Curitiba/PR – Agosto de 2013
O Trabalho Social no SUAS
Assistência Social
ASSISTENCIALISMO
• Ligada à filantropia;
• Concepção culpabilizadora dos
indivíduos;
• Eventual, incerta, fragmentada.
• Com fim em si mesma;
• Sem capacidade para provocar
mudanças na vida dos cidadãos.
Assistência Social
DIREITO
• Ligada ao direito social e dever estatal;
• De responsabilidade do Estado na
Proteção Social;
• Concepção contextualizada das situações
em uma dada realidade social, histórica,
econômica,cultural e política;
• Voltada ao desenvolvimento individual,
familiar e coletivo;
• Contínua e transformadora
RECONHECIMENTO:
Do papel da família, suas necessidades sociais e de suas potencialidades;
Reconhece as necessidades individuais e coletivas e o papel do Estado na
promoção do acesso a direitos e no apoio à família em situação de
vulnerabilidade e risco social;
De que a família é espaço de cuidado e proteção, mas também é o espaço de
conflito e até mesmo violações.
Política de Assistência Social
MUDANÇA DE PARADIGMA NO BRASIL
Normativas e Legislações que estabelecem as atribuições específicas da Política de Assistência Social no Brasil
Lei Orgânica de Assistência Social (Alterada pela Lei 12.435/2011 que insere o SUAS na LOAS, pela Lei 12.470/ 2011 que altera a LOAS no que se refere à relação do BPC com a situação de trabalho e pela Lei 12.101/2009 CEBAS)
Constituição
Federal
1998 1993 2004
Política Nacional de Assistência
Social (PNAS/2004)
2012
2ª Norma Operacional Básica
do SUAS (NOB/SUAS)
Decreto nº 7.788,
de 15 de agosto de 2012 (novo Decreto
do FNAS)
2006
Norma Operacional
Básica de Recursos Humanos
(NOB-RH/SUAS/2006)
2009
Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais
Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
1ª Norma Operacional
Básica do SUAS
(NOB-SUAS)
2005
“A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de
Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada
através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da
sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.”
Responsável pela oferta serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais
Estruturada no Sistema Único de Assistência Social – SUAS
O que é Política de Assistência Social?
Política de Assistência Social - Finalidade
Proteção social de Assistência Social: segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia); segurança de acolhida; segurança de convívio ou vivência familiar e comunitária.
Política de Assistência Social - Finalidade
Segurança de sobrevivência: (pessoas com deficiência
incapacitadas para sua automanutenção; sem condição de se
manter pelo próprio trabalho; decorrência da idade; outras
ocorrências que as impeçam de obter condições de vida – ciclo de
vida; famílias extensas (número de filhos, monoparentais, etc);
deficiência e vivencia de situações de pobreza e indigência;
migrantes em situação de pobreza e indigência ou miserabilidade...
Segurança de Acolhida: materialidade da ausência da relação
familiar: inexistência de parentes; apartação; distancia física ou
emocional, prisão, desaparecimento ou fuga, presença de
violência, maus tratos, conflitos, precariedade, incapacidade por
dependência de drogas; por deficiência, por doença física ou
mental; obrigação de trabalho infantil legal e ilegal; ausência de
moradia; desastre com a moradia por incêndio, desabamento,
enchente, despejo, jovens grávidas sem aceitação familiar;
situação de rua, vitimas de abuso sexual; tráfico de pessoas; etc....
Política de Assistência Social - Finalidade
Segurança de convívio: com vivência em territórios degradados
com incidência de tráfico; drogadição ou práticas transgressoras;
étnicos com necessidades especiais e vivência de exclusão como:
indígena, comunidades de quilombos, fronteiras e incidência de
migração; pela presença de alcoolismo, drogadição, cumprimento
de pena; com crianças e adolescentes institucionalizados;
adolescentes grávidas; pela vivência de morte violenta de um de
seus membros; risco por viver em territórios degradados; sem
acesso a serviços de orientação e apoio; sem acesso a
oportunidades de convívio; de manifestação; de opinião;
necessidades de espaços públicos; em medidas socioeducativas
impedidos da frequência à ação socioeducativa qualificadas para
sua restauração ou reconstrução dos vínculos e de acolhida na
convivência familiar e comunitária;
S
U
A
S
Proteção Social Básica
Proteção Social de
Média Complexidade
Proteção Social
de Alta
Complexidade
Es
ca
la d
e r
isc
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vu
lne
rab
ilid
ad
e
- Acolhimento personalizado
- Resgate do convívio
-
- Acompanhamento Especializado
- Prevenção da institucionalização
-Fortalecimento das ações preventivas
- Fortalecimento de vínculos
O Trabalho Social no SUAS
O Trabalho Social no SUAS
Características históricas do Trabalho no campo assistencial:
- Voluntariado
- Precariedade
- Insegurança
- Descontinuidade
- Desregulamentação
- Visão fragmentada da realidade e descontextualizada do indivíduo/família
- Ações pontuais e imediatistas - Não promove transformação - Não desenvolve autonomia dos
sujeitos
Consequências: Rotatividade; Adoecimento; Baixa remuneração; intensificação do trabalho e pressão por produtividade; ausência de perspectivas; desmotivação; competitividade entre trabalhadores.
O Trabalho Social no SUAS
Política Nacional de Assistência Social/2004 e SUAS: resultado da luta pela constituição dessa área como Política Pública de responsabilidade do Estado, conforme a CF88.
Recomposição das bases materiais, políticas, financeiras e de recursos humanos necessários para responder, em termos de qualidade e quantidade, ao aumento da demanda social por bens e serviços públicos.
O Trabalho Social na área da Assistência Social é fundamental pois seu profissional é o seu principal recurso:
- Conhecimento e formação teórica, técnica e política e condições institucionais para realização do seu trabalho.
Desafio: Efetivação da Política e superação das condições precárias presentes no Trabalho Social
O Trabalho Social no SUAS
O trabalho Social no âmbito do SUAS tem papel fundamental no processo de transformação social.
Formação técnica, ética e política: compreender os processos e a realidade social em sua complexidade.
Construção de processos interventivos que promovam:
- O protagonismo dos usuários,
- Fortalecimento da prática democrática, participativa e inclusiva,
- E da cultura de direitos.
Ao favorecer a valorização do outro, o trabalhador social assume uma postura política, pois busca a mudança não somente de alguns aspectos da vida de um sujeito, como a provisão de
necessidades básicas. Busca mudanças na vida desse sujeito e do mundo em que se vive.
O Trabalho Social no SUAS Princípios Éticos para a oferta da Proteção
Socioassistencial no SUAS
A NOB-SUAS (2012) em seu Art. 6° define os princípios éticos na oferta da Proteção Socioassistencias, dentre eles:
- Defesa inconstitucional da liberdade, da dignidade da pessoa humana, da privacidade,
da cidadania, da integridade física, moral e psicológica e dos direitos socioassistenciais;
- Defesa do protagonismo e da autonomia dos usuários e a recusa de práticas de caráter
clientelista, vexatório ou com intuito de benesse ou ajuda;
- Garantia da laicidade na prestação e divulgação das ações do SUAs;
-Respeito à pluralidade e diversidade cultural, socioeconômica, política e religiosa;
- Combate às discriminações etárias, étnicas, de classe social, de gênero, orientação
sexual ou deficiência, entre outras;
- Garantia do acesso à informação;
- Reconhecimento do direito dos usuários a ter acesso a benefícios e renda;
- Garantia incondicional do exercício do direito à participação democrática dos usuários,
com incentivo e apoio à participação;
A efetivação do SUAS, com a qualidade e alcance almejados, passa pela
reconfiguração do Trabalho Social nesta área, no sentido de sua valorização, desfragmentação, profissionalização e formação técnica, política e ética.
O Trabalho Social no SUAS Princípios Éticos para a oferta da Proteção
Socioassistencial no SUAS - Acesso à assistência social a quem dela necessitar, sem discriminação social de qualquer
natureza, resguardando os critérios de elegibilidade e especificidades dos serviços,
programas e projetos;
- Simplificação dos processos e procedimentos na relação com os usuários, agilizando e
melhorando sua oferta;
- Garantia de acolhida digna, atenciosa, equitativa, com qualidade, agilidade e
continuidade;
- Prevalência de ações articuladas e integradas, para garantir a integralidade da proteção
socioassistencial.
O Trabalho Social no SUAS
Avanços legais:
• NOB-RH/SUAS: Destaca o caráter público da prestação dos serviços
socioassistenciais – Necessidade de Servidores Públicos.
• Lei 12.435/11: Art. 6°-E – Autoriza Estados e Municípios a utilizar
percentual do cofinanciamento federal para contratação de recursos
humanos para compor as Equipes de Referência do SUAS.
• PNEP-SUAS/2013 – Política Nacional de Educação Permanente do Sistema
Único de Assistência Social.
• Resolução CNAS n° 17/2011: Ratifica as equipes de referência e
reconhece as categorias profissionais de nível superior.
“A qualidade dos serviços socioassistenciais depende da estruturação do trabalho, da qualificação e valorização dos trabalhadores atuantes no SUAS.”
(NOB-RH/SUAS)
O Trabalho Social no SUAS Equipes de Referência
Referência: - Vínculo
- Postura ética / Escuta / Valorização do cidadão
- Continuidade
- Satisfação das Necessidades Sociais
O Usuário deve ter a segurança de: Acolhida, Convívio e Meios para o desenvolvimento de autonomia
“São aquelas constituídas por servidores efetivos responsáveis pela organização e oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de
proteção social básica e especial, levando-se em consideração o número de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de atendimento e as aquisições
que devem ser garantidas aos usuários.”
Atuação Profissional
envolve a compreensão da necessidade de um conjunto de conhecimentos
teóricos;
vinculada especialmente ao pensamento social;
que se objetiva na realidade particularizada por operações teóricas e práticas;
que possibilita atribuir novos significados explicativos, explorar as contradições
da realidade, reconhecer as relações de força e poder em presença, capturar
possibilidades e acionar processos de mudança e transformação;
que viabiliza a compreensão e a explicação dos processos sociais;
com crítica e capacidade de interferência na sua dinâmica;
Direcionado por valores e princípios vinculados a um projeto de sociedade
igualitária e democrática;
tendo como parâmetro principal os direitos entendidos como conquistas
civilizatórias.
Estratégias e Procedimentos técnicos adotados:
que requisitam processos de politização geral e modalidades
interventivas consistentes para as diferentes abordagens;
com impacto político e pedagógico nos projetos de vida;
que ativem núcleos e potencialidades na realidade cotidiana;
para favorecer patamares superiores de saberes e práticas com
protagonismo popular.
Trabalho Socioeducativo Profissional
privilegia a fala do usuário, a vivência coletiva e a troca de experiências;
com o objetivo de propiciar a construção de uma consciência crítica;
que possibilita ao indivíduo ou grupo a reflexão, a socialização no
cotidiano e a intervenção política nas relações locais e em outras
instâncias.
Quadro síntese dos serviços por nível de complexidade PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
1. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF
2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
3. Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas
com Deficiência e Idosas
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL
Média Complexidade
1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias
Indivíduos – PAEFI
2. Serviço Especializado em Abordagem Social
3. Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento de
medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC)
4. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com
Deficiência, Idosos(as) e suas Famílias
5. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua
Alta Complexidade
6. Serviço de Acolhimento Institucional
7. Serviço de Acolhimento em República
8. Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora
9. Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de
emergências
Trabalhadores da Gestão Municipal
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
Estatutários Celetistas Comissionados Outros
22,5% 21,5% 20,0% 15,7% 13,0% 13,5% 16,0% 16,7%
42,5% 42,2% 47,9% 48,0% 50,6% 49,3%
55,5% 56,8%
35,0% 36,3%
47,8%
36,3% 36,4% 37,2% 28,5% 26,5%
Superior
Médio
Fundamental
*Incluído os trabalhadores lotados no órgão gestor + unidades
Trabalhadores da gestão estadual
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
Estatutários Celetistas Comissionados Outros
28,8% 29,7% 30,2% 26,9%
8,4% 10,1% 16,7% 18,3%
38,9% 42,5%
53,1% 52,5%
45,9% 43,3%
41,5% 38,6%
32,3% 27,8%
16,7% 20,6%
45,7% 46,6% 41,8% 43,1%
Superior
Médio
Fundamental
Gestão Municipal – Nível Médio
TRABALHADORES DE NÍVEL MÉDIO, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO GESTÃO
0 5000 10000 15000 20000 25000
Auxiliar Administrativo
Limpeza e Conservação
Outras funções relativas ao apoio administrativo
Recepcionista
Motorista
Digitador
Segurança/Vigia
Cozinheira/Cozinheiro
Secretário(a)/Assistente
Auxiliar de Informática
Copeira/Copeiro
Office Boy
Telefonista/Operador de Call Center
Auxiliar de Contabilidade
20870
17912
11428
7735
7143
7082
7014
6400
3809
2517
2432
1000
943
901
Gestão Municipal
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000
Auxiliar Administrativo
Limpeza e Conservação
Outras funções relativas ao apoio administrativo
Digitador
Motorista
Recepcionista
Secretário(a)/Assistente
Segurança/Vigia
Auxiliar de Informática
Cozinheira/Cozinheiro
Copeira/Copeiro
Auxiliar de Contabilidade
Office Boy
Telefonista/Operador de Call Center
9100
5185
4489
4017
4000
3056
2372
1874
1313
1059
764
752
658
587
NÍVEL MÉDIO, LOTADOS NA ÁREA DE GESTÃO NA SEDE DO ÓRGÃO GESTOR, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO À GESTÃO
Gestão municipal
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Limpeza e Conservação
Auxiliar Administrativo
Outras funções relativas ao apoio administrativo
Cozinheira/Cozinheiro
Segurança/Vigia
Recepcionista
Motorista
Digitador
Copeira/Copeiro
Secretário(a)/Assistente
Auxiliar de Informática
Telefonista/Operador de Call Center
Office Boy
Auxiliar de Contabilidade
12963
12095
7370
5612
5184
4896
3347
3199
1859
1488
1326
420
392
208
NÍVEL MÉDIO, LOTADOS NA ÁREA DE GESTÃO DAS UNIDADES PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO À GESTÃO
Gestão municipal
0 5000 10000 15000 20000 25000
Orientador Social, Monitor
Facilitador de Oficinas
Cadastrador
Educador
Outras funções relativas ao apoio às atividades técnica
Cuidador Social
24361
12440
10770
9584
8672
4561
NÍVEL MÉDIO, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO ÀS ATIVIDADES TÉCNICAS
Gestão municipal
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
Cadastrador
Outras funções relativas ao apoio às atividades técnica
Orientador Social, Monitor
Facilitador de Oficinas
Educador
Cuidador Social
5479
2520
2310
1484
1081
373
NÍVEL MÉDIO, LOTADOS NA SEDE DO ÓRGÃO GESTOR, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO ÀS ATIVIDADES TÉCNICAS
Gestão municipal
0 5000 10000 15000 20000 25000
Orientador Social, Monitor
Facilitador de Oficinas
Educador
Outras funções relativas ao apoio às atividades técnica
Cadastrador
Cuidador Social
22190
11491
9024
6352
5457
4309
NÍVEL MÉDIO, LOTADOS NAS UNIDADES PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO ÀS ATIVIDADES TÉCNICAS
Gestão municipal – trabalhadores com deficiência – 1.324 com deficiência
701; 53%
328; 25%
171; 13%
93; 7%
31; 2%
Deficiência motora
Deficiência visual
Deficiência auditiva
Deficiência intelectual
Deficiência múltipla
OBRIGADO!
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Secretaria Nacional de Assistência Social
Departamento de Gestão do SUAS
Coordenação Geral de Gestão do Trabalho do SUAS
0800 707 2003