Distribuição Gratuita | Nº 1 | Maio/2008
www.pequi.tv
m a g a z i n e
Economia
Rural
Pág 10
Responsabili-
dade Social
Pág 16
Turismo
Surge um
novo canal de
comunicação
Pág 25
Econom
Rural
Pág
Rua Joaquim Felicio, 19 - Centro - Curvelo - (38) 3722-2158
Dissertar sobre o Pequi seria mais
do que um desafi o de descrever bota-
nicamente sobre seus dotes, sobre sua
importância como vegetal, como fruto
ou semente (afi nal há essa dúvida na
nossa cabeça de leigo no assunto). Seria
mais que apenas falar da sua enorme
relevância no conjunto da fl ora do cer-
rado brasileiro. Certamente seria como
que tivéssemos a responsabilidade de
descer na cisterna de nosso inconsciente
e buscar algo que se perdeu, ou que está
se perdendo, mas que incrivelmente ao
mesmo instante não perde sua força, sa-
bendo que mesmo na sua ausência ainda
existe uma forte presença.
E a presença do Pequi na nossa
vida é de fato marcante. Mesmo que
venhamos a apenas destacar no seu
lado folclórico, sua importância na nossa
gastronomia, como sabor exótico, sua
versatilidade em se fazer combinações
e seu poder afrodisíaco. Seria também
mais importante que saber dos seus
preciosos valores nutritivos, para os quais
tanto se dissertou como a “carne dos
pobres” do sertão. Seria também mais
importante até que reforçar o incansável
discurso ecológico e preservacionista ao
denunciar a ameaça do desmatamento
que o coloca no rol dos espécimes com
risco de extinção.
Talvez sua maior importância seja
a de um orgulho em que nós, nativos,
desse sertão, somos acometidos ao des-
cobrir que esse vegetal, de certa forma,
nos une. Até mesmo quando escutamos
desencontrados discursos críticos em tor-
no dessa preciosidade sertaneja. Quem
nunca teve a sensação de, ao dividir
um elogio ao Pequi como se fosse um
passaporte, uma senha de identifi cação
regional, se sentir realmente em casa? “Se
ele ou ela gostam de Pequi, então são
um dos nossos...”
Afi nal, sempre houve essa relação
com o fruto-caroço-semente de “amá-lo”
ou de “odiá-lo”. Seja pelo seu aroma pecu-
liar, seja pela difi culdade em degustá-lo.
O fenômeno se completa quando faze-
mos um certo mea-culpa acalentados
por uma manta de esperança de que mesmo
aqueles que “ainda” não o apreciam, um dia
descobriram essa chave do paraíso, esse selo de
qualifi cação, essa prova de amor inconsciente
às nossas raízes.
Esse lado temperamental da relação com
o Pequi faz parte do grande conjunto fi losófi co
contido nas entrelinhas naturalistas e ultra-
humanas do homem do sertão. Ele é polêmico,
rançoso, deliciosamente sedutor. Numa feira
nunca passará despercebido. O fato de ter o
cuidado necessário para não se ferir ao sabore-
ar-lhe uma dentada é quase uma metáfora da
natureza. Ela exige cautela em tudo, carinho em
tudo. Ela, por não dar saltos, não nos deixa per-
der o melhor e tão pouco irmos além dos seus
limites. São as regras do amor duradouro que
também não abre mão dos espinhos. Sempre
há uma castanha poderosa, poderosamente
protegida por ela, a natureza.
E, falando em metáfora, a primeira que
me veio à cabeça foi a do Pequi como o nosso
“ouro” do sertão. Nossa riqueza, muito menos
pelo seu lado “vil”, mas, sobretudo pelo que
ele mobiliza em torno de si como patrimônio,
como bem, como preciosidade, como sonho de
poder conceitual. Se o metal traz em si a mística
que os homens atribuíam ao vil-metal ama-
relo e sua reluzência, reproduzindo nele um
conceito de preciosidade, valor econômico e
certamente um símbolo de poder e excelência,
por que não fazermos o mesmo com o pequi,
mas agora de outra forma... ?
Que seja a forma inversa, a de anti-poder,
de ter em si um poder, mas justamente pela sua
fragilidade, generosidade e simplicidade, mas
de presença tão marcante em nossas vidas...
Se Guimarães Rosa fez isso em sua obra, se ele
reproduziu conceitos triviais de elementos da
nossa natureza como ícones de nosso imaginá-
rio, com replicações inconscientes muito maio-
res que os de visão curta poderiam alcançar,
por que não fazer o mesmo?
Portanto, que este magazine que se lança
hoje como publicação de forma homônima
seja agraciado com os conceitos mais precio-
sos que conseguirmos tirar dessa nossa nova
refl exão sobre o precioso Pequi. Que ele possa
servir de senha, de ponte, de referência a esta
e às futuras gerações sobre o que podemos
lembrar, divulgar e defender com delicioso bom
gosto, (sempre com gosto e aroma exótico, mas
sempre forte). E que venha a nutrir nossa alma
e potencializar a energia de nossos sentimentos
muito além dos conceitos banais e desavisados
daqueles que ainda não o souberam degustar.
Minha previsão é que ela, a revista, como
a fruta, vai ser tão resistente às críticas e ao
poder devastador do mercado e durar ainda
centenas de milhares de anos.
Vivam “a” e “o” Pequi!
Carlos Ribas, psicanalista, produtor e diretor de televisão.
04Quatro
05Cinco
Expediente
Agradecimentos
SumárioSumário
Diretor / Editor Responsável
Alexandre Benony
Jornalista ResponsávelAna Carolina Valdés Lucena
DRT 12.313
Diretor de Criação
Alexandre Benony
Diretor de ArteMauro Ribeiro Jr.
Minele Oliveira
Thiago Seba
Diagramação / Imagens
Mauro Ribeiro Jr
ColunistasCarlos Ribas, Mauro Ribeiro Jr.,
Silvio Ribas, Uriel Mortimer
Revisão
Newton Vieira
Fotografi a e tratamento digital
Oscar Santos
Departamento Comercial
Meire Sampaio
Publicidade
Meta Propaganda e Marketing - 38.3721-8081
Periodicidade
Trimestral
Impressão
Gráfi ca Guia Prático – Belo Horizonte
Atendimento ao Leitorwww.pequi.tv
38.3721-8081
A Revista Pequi Magazine não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios e
artigos assinados. As pessoas que constam no expediente não têm autorização
para falar em nome da Revista Pequi Magazine ou de retirar qualquer tipo
de material se não tiverem em seu poder autorização expressa do editor
responsável do expediente.
Caríssimos leitores,
Há alguns anos venho querendo criar um canal de comunicação em
Curvelo. Quando convidei Cacá(Carlos Ribas) pra discutirmos o assunto,
acabamos indo parar num boteco - eu, ele e Luiz Nelson(Dentista).
Minha idéia era fundar um jornal. Revista parecia sonho impossível,
caro, inatingível. No fi nal, convencido por Caca e Luiz, saí da conversa
sonhando de novo, desta vez ainda mais alto. É... a Pequi Magazine é
um sonho que está se realizando através de mãos voadoras, sonhadoras
de amigos que toparam arregaçar as mangas para juntos produzirmos
algo que pudesse fazer jus a um grande orgulho: Contribuir para o
desenvolvimento da nossa região da melhor maneira que conhecemos
com ética e responsabilidade social.
Obrigado Cacá, meu amigo Carlos Ribas - Produtor e diretor de TV!
Obrigado, Silvio Ribas - Jornalista!
Obrigado, Mauro – Diretor de Arte!
Obrigado, Thiago - Designer!
Obrigado, Minele - Designer!
Obrigado, Meire - Comercial!
Obrigado, Zé Alves – Jornalista!
Obrigado, Oscar – Fotógrafo!
Obrigado, Uriel – Sociólogo!
Obrigado, Idene - Colaboradora!
Obrigado, Juliana - Colaboradora!
Obrigado, Janaína – Colaboradora!
Obrigado, Sinara – Colaboradora!
Obrigado, Luiz Nelson - Colaborador!
Obrigado, June – Publicitária !
Obrigado, Marco Antônio – Editora Guia Prático!
Obrigado, muito obrigado ao nossos anunciantes!
Obrigado, enfi m a todos os nossos leitores e pessoas que direta ou
indiretamente contribuíram para que Pequi se tornasse uma realidade.
Alexandre Benony
Matéria de Capa
Jota Questpag 06
Economina Ruralpag 10
Políticapag 18
Culináriapag 22
Resp. Socialpag 16
Turismopag 20
Internetpag 24
Entrevista
Paulo Jr (PJ)pag 08
A Revista Pequi Magazine
é uma publicação da Meta
Propaganda, localizada à Rua
Riachuelo,45 – Centro
Curvelo – MG. 38.721-8081
www.agenciameta.com
Não seria nenhuma maldade nossa ou mesmo per-
cebermos mais um sintoma dos dias efêmeros de hoje, se
pensássemos que uma banda que ganhou rios de dinheiro
nesse último verão com seu “dês-créu-ssado” sucesso, tives-
se um certeiro destino chamado anonimato no verão do
ano que vem. Afi nal a célebre frase dos Titãs que dissertou
sobre a “melhor banda dos últimos tempos da última sema-
na” só poderia ser cunhada por uma banda que sabe o que
é permanecer anos após anos sem se desfazer ou mesmo
despontar do anonimato.
E também não será nenhuma novidade se nos pegás-
semos pensando, seja com uma pontinha de perversão
ou com o interesse elevado de aprendermos a receita da
longevidade, sobre o que faz uma banda sobreviver a tan-
tas armadilhas do mercado fonográfi co, dos humores do
dia-a-dia e, sobretudo, à chamada maldição do sucesso.
Nas artes geralmente o que faz perdurar anos após
anos uma obra ou uma carreira é a qualidade delas.
Já em se tratando do universo musical, onde os
exemplos são raros, como também os grupos e muito mais
ainda no segmento pop, só podemos entender que uma
banda venha a sobreviver depois de uma geração (normal-
mente a medimos por uma década) acolhendo a tese da
qualidade que se reforça.
Mas como medimos ou avaliamos esse conceito de
qualidade?... Bons músicos, boas composições, estrutura
de produção, comportamento de seus integrantes, enfi m...
Ainda continua o mistério. O mais próximo que consegui-
mos chegar é que esses caras que sobrevivem há mais de
uma década são, no mínimo, muito inteligentes, intuitivos
e, claro, gostam muito do que fazem e parece que gostam
de fazer juntos.
Conviver é muito complicado até para artista em
carreira solo, imagine cinco caras juntos nesses anos todos.
Egos em confl ito, dinheiro, manias, logística, neuroses e
todos os impasses afetivos, até mesmo as mulheres ajudam
muito a transbordar os cálices desse banquete de vaidades.
Aí é que entra a inteligência, nem que seja na abstração
ao trabalho, nem que seja na busca seletiva para eleger o
melhor de todos, num objetivo comum que é continuar na
estrada, fazendo discos e ajudando a cantar os melhores e
talvez menos melhores momentos das vidas das pessoas.
Assim é essa banda Jota Quest. Meninos que não en-
traram nas estatísticas do IBGE como oriundos das classes
menos favorecidas, mas também estão longe de serem
“mauricinhos”. Nem precisaram abraçar causas rebeldes,
nem se alinhar à estética da pobreza, nem mudar de estilo,
nem “melar a cueca” tanto, nem provocar escândalos. Ape-
nas trabalharam e continuam trabalhando muito para tirar
a moçada do chão e fazer background de vários romances.
A banda mineira talvez tenha escolhido a receita
certa para ter essa trajetória de sucesso há tanto tempo.
Certamente escolheram ser verdadeiros com seu público,
profi ssionais no trato do seu ofício como músicos, souberam
escolher as pessoas certas para trabalharem ao longo do ca-
minho, o lugar certo na hora certa e, claro, os sons, palavras e
atitudes certas para ouvidos, mentes e corações certos.
Mas também escolheram ser nacionais, com
referências internacionais, mas sem perder seu vínculo
regional. Não estou me referindo a parceria do Flausino
com Paulinho Pedra Azul e nem também pela sua musi-
calidade quando falo do regional. Afi nal, Minas não tem
nenhuma tradição no black-music-pop-rock-disco-funk
que os camaradas fazem tão bem. Mas Minas é sem
dúvida a pátria pop-rock nacional e os “Jotaquests” não só
resolveram morar, compor, gravar e continuar respirando
os ares mineiros por serem simplesmente os caras com as
“caras” dessa pátria. Talvez só aqui eles poderiam ser o que
são. Só Minas conseguiu dar o signo cosmopolita aos seus
movimentos mais relevantes, sejam os Inconfi dentes, seja
Guimarães Rosa, os caras do Clube da Esquina, Zuzu Angel,
Drummond...enfi m. Nossa marca regional é por natureza
vocacionada ao destino externo, de uma necessidade de
sair do refúgio das montanhas e das imensidões dos vales.
Afi nal o sertão é (ou não é) o mundo...
E falando em sertão, Curvelo – Portal do Sertão, terra
central do estado mais central e brasileiro desta nação,
é terra do baixista da banda, o Sr. Paulo Jr. E que saibam
os desavisados que esse rapaz, por mais famigerado que
seja como homem de “poucas palavras”, não tem nada de
menos no conjunto da obra dos “J”. Seus “Grooves” falam
demais e ele compõe barbaramente. PJ é sem dúvida um
dos maiores baixistas da música brasileira e é considerado
pelos críticos um dos três melhores do pop-rock nacional.
Basta prestar atenção no seu desempenho, que mesmo o
leigo percebe seu diferencial.
No mais, o J. volta depois de anos a Curvelo onde
fez seus primeiros shows antes da conquista do planeta
(além dos macacos) chamado Brasil. E certamente Marco
(Guitarra), Márcio (Teclado), Paulinho (Bateria), PJ (Baixo) e
Rogério (Vocal) voltaram a fi ta de seu documentário para
o momento inicial de suas carreiras e encontraram nessa
terra algo de signifi cativo. Nem que seja uma experiência
particular para o PJ de retornar à terra natal. Sei lá...acho
que estou fi cando bairrista no fi nal dessas palavras, mas
é também outro fenômeno da mineiridade, o chamado:
“sentido da espera de reciprocidade”. Como ele, vivo fora
de minha terra natal há anos e ora sinto o mesmo e sinto
que sentem o mesmo de mim. “Vivemos esperando... dias
melhores... dias de paz...”.
06Seis
Banda volta literalmente às origens. Faz show em Curvelo neste mês de Maio. Cidade que nos primórdios do “J.Quest” serviu de “cobaia” para seus primeiros shows. Essa experiência deu muito certo.
Por: Carlos Ribas
07Sete
Por Carlos Ribas
08Oito
1 – Paulo, conte pra quem ainda não sabe, a sua rela-
ção com Curvelo, suas lembranças, suas raízes e agora
seu retorno à cidade depois do seu consagrado sucesso
como artista.
PJ: Nasci em Curvelo e minha família é de lá como muitos
sabem. Fui para Brasília aos 05 anos, mas sempre passei férias
em Curvelo. Essa cidade tem um signifi cado muito grande para
mim, pois me considero 100% “Curvelano”. Hoje vou menos à ci-
dade devido a minha vida profi ssional. Não existe nenhuma fase
de minha vida em que Curvelo não esteja presente. Afi nal foram
tantos carnavais, passagens de ano e férias, que é impossível
não ter Curvelo na mente!
2 - Qual foi o primeiro som (música) que você lembra
ter escutado na sua infância que serviu como determi-
nante para sua carreira de músico. E por acaso foi em
Curvelo essa experiência?
PJ: Olha, meu pai, o saudoso “Paulo Botão”, era uma pessoa que
ouvia muita música. Através dele conheci de Elvis a Martinho da
Vila, mas o primeiro som que me chamou atenção foi a banda
Queen. Eu tinha 11 anos quando comprei meu primeiro disco
(LP) e foi o “Greates Hits” do Queen.
3 - Como descobriu seus dons musicais e por que
escolheu o baixo?
PJ: Minha mãe me matriculou na Escola de Música de Brasília
quando eu tinha oito anos. Lógico que não deu certo, pois não
dei continuidade. Aos meus 15 anos, devido ao sucesso das
bandas de Brasília como Legião, Capital, entre outras, eu me in-
teressei outra vez por tocar algum instrumento. Daí eu pedi um
baixo de Natal para meu pai e ele, como sempre, me apoiou em
tudo, me deu um daqueles bem baratinhos. Assim foi o “start”!
4 - Quais são suas referências musicais, suas infl uên-
cias?
PJ: Infl uências musicais digo eu que cada hora mudam, pode
parecer estranho, mas me infl uencio mais por um tipo de som do
que por baixistas hoje em dia. Gosto muito de Rock n’ Roll, Disco
Music e Funk. Talvez hoje me infl uencio por estilos musicais e
bandas como ‘Chic”, Red Hot Chili Peppers, Samba de raiz, Bossa
Nova, e por aí vai...
5 - Você compõe temas instrumentais. Pensa em
realizar um trabalho paralelo à sua carreira da banda
como gravar um CD?
PJ: Todos nós no “Jota Quest” compomos. Como sou baixista, to-
dos devem achar que é mais difícil para eu compor... Mas não...
Não tenho nenhuma difi culdade em criar. Quanto a um trabalho
paralelo, ainda não penso nisso, pois minha vida é 100% JQ.
6 - Conte para os curiosos a ver-
dadeira história dos primeiros
shows do “J”, dentre eles, os que
fi zeram em Curvelo, ou isso é
uma lenda? Teve nesses shows
alguma curiosidade que você lembra?
PJ: Nossa! Tocamos uma ou duas vezes em Curvelo, no Curvelo
Clube, acho que em 94 ou 95. Meu irmão Mário, junto com
patrocinadores locais nos trouxeram. No Curvelo Clube nem
chegamos a tocar no palco, tocamos naquele espaço ao lado
e juntamos mesas para servir de palco! Além disso, meu pai,
com pena de quem não podia pagar, colocou muita gente para
dentro... He He! Quando me lembro disto, vejo como é bom
termos um sonho na vida e lutarmos por ele. Graças a meu pai,
que sempre me deu apoio, cheguei aonde cheguei. Ele sempre
dizia: “Não me importa o que você vai ser, lixeiro ou doutor, mas
seja o melhor que você puder”! Já dizia Paulo Botão!
8 - Sucesso consolidado há mais de uma década, reco-
nhecimento de público e crítica. Aonde a banda pensa
chegar? Ainda mais longe? Literalmente fazer sucesso
no exterior?
PJ: Tocamos várias vezes fora do Brasil, mas a Língua Portugue-
sa limita muito o poder de fogo dos artistas nacionais. Concordo
que isto não seja um problema, mas carreira Internacional
ainda é um sonho e vamos chegar lá sim, pode escrever isto aí...!
Já tocamos em NY, Boston, Miami, Newark, Londres, Lisboa, etc.
Quem sabe num futuro próximo seremos World Wide Stars?
9 - Guimarães Rosa é talvez o maior nome da literatura
brasileira com tanta proximidade com nossa realidade
regional. Nesse ano de seu centenário de nascimento,
você como o sertanejo (nascido no sertão das Gerais) e
componente de uma das mais importantes bandas da
história do pop-rock do Brasil, vê a possibilidade de ter
no repertório futuro do Jota Quest alguma referência
do Guimarães ou de sua obra?
PJ: Nossa, sou muito fã dele. Nossa família tinha um sitio na
estrada de Cordisburgo e várias pessoas mais velhas sempre
contavam casos do Guimarães Rosa. Nunca pensei nisto, mas
sabe que é uma boa idéia...!?
10 - Para encerrar, Paulo, Curvelo, terra de Alceu Pen-
na, Zuzu Angel, Lúcio Cardoso, Ângelo Antônio, Paulo
Jr, dentre outros talentos criados aqui, o que você acha
que a cidade, as instituições e, sobretudo, a população,
devem fazer para cuidar mais de seus valores artísticos
e culturais, para que amanhã possamos ver mais no-
mes expressivos como esses que citamos em destaque
na cultura nacional?
PJ: Olha, sempre cito estes nomes, pois acho a cultura de Curve-
lo muito forte e abrangente. Apesar de achar que o sucesso não
depende de onde você veio, mas sim de para onde você quer ir.
Acho que o valor de Curvelo para Minas e para o Brasil é muito
grande. Nunca conversei com o Ângelo Antônio, mas o admiro
muito. Eu o considero um dos atores brasileiros de maior carga
dramática que já vi. Ele realmente é um talento à parte. Zuzu
nem se fala, né !? Meus amigos, Curvelo realmente é um lugar
muito especial onde talento e Sol batem muito forte! Para onde
tenha Sol... é para lá que eu vou (e volto)!
A revista PEQUI conseguiu uma entrevista exclusiva com PJ, baixista do Jota Quest. Confi ra
abaixo essa entrevista que nos trouxe informações muito além das curiosidades triviais em
torno de um “Pop Star”. Uma declaração de amor a sua cidade natal e outras tantas revela-
ções afetivas que devem ser motivo de orgulho para os Curvelanos e sertanejos da região.Por: Carlos Ribas
oucas cidades no mundo
têm uma história tão in-
terligada à pecuária como
Curvelo. O vilarejo fundado
no século 18 por um portentoso e inco-
mum criador de gado – o padre católico
Antônio Corvelo de Ávila – ainda hoje
é um dos municípios de destaque na
região central de Minas Gerais. Chegou
a ser capital brasileira dos zebuínos, e as
marcas desses tempos de glória estão
até na bandeira curvelana, que ostenta
uma cabeça de boi, símbolo da riqueza
local. São lucros obtidos a ferro e fogo,
mas que também partilham um pouco
da cultura sertaneja, do jeito audacioso
de vencer desafi os.
Passados mais de 300 anos, a
tradicional atividade econômica que
ajudou, junto com a mineração, a mol-
dar Minas Gerais, percorre novas trilhas
no sertão de João Guimarães Rosa, em
busca de oportunidades e sondando
futuros. Os números que interessam
agora não são necessariamente os das
cabeças de animais, mas os índices de
produtividade e qualidade genética. A
paisagem que se admirava com binó-
culos no passado vai dando lugar aos
horizontes vistos pelos microscópios de
modernos laboratórios do agronegócio.
Mas além da mudança de foco e
tecnologia, o Brasil campeão mundial
na exportação de carnes exige de seus
pecuaristas nas mesas de negócios a
mesma coragem que têm os vaqueiros
ao segurar um boi desgarrado. Alta dos
preços das matérias-primas, barreiras
comerciais de todo tipo e necessidade
de manter a sanidade animal em dia são
alguns dos desafi os encarados por em-
presários da região. Uma sintonia fi na
entre produtores, entidades de classe e
governos é obrigatória.
Os currais mineiros no geral ainda
têm de vencer problemas históricos,
como a necessidade de agregar valor e
mudar a realidade de se vender a maio-
ria de seu gado para fora das divisas
“em pé”, ou seja, antes do abatedouro.
Alguns avanços foram obtidos nos 28
municípios da região de Curvelo graças
à capacitação de órgãos como Empresa
de Assistência Técnica e Extensão Rural
do Estado de Minas Gerais (Emater-MG)
e Empresa de Pesquisa Agropecuária de
Minas Gerais (Epamig), além de pro-
gramas como a Assistência Técnica e
Extensão Rural (Ater).
NIÃO EUROPÉIA – De
volta aos desafi os maio-
res, a União Européia (UE)
suspendeu a importação
de carne brasileira a partir de 1º de
fevereiro, após rejeitar uma lista de 2.681
propriedades apresentadas pelo gover-
no brasileiro como aptas a exportar. Em
dezembro, o bloco econômico já havia
restringido a 300 o número de exporta-
dores, sob a desculpa de defi ciências na
certifi cação e rastreamento de origem
do gado. Os europeus condicionam o fi m
Sílvio Ribas*
10Dez
do embargo à plena adoção de medidas
de rastreabilidade (histórico do gado, ca-
beça por cabeça) e certifi cação bovina. As
importações só voltaram a ser autorizadas
em 27 de fevereiro, mas, mesmo assim, só
para poucas fazendas com certifi cação.
A bancada ruralista da Câmara dos
Deputados vem reagindo com fi rmeza
às críticas da Comissão de Agricultura e
Desenvolvimento Rural do Parlamento
Europeu em relação à carne do Brasil. Os
parlamentares defendem a qualidade do
produto nacional e lembraram nunca ter
havido no País casos da doença da vaca
louca, como na Europa. A questão é que
o Brasil, com mais 180 parceiros comer-
ciais, se tornou praticamente imbatível.
Com razões econômicas e não sanitá-
rias, o embargo da UE à carne brasileira
revela uma competição na qual o preço e
o volume da carne brasileira se impõem.
Isso, contudo, não signifi ca que o País
possa se dar ao luxo de descumprir as
regras de saúde animal. O descuido já
provocou desastres comerciais. Simples
falhas em controle de divisas deixaram
Estados inteiros fora de um mercado
mundial lucrativo e que, com a ascensão
dos gigantes asiáticos China e Índia, além
da Rússia, promete ainda mais.
Os parâmetros sanitários do Brasil são
baseados em normas internacionais. O
transporte para os frigorífi cos é todo
monitorado, e os animais destinados ao
mercado exterior são também inspe-
cionados pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa). A
determinação segura da origem da carne
por meio de um “passaporte” que registra
toda a movimentação do gado, a ras-
treabilidade, já se tornou algo rotineiro.
O “brinco” identifi cador virou acessório
corriqueiro de bois e vacas.
Há ainda controle da movimentação de
animais no Brasil, feita com a autorização
do Mapa e exigência da nota fi scal do
transportador nos postos de fi scalização.
Animais marcados com o símbolo ou as
iniciais da propriedade rural ou do pro-
dutor garantem mecanismo seguro de
controle de origem. Pelo acordo fecha-
do com a UE, os Estados também serão
responsáveis pelas auditorias das pro-
priedades que pretendem exportar carne
bovina in natura para o bloco econômico.
A medida foi publicada no Diário Ofi cial
da União no dia 2 de maio, por meio
da Instrução Normativa da Secretaria
de Defesa Agropecuária do Ministério.
Além dos fi scais federais agropecuários,
11Onze
veterinários dos órgãos de defesa
agropecuária dos Estados e do Distrito
Federal poderão avaliar o sistema de
certifi cação e os procedimentos das
certifi cadoras credenciadas para che-
car se há conformidade com o sistema
de rastreabilidade (Sisbov).
REÇOS – A atual elevação
no preço da carne bovina
– que dos cerca de R$ 47
por arroba em 2007 pas-
sou para cerca de R$ 80 – deve-se à
recuperação do mercado interno, mas
também aos valores das rações cota-
das internacionalmente. A carne de
frango e a suína usam farelo de grãos
como matéria-prima da ração, sendo
afetadas pelo aumento dos preços das
matérias-primas agrícolas. No caso da
carne bovina, o principal custo des-
se aumento seria a alimentação dos
13Treze
rebanhos, sobretudo no exterior, onde
há maior confi namento. No Brasil,
apenas 10 milhões das 170 milhões
de cabeças fi ca em regime fechado,
quando os animais se alimentam com
ração. O restante é criado extensiva-
mente, nos pastos.
A Europa pressiona para tentar forçar
uma queda do preço do produto no
mercado mundial, mas é difícil implan-
tar a rastreabilidade nos moldes exi-
gidos pelos europeus num país como
o Brasil onde quase todo o rebanho é
criado ao ar livre. Caso consiga supe-
rar esses obstáculos, o País tem largo
horizonte à frente, pois ainda está fora
de metade do mercado mundial. E
não alcançou consumidores atrativos
como os dos Estados Unidos, Canadá,
Japão e Coréia do Sul – justamente
os que melhor remuneram em todo o
mundo.
Ingred, nossa personagem, é aluna do CPCD e uma das muitas crianças bene-ficiadas através das ações sociais promovidas pela CEMIG e empregados.
A energia da CEMIG é uma grande força para o desenvolvimento da nossa região, mas a CEMIG vai além, ela também gera, transmite e distribui
bem-estar social.
m,
As transformações sócioeconômicas dos últimos
20 anos têm afetado profundamente o compor-
tamento de empresas até então acostumadas à
maximização do lucro. Mas, se, por um lado, o setor
privado cada vez mais se especializa em geração de
riqueza; por outro lado, é bem sabido que com gran-
de poder, vem grande responsabilidade.
Com o surgimento de novas demandas e maior
pressão por transparência nos negócios, empresas
se vêem adotando uma postura mais responsável
em suas ações: a responsabilidade social que anda
de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento
sustentável. Essa atitude responsável em relação
ao ambiente e à sociedade é capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender às necessidades das futuras
gerações. Um desenvolvimento que não esgota os
recursos para o futuro. Essa talvez seja a principal
defi nição para o Desenvolvimento Sustentável.
Esse desenvolvimento não só se refere ao am-
biente, mas, por via do fortalecimento de parcerias
duráveis, promove a imagem da empresa como um
todo e, por fi m, leva ao crescimento orientado. Uma
postura sustentável é por natureza preventiva e pos-
sibilita a prevenção de riscos futuros, como impactos
ambientais ou processos judiciais.
Independentemente de sua área de atuação, em-
presas estão se esforçando para conseguir a atenção
do “novo” consumidor e para satisfazer suas deman-
das. Mas quem é esse “novo” consumidor? Ele é, antes
de tudo, informado, consciente e preocupado com
todos os aspectos dos produtos que consome. Está
atento não somente ao produto fi nal, mas também à
forma como foi produzido e à responsabilidade social
da empresa que o produziu.
Curvelo tem dado passos largos por meio de pes-
soas e empresas que atuam no sentido de cumprirem
responsavelmente o seu papel investindo recursos
em projetos sociais.
Procurando criar condições para, juntamente
com seus empregados, atuar em tais projetos, a CE-
MIG criou em 2000 o Programa ASIN – Ações Sociais
Integradas, buscando proporcionar às pessoas e/ou
comunidades a oportunidade de serem protagonis-
tas de seu desenvolvimento.
O objetivo do Programa ASIN é transformar as
comunidades em parceiras e a vontade de ajudar
(voluntário) em iniciativas produtivas e bem direcio-
nadas, contribuindo para a melhoria da qualidade
de vida das comunidades, oferecendo informações
e ferramentas para que os programas propostos
tornem-se independentes e auto-sustentáveis.
E foi através do projeto AI 6% - que incentiva
os empregados da CEMIG a repassarem até 6% do
Imposto de Renda Devido para os Fundos da Infância
e Adolescência – FIAS e do repasse do 1% do IRPJ da
CEMIG, para as instituições cadastradas no Conselho 16Dezesseis
Municipal da Criança e da Adolescência –
CMDCA, vários projetos sociais de entidades
de nosso município e região vêm sendo
atendidos.
O objetivo geral é estimular, organizar e
apoiar a participação voluntária dos empre-
gados da CEMIG nas iniciativas sociais que
contribuam para melhoria de qualidade de
vida das comunidades e atender às institui-
ções que possuam projetos sociais desenvol-
vidos de forma sustentável.
Entidades de Curvelo como: APAE, Cen-
tro Social Achilles Diniz Couto (Projeto Irmã
Mônica), Sopro de Vida e CPCD, bem como a
ABC - Associação Benefi cente Cristã de Pira-
pora, APAE de Três Marias e Associação dos
Pequenos Artesãos de Três Marias são bene-
fi ciadas pelo programa desde sua criação. E
como os projetos têm gerado muitos frutos e
com o aumenta da demanda das entidades,
a cada ano os repasses vêm aumentando.
Em 2007 foram repassados pelos em-
pregados da CEMIG de Curvelo e região um
montante de mais de R$ 20.500,00 (Vinte mil
e quinhentos reais). Da CEMIG foram doados
R$ 40.000,00 (Quarenta mil reais) para os
FIAS de Curvelo, Pirapora e Três Marias.
Estas doações são direcionadas para as
contas do FIA dos municípios, e os Conse-
lhos Municipais da Criança e do Adolescente
– CMDCA’S repassam para as entidades que
são indicadas pelos empregados da CEMIG.
Os recursos são utilizados pelas enti-
dades para custear os projetos sociais que
foram aprovados pela CEMIG. Vários projetos
e melhorias já foram concluídos, desde o
início do programa, como ampliação de salas
e ofi cinas de artesanato, sala de informática,
construção de rampas de acesso de defi cien-
tes, salas de telemarketing, quadras, material
para uso em atividades de lazer e recreação,
bolsas de estudo para ofi cinas de artesanato,
etc.
No fi nal de cada ano, estas entidades be-
nefi ciadas apresentam a prestação de contas
dos recursos doados, para a apreciação da
CEMIG e dos seus empregados.
Além de proporcionar às crianças e
adolescentes, atendidos por estas entidades,
a oportunidade de educação, lazer, cultura e
cidadania, o produto realizado por estes jo-
vens, ou seja, o artesanato, é difundido entre
os empregados e em toda a empresa.
Ou seja, além de proporcionar um futuro
melhor para os jovens da nossa comunidade,
a CEMIG tem incentivado a cultura da nossa
região.
Por que então não dizer, aproveitando
o slogan da empresa: São ações como essas
que fazem da energia da CEMIG, a melhor
energia do Brasil?
Fontes:
http://www.wwf.org.br/
http://www.responsabilidadesocial.com/
Colaboração
Janaina Mendes dos Santos
17Dezessete
POLITICAGEM
POLITICA
&A PALAVRA POLÍTICA
que vem do grego antigo politeía tinha relação
com tudo que se destinava a pólis (cidade-esta-
do). Mas para uma melhor compreensão do que
seja realmente a política, é importante enten-
dermos algumas abordagens feitas por fi lósofos
e cientistas políticos sobre o tema. E ainda, para
esquentarmos um pouco mais a já apimentada
questão, que tal abordarmos a tão falada “politi-
cagem”?
Vamos partir assim de Aristóteles. Este
pensador escreveu uma obra intitulada “A
política”, onde analisa o estado como sendo algo
natural, ou seja, algo que faz parte na natureza
humana para que se viva em sociedade. De acor-
do com o fi lósofo, “toda cidade é uma espécie de
associação, e toda a associação se forma tendo
por alvo algum bem...” (p.13); este bem comum
para ele seria a cidade política. Tem-se que a
política seria uma forma de se estar na cidade, de
ser membro e de decidir as coisas de interesse
comum aos cidadãos1. Não se pode deixar de
observar, porém, que: ser cidadão na época de
Aristóteles era só para aqueles que faziam parte
de uma elite local, alguns poucos ricos deten-
tores de “posses”, bens que os dignifi cavam a
estarem em condições de fazer “política”.
Vamos avançar no tempo, século XVI. uma
inovação política vem a partir de Nicolau Ma-
quiavel (1469-1527). Com este grande pensador,
nasce a ciência política moderna. Sua obra “O
Príncipe” (1513) explicava como o governo deve-
ria ser exercido e como ele era de fato. Na prática,
o livro é um manual em que são apresentadas as
condutas necessárias a um bom governante para
alcançar e se manter no poder.
De acordo com o fi lósofo político italiano
Norberto Bobbio (1909-2004), durante séculos o
termo política foi empregado para indicar obras
dedicadas ao estudo daquela que seria a esfera de
atividade humana que de algum modo faz referên-
cia às coisas do Estado. Nesse
sentido, assim como Maquiavel
indicou, Bobbio também fará
referência ao Poder. Mas o que
realmente é o poder?
De acordo com defi nições de vários cien-
tistas políticos e fi lósofos, “Poder” seria a proba-
bilidade ou possibilidade da imposição de uma
autoridade. Consiste nos meios para se obter
alguma vantagem e levando-se em consideração
Bobbio, o mesmo expõe que “o poder não é fi m,
mas o meio para se obter alguma vantagem ou
os efeitos desejados”, isto em relação a alguma
situação para o interesse de todos.
O poder político é algo que se funda sobre
a posse dos instrumentos que serão utilizados
para o exercício da força e segundo Bobbio (2000),
o fato de o dirigente do estado possuir o seu uso,
ou seja, o uso da força não signifi ca, porém, que o
poder político se resuma à utilização da mesma.
Para o fi lósofo italiano, a força seria uma condição
necessária, mas não sufi ciente para a existência
de poder. Um governante não consegue atingir
os objetivos do Estado, ou seja, a sua direção, se
utilizar apenas a força. É evidente a necessidade
do consenso, sendo este de suma importância
para que as coisas do Estado fl uam em condições
de uma boa governabilidade.
“O PODER NÃO É FIM,
MAS O MEIO PARA SE
OBTER ALGUMA VAN-
TAGEM OU OS EFEITOS
DESEJADOS”
O pensador Antônio Gramsci, em seus
escritos demonstra que apenas o consenso
poderá fazer com que um governo funcione; mas
é importante salientar a idéia de que apenas a
classe trabalhadora poderia dirigir o Estado, e
que a Educação é o único meio de preparação
daquela para o alcançe do poder, para se torna-
rem a classe dirigente.
Falar em política é algo extremamente
complexo. Não é à toa que temos a ciência
política que é uma das ciências sociais respon-
sáveis por nortear; mostrar através da história e
de teorias políticas, a verdadeira intenção de se
governar e de exercer o poder em um Estado.
O sociólogo Max Weber, em seus escritos,
ao discutir política e moral, expôs que “A política
e a moral têm em comum o domínio sobre o qual
se estendem, que é o domínio da ação ou da
práxis humana”. Em outras palavras, Weber quis
mostrar a existência de uma relação intrínseca
entre ambas: política e moral. Aquilo que é obri-
gatório em moral, nem sempre o é em política.
Agora sim, podemos partir para um paralelo
entre o que é política e o que é a politicagem.
De acordo com o dicionário Koogan/Hou-
aiss, politicagem é: “política reles e mesquinha de
interesses pessoais. / Atos de politiqueiros.”. en-
quanto na política verdadeira o objetivo mestre
é atender aos interesses do Estado e às necessi-
dades dos cidadãos, o que não ocorre quando há
politicagem.
O Brasil é um bom exemplo de Estado
onde se pratica a politicagem de forma assus-
tadora. É claro que ações desta natureza aqui
abordada não são exclusividade nacional; em
qualquer Estado do mundo é possível encontrar
indivíduos que agem em conformidade aos seus
próprios interesses.
Na mídia brasileira, sempre são mostradas
situações de cidadãos que ao se elegerem para
cargos públicos passam a não praticar a política,
mas, ao contrário, tomam o Poder como simples
meio de satisfação pessoal, de enriquecimentos
ilícitos. No fi nal de tudo, fi ca a idéia de impu-
nidade e de insatisfação da população frente
a atitudes que vão de encontro à moralidade
estabelecida. Lembrando aqui Max Weber, em
política nem sempre moral é aquilo estabelecido
culturalmente na sociedade.
A verdade é que política é arte, é a arte de
governar, é arte de respeitar o objetivo princi-
pal que é atender aos anseios e necessidades
dos cidadãos e ao mesmo tempo conseguir um
consenso para que a governabilidade alcance os
objetivos do Estado.
Fato importante de se observar é a rela-
ção existente entre política e politicagem. Ambas
possuem características que as tornam peculia-
res; a primeira visa ao bem comum de todos, ao
passo que a segunda, a interesses pessoais.
18Dezoito
Neste ano de 2008, teremos a escolha de
nossos novos governantes, ou mesmo a manu-
tenção de cidadãos nas prefeituras e câmaras
municipais de todo o Brasil. É importante pres-
tarmos bastante atenção nos candidatos que
se apresentarão à concorrência aos cargos pú-
blicos de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores
para não cairmos em “armadilhas” de promessas
falsas que não serão cumpridas; de escolhermos
pessoas que têm apenas o interesse de praticar
a politicagem.
“Abra os olhos”, cidadão. Escolha bem
seu candidato; não se iluda com promessas
de emprego, de benefícios, de utensílios e
presentes ganhos em períodos de campanha.
Seja cidadão de verdade e faça suas escolhas
amparadas na transparência, na legalidade e no
compromisso de uma política de fato.
-Aristóteles. A política. Editora Escala. Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal – Vol. 16.
-BOBBIO, Norberto; BOUERO, Michelangelo (org). Teoria Geral da Política: a fi losofi a política e as lições dos clássicos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
-GRUPPI, Luciano. O conceito de hegemonia em Gramsci. 4 ed. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1978.
-KOOGAN/HOUAISS. Enciclopédia e Dicionário Ilustrado. Rio de janeiro: Edições Delta.
-MAAR, Wolfgang Leo. O que é Política?. 15 ed. Editora Brasiliense, 1993.
-Maquiavel, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Editora Cultrix, 2001.
-QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira; OLIVEIRA, Maria Gardênia Monteiro de. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2 ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
* Sociólogo (Bacharel em Ciências Sociais) pela UNIMONTES; Especialista em Pedagogia Empresa-rial pela PUC Minas. Atua como Pesquisador Social e Professor Assistente na UNIPAC-Curvelo e na Faculdade de Administração de Curvelo. E-mail: [email protected]
1- Não será o objetivo do texto discutir a noção de cidadania. Porém, cidadão na Antiguidade grega “é aquele cuja especial característica é poder participar da administração da justiça e de cargos públicos.”
19Deznove
Você exige qualidade.A Moto Fire faz questãoabsoluta de atender.
A Moto Fire acaba de aumentar as instalações da sua moderna oficina proporcionando mais qualidade, conforto e agilida-de na entrega da sua moto.
Primeiro Circuito Turístico baseado em literatura, o Circuito
Turístico Guimarães Rosa é destinado àqueles que querem ver,
no sertão mineiro, os cenários da obra e vida de João Guimarães
Rosa. Pelos caminhos do sertão, apreciam-se o engenho e a arte
de viver do sertanejo, o som das violas e do berrante, as festas
tradicionais, cavalgadas, passeio de barco pelo Rio São Francisco
e ainda Encontros Culturais inspirados nos contos do escritor.
É formado por Araçaí, Buritizeiro, Cordisburgo, Corinto, Cur-
velo, Felixlândia, Inimutaba, Lassance, Morro da Garça, Pirapora,
Presidente Juscelino, Três Marias e Várzea da Palma, terras de
todas as histórias e estórias, e cada município tem as suas para
contar. Alguns começaram o seu aldeamento às margens de rios,
como o São Francisco e seus afl uentes; outros, onde os tropeiros
e boiadeiros paravam para descansar, surgindo ranchos; ou ain-
da ao longo da Estrada de Ferro. Todas com suas peculiaridades,
riquezas e características comuns do bem receber.
Dentre os variados atrativos que identifi cam o Circuito, des-
tacam-se o Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo (terra
natal do escritor), com a presença dos Contadores de Estórias
Miguilim, que narram trechos das obras nos locais onde as estó-
rias se passam, a Gruta do Maquiné; o Memorial Manuelzão, no
distrito de Andrequicé - município de Três Marias, com o acervo
das estórias e da vida do lendário vaqueiro; o Morro da Garça,
morro testemunho e cenário do conto “O Recado do Morro”, de
João Guimarães Rosa, “belo como uma palavra”. Alguns outros
atrativos presentes no sertão roseano também são destaques
pelo seu grande valor histórico, como: o Memorial Carlos Chagas
em Lassance, berço da pesquisa do cientista; o vapor Benjamin
Guimarães em Pirapora , a Igreja de Pedra em Barra do Guaicuí,
município de Várzea da Palma, a imagem de Nossa Senhora da
Piedade (atribuída a Aleijadinho), em Felixlândia e, em Curvelo, a
Basílica de São Geraldo, 2ª no mundo e única na América do Sul.
A culinária da região é envolvente e tipicamente mineira,
cujo sabor, cheiro e modo de fazer trazem à mesa a singela
herança sertaneja.
Circuito Turístico
Guimarães Rosa
Quem não sente saudades de sabores,
gostos e cheiros que nos acompanham
em nossas mais gostosas lembranças?! O
cheiro do café novinho invadindo toda
casa pela manhã, o cheiro da chuva,
da terra molhada, daquele feijãozinho
temperado no alho que só na cozinha de
casa a gente encontra igual.
São muitos sabores e odores agindo
como elementos de evocação da memó-
ria, estimulando a imaginação e desen-
cadeando emoções que se materializam
em importantes elos entre o nosso
ontem e o nosso hoje.
O sertão de João Rosa é chefe de uma
das principais receitas de sucesso da
natureza: o Pequi. Nenhum fruto do cer-
rado tem sabor ou odor mais incontestá-
vel, mais inconfundível. Forte ao ponto
de não se poder discutir: ou se ama ou
se odeia. Pois quando então de amor é o
caso, por natureza já de nascença é fi el e
verdadeiro, de união indissolúvel.
Quem ama o pequi, todo ano espera
com saudade o seu tempo de fartura e
normalmente guarda como preciosidade
o “ouro do cerrado” armazenado no frízer
de casa. Pois quem então tiver esse te-
souro guardado terá agora a oportunida-
de de fazer com ele um prato realmente
diferente de tudo que já se ouviu falar na
culinária. Um prato que bem poderia se
tornar um grande sucesso em qualquer
mercado do mundo gastronômico nacio-
nal e, por que não, internacional.
A PEQUI, é claro, não poderia deixar de
publicar uma receita produzida com o
nosso homônimo, ou melhor dizendo,
uma receita produzida com o fruto que,
por representar culturalmente nossa re-
gião, deu nome a essa revista que almeja
ser considerada um produto de integra-
ção regional.
Fizemos assim um convite à nossa amiga
Cida Cabral(Bistrô) para criar, com o
pequi, algo que fugisse do convencional.
E vejam no que deu: Cida foi realmente
fundo na questão. Criou especialmente
para você, leitor(a) dessa nossa edição
histórica de lançamento, um prato refi na-
do, de incontestável sofi sticação, decora-
do de maneira singular, proporcionando
uma degustação visual fantástica e uma
consubstanciação de aromas e sabores
absolutamente incomuns. Parabéns,
Cida! Você simplesmente arrasou.
Agora ė com você, querido(a) leitor(a).
Delicie-se!
Alexandre Benony
22Vinteedois
10 pequis cozidos e picados em lascas1.
Reservar 1 xícara de chá do caldo do cozimen-2.
to de pequi
2 dentes de alho picado3.
1 cebola pequena ralada4.
2 pedaços de palmito 5.
200 gr de mandioca cozida6.
300 gr de fi lé mignon7.
1 xícara de chá de leite de coco8.
2 colheres de azeite9.
1 colher sobremesa de manteiga10.
Cortar o fi lé em isca, temperar e fritar em óleo 1.
quente. Reservar.
Amassar a mandioca, derreter a margarina em 2.
uma frigideira, juntar a mandioca e o leite de
coco, 1 colher de cebola ralada. Verifi car o sal
e reservar.
Fritar o alho no azeite, juntar a cebola ralada, 3.
o caldo do cozimento do pequi, as lascas de
pequi. Verifi car o sal e reservar.
Em um prato colocar o palmito, o pirê de man-4.
dioca, o fi lé e acrescentar o molho de pequi,
salpicar salsa.
Rende 12 porções.5.
23Vinteetrês
Rua Juvenal Borges, 160 - CentroCurvelo/MG - 38.3721-6101
A TREINAR, além de ser uma escola de informá-
tica referência para os curvelanos, desenvolve um
trabalho pouco divulgado, mas muito valorizado por
aqueles que se benefi ciam dele: o TREINAR SOCIAL,
que é o desenvolvimento de projetos voltados para a
valorização humana.
O início do TREINAR SOCIAL deu-se quando a
empresa, em sua sede, durante 2 dias, realizou trabalho
para atender 72 crianças especiais.
A parceria feita com a APAE naquele ano de 2005
foi de vital importância para a empresa dar continui-
dade ao trabalho social.
Atualmente vários projetos estão em andamento,
objetivando benefi ciar pessoas de baixa renda: é a
conscientização social da equipe TREINAR.
Esses fatos são alguns dos motivos que fazem
da TREINAR escola referência em Curvelo e região
e servem de orgulho para sua equipe e alunos, que
comemoram cotidianamente os 3 anos da empresa
que muito faz e pouco aparece.
Quando fui convidado para escrever esta
coluna sobre Internet e tecnologia para a
revista Pequi Magazine, o primeiro pensa-
mento que pude analisar foi: “este povo está
maluco”! Mas passado o choque inicial, fui me
acostumando com a idéia. Então minha cabe-
ça foi invadida por um turbilhão de assuntos
que poderiam ser abordados. Desde os mais
teóricos, como: “O papel da Internet no mun-
do de hoje e como isto tem interferido no
comportamento dos indivíduos” (ufa!...), aos
mais práticos, como:’Navegar com segurança
e obtendo o máximo que a Internet tem para
nos oferecer’. Eu optei pelo segundo sentido,
é claro, pois acredito que artigos teóricos
há muitos e existe muita gente bem mais
capacitada do que eu para escrever sobre
este assunto.
Minha experiência com a Internet é prá-
tica e é isto que eu almejo passar aqui nesta
coluna para você, pois tenho a convicção de
que a Internet chegou para fi car, assim como
já está alterando, e muito, o modo de nos
relacionarmos tanto no trabalho como na
vida social. Não sou o dono da verdade nem
tenho a pretensão de sê-lo algum dia. Para
escrever aqui irei pesquisar muito e passar
minhas experiências, como espero que vocês
possam me passar as suas e assim aprender-
mos juntos.
E por que eu escolhi logo este título, para
usar na 1ª coluna sobre Internet e tecnologia?
Porque assim como foi no período das gran-
des navegações européias, a Internet hoje
é um mar de oportunidades que pede para
ser navegado. E também é este o termo que
se dá ao ato de usar a Internet. Quem já não
ouviu ou leu a frase ‘navegar pela Internet’?
E o número de internautas tem aumentado
de forma extraordinária nos últimos meses.
A prova disso está nas pesquisas que foram
reveladas recentemente.
Vamos aos números: vi esta semana na
versão on-line da Revista
INFO (info.abril.com.br)
que o IBOPE recentemente
divulgou um aumento
de 22,7 milhões de novos internautas nos
últimos 12 meses, o que representa um
crescimento de 40% em apenas um ano. Isto
é um numero recorde, assim como é recorde
o tempo de permanência on-line. O IBOPE
atribui esse aumento da base de usuários da
Internet à entrada quente da chamada “Clas-
se C” no assim chamado: “aumento do poder
de compra”, que tem disparado a venda de
computadores domésticos assim como a
freqüência nas Lan Houses, estabelecimentos
que, segundo relatório divulgado pelo CGI
(Comitê Gestor da Internet) em uma pesquisa
revelada no mês Março do corrente ano se
tornaram os locais mais utilizados para aces-
sar à Internet no país. O uso de centros públi-
cos de acesso pago saltou de 30% em 2006
para 49% em 2007, passando à frente do
domiciliar, que se manteve estável em 40%.
Nesta mesma pesquisa, o CGI revelou que
mais da metade da população brasileira com
mais de 10 anos (53%) informou já ter usado
um computador alguma vez na vida. Ou seja,
o Brasil possui mais de 186 milhões de habi-
tantes, o que revela que mais de 93 milhões
já tiveram no mínimo um primeiro contato
com computador, um numero assombroso.
E para terminar, uma noticia também muito
interessante, desta vez sobre a entrega da
declaração do IR. Segundo a Receita, 98% do
total fi zeram suas declarações pela WEB.
Mas hoje, infelizmente, apenas uma pe-
quena parcela dos internautas sabem usufruir
de um número maior de serviços on-line
existentes na rede. A grande maioria sim-
plesmente desconhece o bem que a Internet
pode nos trazer, facilitando tanto no trabalho
como no lazer e em diversos meios. O que eu
tenho visto por aí são pessoas que entram na
Internet para jogar ou fi cam no Orkut e MSN.
E fi cando nestes mesmos serviços por horas.
No máximo verifi cam seu e-mail (porque para
ter Orkut ou MSN é preciso ter um e-mail
cadastrado antes, risos...). Não que eu tenha
algo contra alguns desses serviços; muito
pelo contrario, eu usufruo deles sim e sei do
potencial que neles existe. Mas não só deles.
Sites de relacionamentos, Instant Messenger
e webmail existem uma infi nidade por ai, e
eles são só a pequena ponta do iceberg.
A existência de tanto desconhecimento,
dúvidas e tabus motivou o surgimento desta
coluna. Abordar os principais serviços da In-
ternet, comparando entre sites distintos que
os oferecem, mostrando seus pontos fortes e
fracos. Também tentarei mostrar novos servi-
ços que surgem todos os dias na grande rede
e que facilitam o nosso cotidiano.
A partir da próxima edição, vamos conhecer
um pouco mais dos serviços básicos, tais como:
01 - E-mail´s;
02 - Sites de relacionamentos;
03 - Sites de buscas;
04 - Sites de pesquisa de preços;
05 - Vídeos;
06 - Blogs;
07 - Instant Messenger;
08 - Álbuns de Fotos;
09 - Disco Virtuais;
10 - Browsers;
11 - Favoritos on-line;
12 - Feeds;
13 - Podcasts e VideoCasts;
14 - Web 2.0.
Analisando as maiores empresas do mercado
on-line hoje como:
Google (www.google.com.br),
Microsoft (www.live.com),
Yahoo (www.yahoo.com.br),
entre outras.
Espero que gostem da coluna e contribuam
mandando sugestões para meu e-mail.
Nos vemos na próxima edição.
Até lá.
Mauro Ribeiro Jr.Designer, WebDesigner
e um pesquisador fanático de
novas tecnologias.
Quer saber mais sobre este assunto? Visite www.pequi.tv/blogdomauro
Mauro Ribeiro Jr.
24Vinteequatro
O OUTRO LADO DA MOEDA
Idéias deoutro mundo
Rua Riachuelo, 45 - Centro - Curvelo - MG
(38) 3721-8081 / [email protected]
www.agenciameta.com
Ele ainda não sabe falar,mas esta imagem diz tudo!
Chegou em Curvelo o Ultrason 4D
Este lindo bebê é Gustavo Mi-guel da Silva Veiga, fi lho de Dilson Gonçalves Veiga e Uda Maria da Silva Veiga. A data de seu nascimento já está marcada para daqui a alguns dias.
Pça. Volutários da Pátria, 21 - Centro - Curvelo/MG - Tel.: (38) 3721-7711