Mestrado em Educação Pré-Escolar e
Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico
Relatório de Estágio da Prática de Ensino
Supervisionada
Ana Felisbela Machado Costa
dezembro | 2015
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto
Mestrado em Educação Pré-Escolar e
Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico
Relatório de Estágio da Prática de Ensino
Supervisionada
Ana Felisbela Machado Costa
dezembro de 2015
ii
Ana Felisbela Machado Costa
Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º
Ciclo do Ensino Básico
Orientadora: Professora Doutora Rosa Branca
Cameira Tracana Pereira
dezembro de 2015
iii
Agradecimentos
Publicamente quero deixar o meu agradecimento a todas as pessoas que diretamente ou
indiretamente contribuíram para a realização de relatório de prática de ensino supervisionada.
Aos meus pais e irmão, o meu especial agradecimento pelo apoio carinhoso,
compreensão e tolerância demonstrados durante estes anos.
Ao meu namorado Fernando pelo carinho e ajuda que me deu durante a realização deste
relatório.
À Professora Maria de Fátima Leitão e à Educadora Maria Conceição Silva por me
terem acolhido no seu grupo de trabalho e me ajudarem a evoluir durante os estágios realizados.
À Professora Doutora Rosa Branca Cameira Tracana Pereira pelo seu contributo
pedagógico e espirito de amizade que sempre revelou ao longo da realização deste relatório.
Um especial agradecimento à minha colega de estágio e amiga Inês Francês, pelo apoio
que me deu durante estes anos, pelo espírito de entreajuda e partilha de amizade que sempre
demonstrou.
Não posso deixar de referir o agradecimento às amigas Kátia B., Filipa, Mara, Tânia,
Cátia T., Catarina, Juliana e Gabriela pela amizade que nos une, pelos momentos de alegria e
divertimento que passámos e pela cumplicidade que irá unir-nos para sempre.
A todos um muito obrigado!
iv
Resumo
O presente relatório de estágio foi elaborado para a obtenção do grau de mestre em
Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. Este incide sobre o
desenvolvimento da prática pedagógica nos dois ciclos de ensino, assim como a investigação
realizada sobre a temática da alimentação saudável.
Este relatório de estágio pretende descrever o trabalho realizado, refletir e fundamentar
as opções metodológicas desenvolvidas no jardim-de-infância e no 1º Ciclo do Ensino Básico.
Pretende ainda descrever o trabalho de investigação realizado sobre os hábitos
alimentares das crianças do 4º ano de escolaridade. Na sociedade atual, assistimos a um
facilitismo, por parte dos alunos, no acesso a alimentos que dificultam a manutenção de uma
alimentação equilibrada quando ingeridos em excesso.
Numa primeira etapa do estudo foi aplicado um questionário para averiguar quais os
hábitos alimentares dos alunos que participaram no estudo, assim como os conhecimentos que
estes possuem acerca da pirâmide da alimentação saudável.
A segunda fase do estudo consistiu numa intervenção teórica sobre a temática da
alimentação saudável, através da utilização de um power-point.
A terceira fase do estudo consistiu na avaliação dos conhecimentos adquiridos na etapa
anterior do estudo, esta foi realizada através da realização de um jogo e da elaboração de um
desenho da pirâmide alimentar.
É, igualmente, apresentada a intervenção realizada com a comunidade educativa que
inclui diversas ações, nas quais participam os alunos, assim como os resultados obtidos na
mesma.
Após decorridas as três fases do estudo foi possível concluir que os alunos evoluíram no
que diz respeito aos conhecimentos sobre as regras para a manutenção de uma alimentação
saudável e equilibrada. Relativamente aos alunos na qual se verificou sobrepeso e obesidade foi
possível observar que estes demonstraram interesse em modificar a sua alimentação. Constatou-
se que estes alunos demostraram uma evolução significativa nos conhecimentos adquiridos com
a investigação realizada.
Palavras-chave: Prática de Ensino Supervisionada; Educação Pré-Escolar; 1º Ciclo do Ensino
Básico; Alimentação Saudável.
v
Abstract
This internship report was prepared for the degree of Master in Preschool Education and
Teaching of the 1st cycle of basic education. This focuses on the development of pedagogical
practice in both education cycles, as well as research conducted on the theme of healthy eating.
This stage report is intended to describe the work, reflect and support the
methodological options developed in the garden for children and the 1st cycle of basic
education.
It also aims to describe the conducted research on the eating habits of children in the 4th
grade. In today's society, we are witnessing a facilitismo, by the students, access to foods that
make it difficult to maintain a balanced diet when eaten in excess.
In the first stage of the study a questionnaire was applied to find out what the eating
habits of students who participated in the study, as well as the knowledge they have about the
pyramid of healthy eating.
The second phase of the study consisted of a theoretical presentation on the theme of
healthy eating through the use of a power-point.
The third phase of the study was to assess the knowledge acquired in the previous stage
of the study, this was accomplished through the completion of a game and the development of a
design of the food pyramid.
It also presented the intervention performed with the educational community that
includes a number of actions, in which students participate, as well as the results obtained in it.
After elapsed the three phases of the study it was concluded that students have evolved
with regard to knowledge about the rules for maintaining a healthy and balanced diet. With
regard to students in which he was found overweight and obesity was observed that they
showed interest in modifying their food. It was found that these students demonstrated a
significant evolution in the knowledge gained from the investigation.
Key words: Supervised Teaching Practice; Preschool education; 1st Cycle of Basic Education;
Healthy eating.
1
Índice Geral Agradecimentos ............................................................................................................................ iii
Resumo ......................................................................................................................................... iv
Abstract ......................................................................................................................................... v
Índice ............................................................................................................................................. 1
Índice de Figuras ........................................................................................................................... 2
Índice de Tabelas ........................................................................................................................... 3
Índice de Gráficos ......................................................................................................................... 4
Introdução ..................................................................................................................................... 5
Capítulo I – Enquadramento Institucional e Administração Escolar ............................................ 7
1.1 Enquadramento Institucional – Organização Escolar.................................................... 8
1.1.1 Educação Pré-Escolar ............................................................................................ 9
1.1.2 1º Ciclo do Ensino Básico ................................................................................... 12
1.2 Enquadramento Institucional – Administração Escolar .................................................... 13
1.2.1 Caraterização da Cidade da Guarda .......................................................................... 13
1.2.2 Caraterização do Jardim de Infância de Alfarazes ..................................................... 16
1.2.3 Caraterização da Escola Básica de Santa Zita ............................................................ 21
1.3 Caraterização Psicopedagógica dos Grupos de Crianças ............................................ 27
1.3.1 Caraterização do Grupo de Crianças do Jardim de Infância de Alfarazes .......... 28
1.3.2 Caraterização da turma da Escola Básica de Santa Zita ...................................... 31
Capítulo II – Descrição do Processo de Prática de Ensino Supervisionada I e II ....................... 34
2.1 Prática de Ensino Supervisionada ............................................................................... 35
2.2 Prática de Ensino Supervisionada I ............................................................................. 36
2.3 Prática de Ensino Supervisionada II ............................................................................ 47
Capítulo III – Alimentação Saudável: Hábitos Alimentares de Crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico .......................................................................................................................................... 53
3.1 Alimentação Saudável ................................................................................................. 54
3.2 Alimentação em idade escolar ..................................................................................... 57
3.3 Hábitos alimentares saudáveis para crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico ............... 60
Conclusão .................................................................................................................................... 73
Referências Bibliográficas: ......................................................................................................... 74
Anexos......................................................................................................................................... 79
2
Índice de Figuras
Figura 1 Cidade da Guada ........................................................................................................... 13 Figura 2 Anta e Pêra do Moço .................................................................................................... 15 Figura 3 Estátua de D. Sancho I .................................................................................................. 15 Figura 4 Jardim-de-Infância de Alfarazes ................................................................................... 16 Figura 5 Espaço dos jogos de mesa ............................................................................................. 19 Figura 6 Espaço da reunião ......................................................................................................... 19 Figura 7 Espaço do faz-de-conta ................................................................................................ 19 Figura 8 Espaço do Computador ................................................................................................. 20 Figura 9 Espaço da leitura ........................................................................................................... 20 Figura 10 Espaço da expressão plástica ..................................................................................... 20 Figura 11 Calendário ................................................................................................................... 21 Figura 12 Trabalhos realizados pelas crianças ............................................................................ 21 Figura 13 Escola Básica de Santa Zita ........................................................................................ 21 Figura 14 Biblioteca/Centro de recursos ..................................................................................... 24 Figura 15 Salão Polivalente......................................................................................................... 24 Figura 16 Espaço exterior ........................................................................................................... 24 Figura 17 Sala de aula ................................................................................................................. 25 Figura 18 Placards ....................................................................................................................... 25 Figura 19 Quadro de Giz ............................................................................................................. 26 Figura 20 Técnica do sopro ......................................................................................................... 37 Figura 21 Aula de natação ........................................................................................................... 37 Figura 22 Árvore Elvira .............................................................................................................. 38 Figura 23 Visita de estudo ........................................................................................................... 38 Figura 24 Ouriço ......................................................................................................................... 39 Figura 25 Fantocheiro ................................................................................................................. 40 Figura 26 Visita de estudo ........................................................................................................... 42 Figura 27 Pai Natal articulado ..................................................................................................... 42 Figura 28 Anjo ............................................................................................................................ 42 Figura 29 Boneco de Neve .......................................................................................................... 44 Figura 30 Atividade experimental ............................................................................................... 44 Figura 31 Registo da atividade .................................................................................................... 45 Figura 32 Floco de neve .............................................................................................................. 45 Figura 33 Ronda de Contos ......................................................................................................... 46 Figura 34 Atividade experimental ............................................................................................... 48 Figura 35 Caixa da Páscoa .......................................................................................................... 49 Figura 36 Presente do Dia da Mãe .............................................................................................. 50 Figura 37 Pirâmide da Alimentação Saudável ............................................................................ 56 Figura 38 Conceções sobre o que entendes por alimentação saudável ....................................... 69 Figura 39 Pirâmide Alimentar desenhada por um aluno ............................................................. 70 Figura 40 Pirâmide Alimentar desenhada por um aluno ............................................................. 71 Figura 41 Conceções sobre o que entendem por alimentação saudável ...................................... 72
3
Índice de Tabelas
Tabela 1 Áreas de conteúdo da educação pré-escolar .................. Erro! Marcador não definido. Tabela 2 Valores de referência do Índice de Massa Corporal ..................................................... 58 Tabela 3 Dados recolhidos no questionário ................................................................................ 63
4
Índice de Gráficos
Gráfico 1 Respostas dos alunos à questão: Quantas horas dormes durante od dias da semana? ..................................................................................................................................................... 63 Gráfico 2 Respostas dos alunos à questão: Quantas refeições fazes por dia? ............................ 64 Gráfico 3 Respostas dos alunos à questão: Tomas sempre o pequeno-almoço? ........................ 65 Gráfico 4 Respostas dos alunos à questão: O que comes ao pequeno-almoço?.......................... 65 Gráfico 5 Respostas dos alunos à questão: Comes chocolates, bolos, rebuçados e gomas? ...... 65 Gráfico 6 Respostas dos alunos à questão: Comes comida do tipo “fast-food”? ....................... 65 Gráfico 7 Respostas dos alunos à questão: Comes sopa? ........................................................... 66 Gráfico 8 Respostas dos alunos à questão: Comes legumes, vegetais e frutas? .......................... 66 Gráfico 9 Respostas dos alunos à questão: Comes peixe? .......................................................... 66 Gráfico 10 Respostas dos alunos à questão: Ter uma alimentação saudável é ........................... 67 Gráfico 11 Respostas dos alunos à questão: Devo comer mais ................................................... 67 Gráfico 12 Respostas dos alunos à questão: Devemos comer esporadicamente ......................... 68 Gráfico 13 Respostas dos alunos à questão: Devemos hidratarmo-nos em abundância? ........... 68
5
Introdução
O presente relatório de estágio foi elaborado no decorrer dos estágios realizados durante
o curso de Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico,
lecionado na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, inserida no Instituto
Politécnico da Guarda.
As práticas pedagógicas que servem de suporte à realização do presente relatório foram
realizadas em dois estabelecimentos de ensino diferentes.
A Prática de Ensino Supervisionada I (PES I) decorreu no período compreendido entre
24 de fevereiro de 2014 e 13 de junho de 2014, na Escola Básica de Santa Zita, inserida no
Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque. Este foi realizado numa turma do 3º ano de
escolaridade. O grupo de estágio era constituído por três elementos e por esse facto o estágio
decorreu todas as segundas, terças, quartas e sextas-feiras, entre as 9 horas e 16 horas, em que o
período de almoço era compreendido entre as 12 e as 14 horas.
A Prática de Ensino Supervisionada II (PES II) decorreu no período compreendido entre
5 de outubro de 2014 e 28 de janeiro de 2015, no Jardim-de Infância de Alfarazes, inserido no
Agrupamento de Escolas da Sé. Este estágio foi realizado com um grupo de crianças de 4 anos.
O grupo de estágio era constituído por dois elementos e por esse facto o estágio decorreu todas
as segundas, terças e quartas, entre as 9 horas e 16 horas, na qual o período de almoço era
compreendido entre as 12 e as 14 horas.
A Prática de Ensino Supervisionada (PES) revelou de extrema importância no processo
de aprendizagem, uma vez que irá permitir ao educando preparar-se para os desafios que irão
surgir no seu futuro profissional enquanto educadores e professores. A PES permitiu uma maior
aproximação à realidade da sala de aula e do meio envolvente.
A primeira fase dos estágios realizados consistiram numa observação ativa das
atividades que são desenvolvidas pelo professor/ educador titular das turmas, e só
posteriormente decorreu a prática pedagógica.
A observação é o período de tempo na qual as estagiárias tiveram a oportunidade de
conhecer os grupos de crianças e de alunos, assim como as rotinas de trabalhos dos grupos. Esta
observação foi pró-ativa, ou seja, as estagiárias intervieram na realização das atividades
desenvolvidas durante esse período.
O período de observação no estágio é uma atividade de reflexão e discussão sobre a
prática. Na observação o estagiário deve apoiar-se numa aprendizagem que irá conduzir a uma
mudança na prática de ensino, por esta razão é dada uma especial importância ao período de
observação.
6
A última parte do presente relatório retrata o estudo realizado numa turma do 4º ano de
escolaridade, sendo que esta turma havia sido aquela onde foi realizado o estágio no 1º Ciclo do
Ensino Básico. Este estudo aborda a temática dos hábitos alimentares nas crianças do 1º ciclo do
ensino básico. A primeira fase deste estudo consiste na aplicação de um questionário sobre os
hábitos alimentares e os conhecimentos sobre a pirâmide alimentar. A segunda fase consiste
numa intervenção onde é abordada a temática referida anteriormente. Por fim surge a avaliação
dos conhecimentos adquiridos após a intervenção anterior.
O presente relatório encontra-se organizado em três capítulos.
O primeiro capítulo denomina-se Enquadramento Institucional e Administração
Escolar. Neste capítulo é apresentado primeiramente um enquadramento da educação pré-
escolar e do 1º ciclo do ensino básico. São também apresentadas as caraterizações das
instituições onde foram realizados os estágios assim como dos grupos de crianças/alunos.
O segundo capítulo é denominado Descrição do Processo de Prática de Ensino
Supervisionada. Inicialmente é apresentada uma contextualização teórica sobre a Prática de
Ensino Supervisionada. Posteriormente é apresentada uma descrição da prática pedagógica que
decorreu tanto no jardim-de-infância como na escola do 1º ciclo do ensino básico.
Por fim, o terceiro capítulo denomina-se Alimentação Saudável: Hábitos Alimentares
nas Crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico. Primeiramente é apresentado um enquadramento
teórico sobre a alimentação saudável e sobre a alimentação em idade escolar. Posteriormente é
apresentado o estudo realizado sobre os hábitos alimentares de crianças do 1º ciclo do ensino
básico.
7
Capítulo I Enquadramento Institucional e
Administração Escolar
8
1.1 Enquadramento Institucional – Organização Escolar
A educação é o conjunto das acções e das influências exercidas
voluntariamente por um ser humano num outro, em princípio por um adulto
num jovem, e orientadas para um fim que consiste na formação, no jovem, de
toda a espécie de disposições que correspondem aos fins a que é destinado
quando atinge a maturidade. (Hubert, 1996, p.94)
A educação engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenómeno observado em
qualquer sociedade, responsável pela sua manutenção a partir da transposição, às gerações que
seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de
um membro no seu grupo ou na sociedade.
Tal como preconiza Coombs (1973) são considerados três tipos de educação, educação
formal, educação não-formal e educação informal. A educação formal é entendida como o
sistema educativo altamente institucionalizado, cronologicamente graduado e hierarquicamente
estruturado, que se estende da escola primária até à universidade. Relativamente à educação
não-formal consideramos toda a atividade organizada e sistemática, realizada fora do quadro do
sistema formal de educação, para promover determinados tipos de aprendizagem a grupos
específicos de uma população, sejam adultos ou crianças. A educação informal é o processo
pelo qual, durante toda a vida, as pessoas adquirem acumulam conhecimentos, habilidades e
comportamentos através das suas experiências diárias e a sua relação com o meio ambiente.
Em Portugal, a educação é regulamentada pela Lei de Bases do Sistema Educativo que
estabelece o quadro geral do sistema educativo nacional.
A nível institucional, a educação inicia-se num âmbito não obrigatório com o pré-
escolar, destinado a crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a entrada na
escolaridade obrigatória. A escolaridade obrigatória atualmente abrange o ensino básico e o
ensino secundário, ou seja, tem a duração de 12 anos.
O ensino básico encontra-se organizado em três ciclos sequenciais:
1º Ciclo: O ensino é global e visa o desenvolvimento de competências básicas
em Língua Portuguesa, Matemática, Estudo do Meio, Educação para a
Cidadania, Expressão Plástica, Expressão Musical, Expressão e Educação
Físico-Motora, Expressão Dramática e Apoio ao Estudo. O 1º ciclo funciona em
regime de monodocência, com recurso a professores especializados em
determinadas áreas.
2º Ciclo: Está organizado por disciplinas e áreas de estudo pluridisciplinares.
Os principais objetivos deste ciclo são o desenvolvimento de saberes e
9
competências necessárias à entrada na vida ativa ou no prosseguimento de
estudos.
3º Ciclo: Funciona em regime de pluridocência, com professores especializados
nas diferentes áreas disciplinares. Aos alunos que completam com sucesso o 3º
ciclo é atribuído o diploma do ensino básico.
O ensino secundário está organizado segundo formas diferenciadas, orientadas quer
para o prosseguimento dos estudos quer para o mundo do trabalho. O currículo dos cursos de
nível secundário tem um referencial de três anos letivos e compreende quatro tipos de cursos:
cursos científicos-humanísticos, cursos tecnológicos, cursos artísticos e especializados e cursos
profissionais. Para a conclusão de qualquer curso de nível secundário os alunos estão sujeitos a
uma avaliação sumativa interna. Para além dessa avaliação os alunos dos cursos científico-
humanísticos são também submetidos a uma avaliação sumativa externa, através da realização
de exames nacionais, em determinadas disciplinas previstas na lei.
Após a conclusão do ensino secundário uma das opções que o sistema educativo
português disponibiliza são os cursos de especialização tecnológica (CET), que possibilitam
percursos de formação especializada em diferentes áreas tecnológicas, permitindo a inserção no
mundo do trabalho ou no prosseguimento de estudos de nível superior.
A educação e formação de jovens e adultos oferece uma segunda oportunidade a
indivíduos que abandonaram a escola precocemente ou que estão em risco de abandonar, bem
como aqueles que não tiveram oportunidade de a frequentar quando jovens e, ainda aos que
procuram a escola por questões de natureza profissional ou valorização profissional, numa
perspetiva de aprendizagem ao longo da vida.
O ensino superior atualmente está estruturado de acordo com os princípios de Bolonha e
visa assegurar uma sólida preparação científica, cultural, artística e tecnológica que habilite para
o exercício de atividades profissionais e culturais e para o desenvolvimento das capacidades de
conceção, de inovação e de análise crítica. Em Portugal organiza-se em ensino universitário e
politécnico1.
1.1.1 Educação Pré-Escolar
A Educação Pré-Escolar refere-se às crianças dos 3 anos até ao ingresso na escolaridade
obrigatória, sendo ministrada nos estabelecimentos de educação pré-escolar, que prestam
serviços vocacionados para o desenvolvimento da criança, proporcionando-lhe atividades
educativas e atividades de apoio à família.
1 (Fonte: http://www.dge.mec.pt/#, consultado em 15-04-2015).
10
A frequência da educação pré-escolar é facultativa, reconhecendo à família o primeiro
papel na educação dos filhos.
De acordo com a Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar,
A educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de
educação ao longo da vida, sendo complementar da ação educativa da família,
com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o
desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção
na sociedade como ser autónomo, livre e solidário. (Lei nº5/97 de 10 de
fevereiro de 1997)
Tal como referem as orientações curriculares (1997, pp.15-16) a educação pré-escolar
tem como principais objetivos pedagógicos:
a) Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em
experiências de vida democrática numa perspetiva de educação para a
cidadania;
b) Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito
pela pluralidade das culturas favorecendo uma progressiva consciência
como membro da sociedade;
c) Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o
sucesso da aprendizagem;
d) Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas
caraterísticas individuais, incutindo comportamentos que favoreçam
aprendizagens significativas e diferenciadas;
e) Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas
como meios de relação de informação, de sensibilização estética e de
compreensão do mundo;
f) Despertar a curiosidade e o pensamento crítico;
g) Proporcionar à criança ocasiões de bem estar e de segurança,
nomeadamente no âmbito da saúde individual e coletiva;
h) Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências ou precocidades e
promover a melhor orientação e encaminhamento da criança;
i) Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer
relações de efetiva colaboração com a comunidade.
As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar constituem um conjunto de
princípios gerais pedagógicos e organizativos de apoio ao educador de infância na condução do
11
progresso educativo a desenvolver com as crianças. Estas funcionam como uma referência
comum para todos os educadores de infância.
As orientações curriculares identificam três áreas de conteúdos – área de formação
pessoal e social, área de expressão e comunicação e área de conhecimento do mundo:
Área de Formação Pessoal e Social: é uma área transversal, integradora que
enquadra e dá suporte a todas as outras, implica um processo facilitador do
desenvolvimento de atitudes e de aquisição de valores e promove a capacidade de
resolução de problemas do quotidiano. (ME, 1997)
Área de Conhecimento do Mundo: é uma área de articulação de conhecimentos,
envolve todo o conhecimento e a relação com as pessoas, os objetos e o mundo
natural e construído. (ME, 1997)
Área de Expressão e Comunicação: é uma área básica de conteúdos que incide
sobre aspetos essenciais do desenvolvimento e da aprendizagem englobando as
aprendizagens relacionadas com a atividade simbólica e o progressivo domínio de
diferentes formas de linguagem. (ME, 1997)
A tabela seguinte sistematiza as áreas de conteúdo da educação pré-escolar:
Área da Formação Pessoal e Social
Área do Conhecimento do Mundo
Área de Expressão e
Comunicação
Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita
Domínio da Matemática
Domínio das Expressões
Plástica
Musical
Dramática
Motora
Quadro 1 Áreas de conteúdo da educação pré-escolar
O currículo em educação pré-escolar é concebido e desenvolvido pelo educador, através
da planificação, organização e avaliação do ambiente educativo, bem como das atividades e
projetos curriculares, com vista à construção de aprendizagens integradas.
A avaliação assume uma dimensão marcadamente formativa, sendo um processo
contínuo que visa a observação e registo sobre o desenvolvimento das aprendizagens das
crianças.
12
1.1.2 1º Ciclo do Ensino Básico
No que concerne ao 1º Ciclo do Ensino Básico, este
Constitui-se como uma etapa da escolaridade em que se concretiza, de forma
mais ampla, o princípio democrático que informa todo o sistema educativo e
contribui por sua vez, decisivamente, para aprofundar a democratização da
sociedade, numa perspetiva de desenvolvimento e de progresso, quer
promovendo a realização individual de todos os cidadãos, em harmonia com os
valores da solidariedade social, quer preparando-os para uma intervenção útil
e responsável na comunidade. (ME, 2004, p.11)
A Lei de Bases define o conjunto de objetivos gerais que deverão ser prosseguidos na
escolaridade básica para ir ao encontro destas grandes finalidades.
De acordo com o Decreto-Lei nº 6/2001, a organização e a gestão do currículo
subordinam-se aos seguintes princípios orientadores:
a) Coerência e sequencialidade entre os três ciclos do ensino básico e
articulação destes com o ensino secundário;
b) Integração do currículo e da avaliação, assegurando que esta constitua o
elemento regulador do ensino e da aprendizagem;
c) Existência de áreas curriculares disciplinares e não disciplinares, visando
a realização de aprendizagens significativas e a formação integral dos
alunos, através da articulação e da contextualização dos saberes;
d) Integração, com carácter transversal, da educação para a cidadania em
todas as áreas curriculares;
e) Valorização das aprendizagens experimentais nas diferentes áreas e
disciplinas, em particular, e com carácter obrigatório, no ensino das
ciências, promovendo a integração das dimensões teórica e prática;
f) Racionalização da carga horária letiva semanal dos alunos;
g) Reconhecimento da autonomia da escola no sentido da definição de um
projeto de desenvolvimento do currículo adequado ao seu contexto e
integrado no respetivo projeto educativo;
h) Valorização da diversidade de metodologia e estratégias de ensino e
atividades de aprendizagem, em particular com recurso a tecnologias de
informação e comunicação, visando favorecer o desenvolvimento de
competências numa perspetiva de formação ao longo da vida;
13
i) Diversidade de ofertas educativas, tomando em consideração as
necessidades dos alunos, por forma a assegurar que todos possam
desenvolver as competências essenciais e estruturantes definidas para cada
um dos ciclos e concluir a escolaridade obrigatória. (ME, 2004, pp. 17-18)
Os programas do 1º ciclo implicam que o desenvolvimento da educação escolar
constitua uma oportunidade para que os alunos realizem experiências de aprendizagem ativas,
significativas, diversificadas, integradas e socializadoras que permitam o sucesso escolar de
cada aluno. (ME, 2004)
No que concerne à avaliação no 1º Ciclo do Ensino Básico, esta deverá
Centrar-se na evolução dos percursos escolares através da tomada de
consciência partilhada entre o professor e o aluno, das múltiplas competências,
potencialidades e motivações manifestadas e desenvolvidas, diariamente, nas
diferentes áreas que o currículo integra. (ME, 2004, p.25)
1.2 Enquadramento Institucional – Administração Escolar
Seguidamente são apresentadas as caraterizações, inicialmente do meio, e
posteriormente dos estabelecimentos de ensino e das salas de atividades onde decorreram as
PES. As caraterizações funcionam como um enquadramento sobre a prática realizada, pois é
através delas que conhecemos as caraterísticas dos estabelecimentos de ensino.
1.2.1 Caraterização da Cidade da Guarda
Guarda (Figura 1), é a cidade mais
alta de Portugal, enaltecida por poetas e
artistas. Cidade, sede de concelho e capital
de distrito. Localiza-se na Região Centro
(Nut II) e na Beira Interior Norte (Nut III). É
a cidade portuguesa de maior altitude
(1056m) e uma das mais altas da Europa.
Fica situada no plano nordeste da Serra da
Estrela e está mais ou menos localizada onde
os romanos tiveram a antiga Lancia Oppidana, que foi destruída pelos bárbaros. Dista 219km
da cidade do Porto e 350 km da cidade de Lisboa. O concelho abrange uma área de 712km2,
compreendendo 53 freguesias: Adão, Albardo, Aldeia do Bispo, Aldeia Viçosa, Alvendre,
Arrifana, Avelãs de Ambom, Avelãs da Ribeira, Benespera, Carvalhal Meão, Casal de Cinza,
Figura 1 Cidade da Guada
14
Castanheira, Cavadoude, Codeceiro, Corujeira, Faia, Famalicão, Fernão Joanes, Gagos,
Gonçalo, Gonçalbocas, João Antão, Maçainhas, Marmeleiro, Meios, Mizarela, Monte
Margarida, Panoias de Cima, Pega, Pêra do Moço, Pêro Soares, Porto de Carne, Pousada,
Ramela, Ribeira dos Carinhos, Rocamonde, Rochoso, Santana de Azinha, Jarmelo (São
Miguel), Jarmelo (São Pedro), Guarda, Seixo Amarelo, Sobral da Serra, Trinta, Vale de Estrela,
Valhelhas, Vela, Videmonte, Vila Cortês de Mondego, Vila Fernando, Vila Franca do Deão,
Vila Garcia e Vila Soeiro.
O distrito faz parte da província da Beira Alta e é limitado a norte pelo distrito de
Bragança, a sul pelo de Castelo Branco, a oeste pelos de Viseu e Coimbra e a leste pela
Espanha. Todo o território é muito montanhoso, formado por elevações de diversas altitudes. A
sua área abrange parte da Serra da Estrela (altitude máxima 1991m).
O distrito é atravessado por diversos rios dos quais o rio Mondego, Zêzere e Alva têm a
sua parte inicial do seu curso na região. O distrito compreende 14 concelhos: Almeida, Aguiar
da Beira, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda,
Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa. Possui
acessos rodoviários importantes como a A25 (considerada a segunda via mais importante de
Portugal) que liga Aveiro à fronteira fazendo ligação direta a Madrid e a A23 que liga a Guarda
a Torres Novas, bem como o IP2 que liga a Guarda a Bragança. A nível ferroviário, a cidade da
Guarda possui a linha da Beira Baixa (em mau estado devido ao desinvestimento por parte da
CP) e a linha da Beira Alta, que se encontra completamente eletrificada permitindo a circulação
de comboios regionais e internacionais.
No concelho, existe a Barragem do Caldeirão, importante infraestrutura para o
abastecimento de água e produção de energia. A barragem foi também construída com o intuito
de ser um polo de atração turística.
A Guarda é conhecida como a cidade dos 5 F’s: Farta, Forte, Fria, Fiel, Formosa:
Farta, pois desde sempre os vales do Mondego a enchem do necessário;
Forte, porque da sua fortaleza falam os troços e portas das muralhas, bem como a Torre
de Menagem e a Torre dos Ferreiros;
Fria, devido ao seu clima tipicamente montanhoso;
Fiel, esta designação advém-lhe do séc. XIV, porque o alcaide Álvaro Gil Cabral
durante a crise de 1383-85, negou-se a entregar as chaves ao Rei de Castela. Ainda
relativamente a esta qualidade é de salientar a Gárgula voltada em direcção a nascente
(ao encontro de Espanha) em forma de “traseiro” em claro tom de desafio e desprezo;
Formosa pela beleza natural que a envolve.
15
O ar historicamente reconhecido pela sua salubridade e pureza foi distinguido pela
Federação Europeia de Bio climatismo em 2002, que atribuiu à Guarda o título de primeira
“Cidade Bioclimática Ibérica”.
De realçar os vários vestígios que comprovam a
ancestralidade do Homem nesta região em locais
escarpados da Beira Interior. As condições que o
concelho apresenta não são as mais propícias à instalação
de uma comunidade humana, todavia alguns elementos
permitem datar uma presença humana em épocas
remotas, com o final do Neolítico, princípios do Paleolítico,
com um testemunho funerário, a Anta de Pêra do Moço
(Figura 2), datada do III milénio.
Por todo o concelho encontram-se vestígios da Idade do Bronze e do Ferro, em sítios
com uma defensibilidade natural, dominando vastos vales. Esta presença está, sem dúvida,
relacionada com a prática da mineração, nomeadamente do ferro e de chumbo, e o controlo das
portelas naturais do minério. Do séc. V (a. C.) sobrevivem vestígios de povoados protegidos por
muralhas no cimo das montanhas.
Nos primeiros séculos da romanização da Península Ibérica, habitavam a região da
Guarda povos lusitanos. De entre os mesmos encontravam-se os Igaeditani e os Lancienses
Oppidani. Durante muito tempo os historiadores julgavam que a Civitas Igaeditanorum
(Egitânia) se localizava na Guarda, no entanto sabe-se agora a certeza da localização da Egitânia
em Idanha-a-Velha. Sabendo que o nome de Guarda terá sido uma derivação de um castro
sobranceiro ao rio Mondego, o Castro do Tintinolho, identificada como a Ward visigótica.
Durante o período medieval, a Guarda faria parte de uma malha de fortificações, sendo
uma das mais importantes na escala hierárquica. Desta malha faziam parte outros castelos que
teriam como função a defesa da fronteira com Castela e Leão e da portela natural de travessia da
Serra da Estrela. Do Castelo da Guarda é possível um contacto visual com outras fortificações,
como o Castro do Jarmelo, Celorico da Beira e Trancoso entre outros.
Diz a Historia que, em Novembro de 1199 D. Sancho I
(Figura 3), O Povoador, 2º Rei de Portugal concede Foral à Guarda,
visando o seu desenvolvimento e prosperidade, assim como a
organização e defesa da fronteira da Beira contra os Reinos da Meseta
do Centro da Península Ibérica, primeiro, o Reino de Leão, depois
Castela e finalmente Espanha. Foi este propósito que lhe deu o nome
de Cidade da Guarda. Após a criação da Diocese da Guarda com a
Figura 2 Anta e Pêra do Moço
Figura 3 Estátua de D. Sancho I
16
autorização do Papa Inocêncio III deu-se a transferência da antiga Diocese Visigótica da
Egitânia para a Guarda.
O património Arquitetónico e Cultural é rico e único: a Sé Catedral, o Centro Histórico,
as Portas da Cidade, o Paço Episcopal, o Museu (antigo Seminário do séc. XVII), os Solares, as
Igrejas da Misericórdia e de S. Vicente, a Torre de Menagem, o Arquivo Distrital (antigo
Convento de S. Francisco, do séc. XIII), Praça Velha e a Judiaria são alguns dos locais mais
importantes da Cidade da Guarda.
1.2.2 Caraterização do Jardim de Infância de Alfarazes
Este é o nono ano de funcionamento
deste Jardim de Infância de Alfarazes (Figura 4)
nas novas instalações no bairro Srª dos
Remédios, pertence à Junta de Freguesia da Sé.
Este bairro cresceu há cerca de 26 anos a partir de
um pequeno conjunto de habitações situadas na
estrada principal de acesso a este bairro; é
essencialmente um bairro habitacional e
carateriza-se pela sua proximidade, a Oeste, da
Escola Secundária da Sé, e, a Este, do complexo
de Piscinas Municipais e da superfície comercial Intermarchê. A mancha residencial é apenas
quebrada pela existência de alguns cafés, um restaurante e pelo edifício do Ministério da
Agricultura, ao lado do qual se encontra em construção a um polidesportivo coberto; no centro
existe um espaço verde com um pequeno parque infantil. Possui muito boa acessibilidade a
qualquer ponto da cidade através da VICEG, que contorna completamente o bairro nas partes
Este e Sul, e dista cerca de 500m do Centro Coordenador de Transportes da Guarda. A
construção mais recente deste bairro, que está praticamente preenchido em termos urbanísticos,
é precisamente o edifício que engloba a Creche “O Castelo” e o Jardim de Infância de
Alfarazes, que foi concluído em Julho de 2006.
Contrastando com as caraterísticas rurais de Alfarazes o bairro Srª dos Remédios é um
bairro urbano; é habitado essencialmente por pessoas que estão no ativo e muitos dos habitantes,
por motivos profissionais, só regressam a casa no final do dia, pese embora a boa acessibilidade
deste bairro aos vários pontos da cidade.
As atuais instalações do Jardim de Infância de Alfarazes ocupam o rés-do-chão do
edifício da Creche e Jardim de Infância “O Castelo” e caraterizam-se por:
Um hall de entrada;
Figura 4 Jardim-de-Infância de Alfarazes
17
Um gabinete da direção, onde está instalado o telefone;
Um salão polivalente;
Três salas de atividades, uma para crianças dos 3/ 4 anos, outra para crianças dos
4/5 anos e a terceira para crianças dos 5/6 anos. Cada sala de atividades possui
instalações sanitárias próprias e adaptadas a crianças com limitações motoras;
Uma sala de vídeo/ informática;
Uma sala de educadoras, com instalações sanitárias próprias;
Um refeitório;
Uma casa de banho para adultos e adaptada para pessoas com limitações motoras;
Um amplo corredor de acesso a todas estas divisões.
Para além destas divisões o Jardim de Infância ainda possui na “cave”:
Uma arrecadação para material pedagógico e de desgaste;
Uma arrecadação para produtos e equipamentos de limpeza;
Um salão de atividades essencialmente destinado a atividades de expressão
motora, dramática,… e festas (comum à creche “O Castelo”);
Instalações sanitárias para crianças e adultos (comuns à creche “O Castelo”).
Na fachada do edifício existe um espaço de recreio exterior com uma zona de areão e
outra com piso anti-choque equipada com duas estruturas de exterior – um escorrega e dois
baloiços – que se destinam às crianças mais crescidas. Na lateral esquerda do edifício existe um
outro espaço de recreio exterior com uma zona de relva e outra com piso anti-choque com cinco
estruturas de exterior – um baloiço-cesto, um escorrega e três túneis com cabeça de animal –
que se destinam às crianças mais pequenas. Na lateral direita do edifício existe um espaço
exterior, contíguo à sala dos 3 anos, com uma zona de relva sintética e outra com piso anti-
choque com três estruturas de exterior – uma casinha, um escorrega e um balancé com quatro
assentos. Por se tratar de instalações recentemente construídas, as condições são excelentes,
quer a nível de arejamento, luz natural, luz artificial, aquecimento e segurança; no entanto
verifica-se que no verão as salas dos 4 anos e 5 anos tornam-se excessivamente quentes devido à
falta de persianas que bloqueiem a entrada do sol. Possui alarme e extintores para o caso de
incêndio e luzes internas de sinalização permanente.
O Jardim de Infância foi também equipado com os seguintes equipamentos:
Um telefone;
Um televisor;
Um vídeo-gravador;
Um leitor de DVD;
18
Três rádio-gravadores;
Quatro computadores;
Quatro impressoras.
Possui ainda os seguintes eletrodomésticos, oferecidos pela Fundação da DELTA Cafés
como resposta a uma solicitação nossa para a realização de sessões de culinária com as crianças:
Um frigorífico de duas portas;
Um forno elétrico;
Um micro-ondas;
Uma placa elétrica;
Uma batedeira elétrica.
1.2.2.1 Caraterização da Sala de Atividades
A sala de atividades é o espaço mais frequentado pelas crianças, durante um maior
período de tempo, e também considerado o mais importante, pois é nesta que tudo se desenrola,
a aprendizagem, a interação entre crianças e entre estas e a educadora. É na sala de atividades
que são expostas as dificuldades existentes e onde decorre o ato educativo.
Nesta área a educadora conhece as crianças através da observação permanente e as
crianças conhecem a educadora. Dentro da sala de atividades todos aprendem, quer a educadora
quer as crianças, pois a aprendizagem é um processo contínuo e que ocorre em qualquer lugar.
As estruturas na sala de atividades influenciam as ideias e as ações das crianças e
ajudam a determinar o seu grau de participação e envolvimento (Freire, 1996).
É um espaço que se encontra equipado com mobiliário moderno, logo possui as
condições necessárias para o decorrer do processo de ensino-aprendizagem e um ambiente
acolhedor.
Adaptando o entendimento de Alarcão, acerca do professor, ao educador,
para bem desempenhar a seu papel (ao educador) exige-se-lhe que seja
genuíno, que tenha opiniões positiva a respeito de si próprio e dos outros, que
seja empático, ele próprio também um aluno, capaz de criar bom clima, de ir
ao encontro das necessidades dos outros de descarregar o excedente de
energias, de libertar tensões, de ajudar os outros a aprender (Tavares, J. &
Alarcão, M.; 2002; p. 15).
Esta área e tudo o que a compõe assumem grande relevância para as crianças. É aqui, que
em atividades promovidas intencionalmente pelo educador, as crianças se desenvolvem no
19
contexto da socialização, que realizam aprendizagens cooperadas e que aprendem a participar
na elaboração de normas e regras.
A organização dos espaços na sala, é também consequência da intenção educativa e da
dinâmica de grupo, tendo em conta a sua funcionalidade e finalidade dos materiais educativos,
tal como preconizam as Orientações Curriculares (1997).
A sala possui janelas de grandes dimensões o que a torna muito luminosa.
Assim, a sala apresenta-se dividida por diversas áreas:
O espaço dos jogos de mesa (Figura 5) está a um dos
cantos da sala. Aqui, as crianças podem jogar vários jogos,
como puzzles ou legos, ou realizar alguns trabalhos em que
seja necessária a mesa. Possui um móvel com várias
divisões, com os diversos jogos de mesa, promovendo a
autonomia da criança, hábitos de arrumação e organização.
Este móvel dispõe-se à altura das crianças para facilitar o alcance dos jogos e dos
materiais. Este é um espaço de extrema importância para o crescimento da
criança e para o desenvolvimento da inteligência e da criatividade (Golse, 2005).
O espaço da reunião (Figura 6) é onde todos se
reúnem para dialogar, marcar as presenças e a data.
Também serve para a execução de jogos de
construção. Detém quatro quadros: o de registo das
presenças, o calendário, o dia do mês e o tempo,
várias almofadas onde os alunos se sentam sendo
estas transportáveis, podendo adaptar-se ao espaço e às atividades propostas. É
neste espaço que as crianças mantêm conversas com a educadora, que lhes
permite desenvolver a oralidade (Ministério da Educação, 1997).
O espaço do faz de conta (Figura 7) é pequena mas
funcional, nela existem vários materiais de plástico e
de madeira, permitindo às crianças brincar ao faz-de-
conta. Trata-se de uma composição de objetos
pertencentes às várias divisões da casa, onde a criança
pode criar e recriar situações diversas, desenvolvendo-
Figura 5 Espaço dos jogos de mesa
Figura 6 Espaço da reunião
Figura 7 Espaço do faz-de-conta
20
se como pessoa. A brincadeira é uma atividade que respeita as especificidades do
mundo infantil, além de auxiliar na aprendizagem e no desenvolvimento
(Wajskop, 2005)
O espaço do computador (Figura 8) possui um
computador, permitindo apenas que duas crianças, de
cada vez, usufruam desta área. No que diz respeito ao
software, as crianças podem jogar diversos jogos,
construir puzzles, iniciando-se de forma lúdica em
aprendizagens que usará no 1º Ciclo nas áreas de
conteúdo de Matemática, de Língua Portuguesa e Estudo
do Meio. Através destes jogos, desenvolvem ainda o raciocínio, a destreza mental
e a memorização, entre outros (Ministério da
Educação, 2004).
O espaço da Leitura (Figura 9) contém uma mesa
e uma coleção de livros de géneros e formas
variadas. A disposição destes vai variando,
alternando a sua exposição na estante, onde as
crianças acedem com facilidade. Através do
contacto com os livros, as crianças iniciam-se na leitura, na
escrita, estimulam a imaginação e a criatividade (Abramovich,
2004). Este é um espaço privilegiado para esse contacto direto.
O espaço da Expressão Plástica, (Figura 10) aqui, as crianças
desenham, e realizam fichas de atividade ou outras tarefas de
Expressão Plástica. Possui quatro mesas, um cavalete com vários
materiais de pintura e um móvel, da altura das crianças, com várias
divisões repletas de materiais como lápis de cor, canetas de feltro, borrachas, afias,
folhas de papel, entre outros. A expressão plástica permite à criança exprimir um leque
de sentimentos, emoções, pensamentos, ideias e vivências do seu meio. Através dela a
criança desenvolve competências transversais às várias áreas e descobre-se a si própria
e ao mundo que a rodeia (Ministério da Educação,1997).
São variados os quadros expostos na sala para que a criança registe aspetos relacionados
com o seu quotidiano.
O quadro de presenças situa-se no espaço da reunião, é neste que diariamente as crianças
marcam as presenças. A caneta amarela é aquela com que o chefe do dia marca a presença, a
preta serve para as restantes crianças marcarem as presenças.
Figura 8 Espaço do Computador
Figura 9 Espaço da leitura
Figura 10 Espaço da expressão plástica
21
O quadro do calendário (Figura 11) está em frente ao das presenças. É um quadro branco
onde são colocados elementos que possuem íman. É subdividido em partes que representam o
dia, o dia da semana, o mês, o ano, as estações do ano e os meses do ano que elas abrangem,
sendo selecionada aquela que está em vigor.
As paredes da sala estão decoradas com trabalhos realizados pelas crianças (Figura 12).
1.2.3 Caraterização da Escola Básica de Santa Zita
O meio que abrange a Escola Básica de Santa Zita (Figura
13) foi em tempos um dos primeiros bairros “novos” da cidade, que
cresceu em volta do bairro de S. João ou Bairro dos Polícias (nome
atribuído devido ao número de elementos dessa corporação, aí
residentes).
Era arquitetado pelas casas já antigas que contornam a Rua
Pedro Álvares Cabral que, nessa altura, mais não era do que um trilho, onde nem sequer
passavam carros.
Era um bairro onde todos se conheciam e eram amigos. Realizavam-se diversas festas
onde todos participavam com entusiasmo, havia momentos de partilha e extrema amizade,
cantavam-se as Janeiras, faziam-se piqueniques e a fogueira de S. João.
À volta do bairro, havia quintais, giestais e barreiras (denominadas barrocos). Era
também um bairro onde existia um grande número de estudantes, que gostava de ir para as
Figura 11 Calendário
Figura 12 Trabalhos realizados pelas crianças
Figura 13 Escola Básica de Santa Zita
22
barreiras (barrocos) preparar-se para os seus exames, aproveitando o sossego e a paz que aí se
presenciava.
Atualmente, este é um bairro que está integrado no centro nevrálgico da cidade da
Guarda. A proximidade da Escola de Santa Zita assim como a existência de um ATL nas
imediações propiciam uma circulação intensa de crianças, principalmente nos horários escolares
de entrada e saída dos períodos da manhã e tarde; este facto acarreta a presença de um elevado
número de veículos que, constantemente, por ali circulam.
O bairro envolvente à Santa Zita é formado por um núcleo de casas habitadas,
maioritariamente, por uma população tendencialmente idosa. No entanto, atualmente, verifica-
se um incremento maior de uma camada de população com uma faixa etária mais jovem e, mais
recentemente, também se constata a presença de muitos imigrantes que por ali decidem habitar.
A existência da escola de Santa Zita é um polo aglutinador que confere àquele bairro
maior dinamismo e que contrasta com o ambiente de sossego que ali impera ao longo de todo o
dia.
No que concerne ao tipo de habitação, verifica-se a existência de casas e apartamentos
que apresentam construções bastante antigas mas, genericamente, bem preservadas. Começam,
no entanto, a notar-se algumas marcas de degradação no exterior de alguns apartamentos,
tornando-se, em breve, necessária uma intervenção qualificada e profissional.
O desenvolvimento do bairro, em termos demográficos, proporcionou o surgimento de
serviços que ali começaram a emergir. Saliente-se a construção do centro comercial “Garden”
que foi um marco importante naquela zona; também surgiram alguns cafés, supermercados,
lojas e outro tipo de comércio.
Na atualidade e devido à construção do centro comercial “La Vie”, houve alterações ao
nível do território – a melhoria dos acessos e um aumento de circulação automóvel – e
mudanças nos hábitos diários da população residente devido à diversidade dos serviços
oferecidos pelo centro comercial.
Um aspeto que merece ser referenciado é o facto de este bairro ser um local que
apresenta um aspeto limpo derivado, não apenas, à existência de ecopontos e contentores do lixo
na zona, mas também ao comportamento cívico da população residente.
No que diz respeito à segurança, pode dizer-se que este é um bairro seguro, onde não
existem problemas de grande relevância e que apresenta baixos índices de criminalidade.
A escola do 1º ciclo da Santa Zita é um dos dez estabelecimentos de ensino do
Agrupamento de Escolas Afonso Albuquerque, com um total de cento e vinte alunos,
distribuídos por seis turmas. Esta escola funciona desde o ano letivo de 1971/1972. Durante os
23
primeiros anos, esteve em funcionamento a cantina escolar que, posteriormente, foi desativada e
o espaço modificado e transformado em polivalente.
O edifício está de acordo com o Plano dos Centenários, pois este, constituiu um projeto
de construção de escolas em larga escala, levado a cabo pelo Estado Novo em Portugal, entre
1941 e 1974. A designação do plano é tornada oficial por um artigo da Lei do Orçamento Geral
do Estado para o ano de 1941: “O governo iniciará em 1941 a execução do plano geral da rede
escolar, que será denominado dos Centenários e em que serão fixados o número, localização e
tipos de escolas a construir para completo apetrechamento do ensino primário, inscrevendo-se
no orçamento as verbas necessárias para as obras a realizar em participação com os corpos
administrativos ou outras entidades” (art.º 7.º da Lei n.º 1985, de 17 de Dezembro de 1940).
Sabe-se que as comemorações dos Centenários foram encerradas a 3 de dezembro de
1940, mas no plano de obras públicas não constavam as escolas primárias.
De acordo com o teor das ordens de serviço enviadas durante o mês de Outubro de 1941
pelo Diretor-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais para as quatro Direções Regionais de
Edifícios, Duarte Pacheco teve a intenção de rapidamente iniciar os trabalhos para a construção
de 200 edifícios. Coube a cada uma das Direções estudar a localização de um grupo de 50
escolas, organizando e remetendo, ao Diretor-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais,
Mapas de distribuição dos Edifícios. Os mapas, examinados e alterados pela Comissão de
Revisão da Rede Escolar, fixavam o número de edifícios e de salas a construir em cada
freguesia. De entre os critérios invocados para justificar as necessidades por distrito, e as
prioridades por concelho, estas eram:
Mau estado das instalações escolares existentes;
Elevado número de crianças inscritas para a frequência;
Facilidades na aquisição dos terrenos, ofertas locais de materiais de construção;
Falta de salas para separação dos sexos.
A Comissão de Revisão da Rede Escolar publicou no início de 1943 o número de salas
a construir por distritos, concelhos e freguesias (Diário do Governo, II Série, de 5 de abril),
referência obrigatória para todas as decisões sobre a construção de escolas primárias.
Paralelamente, as Repartições Técnicas da DGEMN procederam ao estudo de um questionário
que, depois de respondido pelos municípios, permitisse avaliar as condições locais para o
lançamento dos futuros programas anuais de construção.
Após a remessa do questionário às Câmaras Municipais, em 1944, deu-se início à Fase I
do Plano dos Centenários que incluía apenas os concelhos cujas câmaras responderam (cerca de
um terço). As fases seguintes sucederam-se até finais de setembro de 1969, quando a Delegação
para as Obras de Construção de Escolas Primárias cessou funções.
24
A primeira fase do Plano dos Centenários compreendia a construção de 561 edifícios
com 1 250 salas de aula, distribuídos por todos os distritos do país, incluindo as ilhas. Pretendia-
se que esse ritmo fosse mantido por 10 anos até se concluírem cerca de 12 500 salas de aula. O
total previsto no Plano dos Centenários compreendia cerca de 11 458 salas de aula a que
correspondiam 6 809 edifícios.
Neste contexto o presente edifício possui três pisos
distribuídos da seguinte forma:
Rés – do – chão – Biblioteca/Centro de Recursos (Figura
14), salão polivalente (Figura 15), e casas de banho para
alunos;
1º Piso – 2 salas de aula, sala de administrativos, sala de
reuniões, salas de apoio educativo e casa de banho para
adultos;
2º Piso – 4 salas de aula, sala de apoio/laboratório, sala de
fotocopiadora/telefone/A.A.E, uma sala TIC, casa de banho
para adultos e casa de banho para alunas.
Relativamente ao espaço exterior, este encontra-se
completamente vedado, possuindo um campo de futebol, um espaço
para a prática de basquetebol, uma caixa de areia, um espaço para
jogos tradicionais e por fim dois espaços lúdicos apetrechados com
aparelhos de madeira, um dos quais com piso de borracha (Figura
16).
O referido estabelecimento de ensino apresenta o seguinte horário de funcionamento:
Horário
Manhã: 08h30m 12h30m
Tarde: 13h30m 18h00m
Quadro 2 Horário de funcionamento da escola
Figura 14 Biblioteca/Centro de recursos
Figura 15 Salão Polivalente
Figura 16 Espaço exterior
25
Um dos espaços considerados de maior importância é a Biblioteca Escolar Virgílio
Afonso.
Virgílio Afonso foi um historiador, poeta e jornalista, natural de Gonçalbocas, distrito
da Guarda, que nasceu em 1923 e faleceu em 1998.
A biblioteca foi integrada na rede de bibliotecas escolares no ano de 2002. É um espaço
que tem uma área total de 77m2, distribuídos pelas várias áreas: receção/acolhimento, leitura
informal e periódicos, leitura de documentos impressos, leitura de vídeo, leitura e produção
multimédia e trabalho de grupo. Encontra-se equipada com mobiliário apropriado ao espaço e
aberta cinco dias por semana, dentro do seguinte horário:
Horário
Manhã: 09h00m 12h00m
Tarde: 14h00m 17h30m
Quadro 3 Horário de funcionamento da biblioteca
1.2.3.1 Caracterização da Sala de Aula
Na escola, o espaço frequentado pelos alunos, durante um
maior período de tempo, e também considerado o mais
importante é a sala de aula (Figura 17), pois é nesta que tudo se
desenrola: a aprendizagem, a interação entre alunos e entre estes e
o docente. É na sala de aula que são expostas as dificuldades
existentes e onde decorre o ato educativo.
Nesta área o professor conhece os alunos através da
observação permanente e os alunos conhecem o professor. Dentro da sala de aula todos
aprendem, quer o professor quer os alunos, pois a aprendizagem é um processo contínuo e que
ocorre em qualquer lugar.
A sala de aula apresenta as condições necessárias para que o professor e os alunos se
sintam à vontade para trabalhar, desenvolvendo assim o
processo de ensino e aprendizagem.
A sala de aula apresenta janelas de grande
dimensão, o que a torna muito luminosa e também
aquecimento central. As mesas de trabalho são para dois
alunos, que funcionam como “estante” ou armário, uma vez que os alunos podem guardar o seu
material.
Figura 17 Sala de aula
Figura 18 Placards
26
Nas paredes estão colocados placares de afixação, onde podemos encontrar panfletos
informativos e trabalhos realizados pelos alunos (Figura 18).
A sala possui um quadro a giz (Figura 19), podendo também ser utilizado como quadro
interativo, após as devidas alterações. Está também
equipada com um computador ligado a um projetor.
Possui também dois armários, utilizados para guardar o
material relativo às informações pessoais de cada aluno,
como sendo as suas fichas de avaliação e as informações
reveladas aos encarregados de educação.
Este é um espaço que embora não se encontre equipado com mobiliário moderno,
possui as condições necessárias para o decorrer do processo de ensino e aprendizagem e um
ambiente acolhedor.
Figura 19 Quadro de Giz
27
A sala tem a seguinte disposição:
1.3 Caraterização Psicopedagógica dos Grupos de Crianças
É de extrema importância realizar a caraterização psicopedagógica dos grupos de
crianças, pois é através dela que adquirimos conhecimentos das características das
crianças/alunos, para que posteriormente, na prática pedagógica possam ser realizadas
atividades de acordo com os grupos com os quais nos deparamos. É através desta caraterização
que conhecemos as crianças/alunos.
Quadro M
esa do P
rofessor
Com
puta
dor
Placar
Porta
Mes
a
Mesa das estagiárias
Placar
Arm
ário
Armário
28
1.3.1 Caraterização do Grupo de Crianças do Jardim de Infância de Alfarazes
Podemos constatar o quanto é fulcral para o desenvolvimento do trabalho da
educadora/docente, conhecer o grupo/turma com que trabalha, conhecer as crianças/alunos, os
seus gostos, as dificuldades que estas enfrentam e também se possível, ter uma noção do
ambiente familiar de cada criança, para que assim seja possível adequar as suas estratégias e
métodos à turma. Nesta sequência surge, assim a importância e a necessidade de caraterizar a
turma.
Tal como reitera Tavares e Alarcão (2005), o desenvolvimento humano pressupõe uma
estrutura humana, estrutura da personalidade, que se desenvolve no tempo, de um modo
progressivo, diferencial e globalizante o que possibilita a divisão do desenvolvimento em
estádios ou fases.
Uma das primeiras questões que podem surgir, é o que se entende por estádio? Segundo
os autores anteriormente referidos trata-se de uma fase ou período através do qual se pretende
determinar onde é que uma criança se encontra, num determinado momento da sua evolução.
O estádio insere-se no tempo como uma determinada fase do desenvolvimento
humano, mas não assenta necessariamente no conceito de idade. O estádio
pressupõe, por parte do sujeito, uma determinada estrutura que lhe permite
realizar um determinado número de tarefas ou atividades que, sem a sua
aquisição, não seriam possíveis. (p.33)
A faixa etária das crianças em análise é de 3 anos.
Pela importância que assume, na criança, o desenvolvimento cognitivo, consideramos
pertinente que se caraterize a fase em que as crianças se encontram, na perspetiva de alguns
autores influentes na área da psicologia.
Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006) estas crianças encontram-se na segunda
infância, sendo caraterizada em três domínios diferentes: o desenvolvimento físico; o
desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento psicossocial. Relativamente ao
desenvolvimento físico prescreve que o crescimento é constante; o corpo torna-se mais delgado
e as proporções, mais semelhantes às do adulto; o apetite diminui e os problemas de sono são
mais comuns; a preferência do uso das mãos manifesta-se e as habilidades motoras gerais e
refinadas, e a força aumentam. Quanto ao desenvolvimento cognitivo refere que o pensamento é
um pouco egocêntrico, mas a compreensão do ponto de vista dos outros aumenta; a imaturidade
cognitiva produz ideias ilógicas sobre o mundo; a memória e a linguagem melhoram; a
inteligência torna-se mais previsível e a experiência na pré-escola é comum. No que concerne
29
ao desenvolvimento psicossocial, o autoconceito e a compreensão das emoções tornam-se mais
complexos; a autoestima é global; aumenta a independência, a iniciativa e o autocontrole;
desenvolve-se a identidade de género; as brincadeiras tornam-se mais imaginativas, mais
complexas e geralmente mais sociais; altruísmo, agressividade e medo tornam-se mais comuns e
a família ainda é o foco da vida social, mas as outras crianças tornam-se mais importantes.
Piaget (1979) por seu lado considera quatro períodos no processo evolutivo da espécie
humana. São eles:
Estádio Sensório-Motor (0 a 2 anos);
Estádio Pré-Operatório (2 a 7 anos);
Estádio das Operações Concretas (7 a 11 ou 12 anos);
Estádio das Operações Formais (11 ou 12 anos em diante).
Cada um desses estádios é caraterizado por formas diferentes de organização mental que
possibilitam as diferentes maneiras do indivíduo se relacionar com a realidade que o rodeia
(Coll e Gillièron, 1987). De forma geral, todos os indivíduos vivenciam estes quatro períodos na
mesma sequência, no entanto o início e o fim de cada um deles pode sofrer alterações e em
função das caraterísticas da estrutura biológica de cada indivíduo e da riqueza (ou não) dos
estímulos proporcionados pelo meio ambiente em que ele estiver inserido.
Dado que o grupo em questão se encontra no Estádio Pré-Operatório, abordaremos as
principais caraterísticas deste período.
Neste período a função simbólica é uma das mais importantes conquistas deste estádio,
pois representa os objetos mentalmente ou os acontecimentos que não ocorrem no presente
através de símbolos. A principal função simbólica é a linguagem: as palavras, as frases que
representam situações, objetos e ações. É um pensamento intuitivo com base na perceção dos
dados sensoriais.
Além disso, conforme preconiza La Taille (2003) a emergência da linguagem acarreta
modificações importantes em aspetos cognitivos, afetivos e sociais da criança, uma vez que ela
possibilita as interações inter-individuais e significados à realidade. Tanto é assim, que a
aceleração do alcance do pensamento neste estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande
parte, às possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela linguagem.
Uma das caraterísticas deste período é o egocentrismo que consiste na concentração de
impedir a compreensão da realidade, vendo só a sua forma de compreender a realidade.
Predomina uma visão unilateral e superficial da realidade que é encarada como um pensamento
mágico.
Freud (1984) considera cinco etapas de desenvolvimento, que denominou:
Fase Oral (0 a 12 meses);
30
Fase Anal (1 a 3 anos);
Fase Fálica (3 a 5 anos);
Fase de Latência (6 a 12 anos);
Fase Genital (depois da puberdade).
Segundo Freud, o impulso sexual e a procura do prazer erótico determinam de forma
poderosa o desenvolvimento afetivo do ser humano. Em cada fase a fonte de satisfação sexual é
uma zona diferente do corpo (zona erógena) ou, a rigor, uma diferente orientação da libido (a
energia das pulsões sexuais).
As crianças em causa encontram-se na Fase Fálica. Durante este período, os órgãos
genitais tornam-se o centro da atividade erótica da criança através da autoestimulação. É neste
período que surge o complexo de Édipo, que consiste na atração da criança pelo progenitor do
sexo oposto e agressividade para com o progenitor do mesmo sexo. A identificação leva a
criança a adotar os seus comportamentos, valores e atitudes. É a sua interiorização que conduz à
formação do superego.
Segundo a teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson (1987) o crescimento
psicológico ocorre através de estádios e fases, não ocorre ao acaso e depende da interação da
pessoa com o meio que a rodeia. Cada estádio é atravessado por uma crise psicossocial entre
uma vertente positiva e uma vertente negativa. As duas vertentes são necessárias mas é
essencial que se sobreponha a positiva. A forma como cada crise é ultrapassada ao longo de
todos os estádios irá influenciar a capacidade para se resolverem conflitos inerentes à vida.
Esta teoria concebe o desenvolvimento em oito estádios:
Confiança/Desconfiada (0-18 meses);
Autonomia/Dúvida e Vergonha (18 meses e os 3 anos);
Iniciativa/Culpa (3 a 6 anos);
Produtividade/Inferioridade (6-12 anos);
Identidade/Confusão e Identidade (12 aos 18 anos);
Intimidade/Isolamento (25 e os 40 anos);
Generatividade/Estagnação (35-60 anos);
Integridade/Desespero (ocorre a partir dos 60 anos).
Segundo Erikson (1987), os alunos inserem-se no Estádio Iniciativa/Culpa. Nesta fase a
criança encontra-se nitidamente mais avançada e mais organizada tanto a nível físico como
menta. É a capacidade de planear as suas tarefas e metas a atingir que a define como autónoma e
por consequência a introduz nesta etapa. No entanto este estágio define-se também como
perigoso, pois a criança busca exaustivamente e de uma forma entusiasta atingir as suas metas
31
que implicam fantasias genitais e o uso de meios agressivos a manipulativos para alcançar a
essas metas.
Ela encontra-se num estado de ansiedade porque quer aprender bem e a partir daqui
amplia o seu sentido de obrigação e desempenho. A sua principal atividade é o brincar e o
propósito é a virtude que surge neste estágio de desenvolvimento. Este chamado propósito
define-se como o resultado do seu brincar, das suas tentativas e dos seus fracassos.
Para além dos jogos físicos com os seus brinquedos ela constrói também os chamados
jogos mentais tentando imitar os adultos e entrando no mundo do faz de conta. O objetivo deste
jogo é tentar perceber até que ponto ela pode ser como eles. O poder da imaginação e a forma
desinibida como o faz é fulcral para o desenvolvimento da criança.
Ao longo deste do estágio desenvolveram-se atividades diversificadas no sentido de
estimular o interesse das crianças e desenvolver o gosto pelo trabalho. Criou-se um ambiente
agradável e propício ao desenvolvimento das capacidades de cada criança e ao desabrochar
harmonioso da sua personalidade. Respeitou-se cada uma das crianças na sua individualidade,
gostos, ritmos e motivações. Desenvolveu-se o gosto pela aprendizagem promovendo
experiências de trabalho ativas e participativas em que cada criança foi ato das suas próprias
aprendizagens.
As onze crianças da sala B sempre mostraram ser empenhados, motivados, interessados
e, na sua maioria, organizados. No geral, todos realizaram os trabalhos propostos com dedicação
e boa apresentação. Foi visível a progressão na aquisição e aplicação de conhecimentos e o
respeito pelas regras da sala de atividades. As avaliações foram em geral muito positivas,
situando-se maioritariamente, os objetivos entre em aquisição e adquiridos.
Relativamente à careterização socioeconómica do grupo, não foi possível realizar uma
vez que a educadora cooperante não forneceu os dados suficientes para realização da mesma.
1.3.2 Caraterização da turma da Escola Básica de Santa Zita
É importante para o desenvolvimento do trabalho do docente, conhecer a turma com que
trabalha, conhecer os alunos, os seus gostos, as dificuldades que estes enfrentam e também se
possível, ter uma noção do ambiente familiar de cada criança, para que assim, seja possível
adequar as suas estratégias e métodos à turma.
Tal como reitera Tavares e Alarcão (2005), o desenvolvimento humano pressupõe uma
estrutura humana, estrutura da personalidade, que se desenvolve no tempo, de um modo
progressivo, diferencial e globalizante o que possibilita a divisão do desenvolvimento em
estádios ou fases.
32
O desenvolvimento humano é uma evolução da estrutura e da personalidade do sujeito,
no tempo.
A faixa etária dos alunos em análise está compreendida entre os 8 e os 10 anos.
Pela importância que assume, na criança, o desenvolvimento cognitivo, consideramos
pertinente que se caraterize a fase em que os alunos se encontram, na perspetiva de alguns
autores influentes na área da psicologia.
Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006) estes alunos encontram-se na terceira
infância, sendo caraterizada em três domínios diferentes: o desenvolvimento físico; o
desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento psicossocial. Relativamente ao
desenvolvimento físico prescreve que o crescimento diminui; a força e as habilidades atléticas
aumentam e as doenças respiratórias tornam-se mais comuns, mas a saúde geralmente é melhor
do que em qualquer outro período do ciclo vital. Quanto ao desenvolvimento cognitivo refere
que o egocentrismo diminui; as crianças começam a pensar com lógica, mas de maneira
concreta; as habilidades de memória e linguagem aumentam; permitem que as crianças
beneficiem com a educação escolar e algumas apresentam necessidades e talentos educacionais
especiais. No que concerne ao desenvolvimento psicossocial, o autoconceito torna-se mais
complexo, influenciando a auto-estima; a co-regulação reflete a transferência gradual de
controle dos pais para a criança e os amigos assumem um papel importante.
Segundo Piaget (1979), estes alunos encontram-se no Estádio das Operações
Concretas. Neste período o egocentrismo intelectual e social (incapacidade de se colocar no
ponto de vista de outros) que caracteriza a fase anterior dá lugar à emergência da capacidade da
criança estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes (próprios e de outrem) e
integrá-los de modo lógico e coerente. Um outro aspeto importante neste estádio refere-se ao
aparecimento da capacidade da criança de interiorizar as ações, ou seja, ela começa a realizar
operações mentalmente e não mais apenas através de ações físicas típicas da inteligência
sensório-motor (se lhe perguntarem, por exemplo, qual é a vareta maior, entre várias, ela será
capaz de responder acertadamente comparando-as mediante a ação mental, ou seja, sem precisar
medi-las usando a ação física).
Contudo, embora a criança consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas
conceptuais como as ações executadas mentalmente, nesta fase há objetos ou situações passíveis
de serem manipuladas ou imaginadas de forma concreta. Além disso, conforme preconiza La
Taille (1992 p.17) se no período pré-operatório a criança ainda não havia adquirido a
capacidade de reversibilidade, e,
a capacidade de pensar simultaneamente o estado inicial e o estado final de
alguma transformação efetuada sobre os objetos (por exemplo, a ausência de
33
conservação da quantidade quando se transvaza o conteúdo de um copo A para
outro B, de diâmetro menor).
Tal reversibilidade será construída ao longo dos estágios operatório concreto e formal.
Segundo Freud (1984), as crianças em causa encontram-se na Fase de Latência. Este
período é caraterizado por uma aparente atenuação da atividade sexual. Seria neste estádio que
ocorreria a amnésia infantil: a criança reprime no inconsciente as experiências que a
perturbaram no estádio fálico. A criança investe a sua energia nas atividades escolares,
ganhando especial importância as relações que estabelece entre os colegas e professores.
Segundo Erikson (1987), os alunos inserem-se no Estádio Produtividade /
Inferioridade. A criança considera-se uma pessoa trabalhadora, capaz de produzir e sente-se
competente. Neste estádio, a resolução positiva dos anteriores tem especial relevância: sem
confiança, autonomia e iniciativa, a criança não poderá afirmar-se nem sentir-se capaz. O
sentimento de inferioridade pode levar a bloqueios cognitivos, descrença quanto às suas
capacidades e a atitudes regressivas: a criança deverá conseguir sentir-se integrada na escola,
uma vez que este é um momento de novos relacionamentos interpessoais importantes.
Relativamente à caraterização socioeconómica da turma, é possível afirmar que dos
vinte alunos que constituem a turma, apenas cinco não possuem irmãos. Dos alunos que têm
irmãos, treze têm um irmão e os restantes dois têm dois irmãos. No que concerne às habilitações
literárias dos pais foi possível constatar que dois têm o 1º ciclo, um tem o 2º ciclo, seis possuem
o 3º ciclo, vinte e dois o ensino secundário, cinco são licenciados, três possuem o grau de mestre
e um e bacharelato. Em dezassete alunos o encarregado de educação é a mãe, nos restantes três
alunos o pai é o encarregado de educação. É importante referir que estes dados foram fornecidos
pela professora titular da turma.
34
Capítulo II Descrição do Processo de Prática de
Ensino Supervisionada I e II
35
2.1 Prática de Ensino Supervisionada (PES)
A Prática de Ensino Supervisionada (PES) é entendida como um processo de
aprendizagem de extrema importância, uma vez que permite ao educando enfrentar desafios
para que no futuro profissional se mostre eficiente. Desta forma, deve ter a oportunidade de
interligar a teoria e a prática, bem como conhecer a realidade educativa. A PES deverá constituir
para o aluno a responsabilidade pelas ações desenvolvidas durante o decorrer da prática
pedagógica, nomeadamente na planificação, na realização das atividades e na posterior reflexão
do trabalho realizado.
A PES desempenha uma função essencial no nosso currículo enquanto futuras
profissionais de educação. Pois permite uma aproximação à realidade da sala de aula e do meio
envolvente.
Esta unidade curricular tem como principais objetivos (Fonte: Guia de Funcionamento
da Unidade Curricular):
a) Conhecer o contexto educativo e o grupo de crianças;
b) Saber observar sistematicamente o comportamento da criança e dos grupos em
situações de interação social e em diferentes contextos de aprendizagem, refletir
sobre eles;
c) Desenvolver aprendizagens conducentes à construção de uma cidadania
responsável, nomeadamente no âmbito da educação para a saúde, ambiente,
consumo, respeito pela diferença e convivência democrática;
d) Desenvolver práticas pedagógicas fundamentadas, científica e pedagogicamente,
que permitam aprendizagens significativas e estáveis;
e) Refletir sobre as práticas pedagógicas para melhorar a tarefa docente;
f) Avaliar de acordo com uma perspetiva formativa, a sua intervenção, o ambiente e
os processos educativos adotados, bem como o desenvolvimento e as aprendizagens
de cada criança e do grupo;
g) Perspetivar e planificar, com base em avaliação prévia e em função do feedback,
propostas de intervenção pedagógica.
Desta forma, a PES procura a formação do professor/educador em todas as suas
dimensões, utilizando a sua capacidade de observar, planificar e refletir, para que assim adapte
as suas práticas pedagógicas à realidade dos educandos.
Por motivos de ordem logística, nomeadamente pelo facto da turma de Mestrado em
Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico ser constituída por um elevado
número de elementos, a turma foi dividida em dois grupos. Enquanto um grupo realizava o
36
estágio num estabelecimento de educação pré-escolar, o outro estagiava num estabelecimento de
ensino do 1º ciclo. No semestre seguinte a situação inverteu-se, de modo a todos os alunos
realizarem estágio nos dois ciclos de ensino. Desta forma a prática pedagógica na qual se baseia
a elaboração do presente relatório foi realizada primeiramente no 1º ciclo do ensino básico e
posteriormente no ensino pré-escolar.
2.2 Prática de Ensino Supervisionada I (PES I)
A prática pedagógica que serve de suporte à elaboração do presente relatório de estágio,
decorreu no período compreendido entre o dia 7 de outubro de 2014 e o dia 28 de janeiro de
2015, no Jardim de Infância de Alfarazes, pertencente ao Agrupamento de Escolas da Sé,
localizado na cidade da Guarda.
O estágio realizado decorreu, como referido anteriormente no Jardim de Infância de
Alfarazes, num grupo de 11 crianças com 4 anos de idade, na qual a educadora titular do grupo
era a Educadora Maria da Conceição Silva. O grupo de estágio foi constituído por dois
elementos. A prática pedagógica decorreu todas as segundas, terças e quartas-feiras, entre as 9
horas e as 16 horas, sendo o período de almoço compreendido entre as 12 horas e as 14 horas.
Durante as quinze semanas de Prática de Ensino Supervisionada, as duas primeiras
semanas funcionaram como semanas de observação, em que as estagiárias tiveram a
oportunidade de conhecer o grupo de crianças, bem como o ritmo de trabalho das crianças.
Durante este período as estagiárias realizaram uma observação pró-ativa, ou seja, durante este
período interferiram na realização das atividades desenvolvidas na sala de atividades.
Na observação enquanto estratégia de formação, o jovem professor/educador deve
apoiar-se numa aprendizagem que finalmente conduzisse a uma mudança na prática de ensino,
através da reflexão na ação e depois da ação. Esta perspetiva é reiterada por Serafini & Pacheco
(1990), onde é expressa a ideia de que a observação não se deve centrar exclusivamente no
comportamento e nas atividades desenvolvidas pelo professor. Os autores referem ainda que é
no modelo de supervisão de desenvolvimento que a observação é utilizada mediante um
processo de colaboração e de cooperação entre supervisor e professor/educador para a resolução
de problemas, com vista à reflexão e ao pensamento sobre os acontecimentos que emergem ao
logo da formação.
O período de observação no estágio é uma atividade de reflexão e discussão sobre a
prática.
Segundo Hernández (1998), a aprendizagem docente ocorre a partir de dois aspetos
importantes, possíveis de serem articulados: a maneira como professores entendem sua própria
37
docência, adquirida através de sua prática, suas representações e experiências, as quais norteiam
suas ações e não se modificam em função apenas de cursos de formação, mas são, na verdade,
geradoras de contradições historicamente situadas; a importância de se conhecer a prática
docente para se concluir sobre qual o papel das concepções do professor sobre sua tomada de
decisões em sala de aula, em relação não somente ao ato de ensinar, mas às regras e à divisão de
trabalho na comunidade onde age o professor.
Durante a primeira semana de prática pedagógica foram desenvolvidas atividades
direcionadas nomeadamente para as áreas de expressão plástica e do domínio da linguagem
oral e abordagem à escrita.
No âmbito da expressão plástica foram elaboradas as
identificações dos cabides das crianças. Uma vez que este ano
letivo a temática anual se denomina “Crescer e Aprender com
Arte”, na qual se irá abordar o tema da música, as
identificações elaboradas foram figuras de notas musicais, que
as crianças picotaram e posteriormente decoraram utilizando a
técnica do sopro (Figura 20).
Relativamente ao domínio da linguagem oral e
abordagem à escrita foram desenvolvidas atividades distintas, a primeira refere-se à exploração
da história “A história da árvore Elvira” (Anexo 1). A segunda atividade realizada foi
promovida pela Biblioteca Eduardo Lourenço intitulada “Ronda de Contos”, na qual dois
elementos da biblioteca se deslocam aos jardins-de-infância para contar histórias. Durante a
atividade foram contadas três histórias: “As orelhas de borboleta”, “A chupeta de Nini” e “O
presente diferente”. Posteriormente as crianças fizeram o registo das histórias escutadas através
da elaboração de um desenho.
Durante segunda semana de prática de ensino
supervisionada foram realizadas atividades relacionadas com
as diversas áreas de conteúdo.
Foi durante esta semana que se realizou a primeira aula
de natação (Figura 21), nas Piscinas Municipais da Guarda,
entre as 9h45m e as 10h, estas aulas iriam realizar-se todas as
segundas-feiras. Dado que nem todos os elementos do grupo de crianças estavam inscritas nesta
atividade, estas permaneciam na sala de atividades com a educadora de apoio, onde realizavam
diversas atividades.
Figura 20 Técnica do sopro
Figura 21 Aula de natação
38
Tal como preconiza Azevedo et al (2008) a natação é um excelente meio para um
melhor desenvolvimento das crianças. Desta forma, a natação na infância é um instrumento de
aplicação da educação física no ser humano.
Durante as deslocações às piscinas, as estagiárias acompanhavam estas crianças,
ajudando-as a equiparem-se para a atividade e posteriormente a vestirem-se.
Como estávamos na época da maçã, decidiu-se no âmbito da área de formação pessoal
e social, confecionar uma tarte de maçã com a colaboração de todas as crianças do grupo, ou
seja, cada criança realizou um passo da receita. Cada criança trouxe de casa um ingrediente para
a confeção da receita.
Relativamente à área de expressão plástica foi iniciada a
construção da árvore que irá servir para decorar uma parede à entrada da
sala de atividades. A referida árvore irá ser redecorada consoante a
estação do ano em que nos encontramos (Figura 22). A sua construção
surge relacionada com a leitura da história “A história da árvore Elvira”,
atividade realizada na semana anterior.
Uma vez que a temática anual de trabalho do agrupamento de
escolas, tal como referido anteriormente, denomina-se “Crescer e
Aprender com Arte”, durante o primeiro período letivo será abordada
a pintura.
Desta forma no âmbito do domínio da linguagem oral e abordagem à escrita, as
estagiárias elaboraram uma história denominada “A cidade mais bonita do mundo” (Anexo 2),
que serviu para apresentar às crianças o pintor Miró, bem como algumas das suas obras. A
escolha deste pintor foi da exclusiva responsabilidade da educadora responsável pelo grupo de
crianças. Durante a atividade, as estagiárias contaram a história de forma lúdica, estando uma
das estagiárias disfarçada de pintor, posteriormente as crianças tiveram a oportunidade de
observar algumas imagens de obras deste pintor.
Também durante esta semana os grupos de crianças do
jardim-de-infância deslocaram-se ao Teatro Municipal da Guarda
para visitarem duas exposições de pintura, uma do pintor Carlos
Adaixo e outra do pintor José de Guimarães (Figura 23).
A arte desempenha extrema importância no
desenvolvimento das crianças. Segundo Coleto (2010) a arte é
importante na vida da criança, pois é ela que ajudará no desenvolvimento da expressão e da
criatividade do indivíduo, tornando-o mais sensível e fazendo com que ele veja o mundo com
outros olhos.
Figura 22 Árvore Elvira
Figura 23 Visita de estudo
39
Não podemos deixar de lado que as Artes fazem parte da formação da criança,
e sendo assim, é importante trabalhar Artes na Educação Infantil, porque por
meio delas a criança desde pequena pode expressar seja com um desenho ou
uma música, ela pode exteriorizar seus sentimentos, emoções, pensamentos,
permitindo assim conhecermos mais cada uma. Além disso é importante
também, se trabalhar artes na infância, pois ela é uma maneira de ampliar as
capacidades das crianças, possibilitando explorar diversos tipos de materiais, e
desenvolvendo e reforçando cada vez mais a sua autonomia e identidade (Silva
& Silva, 2011, p.2).
Durante a terceira semana de estágio, um dos temas desenvolvidos foi os animais que
hibernam. Esta temática foi desenvolvida através da leitura e exploração da história “A magia
da estrela de Outono”, bem como com um debate desenvolvido após uma pesquisa das
crianças em casa. Essa pesquisa sobre os animais que hibernam, foi efetuada com a ajuda dos
pais. No desenrolar desta conversa foi elaborado um cartaz com imagens de animais que
hibernam, esta atividade enquadra-se também na área de conhecimento do mundo.
No âmbito da área de expressão musical as crianças aprenderam e cantaram uma
música relacionada com o outono, denominada “O Outono”.
Relativamente à área de expressão plástica foi realizada
uma atividade que consistiu inicialmente na picotagem da forma
de um ouriço e em seguida a colagem de folhas que dão a ilusão
de serem os “picos” do ouriço (Figura 24).
Também no âmbito do domínio de linguagem oral e
abordagem à escrita foi realizada a exploração da história
“Uma história de cores”, realizando também a interdisciplinaridade com a área de expressão
plástica, uma vez que após a leitura da história, as crianças misturaram as cores primárias para
originarem novas cores, tal como ocorria na história.
Uma das atividades realizadas com mais frequência nos jardins-de-infância, e também
uma das preferidas pelas crianças é ouvir histórias. Esta é uma atividade importante para o
desenvolvimento das crianças, pois é através das histórias que a criança tem a oportunidade de
enriquecer o seu vocabulário e desenvolver a sua imaginação, a memória e estimular o espírito
crítico.
Para Abramovich (2004), contar histórias é muito importante pois ajuda na formação
das crianças e estimula-as a tornarem-se leitoras, abrindo caminho para um mundo de
descobertas.
Figura 24 Ouriço
40
Formar leitores é uma tarefa que começa com o nascimento e antes do ensino formal.
Marques (1991) refere que tal atividade é importante para o desenvolvimento da linguagem da
criança e para a compreensão do mundo físico e social (…) para o conhecimento das regras da
escrita na idade pré-escolar (p.33).
Durante a quarta semana a grande maioria das atividades realizadas foram relativas à
temática “O Dia de S. Martinho”.
A atividade de expressão plástica realizada constituiu em decorar a imagem de uma
castanha, colando cascas de castanhas. Relativamente ao domínio da linguagem oral e
abordagem à escrita foi realizada a dramatização da história
“Lenda de S. Martinho”, utilizando um fantocheiro (Figura
25), inicialmente a dramatização foi feita pelas estagiárias, em
seguida foi a vez das crianças dramatizarem a história com o
auxílio das estagiárias.
No âmbito das comemorações do dia de S. Martinho foi
realizado no jardim-de-infância um magusto que envolveu todos
os grupos de crianças.
Durante as semanas de prática pedagógica decorridas, foi possível constatar a
importância dada às diversas rotinas, como por exemplo a “canção dos bons dias”, a marcação
das presenças ou até a higiene pessoal.
Durante a educação pré-escolar, a aquisição de certos hábitos revela-se de extrema
importância, uma vez que estes irão contribuir para o desenvolvimento de diversas
aprendizagens no futuro (Bramão & Azevedo, 2006).
As Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997) fazem uma breve
referência à rotina diária, admitindo que a sucessão de cada dia tem um determinado ritmo,
existindo, deste modo, uma
rotina que é educativa porque é intencionalmente planeada pelo educador e
porque é conhecida pelas crianças que sabem o que podem fazer nos diferentes
momentos e prever a sua sucessão, tendo a liberdade de propor modificações
(ME, 1997, p.40).
A quinta semana de estágio iniciou-se com a visita de uma nutricionista ao jardim-de-
infância, que pesou, mediu a altura e perímetro abdominal de cada criança. Assim durante a
segunda-feira foi mantida uma conversa com as crianças sobre o conceito de pesagem e a
importância de manter uma alimentação saudável, nesta sequência procedeu-se à leitura e
exploração da história “O menino que não gostava de sopa”.
Figura 25 Fantocheiro
41
No dia seguinte realizou-se uma visita de estudo ao Museu da Cidade, onde as crianças
puderam conhecer as diferenças entre escultura e pintura. Durante esta visita as crianças tiveram
a oportunidade de realizar uma atividade que consistiu na construção de uma maquete de uma
galeria de arte, partindo de uma caixa de sapatos e algumas imagens de quadros que haviam
visionado durante a visita ao Museu.
No último dia de estágio da quinta semana foram realizados alguns jogos
nomeadamente “o macaquinho do chinês”, “o camaleão” e “o jogo do peixinho”, inseridos na
área de expressão físico-motora.
O jogo e a brincadeira, nomeadamente durante os períodos dia em que as crianças
escolhem o espaço para brincar são consideradas atividades fundamentais para o
desenvolvimento da criança e devem fazer parte do seu quotidiano.
A importância do jogo e as suas características fazem com que este seja uma
ferramenta de aprendizagem e de comunicação ideal para o desenvolvimento da personalidade
da criança, como diz Alarcão (2008) que,
quer a psicologia do desenvolvimento, ao acentuar a ecologia do
desenvolvimento humano, quer a sociologia da infância como construção social
realçam os fatores histórico-culturais e sociais como profundamente
influenciadores do desenvolvimento das crianças. A importância dos contextos
como promotores ou inibidores do desenvolvimento tem vindo a ser
evidenciada, ressaltando, no primeiro caso, as seguintes características:
estabilidade efetiva, experiências diversificadas, interação, estímulo, apoio,
segurança, articulação intercontextual (pp.200-201).
Alguns autores como Neto (2003), têm demonstrado que o jogo promove o
desenvolvimento da criança e das suas capacidades, não apenas motoras, mas também
psicológicas, ou seja, em todas as áreas de desenvolvimento.
Durante a sexta semana de estágio foram realizadas atividades bastante diversificadas
umas das outras. No âmbito da área de expressão físico-motora realizou-se como é habitual
todas as segundas-feiras a aula de natação.
A natação proporciona um excelente momento de encontro e convívio entre as crianças.
Através da natação a criança aprende a relacionar-se com um meio diferente, em que
desenvolve conceitos como a segurança e autonomia, conhecendo-se a si própria, os seus limites
e capacidades.
Segundo Barbosa (cit. Navega, 2011),
42
a aquisição de habilidades aquáticas básicas, é uma etapa muito importante,
pois representa os pré-requisitos para as habilidades motoras aquáticas
específicas, como, são as técnicas de nado. (p.1)
A natação é importante para o desenvolvimento físico, para a formação cognitiva e
sócio-afetiva da criança, desenvolvendo a sua personalidade e a sua inteligência (Azevedo, et al,
2008).
Foi realizada uma atividade no âmbito da matemática que consistiu em organizar as
crianças da mais alta para a mais baixa e da mais pesada para a mais leve, explicando-lhe os
significados desses termos. Em seguida, preencheram com o auxílio
de um adulto uma ficha de trabalho sobre a sua altura e peso. Estas
atividades foram realizadas utilizando os dados recolhidos pela
nutricionista na semana anterior.
No âmbito do domínio da linguagem oral e abordagem à
escrita foi desenvolvida uma atividade no Centro Escolar da
Sequeira que consistiu num encontro com o escritor e compositor Daniel Completo, na qual
apresentou algumas das suas histórias (Figura 26).
Na quarta-feira realizou-se a primeira aula de expressão dramática, lecionada por uma
professora da área. A expressão dramática deve ser entendida como uma ferramenta que auxilia
a criança no processo de desenvolvimento da sua aprendizagem. De acordo com as Orientações
Curriculares, possibilita que a criança se expresse livremente,
promovendo desta forma a descoberta de si e do outro, de afirmação de
si próprio na relação com os outros que corresponde a uma forma de se
apropriar de situações sociais (ME, 1997, p.59).
Com a entrada no mês de dezembro, sendo este o mês em que
comemoramos o Natal, as atividades desenvolvidas com o grupo de crianças foram todas
dirigidas a esta época festiva.
Durante as três semanas de estágio que decorreram no mês de dezembro no âmbito da
área de expressão plástica foram realizados inúmeros trabalhos, como decorar a árvore que se
encontra à entrada da sala de atividades, construíram um Pai Natal articulado
(Figura 27), foi também decorada a porta da sala de atividades, elaboraram
ainda uma rena, um postal de natal e um anjo (Figura 28).
A expressão plástica é uma área de conteúdo abordada
frequentemente no jardim-de-infância. Segundo Sousa (2003), o termo
expressão plástica, foi adotado na educação, para designar o modo de
Figura 26 Visita de estudo
Figura 27 Pai Natal articulado
Figura 28 Anjo
43
expressão-criação através do manuseamento e modificação de materiais plásticos.
Na perspetiva de Rodrigues (2002),
a expressão plástica é essencialmente uma atitude pedagógica diferente, mas
centrada na produção de obras de arte, mas na criança, no desenvolvimento
das suas capacidades e na satisfação das necessidades (p.160).
Assim sendo, a expressão plástica deverá ser essencialmente uma atividade natural,
livre e espontânea.
No âmbito do domínio da linguagem oral e abordagem à escrita foram exploradas três
histórias relacionadas com esta época festiva, “Natal nas Asas do Arco-Irís”, “Uma Prenda
de Natal” (Anexo 3) e “A Verdadeira História do Natal. Em cada semana foi explorada uma
história. Aquando da exploração da história “Uma Prenda de Natal” foi realizada uma
atividade que consistiu em escrever a carta ao Pai Natal, através da colagem de imagens
retiradas de revistas, de presentes que gostariam de receber.
Foi também realizada uma visita à “Cidade Natal”, situada na Praça Luís de Camões,
onde existiam algumas diversões, como por exemplo, insufláveis, uma pista de gelo e a “casa do
Pai Natal”.
No dia 17 de dezembro durante o período da tarde decorreu no jardim-de-infância a
Festa de Natal, na qual participaram todas as crianças do jardim e ainda o grupo de crianças de
dois anos da creche, bem como alguns dos pais. No final realizou-se um lanche partilhado, em
que foram as famílias das crianças que contribuíram com os bens alimentares.
Atualmente as crianças passam muito tempo no jardim-de-infância, derivado ao facto de
algumas vezes as condições de trabalho dos pais não serem as mais favoráveis. Esta longa
permanência no jardim-de-infância, deve ser acompanhada de uma mais próxima relação entre o
jardim e os pais que reforce a educação das crianças.
Tal como é referido pelas Orientações Curriculares,
A família e a instituição de educação pré-escolar são dois contextos sociais que
contribuem para a educação da mesma criança; importa por isso que haja uma
relação entre estes dois sistemas (ME, 1997, p.43).
Segundo Diogo citado por Abreu da Silva (2002), a escola e a família
são os primeiros ambientes sociais que proporcionam às crianças os estímulos,
os ambientes e os modelos vitais de referência para as suas condutas e
consequentemente tornam-se fundamentais para o seu crescimento e
desenvolvimento (p.90).
Após a pausa letiva do Natal, o regresso às rotinas do jardim-de-infância iniciou-se com
um diálogo entre o grupo sobre as férias de Natal, bem como sobre os presentes que receberam.
44
Visto que no dia 6 de janeiro se comemora o “Dia de Reis” foi realizada a exploração
oral da história “Os Reis Magos” (Anexo 4), bem como a realização de uma ficha de trabalho
que consistiu em desvendar um labirinto. Durante o período da tarde o grupo dirigiu-se às
restantes salas do jardim-de-infância para cantar os reis.
No âmbito da expressão plástica foi construído um
boneco de neve, utilizando entre outros materiais, pratos de
plástico (Figura 29).
Diariamente no jardim-de-infância é abordado o
domínio da matemática, muitas vezes as crianças nem se
apercebem deste facto, mas a realidade é que este está presente
em tarefas como a marcação das presenças em tabelas de dupla entrada, ou através da
identificação do dia da semana, do dia do mês, do mês ou do ano.
Tal como reitera Bacquet (2001), os primeiros anos de educação infantil funcionam
como um tempo para que as crianças possam jogar e experimentar várias situações. Neste
contexto lúdico conseguem contactar com as primeiras enumerações, classificar, ordenar,
comparar, integrar situações no tempo, que são instrumentos importantes para a conquista de
noções matemáticas posteriores.
Podemos, desta forma, resumir a importância da matemática a três aspetos essenciais;
ajuda na resolução de problemas do dia-a-dia; permite o desenvolvimento do raciocínio
matemático e permite a construção de noções matemáticas para a resolução de problemas (ME,
1997).
As crianças constroem espontaneamente noções matemáticas partindo de situações do
dia-a-dia.
Cabe ao educador partir de situações do quotidiano para apoiar o
desenvolvimento do pensamento lógico-matemático, intencionalizando
momentos de consolidação e sistematização de noções matemáticas (ME, 1997,
p.73).
Durante a décima primeira semana a temática desenvolvida foi o inverno, desta forma,
as atividades desenvolvidas foram relacionadas com este tema, tal como podemos constatar
através da análise da planificação realizada (Anexo 5).
No âmbito da expressão plástica foi elaborado um boneco de neve que iria decorar uma
das paredes da sala de atividades.
Relativamente ao domínio da linguagem oral e abordagem à
escrita foi realizada a leitra e exploração da história “O Boneco de Neve
sorridente”. Na sequência da leitura da história referida anteriormente
Figura 29 Boneco de Neve
Figura 30 Atividade experimental
45
surgiu a realização de uma atividade da área do conhecimento do mundo, que consistiu na
realização de uma atividade experimental sobre a alteração dos estados físicos da água
(Figura30), seguiu-se a elaboração do registo da atividade experimental (Figura 31).
A área de conhecimento do mundo desempenha uma
função essencial no desenvolvimento das crianças, uma vez que
irá fomentar a curiosidade e despertar o desejo de saber e de
compreender as coisas.
As razões apontadas por Eshach (2006) a favor de uma
educação em ciências desde os primeiros anos, podem ser
sistematizadas da seguinte forma:
1. As crianças gostam naturalmente de observar e
tentar interpretar a natureza e os fenómenos que
observam no dia-a-dia;
2. A educação em ciências contribui para uma imagem positiva e refletida acerca da
ciência;
3. Uma exposição precoce a fenómenos científicos favorece uma melhor
compreensão dos conceitos apresentados mais tarde, no ensino básico;
4. A utilização de uma linguagem cientificamente adequada com crianças pequenas
pode influenciar o desenvolvimento dos conceitos científicos;
5. As crianças são capazes de compreender alguns conceitos científicos elementares
e pensar cientificamente;
6. A educação em ciências favorece o desenvolvimento da capacidade de pensar
cientificamente.
Durante a décima segunda semana de prática de ensino supervisionada a temática
desenvolvida continuou a ser o inverno. No âmbito da área de expressão musical as crianças
aprenderam a canção “Chegou o Inverno”, posteriormente foi realizada uma ficha de trabalho
que consistiu na construção de um pictograma da canção que aprenderam
anteriormente.
No âmbito da expressão plástica foi realizada uma atividade que
consistiu na elaboração de flocos de neve (Figura 32), utilizando as
técnicas de dobragem e recorte, partindo de uma folha de papel com a
forma de um quadrado.
Durante todas as atividades desenvolvidas no jardim-de-infância é
possível constatar que a área de formação pessoal e social está inerente a
todas elas. A formação pessoal e social está presente no currículo da educação pré-escolar e
Figura 31 Registo da atividade
Figura 32 Floco de neve
46
assume um papel de extrema relevância, uma vez que esta é entendida como uma área
transversal e integradora.
As Orientações Curriculares consideram que,
A Formação Pessoal e Social é considerada uma área transversal, dado que
todas as componentes curriculares deverão contribuir para promover nos
alunos atitudes e valores que lhes permitam tornarem-se cidadãos conscientes e
solidários, capacitando-os para a resolução de problemas da vida. Também a
educação pré-escolar deve favorecer a formação da criança, tendo em vista a
sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário (ME,
1997, p.51).
Relativamente ao domínio da linguagem oral e abordagem à escrita foi mantida uma
conversa com as crianças sobre Augusto Gil, autor do poema que iria ser explorado em seguida.
Posteriormente seguiu-se a visualização de um vídeo na qual é declamado o poema “Balada da
Neve” e respetiva análise oral.
Durante a última semana de prática de ensino
supervisionada foram realizadas atividades bastante diversificadas
umas das outras.
Na última segunda-feira de estágio as crianças puderam
assistir à “Ronda de Contos” (Figura 33) com duas técnicas da
Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, seguiu-se o registo através da elaboração de um
desenho das histórias que haviam escutado.
Na última terça-feira foram realizadas atividades relacionadas com “os nossos
sentidos”. Desta forma. No âmbito do domínio da linguagem oral e abordagem à escrita foi
explorada a história “O som das cores”, através da visualização de um DVD. Durante o
período da tarde foi realizada uma atividade em que as crianças estavam de olhos vendados e
tiveram que identificar qual a fruta que estão a saborear, isto utilizando os sentidos do paladar e
do olfato.
A utilização das tecnologias no jardim-de-infância é uma realidade atual, uma vez que
nas salas de atividades existe um computador que podem utilizar.
O debate sobre a utilização das TIC por crianças pequenas deu lugar a algumas tomadas
de posição entre os que defendem, mais ou menos calorosamente, os benefícios educacionais da
tecnologia e os que a ela colocam objeções. De facto, o potencial destas novas tecnologias, quer
no que se refere à natureza dos programas utilizados, quer às possibilidades de acesso à
informação e comunicação disponíveis através da internet, aliado à sua presença cada vez mais
Figura 33 Ronda de Contos
47
marcante no nosso dia-a-dia, torna difícil ignorar o contributo destes novos media no
enriquecimento dos contextos de aprendizagem para a infância (Amante, 2003).
O último dia de estágio iniciou-se como uma deslocação ao Centro Cultural da Guarda
para as crianças assistirem a uma declamação do poema de Augusto Gil, “Balada da Neve”.
Durante o período da tarde as crianças visualizaram o filme “Frozen”, em seguida foi realizado
um lanche no refeitório, com todas as crianças do jardim-de-infância, organizado pelas
estagiárias, uma vez que este foi o último dia de estágio na instituição.
2.3 Prática de Ensino Supervisionada II (PES II)
A prática pedagógica que serve de suporte à elaboração do presente relatório de estágio,
decorreu no período compreendido entre o dia 24 de fevereiro de 2014 e o dia 13 de junho de
2014, na Escola Básica de Santa Zita, pertencente ao Agrupamento de Escolas Afonso de
Albuquerque, localizado na cidade da Guarda.
O estágio realizado decorreu como foi referido anteriormente na Escola Básica de Santa
Zita, com uma turma do 3º ano de escolaridade, constituída por 20 alunos, na qual a professora
titular da turma era a Professora Maria de Fátima Leitão. O grupo de estágio era constituído por
três elementos, por este facto o estágio decorreu todas as segundas, terças, quartas e sextas-
feiras, entre as 9 e as 16 horas, sendo o período de almoço compreendido entre as 12 e as 14
horas.
Durante as quinze semanas de prática de ensino supervisionada, a primeira semana foi
apenas de observação, ou seja, foi nos possível enquanto estagiárias observar os
comportamentos dos alunos, assim como conhecer os métodos de trabalho da docente
responsável pela turma, bem como as capacidades e limitações dos alunos.
Durante a segunda semana de estágio, cada estagiária realizou uma regência
experimental, ou seja, cada estagiária foi responsável por lecionar um dia de atividades, para
que desta forma se começasse a ambientar ao grupo de trabalho. Posteriormente cada estagiária
lecionou uma semana de atividades letivas à vez.
Durante o dia de regência experimental foram realizadas atividades no âmbito das áreas
de português, matemática, estudo do meio e educação para a cidadania.
Relativamente à área de português foi abordado um novo tema, o acróstico, após os
alunos tomarem conhecimento das suas características elaboraram um, partindo da palavra
“escrita”. No que concerne à área da matemática foi realizada uma revisão sobre o tema
perímetros de polígonos, através da realização de exercícios do manual e de uma ficha de
trabalho. No âmbito da área de estudo do meio foram abordados os conceitos fundamentais
48
relativos às rochas, através da utilização de uma ficha informativa (Anexo 6), ao mesmo tempo,
circulava na turma um exemplar de cada tipo de rocha estudada, promovendo desta forma o
contacto com diferentes materiais exteriores à sala de aula.
Tal como preconiza o Programa (2004, p.168) os materiais manipuláveis surgem com
“meios” e “ferramentas” que ajudarão os alunos a formar e a desenvolver as suas
capacidades. Deste modo, os materiais manipuláveis de diversos tipos são um recurso
privilegiado, servindo de ponto de partida ou suporte para o desenvolvimento de diversas tarefas
escolares.
Relativamente à área de educação para a cidadania foi mantido um diálogo sobre a
importância do voto em decisões democráticas.
Durante a primeira semana de prática pedagógica foram realizadas as fichas de
avaliação sumativa de português e matemática, elaboradas pelo agrupamento de escolas.
No processo educativo é necessário fazer-se balanços sobre as aprendizagens
adquiridas. Deste modo, a avaliação sumativa revela-se de extrema importância.
García Hoz (cit. por Carrasco, 1989) define avaliação como
um modo de expressar o juízo subjetivo sobre uma atividade complexa, quando
previamente se assinalaram os diferentes conteúdos e expressões de tal
atividade, bem como os vários graus de apreciação para se poder determinar
com certa precisão o valor que atribuímos à realidade em causa (p.10).
No âmbito da área de estudo do meio foram realizadas duas atividades experimentais,
uma relacionada com a germinação do feijão em diferentes condições do ambiente envolvente
(Anexo 7), a outra relacionada com o vulcão (Anexo 8), é importante referir que a segunda
atividade experimental foi realizada pela professora estagiária,
por motivos de segurança (Figura 34).
Desde a década de 1930 que as diferentes propostas para
as reformas educacionais no ensino das ciências têm como
principal objetivo a mudança na forma do processo de ensino-
aprendizagem, como por exemplo a substituição dos métodos
expositivos pelos métodos ativos, um dos quais o laboratório (Krasilchik cit. por Freitosa,
2011).
Nas aulas com atividades experimentais os alunos enfrentam os resultados não revistos,
em que a sua interpretação desafia a sua imaginação e raciocínio. Isto pode estimular a
compreensão de que a experimentação é uma construção social, humana e política em essência
(Freitosa, 2011).
Figura 34 Atividade experimental
49
Durante a realização de uma atividade experimental é frequente a interação entre o
aluno e o professor e entre os alunos.
No laboratório, ocorrem atividades que proporcionam a discussão entre os
alunos, normalmente realizadas em pequenos grupos, que os aproxima entre si
e, ainda permite uma relação mais direta entre eles e o professor (Freitosa,
2011, p.31).
No âmbito da expressão plástica foi realizada uma atividade para a
Páscoa, que consistiu na construção de uma caixa para serem colocados
alguns doces desta época festiva (Figura 35).
Durante o decorrer da segunda semana de estágio, no que respeita
à área da matemática foram abordadas as unidades de medida de massa, ou
seja, os múltiplos e submúltiplos do quilograma. Para a explicação destes
conteúdos foi utilizada uma balança de dois pratos e alguns pesos, para que os alunos
interiorizassem com maior facilidade o conceito de quilograma. Como forma de consolidação
dos conteúdos foram realizados alguns exercícios de aplicação (Anexo 9).
Tal como refere o Programa de Matemática do Ensino Básico (2007), a matemática não
é uma ciência sobre o mundo, natural e social, no sentido em que lida com objetos e relações
abstratas (p.2). o professor desempenha um papel estruturante, uma vez que está na origem do
trabalho desenvolvido pelo aluno e que conduz as suas aprendizagens matemáticas. Ele deve
propor aos alunos diversos tipos de tarefas, com indicações claras, devendo também mostrar
expectativas positivas em relação aos trabalhos a desenvolver.
No que concerne à área do português foi realizada a exploração do texto “O Pião e a
Bola” da escritora Alice Vieira (Anexo 10). Foi ainda realizada uma atividade de escrita
criativa, na qual o alunos escreveram um poema dedicado às suas mães, para lhe ser oferecido
em conjunto com o presente elaborado ma expressão plástica.
A elaboração de um poema para a mãe surge como uma forma de exploração da
criatividade dos alunos. Segundo Sternberg (1991), as capacidades criativas dos alunos
continuam a ser descuradas pela escola, que difunde um saber concluído, onde se deixa pouco
espaço para emergir a criatividade, a fantasia ou a iniciativa.
Na perspetiva de Alencar (1996) é necessário que o sistema educacional cultive aptidões
relacionadas com o pensamento criativo e favoreça atributos de personalidade que auxiliam a
produção criativa, para que os alunos aprendam a usar as suas potencialidades, encorajando a
sua independência e reforçando o comportamento criativo.
No âmbito da área de educação para a cidadania o tema desenvolvido foi o “1º de
Maio”, inicialmente foi mantido um diálogo em que os alunos falaram sobre os apontamentos
Figura 35 Caixa da Páscoa
50
que retiraram da pesquisa que realizaram anteriormente na aula de apoio ao estudo. Nesta
sequência a turma visualizou um power-point (Anexo 11) sobre a temática “1º de Maio – O dia
do Trabalhador”.
É de salientar a importância da interdisciplinaridade. Pombo (1993), considera-a como
uma prática de ensino que promove o cruzamento de saberes disciplinares que suscita a
conferência de perspetivas diversificadas para o estudo de problemas concretos.
No âmbito da área de expressão plástica foi elaborado o presente para o Dia da Mãe. A
atividade consistiu em elaborar a capa para um caderno de receitas
(Figura 36) como um facilitador da exploração e do desenvolvimento da
criatividade.
Para Teixeira (1991),
As artes plásticas podem, devem e às vezes têm, um lugar
muito importante, (…). Estas atividades dão à criança um
meio alternativo de comunicação (…), as suas ideias e os
seus sentimentos mais profundos são assim mais fáceis de mostrar visualmente
do que através de palavras (p.285).
Relativamente à área de estudo do meio a temática abordada foi “os diferentes espaços
da minha terra”, na qual foram explorados os diferentes espaços de serviços de uma localidade,
assim como as funções destes.
A terceira semana foi apenas constituída por um dia de estágio. Neste, durante o
período dedicado à área da matemática foram resolvidos alguns exercícios de aplicação,
nomeadamente problemas, na planificação podemos observar como se desenrolou a atividade
(Anexo 12).
Segundo Schroeder e Lester (cit. por Veia, 1996) o papel mais importante da resolução
de problemas é o desenvolver nos alunos a compreensão da matemática. Estes autores defendem
que a compreensão de uma pessoa aumenta quando: é capaz de relacionar uma determinada
ideia matemática a um grande número ou a uma grande variedade de contextos; quando
relaciona um dado problema com um grande número de ideias implícitas nele e quando constrói
relações entre várias ideias matemáticas envolvidas num problema.
Relativamente à área de expressão físico-motora foram realizados alguns jogos de
equipa.
A expressão físico-motora é uma área que promove o movimento do corpo e visa o
desenvolvimento global do ser humano.
As atividades realizadas em sala de aula devem promover uma atitude exploratória, em
que os alunos ao executarem determinados jogos e movimentos comuniquem, usem a
Figura 36 Presente do Dia da Mãe
51
imaginação, confrontem, imitem e fantasiem. Contribuindo, assim, para que os alunos
desenvolvam as suas habilidades motoras e as competências geradas pela interação com os
alunos (Medeiros, 2012).
Durante a quarta semana de prática pedagógica foram realizadas atividades no âmbito
das diversas áreas de conteúdo.
No âmbito da área de português foram lidos e explorados os poemas “Berço” e “A
Cegonha”, que incorporam a obra “As Fadas Verdes” da autora Matilde Rosa Araújo.
A poesia na escola é tratada como uma atividade museológica (Diogo, 1994), isto é,
como algo em desuso. Muitos docentes prescindem do uso e da exploração do texto poético na
sala de aula porque consideram desajustado o desenvolvimento da comunicação e escrita.
Segundo Cervera (1990), a poesia quando trabalhada na escola situa-se no campo do
lúdico e da diversão e, portanto, como forma de satisfação imediata e epidémica da
brincadeira, em vez do prazer retardado e profundo da fruição estética e da experimentação
imaginativa (Fonseca, 1994, p.175).
A poesia em contexto escolar é episódica porque se lê em separado um texto e depois
outro, sem que se estabeleça uma relação temática que os una, que lhe imprima sentido,
evidenciando-se assim a fragilidade ou a inexistência de relações intertextuais (Diogo, 1994).
Relativamente à área da matemática foram abordados novos conteúdos, nomeadamente
o círculo, a circunferência e a esfera, seguindo-se a resolução de duas fichas de trabalho.
No que concerne à área de estudo do meio foi abordada a evolução dos meios de
transporte e das comunicações, através da utilização de uma ficha informativa e de uma ficha de
trabalho.
No âmbito da área de educação para a cidadania foram abordados os símbolos da
identidade nacional, como o hino nacional e a bandeira nacional, através da visualização de um
power-point (Anexo 13).
Em todas as aulas os manuais escolares são quase sempre utilizados. Embora
atualmente nos confrontemos com uma grande diversidade de recursos educativos e didáticos
cada vez mais sofisticados, onde os suportes informáticos e tecnológicos ocupam um lugar de
destaque, não suscita grande controvérsia a ideia de que o manual escolar continua a ser um dos
recursos didáticos mais utilizado no quotidiano educativo. Uma constatação comprovada por
Paulo (1999, p.336), ao afirmar que o manual se configura como algo tão natural quanto a
escola.
Mais do que um mero instrumento de trabalho, os manuais escolares envolvem e
desenvolvem um sistema de relações sociais complexo, que determina muito do que se passa no
campo do ensino e da aprendizagem (Correia e Matos, 2001).
52
Durante a última semana de prática de ensino supervisionada foram realizadas
algumas atividades no seguimento das comemorações do “10 de junho”. Uma das atividades
consistiu na deslocação ao Parque Pólis onde foi realizada uma visita guiada ao equipamento
militar exposto. A segunda atividade realizada consistiu na deslocação ao Largo da Câmara
Municipal para participar na receção ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República.
No âmbito da área de estudo do meio foram abordados os últimos conteúdos, que
diziam respeito às atividades económicas e construções do meio.
Relativamente à área de expressão dramática foram realizados alguns jogos
dramáticos.
A expressão artística é essencial para o crescimento intelectual, social, físico e
emocional das crianças, sendo a atividade dramática fortemente globalizadora, contemplando as
dimensões plásticas, sonora, da palavra e do movimento em ação.
Tal como preconiza o Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais
(2001),
A atividade dramática é uma prática de grupo que se desenvolve a partir dos
conhecimentos, experiências e vivências individuais que os alunos detêm e que
pode propiciar a aquisição e compreensão de novas aprendizagens através da
exploração de conteúdos dramáticos. Isto confere-lhe um estatuto privilegiado
de elo de ligação entre a escola, a família e o meio, condição essencial para
que a aprendizagem ganhe novos sentidos e se reflita no prazer de aprender
(p.177).
53
Capítulo III Alimentação Saudável: Hábitos
Alimentares de Crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico
54
3.1 Alimentação Saudável
A alimentação consiste em obter do ambiente uma série de produtos, naturais ou
transformados, que conhecemos por alimentos, que contêm substâncias químicas denominadas
nutrientes. A alimentação é, assim um processo de escolha de alimentos, resultado das
preferências de cada indivíduo, este é um processo que lhe permite escolher e distribuir as
refeições ao longo do dia de acordo com os seus hábitos pessoais. É um processo determinado
por fatores variados e complexos, sendo eles fatores cognitivos, económicos, emocionais,
psicológicos, afetivos e culturais (Nunes & Breda, s.d.).
Tal como preconizam Almeida & Afonso (1997), para manter uma alimentação
saudável há que escolher alimentos seguros, do ponto de vista da sua qualidade e higiene, e
diversificados, de forma a satisfazer todas as necessidades de nutrientes essenciais.
Para Nunes & Breda (s.d.),
A variedade na alimentação é a principal forma de garantir a satisfação de
todas as necessidades do organismo em nutrientes e de evitar o excesso de
ingestão de eventuais substâncias com riscos para a saúde, por vezes presentes
em alguns alimentos. (p.15)
Segundo os mesmos autores é necessário garantir a manutenção da proporcionalidade
entre os diversos grupos de alimentos, tendo em consideração as necessidades nutricionais ao
longo da vida.
Tal como reitera Ferreira (1980), os nutrientes atuam
como se fossem componentes duma orquestra muito afinada em que cada um
constitui obrigatória e oportunamente para a boa execução de conjunto, que é,
em termos químicos, o metabolismo, e, em termos fisiológicos, o funcionamento
dos diversos órgãos que constituem o corpo humano (p.32).
Todos os nutrientes necessários ao Homem podem agrupar-se de acordo com as suas
características químicas, assim como em termos da sua função, assim temos: hidratos de
carbono; proteínas; gorduras; água; vitaminas; minerais e fibras. Estes desempenham quatro
funções essenciais:
Prover o organismo dos materiais necessários à sua formação, crescimento e reparação;
Fornecer os materiais necessários à regulação dos processos metabólicos e funcionamento
dos órgãos e aparelhos;
Fornecer os materiais indispensáveis à produção de energia necessária para as funções
anteriores e de calor que assegure o nível térmico próprio do organismo humano;
Fornecer os materiais que devem ser acumulados sob a forma de reserva (Ferreira, 1980).
55
De acordo com a sua principal função na satisfação das necessidades fundamentais do
organismo humano, os nutrientes agrupam-se em três categorias:
1. Energéticos: fornecedores de energia que nas reações do metabolismo ao
nível das células, libertam a energia que há-de ser utilizada para o
funcionamento das células, tecidos e órgãos, síntese das novas substâncias,
realização de trabalho e manutenção de um nível óptimo de temperatura
corporal. Compreendem os hidratos de carbono, as gorduras e parte das
proteínas (…)
2. Plásticos: fornecedores de substâncias químicas essenciais para a
formação das estruturas das células e tecidos, compreendendo as proteínas
que subministram os ácidos aminados essenciais, as gorduras que fornecem
os ácidos gordos poli-insaturados e os minerais que entram na constituição
das estruturas orgânicas. Os hidratos de carbono também fornecem
moléculas de funções plásticas.
3. Reguladores: não fornecendo energia, nem desempenhando papel evidente
na formação das estruturas orgânicas, são indispensáveis nos processos
metabólicos, sob a forma de enzimas, eletrólitos e outros bio-reguladores,
caso das vitaminas e dos minerais, e no funcionamento do intestino
(celulose e fibra). (pp. 32-33)
A alimentação racional deve ser biologicamente capaz de assegurar a base fisiológica da
saúde pela quantidade e equilíbrio dos nutrientes postos à disposição de cada indivíduo, de
acordo com as suas necessidades nutricionais.
Desde há muito que os nutricionistas tentaram exprimir os conhecimentos relativos aos
aspetos quantitativos de peso e volume dos alimentos e da energia, em princípios gerais, ou leis
reguladoras da alimentação racional (Ferreira, 1980).
O fisiologista argentino Escudero (cit. por Ferreira, 1980) enunciou as seguintes leis:
Lei da quantidade: a alimentação deve ser constituída por quantidade
suficiente de alimentos para cobrir as exigências calóricas do organismo e
manter o equilíbrio do seu balanço, isto é, das suas trocas internas e do seu
funcionamento global;
Lei da qualidade: o regime alimentar deve ser completo na sua posição, de
modo a oferecer ao organismo, unitário e indivisível, sob a forma dos
constituintes alimentares, todas as substâncias de que é constituído ou de
que se serve para sistematizar as que precisa.
56
Lei da harmonia: as quantidades dos diversos princípios que compõem a
alimentação nas suas formas de regime alimentares devem manter entre si
determinados equilíbrios ou proporções, convenientes para cada
organismo nas diversas fases da vida e condições de trabalho ou situações
fisiológicas especiais;
Lei da adequação: independentemente dos conhecimentos anteriores e da
finalidade que tem em vista, a alimentação deve tomar em conta ao
escolher os alimentos e ao confecioná-los e distribui-los pelas refeições a
sua perfeita adequação ou adaptabilidade ao organismo a que se destinam,
em especial no que diz respeito ao funcionamento do aparelho digestivo
(mastigação, deglutição, estado funcional do estômago e intestino) e dos
outros órgãos (rim, sistema cárdio-vascular, pele), satisfazendo o gosto e
os hábitos alimentares. (p.160)
Para manter uma alimentação saudável e equilibrada é necessário ter em atenção as
indicações apresentadas na pirâmide alimentar.
A pirâmide da alimentação saudável (Figura 37)
foi desenvolvida em 2003 e revista em 2008 pelo
Departamento de Nutrição da Universidade de Harvard.
Esta é baseada nos dados científicos recentes e em estudos
realizados pela Universidade, as recomendações sugeridas
por esta surgem como uma forma de prevenir as principais
doenças crónicas.
Esta pirâmide é constituída por sete níveis. Na sua
base surge a atividade física e hidratação através da
ingestão de água. Estes em conjunto com a alimentação,
têm uma grande influência na saúde de cada indivíduo.
No patamar seguinte encontramos o grupo dos cereais integrais, que são ricos em
hidratos de carbono e fibras, estes devem ser consumidos na maioria das refeições. Encontramos
também o grupo dos óleos e gorduras vegetais, que são ricos em gorduras, devendo ser
ingeridos na maioria das refeições. Estes têm um papel de destaque, no entanto devemos fazer
uma distinção entre as gorduras “boas” que devem ser ingeridas regularmente e gorduras “más”,
cujo consumo deve ser reduzido.
As primeiras são gorduras insaturadas provenientes dos óleos alimentares de girassol,
de amendoim, de milho, de soja, azeite e também de sementes ou frutos oleaginosos, assim
como de peixes gordos ou de abacate. Estas melhoram os níveis de colesterol e são protetoras
Figura 37 Pirâmide da Alimentação Saudável
57
do coração. Quando às gorduras saturadas são essencialmente de origem animal, que devem ser
evitadas.
No terceiro nível da pirâmide alimentar encontramos as frutas que são ricas em
vitaminas e fibras, devendo ser consumidas duas a três vezes ao dia. Os vegetais, ricos em
vitaminas e fibras devem ser consumidos em abundância.
No quarto patamar encontramos os legumes e leguminosas, que são ricos em vitaminas
e fibras, devendo ser consumidos uma a três vezes ao dia.
No nível seguinte encontramos os peixes, ovos, carnes de aves e frutas do mar, que são
fontes de gorduras insaturadas e proteínas, que devem ser consumidas entre zero a duas vezes ao
dia.
No penúltimo nível encontramos os laticínios, que são uma importante fonte de cálcio e
proteínas, devendo ser consumidos uma a duas vezes ao dia, é importante referir que se deve
optar por produtos magros.
No último nível da pirâmide alimentar encontramos dois grupos: o das carnes vermelhas
e manteigas, ricas em gorduras saturadas e calorias. E o grupo dos açúcares, doces, cereais
refinados, batatas e refrigerantes, que são ricos em calorias e pobres em nutrientes. Estes dois
grupos devem ser consumidos esporadicamente2.
Uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para promover o bem-estar
físico, mental e social das crianças, jovens e adultos, garantindo uma boa qualidade de vida.
3.2 Alimentação em idade escolar
O 1º Ciclo do Ensino Básico é frequentado, normalmente, por crianças entre os 6 e 10
anos de idade, sendo durante este ciclo escolar que deve ser abordada a temática da alimentação
saudável.
É a partir desta faixa etária que as crianças devem tomar consciência da importância e
dos benefícios de manter uma alimentação equilibrada, pois esta deve ser entendida como um
estilo de vida que tem influência na saúde, na longevidade e na qualidade de vida de cada um.
Para que possamos usufruir de todos estes benefícios é importante manter uma alimentação
completa, equilibrada e variada, seguindo as instruções fornecidas pela pirâmide da alimentação
saudável.
Na idade escolar, tal como em outras fases do crescimento e desenvolvimento da
criança, a alimentação saudável é um dos fatores determinantes para o normal crescimento,
2 Fonte: http://www.centro-nutricao-fula.pt/bem-estar/alimentacao/necessidades/conceitos-
chave/piramide-alimentacao-saudavel, consultado 07-11-2015, pelas 15h30m
58
desenvolvimento e promoção da sua saúde, prevenindo desta forma doenças associadas a uma
alimentação incorreta, como a anorexia e a obesidade (Direção Geral do Consumidor &
Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2013).
Entre os 6 e os 10 anos as crianças estão sujeitas a mudanças significativas, sendo esta
uma fase de crescimento social, intelectual, cognitivo e emocional bastante importante (Direção
Geral do Consumidor & Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2013).
É durante esta faixa etária que se verificam alterações ao nível da composição corporal
das crianças, em proporção de massa magra e massa gorda, diferente nos meninos e nas meninas
acompanhadas de um aumento da estrutura. É importante enfatizar a necessidade de controlar
frequentemente o crescimento, para verificar se o aumento de peso é adequado para o aumento
da estrutura.
Uma forma de controlar o crescimento através do peso e da estrutura é através do
cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), este é calculado dividindo o peso (em quilogramas)
pela altura ao quadrado (em metros), tratando-se de crianças devemos tomar em atenção o sexo
e a idade. A tabela seguinte mostra os valores de referência do IMC (Tabela 2).
Meninas Meninos
Idade Normal Sobrepeso Obesidade Idade Normal Sobrepeso Obesidade
6 14,3 Mais de 16,1 Mais de 17,4 6 14,5 Mais de 16,6 Mais de 18,0
7 14,9 Mais de 17,1 Mais de 18,9 7 15 Mais de 17,3 Mais de 19,1
8 15,6 Mais de 18,1 Mais de 20,3 8 15,6 Mais de 16,7 Mais de 20,3
9 16,3 Mais de 19,1 Mais de 21,7 9 16,1 Mais de 18,8 Mais de 21,4
10 17 Mais de 20,1 Mais de 23,2 10 16,7 Mais de 19,6 Mais de 22,5
11 17,6 Mais de 21,1 Mais de 24,5 11 17,2 Mais de 20,3 Mais de 23,7
12 18,3 Mais de 22,1 Mais de 25,9 12 17,6 Mais de 21,1 Mais de 24,8
13 18,9 Mais de 13 Mais de 27,7 13 18,5 Mais de 21,9 Mais de 25,9
14 19,3 Mais de 23,6 Mais de 27,9 14 19,2 Mais de 22,7 Mais de 26,9
15 19,6 Mais de 24,2 Mais de 28,8 15 19,9 Mais de 23,6 Mais de 27,7
Tabela 1 Valores de referência do Índice de Massa Corporal3
Na fase escolar ocorre um aumento na ingestão alimentar, que é caraterizada pela
formação de hábitos alimentares, que devem se o mais diversificados possível. Uma vez que,
Neste período as crianças apresentam necessidades nutricionais mais elevadas,
bem como maior interesse pelos alimentos. Neste sentido verifica-se a
3 Fonte: http://diariodeumadietista.com/aumentar-massa-muscular/
59
importância de programas de alimentação escolar que promovam a
incorporação e manutenção de hábitos alimentares saudáveis, de forma a
contribuir para a prevenção de carências nutricionais, bem como do excesso de
peso. (Ministério da Educação, 2012, pp. 22-23)
As crianças, por se encontrarem em fase de crescimento, estão extremamente
dependentes de uma alimentação saudável, e desta forma mais suscetíveis a desequilíbrios
alimentares. A quantidade de alimentos que devem ingerir depende das necessidades energéticas
de cada um.
Segundo Hickenberry e Winkelstein (2001),
Os pais bem como as crianças, precisam estar cientes do valor de uma dieta
balanceada para promover o crescimento porque as crianças geralmente
comem o que os familiares comem. A qualidade de dieta da criança depende do
padrão alimentar da família. (p.484)
Na perspetiva dos mesmos autores, nestas idades a tendência natural para preferências
alimentares simples termina e as crianças adquirem preferência por uma variedade crescente de
alimentos. No entanto, a facilidade de acesso a comidas do tipo fast food e “guloseimas” tornam
fácil para as crianças ingerirem grandes quantidades de calorias não-nutritivas. O fácil acesso a
estes alimentos associado à falta de atividade física têm contribuído para o aumento da
obesidade infantil.
Desta forma torna-se essencial a abordagem desta temática em ambiente escolar, tal
como preconizam Hickenberry e Winkelstein (2001),
A educação para a nutrição pode e deve ser integrada ao currículo em todos os
anos escolares. O guia da pirâmide alimentar e a administração de drogas e
alimentos fornece elementos de uma dieta integral, e como os produtos
alimentares que são importantes aspetos da educação nutricional. No entanto,
a lanchonete/cantina da escola nem sempre fornece refeições saudáveis e
nutritivas. (pp.484-485)
De um modo geral as crianças devem ser adeptas de hábitos alimentares saudáveis,
mantendo uma dieta alimentar em que todos os grupos de alimentos devem fazer parte das
ementas diárias, mantendo-se a regra essencial da alimentação racional, a variedade na escolha
dos alimentos (Ferreira, 1980).
60
3.3 Hábitos alimentares saudáveis de crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico
O estudo realizado, que está na base da elaboração deste relatório, foi efetuado numa
turma do 4º ano de escolaridade, turma onde decorreu o estágio curricular no ano letivo anterior.
A temática desenvolvida no estudo encontra-se inserida na área curricular de Estudo do Meio.
Tal como preconiza o Programa (2004),
Todas as crianças possuem um conjunto de experiências e saberes que foram
acumulando ao longo da vida, no contacto com o meio em que as rodeia. Cabe
à escola valorizar, reforçar, ampliar e iniciar a sistematização dessas
experiências e saberes, de modo a permitir, aos alunos, a realização de
aprendizagens posteriores mais complexas. (p.101)
O Meio pode ser entendido como um conjunto de elementos, fenómenos,
acontecimentos, fatores e processos que ocorrem no meio envolvente. O Meio desempenha um
papel essencial na vida, experiência e atividade humanas (Ministério da Educação, 2001).
Segundo Roldão (1995) a área de Estudo do Meio tem potencialidades para operar
como eixo estruturador do currículo do 1º ciclo, na medida em que esta área curricular oferece
um conjunto de conteúdos temáticos, os quais permitem, numa gestão bem organizada, articular
integradamente aprendizagens das restantes áreas:
O conjunto de propostas curriculares corporizadas na Área de Estudo do Meio
articula-se com princípios importantes definidos nos objetivos da reforma
curricular em vigor.
Constituem algumas grandes finalidades da reforma: (1) contribuir para uma
aprendizagem ativa em que o aluno é encorajado a assumir-se como construtor
do seu próprio conhecimento, (2) promover o desenvolvimento integral da
pessoa nas suas múltiplas dimensões e ainda (3) fomentar competências
vocacionadas para o desenvolvimento consciente da cidadania. Em qualquer
destas vertentes, a área de Estudo do Meio assenta em pressupostos
metodológicos de exploração ativa da realidade e de descoberta (os próprios
blocos temáticos organizadores intitulam-se sempre “Á descoberta de…”, o
que aponta para um trabalho com os alunos em que estes se envolvam com
processos de aprendizagem ativa, assentes em metodologias de descoberta, e
apoiadas em atividades intelectuais de construção de saber. (p.31)
61
Desta forma, a área de Estudo do Meio oferece potencialidades muito vastas que podem
ser adequadamente desenvolvidas, no que concerne a uma aprendizagem ativa a promoção do
desenvolvimento integral da pessoa e ainda ao fomentar nos alunos competências vocacionadas
para o desempenho consciente da cidadania.
O tema desenvolvido neste estudo, é apresentado no Bloco 1, denominado À
Descoberta de Si Mesmo. Neste bloco são abordados conteúdos relacionados com a vida do
aluno, a sua identificação, os seus gostos, o seu corpo, a saúde do seu corpo, entre outros.
Com este bloco pretende-se que os alunos estruturem o conhecimento de si
próprios, desenvolvendo, ao mesmo tempo, atitudes de autoestima e
autoconfiança e de valorização da sua identidade e das suas raízes. (Ministério
da Educação, 2004, p.106)
O conteúdo desenvolvido no presente estudo, denomina-se A saúde do seu corpo, este
tema é abordado no 2º ano de escolaridade, tendo por objetivo conhecer e aplicar normas de
higiene alimentar (identificação dos alimentos indispensáveis a uma vida saudável, importância
da água potável, verificação do prazo de validade dos alimentos).
A alimentação e os hábitos alimentares saudáveis é um tema abordado no 2º ano de
escolaridade, tal como referido anteriormente. No entanto, considerou-se adequado abordar esta
temática no 4º ano de escolaridade, uma vez que os alunos nesta faixa etária possuem uma
maior sensibilidade para estas questões, assim como era uma forma de verificar se os alunos
tinham, de facto, adquirido corretamente os conteúdos abordados no 2º ano.
A escolha deste tema deve-se ao facto de ser necessário educar os alunos para questões
relacionadas com a necessidade de manter uma alimentação saudável, prevenindo o
aparecimento de doenças com esta relacionadas, nomeadamente a obesidade, a anorexia e a
bulimia.
Seguidamente são apresentadas as etapas que constituíram o estudo realizado.
i. Primeira Etapa
A primeira etapa consistiu na aplicação de um questionário (Anexo 14) relacionado com
os hábitos alimentares dos alunos, bem como com os conhecimentos que estes possuem acerca
da pirâmide da alimentação saudável e das regras para uma alimentação equilibrada.
Segundo Fortin, Côté e Filion (2006),
o questionário é um instrumento de colheita de dados que exige do participante
propostas escritas a um conjunto de questões. É o método de colheita de dados
mais utilizados pelos investigadores. O questionário tem por objetivo recolher
62
informação fulcral sobre acontecimentos ou situações conhecidas, sobre
atitudes, crenças, conhecimentos, sentimentos e opiniões. (p.380)
Para que o questionário fosse utilizado para a realização do presente estudo teve de ser
validado, para tal foi utilizada uma amostra de sete alunos pertencentes à outra turma do 4º ano
de escolaridade da Escola Básica de Santa Zita. Todos estes alunos responderam na íntegra ao
questionário que lhes foi apresentado. Desta forma e após essa análise foi possível constatar que
poderia ser aplicado o referido questionário à amostra que se pretendia estudar.
Assim, participaram neste questionário todos os alunos da turma (20 alunos). O
questionário apresenta-se constituído por duas partes, a primeira diz respeito aos hábitos
alimentares dos participantes, a segunda parte refere-se aos conhecimentos que os participantes
possuem sobre a pirâmide da alimentação saudável.
Antes dos alunos responderem ao questionário, foi-lhes explicado em que consistia e
qual a finalidade deste. Após uma breve explicação, todos os alunos se mostraram interessados
em participar no estudo. De referir que o preenchimento do questionário foi realizado de uma
forma anónima, apesar da investigadora permanecer na sala.
Seguidamente é apresentada uma tabela (Tabela 3) com alguns dados pessoais dos
participantes, nomeadamente o sexo, idade, peso e altura. Baseado nestes dados foi calculado o
Índice da Massa Corporal, e por consequência a situação de cada aluno relativamente ao
excesso ou não de peso.
Aluno Sexo Idade Peso Altura IMC Situação
Aluno A Masculino 10 32 kg 1,42 m 15,87 Peso Normal
Aluno B Masculino 9 NR 1,39 m ----------- ----------------------
Aluno C Masculino 9 NR NR ----------- ----------------------
Aluno D Masculino 9 34 kg 1,40 m 17,35 Peso Normal
Aluno E Feminino 9 35kg 1,42 m 17,36 Peso Normal
Aluno F Feminino 10 33kg 1,36 m 17,84 Peso Normal
Aluno G Feminino 9 43,5 kg 1,45 m 20,69 Sobrepeso
Aluno H Feminino 9 39,5 kg 1,45 m 18,79 Peso Normal
Aluno I Feminino 9 NR 1,40 m ----------- ----------------------
Aluno J Feminino 9 29 kg 1,35 m 15,91 Peso Normal
Aluno K Masculino 9 45 kg 1,41 m 22,63 Obesidade
Aluno L Masculino 10 36 kg 1,47 m 16,66 Peso Normal
Aluno M Feminino 9 NR NR ----------- ----------------------
63
Aluno N Feminino 10 NR NR ----------- ----------------------
Aluno O Feminino 9 32,4 kg 1,35 m 17,78 Peso Normal
Aluno P Feminino 9 29,5 kg 1,37 m 15.72 Peso Normal
Aluno Q Feminino 11 NR NR ----------- ----------------------
Aluno R Masculino 9 30 kg 1,37 m 15,98 Peso Normal
Aluno S Feminino 9 35 kg NR ----------- ----------------------
Aluno T Feminino 10 47 kg 1,48 m 21,46 Sobrepeso
Tabela 2 Dados recolhidos no questionário
Após a análise da tabela, podemos constatar que dos vinte alunos que responderam ao
questionário não foi possível calcular o IMC de sete dos inquiridos, uma vez que estes não
tinham respondido a pelo menos um dos dados, peso ou altura. Dos treze inquiridos em que foi
possível calcular o IMC, dez alunos têm o peso normal, dois alunos estão com sobrepeso e um
dos inquiridos é obeso.
Os dados em falta na tabela anterior devem-se ao facto das crianças não saberem, em
alguns casos, a sua altura ou peso.
Um dos principais objetivos da aplicação do questionário foi analisar os hábitos
alimentares da turma onde foi realizado o estágio curricular. Desta forma é importante referir os
resultados obtidos nas questões que dizem respeito aos hábitos alimentares destes alunos para
tentar explicar os resultados apresentados na tabela anterior.
No que diz respeito à questão que concerne às horas de sono durante os dias de semana
podemos constatar que todos os alunos dormem diariamente as horas necessárias para que
consigam a concentração necessária nas aulas, ou seja, mais de sete horas diárias (Gráfico 1).
Um sono normal será aquele que proporciona um bem-estar ou descanso físico e
mental. O número de horas de sono necessárias ao longo da vida, desde a infância à terceira
idade é muito variável e não está ainda bem definido (Siegel, J.M., 2003).
Gráfico 1 Respostas dos alunos à questão: Quantas horas dormes durante os dias da semana?
0
5
10
15
Menos de 7
horas
Entre 7 e 9
horas
10 ou mais
horas
Horas de sono semanais
Horas de sono
semanais
64
Relativamente ao número de refeições diárias que os alunos fazem é possível concluir
da nossa análise que a grande maioria dos alunos inquiridos fazem entre quatro e cinco refeições
diárias, apenas um aluno faz três refeições diárias e dois inquiridos fazem mais do que cinco
refeições por dia (Gráfico 2).
Segundo a Direção Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas
(2013), para ter uma alimentação equilibrada e saudável é fundamental a realização de 5 a 6
refeições ao dia, contemplando o pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde,
jantar e ceia. Assim podemos referir que a nossa amostra se encontra em consonância com esta
diretiva, logo de acordo com uma alimentação saudável.
Gráfico 2 Respostas dos alunos à questão: Quantas refeições fazes por dia?
Relativamente à refeição mais importante do dia, o pequeno-almoço, podemos constatar
através da análise do Gráfico 3 que todos os inquiridos tomam todos os dias a referida refeição.
Relativamente ao que ingerem ao pequeno-almoço, a maioria dos inquiridos, ingerem leite e
comem cereais, tal como podemos constatar através da análise do Gráfico 4. O pequeno-almoço
deve fornecer nutrientes em quantidades adequadas, de modo a repor os níveis de energia.,
sendo os três elementos principais de um pequeno-almoço os cereais, como fontes de energia,
os produtos lácteos, ricos em proteínas de alto valor biológico, e a fruta, rica em vitaminas e
minerais (Direção Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2013).
0
10
Três Quatro Cinco Mais
Refeições diárias
Refeições diárias
65
0
5
10
15
20
25
Sim Não
Pequeno-almoço
Pequeno-
almoço05
101520
Leit
e
Ce
rea
is
Fru
ta
Su
mo
To
rra
da
Iog
urt
e
Sa
nd
es
Bo
los
Ou
tro
s
O que comes ao pequeno-
almoço
O que comes ao
pequeno almoço
Relativamente às questões número 5 e 6, podemos constatar que a grande maioria dos
inquiridos apenas ingerem comidas do tipo fast food e doces, como chocolates, rebuçados ou
gomas, às vezes ou raramente (Gráficos 5 e 6). Esta é uma questão importante uma vez que
estes tipos de alimentos apenas devem ser consumidos esporadicamente para que consigamos
manter uma alimentação saudável e equilibrada (Hickenberry e Winkelstein, 2001).
Relativamente à ingestão de sopa, é possível constatar que os catorze dos inquiridos
comem todos os dias, quatro alunos comem sopa quase sempre e que apenas um inquirido
apenas como sopa às vezes (Gráfico 7). Esta é uma questão importante pois a ingestão de sopa é
uma das principais regras para manter uma alimentação saudável, visto ser uma importante
fonte de vitaminas, minerais e fibras (Direção Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de
Nutricionistas, 2013).
0
20
Comes chocolates,
bolos, rebuçados e …
Comes
chocolates,
bolos,
rebuçados e
gomas
0
20
Comes comida do tipo
fast-food
Comes comida
do tipo fast-
food
Gráfico 3 Respostas dos alunos à questão: Tomas sempre o pequeno-almoço?
Gráfico 4 Respostas dos alunos à questão: O que comes ao pequeno-almoço?
Gráfico 5 Respostas dos alunos à questão: Comes chocolates, bolos, rebuçados e gomas? Gráfico 6 Respostas doa alunos à questão: Comes comida do
tipo “fast-food”?
66
Relativamente à ingestão de legumes, vegetais e frutas é possível concluir que 95% dos
inquiridos comem estes alimentos todos os dias ou quase sempre (Gráfico 8).
No entanto, no que diz respeito à ingestão de peixe, que é um dos alimentos mais
importantes para manter uma alimentação equilibrada, a maioria dos inquiridos come peixe às
vezes (Gráfico 9). Isto poderá acontecer derivado ao facto de o peixe ser dos alimentos mais
caros, ou pelo facto de as crianças, muitas vezes não gostarem.
Segundo Direção Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas
(2013), o peixe é considerado um alimento de fácil digestão e rico nutricionalmente, por ser
fonte de proteínas de elevado valor biológico, e rico em vitaminas do complexo B e minerais
como o iodo, fósforo, sódio, potássio, ferro e cálcio. A sua gordura é considerada de melhor
qualidade que a da carne, por ser rica em ácidos gordos insaturados e conter baixa proporção de
ácidos gordos saturados. Daí que seja necessário reforçar a sua importância para vermos se a sua
ingestão aumenta.
Gráfico 9 Respostas dos alunos à questão: Comes peixe?
No que diz respeito aos conhecimentos relativos à pirâmide alimentar e das regras para
manter uma alimentação saudável, há que referir que na globalidade os alunos possuem os
conhecimentos básicos, como se pode verificar através da análise dos resultados das perguntas
0
10
20
Comes peixe
Comes peixe
0
5
10
15
Comes sopa
Comes sopa
0
20
Comes legumes,
vegetais e frutas
Comes
legumes,
vegetais e
frutas
Gráfico 7 Respostas dos alunos à questão: Comes sopa? Gráfico 8 Respostas dos alunos à questão: Comes legumes, vegetais e frutas?
67
número 11 e 15. A questão 11 refere-se ao que é, para o aluno, ter uma alimentação saudável
(Gráfico 10).
Gráfico 10 Respostas dos alunos à questão: Ter uma alimentação saudável é
Relativamente à questão número 15, refere-se ao que devemos comer com maior
frequência (Gráfico 11). Nesta questão os alunos consideram que os cereais, pão, legumes,
vegetais e fruta são aqueles que devemos consumir com maior frequência.
Os nosso resultados vão ao encontro do defendido por Hickenberry e Winkelstein
(2001), os quais consideram que devemos consumir com maior frequência cereais e pão
integrais, legumes, vegetais e frutas, visto estes alimentos serem importantes fontes de
vitaminas, fibras e minerais.
Gráfico 11 Respostas dos alunos à questão: Devo comer mais
No entanto ainda há questões relativas aos hábitos alimentares saudáveis na qual os
alunos ainda demonstram algumas dúvidas, nomeadamente nas questões número 16 e 18.
A questão número 16 refere-se aos alimentos que devemos consumir esporadicamente
(Gráfico 12). Nesta questão podemos observar que as opiniões dos alunos se dividem, no
05
101520
Não comer
fruta e doces
Comer de
tudo um
pouco
Comer apenas
peixe
Ter uma alimentação saudável é:
Ter uma alimentação
saudável
0
5
10
15
20
Cereais, pão,
legumes,
vegetais e
fruta
Doces e
salgados
Leite, queijo
e iogurte
Não
respondeu
Devo comer com maior frequência:
Devo consumir com maior
frequência:
68
entanto a maioria considera que os alimentos que devemos consumir esporadicamente são as
manteigas e carnes vermelhas.
As manteigas e carnes vermelhas surgem no topo da pirâmide alimentar, e por isso,
devem ser consumidas esporadicamente, devido ao facto de serem alimentos ricos em gorduras
e calorias (Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas, 2013)
A questão número 18 refere-se à frequência da hidratação (Gráfico 13). Nesta questão,
70% dos inquiridos reponderam que nos devemos hidratar em abundância.
Segundo a Geral do Consumidor e Associação Portuguesa de Nutricionistas (2013),
devemos consumir diariamente 1,5 litros de água.
A aplicação do questionário foi o ponto de partida para a realização da segunda etapa do
estudo, pois foi a partir da análise dos questionários que foi possível conhecer os hábitos
alimentares de cada um, assim como os conhecimentos que estes possuem sobre a alimentação
saudável, e por conseguinte tentar que eles adquiram novos conteúdos e adquiram hábitos
alimentares mais saudáveis.
0
20
Sim Não
Devemos hidratarmo-nos em
abundância?
Devemos hidratarmo-
nos em abundância?
0
2
4
6
8
10
12
Peixe, ovos, carne
de aves
Legumes e
vegetais
Manteigas e
carnes vermelhas
Devemos consumir esporadicamente:
Devemos consumir
esporadicamente
Gráfico 12 Respostas dos alunos à questão: Devemos comer esporadicamente
Gráfico 13 Respostas dos alunos à questão: Devemos hidratarmo-nos em abundância?
69
ii. Segunda Etapa
Com a segunda deslocação à escola iniciou-se a segunda fase do estudo. Esta etapa
consistiu na exposição dos conteúdos relativos a esta temática.
A aprendizagem é um processo activo, e que os alunos fazem com os factos e
conceitos que lhes são apresentados, depende em alto grau do que eles já
pensam e acreditam. Ser capaz de reconhecer e trabalhar com as ideias e
conceções dos alunos é, portanto, uma componente essencial de uma estratégia
eficaz de ensino. (Horton, 2007, p.1)
Assim esta etapa iniciou-se com o levantamento das conceções alternativas dos alunos
sobre a alimentação. A questão colocada aos alunos foi “O que entendes por alimentação
saudável?”, numa primeira fase os alunos responderam a esta questão por escrito (Figura 38).
Em seguida foi mantido um diálogo sobre as respostas que os alunos deram
anteriormente.
Segundo Fernandes (2011), as conceções alternativas são ideias que os alunos possuem
antes de qualquer conteúdo ser abordado na aula.
Estas ideias opõem-se às ideias cientificamente aceites, mas são úteis e fazem
sentido em termos de compreensão do comportamento do mundo físico que
envolve os alunos e, por isso, constituem-se, muitas vezes como um entrave à
aquisição das concepções corretas. (Fernandes, 2011, p.10)
Seguidamente seguiu-se a exposição da temática em estudo. Nesta fase foi mantido um
diálogo com os alunos sobre as questões relativas às regras para a manutenção de uma
alimentação saudável e equilibrada, para tal utilizou-se um Power-Point (Anexo 15), que serviu
Figura 38 Conceções sobre o que entendes por alimentação saudável
70
de base para a manutenção do diálogo. Para terminar a aula, os alunos colocaram as suas
dúvidas, como por exemplo, “Qual é a diferença entre carnes brancas e carnes vermelhas?”,
“Porque devemos consumir com mais frequência carnes brancas do que carnes vermelhas?”,
“A carne de porco é uma carne branca?”, “O que são cerais refinados?”.
A utilização das tecnologias é um fator de motivação para os alunos. O 1º Ciclo do
Ensino Básico é um espaço privilegiado onde se proporcionam aos alunos aprendizagens mais
ativas e significativas, pois este é um meio de socialização e de aquisição das primeiras
competências tecnológicas.
A utilização das tecnologias na sala de aula é um assunto controverso, pois nem todos
têm a mesma opinião.
Se as tecnologias colocaram a informação à disposição de todos, nem todos os
cidadãos exploram as potencialidades das ferramentas e dos dispositivos
tecnológicos. Por este motivo, a Escola deverá mediar o processo de
transformação da informação em conhecimento. Com efeito, ó acesso na escola
aos computadores e à internet pode atenuar os efeitos das diferenças de meios
de acesso derivados de fatores sociais, culturais e geográficos. (Tavares &
Barbeiro, 2011, p.7)
iii. Terceira Etapa
A terceira fase do estudo consistiu na verificação dos conhecimentos adquiridos na fase
anterior, após a exploração do tema. Nesta etapa foram realizadas duas atividades para
aferirmos dessa aprendizagem. A primeira atividade consistiu em fazer o desenho ou esquema
da pirâmide da alimentação saudável (Figura 39).
Figura 39 Pirâmide Alimentar desenhada por um aluno
71
Tal como preconizam Giordan & De Vecchi (1987), o recurso aos desenhos/esquemas
explicativos constitui um instrumento importante quando se pretende saber quais os
conhecimentos dos alunos.
Relativamente à análise dos desenhos realizados podemos observar que dos vinte
alunos, quinze foram capazes de desenhar corretamente a pirâmide alimentar.
A Figura 40 é um dos exemplos do cinco alunos que fizeram um representação
incorreta da pirâmide alimentar.
Figura 40 Pirâmide Alimentar desenhada por um aluno
A segunda atividade consistiu na realização de um jogo, O Jogo da Alimentação
(Anexo 16), em que os alunos estavam divididos em quatro grupos de cinco elementos, à
medida que a professora colocava as questões, os grupos preenchiam a folha de respostas
(Anexo 17), cada pergunta respondida corretamente valia cinco pontos. No final, todos os
alunos receberam uma maçã, para comerem no intervalo, como prémio de participação na
atividade.
Tal como afirma Malveiro (2013), os jogos são fundamentais na sala de aula, por isso
devemos ter o cuidado de planificar de modo a integrar os mesmos na prática pedagógica diária.
O jogo pode ter diversas finalidades, iniciar um tema ou recordar conteúdos já abordados.
Após analisar as respostas dadas pelos grupos de trabalho é possível constatar qua a
aplicação do jogo como estratégia de avaliação dos conteúdos abordados funcionou de forma
positiva, é ainda importante referir que os alunos se mostraram motivados durante a realização
do jogo.
Após as três deslocações à escola, é possível concluir, que na globalidade todos os
alunos progrediram, foi também possível verificar o interesse e motivação demonstrados pela
exploração deste tema, pois diz respeito também à sua saúde.
72
Ao longo das sessões houve uma evolução nos conhecimentos que possuíam. É de
salientar que inicialmente quando responderam ao questionário demostraram algumas dúvidas
relativamente às questões que diziam respeito à pirâmide alimentar, nomeadamente sobre as
regras para manter uma alimentação equilibrada de saudável, assim com na distribuição dos
grupos alimentares na pirâmide alimentar.
Quando escreveram as suas conceções sobre o que entendem por alimentação saudável
foi notório que a grande maioria dos alunos apresentaram respostas bastante simples (Figura 41)
salvo algumas exceções que apresentaram respostas um pouco mais complexas como a resposta
apresentada na Figura 38, como atrás referido.
A realização do desenho/esquema da pirâmide e o jogo da alimentação funcionaram
como um modo de avaliar os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Através destes foi
possível observar a evolução apresentada pelos alunos, uma vez que, no desenho da pirâmide a
maioria dos alunos já conseguiu distribuir corretamente os grupos de alimentos na pirâmide.
Relativamente ao jogo da alimentação responderam corretamente entre 78,6% e 85,7% das
questões.
De acordo com Tyler (1994), o processo avaliativo consiste em determinar em que grau
os objetivos educacionais estão a ser realmente alcançados e que os mesmos buscam produzir
mudanças nos seres humanos. Neste sentido, percebe-se a extrema importância da avaliação no
processo pedagógico em sala de aula, pois ela procura produzir mudanças nos alunos.
Relativamente aos alunos que apresentam sobrepeso e obesidade foi possível constatar
que estes apresentam interesse em alterar os seus hábitos alimentares. É importante referir que
estes alunos apresentaram uma evolução significativa, ao comparar as conceções alternativas
que os alunos possuíam e os conhecimentos adquiridos após a intervenção realizada.
Figura 41 Conceções sobre o que entendem por alimentação saudável
73
Conclusão
Ao concluir a elaboração do presente relatório é importante refletir sobre questões
relacionadas com a prática pedagógica, assim como relativamente à pertinência do estudo
realizado.
Ao longo de todas as semanas de estágio em que ficamos responsáveis pela dinâmica da
sala de aula e da sala de atividades é importante referir que desenvolvemos e incutimos
metodologias e técnicas de intervenção motivadoras que permitiram o desenvolvimento de uma
aprendizagem ativa e significativa.
Tal como refere Pardal (1993), a escola é, de facto, um poderoso agente de formação
onde a totalidade de cada um resulta da articulação/relação/cruzamento entre o cognitivo, o
afetivo, o social e o motor.
É competência do docente estar atento ao que cada criança já conhece e criar contextos
significativos que facilitem o seu desenvolvimento (Castro Rodrigues, 2008). Brickman e
Taylor (1991) complementam esta perspetiva referindo que o papel dos educadores é criar
ambientes nos quais estas atividades, tão importantes para o desenvolvimento das crianças,
ocorram de forma natural e, então, reconhecê-las, apoiá-las e desenvolvê-las.
Procurou-se, ao longo da intervenção educativa, facultar atividades, tarefas e
experiências diversificadas, que fossem ao encontro dos interesses das crianças, de modo a
motivá-las para a aprendizagem e para que se sentissem envolvidas pelo que era desenvolvido e
facultado na sala. Considero que os objetivos que tinham sido delineados no início desta Prática
de Ensino Supervisionada foram conseguidos pois a participação, envolvimento e motivação do
grupo foi sendo cada vez mais significativa, relativamente às primeiras semanas do processo de
ensino e aprendizagem
Relativamente ao estudo desenvolvido é importante referir que a temática desenvolvida
se revelou de extrema pertinência, uma vez que atualmente a realidade que podemos observar
cada vez mais é de crianças com excesso de peso, derivado ao facto destas terem um acesso
demasiado facilitado a alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes.
Após a intervenção realizada na turma foi possível observar uma evolução
relativamente aos conhecimentos que os alunos possuem sobre as regras para manter uma
alimentação equilibrada e variada.
O presente relatório é o reflexo do trabalho desenvolvido ao longo de cerca de dezoito
meses. Nele estão representadas a etapas decorrentes do curso de Mestrado em Educação Pré-
Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, desde os estágios curriculares até à realização
do estudo apresentado.
74
Referências Bibliográficas: Abramovich, F. (2004). Literatura Infantil. São Paulo: Scipione.
Abreu da Silva, A. (2002). Os Pais e o Jardim de Infância em Meio Rural: um estudo de
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consultado 23-11-2015, pelas 17 horas).
Documentos Consultados:
Guia de Funcionamento da Unidade Curricular: Prática de Ensino Supervisionada I, Ano
Letivo 2014/2015.
79
Anexos
80
Anexo 1
81
82
83
Anexo 2
84
85
Anexo 3
86
87
88
89
90
Anexo 4
91
92
Anexo 5
PLANO DE AULA
PES
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto da Guarda
Prof. Orientador: Filomena Velho Educador Cooperante: Conceição Silva
Aluno: Ana Costa; Inês Francês Local de Estágio: Jardim de Infância de Alfarazes
Nível de Ensino: Pré-Escolar Data: 13 de janeiro de 2015
Turma / Grupo: 4 anos Tempo: 1 dia
Área/Tema Objetivos Conteúdos Recursos Avaliação
Área de
expressão e
comunicação:
Domínio da
linguagem oral
e abordagem à
escrita
Fomentar o diálogo;
Desenvolver a oralidade;
Levar a criança a participar ativamente em diálogos;
Levar a criança a compreender / reproduzir a
mensagem de um texto ou história;
Promover o gosto pela leitura;
Desenvolver a sensibilidade estética.
O inverno. História “O
Boneco de
neve
sorridente”.
Direta:
Compreensão;
Participação;
Interesse;
Comportamento.
93
Área de
expressão e
comunicação:
Domínio da
matemática
Preencher os quadros das presenças;
Identificar e contar as crianças presentes e ausentes;
Nomear os dias da semana;
Identificar o dia do mês;
Identificar o mês do ano;
Identificar o ano;
Formar sequências que têm sequências lógicas
subjacentes (dias da semana).
Dias da semana;
Meses do ano;
Números.
Quadro de
presenças;
Calendário.
Direta:
Compreensão;
Participação;
Interesse;
Comportamento.
Área de
conhecimento
do mundo
Observação do tempo que faz (chuva, sol, trovoada,
…);
Reconhecer as relações temporais ontem, hoje e
amanhã;
Tomar consciência do desenrolar do tempo;
Desenvolver a curiosidade natural das crianças e o seu
desejo de saber;
Sensibilizar as crianças para as ciências;
Permitir o contacto com a atitude e a metodologia
própria das ciências:
Fomentar nas crianças uma atitude científica e
metodológica.
Estado do tempo;
Estados físicos da
água:
Sólido;
Líquido;
Gasoso.
Mudanças dos
estados da água:
Solidificação;
Evaporação;
Fusão.
Calendário do
tempo;
Água no
estado sólido e
líquido;
Placa de
aquecimento.
Direta:
Compreensão;
Participação;
Interesse;
Comportamento.
Indireta:
Realização da
experiência da
água.
94
Área de
expressão e
comunicação:
Domínio da
expressão
plástica
Desenvolver a imaginação e a criatividade;
Desenvolver a motricidade fina;
Desenvolver destrezas manipulativas;
Conhecer diversas técnicas plásticas.
Colagem;
Pintura.
Desenhos para
decorar a sala
para a estação
do inverno.
Direta:
Compreensão;
Participação;
Interesse;
Comportamento.
Indireta:
Desenhos.
Área de
expressão e
comunicação:
Domínio da
expressão
dramática
Desenvolver a criatividade;
Desenvolver a expressão e comunicação.
Jogos dramáticos. Direta:
Compreensão;
Participação;
Interesse;
Comportamento.
Área de
formação
pessoal e social
Respeitar as regras na sala de atividades;
Saber partilhar materiais;
Interagir com os colegas;
Promover a socialização;
Promover a educação para os média;
Sensibilizar para o código informático;
Educar para os valores.
Direta:
Compreensão;
Participação;
Interesse;
Comportamento.
95
Processos de Operacionalização
O dia de atividades inicia-se com a aula de expressão dramática.
Após o lanche da manhã e após regresso à sala de atividades, procede-se à rotina das presenças. Posteriormente procede-se à leitura da história “O boneco de
neve sorridente” e a respetiva exploração oral da história. Em seguida inicia-se a realização da experiência da alteração dos estados físicos da água.
No final do período da manhã realiza-se a rotina da casa de banho seguindo-se o almoço no refeitório.
Após a pausa de almoço as crianças irão escolher os espaços para brincar e ao mesmo tempo irão fazer os elementos decorativos para a sala de atividades
relativas à estação do inverno.
O dia de atividades termina com a rotina da casa de banho e lanche no refeitório da instituição.
96
Anexo 6
Anexo 5
O Solo e as Rochas
O solo é a camada superficial da terra onde se cultivam as plantas. É formada
através da erosão das rochas, por ação da chuva, vento e mudanças de temperatura.
Estas partículas depositam-se e misturam-se com os restos de animais mortos.
A propriedade que um solo tem de se deixar atravessar pela água chama-se
permeabilidade.
Existem solos permeáveis (deixam atravessar grande quantidade de água), solos
impermeáveis (deixam atravessar reduzida quantidade de água) e solos
semipermeáveis (têm um comportamento intermédio).
Podemos considerar três tipos de solos:
Solo arenoso: constituídos essencialmente por areia. Tem pouca
capacidade de reter água, ou seja, é permeável. É um solo seco e pouco
favorável à agricultura.
Solo argiloso: são constituídos essencialmente por argila. Tem a
capacidade de reter água, é impermeável. Quando seca fica muito duro.
Geralmente não é favorável à agricultura, embora algumas espécies de
videiras se desenvolvam bem neste tipo de solo.
Solo franco: é fértil, já que contém grande quantidade de matéria
orgânica importante para o desenvolvimento de plantas. São
semipermeáveis, fáceis de trabalhar e adequados para a agricultura.
Apresenta cor escura.
Tal como ilustra a figura, o solo é constituído por várias
camadas. A camada superficial é a mais escura. Depois
quanto maior for a profundidade mais claro se torna o
solo, aparecendo pedaços de rocha soltos e, no fundo, uma
camada rochosa.
Ficha de Estudo do Meio – 3º ano
Nome: __________________________________________ Data: ___/___/______
97
Por cima da camada superficial do solo, podemos encontrar vários elementos:
restos de animais e plantas, caracóis, aranhas, centopeias, formigas, micróbios
(animais que apenas se podem ver com a ajuda de um microscópio).
As rochas são materiais que formam a crosta terrestre e que têm carateristicas
próprias tais como:
Cor (clara ou escura);
Textura (lisa ou rugosa);
Dureza (dura ou mole).
Desde há muito tempo que o homem utiliza as rochas existentes na Natureza.
Atualmente, as rochas usam-se:
Como material de construção
Para fazer estátuas, objetos de decoração
Nos primeiros tempos da vida do homem,
as rochas eram utilizadas como:
Abrigos naturais Instrumentos de caça e defesa
98
Observa o seguinte quadro que apresenta as rochas mais vulgares em Portugal.
Nome da
rocha
Caraterísticas
Utilidade
Onde se
pode
encontrar
Granito
Cor clara (acinzentada ou
rosada);
Rocha muito dura;
Rocha muito rugosa;
Não faz efervescência com os
ácidos;
Formada por vários minerais:
quartzo, feldspato e mica.
Pavimentação de ruas;
Construção de casas e
monumentos;
Decoração.
Norte e
Centro do
país.
Basalto
Cor escura;
Rocha de origem vulcânica.
Rocha muito dura;
Rocha rugosa;
Não faz efervescência com os
ácidos.
Pavimentação de ruas e
passeios;
Construção de casa e
monumentos.
Região de
Lisboa,
Madeira e
Açores.
Calcário
Normalmente cor clara, mas
pode ser escura;
Rocha pouco dura;
Rocha rugosa;
Faz efervescência com os ácidos.
Pavimentação de ruas e
passeios;
Construção de
monumentos;
Fabrico de cal e
cimento.
Évora, Beja,
Faro
Coimbra,
Leiria,
Lisboa.
Areia
Cor clara ou escura;
Formada por pequenos grãos
soltos provenientes da
degradação de outras rochas;
Rocha dura;
Rocha lisa;
Não faz efervescência com os
ácidos.
Fabrico de vidro;
Construção de casas.
Encontra-se
nas praias e
nos rios.
99
Argila
Cor avermelhada, preta ou
branca;
Quando bafejada cheira a barro;
Rocha mole;
Rocha lisa;
Não faz efervescência com os
ácidos.
Fabrico de louças de
barro e porcelanas;
Fabrico de telhas e
tijolos.
Em quase
todo o país.
Xisto
Cor escura (cinzenta ou preta);
Rocha pouco dura e de aspetos
laminados;
Rocha lisa;
Não faz efervescência com os
ácidos.
Construção de casas;
Pavimentação de
passeios;
Fabrico de quadros
escolares.
Évora, Beja,
Guarda,
Porto, Vila
Real e
Bragança.
Mármore
Cor clara (branco, cor-de-rosa e
cinzento);
Rocha dura;
Rocha lisa;
Faz efervescência com os ácidos.
Fabrico de estátuas;
Pavimentação de
passeios, de salas…;
Objetos de decoração.
Évora,
nomeadamen
te Borba,
Estremoz e
Vila Viçosa.
100
Anexo 7
101
Anexo 8
102
Ficha de Matemática – 3º ano
Nome: ____________________________________________ Data: ___/___/______
Anexo 9
O quilograma e os submúltiplos
O quilograma (kg) é a unidade principal das unidades de massa.
Quilograma
(kg)
Hectograma
(hg)
Decagrama
(dag)
Grama
(g)
Decigrama
(dg)
Centigrama
(cg)
Miligrama
(mg)
1 kg = 1000g
kg = 500g
4 kg = 250g
8 kg = 125g
1 g = 10 dg
1 g = 100 cg
1 g = 1000 mg
1 dg = 0,1 g
1 cg = 0,01 g
1 mg = 0,001 g
1 kg = 10 hg
1 kg = 100 dag
1 kg = 1000 g
1 hg = 0,1 kg
1 dag = 0,01 kg
1 g = 0,001 kg
1 kg = 2 × kg
1 kg = 4 × 4 kg
1kg = kg + 4 kg + 4 kg
× 10 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10
: 10 : 10 : 10 :10 : 10 : 10
103
1. Completa:
a) 1 quarto de quilo são ______ gramas.
b) 2 quartos de quilo são ______ gramas.
c) Meio quilo são ______ gramas.
d) 2 meios quilos são ______ gramas.
2. Efetua as seguintes conversões.
3. Completa.
250g + 250g = _______ g = _______ kg
500g + 500g = _______ g = _______ kg
1000g + 250g = _______ g = _______ kg
1000g + 1000 g = _______ g = _______ kg
4. Completa as frases.
5. Observa os desenhos e completa.
O saco pesa ___________ gramas.
1 g = _______ mg
5 cg = _______ g
25 mg = _______ dg
2,5 g = _______ hg
0,06 kg = _______ g
2,5 kg = _______ dag
43 hg = _______ g
2,5 cg = _______ mg
3,5 hg = _______ g
0,03 g = _______ mg
35 g = _______ cg
600 mg = _______ g
1000 g = _______ kg
1250 g = _______ hg
3 kg = _______ dag
Este objeto é uma ________________ .
As medidas usadas chamam-se ____________ .
O peixe pesa _________ gramas.
104
6. Faz a correspondência entre as colunas.
7. Quanto pesam as bananas?
R: __________________________________________________________
A maçã pesa _________ gramas. As bolachas pesam ________ kg.
105
8. Observa a imagem e completa a tabela.
Quanto falta em cada pacote para pesarem 1 kg?
Café Massa Farinha Açúcar
Pesam
Faltam
9. Coloca por ordem decrescente.
_________ > _________ > _________ > _________ > _________
10. Coloca por ordem crescente.
_________ < _________ < _________ < _________ < _________
0,5 kg 250 g 1,5 kg 1 kg 10 kg
2,5 kg 250 g 1,5 kg 500 g 5 kg
106
O quilograma e os múltiplos
Tonelada
(t)
Quintal
(q)
Decaquilograma
(dakg)
Quilograma
(kg)
1. Efetua as seguintes conversões.
2. Coloca os sinais >, < ou = nos locais corretos.
1 dakg = 10 kg
1 q = 100 kg
1 t = 1000 kg
1kg = 0,1 dakg
1 kg = 0,01 q
1 kg = 0,001 t
2,3 t = ________ kg
3,4 kg = ________ q
1,2 t = ________ dakg
87 dakg = ________ t
12 q = ________ kg
97 kg = ________ q
980 t = ________ dakg
1,5 kg = ________ q
67,4 t = ________ q
89,7 dakg = ________ t
1,52 kg = ________ dakg
93 dakg = ________ t
× 10 × 10 × 10
: 10 : 10 : 10
17 t 170 dakg
15 q 1,5 t
8 kg 0,08 dakg
2,9 t 2900 kg
50 kg 5 dakg
4,7 q 47 t
76 t 870 kg
3,6 q 360 t
107
3. Preenche a seguinte tabela.
Tonelada
(t)
Quintal
(q)
Decaquilograma
(dakg)
Quilograma
(kg)
2 20 200 2000
9800
539,3
6,8
870
750
10
4. A carga máxima que o camião do Sr. Joaquim pode transportar é 5 toneladas.
Foram colocadas 120 caixas de maçãs com 30 kg cada. O camião tem carga a
mais ou ainda poderia levar mais caixas de maçãs?
R: ______________________________________________________________
4.1 Se cada caixa de maçãs pesasse 4 dakg, o camião podia transportar 130
caixas e maçãs?
108
R:___________________________________________________________
5. No jardim zoológico existem cinco leões. Por mês cada leão come 3 toneladas
de carne. No final do mês quantos quilogramas de carne são gastos para
alimentar os cinco leões?
R:______________________________________________________________
5.1 Quantas toneladas de carne gasta o jardim zoológico para alimentar os cinco
leões durante um ano?
R:___________________________________________________________
5.2 O jardim zoológico adquiriu um novo leão, que por mês come 37 q de carne.
Ao fim de um ano quantos decaquilogramas de carne gasta o jardim
zoológico para alimentar os seis leões?
R:___________________________________________________________
109
Anexo 10
110
111
112
113
Anexo 11
114
115
Anexo 12
PLANO DE AULA
PES
Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto da Guarda
Prof. Orientador: Florbela Antunes Prof. Cooperante: Fátima Silva
Aluno: Ana Felisbela Machado Costa Local de Estágio: Escola Básica de Santa Zita
Nível de Ensino: 3º Ano Data: 15 de maio de 2015
Turma / Grupo: D31 Tempo: 90 minutos
Área/Tema Objetivos Conteúdos Recursos Avaliação
Matemática /
Geometria e
Medida
(9h / 10h30m)
Resolver problemas;
Resolver problemas de até três passos envolvendo
medidas de diferentes grandezas.
Unidades de medida
de comprimentos;
Unidades de medida
de massa;
Unidades de medida
de capacidade;
Área;
Conversões;
Problemas;
Itinerários e direções;
Ficha de trabalho.
Quadro.
Direta:
Compreensão;
Empenho;
Motivação;
Participação.
Indireta:
Ficha de trabalho.
116
Segmentos de reta
paralelos e
perpendiculares.
Processos de Operacionalização
O período da manhã inicia-se com a área da matemática onde irão ser realizados exercícios de revisão, que abordam alguns dos conteúdos estudados
até ao momento. Os exercícios devem ser escritos no quadro pelo professor e posteriormente os alunos devem copiar para os cadernos diários e proceder à
resolução dos mesmos, seguindo-se a correção destes.
Sumário de matemática: Resolução de exercícios de consolidação dos conteúdos.
117
Anexo 13
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119
Anexo 14
A realização deste trabalho surge no âmbito da realização da minha tese de Mestrado
em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, cuja temática é a
alimentação. A realização deste questionário tem a finalidade de estudar os hábitos
alimentares dos alunos do 1º ciclo do ensino básico, bem como o conhecimento dos
mesmos acerca da pirâmide alimentar. Refiro ainda que o presente questionário é
anónimo.
Questionário
Sexo: Feminino Masculino
Peso: __________________ Altura: _______________
Data de Nascimento: ____/____/_______
Responde às seguintes questões de acordo com os teus hábitos alimentares,
colocando uma cruz (x) no quadrado correspondente.
1. Quantas horas dormes durante os dias da semana?
Menos de 7 horas
Entre 7 e 9 horas
10 horas ou mais
2. Quantas refeições fazes por dia?
Três
Quatro
Cinco
Mais ……. Quantas? ______
3. Tomas sempre o pequeno-almoço?
Sim
Não, Porquê?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
120
4. O que comes ao pequeno-almoço?
Leite Sumo Sandes
Cereais Torrada Bolos
Fruta Iogurte Outros
5. Comes chocolates, bolos, rebuçados e gomas?
Frequentemente
Às vezes
Raramente
Nunca
6. Comes comida do tipo “fast-food”?
Frequentemente
Às vezes
Raramente
Nunca
7. Comes sopa?
Todos os dias
Quase sempre
Às vezes
Raramente
8. Comes legumes, vegetais e frutas?
Todos os dias
Quase sempre
Às vezes
Raramente
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9. Comes peixe?
Frequentemente
Às vezes
Raramente
Nunca
10. Praticas exercício físico?
Frequentemente
Às vezes
Raramente
Nunca
11. Ter uma alimentação saudável é:
Não comer fruta e doces
Comer de tudo um pouco, variando
Comer apenas peixe
12. Tens uma alimentação saudável?
Sim
Não
13. Conheces a pirâmide alimentar?
Sim
Não
Se a tua resposta for não deves passar para a pergunta 15.
14. A pirâmide alimentar é constituída quantos níveis?
Cinco
Seis
Sete
15. Devo comer mais:
Cereais, pão, legumes, vegetais e frutas
Doces e salgados
Leite, queijo e iogurte
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16. Devemos comer esporadicamente:
Peixe, ovos e carne de aves
Legumes e vegetais
Manteigas e carnes vermelhas
17. Para ter no futuro uma imagem corporal ideal devo:
Comer quantidades elevadas de todos os alimentos
Ter uma alimentação equilibrada e variada
Comer pouco
18. Devemos hidratarmo-nos em abundância?
Sim
Não
Obrigada pela
tua colaboração!
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Anexo 15
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126
127
Anexo 16
Jogo da alimentação
1. O que é ter uma alimentação equilibrada?
a) Ingerir muitos alimentos
b) Ingerir o que me apetece e quando me apetece
c) Ingerir só alimentos caros
d) Ingerir todos os nutrientes necessários ao organismo de forma equilibrada, de
acordo com as necessidades de cada um
2. Qual dos seguintes nutrientes não tem função energética?
a) Proteínas
b) Hidratos de carbono
c) Vitaminas e sais minerais
d) Gorduras
3. Dos seguintes alimentos quais devem constar na maioria das refeições?
a) Carne e gorduras animais
b) Pão e cereais
c) Arroz e massa
d) Doces
4. Quais dos seguintes alimentos não são ricos em gorduras?
a) Alface e brócolos
b) Manteiga e banha
c) Azeite e óleo
d) Bife e salsichas
5. O azeite faz parte do grupo…
a) Do leite e derivados
b) Dos produtos hortícolas, legumes e frutos
c) Das gorduras
d) Da carne, peixe, ovos e marisco
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6. O arroz e a batata são ricos em…
a) Hidratos de carbono
b) Vitaminas e sais minerais
c) Gorduras
d) Proteínas
7. Quais dos seguintes alimentos deveremos ingerir em quantidades mais reduzidas?
a) Leite
b) Carnes vermelhas
c) Cerais
d) Peixe
8. Qual a refeição mais importante do dia?
a) Pequeno-almoço
b) Almoço
c) Lanche
d) Jantar
9. Dos seguintes alimentos quais são os mais ricos em hidratos de carbono?
a) Alface
b) Iogurte
c) Azeite
d) Pão
10. Qual o nutriente que se encontra em maior quantidade no nosso corpo?
a) Cálcio
b) Água
c) Proteínas
d) Hidratos de carbono
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11. Qual das seguintes alimentos é rico em proteínas?
a) Queijo
b) Maçã
c) Carne vermelha
d) doces
12. Qual dos seguintes menus de almoço consideras mais equilibrado?
a) Sopa de legumes, salmão grelhado com batata cozida e legumes e salada de
frutas
b) Crepe de vegetais, arroz de pato com laranja, crepe de chocolate e café
c) Piza e refrigerante
d) Sandes de lombo assado, sumo natural, bolo e café
13. Quais as vantagens de uma alimentação equilibrada?
a) Aumento de peso
b) Atraso no crescimento
c) Prevenção de algumas doenças e diminuição da massa muscular
d) Mantém o corpo saudável
14. Quais as três principais funções do alimentos?
a) Energética, plástica e construtora
b) Plástica, reguladora e hormonal
c) Reguladora, hormonal e energética
d) Energética, construtora e reguladora
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Anexo 17
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