira-cabea do tomateiro (Tomato
spotted wilt virus-TSWV) descrito no captuloDoenas do Tomateiro.
Controle - Na fase de pr-lavoura deve-se adotar as seguintes
medidas: rotao da cultura complantas no suscetveis, plantio em
locais em que no haja lavoura suscetvel nas adjacncias e controle
dehospedeiros alternativos do vrus e do vetor. Durante a lavoura,
deve-se utilizar mudas livres de vrus, aplicarregularmente
inseticidas (viveiro e lavoura), separar os canteiros com espcies
no suscetveis, comobrcolis e couve-flor e reduzir operaes de
cultivo, evitando movimento do tripes de fontes infectadas.
Emps-colheita recomenda-se: alqueive (3 a 4 semanas) da rea em
campos com alta incidncia da doena etratamento do solo (fumigao)
para eliminar tripes associados a restos de cultura. O manejo no
totalmente efetivo se vrus e vetor ocorrerem em alta incidncia em
toda a rea. Nestas condies o plantiodeve ser evitado. importante a
cooperao entre os produtores vizinhos para o controle do tripes.
Resistncia ao TSWV foi observada nos cultivares Tinto e PI 3425 17
(Acora) e esta resistncia de dominncia parcial. Trabalhos de
transferncia de resistncia e seleo de plantas prprias para
nossomercado vm sendo realizados.MANCHA BACTERIANA - Pseudomonas
cichorii (Swingle) Stapp. Esta doena no limitante para o plantio da
alface, mas, dependendo das condies climticas e doinculo no local
de plantio, pode causar grandes perdas ao produtor. Assim como as
demais doenasbacterianas, seu controle exige uma srie de medidas
conjuntas sob pena de no haver xito, principalmentequando somente o
controle qumico for adotado. Essa bactria pode afetar tambm
crucferas, cucurbitceas,batata, tomateiro, pimento, feijo vagem,
ervilha, beterraba e cebola. Sintomas - A bactria causa manchas
necrticas isoladas no centro ou bordos do limbo foliar,podendo
tambm atingir extensas reas da nervura central (Prancha 4.2). No
incio, as leses apresentamencharcamento e colorao escura, passando,
depois, cor parda a preta, com a seca dos tecidos. Emcondies de
alta umidade, as leses coalescem e causam destruio de extensas reas
do limbo foliar. Naregio Sudeste do Brasil, nas pocas chuvosas,
plantas prximas colheita podem apresentar a nervuracentral das
folhas totalmente necrosada. Em pouco tempo as folhas murcham e
apodrecem. Esseapodrecimento agravado pela ao de outras bactrias,
principalmente de Erwinia. Sintomas semelhantesso constatados em
chicria. Etiologia - Pseudomonas cichorii (Swingle) Stapp uma
bactria gram-negativa, bastonetiforme,que forma colnias lisas e de
cor esbranquiada. A penetrao nos tecidos ocorre principalmente
porferimentos causados por insetos, pelo frio ou pela queima por
adubos e por aberturas naturais. Adisseminao na cultura ocorre por
respingos de gua de chuva e irrigao. Sementes e mudas
contaminadas
30. so responsveis pela disseminao a longas distncias. Alta
umidade e temperatura amena, em torno de 250C, so favorveis
ocorrncia dessa doena. Abactria tem um grande nmero de hospedeiros,
entre as cucurbitceas, solanceas, aliceas e leguminosas, oque
permite sua sobrevivncia e dificulta a adoo de medidas de controle.
Controle - As medidas de controle devem ser adotadas de maneira
integrada com utilizao desementes sadias; rotao de culturas com
plantas no hospedeiras; eliminao de plantas doentes e restos
decultura e favorecimento de ventilao das plantas. Deve-se, ainda,
evitar o encharcamento do solo,principalmente atravs da irrigao por
asperso. O controle qumico pouco eficiente e no existe
nenhumavariedade ou hbrido comercial resistente.SEPTORIOSE -
Septoria lactucae Passerini A septoriose uma doena muito comum em
regies de clima ameno e em pocas chuvosas. Suaimportncia deve-se s
leses necrticas no limbo foliar que prejudicam o valor comercial do
produto. Noscampos de produo de sementes, a doena causa seca das
folhas, devido coalescncia de muitas manchas,resultando em danos na
formao das sementes. Sintomas - O fungo ataca principalmente as
folhas (Prancha 4.3), mas pode afetar tambm a haste eos rgos
florais no campo de produo de sementes. Os sintomas nas folhas so
manchas com contornosirregulares. O tecido afetado, inicialmente
com aspecto desidratado, torna-se pardacento, com numerosospontos
de cor escura que so os corpos de frutificao do fungo. Esses corpos
de frutificao so ospicndios, visveis a olho nu. Quando em ambiente
mido, verifica-se, na parte superior dos picndios, umamassa de
esporos (cirros) que s liberada na presena de um filme de gua. No
havendo gua, os condiosno germinam e dificilmente so disseminados
pelo vento. Etiologia - Septoria lactucae Passerini um fungo da
classe Deuteromiceto, ordem Sphaeropsidalese famlia
Sphaeropsidaceae. O fungo produz condios filiformes, multiseptados
e hialinos no interior depicndios. A penetrao normalmente ocorre
pela abertura estomatal e as condies favorveis para
odesenvolvimento da doena so alta umidade e temperatura na faixa de
10 a 280C, com o timo em torno de240C. No se conhece outros
hospedeiros do fungo em nossas condies, embora existam outras
plantas damesma famlia afetadas por Septoria. Controle - As
principais medidas de controle recomendadas so: emprego de sementes
sadias,rotao de culturas por trs ou mais anos, pulverizao das
plantas em desenvolvimento com benomyl outiofanato metlico, aps o
aparecimento dos primeiros sintomas ou, preventivamente, com
mancozeb ouchlorothalonil.MLDIO - Bremia lactucae Regel A doena
importante em condies ambientais de alta umidade e temperatura
amena a baixa. Naregio Sudeste do Brasil, esta doena ocorre nos
meses mais frescos do ano quando h cerrao e muitoorvalho. O fungo
muito sensvel ao calor e baixa umidade do ar, uma vez que essas
condies influemdiretamente na esporulao, germinao e penetrao do
fungo nos tecidos do hospedeiro, via abertura
31. estomatal. Na ausncia de filme de gua no h germinao dos
esporngios, nem formao de zosporos nointerior dos mesmos. Os
sintomas em folhas manifestam-se como reas clorticas, de tamanho
varivel, que mais tardetornam-se necrticos, de cor parda. Na face
inferior das reas afetadas, formam-se frutificaes do fungo
deaspecto branco, constitudo de esporangiforos e esporngios. O
controle baseia-se em: plantio em solo bem drenado, evitando reas
de baixadas mal ventiladas emidas, nas proximidades de lagoas,
represas ou junto aos rios; rotao da cultura com plantas de
outrasfamlias; pulverizaes das plantas doentes com fungicidas
sistmicos especficos, como metalaxyl ecymoxanil, ou,
preventivamente, com mancozeb ou chlorothalonil; eliminao de restos
de cultura e preparodo solo com boa antecedncia.QUEIMA DA SAIA -
Rhizoctonia solani Khn A importncia desta doena est diretamente
relacionada ao potencial de inculo no solo onde aalface cultivada.
Plantas bem desenvolvidas e prximas colheita so as mais afetadas.
Em geral, asplantas afetadas apresentam folhas basais e/ou medianas
com sintomas de murcha e seca, podendo levar morte. Quando se
examina a parte interna das plantas com sintomas de murcha,
constata-se, junto nervuracentral e na base do limbo foliar, um
crescimento de miclio vigoroso e frouxo, branco no incio
epardacento num estgio mais avanado. Com o desenvolvimento da
doena, pode-se encontrar numerososesclerdios, pequenos e frouxos,
de cores branca a pardo-escura. As condies climticas favorveis
suaocorrncia so alta umidade junto s plantas e temperatura entre
150C e 250C. As medidas de controle recomendadas so: rotao de
culturas com gramneas, com posteriorincorporao das palhas ao solo
para propiciar melhor drenagem e aumento da populao de
microrganismoscompetidores com os patgenos do solo; preparo do solo
com antecedncia ao plantio e, nos solos com altopotencial de
inculo, rega ou pulverizao do solo com iprodione antes e/ou uma
semana aps o transplante.PODRIDO DE ESCLEROTINIA OU MOFO BRANCO -
Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) De Bary e S.minor Jagger Fungos do
gnero Sclerotinia atacam a alface em qualquer estdio de
desenvolvimento das plantas,mas ocorrem, mais freqentemente, em
plantas prximas poca da colheita. As plantas afetadas
apresentamsintomas parecidos com a queima da saia, mas a evoluo da
doena mais rpida porque o fungo colonizatoda a regio basal das
plantas e provoca o apodrecimento do caule e da base das folhas
(Prancha 4.4). Aoexaminar a regio do colo das plantas atacadas,
constata-se necrose total do tecido e, na superfcie de todosos
tecidos prximos, um crescimento cotonoso de miclio branco e a
presena de esclerdios que so asestruturas de resistncia do fungo.
Os esclerdios tm o formato de gro de arroz, embora maiores,
brancosno incio e pretos em estgio mais avanado. Tanto S.
sclerotiorum quanto S. minor provocam a doena, com sintomas
semelhantes. Esta ltimaespcie produz esclerdios bem menores e com
formato irregular que se assemelham a gros de plvora. NoEstado de
So Paulo, ambas as espcies so encontradas, porem no municpio de
Mogi das Cruzes, SP, como
32. nos E.U.A., h predominncia de S. minor. S. sclerotiorum um
fungo polfago, afetando muitas plantas cultivadas destacando-se
soja, tomate,ervilha, feijo, batata, alface, chicria, repolho,
couve-flor, cenoura e outras. As medidas de controlerecomendadas so
semelhantes s citadas para a queima da saia da alface.MANCHA DE
CERCOSPORA - Cercospora longissima (Cugini) Saccardo A mancha de
cercospora no chega a ser uma doena destrutiva, mas comum em muitas
regies eem variedades de folha lisa. Os sintomas so freqentes em
folhas mais velhas e quando ocorre coalescnciade muitas manchas
pode prejudicar o desenvolvimento da planta e seu valor comercial.
As manchas socirculares, pardacentas com centro mais claro. A
ausncia de corpos de frutificao do fungo diferencia-a daseptoriose
e, ao examinar com lentes de aumento de 20 x, constata-se, tanto na
face inferior como nasuperior, grande quantidade de condios
esbranquiados e longos, produzidos em conidiforos. Aomicroscpio, os
condios so hialinos, multiseptados e filiformes. O fungo pertence a
classe Deuteromiceto,ordem Moniliales e famlia Moniliaceae. As
medidas de controle recomendadas para mancha de septoriacontrolam
esta doena.OUTRAS DOENAS A bacteriose causada por Erwinia
carotovora subsp. carotovora (Jones) Bergey et al. ocorre emcondies
de nutrio desequilibrada das plantas, principalmente com excesso de
nitrognio, que favorece oferimento dos tecidos e a colonizao pela
bactria. Essa bacteriose ocorre com freqncia em associaocom outras
doenas, causadas por bactrias ou fungos. Em condies de alta umidade
e alta temperatura, abactria provoca rpida decomposio aquosa dos
tecidos, devido ao das enzimas pectinolticas queagem na lamela mdia
das clulas. Nas condies descritas acima, o controle desta
bacteriose torna-secomplexo e pouco eficiente. Maiores detalhes
desta doena podem ser encontrados na descrio do talooco do
tomateiro. A bacteriose ocasionada por Pseudomonas marginalis pv.
marginalis (Brown) Stevens provocasintomas muito semelhantes aos
causados por P. cichorii, o que dificulta a diagnose. Ela afeta
endvia,chicria, repolho, pepino, cebola, batata, feijo vagem e
ervilha. Em geral, os sintomas da doena iniciam-sena margem da
folha e avanam em direo base, podendo afetar todo o limbo. O incio
da doena podeocorrer numa folha intermediria e avanar s demais. O
sistema vascular junto s leses pode sercolonizado e descolorido. As
condies favorveis para a ocorrncia desta bacteriose so semelhantes
sdescritas para P. cichorii, mas a temperatura tima levemente
superior. A doena