São RemoNotícias do Jardim
Maio/Junho de 2011 ANO XVIII nº 3DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
debateSegurança ou perigo?Segundo dados, desarmamento contribui com queda da violência
são remanoNordestinos são maioria na São Remo
comunidadeApós homicídio de estudante na USP, grande mídia mostraa São Remo de modo distorcidoMoradores são incomodados por repórteres e podem ser prejudicados com o fechamento dos portões
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entrevistaArma: “Na prática ela significa risco” diz coordenadora do Instituto Sou da Paz
PRECONCEITO NÃO É A SOLUÇÃO
VIOLÊNCIA:VIOLÊNCIA
esportesCopa no Brasil trará gastos exagerados
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mulheresSenhoras ganham destaque por suas experiências
FELIP
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Cão Reminho reciclando
e de bem com a natureza
debate2 Notícias do Jardim São Remo Maio/Junho de 2011
Publicação do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Reitor: João Grandino Rodas. Diretor: Mauro Wilton de Sousa. Chefe de depar-tamento: José Coelho Sobrinho. Professores responsáveis: Dennis de Oliveira e Luciano Guimarães. Edição, planejamento e diagramação: alunos do primeiro ano de jornalismo. Secretária de Redação: Mariana Bastos. Secretária Adjunta: Mariana Zito. Secretários Gráficos: Rodrigo Neves e Sofia Franco Guilherme. Editora de Imagens: Mariana Faustino Giovinazzo. Editores: Celia Moliner Vicente, Érika Yukari Kamikava, Felipe Gomes Ruiz, Gabriel Roca, Jaqueline Mafra, Ruan de Sousa Gabriel e Wellington Soares. Suplemento infantil: Luísa Granato e Vinícius de Oliveira. Repórteres: Anaïs Fernandes, Carolina Moniz, Caroline Monteiro, Fillipe Galeti Mauro, Giovanni Santa Rosa, Henrique Balbi, Isabella Bono, João Di Pierro Ortega, João Paulo Freire Santos, Mariana Grazini, Mariana Rosa, Renata Garcia Ferreira, Sofia Pereira Soares, Sophia Neitzert Torres, Tainá Shimoda e Victor Augusto de Souza. Ilustrações de Alexandre Ferreira da Silva. Correspondência: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443-Bloco A. Cidade Universitária CEP 05508-990. Fone: 3091-1324. E-mail: [email protected] Impressão: Gráfica Atlântica. Edição Mensal: 1500 exemplares
“Você sai de casa e não sabe se volta”
FRANCISCO LOURENÇO, MORADOR
Campanha do governo federal incentiva população a tirar “uma arma do futuro do Brasil”
Violência diminuiu com desarmamentoRenata Garcia FerreiraVictor Augusto de Souza
A questão do desarmamento gera polêmica em todo Brasil, in-clusive entre os moradores da São Remo. Não são poucos os são re-manos que se mostraram contra o porte de armas de fogo.
Desde a tragédia em Realen-go, no Rio de Janeiro, em que 11 crianças foram assassinadas, o as-sunto voltou a fazer parte das dis-cussões nacionais. Cogita-se até mesmo a realização de um plebis-cito sobre a proibição ou não do comércio de armas de fogo e mu-nição no país.
A campanha do desarmamento começou em 6 de maio. Ela cha-ma a população a tirar “uma arma do futuro do Brasil”. Durante sua
primeira edição, entre os anos de 2004 e 2005, mais de 459 mil ar-mas foram entregues à Polícia Fe-deral. Dados mostram que a vio-lência diminuiu nesse período.
A identidade de quem entre-gar a arma será mantida em ano-nimato. A indenização será paga por meio de um recibo. Os valores variam entre 100 e 300 reais. Para a entrega, é preciso preencher, no site da Polícia Federal, uma guia de trânsito que é válida por um dia. Com ela o cidadão pode jus-
abordagem policial durante seu trajeto até o posto de entrega.
Não há, porém, informação su-
população. A são remana Maria Alexandre da Silva não conhecia a iniciativa, mas ao saber do que
ideia”. Segundo ela, a entrega das armas impediria a ocorrência de tragédias em “briguinhas de ma-rido e mulher”, por exemplo.
Um dos principais argumentos dos portadores de armas seria o de defender a família em possí-veis assaltos, principalmente den-tro de casa. Mas “a arma não traz
-no de Lima, que acha que as ar-mas representam um perigo para a comunidade.
Expedito Portela concorda. Se-gundo ele, a arma de fogo não é necessária para defesa: “O la-drão faz e acontece” independen-te da vítima. A impressão de que a arma é uma forma de defesa é uma ilusão: “ele [o ladrão] vai re-agir primeiro”, completa.
ERRATA:Proteção ou risco?
Mariana Bastos
Assim como vários outros as-suntos, a campanha pelo de-sarmamento é um tema dis-cutido pelas pessoas de forma recorrente, até mesmo por que os crimes cometidos com arma de fogo aparecem constante-mente e com destaque nos no-ticiários brasileiros.
Durante a campanha do refe-rendo realizado em 2005, um dos argumentos mais utiliza-dos por aqueles que se posicio-naram contra o desarmamen-to afirmava que, desarmada, a população se tornaria vulnerá-vel perante os bandidos.
No entanto, sabe-se que a posse de armas em ambien-te familiar não fornece segu-rança e oferece graves riscos. São assustadores os dados es-tatísticos que apontam os nú-
meros de mortos por arma de fogo em sua própria casa.
Para uma melhora relativa nesse quadro, não é suficien-te a vontade de parte da po-pulação. É necessário atacar o problema de forma mais pon-tual. Para isso, um caminho plausível é a adoção de medi-das que, além de encorajarem a entrega das armas pelos ci-dadãos e difultarem a compra, fiscalizem e punam os que in-fringirem as normas.
O P I N I Ã O
Ao contrário do informado na
matéria “A polêmica questão
do bullying na escola” (p. 7) da
edição 2/11 do NJSR, os dados
de que 70% dos estudantes
afirmam ter presenciado cenas de
agressão não foram fornecidos
pela Campanha Nacional pelo
Direito à Educação, mas pela
Plan Brasil.
entrevistaMaio/Junho de 2011 Notícias do Jardim São Remo 3
Cenas da São Remo
Segundo Coordenadora do Instituto Sou da Paz, o percurso da arma começa com o “cidadão de bem”
Armas trazem falsa ideia de proteção
“A arma muitas vezes pode trazer a sensação de proteção. Mas ela é risco.”ALICE RIBEIRO, DO INSTITUTO SOU DA PAZ
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Fillipe Galeti MauroVictor Augusto de Souza
“há uma grande preocupação com a perda de bens, e não de vidas”
Alice Ribeiro é coordenadora da área de Controle de Armass do Instituto Sou da Paz. Militante de Direitos Humanos, Alice já tra-balhou com educação e há cerca de um ano e meio voltou-se para o tema da segurança pública. Em entrevista ao NJSR, ela discute a questão do desarmamento.
NJSR: Arma é proteção?Alice Ribeiro: Não. Arma é ris-
co. A arma muitas vezes pode tra-zer a sensação de proteção. Mas,
Quando alegamos possuir uma arma para proteção pessoal, há uma grande preocupação com a perda de bens materiais, mas não com a perda de vidas.
O acesso de um cidadão co-mum a uma arma é fácil?
Está cada vez mais difícil. Hoje há o Estatuto do Desarmamento, de 2003, que controla as armas em circulação no Brasil. Desde de en-
-seguir armas, e, com isso, o preço aumentou muito. Está mais difícil inclusive para o mercado ilegal.
Qual é a maior fonte de armas dos criminosos?
A maior parte das armas que matam brasileiros são armas bra-sileiras. A maioria não é de armas clandestinas, foi adquirida legal-mente. Em algum momento, elas foram vendidas para um suposto “cidadão de bem”.
Como se interrompe o contra-bando de armas?
Tirando armas de circulação. Por essa razão é que o Estatuto do Desarmamento é tão importante. Ele dá instrumentos para as for-ças de segurança pública retira-rem armas ilegais de circulação. Outra possibilidade que ele traz é a entrega voluntária de armas, que é igualmente importante.
Como ONGs guerreiam contra um inimigo tão forte como a in-dústria de armas?
Como Davi e Golias. A gente com estilingue e eles, literalmen-te, com um canhão. Eles têm in-teresse em manter e aumentar o comércio, e, muitas vezes, não fa-zem coisas que a legislação exige deles. Mais de 40 dos nossos par-lamentares recebem dinheiro de fabricantes de armas para leva-rem seus interesses adiante.
A educação pode ser usada como uma das suas munições?
Exatamente. Fazemos um apro-fundado trabalho de contracor-rente. Monitoramos o que acon-
tece no congresso. É muito mais fácil comprar o discurso de que a arma é para a proteção pessoal, do
que, com ela, também estamos su-jeitos a matar alguém.
Por que o jovem adulto é a maior vítima de armas de fogo?
O jovem é quem mais mor-re e quem mais mata. Em geral, as pessoas morrem por besteiras como em brigas de bar, de trânsi-to, de torcidas e até entre casais. É importante lembrar que, entre os jovens, é uma minoria que resol-
criminalizar a juventude.
Que mensagem você manda para os moradores da comunida-de Jardim São Remo?
É importante que saibam que é possível entregar armas a qual-quer momento. O processo é rá-pido e fácil. A pessoa não precisa
arma vem. A arma vai ser marre-tada, não vai mais voltar para cir-culação. A pessoa também tem di-reito a uma indenização.
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comunidade“Não pego [ônibus]. Vou a pé”ANDRE COSTA DE JESUS, MORADOR
Maio/Junho de 2011 Notícias do Jardim São Remo 5
Demora e lotação são os principais problemas para são remanos
Sophia Neitzert
É um fato que o transporte públi-co em São Paulo não é bom. Diaria-mente, os moradores da São Remo sofrem as consequências deste des-caso na hora de ir ao trabalho.
O grande problema dos são re-manos, assim como de muitos ou-tros paulistanos, são os ônibus da cidade. Os defeitos principais apontados são o trânsito e o fato dos veículos demorarem para pas-sar e estarem constantemente lo-tados. O morador André Costa de Jesus lembra que essa situação se agrava ainda mais quando cho-ve, como aconteceu no início des-te ano. Por isso ele diz que, quan-do pode, prefere ir a pé.
A moradora Kátia Lílian, cita também o preço da passagem que atualmente é de R$ 3,00 (veja qua-dro). “Não é nada barato”, diz. Po-rém, para ela, a abertura de esta-ções da Linha 4 – Amarela, tem ajudado a aliviar o problema e evi-tar os ônibus cheios. Esse é exata-mente o plano do Governo Esta-dual, que com o projeto Expansão
Transporte desagrada moradores
Mudanças no metrô afetam a vida na comunidadeCaroline Monteiro
mudanças importantes para os moradores da região do Butantã no Metrô e na CPTM. A primeira é a inauguração da passarela que ligará a estação Pinheiros do Me-trô (Linha Amarela) à estação Pi-nheiros da CPTM (Linha Esmeral-da), no dia 2 de junho, permitindo
transporte público na cidade. Há um outro problema para os
são remanos. Muitos deles utili-zam os circulares da USP, seja por-que trabalham na universidade ou para locomoverem-se para outros portões. Esse serviço, embora tão importante para estudantes e mo-radores, não agrada seus usuários,
sendo “horrível”. O principal pro-blema apontado são as longas es-peras, já que os circulares tendem a demorar muito para passar.
Outra complicação na vida dos são remanos são os poucos ônibus que passam pela universidade nos
-dores recorrerem a pontos mais distantes ou tomarem rotas alter-nativas que podem demorar mais.
a interligação gratuita entre essas duas linhas.
A entrega da passarela acarre-
integra a estação Vila Madalena do Metrô à estação Cidade Uni-versitária da CPTM. Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, a Ponte Orca é um sistema provi-sório e não faz mais sentido, já que a passarela fará essa integração.
Outra novidade é a alteração do horário de funcionamento das estações Pinheiros e Butantã, que
noite, a partir do dia 30 de junho. Por enquanto, funcionam somente até às 15h.
Novas alterações estão previs-tas para o segundo semestre deste ano, como o funcionamento nor-mal das estações do metrô Vila
Mais caro do país
O transporte público em São Paulo é ineficiente e caro. Esta situação piorou com o aumento da passa-gem de ônibus de R$ 2,70 para R$ 3,00 este ano.
Atualmente a tarifa pau-listana é a mais cara do país. Desde 2006, o preço foi alterado três vezes, re-sultando num aumento to-tal de 50%. Essa realidade dificulta a realização de ati-vidades essenciais, como ir à escola.
Em resposta a essa situa-ção, foram articulados vá-rios Atos contra o aumento da passagem, que levaram um grande número de pes-soas às ruas.
Prudente e Tamanduateí, em se-tembro. Por enquanto, elas funcio-nam até às 21h.
As Estações Luz e República da Linha Amarela têm previsão de entrega para outubro. Elas serão responsáveis pela integração da Linha Amarela à Linha Azul e à Linha Vermelha, respectivamente. Com isso, a Linha Amarela passa-
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O serviço do circular é fundamental para a comunidade
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comunidade“Não pego [ônibus]. Vou a pé”ANDRE COSTA DE JESUS, MORADOR
Maio/Junho de 2011 Notícias do Jardim São Remo 5
Demora e lotação são os principais problemas para são remanos
Sophia Neitzert
É um fato que o transporte públi-co em São Paulo não é bom. Diaria-mente, os moradores da São Remo sofrem as consequências deste des-caso na hora de ir ao trabalho.
O grande problema dos são re-manos, assim como de muitos ou-tros paulistanos, são os ônibus da cidade. Os defeitos principais apontados são o trânsito e o fato dos veículos demorarem para pas-sar e estarem constantemente lo-tados. O morador André Costa de Jesus lembra que essa situação se agrava ainda mais quando cho-ve, como aconteceu no início des-te ano. Por isso ele diz que, quan-do pode, prefere ir a pé.
A moradora Kátia Lílian, cita também o preço da passagem que atualmente é de R$ 3,00 (veja qua-dro). “Não é nada barato”, diz. Po-rém, para ela, a abertura de esta-ções da Linha 4 – Amarela, tem ajudado a aliviar o problema e evi-tar os ônibus cheios. Esse é exata-mente o plano do Governo Esta-dual, que com o projeto Expansão
Transporte desagrada moradores
Mudanças no metrô afetam a vida na comunidadeCaroline Monteiro
mudanças importantes para os moradores da região do Butantã no Metrô e na CPTM. A primeira é a inauguração da passarela que ligará a estação Pinheiros do Me-trô (Linha Amarela) à estação Pi-nheiros da CPTM (Linha Esmeral-da), no dia 2 de junho, permitindo
transporte público na cidade. Há um outro problema para os
são remanos. Muitos deles utili-zam os circulares da USP, seja por-que trabalham na universidade ou para locomoverem-se para outros portões. Esse serviço, embora tão importante para estudantes e mo-radores, não agrada seus usuários,
sendo “horrível”. O principal pro-blema apontado são as longas es-peras, já que os circulares tendem a demorar muito para passar.
Outra complicação na vida dos são remanos são os poucos ônibus que passam pela universidade nos
-dores recorrerem a pontos mais distantes ou tomarem rotas alter-nativas que podem demorar mais.
a interligação gratuita entre essas duas linhas.
A entrega da passarela acarre-
integra a estação Vila Madalena do Metrô à estação Cidade Uni-versitária da CPTM. Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, a Ponte Orca é um sistema provi-sório e não faz mais sentido, já que a passarela fará essa integração.
Outra novidade é a alteração do horário de funcionamento das estações Pinheiros e Butantã, que
noite, a partir do dia 30 de junho. Por enquanto, funcionam somente até às 15h.
Novas alterações estão previs-tas para o segundo semestre deste ano, como o funcionamento nor-mal das estações do metrô Vila
Mais caro do país
O transporte público em São Paulo é ineficiente e caro. Esta situação piorou com o aumento da passa-gem de ônibus de R$ 2,70 para R$ 3,00 este ano.
Atualmente a tarifa pau-listana é a mais cara do país. Desde 2006, o preço foi alterado três vezes, re-sultando num aumento to-tal de 50%. Essa realidade dificulta a realização de ati-vidades essenciais, como ir à escola.
Em resposta a essa situa-ção, foram articulados vá-rios Atos contra o aumento da passagem, que levaram um grande número de pes-soas às ruas.
Prudente e Tamanduateí, em se-tembro. Por enquanto, elas funcio-nam até às 21h.
As Estações Luz e República da Linha Amarela têm previsão de entrega para outubro. Elas serão responsáveis pela integração da Linha Amarela à Linha Azul e à Linha Vermelha, respectivamente. Com isso, a Linha Amarela passa-
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O serviço do circular é fundamental para a comunidade
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“(É) como se fôssemos os vilões e a USP a boa samaritana”
GIVANILDO OLIVEIRA, VICE-PRESIDENTE
DA ASSOCIAÇÃO DE MORADOREScomunidade6 Notícias do Jardim São Remo Maio/Junho de 2011
Carolina MonizSophia Neitzert
Morte na USP põe SR na mira da mídiaVisando matérias sobre o caso, imprensa recorre à comunidade para buscar informações
A repercussão do assassinato ocorrido na USP, na noite de 18 de maio, fez com que a São Remo estivesse no foco da mídia.
Felipe Ramos de Paiva, estu-dante de Ciências Atuariais, foi morto no Campus com tiro na ca-beça por volta das 22h. Dois ho-mens teriam seguido o aluno até o estacionamento, onde teriam en-trado em luta corporal que levaria ao crime. Tudo leva a crer que foi uma tentativa de assalto.
O Conselho Gestor do Campus -
retrizes de segurança para a uni-versidade. A principal medida aprovada foi a autorização da pre-sença da PM.
No entanto, ainda existe a pos-sibilidade de fechamento de por-tões e maior controle nas entradas, afetando diretamente a São Remo. Mesmo não discutida de fato, essa possibilidade tem sido muito ex-plorada pela mídia.
Na cobertura do caso, desta-cou-se a existência do portão de acesso à comunidade e principal-mente o não cumprimento dos ho-rários de fechamento deste. A pre-sença dos repórteres da grande mídia foi intensa nos dias seguin-tes ao ocorrido.
Essa “invasão” é sentida pe-los moradores. O retrato da São Remo feito pela grande mídia não corresponde à realidade. “A ima-gem da comunidade está chegan-do péssima, de forma agressiva. Como se nós fossemos os vilões e
a USP fosse a “boa samaritana”, declarou Givanildo Oliveira dos Santos (vice-presidente da Asso-ciação de Moradores).
Segundo policiais, os assassinos teriam fugido por um buraco no muro que separa a São Remo da USP. Alguns moradores da comu-nidade se preocuparam em fechar esse buraco. Com isso, pretendem mostrar que não são coniventes com tal situação.
Os acontecimentos recentes pro-vocaram a volta da discussão so-bre o possível fechamento do por-tão da São Remo. Em reunião com moradores, feita na segunda-feira antes do ocorrido, a Coordenado-ria do campus apresentou e discu-tiu propostas referentes ao portão que estão sendo analisadas sem previsão para serem executadas.
Henrique Balbi
Uma zeladoria de brigada de in-cêndio será implementada na São Remo. O propósito dela será au-xiliar a comunidade em casos de fogo, enchentes e necessidade de primeiros socorros.
A zeladoria terá três responsá-veis, que dividirão a região da São Remo em três áreas. Cada um de-les cuidará de um setor. Os zela-dores serão Aidê, que é também presidente da Associação de Mo-radores após a eleição recente (veja matéria na página 4), Wil-son, o “Bila”, e Antonael.
“Eles irão participar de um cur-so promovido junto ao corpo de bombeiros, a Eletropaulo, a Sa-besp e a subprefeitura do Butan-
-zes de lidar com emergências que possam aparecer na comunida-de”, segundo Givanildo Olivei-ra dos Santos, vice-presidente da Associação de Moradores.
Participação dos moradoresÉ papel dos zeladores também
conscientizar a comunidade sobre a importância da participação po-pular para o sucesso da medida que será implementada.
Laura da Siva Gonçalves, uma das voluntárias da Associação, diz ter recebido 11 cadastros de voluntários para ajudar os zela-dores. “A turma é muito acomo-dada aqui, se não correr atrás, não tem jeito”, diz.
Embora seja idealizada pelo prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, e encaminhada para a São Remo pelo subprefeito Daniel Barbosa Rodrigueiro, o su-cesso da empreitada depende, em grande parte, mais dos morado-res do que do governo.
A São Remo foi escolhida para a iniciativa por meio de um sor-
teio da subprefeitura, junto com outras três comunidades. O vice-presidente da Associação consi-dera, apesar disso, que a relação com a subprefeitura está melhor do que nas gestões anteriores. Ele diz sentir mais espaço para con-versa, sobre assuntos como limpe-za das ruas da comunidade.
A iniciativa é bem-vinda, pois ajudará a evitar novos casos, como o do incêndio que houve no esta-cionamento da comunidade. “A mangueira não chegou, por exis-tir apenas um hidrante”, relembra a moradora Laura, “Esse projeto tem de dar certo”.
Zeladoria de brigada de incêndio na SRPropósito é auxílio em incêndios e enchentes, mas sucesso depende dos moradores
Portão poderá ser fechado
FELIP
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papo reto Maio/Junho de 2011 Notícias do Jardim São Remo 7
“A democracia é o governodo povo, pelo povo, para o povo.”ABRAHAM LINCOLN, 16º PRESIDENTE
DOS ESTADOS UNIDOS
A cidadania e o compromisso social são necessários à construção de um governo eficaz
A participação é a base da democracia
Sofia Soares
Há um antigo ditado popular que diz: “cada povo tem o gover-no que merece”. O governo que
-mento com o futuro país.
As democracias precisam de mais do que um voto dos seus ci-dadãos para permanecerem sau-dáveis. Elas precisam de atenção contínua, de tempo, empenho e cuidado da sociedade.
Em uma democracia bem suce-dida, a população é ativa, porque sabe que o sucesso ou fracasso do governo é responsabilidade sua.
Os cidadãos são livres para se candidatarem ou servirem como dirigentes públicos, aderirem a sindicatos e grupos comunitários,
ou fazerem parte de organizações voluntárias – que se dedicam à cultura, estudos, melhoramento de infraestrutura do bairro, etc.
Todos esses grupos contribuem para a riqueza e saúde da demo-cracia. O que falta, portanto, não são meios de contribuição, mas pessoas interessadas em colabo-rar com a democracia.
A sociedade precisa entender que o governo existe para atu-ar em cima das necessidades do povo, mas ele não consegue atuar
comunicar as suas vontades. Por esse motivo, a cidadania e o
compromisso social da população são de fundamental importância para que a democracia se efetue de maneira plena.
Ação por uma São Remo mais unida
Há duas semanas, no dia 15 de maio, foi eleita a nova presidência da Associação dos Moradores do Jardim São Remo. Ela representa possíveis mudanças na maneira em que a comunidade será admi-nistrada a partir de agora.
Os cidadãos não poderão criti-car a nova gestão, se não contri-buírem para que ela funcione com
que ainda há coisas a serem fei-
tas para que aumente qualidade de vida dos são remanos.
A nova gestão é uma excelente oportunidade para que os mora-dores tornem-se mais participa-tivos na construção de uma São Remo que seja melhor para todos.
Para isso, é preciso que os mo-radores compareçam às reuniões (como a realizada nessa última quarta-feira, 25/5).
Participando das discussões, os são remanos podem comunicar o que lhes incomoda e entender
quais os problemas que a comu-nidade vem enfrentando.
A reunião também permite sa-ber quais são os projetos que serão feitos, e de que forma eles ocorre-rão, podendo os moradores opi-nar se são a favor ou não de tais mudanças na São Remo.
A Associação pretende reali-zar uma assembleia de morado-res por mês, para que todos esses aspectos sejam discutidos com a comunidade. Eles pretendem di-vulgar as datas de encontro em
Sofia Soares
Associação realizará assembleias para os moradores se envolverem mais com a comunidade
painéis no Circo-Escola e no bar da Dona Eva, além de faixas no Roldão e na Av. São Remo.
Com a participação popular, as decisões serão muito mais demo-
o que a população pensa e dese-ja para a comunidade.
Com empenho, maiores serão as chances de se encontrar solu-ções para os problemas, pois uma comunidade, quando unida, tem muita força para conquistar os seus objetivos e obter melhorias.
Conquistas que a SR teve, quando a comunidade se uniu:
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Conquistas que a SR ainda pode ter, se a comunidade se unir:
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são remanoNordestinos são maioria na São RemoMoradores falam da dificuldade de manter sua cultura pela longa rotina de trabalho
“O nordestino acabou conquistando o seu espaço”
NAELBA APHONSO,
PROFESSORA DO CIRCO ESCOLA
8 Notícias do Jardim São Remo Maio/Junho de 2011
Sair de seu estado e tentar uma vida melhor em São Paulo é uma realidade de muitos são remanos. No entanto, longe de casa, os mo-radores da comunidade ainda tentam preservar a sua cultura e matar saudades de sua terra natal.
Ouvir uma música sertaneja, um sotaque arrastado, sentir o cheiro
são coisas difíceis de se vivenciar na SR. A comunidade é feita por muitos que vieram de outros lo-
De uma forma ou de outra, uma coisa é certa: na SR, a diversidade cultural é muito grande.
Não apenas nordestinosNa comunidade são várias as di-
ferenças de expressões, tipo musi-cal e culinária; formas diversas de levar a vida que podem inclusive se misturar umas com as outras.
A maior parte dos moradores veio da região Nordeste, mas é possível encontrar pessoas de ou-tros estados também. É o caso do Sr Salvino, natural de Lajedão (MG), que veio tentar a vida em São Paulo em 1972. Questionado
Trabalho e CulturaCarlos Barberino, natural de
Quaraci (BA), comentou sobre a tradição das fazendas de mel e cacau em que trabalhava. Ele, que está há dois anos na SR, diz que a rotina em São Paulo é apenas de
cultura – lembrando da época em que jogava capoeira.
Essa não é a opinião da mora-dora Jose Vieira, de Pernambu-co, que tem preferências por tor-resmos e bolinhos de tapioca. Há aproximadamente 15 anos em São
-brar de sua cultura pela variedade de casas do norte na cidade.
Contudo, sobre a sua adapta-ção à vida de migrante, a mora-dora declarou: “aqui as pessoas não se cumprimentam”, diferente do que acontece em sua terra, em
que pelo menos os vizinhos se tra-tam com mais proximidade.
A manteiga de garrafa e o fei-jão verde foram os pratos citados por José Manuel, natural de Reci-fe e há 25 anos em SP. Ele diz que sua preferência musical é pelo es-tilo chamado “brega”, represen-tado pelo cantor Reginaldo Rossi por exemplo.
O forró e sertanejo também apa-receram como os estilos favoritos entre os são remanos.
A migração nordestina para o Sudeste aconteceu de forma mais intensa entre 1960 e 1980 devido à indus-trialização dessa última re-gião. Os estados que mais receberam migrantes foram RJ e SP.
Uma realidade socioe-conômica difícil ainda é o
maior motivo pelo qual nor-destinos decidem tentar uma vida melhor na maior cidade do país, São Paulo. A seca, a miséria e poucas oportunida-des de emprego são proble-mas que ainda afetam o Nor-deste – mesmo que de forma mais branda.
Nas últimas décadas, o mo-
vimento desacelerou, mas ainda existe. Como foi mos-trado na reportagem acima, muito são remanos vieram do Nordeste nesta fase de di-minuição do fluxo.
Recentemente, a tendência é que a migração inverta seu sentido. Nordestinos que vie-ram pra São Paulo estão vol-
tando. Isso ocorre porque o crescimento econômico do Nordeste cria mais oportu-nidades de emprego. Além disso, diversas indústrias do Sudeste estão migrando suas filiais para o Nordeste devido ao inchaço urbano da região e à diminuição dos impostos do setor.
Entenda a migração nordestina para o sudeste
Conquistando espaçoA professora de teatro do Cir-
co-Escola, Naelba Aphonso ou “Naná”, de Cajazeiras (PB), diz que a presença dos nordestinos em São Paulo tem toda uma “impor-tância econômica”.
-bou conquistando o seu espaço”. A professora critica a idéia de que es-tariam tomando o lugar dos paulis-tas e comenta a necessidade de se resrespeitar outras culturas.
sobre as diferenças na cultura en-tre as duas cidades, ele disse que, na verdade, há muita coisa em comum, como o jeito de falar e a culinária.
-pantado, que todas as pessoas pró-ximas a ele haviam deixado Laje-dão e vindo para São Paulo.
João Paulo Freire
Capoeira resiste como tradição cultural na comunidade
são remano“Não vou lá só para passear, isso também, mas vou realizar um projeto com o qual me identifiquei”JULIO CESAR DE OLIVEIRA,MORADOR
Jovens da São Remo vão à Alemanha Programa ASA em parceria com Alavanca leva estudantes para o exterior em junho
Anaïs Fernandes
Maio/Junho de 2011 Notícias do Jardim São Remo 9
Sete jovens são remanos, entre 15 e 18 anos, viajarão para a Ale-manha. No dia 5 de junho, seis meninas e um menino da comu-nidade embarcam para Berlim, onde permanecerão por um mês.
No entanto, enganam-se aque-les que pensam que os jovens irão apenas fazer turismo. O principal objetivo da viagem é promover o desenvolvimento pessoal e a for-mação cidadã dos jovens de forma efetiva e sustentável. Eles pode-rão se enxergar como protagonis-tas do seu meio social.
O intuito é abordar algum pro-blema de caráter universal. Como? Através da elaboração e realiza-ção de projetos, palestras, aulas, grupos de estudo e trabalho vo-luntário. Neste ano, o tema traba-lhado será o consumo consciente.
Além dos debates e gestão de projetos, os são remanos também visitarão museus e pontos históri-cos da cidade. Uma vez em Ber-
na casa de famílias alemãs, po-dendo experimentar o cotidiano da língua e costumes. O contato com uma cultura diferente tam-bém contribui para a formação de uma visão de mundo mais ampla.
A viagem faz parte do proje-to “Despertando o Protagonismo Juvenil”, uma iniciativa do Proje-to Alavanca em associação com o programa ASA, mantido pelo go-verno alemão. O intercâmbio é re-alizado entre alunos da E.E Prof. Emygdio de Barros, no Butantã, e da escola alemã Evangelische Schule Berlin Zentrum.
O programa é dividido em duas fases: em 2011, os sete jovens bra-sileiros vão para a Alemanha; em 2012, é a vez dos alemães virem para o Brasil.
O projeto começou em 2010, de forma modesta, com a participa-ção de duas jovens do Jardim São Remo: Elizabeth Gonçalves e Jés-sica de Oliveira. Para Elizabeth, a experiência foi única: “Pude des-fazer aqueles estereótipos que se
Perspectiva de um são remanoJulio Cesar de Oliveira compre-
ende bem a expectativa já vivida por Elizabeth. Único menino da turma, o jovem de 17 anos pre-para-se para colocar em prática na Alemanha tudo aquilo que já aprendeu por aqui.
Desde 2010, Julio dá aulas de in-glês para crianças no Projeto Ala-vanca. Ele conta que os jovens não participam muito de inicia-
local onde vivem, a São Remo, di-
O site do jornal foi atualizado. A partir dessa edição, os morado-res da do Jardim São Remo pode-rão acompanhar também “online” as notícias da comunidade.
Agora, além das páginas das
disponíveis todas as matérias pu-blicadas e também as edições ante-riores do NJSR.
O site ainda contará com um con-teúdo exclusivo: desdobramentos
das reportagens da versão impres-sa, entrevistas exclusivas e erratas.
A versão para a web também possibilita maior interação da co-munidade com o jornal. É possível comentar as notícias, participar de enquetes e ainda enviar denúncias ou sugestões para a redação.
ferentemente de Julio: “Não é só por mim que me envolvo no pro-jeto, penso também no bem trazi-do para a comunidade”.
Os participantes do intercâm-bio estão tendo, desde novem-bro, aulas de alemão e debatendo o tema proposto. Muito interes-sado em aprender idiomas, Julio diz não achar a língua difícil, mas confessa estar ansioso: “Não vou lá só para passear, isso também, mas vou realizar um projeto com
NJSR na internet
Acesse!www.eca.usp.br/njsaoremo
Na Biblioteca Alceu Amoroso Lima:
– Show Mulheres & Samba 03/06 às 19h30 Biblioteca Alceu Amoroso Lima
– Apresentação de Poesia por palhaços11/06 às 14h30
No Sesc Pinheiros :
– Dança de Salão para a terceira idade02/06, 09/06 ao 12h
– Curso de Ilustração e Quadrinhos06/04 a 29/06 (quartas e sextas)
–- Espetáculo de Circo 23, 24 e 25/06 às 16h
(Programação Gratuita)
Agenda Cultural
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Estudantes têm últimas aulas de alemão antes do intercâmbio
mulheres 10 Notícias do Jardim São Remo Maio/Junho de 2011
“Amizade não se faz em bagunça, amizade se faz pela gente”
MARIA ALEXANDRE SILVA, MORADORA DA SÃO REMO HÁ 47 ANOS
A primeira edição do NJSR de 2011 teve sua seção “mulheres” dedicada às jovens da comunida-de. A segunda, teve seu foco nas mães. Decidimos agora dar um enfoque especial para a terceira idade. Ao contrário daquela ima-gem construída em torno de mu-lheres mais velhas, vovós que cos-turam e cozinham, encontramos
Apesar de suas diferentes ori--
nalidades, Maria Alexandre Silva, Ana Nunes e Anita Francisca de Souza conquistaram a felicidade.
Essas três mulheres aproveitam suas experiências para comparti-lhar conselhos com a nova gera-
-
tempo para diversão.-
res que apesar de não serem des-tacadas servem como exemplo de vida, de caráter e dignidade por
Veja algumas delas:
Ana do coentro, ou Dona Ana, veio de Minas Gerais para a São Remo há trinta anos. Chegou tam-
e iniciou sua vida na comunidade vendendo temperos.
Apesar de sua idade, 84 anos,
um humor contagiante. Ela pró-pria diz que já foi muito festiva, mas hoje prefere a companhia de seus instrumentos.
Como conselho para as mulhe-res mais jovens da comunidade São Remo Dona Ana diz: “Apro-veite mais o tempo pois na minha
Dona Anita, de 67 anos, mostra a seriedade das são remanas. Nas-
vontade era vir para São Paulo, sonho que realizou em 1972.
Com uma família de 21 irmãos que sempre teve restaurante, Ani-
vida. Na São Remo, onde mora há -
ve o tradicional caldo de moco-tó. Adora a comunidade, pois se
clientes e pelo respeito que sente entre os moradores.
Se orgulha em dizer que foi tra-
--
tiva. Eles estudaram e se forma-ram na faculdade e hoje dona Anita ajuda a criar suas netas. “Tenho uma família encaminha-da”, diz satisfeita.
Acredita que a nova geração deve se programar quanto ao seu
devem ser prioridades antes de ter -
riam ser evitados, diz dona Anita.
Vidas de mulheres revelam sabedoria
Dona Maria, de 72 anos, mora na São Remo há 47 anos e chegou na
-lhos. Veio de Maceió, lugar onde
Ao vir para São Paulo, chegou a chorar por desespero de não ter
Remo, começou sua trajetória tra-
mais 35 anos. Hoje, Dona Maria possui uma
quitanda de frutas na comuni-dade, tem orgulho de sua histó-ria como mãe, avó, e ainda diz: “É
vida para frente.”
Jaqueline MafraMariana Grazini
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Representantes da terceira idade da São Remo compartilham inspiradoras experiências
Superação e perseverança Satisfação pelo trabalho Cavaquinho: fonte de alegria
O estatuto do idoso prevê:
– Atenção integral à saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma universal e igualitária
– O direito à educação, cultura, esporte, lazer, espetácu-los e serviços que respeitem sua condição de idade
– A moradia digna em instituiçõs públicas ou privadas, desacompanhado, com sua família natural ou substituta.
– A liberdade, o respeito e a dignidade como cidadão– Prioridade em receber a restituição do imposto de renda
Atividades para a terceira idade:
– Centro de Convivência Samuel Rangel: oferece atividades físicas, sociais, culturais e recreativasR. Dep. Lacerda Franco, 314/318 – Pinheiros – Tel: 3812-8799
– Bioenergia e Autocura na Cidade Universitária:Centro de Práticas Esportivas da USP (CEPEUSP)Exercícios de meditação e recuperação da autoestimaPeríodo: 01/06 a 29/06 às quartas-feiras, 14h às 16h45Inscrições: Sala 1 (levar uma foto 3x4, caderno e caneta)
Maio/Junho de 2011 Notícias do Jardim São Remo 11
esportes
Para Kfouri, eventos esportivos trarão poucos benefícios e muitos custos para brasileiros
Copa de 2014 terá gastos exagerados
Isabella Bono
“A Copa do Mundo faz todo sentido no país do futebol, cinco vezes campeão, desde que a gen-te faça a Copa do Mundo do Bra-sil, não a Copa do Mundo da Ale-manha no Brasil”.
Kfouri, da ESPN Brasil. Para ele,
quer fazer aqui a Copa para mos-
está se gastando demais em cons-trução de estádios e outras coisas secundárias, enquanto o essencial seria pensar no possível legado para a cidade”.
Problemas com o tempo
anos que será a casa dessas atra-ções, as obras pelas quais as cida-des sede devem passar estão atra-sadas. Atualmente, apenas dois estádios estão com as obras no prazo. A maioria deles segue em reforma ou construção em ritmo lento, e no caso de São Paulo, a construção nem começou.
A necessidade de ter todos os campos prontos antes do início
da Copa do Mundo levou o go-verno a esquecer a promessa de não investir recursos públicos (impostos pagos pela população)
apresentado pelo governo dimi-nuirá o controle sobre as obras da Copa e das Olimpíadas. Na práti-ca, não será mais possível parali-sar uma obra com suspeita de ir-regularidades ou fraudes.
previsto, haverá pressa para ter--
ga da corrupção”. E ainda com-pleta que o caso das Olimpíadas
-
pico nunca recebeu incentivos no
-tarão sob comando das mesmas pessoas que gastaram dez vezes mais que o previsto com as obras do Pan-americano de 2007, sem levar as melhorias prometidas à cidade carioca.
Os benefícios que esses eventos
discutidos. Para atender ao gran-de número de turistas que virão a esses eventos, a estrutura das ci-dades que irão recebê-los deve es-
-rantir facilidade de locomoção por meio do transporte público, acomodação e principalmente se-
pode ser visto atualmente.
O brasileiro na CopaA participação popular na orga-
nização da Copa do Mundo e das
uma situação diferente de outros países em Copas anteriores.
Na Alemanha, que sediou o mundial de 2006, a população foi às ruas para interferir na escolha
dos estádios de cada cidade, ha-
decidir se novos estádios seriam construídos. Kfouri acredita que o
uma herança do período de dita-dura pelo qual o país passou, que levou a nação a perder a consciên-cia de seus direitos. “Os alemães, que tem muito mais condições de fazer estádios do que nós, tiveram esse tipo de embate, aqui as coisas
são poucos os que protestam”.Sobre a construção de novos es-
inaceitável que o Morumbi, há -
bol, não ter condições de sediar o evento. “É uma piada contra a nossa cidadania e contra o nos-so bolso, por que quem vai pagar essa conta somos nós”.
da comunidade demonstra um grande interesse pela Copa do Mundo, aprovando a vinda desse evento para Brasil. No entanto, a ideia de pagar mais impostos para
-leção brasileira nos estádios, mas
-tradas. O morador Ivo Ferreira Lima resume: “Se der pra eu en-trar, bem; se não der, eu assisto pela televisão em casa”.
A CBF prometeu um progra-ma para facilitar o acesso da po-pulação de menor renda ao even-
foi apresentado. Essa iniciativa desperta dúvidas, segundo Kfou-
-munidade vai ver pela televisão”.
Custo total do estádio Itaquerão é estimado em mais de 1 bilhão de reais
Faltam 36 meses para a Copa. Obras estão atrasadas em São Paulo
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“A pressa é amiga da corrupção”JUCA KFOURI, JORNALISTA
12 Notícias do Jardim São Remo Maio/Junho de 2011
esportes “Foi uma vergonha.”NETO, PRESIDENTE DO VILA NOVA,
SOBRE A ARBITRAGEM EM OSASCO
Copa Kaiser: Catumbi joga bem e venceCom placar de 3 a 1 sobre o EC Saad, time da São Remo está próximo da classificação
Giovanni Santa Rosa
Tainá Shimoda
O Catumbi começou bem a Eta-pa 2 da Copa Kaiser. O time ven-ceu o EC Saad por 3 a 1, no dia 22, e assumiu a ponta do grupo O-12. Marquinho foi o destaque da par-tida, marcando os três gols.
Logo aos três minutos, um gola-ço. Marquinho bateu escanteio e fez gol olímpico.
O Saad buscou o gol de empate, mas parava na boa marcação ad-versária. Mesmo com menos vo-lume de jogo, o Catumbi levava mais perigo e não demorou para marcar o segundo. De novo com Marquinho, que roubou a bola e bateu cruzado no canto.
Segundo tempo. Pouco inspira-do, o Saad atacava, mas não cria-
va grandes chances. Até que Ma-riano cometeu um pênalti. Sidney bateu e diminuiu o placar.
Mas a tarde era mesmo de Mar-quinho: ele aproveitou sobra na
canto esquerdo.O Saad ainda teve outro pênalti,
mas Sidney desperdiçou ao bater
Giovanni Santa Rosa
Na sua estreia pela Etapa 2 da Copa Kaiser, o Vila Nova foi der-rotado por 4 a 0 pelo Vila Izabel, de Osasco. O jogo, realizado na casa do adversário no dia 15, foi marcado por polêmicas com a ar-bitragem e briga em campo. O re-sultado deixa o time da São Remo em último lugar no grupo O-10.
A partida começou com o Vila Nova mais recuado, tentando ex-plorar contra-ataques. O Vila Iza-bel criava mais chances e chegava com mais perigo, apesar do cam-po encharcado pela forte chuva.
Não demorou muito até a pres-são dar resultado: pênalti de Da-
Vila Nova perde e se complicaniel em Paulo Henrique. Bola no canto e placar aberto.
O resultado obrigou o Vila Nova a sair mais para o jogo. Apesar de equilibrar a posse de bola, o time da São Remo passou a dar mais espaço para os perigosos contra- ataques do Vila Izabel.
Lance polêmico: Saady parou um ataque do Vila Nova com car-rinho dentro da área. O juiz man-dou o lance seguir, apesar dos protestos dos jogadores.
O primeiro tempo ainda teve confusão: após falta do Vila Iza-bel, os jogadores se estranharam. Sobrou até cusparada na cara de jogador do Vila Nova. Após tu-multo dentro e fora de campo, o
juiz expulsou dois jogadores de
primeiro tempo.No início do segundo tempo,
saiu o segundo gol do Vila Iza-bel. Trabalhando melhor a bola, a equipe de Osasco ainda marcou o terceiro e o quarto com Luís Car-los, artilheiro da partida.
A chuva prejudicou a partida
a 1 para o Catumbi.Após o jogo, Mariano apontou
um dos motivos do bom resulta-do: “A rapaziada jogou bem, prin-cipalmente os jovens aí do meio pra frente, muito rápidos. Jun-tou com a nossa experiência aqui atrás e deu certo”.
Uma história recente
O Catumbi Futebol Clube, fun-dado em setembro de 2001, come-çou recentemente a competir na Copa Kaiser. O time disputa o tí-tulo da região oeste, do qual foi vencedor em 2009. Neste mesmo
competição geral. Para o presidente, dirigir o time
é uma tarefa fácil: “fazemos por-que gostamos”. O mais complica-do, segundo ele, é a falta de carro para levar jogadores e torcedores aos jogos. Além disso, falta tempo para os atletas treinarem juntos.
Entretanto, esse problema não tem se mostrado tão grande. O atacante Marquinho foi premiado no dia 22 de maio, com a camisa Craque Kaiser, por ser escolhido o melhor da partida.
Próximos Jogos dos times da São Remo:
Dia 29/05
Nóis é Nóis x Vila Nova 11h30 – Caju
São Remo x Fluminense
11h15 – Jd. das Vertentes
Pão de Queijo x Jamaica12h45 – Jd. das Vertentes
Dia 05/06
Catumbi x Clube Favela13h – Agostinho Vieira
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Marquinho, melhor em campo, foi premiado com uma camisa