Plano Municipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos
Crateús (CE)
Esquemas para Implementação do
Plano de Ação Estratégica
(Volume 2)
Preparado por
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
e
Instituto Venturi Para Estudos Ambientais
Com a colaboração das Secretarias de Agricultura, Desenvolvimento
Econômico e Empreendedorismo, Educação, Infraestrutura, Saúde e da
Associação de Catadores - Recicratiú.
Crateús (CE), Novembro 2014
Equipe Técnica:
PREFEITURA MUNICIPAL DE CRATEÚS
AGRICULTURA
Francisco Carlos Soares de Almeida
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E EMPREENDEDORISMO
José Lourenço Martins Torres
Teobaldo Barbosa Marques Neto
INFRAESTRUTURA
João Luis leitão Rodrigues
Francisco Pereira da Silveira
Francisco George do Nascimento Pinho
MEIO AMBIENTE
Wanderley Marques de Sousa
Márcia Cristina Sabóia de Andrade
Lindinalva Oliveira da Cunha
Rociania Barreto Cavalcante
SAÚDE
Juracir Bezerra Pinho
INSTITUTO VENTURI PARA ESTUDOS AMBIENTAIS
Arlinda Cézar – Bióloga, especialista em Planejamento
Ambiental
Cláudio Strüssmann – Arquiteto e Urbanista
Ditmar Hirtenkauf – Engenheiro Eletricista, especialista em
Eficiência Energética
Eduardo Torres – Engenheiro Químico
Fabíola Silvério – Química e Gestora Ambiental
Naná Medina – Pedagoga e Educadora Ambiental
Sérgio Pessoa Ribeiro – Advogado e Jornalista
PREFEITO DO MUNICÍPIO DE CRATEÚS
Antonio Mauro Rodrigues Soares
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE
Wanderley Marques de Souza
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 8
2. CARACTERÍSTICAS DOS ESQUEMAS PROPOSTOS _________________________ 9
3. PERFIL DOS ESQUEMAS PROPOSTOS _________________________________ 22
4. ESQUEMAS PROPOSTOS ___________________________________________ 25
4.1. Geração, coleta e transporte ________________________________________ 25
4.1.1. Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos.____________________ 25
4.1.2. Desenvolvimento de políticas locais para segregação e coleta _____________________ 31
4.1.3. Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência na Gestão de Resíduos 37
4.1.4. Fornecimento de Sacos para Segregação de Resíduos Orgânicos ___________________ 42
4.1.5. Construção/Provisionamento de Pontos de Coleta ______________________________ 46
4.1.6. Adaptação dos sistemas de coleta primária ____________________________________ 49
4.1.7. Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos ___________________________ 53
4.1.8. Criação de um Centro de Treinamento Avançado _______________________________ 62
4.1.9. SEMAM nos bairros _______________________________________________________ 66
4.2. Triagem, Tratamento e Disposição ____________________________________ 69
4.2.1. Aquisição de Compactador embolsador auto-propelido - Coleta Secundária ________ 69
4.2.2. Polo de Valoração de Resíduos (PVR) ________________________________________ 74
4.2.3. Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos _____________________ 90
4.2.4. Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de biogás ________________ 96
4.2.5. Estabelecer uma unidade Reciclagem de eletroeletrônicos _____________________ 100
4.2.6. Fábrica de Vassouras ____________________________________________________ 107
4.2.7. Atelier de confecção de papel reciclado _____________________________________ 110
4.2.8. Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado ____________________ 112
4.2.9. Coleta de Gorduras e Óleos Residuais - OGR _________________________________ 122
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _____________________________________ 125
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Evolução do processo de elaboração dos Esquemas – O processo
conceitual. ...................................................................................................................... 8
Figura 2: Agrupamento de Esquemas gerados no Plano de Ação do PMGIRS. . 9
Figura 3: Distribuição dos Esquemas conforme fluxos de resíduos.. ..................... 23
Figura 4: fluxo de atividades e informações da célula-Inventário.. ..................... 30
Figura 5: Exemplo de modelos de veículos de coleta.. ......................................... 51
Figura 6: Exemplo de Planta de compactação e embolsamento.. .................... 71
Figura 7: Modelo de veículo compactador-embolsador.. .................................... 72
Figura 8: Aterro em sacos impermeáveis.. ............................................................... 72
Figura 9: Modelo de compactador embolsador - auto-propelido ...................... 72
Figura 10: Modelo de compactador embolsador - rebocável. ........................... 73
Figura 11: Modelo de layout do PVR......................................................................... 77
Figura 12: Localização da área para implantação do PVR.. ............................... 78
Figura 13: Localização do Centro de Triagem Recicratiú.. ................................... 79
Figura 14: Modelos dos coletores disponibilizados nas escolas.. .......................... 83
Figura 15: Adaptação dos veículos de transporte escolar para a coleta dos
resíduos. ......................................................................................................................... 84
Figura 16: Fluxo de oportunidades da rede de comercialização de resíduos.. . 85
Figura 17: Fluxograma da rede de comercialização de resíduos.. ...................... 87
Figura 18: Mesa para desmontagem com ferramentas pneumáticas..............104
Figura 19: Corte da seção de um aterro sanitário. ............................................... 116
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Metas e objetivos para o PMGIRS. ....................................................... 10
Quadro 2 – Relação entre metas, objetivos e os Esquemas identificados para
Plano de Ação do PMGIRS. ........................................................................................ 11
Quadro 3 – Cronograma para a coleta e análise de dados e relatórios ........... 27
Quadro 4 – Cronograma das atividades de elaboração do arcabouço
político. .......................................................................................................................... 33
Quadro 5 – Cronograma das atividades de elaboração do Kit de
sensibilização. ............................................................................................................... 39
Quadro 6 – Cronograma do fornecimento de sacos e avaliação do impacto.
........................................................................................................................................ 43
Quadro 7 – Cronograma das atividades inerentes à construção dos pontos de
coleta............................................................................................................................. 47
Quadro 8 – Cronograma de atividades para formação das Comunidades
Educadoras como Incubadora de Projetos Integradores de Resíduos Sólidos. 56
Quadro 9 – Cronograma de atividades para a implementação e
operacionalização do Centro de Treinamento Avançado. ................................ 64
Quadro 10 – Cronograma de atividades do Programa SMAM nos bairros. ....... 67
Quadro 11 – Cronograma de atividades para aquisição do veículo
compactador-embolsador. ....................................................................................... 70
Quadro 12 – Cronograma de atividades para implantação do PVR. ................ 80
Quadro 13 – Cronograma de atividades para o estudo de tecnologias........... 99
Quadro 14 – Cronograma de atividades para Implantação da unidade de
desmontagem e classificação. ............................................................................... 105
Quadro 15 – Cronograma de atividades para pleno funcionamento da
fábrica. ........................................................................................................................ 108
Quadro 16 – Cronograma de atividades para pleno funcionamento do atelier.
...................................................................................................................................... 111
Quadro 17 – Cronograma das atividades do estudo para a implantação do
aterro sanitário............................................................................................................ 115
Quadro 18 – Cronograma de atividades para implantação da coleta e
beneficiamento do óleo de cozinha. ..................................................................... 123
LISTA DE SIGLAS
EA – Educação Ambiental
GIRS – Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PMC – Prefeitura Municipal de Crateús
PMGIRS – Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PVR – Polo de Valoração de Resíduos
SEMAM – Secretaria Municipal de Meio Ambiente
SIG – Sistema de Informações Geográficas
RCC – Resíduos da Construção Civil
RS – Resíduos Sólidos
RSS – Resíduos de Serviços de Saúde
8
1. INTRODUÇÃO
Os Esquemas de Projetos para Crateús são o resultado do
processo de planejamento estratégico delineado no Plano de Ação
Estratégica - Volume I. Os Esquemas para o Plano de Ação visam
projetos / questões programáticas para chegar a uma intervenção que
considera aspectos de execução financeira, bem como institucionais.
Os Esquemas representam um desenho técnico para a Prefeitura
Municipal de Crateús (PMC) colocar o PMGIRS em ação.
Tais esquemas foram gerados através de um processo de
trabalho em grupo e estão classificados usando via abordagens
adequadas às correspondentes etapas de manejo dos resíduos sólidos.
Este processo foi guiado pela visão e missão da gestão pública do
município e foi, ainda, canalizado através de metas e objetivos
destinados a preencher as lacunas identificadas nas análises da
situação atual do município. O Quadro 2 faz a correlação entre os
Esquemas com as metas e objetivos. A Figura 1 apresenta seu "processo
de evolução".
Figura 1: Evolução do processo de elaboração dos Esquemas – O processo conceitual.
Fonte: elaborado pelos autores
9
Como já mencionado, a abordagem conforme as etapas de manejo
dos resíduos foi seguida, agrupando-as em duas partes, de modo a
proporcionar um foco para os Esquemas. A parte 1 abrange os
Esquemas para ações estratégicas sobre segregação na origem, a
coleta e transporte. A parte 2 abrange Esquemas de ações estratégicas
na triagem para recuperação e tratamento de materiais e disposição
ambientalmente adequada, conforme é mostrado na Figura 2.
Figura 2: Agrupamento de Esquemas gerados no Plano de Ação do PMGIRS.
Fonte: elaborado pelos autores
2. CARACTERÍSTICAS DOS ESQUEMAS PROPOSTOS
Os Esquemas para o Plano Estratégico de Ação foram gerados
para apoiar as metas e objetivos (veja Quadro 1)
4.2.1 Aquisição de Compactador
embolsador auto-propelido - Coleta
Secundária
4.2.2 Polo de Valoração de
Resíduos (PVR)
4.2.3 Projetos-pilotos para
Reciclagem e reuso de Resíduos
4.2.4 Estudo de viabilidade para
unidades de compostagem e de
biogás
4.2.5 Estabelecer uma unidade
Reciclagem de eletroeletrônicos
4.2.6 Fábrica de Vassouras
4.2.7 Atelier de confecção de papel
reciclado
4.2.8 Estudo para construção de um
aterro sanitário consorciado
4.2.9-Coleta de óleos e gorduras
residuais (OGR)
4.1.1 Estabelecimento de uma célula-
inventário de resíduos sólidos
4.1.2 Desenvolvimento de políticas
locais para segregação e coleta
4.1.3 Desenvolvimento de
Ferramentas para aumentar a
consciência na Gestão de Resíduos
4.1.4 Fornecimento de Sacos para
Segregação de Resíduos Orgânicos
4.1.5 Adaptação dos sistemas de
coleta primária
4.1.6 Construção/Provisionamento de
Pontos de Coleta
4.1.7 Educação Ambiental para
Gestão de Resíduos Sólidos
4.1.8 Criar um Centro de Treinamento
Avançado
4.1.9 SEMAM nos bairros
10
Quadro 1 – Metas e objetivos para o PMGIRS.
Objetivo 1
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e para os
Ecossistemas
Objetivo 2
Garantir o
cumprimento da
legislação
relacionada com
a gestão dos
resíduos sólidos
Objetivo 3
Fortalecer a equipe
técnica da gestão
municipal, a fim de
atingir os objetivos
estabelecidos pelo
Plano
Objetivo 4
Apoiar o
desenvolvimento
econômico com
inclusão social
Objetivo 5
Educar e motivar
a comunidade
sobre resíduos
sólidos
Meta 1
Minimizar a
exposição
humana aos
resíduos sólidos
(M1O1)
Meta 2
Minimizar os
impactos nos
componentes
ambientais (ar,
água, solo, flora e
fauna) causados
pela disposição
inadequada dos
resíduos sólidos
(M201)
Meta 3
Minimizar a
quantidade de
resíduos sólidos
gerados,
transportados,
tratados e
disposto (M3O1)
Meta 4
Garantir o
cumprimento da
Lei Federal
12.305/2010
(Política Nacional
de Resíduos
Sólidos) (M4O2)
Meta 5
Garantir o
cumprimento da
Lei Federal 11.
445/2007 (Política
Nacional de
Saneamento
Básico)(M5O2)
Meta 6
Desenvolver a
capacidade
interna de recursos
humanos em
termos de
adequação e
competência
(M6O3)
Meta 7
Melhorar a
infraestrutura
Interna das
secretarias que
tratam diretamente
das questões dos
resíduos sólidos,
licenciamento
ambiental e
fiscalização (M7O3)
Meta 8
Realizar as
operações de
gerenciamento de
resíduos sólidos de
maneira
Meta 9
Estabelecer
parcerias
sinérgicas com
as partes
interessadas
(M9O4)
Meta 12
Estabelecer
treinamento
permanente
para
capacitação de
organização de
catadores
(M12O4)
Meta 10
Formar
multiplicadores
em Educação
Ambiental, formal
e não formal
(M10O5)
Meta 11
Desenvolver uma
unidade didática
em Educação
Ambiental no
currículo das
escolas públicas e
privadas (M11O5)
11
transparente,
responsável,
eficiente e
sustentável (M8O3)
Fonte: elaborado pelos autores.
O Quadro 2 fornece a listagem dos vários esquemas e suas
ligações com as metas e os objetivos.
Quadro 2 – Relação entre metas, objetivos e os Esquemas identificados para Plano de
Ação do PMGIRS.
Etapas Esquema
Tipo de
Ação
Meta
(qualitativa) Objetivo
4.1
Ge
raç
ão
, Co
leta
e Tra
nsp
orte
4.1.1 Estabelecimento
de uma célula-
inventário de resíduos
sólidos
Projeto Minimizar a
quantidade
resíduos
sólidos
gerados,
transportado
s, tratados e
dispostos
(M3);
Melhorar a
infraestrutura
Interna das
secretarias
que tratam
diretamente
das questões
dos resíduos
sólidos,
licenciament
o ambiental
e
fiscalização
(M7);
Realizar as
operações
de
gerenciame
nto de
resíduos
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e para
os
Ecossistemas
(O1);
Garantir o
cumprimento
da legislação
relacionada
com a gestão
dos resíduos
sólidos (O2);
Fortalecer a
equipe
técnica da
gestão
municipal, a
fim de atingir
os objetivos
estabelecidos
pelo Plano
(O3);
Apoiar o
desenvolvime
nto
econômico
com inclusão
12
sólidos de
maneira
transparente,
responsável,
eficiente e
sustentável
(M8).
social (O4);
Educar e
motivar a
comunidade
sobre resíduos
sólidos (O5).
4.1.2 Desenvolvimento
de políticas locais para
segregação e coleta
Regulamen
tos e
instrumento
s
(econômic
os) com
base no
mercado
Minimizar os
impactos nos
componente
s ambientais
(ar, água,
solo, flora e
fauna)
causados
pela
disposição
inadequada
dos resíduos
sólidos (M2);
Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal
12.305/2010
(Política
Nacional de
Resíduos
Sólidos)(M4);
Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal 11.
445/2007
(Política
Nacional de
Saneamento
Básico)(M5);
Melhorar a
infraestrutura
Interna das
secretarias
que tratam
diretamente
das questões
dos resíduos
sólidos,
licenciament
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e para
os
Ecossistemas
(O1);
Garantir o
cumprimento
da legislação
relacionada
com a gestão
dos resíduos
sólidos (O2).
13
o ambiental
e
fiscalização
(M7).
4.1.3 Desenvolvimento
de Ferramentas para
aumentar a
consciência na Gestão
de Resíduos
Projeto Minimizar a
exposição
humana aos
resíduos
sólidos(M1);
Minimizar os
impactos nos
componente
s ambientais
(ar, água,
solo, flora e
fauna)
causados
pela
disposição
inadequada
dos resíduos
sólidos (M2);
Minimizar a
quantidade
de resíduos
sólidos
gerados,
transportado
s, tratados e
dispostos
(M7).
Fortalecer a
equipe
técnica da
gestão
municipal, a
fim de atingir
os objetivos
estabelecidos
pelo Plano
(O3);
Educar e
motivar a
comunidade
sobre resíduos
sólidos (O5).
4.1.4 Fornecimento de
Sacos para Segregação
de Resíduos Orgânicos
Projeto Minimizar os
impactos nos
componente
s ambientais
(ar, água,
solo, flora e
fauna)
causados
pela
disposição
inadequada
dos resíduos
sólidos (M2);
Minimizar a
quantidade
de resíduos
Garantir o
cumprimento
da legislação
relacionada
com a gestão
dos resíduos
sólidos (O2);
Educar e
motivar a
comunidade
sobre resíduos
sólidos (O5).
14
sólidos
gerados,
transportado
s, tratados e
dispostos
(M7);
Realizar as
operações
de
gerenciame
nto de
resíduos
sólidos de
maneira
transparente,
responsável,
eficiente e
sustentável
(M8).
4.1.5 Adaptação dos
sistemas de coleta
primária
Projeto Minimizar a
exposição
humana aos
resíduos
sólidos (M1);
Minimizar os
impactos nos
componente
s ambientais
(ar, água,
solo, flora e
fauna)
causados
pela
disposição
inadequada
dos resíduos
sólidos (M2).
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e
Ecossistemas
(O1);
Garantir o
cumprimento
da legislação
relacionada
com a gestão
dos resíduos
sólidos (O2).
4.1.6
Construção/Provisiona
mento de Pontos de
Coleta
Projeto Minimizar a
exposição
humana aos
resíduos
sólidos (M1);
Minimizar os
impactos nos
componente
s ambientais
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e
Ecossistemas
(O1);
Educar e
motivar a
comunidade
sobre resíduos
15
(ar, água,
solo, flora e
fauna)
causados
pela
disposição
inadequada
dos resíduos
sólidos (M2);
Realizar as
operações
de
gerenciame
nto de
residuos
sólidos de
maneira
transparente,
responsável,
eficiente e
sustentável
(M8).
sólidos (O5).
4.1.7 Educação
Ambiental para Gestão
de Resíduos Sólidos
Arranjo
Institucional Minimizar a
quantidade
de resíduos
sólidos
gerados,
transportado
s, tratados e
dispostos
(M3);
Desenvolver
a
capacidade
interna de
recursos
humanos em
termos de
adequação
e
competênci
a (M6);
Formar
multiplicador
es em
Educação
Ambiental,
formal e não
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e para
os
Ecossistemas
(O1);
Fortalecer a
equipe
técnica da
gestão
municipal, a
fim de atingir
os objetivos
estabelecidos
pelo Plano
(O3);
Apoiar o
desenvolvime
nto
econômico
com inclusão
social (O4);
Educar e
motivar a
comunidade
16
formal (M10);
Desenvolver
uma
unidade
didática em
Educação
Ambiental
no currículo
das escolas
públicas e
privadas
(M11).
sobre resíduos
sólidos (O5).
4.1.8 Criar um Centro de
Treinamento Avançado
Projeto Formar
multiplicador
es em
Educação
Ambiental,
formal e não
formal (M10);
Desenvolver
uma
unidade
didática em
Educação
Ambiental
no currículo
das escolas
públicas e
privadas
(M11);
Estabelecer
treinamento
permanente
para
capacitaçã
o de
organizaçõe
s de
catadores
(M12).
Fortalecer a
equipe
técnica da
gestão
municipal, a
fim de atingir
os objetivos
estabelecidos
pelo Plano
(O3);
Apoiar o
desenvolvime
nto
econômico
com inclusão
social (O4).
4.1.9 SEMAM nos bairros Programa Minimizar a
exposição
humana aos
resíduos
sólidos (M1);
Minimizar os
Educar e
motivar a
comunidade
sobre resíduos
sólidos (O5).
17
impactos nos
componente
s ambientais
(ar, água,
solo, flora e
fauna)
causados
pela
disposição
inadequada
dos resíduos
sólidos (M2);
Minimizar a
quantidade
de resíduos
sólidos
gerados,
transportado
s, tratados e
dispostos
(M3).
4.2
Triag
em
, Trata
me
nto
e D
ispo
siçã
o
4.2.1 Aquisição de
Compactador
embolsador auto-
propelido - Coleta
Secundária
Projeto Minimizar a
exposição
humana aos
resíduos
sólidos (M1);
Minimizar os
impactos nos
componente
s ambientais
(ar, água,
solo, flora e
fauna)
causados
pela
disposição
inadequada
dos resíduos
sólidos (M2);
Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal
12.305/2010
(Política
Nacional de
Resíduos
Sólidos) (M4);
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e para
os
Ecossistemas
(O1);
Garantir o
cumprimento
da legislação
relacionada
com a gestão
dos resíduos
sólidos (O2).
18
Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal 11.
445/2007
(Política
Nacional de
Saneamento
Básico(M5).
4.2.2 Polo de Valoração
de Resíduos (PVR)
Projeto Melhorar a
infraestrutura
Interna das
secretarias
que tratam
diretamente
das questões
dos resíduos
sólidos,
licenciament
o ambiental
e
fiscalização
(M7);
Estabelecer
parcerias
sinérgicas
com as
partes
interessadas
(M9);
Estabelecer
treinamento
permanente
para
capacitaçã
o de
organizaçõe
s de
catadores
(M12).
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e
Ecossistemas
(O1);
Apoiar o
desenvolvime
nto
econômico
com inclusão
social (O4).
4.2.3 Projetos-pilotosss
para reciclagem e
reuso de resíduos
Projeto Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal
12.305/2010
(Política
Nacional de
Apoiar o
desenvolvime
nto
econômico
com inclusão
social (O4).
19
Resíduos
Sólidos) (M4);
Realizar as
operações
de
gerenciame
nto de
resíduos
sólidos de
maneira
transparente,
responsável,
eficiente e
sustentável
(M8);
Estabelecer
parcerias
sinérgicas
com as
partes
interessadas
(M9).
4.2.4 Estudo de
viabilidade para
unidades de
compostagem e de
biogás
Projeto Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal
12.305/2010
(Política
Nacional de
Resíduos
Sólidos) (M4);
Realizar as
operações
de
gerenciame
nto de
resíduos
sólidos de
maneira
transparente,
responsável,
eficiente e
sustentável
(M8);
Estabelecer
parcerias
sinérgicas
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e
Ecossistemas
(O1);
Apoiar o
desenvolvime
nto
econômico
com inclusão
social (O4).
20
com as
partes
interessadas
(M9).
4.2.5 Estabelecer uma
unidade Reciclagem
de eletroeletrônicos
Projeto Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal
12.305/2010
(Política
Nacional de
Resíduos
Sólidos) (M4);
Realizar as
operações
de
gerenciame
nto de
resíduos
sólidos de
maneira
transparente,
responsável,
eficiente e
sustentável
(M8);
Estabelecer
parcerias
sinérgicas
com as
partes
interessadas
(M9).
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e
Ecossistemas
(O1);
Apoiar o
desenvolvime
nto
econômico
com inclusão
social (O4).
4.2.6 Fábrica de
Vassouras
Projeto Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal
12.305/2010
(Política
Nacional de
Resíduos
Sólidos) (M4);
Realizar as
operações
de
gerenciame
nto de
Apoiar o
desenvolvime
nto
econômico
com inclusão
social (O4).
21
resíduos
sólidos de
maneira
transparente,
responsável,
eficiente e
sustentável
(M8);
Estabelecer
parcerias
sinérgicas
com as
partes
interessadas
(M9).
4.2.7 Atelier de
confecção de papel
reciclado
Projeto Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal
12.305/2010
(Política
Nacional de
Resíduos
Sólidos) (M4);
Realizar as
operações
de
gerenciame
nto de
resíduos
sólidos de
maneira
transparente,
responsável,
eficiente e
sustentável
(M8);
Estabelecer
parcerias
sinérgicas
com as
partes
interessadas
(M9).
Apoiar o
desenvolvime
nto
econômico
com inclusão
social (O4).
4.2.8 Estudo para
construção de um
aterro sanitário
consorciado
Projeto Garantir o
cumpriment
o da Lei
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e para
22
Federal
12.305/2010
(Política
Nacional de
Resíduos
Sólidos) (M4);
Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal 11.
445/2007
(Política
Nacional de
Saneamento
Básico) (M5).
os
Ecossistemas
(O1);
Garantir o
cumprimento
da legislação
relacionada
com a gestão
dos resíduos
sólidos (O2).
4.2.9 Coleta de óleos e
gorduras residuais -
OGR
Programa Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal
12.305/2010
(Política
Nacional de
Resíduos
Sólidos) (M4);
Garantir o
cumpriment
o da Lei
Federal 11.
445/2007
(Política
Nacional de
Saneamento
Básico) (M5).
Reduzir o risco
para a Saúde
Pública e para
os
Ecossistemas
(O1);
Garantir o
cumprimento
da legislação
relacionada
com a gestão
dos resíduos
sólidos (O2).
Fonte: elaborado pelos autores.
3. PERFIL DOS ESQUEMAS PROPOSTOS
Os esquemas propostos abrangem a totalidade do fluxo de
resíduos, ou seja, desde sua geração à disposição. Alguns dos
Esquemas abordam o fluxo de resíduos específicos, enquanto que
outros são aplicáveis a todos os fluxos de resíduos, conforme mostra a
23
Figura 3. No entanto, tais Esquemas são interligados sistemicamente a
outros, conforme sua implementação.
Figura 3: Distribuição dos Esquemas conforme fluxos de resíduos.
Fonte: elaborado pelos autores.
O primeiro Esquema trata do estabelecimento de uma célula de
inventário para monitorar continuamente os níveis de produção de
resíduos e sua composição. Será muito útil para aprimorar o banco de
dados de resíduos, com sua consequente confiabilidade, bem assim
como ferramenta para monitorar a eficácia e eficiência das ações
estratégicas abrangidas pelo Plano GIRS.
O segundo Esquema abrange o desenvolvimento de um conjunto
de políticas locais para motivar os geradores de resíduos a segregar os
resíduos na fonte e, ainda, simplificar o sistema de coleta primária.
O terceiro Esquema trata de ferramentas que visam o aumento
da consciência do público com relação à separação na fonte e ao
sistema de coleta primária, buscando maximizar a recuperação de
materiais/recursos e, ainda, a redução dos impactos ambientais e de
saúde pública relacionados aos resíduos nos bairros.
O quarto Esquema visa prover os moradores com sacos para
separação dos resíduos orgânicos na fonte. Tendo em vista, os desafios
para a transição da disposição de resíduos misturados para a de
totalidade do fluxode resíduos
fluxo de resíduosespecíficos
12
6
24
resíduos segregados, estes quatro Esquemas devem ser implementados
simultaneamente.
O quinto Esquema visa disponibilizar pontos de coleta adequados
para moradores e pequenos comércios, que, por um lado, torna mais
fácil para as famílias o correto descarte de seus resíduos, e, por outro
lado, torna mais eficiente o trabalho dos agentes de limpeza pública no
correto recolhimento e remoção dos resíduos.
Já o sexto Esquema oferece suporte às pequenas empresas,
cooperativas e trabalhadores individuais que prestam serviço de coleta
de resíduos primária. Enquanto que o sétimo Esquema propõe Integrar
as ações de Educação Ambiental e Plano Municipal de Educação nas
diversas iniciativas da administração vinculadas ao Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.
O oitavo Esquema objetiva a capacitação técnica continuada
na área de resíduos sólidos e é de extrema importância para o bom
desempenho dos servidores que trabalham em funções relacionadas à
gestão de resíduos sólidos, licenciamento e educação ambiental.
O nono Esquema é um programa que objetiva levar informação
aos moradores do município sobre temáticas ambientais que tratem de
questões específicas de cada bairro e distrito, através de visitas
programadas pela Secretaria de Meio Ambiente do município.
Os nove Esquemas relacionados à Triagem, Tratamento e
Disposição, tratam da infraestrutura necessária para estimular e
incentivar a criação de um mercado de reciclagem na região de
Crateús, bem como da geração de emprego e renda advindos de
unidades de transformação de alguns resíduos específicos, com maior
valor agregado no mercado. Ainda, apontam soluções para a
destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.
25
4. ESQUEMAS PROPOSTOS
Uma descrição detalhada de cada esquema é apresentada
abaixo, sendo dividida em introdução, objetivo, descrição,
implementação, agência líder e apoio, local, orçamento e
cronograma. As seções sobre descrição e implementação vão
explicadas em detalhe. Também foram listadas, para cada Esquema,
interligações com os demais, como forma de proporcionar uma
perspectiva integrada.
4.1. Geração, coleta e transporte
4.1.1. Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos
sólidos.
Introdução
A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos pode ser
entendida como a maneira de “conceber, implementar
e administrar sistemas de manejo de resíduos sólidos
urbanos, considerando uma ampla participação dos
setores da sociedade e tendo como perspectiva o
desenvolvimento sustentável”.1
Gestão integrada de resíduos sólidos – GIRS aborda todos os tipos de
resíduos sólidos, de todos os setores, dentro de um limite geográfico ou
administrativo. Diferentemente da mera gestão de resíduos, que busca
dar sua correta destinação, a gestão integrada busca “...articular
ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que
uma administração municipal desenvolve, apoiada em critérios
sanitários, ambientais e econômicos, para coletar, tratar e dispor o lixo
de uma cidade, ou seja: é acompanhar de forma criteriosa todo o ciclo
1 . MESQUITA JÚNIOR, José Maria. Coord. SEGALA,Karin. Gestão integrada de resíduos sólidos. –
Rio de Janeiro: IBAM, 2007. < http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/01-
girs_mdl_1.pdf> acesso em outubro,2014.
26
dos resíduos, da geração à disposição final (...) empregando as
técnicas e tecnologias mais compatíveis com a realidade local.”2 Assim,
GIRS é um processo dinâmico para uma gestão dos resíduos eficaz e
eficiente, com base na abordagem 3R. Daí, vários serviços, desde a
coleta à eliminação, incluindo recuperação de materiais e de recursos,
são projetados para incorporar as alterações nos fluxos de resíduos,
devido à urbanização e ao crescimento econômico com alterações
conexas no setor da produção e estilos de vida urbanos. Portanto, é
vital coletar continuamente os dados sobre as quantidades e
composição de resíduos. Para manter o controle de dados relativos aos
resíduos, uma célula-inventário de resíduos deverá ser estabelecida
dentro do governo de Crateús.
Proposta
A célula-inventário de resíduos de Crateús irá atualizar um banco de
dados de resíduos periodicamente, como forma de identificar
mudanças na quantidade e composição dos resíduos em relação ao
tempo, estações do ano, setores, crescimento industrial e econômico e,
também, o movimento transfronteiriço de resíduos. Serão feitas
atualizações regulares junto à SEMAM e outras secretarias, bem como
instituições relevantes no Município com vistas ao aprimoramento das
políticas e serviços relacionados a resíduos, para seu gerenciamento
eficaz .
Objetivos
O Esquema foi desenvolvido visando os seguintes objetivos:
Manter banco de dados com as quantidades de resíduos e sua
composição para todos os setores de geração de resíduos
2 . SCHALCH, Valdir et alii. Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Escola de Engenharia de
S. Carlos, USP. S. Carlos, SP. Out, 2002.
<http://www.deecc.ufc.br/Download/Gestao_de_Residuos_Solidos_PGTGA/Apostila_Gestao_e_
Gerenciamento_de_RS_Schalch_et_al.pdf> acesso em out, 2014.
27
(comercial, industrial, residencial instalações de saúde e
laboratórios, construção e demolição, estações de tratamento de
águas residuais e agricultura urbana)
Para desenvolver e manter "fatores de geração de resíduos" para
os setores acima mencionados
Auxiliar o município no monitoramento da geração de resíduos.
Auxiliar o município nas modificações apropriadas nas políticas e
serviços para a gestão eficaz e eficiente dos resíduos sólidos com
o máximo de recuperação de materiais e de recursos.
Tipo: Fortalecimento Institucional (arranjo institucional)
Agência Líder: Governo Municipal de Crateús
Agência Suporte: Serviços de uma instituição como uma universidade
ou grupo de consultoria.Podem ser contratados para a coleta e análise
de dados sobre os resíduos.
Localização (sugerida): Instalações do Governo Municipal de Crateús.
Orçamento (Estimado): Despesas internas com um funcionário do
escritório da prefeitura de Crateús e despesas externas com a coleta e
análise de dados alocados pela prefeitura: RS50.000 por ano.
Cronograma (Estimado): 12 meses (tempo estimado para obter a
aprovação dentro do governo da criação da célula e das dotações
orçamentárias.
Quadro 3 – Cronograma para a coleta e análise de dados e relatórios
Atividade Jan-
Fev
Mar-
Abr
Mai-
Jun
Jul-
Ago
Set-
Out
Nov-
Dez
Coleta & análise de
amostras para resíduos
residenciais e comerciais.
XX XX
28
Coleta & análise de
amostras para resíduos
industriais.
X
Coleta & análise de
amostras para resíduos
construção & demolição.
X
Coleta & análise de
amostras para resíduos de
serviço de saúde.
X
Coleta de dados de
fontes secundárias.
X X
Relatório de meados do
ano.
X
Relatório de final de ano. X
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
O crescimento econômico afeta o ritmo da construção civil, do padrão
de vida e, como consequência, o consumo cresce. Tais fatores resultam
em aumento das taxas de geração de resíduos, bem como a
introdução de novos fluxos de resíduos, tais como o resíduo
eletroeletrônico.
É difícil prever com exatidão as quantidades de resíduos e a sua
composição neste cenário dinâmico. Assim, o PMGIRS, que foi
concebido para gerir os resíduos, requer uma visão ampla da geração,
transporte e disposição dos resíduos sólidos no município de Crateús,
para sua contínua e permanente atualização em termos de políticas e
serviços, no que diz respeito às quantidades e seus fluxos. Além disso, o
monitoramento contínuo através do banco de dados servirá para
avaliar a eficácia das políticas de redução de resíduos na fonte, bem
29
como para maximizar a separação na fonte. Também será útil para
estabelecer a relação exata entre a quantidade de resíduos, sua
composição e outras variáveis. Tal banco de dados servirá, ainda, de
apoio a projetos de valorização de resíduos e de recuperação de
materiais. A célula-inventário deverá ser utilizada como uma ferramenta
para a promoção do desenvolvimento socioeconômico local e
regional.
Implementação
Para o monitoramente da geração de resíduos e contínua atualização
do banco de dados, a célula-inventário de resíduos deverá ser criada
através de acordos internos. Isto envolve um sistema de processamento
de dados que se valerá de um programa desenvolvido por instituição
acadêmica participante, em conjunto com o setor da Prefeitura que
gerirá a célula, que poderá ser operado por uma única pessoa de nível
técnico. Contará com a assistência de uma instituição externa, como
uma universidade ou um grupo de consultoria para a coleta e análise
de dados. A célula-inventário gerará um relatório intercalar e um
relatório de final de ano. Os relatórios devem estar em conformidade
com os formatos utilizados para dados de resíduos para o
desenvolvimento do PMGIRS. As partes interessadas (secretarias
municipais e sociedade civil organizada)terão acesso limitado
mediante concessão de senhas controladas.
A implementação deste sistema deverá ser facilitada pelo Governo
Municipal através de mecanismos internos para configurar a equipe e
fornecer equipamentos de escritório. O orçamento deverá ser alocado
para atualizar o banco de dados por meio de sua coleta e análise,
também através de uma instituição externa. A célula deverá
estabelecer um canal de comunicação ativo dentro de todos os
departamentos relevantes para a provisão dos requisitos de dados para
execução e acompanhamento do PMGIRS.
30
A Figura 4 abaixo ilustra o fluxo de atividades e informações da célula-
Inventário.
Figura 4: fluxo de atividades e informações da célula-Inventário.
Fonte: elaborado pelos autores.
Benefícios
Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:
Disponibilidade de banco de dados de resíduos (célula-
inventário) para uma melhor compreensão das quantidades e
composição dos seus fluxos.
Banco de dados contará com informes idôneos, por serem
atualizados e precisos.
Ferramenta para o acompanhamento da execução e impacto
da PMGIRS, especialmente para as políticas relativas à redução e
segregação de resíduos na fonte.
Informações confiáveis para eventual modificação ou
atualização e aprimoramento dos serviços de coleta, com vistas
à recuperação de materiais e de recursos, incluindo a estação de
transferência, tratamento biológico e instalações de tratamento
térmico.
Informações precisas e confiáveis para apoiar plataformas de
comercialização de resíduos.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de Políticas Locais sobre segregação e coleta
Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência
para gestão de resíduos
31
Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos
orgânicos
Adaptação dos sistemas de coleta primária
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de
biogás
Estabelecer uma unidade reciclagem de eletroeletrônicos
Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado
4.1.2. Desenvolvimento de políticas locais para segregação e
coleta
Introdução
Atualmente, menos de 2% dos resíduos das áreas residenciais e de
pequeno comércio são segregados na fonte. Com base em dados
primários levantados para o PMGIRS, infere-se que se os resíduos fossem
segregados na fonte em 4 categorias - orgânicos, perigosos, recicláveis
e outros – não haverá contaminação decorrente tanto da presença de
substâncias perigosas como da fração orgânica, assim, a maior parte
dos resíduos poderá ser recuperada. Aproximadamente 44 por cento
do resíduo residencial é caracterizado pelo desperdício de alimentos,
que poderá ser convertido em composto. A segregação de resíduos
alimentares, devidamente separados dos resíduos de outra natureza,
também aumentaria a quantidade de plástico reciclável, papel, vidro,
e assim por diante, em função de que os recicláveis não estariam sujos,
32
inaproveitáveis, devido à presença de resíduos de alimentos. Para a
segregação na fonte, torna-se necessária a adoção de algumas
políticas, mais determinadas medidas técnicas e voluntárias. O primeiro
passo para tanto, passa pelo desenvolvimento de um arcabouço de
política local, composta de disposições regulamentares e fiscais, em
apoio à segregação na fonte. Nesse passo, Crateús apresenta
vantagens por ter uma série de iniciativas e leis ambientais em apoio
das políticas públicas locais para a segregação de resíduos na fonte.
Além da segregação na fonte, a outra questão importante para o
manejo seguro e maximização da recuperação de materiais/recursos,
é a adaptação do sistema de coleta. Atualmente, a empresa privada
Master Engenharia tem a seu cargo a coleta, equipamentos e
transporte dos resíduos até o local (lixão) onde é feita a disposição final
dos resíduos misturados. O sistema de coleta primária não está
totalmente organizado, especialmente no que diz respeito aos veículos
de coleta geral e equipamentos para a coleta seletiva. Tal
inadequação permite a mistura dos sacos de lixo, mesmo que os
resíduos sejam segregados na fonte, tornando difícil a posterior
separação dos materiais para reciclagem/recuperação, por parte dos
associados no Galpão de Reciclagem. Para a melhoria da coleta
primária e transporte, as políticas locais deverão regular tais serviços,
especialmente o tipo, o tamanho e as operações dos pequenos
veículos utilizados para a coleta.
Proposta
A estrutura política local ajudará o Município de Crateús a atingir os seus
objetivos quanto à segregação na fonte e maximização da
recuperação de materiais e recursos, bem como minimizar a
contaminação dos resíduos e custos com transporte e
tratamento/disposição. Isto ajudará a agilizar o sistema de coleta
33
primária e melhorar a sua eficiência, além de reduzir o impacto
ambiental.
Objetivo
Desenvolver um arcabouço de política que consista em políticas
regulatórias e fiscais para maximizar a segregação na fonte e
simplificar o sistema de coleta primária.
Tipo: Regulamentos e instrumentos econômicos com base referencial no
mercado.
Agência Líder: Prefeitura Municipal.
Agência Suporte: Uma instituição/consultoria externa pode ser
contratada para identificar as políticas adequadas no que diz respeito
às condições locais.
Localização (sugerida): Governo Municipal de Crateús
Orçamento (estimado): R$20.000 para instituição externa/consultoria.
Cronograma (estimado): 12 meses
Quadro 4 – Cronograma das atividades de elaboração do arcabouço político.
Atividade Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun Jul-Ago Set-Out Nov-Dez
Coleta e análise de
políticas relevantes
(regulamentos e
instrumentos
baseado no
mercado) para
segregação na
fonte e coleta
primária.
Preparando primeiro
rascunho do
34
Arcabouço da
Política com respeito
às condições locais.
Comentários do
Governo Municipal.
Preparação do
rascunho Final.
Deliberações dentro
do governo.
Encaminhamento
para aprovação da
Câmara Municipal.
Aprovação.
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
O arcabouço político local abrangerá as políticas, tanto regulatórias
como fiscais, para promover a segregação na fonte, e a simplificação
do sistema de coleta primária. A segregação na fonte ajudará a
alcançar as metas do PMGIRS.
Assim, os resíduos perigosos têm de ser completamente segregados na
fonte. Isto poderá ser conseguido através de regulamentos que podem
fazer com que todos sejam obrigados a separar e destinar resíduos
perigosos separadamente. Mais ainda, os regulamentos para a coleta
de resíduos perigosos devem prever mecanismos para assegurar que
estes foram removidos separadamente, sem possibilidade de misturar-
se com outros resíduos durante a coleta, transporte, tratamento e
disposição.
35
Para a segregação de resíduos orgânicos dos outros resíduos, uma
combinação de regulamentos e instrumentos de mercado serão
necessários para que sejam atingidas as metas definidas em 50 por
cento de segregação na fonte no curto prazo e, posteriormente, 100
por cento no longo prazo. São úteis instrumentos econômicos com base
no mercado, ou uma política baseada em incentivos e desincentivos.
Os habitantes dos bairros, através de comissões de moradores, na via
repressiva, podem ser multados por não segregar os resíduos na fonte,
ou na via premial, poderão receber incentivos sob a forma de redução
no valor das taxas de coleta de resíduos sólidos, desde que
devidamente segregados na fonte. Outra forma poderá ser a adoção
de incentivos na recuperação de resíduos de plástico, papel, vidro,
metais e assim por diante, na fonte.
Impõe-se a adoção de políticas, principalmente de regulamentação,
para agilizar a coleta de resíduos desde o ponto de geração até as
estações de transferência. Tais políticas devem estabelecer tamanho,
tipo e operações dos veículos de coleta, com vistas à redução do
impacto ambiental em termos de vazamentos, odor, ruído, poeira e
poluição do ar durante o transporte. As políticas também abordarão o
papel das equipes encarregadas da coleta para a manutenção e
limpeza adequada dos pontos de coleta.
Implementação
Governo de Crateús implementará e contratará os serviços de
instituição ou especialista para estruturar as políticas necessárias, em
conjunto com a equipe do governo local, cabendo à Administração o
seguimento do processo administrativo e legislativo adequados no
âmbito do governo.
Benefícios
Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:
36
Disponibilidade de um quadro político adequado para criar um
ambiente favorável ao atingimento das metas estabelecidas
para a segregação de resíduos na fonte.
Valorização de materiais e recursos.
Minimização dos custos de transporte e tratamento / disposição já
que a quantidade de resíduos segregados na fonte é direcionada
para recuperação de materiais/recursos.
Disponibilidade de um cenário de políticas públicas adequadas à
simplificação do sistema de coleta primária.
Minimização do impacto ambiental originado no sistema de
coleta primária.
Bairros limpos e saudáveis.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos
Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos
orgânicos
Adaptação dos sistemas de coleta primária
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Educação Ambiental orientada para a Gestão de Resíduos
Sólidos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
Capilarização da SEMAM pelos bairros
Aquisição de Compactador embolsador auto-propelido - Coleta
Secundária
Implantação de um Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de
biogás
Estabelecer uma unidade Reciclagem de eletroeletrônicos
Fábrica de vassouras
Atelier de confecção de papel reciclado
Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado
37
Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)
4.1.3. Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a
consciência na Gestão de Resíduos
Introdução
A gestão integrada de resíduos sólidos é um conceito relativamente
novo. Convencionalmente, os moradores eliminam seus resíduos, mas
não se importam sobre como os mesmos são gerenciados. Os
moradores percebem quando o sistema de coleta é ineficaz ou
quando existem falhas nas rotinas de limpeza pública. Por igual, sabem
que os resíduos remanescentes nos bairros criam riscos para a saúde
pública e ambiental. Por isso, a maioria dos moradores,
convencionalmente, se preocupa com um sistema de coleta
adequado. A maioria não está ciente da possibilidade da conversão
de resíduos recursos, nem dos custos e esforços necessários para
corretamente proceder à sua coleta, tratamento e eliminação. Não é
impossível que determinados segmentos da população não estejam
cientes da possibilidade de contaminação decorrente da da mistura
de resíduos perigosos com resíduos recicláveis não perigosos. Para
promover a segregação na fonte e para motivar os moradores a pagar
taxas de gestão de resíduos sólidos, mostra-se vital seu esclarecimento
sobre o porquê e como a segregação na fonte pode ser realizada em
todos os lares. Poderá ser útil para a conscientização e estímulo da
opinião pública a produção de um kit de ferramentas de sensibilização,
constituído por materiais de fácil utilização, que possibilite o
entendimento do processo de segregação de resíduos na fonte em três
categorias, enfatizando as vantagens da separação na fonte e as
38
vantagens da existência de um sistema de coleta adequado para a
manutenção/limpeza de pontos de coleta.
Proposta
As ferramentas de sensibilização desenvolvidas serão utilizadas em
reuniões públicas e treinamentos para a sensibilização da separação na
fonte e do sistema de coleta primária para maximizar a recuperação de
material/recursos, bem assim para reduzir os impactos ambientais e de
saúde pública relacionados aos resíduos nos bairros.
Objetivo
Aumentar a consciência dos moradores de Crateús em particular,
e outros geradores de resíduos (industriais, comerciais, instalações
de saúde, etc.) em geral.
Tipo: Cartazes, panfletos, capas de cadernos escolares, mochilas de
fibra PET e vídeo.
Agência Líder: Governo Municipal de Crateús.
Agência Suporte: Uma instituição externa (de preferência uma
universidade) pode ser contratada para desenvolver o Kit de
ferramentas de sensibilização, em estreita consulta com o Município
Crateús.
Localização (sugerida): Governo Municipal de Crateús.
Orçamento (estimado): R$30.000 para o desenvolvimento do Kit. A
impressão do material e as reuniões públicas exigirão um financiamento
separado, que poderá ser decidido pelo Município com base no
número e tipo de campanhas de sensibilização que o gestor público e
suas equipes desejam realizar. Para as capas de cadernos e mochilas
de fibra PET deverão ser buscadas parcerias com empresas
locais/regionais, como supermercados e indústrias de materiais
escolares.
39
Cronograma (estimado): 03 meses
Quadro 5 – Cronograma das atividades de elaboração do Kit de sensibilização.
Atividade Jan Fev Mar
Desenvolvimento de uma
identidade visual.
Desenvolvimento de folhetos,
cartazes, capas de cadernos
escolares e mochilas de fibra
PET.
Comentários do governo local.
Desenvolvimento do vídeo.
Comentários do governo local.
Apresentação das provas finais
dos folhetos, cartazes e
sacos/sacolas de fibra de PET.
Cópia final do vídeo.
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
As ferramentas/kit de sensibilização constituem-se de panfletos,
cartazes, capas de cadernos escolares, mochilas de fibra PET e um
vídeo. São destinadas a difundir as mensagens sobre o porquê e como
realizar a segregação dos resíduos na fonte em três categorias, a saber,
o resto de alimentos, resíduos perigosos e outros resíduos. Elas também
são destinadas à difusão da mensagem sobre o sistema de coleta
adequado, incluindo a manutenção e limpeza dos pontos de coleta
apropriados.
40
A primeira parte irá introduzir ao público os benefícios da segregação
na fonte e manutenção dos pontos de coleta. O rol de benefícios para
a segregação na fonte incluirá a maximização da recuperação de
materiais/recursos, minimização de chances de contaminação de
resíduos segregando estes em perigosos e não perigosos e de
minimização dos custos de transporte e descarte dos resíduos, devido a
coleta seletiva dos resíduos valorizáveis/ recuperáveis. Os benefícios de
um sistema de coleta adequado incluem a minimização dos riscos
ambientais e de saúde pública, como as doenças associadas aos
resíduos em razão de sua presença nos bairros, odor e vetores como
ratos e insetos.
A segunda parte irá introduzir as formas de segregar os resíduos em três
categorias e de manutenção dos pontos de coleta. Isso pode incluir a
introdução de medidas a adotadas pelo governo local, como a
disponibilidade de sacos de plástico para o resto de alimentos. Isso
também irá familiarizar os moradores com as políticas e as medidas
técnicas por parte do governo local na promoção da separação na
fonte, tais como incentivos e desincentivos ao abrigo dos instrumentos
de mercado para a segregação de resíduos alimentares, regulamentos
para segregação de resíduos perigosos e plano de operação para a
coleta dos resíduos.
Implementação
O Município de Crateús, poderá contratar uma instituição externa para
desenvolver as ferramentas/kit de sensibilização. O Município
empreenderá campanhas de sensibilização "como e quando
requerida". Para as capas de cadernos e mochilas de fibra PET fará
parcerias com empresas locais/regionais, como supermercados e
indústrias de materiais escolares.
41
Benefícios
Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:
Disponibilidade de ferramentas/kit de sensibilização para
utilização em campanhas públicas e workshops promovendo o
PMGIRS em geral e a segregação na fonte em particular;
Boa aplicação das políticas e medidas técnicas para promover a
segregação na fonte e racionalização do sistema de coleta
primária;
Segregação na fonte levando ao aumento da recuperação de
materiais/recursos;
Minimização da contaminação dos resíduos recicláveis e não
perigosos;
Minimização de gastos com transporte e tratamento/eliminação
de resíduos recicláveis.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos
orgânicos
Adaptação dos sistemas de coleta primária
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
SEMAM nos bairros
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de
biogás
Estabelecer uma unidade reciclagem de eletroeletrônicos
Atelier de confecção de papel reciclado
Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)
42
4.1.4. Fornecimento de Sacos para Segregação de Resíduos
Orgânicos
Introdução
Atualmente, os residentes de Crateús não segregam as sobras de
alimentos, mantendo-as misturadas a outros resíduos, tudo destinado
ao "lixão" (futuramente em aterro), daí resultando maiores custos
com a disposição final em razão da quantidade destes resíduos,
além de gerar grande quantidade de chorume. A segregação de
resíduos alimentares aumentará as chances de recuperação de
resíduos recicláveis, já que estes se tornam sujos quando misturados
com as sobras de alimentos. A segregação dos resíduos alimentares,
com sua separação de outros resíduos, é percebida como um
grande desafio em Crateús, uma vez que requer mudanças no estilo
de vida e de hábitos dos moradores, que, por senso comum,
percebem a segregação na fonte como um trabalho extra e difícil
para eles.
O PMGIRS para Crateús contém políticas, técnicas e medidas
voluntárias para promover a segregação de resíduos alimentares.
Uma das medidas poderá ser o fornecimento de sacos para a
disposição de resíduos de alimentos, objetivando tornar esta tarefa
de segregação na fonte mais fácil. Esta também deve ser tomada
como uma ferramenta de incentivo para que os moradores
segreguem mais e melhor as sobras de alimentos. No entanto, há a
possibilidade de que os residentes possam descartar resíduos
misturados e não devidamente segregados nestes sacos. Para
prevenir, ou ao menos minimizar tal possibilidade, os líderes de
associações de moradores e os agentes de coleta de resíduos
poderão ser treinados para identificar os sacos com resíduos mistos e,
43
em seguida, as associações de moradores poderão aplicar outras
políticas de repreensão ou estímulo. O número de sacos por família
deve ser fixo para evitar o uso indevido. Este Esquema poderá ser
introduzido inicialmente por 3 anos, prazo razoável para avaliar o
seu impacto.
Proposta
Os sacos transparentes para segregação dos resíduos orgânicos na
fonte tornará mais fácil para os moradores descartar as sobras de
alimentos. Também, será mais fácil para as associações de
moradores e agentes da coleta identificar os sacos com resíduos
mistos.
Objetivo
Promover a segregação de resíduos alimentares na fonte pelos
residentes de Crateús.
Tipo: Projeto.
Agência Líder: Prefeitura de Crateús.
Agência Suporte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM).
Localização (sugerida): Áreas residenciais de Crateús.
Orçamento (Estimado): R$30.000 por ano.
Cronograma (Estimado): 3 anos (Inicialmente).
Quadro 6 – Cronograma do fornecimento de sacos e avaliação do impacto.
Atividade Ano 1 Ano 2 Ano 3
Fornecimento de sacos
transparentes para resíduos
orgânicos.
44
Avaliação intercalar do impacto.
Relatório intercalar e parecer.
Revisão final e relatório.
A decisão final sobre a
continuação do Esquema.
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
Resíduos alimentares gerados em Crateús são cerca de 44,5 por cento
da quantidade total de resíduos a partir de fontes comerciais e
domiciliares, que é de aproximadamente 42 toneladas/dia. Mesmo que
ao longo do tempo esse percentual deva aumentar, para fins desse
projeto, pode-se supor que a geração de resíduos de alimentos seria
constante em termos de quantidade global, em torno de 19
toneladas/dia. De acordo com a meta estabelecida no Plano de Ação
Estratégica (Volume 1), 50 por cento dos resíduos de alimentos deve ser
segregado no curto prazo. Assim, os sacos seriam necessários para
aproximadas 19 toneladas/dia de resíduos alimentares. A população de
Crateús é de aproximadamente 74 mil pessoas. Considerando a família
média como sendo composta por 4 pessoas, pode-se estabelecer a
existência de 18,5 mil unidades familiares. Considerados os quantitativos
de resíduos apurados, isso sugere que cada família gera cerca de 0,356
kg de resíduos de alimentos por dia. Se os resíduos são recolhidos duas
vezes por semana, então, por agregado familiar seriam necessários 8
sacos/mês, totalizando 148.000 sacos/mês. Os sacos devem ser
transparentes e de preferência de material compostável para evitar os
impactos ambientais negativos.
45
Implementação
O Município de Crateús deverá realizar uma pesquisa para identificar o
tipo adequado e econômico de sacos transparentes. Também deverá
treinar associações de moradores e agentes de coleta de resíduos para
identificar e rejeitar os sacos contendo resíduos mistos.
Benefícios
Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:
Aceleração do ritmo de implementação de medidas de políticas
de segregação na fonte.
Quantidade suficiente de resíduos alimentares para estabelecer
unidades de compostagem.
Economia nos custos incorridos para a destinação dos resíduos
alimentares em aterro.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos
Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Adaptação dos sistemas de coleta primária
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
SEMAM nos bairros
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de
biogás
46
4.1.5. Construção/Provisionamento de Pontos de Coleta
Introdução
Crateús dispõe de ecopontos em alguns bairros da sua sede e LEVE's
(Local de Entrega Voluntária na Escola) em 22 escolas municipais. No
entanto, algumas áreas residenciais não têm pontos de coleta
adequados e os sacos com resíduos ficam dispostos nas calçadas. Para
um sistema de coleta efetivo, uma importante questão a ser resolvida é
a disponibilização de pontos de coleta. Além disso, os pontos de coleta
devem ser mantidos devidamente limpos para evitar impactos
negativos, como a incidência de doenças associadas aos resíduos,
disseminação de ratos e insetos, odor e enchentes urbanas. Os pontos
de coleta devem estar seguros e protegidos, especialmente de aves e
animais.
Proposta
Os pontos de coleta dará o primeiro passo em direção à meta de
atingir 100 por cento da coleta e remoção de resíduos. Pontos de
coleta adequados, por um lado, torna mais fácil para as famílias o
correto descarte de seus resíduos, e, por outro lado, torna mais eficiente
o trabalho dos agentes de limpeza pública no correto recolhimento e
remoção dos resíduos. É certo que pontos de coleta limpos e bem
conservados minimizam os riscos ao meio ambiente e à saúde pública.
Objetivo
Disponibilizar pontos de coleta adequados para moradores e
pequeno comércio que contam com sistema de coleta de base
comunitária.
Tipo: Projeto.
Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús.
47
Agência Suporte: Tal poderá ser feito em parceria com a empresa de
coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos. Um consultor com
notório saber poderá ser contratado para avaliar e projetar os pontos
de coleta.
Localização (sugerida): Áreas residenciais e comerciais de Crateús.
Orçamento (Estimado): R$150.000,00.
Cronograma (Estimado): 6 meses.
Quadro 7 – Cronograma das atividades inerentes à construção dos pontos de coleta.
Atividade Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun
Avaliação para a identificação do
número e localização e projeto dos
pontos de coleta.
Contrato para a construção dos pontos
de coleta.
Construção dos pontos de coleta.
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
A partir da identificação e caracterização dos bairros de Crateús
durante a coleta de dados para o plano, o número e localização de
novos pontos de coleta (incluindo a reabilitação de pontos existentes se
necessário) será identificado. Os pontos de coleta devem ser de fácil
acesso e, dependendo da densidade de população, podem ser
localizados para atendimento local num raio de 100 metros. O tamanho
do ponto de coleta é também determinado com base na densidade
da população. Poderá ser tão pequena quanto 1m3 e feito de aço,
tecido PET pós-consumo ou madeira plástica ou pode ser tão grande
quanto 5m3 e construído com tijolos ou concreto. Poderá contar com
48
três compartimentos separados, sendo o menor para resíduos perigosos
e o maior para as sobras de alimentos. O ponto de coleta deve ser
protegido para evitar que tanto pássaros como outros animais tenham
acesso ao material ali descartado.
Implementação
Mostra-se aconselhável a utilização dos serviços de um consultor para
identificar o local e projetar os pontos de coleta alinhados com as
condições locais. Também, pode contratar um empreiteiro de obras
civis para a construção de tais pontos de coleta, caso não conte com
tais serviços dentro da própria Administração. Também poderá ser feito
em parceria com a empresa terceirizada que coleta e transporta os
resíduos sólidos urbanos em Crateús.
Benefícios
Os seguintes benefícios são esperados a partir deste esquema:
Pontos de coleta bem construídos e protegidos para evitar tanto
riscos à saúde, como incômodos aos circunstantes.
Coleta facilitada de todos os resíduos, nomeadamente para os
resíduos segregados na fonte.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Adaptação dos sistemas de coleta primários
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
SEMAM nos bairros
49
4.1.6. Adaptação dos sistemas de coleta primária
Introdução
A Administração de Crateús mantém contrato com apenas uma
empresa privada para o serviço de coleta. No entanto, existem várias
pequenas empresas e indivíduos envolvidos na coleta primária informal
de resíduos. Esta situação gera reflexo social na forma de uma disputa
entre a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis e alguns
catadores informais. Há dois aspectos que relevam na coleta informal.
Um deles é o da utilização de veículos precários e inadequados. A
outra, refere-se às condições sociais e de saúde dos catadores
independentes ou vinculados a negociantes que exploram
comercialmente o mercado de reciclagem. O uso de triciclos de
carregamento frontal podem ser uma opção para a coleta de
recicláveis e orgânicos diretamente na fonte geradora. Além de maior
rapidez, a não utilização de combustível fóssil e melhor mobilidade
urbana são vantagens observadas com relação ao sistema atual de
caminhão gaiola.
Uma vez que a empresa privada que faz a coleta de resíduos no
município usa somente caminhões compactadores para a coleta de
resíduos sólidos urbanos, uma boa política para melhorar e adaptar as
condições de equipamentos e veículos de coleta pode melhorar
também a coleta seletiva de resíduos em Crateús.
A Lei de Saneamento 11.445/07, que impõe aos municípios a
estruturação da sua política de saneamento, bem como a Lei
12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, são
importantes instrumentos jurídicos, permitindo que os municípios
contratem, sem licitação, organizações (associações ou cooperativas)
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda
50
reconhecidas pelo público como catadores de materiais recicláveis,
com o uso de equipamento compatível com a técnica e necessário
cuidado com a saúde pública e ambiental.
Proposta
Utilização de empresas de coleta em pequena escala seria adequado,
possibilitando atualizar equipamentos e veículos de coleta. Isso levaria
a um sistema de coleta primária amigável eficiente e ambiental. O
sistema de coleta primária eficiente e eficaz seria benéfico para os seus
proprietários, com aumento da própria receita em razão do maior
volume de resíduo aproveitável coletado. Além disso, as pessoas físicas
e cooperativas contarão com o apoio e orientação do Município na
atualização de seus mapas de coleta e no estabelecimento de um
ponto de seleção central, onde poderão classificar o resíduo recolhido
pelos veículos convencionais.
Objetivo
Apoiar pequenas empresas, cooperativas e trabalhadores
individuais que prestam serviço de coleta primária de resíduos.
Tipo: Projeto.
Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús.
Agência Suporte: Uma instituição / consultor externo para preparar um
sistema de coleta primária detalhado com informações de veículos e
equipamentos adequados e sua análise técnico-econômica. O
consultor também faria plano de ação para o governo sugerindo as
formas e meios de apoiar a coleta de resíduos de pequena escala
empresas, cooperativas e indivíduos para atualizar seus equipamentos e
veículos.
Localização (sugerida): Município de Crateús, dependências da
Prefeitura ou SEMAM.
51
Orçamento (Estimado): R$40.000 para consultoria. Com base nas
recomendações dos especialistas, o Município de Crateús pode alocar
o orçamento para auxiliar a coleta primária de pequenas empresas,
cooperativas e indivíduos para atualizar seus equipamentos e veículos.
Cronograma (Estimado): 12 meses para o relatório e 3 anos para
atualizar o sistema de coleta primária (total de 4 anos).
Descrição
Há dois aspectos do projeto a serem considerados. Um deles é a
identificação do tipo adequado de equipamentos e veículos para a
coleta primária de acordo com as condições locais dos diferentes
distritos do Município. O outro, é o desenvolvimento de um conjunto de
recomendações destinadas a orientar as pequenas empresas,
cooperativas e indivíduos sobre como atualizar seus equipamentos e
veículos. No caso dos veículos, a escolha poderia ser feita a partir de
uma vasta gama de opções e a maioria destes poderia ser adaptada
para uma ou a outra zona de Crateús.
Alguns dos veículos podem estar disponíveis localmente, o que será
apontado no relatório. A seguir, exemplos ilustrativos.
Triciclo para coleta em vias centrais e de
difícil acesso
Veículo pequeno com porta lateral
Figura 5: Exemplo de modelos de veículos de coleta.
Fonte: Claudio Strüssmann.
52
O relatório deverá também apresentar um plano de ação detalhado
ou recomendações sobre a forma de ajudar as pequenas empresas,
cooperativas e indivíduos. Há que estudar as possibilidades, incluindo
um programa de financiado com juros diferenciados, equipamentos e
veículos com isenção de impostos, locação de veículos, programas
sociais de geração de emprego e renda, entre outros. A
recomendação também pode incluir o desenvolvimento de um
programa de capacitação das empresas locais para a operação e
manutenção do novos equipamentos e veículos.
Implementação
O Município irá implementar o programa, em colaboração com as
empresas locais, com base nas recomendações do relatório.
Benefícios
Seguintes benefícios são esperados a partir deste esquema:
Sistema de coleta primária eficiente e eficaz.
Redução de riscos ambientais e de saúde pública do sistema de
coleta primária.
Melhoria das condições dos catadores através da sua
organização e formação para o trabalho.
Aumento da disponibilidade de materiais recicláveis através de
coleta.
Aumento da renda dos catadores.
Redução de perturbações socioculturais, pobreza e
desemprego.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência
para a Gestão de Resíduos
Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos
orgânicos
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
53
SEMAM nos bairros
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
4.1.7. Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Introdução
Como já mencionado na parte primeira deste trabalho, a PNRS guarda
estreita relação com o importante eixo da educação ambiental,
trazendo expressa diretriz em tal sentido em seu art. 5º, ao dispor que a
“Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do
Meio Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação
Ambiental, regulada pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, ...”.
Nesse eixo da Educação, a Lei Federal n.º 9.795/99 baliza a PNEA -
Política Nacional de Educação Ambiental, cujo regulamento encontra-
se no Dec. Federal 4.281/2002.
A importância imediata do desenvolvimento do plano estratégico de
gestão dos resíduos nas cidades brasileiras busca na sua dimensão a
mudança de paradigmas no modo de produzir, consumir e destinar os
diversos tipos de resíduos. Diminuindo os impactos ambientais e
favorecendo um novo cenário capaz de criarem condições de
sustentabilidade ambiental.
Diante desse grande desafio por mudanças, a Educação Ambiental é o
principal instrumento para tomada de consciência, tendo como
pressuposto a transversalidade no diálogo com os diversos campos -
socioeconômicos e ambientais, contribuindo com a mudança de
atitudes, possibilitando a reforma do pensar sustentavelmente.
54
Proposta
A Educação Ambiental para Gestão de Resíduos sólidos atuará de
maneira sistematizada para transformar as Comunidades Educadoras
em incubadoras de projetos integradores de resíduos sólidos com as
ações já realizadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de
Educação, com apoio de parceiros para articulações de ações
voltadas para criação de espaço de aprendizado, tomada de
consciência pela interação, colaboração e mudança de atitudes e
valores socioambientais.
A proposta é desenvolver ações inovadoras de forma integrada com a
formação de uma célula pedagógica em regime de co-participação
para a composição da equipe que irá fazer mobilização, seleção e
acompanhamento dos projetos das Comunidades Educadoras. Num
primeiro momento, ocorrerá a criação dessas Comunidades
Educadoras pilotos em gestão de resíduos sólidos, com as incubadoras
de projetos integradores de resíduos sólidos em Crateús, aí podendo
participar qualquer instituição pública ou privada interessada nessas
novas práticas, com projetos que relacionam resíduos sólidos e
educação de acordo com as diretrizes curriculares, como por exemplo:
arte e reciclagem; compostagem como espaço educativo e produtivo,
entre outras inúmeras possibilidades de atuação que os participantes
possam desenvolver de acordo com sua realidade e interesse.
Projetos como a Caatinga vai à escola, a Escola vai a Caatinga, o LEVE,
Visita ao Ciclo Verde, Sala Verde, atelier de confecção de papel
reciclado, fábrica de vassouras, oficinas para agentes multiplicadores
ambientais, SEMAM nos bairros, campanhas de coleta de óleo de
cozinha, campanha troque garrafa PET por uma muda de árvore
nativa, palestras, Feira de Trocas de Livros entre outras propostas
realizadas pela Educação Ambiental da SEMAM vão dar continuidade
buscando a melhoria continua dessas ações.
55
Objetivos:
Integrar as ações de Educação Ambiental e Plano Municipal de
Educação nas diversas iniciativas da administração vinculadas ao
PGIRS
Fomentar as boas práticas no manejo de resíduos e estabelecer
indicadores para o apoio ao acompanhamento, controle social e
revisão de planos e programas;
Ampliar a conscientização quanto à importância da produção e
do consumo responsável e a minimização de resíduos;
Incentivar a cultura da não geração, reutilização e reciclagem
via EA, tanto formal como não formal;
Envolver as escolas do município com o Projeto LEVE, fomentando
ações educativas que favoreçam a conscientização por meio
do envolvimento direto da escola na coleta de resíduos
recicláveis
Criar mecanismos para valorização, integração e qualificação
de iniciativas de EACS existentes de forma regionalizada;
Desenvolver parcerias com agentes de EACS de instituições
sociais, cooperativas, órgãos públicos e iniciativa privada;
Produzir e organizar conteúdos para apoiar ações de EACS nos
territórios da cidade, com atenção às suas especificidades;
Desenvolver propostas para educação ambiental em
campanhas de divulgação e um plano de mídia.
Tipo: Fortalecimento Institucional através de arranjo institucional
Agência Líder: Governo Municipal de Crateús
Agência Suporte: Os serviços de educação ambiental para o
desenvolvimento de instrumentos para práticas de Educação Ambiental
no eixo de Gestão de Resíduos Sólidos. A Secretaria de Meio Ambiente
em parceria com a Secretaria de Educação e Institutos parceiros dos
56
projetos articulam as ações. Dando suporte no acompanhamento
pedagógico, financiamento de recursos e acompanhamento técnico
contratados para fomento de novas práticas no manejo de resíduos.
Localização (sugerida): Secretaria de Meio Ambiente – Coordenação
de Educação Ambiental para ações e projetos.
Orçamento (Estimado): R$180.000,00 para as diversas formações de
professores, compra de coletores - LEVEs, materiais para oficinas.
Despesas serão alocadas em colaboração entre Secretaria de
Educação e Secretaria de Meio Ambiente.
Cronograma (Estimado): 2 anos para Comunidades Educadoras como
Incubadoras de projetos Integradores de resíduos sólidos em Crateús. (O
tempo foi estimado como suficiente para desenvolver não só as
práticas pedagógicas nas escolas, mas também para aprovação
governamental da sua criação e das respectivas dotações
orçamentárias.
Quadro 8 – Cronograma de atividades para formação das Comunidades Educadoras
como Incubadora de Projetos Integradores de Resíduos Sólidos. Atividade Jan-
Fev
Mar-
Abr
Mai-
Jun
Jul-
Ago
Set-
Out
Nov-
Dez
An
o 2
01
6
Seleção da Célula de
Acompanhamento Pedagógico
e elaboração de edital de
seleção das comunidades
educativas.
X
Mobilização de instituições de
educação – apresentação da
proposta.
X
Abertura do edital; Inscrições;
Divulgação de resultados da
pré-seleção; Entrevista
X
Recebimento dos Planos de
Gestão dos Projetos
Pedagógicos
X
Avaliação dos Planos de Gestão
dos Projetos Pedagógicos
X
57
Encaminhamento dos Planos
para aprovação de recursos –
Secretaria de Meio Ambiente,
Secretaria de Educação,
Conselho de Meio Ambiente e
colaboradores.
X
Encaminhamento dos Planos
para aprovação de recursos
dotações orçamentárias –
câmara municipal.
X
Oficinas de formação
continuada com agentes
multiplicadores.
X
Mobilização da comunidade
educadora.
X X
Atividade Jan-
Fev
Mar-
Abr
Mai-
Jun
Jul-
Ago
Set-
Out
Nov-
Dez
An
o 2
01
7
Início dos Projetos Integradores
nas Comunidades educadoras
incubadoras.
X
Segunda etapa de oficinas com
os agentes multiplicadores
ambientais das comunidades
educativas.
X
Monitoramento contínuo dos
projetos pela célula de
acompanhamento pedagógico.
X X X X X X
Encontro avaliativo - Trocas de
saberes entre as Comunidades
educadoras dos projetos
incubadores de resíduos sólidos:
Perspectivas de continuidade
dos projetos.
X
Fonte: elaborado pelos autores.
58
Descrição
No plano da Educação Ambiental, a cidade de Crateús vem
participando de mobilizações educativas com iniciativas da Secretaria
de Meio Ambiente divulgando informações através dos veículos de
comunicação disponíveis – rádio, carro de som, folders, blitz educativa,
gincanas e campanhas de coleta seletiva em bairros com educação
não informal. Também está em curso o fortalecimento da rede de
coleta seletiva na cidade, desde 2012, como iniciativa do governo
municipal, mediante gerenciamento da Secretaria de Meio Ambiente
e participação da Associação de Catadores de Crateús - RECICRATIÚ.
As ações de educação ambiental da rede de coleta seletiva no
município estenderam-se com a inclusão de 28 escolas-pilotos pelo
Projeto LEVE - Local de Entrega Voluntária Escolar - tecnologia
socioambiental que busca unir educação ambiental nas escolas com a
prática da coleta seletiva municipal - transformando os estudantes em
protagonistas da coleta de material reciclável. Esse projeto foca na
participação da comunidade escolar na cadeia produtiva da
reciclagem, com a consequente valorização e inclusão social dos
Catadores do município, ampliando os espaços de discussões e
práticas ambientais nas escolas com educação formal. Outra atividade
direcionada à formação foi a oficina de resíduos sólidos, realizada no
segundo semestre de 2014 e ofertada aos professores, catadores e
estudantes de escola técnica. Foram fornecidas ferramentas de gestão
e operação de resíduos eletroeletrônicos. A oficina foi ministrada pela
Profª Draª Lúcia Xavier, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), através
da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj, e teve como objetivo
difundir conceitos e propostas de dinâmicas e sensibilização a respeito
da gestão de resíduos e, mais especificamente, sobre a gestão dos
resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, como subsídio à inclusão
socioambiental e à adequação à legislação vigente.
59
Nesse contexto de seleção de resíduos sólidos, também foram
promovidas oficinas de reciclagem de papeis nas escolas e nas
dependências da Secretaria de Meio Ambiente, mediadas pela
coordenação de EA, e curso de formação de multiplicadores em
Educação Ambiental, formal e não formal para os professores da rede
municipal de ensino pelo Instituto Venturi Para Estudos Ambientais e
Instituto Brasil Solidário.
Outros projetos de Educação Ambiental têm abordagem no contexto
do semiárido, como o Projeto A Caatinga vai a Escola a Escola vai a
Caatinga, que visa o conhecimento desse bioma através de ações
educativas - construção de hortas, viveiros de mudas nativas, aulas de
campo na Reserva Natural Serra das Almas entre outras atividades nas
escolas em colaboração com a Associação Caatinga. Em 2014 foram
realizadas culminâncias de projetos ambientais das escolas no I
Encontro de Educação Ambiental, destacando-se para tanto as
parcerias do Instituto Brasil Solidário e Instituto Venturi Para Estudos
Ambientais, em articulação com as secretarias e escolas, com boas
práticas educativas e apoio financeiro.
O Ciclo Verde é uma proposta de vivenciar as experiências de EA
dentro das instalações da Secretaria de Meio Ambiente, com visitas
orientadas, conhecendo o Polo de valoração de resíduos sólidos, trilhas,
rodas de conversas com o setor de licenciamento e fiscalização
ambiental, visita ao viveiro municipal de mudas nativas, cine verde,
interação artística no atelier de reciclagem de papel e visita a fábrica
de beneficiamento de vassouras com garrafa PET. Cabe destaque para
a experiência com a I Feira Solidária de Trocas de Livros, realizada
dentro da logística da Feira da Agricultura familiar, com o objetivo de
incentivar o consumo diferente, oferecendo ao público a oportunidade
de renovar suas bibliotecas pessoais sem custo. A proposta dessa feira é
ampliar-se de maneira a formar uma rede de trocadores de livros. Há
60
o interesse do Município em manter as atividades promovidas pela
SEMAM, buscando espaços para novas iniciativas, na medida em que
surjam propostas consistentes em termos de Educação Ambiental.
A continuidade se dará com bases fortalecidas por uma gestão
integradora e colaborativa, referenciada em projetos interdisciplinares.
Para garantir a possibilidade de ampliação de espaços de EA, caberá
relacionar as experiências existentes através da criação de
Comunidades Educadoras, como a Incubadora de Projetos
Integradores de Resíduos Sólidos em Crateús, com o objetivo de
subsidiar instrumentos para empreendimento de experiências de
aprendizado e atuação na mudança para a sustentabilidade.
Implementação
Para o desenvolvimento das Comunidades Educadoras como
Incubadoras de projetos Integradores de resíduos sólidos, a atuação das
ações deve ser descentralizada.
1. Célula de Acompanhamento Pedagógico - Desenvolvimento de
Ferramentas, para aumentar a consciência para Gestão de
Resíduos, nas Instalações do Governo Municipal de Crateús
(SEMAM)
2. Comunidades Educadoras como Incubadoras de projetos
Integradores de resíduos sólidos em Crateús – nas escolas públicas
e privadas e universidades.
A Integração das ações de Educação Ambiental e Plano Municipal de
Educação nas diversas iniciativas da administração vinculadas ao PGIRS
é a base para o desenvolvimento dos projetos integradores.
A célula será formada por gestores da Secretaria de Meio Ambiente,
gestores escolares, gestores da Secretaria de Educação, alunos e
comunidade. Os projetos ambientais serão desenvolvidos nas unidades
61
escolares sendo estes monitorados e apoiados pelas Secretaria de Meio
Ambiente e da Educação.
Benefícios
Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:
Oferta de formação continuada de agentes multiplicadores
ambientais a partir de oficinas para atuação em desenvolvimento
de Projetos Pedagógicos de intervenção socioambiental nas
unidades de ensino de Crateús. Todo processo de formação na
linha de resíduos sólidos é pautado nos princípios de redução,
reutilização e reciclagem.
Criação de uma célula educacional para seleção,
acompanhamento e avaliação dos projetos relacionados às
Comunidades Educadoras Incubadoras de Projetos Integradores
de Resíduos Sólidos, fortalecendo as práticas de EA no município.
Ampliação do Projeto LEVE - Local de Entrega Voluntária Escolar –
contribuindo com participação das escolas, com a adoção de
tecnologia socioambiental. Tal conexão, unindo educação
ambiental no âmbito escolar com a prática da coleta seletiva
municipal, possibilita a transformação local, onde a comunidade
escolar atua a partir da mudança de atitude , tanto pela
reflexão, como pela ação aoparticiparem de coleta de material
reciclável.
Promoção de Oficinas para as unidades de ensino participadoras
do Projeto - Comunidades Educadoras Incubadoras de Projetos
Integradores de Resíduos Sólidos com desenvolvimento de
práticas em horta agroecológica com foco em Resíduos Sólidos e
Compostagem.
Busca de parcerias para dar suporte ao Programa de Educação
Ambiental e Resíduos Sólidos através de financiamento e
assessoria a projetos.
Inclusão de projetos socioambientais relacionados a resíduos
sólidos no currículo escolar.
Participação do Conselho de Meio Ambiente como parceiro de
gestão do Plano de Educação Ambiental do município.
62
Articulação das secretarias de meio ambiente, secretaria de
educação, universidades e organizações não governamentais
em regime de coparticipação para formação dessa célula.
Parcerias de instituições públicas, organizações não
governamentais, Conselho do Meio Ambiente e Secretaria de
educação em campanhas, projetos, eventos e outras atuações
da Educação Ambiental no município.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
SEMAM nos bairros
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
Estabelecer uma unidade reciclagem de eletroeletrônicos
Fábrica de vassouras
Atelier de confecção de papel reciclado
Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)
4.1.8. Criação de um Centro de Treinamento Avançado
Introdução
Estudos têm demonstrado que um dos maiores entraves para a
implementação dos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
nos municípios é a carência de servidores públicos capacitados para
esta tarefa.
A capacitação continuada é um instrumento que qualifica para o
planejamento, implementação e avaliação de políticas de resíduos
sólidos de caráter participativo.
63
A Lei 12.305/10 em seu artigo 7º inciso IX traz entre os objetivos da
Política Nacional de Resíduos Sólidos, "a capacitação técnica
continuada na área de resíduos sólidos" e no artigo 19, inciso IX, elenca
como parte do conteúdo do PGIRS "programas e ações de
capacitação técnica voltados para sua implementação e
operacionalização". Já no seu artigo 8º, inciso VIII, a educação
ambiental é apontada como um dos instrumentos da Política Nacional.
A educação ambiental no âmbito da Política Nacional de Resíduos
Sólidos tem como objetivo o aprimoramento do conhecimento e, uma
mudança de hábitos, atitudes, valores e comportamento relacionados
aos resíduos sólidos.
Proposta
O poder público municipal ao liderar um processo de mobilização da
sociedade para a implementação do PMGIRS deve construir
capacidades, promovendo a capacitação técnica continuada dos
servidores públicos. Para tanto, torna-se necessário implantar um
Centro de Treinamento Avançado para a oferta de cursos e programas
nas áreas de manejo dos RS, tecnologias ambientais, gestão de
projetos, licenciamento e educação ambiental. Também, é
fundamental promover a capacitação dos catadores que atuam em
atividades da coleta seletiva e recuperação dos materiais recicláveis,
visando à sua organização produtiva, à melhoria das condições de
trabalho, à ampliação das oportunidades de inclusão social e
econômica.
Objetivo
Capacitar todos os profissionais que desenvolvem atividades na
área de resíduos sólidos, licenciamento e educação ambiental,
de forma continuada, pautado na construção do conhecimento
para a prática das suas atividades.
64
Tipo: Projeto
Agencia Líder: Prefeitura Municipal
Agencia Suporte: Secretaria Municipal de Educação, Universidades e
Instituições parceiras
Localização (Sugerida): Inicialmente, o Centro pode funcionar de
maneira descentralizada, nos espaços físicos dentro dos prédios
utilizados para os serviços municipais.
Orçamento (Estimado): Em torno de R$30.000,00 ao ano.
Cronograma (Estimado): 1 ano (para o início do programa).
Quadro 9 – Cronograma de atividades para a implementação e operacionalização
do Centro de Treinamento Avançado.
Atividades 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre
Arranjo institucional
e formação de parcerias
XXX
Desenvolvimento dos
programas de
capacitação
XXX XX
Definição das
responsabilidades quanto à
sua implementação e
operacionalização
X
Implementação e
operacionalização
XXX
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
O Centro de Treinamento Avançado será responsável por reunir a oferta
de cursos de capacitação técnica continuada na área de resíduos
65
sólidos, licenciamento e educação ambiental para a implementação e
operacionalização do PMGIRS.
No seu bojo serão elaborados programas de capacitação que ofereça
conhecimentos e subsídios técnicos que permitam a modernização dos
sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos, numa perspectiva
inclusiva e participativa.
Implementação
Serão estabelecidas parcerias entre a administração pública e as
instituições de ensino e de consultoria especializada para
desenvolvimento dos programas de capacitação técnica.
Os programas de capacitação podem ser concebidos em módulos
direcionados a atender os profissionais de limpeza urbana em suas
diferentes instâncias de atuação – Gerentes e Técnicos, Fiscais de
Limpeza Urbana, Garis e Catadores de Materiais Recicláveis.
Deverão ser formulados programas para a participação de grupos
interessados, em especial cooperativas e outras formas de associação
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis integradas por
pessoas físicas de baixa renda.
Benefícios
Servidores capacitados para desempenho das atividades de
gestão de resíduos sólidos, licenciamento e educação ambiental.
Formar profissionais para o monitoramento adequado e revisão
do PMGIRS.
Criar condições favoráveis para a melhoria da qualidade dos
serviços de limpeza urbana.
Desenvolver processos de aperfeiçoamento para a adequada
gestão e operação da limpeza urbana.
Contribuir para a qualidade na prestação dos serviços públicos
de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.
66
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
4.1.9. SEMAM nos bairros
Introdução
O referido programa nasce em razão da necessidade que a Secretaria
de Meio Ambiente tem de sair do âmbito do escritório, não limitando-se
à atividade teórica ou burocrática, e ir para as ruas , tratar as questões
ambientais com a população. O objetivo da secretaria não será o de
penalizar os munícipes por conta de infrações ambientais, pois que
antes da medida punitiva, virá a medida preventiva.
A atividade da SEMAM terá em conta a importância de conduzir a
população ao processo de conscientização na busca da
sustentabilidade socioambiental e econômica. Assim, tal projeto será
delineado de forma a privilegiar o trânsito da informação junto aos
moradores de forma geral.
Proposta
Na última sexta feira de cada mês, a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente irá ao encontro da população, nos bairros e distritos,
abordando temáticas ambientais que tratem de questões específicas
daquele bairro.
67
Objetivos
Promover sustentabilidade ambiental.
Levar informação de natureza ambiental aos moradores.
Divulgar os projetos da Secretaria.
Envolver a comunidade como parte integrante no processo de
conscientização ambiental.
Melhorar a participação da comunidade no programa de coleta
seletiva.
Tipo: Programa
Agencia Líder: Prefeitura Municipal
Agencia Suporte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Localização (Sugerida): Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Orçamento (Estimado): Em torno de R$5.000,00 ao ano
Cronograma (Estimado): 3 anos (reavaliado ao final desse tempo)
Quadro 10 – Cronograma de atividades do Programa SMAM nos bairros.
Atividade 2015 2016 2017
Distribuição de panfletos.
Uso de carro de som.
Participação de animadores de rua.
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
Este programa proporcionará para a agência líder a divulgação de
suas ações, bem como, através da informação, atingir os objetivos de
preservação e cuidados com meio ambiente. Proporciona, ainda, ao
publico alvo, conhecimento acerca das questões ambientais, bem
68
como de uma melhor qualidade de vida da população e do meio em
que está inserida.
Implementação
Na última sexta feira de cada mês acontece o SEMAM nos bairros ou
nos distritos, com atividades da Secretaria por meio de sua equipe,
que será reforçada pelas equipes das demais secretarias (saúde,
educação, assistência social , infra estrutura). É feita a abordagem dos
moradores, tratando das questões ambientais com as quais se
identificam. Busca-se em prazo de três anos para atender pelo menos
cada bairro e distritos uma vez.
Benefícios
Expansão de informações.
Diminuição das infrações de caráter ambiental.
Maior participação na coleta seletiva.
Órgão Público mais próximo da comunidade.
Maior participação popular.
Envolvimento dos moradores com as questões ambientais.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos
Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos
orgânicos
Adaptação dos sistemas de coleta primária
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
Estabelecer uma unidade reciclagem de eletroeletrônicos
Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)
69
4.2. Triagem, Tratamento e Disposição
4.2.1. Aquisição de Compactador embolsador auto-propelido -
Coleta Secundária
Introdução
Atualmente, o local de disposição final de resíduos no município de
Crateús, além de ser inapropriado, atrai catadores individuais para a
triagem de materiais recicláveis, colocando estes em condições de
risco. Os resíduos são depositados diretamente sobre o solo causando
danos irreversíveis ao meio ambiente, seja por chorume de chuvas sobre
os resíduos descobertos, quer pela geração de gases, odores,
proliferação de vetores, ou a sujeira no trabalho de triagem, associada
à pobreza e à geração de problemas de saúde pública.
Economicamente, a falta de escala na disponibilidade de materiais
dificulta a inclusão social com geração de renda desses catadores no
sistema de triagem formal, bem como aumenta os custos dos serviços
de limpeza pública do município de Crateús.
Proposta
Com a aquisição de um veículo compactador auto-propelido ou
rebocável para a compressão, ensacamento e disposição de resíduos
em estação de transferência, poderia haver uma economia substancial
nos custos de aterros sanitários, além de evitar a poluição causada por
veículos que transportam os resíduos para o aterro. Há também outros
benefícios ambientais, pois que este tipo de veículo é projetado para
manejo prático e higiênico dos resíduos.
70
Objetivo
Estabelecer uma fase de transição, mais em conta em termos de
custos, para a destinação ambientalmente adequada dos
rejeitos, com eficiência de recursos e benefícios públicos.
Tipo: Projeto.
Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús.
Agência Suporte: Uma instituição/perito externo poderá ser contratado
para avaliar a tecnologia adequada, assessorando na negociação
para sua aquisição.
Localização (sugerida): Município de Crateús - Área no entorno da
Recicratiú.
Orçamento (Estimado): Inicialmente R$15.000 para avaliação da
demanda, identificação de tipo apropriado de veículos e
desenvolvimento de documentos de aquisição. Em seguida, com base
na avaliação, mais verba poderá ser alocada para a compra dos
veículos necessários, de uma só vez ou em etapas.
Cronograma (Estimado): 6 meses.
Quadro 11 – Cronograma de atividades para aquisição do veículo compactador-
embolsador.
Atividade Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun
Avaliação da tecnologia e
identificação do tipo adequado de
veículo com estudo técnico-
econômico.
Considerações da equipe municipal.
Processo de Licitação para a aquisição
do veículo.
Fonte: elaborado pelos autores.
71
Descrição
O sistema de coleta, compressão e ensacamento sugerido é adequado
para coleta e disposição de resíduos, de uma forma prática e higiênica.
Versátil, pode ser usado para todos os tipos de resíduos ou produtos que
permitem a compressão e ensacamento para o transporte e / ou
armazenamento. A tecnologia apontada apresenta equipamentos
adequados para se adaptar às necessidades atuais dos municípios,
para operar na solução de coleta, compactação e disposição de
resíduos.
Figura 6: Exemplo de Planta de compactação e embolsamento.
Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.
Embolsamento - A porta de recarga localizada na parte traseira do
equipamento, embalagens de 30 a 50 metros de material (laminado de
polipropileno) que permitem a produção de 6 a 10 sacos. O peso do
material dos sacos pode variar 120-200 g / m2, dependendo do tipo de
resíduo a ser embolsado. O encerramento das bolsas é guiado por meio
de cordas mantidos por grampos que dirigem o nó para o centro das
bolsas. Uma vez fechado o saco, um outro sistema hidráulico é ativado,
o que facilita a descarga e fechando a parte inferior do saco seguinte.
72
Figura 7: Modelo de veículo compactador-embolsador.
Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.
Figura 8: Aterro em sacos impermeáveis.
Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.
O Compactador Embolsador Auto-propelido executa a coleta de
resíduos de uma forma rápida, simples e segura. É construído de aço em
forma tubular, a caixa de carga armazena 6m3 de resíduos
compactados (aproximadamente 24 m3 de resíduo solto).
Figura 9: Modelo de compactador embolsador - auto-propelido.
Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.
73
A unidade permite o processamento diário de compressão e
embolsamento de cerca de 100 toneladas. O sistema é de operação
contínua, criando bolsas de 5.5 m3, pesando entre 4 e 5 toneladas por
bolsa, dependendo do tipo de resíduo a ser embolsado.
Figura 10: Modelo de compactador embolsador - rebocável.
Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.
Implementação
Baseado em instruções de um especialista externo, a tecnologia deve
ser avaliada, também identificando o tipo de veículo mais
conveniente. Com base na aprovação da equipe da Prefeitura de
Crateús, o especialista externo poderá preparar o termo de referência
que instruirá a licitação para aquisição do veículo.
Benefícios
Seguintes benefícios são esperados a partir deste esquema:
Substancial economia no custo com aterro sanitário.
Prevenção da poluição causada por veículos que transportam
resíduos até a disposição final.
Sistema de coleta primária eficiente e eficaz.
Redução de riscos ambientais e de saúde pública do sistema
de coleta primária.
Melhoria das condições sociais dos catadores através da sua
organização e formação para o trabalho.
Aumento da coleta de materiais recicláveis.
74
Aumento da renda catadores.
Redução de perturbações socioculturais, pobreza e
desemprego.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos
Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos
orgânicos
Adaptação dos sistemas de coleta primária
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de
biogás
Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado
4.2.2. Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Introdução
Segundo a Pesquisa Mundial de Resíduos (2006) “Transformando Resíduo
em Recurso”, a cada ano o mundo produz tanto resíduo quanto produz
grãos (2 bilhões de toneladas) e mais do que produz aço (1 bilhão de
toneladas). A pesquisa também estimou o mercado de materiais
recicláveis em 600 milhões de toneladas e mais de 100 bilhões de
dólares ao ano. Há oportunidades a serem exploradas. Embora os
mercados de papel e sucata de metais estejam bem estabelecidos, os
índices de reciclagem de plástico ainda são baixos e o dos
componentes eletrônicos começa a estimular o mercado de
recuperação de materiais. Ainda, duas categorias de resíduos distintas
merecem atenção da indústria de reciclagem pelos volumes gerados:
75
resíduos produzidos pelo setor da construção e demolição e de
atividades agrícolas.
De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (Abrelpe,
2013), a geração total de resíduos no Brasil em 2013 foi de 76.387.200
toneladas, representando um incremento da ordem de 4,1%, índice que
é superior à taxa de crescimento populacional no país no período, que
foi de 3,7%. Considerando a média de composição dos resíduos no
Brasil, 57,41% destes é matéria orgânica, 13,16% papel/papelão, 16,49%
plástico, 2,34% vidro, 0,51% alumínio, 1,56% materiais ferrosos, 0,46%
inertes, 8,08% outros. Para muitas indústrias, a quantidade de matérias-
primas recuperadas através da reciclagem já ultrapassa o de materiais
"primários" (papel, certos metais não ferrosos, etc.).
Já quando o estudo compara a quantidade de RSU gerada e a
coletada em 2013, aponta que mais de 20.000 toneladas deixaram de
ser coletadas no país diariamente e, por consequência, tiveram destino
impróprio. Na região nordeste o percentual que deixa de ser coletado é
de 77,9% (Abrelpe, 2013).
Os dados sobre tendências atuais e futuras das várias categorias de
resíduos sólidos gerados em municípios brasileiros deixam evidente que
existem grandes quantidades de materiais recicláveis. É, portanto, mais
importante do que nunca trabalhar no sentido de estabelecer um
sistema integrado de resíduos abrangendo desde o seu descarte inicial
até sua utilização final.
Proposta
O primeiro precedente para a criação de um Polo de Valoração de
Resíduos é o inventário de resíduos e políticas de estímulo a separação
dos resíduos na fonte, em volumes suficientes para atrair indústrias de
processamento e reciclagem. O segundo é a infraestrutura na estação
de triagem de materiais recicláveis, operando em condições higiênicas
76
e de segurança. Estes resíduos recicláveis podem ser utilizados pela
indústria de reciclagem que os converte em uma fonte útil para as
indústrias ou a utilização destes resíduos diretamente no processo
industrial para a produção de novos produtos de consumo. Ambos os
tipos de indústrias de reciclagem poderiam ser agrupados e localizados
em um Polo de Valoração de Resíduos com políticas preferenciais e
infraestrutura para incentivar a reciclagem.
No conceito de “Polo de Valoração de Resíduos” o coração é a
estação de triagem com equipamentos adequados para
compactação dos resíduos já segregados que serão transportados para
os órgãos periféricos que são as indústrias recicladoras ou
beneficiadoras instaladas em torno dela. Idealmente, todos os
elementos de um produto devem circular indefinidamente - menos
material, mais raciocínio – para transformar resíduos em riqueza, através
da reintrodução dos materiais no circuito mercantil. Tais transformações
levam também à reorganização do papel das empresas no ciclo
econômico. Fabricante de produtos acabados, a empresa se torna
também produtora de matérias-primas secundárias e de serviços. Essa
estratégia permite que realize economia de taxas vinculadas aos
resíduos, com o desaparecimento destes.
78
Objetivo
Implantar um Polo de Valoração de Resíduos para sediar
indústrias de reciclagem, com políticas preferenciais e
infraestrutura para estimular a formação de um mercado.
Objetivos Específicos
Incentivar a criação de indústria de reciclagem.
Garantir o cumprimento das metas do plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos.
Dinamizar as atividades econômicas sem afetar seriamente o
meio ambiente.
Promover a abordagem 3R’ s em maior escala.
Tipo: Projeto
Agência Líder: Parceria Público-Privada
Agência Suporte: Prefeitura Municipal / SEMAM
Localização (sugerida): área de10ha
Figura 12: Localização da área para implantação do PVR.
Fonte: Claudio Strüssmann, a partir do Google Earth.
79
Figura 13: Localização do Centro de Triagem Recicratiú.
Fonte: Claudio Strüssmann, a partir do Google Earth.
Orçamento (Estimado): Considerando cenário de 50% de coleta e
apenas Crateús, será necessário aporte de R$1,5 milhão.
A Prefeitura (ou o gerador, no caso de RCC) deve pagar tratamento e
coleta por tonelada.
Repasse aos cooperados de
75% da receita com recicláveis e
25% da receita com compostagem e
25% RCC.
A remuneração para treinamentos e consultores deve ser considerada
no refino das projeções.
Cronograma (Estimado): 2 anos.
80
Quadro 12 – Cronograma de atividades para implantação do PVR.
ATIVIDADES Bimestres
Ano 1 Ano 2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Construção do site
institucional do projeto.
X X
Planejamento da
Implantação do Polo de
Reciclagem e
Revalorização de Resíduos.
X X X
Implantação do Polo de
Reciclagem e
Revalorização de Resíduos.
X X X X X
Implantação da Rede de
comercialização de
resíduos.
X X
Articulação das
cooperativas e empresas.
X X
Implantação e
treinamento nas
cooperativas e
associações de catadores.
X X
Cadastro, e homologação
dos recicladores.
X X X X X X
Suporte aos usuários. X X X X X X X X X
Monitoração e
acompanhamento das
atividades.
X X X X X X X X X
Locais de entrega
81
voluntária escolar LEVE's.
Logística “reversa escolar”.
Seminário para divulgação
e publicidade dos
resultados.
X
Fonte: Elaborado pelos autores.
Descrição
Neste projeto definimos um Polo de Valoração de Resíduos, com um
núcleo central de triagem, um centro de convivência, pesquisa e
capacitação e unidades de beneficiamento capazes de agregar valor
aos materiais triados.
Negócios de processamento, recuperação e reciclagem são os tipos
que podem ser agrupados e localizados em um Polo de Valoração de
Resíduos. Este novo arranjo proporcionará políticas preferenciais e
infraestrutura para incentivar a criação de indústrias de reciclagem e
impulsionar um novo cluster industrial resultando em atividades
econômicas ambientalmente amigáveis.
O primeiro precedente para a criação de um Polo de Valoração de
Resíduos é o inventário de resíduos e estímulo a segregação dos
resíduos na fonte, em volumes suficientes para atrair indústrias de
processamento e reciclagem. O segundo é a infraestrutura na estação
de triagem.
Os resíduos recicláveis triados podem ser utilizados pela indústria de
reciclagem que faça sua conversão como fonte de matéria útil para as
indústrias ou sua utilização diretamente no processo industrial para a
produção de novos produtos de consumo.
82
Além da coleta seletiva porta a porta, já estabelecida entre a Prefeitura
e a Recicratiú, a escola é uma base privilegiada para a transformação
da sociedade com relação às questões ambientais. Os locais de
entrega voluntária escolar (LEVE's) surgem como uma resposta
inteligente à coleta seletiva municipal, através de pontos de coleta
voluntária na escola, onde são instalados espaços de coleta/entrega
abastecidos diariamente pelos alunos matriculados.
Locais de entrega voluntária escolar (LEVE's)
O conceito do LEVE pode ainda ser trabalhado dentro da proposta
político-pedagógica municipal e nos trabalhos diários de educação
ambiental da escola e cidade, em conformidade com a segurança dos
alunos, transporte escolar e com materiais passiveis de reciclagem sem
contaminação, inicialmente atendendo a coleta dos seguintes resíduos:
PET, papel de qualquer espécie e alumínio.
Os materiais, na maioria das vezes proveniente das residências já
lavados e com orientações pré-coleta/campanha, ou mesmo
coletados em campo com educadores dentro da proposta de
educação ambiental da escola em questão, podem ainda ser
trazidos/arrecadados em campanhas de estímulo, campeonatos e
torneio internos e externos por quantidade de material coletado por
aluno, turma ou classe e escolas, favorecendo diretamente o processo
de educação familiar para um reforço na implementação da coleta
seletiva municipal porta a porta.
83
Figura 14: Modelos dos coletores disponibilizados nas escolas.
Fonte: Instituto Brasil Solidário.
“LOGÍSTICA REVERSA ESCOLAR”
A implementação do LEVE – Local de Entrega Voluntária Escolar -
associado à possibilidade de logística reversa traz uma solução inédita
no conceito de coleta seletiva municipal: a escola como ponto de
coleta diária, calcada no transporte escolar que já circula pela cidade
com custos da Educação fazendo o transporte de alunos tanto da zona
urbana como da zona rural, com motoristas, combustível e itinerário
definido por dia da semana.
Atualmente a logística não aborda somente os fluxos físicos e
informacionais tradicionais, desde o ponto de origem até o local de
consumo. É muito mais abrangente, envolvendo todos os fluxos físicos,
informacionais, toda a gestão de materiais e toda a informação
inerente, nos dois sentidos, direto e inverso. A logística reversa tem um
papel preponderante, neste novo conceito de logística, muito mais
global, abrangente e educacional, como podemos constatar em mais
esta ideia em desenvolvimento.
84
A implementação do LEVE, e utilização da logística reversa escolar
como transporte desses resíduos diários, consiste não somente na
intensa conscientização de educadores, alunos e famílias sobre a
importância e coleta diária via escola acerca da separação e da
reciclagem de resíduos sólidos não orgânicos, mas também da
importância da venda desses materiais em prol da sustentabilidade e
de projetos sociais e educacionais com custo beneficio inteligente e
participação solidária.
Além da separação de resíduos sólidos recicláveis dentro das escolas, a
logística reversa escolar e o LEVE estimulam toda comunidade local a
retornarem à escola todo o material doméstico reciclável, que passa a
ser encaminhado diariamente à central de triagem da cidade ou bairro
onde é separado e vendido para empresas de reciclagem. Isso diminui
o impacto da coleta porta a porta municipal e aumenta a qualidade
dos resíduos obtido, uma vez que o LEVE predetermina um grande
trabalho conjunto de educação ambiental.
Figura 15: Adaptação dos veículos de transporte escolar para a coleta dos resíduos.
Fonte: Instituto Brasil Solidário.
85
REDE DE COMERCIALIZAÇÃO DE RESÍDUOS
A REDERESÍDUO é uma plataforma de estímulo aos negócios da
reciclagem, ágil, fácil usar e gerenciar, que propicia negociações e
rastreabilidade de atividades de reciclagem ou destinação final de
resíduos; reconhecida pelo FINEP, CNPq, FAPESP, SEBRAE e FGV como
uma inovação tecnológica e com atuação consolidada no mercado
corporativo. Veja mais no site rederesiduo.com.br.
Mostra-se importante ligar as organizações do Polo diretamente com
empresas recicladoras, visando facilitar a venda dos materiais que
podem ser reciclados permitindo a união de esforços, experiências e
materiais, aumentando a escala e tornando o negócio mais lucrativo
para todos, viabilizando a logística reversa pós-consumo. O fluxo das
oportunidades pode ser visto abaixo:
Figura 16: Fluxo de oportunidades da rede de comercialização de resíduos.
Fonte: Rede Resíduo.
Outro benefício esperado é a maior visibilidade do Polo para todos os
players do setor gerando novas oportunidades de negócio e
incorporando na plataforma rotinas e processos para atender aos
diversos atores da gestão de resíduos, entre eles:
86
● Outras organizações do entorno que possam vender, trocar, doar ou
destinar seus resíduos ou contratar serviços;
● Recicladores que possam utilizar resíduos como matéria-prima e ter
previsibilidade de recebimento de material;
● Transportadores que sejam notificados automaticamente das
oportunidades e possam otimizar rotas, atuando na logística reversa
e acessando os mapas das oportunidades;
● Gestores das Redes (departamentos de meio ambiente corporativos,
prefeituras, associações de empresas ou outras organizações) que
possam controlar requisitos, mitigar riscos e coletar dados para
embasar indicadores e métricas.
● Cooperativas de reciclagem poderão fazer uso de um sistema de
governança que está de acordo com a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, transformando seus associados em verdadeiros
empresários, negociando em pé de igualdade, junto a players com
grande poder de compra.
A plataforma será integrada ao ecossistema da REDERESÍDUO,
proporcionando interação com outras redes de empresas e prefeituras
criando um fluxo constante de informações e contribuindo para a
realização de negócios, com notificação automática de
oportunidades.
87
Figura 17: Fluxograma da rede de comercialização de resíduos.
Fonte: Rede Resíduo.
Os relatórios online dão transparência aos processos e permitem aos
participantes cadastrados a supervisão, acompanhamento e
contabilização das operações concretizadas. Através de sistema
georreferenciado é possível otimizar o frete e acompanhar todo o
processo até o destino final.
Benefícios adicionais:
● Criação de uma rede facilitadora de negócios para o mercado
de resíduos e reciclagem.
● Interface entre o Polo, as cooperativas e as empresas
recicladoras que procuram materiais e/ou matérias primas para
seus processos e empresas de tratamento e disposição final.
● Incremento do retorno financeiro através da comercialização de
materiais passíveis de reciclagem.
● Agilização do fluxo de informações e de negociação entre as
88
partes.
● Busca de oportunidades de forma pró-ativa.
● Capacitação do pessoal na utilização das interfaces do Sistema.
● Suporte aos usuários para utilização eficaz da ferramenta.
● Acompanhamento das oportunidades e negociações
cadastradas, compilação de preços e cotações de materiais de
forma regionalizada.
● Notificação para serviços de transporte.
● Calculadora de externalidades (indicadores ambientais)
Implementação
A implementação do PVR será feita em vinte passos, dentro de cinco
fases, conforme apresentado abaixo.
Fase 1: Planejamento e Organização
Primeiro Passo: Obter o comprometimento dos agentes envolvidos.
Segundo Passo: Estabelecer os arranjos institucionais e Acordos de
Cooperação.
Terceiro Passo: Organizar os treinamentos e capacitações dos elos da
cadeia de geração, coleta e reciclagem dos resíduos.
Quarto Passo: Barreiras e Soluções.
Fase 2: Capacitação e Treinamento
Quinto Passo: Desenvolver uma agenda contínua de cursos de
capacitação e oficinas de treinamento.
Sexto Passo: Aplicação da agenda.
Sétimo Passo: Determinar os focos da avaliação de treinamento para
formação de Recursos Humanos.
89
Fase 3: Nivelamento da estrutura operacional
Oitavo Passo: Originar um balanço de materiais necessários para
otimização dos Galpões de Reciclagem existentes nos municípios.
Nono Passo: Avaliação das causas da baixa produtividade.
Décimo Passo: Gerar oportunidades de otimização.
Décimo Primeiro Passo: Seleção de oportunidades.
Fase 4: Estudos de Viabilidade
Décimo Segundo Passo: Avaliação Preliminar.
Décimo Terceiro Passo: Avaliação Técnica.
Décimo Quarto Passo: Avaliação Econômica.
Décimo Quinto Passo: Avaliação Ambiental.
Décimo Sexto Passo: Selecionar as tecnologias mais apropriadas.
Fase 5: Implementação
Décimo Sétimo Passo: Preparar um Plano de implementação
Décimo Oitavo Passo: Implementar o Plano
Décimo Nono Passo: Monitorar e Avaliar
Vigésimo Passo: Sustentar atividades de Beneficiamento de Resíduos
Benefícios
Um Polo de Valoração de Resíduos aumentará a taxa de
valorização de materiais, em que se beneficiará a partir de dois
aspectos. Em primeiro lugar, reduzirá a quantidade de resíduos
finais, levando a economia de recursos necessários para o
transporte, tratamento e disposição final desses resíduos. Em
segundo lugar, será fonte de renda, uma vez que tais resíduos
90
recicláveis poderão ser vendidos diretamente para o setor de
reciclagem, estimulando a geração de emprego e renda, seja
com a inclusão dos trabalhadores informais na triagem e
incremento das cooperativas de reciclagem, seja no surgimento
de novas atividades econômicas.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos
Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência
para a Gestão de Resíduos
Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos
orgânicos
Adaptação dos sistemas de coleta primários
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de
biogás
Estabelecer uma unidade reciclagem de resíduos
eletroeletrônicos
Fábrica de vassouras
Atelier de confecção de papel reciclado
Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)
4.2.3. Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
Introdução
Usinas de reciclagem têm ganhado espaço no Brasil e, quando inseridas
em políticas públicas apropriadas, contribuem decisivamente para a
91
solução de impactos urbanos e custos gerados pela disposição de
resíduos. Em que pese a tendência de seu crescimento, a falta de
estímulo governamental e de investimentos aplicados em pesquisas tem
levado a indústria da reciclagem no Brasil a importar resíduos. Somente
em 2008 foram importadas 14 mil toneladas de PET (Limpeza Pública
Magazine, Ed. 71, 2009).
O aumento da produção mundial de plásticos e a falta de programas
de gestão adequada de resíduos pós-consumo resultam no descarte
inadequado e na sua disposição nos ambientes terrestres e aquáticos,
causando inúmeros impactos ambientais,, inclusive afetando a saúde
humana. Necessitando grande período de tempo para sua
degradação , os plásticos tendem a permanecer por muito tempo
onde forem depositados. Por seu alto poder calorífico, versatilidade e
resistência, os plásticos devem ser tratados como matéria-prima pós-
consumo e não como lixo. Após o seu descarte, as possibilidades
corretas de destinação incluem reuso, redução, reciclagem,
incineração e, como opção menos favorável, a disposição em aterros.
Atualmente, o Brasil possui uma gestão inadequada de resíduos sólidos,
com a maior parte dos resíduos urbanos ainda seguindo para aterros
ou lixões. Os índices brasileiros de reciclagem de plásticos têm crescido,
mas persistem dificuldades, pela falta de programas de coleta seletiva,
de incentivos às recicladoras e catadores, todos negligenciados pelos
governos e população. A reciclagem mecânica é apontada, então,
como uma das soluções para o tratamento dos plásticos pós-consumo
no país, devendo ser analisadas as vantagens, desvantagens e
restrições desse processo. Práticas internacionais de gestão e
reciclagem devem ser observadas para servirem de parâmetro às
mudanças nacionais.
De acordo com “Empreendedores do Lixo” (Márcio Magera, 2005), os
resíduos no Brasil ainda são considerados como um problema das
92
autoridades e não uma questão ambiental que interessa ao conjunto
da sociedade. Também que, “a política a ser adotada para a
sobrevivência das cooperativas é muito mais complexa e demanda
gerenciamento profissional, utilizando recursos tecnológicos e equipes
treinadas no trabalho com resíduos, e a participação da sociedade...”.
Conclui-se, portanto que a reciclagem de materiais pós-consumo, para
processamento em outros produtos, deverá ser a melhor opção a ser
explorada como uma atividade negocial viável, integrada a todos os
setores da sociedade, em razão dos volumes envolvidos, a economia e
racionalização de recursos naturais, energia e materiais com valor
adicionado, e o impacto ambiental causado pela sua não racional
disposição após o uso.
Neste contexto, os Projetos-pilotos sugeridos aqui podem envolver
instituições que, através de suas habilidades e conhecimentos,
contribuirão para que a cadeia local de reciclagem saia do “limbo” em
direção a um mercado profissional com alto valor adicionado e ganhos
condizentes com o de outros mercados mais desenvolvidos.
Objetivo
Desenvolvimento de Projetos-pilotos que gerarão novos negócios
para o Mercado local de reciclagem, baseados em estudos de
laboratório e referências locais de mercado.
Objetivos Específicos
Identificar e testar tecnologias para reciclagem e recuperação
de materiais.
Levar as instituições de pesquisa ao encontro das necessidades
da comunidade local.
Entender a reciclagem como indústria e negócio,
consequentemente, uma fonte de emprego e renda.
Tipo: Fortalecimento institucional. Projetos contando com parcerias
entre a municipalidade, universidades e organizações empresariais,
conforme a categoria de resíduos.
93
Entidade Líder: Prefeitura Municipal de Crateús
Entidade de Apoio: Universidades, Sindicatos das indústrias,
Cooperativas, , SENAI, SEBRAE e outros.
Localização (sugerida): Laboratórios de Universidades e departamentos
da Administração Municipal.
Orçamento (Estimado): O orçamento poderá ser alocado através de
diversas linhas de pesquisa do Governo Federal e das Indústrias. Por
exemplo, em pesquisa de reciclagem de polímeros, uma indústria
plástica ou seu sindicato nacional. Instituições como Sebrae e Senai
ficariam encarregados do treinamento nas cooperativas sobre
gerenciamento negocial e sua inclusão no grupo local.
Período de Tempo (Estimado): Dois anos, a contar da assinatura do
acordo de cooperação.
Implementação
A implementação deste projeto pode ser facilitada pela Administração
Municipal de Crateús através do estabelecimento para cada projeto,
de um acordo para cooperação entre universidade, Sebrae/Senai,
industria e/ou associação, tendo como objeto de estudo uma
organização local de reciclagem.
Possibilidades de uso de tecnologias menos sofisticadas para materiais
com maior disponibilidade nos resíduos gerados em Crateús, existência
de demanda e aceitação por parte do mercado local de produtos
feitos a partir de materiais reciclados e presença de uma rota viável
para negócios e viabilidade ecológica são os principais objetivos dos
Projetos-pilotos. Como referência, algumas experiências brasileiras são
descritas a seguir.
94
Reciclagem/Reuso de Resíduos de C&D
A reciclagem de resíduos de construção e demolição no Brasil é muito
nova, restrita a algumas iniciativas locais. Um exemplo importante é a
cidade de Belo Horizonte, onde a reciclagem de RC&D tem seu
principal uso como base para pavimentação. De acordo com a
Administração Municipal, o custo de produção de pavimentos com a
utilização de agregados originados na cidade é cerca de 22% menor
do que o convencional. Mais ainda, antes da instalação das usinas de
reciclagem, o custo anual com a remoção de caliça resultante de
disposições clandestinas era da ordem de um milhão de dólares. A
reciclagem sob a forma de agregados é a mais amplamente utilizada
na reciclagem de resíduos de C&D no Brasil. As alternativas de
aplicações de agregados recicláveis dependerá da composição e
conteúdo dos resíduos utilizados. A reciclagem pode ser implantada
como uma simples fase, como no caso de reciclados de agregado de
concreto (contendo apenas concreto) e reciclados de agregados
cerâmicos (contendo apenas cerâmica vermelha e branca). Uma
segunda alternativa será a geração de agregados reciclados de
resíduos de C&D misturados através de processamento simultâneo de
resíduos de argamassa, ladrilhos vermelhos, cerâmica branca, concreto,
rochas e outros. Dependendo do tamanho do município, poderá ser
interessante que os passos de seleção, reciclagem e aterro sejam
concentrados numa mesma instalação.
Reciclagem/Reuso de Plástico (Polímeros)
Resíduos sólidos urbanos contêm um grande volume de polímeros e sua
disposição final é um sério problema ambiental. Consequentemente, a
reciclagem dos principais polímeros presentes nos resíduos sólidos é uma
alternativa. Entre as principais aplicações de polímeros reciclados no
Brasil estão as relacionadas às moradias. O PET reciclado é utilizado
como fibra têxtil (41%), colchas de não tecido (16%), cordames (15%),
95
resinas não saturadas (10%), embalagens (9%), vassouras de cerda e
escovas (5%) e outros produtos (4%). Conforme a pesquisa sobre o
Índice de reciclagem no Brasil em 2012, executado por Plastivida –
Instituto Socioambiental dos Plásticos e publicado em 2013, 64% do
resíduo plástico consumido em 2012 foi de origem pós-consumo, sendo
os 36% restante oriundos de aparas da indústria, predominantemente
da indústria de transformação de plástico.
Segundo esse mesmo estudo, no Brasil, entre os 5.564 municípios,
apenas 766 têm coleta seletiva. A capacidade ociosa da reciclagem
pode ser traduzida pela falta de ações efetivas por parte dos
municípios. A pesquisa também mostra que no Brasil existem apenas
762 indústrias de reciclagem de plásticos e a metade delas está
localizada em São Paulo. A análise por tipo mostra: 331 (44%) são
empresas de reciclagem que apenas vendem o material plástico não
realizam triagem e transformação; 155 (20%) são empresas de
reciclagem dedicadas à triagem; 138 (18%) são empresas de
reciclagem especializadas em transformação, mas não realizam
triagem; e 138 (18%) empresas de reciclagem dedicadas à triagem e
transformação. De 2003 a 2012 o crescimento dos empregos diretos
cresceu 6%.
Em 2012 os principais mercados demandantes de produtos plásticos
reciclados foram: utilidades domésticas (153 mil/ton), construção civil
(148 mil/ton), automobilístico (109 mil/ton), descartáveis (107 mil/ton),
industrial (99 mil/ton) e têxtil (94 mil/ton). (Monitoramento dos Índices de
Reciclagem Mecânica de Plásticos no Brasil, 2013).
O reuso ou retorno de embalagens, a recuperação de resinas
constituintes dos materiais plásticos, recuperação de energia, nessa
ordem, são apresentadas como processos de reciclagem de plástico
com esforços articulados no mundo, exigindo legislação,
implementação de tecnologias apropriadas e ambientalmente
96
eficientes, bem assim como esforços articulados por parte do governo,
sociedade, instituições de pesquisa e empresas, como apontado pelo
estudo da Plastivida.
Desafio: Cooperação de todas as partes interessadas.
Benefícios
contribuição para um melhor planejamento estratégico, que
facilitará a implementação de negócios de reciclagem,
tornando-a profissional, barata e com maiores chances de
sucesso.
criação de empregos com possibilidade de melhor remuneração.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de
biogás
Estabelecimento de uma unidade para reciclagem de
eletroeletrônicos
4.2.4. Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de
biogás
Introdução
Como pode ser visto através dos dados coletados em campo, os
resíduos gerados em Crateús são caracterizados pela elevada
percentagem de resíduos orgânicos (quase 50%).
97
Estes resíduos orgânicos (fonte de nutrientes, minerais, etc.) são, na
verdade, o vilão do resíduo urbano. Ao ser depositado em seu estado
natural, num "lixão" ou aterro sanitário sem tratamento, juntamente com
outros resíduos (alguns potencialmente tóxicos), entrará em
fermentação (anaeróbica), gerando, entre outros subprodutos, mau
cheiro de gases e ácidos orgânicos. Gases atraem vetores (moscas,
mosquitos, baratas e ratos), que encontram dentro dos resíduos em
decomposição um habitat ideal para a proliferação e propagação de
doenças. Os ácidos orgânicos, por sua vez, dissolvem as tintas, resinas e
jornais impressos, corroem baterias que incorporam substâncias tóxicas
na sua composição original, tais como metais pesados, juntando-se
outros fluidos presentes nos resíduos. Inevitavelmente, estes líquidos de
percolação da massa de "lixo" (um fato agravado pela chuva
alcançam e podem poluir águas subterrâneas e superficiais, muitas
vezes utilizadas para consumo humano e animal. É importante
esclarecer que nem o tratamento usual de água remove essas
substâncias químicas dissolvidas. Isto é, tanto o "lixo" quanto os aterros
mal operados podem poluir o solo, o ar, corpos d'água e, é claro, atingir
a cadeia alimentar (fonte: UFV / LESA).
A abundância de fontes de biomassa disponíveis no Brasil, a grande
variedade de processos utilizados para a sua recuperação e
diversidade de energia obtida para utilização pelo usuário final levou o
país a desenvolver um amplo espectro de atividades no domínio da
biomassa. O Brasil possui condições climáticas favoráveis para explorar
a imensa energia a partir de resíduos orgânicos e de geração de biogás
e fertilizante. Numerosas vantagens podem ser descritas para uma
planta de produção de biogás, mas uma das maiores se dá em termos
de impacto ambiental, uma vez que nenhum dano para o meio
ambiente será causado por biodigestores ao gerar biogás.
A investigação de sistemas alternativos de geração de energia tem
focado no processo, deixando em segundo plano um dos principais
98
objetivos que são os custos. A carência é mais evidente no caso dos
sistemas mais simples e mais econômicos (Sganzerla, 1993).
Proposta
Estudo de viabilidade técnica e econômica com base na utilização de
resíduos orgânicos, buscando soluções para sistemas de compostagem
e de biodigestão, econômicos e ecológicos para as condições locais.
Objetivo
Avaliar várias tecnologias para instalações de unidades de biogás
e de compostagem viáveis para processamento em pequena
escala a fim de evitar a eliminação de resíduos orgânicos no
"lixão" ou aterro.
Descrição
Unidade de biogás - uma unidade em que ocorre a degradação
biológica de produtos de origem animal orgânicos em condições
anaeróbias com vista à produção e captação de biogás.
Podemos brevemente dizer que a digestão anaeróbia de resíduos
orgânicos é um processo bioquímico que usa a ação bacteriana para
fracionar compostos complexos e produzir um gás combustível,
chamado de biogás que consiste de metano e dióxido de carbono. O
local onde ocorrem essas reações de decomposição é o digestor ou
biodigestor (Nogueira, 1986).
Unidade de Compostagem - uma unidade em que ocorre a
degradação biológica de produtos de origem animal orgânicos sob
condições aeróbicas.
A compostagem é um processo biológico aeróbio e controlado que
transforma resíduos orgânicos em resíduos estabilizados com
propriedades e características distintas do material que lhe deu origem.
Esta se efetua geralmente em pátios em que o material está disposto
99
em montes cônicos, conhecidos como pilhas de compostagem, ou
pilhas de forma prismática, chamados leiras de compostagem (BIDONE,
1999).
Localização: Dentro da área da Recicratiú.
Tipo: Projeto.
Agência: Prefeitura Municipal de Crateús.
Agência Suporte: Uma organização/especialista externa pode ser
contratada. O estudo de viabilidade também incluirá as
recomendações sobre políticas e infraestruturas preferenciais para
Unidade de compostagem/biogás.
Orçamento (estimado): Inicialmente R$ 20.000 para a avaliação da
demanda, identificação do tipo adequado de plantas e
desenvolvimento de documentos de aquisição. Em seguida, com base
na avaliação, mais orçamento poderá ser alocado para implementar a
tecnologia necessária.
Cronograma (estimado): 6 meses.
Quadro 13 – Cronograma de atividades para o estudo de tecnologias.
Atividades Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun
Avaliação de tecnologias e
identificação do modelo apropriado
para as condições locais com estudos
tecnico-econômicos existentes.
Comentários da PMC.
Desenvolvimento da documentação da
licitação para adquirir e implementar a
tecnologia adequada.
Fonte: elaborado pelos autores.
100
Benefícios
Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:
Eliminação de vários focos de poluição ambiental (solo, ar e
água).
Controle da proliferação de vetores biológicos (moscas,
mosquitos, baratas e ratos) de importância na transmissão de
doenças infecciosas.
Melhoria da saúde pública em toda a região.
Geração de empregos diretos e indiretos.
Formação técnica dos funcionários que irão operar esses sistemas.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos
Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos
orgânicos
Adaptação dos sistemas de coleta primária
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
SEMAM nos bairros
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
4.2.5. Estabelecer uma unidade reciclagem de resíduos
eletroeletrônicos
Introdução
Resíduos eletroeletrônicos caracterizam atualmente um dos fluxos de
resíduos que mais crescem, tanto em países desenvolvidos quanto em
101
países em desenvolvimento. Alimentados pelo crescimento exponencial
no uso de equipamentos eletrônicos, em especial computadores
pessoais e sua rápida taxa de obsolescência. Telefones celulares têm,
ainda, uma vida útil mais curta, de menos de dois anos.
Segundo a norma ABNT3 NBR 16156/2013:
“Equipamentos eletroeletrônicos são equipamentos,
partes e peças cujo funcionamento adequado
depende de correntes elétricas ou campo
eletromagnéticos, bem como os equipamentos para a
geração, transmissão, transformação e medição
dessas correntes campos, podendo ser de uso
doméstico, industrial, comercial e de serviços.”
Além desta norma que estabelece requisitos para proteção ao meio
ambiente e para o controle dos riscos de segurança e saúde no
trabalho na atividade de manufatura reversa de resíduos
eletroeletrônicos, existe a norma NBR 15.833/2010 que regulamenta
o desmonte de aparelhos de refrigeração, estabelecendo os
procedimentos para recuperação dos materiais recicláveis. Também,
existe sobre o tema um tratado internacional, Convenção da Basileia4,
assinado em 1989, para o Controle dos Movimentos Transfronteiriços de
Resíduos Perigosos e sua Disposição,> Uma vez que o resíduo
eletroeletrônico é considerado resíduo perigoso, está, portanto, sujeito a
sua regulamentação.
A preocupação com o resíduo eletroeletrônico está aumentando
devido aos conteúdos perigosos, como chumbo, cádmio, mercúrio,
cromo hexavalente, plástico, incluindo PVC, retardadores de chama
bromados, bário, berílio, toners, fósforo e aditivos, etc. Métodos
rudimentares como queima a céu aberto, que são frequentemente
utilizados pelo setor informal nos países em desenvolvimento para
3 Associação Brasileira de Normas Técnicas < http://www.abnt.org.br/> 4 Basel Convention <http://www.basel.int/>
102
recuperar materiais valiosos, têm forte impacto sobre o meio ambiente
e a saúde das pessoas.
Segundo estudo5 publicado em 2013 pela Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pela Secretaria de Desenvolvimento
da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (SDP/MDIC), o Brasil hoje é o mercado emergente que gera o
maior volume de lixo eletroeletrônico per capita, com 0,5 quilo por
habitante/ano. Para este estudo, foram considerados apenas resíduos
de equipamentos eletroeletrônicos pequenos, tais como aparelhos
televisor/monitor, LCD/plasma, DVD/VHS, produtos de áudio, desktop,
notebooks, impressoras, celulares, batedeira, liquidificador, ferro elétrico,
furadeira, entre outros.
Equipamentos eletroeletrônicos podem ser classificados em quatro
categorias:
» Linha Branca: refrigeradores e congeladores, fogões, lavadoras de
roupa e louça, secadoras, condicionadores de ar;
» Linha Marrom: monitores e televisores de tubo, plasma, LCD e LED,
aparelhos de DVD e VHS, equipamentos de áudio, filmadoras;
» Linha Azul: batedeiras, liquidificadores, ferros elétricos, furadeiras,
secadores de cabelo, espremedores de frutas, aspiradores de pó,
cafeteiras;
» Linha Verde: computadores desktop e laptops, acessórios de
informática, tablets e telefones celulares.
5 Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos Análise de Viabilidade Técnica e
Econômica, 2013.
103
Proposta:
Na região do sertão de Crateús a área de mercado de reciclagem de
resíduo eletroeletrônico não está estabelecida. Também ocorre uma
quantidade muito pequena de atividade de desmontagem. Os
associados da Recicratiú receberam capacitação em gestão de
resíduos eletroeletrônicos, através da Fundação Joaquim Nabuco e
Instituto Venturi. O Centro de Treinamento Avançado pode exercer um
papel importante na continuação da formação de mão-de-obra
especializada para a triagem e, mais tarde, recuperação dos materiais
com maior valor de mercado.
A necessidade de investimento inicial para a infraestrutura das
instalações para desmontagem e posterior reciclagem de resíduos
eletroeletrônicos é grande. Essa tarefa pode demorar alguns anos para
concretude de todas as etapas, mas, como uma ação imediata, pode
haver um serviço intermediário, onde os resíduos eletroeletrônicos serão
recebidos e classificados. Após sua classificação, devem ser enviados
para usinas de reciclagem especializadas para cada material nos
grandes centros mais próximos da região de Crateús.
Uma unidade típica de reciclagem de resíduos eletroeletrônicos, como
encontrada em alguns países industrializados, combina o melhor da
desmontagem para a recuperação de componentes com a maior
capacidade de processamento de grandes quantidades de resíduos
dentro do menor custo. O material é alimentado por uma tremonha,
que desloca-se em um transportador que é deixado cair dentro do
separador mecânico, que é composto por um número de máquinas de
rastreio e de granulação. Toda a maquinaria de reciclagem emprega
um sistema fechado, com coleta de poeira.
104
Figura 18: Mesa para desmontagem com ferramentas pneumáticas
Fonte: RECYCLING FROM E-WASTE TO RESOURCES, UNEP (2009).
Objetivo
Estabelecer uma unidade para reciclagem de resíduos
eletroeletrônicos, a fim de lidar com o problema do aumento e
perigos colocados por estes na saúde humana, bem como no
ambiente.
Tipo: Projeto
Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús
Agência Suporte: Câmara de Comércio, Indústria de eletroeletrônico
podem ser parceiros nesse projeto
Localização (sugerida): Galpão disponibilizado pela prefeitura no
centro da cidade de Crateús
105
Orçamento (Estimado): Para consultoria e montagem do layout do
galpão R$50.000,00.
Cronograma (Estimado): 2 anos
Quadro 14 – Cronograma de atividades para Implantação da unidade de
desmontagem e classificação.
Atividade
Ano 1 (2016) Ano 2 (2016)
Jan-
Mar
Abr-
Jun
Jul-
Set
Out-
Dez
Jan-
Mar
Abr-
Jun
Jul-
Set
Avaliação do local e
documentação
3
meses
Elaboração do Projeto
Preliminar
6 meses
Formalidades
administrativas para
licitação do Projeto
executivo
3
meses
Implantação da unidade
de desmontagem e
classificação
6 meses
Comercialização dos
materiais
3
meses
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
Reciclagem de resíduos eletroeletrônicos é uma tarefa altamente
técnica. O descarte de resíduo eletroeletrônico sem o devido
tratamento representa risco para a saúde, afetando os seres humanos,
solo e o ecossistema. Portanto, existe necessidade urgente de
106
introdução de tecnologia simples e ambientalmente amigável para a
reciclagem destes resíduos.
De acordo com o relatório Recycling from e-Waste to Resouces (2009), a
cadeia de reciclagem de resíduos eletroeletrônicos pode ser dividida
em três principais etapas:
i) coleta,
ii) a desmontagem e pré-processamento, e
iii) processamento de ponta para recuperação final dos metais.
A tecnologia desempenha um papel crucial, especialmente nos
segundo e terceiro passos e, em particular, no pré-processamento e
processamento final.
Já o estudo “Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos:
Análise de Viabilidade Técnica e Econômica (2013)”, traz as etapas de
forma mais detalhada:
1. Eliminação dos dados, no caso de equipamentos de informática e
telecomunicações;
2. Pesagem;
3. Desmontagem;
4. Separação por tipo de materiais - ferrosos, não ferrosos e plásticos;
5. Compactação dos materiais de características similares;
6. Processamento mecânico e/ou químico para recuperação de
materiais de valor.
Benefícios
Os resíduos eletroeletrônicos recolhidos separadamente, em
conformidade com o ambiental legal.
A quantidade de resíduos enviados para aterro será reduzida e,
assim, evita também o impacto na saúde e segurança, bem
107
assim a quantidade de componentes tóxicos que entra no
ambiente pode ser reduzida.
Com a formação dada ao setor informal para triagem e
reciclagem, mais oportunidades de emprego e renda serão
geradas.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos
Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Adaptação dos sistemas de coleta primária
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
SEMAM nos bairros
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
4.2.6. Fábrica de Vassouras
Introdução
Ações da comunidade contribuem para o meio ambiente e geram
renda para famílias beneficiárias do Bolsa Família. As Secretarias de
Meio Ambiente, e de Assistência Social do Município de Crateús, no
Ceará, oferecem capacitação profissional para fabricação de
vassouras ecológicas, usando garrafas pet como matéria-prima. O
dinheiro arrecadado com a venda é dividido entre os artesãos.
A ideia surgiu de reunião entre secretários municipais que buscavam
108
alternativas para oferecer aos cidadãos de baixa renda oportunidades
de complementar a receita da família.
Proposta
Na estrutura da secretaria de meio ambiente e com uma célula de
apoio na comunidade rural de Lagoa das Pedras, estão sendo
produzidas as vassouras. A Secretaria dá o apoio necessário, mas toda
renda é para os trabalhadores envolvidos no processo.
Objetivos
Promoção da sustentabilidade ambiental.
Geração de emprego e renda.
Tipo: Projeto
Agência Líder: Prefeitura municipal
Agência Suporte: Secretaria de Meio ambiente
Localização (Sugerida): Secretaria de Meio Ambiente - Comunidade
rural Lagoa das Pedras
Orçamento (Estimado): Aproximadamente R$7.000,00 ano
Cronograma (Estimado): três anos
Quadro 15 – Cronograma de atividades para pleno funcionamento da fábrica.
Atividade 2015 2016 2017
Coleta de garrafas PET x
Fabricação de vassouras x
Comercialização x
Fonte: elaborado pelos autores.
109
Descrição
A comercialização ainda não se dá em larga escala, mas entre amigos
e vizinhos dos próprios fabricantes. As duas Secretarias que conduzem o
projeto articulam com o serviço de limpeza urbana da cidade o uso das
vassouras ecológicas na limpeza das ruas. Também buscam empresas
locais que consumam o material produzido pelos artesãos. A coleta das
garrafas é realizada em parceria com a associação de catadores -
Recicratiú e o apoio das escolas .
Implementação
O processo de fabricação de vassouras foi reiniciado em 2015 ,
enquanto que o de coleta de garrafas é continuo , seja em parceria
com Recicratiú - Associação de catadores responsável pelo Programa
de Coleta Seletiva ou em campanhas e gincanas realizadas pela
Secretaria de Meio Ambiente. A fabricação é feita por um grupo de
moradores da zona rural da localidade de Lagoa das Pedras enquanto
que a comercialização tem acontecido nos eventos da Secretaria e
nas feiras regionais, mas o objetivo é colocar o produto no mercado
da cidade.
Beneficios
Beneficiamento do PET.
Geração de renda.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência
para a Gestão de Resíduos
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
SEMAM nos bairros
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
110
4.2.7. Atelier de confecção de papel reciclado
Introdução
Pensar em preservar o meio ambiente não é mais uma questão de
opção, mas sim uma necessidade. O mundo está sensibilizado na
tentativa de amenizar os problemas ambientais. Sabendo, porém, que
a questão dos resíduos sólidos (lixo) está hoje entre os problemas mais
críticos, como decorrência do próprio consumo , o acúmulo de resíduos
é cada vez maior.
Grande parte destes resíduos são matérias primas e podem ser
reutilizados e reciclados, poupando, assim, recursos naturais e gerando
renda para muitas pessoas.
O Projeto foi implementado em 2013 e atende mais de mil alunos por
ano. No ano seguinte foram atendidos mais de mil alunos
multiplicadores. Em 2015 deverá ser reaberto o atelier .
Proposta
Compreendendo a importância das oficinas de reutilização e
reciclagem de material dentro do processo de educação ambiental. A
proposta é atingir de forma lúdica o público alvo. Mesmo levando em
conta que uma oficina de reciclagem não resolve o problema dos
resíduos, a atividade acaba sendo um reforço para a educação,
atingindo objetivos.
Objetivos
Capacitar à população abrangida pelo projeto para a geração
de renda através da confecção de objetos com materiais
recicláveis.
Promover a educação ambiental e a consciência ecológica para
a preservação e sustentabilidade do meio.
111
Criar possibilidades empreendedoras a partir do lixo bom para a
geração de renda.
Disseminar conhecimentos práticos para aproveitamento de
materiais alternativos (recicláveis).
Tipo: Projeto
Agência Líder: Prefeitura Municipal
Agência Suporte: Secretaria de Meio Ambiente - Núcleo de Educação
Ambiental
Localização (Sugerida): Secretaria de Meio Ambiente
Orçamento (Estimado): R$5.000,00 por ano
Cronograma (Estimado): três anos
Quadro 16 – Cronograma de atividades para pleno funcionamento do atelier.
Atividade 2015 2016 2017
Reeorganização do atelier x
Seleção de material e agendamentos x
Realização das oficinas x x x
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
Este Esquema traz uma proposta socioeconômica e ambiental para um
público de escolas e comunidades, partindo da reutilização de
materiais recicláveis (alternativos) para confecção de objetos que
podem ser úteis na escola e, também, vendidos para manutenção dos
projetos escolares, servindo, ainda, à geração de renda para
comunidade.
112
Serão oferecidas oficinas de papel reciclado para confecção de
cartões e porta retratos; oficinas de confecção de pufs de papel e de
pneus inservíveis; oficinas de Tetra Pak para produção de caixas de
presentes, porta trecos, revisteiros e telhados isolante térmicos; oficinas
de fabricação de móveis.
Implementação
Através de agendamentos com as escolas que já desenvolvemos
projetos, com o propósito de multiplicação e formação de alunos,
moradores , recebemos os grupos na Secretaria ou realizamos a oficina
em suas instituições.
Benefícios
Multiplicação de informação.
Formação de alunos monitores.
Fortalecimento da coleta seletiva.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência
para a Gestão de Resíduos
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
SEMAM nos bairros
Polo de Valoração de Resíduos (PVR)
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
4.2.8. Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado
Introdução
A busca de soluções para a destinação final dos resíduos sólidos é
desafio, tanto para o setor público como para o setor privado,
sobretudo no que concerne à poluição dos solos, do ar e dos recursos
113
hídricos, bem como na compreensão dos mecanismos de
biodegradação da massa de resíduos e sua influência no
comportamento dos aterros e, por extensão, na vida das populações.
A Lei nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) impõe aos municípios a disposição final ambientalmente
adequada de rejeitos, definida por esta no seu capítulo II, art. 3º, inciso
VIII como: "distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando
normas operacionais, saúde pública e à segurança e a minimizar os
impactos ambientais adversos; ..." (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 2010).
O prazo estabelecido para o cumprimento desta meta esvaiu-se em 02
de agosto de 2014. Os dados do Panorama 20136 revelam que cerca
de 60% dos municípios brasileiros ainda encaminham seus resíduos para
locais inadequados e, destes, quase a metade utilizam lixões. O
município de Crateús inclui-se nesta estatística.
Segundo o estudo, três anos após a regulamentação da Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), seus gargalos e superações7, “a
maioria das prefeituras ainda não dispõe de recursos técnicos e
financeiros para solucionar os problemas ligados à gestão de resíduos
sólidos.” Também, os municípios raramente “utilizam-se das
possibilidades e vantagens da cooperação com outros entes federados
por meio do estabelecimento de consórcios públicos” conforme
previstos na Lei de Saneamento Básico (Lei no 11.445/2007) e Lei de
Consórcios Públicos (Lei no 11.107/2005) e de seus respectivos decretos
regulamentadores (Decreto no 7217/2010 e Decreto no 6.017/2007).
O município de Crateús, juntamente com os municípios de
Independência, Ipaporanga e Novo Oriente, criaram em 15 de outubro
6 Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013, 11ª edição do relatório anual da ABRELPE –
Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, lançado em 04 de
agosto de 2014
7 Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (SELUR) e a Associação
Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), publicado em 2014.
114
de 2010 o Consórcio Municipal de Resíduos Sólidos - COMARES. No
entanto, o modelo consorciado de gestão de resíduos sólidos ainda não
se encontra em operação.
Os aspectos cruciais para o sucesso na implementação de um aterro
sanitário são: recursos financeiros (dinheiro para poder fazer), vontade e
decisão política (querer fazer), conhecimento técnico (saber como
fazer), pessoal qualificado e motivado (poder fazer, avaliar e refazer) e
participação popular ou social (ter o aval da comunidade).
Proposta
Estudo de viabilidade técnica e ambiental para a construção de um
aterro sanitário intermunicipal consorciado em Crateús. Já existe um
consórcio firmado e a Lei nº 12.305/2010, em seu art. 18, §1º tem como
um dos objetivos, priorizar recursos financeiros aos municípios que
optarem por soluções consorciadas para a gestão dos resíduos sólidos.
Objetivo
Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado,
visando a disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.
Tipo: Projeto
Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús
Agência Suporte: Consórcio COMARES
Localização (sugerida): Município de Crateús
Orçamento (Estimado): aproximadamente R$250.000,00
Cronograma (Estimado): 21 meses
115
Quadro 17 – Cronograma das atividades do estudo para a implantação do aterro
sanitário.
Atividade
Ano 1 (2015) Ano 2 (2016)
Jan-
Mar
Abr-
Jun
Jul-
Set
Out-
Dez
Jan-
Mar
Abr-
Jun
Jul-
Set
Levantamentos preliminares
para seleção de áreas
3
meses
Realizar um EIA (Estudo de
impacto ambiental) para
locais selecionados
6 meses
Definição e Aprovação da
área do aterro
3
meses
Licenciamento ambiental 6 meses
Formalidades
administrativas para
licitação do Projeto
executivo
3
meses
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
Aterro Sanitário é a evolução de uma das técnicas mais antigas e mais
utilizadas pelo homem para descarte de seus resíduos, que é o
lançamento adequado no solo dos resíduos classificados como não
perigosos. Busca provocar o menor impacto possível ao meio ambiente
ou à saúde pública. Essa técnica consiste basicamente na disposição
dos resíduos no solo, em camadas que são periodicamente cobertas
com novas camadas de solo.
O objetivo do aterro sanitário é o de melhorar as condições sanitárias
relacionadas ao descarte de resíduos sólidos urbanos, evitando os
116
danos da sua degradação descontrolada. A intenção do uso do aterro
é fazer com que as reações de degradação dos resíduos que ocorrem
na natureza possam acontecer em um local em que as consequências
possam ser controladas.
Os aterros podem ser divididos em diferentes tipos:
Aterro convencional: formação de camadas de resíduos
compactados, que são sobrepostas acima do nível original do
terreno resultando em configurações típicas de “escada” ou de
“troncos de pirâmide”;
Aterro em valas: o uso de trincheiras ou valas visa facilitar a
operação do aterramento dos resíduos e a formação das células
e camadas. Assim sendo, tem-se o preenchimento total da
trincheira, que deve devolver ao terreno a sua topografia inicial.
Ainda que considerado um método sanitário muito simples de
destinação final de resíduos sólidos urbanos, o aterro sanitário exige
cuidados especiais e técnicas específicas a serem seguidas, desde a
seleção e preparo da área até sua operação e monitoramento.
Figura 19: Corte da seção de um aterro sanitário.
Fonte: Manual de Operação de Aterro Sanitário da CONDER8
8 Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia. Disponível em
http://www.unipacvaledoaco.com.br/ArquivosDiversos/Cartilha%20Opera%C3%A7%C
3%A3o%20Aterro%20Sanit%C3%A1rio%20CONDER.pdf
117
As principais características de um aterro podem ser resumidas da
seguinte forma:
Impermeabilização da base do aterro: importantíssima, pois
busca evitar o contato do chorume com as águas subterrâneas.
A impermeabilização deve ser feita com argila e geomembranas
sintéticas de espessura adequada;
Instalação de drenos de gás: canal de saída do gás do interior do
aterro. Os drenos podem ser construídos de tubos de concreto ou
de PEAD, podendo receber uma conexão final de aço inox
quando a célula for fechada. O biogás pode ser recolhido para o
aproveitamento energético através da ligação de todos os
drenos verticais com um ramal central. Caso o biogás não possa
ser usado para fins energéticos, deve ser queimado para que o
metano não seja emitido agravando o efeito estufa.
Sistema de coleta de chorume: a coleta de chorume deve ser
feita pela base do aterro. O chorume coletado é enviado ao
sistema de tratamento de chorume através de lagoas
previamente preparadas com impermeabilização do seu
contorno ou de tanques de armazenamento fechados. A
quantidade e qualidade do chorume, variam bastante de um
aterro para outro, pois dependem de fatores como:
Composição do l ixo;
Quantidade de resíduos dispostos;
Forma de disposição (grau de compactação,
cobertura, etc.);
Índices de precipitação/evapotranspiração;
Extensão da área ocupada pelo l ixo;
Tempo decorrido do início de disposição.
118
Na operação do sistema de tratamento é necessário efetuar,
permanentemente, a medição da vazão do chorume gerado, bem
como a determinação da sua composição, antes e depois do
tratamento.
Sistema de tratamento de chorume: após coletado, o chorume
deve ser tratado antes de ser descartado no meio ambiente. O
tratamento pode ser feito no próprio local, ou poderá ser
transportado para um local apropriado (geralmente uma Estação
de Tratamento de Esgotos). Os tipos de tratamento mais
convencionais são o tratamento biológico (lagoas anaeróbias,
aeróbias e lagoas de estabilização). Estas técnicas que se
aplicam no tratamento do chorume se assemelham com as
utilizadas no tratamento de esgotos. Tradicionalmente, para um
Aterro Sanitário utiliza-se com mais frequência as lagoas
anaeróbias e facultativas, onde ocorre a remoção da carga
orgânica do chorume, pela ação das bactérias. Após um período
em que fica retido na lagoa (tempo de detenção) o líquido deve
ser avaliado para verificar se está em condições de ser lançado
nos corpos d’água sem risco de contaminação. Existem
referências de que ainda podem ser utilizadas outras formas de
destinação tais como: tratamento por oxidação (evaporação e
queima) ou tratamento químico (adição de substâncias químicas
ao chorume);
Sistema de drenagem de águas pluviais: o sistema de captação e
drenagem de águas de chuva visa escorrer a água por locais
apropriados para evitar a infiltração que gera o chorume.
O aterro sanitário deve operar de modo a fornecer proteção ao meio
ambiente, evitando a contaminação das águas subterrâneas pelo
119
chorume (líquido de elevado potencial poluidor, de cor escura e de
odor desagradável, resultado da decomposição da matéria orgânica),
evitando o acúmulo do biogás resultante da decomposição anaeróbia
do lixo no interior do aterro. O biogás pode sair do interior do aterro de
forma descontrolada ou infiltrar pelo solo e atingir redes de esgotos,
fossas e poços rasos podendo causar explosões.
Implementação
Aproximadamente 46 toneladas/dia de resíduos misturados serão
dispostos a céu aberto apenas em Crateús, em 2015. Destes, 21
toneladas/dia são resíduos orgânicos. Além de significar um custo muito
alto para a PMC, em termos de coleta e transporte, também a
disposição inadequada coloca em risco a saúde pública, bem como
representa um impacto negativo sobre o meio ambiente.
O primeiro passo para a implementação de um aterro sanitário é
identificar áreas favoráveis onde o mesmo possa ser construído. A
norma técnica NBR 13896 (ABNT, 1997), estabelece os critérios regionais
para seleção de áreas para implantação de aterros sanitários. Após
selecionada a área que apresente as melhores condições do ponto de
vista técnico-ambiental, é preciso atender a uma série de critérios,
conforme quantidade de resíduos depositados e o método construtivo
adotado.
A seleção de áreas para implantação de aterros sanitários é um
processo complexo que envolve elementos bióticos, abióticos e
socioeconômicos, além de questões específicas de engenharia civil.
Nos últimos anos pesquisadores e instituições vêm desenvolvendo
métodos para seleção de áreas, impulsionados especialmente pelo uso
de sistemas de informações geográficas (SIGs).
Resumidamente, as áreas pré-selecionadas devem apresentar:
120
a) menor potencial para geração de impactos ambientais - estar fora
de áreas de restrição ambiental, aquíferos menos permeáveis, solos
mais espessos e menos sujeitos aos processos de erosão e
escorregamentos, declividade apropriada, distância de habitações,
cursos d’água, rede de alta tensão;
b) maior vida útil para o empreendimento - máxima capacidade de
recebimento de resíduos;
c)baixos custos de instalação e operação do aterro - menores gastos
com infraestrutura, menor distância da zona urbana geradora dos
resíduos, disponibilidade de material de cobertura;
d) aceitabilidade social - menor oposição da comunidade vizinha.
A gestão associada, como estabelecido no instrumento jurídico que
instituiu o consórcio público COMARES, com suas bases de
relacionamento, deve ser a forma de implementação e gestão do
aterro sanitário, uma vez que a gestão integrada de resíduos sólidos é
de interesse de todos os municípios consorciados. Dessa forma, a
viabilização econômica para a construção do aterro poderá se dar
através de convênio com outros entes federados.
Após a identificação das áreas, faz-se o levantamento da sua
documentação , seguindo-se uma análise crítica de cada uma das
mesmas frente aos critérios estabelecidos e priorizados. Seleciona-se
aquela que atenda a maior parte das prescrições através de seus
atributos naturais. A análise de viabilidade técnica e ambiental para a
instalação de aterros sanitários intermunicipais consorciados é
importância requisito essencial para a tomada de decisão.
Para uma estimativa do tamanho da área, e também para auxílio nas
etapas seguintes, é necessário projetar a geração de resíduos de todos
121
os municípios que fazem parte do consórcio e, consequentemente, o
volume do aterro. A estimativa atual e futura de geração de resíduos
sólidos municipais pode ser feita mediante formulação que observe as
seguintes equações:
G0 = Po.Gpo.Co
Gt = {Po. (1 + yp)t}.{Gpo. (1 + yper)t }.{Ct } a) ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ b) ∙ c) ∙ ∙ ∙ d)
Onde,
Gt = geração futura de resíduos, após t anos (kg/d);
G0 = geração atual de resíduos (kg/d);
P0 = população atual do total do município (hab);
Gp0 = geração per capita atual (kg/hab.d);
C0 = cobertura atual da coleta ou nível de atendimento dos serviços de
coleta (%);
Ct = nível de cobertura da coleta no tempo t considerado (%);
yp = taxa de crescimento populacional (% a.a.);
yper = taxa de incremento anual da geração per capita (% a.a.);
t = tempo considerado (anos).
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Licenciamento Ambiental são
as etapas que demandam mais tempo, antes da implementação do
aterro sanitário, o qual depende, ainda, de um bom projeto executivo.
Benefícios:
Reduzir o risco para a Saúde Pública e para os Ecossistemas.
Garantir o cumprimento da legislação relacionada com a gestão
dos resíduos sólidos.
Minimizar os impactos nos componentes ambientais (ar, água,
solo, flora e fauna) causados pela disposição inadequada dos
residuos sólidos.
122
Realizar as operações de gerenciamento de residuos sólidos de
maneira transparente, responsável, eficiente e sustentável.
Vantagens de MDL podem ser obtidas a partir do aterro sanitário.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de políticas locais para segregação e coleta
Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Adaptação dos sistemas de coleta primária
Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
Criação de um Centro de Treinamento Avançado
SEMAM nos bairros
Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de
biogás
4.2.9. Coleta de Gorduras e Óleos Residuais - OGR
Introdução
Os óleos de gordura residuais (OGR), derivados do descarte do óleo de
cozinha usado na cocção de alimentos, podem vir a ampliar a cesta de
insumos para a produção de biodiesel e redução dos impactos
negativos que causam, quando descartados de forma inadequada, ao
meio ambiente e à rede de esgoto urbano. Também podem ser
instrumento de promoção de inclusão social e produtiva para
segmentos urbanos ora vivendo em condições de vulnerabilidade
econômica e socioambiental.
123
Proposta
Promover a coleta do como extensão da coleta Seletiva, no carro da
coleta ou em pontos específicos.
Objetivos
Amenizar os malefícios do óleo jogado nos ralos de pia
Minimizar contaminação dos lençóis freáticos
Gerar emprego e renda
Beneficiar a matéria prima para produção de biocombustível ou
fábrica de sabão.
Tipo: Projeto
Agência Líder: Prefeitura Municipal
Agência Suporte: Associação de catadores Recicratiú
Localização (Sugerida): Central de triagem
Orçamento (Estimado): R$10.000,00 por ano
Cronograma (Estimado): três anos
Quadro 18 – Cronograma de atividades para implantação da coleta e
beneficiamento do óleo de cozinha.
Atividade 2015 2016 2017
Implantação da coleta x
Aquisição de coletores x
Distribuição de pontos de coleta x
Mobilização dos municípios vizinhos x
Armazenamento x
Produção de produtos de limpeza x x
124
Venda para biocombustível x X
Fonte: elaborado pelos autores.
Descrição
Inicialmente a coleta em Crateús, deve ser ampliada para os demais
municípios com intenção de, através da rede cearense de catadores,
adquirir uma maquina de purificadora de óleos e gorduras para venda
para produção de biocombustível.
Implementação
Implantação prevista para 2015, sendo ampliada gradativamente de
acordo com as possibilidade. Trabalho inicialmente realizado através
de campanha de divulgação, com panfletos, adesivos e meios de
comunicação. Está atualmente na fase de aquisição de coletores ,
mobilização continua, estabelecimento de pontos de coleta e
negociações quanto a destinação final.
Benefícios
Menos óleo contaminando em solo e água
Beneficiamento da matéria prima para produção de produtos de
limpeza
Beneficiamento da matéria prima para produção de
biocombustível
Complemento da renda dos catadores.
Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:
Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência
para Gestão de Resíduos
Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos
SEMAM nos bairros
Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos
125
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 1985.
Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos
urbanos: NBR-8419. ABNT: Rio de Janeiro, 9p.
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI. Logística
Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos: Análise de Viabilidade
Técnica e Econômica. 2013. Disponível em
http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1367253180.pdf. Acesso em
02/08/2014.
BRASIL. Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a Educação
Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá
outras providências. Brasília, 27 de abril de 1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm>. Acesso em 14
julho 2014.
______. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei 12.305, de 2 de agosto
de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. DOU, publicado
em 03.08.2010.
______. Decreto 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei
12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de
Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos
Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. DOU, publicado
em 23.12.2010.
MESQUITA JÚNIOR, José Maria. Coord. SEGALA, Karin. Gestão integrada
de resíduos sólidos. – Rio de Janeiro: IBAM, 2007. <
http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/01-girs_mdl_1.pdf>
acesso em outubro, 2014.
126
Plastivida - Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos. Monitoramento dos
Índices de Reciclagem Mecânica de Plásticos no Brasil. São Paulo, 2013.
Disponível em
http://www.plastivida.org.br/2009/pdfs/IRmP/Apresentacao_IRMP_2012.
pdf. Acesso em julho de 2014.
SCHALCH, Valdir et alii. Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos.
Escola de Engenharia de S. Carlos, USP. S. Carlos, SP. Out, 2002.
<http://www.deecc.ufc.br/Download/Gestao_de_Residuos_Solidos_PGT
GA/Apostila_Gestao_e_Gerenciamento_de_RS_Schalch_et_al.pdf>
acesso em out, 2014.
United Nations Environment Programme & United Nations University.
SUSTAINABLE INNOVATION & TECHNOLOGY TRANSFER – INDUSTRIAL
SECTOR STUDIES. RECYCLING – FROM E-WASTE TO RESOURCES, FINAL
REPORT, JULY 2009.
UNEP, 2013. E-waste Volume III: WEEE / E-waste “Take-back system”.
United Nations Environmental Programme Division of Technology,
Industry and Economics International Environmental Technology Centre
Osaka/Shiga, Japan, 2013.
UNEP, 2007. Integrated Solid Waste Management Plan: Set of Guidelines
for Practitioners. United Nations Environmental Programme Division of
Technology, Industry and Economics International Environmental
Technology Centre Osaka/Shiga, Japan, 2007.
UNEP; Instituto Venturi Para Estudos Ambientais, 2009. Plano de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos de Novo Hamburgo, RS. Vol. 1. Disponível
em
http://www.unep.or.jp/ietc/GPWM/data/T3/IS_5_1_ISWM_VOLUME_II.pdf.
Acesso em 10 de setembro de 2014.