Performances Interacionais e Mediações Sociotécnicas Salvador - 10 e 11 de outubro de 2013
Ações coletivas em espaços híbridos: I voted. Did You?1
Jandré Corrêa Batista2
Sandra Mara Garcia Henriques3
Resumo: Na sociedade contemporânea, é possível perceber que as manifestações sociais entre os sujeitos são
cada vez mais potencializadas com o uso das tecnologias móveis de comunicação e informação. Dessa forma,
este artigo buscou contribuir para a observação de como o engajamento social em ações coletivas vem sendo
desenvolvido com a mobilidade proporcionada por essas tecnologias e com a ampliação da capacidade de
interação social tanto no espaço físico quanto no virtual. Para tanto, com o apoio de teóricos como Green (2002),
Gohn (1997; 2007), Lemos (2007) e Sádaba (2007), serão discutidos aspectos relacionados às cibercidades e às
transformações das dinâmicas da ação coletiva. Para este trabalho, realizamos uma observação sobre a ação “I
Voted”, desenvolvido nos EUA durante a eleição presidencial de 2012. Em tal ação, foi utilizada a rede social móvel Foursquare para promover um maior engajamento eleitoral entre os sujeitos.
Palavras-chave: Espaços híbridos; ação coletiva; I voted; Foursquare; cibercidade
Abstract: In contemporary society, it is possible to realize that social events among subjects are increasingly
leveraged with the use of mobile technologies of communication and information. Thus, this paper aims to
contribute to the observation of how social engagement in collective action has been developed with the mobility
afforded by these technologies and the expansion of the capacity of social interaction both in physical and in virtual space. Therefore, with the support of theoretical and Green (2002), Gohn (1997, 2007), Lemos (2007) and
Sádaba (2007), discussed aspects related to cybercities and transformations of the dynamics of collective action.
For this study we note about the action "I Voted" developed in the USA during the 2012 presidential election. In
such an action, we used the mobile social network Foursquare to promote greater engagement between electoral
subjects.
Keywords: Hybrid spaces; collective action I voted; Foursquare; cybercity
Introdução
O ambiente comunicacional contemporâneo, por meio das tecnologias móveis de
comunicação e informação, presentes em espaços ubíquos, vem proporcionando mudanças
sociais e culturais na sociedade e na forma como as pessoas passam a interagir e formar
grupos. A mobilidade proporcionada por essas tecnologias amplia uma rede viva de agentes
1 Artigo submetido ao NT 3 – Sociabilidade, novas tecnologias, política e ativismo do SIMSOCIAL 2013. 2 Mestre em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS),
bacharel em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e licenciado em
Letras pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Atualmente, é doutorando e bolsista CAPES/DS do
Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). Contato: [email protected]. 33 Mestre em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e bacharel em
Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Atualmente, é doutoranda e
bolsista CAPES/FAPERGS do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Contato: [email protected].
móveis em benefício das mais diversas atividades, além de ajudar na formação de redes
flexíveis de pessoas em busca de um interesse comum, ou de um sentimento de pertença.
É possível acompanhar e vivenciar as influências que essas tecnologias possuem no
desenvolvimento dos grupos nas cidades em prol - ou contra - determinado contexto social,
ou engajados por uma causa, ou até mesmo pelo fato de apenas mostrar, dar visibilidade ao
seu cotidiano – onde se está e o que está fazendo naquele momento. Observar esse contexto é
fundamental para que seja possível vislumbrar quais os efeitos sociais causados por essa nova
forma de lidar com a comunicação e a interação entre os sujeitos e a sua relação com os
espaços urbanos e virtuais.
Diante disso, nossa proposta é discutir os aspectos que unem os sujeitos – em novos
agrupamentos, para o engajamento em ações coletivas, tendo como um dos fatores
fundamentais a mobilidade tecnológica que permite aos sujeitos a distribuição e colaboração
de informações em espaços híbridos. Nesta proposta, apontaremos algumas considerações
acerca do uso da rede social móvel Foursquare como estratégia de engajamento cívico durante
as eleições presidenciais estadunidenses de 2012. Com base nos esforços teóricos, trazendo
para a discussão autores como Green (2002), Lemos (2007), Bimber et al. (2005) e Margetts
et al. (2012), buscamos ressaltar as potencialidades de engajamento que as tecnologias móveis
de comunicação e informação proporcionam às dinâmicas da ação coletiva, a partir dos usos e
apropriações dos sujeitos, na paisagem midiática contemporânea.
1 Espaços híbridos e a formação de novos grupos
As relações de proximidade, presença, distância e mobilidade precisam ser reavaliadas
nestes atuais tempos móveis (GREEN, 2002) para que a relação entre espaço e tempo possa
ser compreendida em nosso contexto atual. É desse ponto que partimos para entender que as
relações entre público, privado, subjetivo e emocional passam a ser tratadas sob uma nova
perspectiva (GREEN, 2002), associada a espaços de interação social que atualmente se
misturam entre os espaços urbanos e a virtualidade do ciberespaço (SANTAELLA, 2007).
Um ponto fundamental para se compreender esses fatores é a mobilidade tecnológica.
Trata-se do movimento dos corpos em espaços, localidades e entre espaços públicos e
privados, munidos de aparatos tecnológicos móveis que ampliam as possibilidades de
comunicação e de informação dos sujeitos, potencializando a formação de outros grupos. Essa
mobilidade proporcionada pela tecnologia torna os espaços inteligentes, de forma ubíqua, por
meio de objetos interativos..Nesse sentido, Mitchel (2002, p. 78) ressalta que, atualmente,
somos “verdadeiros habitantes de ambientes eletronicamente mediados, e não mais simples
usuários de aparelhos computacionais”.
Com a internet, as noções de espaço sofreram algumas transformações, principalmente
quando se trata da difusão das tecnologias móveis, como telefones celulares, laptops, tablets,
conexões via internet sem fio (Wi-Fi). Essas tecnologias permitem exercer um maior controle
sobre o espaço e o tempo, agindo também como ferramentas de territorialização. Esse espaço
passa a ter então um novo significado, uma outra reconfiguração, pois envolve os espaços
urbanos das cidades e o espaço virtual das tecnologias – o ciberespaço.
Assim, podemos, então, enfatizar que estamos vivenciando o desenvolvimento da
hibridização dos espaços, na qual o virtual, trazido pelas tecnologias, designado como
ciberespaço, e o urbano vivido, no contexto das cidades, passam a constituir outro espaço,
com características próprias, que já fazem parte do cotidiano dos sujeitos de forma, na maioria
das vezes, imperceptível.
Com essa hibridização dos espaços físico e virtual, há uma mudança na apropriação
dos indivíduos com relação às cidades. As tecnologias móveis têm papel determinante nessas
novas formas de se observar os espaços urbanos, alterando os processos de interação entre os
indivíduos. As cidades também passam a conter novos significados. Vive-se na cidade da
cibercultura, ou seja, uma cidade amplamente conectada – a cibercidade (LEMOS, 2007).
Essas novas formas de nomadismo somente são possíveis em razão de se experienciar uma
cultura da conexão generalizada, em grande parte proporcionada pelas tecnologias móveis de
comunicação e informação. Com o avanço dessas tecnologias, o acesso always on pode
expandir uma nova forma de distribuição e colaboração de informação, proporcionando que
sujeitos distintos passem a interagir e difundir informações em tempo real, é o que Manovich
(2005) denomina de tecnologias Cellspace.
Há, também, outra configuração nas relações entre os sujeitos. O hibridismo entre os
espaços virtual e físico pode vir a reforçar os laços sociais, renovando ou criando condições
sociais para a interação. Nos espaços híbridos, encontramos padrões de sociabilidade
diferenciados, bem como uma redefinição dos espaços públicos e privados (SOUZA e
SILVA, 2005), nos quais já não se percebe onde termina um e começa o outro.
Com a mobilidade tecnológica, as redes passam a configurar uma forma de grupo que
agrega os espaços híbridos ao seu contexto de mobilização – as novas tribos urbanas
(MAFFESOLI, 1996; 2000). Podemos citar como exemplo as smartmobs (RHEINGOLD,
2002), nas quais as pessoas conectadas com as tecnologias móveis de comunicação e
informação reúnem-se, mesmo sem se conhecer, e cooperam em ações coletivas de maneira
inédita nos espaços urbanos. Esses grupos, chamados de redes sociais móveis (HENRIQUES,
2011), constroem por meio das interações sociais proporcionadas pelas tecnologias móveis de
comunicação e informação em espaços híbridos. Sites de redes sociais móveis, como o
Foursquare, que abordaremos no decorrer deste artigo, também proporcionam a formação de
grupos nos espaços da cidade através da possibilidade de encontrar pessoas e saber o que está
acontecendo ao seu redor. Assim, podemos salientar que, com essas novas formas de
interação entre os sujeitos, há a possibilidade de mobilizações sociais que podem gerar ações
coletivas em prol – ou contra – determinado fato ou contexto social.
Até o momento, enfatizamos as novas formas de os sujeitos interagirem com os
espaços híbridos e, rapidamente, apresentamos como esse processo vem se desenvolvendo na
sociedade contemporânea. Observarmos os potenciais das tecnologias móveis de
comunicação e seu reflexo no cotidiano dos sujeitos. Por fim, tratamos das potencialidades
que essa tecnologia proporciona para a formação de outros grupos, que podem vir a participar
de forma efetiva em ações coletivas. A próxima etapa deste trabalho trará conceitos para que
possamos compreender essas ações coletivas.
2 A ação coletiva na internet
As ações coletivas foram pensadas de diversas formas (GOHN, 1997; 2007) ao longo
da trajetória do pensamento social, tendo reflexo nas noções acadêmicas sobre os movimentos
sociais, as concepções de Estado, mercado e sociedade, entre tantos outros temas
contemplados por diversas áreas interessadas nas relações comportamentais do sujeito com os
grupos sociais. No chamado paradigma da Teoria da Mobilização dos Recursos (MR), o
trabalho de Mancur Olson (1965) foi considerado pioneiro para a superação de uma visão,
hoje considerada acrítica, sobre o agir coletivo (BIMBER et al. (2005) e LUPIA e SIN (2003)). Pelo
viés da microeconomia, The logic of Collective Action contribuiu para o distanciamento da
visão clássica: posicionou-se, ao mesmo tempo, de forma contrária à perspectiva marxista e
ao liberalismo.
Até então, pressupunha-se que as contribuições individuais dos sujeitos – quando
agissem isoladamente buscando o próprio interesse – seriam equivalentes à sua atuação em
grupos sociais nas ocasiões de mobilização em prol bem coletivo, considerando, para isso, o
alinhamento de seus interesses pessoais aos dos membros do grupo. A problematização das
condutas dos sujeitos utilitaristas (que visam maximizar o benefício próprio no âmbito
coletivo, os chamados free-riders) é central em seu pensamento. Esse autor, sistematicamente,
estabelece três critérios para a eficiência de uma ação coletiva. A maior atenção, em seu
pensamento, recai sobre as dimensões dos grupos sociais: se uma ação coletiva não for
coordenada por grupos de pequenas dimensões, dificilmente se alcançará sucesso em termos
de coordenação. Os seus argumentos baseiam-se nas dificuldades organizacionais dos grupos
maiores, de estabelecer internamente um consenso entre os membros e de que as ações
individuais sejam visíveis pelos demais integrantes.
Essas considerações, dentro da perspectiva da MR, têm sido revisitadas por uma série
de esforços teóricos (como LUPIA e SIN, 2003; BIMBER et al., 2005; FLANAGIN et al.,
2007; MARGETTS et al, 2009; BATISTA e HENRIQUES, 2012). Pela existência de outras
possibilidades de interação e organização social no contexto comunicacional contemporâneo,
principalmente pela emergência da World Wide Web na década 1990, a ideia do privilégio dos
grupos pequenos na consecução das ações coletivas começou a ser revista. Grandes
multidões, as multidões inteligentes (RHEINGOLD, 2002), possuem hoje outro aparato
comunicacional à sua disposição, o que fornece subsídios para se repensar a noção dos custos
de organização social, da contribuição da visibilidade e da influência social em rede para a
promoção da participação política dos sujeitos.
O amplo enfoque da MR sobre as estruturas de oportunidade burocrática e de
mobilização social passou por diversas rupturas no pensamento da teoria da ação coletiva (cf.
SÁDABA, 2007). O reconhecimento da subjetividade por trás da ação dos grupos sociais
passou a rejeitar a visão “institucionalizada” sobre os movimentos sociais. Conforme elenca
Gohn (1997), elementos como cultura, identidade, ideologia e valores ganharam novos
contornos: a ação coletiva não é mais vista pelo viés exclusivamente utilitarista, cedendo,
assim, espaço para o paradigma da Mobilização Política, perspectiva responsável por
redescobrir a subjetividade no agir coletivo.4
Mesmo que estejamos afiliados à linha de pensamento proposta pela Teoria da
Mobilização Política e dos Novos Movimentos Sociais, a qual privilegia a subjetividade no
estudo das ações coletivas em detrimento dos recursos de oportunidade para a mobilização
social, neste momento torna-se importante revisitar aspectos estruturais do paradigma da
Mobilização dos Recursos para discutir como as transformações comunicacionais,
acompanhadas pela apropriação social e política dos sujeitos, podem tensionar as dinâmicas
da ação coletiva.
Nos esforços mais recentes na abordagem da MR, que buscam revisitar principalmente
os conceitos trazidos por Olson (1965), há certo consenso quanto à sopreposição das
capacidades comunicativas dos grupos sociais sobre as suas dimensões. Lupia e Sin (2003),
por exemplo, utilizam-se de um modelo teórico para argumentar a invalidade da assertiva
anterior: os autores comparam um grupo pequeno com pouca capacidade comunicativa a um
grupo maior conectado à internet. Haveria, assim, uma superação coordenativa do grupo
maior, altamente conectado, em relação ao grupo menor, com menor poder de comunicação.
Ainda que as interações em rede não eliminem a prática do free-riding, o conhecimento
público, disponível na rede, sobre as ações e o comprometimento individual dos membros do
grupo são essenciais para justificar a superação da perspectiva anterior.
Nesse sentido, a ruptura do distanciamento entre as informações públicas e privadas
são responsáveis, segundo Bimber et al. (2005), para a emergência de outra noção de
comunalidade. Para esses pesquisadores, a contribuição das tecnologias de comunicação e
informação contemporâneas pode ser percebida pela passagem de uma comunalidade-de-
primeira-ordem para uma comunalidade-de-segunda-ordem. Na de primeira ordem, as
informações coletivas são construídas a partir da coleta, armazenamento e compartilhamento
de informação entre membros de um mesmo grupo, o que presume participações intencionais,
significativas, custos expressivos e esforços coordenados. Nesse cenário, um sujeito (ou
poucos) é incapaz de prover toda a informação e arcar com todos os custos de organização e
4 No contexto europeu, a perspectiva dos “novos movimentos sociais”, inspirada nos grupos alemães de atuação
cívica da década de 1970, também emergiu em oposição à visão restrita da racionalidade dos grupos sociais
presente nas abordagens anteriores (cf. SÁDABA, 2007). As redes, enquanto potenciais “mobilizadoras”, passam a atrair, assim, o olhar acadêmico em uma linha convergente, pela perspectiva da Teorias dos Novos
Movimentos Sociais e das Teorias da Mobilização dos Recursos (cf. SCHERER-WARREN, 2006).
manutenção por si só. A prática de free-riding (a omissão da ação individual que beneficiaria
o grupo em razão da possibilidade de receber sem contribuir), assim, é uma ameaça ao
coletivo; e a participação, uma decisão binária (em colaborar ou não). Na comunalidade-de-
segunda-ordem, os sujeitos são passíveis de contribuir com informações sem o conhecimento
acerca da contribuição de outros, ou, ainda, sem ter o claro entendimento de colaborar com os
grupos sociais. Essas formas de contribuição aos repositórios coletivos podem ser percebidas
de diversas formas na web: como publicar informações em um site de redes sociais ou em um
weblog, participar em discussões em fóruns, expor a rede de contatos e interesses comuns,
repassar e-mails, entre outras práticas comuns dentro do espírito da cibercultura (cf. LEMOS,
2002).
Para esses autores (Bimber et al., 2005 e Flanagin et al., 2006), há, no contexto
contemporâneo, um processo de transformação da relação de percepção dos sujeito com a
coletividade. Argumenta-se sobre a passagem de uma decisão binária acerca do custo-
benefício em integrar a ação coletiva (decisão se deve participar ou não) para o compromisso
dos sujeitos de migrarem do espaço privado para o público. Contemporaneamente, não
haveria sequer precisão sobre os limites entre essas duas esferas. Com o borramento entre as
fronteiras entre público e privado, o sujeito, de antemão, não estaria mais protegido na zona
de sua individualidade, mas, sim, inserido no âmbito coletivo. A sua predisposição de atuar
em causas sociais, dessa forma, pode ser facilitada em razão de seu reposicionamento em
outra esfera de pertença (passagem do privado para o público).
Margetts et al. (2012) investigam mais profundamente sobre o papel da influência
social e da visibilidade das ações individuais como incentivo (ou não) para a atuação dos
sujeitos em ações coletivas. O estudo mostra, com base em experimentos empíricos, as
influências que estão em jogo para o incentivo para a tomada de decisão (em colaborar ou não
com uma ação coletiva). Por visibilidade, entende-se o acesso de outros sujeitos (a rede de
contatos) às informações sobre as suas ações individuais (no sentido informacional rede-
sujeito). Por influência social, os pesquisadores abarcam a possibilidade de se ter
conhecimento sobre o comportamento de outros sujeitos e grupos (informação no sentido
sujeito-rede). Presume-se que esses dois elementos possam influenciar a participação coletiva
por dois motivos: “constrangimento” (shame) e “busca por prestígio” (prestige-seeking)
(MARGETTS et al., 2012, p. 4) (o que pode ser sistematizado pelo conceito de Capital Social
(cf. COLEMAN, 2007; BERTOLINI e BRAVO, 2004; ELLISON et al., 2007). Acredita-se,
assim, que as pressões sociais sobre o sujeito posicionam-no numa atitude mais disposta
social e politicamente à cooperação.
Consideramos que esses elementos de influência social – constrangimento e prestígio
– são insuficientes por si só para pensarmos a disposição dos sujeitos em atuar ou não em prol
de causas coletivas. No entanto, estes auxiliam parcialmente para a compreensão das
dinâmicas informacionais em que as ações coletivas estão (cada vez mais) inseridas. Outros
elementos subjetivos, conforme os paradigmas mais recentes sobre os movimentos sociais,
como identidade, ideologia, valores etc. parecem mais significativos para explicar a
emergência e a participação coletiva; mas nem por isso os aspectos estruturais dos recursos
comunicacionais e as posturas utilitaristas devem ser excluídas da equação.
No estudo de Margett et al. (2012), são levados em consideração os diferentes
aspectos da personalidade, comumente utilizados por cientistas sociais e economistas (The
Big Five personality traits: openness, conscieniousness, extraversion, agreeableness and
neuroticism). Pelo experimento empírico, utilizando-se de um public goods game, os
pesquisadores atestam que a visibilidade (informação sentido rede-sujeito) é um elemento
determinante para a motivação à ação coletiva no nível individual. Por outro lado, as
informações sociais (informações no sentido sujeito-rede) contribuíram com a ação coletiva
de formas diversas. Nas vezes em que o public good está quase sendo alcançado, assim como
nos casos em que este será atingido independentemente do número de contribuições, a
influência social não pareceu ser significativa. No entanto, visibilidade e a influência social
impactaram expressivamente no processo inicial de agregação.
Assim, considerando os traços de personalidade avaliados pelos pesquisadores (Big
Five traits), o estudo indica que sujeitos individualistas (pro-selfs) tendem a colaborar mais
quando as suas ações ganham visibilidade pública. Diferentemente, os sujeitos cujas
características são voltadas para o coletivo (pro-socials) parecem receber menos influência
pelo conhecimento sobre o comportamento de outros e sobre a visibilidade de suas ações
individuais. Mesmo que consideremos problemática a categorização antagônica entre sujeitos
adotada pelos pesquisadores (pro-social e pro-self), as discussões levantadas são importantes
para promover a reflexão sobre as potencialidades da apropriação das ferramentas digitais
para o incentivo à ação coletiva. Um dos meios e casos em que se pode discutir teórica e
empiricamente essas questões é o exemplo de mobilização política registrado nos Estados
Unidos em 2012, emblematizado pela expressão “I Voted”, via sites de redes sociais como o
Foursquare, o Twitter e o Facebook.
3 A ação I Voted no Foursquare
Tornar as cidades mais interessantes de serem exploradas é a principal contribuição do
Foursquare, um serviço de geolocalização, apoiado em uma plataforma web; um aplicativo
gratuito lançado em março de 2009, por Dennis Crowley e Naveen Selvadurai. O software,
instalado em um telefone móvel (iPhone, Android, Blackberry, Windows Mobile, entre
outros) serve como um guia social e um jogo que desafia os utilizadores a ter novas
experiências urbanas, recompensando-os por isso.
O Foursquare tem como proposta compartilhar e salvar on-line os lugares físicos que o
sujeito visita. Por meio do check-in realizado no local em que o sujeito está no momento, é
possível visualizar amigos próximos e encontrá-los. Além disso, o Foursquare faz
recomendações personalizadas e promoções baseadas nos locais em que o indivíduo fez o
check-in. É possível também realizar um check-in privado, o qual não mostrará a sua
localização. Os amigos poderão ficar sabendo a localização por meio do próprio Foursquare,
ou também de sites de redes sociais como Twitter e Facebook, caso o sujeito tenha
configurado seu aplicativo para direcionar sua localização para que sejam mostradas nesses
sites de redes sociais. O sujeito também tem acesso aos locais onde estão seus amigos,
podendo, assim, encontrá-los ou mesmo acrescentar algumas informações aos locais onde eles
estão.
O Foursquare, como forma de incentivar a participação dos indivíduos, possui badges,
uma espécie de selos que funcionam como pequenas recompensas que o indivíduo ganha por
fazer check-in em lugares interessantes. Com a apropriação social da ferramenta, vários usos
estão sendo feitos com o Foursquare, não apenas para revelar o local onde o sujeito está, mas,
além disso, para marcar presença em ações coletivas, muitas vezes de cunho político, devido
ao potencial participativo que essa rede social possui nos espaços híbridos.
Desde as eleições estadunidenses realizadas em 2008, as redes sociais vêm ganhando
destaque nos processos de participação democrática. Segundo Hendricks e Denton, 2010)
nessa ocasião, a apropriação política adotada pela campanha de Barack Obama (marcada pela
expressão Yes, We Can!) superou pela primeira vez a utilização das outras mídias, pautando
as novas estratégias de campanha eleitoral.
Nas eleições em 2010, a rede social móvel Foursquare lançou um aplicativo e uma
badge na qual os eleitores, ao realizarem um check-in no local de votação ganhariam esse
emblema, que poderia ser visualizado pelos demais eleitores que utilizavam esta rede. Esse
projeto serviu como um teste para a compreensão de como poderiam ser utilizados esses
dados para a futura eleição presidencial de 2012. Na época, o Foursquare possuía 2,4 milhões
de usuários nos Estados Unidos.
Assim, durante as eleições presidenciais de 2012, nos Estados Unidos, como forma de
motivar o engajamento cívico, a população foi incentivada a participar do processo eleitoral
também pelas redes sociais móveis. Como parte da cultura organizacional naquele país, várias
empresas ofereceram incentivos para que os eleitores saiam de suas casas para exercer o
direito ao voto.
Esses incentivos também estão associados à participação dos sujeitos em sites de redes
sociais (Facebook, Twitter e Foursquare). Presenciou-se, assim, uma expansão na expectativa
dos sujeitos de que seu voto seja concebido como uma experiência social, digna de ser
compartilhada com família, amigos e desconhecidos, seja no Facebook, Foursquare ou
Twitter (SCOLA, 2010). Em 2012, através da rede social móvel Foursquare, os sujeitos
puderam saber mais sobre seu local de votação e sobre os candidatos e propostas de cada um.
No dia da eleição, os sujeitos ainda puderam acompanhar a votação em tempo real.
Figura 1: mapa da ação I voted no Foursquare
Figura 2: explicação do Foursquare sobre a ação I Voted
Com a chamada “Get your civic duty on!” (“ative o seu dever cívico”, em tradução
livre), o Foursquare preparou um bagde com o emblema I Voted 2012, similar ao adesivo que
os eleitores ganharam quando chegaram às urnas. Bastava chegar ao local de votação, incluir
a hashtag #ivoted e fazer o check-in para desbloquear a badge. Os sujeitos ainda tiveram a
oportunidade de ver o que os outros estavam comentando sobre as eleições em tempo real.
Assim, a rede social móvel buscou incentivar os sujeitos a participarem das eleições (cabe
salientar que o eleitor não é obrigado a votar nas eleições realizadas nos Estados Unidos), por
isso a relevância do esforço motivacional.
No caso da apropriação do Foursquare para o incentivo à participação democrática nos
Estados Unidos, em 2012, podem ser experimentadas diversas das questões apontadas neste
esforço teórico sobre as transformações das dinâmicas da ação coletiva no contexto
comunicacional contemporâneo. Os principais elementos que podem ser discutidos no caso
em tela, como motivadores da ação coletiva, referem-se à influência da informação
geolocalizada associada à visibilidade das ações individuais em rede e ao conhecimento do
sujeito quanto ao comportamento de outros.
4 Ações coletivas em espaços híbridos
Conforme as discussões trazidas acerca da ação coletiva nesse contexto, pelos autores
Bimber et al. (2005), a aceitação da população sobre a proposta do Foursquare em usar o
badge I voted pode consituir-se como um dos exemplos da formação de uma comunalidade-
de-segunda-ordem. Entre os elementos citados por esses teóricos, os participantes da
campanha I voted não necessariamente conhecem uns aos outros; possuem baixos custos em
participação (devido à amplitude das trocas de informação e da possibilidade de interação
nessa rede social móvel. No caso do Foursquare, a informação geolocalizada potencializa as
ações dos sujeitos nas cibercidades); estão pré-dispostos à cooperação (em razão da
ambiguidade entre os espaços públicos e privados); e não demandam grandes esforços
coordenativos (com a contribuição das tecnologias móveis de comunicação e informação,
essas tribos urbanas reúnem-se em espaços híbridos para cooperar de forma voluntária,
interagindo e distribuindo informações em tempo real).
Nessa mobilização, a discussão levantada sobre a relação entre público e privado
também é indicativa. O sujeito, ao estar inserido “naturalmente” na esfera da coletividade –
em razão da passagem de suas informações privadas ao “ambiente” coletivo, como prática
social usual no contexto das redes sociais móveis, percebe uma reorientação quanto à sua
esfera de pertença (transição da esfera da individualidade para a da coletividade). O
engajamento do sujeito em questões políticas, assim, pode ser facilitado devido ao borramento
entre essas duas fronteiras; o sujeito está de antemão envolvido no âmbito da coletividade.
Além da transição das esferas, o sujeito também passa a agir em um espaço diferenciado na
mobilidade tecnológica; o espaço híbrido promove uma mescla entre o que é público e
privado, alterando, dessa forma, a percepção do sujeito em relação à coletividade. Esses
fatores estão diretamente ligados às noções de proximidade, presença, distância e mobilidade
quando se referem, principalmente, às questões relacionadas ao âmbito social e das ações
coletivas.
Sobre a motivação à participação coletiva no contexto das redes, os estudos
laboratoriais de Margetts et al. (2012) discutem sobre o papel da influência social e da
visibilidade como potenciais incentivadores da atuação coletiva dos sujeitos. A influência
social, ou seja, quando o sujeito recebe informações em sua rede sobre as ações de outros
sujeitos (no caso da campanha I voted, no Foursquare: informações sobre a participação dos
cidadãos na campanha eleitoral estadunidense de 2012), tal conhecimento é capaz de motivar,
acredita-se, os sujeitos à atuação democrática como forma de contágio, tendo em vista que,
naquele contexto democrático, o voto não é obrigatório.
Da mesma forma, o caráter de visibilidade, isto é, as informações que o sujeito torna
pública para a sua rede, a expectativa de que outros saberão de suas ações, dentro de uma
lógica de constrangimento e de busca de prestígio (capital social) na rede, também motiva os
sujeitos com determinadas características para a atuação coletiva. Conforme a pesquisa de
Margetts et al. (2012), considerando em seus estudos os Big Five Traits de personalidade, os
sujeito com tendência individualista (pro-selfs) são mais pressionados à participação, em
razão dessa potencialização da influência social e da visibilidade em redes sociais digitais.
Tais características, no entanto, não seriam percebidas em sujeitos cuja orientação política é
(mais) voltada para o coletivo.
Assim, pode-se dizer, com base nesse estudo, que a contribuição estrutural das redes
sociais móveis dá-se mais por influenciar os sujeitos free-riders (“oportunistas”), ou seja, os
que manifestam orientação voltada ao interesse próprio, para a colaboração à ação coletiva.
Elementos como visibilidade e influência social, conforme discutido, são marcantes por
evitarem a sensação de ostracismo e por gerarem capital social. Sujeitos com orientações mais
voltadas ao social, segundo o estudo, parecem não precisar tanto desse tipo de influência.
Entendemos, neste trabalho, que experimentos laboratoriais, como os aplicados por
Margetts et al. (2012), não abarcam a subjetividade inerente às ações coletivas, pois as
estudam, apenas, a partir de modelos artificiais. Estes estão longe, no ponto de vista aqui
defendido, de explicar plenamente a lógica do comportamento humano nas dinâmicas de
tomada de decisão em colaborar ou não com as ações coletivas. A carga de subjetividade e as
especificidades de cada contexto em que as ações desenvolvem-se são elementos importantes
para se pensar os engajamentos nas redes sociais móveis. Os elementos elencados pelos
paradigmas da Teoria da Mobilização Política e dos Novos Movimentos Sociais, como
cultura, identidade, valores, devem ser levados em consideração, sobrepondo o estudo das
lógicas mecânicas e utilitaristas. No entanto, neste momento, como este trabalho pretende
discutir questões estruturais das redes sociais móveis no âmbito da ação coletiva, fez-se
necessário transitar brevemente por tais abordagens teóricas, pois auxiliam na perspectiva
estrutural das ações coletivas.
Dessa forma, podemos salientar que a utilização de redes sociais móveis na campanha
presidencial estadunidense, em 2012, propiciou aos eleitores a possibilidade de interagir entre
si, demonstrando que o engajamento em ações coletivas é um dos fatores marcantes da
formação dessas novas tribos urbanas. Quando esses sujeitos passam a formar uma rede de
contato propiciada pela informação geolocalizada em espaços híbridos, a visibilidade tende a
ser ampliada, pois oportuniza que as ligações sejam expandidas e distribuídas dentro do
contexto da cibercidade. Sendo assim, a influência social é também intensificada, devido ao
fato de que as ações coletivas passam a fazer parte do contexto social do sujeito a partir da
informação agregada ao local onde este se encontra. Esses dois elementos (visibilidade e
influência), alinhados aos espaços híbridos, são capazes de impulsionar a participação coletiva
dos sujeitos na contemporaneidade.
Tais elementos podem ser vistos no engajamento dos sujeitos com a utilização do
Foursquare na campanha presidencial estadunidense de 2012. Como vimos, a propagação dos
emblemas que caracterizou a participação nas eleições (badge #ivoted) foi utilizada como
forma de incentivo ao voto. A visibilidade do badge e do check-in foi enfatizada como forma
de influência social perante os demais sujeitos, de forma a motivar a participação nas eleições.
A ação coletiva configura-se no momento em que a mobilização foi realizada em conjunto,
em tempo real, e o bem coletivo, neste caso foi a participação nas eleições de 2012.
Contextos como esse, nos quais as ações coletivas são potencializadas por redes
sociais móveis como o Foursquare, fazem-nos refletir sobre uma outra configuração nas
formas de agrupamentos e mobilizações sociais diante do ambiente comunicacional
contemporâneo, o qual tende a demarcar novos espaços de interação e de distribuição de
informações. As ações coletivas, conforme levantado por Margetts et al. (2012) passam a
contar mais facilmente - por meio da visibilidade e da influência social – com a colaboração
de sujeitos antes indispostos à cooperação com os grupos sociais (possivelmente free-riders).
Esses elementos, no ambiente das redes sociais móveis, parecem ser ainda mais significativos,
tendo em vista que a informação geolocalizada é capaz de intensificar as influências sociais
(constragimento e busca por prestígio), em razão de incluir outro elemento na equação: a
informação territorial sobre as ações dos sujeitos. Tal conhecimento pode tanto movimentar
sujeitos (mais) pro-selfs (pelo aumento do poder de persuasão social) à participação, quanto
mais pro-socials (devido ao valor atribuído à participação individual em contextos em que há
pouco engajamento).
Considerações finais
A intenção da discussão trazida por este artigo foi a de colaborar para a compreensão
do ambiente comunicacional e da mobilidade tecnológica em que estão (cada vez mais)
inseridas as ações coletivas. Como podemos observar, no contexto estadunidense, a campanha
para engajar os sujeitos durante as eleições, por meio do Foursquare, pode ter de fato
impulsionado estes à participarem, motivando os sujeitos a mostrar, em certa medida, que
estavam contribuindo e que faziam parte de uma ação coletiva que se formou quando cada um
por meio de um check-in, uma badge e talvez um comentário pode dar visibilidade ao seu ato
em tempo real.
Além disso, as novas tribos urbanas são bons indicativos de como é possível observar
as ações coletivas na sociedade atual. Por meio da informação geolocalizada em sites de redes
sociais móveis, as ações coletivas podem ser potencializadas e impulsionar manifestações
agregadas ao local e ao contexto, como no caso das eleições estadunidenses de 2012. É
importante consideramos que a utilização do Foursquare durante as eleições demonstrou a
capacidade que esta rede possui na difusão de informações geolocalizadas.
Inicialmente, trazemos a discussão teórica sobre a formação de espaços híbridos e das
novas tribos urbanas, que caracterizam o contexto social das cibercidades, enfatizando as
potencialidades promovidas pelos usos das tecnologias móveis de comunicação no que se
refere à participação social dos sujeitos, utizando-nos de autores como Green (2002),
Santaella (2007), Lemos (2007) e Rheingold (2002). Em seguida, para pensar a transformação
das dinâmicas da ação coletiva no “ambiente” das redes sociais móveis, trazemos as reflexões
de Bimber et al. (2005), Flanagin et al. (2006) e Margetts et al. (2012) sobre, entre outros
temas, a formação de uma comunidade-de-segunda-ordem, a aproximação entre informações
públicas e privadas e o papel da influência social e da visibilidade nessas redes como
motivadoras à participação em causas coletivas. Após, selecionamos como caso para ilustrar a
compreensão desses elementos teóricos, a ação de engajamento cívico de 2012, nos Estados
Unidos, a campanha I voted, organizada também via Foursquare.
Mesmo que rejeitemos a artificialidade nos estudos de Margetts et al. (2012), esses
autores trazem questões relevantes para pensarmos teoricamente a ação coletiva em redes
sociais móveis. Após o cruzamento teórico (espaço híbrido e ação coletiva) com o caso
ilustrativo (campanha I voted), discutiu-se sobre a intensificação da influência social das
informações publicizadas em rede e da visibilidade das ações individuais quando estas estão
associadas à informação geolocalizada. Assim, percebemos que o conhecimento sobre a
participação dos sujeitos em ações coletivas, territorialmente contextualizada, é capaz de
ampliar ainda mais a participação do sujeito ao engajamento social.
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