feam
Sistema Estadual de Meio Ambiente
Fundação Estadual do Meio Ambiente
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Ge rais
Plano para Incremento do Percentual de Tratamento de Esgotos Sanitários na Bacia Hidrográfica do Rio
Paraopeba
Sistema Estadual de Meio Ambiente Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Fundação Estadual do Meio Ambiente Diretoria de Qualidade e Gestão Ambiental
Plano para Incremento do Percentual de Tratamento de Esgotos Sanitários na Bacia Hidrográfica do Rio
Paraopeba
Belo Horizonte
2011
© Fundação Estadual do Meio Ambiente
Governo do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia Governador Sistema Estadual de Meio Ambiente – SISEMA Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD Adriano Magalhães Chaves Secretário Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM
José Cláudio Junqueira Ribeiro Presidente Denise Brum Monteiro de Castro Vieira Vice-presidente
Diretoria de Gestão e Qualidade Ambiental – DGQA
Zuleika S. Chiachio Torquetti Diretora
Gerência de Monitoramento de Efluentes – GEDEF
Rodolfo Carvalho Salgado Penido, Gerente de Saneamento Ambiental – Engenheiro Civil
Coordenação:
Rodolfo Carvalho Salgado Penido, Gerente de Saneamento Ambiental – Engenheiro Civil – Me Saneamento Rosa Carolina Amaral, Analista Ambiental – Bióloga Elaboração:
Joyce Frade Rios, Bolsista FAPEMIG – Bióloga Teresa Eistrup Santos, Bolsista FAPEMIG – Engenheira Ambiental Colaboradores:
Alessandra Souza Jardim – GEDEF Alessandro Ribeiro Campos – NDG Djeanne Campos Leão – GEDEF Evandro Florencio – GEDEF Gilcele Cristina Silva – NDG Laura Bahia Vidigal – GEDEF
Ficha catalográfica elaborada pelo Núcleo de Documentação Ambiental
Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/nº – Serra Ver de – Belo Horizonte/MG CEP: 31630-900 (31)3915-1226 www.meioambiente.mg.gov.br
F981p Fundação Estadual do Meio Ambiente.
Plano para incremento do percentual de tratamento de esgotos sanitários na bacia hidrográfica do Rio Paraopeba / Fundação Estadual do Meio Ambiente. --- Belo Horizonte: FEAM, 2011. 515 p. ; il. Vários colaboradores. Programa “Minas Trata Esgoto”.
1. Esgoto sanitário. 2. Tratamento de esgoto. 3. Bacia hidrográfica do Rio Paraopeba. I. Título.
CDU: 628.3
APRESENTAÇÃO A Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba – BHRP possui grande importância no que
diz respeito ao abastecimento público de água, sendo responsável pelo
fornecimento a, aproximadamente, 53% da população da região metropolitana de
Belo Horizonte – RMBH (CBH-Paraopeba, 2011). Contudo, a queda da qualidade e
da quantidade das águas da bacia e a inexistência de um Plano Diretor dos
Recursos Hídricos – PDRH para a BHRP vêm gerando discussões relacionadas à
necessidade iminente de ações sustentáveis que contribuam para a recuperação da
bacia.
O Plano para Incremento do Percentual de Esgotamento Sanitário da Bacia
Hidrográfica do rio Paraopeba – PITE-BHRP surge a partir desta necessidade, a de
contribuir para a recuperação da bacia através da identificação de diretrizes que
possibilitem a ampliação e melhoria dos serviços de esgotamento sanitário
municipais.
Esse Plano faz parte do programa “Minas Trata Esgoto” da Fundação Estadual do
Meio Ambiente – FEAM e abrange três etapas em sua metodologia: “Diagnóstico”,
“Prognóstico” e “Diretrizes Identificadas”.
Na etapa “Diagnóstico”, realizou-se o levantamento da situação atual do serviço de
esgotamento sanitário dos 48 municípios que compõem a BHRP e observou-se que
apesar da bacia possuir 80 Estações de Tratamento de Esgoto – ETE’s, sendo que
dessas, 48 lançam seus efluentes na bacia, a BHRP apresentou apenas 7 ETE’s
consideradas em boas condições de operação e, além disso, foram diagnosticados
que 3 municípios não possuem ao menos rede coletora de esgotos.
No “Prognóstico” foram identificadas as inconformidades presentes nos sistemas de
esgotamento sanitário municipais e conferido pesos, estabelecidos por meio do
método DELPHI, para seis indicadores: “Percentual da população urbana atendida
por rede coletora de esgotos – PC”, “Percentual da população urbana atendida por
tratamento de esgotos – PT”, “Operacionalidade da ETE”, “Regularização
ambiental”, “Disposição final dos resíduos sólidos da ETE” e “Análise adicional”. O
valor final obtido para cada município, que corresponde ao seu Índice de Qualidade
dos Serviços de Esgotamento Sanitário Municipal – IQES posicionou cada um deles
nas seguintes faixas de classificação: “Muito bom” (80 ≤ x ≤ 100), “Bom” (60 ≤ x <
80), “Médio” (40 ≤ x < 60), “Ruim” (20 ≤ x < 40) e “Muito ruim” (0 ≤ x < 20). Verificou-
se que aproximadamente 73% dos municípios foram classificados com IQES “Ruim”
e “Muito ruim”.
Diante das análises realizadas, foram elaboradas diretrizes com o propósito de
direcionar futuras ações para a bacia em relação ao esgotamento sanitário. As
diretrizes identificadas poderão contribuir para o incremento do percentual de
tratamento dos esgotos sanitários da BHRP, que atualmente atinge apenas 23,24%
da população urbana da bacia.
LISTA DE SIGLAS
AAF – Autorização Ambiental de Funcionamento
ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
AHP – Analytic Hierarchy Process (Processo Analítico Hierárquico)
ANA – Agência Nacional de Águas
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres
APA – Área de Proteção Ambiental
ARP – Alto Rio Paraopeba
ASCOM – Assessoria de Comunicação
ASMOC – Associação dos Moradores de Silva Campos
ASSEMAE – Associação dos Serviços Autônomos de Água e Esgoto
BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
BHRP – Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba
BHRV – Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
BP – Bacia Paraopeba
BRP – Baixo Rio Paraopeba
CBH – Comitê de Bacia Hidrográfica
CEDAF – Central de Ensino e Desenvolvimento Agrário e Florestal
CEF – Caixa Econômica Federal
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais
CERH-MG – Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais
CETEC – Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais
CGPAC – Comitê Gestor do PAC
CIBAPAR – Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba
CNM – Confederação Nacional de Municípios
CODAP – Consórcio para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
COPAM – Conselho Estadual de Política Ambiental
COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais
CRNTRC – Certificado no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas
CSN – Companhia Siderúrgica Nacional
CT – Índice de Contaminação por Tóxicos
DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
DENSP – Departamento de Engenharia de Saúde Pública
DMFA – Diretoria de Monitoramento e Fiscalização Ambiental
DN – Deliberação Normativa
EPI – Equipamento de Proteção Individual
ETA – Estação de Tratamento de Água
ETAF – Estação de Tratamento de Águas Fluviais
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto
FCEI – Formulário Integrado de Caracterização do Empreendimento
FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente
FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FHIDRO – Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais
FIP – Fundação Israel Pinheiro
FUNASA – Fundação Nacional da Saúde
GEARA – Gerência de Saneamento e Regularização Ambiental
GEMOG – Gerência de Monitoramento e Geoprocessamento
GERUB – Gerência de Resíduos Sólidos Urbanos
GTAP-Paraopeba – Grupo de Trabalho de Acompanhamento de Projetos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Paraopeba
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IEF – Instituto Estadual de Florestas
IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas
IQA – Índice de Qualidade das Águas
IQES – Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário Municipal
LI – Licença de Instalação
LO – Licença de Operação
LP – Licença Prévia
MMA – Ministério do Meio Ambiente
MRP – Médio Rio Paraopeba
OD – Oxigênio Dissolvido
ONG – Organização Não Governamental
ONU – Organização das Nações Unidas
OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
PC – Percentual da população urbana atendida por rede coletora de esgotos
PCD – Percentual da população urbana atendida por rede coletora de esgotos declarado pelo município
PDRH – Plano Diretor de Recursos Hídricos
pH – Potencial hidrogeniônico
PITE-BHRP – Plano para Incremento do Percentual de Tratamento dos Esgotos Sanitários da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba
PITE-BHRV – Plano para Incremento do Percentual de Tratamento dos Esgotos Sanitários da Bacia Hidrográfica do rio das Velhas
PLANSAB – Plano Nacional de Saneamento Básico
PM – Polícia Militar
PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
POF – Percentual Operacional Final
POI – Percentual Operacional Inicial
PRODES – Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas
PT – Percentual da população urbana atendida por tratamento de esgotos
PTD – Percentual da população urbana atendida por tratamento de esgotos declarado pelo município
PV – Poço de Visita
PVC – Policloreto de Vinila
ReCESA – Rede de Capacitação em Saneamento Ambiental
ReSOL – Rede Solidária de Vigilância Permanente
RIDE’s – Regiões Integradas de Desenvolvimento
RM – Risco de Contaminação Microbiológica
RMBH – Região Metropolitana de Belo Horizonte
RNTRC – Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga
RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural
RSU – Resíduo Sólido Urbano
SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto
SEDRU – Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional e Política Urbana
SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SEMAE – Serviço Municipal de Água e Esgoto
SNSA – Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental
SES – Sistemas de Esgotamento Sanitário
SIAM – Sistema de Informação Ambiental
SIM-SB – Sistema de Informações Municipal em Saneamento Básico
SINISA – Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico
SISEMA – Sistema Estadual do Meio Ambiente
SUPRAM – Superintendência Regional de Regularização Ambiental
TAC – Termo de Ajustamento de Conduta
TCFA – Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental
UASB – Upflow Anaerobic Sludge Blanket (Reator Anaeróbio de Manta de Lodo de Fluxo Ascendente)
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UV – Ultravioleta
ZEE – Zona Ecológica Econômica
ZEE-MG – Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Carga poluidora lançada nas bacias hidrográficas de Minas Gerais nos anos de 2008 e 2009 ................................................................................................. 24
Figura 2 – Municípios da BHRP e suas respectivas populações .............................. 27
Figura 3 – Divisão da BHRP segundo os cursos alto, médio e baixo do rio Paraopeba ................................................................................................................. 28
Figura 4 – Compartimentos Geológicos da BHRP .................................................... 34
Figura 5 – Domínios Hidrogeológicos da BHRP........................................................ 37
Figura 6 – Municípios e Unidades de Conservação da BHRP .................................. 40
Figura 7 – Mapa ilustrativo da Expedição Paraopeba ............................................... 43
Figura 8 – Localização geográfica das ZEE’s na BHRP ........................................... 45
Figura 9 – Perfil geográfico da vulnerabilidade natural dos recursos hídricos na BHRP ........................................................................................................................ 46
Figura 10 – Perfil geográfico da vulnerabilidade dos aqüíferos da BHRP à contaminação por metais pesados ............................................................................ 48
Figura 11 – Perfil geográfico do grau condicionante para o saneamento na BHRP.. 49
Figura 12 – Perfil geográfico da necessidade / prioridade de tratamento de esgotos na BHRP ................................................................................................................... 50
Figura 13 – Percentual de utilização das águas superficiais em função da vazão outorgada na BHRP para o ano de 2009 .................................................................. 54
Figura 14 – Percentual de utilização das águas subterrâneas em função da vazão outorgada na BHRP para o ano de 2009 .................................................................. 55
Figura 15 – Estações de amostragem da rede de monitoramento do projeto Águas de Minas do IGAM ..................................................................................................... 57
Figura 16 – Bota-fora próximo ao córrego da Contenda ........................................... 60
Figura 17 – Lançamento de resíduos sólidos no córrego Vassouras (direita) no município de Itaverava e no córrego Casa Grande (esquerda), no município de Casa Grande ...................................................................................................................... 60
Figura 18 – Caminhão limpa fossa da prefeitura de Curvelo a ponto de realizar o despejo do lodo de fossa no córrego Santo Antônio ................................................. 62
Figura 19 – Lodo de fossa lançado no ribeirão Piedade no município de Brumadinho .................................................................................................................................. 62
Figura 20 – Fórmula do cálculo do indicador “PC” .................................................... 73
Figura 21 – Fórmula do cálculo do indicador “PT” ..................................................... 74
Figura 22 – Modelo de checklist de pontos chave ..................................................... 76
Figura 23 – Exemplo da fase 1 .................................................................................. 77
Figura 24 – Fórmula do cálculo da fase 2 ................................................................. 77
Figura 25 – Exemplo da fase 2 .................................................................................. 78
Figura 26 – Exemplo da fase 3 .................................................................................. 79
Figura 27 – Equação do cálculo da fase 4 ................................................................ 80
Figura 28 – Exemplo da fase 4 .................................................................................. 80
Figura 29 – Equação do cálculo da fase 5 ................................................................ 81
Figura 30 – Exemplo da fase 5 .................................................................................. 82
Figura 31 – Exemplo da fase 6 .................................................................................. 84
Figura 32 – Equação do cálculo da fase 7 ................................................................ 85
Figura 33 – Equação do cálculo da fase 9 ................................................................ 85
Figura 34 – Exemplo das fases 7 e 8 ........................................................................ 86
Figura 35 – Equação do cálculo da fase 9 ................................................................ 87
Figura 36 – Exemplo da fase 9 .................................................................................. 88
Figura 37 – Equação do cálculo final do indicador para municípios que possuem uma ETE ........................................................................................................................... 89
Figura 38 – Equação do cálculo do indicador para os municípios que possuem mais de uma ETE .............................................................................................................. 89
Figura 39 – Equação de cálculo do IQES ................................................................. 95
Figura 40 – Percentual da população perante o lançamento dos esgotos sanitários na BHRP ................................................................................................................... 96
Figura 41 – Titularidade dos serviços de esgotamento sanitário na BHRP segundo o percentual do número total de municípios que lançam seus esgotos na BHRP (esquerda) e o percentual da população total que é atendida pelos serviços (direita) .................................................................................................................................. 97
Figura 42 – Panorama da situação das ETE’s da BHRP, segundo o percentual do número total de ETE’s (esquerda) e o percentual da população total que é atendida por ETE’s (direita) ................................................................................................... 100
Figura 43 – Panorama da situação das ETE’s da BHRP segundo o percentual do número de ETE’s sob a titularidade da COPASA (esquerda) e sob a titularidade da prefeitura (direita) .................................................................................................... 101
Figura 44 – Panorama da situação das ETE’s segundo o percentual de seu número total de ETE’s (esquerdo) e o percentual de sua população atendida (direita) ....... 105
Figura 45 – Panorama da Regularização Ambiental das ETE’s da BHRP .............. 106
Figura 46 – PC e PT por região da BHRP ............................................................... 108
Figura 47 – Alto Rio Paraopeba: PC e PT por município ........................................ 109
Figura 48 – Médio Rio Paraopeba: PC e PT por município ..................................... 109
Figura 49 – Baixo Rio Paraopeba: PC e PT por município ..................................... 110
Figura 50 – BHRP: PC e PT por município ............................................................. 111
Figura 51 – Panorama dos sistemas de tratamento das ETE’s da BHRP ............... 112
Figura 52 – BHRP: percentuais de coleta e tratamento por município .................... 113
Figura 53 – Divisão da BHRP por áreas prioritárias de investimento ...................... 114
Figura 54 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso referente ao indicador “PC” ..................................................................................... 121
Figura 55 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso referente ao indicador “PT”...................................................................................... 122
Figura 56 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso referente ao indicador “Operacionalidade da ETE” ................................................. 123
Figura 57 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso referente ao indicador “Regularização ambiental” ................................................... 124
Figura 58 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso referente ao indicador “Disposição final dos resíduos sólidos da ETE” ................... 125
Figura 59 – Percentual de municípios segundo o atendimento à DN COPAM Nº 128 de 2008 ................................................................................................................... 126
Figura 60 – Percentual de ETE’s que apresentaram o programa de realização de seu monitoramento ........................................................................................................ 127
Figura 61 – Percentual de municípios segundo a habilitação ao recebimento do ICMS Ecológico, subcritério Saneamento, Estação de Tratamento de Esgoto ....... 128
Figura 62 – Percentual de municípios conforme o peso obtido referente ao indicador “Análise adicional” ................................................................................................... 129
Figura 63 – Percentuais dos municípios (esquerda) e da população urbana (direita) segundo o IQES ...................................................................................................... 130
Figura 64 – Percentuais dos municípios (esquerda) e da população urbana (direita) segundo o IQES, por região da BHRP .................................................................... 132
Figura 65 – IQES por município .............................................................................. 134
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – População urbana dos municípios do ARP ............................................. 29
Tabela 2 – População urbana dos municípios do MRP ............................................. 30
Tabela 3 – População urbana dos municípios do BRP ............................................. 30
Tabela 4 – Distribuição das classes de solo na BHRP .............................................. 32
Tabela 5 – Descrição das classes das ZEE’s............................................................ 45
Tabela 6 – Faixas de variação do IQA ...................................................................... 55
Tabela 7 – Fases da pesquisa de opinião ................................................................. 68
Tabela 8 – Itens mínimos esperados em uma ETE ................................................... 70
Tabela 9 – Síntese da definição da condição operacional da ETE ........................... 70
Tabela 10 – Faixas (3) de Níveis de Qualidade do Sistema de Esgotamento .......... 72
Tabela 11 – Faixas (5) de Níveis de Qualidade do Sistema de Esgotamento .......... 72
Tabela 12 – Peso (q) perante as faixas do PCD ....................................................... 73
Tabela 13 – Exemplo do indicador “PC” .................................................................... 74
Tabela 14 – Peso (q) perante faixas do PTD ............................................................ 74
Tabela 15 – Exemplo do indicador “PT” .................................................................... 75
Tabela 16 – Pesos por nível de tratamento ............................................................... 83
Tabela 17 – Peso (q) do indicador a ser obtido de acordo com a situação da ETE .. 90
Tabela 18 – Peso (q) do indicador a ser obtido de acordo com o local de disposição final dos resíduos sólidos da ETE ............................................................................. 91
Tabela 19 – Datas e requisitos deliberados pela DN COPAM N° 128 de 2008 para os municípios formalizarem o processo de regularização ambiental ............................. 93
Tabela 20 – Faixas de classificação da qualidade do serviço de esgotamento sanitário por variação dos pesos do IQES ................................................................ 95
Tabela 21 – Titularidade dos serviços de esgotamento sanitário na BHRP .............. 97
Tabela 22 – Titularidade do serviço de tratamento dos esgotos sanitários na BHRP .................................................................................................................................. 98
Tabela 23 – Panorama da situação das ETE’s na BHRP ......................................... 99
Tabela 24 – Panorama da situação das ETE’s ....................................................... 100
Tabela 25 – Panorama da situação das ETE’s por região da BHRP ...................... 104
Tabela 26 – Panorama da Regularização Ambiental das ETE’s da BHRP ............. 106
Tabela 27 – Deficiências do serviço de esgotamento sanitário da BHRP ............... 107
Tabela 28 – Panorama dos serviços de esgotamento sanitário na BHRP .............. 107
Tabela 29 – Panorama dos sistemas de tratamento das ETE’s da BHRP .............. 112
Tabela 30 – Municípios inseridos no quadrante de prioridade baixa, destacado de verde ....................................................................................................................... 115
Tabela 31 – Municípios inseridos no quadrante de prioridade alta, destacado de vermelho.................................................................................................................. 115
Tabela 32 – Municípios inseridos no quadrante de prioridade média, destacado de amarelo ................................................................................................................... 116
Tabela 33 – ETE’s que obtiveram os maiores valores de risco microbiológico ....... 117
Tabela 34 – Número de ETE’s segundo a classificação dos seus RM’s ................. 118
Tabela 35 – Número de municípios segundo o peso obtido no indicador “PC” ....... 121
Tabela 36 – Número de municípios segundo o peso obtido no indicador “PT” ....... 122
Tabela 37 – Número de municípios da BHRP perante o peso obtido no indicador “Operacionalidade da ETE” ..................................................................................... 123
Tabela 38 – Número de municípios da BHRP perante o peso obtido no indicador “Regularização ambiental” ...................................................................................... 124
Tabela 39 – Peso obtido pelos municípios da BHRP no indicador “Disposição final dos resíduos sólidos da ETE” .................................................................................. 125
Tabela 40 – Número de municípios segundo o atendimento à DN COPAM Nº 128 de 2008. ....................................................................................................................... 126
Tabela 41 – Número de ETE’s que apresentaram o programa de seu monitoramento ................................................................................................................................ 127
Tabela 42 – Número de municípios segundo a habilitação ao recebimento do ICMS Ecológico, subcritério Saneamento, Estação de Tratamento de Esgoto ................. 128
Tabela 43 – Peso obtido pelos municípios da BHRP no indicador “Análise adicional” ................................................................................................................................ 128
Tabela 44 – Distribuição dos municípios de acordo com o peso final obtido .......... 130
Tabela 45 – Distribuição dos municípios por região da BHRP e de acordo com o peso final obtido ...................................................................................................... 131
Tabela 46 – Diretrizes identificadas para a BHRP .................................................. 137
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 23
2 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................. .................................................... 26
2.1 A Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba ........................................................ 26
2.2 Percepções da Expedição ao rio Paraopeba ............................................... 41
2.3 Análise da BHRP através do ZEE ................................................................ 44
2.4 Pesquisa Nacional de Saneamento Básico .................................................. 50
3 ÁGUAS DA BHRP ..................................... ........................................................ 53
3.1 Enquadramento dos corpos d’ água da BHRP ............................................. 53
3.2 Usos da água ............................................................................................... 53
3.3 Qualidade da águas superficiais .................................................................. 55
3.4 Qualidade das águas subterrâneas ............................................................. 58
3.5 Resíduos sólidos urbanos ............................................................................ 58
3.6 Lançamento de lodo proveniente de fossa ................................................... 61
4 METODOLOGIA ....................................... .......................................................... 63
4.1 Manual do cálculo do IQES .......................................................................... 65
4.1.1 Etapas ...................................................................................................... 66
4.1.2 Detalhamento do Cálculo do IQES ........................................................... 73
5 DIAGNÓSTICO GERAL DA BHRP ......................... ........................................... 96
5.1 Análise do risco microbiológico das ETE’s da BHRP ................................. 116
6 PROGNÓSTICO GERAL DA BHRP ......................... ....................................... 120
7 DIRETRIZES IDENTIFICADAS .......................... .............................................. 136
7.1 Alteração no sistema de concessão de AAF’s ........................................... 138
7.2 Acompanhamento dos municípios que receberam financiamento para elaboração de projeto e / ou construção de ETE’s .............................................. 139
7.3 Capacitação ............................................................................................... 140
7.3.1 Divulgação e melhorias na cartilha da FEAM ......................................... 140
7.3.2 Aplicação pelo FHIDRO de curso de capacitação para elaboração e gerenciamento de programas e projetos .......................................................... 142
7.3.3 Divulgação dos cursos e oficinas de capacitação dos municípios na elaboração dos Planos de Saneamento Básico ............................................... 143
7.4 Educação ambiental e mobilização social .................................................. 143
7.5 Considerar no Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Paraopeba os resultados obtidos no PITE-BHRP ....................................................................... 144
7.6 Plano para adequação operacional da ETE ............................................... 145
7.7 Expansão dos sistemas de esgotamento sanitário para as áreas rurais.... 145
7.8 Regularização do serviço prestado pelas empresas de caminhões limpa fossa junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e à Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT . 146
7.9 Criação de metodologia para cadastro, controle e fiscalização da atividade de caminhões limpa fossa em âmbito estadual ................................................... 150
7.10 Redução do custo para a formalização do processo administrativo para regularização ambiental ....................................................................................... 151
7.11 Estabelecer convênios e parcerias dos municípios com entidades responsáveis pela área de saneamento .............................................................. 151
7.12 Programas de fomento para criação de consórcios intermunicipais para tratamento conjunto de esgoto sanitário .............................................................. 152
7.13 Vincular parte da receita bruta municipal, por força de Lei Federal, à utilização em saneamento, incluindo-se o ICMS Ecológico ................................. 153
7.14 Desenvolvimento de avaliações de impacto sobre a saúde ....................... 153
7.15 Redução de conexões clandestinas de águas pluviais em sistemas de esgotamento sanitário .......................................................................................... 154
7.16 Fomento à estruturação de adequados sistemas de gestão em saneamento, incluindo regulação e sistema de informação ...................................................... 155
7.17 Considerar para a BHRP a utilização do Programa de Compra de Esgotos Tratados da ANA.................................................................................................. 156
7.18 Financiamento para implantação de ETE’s, para adequação na parte operacional das estações existentes, e para demais serviços de esgotamento sanitário ............................................................................................................... 156
7.19 Prioridade de investimentos nos municípios de acordo com a sua classificação no IQES .......................................................................................... 165
7.20 Capacitação de operários e designação de verbas para as ETE’s classificadas como em precárias condições operacionais ................................... 166
7.21 Realização de reuniões junto aos titulares dos serviços de esgotamento sanitário dos municípios ....................................................................................... 167
8 APÊNDICE ....................................................................................................... 168
8.1 Apêndice I: Relatório por município ........................................................... 168
Belo Vale ......................................... ....................................................................... 168
Betim ............................................. ......................................................................... 171
Bonfim ............................................ ........................................................................ 197
Brumadinho ........................................ ................................................................... 201
Cachoeira da Prata ................................ ................................................................ 216
Caetanópolis ...................................... .................................................................... 223
Casa Grande ....................................... ................................................................... 228
Congonhas ......................................... .................................................................... 229
Conselheiro Lafaiete .............................. ............................................................... 243
Contagem .......................................... ..................................................................... 254
Cristiano Otoni ................................... ................................................................... 263
Crucilândia ....................................... ...................................................................... 265
Curvelo ........................................... ........................................................................ 267
Desterro de Entre Rios ............................ ............................................................. 274
Entre Rios de Minas ............................... ............................................................... 276
Esmeraldas ........................................ .................................................................... 279
Felixlândia ....................................... ....................................................................... 288
Florestal ......................................... ........................................................................ 293
Fortuna de Minas .................................. ................................................................. 298
Ibirité ........................................... ........................................................................... 304
Igarapé ........................................... ........................................................................ 308
Inhaúma............................................ ...................................................................... 310
Itatiaiuçu......................................... ........................................................................ 317
Itaúna ............................................ .......................................................................... 319
Itaverava ......................................... ........................................................................ 341
Jeceaba ........................................... ....................................................................... 343
Juatuba............................................ ....................................................................... 345
Lagoa Dourada ..................................... ................................................................. 349
Maravilhas ........................................ ...................................................................... 351
Mário Campos ...................................... .................................................................. 357
Mateus Leme ....................................... ................................................................... 359
Moeda ............................................. ........................................................................ 361
Ouro Branco ....................................... ................................................................... 366
Ouro Preto ........................................ ...................................................................... 373
Papagaios ......................................... ..................................................................... 384
Pará de Minas ..................................... ................................................................... 393
Paraopeba ......................................... ..................................................................... 408
Pequi ............................................. ......................................................................... 411
Piedade dos Gerais ................................ ............................................................... 416
Pompéu ............................................ ...................................................................... 420
Queluzito ......................................... ....................................................................... 427
Resende Costa ..................................... ................................................................. 431
Rio Manso ......................................... ..................................................................... 435
São Brás do Suaçuí ................................ ............................................................... 436
São Joaquim de Bicas .............................. ............................................................ 437
São José da Varginha .............................. ............................................................. 444
Sarzedo ........................................... ....................................................................... 450
Sete Lagoas ....................................... .................................................................... 459
8.2 Apêndice II: Questionário aplicado aos especialistas................................. 480
9 AGRADECIMENTOS .................................... ................................................... 500
10 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 501
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23
1 INTRODUÇÃO
Um dos maiores desafios da gestão de recursos hídricos são os esforços conjuntos
a serem empreendidos para a recuperação da qualidade das águas, em vista das
questões ambientais, de saúde pública e de qualidade de vida (Ministério do Meio
Ambiente – MMA, 2006).
Nos moldes do Plano para Incremento do Percentual de Tratamento dos Esgotos
Sanitários da Bacia Hidrográfica do rio das Velhas – PITE-BHRV (Sistema Estadual
do Meio Ambiente – SISEMA, 2010), executado durante o ano de 2010, foi proposta
a realização de trabalho similar para a Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba – BHRP,
em virtude de sua urgente necessidade e frequente queda da qualidade de suas
águas. Além disso, a BHRP é contígua à BHRV, o que é de grande interesse para
continuidade do trabalho realizado na BHRV.
A BHRP, fornecedora de água e alimentos, além de insumos para a construção civil,
para a região metropolitana de Belo Horizonte – RMBH, e minerais, especialmente
minério de ferro, para todo o mundo, encontra-se intensamente poluída, devido à
degradação que a bacia vem sofrendo e da exploração de seus recursos naturais,
sem compensação dos passivos ambientais decorrentes dessas atividades.
De acordo com dados do Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM, os
principais responsáveis pela degradação da bacia do Paraopeba são o lançamento
dos esgotos sanitários e dos efluentes industriais nos cursos d’ água sem o
tratamento adequado, além do uso e ocupação irregulares do solo nas áreas urbana
e rural (Assessoria de Comunicação – ASCOM / Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, 2011). Assim, a situação atual
da bacia em termos de qualidade e de quantidade das águas é crítica de um modo
geral, o que aponta para a necessidade de ações e investimentos.
Corroborando com os dados do IGAM, o tratamento de esgotos foi tido como uma
das prioridades da bacia do Paraopeba conforme a ata da 3ª reunião do Grupo de
Trabalho de Acompanhamento de Projetos do Comitê da Bacia Hidrográfica do
Paraopeba, GTAP-Paraopeba (GTAP-Paraopeba, 2001). De acordo com Von
Sperling e colaboradores (2002) as simulações relativas às concentrações de
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24
oxigênio dissolvido nas águas do rio Paraopeba para o ano de 2006, apesar de
ainda se mostrarem satisfatórias, segundo padrões definidos para cursos hídricos
de classe 2, mostram um decréscimo que deverá continuar se nenhuma intervenção
for feita na bacia no sentido de se tratar os esgotos domésticos.
Conforme o recebimento das declarações de carga poluidora dos anos de 2008 e
2009, pode ser visto na Figura 1 que a BHRP é uma das bacias em que o
lançamento de carga orgânica nos cursos d’ água é mais intenso, posicionando-se
entre 5.000 e 21.347 toneladas por mês.
Figura 1 – Carga poluidora lançada nas bacias hidrográficas de Minas Gerais nos
anos de 2008 e 2009
Fonte: Gerência de Monitoramento e Geoprocessamento – GEMOG / Diretoria de Monitoramento e
Fiscalização Ambiental – DMFA / Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM, 2010
Essas constatações associadas à necessidade de ampliação do programa “Minas
Trata Esgoto”, que fornece apoio aos municípios para o atendimento às
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25
Deliberações Normativas – DN’s referentes ao esgotamento sanitário e acompanha
o aumento do percentual de esgoto tratado no Estado, justificam a importância da
elaboração de um plano que contribua para a melhoria da situação de esgotamento
sanitário da bacia.
O Plano para Incremento do Percentual de Tratamento dos Esgotos Sanitários da
Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba – PITE-BHRP, vem somar os esforços
empregados na melhoria da qualidade das águas, por meio do estabelecimento de
diretrizes que possibilitem o incremento do percentual de tratamento de esgotos
sanitários na bacia.
Assim, o Plano identifica diretrizes para a melhoria da situação do esgotamento
sanitário na BHRP, a partir da execução de um diagnóstico do sistema de
esgotamento sanitário da bacia, da identificação dos principais problemas neste
sistema e do estabelecimento de áreas prioritárias para investimentos e execução
de obras de saneamento na região.
O Plano Diretor dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Paraopeba –
PDRH-Paraopeba começou a ser elaborado em fevereiro de 2008 pelo Consórcio
Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba – CIBAPAR juntamente com a
Holos Engenharia Sanitária e Ambiental, empresa responsável por sua execução, e
está recebendo orientação, supervisão e acompanhamento do Comitê de Bacia
Hidrográfica do Paraopeba – CBH-Paraopeba e o apoio do IGAM.
As informações obtidas durante o levantamento dos dados e as considerações feitas
nesse Plano poderão servir de subsídios ao desenvolvimento do PDRH-Paraopeba,
contribuindo assim para a sua elaboração.
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26
2 CONTEXTUALIZAÇÃO
2.1 A Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba
A BHRP está localizada no sudeste do Estado de Minas Gerais e abrange uma área
de 13.643 Km2, que corresponde a 2,5% da área total do Estado. Mais de 2 milhões
de pessoas vivem na bacia, distribuídas nos seus 48 municípios (Figura 2), sendo
que 35 destes municípios possuem suas sedes urbanas dentro dos limites da bacia.
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27
Figura 2 – Municípios da BHRP e suas respectivas populações
Fonte: Núcleo de Geoprocessamento / FEAM, 2011
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28
A BHRP é dividida em três regiões, segundo os cursos alto, médio e baixo do rio
Paraopeba (Figura 3).
Figura 3 – Divisão da BHRP segundo os cursos alto, médio e baixo do rio
Paraopeba
Fonte: Núcleo de Geoprocessamento / FEAM, 2011
Código Município311320 Carandaí311310 Caranaíba313220 Itaguara315060 Piracema315420 Resende Costa312140 Desterro de Entre Rios313740 Lagoa Dourada312390 Entre Rios de Minas315040 Piedade dos Gerais312060 Crucilândia310810 Bonfim310640 Belo Vale313540 Jeceaba316090 São Brás do Suaçuí311490 Casa Grande315380 Queluzito312040 Cristiano Otoni314230 Moeda310900 Brumadinho315530 Rio Manso313370 Itatiaiuçu311830 Conselheiro Lafaiete311800 Congonhas313190 Itabirito314610 Ouro Preto314590 Ouro Branco313390 Itaverava315910 Santana dos Montes312570 Felixlândia315200 Pompéu314580 Onça do Pitangui314960 Pequi313970 Maravilhas313380 Itaúna314070 Mateus Leme313010 Igarapé316292 São Joaquim de Bicas313665 Juatuba312600 Florestal314015 Mário Campos316553 Sarzedo312980 Ibirité310670 Betim311860 Contagem312410 Esmeraldas310620 Belo Horizonte315460 Ribeirão das Neves314480 Nova Lima314690 Papagaios312640 Fortuna de Minas310980 Cachoeira da Prata313100 Inhaúma316720 Sete Lagoas310990 Caetanópolis311250 Capim Branco314110 Matozinhos314930 Pedro Leopoldo314740 Paraopeba314360 Morro da Garça311890 Cordisgurbo312090 Curvelo316310 São José da Varginha
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29
A região do Alto Rio Paraopeba – ARP é composta por 18 municípios (Tabela 1) e
apresenta população total de 305.356 habitantes, sendo a região com a menor
concentração populacional da BHRP.
O ARP tem como limite sul os municípios de Resende Costa, Lagoa Dourada, Casa
Grande, Cristiano Otoni e Conselheiro Lafaiete, e como limite norte os municípios de
Crucilândia, Piedade dos Gerais, Belo Vale e Moeda.
Tabela 1 – População urbana dos municípios do ARP
A região do Médio Rio Paraopeba – MRP abrange 16 municípios (Tabela 2) e
apresenta o maior contingente populacional da BHRP, com uma população total de
1.476.925 habitantes. A região possui expressiva atividade econômica, concentrada
principalmente na RMBH.
O MRP inicia-se no limite norte do ARP e no limite sul do BRP faz divisa com os
municípios de Esmeraldas e São José da Varginha.
Municípios Pop. UrbanaBelo Vale 3.295
Casa Grande 1.122Congonhas 47.253
Conselheiro Lafaiete 111.286Cristiano Otoni 4.156
Crucilândia 2.976Desterro de Entre Rios 3.596Entre Rios de Minas 9.871
Itaverava 2.565Jeceaba 2.979
Lagoa Dourada 6.891Moeda 1.793
Ouro Branco 31.606Ouro Preto 61.082
Piedade dos Gerais 2.122Queluzito 853
Resende Costa 8.782São Brás do Suaçuí 3.128
Total ARP 305.356
Alto Rio Paraopeba - ARP
Fonte: IBGE, 2010
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30
Tabela 2 – População urbana dos municípios do MRP
Médio Rio Paraopeba - MRP
Municípios Pop. Urbana
Betim 374.789 Bonfim 3.330
Brumadinho 28.687 Contagem 601.009 Florestal 5.501
Ibirité 158.662 Igarapé 32.675
Itatiaiuçu 6.231 Itaúna 80.391
Juatuba 21.846 Mário Campos 12.481 Matheus Leme 24.676 Pará de Minas 79.646
Rio Manso 2.833 São Joaquim de Bicas 18.652
Sarzedo 25.516 Total MRP 1.476.925
Fonte: IBGE, 2010
A região do Baixo Rio Paraopeba – BRP é composta por 14 municípios (Tabela 3) e
apresenta população total de 428.811 habitantes.
Tabela 3 – População urbana dos municípios do BRP
Municípios Pop. UrbanaCachoeira da Prata 3.528
Caetanópolis 8.391Curvelo 67.363
Esmeraldas 56.112Felixlândia 10.922
Fortuna de Minas 1.861Inhaúma 4.205
Maravilhas 4.891Papagaios 11.916Paraopeba 19.671
Pequi 2.953Pompéu 25.744
São José da Varginha 2.375Sete Lagoas 208.879Total BRP 428.811
Baixo Rio Paraopeba - BRP
Fonte:IBGE, 2010
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31
O sul do BRP faz fronteira com os municípios de Esmeraldas e São José da
Varginha, e o norte da região contém os municípios de Felixlândia e Curvelo,
limítrofes do norte da bacia.
As principais atividades econômicas na BHRP são a mineração, a siderurgia, a
indústria e a agropecuária.
As atividades minerárias são desenvolvidas ao longo de toda a bacia. Entre as
mineradoras e siderúrgicas instaladas na BHRP estão a Companhia Siderúrgica
Nacional – CSN, a Companhia Vale, a Gerdau / Açominas, a Ferrous e a Namisa.
Os principais minerais extraídos são: areia, minério de ferro, manganês, ardósia e
argila (CBH-Paraopeba, 2011).
Apesar das atividades industriais também estarem distribuídas por toda a BHRP,
elas se destacam nos seguintes municípios: Conselheiro Lafaiete, Ouro Branco,
Congonhas, Ibirité, Betim, Contagem, Sete Lagoas, Cachoeira da Prata e
Paraopeba.
As atividades de agricultura são intensas na região média das sub-bacias do ribeirão
Sarzedo e do rio Manso, onde a maior parte da produção se destina ao consumo
interno local e / ou regional (CBH-Paraopeba, 2011).
A bovinocultura é uma das principais atividades econômicas do norte da bacia,
destacando-se nesse ramo os municípios de Pompéu e Curvelo.
O rio Paraopeba, principal corpo d’ água da bacia, é um dos mais importantes
tributários do rio São Francisco e percorre 537 Km desde a sua nascente, no
município de Cristiano Otoni, até a sua foz em Felixlândia, na represa de Três
Marias, seguindo a direção N-NW. Seus principais afluentes da margem direita são:
o rio Maranhão, rio Pequeri, ribeirão Casa Branca, ribeirão Grande, ribeirão Sarzedo,
ribeirão Betim, ribeirão Macacos, ribeirão Cedro, ribeirão São João; na margem
esquerda: rio Brumado, rio da Prata, rio Macaúbas, rio Manso, ribeirão Serra Azul e
rio Pardo (IGAM, 2010).
A BHRP é de grande importância para o Estado, sobretudo para a RMBH, que tem
53% da sua população abastecida pelas suas águas. Segundo dados da Agência
Nacional de Águas – ANA / Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a
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32
bacia possui menos da metade da área total de drenagem da bacia do rio das
Velhas, mas atende um número maior de usuários cadastrados, entre eles
indústrias, empresas e agricultores (CBH-Paraopeba, 2011).
Além de água para o abastecimento público, a bacia do rio Paraopeba fornece
agregados finos para a construção civil, como areia e argila, pedras ornamentais,
como a ardósia, e minério de ferro, uma vez que algumas áreas da região do ARP
estão inseridas no Quadrilátero Ferrífero, com jazidas de minerais, principalmente de
ferro.
O clima predominante da BHRP é o tropical de altitude com verões brandos e
temperaturas amenas com média anual inferior a 20°C (IGAM, 2010). Os menores
valores de temperatura ocorrem no extremo sul da bacia, principalmente nas
proximidades das serras de Ouro Branco e Moeda, com temperaturas entre 15°C e
18°C. A precipitação média anual varia de 1.200 a 1 .600 mm, sendo que o sul da
bacia apresenta maior número de dias chuvosos que chega a 130 dias de chuvas /
ano. O índice apresenta decréscimo evidente na região do baixo curso da bacia, no
município de Curvelo, com identificação dos menores índices pluviométricos (IGAM,
2005). A umidade relativa do ar da bacia alcança índices iguais ou superiores a
75%. A estação seca prolonga-se de maio a agosto.
A Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC realizou em 2008 um
levantamento de solos da BHRP, na escala de 1:500.000, e foi verificada a
ocorrência das seguintes classes de solo: argissolo, cambissolo, latossolo e
neossolo litólico, sendo o latossolo e o cambissolo as classes de solo mais
abundantes na BHRP, conforme mostrado na Tabela 4 (DURÃES, 2010).
Tabela 4 – Distribuição das classes de solo na BHRP
Classe do Solo Área (Km 2) Área (%)
Argissolo 1.734,21 16,97
Cambissolo 3.574,53 34,97
Latossolo 4.055,67 39,68
Neossolo Litólico 857,79 8,39
Fonte: DURÃES, 2010
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33
Segundo Durães (2010), o uso do solo na bacia é marcado por exploração agrícola,
pastagens, ocupação urbana, áreas de cerrado e mata nativa, uma pequena
extensão de plantio de eucalipto e extensa área de solo exposto.
O relevo se caracteriza pela existência de dois conjuntos de formas contrastantes:
no alto curso da bacia, a topografia é predominantemente acidentada e elevada; a
partir de seu trecho médio até a foz, observa-se uma extensa área plana ou
suavemente ondulada, com colinas suaves e baixas altitudes (IGAM, 2005). As
unidades geomorfológicas existentes são Planalto Dissecado do Centro-Sul e Leste
de Minas, Depressão São Franciscana, Planalto do São Francisco e Quadrilátero
Ferrífero (DURÃES, 2010).
Os compartimentos geológicos que compõem a BHRP são caracterizados pela
presença de carbonatos / pelitos, coberturas cenozóicas e sedimentos /
metassedimentos localizados principalmente na região do BRP, além de complexos
cristalinos e rochas metamórficas (metassedimento e metavulcânica), presentes em
abundância nas regiões do ARP e do MRP (Figura 4).
Conforme pode ser observado na Figura 4, as falhas geológicas e os lineamentos
estruturais ocorrem preferencialmente no ARP e no MRP, o que propicia à área
porosidade e permeabilidade secundária, permitindo a acumulação de água no
subsolo em volumes consideráveis.
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34
Figura 4 – Compartimentos Geológicos da BHRP
Fonte: Núcleo de Geoprocessamento / FEAM, 2011
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35
Com relação à hidrogeologia, a BHRP apresenta seis domínios hidrogeológicos,
sendo eles: cristalino, carbonatos / metacarbonatos, poroso / fissural,
metassedimentos / metavulcânicas, vulcânicas e formações cenozóicas (Figura 5)
(PEIXINHO, F.C.; BOMFIM, L.F.C, 2011).
Em termos hidrológicos, as formações cenozóicas têm comportamento de aquífero
poroso, caracterizado por possuir uma porosidade primária, e nos terrenos arenosos
uma elevada permeabilidade (PEIXINHO, F.C.; BOMFIM, L.F.C, 2011). Esse
domínio, assim como o poroso / fissural, caracterizado por comportamento de
aqüífero granular e fissural acentuado, e, portanto, misto, está presente
principalmente na região do BRP.
No domínio cristalino (aquífero fissural), presente em grande parte do ARP e do
MRP, como quase não existe uma porosidade primária nas rochas, a ocorrência de
água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por
fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de
pequena extensão.
Os metassedimentos / metavulcânicas (aquífero fissural), também têm ocorrência
em grandes áreas do ARP e do MRP e apresentam comportamento similar ao
domínio cristalino. No entanto, suas rochas possuem comportamento geológico
distinto, e, desta forma, deve ser esperada uma maior favorabilidade hidrogeológica
neste domínio do que o esperado para o cristalino (PEIXINHO, F.C.; BOMFIM,
L.F.C, 2011).
O domínio vulcânicas reúne rochas vulcânicas e metavulcânicas de baixo grau, de
natureza ácida a básica, com comportamento tipicamente fissural (propriedade
secundária de fendas e fraturas). Este domínio é o que ocupa menor extensão
dentro da BHRP.
Por fim, os carbonatos / metacarbonatos, presentes em pequenas áreas do BRP,
constituem um sistema aquífero fissural desenvolvido em terrenos onde predominam
rochas calcárias, calcárias magnesianos e dolomíticas, que tem como característica
principal a constante presença de formas de dissolução cárstica, formando
cavernas, sumidouros, dolinas e outras feições erosivas típicas desses tipos de
rochas. Fraturas e outras superfícies de descontinuidade, alargadas por processos
feam
36
de dissolução química das rochas pela água propiciam ao sistema porosidade e
permeabilidade secundária, que permitem acumulação de água em volumes
consideráveis (PEIXINHO, F.C.; BOMFIM, L.F.C, 2011).
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37
Figura 5 – Domínios Hidrogeológicos da BHRP
Fonte: Núcleo de Geoprocessamento / FEAM, 2011
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38
O território da BHRP está inserido em áreas de transição entre o Cerrado e a Mata
Atlântica e possui diversas espécies da fauna e da flora (CBH-Paraopeba, 2011).
Algumas espécies da fauna se encontram ameaçadas de extinção como a onça
parda, a jaguatirica, o lobo-guará, o gato-do-mato, o macuco e o veado campeiro.
Estudos e pesquisas realizadas pelo Centro de Estudos de Peixes da Universidade
Federal de Minas Gerais – UFMG e o CETEC indicam que o rio Paraopeba possui
expressiva riqueza e diversidade em sua ictiofauna. As espécies presentes na BHRP
representam 51% do total das espécies de toda bacia hidrográfica do rio São
Francisco, as quais somam 170 peixes distintos (COSTA et al.,1998 apud CBH-
Paraopeba, 2011).
Em acréscimo a este posicionamento, verifica-se que o Atlas da Biodiversidade de
Minas Gerais (FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS, 2005) relaciona o rio Paraopeba como
um dos prioritários para conservação dos peixes em Minas Gerais, devido à sua
importância biológica.
Podem ser destacadas dentro da BHRP duas Unidades de Proteção Integral: a
Estação Ecológica de Mar de Espanha e o Parque Estadual Serra do Rola Moça,
este último localizado nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e
Brumadinho. Este parque se encontra dentro de uma Área de Proteção Ambiental –
APA denominada APA-Sul (IGAM, 2005).
Conforme o IGAM (2005), além dessas Unidades, na BHRP existe também três
categorias de Unidades de Uso Sustentável: uma área de proteção ambiental, a
APA-Sul, a Floresta Estadual Fazenda São Judas Tadeu, localizada em Betim, e
quatro Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN. As RPPN’s são as de
Poço Fundo, Fazenda João Pereira e Sítio São Francisco, todas no município de
Congonhas; e a Fazenda do Sino, no município de Betim.
Na BHRP existem ainda as reservas ambientais da Gruta do Rei do Mato, no
município de Sete Lagoas; a Bacia Vargem Das Flores, nos municípios de
Contagem e Betim; e o Sistema Catarina, localizado no município de Ibirité (IGAM,
2005).
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39
A Figura 6 apresenta as divisões municipais da bacia e a localização de suas
Unidades de Conservação. São preservados no total 139.327,53 hectares na BHRP.
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40
Figura 6 – Municípios e Unidades de Conservação da BHRP
Fonte: Núcleo de Geoprocessamento / FEAM, 2011
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41
Com relação à estrutura administrativa das águas da BHRP, a bacia possui o CBH-
Paraopeba, com funções deliberativas e normativas. No entanto, a bacia não possui
uma agência executora, como existe a Peixe - Vivo na BHRV. A BHRP apresenta
dois consórcios: o CIBAPAR e o Consórcio para o Desenvolvimento do Alto
Paraopeba – CODAP, sendo o primeiro a secretaria executiva do comitê.
O CIBAPAR foi criado em novembro de 1994 e sua área de atuação compreende
todo o território da bacia, independente dos limites municipais. De acordo com CBH-
Paraopeba (2011), os 30 municípios consorciados ao CIBAPAR são: Belo Vale,
Betim, Bonfim, Brumadinho, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Cristiano
Otoni, Esmeraldas, Florestal, Ibirité, Igarapé, Itatiaiuçu, Jeceaba, Juatuba, Lagoa
Dourada, Mário Campos, Mateus Leme, Moeda, Ouro Branco, Ouro Preto,
Paraopeba, Piedade dos Gerais, Pompéu, Resende Costa, Rio Manso, São Brás do
Suaçuí, São Joaquim de Bicas, São José da Varginha e Sete Lagoas.
A respeito do CODAP, ele foi o primeiro consórcio público de Minas Gerais e um dos
primeiros do Brasil, com atuação regional e multisetorial. A entidade reúne os
municípios de Belo Vale, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Entre Rios de Minas,
Jeceaba, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí, todos localizados na região do ARP
(PREFEITURA MUNICIPAL DE CONGONHAS, 2011).
2.2 Percepções da Expedição ao rio Paraopeba
Nos dias compreendidos entre 04 a 23 de setembro de 2010 foi realizada a
navegação pelo rio Paraopeba, parte do projeto Expedição ao rio Paraopeba (Figura
7), desenvolvido pelo CIBAPAR por meio do Fundo de Recuperação, Proteção e
Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais –
FHIDRO. A equipe que desceu o rio partiu do município de Cristiano Otoni e chegou
até a foz do rio Paraopeba, em Felixlândia, navegando 497 Km, de uma extensão
total de 537 Km. Os 40 Km restantes foram visitados por terra, pois a lâmina d’ água
não ultrapassava 10 centímetros de altura (CBH-Paraopeba, 2011).
Um dos principais objetivos da Expedição ao rio Paraopeba é a sensibilização dos
diversos segmentos da sociedade para a importância de resgatar e preservar o rio.
feam
42
Para a mobilização sócio-ambiental foram realizados cursos de Vigilância Ambiental,
debates públicos e paradas culturais durante dois meses nos municípios de Belo
Vale, Betim, Brumadinho, Congonhas, Cristiano Otoni, Esmeraldas, Felixlândia,
Jeceaba, Juatuba e Moeda.
Outro objetivo da Expedição é realizar e fortalecer a comunicação entre os órgãos
gestores e gerenciais da bacia com as comunidades diretamente envolvidas com o
rio Paraopeba através de uma Rede Solidária de Vigilância Permanente, a ReSOL.
Além disso, realizar a análise da qualidade das águas em todas as sub-bacias do rio
e reunir a assinatura de representantes de várias instituições com metas de
recuperação do rio Paraopeba.
A etapa de navegação ao rio já foi concluída, encontrando-se ao longo do percurso
da expedição diversas situações de ameaça à qualidade e quantidade das águas,
tais como: lançamento de esgotos in natura, extração de areia no curso d’ água,
modificações no regime de escoamento das águas, barragens e a ausência de
sistema de transposição para os peixes. Contudo, o projeto da Expedição não está
finalizado, faltando ainda à realização, neste e no próximo ano, de treinamentos
específicos de geotecnologia, fotografia e imagem, qualidade e quantidade das
águas, dados de saúde pública, medição de vazão em córregos e rios e outros, além
da criação da ReSOL (CBH-Paraopeba, 2011).
feam
43
Figura 7 – Mapa ilustrativo da Expedição Paraopeba
Fonte: CBH-Paraopeba, 2011
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44
Durante as viagens realizadas aos municípios que compõem a BHRP, ocorreram,
por parte de alguns representantes pelo saneamento municipal, manifestações
pontuais de insatisfação com a atuação do CIBAPAR em sua região, quando
inclusive destacou-se falta de imparcialidade na atuação regional, e ainda
insatisfação com a Expedição Paraopeba devido ao atraso na entrega dos
certificados dos cursos e da bolsa oferecida de auxílio aos cursistas.
Não foi possível obter informações adicionais sobre a Expedição Paraopeba uma
vez que o CIBAPAR, apesar de ter se mostrado apronte, não disponibilizou até a
data acordada com a FEAM os materiais e os resultados da Expedição solicitados.
2.3 Análise da BHRP através do ZEE
O Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais – ZEE-MG,
coordenado pela SEMAD, com a participação de todas as secretarias do Estado de
Minas Gerais e de outras entidades da sociedade civil, é a maior coleção de dados
bióticos, físicos e sociais reunida em Minas Gerais, referente ao ano de 2007. O
ZEE-MG tem como objetivo contribuir para a definição de áreas estratégicas para o
desenvolvimento sustentável do Estado, orientando os investimentos do Governo e
da sociedade civil, segundo as peculiaridades regionais, através de um macro-
diagnóstico do Estado (SCOLFORO; CARVALHO; OLIVEIRA, 2008).
As Zonas Ecológicas Econômicas – ZEE foram divididas em seis classes (Tabela 5)
de acordo com duas cartas principais, a carta de Vulnerabilidade Ambiental e a carta
de Potencialidade Social, que sobrepostas concebem áreas com características
próprias, determinando o ZEE-MG.
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Tabela 5 – Descrição das classes das ZEE’s
Classe Descrição
ZEE-1 Terras de baixa vulnerabilidade em locais de alto potencial social
ZEE-2 Terras de alta vulnerabilidade em locais de alto potencial social
ZEE-3 Terras de baixa vulnerabilidade em locais de médio potencial social
ZEE-4 Terras de alta vulnerabilidade em locais de médio potencial social
ZEE-5 Terras de baixa vulnerabilidade em locais de baixo potencial social
ZEE-6 Terras de alta vulnerabilidade em locais de baixo potencial social Fonte: ZEE-MG, 2011
Dentro dessa classificação, a BHRP está predominantemente localizada na ZEE-1 e
na ZEE-2, o que significa que 48% da sua área é constituída por terras de baixa
vulnerabilidade em locais de alto potencial social e 25% por terras de alta
vulnerabilidade em locais de alto potencial social, respectivamente. O mapa da
BHRP contendo as ZEE’s é apresentado na Figura 8.
Figura 8 – Localização geográfica das ZEE’s na BHRP
Fonte: ZEE-MG, 2011
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Com relação à vulnerabilidade natural dos recursos hídricos, sua expressão consiste
na interpretação da disponibilidade natural de água e da potencialidade de
contaminação dos aquíferos, assumindo-se que a existência de uma oferta natural
mais elevada caracteriza uma menor vulnerabilidade e o oposto uma maior
vulnerabilidade (MELLO et al., 2008).
Conforme pode ser observado na Figura 9, aproximadamente 80% da área da
BHRP apresentam vulnerabilidade natural média dos recursos hídricos, cerca de
10% possuem alta vulnerabilidade e uma pequena parcela apresenta baixa
vulnerabilidade. Desse modo, pode-se concluir que grande parte da BHRP possui
vulnerabilidade natural dos recursos hídricos situada entre média e alta ; e que,
portanto, faz-se necessária a adoção de medidas de precaução e a implementação
de restrições quanto ao lançamento de efluentes nos cursos d’ água da bacia.
Figura 9 – Perfil geográfico da vulnerabilidade natural dos recursos hídricos na
BHRP
Fonte: ZEE-MG, 2011
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Entende-se por disponibilidade hídrica a quantidade de água que pode ser retirada
de um manancial sem que se comprometa a flora e a fauna existentes na área da
bacia hidrográfica, bem como à jusante do ponto de captação (MELLO et al., 2008).
A vulnerabilidade natural associada à disponibilidade natural de água superficial e
subterrânea para a BHRP é considerada predominantemente alta para toda a bacia.
Considerando-se que a maior disponibilidade natural de água representa menor
vulnerabilidade natural, pode-se concluir que a disponibilidade hídrica na BHRP é
baixa , o que reforça a necessidade da implantação de normas restritivas quanto ao
uso e demanda de água na bacia.
A potencialidade de contaminação dos aquíferos corresponde à susceptibilidade de
contaminação da água subterrânea por substâncias tóxicas as quais podem atingir o
aquífero principalmente pelo processo de lixiviação (MELLO et al., 2008). A
disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos no ambiente, por exemplo, é
um dos meios pelo qual pode ocorrer a degradação da qualidade das águas
subterrâneas pela percolação do chorume no solo. Dos 48 municípios que a BHRP
apresenta apenas 17 possuem aterros sanitários e / ou usinas de triagem e
compostagem regularizados; os demais municípios não apresentam disposição final
adequada para os resíduos sólidos, o que facilita o processo de contaminação dos
aquíferos através do processo de lixiviação (FEAM, 2010).
Conforme pode ser observado na Figura 10, a vulnerabilidade dos aquíferos da
BHRP à contaminação por metais pesados varia entre muito baixa e média , sendo
que o percentual de área da bacia com vulnerabilidade muito baixa corresponde a
um valor acima de 80% da BHRP.
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Figura 10 – Perfil geográfico da vulnerabilidade dos aqüíferos da BHRP à
contaminação por metais pesados
Fonte: ZEE-MG, 2011
O IGAM, por meio do projeto Águas de Minas, realiza o monitoramento dos corpos d’
água superficiais do Estado de Minas Gerais e avalia os resultados segundo o Índice
de Qualidade das Águas – IQA e o Índice de Contaminação por Tóxicos – CT.
Algumas das substâncias encontradas em várias das 30 estações de monitoramento
espalhadas pela BHRP, numa série histórica de 12 anos de monitoramento, são
prejudiciais à saúde humana e à biodiversidade, como o chumbo, o arsênio e o
mercúrio (CBH-Paraopeba, 2011). Desse modo, a vulnerabilidade muito baixa dos
aquíferos da BHRP à contaminação por metais pesados não se deve à ausência
deles na bacia, mas possivelmente devido aos outros indicadores avaliados pelo
ZEE, tais como porosidade das rochas e profundidade modal do aquífero.
Com relação aos fatores condicionantes para o saneamento, o grau condicionante
muito baixo expressa a pequena necessidade de medidas mitigatórias para a
implantação dos empreendimentos, pois se considera que os indicadores de
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potencialidade social do ZEE-MG, nesse caso, estão em condições muito precárias.
Por outro lado, o grau condicionante muito alto expressa número elevado de
medidas mitigatórias necessárias para a implantação dos empreendimentos, pois se
considera que os indicadores de potencialidade social do ZEE-MG estão em
condições muito favoráveis, representando maior intensidade de atividades
econômicas, com maior pressão sobre as condições ambientais, exigindo-se
melhores condições de saneamento (LIMA et al., 2008).
A BHRP apresenta predominantemente alto e médio grau condicionante para o
saneamento, o que corresponde a cerca de 60% da área da bacia, como pode ser
observado na Figura 11. Essa classificação reflete a predominância de um potencial
social muito favorável na BHRP, decorrente de indicadores como infraestrutura de
transportes, atividades econômicas, condições sociais, Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços – ICMS e capacidade institucional.
Figura 11 – Perfil geográfico do grau condicionante para o saneamento na BHRP
Fonte: ZEE-MG, 2011
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No tocante à necessidade / prioridade de tratamento de esgotos, considerando-se a
qualidade simulada da água após a autodepuração do esgoto lançado in natura e a
porcentagem da população atendida com tratamento de esgoto, a BHRP apresenta
aproximadamente 40% da sua área com alta necessidade de tratar seus esgotos e
15% com necessidade média (Figura 12). Desse modo, constata-se que é
necessário que haja tratamento de esgotos na bacia, uma vez que grande parte dos
seus cursos d’água está recebendo o lançamento de esgotos brutos.
Figura 12 – Perfil geográfico da necessidade / prioridade de tratamento de esgotos
na BHRP
Fonte: ZEE-MG, 2011
2.4 Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
A última edição da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB, referente ao
segundo semestre de 2008, foi realizada pelo IBGE, em um convênio firmado com o
Ministério das Cidades, e foi publicada no dia 20 de agosto de 2010.
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Os dados dessa pesquisa permitem avaliar o avanço que os serviços de
saneamento básico obtiveram no país desde o ano da penúltima PNSB, realizada
em 2000. Segundo dados da PNSB-2008, houve um aumento de 6,7% no número
de municípios com rede coletora de esgoto, o que representou o acréscimo de 192
cidades ofertando esse tipo de serviço. O contingente de municípios com
ampliações ou melhorias no serviço de coleta de esgotamento sanitário passou de
58%, em 2000, para 79,9%, em 2008. Apesar do crescimento, esse número ainda é
pouco expressivo, tendo em vista que 2.495 municípios, distribuídos pelas Unidades
da Federação, permaneceram sem rede coletora de esgoto. Na região Sudeste,
esse valor abrangia 1,2 milhão de pessoas, mais da metade delas residentes no
Estado de Minas Gerais. No entanto, esse Estado é o que apresentou, em 2008, um
dos maiores percentuais de municípios (91,6%) com rede coletora de esgoto no
país, evidenciando que o serviço de esgotamento sanitário é ainda ausente para
uma grande parte da população brasileira.
Com relação ao número de economias esgotadas residenciais em nível nacional, no
período de 2000 a 2008 houve um aumento de 39,5% no contingente de municípios
que já tinham acesso à rede coletora de esgoto. A presença de rede coletora de
esgoto foi maior nos municípios mais populosos, atingindo cobertura total entre
aqueles com população superior a 500 mil habitantes. Minas Gerais esteve na
terceira posição entre as Unidades da Federação com mais da metade de
economias esgotadas residenciais, tendo alcançado o percentual de 68,9% de
domicílios atendidos por rede geral de esgoto. A primeira e a segunda posições
foram ocupadas pelo Distrito Federal (86,3%) e São Paulo (82,1%),
respectivamente.
Quanto ao tratamento de esgoto a nível nacional, o número de municípios com
sistemas de tratamento de esgoto passou de 20,2%, em 2000, para 28,5%, em
2008; um crescimento muito inferior ao obtido para o serviço de coleta de esgoto. O
volume tratado representava, em 2008, 68,8% do que era coletado, ou seja, 33,5%
acima do valor constatado na PNSB-2000. Contudo, a situação permanece crítica
com menos de 1/3 dos municípios brasileiros realizando o tratamento dos seus
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esgotos. Em Minas Gerais o percentual de municípios que tratam seus esgotos foi
inferior ao valor nacional, de 22,7%.
Segundo o PNSB-2008, as entidades prestadoras de serviços de esgotamento
sanitário foram principalmente municipais (65,3%), seguindo-se as estaduais
(31,8%) e privadas (2,7%). O serviço prestado por entidades de âmbito federal teve
participação de apenas 0,2%. Nota-se, portanto, a predominância da atuação do
governo municipal nesses serviços; no entanto a tendência é que, futuramente,
ocorra o aumento do contingente das entidades privadas prestadoras devido às
mudanças na legislação do setor.
No que diz respeito à forma de execução do serviço de coleta de esgoto, observou-
se a prevalência novamente da atuação das prefeituras municipais, que executavam
o serviço de forma exclusiva em 55,6% dos municípios do país. Em 41,6% dos
municípios a execução da atividade estava sob a responsabilidade de outras
entidades. Entretanto o número de prefeituras que utilizam os instrumentos
reguladores dos serviços de esgotamento sanitário foi bem reduzido, cingindo cerca
de 18% dos municípios.
A oferta de saneamento básico é fundamental na garantia da saúde e segurança da
população e na preservação do meio ambiente. A ausência dos serviços de
esgotamento sanitário, abrangendo a coleta do esgoto e o seu tratamento, impacta
negativamente na qualidade dos recursos hídricos e na qualidade de vida da
população. Os resultados da PNSB-2008 mostraram que houve um crescimento
considerável desses serviços no país, entretanto, ainda há muito por se fazer nesse
âmbito, o que deve servir de estímulo para a locação de melhorias em esgotamento
sanitário.
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3 ÁGUAS DA BHRP
3.1 Enquadramento dos corpos d’ água da BHRP
A BHRP teve seus corpos d’ água enquadrados pela DN do Conselho Estadual de
Política Ambiental – COPAM N° 14, de 28 de dezembro de 1995 e com isso, o seu
leito principal, o rio Paraopeba da confluência do rio Maranhão até a represa de Três
Marias foi enquadrado na classe 2 e os principais trechos da BHRP foram
enquadrados nas classes 1 e 3.
O enquadramento das águas da BHRP, segundo a DN COPAM N °14 de 1995,
ocorreu devido à necessidade de manutenção e / ou melhoria da qualidade das
águas da bacia, pois elas são utilizadas como manancial para abastecimento público
das populações da RMBH e das comunidades locais, além de possuir demais usos
na área de sua contribuição.
3.2 Usos da água
De acordo com as informações sobre o uso da água na BHRP obtidas na Gerência
de Saneamento e Regularização Ambiental – GEARA / IGAM, foi possível
estabelecer os principais usos dos corpos hídricos, que são: abastecimento
doméstico e industrial, irrigação, mineração, dessedentação de animais, pesca e
piscicultura (IGAM, 2010). A BHRP possui cerca de 15.000 usuários segundo a
estimativa realizada pelo CIBAPAR.
O projeto Águas de Minas do IGAM analisou os dados referentes à quantidade de
água superficial que é destinada às atividades econômicas e verificou que os
maiores volumes de água estavam sendo destinados às atividades minerárias
(88,7%), abastecimento público (4,86%) e usos industriais (2,16%). Os menores
volumes, mas não menos significantes, eram o de dessedentação de animais
(1,5%), irrigação (1,7%) e usos múltiplos (0,61%), sendo que a categoria de usos
múltiplos abrange a dessedentação de animais / irrigação e a de aquicultura /
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irrigação (Figura 13) (IGAM, 2010). Destaca-se que a categoria de usos múltiplos é
destinada quando se tem apenas um registro de outorga, mas existe mais de um
tipo de uso declarado pelo empreendedor.
88,69%
4,86%
2,16%0,48%1,70%1,50%0,61%
11,31%
Extração mineral Abastecimento público Consumo industrial
Outros Irrigação Dessedentação de animais
Usos múltiplos
Figura 13 – Percentual de utilização das águas superficiais em função da vazão
outorgada na BHRP para o ano de 2009
Fonte: adaptado de IGAM (2010)
A análise das vazões outorgadas feita pelo projeto Águas de Minas para as águas
superficiais também foi realizada para as águas subterrâneas da bacia do rio
Paraopeba. De acordo com a análise feita, os maiores volumes foram destinados
para o consumo industrial (22,65%), abastecimento público (20,97%), irrigação
(10,66%) e usos múltiplos (9,85%), sendo que a categoria de usos múltiplos abrange
o consumo humano / dessedentação de animais, consumo humano / lavagem de
veículos e consumo humano / irrigação (Figura 14) (IGAM, 2010).
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22,65%
20,97%
17,20% 10,66%
2,68%
9,85%
1,57%6,50%
7,92%
28,52%
Consumo industial Abastecimento público Consumo humano/industrial
Irrigação Dessedentação de animais Usos múltiplos
Outros Extração mineral Consumo humano
Figura 14 – Percentual de utilização das águas subterrâneas em função da vazão
outorgada na BHRP para o ano de 2009
Fonte: adaptado de IGAM (2010)
3.3 Qualidade da águas superficiais
O IQA foi desenvolvido pelo National Sanitation Foundation, dos Estados Unidos,
que estabeleceu um conjunto de nove parâmetros relevantes para caracterizar a
qualidade das águas, sendo eles: oxigênio dissolvido – OD, coliformes fecais,
potencial hidrogeniônico – pH, demanda bioquímica de oxigênio – DBO, nitrato,
fósforo total, temperatura da água, turbidez e sólidos totais. Sendo que, para cada
um dos parâmetros estabelecidos foi atribuído um peso relativo de acordo com a sua
importância respectiva no cálculo do IQA. Os valores do índice final que são gerados
variam no intervalo de 0 a 100 (IGAM, 2005) conforme pode ser visto na Tabela 6.
Tabela 6 – Faixas de variação do IQA
Faixas IQA90< IQA ≤ 100 Excelente
70 < IQA ≤ 90 Bom
50 < IQA ≤ 70 Médio
25 < IQA ≤ 50 Ruim
0 < IQA ≤25 Muito ruim
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As localidades que possuem o IQA enquadrado nas categorias “Ruim” e “Muito ruim”
estão situadas próximas as principais regiões metropolitanas e, sobretudo, estão
interligadas ao lançamento de esgotos domésticos. Ressalta-se que apenas 47%
dos municípios brasileiros possuem rede coletora de esgoto e destes apenas 18%
recebe algum tipo de tratamento e isso faz com que o lançamento de esgotos
domésticos se torne o principal problema de qualidade das águas em âmbito
nacional (MMA, 2006).
De acordo com o projeto Águas de Minas, a BHRP tem o IQA “Médio” prevalecendo
em todo o período de seu monitoramento, de 1997 a 2009. No ano de 2007 a rede
de monitoramento da bacia passou de 22 estações de amostragem para 30 (Figura
15) e, a partir deste mesmo ano, foi constatada uma piora da qualidade da água
(IGAM, 2010).
O lançamento de esgotos sanitários in natura é o principal fator de influência nos
resultados de IQA “Ruim” e “Muito ruim” nos corpos hídricos da BHRP. Ao longo da
série histórica, ressalta-se a ocorrência de taxas elevadas de coliformes
termotolerantes, fósforo total, DBO e turbidez, indicando a forte interferência dos
lançamentos de esgotos domésticos sem tratamento e de fatores como a erosão e o
desmatamento sobre a qualidade dos corpos d’ água da bacia (IGAM, 2010).
Segundo o projeto Águas de Minas do IGAM (2010), os parâmetros que
apresentaram uma maior violação dos valores padrões determinadas pela DN
COPAM / CERH-MG N° 01 de 2008, considerando o enqua dramento do corpo
d’água no local de cada uma de suas 22 estações de amostragem, foram os que
estão associados principalmente aos esgotos sanitários. Podemos citar o fosfato
total, que teve uma violação de 73,7% em um total de 524 análises, e coliformes
fecais, que teve uma violação de 65,6% em um total de 523 análises (considerou-se
como violação as ocorrências maiores que 1 mg/L). Esses parâmetros foram
monitorados no período de 1997 a 2004.
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Figura 15 – Estações de amostragem da rede de monitoramento do projeto Águas
de Minas do IGAM
Fonte: IGAM (2011)
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3.4 Qualidade das águas subterrâneas
A BHRP apresenta os seguintes tipos de aquíferos descritos: os aquíferos de rochas
ígneas e metamórficas de alto grau, do sistema aquífero fissurado, que corresponde
à grande parte da bacia; os aquíferos de rochas metapelíticas e xistosas, do sistema
aquífero fissurado; o aquífero fissurado / cárstico, que se estende por áreas do baixo
curso do rio Paraopeba e os aquíferos de rochas itabiríticas e aquíferos de rochas
quartzíticas, do sistema aquífero fissurado, ocupando pequenas áreas do alto curso
do rio Paraopeba (DURÃES, 2010).
De acordo com Souza (1995), de um modo geral, no Estado de Minas Gerais, todos
os seus depósitos de águas subterrâneas têm a predominância de águas
bicarbonatadas, assódicas e apotássicas, sendo que esta característica é
notadamente visível nos sistemas granulares, cárstico e cárstico-fissurado.
O intercâmbio da vulnerabilidade do tipo aquífero e as características da carga
contaminante fazem com que a probabilidade de contaminação das águas
subterrâneas seja maior, ou seja, que a água ultrapasse os parâmetros
estabelecidos de qualidade de água para o uso para consumo humano, industrial e /
ou agrícola. Podemos dizer que a vulnerabilidade de um aquífero está relacionada
com a sua susceptibilidade à ação de uma carga contaminante, sendo que esta
penetra no aquífero por meio da recarga (GOULART; GOMES; RIBEIRO, 2006). No
caso de uma carga de contaminante de esgotos sanitários, os compostos presentes
que apresentam um alto teor de periculosidade para as águas subterrâneas são o
nitrogênio e os microorganismos patogênicos e a sua principal fonte de
contaminação nesse caso, são os sistemas de saneamento in situ (fossas e latrinas)
(TEIXEIRA; TOLEDO; FAIRCHILD; TAIOLI, 2009).
3.5 Resíduos sólidos urbanos
Os sistemas de disposição de Resíduos Sólidos Urbanos – RSU, quando não são
implantados de forma adequada, podem oferecer um risco potencial de
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59
contaminação aos cursos d’água e ao solo e assim provocar degradação ambiental
e criar problemas de saúde pública.
Diante disso, o COPAM convocou todos os municípios a fazer a regularização
ambiental de seus sistemas de disposição final de RSU através da DN COPAM N °
52 de 2001, da DN COPAM N ° 119 de 2008 e da DN COP AM N ° 126 de 2008.
A DN COPAM N ° 52 de 2001 convocou os municípios qu e possuem uma população
maior que 50 mil habitantes para a formalização do processo de Licença de
Instalação – LI até a data de 31 de março de 2006 e do processo de Licença de
Operação – LO até a data de 01 de novembro de 2006.
A DN COPAM N° 119 de 2008 convocou os municípios qu e possuem uma
população que se encontre na faixa entre 30 a 50 mil habitantes para a formalização
do processo de LI até a data de 30 de novembro de 2008 e do processo de LO até a
data de 31 de outubro de 2009. Essa DN alterou a DN COPAM N ° 52 e prorrogou o
prazo para o dia 31 de outubro de 2008 para a formalização de LO para os
municípios que possuem uma população maior que 50 mil habitantes.
Os municípios com uma população na faixa entre 20 e 30 mil habitantes foram
convocados pela DN COPAM N ° 126 para a formalizaçã o do processo de LI até a
data de 30 de agosto de 2002 e do processo de LO até a data de 31 de setembro de
2010.
Conforme dados da Gerência de Resíduos Sólidos Urbanos – GERUB (FEAM,
2010), 19 municípios da BHRP não possuem estrutura adequada quanto à
disposição final dos resíduos sólidos, ou seja, não dispõem os RSU’s em aterros
sanitários. Os 19 municípios são: Bonfim, Congonhas, Conselheiro Lafaiete,
Curvelo, Desterro de Entre Rios, Esmeraldas, Inhaúma, Itaverava, Lagoa Dourada,
Maravilhas, Moeda, Ouro Branco, Ouro Preto, Pará de Minas, Pompéu, Resende
Costa, Rio Manso, São José da Varginha e Sete Lagoas.
Na visita realizada ao município de Curvelo, em fevereiro de 2011, verificou-se que o
aterro sanitário consorciado dos municípios de Curvelo, Presidente Juscelino e
Inimutaba estava em fase de obras. O aterro sanitário localiza-se na latitude S (18°
50’ 46,5’’) e longitude WO (44° 23’ 23,3’’).
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60
No entanto, outros municípios permanecem não consorciados e apresentando
irregularidades na disposição de RSU’s. No município de Moeda, por exemplo, foi
verificada a presença de um bota-fora a cerca de 10 m do córrego da Contenda,
localizado na latitude S (20° 19’ 47,3’’) e longitu de WO (44° 03’ 15,3’’), conforme
Figura 16.
Outra irregularidade observada (Figura 17) foi o lançamento de RSU’s no córrego
Vassouras e no córrego Casa Grande, nos municípios de Itaverava e Casa Grande
respectivamente.
Figura 16 – Bota-fora próximo ao córrego da Contenda
Figura 17 – Lançamento de resíduos sólidos no córrego Vassouras (direita) no
município de Itaverava e no córrego Casa Grande (esquerda), no município de
Casa Grande
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61
3.6 Lançamento de lodo proveniente de fossa
A geração de lodo existe em todos os processos de tratamento biológico de esgotos
de uma Estação de Tratamento de Esgoto – ETE. Para cada tipologia de tratamento
empregada, é gerado um tipo de lodo, que pode ser lodo primário ou lodo
secundário. No caso de fossas sépticas tem-se o lodo primário que é originado pelos
sólidos sedimentáveis do esgoto bruto (VON SPERLING, 2005).
Em todos os tipos de tratamento deve-se fazer a remoção do lodo, o que significa
realizar a retirada da fase líquida em intervalos de acordo com a forma de
tratamento. A remoção do lodo das fossas sépticas deve ocorrer em intervalos que
variam na ordem de alguns meses.
Após ser coletado, independente da tipologia do sistema, o lodo deve ser tratado e
processado na etapa da fase sólida. Posteriormente, ele é encaminhado para a
disposição final ou reuso; sendo que as principais alternativas de disposição final de
lodo são o aterro sanitário, a incineração, a de descarga oceânica, a disposição
superficial no solo, a recuperação de área degradada e a reciclagem agrícola (VON
SPERLING, 2005).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT determina na NBR 7229 de
1993 que o lodo e a escuma removidos dos tanques sépticos em nenhuma hipótese
podem ser lançados em corpos d’ água ou em galerias de águas pluviais.
Nas visitas realizadas para levantamento de dados, diagnosticou-se que dos 48
municípios que compõem a BHRP, 35 municípios possuem infraestrutura disponível
de fossa séptica e que desses, 4 municípios lançam o lodo proveniente de fossas no
corpo d’água.
Os quatro municípios que utilizam o curso d’água como local de disposição final do
lodo proveniente de fossa são: Curvelo, que lança no córrego Santo Antônio (Figura
18); Brumadinho, que lança no ribeirão Piedade (Figura 19); Mário Campos, que
lança no ribeirão Sarzedo; o município de Paraopeba, que lança no córrego Cedro; e
Pará de Minas, que lança no ribeirão Paciência.
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62
Figura 18 – Caminhão limpa fossa da
prefeitura de Curvelo a ponto de realizar
o despejo do lodo de fossa no córrego
Santo Antônio
Figura 19 – Lodo de fossa lançado no
ribeirão Piedade no município de
Brumadinho
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63
4 METODOLOGIA Para a elaboração do PITE-BHRP foram previstas três etapas: “Diagnóstico”,
“Prognóstico” e “Diretrizes Identificadas”.
A etapa de “Diagnóstico” consistiu no levantamento de dados in loco para obtenção
dos percentuais da população urbana atendida por coleta e tratamento dos esgotos
sanitários e verificação das condições operacionais dos sistemas de tratamento dos
municípios inseridos na BHRP, durante os meses de fevereiro, março e abril de
2011 para a composição deste Plano.
As visitas aos municípios possibilitaram a obtenção de dados primários com os
titulares pelos serviços de esgotamento sanitário, através do preenchimento de um
formulário de campo (vide Anexo) durante as visitas a todas as ETE’s.
Desse modo, foi realizado o levantamento de dados junto às prefeituras e aos
agentes prestadores dos serviços de coleta e tratamento dos esgotos, tais como a
COPASA, o Serviço Municipal de Água e Esgoto – SEMAE e o Serviço Autônomo de
Água e Esgoto – SAAE. Ressalta-se que, como as informações prestadas foram
autodeclaradas, elas podem não retratar a realidade local; no entanto, foram
respeitadas, uma vez que foram obtidas por entidades tidas como fontes confiáveis
de informação. As ETE’s visitadas foram georreferenciadas e documentadas por
meio fotográfico.
Eventualmente, para os municípios que não tinham dados referentes à vazão de
esgotos que chegam às suas ETE’s, foi adotado o cálculo de vazão doméstica
estimada de projeto, utilizando, para isto, a cota per capita de consumo de água
(150 L/hab.dia), o coeficiente de retorno de esgotos (80%) e a população
recenseada de 2010 pelo IBGE.
Nessa etapa do Plano, também foram utilizados dados secundários disponibilizados
pelo IGAM, pela Fundação Israel Pinheiro – FIP, pela Polícia Militar – PM, pelo
Sistema de Informação Ambiental – SIAM e pelo IBGE.
O número de habitantes de cada um dos municípios da BHRP foi obtido por meio do
Censo Demográfico – 2010 das populações urbana e rural, e na Contagem da
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64
População – 2007, distritos e suas respectivas populações, realizados pelo IBGE
nas datas de referência de 1° de agosto de 2011 e 1 ° de abril de 2007,
respectivamente.
O projeto Águas de Minas forneceu os dados referentes ao IQA dos corpos hídricos
da BHRP (IGAM, 2011). Esses dados foram essenciais para a elaboração do mapa
do Diagnóstico da página 102.
As pesquisas no SIAM possibilitaram o conhecimento da situação da regularização
ambiental das ETE’s na bacia e a identificação das estações que apresentavam
licenças com a validade vencida, aquelas que estavam em processo de
licenciamento e as que apresentavam licença vigente.
Foram realizadas também consultas à DN do COPAM N° 74 de 2004 para avaliar as
ETE’s passíveis de autorização ou de licenciamento ambiental, segundo o seu porte
e potencial poluidor, e à DN Conjunta do COPAM e do Conselho Estadual de
Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais – CERH-MG (COPAM / CERH-MG)
N° 01, de 05 de maio de 2008, e às DN’s COPAM N° 96 de 2006 e N°128 de 2008
para verificação do atendimento dos municípios quanto à legislação ambiental.
Durante a elaboração do Diagnóstico e das planilhas referentes a essa etapa, os
relatórios de vistoria da FIP e os relatórios da PM foram consultados para auxiliarem
na comprovação e / ou questionamento das informações que estavam sendo
prestadas pelos municípios quanto ao sistema de tratamento de esgotos.
Na etapa de “Prognóstico” foi realizada a identificação dos pontos chave1 ou
inconformidades presentes nas ETE’s visitadas, e foi calculado o Índice de
Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário Municipal – IQES para cada um
dos municípios da bacia hidrográfica estudada, conforme o manual do cálculo do
índice na página 65. Os IQES’s dos municípios foram calculados somando-se os
pesos obtidos nos seguintes indicadores: rede coletora, tratamento,
operacionalidade das ETE’s, regularização ambiental, disposição final dos resíduos
sólidos das ETE’s e análise adicional, que abrange o atendimento do município à DN 1 Define-se como “pontos chave” as inconformidades na manutenção básica das estruturas da estação ou na operação das
unidades de tratamento de esgoto, como, por exemplo, a corrosão do gradeamento, a colmatação da caixa distribuidora de vazão do reator UASB, as rachaduras nos tanques e / ou reatores, acúmulo de areia nos desarenadores, etc.
feam
65
N°128 de 2008, o direito ao recebimento do ICMS Eco lógico e a apresentação do
programa de monitoramento da ETE.
O ICMS Ecológico é um instrumento do governo para beneficiar os municípios que
priorizam Saneamento Básico e Unidades de Conservação. Nessa etapa foram
identificados os municípios que fazem jus ao recebimento do ICMS Ecológico,
inseridos no subcritério Saneamento Ambiental da lista do ICMS Ecológico do quarto
trimestre de 2010.
Finalmente, foram apontadas na última etapa as diretrizes identificadas pela
Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM para melhoria dos IQES’s
constatados na etapa anterior, que pode abranger, por exemplo, sugestões de
possíveis direcionamentos às ações das prefeituras e da Companhia de
Saneamento de Minas Gerais – COPASA.
Deve-se salientar a existência de fragilidades na metodologia adotada,
principalmente com relação à obtenção dos dados primários através do
preenchimento do formulário com as informações autodeclaradas. Para conferir
maior consistência às informações prestadas durante as visitas aos municípios,
buscou-se confirmar a veracidade dos dados fornecidos através de consultas aos
relatórios da FIP e ao SIAM, em uma etapa anterior e posterior à realização das
visitas.
4.1 Manual do cálculo do IQES
O IQES constitui uma ferramenta para avaliação da qualidade do serviço de
esgotamento sanitário de um município de um modo amplo.
Os resultados obtidos pela aplicação do IQES têm como objetivo definir e justificar
os níveis de prioridade de investimentos nos sistemas de esgotamento sanitário
municipais do Estado de Minas Gerais. Desse modo, o índice funciona como uma
ferramenta de auxílio aos tomadores de decisão.
feam
66
4.1.1 Etapas
As etapas adotadas para a construção do índice foram:
• Obtenção de dados;
• Seleção dos indicadores;
• Critérios de ponderação estabelecidos pelo método DELPHI;
• Elaboração da planilha Excel para cálculo do IQES.
4.1.1.1 Obtenção dos dados
O levantamento de dados foi realizado por meio de visitas técnicas às ETE’s dos
municípios, reuniões junto às prefeituras e aos gerenciadores dos serviços de coleta
e tratamento dos esgotos, consultas aos relatórios da FIP e da PM e pesquisa no
SIAM.
Durante as visitas técnicas, utilizou-se um formulário de campo (vide Anexo) para
auxiliar na coleta das informações autodeclaradas pelos responsáveis pelo serviço
de esgotamento sanitário municipal. Também foi feito um checklist para a
identificação dos pontos chave, ou seja, inconformidades na manutenção ou
operação das unidades de tratamento de esgoto. Cada tipo de sistema de
tratamento de esgoto apresenta um checklist próprio, conforme as unidades que
compõem o sistema.
4.1.1.2 Seleção dos indicadores
Os indicadores são elementos que sinalizam, comunicam, demonstram, indicam e
informam sobre uma questão qualquer. A definição dos indicadores adotados para
compor o IQES foi realizada considerando a pesquisa em literatura específica e
consulta a um grupo de pessoas especializadas no assunto. Assim, foram
selecionados seis indicadores para compor o resultado do cálculo do IQES que
feam
67
contêm informações relevantes sobre os aspectos globais da gestão e operação do
sistema de esgotamento sanitário. Ressalta-se que eles devem ser analisados em
conjunto e associados ao contexto em que se inserem.
Esses indicadores permitem mensurar, perante seus respectivos focos de análise,
as reais condições do serviço de esgotamento sanitário de determinado município, e
encontram-se apresentados a seguir:
1. Percentual da população urbana atendida por rede coletora de esgotos – PC:
análise da atual situação do percentual da população urbana atendida por rede
coletora de esgotos;
2. Percentual da população urbana atendida por tratamento de esgotos – PT: análise
da atual situação do percentual da população urbana atendida por tratamento de
esgotos;
3. Operacionalidade da ETE: análise das condições de operação aplicadas aos
pontos chave identificados;
4. Regularização ambiental: a regularização ambiental é o ato pelo qual o
empreendedor atende às precauções que lhe foram requeridas pelo poder público
referentes a Licenciamento Ambiental, Autorização Ambiental de Funcionamento –
AAF, Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, Cadastro de Uso
Insignificante, Supressão de Vegetação Nativa e Intervenção em Área de
Preservação Permanente. Considerou-se como regularizada a ETE detentora de
LP, ou LP concomitante com LI, no caso de projeto ou obras, e detentora de LO ou
AAF, no caso da estação estar em operação, concedidas pelo COPAM e com a
validade vigente;
5. Disposição final dos resíduos sólidos da ETE: análise da disposição final dos
resíduos sólidos gerados na estação. Considerou-se como resíduo sólido gerado
na ETE todo e qualquer resíduo proveniente do tratamento dos esgotos, da capina
da estação e aqueles originados em escritórios, laboratórios, banheiros, casa de
apoio e refeitório. Foi tida como adequada a disposição realizada em aterro
sanitário e, em nível inferior de adequação, a disposição em vala na própria área
da estação.
feam
68
6. Análise adicional: são considerados três fatores relacionados à gestão da ETE.
Avalia se houve apresentação do programa de monitoramento das ETE’s à FEAM,
se o município atende à DN COPAM Nº 128 de 2008 e se ele faz jus ao
recebimento da parcela do ICMS, critério meio ambiente, subcritério saneamento,
estação de tratamento de esgotos.
4.1.1.3 Critérios de ponderação estabelecidos pelo método DELPHI
Para a determinação dos critérios de ponderação dos seis indicadores e dos seus
componentes, foi realizada uma pesquisa de opinião junto a 11 especialistas da área
de meio ambiente. O grupo foi selecionado de forma a minimizar a influência de
opinião baseada em um único tipo de profissional, sendo composto, portanto, por
acadêmicos e representantes de órgãos ambientais. Esta pesquisa foi constituída
por quatro fases, apresentadas na Tabela 7.
Tabela 7 – Fases da pesquisa de opinião
Fase
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Fase 4
Elaboração do questionário e seleção dos especialistas
Rodada: Obtenção das respostas
Tabulação dos resultados dos questionários recebidos
Elaboração de relatório
Descrição
As fases foram elaboradas de acordo com os aspectos do método DELPHI,
desenvolvido pela Rand Corporation no início dos anos 50, objetivando aperfeiçoar
uma técnica para previsão tecnológica (LINSTONE & TUROFF, 1975). As
características do método DELPHI consideradas foram: a representação estatística
dos resultados e, o anonimato, com a finalidade de reduzir fatores psicológicos
como, por exemplo, a possível influência da opinião de participantes com maior grau
de especialização sobre os demais.
O questionário aplicado aos especialistas (Apêndice II) é constituído por cinco
questões, estando essas descritas a seguir.
feam
69
1ª Questão
Na primeira questão foi pedido aos especialistas para que fornecessem pesos a
cada um dos seis indicadores do IQES conforme a sua importância no sistema de
esgotamento sanitário municipal. O somatório dos pesos fornecidos deveria atingir o
percentual de 100%.
2ª Questão
Na segunda questão foi solicitado aos especialistas para que fornecessem pesos
para cada nível do tratamento de esgotos e para o desaguamento do lodo,
baseando-se na estação como um todo, de modo que o somatório dos pesos
totalizasse 100%. Considerou-se como quatro os níveis de tratamento, sendo eles:
tratamento preliminar, tratamento primário e / ou secundário, tratamento terciário e
desaguamento do lodo.
3ª Questão
Os itens mínimos esperados em uma ETE são definidos como itens adicionais de
segurança e manutenção de uma estação. Na Tabela 8 estão listados 20 itens
considerados mínimos em uma ETE.
feam
70
Tabela 8 – Itens mínimos esperados em uma ETE
1 Proibição da entrada de pessoas não autorizadas ou de animais na área da estação
2 Presença de cercamento
3 Paisagismo adequado
4 Presença de casa de apoio
5 Utilização de equipamento de proteção individual - EPI pelo operador
6 Ausência de resíduos sólidos urbanos dispersos na área da estação
7 Permanência de operador treinado e capacitado na estação
8 Presença de sistema de comunicação na ETE
9 Presença de placa de identificação da ETE e de restrição de acesso
10 Presença de guarda-corpo metálico
11 Presença de sistema de drenagem pluvial
12 Canaletas de drenagem pluvial limpas e desobstruídas
13 Livro de registro de ocorrências e paralisações atualizado
14 Existência de manual operacional
15 Funcionários com o cartão de vacinação em dia
16 Vias de acesso limpas ao corpo receptor e ao ponto de lançamento
17 Lançamento do efluente diretamente no corpo hídrico
18 Medição da vazão de entrada e saída do efluente durante o tratamento
19 Livro de registro de entrada de pessoas
20 Proteção da tubulação que conduz o efluente tratado até o corpo hídrico
Itens mínimos
Deste modo, na terceira questão do questionário, foi pedido aos especialistas para
fornecerem o número de itens mínimos para que uma ETE seja considerada como
em “Boas condições” de operação, tendo em vista que a condição de operação é
definida conforme a qualidade da operacionalidade e a presença desse número de
itens mínimos (Tabela 9).
Tabela 9 – Síntese da definição da condição operacional da ETE
Opera?Executa os procedimentos
operacionais?Boa Sim Sim Sim
Sim Sim Não
Sim Não Sim
Sim Não Não
1. Qualidade da Operacionalidade2. “X” itens mínimos na
estação?
Precária
Condição Operacional
feam
71
4ª Questão
O indicador “Operacionalidade da ETE” foi avaliado na quarta questão por meio do
cálculo do Percentual Operacional Final – POF da estação. Inicialmente o
Percentual Operacional Inicial – POI das ETE’s é 100%, porém, a partir da
realização das visitas técnicas às estações, a identificação de pontos chave é
convertida em decréscimos nesse percentual, resultando no POF.
A presença de pontos chave e, consequentemente, dos decréscimos no POI pode
ser minimizada ou maximizada quando, respectivamente, a condição operacional da
ETE é boa ou precária. Para isso utiliza-se o fator Y de minimização ou maximização
dos pontos chave que influenciará diretamente os decréscimos realizados no POI,
que serão respectivamente menores ou maiores conforme a condição operacional. A
vinculação do fator Y à condição operacional da ETE foi estabelecida uma vez que
os pontos chave, quando associados à condição operacional precária, têm maior
impacto ambiental do que quando presentes em uma ETE em boas condições de
operação.
Assim, na quarta questão, foi pedido aos participantes da pesquisa DELPHI para
que fornecessem o fator Y de minimização dos pontos chave para a condição
operacional boa, que culminará em decréscimo minimizado efetuado nos POI’s das
ETE’s em boas condições, e o fator Y de maximização dos pontos chave para a
condição operacional precária, que culminará em decréscimo maximizado nos POI’s
das ETE’s em condições precárias de operação.
Ressalta-se que, para essa análise, considerou-se a presença de 30% dos pontos
chave em uma estação como sendo o padrão para calibração do fator Y, uma vez
que esse foi o percentual médio de pontos chave encontrado nos tipos de sistemas
de esgotamento sanitário visitados no Estado de Minas Gerais. É importante
destacar que foi necessário fixar esse percentual de presença de pontos chave, uma
vez que sua variação altera a amplitude de variação do fator Y em boas e precárias
condições.
feam
72
5ª Questão
Na quinta questão foi pedido aos especialistas para que estabelecessem faixas de
níveis do IQES, que irão definir os níveis de prioridade de investimentos nos
municípios. Os participantes da pesquisa precisaram definir o número de faixas (3
ou 5) e o valor limite entre elas (Tabela 10 e Tabela 11).
Tabela 10 – Faixas (3) de Níveis de Qualidade do Sistema de Esgotamento
Qualidade do Sistema de Esgotamento
Prioridade de Investimentos
0 ≤ IQES < ________ Ruim Alta
________ ≤ IQES < ________ Média Média
________ ≤ IQES ≤ 100 Bom Baixa
Para 3 Faixas
Tabela 11 – Faixas (5) de Níveis de Qualidade do Sistema de Esgotamento
Qualidade do Sistema de Esgotamento
Prioridade de Investimentos
0 ≤ IQES < ________ Muito Ruim Altíssima
________ ≤ IQES < ________ Ruim Alta
________ ≤ IQES < ________ Médio Média
________ ≤ IQES < ________ Bom Baixa
________ ≤ IQES ≤ 100 Muito Bom Baixíssima
Para 5 Faixas
4.1.1.4 Elaboração da planilha Excel e classificação do IQES Tendo definido os pesos dos indicadores e dos seus componentes, foi construída
uma planilha de cálculo do IQES, utilizando-se os dados dos serviços de
esgotamento sanitário municipal obtidos durante a visita técnica. A planilha foi
construída por meio do programa Microsoft Office Excel 2007 e nela é feito o
somatório dos pesos que o município obteve em cada um dos seis indicadores.
Diante do valor obtido pelo município, seu IQES é classificado em uma faixa de
valores que define a qualidade do sistema de esgotamento sanitário e a prioridade
de investimento do município nesse sistema no Estado de Minas Gerais.
feam
73
4.1.2 Detalhamento do Cálculo do IQES A aplicação do IQES foi dividida em duas fases subsequentes, o “Cálculo dos
Indicadores” e o “Cálculo do IQES”.
4.1.2.1 Cálculo dos Indicadores A metodologia de cálculo de cada um dos seis indicadores está descrita a seguir:
1. PC
Foram estabelecidas seis faixas de distribuição dos PC’s declarados pelos
municípios – PCD’s, que variam de 0 a 100%. Para cada faixa foi definido um peso
(q) perante as faixas do PCD que variam de 0 a 30, conforme mostra a Tabela 12.
Tabela 12 – Peso (q) perante as faixas do PCD
Peso (q)
0
5
10
15
20
30
20 ≤ x < 40
80 ≤ x ≤ 100
1 ≤ x < 20
40 ≤ x < 60
60 ≤ x < 80
0 ≤ x < 1
Faixas do PCD (%)
O valor do PCD do município é dividido por 100 e multiplicado pelo peso (q) obtido perante a faixa do PCD em que ele se enquadra (Figura 20 e Tabela 13).
Figura 20 – Fórmula do cálculo do indicador “PC”
PC = (PCD÷100) x peso (q)
feam
74
Município 1 100,0 30,0 30,0
Município 2 50,0 15,0 7,5
Município 3 0,0 0,0 0,0
Município 4 40,0 15,0 6,0
Município
Indicador PC (peso 30)
PCD (%)Peso (q)
perante faixas do PCD
Valor obtido por município
Tabela 13 – Exemplo do indicador “PC”
2. PT
Para este indicador, foram estabelecidas faixas de acordo com os PT’s declarados
pelos municípios – PTD’s, que variam de 0 a 100%. Cada faixa recebeu um peso (q)
perante o PTD, que varia de 0 a 25 (Tabela 14).
Tabela 14 – Peso (q) perante faixas do PTD
Peso (q)
0
5
10
15
20
25
60 ≤ x < 80
80 ≤ x ≤ 100
Faixas do PTD (%)
1 ≤ x < 20
20 ≤ x < 40
40 ≤ x < 60
0 ≤ x < 1
O valor do PTD do município é dividido por 100 e multiplicado pelo peso (q) obtido
perante a faixa do PTD em que ele se enquadra (Figura 21 e Tabela 15).
Figura 21 – Fórmula do cálculo do indicador “PT”
PT = (PTD÷100) x peso (q)
feam
75
Município 1 0,0 0,0 0,0
Município 2 6,0 5,0 0,3
Município 3 55,0 15,0 8,3
Município 4 98,0 25,0 24,5
Município
Indicador PT (peso 25)
PTD (%)Peso (q)
perante faixas do PTD
Peso obtido por
município
Tabela 15 – Exemplo do indicador “PT”
3. Operacionalidade da ETE
O indicador “Operacionalidade da ETE” analisa apenas as ETE’s que estão em
operação, classificadas como em boas ou precárias condições de operação. Sendo
assim, as ETE’s em fase de obra, projeto ou fora de operação obtém pontuação
igual a zero neste indicador.
De acordo com o sistema de tratamento que a estação possui, as ETE’s foram
analisadas nos níveis de tratamento preliminar, primário, secundário, terciário e no
desaguamento do lodo. Para cada um dos níveis de tratamento é feita a análise das
etapas que compõem o sistema. Para cada etapa são levantados pontos chaves que
são listados em um checklist que tem como objetivo analisar a operacionalidade da
ETE (Figura 22).
feam
76
Nível Etapa
Medidor de vazãoBombeamento
Tratamento terciário -
Total de pontos chave do sistema
29
Ausência
Desaguamento do lodo Leito de secagem
AusênciaVegetação no interiorAusência/má impermeabilizaçãoSobrecarga
CorrosãoUnidade abertaMá condição das tampasSobrecarga
Filtro biológico percolador
Ausência de material suporteDistribuição pontual do efluente
AusênciaAusênciaAusência ou má condição
Tratamento primário Fossa séptica
RachaduraExcesso de escumaSobrecargaMá condição das tampasSistema aberto
Corrosão das gradesAusência de gradesAcúmulo de material gradeadoDepósito do material de forma inadequadaAusência
Desarenador
Acúmulo de areiaInativado, mas com esgotoPresença de rachadurasVegetação no interior
Etapas do sistema de tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbio e filtro biológico
percolador Check list de pontos chave
Tratamento secundárioFiltro anaeróbio
Rachadura
Tratamento preliminar
Gradeamento
Figura 22 – Modelo de checklist de pontos chave
A análise deste indicador é complexa e é realizada em nove fases subsequentes,
sendo elas:
• Fase 1- Presença de Pontos Chave
É a identificação dos pontos chaves levantados (checklist) para cada etapa do nível
do sistema, conforme o exemplo da Figura 23.
feam
77
ETE Exemplificada
Presença de pontos chave
Nível Etapa Fase 1NãoNãoNãoNãoSimNãoSimNãoNãoSim
Medidor de vazão SimBombeamento Não
NãoSimSimNãoNãoSimNãoNãoNãoNãoNãoSim
Tratamento terciário - SimSimNãoNãoNão
Total de pontos chave do sistema
29
Distribuição pontual do efluenteAusência
Desaguamento do lodo Leito de secagem
AusênciaVegetação no interiorAusência/má impermeabilizaçãoSobrecarga
Sistema aberto
Tratamento secundárioFiltro anaeróbio
RachaduraCorrosãoUnidade abertaMá condição das tampasSobrecarga
Filtro biológico percolador
Ausência de material suporte
AusênciaAusência ou má condição
Tratamento primário Fossa séptica
RachaduraExcesso de escumaSobrecargaMá condição das tampas
Ausência
Desarenador
Acúmulo de areiaInativado, mas com esgotoPresença de rachadurasVegetação no interiorAusência
Etapas do sistema de tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbio e filtro biológico
percolador Check list de pontos chave
Tratamento preliminar
Gradeamento
Corrosão das gradesAusência de gradesAcúmulo de material gradeadoDepósito do material de forma inadequada
Figura 23 – Exemplo da fase 1
• Fase 2 - Pontos chave por nível
É o somatório por nível de tratamento dos pontos chaves identificados na fase 1,
conforme a fórmula da Figura 24 e o exemplo da Figura 25.
Figura 24 – Fórmula do cálculo da fase 2
Onde:
• n: quantidade de níveis de tratamento existentes na estação.
feam
78
Presença de pontos chave
Pontos chave por
nível
Nível Etapa Fase 1 Fase 2NãoNãoNãoNãoSimNãoSimNãoNãoSim
Medidor de vazão SimBombeamento Não
NãoSimSimNãoNãoSimNãoNãoNãoNãoNãoSim
Tratamento terciário - Sim 1SimNãoNãoNão
Total de pontos chave do sistema
29
ETE Exemplificada
Etapas do sistema de tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbio e filtro biológico
percoladorCheck list de pontos chave
Tratamento preliminar
Gradeamento
Corrosão das grades
4
Ausência de gradesAcúmulo de material gradeadoDepósito do material de forma inadequadaAusência
Desarenador
Acúmulo de areiaInativado, mas com esgotoPresença de rachadurasVegetação no interiorAusênciaAusênciaAusência ou má condição
Tratamento primário Fossa séptica
Rachadura
2Excesso de escumaSobrecargaMá condição das tampasSistema aberto
Tratamento secundárioFiltro anaeróbio
Rachadura
1CorrosãoUnidade abertaMá condição das tampasSobrecarga
Filtro biológico percolador
Ausência de material suporte 1Distribuição pontual do efluenteAusência
Desaguamento do lodo Leito de secagem
Ausência
1Vegetação no interiorAusência/má impermeabilizaçãoSobrecarga
Figura 25 – Exemplo da fase 2
• Fase 3 - Peso por ETE (Condição operacional)
Esta fase depende da análise da operacionalidade das ETE’s realizada durante a
etapa do diagnóstico, a qual classifica as ETE’s em boas ou em precárias condições
operacionais.
As ETE’s que foram classificadas como em precárias condições de operação terão
os seus pontos chave multiplicados pelo fator Y de maximização dos pontos chave,
que é igual a 4,7, e as estações que foram classificadas em boas condições de
operação a multiplicação será pelo fator Y de minimização de pontos chave, que é
igual a 0,8, conforme foi definido na pesquisa DELPHI no item 4.1.1.3. No exemplo
feam
79
da Figura 26, a ETE exemplificada foi tida como em precárias condições de
operação.
Presença de pontos chave
Pontos chave por
nível
Peso por ETE (condição
operacional)
Nível Etapa Fase 1 Fase 2 Fase 3NãoNãoNãoNãoSimNãoSimNãoNãoSim
Medidor de vazão SimBombeamento Não
NãoSimSimNãoNãoSimNãoNãoNãoNãoNãoSim
Tratamento terciário - Sim 1SimNãoNãoNão
Total de pontos chave do sistema
29
ETE Exemplificada
Etapas do sistema de tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbio e filtro biológico
percolador Check list de pontos chave
Tratamento preliminar
Gradeamento
Corrosão das grades
4
AusênciaAusênciaAusência ou má condição
4,7
Ausência de gradesAcúmulo de material gradeadoDepósito do material de forma inadequadaAusência
Desarenador
Acúmulo de areiaInativado, mas com esgotoPresença de rachadurasVegetação no interior
Tratamento primário Fossa séptica
Rachadura
2Excesso de escumaSobrecargaMá condição das tampasSistema aberto
Tratamento secundárioFiltro anaeróbio
Rachadura
1CorrosãoUnidade abertaMá condição das tampasSobrecarga
Filtro biológico percolador
Ausência de material suporte 1Distribuição pontual do efluenteAusência
Desaguamento do lodo Leito de secagem
Ausência
1Vegetação no interiorAusência/má impermeabilizaçãoSobrecarga
Figura 26 – Exemplo da fase 3
• Fase 4 - Ponderação dos pontos chave por nível
A ponderação dos pontos chave é realizada pelo produto da fase 2, “Pontos chaves
por nível”, pela fase 3, “Peso por ETE”, conforme a fórmula da Figura 27 e o
exemplo da Figura 28.
feam
80
Figura 27 – Equação do cálculo da fase 4
Presença de pontos
chave
Pontos chave por
nível
Peso por ETE (condição
operacional)
Ponderação dos pontos chave por
nível
Nível Etapa Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4NãoNãoNãoNãoSimNãoSimNãoNãoSim
Medidor de vazão SimBombeamento Não
NãoSimSimNãoNãoSimNãoNãoNãoNãoNãoSim
Tratamento terciário - Sim 1 4,7SimNãoNãoNão
Total de pontos chave do sistema
29
9,4
ETE Exemplificada
Etapas do sistema de tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbio e filtro biológico
percolador Check list de pontos chave
Tratamento preliminar
Gradeamento
Corrosão das grades
4
Desarenador
AusênciaAusênciaAusência ou má condição
18,8
Ausência de gradesAcúmulo de material gradeadoDepósito do material de forma inadequadaAusência
Acúmulo de areiaInativado, mas com esgotoPresença de rachadurasVegetação no interior
Tratamento primário Fossa séptica
Rachadura
2 9,4Excesso de escumaSobrecargaMá condição das tampasSistema aberto
4,7
1CorrosãoUnidade abertaMá condição das tampasSobrecarga
Filtro biológico percolador
Ausência de material suporte 1Distribuição pontual do efluenteAusência
Desaguamento do lodo Leito de secagem
Ausência
1
Tratamento secundárioFiltro anaeróbio
Rachadura
4,7Vegetação no interiorAusência/má impermeabilizaçãoSobrecarga
Figura 28 – Exemplo da fase 4
• Fase 5 - Percentual de pontos chave por sistema de tratamento
A fase 5 é realizada pela divisão do resultado obtido na fase 4 pelo número total de
pontos chaves que podem ser encontrados naquele tipo do sistema de tratamento,
conforme a fórmula da Figura 29 e o exemplo da Figura 30.
feam
81
Figura 29 – Equação do cálculo da fase 5
feam
82
Presença de pontos
chave
Pontos chave por
nível
Peso por ETE (condição
operacional)
Ponderação dos pontos chave por
nível
Percentual de pontos chave por sistema
de tratamento
Nível Etapa Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5NãoNãoNãoNãoSimNãoSimNãoNãoSim
Medidor de vazão SimBombeamento Não
NãoSimSimNãoNãoSimNãoNãoNãoNãoNãoSim
Tratamento terciário - Sim 1 4,7 16,21%SimNãoNãoNão
Total de pontos chave do sistema
29
9,4 32,41%Tratamento secundárioFiltro anaeróbio
ETE Exemplificada
Etapas do sistema de tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbio e filtro biológico
percolador Check list de pontos chave
Tratamento preliminar
Gradeamento
Corrosão das grades
Desarenador
4
4,7
18,8 64,83%
Ausência de gradesAcúmulo de material gradeadoDepósito do material de forma inadequadaAusência
Acúmulo de areiaInativado, mas com esgotoPresença de rachadurasVegetação no interiorAusênciaAusênciaAusência ou má condição
Tratamento primário Fossa séptica
Rachadura
2 9,4 32,41%Excesso de escumaSobrecargaMá condição das tampasSistema abertoRachadura
1
Distribuição pontual do efluente
CorrosãoUnidade abertaMá condição das tampasSobrecarga
Desaguamento do lodo Leito de secagem
Ausência
1 4,7
Filtro biológico percolador
Ausência de material suporte 1
16,21%Vegetação no interiorAusência/má impermeabilizaçãoSobrecarga
Ausência
Figura 30 – Exemplo da fase 5
feam
83
• Fase 6 - Peso por nível
Cada nível do sistema de tratamento de esgoto recebeu um peso (q) por nível que
foi definido pela aplicação do método DELPHI junto a especialistas da área
ambiental, conforme mostra a Tabela 16 e o exemplo da Figura 31.
Tabela 16 – Pesos por nível de tratamento
Peso (q) por nível
30
35
20
15Desaguamento do lodo
Terciário
Nível do sistema de tratamento de esgoto
Preliminar
Primário / Secundário
Aos níveis primário e secundário foi concedido um único peso (q) por nível, atribuído
ao conjunto dos dois níveis, uma vez que, ambos tem como finalidade a remoção do
DBO do sistema.
feam
84
Presença de pontos
chave
Pontos chave por
nível
Peso por ETE (condição
operacional)
Ponderação dos pontos chave por
nível
Percentual de pontos chave por sistema de tratamento
Peso por nível
Nível Etapa Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5 Fase 6NãoNãoNãoNãoSimNãoSimNãoNãoSim
Medidor de vazão SimBombeamento Não
NãoSimSimNãoNãoSimNãoNãoNãoNãoNãoSim
Tratamento terciário - Sim 1 4,7 16,21% 20%SimNãoNãoNão
Total de pontos chave do sistema
29
9,4 32,41%
ETE Exemplificada
Etapas do sistema de tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbio e filtro biológico
percolador
Tratamento secundárioFiltro anaeróbio
Filtro biológico percolador
Desaguamento do lodo
Check list de pontos chave
Tratamento preliminar
Gradeamento
Corrosão das grades
4
4,7
Desarenador Presença de rachadurasVegetação no interiorAusência
64,83% 30%
Ausência de gradesAcúmulo de material gradeadoDepósito do material de forma inadequadaAusência
Acúmulo de areiaInativado, mas com esgoto
AusênciaAusência ou má condição
Tratamento primário Fossa séptica
Rachadura
2 9,4
18,8
32,41%
35%
Excesso de escumaSobrecargaMá condição das tampasSistema abertoRachadura
1CorrosãoUnidade abertaMá condição das tampasSobrecargaAusência de material suporte 1Distribuição pontual do efluenteAusência
Leito de secagem
Ausência
1 4,7 16,21% 15%Vegetação no interiorAusência/má impermeabilizaçãoSobrecarga
Figura 31 – Exemplo da fase 6
feam
85
• Fase 7 - Ponderação do percentual de pontos chave p or sistema de
tratamento
Esta fase é realizada pelo produto entre o resultado obtido na fase 5 e a fase 6,
conforme a fórmula da Figura 32 e o exemplo da Figura 34.
Figura 32 – Equação do cálculo da fase 7
• Fase 8 - Déficit operacional
O déficit operacional é calculado pelo somatório dos valores (q) obtidos na fase 7 na
ponderação dos quatro níveis do sistema de tratamento da estação, conforme
mostra a fórmula da Figura 33 e o exemplo da Figura 34.
Figura 33 – Equação do cálculo da fase 9
Onde:
• q: valores (q) obtidos na fase 7.
feam
86
Presença de pontos chave
Pontos chave por
nível
Peso por ETE (condição
operacional)
Ponderação dos pontos chave por
nível
Percentual de pontos chave por sistema de tratamento
Peso por nível
Ponderação do percentual de pontos chave
por sistema de tratamento
Déficit operacional
Nível Etapa Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5 Fase 6 Fase 7 Fase 8NãoNãoNãoNãoSimNãoSimNãoNãoSim
Medidor de vazão SimBombeamento Não
NãoSimSimNãoNãoSimNãoNãoNãoNãoNãoSim
Tratamento terciário - Sim 1 4,7 16,21% 20% 3,24%SimNãoNãoNão
Total de pontos chave do sistema
29
9,4 32,41%
ETE Exemplificada
Etapas do sistema de tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbio e filtro
biológico percolador Check list de pontos chave
Tratamento preliminar
Gradeamento
Corrosão das grades
4
AusênciaAusênciaAusência ou má condição
64,83% 30% 19,45%
32,41%
35% 22,69%
47,81%
Ausência de gradesAcúmulo de material gradeadoDepósito do material de forma inadequadaAusência
Desarenador
Acúmulo de areiaInativado, mas com esgotoPresença de rachadurasVegetação no interior
Tratamento primário Fossa séptica
Rachadura
2 9,4Excesso de escumaSobrecargaMá condição das tampasSistema aberto
Tratamento secundárioFiltro anaeróbio
Rachadura
1CorrosãoUnidade abertaMá condição das tampasSobrecarga
Filtro biológico percolador
Ausência de material suporte 1Distribuição pontual do efluente
4,7
18,8
Ausência
Desaguamento do lodo Leito de secagem
Ausência
1 4,7 16,21% 15% 2,43%Vegetação no interiorAusência/má impermeabilizaçãoSobrecarga
Figura 34 – Exemplo das fases 7 e 8
feam
87
• Fase 9 - Obtenção do POF
O POI de toda ETE é de 100%, porém, a partir da realização da visita técnica às
ETE’s, a identificação de pontos chave na estação é convertida em decréscimos a
serem efetuados nesse percentual. Os decréscimos são provenientes da fase 8 –
“Déficit Operacional”, resultando no POF, conforme a fórmula da Figura 35 e o
exemplo da Figura 36.
Figura 35 – Equação do cálculo da fase 9
feam
88
Presença de pontos chave
Pontos chave por nível
Peso por ETE (condição
operacional)
Ponderação dos pontos chave por
nível
Percentual de pontos chave
por sistema de tratamento
Peso por nível
Ponderação do percentual de
pontos chave por sistema de tratamento
Déficit operacional
Nível Etapa Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 Fase 5 Fase 6 Fase 7 Fase 8
NãoNãoNãoNãoSimNãoSimNãoNãoSim
Medidor de vazão SimBombeamento Não
NãoSimSimNãoNãoSimNãoNãoNãoNãoNãoSim
Tratamento terciário - Sim 1 4,7 16,21% 20% 3,24%SimNão
Não
Não
Total de pontos chave do sistema
29
100,00%
47,81%
Fase 9 52,19%
Obtenção do POF
9,4 32,41%
64,83% 30%
Etapas do sistema de tratamento por fossa séptica, filtro anaeróbio e filtro biológico percolador
Tratamento preliminar
Gradeamento
ETE Exemplificada
Check list de pontos chave
19,45%
47,81%9,4Tratamento primário Fossa séptica
Desarenador
18,8
Corrosão das grades
4
4,7
Ausência de gradesAcúmulo de material gradeadoDepósito do material de forma inadequada
Ausência de material suporte
Ausência
Acúmulo de areiaInativado, mas com esgotoPresença de rachadurasVegetação no interiorAusência
Tratamento secundário
Rachadura
Filtro biológico percolador
Filtro anaeróbio 1Corrosão
AusênciaAusência ou má condiçãoRachadura
2
Sobrecarga
32,41%
16,21%
22,69%
Excesso de escumaSobrecargaMá condição das tampasSistema aberto
35%
Unidade abertaMá condição das tampas
Distribuição pontual do efluenteAusência
Desaguamento do lodo Leito de secagem
Ausência
1
1
DÉFICIT OPERACIONAL
PERCENTUAL OPERACIONAL FINAL - POF
15% 2,43%Vegetação no interior
Ausência/má impermeabilização
Sobrecarga
ETE Exemplificada
PERCENTUAL OPERACIONAL INICIAL - POI
4,7
Figura 36 – Exemplo da fase 9
feam
89
• Cálculo do indicador “Operacionalidade da ETE”
Para a obtenção do valor do indicador “Operacionalidade da ETE” é necessária a
obtenção do POF (fase 9), o qual será multiplicado pelo peso do indicador, que é
igual a 15. Para o cálculo desse indicador têm-se duas situações.
Para municípios que possuem apenas uma ETE, o indicador é calculado pelo
produto do POF pelo peso do indicador (Figura 37).
Figura 37 – Equação do cálculo final do indicador para municípios que possuem
uma ETE
Para os municípios que possuem mais de uma ETE o cálculo do indicador deve ser
realizado do modo que se segue. Primeiramente, deve ser feita a multiplicação do
POF de cada ETE presente no município pelo seu respectivo PTD. Posteriormente,
deve ser realizado o somatório dos produtos por cada estação e, em seguida, divide-
se o resultado do somatório pelo PTD do município (Figura 38).
Figura 38 – Equação do cálculo do indicador para os municípios que possuem mais de uma ETE
Onde:
• m: município;
• n: número de ETE’s.
feam
90
O resultado obtido por meio da equação acima deve ser multiplicado pelo peso do
indicador, que é igual a 15, para que o município obtenha o valor final neste
indicador.
4. Regularização ambiental
No indicador “Regularização Ambiental”, considerou-se como regularizada a ETE
detentora de LP, ou LP concomitante com LI, no caso de projeto ou obras, e
detentora de LO ou AAF, as ETE’s que estão em operação; sendo que as licenças
devem ser concedidas pelo COPAM e estarem com a validade vigente.
Para obter o valor máximo do peso (q) do indicador, que é igual a 10 (Tabela 17), a
ETE deve estar regularizada. Nas demais situações, como ETE’s não regularizadas
ambientalmente, perda da licença ou inexistência da ETE, o município irá obter peso
igual a zero, uma vez que todos os municípios foram convocados pelo COPAM, por
meio da DN 96/2006, a implantarem sistemas de tratamento dos seus esgotos
sanitários e a se regularizarem ambientalmente.
Tabela 17 – Peso (q) do indicador a ser obtido de acordo com a situação da ETE
Regularizada 10
Não regularizada / Perdeu a licença
0
Não possui ETE 0
Situação da ETEPeso (q) do indicador
No caso, do município possuir mais de uma ETE, deve-se realizar uma média
aritmética com os pesos obtidos por cada estação.
5. Disposição final dos resíduos sólidos da ETE
Para este indicador foram estabelecidos pesos (q) do indicador para os seguintes
tipos de disposição final: aterro sanitário; aterro controlado / disposição na área da
ETE; e “lixão”. Esses pesos variam de 0 a 10. A disposição em aterro sanitário foi
considerada a mais adequada, tendo o valor máximo (Tabela 18).
feam
91
Tabela 18 – Peso (q) do indicador a ser obtido de acordo com o local de disposição
final dos resíduos sólidos da ETE
Peso (q) do indicador
NI: não informado
Aterro sanitário 10
Lixão / NI
5
0
Local de disposição final
Aterro controlado / Disposição na área da ETE
No caso do município possuir mais de uma ETE, realiza-se uma média aritmética
com os pesos obtidos por cada estação.
6. Análise adicional
Para este indicador é feita a análise de três itens listados a seguir: se houve
apresentação do programa de monitoramento da ETE, se o município atende à DN
COPAM Nº 128 de 2008 e se o município faz jus ao recebimento da parcela do
ICMS, critério meio ambiente, subcritério saneamento, estação de tratamento de
esgotos.
O indicador “Análise Adicional” tem peso igual a 10 e este valor foi dividido entre os
três itens que o compõem. Sendo assim, cada item recebeu o valor de 3,33 e o
município somente recebe o peso total do indicador quando atende aos três itens.
1. Apresentação do programa de monitoramento da ETE
O monitoramento da ETE tem como objetivo o controle da operação e da eficiência
do tratamento da estação, além do atendimento às condições, padrões e exigências
para o lançamento de efluentes dispostos na DN COPAM / CERH-MG Nº 01, de 05
de maio de 2008. O Art. 29 dessa DN determina que:
feam
92
“Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou
indiretamente, nos corpos de água desde que obedeçam as condições e padrões
previstos neste artigo, resguardadas outras exigências cabíveis:
§ 4° Condições de lançamento de efluentes:
I – pH 6,0 a 9,0;
...
III - materiais sedimentáveis: até 1mL/L em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o
lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula,
os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
...
VI – ausência de materiais flutuantes;
VII – DBO: até 60 mg/L ou:
a) Tratamento com eficiência de redução de DBO em no mínimo 60% e média
anual igual ou superior a 70% para sistemas de esgotos sanitários e de
percolados de aterros sanitários municipais;
...
X – Sólidos em suspensão totais até 100 mg/L, sendo 150 mg/L nos casos de lagoas
de estabilização.”
Além disso, o programa de monitoramento é utilizado para o cálculo do Fator de
Qualidade. Esse fator é utilizado para distribuição da parcela do ICMS Ecológico,
subcritério saneamento ambiental, aos municípios habilitados. A resolução SEMAD
Nº 1.273, de 23 de fevereiro de 2011, define critérios e procedimentos e, para o caso
de ETE, o Art. 1° no parágrafo III define que:
“Desempenho Operacional (DO): componente do Fator de Qualidade utilizados para
avaliar as condições de operação e eficiência do empreendimento de saneamento,
por meio de verificação em visita técnica e dos relatórios de monitoramento.”
Assim, somente os municípios que tem um programa de monitoramento da sua ETE
e o protocolou na FEAM, receberá o peso igual a 3,33. Para os municípios que
possuem mais de uma ETE em operação é feita a média aritmética para obter a
pontuação do município neste item, conforme a apresentação ou não dos programas
de monitoramento das suas ETE’s. Os municípios que não se enquadram nessas
condições, por não possuir ETE em operação ou não apresentar o programa de
monitoramento, recebem valor zero.
feam
93
2. Atendimento à DN COPAM N° 128 de 2008
No item “Atendimento à DN COPAM Nº 128 de 2008”, foram considerados como
atendendo à DN, os municípios que estão em acordância com os prazos para a
formalização dos processos de regularização ambiental do sistema de tratamento de
esgotos e em acordância para com o cumprimento dos requisitos deliberados, ou
seja, o percentual da população urbana atendida e a eficiência do tratamento
(Tabela 19).
Tabela 19 – Datas e requisitos deliberados pela DN COPAM N° 1 28 de 2008 para
os municípios formalizarem o processo de regularização ambiental
GrupoPopulação urbana (Censo 2000, IBGE)
LP LI LP + LI LO
1 pop. = 150 mil 30/11/2008 30/04/2009 ----- 31/10/2010 (*)
230 mil = pop. < 150 mil Índice de coleta de esgotos > 70%
----- ----- 30/11/2008 28/08/2010
430 mil = pop. < 50 mil Índice de coleta de esgotos < 70%
----- ----- 30/11/2008 28/08/2010
GrupoPopulação urbana (Censo 2000, IBGE)
FCEI AAF
5 Municípios Estrada Real ----- 30/04/2009
6 20 mil = pop. < 30 mil 31/03/2009 31/10/2009
31/03/2010 31/3/2012 (*)
31/03/2015 31/3/2017 (*)
7 pop. < 20 mil
Cadastro pelo preenchimento do
Relatório Técnico até 31/03/2009
31/3/2017 (*)
Legenda: (*) Prazos fixados pela DN COPAM N° 96 de 2006 que permanecem inalterados. LP: Licença Prévia. LI: Licença de Instalação. LO: Licença de Operação. FCEI: Formulário de Caracterização do Empreendimento Integrado. AAF: Autorização
Ambiental de Funcionamento.
Fonte: DN COPAM Nº 128 de 2008 e DN COPAM Nº 96 de 2006.
Requisito
-----
20% da população urbana atendida com eficiência de tratamento de 40%
60% da população urbana atendida com eficiência de tratamento de 50%
80% da população urbana atendida com eficiência de tratamento de 60%
80% da população urbana atendida com eficiência de tratamento de 60%
Se o município estiver atendendo à DN COPAM N° 128 de 2008 ele recebe o peso
máximo do item, que é igual a 3,33 e, em caso contrário, recebe peso zero.
feam
94
3. Faz jus ao recebimento da parcela do ICMS, critério meio ambiente,
subcritério saneamento, estação de tratamento de esgotos.
O Estado distribui 25% do ICMS arrecadado para os municípios, por meio de
avaliação de vários critérios, definidos na Lei Estadual 18.030 de 2009. Um dos
critérios avaliados é o meio ambiente, que possui dois subcritérios “Conservação” e
“Saneamento Ambiental”, este último descrito a seguir:
“ Do Critério "Meio Ambiente"
“Art. 4º Os valores decorrentes da aplicação dos percentuais relativos ao critério
"meio ambiente", de que trata o inciso VIII do art. 1°, serão distribuídos aos
Municípios da seguinte forma:
I - parcela de 45,45% (quarenta e cinco vírgula quarenta e cinco por cento) do total
aos Municípios cujos sistemas de tratamento ou disposição final de lixo ou de esgoto
sanitário, com operação licenciada ou autorizada pelo órgão ambiental estadual,
atendam, no mínimo, a, respectivamente, 70% (setenta por cento) e 50% (cinquenta
por cento) da população urbana.”
Para o município receber a parcela do ICMS Ecológico, critério meio ambiente,
subcritério saneamento, estação de tratamento de esgotos, ele deve fazer a
inscrição no Cadastro Estadual de Saneamento Ambiental, o qual é atualizado
trimestralmente e atender o Art. 4°, parágrafo I da Lei Estadual 18.030 de 2009.
Se o município estiver habilitado ao recebimento dessa parcela do ICMS Ecológico
ele recebe o valor máximo do indicador, que é igual ao peso 3,33 e, em caso
contrário, recebe zero.
4.1.2.2 Cálculo do IQES O IQES é calculado pelo somatório dos pesos (q) do município obtidos pelo
município na análise dos seis indicadores (Figura 39).
feam
95
Figura 39 – Equação de cálculo do IQES
O valor do somatório dos pesos (q) obtidos pelo município é enquadrado em uma
das faixas de classificação do IQES, que variam de 0 a 100% (Tabela 20). As faixas
de classificação foram definidas pelo método DELPHI junto a especialistas na área
de saneamento.
Tabela 20 – Faixas de classificação da qualidade do serviço de esgotamento
sanitário por variação dos pesos do IQES
Classificação
Muito ruim
Ruim
Médio
Bom
Muito bom
0 ≤ x < 20
20 ≤ x < 40
40 ≤ x < 60
60 ≤ x < 80
80 ≤ x ≤ 100
Total de pesos (q) obtidos pelo município (IQES)
Assim, o estabelecimento de indicadores que compõem o IQES pode colaborar na
elaboração e implantação de políticas públicas para o setor de saneamento, uma
vez que busca avaliar o sistema de esgotamento sanitário de modo amplo.
feam
96
5 DIAGNÓSTICO GERAL DA BHRP O Diagnóstico Geral da BHRP foi elaborado a partir da compilação e análise dos
dados obtidos nos diagnósticos de cada um dos municípios da bacia (Planilha 1). No
Apêndice I encontra-se a descrição minuciosa dos diagnósticos municipais.
O PITE-BHRP contemplou os 48 municípios pertencentes a essa bacia. Desses, 41
lançam seus esgotos gerados, tratados ou não, dentro da área da bacia. Sendo
assim, 7 municípios não lançam seus esgotos nos corpos d’ água afluentes ao rio
Paraopeba e, por isso, não foram considerados na etapa de cálculo dos percentuais.
São eles: Curvelo, Felixlândia, Itaúna, Papagaios, Pará de Minas, Pompéu e
Resende Costa. Desse modo, verificou-se que 1.926.328 habitantes, que
representam 87,12% da população da bacia, contribuem com o lançamento de
esgotos sanitários na BHRP, enquanto que 284.764 habitantes, isto é, 12,88% da
população da bacia, lançam seus esgotos fora da mesma (Figura 40).
87,12%
12,88%
Lançamento dentro da BHRP Lançamento fora da BHRP
Figura 40 – Percentual da população perante o lançamento dos esgotos sanitários
na BHRP
Na Tabela 21 e na Figura 41 é apresentada a visão geral da bacia no que diz
respeito à titularidade dos serviços de esgotamento sanitário prestados. Como pode
ser observado, a prefeitura é a titular dos serviços em 27 dos municípios da bacia,
atendendo a 390.229 habitantes. A COPASA, apesar de responder pelos serviços
de esgotamento sanitário em 13 municípios, atende à população de 1.507.412
feam
97
habitantes. Apenas o município de Brumadinho possui a prefeitura e a COPASA
como titulares dos serviços, atendendo a uma população de 28.687 habitantes.
Tabela 21 – Titularidade dos serviços de esgotamento sanitário na BHRP
Titularidade
COPASA 13 (31,71%) 1.507.412 (78,25%)
Prefeitura 27 (65,85%) 390.229 (20,26%)
COPASA / Prefeitura 1 (2,44%) 28.687 (1,49%)
TOTAL 41 (100,00%) 1.926.328 (100,00%)
População atendida (hab.)
Número de municípios
Figura 41 – Titularidade dos serviços de esgotamento sanitário na BHRP segundo o
percentual do número total de municípios que lançam seus esgotos na BHRP
(esquerda) e o percentual da população total que é atendida pelos serviços (direita)
Com relação à titularidade do serviço de tratamento de esgoto nos municípios que
lançam seus esgotos na BHRP, tem-se que 18 municípios possuem tratamento dos
esgotos sanitários, o que representa em termos de população 447.722 habitantes.
Destes municípios, 7 estão sob a titularidade da COPASA, que atende a 411.225
habitantes, e 11 estão sob a titularidade da prefeitura, que está atendendo a 36.497
habitantes (Tabela 22).
31,71%
65,85%
2,44%
COPASA Prefeitura COPASA/Prefeitura
78,25%
20,26%
1,49%
COPASA Prefeitura COPASA/Prefeitura
feam
98
Tabela 22 – Titularidade do serviço de tratamento dos esgotos sanitários na BHRP
Titularidade
COPASA 7 (38,89%) 411.225 (91,85%)
Prefeitura 11 (61,11%) 36.497 (8,15%)
TOTAL 18 (100,00%) 447.722 (100,00%)
Número de municípios
População atendida por tratamento de esgoto
(hab.)
Durante a etapa de diagnóstico, foram realizadas visitas a todos os 48 municípios da
BHRP, onde foram identificadas 80 ETE’s. Tendo por base os 41 municípios que
lançam seus esgotos, tratados ou não, na bacia, foram consideradas 48 ETE’s neste
estudo, uma vez que as demais tinham seus efluentes lançados em outras bacias.
Essas estações estão assim distribuídas: 20 ETE’s no MRP, 17 no BRP e 11 no
ARP.
Todas as ETE’s identificadas na etapa de diagnóstico e que lançam seu efluente na
BHRP, foram enquadradas em uma das classes definidas conforme o panorama de
suas condições de operação. As cinco classes deliberadas foram:
1. Estação em boas condições de operação: quando a estação opera e executa
os procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento e,
adicionalmente, apresenta pelo menos 14 dos itens mínimos esperados em
uma ETE (Tabela 8).
2. Estação em condições precárias de operação: quando a estação opera, mas
não executa ou apresenta problemas na execução dos procedimentos
inerentes ao seu tipo de tratamento e / ou, adicionalmente, não atende a 14
itens mínimos esperados em uma ETE.
3. Estação em obras: quando a estação encontra-se em fase de construção ou
aguarda-se o início das obras;
4. Estação fora de operação: quando não há aporte de esgotos à estação;
5. Estação em fase de projeto: quando o projeto encontra-se em fase de
elaboração.
feam
99
Salienta-se que o valor de 14 itens mínimos foi determinado por meio do método
Delphi aplicado a 11 especialistas na área ambiental.
A classificação das 48 ETE’s, e suas respectivas populações atendidas, pode ser
verificada na Tabela 23 e na Figura 42.
Tabela 23 – Panorama da situação das ETE’s na BHRP
Boas condições 7 (14,58%) 265.476 (40,09%)Precárias 22 (45,83%) 65.412 (9,88%)Fora de operação 4 (8,33%) 0 (0,00%)Projeto 9 (18,75%) 192.513 (29,08%)Em obras 6 (12,50%) 138.725 (20,95%)TOTAL 48 (100,00%) 662.126 (100,00%)
Condição operacional
Número de ETE's População atendida
(hab.)
De acordo com a tabela acima, pode-se observar que no total de 48 ETE’s da
BHRP, 22 ETE’s estão classificadas como estação em condições precárias de
operação, atendendo a 65.412 habitantes. Em contrapartida, apenas 7 ETE’s foram
classificadas como em boas condições de operação. No entanto, elas atendem a
265.476 habitantes.
Esse perfil atual da BHRP poderá obter uma melhora significativa caso as ETE’s
consideradas em obras e em projeto, em um total de 15 estações, venham em um
futuro próximo operar em boas condições, atendendo a 331.238 habitantes.
feam
100
14,58%
45,83%8,33%
18,75%
12,50%
Boas condições Precárias
Fora de operação Projeto
Em obras
40,09%
9,88%29,08%
20,95%
Boas condições Precárias
Fora de operação Projeto
Em obras
Figura 42 – Panorama da situação das ETE’s da BHRP, segundo o percentual do
número total de ETE’s (esquerda) e o percentual da população total que é atendida
por ETE’s (direita)
A partir do enquadramento de cada estação em uma das cinco classes, foi possível
fazer um panorama da situação das ETE’s por titularidade, conforme a Tabela 24 e
Figura 43.
Tabela 24 – Panorama da situação das ETE’s
Boas condições 7 (24,14%) 0 (0,00%)
Precárias 12 (41,38%) 10 (52,63%)
Fora de operação 0 (0,00%) 4 (21,05%)
Projeto 6 (20,69%) 3 (15,79%)
Em obras 4 (13,79%) 2 (10,53%)
TOTAL 29 (100,00%) 19 (100,00%)
Prefeitura
Número de ETE'sCondição Operacional COPASA
feam
101
24,14%
41,38%
20,69%13,79%
Boas condições Precárias
Fora de operação Projeto
Em obras
52,63%
21,05%
15,79%10,53%
Boas condições PrecáriasFora de operação ProjetoEm obras
Figura 43 – Panorama da situação das ETE’s da BHRP segundo o percentual do
número de ETE’s sob a titularidade da COPASA (esquerda) e sob a titularidade da
prefeitura (direita)
Pode-se observar que tanto as estações que tem como titular a COPASA quanto as
estações que tem como titular a prefeitura, possuem o maior percentual de ETE’s
classificadas em condições precárias de operação, sendo este valor de 12 ETE’s, de
um total de 29 estações, para a COPASA; e de 10 ETE’s, de um total de 19
estações, para a prefeitura.
Nota-se ainda que a prefeitura não teve nenhuma estação classificada como em
boas condições de operação e a COPASA não teve nenhuma estação fora de
operação.
Adicionalmente, as ETE’s visitadas foram georreferenciadas, além de terem sido
classificadas por condições operacionais e por titularidade dos serviços prestados.
Esses dados foram lançados sobre o mapa do IQA do 1º trimestre de 2011 do IGAM,
o que resultou no mapa de Diagnóstico a seguir.
feam
102
feam
103
Conforme pode ser observado no mapa de Diagnóstico, os valores do IQA dos
cursos d’ água que atravessam os municípios da RMBH e também do rio Maranhão,
que atravessa os municípios de Conselheiro Lafaiete e Congonhas, estão
classificados como “Ruim” (25 < IQA ≤ 50). Uma parcela desse resultado pode ser
atribuída ao lançamento dos esgotos in natura e / ou de efluentes provenientes de
um tratamento pouco eficiente (tendo em vista a carga de DBO lançada), uma vez
que, com exceção da ETE Betim, todas as demais estações das regiões
mencionadas operam em condições precárias ou estão em fase de obras ou projeto.
Outra região da BHRP que apresentou grande concentração de ETE’s contém os
municípios de Inhaúma, Sete Lagoas, Cachoeira da Prata e Fortuna de Minas.
Apesar da densidade de estações na região, a maioria delas operam sob condições
precárias e, provavelmente, não foram suficientes para influenciar na alteração do
IQA, que permaneceu classificado com “Médio” (50 < IQA ≤ 70) nos cursos d’água
próximos dos referidos municípios.
Posteriormente ao levantamento da situação geral das ETE’s da BHRP, realizou-se
uma avaliação dos sistemas de tratamento para as três regiões da bacia, alto, médio
e baixo Paraopeba, conforme apresentado na Tabela 25 e na Figura 44.
feam
104
Tabela 25 – Panorama da situação das ETE’s por região da BHRP
Boas condições 2 (18,18%) 82.006 (52,62%)Precárias 5 (45,45%) 3.910 (2,51%)Fora de operação 0 (0,00%) 0 (0,00%)Projeto 4 (36,36%) 69.926 (44,87%)Em obras 0 (0,00%) 0 (0,00%)TOTAL 11 (100,00%) 155.842 (100,00%)Boas condições 5 (25,00%) 183.470 (41,66%)Precárias 9 (45,00%) 41.270 (9,37%)Fora de operação 2 (10,00%) 0 (0,00%)Projeto 2 (10,00%) 104.126 (23,65%)Em obras 2 (10,00%) 111.487 (25,32%)TOTAL 20 (100,00%) 440.354 (100,00%)Boas condições 0 (0,00%) 0 (0,00%)Precárias 8 (47,06%) 20.232 (30,69%)Fora de operação 2 (11,76%) 0 (0,00%)Projeto 3 (17,65%) 18.461 (28,00%)Em obras 4 (23,53%) 27.238 (41,31%)TOTAL 17 (100,00%) 65.930 (100,00%)
BHRP TOTAL 48
Condição operacional
Número de ETE's População atendida
(hab.)
662.126
Alto
Rio
P
arao
peba
Méd
io R
io
Par
aope
baB
aixo
Rio
P
arao
peba
De acordo com os dados da tabela acima, verifica-se que a região do MRP
apresenta um maior número de ETE’s e uma maior parcela da população atendida
por tratamento de esgotos, correspondente a 440.354 habitantes.
A região do ARP apresenta uma menor quantidade de ETE’s do que a região do
BRP, 11 ETE’s e 17 ETE’s, respectivamente. Por outro lado, o ARP atende uma
parcela de 155.842 habitantes, maior do que a parcela atendida pela região do BRP
que é de 65.930 habitantes.
Vale ressaltar que todas as regiões da BHRP tiveram o maior percentual de ETE’s
classificadas como em condições precárias de operação e que apenas as regiões do
MRP e ARP tiveram estações classificadas como em boas condições de operação,
atendendo, em conjunto, um total de 265.476 habitantes.
feam
105
18,18%
45,45%
36,36%
Boas condições PrecáriasFora de operação ProjetoEm obras
52,62%2,51%
44,87%
Boas condições PrecáriasFora de operação ProjetoEm obras
Alto Rio Paraopeba
25,00%
45,00%
10,00%
10,00% 10,00%
Boas condições PrecáriasFora de operação ProjetoEm obras
41,66%
9,37%23,65%
25,32%
Boas condições PrecáriasFora de operação ProjetoEm obras
Médio Rio Paraopeba
47,06%
11,76%
17,65%
23,53%
Boas condições PrecáriasFora de operação ProjetoEm obras
30,69%
28,00%
41,31%
Boas condições PrecáriasFora de operação ProjetoEm obras
Baixo Rio Paraopeba
Figura 44 – Panorama da situação das ETE’s segundo o percentual de seu número
total de ETE’s (esquerdo) e o percentual de sua população atendida (direita)
feam
106
No mês de junho de 2011 foi realizada uma pesquisa no SIAM a respeito da
situação de regularização ambiental das ETE’s. Os municípios que possuem a AAF
e LO foram classificados como licenciados e as estações que possuem a LP e / ou
LI foram classificadas como em processo de licenciamento.
Diante da pesquisa desempenhada no SIAM e das visitas realizadas aos municípios
da BHRP foi possível obter os seguintes resultados demonstrados na Tabela 26 e na
Figura 45.
Tabela 26 – Panorama da Regularização Ambiental das ETE’s da BHRP
3 (10,34%) 3 (15,79%) 6 (12,50%)0 (0,00%) 0 (0,00%) 0 (0,00%)
24 (82,76%) 12 (63,16%) 36 (75,00%)2 (6,90%) 4 (21,05%) 6 (12,50%)
29 (100,00%) 19 (100,00%) 48 (100,00%)
TitularidadeCOPASA Prefeitura
TOTAL
BHRP
ETE's licenciadas (AAF, LO)ETE'S em licenciamento (LP, LI)
ETE's sem licençaETE's com licenças vencidas
Regularização Ambiental
10,34% 15,79% 12,50%
82,76% 63,16% 75,00%
6,90% 21,05% 12,50%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
COPASA Prefeitura BHRP
ETE's licenciadas (AAF, LO) ETE'S em licenciamento (LP, LI)
ETE's sem licença ETE's com licenças vencidas
Figura 45 – Panorama da Regularização Ambiental das ETE’s da BHRP
Analisando a tabela e o gráfico acima, pode-se observar que das 48 ETE’s da BHRP
42 não possuem regularização ambiental, ou seja, estão sem licença ou com a
mesma vencida. Dessas, 26 estão sob a titularidade da COPASA e 16 estão sob a
responsabilidade das prefeituras. O percentual de ETE’s sem licença na bacia é de
75% e o percentual de estações com a licença vencida é em torno de 13%.
feam
107
Após o levantamento da situação geral da regularização ambiental das ETE’s da
BHRP, foi feita a análise da ausência dos serviços de esgotamento sanitário na
bacia e da parcela da população que deixa de ser atendida por eles, conforme pode
ser verificado na Tabela 27.
Tabela 27 – Deficiências do serviço de esgotamento sanitário da BHRP
RegiõesPopulação sem rede coletora
(hab.)
Percentual sem Coleta (%)
População sem tratamento (hab.)
Percentual sem
Tratamento (%)
ARP 49.628 2,58% 211.572 10,98%MRP 293.494 15,24% 704.327 36,56%BRP 51.227 2,66% 286.122 14,85%
BHRP 394.350 20,47% 1.202.021 62,40%
Comparando as regiões da BHRP, verifica-se que a região do MRP apresenta uma
maior parcela de população sem rede coletora, 293.494 habitantes, o equivalente a
um percentual de 15,24% da população urbana da bacia que lança esgoto na BHRP.
Além disso, o MRP também apresentou a maior parcela de população sem
tratamento de esgotos. São 704.327 habitantes que não recebem o tratamento dos
seus esgotos sanitários.
Na Tabela 28 são apresentadas as populações atendidas por coleta e tratamento de
esgotos para as regiões do ARP, MRP e BRP, assim como os percentuais de coleta
e tratamento para as respectivas populações. Como pode ser observado, a região
do MRP é também a que possui maior percentual de coleta de esgotos (52,84%) e
tratamento de esgotos (31,51%) na bacia.
Tabela 28 – Panorama dos serviços de esgotamento sanitário na BHRP
RegiõesPopulação
atendida por rede coletora (hab)
Percentual de Coleta (%)
População atendida por tratamento
(hab)
Percentual de Tratamento
(%)
ARP 246.946 12,82% 85.002 4,41%
MRP 1.017.893 52,84% 607.060 31,51%
BRP 267.140 13,87% 32.245 1,67%
BHRP 1.531.978 79,53% 724.307 37,60%
feam
108
A Figura 46 traduz graficamente os percentuais de coleta e tratamento de esgotos
demonstrados na Tabela 14 e possibilita a comparação dos percentuais de
tratamento na bacia com o percentual determinado na DN COPAM Nº 128 de 2008.
12,82%
52,84%
13,87%
79,53%
4,41%
31,51%
1,67%
37,60%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
ARP MRP BRP BHRP
PC (%) PT (%) PT DN 128/08
Figura 46 – PC e PT por região da BHRP
A Figura 47, a Figura 48 e a Figura 49 trazem esses mesmos percentuais, porém
para cada um dos municípios das regiões do ARP, MRP e BRP, respectivamente; e
compara esses percentuais com os da bacia e da região a que se refere.
feam
109
12,82%4,41%
79,53%
23,05%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Bel
o V
ale
Cas
a G
rand
e
Co
ngo
nhas
Co
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heiro
Laf
aiet
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Cris
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dad
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Ger
ais
Que
luzi
to
São
Brá
s d
o S
uaçu
í
PC do município PT do município PT DN 128/08
PC ARP PT ARP PC BHRP
PT BHRP
Figura 47 – Alto Rio Paraopeba: PC e PT por município
52,84%
31,51%
79,53%
37,60%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Bet
im
Bo
nfim
Bru
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Co
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té
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Rio
Man
so
São
Jo
aqui
m d
e B
icas
Sar
zed
o
PC do município PT do município PT DN 128/08 PC MRP
PT MRP PC BHRP PT BHRP
Figura 48 – Médio Rio Paraopeba: PC e PT por município
feam
110
13,87%
1,67%
79,53%
37,60%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Cac
hoei
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rata
Cae
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Esm
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Flo
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Fo
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Mar
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as
Par
aop
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Peq
ui
São
Jo
sé d
a V
arg
inha
Set
e La
go
as
PC do município PT do município PT DN 128/08 PC BRP
PT BRP PC BHRP PT BHRP
Figura 49 – Baixo Rio Paraopeba: PC e PT por município
A Figura 50 reúne os percentuais de coleta e tratamento dos esgotos de cada um
dos municípios da bacia e possibilita a comparação desses percentuais com os da
BHRP (em linhas tracejadas) e com o percentual de tratamento prescrito na DN
COPAM Nº 128 de 2008.
Como pode ser observado três municípios da BHRP, Piedade dos Gerais, Rio
Manso e São Brás do Suaçuí, não possuem os serviços de coleta e tratamento dos
esgotos sanitários. Além disso, 20 municípios que possuem rede coletora não
apresentam ETE’s.
feam
111
79,53%
37,60%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Bel
o V
ale
Bet
im
Bo
nfim
Bru
mad
inho
Cac
hoei
ra d
a P
rata
Cae
tanó
po
lis
Cas
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rand
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Co
ngo
nhas
Co
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heiro
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Cris
tiano
Oto
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Cru
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Des
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Rio
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Ent
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de
Min
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Esm
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das
Flo
rest
al
Fo
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Ibiri
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Igar
apé
Inha
úma
Itatia
iuçu
Itave
rava
Jece
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Juat
uba
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Do
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Mar
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Már
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São
Jo
aqui
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e B
icas
São
Jo
sé d
a V
arg
inha
Sar
zed
o
Set
e La
go
as
PC do município PT do município PT DN 128/08 PC BHRP PT BHRP
Figura 50 – BHRP: PC e PT por município
feam
112
Nas visitas realizadas aos municípios que compõem a BHRP, foi identificado o
sistema de tratamento utilizado em cada estação e, assim, foi possível obter um
panorama geral das ETE’s no que diz respeito à predominância dos sistemas de
tratamento na bacia. O resultado desta análise pode ser verificado na Tabela 29 e
na Figura 51.
Tabela 29 – Panorama dos sistemas de tratamento das ETE’s da BHRP
Região
ARP 5 (45,45%) 5 (45,45%) 0 (0,00%) 1 (9,09%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 11 (100,00%)
MRP 3 (15,00%) 11 (55,00%) 2 (10,00%) 1 (5,00%) 2 (10,00%) 1 (5,00%) 20 (100,00%)
BRP 3 (20,00%) 7 (46,67%) 2 (13,33%) 3 (20,00%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 15 (100,00%)
BHRP 11 (23,91%) 23 (50,00%) 4 (8,70%) 5 (10,87%) 2 (4,35%) 1 (2,17%) 46 (100,00%)
Lodos Ativados
Sistema Alternativo
TOTALFossa Séptica + Filtro Anaeróbio
UASB UASB + Lagoa Lagoa
Alto Rio Paraopeba Médio Rio Paraopeba
Baixo Rio Paraopeba BHRP
Figura 51 – Panorama dos sistemas de tratamento das ETE’s da BHRP
20,00%
46,67%13,33%
20,00%
Fossa Séptica + Filtro AnaeróbioUASBUASB + LagoaLagoa
45,45%
45,45%
9,09%
Fossa Séptica + Filtro AnaeróbioUASBLagoa
15,00%
55,00%
10,00%5,00%
10,00% 5,00%
Fossa Séptica + Filtro Anaeróbio UASB
UASB + Lagoa Lagoa
Lodos Ativados Sistema Alternativo
23,91%
50,00%
8,70%
10,87% 4,35% 2,17%
Fossa Séptica + Filtro Anaeróbio UASB
UASB + Lagoa Lagoa
Lodos Ativados Sistema Alternativo
feam
113
Segundo os dados apresentados na tabela e nos gráficos anteriores, verifica-se que
o sistema mais utilizado nas ETE’s da BHRP é o Reator Anaeróbio de Manta de
Lodo de Fluxo Ascendente – UASB, presente em 27 estações; sendo que em 23
delas o tratamento secundário é somente com o reator UASB e em 4 delas há o
reator UASB seguido de uma lagoa.
Analisando o MRP nota-se que há seis tipos de sistemas ali empregados, sendo que
o mais utilizado é o sistema UASB, com o percentual de 55%, e o de fossa séptica
seguido de filtro anaeróbio, com percentual de 15%. Um fato que merece atenção é
que o MRP foi a única região da BHRP que apresentou uma ETE utilizando um
sistema alternativo para o tratamento dos esgotos sanitários.
O BRP apresentou o maior percentual de utilização de sistema de lagoa comparado
com as demais regiões da BHRP.
Uma outra análise dos percentuais de coleta e tratamento dos esgotos na BHRP foi
realizada por meio do gráfico de boxplot, que possibilita a visualização da
distribuição dos PCD’s e PTD’s (Figura 52).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
PC PT
25%
50%
Mín
Máx
75%
BHRP: PC e PT por município
Figura 52 – BHRP: percentuais de coleta e tratamento por município
Conforme pode ser observado na Figura 52, a mediana dos percentuais de coleta de
esgoto na bacia foi superior à mediana dos percentuais de tratamento, atingindo um
valor em torno de 80% para metade dos municípios da BHRP. Além disso,
feam
114
apresentou uma variação de resultados maior, indicando grande heterogeneidade do
serviço de coleta de esgoto na bacia.
Com relação ao serviço de tratamento dos esgotos, aproximadamente 50% dos
municípios não apresentaram esse serviço, o que atenta para a urgência na
implantação dos sistemas de tratamento de esgoto na BHRP.
Posteriormente, os dados dos municípios da BHRP foram plotados em um gráfico de
dispersão perante seus percentuais de coleta e tratamento de esgotos. Cada
quadrante do gráfico foi definido em um nível de prioridade de investimentos,
conforme Figura 53.
0%
50%
100%
0% 50% 100%
PT
PC Figura 53 – Divisão da BHRP por áreas prioritárias de investimento
O segundo quadrante indica uma área de baixa prioridade de ações (destacado de
verde), o terceiro é de prioridade média (destacado de amarelo) e o quarto
quadrante (destacado de vermelho) indica prioridade alta. Sendo assim, identifica-se
que 26 municípios da bacia, o que corresponde a 39,24% população da BHRP,
estão situados no terceiro quadrante, isto é, entre as condições ideais para os
serviços de esgotamento sanitário (segundo quadrante) e aquelas ainda
consideradas precárias (quarto quadrante). Todavia, ainda é relevante a presença
de 9 municípios no quadrante de prioridade alta, abrangendo 7,83% da população
da BHRP. Um número menor de municípios, 6 deles, estão localizados no quadrante
feam
115
de baixa prioridade, compreendendo um contingente populacional de 52,93% da
população da bacia.
A Tabela 30, a Tabela 31 e a Tabela 32 apresentam as listagens dos municípios
considerando-se os níveis de prioridade baixo, alto e médio, respectivamente.
Tabela 30 – Municípios inseridos no quadrante de prioridade baixa, destacado de
verde
População urbana (hab.)
1 Betim 374.7892 Florestal 5.5013 Fortuna de Minas 1.8614 Maravilhas 4.8915 Ouro Branco 31.6066 Contagem 601.009
1.019.65752,93%
Municípios
TOTALEM RELAÇÃO À BHRP
Tabela 31 – Municípios inseridos no quadrante de prioridade alta, destacado de
vermelho
População urbana (hab.)
1 Esmeraldas 56.1122 Brumadinho 28.6873 Igarapé 32.6754 Inhaúma 4.2055 Piedade dos Gerais 2.1226 Rio Manso 2.8337 São Brás do Suaçuí 3.1288 São Joaquim de Bicas 18.6529 São José da Varginha 2.375
150.7897,83%EM RELAÇÃO À BHRP
TOTAL
Municípios
feam
116
Tabela 32 – Municípios inseridos no quadrante de prioridade média, destacado de
amarelo
População urbana (hab.)
1 Belo Vale 3.2952 Bonfim 3.3303 Cachoeira da Prata 3.5284 Caetanópolis 8.3915 Casa Grande 1.1226 Congonhas 47.2537 Conselheiro Lafaiete 111.2868 Cristiano Otoni 4.1569 Crucilândia 2.97610 Desterro de Entre Rios 3.59611 Entre Rios de Minas 9.87112 Ibirité 158.66213 Itatiaiuçu 6.23114 Itaverava 2.56515 Jeceaba 2.97916 Juatuba 21.84617 Lagoa Dourada 6.89118 Mário Campos 12.48119 Mateus Leme 24.67620 Moeda 1.79321 Ouro Preto 61.08222 Paraopeba 19.67123 Pequi 2.95324 Queluzito 85325 Sarzedo 25.51626 Sete Lagoas 208.879
755.88239,24%
Municípios
TOTALEM RELAÇÃO À BHRP
5.1 Análise do risco microbiológico das ETE’s da BH RP
As ETE’s são locais que oferecem potencial risco de contaminação microbiológica,
sobretudo para os operadores das estações que estão em contato direto com o
esgoto sanitário.
Com o objetivo de avaliar efetivamente o risco ao qual os operadores das ETE’s
localizadas nos municípios da BHRP estão sujeitos, RIOS (2011) utilizou-se o
método de análise multicritério AHP (Analytic Hierarchy Process) – Processo
Analítico Hierárquico (SAATY, 1990), que permite a identificação, caracterização e
feam
117
hierarquização dos principais fatores intervenientes para o risco, além de conduzir à
ponderação dos fatores, permitindo a compensação dos mesmos através de um
conjunto de pesos que indicam a importância relativa de cada fator na representação
quantitativa do risco.
Diante do estudo realizado na BHRP, foram identificados cinco fatores de risco para
os operadores das ETE’s, sendo eles: percolação dos esgotos e / ou lodo no solo;
ingestão de cultivos da área da ETE; ausência de Equipamentos de Proteção
Individual – EPI’s nos operadores; disposição dos resíduos da ETE no solo; e
presença de aerossóis.
O fator de risco “percolação dos esgotos e / ou lodo no solo” esteve presente em
quase 50% das estações em operação na bacia, sendo, portanto, o mais freqüente
nas ETE’s da BHRP. No entanto, o fator de risco “ausência de EPI nos operadores”
representou o fator de maior influência para o risco de contaminação microbiológica,
tendo obtido peso de 0,587. Esse fator ocorreu em apenas seis estações, mas essas
ETE’s foram, por essa razão, as que obtiveram os maiores valores de risco: 0,587,
0,657, 0,698, 0,768, 0,804 e 0,915 (Tabela 33).
Tabela 33 – ETE’s que obtiveram os maiores valores de risco microbiológico
Municípios ETE's TitularidadeValor do risco
(0 a 1,0)
Sete Lagoas ETE Jardim Primavera Prefeitura 0,5871
Papagaios ETE Papagaios Prefeitura 0,6573
Caetanópolis ETE Caetanópolis Prefeitura 0,6981
Pompéu ETE-2 Pompéu Prefeitura 0,7683
Cachoeira da Prata ETE-1 Cachoeira da Prata Prefeitura 0,8048
Sarzedo ETE Sarzedo COPASA 0,9157
A interpretação desses valores sugere que nessas ETE’s, sobretudo na última
(0,915), o risco de contaminação por agentes patogênicos é alto; o que significa que
o profissional que efetua a operação da estação está submetido a um grande risco
de contaminação microbiológica.
Como pode ser observado na Tabela 34, mais de 80% das ETE’s tiveram os Riscos
de Contaminação Microbiológica – RM’s classificados em “Pequeno” (0,10 ≤ RM <
feam
118
0,20) e “Muito pequeno” (0 ≤ RM < 0,10), sendo que essa última classificação
apresentou a maior concentração de estações (69,9% das ETE’s). Todavia, é
relevante a presença de cerca de 15% das ETE’s apresentando RM’s classificados
em “Médio” (0,20 ≤ RM < 0,50), “Grande” (0,50 ≤ RM < 0,80) e “Muito grande” (0,80
≤ RM < 1,0).
Tabela 34 – Número de ETE’s segundo a classificação dos seus RM’s
Classificação do RM
Muito pequeno 38 (69,09%)
Pequeno 9 (16,36%)
Médio 2 (3,64%)
Grande 4 (7,27%)
Muito grande 2 (3,64%)
TOTAL 55 (100,00%)
Número de ETE's
Os resultados obtidos a partir da realização deste trabalho permitiram concluir que,
em termos gerais, a situação do risco nas ETE’s em operação nos municípios da
BHRP pode ser considerada boa, porém importância maior deve ser direcionada aos
casos de alto risco. Nesse sentido, outro ganho na utilização de métodos
multicritérios é a possibilidade de se definir ações direcionadas e de maior impacto
na resolução do problema ambiental e de saneamento que o risco representa.
O mapa a seguir traz as ETE’s georreferenciadas na BHRP e analisadas segundo a
sua titularidade e risco.
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119
Fonte: RIOS, 2011
feam
120
6 PROGNÓSTICO GERAL DA BHRP Com o objetivo de visualizar e entender por completo o sistema de esgotamento
sanitário dos 41 municípios que lançam seus esgotos na BHRP utilizou-se o IQES
que tem como objetivo avaliar a qualidade do serviço de esgotamento sanitário de
um município de uma forma ampla.
Conforme a sua infraestrutura local disponível dos serviços de esgotamento
sanitário, todos os municípios da BHRP foram analisados e receberam pesos por
meio dos seis indicadores do IQES. Sendo eles:
1. PC – peso 30;
2. PT – peso 25;
3. Operacionalidade da ETE – peso 15;
4. Regularização ambiental – peso 10;
5. Disposição final dos resíduos sólidos da ETE – peso 10;
6. Análise adicional – peso 10.
Posteriormente, com os resultados obtidos no IQES foi possível identificar os
municípios da BHRP que necessitam de maiores investimentos em seus sistemas de
esgotamento sanitário.
A metodologia para a aplicação do IQES encontra-se na parte de Metodologia no
item 4.2.
No indicador “PC”, foram analisados os PCD’s dos municípios da BHRP e os pesos
obtidos podem ser observados na Tabela 35 e Figura 54.
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121
Tabela 35 – Número de municípios segundo o peso obtido no indicador “PC”
6 (14,63%)
6 (14,63%)
2 (4,88%)
1 (2,44%)
7 (17,07%)
19 (46,34%)
41 (100,00%)TOTAL
20 ≤ x < 25
10 ≤ x < 15
25 ≤ x ≤ 30
15 ≤ x < 20
Número de municípios
5 ≤ x < 10
Faixas de peso obtido por município
0 ≤ x < 5
14,63%
14,63%
4,88%
2,44%
17,07%
46,34%
0 ≤ x < 5 5 ≤ x < 10 10 ≤ x < 15
15 ≤ x < 20 20 ≤ x < 25 25 ≤ x ≤ 30
Figura 54 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso
referente ao indicador “PC”
De acordo com a tabela acima, pode-se observar que 19 municípios obtiveram um
valor entre 25 e 30 pesos, o equivalente a um percentual de 46,34% dos municípios
da BHRP. Por outro lado, 12 municípios alcançaram um valor menor que 10 pesos,
que corresponde a um percentual de 29, 27% dos 41 municípios analisados.
No indicador “PT”, foram analisados os PTD’s dos municípios da BHRP e os pesos
obtidos podem ser vistos na Tabela 36 e na Figura 55.
feam
122
Tabela 36 – Número de municípios segundo o peso obtido no indicador “PT”
33 (80,49%)
4 (9,76%)
1 (2,44%)
0 (0,00%)
3 (7,32%)
41 (100,00%)TOTAL
Faixas de peso obtido por município
Número de municípios
0 ≤ x < 5
5 ≤ x < 10
15 ≤ x < 20
10 ≤ x < 15
20 ≤ x ≤ 25
80,49%
9,76%
2,44% 7,32%
0 ≤ x < 5 5 ≤ x < 10
10 ≤ x < 15 20 ≤ x ≤ 25
Figura 55 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso
referente ao indicador “PT”
Analisando a tabela acima, nota-se que 33 municípios, o que equivale a um
percentual de 80,49% dos municípios que lançam seus esgotos na BHRP, tiveram
peso menor que 5, e que apenas 3 municípios, o que corresponde a 7,32%,
alcançaram um valor igual ou maior que 20 pesos.
O indicador “Operacionalidade da ETE” analisa apenas ETE’s que estão em
operação, classificadas como em boas ou precárias condições de operação. A
análise deste indicador é realizada conforme o tipo de sistema de tratamento da
ETE.
feam
123
De acordo com a etapa de diagnóstico da BHRP, do total de 48 ETE’s dos 41
municípios que lançam seus esgotos na bacia, 29 ETE’s estavam em operação,
sendo que, 7 estações foram classificadas como boas condições de operação e as
outras 22 estações foram classificadas como em precárias condições de operação
(Planilha 1).
Todas as 29 ETE’s em operação foram analisadas por meio das nove fases de
cálculo do indicador, que podem ser visualizadas nas Planilhas 2A, 2B, 2C, 2D, 2E,
2F e 2G.
Em seguida, calculou-se o peso do indicador para cada um dos 41 municípios da
BHRP e os resultados alcançados podem ser vistos na Tabela 37 e na Figura 56.
Tabela 37 – Número de municípios da BHRP perante o peso obtido no indicador
“Operacionalidade da ETE”
24 (58,54%)
2 (4,88%)
5 (12,20%)
6 (14,63%)
4 (9,76%)
41 (100,00%)
Faixas de peso obtido por município
Número de municípios
3 ≤ x < 6
0 ≤ x < 3
TOTAL
9 ≤ x < 12
12 ≤ x ≤ 15
6 ≤ x < 9
58,54%4,88%
12,20%
14,63%
9,76%
0 ≤ x < 3 3 ≤ x < 6 6 ≤ x < 9
9 ≤ x < 12 12 ≤ x ≤ 15
Figura 56 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso
referente ao indicador “Operacionalidade da ETE”
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124
De acordo com a tabela acima, pode-se observar que apenas 4 municípios
obtiveram peso na faixa de 12 a 15, o que corresponde a 9,76% do total dos
municípios da BHRP analisados. Em contrapartida, 24 municípios alcançaram peso
menor que 5, o equivalente a um percentual de 58,54%.
O município de Brumadinho, mesmo possuindo três estações em operação, ETE
Ecológica, ETE Mirante e ETE Piedade do Paraopeba, não obteve pontuação neste
indicador, pois o PT do município é igual a 0%.
O resultado obtido pelos municípios no quarto indicador “Regularização ambiental”
pode ser visto na Tabela 38 e na Figura 57.
Tabela 38 – Número de municípios da BHRP perante o peso obtido no indicador
“Regularização ambiental”
36 (87,80%)
0 (0,00%)
2 (4,88%)
3 (7,32%)
41 (100,00%)
Faixas de peso obtido por município
Número de municípios
0 ≤ x < 2,5
2,5 ≤ x < 5
5 ≤ x < 7,5
7,5 ≤ x ≤ 10
TOTAL
87,80%
4,88%7,32%
0 ≤ x < 2,5 5 ≤ x < 7,5 7,5 ≤ x ≤ 10
Figura 57 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso
referente ao indicador “Regularização ambiental”
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125
Analisando a tabela acima, nota-se que 36 municípios, isto é 87,8% dos municípios
que lançam seus esgotos na BHRP, tiveram peso menor que 2,5, e que apenas 3
municípios obtiveram peso igual ou acima de 7,5 pesos; são eles: Contagem,
Piedade dos Gerais e Sete Lagoas. Esse resultado corrobora com a análise
realizada na etapa do diagnóstico, que aponta para necessidade iminente de maior
comprometimento dos titulares dos serviços de esgotamento sanitário municipal
para com o órgão ambiental competente.
Os 41 municípios da BHRP também foram analisados no indicador “Disposição final
dos resíduos sólidos da ETE” e o resultado obtido pode ser observado na Tabela 39
e na Figura 58.
Tabela 39 – Peso obtido pelos municípios da BHRP no indicador “Disposição final
dos resíduos sólidos da ETE”
31 (75,61%)
0 (0,00%)
6 (14,63%)
4 (9,76%)
41 (100,00%)
Faixas de peso obtido por município
Número de municípios
2,5 ≤ x < 5
0 ≤ x < 2,5
7,5 ≤ x ≤ 10
5 ≤ x < 7,5
TOTAL
75,61%
14,63%
9,76%
0 ≤ x < 2,5 5 ≤ x < 7,5 7,5 ≤ x ≤ 10
Figura 58 – Percentual de municípios conforme o posicionamento na faixa de peso
referente ao indicador “Disposição final dos resíduos sólidos da ETE”
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126
Analisando a tabela acima, tem-se que 31 municípios obtiveram peso menor 2,5, o
que equivale a um percentual de 75,61%, e que 4 municípios obtiveram peso maior
ou igual a 7,5, o que corresponde a um percentual de 9,76% dos 41 municípios
analisados. Esses 4 municípios foram Betim, Cachoeira da Prata, Contagem e
Juatuba.
O indicador “Análise adicional” avalia os municípios em três itens: “Atendimento à
DN COPAM Nº 128 de 2008”, “Apresentação do programa de monitoramento da
ETE” e se o município “Faz jus ao recebimento do ICMS Ecológico”.
No primeiro item, “Atendimento à DN COPAM Nº 128 de 2008” foram identificados
20 municípios que cumprem o estabelecido por essa deliberação, o que corresponde
a um percentual de 48,78% dos municípios analisados (Tabela 40 e Figura 59).
Tabela 40 – Número de municípios segundo o atendimento à DN COPAM Nº 128 de
2008.
Item
Atende à DN COPAM N° 128 20 (48,78%)
Não atende à DN COPAM N° 128 21 (51,22%)
TOTAL 41 (100,00%)
Número de municípios
48,78%
51,22%
Atende à DN COPAM N° 128Não atende à DN COPAM N° 128
Figura 59 – Percentual de municípios segundo o atendimento à DN COPAM Nº 128
de 2008
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127
No segundo item “Apresentação do programa de monitoramento da ETE”, apenas a
ETE Bananeiras do município de Conselheiro Lafaiete apresentou o relatório de seu
monitoramento, o que equivale a um percentual de 3,45% das 29 ETE’s que estão
em operação BHRP, como pode ser visualizado na Tabela 41 e Figura 60.
Tabela 41 – Número de ETE’s que apresentaram o programa de seu monitoramento
Item
Apresentou o programa de monitoramento da ETE 1 (3,45%)
Não apresentou o programa de monitoramento da ETE 28 (96,55%)
TOTAL 29 (100,00%)
Número de ETE's
3,45%
96,55%
Apresentou o programa de monitoramento da ETE
Não apresentou o programa de monitoramento da ETE
Figura 60 – Percentual de ETE’s que apresentaram o programa de realização de
seu monitoramento
No terceiro item, “Faz jus ao recebimento do ICMS Ecológico”, foi identificado que
apenas dois municípios da BHRP estão habilitados ao recebimento desse imposto, o
município de Contagem e de Betim, o que corresponde ao percentual de 2,44% dos
municípios analisados (Tabela 42 e Figura 61).
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128
Tabela 42 – Número de municípios segundo a habilitação ao recebimento do ICMS
Ecológico, subcritério Saneamento, Estação de Tratamento de Esgoto
Item
Faz jus ao recebimento ao ICMS Ecológico 2 (4,88%)
Não faz jus ao recebimento ao ICMS Ecológico 39 (95,12%)
TOTAL 41 (100,00%)
Número de municípios
4,88%
95,12%
Faz jus ao recebimento ao ICMS Ecológico
Não faz jus ao recebimento ao ICMS Ecológico
Figura 61 – Percentual de municípios segundo a habilitação ao recebimento do
ICMS Ecológico, subcritério Saneamento, Estação de Tratamento de Esgoto
Após a análise realizada para os três itens, os municípios obtiveram seu peso no
indicador “Análise adicional” e o resultado final pode ser visto na Tabela 43 e na
Figura 62.
Tabela 43 – Peso obtido pelos municípios da BHRP no indicador “Análise adicional”
Peso obtido por município
0 18 (43,90%)
3,3 23 (56,10%)
6,6 0 (0,00%)
10 0 (0,00%)
TOTAL 41 (100,00%)
Número de municípios
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129
43,90%
56,10%
0 3,3
Figura 62 – Percentual de municípios conforme o peso obtido referente ao indicador
“Análise adicional”
De acordo com a tabela acima, pode-se observar que 18 municípios não receberam
peso nesse indicador, o que corresponde a 43,9% dos municípios avaliados, e que
23 municípios, isto é, 53,1%, obtiveram o peso igual a 3,3, atendendo apenas a um
dos três itens. Deste modo, nenhum município atendeu a todos os itens analisados,
que somados totalizam peso 10.
Ao término da contagem dos pesos relativos aos 6 indicadores, foram obtidos os
pesos finais de cada município, que correspondem ao IQES. Esse índice posiciona
cada um dos municípios em uma faixa de pontuação e classifica os municípios em
“Muito bom”, “Bom”, “Médio”, “Ruim” e “Muito ruim” segundo a qualidade dos
serviços de esgotamento sanitário apresentados.
Na Tabela 44 e na Figura 63 observa-se o número de municípios posicionados em
cada uma das faixas de pontuação, como também a classificação dessas faixas e a
população urbana total dos municípios posicionados em cada uma delas.
feam
130
Tabela 44 – Distribuição dos municípios de acordo com o peso final obtido
0 ≤ x < 20 Muito ruim 11 (26,83%) 172.624 (8,96%)
20 ≤ x < 40 Ruim 19 (46,34%) 380.117 (19,73%)
40 ≤ x < 60 Médio 6 (14,63%) 355.791 (18,47%)
60 ≤ x < 80 Bom 5 (12,20%) 1.017.796 (52,84%)
80 ≤ x ≤ 100 Muito bom 0 (0,00%) 0 (0,00%)41 (100,00%) 1.926.328 (100,00%)
Número de municípios
População urbana (habitantes)
Faixas de peso obtido por município (IQES)
Classificação
TOTAL
26,83%
46,34%
14,63%
12,20%
Muito ruim Ruim Médio Bom Muito bom
8,96%
19,73%
18,47%52,84%
Muito ruim Ruim Médio Bom Muito bom
Figura 63 – Percentuais dos municípios (esquerda) e da população urbana (direita)
segundo o IQES
Nota-se que a maioria dos municípios estão classificados com IQES “Ruim” (20 ≤ x <
40), e que nenhum dos municípios alcançou peso maior ou igual a 80. Apenas 5
municípios alcançaram o IQES considerado “Bom”; são eles: Betim, Contagem,
Florestal, Maravilhas e Ouro Branco. Mas, em contrapartida, eles atendem a um
maior contingente populacional, 1.017.796 habitantes da BHRP, o que representa
52,84% da população urbana dos municípios avaliados.
Conforme pode ser visto na Tabela 45 e na Figura 64, essa mesma análise foi
realizada para as regiões ARP, MRP e BRP.
feam
131
Tabela 45 – Distribuição dos municípios por região da BHRP e de acordo com o peso final obtido
0 ≤ x < 20 Muito ruim 2 (11,76%) 5.250 (1,77%)20 ≤ x < 40 Ruim 13 (76,47%) 148.432 (50,05%)
40 ≤ x < 60 Médio 1 (5,88%) 111.286 (37,52%)60 ≤ x < 80 Bom 1 (5,88%) 31.606 (10,66%)80 ≤ x ≤ 100 Muito bom 0 (0,00%) 0 (0,00%)
17 (100,00%) 296.574 (100,00%)
0 ≤ x < 20 Muito ruim 6 (46,15%) 104.682 (7,98%)
20 ≤ x < 40 Ruim 4 (30,77%) 209.061 (15,94%)40 ≤ x < 60 Médio 1 (7,69%) 21.846 (1,67%)60 ≤ x < 80 Bom 2 (15,38%) 975.798 (74,41%)80 ≤ x ≤ 100 Muito bom 0 (0,00%) 0 (0,00%)
13 (100,00%) 1.311.387 (100,00%)0 ≤ x < 20 Muito ruim 3 (27,27%) 62.692 (19,69%)
20 ≤ x < 40 Ruim 2 (18,18%) 22.624 (7,11%)40 ≤ x < 60 Médio 4 (36,36%) 222.659 (69,94%)60 ≤ x < 80 Bom 2 (18,18%) 10.392 (3,26%)80 ≤ x ≤ 100 Muito bom 0 (0,00%) 0 (0,00%)
11 (100,00%) 318.367 (100,00%)BHRP 41 1.926.328TOTAL
População urbana (habitantes)
Número de municípios
TOTAL
TOTAL
TOTAL
Faixas de peso obtido por
município (IQES) Classificação
Alto
Rio
P
arao
peba
Méd
io R
io
Par
aope
baB
aixo
Rio
P
arao
peba
feam
132
11,76%
76,47%
5,88% 5,88%
Muito ruim Ruim Médio Bom Muito bom
1,77%
50,05%
37,52%
10,66%
Muito ruim Ruim Médio Bom Muito bom
Alto Rio Paraopeba
46,15%
30,77%
7,69%
15,38%
Muito ruim Ruim Médio Bom Muito bom
7,98%
15,94%
1,67%
74,41%
Muito ruim Ruim Médio Bom Muito bom
Médio Rio Paraopeba
27,27%
18,18%36,36%
18,18%
Muito ruim Ruim Médio Bom Muito bom
19,69%
7,11%
69,94%
3,26%
Muito ruim Ruim Médio Bom Muito bom
Baixo Rio Paraopeba
Figura 64 – Percentuais dos municípios (esquerda) e da população urbana (direita)
segundo o IQES, por região da BHRP
feam
133
Por último, foi construído o gráfico da Figura 65, contendo o valor do IQES obtido
por cada município da BHRP e o peso a eles atribuído em cada um indicadores,
conforme a Planilha 2.
Analisando a Figura 65, nota-se que o indicador “PC” foi o indicador em os
municípios da bacia mais obtiveram peso.
Através do IQES de cada município foi possível construir o mapa de Prognóstico da
página 135.
feam
134
Figura 65 – IQES por município
feam
135
feam
7 DIRETRIZES IDENTIFICADAS A partir da análise pormenorizada dos resultados obtidos nas etapas de diagnóstico
e prognóstico foi possível verificar a situação dos municípios da BHRP, e da bacia
como um todo, perante os serviços de esgotamento sanitário ofertados. Essa análise
permitiu a identificação de algumas diretrizes que, se aplicadas, contribuirão para a
melhoria dos IQES’s e, consequentemente, da qualidade das águas da BHRP.
As diretrizes identificadas encontram-se enumeradas a seguir na Tabela 46:
feam
137
Tabela 46 – Diretrizes identificadas para a BHRP
7.1 Alteração no sistema de concessão de AAF's
7.2 Acompanhamento dos municípios que receberam financiamento para elaboração de projeto e/ouconstrução de ETE's
7.3 Capacitação
7.3.1 Divulgação e melhorias na cartilha da FEAM
7.3.2Aplicação pelo FHIDRO de curso de capacitação para elaboração e gerenciamento deprogramas e projetos
7.3.3Divulgação dos cursos e oficinas de capacitação dos municípios na elaboração dos Planos deSaneamento Básico
7.4 Educação ambiental e mobilização social
7.5 Considerar no Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Paraopeba os resultados obtidos no PITE-BHRP
7.6 Plano para adequação operacional da ETE
7.7 Expansão dos sistemas de esgotamento sanitário para as áreas rurais
7.8 Regularização do serviço prestado pelas empresas de caminhões limpa-fossa junto ao IBAMA eà ANTT
7.9 Criação de metodologia para cadastro, controle e fiscalização da atividade de caminhões limpa-fossa em âmbito estadual
7.10 Redução do custo para a formalização do processo administrativo para regularização ambiental
7.11 Estabelecer convênios e parcerias dos municípios com entidades responsáveis pela área desaneamento
7.12 Programas de fomento para criação de consórcios intermunicipais para tratamento conjunto deesgoto sanitário
7.13 Vincular parte da receita bruta municipal, por força de Lei Federal, à utilização em saneamento,incluindo-se o ICMS Ecológico
7.14 Desenvolvimento de avaliações de impacto sobre a saúde
7.15 Redução de conexões clandestinas de águas pluviais em sistemas de esgotamento sanitário
7.16 Fomento à estruturação de adequados sistemas de gestão em saneamento, incluindo regulaçãoe sistema de informação
7.17 Considerar para a BHRP a utilização do Programa de Compra de Esgotos Tratados da ANA
7.18 Financiamento para implantação de ETE's, para adequação na parte operacional das estaçõesexistentes, e para demais serviços de esgotamento sanitário
7.19 Prioridade de investimentos nos municípios de acordo com a sua classificação no IQES
7.20 Capacitação de operários e designação de verbas para ETE's classificadas como em precáriascondições operacionais
7.21 Realização de reuniões junto aos titulares dos serviços de esgotamento sanitário dos municípios
Diretrizes Gerais
feam
138
7.1 Alteração no sistema de concessão de AAF’s
Os empreendimentos ou atividades considerados de impacto ambiental não
significativo estão dispensados do licenciamento ambiental e devem,
obrigatoriamente, requerer a AAF, um processo mais simples e rápido para a
regularização ambiental.
Para obtenção da AAF, o empreendedor deve assinar um termo de responsabilidade
onde declara ao órgão ambiental que foram instaladas e estão em operação os
equipamentos e / ou sistemas. Geralmente as AAF’s são emitidas sem vistoria no
local para a validação das informações prestadas pelo empreendedor.
A AAF tem validade de quatro anos e está sujeita à revalidação periódica. Caso se
configurem não conformidades em relação às normas legais, está sujeita também ao
cancelamento.
Como o processo de obtenção das AAF é simplificado, é comum verificarmos
algumas inconformidades. Nas visitas realizadas nos municípios da bacia do
Paraopeba, foi constatado que alguns municípios possuíam AAF para ETE, mas o
empreendimento não foi implantado. O município de Mário Campos possui AAF para
uma ETE válida até 2012, mas em visita ao município foi verificado que a estação de
tratamento de esgoto não havia sido instalada e que o percentual da população
urbana atendida pelo tratamento de esgoto é de 0%.
Assim, diante das inadequações do processo de concessão de AFF, sugere-se
modificações no processo de regularização ambiental.
Para a obtenção de novas AAF’s, deverá haver vistorias no local para a validação
das informações fornecidas pelo empreendedor, antes de emissão da autorização.
Quanto as AAF’s que já foram emitidas até o presente momento, sugere-se que seja
realizada fiscalização com o objetivo de confirmar as informações. Outra medida que
poderia ser adotada é a entrega anual pelo empreendedor de um relatório ambiental
que conteria informações sobre o desempenho ambiental do empreendimento
naquele ano.
feam
139
7.2 Acompanhamento dos municípios que receberam fin anciamento para
elaboração de projeto e / ou construção de ETE’s
Torna-se necessário o acompanhamento dos municípios que receberam recursos
financeiros do governo estadual ou de outras fontes de financiamento para a
realização de projetos e obras nos seus sistemas de tratamento de esgoto sanitário,
pois facilita a identificação de entraves e gargalos que dificultam o cumprimento de
prazos estabelecidos para a execução das obras, além de auxiliar na busca por
soluções por parte dos atores envolvidos.
Desse modo, sugere-se que, no momento da viabilização do financiamento, os
agentes de financiamento criem e incluam os municípios em um programa de
acompanhamento na instituição, que identificaria dificuldades e proporia soluções
para os problemas vividos pelos gestores municipais e operadores de saneamento
para o término do projeto. O programa também realizaria o acompanhamento das
condições operacionais das ETE’s por um determinado período após a conclusão
das obras, que poderia ser de 1 a 3 anos, para garantir que a estação financiada
esteja em cumprimento com os objetivos para os quais ela foi implantada.
Ao final do acompanhamento, o setor responsável pelo programa enviaria um
certificado para a FEAM atestando que as estações financiadas foram instaladas em
tempo hábil e que operaram de acordo com os procedimentos inerentes ao seu tipo
de tratamento durante todo o período tutorial.
Um exemplo de acompanhamento dos municípios, mas em esfera nacional, é o
programa “De Olho no PAC” do Instituto Trata Brasil. Por meio do programa o
Instituto Trata Brasil vem acompanhando as obras de saneamento do Programa de
Aceleração do Crescimento – PAC Saneamento. Essas obras incluem a implantação
de redes coletoras e de ETE’s nos municípios com população superior a 500 mil
habitantes em todo o Brasil. Uma importante medida adotada nesse programa foi a
abertura de um canal direto de comunicação com os gestores municipais e
operadores de saneamento sobre os motivos que impedem a evolução dos
trabalhos para o cumprimento de prazos e metas contratadas (INSTITUTO TRATA
BRASIL, 2011).
feam
140
Na visita realizada ao município de Inhaúma, em fevereiro de 2011, observou-se que
a obra da ETE-2 Inhaúma, que recebeu verba da Fundação Nacional da Saúde –
FUNASA, estava atrasada em três anos de acordo com o cronograma estabelecido.
Este fato vem ratificar a importância da criação e inclusão de um programa de
acompanhamento na fonte de financiamento para conhecimento do andamento das
obras que foram beneficiadas com o recurso.
7.3 Capacitação
7.3.1 Divulgação e melhorias na cartilha da FEAM
O funcionamento adequado de uma ETE requer o controle da operação e a
manutenção periódica das unidades constituintes do sistema, de modo a maximizar
a eficiência de remoção, minimizar os impactos ambientais do lançamento do
efluente no corpo d’água receptor e atender aos padrões legais estabelecidos na
resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA N° 357 de 2005 e na
DN COPAM / CERH N° 01 de 05 de maio de 2008 para o lançamento de efluentes
(FEAM, 2011). A qualificação dos operadores e funcionários das ETE’s é parte
fundamental para que isso ocorra.
A FEAM, na intenção de contribuir para a instrução e melhor qualificação dos
operadores e funcionários das ETE’s, elaborou a cartilha “Orientações Básicas para
Operação de Estações de Tratamento de Esgotos”, que é um complemento didático
do seminário “Operacionalidade nas Estações de Tratamento de Esgoto – ETE’s,
licenciadas no Estado de Minas Gerais”, promovido pela Divisão de Saneamento da
FEAM. A cartilha define algumas modalidades de sistemas de tratamento de esgoto
e suas aplicabilidades, além de trazer orientações sobre a manutenção e operação
das estações, para que sejam obtidas condições adequadas de funcionamento.
Durante as visitas aos municípios da BHRP foram encontradas ETE’s apresentando
condições precárias de operação, o que ressalta a importância de haver uma maior
divulgação da cartilha da FEAM nos municípios que possuem ETE’s e a ampliação
do número de cursos de capacitação para os operadores e funcionários das
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141
estações nas Superintendências Regionais de Regularização Ambiental –
SUPRAM’s. Assim, sugere-se que seja criado um Núcleo de Capacitação e
Extensão Tecnológica em ETE, com o objetivo de reunir instituições (FEAM,
SUPRAM’s, universidades) e entidades com o objetivo de coordenar o
desenvolvimento de propostas pedagógicas e de material didático, bem como
promover ações de intercâmbio e de extensão tecnológica que levem em
consideração as peculiaridades regionais do Estado de Minas Gerais visando
capacitar profissionais para a operação, manutenção e gestão dos sistemas de
tratamento de esgoto.
Com a criação deste núcleo poderia ocorrer uma revisão da cartilha, com a inserção
de um capítulo a respeito da necessidade do acompanhamento, por parte dos
municípios, dos seus percentuais de coleta e tratamento de esgotos sanitários,
juntamente com a metodologia para o cálculo dos mesmos. Esse acompanhamento
é importante, pois possibilita maior conhecimento sobre a evolução dos serviços de
esgotamento sanitário do município ao longo do tempo, facilita o direcionamento de
ampliações e permite a comparação dos percentuais municipais com os estaduais e
nacionais.
Ressalta-se ainda que o Núcleo de Capacitação e Extensão Tecnológica em ETE
permitirá ao profissional de operação de ETE aprimorar seus conhecimentos
referentes à implantação, operação e manutenção de rede coletora de esgotos
através do treinamento que será ministrado por profissionais de saneamento, que
abordará dentre outros conteúdos, situações e problemas que são verificados no dia
a dia e sua adequação às condições que garantam um sistema eficiente como um
todo. A capacitação poderá ocorrer nas cidades pólo de cada região do Estado de
Minas Gerais.
feam
142
7.3.2 Aplicação pelo FHIDRO de curso de capacitação para elaboração e
gerenciamento de programas e projetos
O FHIDRO foi criado pelo governo de Minas Gerais e tem por objetivo dar suporte
financeiro a programas e projetos que promovam a racionalização do uso e a
melhoria dos recursos hídricos quanto aos aspectos qualitativos e quantitativos.
Os projetos devem ser protocolados no IGAM e submetidos à comissão de análise
do instituto, ao grupo coordenador do FHIDRO e ao Banco de Desenvolvimento de
Minas Gerais – BDMG, no caso de projetos reembolsáveis, ou à SEMAD, no caso de
projetos não reembolsáveis. Para receber financiamento do FHIDRO os projetos
devem ser expressivos e possuir boa qualidade técnica e metodológica.
Com a finalidade de obter maior número de projetos aprovados e financiados pelo
FHIDRO, o IGAM realiza cursos para capacitar as pessoas na elaboração e
gerenciamento de programas e projetos no âmbito do FHIDRO.
O curso de capacitação é dividido em cinco módulos, sendo três módulos com
atividades presenciais e dois com atividades à distância, totalizando uma carga
horária de 130 horas. Ao final do último módulo, o cursista recebe um certificado de
conclusão do respectivo curso com a indicação de sua qualificação nos autos do
referido projeto, junto à Secretaria Executiva do FHIDRO / IGAM (FHIDRO, 2011).
As instituições que podem solicitar o curso são as agências de bacias hidrográficas,
Organizações Não Governamentais – ONG’s, Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público – OSCIP’s, consórcios municipais, setores do poder público
municipal ou estadual e universidades estaduais (FHIDRO, 2011).
Nas visitas realizadas aos municípios da BHRP observou-se que grande parte dos
municípios apresentava dificuldade na elaboração de projetos para construção de
ETE’s. Por esta razão, sugere-se que o CIBAPAR, como secretária executiva do
CBH-Paraopeba, solicite o curso de capacitação para elaboração de projeto para os
municípios consorciados. Por meio da participação dos agentes municipais nos
cursos realizados pelo IGAM, o município ganha corpo técnico capacitado e
melhorias no seu sistema de esgotamento sanitário.
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143
7.3.3 Divulgação dos cursos e oficinas de capacitação dos municípios na
elaboração dos Planos de Saneamento Básico
A Lei Federal Nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007 determina que a política pública de
saneamento básico seja competência do titular dos serviços e compreende, entre
outras coisas, a elaboração do plano de saneamento básico pelo próprio município.
Várias instituições e redes de universidades comprometidas com a universalização
do acesso aos serviços de saneamento se engajaram na campanha nacional “Plano
de Saneamento Básico Participativo” e vão oferecer cursos e oficinas de
capacitação para apoiar os municípios e demais instituições que atuam no setor de
saneamento na elaboração dos planos. A capacitação conscientiza a população
sobre a importância e a necessidade do planejamento das ações e fornece
subsídios para que os municípios elaborem seus próprios planos de saneamento
básico de modo a contribuir para melhorar a saúde e o meio ambiente local.
Sugere-se, por meio desta diretriz, que seja feita a divulgação para os municípios da
bacia do Paraopeba dos cursos e oficinas que serão realizados e quais as
instituições dentro ou próximo à BHRP que os oferecerão. A divulgação poderia ser
feita pelo o CBH-Paraopeba, o CIBAPAR e as prefeituras municipais por meio do
rádio, jornais e panfletos.
A agenda das capacitações será divulgada na página do Ministério das Cidades ou
das instituições parceiras, tais como: Rede de Capacitação em Saneamento
Ambiental – ReCESA, Plano Nacional de Capacitação, Confederação Nacional de
Municípios – CNM, Associação dos Serviços Autônomos de Água e Esgoto –
ASSEMAE e Associação Brasileira de Engenharia Sanitária – ABES.
7.4 Educação ambiental e mobilização social
Esta diretriz alerta para a necessidade de capacitar e mobilizar os gestores
municipais, colegiados, produtores rurais e, de modo geral, da população residente
feam
144
na BHRP sobre a importância de se ter boas práticas nos serviços municipais de
saneamento.
As ações em educação ambiental poderiam ser realizadas em parceria da FEAM
com o projeto Manuelzão da UFMG, que apresenta material didático e vasta
experiência nesse ramo. A mobilização da sociedade civil e da iniciativa privada
poderia ser feita por meio da realização de seminários em escolas, universidades,
creches e igrejas, visitas técnicas por sub-bacias e micro-bacias da BHRP,
treinamentos em biomonitoramento e publicação de cartilhas instrutivas.
A partir da conscientização, as populações municipais passam a se organizar e
participar das assembléias dos comitês de bacia e a demandar aos responsáveis a
construção de sistema de esgotamento sanitário que atenda a toda população da
maneira mais adequada e sustentável.
7.5 Considerar no Plano Diretor da Bacia Hidrográfi ca do Paraopeba os
resultados obtidos no PITE-BHRP
Em fevereiro de 2008, o CIBAPAR e o CBH-Paraopeba, juntamente com a Holos
Engenharia Sanitária Ambiental, deram início à elaboração do PDRH-Paraopeba,
que recebeu um investimento de R$ 430 mil provenientes do FHIDRO. A previsão de
conclusão do documento era até o final do ano de 2008 (CBH-Paraopeba, 2011),
contudo o PDRH da bacia não havia sido publicado até o terceiro trimestre de 2011.
Ao entrar em contato com o CIBAPAR, não foi obtida informação sobre uma nova
data de entrega do PDRH.
Visando contribuir para a elaboração do PDRH da bacia hidrográfica do rio
Paraopeba, sugere-se que os resultados do PITE-BHRP, que contém um
levantamento atualizado da situação de esgotamento sanitário na bacia, sejam
consultados e contemplados durante a identificação das ações do PDRH da bacia. A
utilização dos dados do referido plano fornecerão a base para a construção de um
diagnóstico completo da bacia, no que diz respeito ao sistema de esgotamento
sanitário, e auxiliarão no direcionamento das ações e dos investimentos que deverão
ser feitos na BHRP.
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145
Ressalta-se a importância de um PDRH para a orientação do uso da água e
contribuição para o desenvolvimento econômico sustentável de uma bacia.
7.6 Plano para adequação operacional da ETE
O projeto Estruturador Meta 2010 tem como objetivo a revitalização da bacia
hidrográfica rio das Velhas com a volta do peixe na RMBH. Ressalta que as atuais
ações de despoluição da bacia já começam a trazer resultados, mas não o suficiente
para que o rio volte a índices aceitáveis e que permita a recuperação de sua fauna,
flora e matas ciliares. Assim foi lançado a Meta 2014 que prevê a continuação das
ações da Meta 2010. Esclarece-se que uma das diretrizes do escopo deste projeto é
a implantação de ETE’s, interceptores, ao longo do trecho do rio que percorre a
RMBH.
Assim, no ano de 2012, com a intenção de reafirmar o cumprimento do escopo do
projeto, será implantado o Plano para Adequação Operacional das ETE’s. Dessa
forma, os municípios que apresentam ETE’s em condições precárias ou fora de
operação, conforme diagnosticadas no PITE-BHRV, serão convocados pelo COPAM
para apresentar seu plano de adequação. O não cumprimento do plano pelo
município poderá acarretar a cassação da AAF ou a não renovação da LO.
Diante disso, sugere-se, por meio desta diretriz, que a mesma medida, ou seja, a
implantação do Plano para Adequação Operacional das ETE’s, seja executada para
os municípios que compõem a BHRP. Essa diretriz seria importante, pois, segundo
diagnosticado, aproximadamente 50% das ETE’s que fazem o lançamento dos seus
efluentes dentro da BHRP apresentaram condições precárias de operação.
7.7 Expansão dos sistemas de esgotamento sanitário para as áreas rurais
A coleta e o tratamento de esgotos no Brasil não abrangem as áreas rurais,
deixando por conta do proprietário rural a destinação dos dejetos, que quase sempre
se dá por meio de fossa negra.
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146
Como o trabalho a ser realizado nas comunidades rurais contempla um menor
contingente populacional, essas áreas normalmente são negligenciadas pela
administração pública municipal, sendo, portanto, ainda mais carentes do
saneamento básico e ambiental.
A disposição inadequada dos esgotos domésticos provenientes das áreas rurais
implica não apenas em dano ao meio ambiente, mas constitui forte fator de exclusão
social e acarreta graves problemas para a saúde pública, com a proliferação de
doenças infecto-contagiosas.
Durante a visita ao município de Ouro Branco e a tantos outros municípios, verificou-
se que os seus povoados eram carentes de coleta e tratamento dos esgotos
sanitários. Os esgotos eram lançados indiscriminadamente nos cursos d’ água ou
percolavam a céu aberto na área em que eles eram dispostos.
Sendo assim, identifica-se como diretriz inerente à implantação de melhorias na
BHRP, a expansão do atendimento dos serviços de esgotamento sanitário nas áreas
rurais da bacia, uma vez que foi constatado que os esgotos provenientes dessas
localidades também contribuem para o decaimento da qualidade das águas da
bacia.
7.8 Regularização do serviço prestado pelas empresa s de caminhões limpa
fossa junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambient e e dos Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA e à Agência Nacional de Transportes
Terrestres – ANTT
Na etapa de diagnóstico foi verificado que os municípios de Brumadinho, Curvelo,
Mário Campos, Pará de Minas e Paraopeba realizavam o lançamento de lodo
proveniente de fossas sépticas nos cursos d’água, sem considerarem os danos
ambientais que são causados pelo lançamento desse resíduo sem tratamento no
meio ambiente.
Foi verificado também que alguns dos municípios da bacia contratam empresas
especializadas no serviço de limpeza de fossas e não acuram se o contratado
feam
147
apresenta regularização ambiental e se realiza a disposição final dos resíduos em
local apropriado. Esse é o caso dos municípios de Cachoeira da Prata, Congonhas,
Jeceaba, Ouro Branco e Rio Manso, que terceirizam o serviço de limpeza de fossas
e não souberam informar qual o local da disposição final do lodo.
Desse modo, este item buscou destacar órgãos que regularizam e fiscalizam a
atividade de caminhões limpa fossa, para que os municípios do Estado, de forma
geral, que terceirizam ou não a limpeza de suas fossas, o façam de acordo com a
legislação vigente.
• IBAMA
As pessoas físicas ou jurídicas que realizam atividades classificadas como
potencialmente poluidoras ou que utilizam recursos naturais, de acordo com o Artigo
17 da Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981 e o Art. 8 da Instrução Normativa IBAMA
N° 31 de 3 de dezembro de 2009, devem obrigatoriame nte realizar o Cadastro
Técnico Federal e possuir o certificado de regularidade junto ao IBAMA (IBAMA,
2011).
Na categoria de serviços de utilidade pública a atividade “Destinação de resíduos de
esgotos sanitários e de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de
fossas”, que descreve a atividade realizada pelos caminhões limpa fossa, é passiva
da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA. E, segundo o Artigo 17 da
Lei Federal N° 10.165 de 27 de dezembro de 2000, o sujeito que exerça uma
atividade potencialmente poluidora é obrigado a entregar até o dia 31 de março de
cada ano um relatório das atividades exercidas no ano anterior nos moldes definidos
pelo IBAMA.
O “Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras
de Recursos Naturais”, juntamente com o “Relatório de Atividades”, tem como
objetivo controlar e monitorar as atividades potencialmente poluidoras e os serviços
de extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente
perigosos ao meio ambiente (IBAMA, 2011).
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148
• ANTT
A ANTT tem como atribuição regulamentar o transporte terrestre, por via pública em
todo o território nacional, de produtos perigosos ou que represente risco para a
saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente (ANTT,
2011).
O transportador de lodo de fossa séptica deve estar atento para o cumprimento das
regulamentações estabelecidas pela ANTT, como a realização do cadastro no
Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga – RNTRC, e nas
recomendações para o transporte de produtos perigosos.
RNTRC
De acordo com a Resolução ANTT N° 3056 de 12 de mar ço de 2009, para o
exercício de transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante
remuneração, realizado em vias públicas em todo o território nacional, é necessário
a obtenção e manutenção do Certificado no Registro Nacional de Transportadores
Rodoviários de Cargas – CRNTRC na ANTT (ANTT, 2011).
Conforme o Código de Trânsito Brasileiro, os caminhões limpa fossa com
capacidade de carga útil superior ou igual a 500 Kg, e que realizam transporte
remunerado, devem possuir placa de fundo vermelho e letras brancas e devem
possuir o CRNTRC emitido pela ANTT. No caso de caminhões que fazem transporte
de carga própria, eles devem possuir placa de fundo cinza e letras pretas, o que
caracteriza veículo particular, e não precisam se inscrever no RNTRC. Ressalta-se
que o serviço de transporte de carga própria é comprovado como particular quando
a “Nota Fiscal” dos produtos tem como emitente ou destinatário a empresa, entidade
ou indivíduo proprietário ou arrendatário do veículo (ANTT, 2011).
A pessoa física ou jurídica que comete a penalidade de contratar o serviço de
transportador que não possui inscrição no RNTRC, ou que esteja com ela suspensa
ou cancelada, está sujeito à multa no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).
Se o contrato for de transporte em veículos rodoviários de cargas que seja de
categoria particular a multa é no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) (ANTT, 2011).
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149
O transportador que não possui o CRNTRC está sujeito à multa e às sanções e não
está habilitado a exercer a atividade de prestação de serviço. A fiscalização é
realizada pela Polícia Rodoviária Federal, em todas as rodovias federais do País, e
pelos fiscais da ANTT, nas rodovias concedidas à iniciativa privada (ANTT, 2011).
O cadastro no RNTRC tem por objetivo conferir uma maior identidade ao
transportador rodoviário e formalidade ao setor de transporte de carga. Também
visa obter maior capacitação e profissionalização do setor, ao criar a figura do
responsável técnico, garantindo maior responsabilidade e qualidade no mercado.
Além disso, o cadastro serve de base para a ANTT conhecer o mercado de
prestação de serviço de transporte de cargas e, assim, orientar algumas políticas no
setor de transporte (ANTT, 2011).
Transportes Rodoviário de Produtos Perigosos no Âmbito Nacional
O transporte rodoviário de produtos perigosos devem se submeter ao Decreto
Federal ANTT N° 96.044 de 18 de maio de 1988 e à Re solução ANTT N° 420 de 12
de fevereiro de 2004 e suas alterações (ANTT, 2011).
De acordo com a Resolução ANTT N° 420 de 12 de deze mbro de 2004, o transporte
de lodos de fossas, resíduos de tanques sépticos, banheiros ecológicos ou químicos
devem ser licenciados como fonte móvel de poluição e devem ser identificados
como resíduos sépticos, que são substâncias infectantes e que afetam os seres
humanos. Os resíduos sépticos são enquadrado como de Classe 6, subclasse 6.2,
número da Organização das Nações Unidas – ONU 2814, número de risco 606 e
grupo de risco 2 (Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul –
FEPAM, 2011).
Os veículos e equipamentos utilizados no transporte de produtos perigosos devem
obrigatoriamente, durante a realização das atividades de carga (transporte,
descarga, transbordo, limpeza e descontaminação), portar os painéis de segurança
e rótulos de risco específicos, de acordo com as normas NBR 7500 e NBR 8286 da
ABNT. O uso dos painéis e dos rótulos tem como objetivo a identificação do produto
que está sendo transportado pelo veículo e, em caso de acidentes, servir de auxilio
feam
150
aos responsáveis pelo atendimento a situações de emergências com produtos
perigosos (ABIQUIM, 2002).
7.9 Criação de metodologia para cadastro, controle e fiscalização da
atividade de caminhões limpa fossa em âmbito estadu al
O transporte de lodos de fossa, resíduos de tanques sépticos, banheiros ecológicos
ou químicos constitui fonte móvel de poluição e, portanto, deve receber
acompanhamento a fim de que seja dada a destinação correta para essa carga
orgânica.
As operações desempenhadas pelos caminhões limpa fossa devem apresentar o
Cadastro Técnico Federal e possuir o certificado de regularidade junto ao IBAMA.
No entanto, foi verificada a necessidade do acompanhamento da atividade de
caminhões limpa fossa pelo Estado, visto as irregularidades encontradas durante as
visitas técnicas aos municípios da BHRP.
Desse modo, esta diretriz vem sugerir a criação de uma metodologia para cadastro,
controle e fiscalização da atividade de caminhões limpa fossa em âmbito estadual, a
fim de melhor regularizar esse tipo de atividade que pode vir a gerar impacto
ambiental negativo à qualidade das águas e dos solos.
Para a criação da metodologia estadual de cadastro, controle e fiscalização da
atividade de caminhões limpa fossa, sugere-se que a FEAM tenha como orientação
as metodologias do IBAMA, da ANTT, de outros órgãos do país, e até mesmo
internacionais, adotadas para esse tipo de atividade.
Assim, a FEAM poderá desenvolver uma metodologia de cadastro e controle da
atividade de caminhões limpa fossa que atenda o Estado de Minas Gerais, além de
permitir a identificação e a repressão de condutas irregulares por parte dos
responsáveis pela atividade.
feam
151
7.10 Redução do custo para a formalização do proces so administrativo para
regularização ambiental
Durante a etapa de diagnóstico, verificou-se que muitas ETE’s operavam sem
regularização ambiental e, por isso, não cumpriam os prazos estabelecidos na DN
COPAM N°128 de 2008.
Assim, com intuito de incentivar a regularização ambiental, identifica-se como diretriz
geral a redução do custo de análise do licenciamento ambiental (LO, LP, LI) ao custo
do processo de AAF, tendo em vista se tratar de atividade com impacto ambiental
positivo.
Ressalta-se que as unidades de tratamento e / ou disposição final de RSU’s teve os
custos da análise dos processos administrativos de LP, LI e LO equiparados aos
custos de um processo de AAF, conforme deliberado pela DN COPAM N° 143 de 25
de novembro de 2009.
A proposta dessa diretriz visa motivar os empreendimentos passíveis de
licenciamento a regularizar a sua situação perante o órgão ambiental, de modo a
diminuir o número de ETE’s sem regularização ambiental na bacia.
7.11 Estabelecer convênios e parcerias dos municípi os com entidades
responsáveis pela área de saneamento
Através da análise do Prognóstico deste Plano, verificou-se que 30 municípios da
BHRP apresentaram IQES “Muito ruim” ou “Ruim”.
Para auxiliar na melhoria das condições de saneamento desses municípios propõe-
se, através desta diretriz, que sejam feitos convênios / parcerias dos municípios com
entidades que poderão assistir à atividade a fim de garantir maior comprometimento
na busca por recursos financeiros, que poderão ser destinados à elaboração de
projetos executivos e à execução de obras de esgotamento sanitário.
feam
152
Os convênios / parcerias celebrados contribuirão para o aumento dos IQES’s dos
municípios envolvidos e, por conseguinte, para o alcance de melhorias na saúde da
população e no meio ambiente.
7.12 Programas de fomento para criação de consórcio s intermunicipais para
tratamento conjunto de esgoto sanitário
Os consórcios são entidades que reúnem os municípios para a realização de ações
conjuntas que, se fossem produzidas individualmente, não atingiriam os mesmos
resultados ou utilizariam um volume maior de recursos, além de demandar mais
tempo. A lei que regulamenta os consórcios públicos é a Lei Federal 11.107 de abril
de 2005.
Os consórcios têm sido apontados como um instrumento que permite ganhos de
escala nas políticas públicas, além de ser um novo modelo gerencial que pode
viabilizar a gestão microrregional. Têm possibilitado a discussão de um
planejamento regional: a ampliação da oferta de serviços por parte dos municípios; a
racionalização de equipamentos; a ampliação de cooperação regional; a
flexibilização dos mecanismos de aquisição de equipamentos e de contratação de
pessoal; entre outras vantagens. Desse modo, sugere-se por meio desta diretriz que
sejam criados programas de fomento para incentivar a formação de consórcios
intermunicipais de municípios vizinhos ou conurbados para tratamento conjunto de
esgoto sanitário. Esses consórcios privilegiariam principalmente os municípios com
população inferior a 20.000 habitantes, uma vez que se trata de municípios cujos
recursos para este fim são escassos.
feam
153
7.13 Vincular parte da receita bruta municipal, por força de Lei Federal, à
utilização em saneamento, incluindo-se o ICMS Ecoló gico
Os esgotos gerados pelas atividades humanas, comerciais, e industriais necessitam
ser coletados, transportados, tratados e dispostos mediante processos técnicos, de
forma que não gerem ameaça à saúde da população e ao meio ambiente.
Principalmente nos países em desenvolvimento, a falta de um adequado sistema de
coleta, tratamento e destino dos esgotos sanitários é uma das mais importantes
questões ambientais e de saúde pública. O problema é particularmente acentuado
nas áreas periurbanas e em áreas rurais onde a maioria da população é composta
por pessoas de baixa renda.
Apesar dos esforços nas últimas décadas, os investimentos nesta área continuam
inadequados enquanto a necessidade continua a crescer, principalmente em relação
ao tratamento dos esgotos. Esta situação é o resultado da baixa prioridade dada aos
serviços de esgotamento sanitário e a improbidade administrativa de alguns agentes
políticos.
Esta diretriz nasce da necessidade de fazer cumprir, por meio de uma Lei Federal, a
aplicação de parte da receita bruta municipal no setor de saneamento, visto a sua
importância e precariedade na maior parte dos municípios da BHRP, decorrente da
negligência do poder público municipal.
7.14 Desenvolvimento de avaliações de impacto sobre a saúde
O grande número de fatores ambientais que afetam a saúde humana é um indicativo
da complexidade e das interações no meio ambiente. A maioria dos problemas
ambientais tem causas múltiplas e também podem ter efeitos múltiplos. Em
consequência, a saúde, o ambiente e o desenvolvimento estão estreitamente
vinculados. O desenvolvimento depende dos esforços de melhorar a saúde e reduzir
os riscos ambientais. Ao mesmo tempo, a melhoria da saúde só pode ser atingida
feam
154
mediante os esforços conjuntos dos serviços de saúde do setor público e do privado,
da comunidade e do indivíduo.
O desenvolvimento de avaliações de impacto do saneamento ambiental, ou da
ausência dele, sobre a saúde do operador das ETE’s e da população faz-se
necessária, pois evidencia a qualidade com que os serviços são prestados e
contribui para o desenvolvimento de atividades e ações de educação ambiental, por
meio da relação entre o saneamento e as doenças de veiculação hídrica.
7.15 Redução de conexões clandestinas de águas pluv iais em sistemas de
esgotamento sanitário
Em vários países, inclusive no Brasil, adota-se o sistema separador de esgotamento
sanitário, o qual separa as águas pluviais em linhas de drenagem independentes
dos esgotos sanitários e que não contribuem à ETE. O lançamento indevido dos
esgotos sanitários em linhas de drenagem e vice-versa acarreta complicações nesse
sistema, tais como: a ocorrência de extravasão dos esgotos nos períodos de chuva
intensa; possível ocorrência de mau cheiro proveniente de bocas de lobo e demais
pontos do sistema; risco de refluxo do esgoto sanitário para o interior das
residências, por ocasião das cheias; e extravasamento dos esgotos sanitários sem
tratamento, uma vez que as ETE’s não podem ser dimensionadas para tratar toda a
vazão que é gerada no período de chuvas.
Com o objetivo de eliminar os lançamentos indevidos e solucionar os problemas
advindos desses lançamentos, a COPASA implementou na RMBH o programa
“Caça Esgoto” que tem contribuído para a redução das conexões clandestinas nas
redes, de modo a aumentar a capacidade de atendimento do sistema coletor
existente e incrementar o percentual de tratamento dos esgotos sanitários.
Esta diretriz aponta para a necessidade de haver a expansão e multiplicação desse
programa para as regiões fora da RMBH, inclusive para a BHRP.
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155
7.16 Fomento à estruturação de adequados sistemas d e gestão em
saneamento, incluindo regulação e sistema de inform ação
Pela Lei Federal Nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007 foi instituído o Sistema
Nacional de Informações em Saneamento Básico – SINISA, com os objetivos de
coletar e sistematizar dados relativos às condições da prestação dos serviços
públicos de saneamento básico; disponibilizar estatísticas, indicadores e outras
informações relevantes para a caracterização da demanda e da oferta de serviços
públicos de saneamento básico; e permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da
eficiência e eficácia da prestação dos serviços de saneamento básico. Por meio
desta mesma lei, foi delegada à União apoiar os titulares dos serviços a organizar
sistemas de informação em saneamento básico.
Esta diretriz assinala a necessidade de haver a organização e implementação do
Sistema de Informações Municipal em Saneamento Básico – SIM-SB, em
consonância com o SINISA, com a definição de indicadores e índices para o
monitoramento e avaliação da situação de acesso, qualidade, segurança, eficiência,
eficácia e efetividade na gestão e na prestação dos serviços e nas condições de
saúde e de salubridade ambiental. O SIM-SB também contemplaria as funções de
gestão: planejamento, prestação, regulação, fiscalização e o controle social.
Esse sistema uma vez construído, testado e aprovado deverá ser alimentado
periodicamente para que o Plano Municipal de Saneamento possa ser avaliado,
possibilitando verificar a sustentabilidade da prestação dos serviços de saneamento
básico no município. É de extrema importância que o SIM-SB seja construído
atendendo as diretrizes do SINISA, do Ministério das Cidades e criado pela Lei
Nacional de Saneamento Básico.
feam
156
7.17 Considerar para a BHRP a utilização do Program a de Compra de
Esgotos Tratados da ANA
O Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas – PRODES foi criado pela ANA
em março de 2001, com a finalidade de incentivar a implantação de estações de
tratamento de esgotos, reduzindo, assim, os níveis de poluição nas bacias
hidrográficas do país. O PRODES, também conhecido como “Programa de compra
de esgoto tratado”, é uma iniciativa inovadora, pois não financia obras ou
equipamentos; ao invés disso, paga pelos resultados alcançados, ou seja, pelo
esgoto efetivamente tratado.
O contrato de pagamento pelo esgoto tratado é firmado pelo governo federal, por
intermédio da ANA, diretamente com o prestador do serviço de saneamento. A
liberação dos recursos se dá a partir da conclusão da obra e início da operação da
ETE, em parcelas vinculadas ao cumprimento de metas de abatimento de cargas
poluidoras e demais compromissos contratuais.
No período de 2001 até 2010 foram contratadas 42 ETE’s, envolvendo um valor total
dos contratos de R$ 152,2 milhões, mas que tiveram investimentos para implantação
por parte dos prestadores de serviços de R$ 467 milhões (ANA, 2011).
A ETE Betim Central, em fase final de obra e com capacidade instalada para tratar
500 L/s, encontra-se na fase de ratificação de metas pela ANA. Alguns ajustes
propostos pela agência dependem de obras já em andamento. O início da
certificação está previsto para ocorrer em 2012.
7.18 Financiamento para implantação de ETE’s, para adequação na parte
operacional das estações existentes, e para demais serviços de
esgotamento sanitário
Nas visitas realizadas aos 48 municípios que compõem a BHRP, observou-se que
boa parte deles não possui recursos financeiros suficientes para resolver os
problemas relativos ao esgotamento sanitário. Sendo assim, essa diretriz reuniu as
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157
principais fontes de apoio financeiro que podem ser utilizadas para a elaboração de
projetos de saneamento, à implantação de rede coletora e de estações de
tratamento e para a realização de melhorias nas ETE’s dos municípios da BHRP. As
principais fontes são as seguintes:
� BDMG;
� Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES;
� Caixa Econômica Federal – CEF;
� FUNASA;
� FHIDRO;
� Ministério das Cidades;
� PAC;
� Secretária Estadual de Desenvolvimento Regional e Política Pública – SEDRU.
A linha de financiamento do governo federal para os municípios com população
superior a 50 mil habitantes ou integrantes das regiões metropolitanas, Regiões
Integradas de Desenvolvimento – RIDE’s ou participantes de consórcios públicos
afins é pelo Ministério das Cidades, por intermédio da Secretaria Nacional de
Saneamento Ambiental, que é responsável pelo repasse de recursos para iniciativas
de saneamento. No caso dos municípios com população de até 50 mil habitantes,
cabe ao Ministério da Saúde realizar o financiamento por meio da FUNASA.
No governo estadual, as linhas de financiamento disponíveis para liberação de
recursos financeiros para a execução de obras e projetos são a SEDRU e o
FHIDRO, respectivamente.
No caso da realização do financiamento junto aos governos estadual e / ou federal,
as linhas de financiamentos são fontes de recursos não onerosos, o que significa
que o município não precisará reembolsar o governo o recurso financeiro adquirido.
Outras fontes de recursos são onerosas para os municípios, como é o caso do
financiamento feito pelo BDMG, BNDES, CEF ou PAC, ou seja, o município precisa
reembolsar a quantia fornecida com encargo estabelecido pela fonte de
financiamento.
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158
Segue abaixo uma sucinta abordagem de cada uma das fontes de financiamento
disponíveis.
• BDMG
O BDMG é um parceiro do desenvolvimento para a implantação e execução de
projetos em diversas áreas, como infraestrutura urbana, saneamento básico e
ambiental, desenvolvimento urbano e fortalecimento institucional, propondo soluções
financeiras aos municípios mineiros (BDMG, 2011).
O BDMG firmou convênio com a SEMAD e os seus órgãos vinculados, a FEAM, o
IGAM e o Instituto Estadual de Florestas – IEF, com o objetivo de aperfeiçoar e
agilizar a análise das solicitações de apoio financeiro e, assim, ratificar a sua função
de facilitador para o atendimento às normas ambientais e de promotor do
desenvolvimento sustentável (BDMG, 2011).
O “Programa de Modernização Institucional e Ampliação da Infraestrutura em
Municípios do Estado de Minas Gerais” – Novo SOMMA Urbaniza é um programa de
apoio aos projetos de investimentos na infraestrutura de saneamento básico,
mobilidade urbana e drenagem urbana. No caso de projetos de saneamento básico
são financiados aqueles que contemplam: sistema de água para abastecimento
público, sistema de esgotamento sanitário e planos municipais de saneamento
básico. A contrapartida exigida pelo BDMG é de, no mínimo, 10% do valor do projeto
(BDMG – PORTAL DOS MUNICIPIOS MINEIROS, 2011).
• BNDES
O BNDES é uma empresa pública federal que financia projetos de investimentos,
aquisição de equipamentos e exportação de bens e serviços, e que apóia projetos
no âmbito de infraestrutura abrangidos pelo PAC (BNDES, 2011).
A linha de financiamento “Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos” do BNDES
tem por objetivo prestar apoio aos projetos de investimentos, públicos ou privados,
que colaborem para a universalização do acesso a serviços de saneamento básico e
à recuperação de áreas ambientais degradadas. Os projetos financiáveis devem
estar relacionados aos seguintes itens: abastecimento de água; esgotamento
feam
159
sanitário; efluentes e resíduos industriais; resíduos sólidos; gestão de recursos
hídricos; recuperação de áreas ambientalmente degradadas; desenvolvimento
institucional; despoluição de bacias, em regiões onde já estejam constituídos os
comitês; e macrodrenagem (BNDES, 2011).
O produto BNDES Finem realiza o financiamento para a linha “Saneamento
Ambiental e Recursos Hídricos”, variando as condições da linha de financiamento de
acordo com o perfil e a demanda de seus clientes. O BNDES participa com, no
máximo, 80% dos itens financiáveis (BNDES, 2011).
• CEF
A CEF é o principal agente de políticas públicas do governo federal e é o agente
operador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, que é o ascendente
dos recursos financeiros para o programa “Saneamento para Todos”.
O programa “Saneamento para Todos” visa à promoção da saúde e da qualidade de
vida da população urbana e rural através da redução dos déficits nos serviços de
abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos por
meio de financiamento de empreendimentos ao setor público ou privado (FGTS,
2011). Em operações com o setor público, o valor correspondente à contrapartida
mínima é de 5% do valor do investimento, exceto na modalidade “Abastecimento de
Água”, onde a contrapartida mínima é de 10%. Em operações com o setor privado, o
valor correspondente à contrapartida mínima é de 20% do valor do investimento
(CEF, 2011).
No caso de investimento na área de esgotamento sanitário, as atividades
relacionadas são as seguintes: rede coletora, inclusive ligação predial; transporte;
tratamento; e disposição final dos esgotos sanitários (CEF, 2011).
O município interessado em participar do programa deve, desde que aberto o
processo de seleção pública pelo Ministério das Cidades, preencher ou validar a
Carta-Consulta eletrônica disponibilizada no sítio desse Ministério na internet (CEF,
2011).
feam
160
• FUNASA
A FUNASA, órgão executivo do Ministério da Saúde, é responsável pela promoção
da inclusão social através da realização de ações de saneamento básico e
ambiental para a prevenção e o controle de doenças. Essa instituição do governo
federal também é responsável por formular e implementar ações de promoção e
proteção à saúde relacionadas com as atuações estabelecidas pelo Subsistema
Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental (FUNASA, 2011).
Os investimentos através de recursos não onerosos alocados pela FUNASA na
esfera federal visam intervir no meio ambiente e na infraestrutura, baseado nos
indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e sociais, dos municípios com
população de até 50 mil habitantes e em comunidades indígenas, quilombolas e
especiais. A instituição, em parceria com órgãos e entidades públicas e privadas,
presta consultoria e assistência técnica e / ou financeira para o desenvolvimento de
ações na área de saneamento ambiental na saúde (FUNASA, 2011).
Uma das áreas de atuação da FUNASA é a “Engenharia de Saúde Pública”, onde
possui a mais antiga e contínua experiência em ações de saneamento no país. As
operações desenvolvidas com o intuito de prevenir doenças e controlar os agravos
na saúde são: a construção e ampliação de sistemas de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário; implantação de melhorias sanitárias domiciliares; e a
implantação, ampliação e melhoria dos sistemas de tratamento e disposição final de
RSU’s (FUNASA, 2011).
Nessa área, a instituição possui o programa “Saneamento para Promoção da
Saúde” que tem como objetivo beneficiar 60% dos municípios brasileiros, com,
aproximadamente, 35 milhões de pessoas, em um período de quatro anos. Para
isso, foi criado o Departamento de Engenharia de Saúde Pública – DENSP que veio
para garantir os direitos humanos fundamentais de promoção da saúde por meios de
ações de pesquisa, concepção, projeto, construção e operação de obras e serviços
de saneamento ambiental.
A FUNASA, como integrante do componente de infraestrutura social e urbana do
PAC 2 Saneamento, terá recursos de aproximadamente R$ 5 bilhões para a
construção ou ampliação de obras em sistemas de abastecimento de água e de
feam
161
esgotamento sanitário nos municípios com população de até 50 mil habitantes de
todo o país (cerca de 90% da Federação), exceto os integrantes das regiões
metropolitanas. Para a primeira etapa da seleção das propostas apresentadas pelas
prefeituras, será distribuído R$ 1,1 bilhão para esgotamento sanitário, R$ 800
milhões para abastecimento de água e R$ 300 milhões para elaboração de projetos
(FUNASA, 2011).
Na área de esgotamento sanitário, os recursos serão aplicados na construção de
redes coletoras, interceptores, emissários e ETE’s (FUNASA, 2011).
• FHIDRO
O programa FHIDRO, do governo do Estado de Minas Gerais, tem por objetivo dar
suporte financeiro a programas e projetos que geram a racionalização do uso e a
melhoria dos recursos hídricos do Estado, quanto aos aspectos qualitativos e
quantitativos, inclusive os que estejam ligados à prevenção de inundações e ao
controle da erosão do solo, em concordância com as leis federais (FHIDRO, 2011).
Os projetos, acompanhados com toda a documentação exigida pela Resolução
Conjunta SEMAD / IGAM 1.162 / 2010, devem ser protocolados no IGAM e
analisados pela comissão deste instituto, pelo grupo coordenador do FHIDRO e pelo
BDMG, no caso de projetos “de recursos reembolsáveis”, ou à SEMAD, no caso de
projetos “de recursos não reembolsáveis” (FHIDRO, 2011).
Os recursos reembolsáveis são destinados à elaboração de projetos e à realização
de investimentos fixos e mistos, inclusive a aquisição de equipamentos relativos a
projetos de comprovada viabilidade técnica, social, ambiental, econômica e
financeira que atendam aos objetivos do FHIDRO. Os beneficiários desses recursos
estão definidos nos incisos II, III, VI e VII do artigo 4º da Lei Estadual Nº 15.910 de
21 de dezembro de 2005, e o proponente deverá oferecer contrapartida de no
mínimo 20% do valor do projeto (FHIDRO, 2011).
Os recursos não reembolsáveis são destinados exclusivamente para o pagamento
de despesas de consultoria, reembolso de custos de execução de programas e
projetos ou em empreendimentos de proteção e melhoria dos recursos hídricos. Os
beneficiários desse recurso deverão apresentar comprovação de sua atuação na
feam
162
preservação, na conservação ou na melhoria dos recursos naturais, de acordo com
o que estão definidos nos incisos I, III, IV, V e VII do artigo 4º da Lei Estadual Nº
15.910 de 21 de dezembro de 2005, e deverá oferecer contrapartida de, no mínimo,
10% do valor do projeto (FHIDRO, 2011).
Metade dos recursos do programa FHIDRO é proveniente da cota destinada ao
Estado a título de compensação financeira por áreas inundadas por reservatórios
para a geração de energia elétrica. Os demais recursos têm procedência da
transferência de fundos federais, da operação de crédito interna ou externa de que o
Estado seja mutuário, de doações, contribuições ou legados de pessoas físicas e
jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, e dotações de recursos de
outras origens (FHIDRO, 2011).
• Ministério das Cidades
Segundo o IBGE, no ano de 2000, mais de 80% da população brasileira já morava
em cidades, o que requer que esteja bem consolidado um bom planejamento urbano
nos municípios. O crescimento das cidades tem impacto real nas condições
sanitárias e exige que a infraestrutura de saneamento básico acompanhe
continuamente as novas necessidades da população.
Ao Ministério das Cidades compete tratar da política de desenvolvimento urbano e
das políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental, transporte urbano e
trânsito. O Ministério pretende fortalecer as competências municipais por meio do
financiamento dos planos, projeto e obras e do apoio à capacitação técnica de
quadros da administração pública municipal ou dos agentes sociais locais. Através
da CEF, operadora dos recursos, o Ministério das Cidades trabalha de forma
articulada e solidária com os estados, municípios, movimentos sociais, organizações
não governamentais, setores privados e demais segmentos da sociedade
(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2011).
A Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – SNSA do Ministério das Cidades
tem por objetivo a promoção do acesso universal aos serviços de saneamento, com
preços e tarifas justas, mediante atendimento aos requisitos de qualidade e
regularidade. Para isso, a SNSA adota dois eixos estratégicos de atuação: um
feam
163
voltado ao planejamento, formulação e implementação da política setorial; e outro
relacionado à identificação de novas fontes de financiamento que assegurem a
contínua elevação dos investimentos no setor. Além disso, essa secretaria está
coordenando a elaboração do Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB,
que constituirá o eixo central da política federal para o saneamento básico e da
definição das metas e estratégias de governo para o setor no horizonte dos
próximos vinte anos.
• PAC
O PAC é um programa de expansão do crescimento do governo federal brasileiro
que, aliado a um conjunto de políticas econômicas, tem por objetivo acelerar o
crescimento econômico do país através do investimento em diversos setores
produtivos, sendo que o setor de infraestrutura é um dos prioritários, nas áreas de
saneamento, habitação, transporte, energia e recursos hídricos (PAC, 2011).
Os ministros da Casa Civil, da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão
compõem o Comitê Gestor do PAC – CGPAC, que tem como função coordenar as
ações necessárias para a implementação do PAC e sua execução (PAC, 2011).
De acordo com o relatório do PAC 2 (PAC, 2011), o programa tem como previsão
preliminar de investimento para o período de 2011 a 2014, a quantia de R$ 22,1
bilhões de reais para a área de saneamento, visando a expansão da coleta e do
tratamento de esgoto.
O módulo do PAC “Estímulo ao Crédito e ao Financiamento do PAC” é composto por
um grupo de medidas destinadas a elevar o financiamento de longo prazo em
condições mais favoráveis que no passado, principalmente por parte da CEF e do
BNDES (PAC, 2011).
Duas das medidas do módulo para estímulo ao crédito e ao financiamento
relacionados ao esgotamento sanitário são:
� “Concessão pela União de crédito à CEF para aplicação em saneamento e
habitação”, onde o crédito de R$ 5,2 bilhões poderá ser utilizado somente para
investimentos em saneamento e habitação popular;
feam
164
� “Ampliação do limite de crédito do setor público para investimentos em
saneamento ambiental e habitação”, que terá aumento em R$ 6 milhões do limite
específico para a contratação de operações de crédito do setor público e para
novas ações de saneamento ambiental.
• SEDRU
A SEDRU visa a promoção da articulação e integração regional dos municípios,
mediante a implementação de programas, projetos e ações de desenvolvimento
regional e urbano, aliado ao desenvolvimento sustentável das cidades, nas áreas de
habitação, saneamento, uso ordenado do solo e telecomunicações (SEDRU, 2011).
O projeto de saneamento básico “Mais Saúde Para Todos” busca a melhoria da
qualidade de vida da população, a redução do índice de doenças e a minimização
dos impactos ambientais, através da ampliação dos sistemas de abastecimento
público de água, da ampliação da cobertura de coleta de esgotos sanitários, do
incremento do tratamento de esgotos e da instalação de módulos sanitários
(SEDRU, 2011).
Para a instalação de módulos sanitários são contempladas residências de famílias
de baixa renda que não possuem instalações sanitárias. Esse módulo abrange a
construção de fossa séptica, instalação de caixa d’água, vaso sanitário, chuveiro,
tanque e lavatório, bem como a instalação hidráulica e elétrica (SEDRU, 2011).
Na área de “Sistema de Esgoto”, a ação contempla a implementação de rede
coletora, ligações domiciliares, interceptores, emissários e de elevatórias,
intervenções necessárias ao aumento da cobertura dos serviços de esgotamento
sanitário nas áreas mais carentes do Estado (SEDRU, 2011).
São prioritários os projetos que beneficiam os municípios que combinam menor
capacidade de investimento, maior concentração de população de baixa renda e
menor cobertura por rede de esgotamento sanitário com tratamento, mediante
informações da COPASA ou do IBGE.
feam
165
7.19 Prioridade de investimentos nos municípios de acordo com a sua
classificação no IQES
Os municípios foram classificados por níveis de prioridade de investimentos de
acordo com o IQES obtido. O município que foi classificado como IQES “Muito ruim”
é definido como de prioridade altíssima de investimento, o que se classificou como
IQES “Ruim” foi definido como de prioridade alta, o município que foi classificado
como IQES “Médio” foi considerado como de prioridade média de investimento, o
que foi classificado como IQES ”Bom” foi definido como de prioridade baixa e o que
se classificou como IQES “Muito bom” foi definido como sendo de prioridade
baixíssima.
Na BHRP, 11 municípios, o que equivale a 8,96% da população da bacia, foram
classificados com IQES “Muito ruim”, são eles: Bonfim, Brumadinho, Esmeraldas,
Igarapé, Inhaúma, Mário Campos, Mateus Leme, Piedade dos Gerais, Rio Manso,
São Brás do Suaçuí e São José da Varginha.
Desses 11 municípios, 3 possuem PC e PT igual a 0% e devem investir na
implantação de rede coletora e de um sistema de tratamento de esgoto sanitário.
Esses municípios são Piedade dos Gerais, Rio Manso e São Brás do Suaçuí.
Os municípios de Bonfim, Esmeraldas, Igarapé, Mário Campos e Mateus Leme
apesar de possuírem rede coletora, ainda que insuficiente para o atendimento da
totalidade da população urbana, não possuem ETE e devem buscar investimento
para a ampliação da rede coletora e a implantação de ETE.
Os municípios de Brumadinho, Inhaúma e São José da Varginha, que apresentaram
o PC e o PT≤ 50% devem também buscar investimento para a expansão da rede
coletora e do atendimento por tratamento de esgoto.
No nível de prioridade alta de investimentos, os municípios que apresentaram IQES
“Ruim” representam 19,73% da população da BHRP. Foram eles: Belo Vale, Casa
Grande, Congonhas, Cristiano Otoni, Crucilândia, Desterro de Entre Rios, Entre Rios
de Minas, Ibirité, Itatiaiuçu, Itaverava, Jeceba, Lagoa Dourada, Moeda, Ouro Preto,
Paraopeba, Pequi, Queluzito, São Joaquim de Bicas e Sarzedo. Desses, 11
feam
166
necessitam da implantação de ETE’s, são eles: Belo Vale, Casa Grande, Cristiano
Otoni, Crucilândia, Desterro de Entre Rios, Ibirité, Itatiaiuçu, Itaverava, Lagoa
Dourada, Moeda e Paraopeba. Os demais necessitam de uma expansão da
capacidade de suas ETE’s ou a implantação de outras, uma vez que apresentaram
PT ≤ 50%.
Os municípios que foram classificados com o IQES “Médio” foram: Cachoeira da
Prata, Caetanópolis, Conselheiro Lafaiete, Fortuna de Minas, Juatuba e Sete
Lagoas, o que representa 18,47% da população da bacia. Todos esses municípios
apresentaram PC superior a 50%, no entanto, apresentaram PT ≤ 50%, com
exceção do município de Betim que apresentou PT de 70%. Sendo assim, esses
municípios devem buscar financiamento principalmente para a ampliação no
tratamento dos seus esgotos.
Os municípios de Betim, Contagem, Florestal, Maravilhas e Ouro Branco, foram
classificados com IQES “Bom” e são definidos como nível de prioridade baixa de
investimento. Esses 5 municípios equivalem a 52,84% da população da BHRP.
Ressalta-se que, apesar dos municípios de Florestal e de Maravilhas terem
declarado possuir um PC e PT iguais a 98%, eles apresentaram baixo peso no
indicador “Operacionalidade da ETE”, devendo, portanto, realizar melhorias nos
seus sistemas de tratamento de esgoto.
Dos 41 municípios que lançam seus esgotos na BHRP nenhum foi classificado com
IQES “Muito bom”, pois não atingiram peso maior ou igual a 80.
7.20 Capacitação de operários e designação de verba s para as ETE’s
classificadas como em precárias condições operacion ais
Das 48 ETE’s da BHRP, 22 ETE’s foram classificadas como em precárias condições
operacionais e os municípios as quais elas pertencem devem recorrer a fontes de
financiamento com o objetivo de obter recursos para a elaboração e execução do
Plano de Adequação Operacional, a fim de custear as melhorias nas estações.
feam
167
Dessas 22 ETE’s, 06 obtiveram o POF menor ou igual a 50% na análise do indicador
“Operacionalidade da ETE”; são elas: ETE Piedade do Paraopeba, ETE Casa de
Pedra I, ETE Florestal, ETE Fortuna de Minas, ETE-1 Inhaúma e ETE-1 Maravilhas,
pertencentes aos municípios de Brumadinho, Congonhas, Florestal, Fortuna de
Minas, Inhaúma e Maravilhas, respectivamente. Essas estações devem ser tratadas
como de prioridade alta de investimento em melhorias operacionais.
Os operadores das 22 ETE’s classificadas como em precárias condições
operacionais devem receber cursos de capacitação e / ou treinamento para
manutenção e operação dos equipamentos da ETE, rotina operacional e segurança
do trabalho nesse tipo de empreendimento.
7.21 Realização de reuniões junto aos titulares dos serviços de
esgotamento sanitário dos municípios
Nas etapas de diagnóstico e prognóstico foi constatada que a maioria dos
municípios não estão regularizados ambientalmente.
Diante dessa situação, constata-se a necessidade de promoção de reuniões pela
FEAM junto à COPASA e às prefeituras para o estabelecimento do TAC, visando o
cumprimento das determinações do COPAM.
feam
168
8 APÊNDICE
8.1 Apêndice I: Relatório por município
Belo Vale i - Diagnóstico O município de Belo Vale, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população
total de 7.536 habitantes sendo que, 3.295 habitantes correspondem à população
urbana e 4.241 habitantes à população rural.
O município e sua sede encontram-se totalmente inseridos na BHRP, mais
precisamente na região do ARP. Belo Vale possui apenas o distrito de Santana do
Paraopeba, com população de 2.419 habitantes (IBGE, 2007).
Em visita realizada em março de 2011 ao município, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, diagnosticou-se que a infraestrutura
disponível no município era de rede coletora e fossas sépticas. Conforme informado
na visita, a prefeitura nunca havia realizado limpeza das fossas sépticas e não havia
recebido, até o momento, pedido para a limpeza das mesmas.
A titularidade do serviço de esgotamento sanitário do município era da prefeitura.
O percentual de população urbana atendida por rede coletora de esgoto era de
100% e o percentual de população urbana atendida por tratamento de esgoto era de
0%, conforme declarado pela supervisora de meio ambiente na visita ao município.
O lançamento de esgoto in natura era realizado no rio Paraopeba em vários pontos
ao longo do seu percurso.
De acordo com a supervisora de meio ambiente do município, na visita realizada em
março de 2011, era possível observar vários pontos de lançamento de esgotos
sanitários, em uma extensão de aproximadamente 2 Km no rio Paraopeba.
feam
169
O ponto 1 de lançamento estava localizado na latitude S (20° 24’ 23,0’’) e longitude
WO (44° 01’ 32,4’’) e segundo o funcionário da pref eitura que acompanhou a visita
era um dos maiores pontos de lançamento de esgoto do município.
A, aproximadamente, 150 m do ponto 1 de lançamento do esgoto bruto, estava o
ponto 2 de lançamento, localizado na latitude S (19° 05’ 12,1’’) e longitude WO (46°
29’ 32,9’’).
O ponto 3 de lançamento estava localizado na latitude S (20° 24’ 24,7’’) e longitude
WO (44° 29’ 32,9’’), na margem oposta aos pontos 1 e 2 de lançamento.
Figura 1 – Esgoto sanitário in natura
no ponto 1 de lançamento no rio
Paraopeba
Figura 2 – Encontro do esgoto bruto
com o rio Paraopeba no ponto 1 de
lançamento
feam
170
Figura 3 – Ponto 2 de lançamento do
esgoto bruto no rio Paraopeba
Figura 4 – Chegada do esgoto bruto no
ponto 2 de lançamento no rio Paraopeba
Figura 5 – Ponto 3 de lançamento do
esgoto in natura no rio Paraopeba
Figura 6 – Pontos de lançamento do
esgoto in natura ao longo do rio
Paraopeba
feam
171
ii – Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Belo Vale está
enquadrado na classe “Ruim”, pois alcançou peso de 33,33. Esse resultado foi
obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC” e “Análise
adicional”, esse último com relação ao item “Atendimento à DN COPAM N° 128 de
2008”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Belo Vale está
classificado no grupo 7 e, em atendimento a essa deliberação, o município
cadastrou o Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, para continuar
cumprindo à referida DN, o município tem o prazo de até março de 2017 para obter
a AAF de sua ETE que deve ser instalada e atender a 80% da população urbana
com um sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Belo Vale não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município não
possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda, no mínimo, a 50% da
população urbana.
Betim i - Diagnóstico O município de Betim, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população total de
377.547 habitantes sendo que, 374.789 habitantes correspondem à população
urbana e 2.758 habitantes à população rural.
O município e sua sede encontram-se totalmente inseridos na BHRP, mais
precisamente na região do MRP. Conforme o IBGE (2007), Betim não possui
distritos.
Em visita realizada em abril de 2011 ao município, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresentava
infraestrutura disponível constituída de rede coletora, interceptores, fossas sépticas,
feam
172
elevatórias, sete ETE’s em funcionamento, a ETE Betim Central, a ETE Cachoeira,
ETE Salomé, ETE Teixeirinha, ETE Cidade Verde, ETE Santo Antônio e ETE
Petrovale; e uma ETE em fase de construção, a ETE Bandeirinhas. A titularidade
dos serviços de esgotamento sanitário do município era da COPASA.
O percentual de população urbana atendida por rede coletora de esgoto era de 80%
e o percentual de população urbana atendida por tratamento de esgoto era de 70%,
conforme declarado pelo agente ambiental municipal na visita realizada a Betim.
ETE Betim Central – Número do processo no COPAM: 00162/1998/007/2010
A ETE Betim Central se localiza na latitude S (19° 58’ 10,1’’) e longitude WO (44° 13’
28,8’’) e, na data da visita, o efluente da estação era lançado no rio Betim.
O sistema de tratamento adotado na ETE Betim Central era composto por
tratamento preliminar, caracterizado por gradeamento manual, dois gradeamentos
finos mecanizados, peneira roto screen, dois desarenadores mecanizados e medidor
ultrasônico da vazão; seis reatores UASB; queimador de gás; reatores do sistema de
lodos ativados e dois decantadores secundários. A ETE possuía ainda uma casa de
apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Betim Central.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Betim Central
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
feam
173
O lodo da ETE era desidratado por centrífugas e depois encaminhado para o aterro
sanitário em Contagem.
Segundo informado pelo operador da ETE Betim Central a vazão de esgotos no
momento da visita era de 211,62 L/s.
De acordo com o projeto, a ETE Betim Central foi projetada para atender na fase
inicial de sua operação a 370.000 habitantes. Porém, de acordo com a vazão
informada e considerando que o coeficiente de retorno de esgotos seja de 80% e a
cota per capita de consumo de água igual a 150 L/hab.dia, o atendimento da
estação era de 152.366 habitantes no momento da visita.
Na data da visita, a ETE Betim Central operava em boas condições, uma vez que a
estação apresentou 17 itens mínimos esperados em uma ETE e executava os
procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento. No entanto, foi
observada a presença de animais no local.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011 a ETE Betim Central
possuía LO provisória.
Não foi identificada estação de amostragem do projeto “Águas de Minas” localizada
a uma distância aproximada de 30 Km a jusante da ETE Betim Central.
Figura 2 – Vista do tratamento preliminar
da ETE Betim Central
Figura 3 – Vista dos reatores UASB da
ETE Betim Central
feam
174
Figura 4 – Queimador de gás Figura 5 – Reatores de lodo ativados
Figura 6 – Decantador secundário Figura 7 – Vestígios de animais
ETE Cachoeira
A ETE Cachoeira se localiza na latitude S (19° 56’ 53,1’’) e longitude WO (44° 13’
37,2’’) e na data da visita o efluente da estação era lançado no córrego Cachoeira.
O sistema de tratamento adotado na ETE Cachoeira era composto por tratamento
preliminar, caracterizado por gradeamento, dois desarenadores e medidor Pashall e
ultrasônico; dois reatores UASB; queimador de gás; flotador e quatro leitos de
secagem. A ETE possuía casa de apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Cachoeira.
feam
175
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Cachoeira
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Segundo informado pelo operador da ETE Cachoeira, a vazão média de esgotos
sanitários que chegava à estação era de 14,8 L/s. Segundo a COPASA (2011) a
população atendida pela ETE Cachoeira era de 6.700 habitantes.
Na data da visita, as condições de operação da ETE Cachoeira eram precárias, uma
vez que, a estação apresentou 15 itens míninos esperados em uma ETE, ela não
executava os procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento.
Foi observada a presença de animais na estação e o paisagismo da ETE era
inadequado. Além disso, o flotador se encontrava desligado e, devido à dificuldade
de acesso ao ponto de lançamento de efluente no corpo hídrico, não foi possível
verificar se o lançamento estava sendo realizado de forma adequada.
De acordo com o operador da ETE, o lodo e o material proveniente do tratamento
preliminar eram dispostos em uma caçamba e depois conduzidos ao aterro sanitário
de Contagem.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011 a ETE Cachoeira não
possuía regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem Bacia Paraopeba 071
– BP071, que está localizada no rio Betim, antes da sua foz no rio Paraopeba, no
município de Betim. A finalidade da estação neste ponto é realizar o monitoramento
feam
176
da qualidade das águas do rio Betim. No 3° trimestr e de 2010, o valor do IQA no
ponto de coleta apresentado foi de 21,6, que o classifica como índice de qualidade
“Muito ruim” (0 < IQA ≤ 25) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Betim, que influenciam diretamente no valor
de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário, o lançamento de efluente industrial,
carga difusa e a presença de resíduos sólidos (IGAM, 2010).
A ETE Cachoeira, classificada como em condições precárias de operação, está
localizada a aproximadamente 9,1 Km a montante da estação BP071 e a ETE pode
ser considerada uma influência para a queda do valor do IQA, levando em
consideração a sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição de
operação e os fatores de pressão para o curso d’água.
Figura 2 – Vista geral ETE Cachoeira Figura 3 – Vista dos reatores UASB da
ETE Cachoeira
Figura 4 – Flotador desligado Figura 5 – Paisagismo inadequado
feam
177
Figura 6 – Presença de animais
ETE Salomé
A ETE Salomé se localiza na latitude S (19° 57’ 19, 4’’) e longitude WO (44° 12’
56,2’’) e, na data da visita, o efluente da estação era lançado no córrego Cachoeira.
O sistema de tratamento adotado na ETE Salomé era composto por tratamento
preliminar, caracterizado por gradeamento e dois desarenadores, medidor Parshall e
medidor ultrasônico; bypass; dois reatores UASB; flotador e quatro leitos de
secagem. A ETE apresentava casa de apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Salomé.
feam
178
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Salomé
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Segundo informado pelo operador da ETE Salomé, a vazão média de esgotos
sanitários que chegava à estação era de 1,1 L/s. Segundo a COPASA (2011), a
população atendida pela ETE Salomé era de 6.068 habitantes.
No momento da visita, a ETE Salomé apresentava condições precárias de operação.
Apesar da estação ter apresentado 14 itens míninos esperados em uma ETE, ela
não executava os procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento.
Algumas caixas de distribuição do efluente do reator UASB estavam colmatadas e
havia grande quantidade de material surfactante no poço de visita – PV de saída do
reator UASB. Além disso, foi observada a presença de animais na estação e o
paisagismo da ETE estava inadequado.
De acordo com o operador da ETE Salomé, o lodo e o material proveniente do
tratamento preliminar eram dispostos em uma caçamba e depois conduzidos ao
aterro sanitário de Contagem.
Devido à dificuldade de acesso ao ponto de lançamento do efluente da estação, e
por falta de conhecimento do operador do local exato onde o efluente era lançado no
corpo hídrico, não foi possível verificar se o lançamento estava sendo realizado de
forma adequada.
feam
179
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Salomé não possuía
regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP071, que está
localizada no rio Betim, antes da sua foz no rio Paraopeba, no município de Betim; e
a estação de amostragem BP072, que está localizada no rio Paraopeba, a jusante
da foz do rio Betim, na divisa dos municípios de Betim e Juatuba. Ambas as
estações têm por finalidade realizar o monitoramento da qualidade das águas
superficiais: a BP071 monitora o rio Betim e a BP072 o rio Paraopeba (IGAM, 2010).
No 3° trimestre de 2010, o valor do IQA no ponto de coleta BP071 foi de 21,6, que o
classifica como índice de qualidade “Muito ruim” (0 < IQA ≤ 25). A estação BP072
apresentou valor do IQA de 61,1, que o classifica como índice de qualidade “Médio”
(50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
De acordo com o IGAM (2010), os principais fatores de pressão no rio Betim são:
lançamento de esgoto sanitário, lançamento de efluente industrial, carga difusa e
presença de resíduos sólidos. No rio Paraopeba os principais fatores de pressão
são: o lançamento de esgoto sanitário, o lançamento de efluente industrial, a
expansão urbana e a agricultura.
A ETE Salomé, classificada como condições precárias de operação, está localizada
a, aproximadamente, 10,97 Km a montante da estação BP071 e a,
aproximadamente, 18,58 Km da estação BP072. A ETE pode ser considerada uma
influência para a queda do valor do IQA, tendo em vista a sua proximidade com o
ponto de amostragem, a sua condição de operação e os fatores de pressão para o
curso d’água.
feam
180
Figura 2 – Vista geral ETE Salomé Figura 3 – Vista do tratamento preliminar
da ETE Cachoeira
Figura 4 – Vista dos reatores UASB da
ETE Cachoeira
Figura 5 – Caixa de distribuição
colmatada
Figura 6 – Presença de surfactantes Figura 7 – Vestígios de animais
feam
181
Figura 8 – Paisagismo inadequado
ETE Teixeirinha
A ETE Teixeirinha está localizada na latitude S (19° 55’ 53,7’’) e longitude WO (44°
13’ 01,3’’) e, na data da visita, o efluente da estação era lançado no córrego Saraiva.
O sistema de tratamento adotado na ETE Teixeirinha era composto por tratamento
preliminar, caracterizado por gradeamento, dois desarenadores e bypass; dois
reatores UASB; flotador e quatro leitos de secagem. A ETE apresentava casa de
apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Teixeirinha.
feam
182
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Teixeirinha
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Segundo informado pelo operador da ETE Teixeirinha, a vazão média de esgoto
sanitário que chegava à estação era de 10 L/s. Segundo a COPASA (2011) a
população atendida pela ETE Salomé era de 8.000 habitantes.
No momento da visita, a ETE Teixeirinha apresentava condições precárias de
operação. Apesar da estação ter apresentado 17 itens míninos esperados em uma
ETE, ela não executava os procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de
tratamento.
Havia uma grande quantidade de material surfactante no PV de saída e infiltrações
nas paredes dos reatores UASB. Além disso, foi verificado que o flotador
encontrava-se fora de operação e que havia vegetação germinando no interior dos
leitos de secagem.
Observou-se também a presença de animais na estação e o paisagismo da ETE
estava inadequado.
De acordo com o operador da ETE Teixeirinha, o lodo e o material proveniente do
tratamento preliminar eram dispostos em uma caçamba e depois conduzidos ao
aterro sanitário de Contagem.
feam
183
Devido à dificuldade de acesso ao ponto de lançamento do efluente à estação e ao
fato do operador da ETE não saber o ponto exato de lançamento no corpo hídrico,
não foi possível verificar se o lançamento estava sendo realizado de forma
adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Teixeirinha não
possuía regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP071, que está
localizada no rio Betim, antes da sua foz no rio Paraopeba, no município de Betim; e
a estação de amostragem BP072, que está localizada no rio Paraopeba, a jusante
da foz do rio Betim, na divisa dos municípios de Betim e de Juatuba. Ambas as
estações têm por objetivo realizar o monitoramento da qualidade das águas
superficiais: a BP071 monitora o rio Betim e a BP072 o rio Paraopeba (IGAM, 2010).
No 3° trimestre de 2010, o valor do IQA no ponto de coleta BP071 foi de 21,6, que o
classifica como índice de qualidade “Muito ruim” (0 < IQA ≤ 25). A estação BP072
apresentou valor do IQA de 61,1, que o classifica como índice de qualidade “Médio”
(50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
De acordo com o IGAM (2010), os principais fatores de pressão no rio Betim são:
lançamento de esgoto sanitário, lançamento de efluente industrial, carga difusa e
presença de resíduos sólidos. No rio Paraopeba os principais fatores de pressão
são: o lançamento de esgoto sanitário, o lançamento de efluente industrial, a
expansão urbana e a agricultura.
A ETE Teixeirinha, classificada como condições precárias de operação, está
localizada a, aproximadamente, 13,63 Km a montante da estação BP071 e a,
aproximadamente, 21,24 Km a montante da estação BP072. A ETE pode ser
considerada uma influência para a queda do valor do IQA, tendo em vista a sua
proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição de operação e os fatores
de pressão para o curso d’água.
feam
184
Figura 2 – Vista do tratamento
preliminar da ETE Teixeirinha
Figura 3 – Vista dos reatores UASB da
ETE Teixeirinha
Figura 4 – Infiltração nas paredes dos
reatores UASB
Figura 5 – Flotador desativado
Figura 6 – Material surfactante Figura 7 – Paisagismo inadequado
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185
Figura 8 – Vegetação germinando no
interior do leito de secagem
ETE Cidade Verde
A ETE Cidade Verde se localiza na latitude S (19° 5 9’ 14,8’’) e longitude WO (44° 11’
18,0’’) e, na data da visita, o efluente da estação era lançado no córrego Lava Pés.
O sistema de tratamento adotado na ETE Salomé era composto por tratamento
preliminar, caracterizado por gradeamento, dois desarenadores, bypass e medidor
Parshall; e lagoa facultativa. A ETE possuía casa de apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Cidade Verde.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Cidade Verde
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
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186
Segundo informado pelo operador da ETE Cidade Verde, a vazão média de esgoto
sanitário que chegava à estação era de 9 a 12 L/s. Segundo a COPASA (2011), a
população atendida pela ETE Cidade Verde era de 4.032 habitantes.
Na data da visita, a ETE Cidade Verde apresentava condições precárias de
operação. Apesar da estação ter apresentado 15 itens míninos esperados em uma
ETE, ela não executava os procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de
tratamento.
A lagoa facultativa estava com vegetação ao seu redor, não havia canaletas para
coleta da água pluvial no entorno da lagoa e a lona de impermeabilização não
estava disposta de forma correta, de forma que havia formação de bolhas de gás no
interior da lagoa. Além disso, nas proximidades do vertedor de saída, havia material
sobrenadante e foi observada também a presença de animais na estação.
Segundo foi informado na data da visita, a ETE Cidade Verde será desativada
quando a ETE Bandeirinhas, que estava em fase de obras, entrar em operação.
Devido à dificuldade de acesso ao ponto de lançamento do efluente da estação, e ao
fato do operador da ETE não saber o ponto exato de lançamento no corpo hídrico,
não foi possível verificar se o lançamento estava sendo realizado de forma
adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Cidade Verde não
possuía regularização ambiental.
Não foi identificada estação de amostragem do projeto “Águas de Minas” localizada
a uma distância aproximada de 30 Km a jusante da ETE Cidade Verde.
feam
187
Figura 2 – Vista do tratamento
preliminar da ETE Cidade Verde
Figura 3 – Vista da lagoa facultativa da
ETE Cidade Verde
Figura 4 – Formação de bolhas no
interior da lagoa facultativa
Figura 5 – Material sobrenadante na
lagoa facultativa
Figura 6 – Má impermeabilização Figura 7 – Presença de animais
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188
Figura 8 – Vegetação germinando no
entorno da lagoa facultativa
ETE Bandeirinhas
A ETE Bandeirinhas, que estava em fase de obras, está localizada na latitude S (20°
00’ 21,0’’) e longitude WO (44° 10’ 39,0’’). Segund o informado, o efluente da estação
será lançado no córrego Santo Antônio.
O sistema de tratamento que será adotado na ETE Bandeirinhas será composto por
tratamento preliminar, caracterizado dois gradeamentos manuais, um gradeamento
mecanizado e dois desarenadores mecanizados; dois reatores UASB; dois reatores
do sistema de lodos ativados e dois decantadores secundários. A ETE irá possuir
ainda casa de apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Bandeirinhas.
feam
189
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Bandeirinhas
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Segundo informado pelo operador da ETE Bandeirinhas, a vazão média de esgotos
sanitários da primeira fase de projeto será de 115 L/s e na segunda fase será de 230
L/s.
Conforme informado na visita, as obras de instalação da estação tiveram início em
agosto de 2009 e a previsão de término das obras é para junho de 2011.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Bandeirinhas não
possuía regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP070, que está
localizada no rio Paraopeba, a jusante do ribeirão Sarzedo, e que tem por objetivo
realizar o monitoramento da qualidade das águas do rio Paraopeba. No 3° trimestre
de 2010, o valor do IQA no ponto de coleta apresentado foi de 55,9, que o classifica
como índice de qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Paraopeba, que influenciam diretamente no
valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário, o lançamento de efluente
industrial e a expansão urbana (IGAM, 2010).
Levando em consideração que o lançamento de esgoto sanitário é um fator de
pressão para o rio Paraopeba e que e a ETE Bandeirinhas estará localizada a,
aproximadamente, 17,29 Km a montante do ponto BP070, a estação, que, na data
feam
190
da visita, estava em fase de obras, pode vir a contribuir para a melhoria no valor do
IQA do ponto BP070 se vir a operar de forma adequada.
Figura 2 – Vista do desarenador
mecanizado da ETE Bandeirinhas
Figura 3 – Vista dos reatores UASB da
ETE Bandeirinhas
Figura 4 – Vista dos reatores do sistema
de lodos ativados
Figura 5 – Vista dos decantadores
secundários
ETE Santo Antônio
A ETE Santo Antônio está localizada na latitude S (19° 57’ 37,8’’) e longitude WO
(44° 08’ 46,7’’) e, na data da visita, o efluente d a estação era lançado no córrego
Santo Antônio.
feam
191
O sistema de tratamento adotado na ETE Santo Antônio era composto por
tratamento preliminar, caracterizado por gradeamento, desarenador, bypass e
medidor Parshall; reator UASB e dois leitos de secagem. A ETE possuía casa de
apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Santo Antônio.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Santo Antônio
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Segundo informado pelo operador da ETE Santo Antônio a vazão média de esgotos
que chegava à estação era de 2 a 3,5 L/s. Segundo a COPASA (2011) a população
atendida pela ETE Santo Antônio era de 1.923 habitantes.
Na data da visita, a ETE Santo Antônio operava em condições precárias. Apesar da
estação ter apresentado 16 itens míninos esperados em uma, ela não executava os
procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento.
Foi verificado que algumas caixas de distribuição do reator UASB estavam
colmatadas. Além disso, o material retirado do tratamento preliminar era disposto
dentro de um dos leitos de secagem e havia vegetação no interior dos leitos de
secagem. Também foi observada a presença de animais na estação e vestígios de
queima.
feam
192
De acordo com o operador da ETE, o lodo e o material proveniente do tratamento
preliminar eram levados para o aterro sanitário de Contagem.
Devido à dificuldade de acesso ao ponto de lançamento do efluente, e ao operador
da ETE não saber o ponto exato do lançamento no corpo hídrico, não foi possível
verificar se o lançamento estava sendo realizado de forma adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011 a ETE Santo Antônio não
possuía regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP070, que está
localizada no rio Paraopeba, a jusante do ribeirão Sarzedo, e que tem por objetivo
realizar o monitoramento da qualidade das águas do rio Paraopeba. No 3° trimestre
de 2010, o valor do IQA no ponto de coleta apresentado foi de 55,9, que o classifica
como índice de qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Paraopeba, que influenciam diretamente no
valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário, o lançamento de efluente
industrial e a expansão urbana (IGAM, 2010).
A ETE Santo Antônio, classificada como em condições precárias de operação, está
localizada a, aproximadamente, 23,65 Km, a montante da estação BP070. A ETE
pode ser considerada um fator de influência para a queda do valor do IQA, tendo em
vista a sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição de operação e
os fatores de pressão para o curso d’água.
feam
193
Figura 2 – Vista do tratamento preliminar
da ETE Santo Antônio
Figura 3 – Vista do reator UASB da ETE
Santo Antônio
Figura 4 – Caixas de distribuição do
reator UASB colmatadas
Figura 5 – Vegetação germinando no
interior do leito de secagem
Figura 6 – Presença de animais
feam
194
ETE Petrovale
A ETE Petrovale está localizada na latitude S (19° 59’ 45,1’’) e longitude WO (44° 07’
02,9’’). Na data da visita, o efluente da estação era lançado no ribeirão Sarzedo.
O sistema de tratamento adotado na ETE Petrovale era composto por tratamento
preliminar, caracterizado gradeamento, dois desarenadores e medidor Parshall;
reator UASB e dois leitos de secagem. A ETE apresentava casa de apoio e
laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Petrovale.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Petrovale
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Segundo informado pelo operador da ETE Petrovale, a vazão média de esgotos que
chegava à estação era de 4,5 L/s. Segundo a COPASA (2011) a população atendida
pela ETE Petrovale era de 4.320 habitantes.
Na data da visita, a ETE Petrovale operava em condições precárias. Apesar da
estação executar os procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento
ela não apresentou número suficiente de itens míninos esperados em uma ETE.
feam
195
Observou-se um acúmulo de areia nos desarenadores e colmatação de algumas
caixas de distribuição de fluxo do reator UASB. Além disso, o paisagismo da estação
era inadequado.
De acordo com o operador da ETE, o lodo e o material proveniente do tratamento
preliminar eram dispostos em uma caçamba e depois conduzidos ao aterro sanitário
de Contagem.
Devido à dificuldade de acesso ao ponto de lançamento do efluente à estação, e ao
operador da ETE não saber o ponto exato do lançamento no corpo hídrico, não foi
possível verificar se o lançamento estava sendo realizado da forma adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Petrovale não
possuía regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP086, que está
localizada no ribeirão Sarzedo, próximo a foz no rio Paraopeba, no município de
Mário Campos, e que tem por objetivo realizar o monitoramento da qualidade das
águas do ribeirão Sarzedo. No 3° trimestre de 2010 , o valor do IQA no ponto de
coleta apresentado foi de 42,9, que o classifica como índice de qualidade “Ruim” (25
< IQA ≤ 50) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no ribeirão Sarzedo são: o lançamento de esgoto
sanitário, o lançamento de efluente industrial e a atividade minerária. Esses fatores
são principalmente decorrentes dos municípios de Mário Campos e Ibirité (IGAM,
2010).
A ETE Petrovale, classificada como em precárias condições de operação, está
localizada a, aproximadamente, 17,02 Km a jusante da estação de amostragem
BP086. A ETE pode ser considerada um fator de influência para a queda do valor do
IQA, tendo em vista a sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição
de operação e os fatores de pressão para o curso d’ água.
feam
196
Figura 2 – Tratamento preliminar da ETE
Petrovale
Figura 3 – Acúmulo de areia no
desarenador
Figura 4 – Caixa de distribuição do
reator UASB colmatada
Figura 5 – Paisagismo inadequado
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Betim está
enquadrado na classe “Bom”, pois alcançou peso final de 60,97. Esse resultado foi
obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC”, “PT”,
“Operacionalidade da ETE”, “Regularização ambiental”, “Disposição final dos
resíduos sólidos da ETE” e “Análise adicional”, esse último com relação ao item “Faz
jus ao recebimento do ICMS Ecológico”.
feam
197
Conforme foi informado na visita ao município, Betim atende o mínimo de 50% da
sua população urbana com tratamento de esgoto e, segundo pesquisa realizada no
SIAM em junho de 2011, a ETE Betim Central possui LO provisória. Tendo em vista
esses dois fatores, o município faz jus ao recebimento do ICMS Ecológico e este
fato foi informado à gerência responsável da FEAM para que Betim venha receber a
verba vinculada a esse imposto, após a sua inscrição no cadastro Estadual de
Unidades de Conservação e Saneamento Ambiental.
No indicador “Regularização ambiental”, o município alcançou apenas peso 1,3, o
que implica que Betim deve obter a licença ambiental das suas ETE’s no órgão
ambiental competente. Os pontos alcançados foram devidos à regularização da ETE
Betim Central.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Betim está
classificado no grupo 1 e, em atendimento a essa deliberação, o município
formalizou até outubro de 2010 o pedido da LO da ETE Betim Central. Entretanto, o
município não está cumprindo à referida DN, pois não possui 80% da população
urbana atendida por sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a
60%.
Bonfim i - Diagnóstico O município de Bonfim, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população total
de 6.816 habitantes, sendo que 3.330 habitantes correspondem à população urbana
e 3.486 à população rural. O município encontra-se totalmente inserido na BHRP,
mais precisamente na região do MRP e possui apenas o distrito de Santo Antônio da
Vargem Alegre, com população de 2.260 habitantes, segundo o IBGE (2007).
Em visita realizada ao município em março de 2011, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, foi informado a infraestrutura disponível para
o esgotamento sanitário do município era composta por rede coletora e fossas
negras, sendo que havia também um projeto para a construção de duas elevatórias
feam
198
e uma ETE. A titularidade dos serviços de esgotamento sanitário do município
estava concedida à COPASA.
Na data da visita, o percentual da população urbana atendida por rede coletora era
de 73% e o percentual da população urbana atendida por tratamento era de 0%,
segundo declarado pelo secretário municipal de meio ambiente e transporte de
Bonfim.
ETE Bonfim
Durante a visita ao município, foi informado que a ETE Bonfim será implantada em
uma área localizada na latitude S (20° 18’ 24,2’’) e longitude WO (44° 13’ 51’’). O
sistema de tratamento da estação será constituído pelo tratamento preliminar,
reatores UASB, seis lagoas de polimento, leitos de secagem e laboratório. O lodo e
o material gradeado provenientes do tratamento do esgoto serão dispostos em valas
na própria área da estação.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Bonfim.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Bonfim
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
feam
199
Conforme foi informado, a ETE Bonfim atenderá a totalidade da população urbana
de Bonfim e o corpo receptor do efluente da estação será o ribeirão Águas Claras,
no ponto localizado na latitude S (20° 18’ 22,4’’) e longitude WO (44° 13’ 46,7’’).
A previsão para o início das obras de implantação da ETE Bonfim é em 2012 e,
segundo informado, a empreiteira, a ESSE Engenharia, pretende concluir as obras
até o ano de 2014.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Bonfim não possuía
regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP032, que está
localizada no rio Macaúbas, a jusante de Bonfim e a montante de sua foz no rio
Paraopeba. A estação tem por objetivo realizar o monitoramento da qualidade das
águas do rio Macaúbas. No 3° trimestre de 2010, o v alor do IQA no ponto de coleta
apresentado foi de 73,3, que o classifica como índice de qualidade “Bom” (70 < IQA
≤ 90) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Macaúbas são: o lançamento de esgoto
sanitário do município de Bonfim, a pecuária, a agricultura, a erosão e o
assoreamento (IGAM, 2009).
De acordo com o IGAM (2010), os resultados de coliformes termotolerantes
estiveram acima do limite legal em toda a série histórica da estação de amostragem
BP032 e esse fato se deve ao lançamento de esgotos sanitários do município no rio
Macaúbas.
Não foi identificada estação de amostragem do projeto “Águas de Minas” localizada
a uma distância aproximada de 30 Km a jusante da ETE Bonfim.
feam
200
Figura 2 – Área destinada à implantação
da ETE Bonfim
Figura 3 – Planta da ETE Bonfim
Figura 4 – Ribeirão Águas Claras, corpo
d’ água que receberá o efluente
proveniente da ETE Bonfim
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Bonfim está
enquadrado na classe “Muito ruim”, pois alcançou peso final de 14,60. Esse peso foi
obtido no indicador “PC”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Bonfim está
classificado no grupo 7. O município não está cumprindo à referida DN, pois não
realizou o cadastro do Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, o município
feam
201
tem o prazo de até março de 2017 para obter a AAF de sua ETE que deve ser
instalada no município e atender a 80% da população urbana com um sistema de
tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Bonfim não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município não
possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda, no mínimo, a 50% da
população urbana do município.
Brumadinho i - Diagnóstico O município de Brumadinho, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população
total de 34.013 habitantes, sendo que 28.687 habitantes correspondem à população
urbana e 5.326 habitantes à população rural.
O município e sua sede encontram-se totalmente inseridos na BHRP, mais
precisamente na região do MRP. Brumadinho possui os distritos de Aranha,
Conceição do Itaguá, Piedade do Paraopeba e São José do Paraopeba (IBGE,
2007).
Em visita realizada em março de 2011 ao município, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, diagnosticou-se que a infraestrutura
disponível para esgotamento sanitário era composta por de rede coletora;
interceptores; fossas negras; fossas sépticas; duas ETE’s fora de operação, a ETE
Progresso II – 1 e a ETE Progresso II – 2; três ETE’s em operação, a ETE Piedade
do Paraopeba, a ETE Ecológica e a ETE Mirante; e uma ETE em fase de obras, a
ETE Brumadinho. A titularidade do serviço de esgotamento sanitário do município
pertencia à COPASA.
O percentual de população urbana atendida por rede coletora de esgoto era de 48%
e o percentual de população urbana atendida por tratamento de esgoto era de 0%,
conforme declarado pelo secretário municipal de meio ambiente de Brumadinho.
feam
202
Duas ETE’s do município de Brumadinho estão localizadas no condomínio Retiro
das Pedras, cuja população total na data da visita era de 1.956 pessoas. Conforme
foi declarado pela gerência do condomínio, o percentual da população atendida por
rede coletora de esgoto nesse condomínio era de 100% e o percentual de população
atendida por tratamento de esgoto era de 100%.
Na data da visita, a prefeitura de Brumadinho era a responsável pela limpeza das
fossas sépticas. Conforme foi informado pelo secretário de meio ambiente, o lodo
proveniente das fossas era descartado no aterro controlado do próprio município.
ETE Brumadinho
Na data da visita, a ETE Brumadinho estava em fase de obras. Conforme foi
informado, a estação irá receber todo o esgoto sanitário proveniente da área central
do município e o efluente tratado será lançado no rio Paraopeba.
O sistema de tratamento que será implantado na ETE será composto por tratamento
preliminar, reatores anaeróbios, filtros biológicos percoladores e decantadores
secundários. A desidratação do lodo será feita de forma mecanizada. Está em
projeto também a instalação de um laboratório e da casa de apoio.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Brumadinho.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Brumadinho
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
feam
203
A obra de implantação da ETE Brumadinho iniciou-se em fevereiro de 2011 e tem
previsão de término para 2014.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Brumadinho não
possuía regularização ambiental.
Não foi identificada uma estação de amostragem do projeto “Águas de Minas”
localizada a uma distância aproximada de 30 Km a jusante da ETE Brumadinho.
Figura 2 – Vista geral da área onde está sendo
construída a ETE Brumadinho
ETE Progresso II – 1
A ETE Progresso II – 1 está localizada na latitude S (20° 08’ 20,7’’) e longitude WO
(44° 12’ 57,8’’) e, na data da visita, o efluente d a estação era lançado no rio Manso.
No momento da visita, foi informado que a ETE havia sido aterrada, sendo possível
apenas a verificação da presença de interceptores no local.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Progresso II – 1 não
possuía regularização ambiental.
Não foi realizada análise de influência da ETE Progresso II – 1 nas estações de
amostragem do projeto “Águas de Minas”.
feam
204
Figura 1 – Vista da antiga área da ETE Progresso II – 1
ETE Progresso II – 2 – Número do processo no COPAM: 00241/1999/001/1999
A ETE Progresso II – 2 está localizada na latitude S (20° 08’ 33,0’’) e longitude WO
(44° 13’ 03,4’’), e em sua área foram construídas r esidências e os animais
pertencentes aos moradores transitavam pelo terreno.
A ETE encontrava-se fora de operação e, na época da sua operação o efluente
tratado era lançado no rio Manso.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Progresso II – 2
estava com a LI em processo arquivado.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP068, que está
localizada no rio Paraopeba, no local denominado Fecho do Funil; e a estação de
amostragem BP096, que está localizada no rio Manso, próximo de sua confluência
com o rio Paraopeba, no município de Brumadinho. Ambas as estações têm por
objetivo realizar o monitoramento da qualidade das águas superficiais: a BP068
monitora o ribeirão Sarzedo e a BP096 o rio Manso (IGAM, 2010).
No 3° trimestre de 2010, o valor do IQA no ponto de coleta BP068 foi de 57,8 e o da
estação BP096 foi de 64,2. Esses valores de IQA classificam os índices como sendo
de qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
feam
205
Os principais fatores de pressão no ribeirão Sarzedo são: o lançamento de esgoto,
lançamento de efluentes industriais e a atividade minerária. No rio Manso os
principais fatores de pressão são: a metalurgia básica, o cultivo de cana de açúcar,
pecuária e avicultura (IGAM, 2010).
Os valores de IQA nos pontos BP068 e BP096 poderiam ser melhores se a ETE
Multirão II – 2, que estava fora de operação, retomar as suas atividades e apresentar
boas condições de operação, já que o lançamento de esgoto sanitário no corpo
hídrico é um fator de pressão no ribeirão Sarzedo. A ETE está localizada a
aproximadamente 5,55 Km a montante da estação BP068 e a, aproximadamente,
0,98 Km a montante da estação BP096.
Figura 1 – Vista geral da ETE Progresso
II – 2
Figura 2 – Presença de animais na área
da estação
ETE Piedade do Paraopeba
A ETE Piedade do Paraopeba está localizada na latitude S (20° 09’ 54,2’’) e
longitude WO (44° 01’ 20,2’’) e, na data da visita, o efluente da estação era lançado
no ribeirão Piedade.
O sistema de tratamento adotado na ETE Piedade do Paraopeba era composto por
tratamento preliminar, caracterizado por gradeamento e um sistema anaeróbico
diferenciado, que utiliza fibras naturais presentes no bambu nos quatro estágios do
feam
206
tratamento. Trata-se de um sistema alternativo para o tratamento dos esgotos e que,
por enquanto, não apresenta baseamento científico.
De acordo com Limas (2007), o sistema natural de tratamento de efluentes engloba
na estação o tratamento primário, baseado na digestão anaeróbia, e o secundário,
baseado nos filtros biológicos. O sistema é dividido em quatro estágios: o primeiro
estágio é a geração da colônia de bactérias anaeróbias oriundas das fibras naturais;
o segundo estágio é a fase da estabilização da colônia de bactérias provenientes do
tratamento primário; o terceiro estágio é a filtragem biológica e o quarto estágio é a
fase da retenção das bactérias derivadas da filtragem.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Piedade do
Paraopeba.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Piedade do Paraopeba
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005 e Limas, 2007
No momento da visita, a ETE Piedade do Paraopeba estava operando em precárias
condições e estava passando por uma manutenção. A estação apresentou 4 itens
mínimos, que é uma quantia insuficiente de itens míninos esperados em uma ETE, e
não executava os procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento.
Conforme informado pelo funcionário que realizava a manutenção da estação,
devido à falta do sistema separador da água pluvial e do esgoto sanitário, o
gradeamento estava recebendo grande quantidade de sólidos grosseiros, acima do
esperado. Além disso, de acordo com os representantes da Biotec em visita a
FEAM, a estação não foi executada pela prefeitura de acordo com o projeto
estrutural devido a utilização de outros tipos de materiais de construção.
feam
207
Segundo a funcionária da prefeitura que acompanhou a visita, a ETE Piedade do
Paraopeba foi projetada para atender uma população de 1.500 pessoas, mas estava
atendendo apenas 750 pessoas. A vazão média de esgotos prevista era de 2,65 L/s.
Foi observado no momento da visita, e confirmado pelo funcionário que realizava
manutenção da ETE, que foi despejado no ribeirão Piedade o lodo proveniente das
fossas sépticas do município.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Piedade do
Paraopeba não apresentava regularização ambiental.
Não foi identificada estação de amostragem do projeto “Águas de Minas” localizada
a uma distância aproximada de 30 Km a jusante da ETE Piedade do Paraopeba.
Figura 2 – Vista geral da ETE Piedade
do Paraopeba
Figura 3 – Bambus e lixo
feam
208
Figura 4 – Ponto de lançamento do
efluente no ribeirão Piedade
ETE Ecológica – Número do processo no COPAM: 05951/2006/001/2006
A ETE Ecológica está localizada na latitude S (20° 05’ 30,5’’) e longitude WO (43°
59’ 16,2’’) e, na data da visita, o efluente tratado era lançado no ribeirão Retiro das
Pedras.
A vazão média de esgotos sanitários que chegava à estação era de 5,3 L/s.
Segundo a COPASA (2011) a população atendida pela ETE Ecológica era de 1.850
habitantes.
O sistema de tratamento adotado na ETE Ecológica era composto por tratamento
preliminar, caracterizado por gradeamento, dois desarenadores e medidor Parshall;
três fossas sépticas; três filtros anaeróbios e três leitos de secagem. A ETE
apresentava casa de apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Ecológica.
feam
209
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Ecológica
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
A ETE Ecológica operava em boas condições, uma vez que a estação apresentou
16 itens míninos esperados em uma ETE e executava os procedimentos
operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento. No entanto as tampas de algumas
fossas sépticas e filtros anaeróbios estavam quebradas e sem alça. Além disso, no
PV de saída havia grande quantidade de material surfactante.
No momento da visita, os operadores da ETE realizavam manutenção paisagística
do local, pois a vegetação estava inadequada e obstruía as canaletas pluviais.
Todos os operadores utilizavam Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s.
De acordo com o operador da ETE Ecológica, o lodo e o material proveniente do
tratamento preliminar eram dispostos em uma caçamba e depois conduzidos ao
lixão de Vespasiano.
Devido à dificuldade de acesso ao ponto de lançamento do efluente tratado no corpo
hídrico, e ao fato do operador da COPASA não saber o ponto exato do lançamento,
não foi possível verificar se o lançamento era feito de forma adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Ecológica possuía
AAF válida até junho de 2010.
O projeto “Águas de Minas” possui uma estação de amostragem BP094 que está
localizada no ribeirão Catarina, à montante da confluência com o ribeirão Casa
Branca, em Casa Branca, no município de Brumadinho. Essa estação tem por
objetivo realizar o monitoramento da qualidade das águas do ribeirão Catarina.
feam
210
No 3° trimestre de 2010 o valor do IQA no ponto de coleta apresentado foi de 68,2,
que o classifica como índice de qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Ressalta-se que essa estação de amostragem, desde o seu inicio do
monitoramento, no ano de 2003, vinha mantendo um IQA “Bom” (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no ribeirão Catarina são: a presença da agricultura,
de indústrias têxteis, avicultura e pecuária na região (IGAM, 2010).
A estação de amostragem BP094 está localizada a aproximadamente 9,41 Km a
jusante da ETE Ecológica. A ETE foi classificada como em boas condições de
operação e deve continuar a operar de forma adequada para que não se torne uma
possível influência para o decaimento do valor do IQA.
Figura 2 – Vista geral da ETE Ecológica Figura 3 – Vista do tratamento
preliminar da ETE Ecológica
feam
211
Figura 4 – Desarenador da ETE Ecológica Figura 5 – Ausência de uma da tampa
da fossa séptica
Figura 6 – Tampa sem alça da fossa
séptica
Figura 7 – Filtros anaeróbios
Figura 8 – Paisagismo inadequado Figura 9 – PV de saída
feam
212
Figura 10 – Canaleta pluvial
ETE Mirante
A ETE Mirante está localizada na latitude S (20° 04 ’ 47,3’’) e longitude WO (43° 59’
52,2’’) e, na data da visita, o efluente tratado da estação era lançado no córrego do
Mirante.
Segundo informado pelo operador da ETE, a vazão média de esgotos que chegava
à estação era de 1,9 L/s e, de acordo com a COPASA (2011), a população atendida
pela ETE Mirante era de 1.300 habitantes.
O sistema de tratamento adotado na ETE Mirante era composto por tratamento
preliminar, caracterizado por gradeamento, dois desarenadores e medidor Parshall;
duas fossas sépticas; dois filtros anaeróbios e dois leitos de secagem. A ETE
possuía casa de apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Mirante.
feam
213
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Mirante
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Na data da visita, a ETE Mirante apresentava boas condições de operação, uma vez
que a estação apresentou 18 itens míninos esperados em uma ETE e executava os
procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento. No entanto,
verificou-se que em uma das fossas sépticas havia uma caixa de inspeção sem
tampa. Além disso, foi observado que a área da ETE estava sendo utilizada como
local de depósito de material de construção civil do condomínio e que havia
vegetação germinando no interior dos leitos de secagem.
De acordo com o operador da ETE Mirante, o lodo e o material proveniente do
tratamento preliminar eram dispostos em uma caçamba e depois recolhidos pela
COPASA.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Mirante não
apresentava regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP094, que está
localizada no ribeirão Catarina, à montante da confluência com o ribeirão Casa
Branca, em Casa Branca; e a estação de amostragem BP092, que está localizada à
montante da confluência com o ribeirão Catarina, em Casa Branca. Todas as duas
estações estão localizados no município de Brumadinho. Ambas as estações tem
por objetivo realizar o monitoramento da qualidade das águas superficiais: a BP094
monitora o ribeirão Catarina e a BP092 o ribeirão Casa Branca (IGAM, 2010).
feam
214
No 3° trimestre de 2010, o valor do IQA no ponto de coleta BP094 foi de 68,2, que o
classifica como índice de qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70). Já o valor do IQA da
estação BP092 foi de 78,6, que o classifica como índice de qualidade “Bom” (70 <
IQA ≤ 90) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no ribeirão Catarina são: a presença de agricultura,
indústrias têxteis, avicultura e pecuária. No caso do ribeirão Casa Branca, os fatores
de pressão nesse corpo hídrico, são: o lançamento de esgoto sanitário e a pecuária
(IGAM, 2010).
A ETE Mirante, classificada como em boas condições de operação, está localizada
a, aproximadamente, 11,35 Km a montante da estação de amostragem BP094 e a,
aproximadamente, 13,30 Km a jusante da BP092. A ETE deve continuar a operar de
forma adequada para que não se torne uma possível influência para o decaimento
do valor do IQA.
Figura 2 – Vista geral da ETE Mirante Figura 3 – Tratamento preliminar da
ETE Mirante
feam
215
Figura 4 – Ausência de tampa na fossa
séptica
Figura 5 – Vegetação no leito de
secagem
Figura 6 – Depósito de material da
construção civil na área da ETE
Figura 7 – Caçamba onde é depositado
os resíduos sólidos da ETE
Figura 8 – Casa de apoio e laboratório
feam
216
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Brumadinho está
enquadrado na classe “Muito ruim”, pois alcançou peso final de 10,53. Esse
resultado foi obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC”, e
“Análise adicional”, esse último com relação ao item “Atendimento à DN COPAM N°
128 de 2008”.
As ETE’s que o município apresenta estão localizadas na área rural, o que acarretou
peso zero para o município nos indicadores “PT” e “Operacionalidade da ETE”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Brumadinho está
classificado no grupo 7 e, em atendimento a essa deliberação, o município
cadastrou o Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, para continuar
cumprindo à referida DN COPAM N° 128 de 2008, o mun icípio tem o prazo de até
março de 2017 para obter a AAF de suas ETE’s e atender a 80% da população
urbana com um sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Brumadinho não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município
não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda a pelo menos 50%
população urbana do município.
Cachoeira da Prata i - Diagnóstico O município de Cachoeira da Prata, segundo dados do IBGE (2010), apresenta
população total de 3.654 habitantes, sendo que 3.528 habitantes correspondem à
população urbana e 126 habitantes à população rural. O município encontra-se
totalmente inserido na BHRP, mais precisamente na região do BRP, e não possui
distritos (IBGE, 2007).
Em visita realizada no município em fevereiro de 2011, para levantamento da
situação dos serviços de esgotamento sanitário, foi informado que o município
feam
217
possuía rede coletora, interceptores, fossas negras, elevatória e duas ETE’s, sendo
que uma delas, a ETE–2 Cachoeira da Prata, estava com suas obras paralisadas
em uma propriedade particular. Foi informado durante a visita ao município que o
atual prefeito pretende adquirir essa propriedade e embargar a construção da ETE–2
Cachoeira da Prata, para que esteja em operação apenas a ETE–1 Cachoeira da
Prata.
Na data da visita, o percentual da população urbana atendida por rede coletora era
de 100% e o percentual da população urbana atendida por tratamento de esgoto era
de 40%, segundo declarado pelo secretário municipal de meio ambiente de
Cachoeira da Prata. Os serviços de esgotamento sanitário do município estavam
sob a titularidade da prefeitura.
ETE–1 Cachoeira da Prata – Número do processo no COPAM:
19755/2010/001/2010
A ETE–1 Cachoeira da Prata está localizada na latitude S (19° 30’ 46,5’’) e longitude
WO (44° 27’ 38’’). As obras para a sua construção i niciaram-se em 2009 e a
empresa contratada para o serviço foi a Tauá Engenharia e Construção Ltda. A
estação estava em operação desde setembro de 2010.
Na data da visita à ETE–1 Cachoeira da Prata, a vazão média de esgoto que
chegava à estação era de 1,95 L/s. O sistema de tratamento de esgotos da ETE–1
Cachoeira da Prata era composto pelo tratamento preliminar, caracterizado pelo
gradeamento, desarenador e medidor Parshall; e uma lagoa facultativa de dois
hectares, com cerca de 1,5 m de profundidade. Existe um novo projeto da
construção de mais uma lagoa, porém as obras estão paralisadas.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE–1 Cachoeira
da Prata.
feam
218
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE–1 Cachoeira da Prata
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
A lagoa facultativa apresentava coloração azul-esverdeada e havia drenagem pluvial
ao seu redor. O paisagismo da estação era adequado. Porém, a estação operava
em condições precárias, uma vez que a estação apresentou 9 itens mínimos, uma
quantia insuficiente de itens míninos esperados em uma ETE, e não executava os
procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento. Algumas das
inconformidades identificadas foram:
• Presença de material no gradeamento, bloqueando a passagem do esgoto
em alguns pontos;
• Disposição inadequada de material gradeado e areia nas proximidades da
unidade de tratamento preliminar;
• Inadequação na engenharia do medidor Parshall;
• Vestígios de animais na estação;
• Vestígios de queima;
• Ausência do defletor no vertedor da lagoa;
• Perfurações na lona que impermeabiliza a lagoa.
Além dessas inconformidades, a tubulação que conduz o esgoto tratado até o
ribeirão Macacos foi furtada e, portanto, o efluente da estação estava percolando no
solo até o ribeirão, na latitude S (19° 30’ 45,1’’) e longitude WO (44° 27’ 38,1’’). Na
data da visita, essa área não era pertencente à ETE–1 Cachoeira da Prata e o atual
prefeito pretende adquiri-la para evitar outros furtos.
feam
219
Conforme foi informado na visita, o lodo da estação era removido em um período de
10 a 15 dias e disposto no aterro sanitário município, localizado ao lado da estação.
Porém, a pedido de alguns proprietários de terra da região, o lodo já foi disposto nas
propriedades particulares para servir como adubo de árvores e também foi disposto
em lagoas.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE–1 Cachoeira da
Prata apresentava AAF válida até outubro de 2014.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP083, que está
localizada no rio Paraopeba, logo após a foz do ribeirão São João em Paraopeba, e
tem como objetivo o monitoramento da qualidade das águas do rio Paraopeba. No
3° trimestre de 2010, o valor do IQA no ponto de co leta apresentado foi de 54,6, que
o classifica como índice de qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Paraopeba, que influenciam diretamente no
valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário, carga difusa, a agricultura, a
pecuária e a atividade minerária (IGAM, 2010).
A ETE–1 Cachoeira da Prata, classificada como em condições precárias de
operação, está localizada a, aproximadamente, 29,98 Km a montante da estação
BP083 e a ETE pode ser considerada uma influência para a queda do valor do IQA,
tendo em vista a sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua classificação
de operação e os fatores de pressão para o curso d’água.
feam
220
Figura 2 – Vista geral da unidade de
tratamento preliminar da ETE–1
Cachoeira da Prata
Figura 3 – Material gradeado retido no
gradeamento, bloqueando a passagem
do esgoto
Figura 4 – Disposição irregular da areia
removida dos desarenadores próximo à
unidade de tratamento preliminar
Figura 5 – Ausência do desnível no
medidor Parshall
feam
221
Figura 6 – Vista geral da lagoa
facultativa da ETE–1 Cachoeira da Prata
Figura 7 – Perfuração na lona que
impermeabiliza a lagoa facultativa
Figura 8 – Vestígio de queima na
ETE–1 Cachoeira da Prata
Figura 9 – Vestígios de animais na
estação
Figura 10 – Ausência de defletores nos
vertedores da lagoa facultativa
Figura 11 – Ponto de lançamento do
esgoto tratado
feam
222
Figura 12 – Ribeirão Macacos, corpo d’
água receptor do efluente da ETE–1
Cachoeira da Prata
Figura 13 – Obra paralisada da segunda
lagoa da ETE–1 Cachoeira da Prata
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Cachoeira da Prata
está enquadrado na classe “Médio”, pois alcançou peso final de 58,80. Esse
resultado foi obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC”,
“PT”, “Operacionalidade da ETE”, “Regularização ambiental” e “Disposição final dos
resíduos sólidos da ETE”.
Segundo os dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município de
Cachoeira da Prata recebe a verba vinculada a esse imposto, porque possui ETE
com regularização ambiental válida e apresentou processo formalizado de
atendimento por tratamento de esgoto de, no mínimo, 50% da população urbana.
Entretanto, conforme informado na visita ao município de Cachoeira da Prata pelo
secretário municipal de meio ambiente do município, o percentual de tratamento de
esgoto era de 40% da população urbana. Esse fato foi informado à gerência
responsável da FEAM para que as providências cabíveis sejam adotadas.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008 de 2008, o município de Cachoeira da
Prata está classificado no grupo 7. O município não está cumprindo à referida DN,
pois não realizou o cadastro do Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, o
feam
223
município tem o prazo de até março de 2017 para obter a AAF de sua ETE e atender
a 80% da população urbana com um sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência
corresponda a 60%.
Caetanópolis i - Diagnóstico O município de Caetanópolis, segundo dados do IBGE (2010), possui população
total de 10.227 habitantes, sendo que, 8.391 habitantes correspondem à população
urbana e 1.836 habitantes à população rural.
O município e sua sede estão totalmente inseridos na BHRP, mais precisamente, no
BRP. Conforme o IBGE (2007), Caetanópolis não possui distritos.
Em visita realizada em fevereiro de 2011, para levantamento da situação dos
serviços de esgotamento sanitário, diagnosticou-se que a infraestrutura disponível
no município de Caetanópolis era de rede coletora, interceptores, fossas negras,
elevatória e uma estação, a ETE Caetanópolis. A titularidade dos serviços de
esgotamento sanitário do município era da prefeitura.
O percentual da população urbana atendida por rede coletora era de 80% e o
percentual da população urbana atendida por tratamento de esgoto era de 6%,
conforme declarado pelo secretário municipal de administração de Caetanópolis na
visita realizada ao município.
ETE Caetanópolis – Número do processo no COPAM: 18888/2005/001/2005
A ETE Caetanópolis está localizada na longitude S (19° 17’ 39,9’’) e longitude WO
(44° 23’ 16,0’’) e, na data da visita, o efluente d a estação era lançado no córrego
Cedro.
feam
224
O sistema de tratamento da ETE Caetanópolis era composto por tratamento
preliminar, caracterizado por gradeamento, desarenador e vertedor triangular;
tanque séptico e filtro anaeróbio.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Caetanópolis.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Caetanópolis
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
No momento da visita, a ETE Caetanópolis operava em condições precárias, uma
vez que a estação apresentou 1 item mínimo, uma quantia insuficiente de itens
míninos esperados em uma ETE, e não executava os procedimentos operacionais
inerentes ao seu tipo de tratamento. Havia grande quantidade de material retido no
gradeamento e de areia depositado no desarenador, além de escuma no tanque
séptico. O funcionário da prefeitura que acompanhou a visita não soube informar a
frequência de remoção do material do tratamento preliminar e do tanque séptico.
Na área do vertedor triangular havia uma chapa de ferro que estava obstruindo a
passagem do efluente, fazendo com que o mesmo transbordasse pelas laterais.
Foi observado também que a tampa do PV de saída do efluente estava caída dentro
do poço e estava dificultando a saída do efluente da estação. Além disso, foi
verificado que o paisagismo da ETE era inadequado, que alguns pontos do
cercamento estavam rompidos e que havia vestígios de animais no local.
O material retirado do tratamento preliminar e do tanque séptico era aterrado na
própria área da ETE Caetanópolis.
Devido à dificuldade de acesso ao local de lançamento do efluente tratado, e pelo
fato do funcionário da prefeitura, que acompanhou a visita, não saber o ponto exato
feam
225
do lançamento no córrego Cedro, não foi possível verificar se o lançamento estava
sendo feito de forma adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Caetanópolis
possuía AAF válida até novembro de 2009.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP098, que está
localizada na foz do ribeirão do Cedro, no rio Paraopeba, em Caetanópolis. Essa
estação tem por objetivo realizar o monitoramento da qualidade das águas do
ribeirão do Cedro. No 3° trimestre de 2010, o valo r do IQA no ponto de coleta
apresentado foi de 36,8, que o classifica como índice de qualidade “Ruim” (25 < IQA
≤ 50) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no ribeirão do Cedro, que influenciam diretamente
no valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário, carga difusa, pecuária e
atividade minerária (IGAM, 2010).
A ETE Caetanópolis, classificada como condições precárias de operação, está
localizada a, aproximadamente, 20,51 Km a montante da estação BP098 e a ETE
pode ser considerada uma influência para a queda do valor do IQA, tendo em vista a
sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição de operação e os
fatores de pressão para o curso d’água.
Figura 2 – Vista frontal da área da ETE Figura 3 – Gradeamento
feam
226
Figura 4 – Desarenador Figura 5 – Tanque séptico com escuma
Figura 6 – Tampa do PV de saída Figura 7 – Chapa de ferro obstruindo o
vertedor do tratamento preliminar
Figura 8 – Vala para disposição final de
lodo e material do tratamento preliminar
Figura 9 – Paisagismo inadequado
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227
Figura 10 – Cerca danificada Figura 11 – Vestígios de animais
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Caetanópolis está
enquadrado na classe “Médio”, pois alcançou peso final de 42,02. Esse resultado foi
obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC”, “PT”,
“Operacionalidade da ETE”, “Disposição final dos resíduos sólidos da ETE” e
“Análise adicional”, esse último com relação ao item “Atendimento à DN COPAM N°
128 de 2008”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Caetanópolis está
classificado no grupo 7 e, em atendimento à referida DN, o município cadastrou o
Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, para continuar cumprindo a DN
COPAM N° 128 de 2008, o município tem o prazo de at é março de 2017 para obter
a AAF de sua ETE e atender a 80% da população urbana com um sistema de
tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Caetanópolis não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município
não possui ETE com regularização ambiental válida e não possui sistema de
tratamento de esgoto sanitário que atenda no mínimo 50% da população urbana.
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228
Casa Grande i - Diagnóstico O município de Casa Grande, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população
total de 2.242 habitantes, sendo que 1.122 habitantes correspondem à população
urbana e 1.120 à população rural. O município encontra-se parcialmente inserido na
BHRP, mais precisamente na região do ARP e não possui distritos, conforme IBGE
(2007).
Em visita realizada no município, em abril de 2011, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, foi informado que o município apresentava
rede coletora e fossas negras. A titularidade dos serviços de esgotamento sanitário
era da prefeitura.
Na data da visita, o percentual da população urbana atendida por rede coletora de
esgotos era de 98% e o percentual da população urbana atendida por tratamento de
esgoto era de 0%, segundo informado pelo prefeito do município. O córrego Casa
Grande estava recebendo todo o esgoto bruto.
Um dos pontos de lançamento que mais recebe o esgoto bruto está na latitude S
(20° 47’ 23,4’’) e longitude WO (43° 55’ 38,8’’).
Figura 1 – Rompimento da tubulação da
rede coletora de esgoto e percolação do
mesmo no solo
Figura 2 – Lançamento do esgoto in
natura no córrego Casa Grande
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229
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Casa Grande está
enquadrado na classe “Ruim”, pois alcançou peso final de 32,73. Esse resultado foi
obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC” e “Análise
adicional”, esse último com relação ao item “Atendimento à DN COPAM N° 128 de
2008”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Casa Grande está
classificado no grupo 7 e, em atendimento à referida DN, o município cadastrou o
Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, para continuar cumprindo a DN
COPAM N° 128 de 2008, o município tem o prazo de at é março de 2017 para obter
a AAF de sua ETE que deve ser implantada e atender a 80% da população urbana
com um sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Casa Grande não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município
não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda a, no mínimo, 50%
da população urbana.
Congonhas i - Diagnóstico O município de Congonhas, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população
total de 48.550 habitantes sendo que 47.253 habitantes correspondem à população
urbana e 1.297 habitantes à população rural.
O município e sua sede encontram-se totalmente inseridos na BHRP, mais
precisamente na região do ARP e possui os distritos de Alto Maranhão e Lobo Leite
(IBGE, 2007).
Em visita, realizada em março de 2011 ao município, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta
infraestrutura disponível de rede coletora, fossas sépticas e quatro ETE’s: a ETE
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230
Casa de Pedra I, a ETE Casa de Pedra II, a ETE Maranhão e a ETE Pires. A
titularidade do serviço de esgotamento sanitário do município era da COPASA.
O percentual de população urbana atendida por rede coletora de esgoto era de 80%
segundo declarado pela diretora de meio ambiente do meio ambiente na visita e o
percentual de população urbana atendida por tratamento de esgoto era de 7,72%,
conforme o resultado obtido no cálculo feito a partir da população atendida pelas
ETE’s.
O lançamento do esgoto in natura não coletado era realizado no rio Maranhão, rio
Santo Antônio e rio Soledade, em vários pontos ao longo dos seus percursos.
Conforme informado na visita, a prefeitura terceiriza o serviço de limpeza de fossas
sépticas.
Figura 1 – Lançamento de esgoto in
natura no rio Maranhão
Figura 2 – Ponto de lançamento de
esgoto sem tratamento no curso d’água
ETE Casa de Pedra I
A ETE Casa de Pedra I está localizada na latitude S (20° 29’ 16,8’’) e longitude WO
(43° 52’ 39,4’’). O efluente da ETE escoa para um c urso d’água próximo à estação,
que, posteriormente, encontra com o rio Maranhão.
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231
O sistema de tratamento adotado na ETE Casa de Pedra I era composto por
tratamento preliminar, caracterizado por gradeamento e desarenador circular; fossa
séptica; filtro anaeróbio e leito de secagem.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Casa de Pedra
I.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Casa de Pedra I
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Segundo a COPASA, a ETE Casa de Pedra I atendia a uma população de 400
habitantes.
Na data da visita, a ETE Casa de Pedra I operava em condições precárias, uma vez
que a estação apresentou 4 itens mínimos, uma quantia insuficiente de itens míninos
esperados em uma ETE e não executava os procedimentos operacionais inerentes
ao seu tipo de tratamento. A tubulação que conduzia o esgoto até o sistema estava
rompida, e estava ocorrendo a percolação dos esgotos no solo. Além disso, o esgoto
transbordava no local onde estava localizado o gradeamento, o desarenador e a
fossa séptica.
A ETE não apresentava cercamento e o paisagismo da estação estava inadequado.
Foi verificado também que o leito de secagem estava com sobrecarga de lodo no
seu interior.
Devido à dificuldade de acesso ao local de lançamento do efluente da estação, e
pelo fato do funcionário da COPASA que acompanhou a visita não saber o ponto
feam
232
exato do lançamento no corpo hídrico, não foi possível verificar se o lançamento
está sendo realizado de forma adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Casa de Pedra I
não possuía regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP080, que está
localizada no rio Maranhão, próximo de sua foz no rio Paraopeba, a jusante da
cidade de Congonhas. Essa estação tem por objetivo realizar o monitoramento da
qualidade das águas do rio Maranhão. No 3° trimest re de 2010, o valor do IQA no
ponto de coleta apresentado foi de 55, que o classifica como índice de qualidade
“Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Maranhão, que influenciam diretamente no
valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário dos municípios de Congonhas e
Conselheiro Lafaiete, a agricultura e a atividade minerária (IGAM, 2010).
A ETE Casa de Pedra I, classificada como em condições precárias de operação,
está localizada a, aproximadamente, 8,57 Km a montante da estação BP080. A ETE
pode ser considerada um fator de influência para a queda do valor do IQA, tendo em
vista a sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição de operação e
os fatores de pressão para o curso d’água.
Figura 2 – Vista geral da ETE Casa de
Pedra I
Figura 3 – Esgoto in natura percolando
no solo
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233
Figura 4 – Efluente transbordando do
gradeamento
Figura 5 – Efluente transbordando do
desarenador
Figura 6 – Efluente transbordando da
fossa séptica
Figura 7 – Efluente minando das laterais
da fossa séptica
Figura 8 – Leito de secagem
sobrecarregado
Figura 9 – Paisagismo inadequado
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234
ETE Casa de Pedra II
A ETE Casa de Pedra II se localiza na latitude S (20° 29’ 12,9’’) e longitude WO (43°
52’ 56,1’’). O efluente escoa para o curso d’água próximo do local e posteriormente
para barragem de rejeito da CSN.
O sistema de tratamento adotado na ETE Casa de Pedra II era composto por
tratamento preliminar, fossa séptica, filtro anaeróbio e leito de secagem. Devido ao
fato do paisagismo estar inadequado, não foi possível identificar as unidades do
tratamento preliminar e verificar o seu estado de operação.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Casa de Pedra
II.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Casa de Pedra II
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Conforme foi informado pela COPASA, a ETE Casa de Pedra II atendia a uma
população de 244 habitantes.
Na data da visita à estação, a ETE Casa de Pedra II operava em condições
precárias, uma vez que ela apresentou 4 itens mínimos, uma quantia insuficiente de
itens míninos esperados em uma ETE, e não executava os procedimentos
operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento. A tubulação que conduzia o
esgoto até o sistema de tratamento estava rompida e, por isso, o afluente percolava
no solo. Além disso, a ETE não tinha cercamento e o leito de secagem estava
coberto pela vegetação.
feam
235
O funcionário da COPASA que acompanhou a visita não soube informar o ponto
exato do lançamento do efluente da estação no corpo hídrico e, por isso, não foi
possível verificar se havia lançamento e se ele era feito de forma adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM, em junho de 2011, a ETE Casa de Pedra II
não possuía regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP080, que está
localizada no rio Maranhão, próximo de sua foz no rio Paraopeba, a jusante da
cidade de Congonhas. Essa estação de amostragem tem por objetivo realizar o
monitoramento da qualidade das águas do rio Maranhão. No 3° trimestre de 2010, o
valor do IQA no ponto de coleta apresentado foi de 55, que o classifica como índice
de qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Maranhão, que influenciam diretamente no
valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário dos municípios de Congonhas e
Conselheiro Lafaiete, a agricultura e a atividade minerária (IGAM, 2010).
A ETE Casa de Pedra II, classificada como condições precárias de operação, está
localizada a, aproximadamente, 7,43 Km a montante da estação BP080; e a ETE
pode ser considerada um fator de influência para a queda do valor do IQA, tendo em
vista a sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição de operação e
os fatores de pressão para o curso d’água.
Figura 2 – Vista geral da ETE Figura 3 – Tratamento preliminar da ETE
feam
236
Figura 4 – Esgoto in natura percolando
no solo
Figura 5 – Esgoto in natura percolando
no solo da estação
Figura 6 – Ausência de cercamento Figura 7 – Leito de secagem
ETE Maranhão
A ETE Maranhão está localizada na latitude S (20° 3 3’ 45,3’’) e longitude WO (43°
50’ 54,2’’) e, na data da visita, o efluente da estação escoava para um curso d’água
próximo do local e, posteriormente, dirigia-se para o córrego Monjolos e rio
Maranhão.
O sistema de tratamento adotado na ETE Maranhão era composto por tratamento
preliminar, caracterizado por gradeamento, dois desarenadores e medidor Parshall;
fossa séptica; filtro anaeróbio e leito de secagem.
feam
237
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Maranhão.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Maranhão
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Foi informado pela COPASA que a ETE Maranhão atendia a uma população de
1.761 habitantes.
Na data da visita, a ETE Maranhão apresentava condições precárias de operação,
uma vez que ela apresentou 7 itens mínimos, uma quantia insuficiente de itens
míninos esperados em uma ETE, e não executava os procedimentos operacionais
inerentes ao seu tipo de tratamento. No tratamento preliminar gramíneas
germinavam nas paredes internas da unidade e havia acúmulo de material
sobrenadante. Além disso, foi observada infiltração na parede da fossa séptica,
vegetação no interior do leito de secagem, ausência de cercamento, paisagismo
inadequado e presença de animais na área da ETE.
Devido ao fato do funcionário da COPASA que acompanhou a visita não saber
informar o ponto exato do lançamento do efluente à estação no corpo hídrico, não foi
possível verificar se o lançamento estava sendo feito de forma adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM, em junho de 2011, a ETE Maranhão não
possuía regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP080, que está
localizada no rio Maranhão, próximo de sua foz no rio Paraopeba, a jusante da
cidade de Congonhas. Essa estação de amostragem tem por objetivo realizar o
monitoramento da qualidade das águas do rio Maranhão. No 3° trimestre de 2010, o
feam
238
valor do IQA no ponto de coleta apresentado foi de 55, que o classifica como índice
de qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Maranhão, que influenciam diretamente no
valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário dos municípios de Congonhas e
Conselheiro Lafaiete, a agricultura e a atividade minerária (IGAM, 2010).
A ETE Maranhão, classificada como em condições precárias de operação, está
localizada a, aproximadamente, 26,31 Km a montante da estação BP080; e a ETE
pode ser considerada uma influência para a queda do valor do IQA, tendo em vista a
sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição de operação e os
fatores de pressão para o curso d’água.
Figura 2 – Vista geral da ETE Maranhão Figura 3 – Tratamento preliminar da
ETE Maranhão
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239
Figura 4 – Gramíneas germinando nas
paredes do tratamento preliminar
Figura 5 – Infiltração na parede da
fossa séptica
Figura 6 – Leito de secagem Figura 7 – Paisagismo inadequado e
presença de animais
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240
ETE Pires
A ETE Pires está localizada na latitude S (20° 26’ 54,2’’) e longitude WO (43° 50’
26,1’’) e, na data da visita, o efluente da estação escoava para um curso d’água
próximo da ETE e, posteriormente, para o córrego Preto e rio Maranhão.
O sistema de tratamento adotado na ETE Pires era composto por tratamento
preliminar, caracterizado por gradeamento e desarenador circular; fossa séptica;
filtro anaeróbio e leito de secagem.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Pires.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Pires
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Foi informado pela COPASA que a ETE Pires atendia a uma população de 1.241
habitantes.
Na data da visita, a ETE Pires operava em condições precárias, uma vez que a
estação apresentou 6 itens mínimos, uma quantia insuficiente de itens míninos
esperados em uma ETE, e não executava os procedimentos operacionais inerentes
ao seu tipo de tratamento. No desarenador circular havia uma grande quantidade de
areia acumulada. Além disso, havia infiltração na parede da fossa séptica e as
tampas das caixas de inspeção da fossa séptica e do filtro anaeróbio estavam sem
alça, o que dificulta a abertura para a limpeza e manutenção das unidades.
Observou-se ainda que algumas partes do leito secagem não estavam
impermeabilizadas e havia germinação de gramíneas no seu interior.
feam
241
Foi observado vestígios de queima no local.
O funcionário da COPASA que acompanhou a visita não sabia o ponto exato do
lançamento do efluente da ETE Pires no corpo hídrico e, por isso, não foi possível
verificar se o lançamento estava sendo feito de forma adequada.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Pires não possuía
regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP080, que está
localizada no rio Maranhão, próximo de sua foz no rio Paraopeba, a jusante da
cidade de Congonhas. Essa estação de amostragem tem por objetivo realizar o
monitoramento da qualidade das águas do rio Maranhão. No 3° trimestre de 2010, o
valor do IQA no ponto de coleta apresentado foi de 55, que o classifica como índice
de qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Maranhão, que influenciam diretamente no
valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário dos municípios de Congonhas e
Conselheiro Lafaiete, a agricultura e a atividade minerária (IGAM, 2010).
A ETE Pires, classificada como em condições precárias de operação, está localizada
a, aproximadamente, 21,96 Km a montante da estação BP080; e a ETE pode ser
considerada uma influência para a queda do valor do IQA, tendo em vista a sua
proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição de operação e os fatores
de pressão para o curso d’água.
Figura 2 – Vista geral da ETE Pires Figura 3 – Desarenador
feam
242
Figura 4 – Infiltração na parede da fossa
séptica
Figura 5 – Tampa sem alça
Figura 6 – Leito de secagem Figura 7 – Vestígios de queima
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Congonhas está
enquadrado na classe “Ruim”, pois alcançou peso final de 32,91. Esse resultado foi
obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC”, “PT” e
“Operacionalidade da ETE”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Congonhas está
classificado no grupo 4. O município não está cumprindo à referida DN, pois não
formalizou o pedido de LO até o prazo de agosto de 2010 e não atende a 80% da
feam
243
população urbana com um sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência
corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Congonhas não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município
não possui ETE com regularização ambiental válida e não possui sistema de
tratamento de esgoto sanitário que atenda a, no mínimo, 50% da população urbana.
Conselheiro Lafaiete i - Diagnóstico O município de Conselheiro Lafaiete, segundo dados do IBGE (2010), apresenta
população total de 116.527 habitantes, sendo que 111.286 habitantes correspondem
à população urbana e 5.241 à população rural. O município encontra-se
parcialmente inserido na BHRP, mais precisamente na região do ARP, e possui
apenas o distrito de Buarque de Macedo, com população total de 929 habitantes,
conforme IBGE (2007).
Em visita realizada ao município em março de 2011, para levantamento da situação
do sistema de esgotamento sanitário, foi informado que o município apresentava
rede coletora, interceptores, elevatórias, fossas negras, fossas sépticas e uma ETE
em operação, sendo que uma outra estação, a ETE Ventura Luiz, estava em fase de
projeto. Os serviços de esgotamento sanitário do município estavam sob a
titularidade da COPASA.
Na data da visita, o percentual da população urbana atendida por rede coletora de
esgoto era de 85% e o percentual da população urbana atendida por tratamento de
esgoto era de 47%, conforme declarado pelo diretor de meio ambiente do município.
feam
244
ETE Bananeiras – Número do processo no COPAM: 00073/1991/007/2008
A ETE Bananeiras está localizada na latitude S (20° 38’ 02,1’’) e longitude WO (43°
48’ 36,9’’) e iniciou sua operação em outubro de 2009.
O sistema de tratamento da estação era constituído pelo tratamento preliminar,
caracterizado por grade grossa manual, grade fina mecanizada e dois
desarenadores, com remoção de areia por sucção. A ETE possuía casa de apoio e
laboratório. Apenas a vazão afluente era medida com o auxílio do medidor Parshall.
A vazão afluente de esgoto no momento da visita era de 70 L/s.
Após o tratamento preliminar, o afluente seguia para dois reatores UASB, de seis
câmaras cada um, dois filtros biológicos percoladores e dois decantadores
secundários. Em seguida, o efluente tratado era lançado no ribeirão Bananeiras. A
ETE possuía ainda, oito leitos de secagem de lodo, sendo que dois deles estavam
operando; casa de bombas; estação elevatória de recirculação de água, para
aproveitamento da água dos decantadores para limpeza das unidades da ETE;
laboratório e queimador de gás para o reator UASB.
Parte do lodo retirado por sucção dos decantadores secundários recirculava para os
reatores UASB e parte do esgoto tratado era utilizado na limpeza das unidades da
estação. O lodo e o material gradeado, após a secagem, eram dispostos em valas
na própria área da ETE Bananeiras.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Bananeiras.
feam
245
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Bananeiras
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Na data da visita a ETE operava em boas condições, uma vez que ela apresentou
20 itens mínimos esperados em uma ETE e executava os procedimentos
operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento. Porém algumas inconformidades
foram identificadas, tais como:
• Desarenador inoperante contendo esgoto em seu interior;
• Saída de gases no efluente do reator UASB, evidenciados através de bolhas
emergentes;
• Colmatação do distribuidor de vazão do reator UASB;
• Queimador de gás inoperante;
• Infiltrações nas paredes do reator UASB;
• Presença de escuma nos decantadores secundários;
• Colmatação do decantador secundário.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Bananeiras possuía
LO válida até agosto de 2015.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP084, que está
localizada no rio Maranhão, na localidade de Gagé, próximo a Conselheiro Lafaiete.
Essa estação tem por objetivo realizar o monitoramento da qualidade das águas do
rio Maranhão. No 3° trimestre de 2010, o valor do I QA no ponto de coleta
feam
246
apresentado foi de 48,3, que o classifica como índice de qualidade “Ruim” (25 < IQA
≤ 50) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no rio Maranhão, que influenciam diretamente no
valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário dos municípios de Congonhas e
Conselheiro Lafaiete, a agricultura e a atividade minerária (IGAM, 2010).
A ETE Bananeiras, classificada como condições precárias de operação, está a,
aproximadamente, 5,28 Km a montante da estação BP084 e a ETE pode ser
considerada um fator de influência para a queda do valor do IQA, levando em
consideração a sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua condição de
operação e os fatores de pressão para o curso d’água.
Figura 2 – Portão de entrada da ETE
Bananeiras, no município de Conselheiro
Lafaiete
Figura 3 – Vista geral da ETE
Bananeiras
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247
Figura 4 – Gradeamento grosso manual
na unidade de tratamento preliminar
Figura 5 – Gradeamento fino
mecanizado da unidade de tratamento
preliminar
Figura 6 – Desarenadores na unidade de
tratamento preliminar
Figura 7 – Desarenador inoperante
contendo efluente em seu interior
feam
248
Figura 8 – Caçamba que recebe o
material gradeado e a areia provenientes
do tratamento preliminar
Figura 9 – Unidade posterior ao
tratamento preliminar
Figura 10 – Sistema de bombeamento Figura 11 – Reator UASB
Figura 12 – Saída do efluente do reator
UASB
Figura 13 – Distribuidor do reator UASB
colmatado
feam
249
Figura 14 – Laboratório Figura 15 – Queimador de gás do reator
UASB
Figura 16 – Desodorizadores distribuídos
pelo reator UASB
Figura 17 – Vazamento de gás no
reator UASB
Figura 18 – Infiltração nas paredes do
reator UASB
Figura 19 – Dispositivo de retirada do
lodo do reator UASB
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250
Figura 20 – Filtro biológico percolador Figura 21 – Decantador secundário
Figura 22 – Colmatação dos decantadores
secundários
Figura 23 – Presença de escuma nos
decantadores secundários
Figura 24 – Estação elevatória de
recirculação de água
Figura 25 – Leitos de secagem do lodo
feam
251
Figura 26 – Vala de disposição final do
material gradeado, areia e lodo da ETE
Bananeiras
Figura 27 – Saída do efluente da
estação
Figura 28 – Medidor Parshall da vazão Figura 29 – Lançamento do efluente no
ribeirão Bananeiras
feam
252
ETE Ventura Luiz – Número do processo no COPAM: 01844/2005/001/2007
A ETE Ventura Luiz será implantada na latitude S (20° 37’ 40,3’’) e longitude WO
(43° 45’ 26,4’’). Por enquanto não há data prevista para o início das obras, mas a
previsão é que a execução das obras seja de dois anos.
O sistema de tratamento será constituído por tratamento preliminar, reatores UASB,
filtros biológicos percoladores e decantadores secundários.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Ventura Luiz.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Ventura Luiz
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
O percentual da população urbana do município que será atendida pela ETE
Ventura Luiz será de 53% e o corpo d’água que receberá o efluente da estação será
o ribeirão Ventura Luiz.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a estação estava com LP,
concomitante com LI, em processo arquivado.
Não foi identificada estação de amostragem do projeto “Águas de Minas” localizada
a uma distância aproximada de 30 Km a jusante da ETE Ventura Luiz.
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253
Figura 2 – Área destinada à
implantação da ETE Ventura Luiz, no
município de Conselheiro Lafaiete
Figura 3 – Vista da área onde será
construída a ETE Ventura Luiz
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Conselheiro Lafaiete
está enquadrado na classe “Médio”, pois alcançou peso final de 54,86. Esse
resultado foi obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC”,
“PT”, “Operacionalidade da ETE”, “Regularização ambiental” e “Análise adicional”,
esse último com relação ao item “Apresentação do programa de monitoramento da
ETE”.
Segundo os dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, Conselheiro
Lafaiete recebe a verba vinculada a esse imposto, porque possui ETE com
regularização ambiental válida e apresentou processo formalizado de atendimento
por tratamento de esgoto de, no mínimo, 50% da população urbana. Entretanto,
conforme foi informado na visita ao município pelo diretor de meio ambiente, o
percentual de tratamento de esgoto era de 47% da população urbana. Esse fato foi
informado à gerência responsável da FEAM para que as providências cabíveis
sejam adotadas.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Conselheiro Lafaiete
está classificado no grupo 2 e, em atendimento à referida DN, o município formalizou
até agosto de 2010 o pedido da LO da ETE Bananeiras. Entretanto, o município não
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254
está cumprindo a DN COPAM N° 128 de 2008, pois não possui 80% da população
urbana atendida por sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a
60%.
Contagem i - Diagnóstico O município de Contagem, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população
total de 603.048 habitantes, sendo que 601.009 habitantes correspondem à
população urbana e 2.039 à população rural. O município encontra-se parcialmente
inserido na BHRP, mais precisamente na região do MRP, e não possui distritos,
segundo o IBGE (2007).
Em visita realizada ao município em abril de 2011, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, foi informado que o município de Contagem
possuía rede coletora, interceptores, elevatórias, fossas sépticas e uma ETE, a ETE
Nova Contagem, que se encontrava em operação desde o ano de 200. A COPASA
detinha a concessão dos serviços de esgotamento sanitário do município.
O percentual da população urbana atendida por rede coletora era de 80,95% e o
percentual da população urbana atendida por tratamento de esgotos era de 55,02%;
sendo que, 9% dos esgotos recebiam tratamento na ETE Nova Contagem e o
restante era tratado no município de Belo Horizonte. segundo dados fornecidos pela
COPASA.
ETE Nova Contagem – Número do processo no COPAM: 00320/1997/004/2011
A ETE Nova Contagem está localizada na latitude S (19˚ 50’ 35,6’’) e longitude WO
(44˚ 08’ 52,2’’). Na data da visita, o sistema de tratamento de esgotos da estação era
composto pelo tratamento preliminar, caracterizado por grade grossa manual,
grades finas, manual e mecanizada, dois desarenadores retangulares, medidor
ultrasônico da vazão e medidor Parshall; dois reatores UASB; queimador de gás; um
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255
filtro biológico percolador; um decantador secundário; um aerador em cascata; uma
centrífuga, para a secagem do lodo; casa de apoio e laboratório.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Nova
Contagem.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Nova Contagem
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
A vazão prevista em projeto para a ETE Nova Contagem era de 70 L/s. No entanto,
enquanto as novas redes coletoras para o esgoto não têm suas obras concluídas, a
vazão que a estação estava recebendo era entorno de 30 a 35 L/s.
Durante a visita, foi observado que a ETE Nova Contagem apresentava boas
condições de operação, uma vez que a estação apresentou 18 itens míninos
esperados em uma ETE e executava os procedimentos operacionais inerentes ao
seu tipo de tratamento. Apesar do efluente final ter apresentado indício de grande
quantidade de surfactantes, o sistema de tratamento da estação cumpria com o
objetivo principal de um tratamento biológico, que é a remoção da matéria orgânica.
Conforme foi informado, a ETE possuía eficiência de tratamento de 93% e o efluente
da estação era lançado no córrego Meloso, na latitude S (19˚ 49’ 38,8’’) e longitude
WO (44˚ 09’ 56,9’’). Foi verificado também que um dos reatores UASB e também o
arejador em cascata não estavam operando, pois estavam em manutenção.
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256
Na data da visita, foi observado que o lodo proveniente das fossas sépticas era
transportado por caminhões da prefeitura até a estação, para receber tratamento
juntamente com o esgoto. Segundo foi informado, 8 a 10 caminhões limpa fossa por
dia descarregavam o lodo na ETE Nova Contagem.
O lodo gerado durante o tratamento do esgoto era encaminhado à centrífuga, onde
era feito o processo da desidratação e da formação da torta de lodo. Após este
processo, o lodo, juntamente com a areia e o material gradeado, eram transportados
ao aterro sanitário do município, localizado na latitude S (19˚ 54’ 55,9’’) e longitude
WO (44˚ 03’ 22,7’’).
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Nova Contagem
possuía LO provisória.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP088, que está
localizada no rio Betim, a jusante do reservatório de Vargem das Flores em Betim.
Essa estação tem por objetivo realizar o monitoramento da qualidade das águas do
rio Betim. No 3° trimestre de 2010, o valor do IQA no ponto de coleta apresentado
foi de 75,8, que o classifica como índice de qualidade “Bom” (70 < IQA ≤ 90) (IGAM,
2010).
Os principais fatores de pressão no rio Betim, que influenciam diretamente no valor
de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário, o lançamento de efluente industrial,
carga difusa e a presença de resíduos sólidos (IGAM, 2010).
A ETE Nova Contagem, classificada como em boas condições de operação, está
localizada a, aproximadamente, 10,95 Km a montante da estação BP088 e a ETE
deve continuar a operar em boas condições para que não se torne um possível fator
de influência para a queda do valor do IQA.
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257
Figura 2 – Portão de entrada da ETE
Nova Contagem
Figura 3 – Caminhão limpa fossa da
prefeitura descarregando o lodo na
unidade de tratamento preliminar
Figura 4 – Chegada do esgoto na
unidade de tratamento preliminar
Figura 5 – Vista geral da unidade de
tratamento preliminar
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258
Figura 6 – Gradeamento grosso manual
da unidade de tratamento preliminar
Figura 7 – Gradeamento fino
mecanizado da unidade de tratamento
preliminar
Figura 8 – Desarenador esquerdo da
unidade de tratamento preliminar
Figura 9 – Desarenador direito da
unidade de tratamento preliminar
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259
Figura 10 – Medidor ultrasônico da
vazão
Figura11 – Medidor Parshall
Figura 12 – Efluente do tratamento
preliminar
Figura 13 – Desodorizador utilizado na
estação
Figura 14 – Vista geral dos distribuidores
do reator UASB
Figura 15 – Distribuidor da vazão
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260
Figura 16 – Distribuidor colmatado Figura 17 – Torneiras de remoção do
lodo do reator UASB
Figura 18 – Queimador de gás Figura 19 – Filtro biológico percolador
Figura 20 – Aerador em cascata Figura 21 – Decantador secundário
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261
Figura 22 – Vertedores do decantador
secundário
Figura 23 – Casa de apoio e o
laboratório
Figura 24 – Laboratório Figura 25 – Casa da centrífuga
Figura 26 – Motor da centrífuga Figura 27 – Efluente da ETE Nova
Contagem
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262
Figura 28 – Aterro sanitário de Contagem
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Contagem está
enquadrado na classe “Bom”, pois alcançou peso final de 70,79. Esse resultado foi
obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC”, “PT”,
“Operacionalidade da ETE”, “Regularização ambiental”, “Disposição final dos
resíduos sólidos da ETE” e “Análise adicional”, com relação ao item “Faz jus ao
ICMS Ecológico”.
Segundo os dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, Contagem
recebe a verba vinculada a esse imposto, porque possui ETE com regularização
ambiental válida e apresentou processo formalizado de atendimento por tratamento
de esgoto de, no mínimo, 50% da população urbana atendida por tratamento de
esgoto.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Contagem está
classificado no grupo 1 e, em atendimento à referida DN, o município formalizou até
outubro de 2010 o pedido da LO da ETE Nova Contagem. Entretanto, o município
não está cumprindo à DN COPAM N° 128 de 2008, pois não possui 80% da
população urbana atendida por sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência
corresponda a 60%.
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263
Cristiano Otoni i - Diagnóstico O município de Cristiano Otoni, segundo dados do IBGE (2010), apresenta
população total de 5.007 habitantes, sendo que 4.156 habitantes correspondem à
população urbana e 851 à população rural. O município encontra-se parcialmente
inserido na BHRP, mais precisamente na região do ARP e possui apenas o distrito
de São Caetano, com população total de 353 habitantes, segundo IBGE (2007).
Em visita realizada ao município em março de 2011, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, foi informado que o município possuía rede
coletora, interceptores e fossas negras. Segundo informado, a prefeitura, que era
titular pelos serviços de esgotamento sanitário, tem a pretensão de fazer um termo
de concessão desses serviços para a COPASA.
Na data da visita, o percentual da população urbana atendida por rede coletora de
esgoto era de 100% e o percentual da população urbana atendida por tratamento de
esgotos era de 0%, conforme declarado pelo encarregado da secretaria de obras do
município.
O corpo receptor que tem recebido o esgoto in natura, enquanto não é implantada a
ETE no município, é o rio Paraopeba. O ponto que recebe o maior lançamento dos
esgotos está na latitude S (20° 49’ 10,1’’) e longi tude WO (43° 48’ 45,11’’).
As nascentes do rio Paraopeba estão localizadas no município de Cristiano Otoni e
uma delas está na latitude S (20° 51’ 47,1’’) e lon gitude WO (43° 48’ 30,5’’).
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264
Figura 1 – Ponto de lançamento do
esgoto in natura no rio Paraopeba, no
município de Cristiano Otoni
Figura 2 – Encontro do esgoto bruto com
o rio Paraopeba, no município de
Cristiano Otoni
Figura 3 – Lançamento do esgoto in
natura no rio Paraopeba
Figura 4 – Nascente do rio Paraopeba
no município de Cristiano Otoni
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Cristiano Otoni está
enquadrado na classe “Ruim”, pois alcançou peso final de 33,33. Esse resultado foi
obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC" e “Análise
adicional”, esse último com relação ao item, “Atendimento à DN COPAM N° 128 de
2008”.
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265
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Cristiano Otoni está
classificado no grupo 7 e, em atendimento à referida DN, o município cadastrou o
Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, para continuar cumprindo a DN
COPAM N° 128 de 2008, o município tem o prazo de at é março de 2017 para obter
a AAF de sua ETE que deve ser implantada e atender a 80% da população urbana
com um sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Cristiano Otoni não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município
não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda a, no mínimo, 50%
da população urbana.
Crucilândia i - Diagnóstico O município de Crucilândia, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população
total de 4.749 habitantes, sendo que 2.976 habitantes correspondem à população
urbana e 1.773 à população rural. O município encontra-se totalmente inserido na
BHRP, mais precisamente na região do ARP e não possui distritos (IBGE, 2007).
Em visita realizada ao município, em março de 2011, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, foi declarado pelo secretário municipal de
urbanização de Crucilândia, que o percentual da população urbana atendida por
rede coletora era de 95% e que o percentual da população urbana atendida por
tratamento de esgotos era de 0%.
Na data da visita, foi informado que a infraestrutura disponível para o esgotamento
sanitário do município era de rede coletora e, na zona rural, de fossas secas. O
esgoto era lançado in natura no rio Manso e a titularidade dos serviços de
esgotamento sanitário era da prefeitura.
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266
Figura 1 – Ponto de lançamento do
esgoto in natura no rio Manso, no
município de Crucilândia
Figura 2 – Córrego que recebe esgoto in
natura do município de Crucilândia
Figura 3 – Ponto de lançamento do
esgoto bruto
Figura 4 – Ponto de lançamento do
esgoto in natura
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267
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Crucilândia está
enquadrado na classe “Ruim”, pois alcançou peso final de 28,5. Esse peso foi obtido
no indicador “PC”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o Crucilândia está
classificado no grupo 7. O município não está atendendo à referida DN, pois não
realizou o cadastro do Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, o município
tem o prazo de até março de 2017 para obter a AAF de sua ETE que deve ser
implantada e atender a 80% da população urbana com um sistema de tratamento de
esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Crucilândia não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município
não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda a, no mínimo, 50%
da população.
Curvelo i - Diagnóstico O município de Curvelo, segundo dados do IBGE (2010), possui população total
73.644 habitantes, sendo que 67.363 habitantes correspondem à população urbana
e 3.281 habitantes à população rural.
Curvelo está parcialmente inserido na BHRP, mais precisamente na região do BRP
e apresenta os distritos de Angueretá, J.K, Santa Rita do Cedro e Tomás Gonzaga.
O município possui sua sede municipal localizada fora da BHRP. Segundo dados do
IBGE (2007), o distrito de Angueretá possui população total de 1.425 habitantes, J.K.
possui população total de 3.896 habitantes, Santa Rita do Cedro possui população
total de 1.097 habitantes e Tomás Gonzaga possui população total de 1.882
habitantes.
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268
Em visita realizada em fevereiro de 2011, para levantamento de situação dos
serviços de esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município de Curvelo
apresentava rede coletora, interceptores, fossas negras, duas elevatórias em
funcionamento e duas elevatórias em projeto, a ETE Santo Antônio, e fossas
sépticas.
Conforme foi informado na visita, o percentual de população urbana atendida por
rede coletora de esgoto era de 90% e o percentual de população urbana atendida
por tratamento de esgoto era de 0%, uma vez que a estação de tratamento de
esgoto encontrava-se em obras. Na época na visita, a COPASA detinha a
concessão dos serviços de esgotamento sanitário do município.
ETE Santo Antônio – Número do processo no COPAM: 02125/2006/002/2010
A ETE Santo Antônio está localizada na latitude S (18° 44’ 12,9’’) e longitude WO
(44° 24’ 12,36’’) e será operada pela COPASA. O efl uente do tratamento será
lançado no córrego Santo Antônio.
O sistema de tratamento de esgoto da ETE é composto pelo tratamento preliminar,
dois reatores UASB de duas câmaras, um queimador de gás, dois filtros biológicos
percoladores, um aerador em cascata, um desodorizador de filtro de carvão e
madeira, dois decantadores secundários e seis leitos de secagem.
O tratamento preliminar será realizado em outra unidade que se encontra na latitude
S (18° 44’ 18,6’’) e longitude WO (44° 24’ 38,58’’) . O sistema de tratamento
preliminar é composto por gradeamento grosso manual, gradeamento fino
mecanizado, o bypass para o gradeamento fino manual, medidor Parshall e
desarenador circular. A vazão também será medida após a passagem do efluente
pelo desarenador por um medidor ultrasônico.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Santo Antônio.
feam
269
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Santo Antônio
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
A ETE Santo Antônio possui a estrutura do laboratório, porém foi informado que ele
não será totalmente equipado devido há existência de um laboratório distrital para o
qual será enviado as amostras para o monitoramento do efluente. Apenas o
monitoramento diário do efluente da estação será realizado no laboratório da ETE.
O lodo da estação será disposto no aterro sanitário da prefeitura que se encontra em
obras, localizado na latitude S (18° 50’ 46,56’’) e longitude WO (44° 23’ 23,34’’).
Conforme informado pelo encarregado da ETE Santo Antônio, há espaço na estação
para a disposição do lodo se o aterro sanitário da prefeitura de Curvelo não estiver
operando de acordo com a legislação ambiental vigente.
Na data da visita, foi constatado o lançamento irregular de lodo proveniente de
fossas sépticas pelo caminhão limpa fossa da prefeitura no riacho Fundo, mais
precisamente em área próxima à unidade de tratamento preliminar da COPASA.
A COPASA informou que pretende iniciar a operação da ETE Santo Antônio no final
de mês de março e aguarda a instalação da rede elétrica pela Companhia
Energética de Minas Gerais – CEMIG.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Santo Antônio
possuía LO provisória.
feam
270
Figura 2 – Portão da ETE Santo Antônio,
do município de Curvelo
Figura 3 – Escritório e laboratório da
ETE Santo Antônio
Figura 4 – Vista da área do futuro
laboratório da estação
Figura 5 – Vista dos dois reatores UASB
Figura 6 – Distribuidores dos reatores
UASB
Figura 7 – Queimador de gás
feam
271
Figura 8 – Leitos de secagem do lodo e
filtros biológicos percoladores ao fundo
Figura 9 – Vista superior do filtro
biológico percolador
Figura 10 – Decantador secundário da
ETE Santo Antônio
Figura 11 – Desodorizador de filtro de
carvão e madeira
Figura 12 – Aerador em cascata Figura 13 – Gradeamento da unidade de
tratamento preliminar
feam
272
Figura 14 – Medidor ultrasônico da
vazão
Figura 15 – Medidor Parshall
Figura 16 – Coletores da areia retirada
no desarenador
Figura 17 – Desarenador circular da
unidade de tratamento preliminar
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273
Figura 18 – Elevatória na unidade de
tratamento preliminar
Figura 19 – Ponto de lançamento do
esgoto in natura no córrego Santo
Antônio, no município de Curvelo
Figura 20 – Aterro controlado de Curvelo Figura 21 – Obras do futuro aterro
sanitário
feam
274
ii - Prognóstico O município de Curvelo não foi considerado na análise pelo IQES, pois o efluente da
ETE Curvelo será lançado fora da BHRP.
Desterro de Entre Rios i - Diagnóstico O município de Desterro de Entre Rios, segundo dados do IBGE (2010), apresenta
população total de 7.002 habitantes, sendo que 3.596 habitantes correspondem à
população urbana e 3.406 habitantes à população rural.
O município encontra-se parcialmente inserido na BHRP, mais precisamente na
região do ARP e possui os distritos de Pereirinhas e São Sebastião do Gil (IBGE,
2007). A sede municipal de Desterro de Entre Rios localiza-se fora da BHRP.
Em visita realizada em abril de 2011 ao município, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município possuía
infraestrutura disponível de rede coletora, fossas negras e fossas sépticas. A
titularidade do serviço de esgotamento sanitário do município era da prefeitura.
O percentual de população urbana atendida por rede coletora de esgoto era de 95%
e o percentual de população urbana atendida por tratamento de esgoto era de 0%,
conforme informado na visita ao município.
O lançamento de esgoto in natura era realizado no rio Macaúbas, rio Pará e rio São
Mateus. A área central do município e o distrito de Pereirinhas realizavam o
lançamento dos seus esgotos brutos no rio Pará. Já o distrito de São Sebastião do
Gil realizava o lançamento no rio São Mateus e as demais áreas no rio Macaúbas.
O ponto de lançamento de esgoto in natura no rio São Mateus está localizado na
latitude S (20° 36’ 49,2’’) e na longitude WO (44° 11’ 48,1’’), sendo que, conforme foi
informado na visita, o percentual de população do distrito de São Sebastião do Gil
atendida por rede coletora de esgoto era de 95%.
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275
Figura 1 – Ponto de lançamento de esgoto
bruto no rio São Mateus
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Desterro de Entre
Rios está enquadrado na classe “Ruim”, pois alcançou peso final de 28,5. Esse peso
foi obtido no indicador “PC”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Desterro de Entre
Rios está classificado no grupo 7. O município não está atendendo à referida DN,
pois não realizou o cadastro do Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, o
município tem o prazo de até março de 2017 para obter a AAF de sua ETE que deve
ser instalada e atender a 80% da população urbana com um sistema de tratamento
de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Desterro de Entre Rios não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o
município não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda a, no
mínimo, 50% da população urbana.
feam
276
Entre Rios de Minas i - Diagnóstico O município de Entre Rios de Minas, segundo dados do IBGE (2010), apresenta
população total de 14.262 habitantes, sendo que 9.871 habitantes correspondem à
população urbana e 4.391 habitantes à população rural.
O município e sua sede encontram-se totalmente inseridos na BHRP, mais
precisamente na região do ARP. Entre Rios de Minas possui apenas o distrito de
Serra do Camapuã, com população de 1.184 habitantes (IBGE, 2007).
Em visita realizada em abril de 2011 ao município, para levantamento da situação
dos serviços de esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresentava
infraestrutura disponível de rede coletora, fossas negras e uma ETE em fase de
projeto. A titularidade do serviço de esgotamento sanitário do município era da
prefeitura.
O percentual de população urbana atendida por rede coletora de esgoto era de 80%
e o percentual de população urbana atendida por tratamento de esgoto era de 0%,
conforme informado na visita ao município.
O lançamento de esgoto in natura era realizado no rio Brumado e o ponto principal
de lançamento de esgoto se localiza na latitude S (20° 39’ 14,5’’) e na longitude WO
(44° 03’ 55,1’’).
ETE Entre Rios de Minas – Número do processo no COPAM: 03566/2008/001/2008
Na data da visita, a ETE Entre Rios de Minas estava em fase de projeto. Conforme
foi informado, a estação será instalada na latitude S (20° 38’ 44,9’’) e longitude WO
(44° 03’ 41,9”) e o efluente será lançado no rio Br umado.
O sistema de tratamento que será adotado na ETE Entre Rios de Minas será
composto por tratamento preliminar, caracterizado por gradeamento grosso,
gradeamento fino e desarenador, medidor Parshall, bypass, dois reatores UASB,
feam
277
dois filtros anaeróbios e dois leitos de secagem. Além disso, a ETE apresentará
casa de apoio.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Entre Rios de
Minas.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Entre Rios de Minas
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
De acordo com o projeto da ETE, a vazão mínima de esgotos que está prevista para
chegar à estação é de 16,67 L/s e a vazão máxima é de 42,23 L/s. Foi informado
que a ETE Entre Rios de Minas foi projetada para atender a 100% da população
urbana do município.
Conforme informado pelo funcionário da prefeitura que acompanhou a visita, o
município apresenta uma vala de rejeitos que os resíduos sólidos da ETE Entre Rios
de Minas.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011 a ETE Entre Rios de Minas
estava com a LO em processo arquivado.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP024, que está
localizada no rio Brumado, a montante de Cristiano Otoni, próximo de sua nascente;
e a estação de amostragem BP026, que está localizada no rio Camapuã, no
município de Jeceaba. Ambas as estações têm por objetivo realizar o monitoramento
feam
278
da qualidade das águas superficiais: a BP024 monitora o rio Brumado e a BP026 o
rio Camapuã (IGAM, 2010).
No 3° trimestre de 2010, o valor do IQA no ponto de coleta BP024 apresentado foi
de 77,7, que o classifica como índice de qualidade “Bom” (70 < IQA ≤ 90) e o valor
do IQA da estação BP096 foi de 64,6, que o classifica como índice de qualidade
“Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no ribeirão Brumado são: a pecuária, a agricultura,
a erosão e o assoreamento. No rio Camapuã os principais fatores de pressão são: o
lançamento de esgoto sanitário, a pecuária, a erosão e o assoreamento (IGAM,
2010).
Como o lançamento de esgoto sanitário não é um fator de pressão no rio Brumado,
não foi feita análise para uma possível influência da ETE Entre Rios de Minas na
variação no valor do IQA na estação de amostragem BP024, tendo como base a
proximidade da ETE com o ponto de amostragem.
A ETE Entre Rios de Minas estará localizada a, aproximadamente, 19,22 Km a
montante do ponto de coleta da estação BP096 e, caso a ETE venha a operar em
boas condições, poderá se tornar um fator de influência para a melhoria do valor do
IQA no ribeirão Brumado.
Figura 2 – Área onde será implantada a
ETE Entre Rios de Minas
Figura 3 – Ponto de lançamento do
esgoto bruto no rio Brumado
feam
279
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Entre Rios de Minas
está enquadrado na classe “Ruim”, pois alcançou peso final de 27,33. Esse
resultado foi obtido pela soma dos pesos obtidos nos indicadores: “PC” e “Análise
adicional”, esse último com relação ao item “Atendimento à DN COPAM N° 128 de
2008”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Entre Rios de Minas
está classificado no grupo 7 e, em atendimento à referida DN, o município cadastrou
o Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, para continuar cumprindo a DN
COPAM N° 128 de 2008, o município tem o prazo de at é março de 2017 para obter
a AAF de sua ETE que deve ser instalada e atender a 80% da população urbana
com um sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Entre Rios de Minas não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o
município não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda a, no
mínimo, 50% da população urbana.
Esmeraldas i - Diagnóstico O município de Esmeraldas, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população
total de 60.153 habitantes, sendo que 56.112 habitantes correspondem à população
urbana e 4.041 habitantes à população rural. O município encontra-se parcialmente
inserido na BHRP, mais precisamente na região do BRP e não possui distritos
(IBGE, 2007).
Em visita realizada em fevereiro de 2011 ao município, para levantamento da
situação dos serviços de esgotamento sanitário, foi informado que o município
apresentava rede coletora, interceptores, fossas negras, elevatória, fossas sépticas,
duas ETE’s em obras, a ETE Novo Retiro e a ETE Centro, e três em fase de projeto:
feam
280
ETE Tijuco, ETE Macuco e ETE Vau do Palmital. A COPASA possuía a concessão
dos serviços de esgotamento sanitário de Esmeraldas.
Na data da visita, o percentual da população urbana atendida por rede coletora era
de 30% e o percentual da população urbana atendida por tratamento de esgoto era
de 0%, conforme declarado pelo secretário municipal de obras de Esmeraldas.
ETE Novo Retiro
Na data da visita ao município, a ETE Novo Retiro estava em fase de obras em uma
área localizada na latitude S (19˚ 49’ 32,0’’) e longitude WO (44˚ 10’ 09,3’’).
A implantação da ETE iniciou-se em outubro de 2009 e a previsão do término das
obras é em novembro de 2011, sendo que são previstas duas etapas de
implantação. Na primeira etapa serão construídos o tratamento preliminar; dois
reatores UASB; duas lagoas facultativas, com profundidade de 3,5 m cada uma
delas; uma lagoa de maturação, com profundidade de 1,7 m; seis leitos de secagem
do lodo e laboratório. Para a segunda etapa estão previstos a implantação de um
terceiro reator UASB; de duas lagoas de maturação, que receberão apenas o
efluente da ETE Nova Contagem; e mais quatro leitos de secagem do lodo. A vazão
de esgoto prevista para ser tratada na ETE Novo Retiro é de 58 L/s e o percentual
da população atendida será de 18,5%.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Novo Retiro.
feam
281
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Novo Retiro
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
Foi informado durante a visita que o projeto da estação é da Holos Engenharia e que
o financiamento das obras foi proveniente do PAC.
Assim como ocorre na ETE Nova Contagem, o efluente tratado na estação será
lançado no córrego Meloso e o lodo gerado no tratamento será disposto no aterro
sanitário de Contagem.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Novo Retiro não
possuía regularização ambiental.
Não foi identificada estação de amostragem do projeto “Águas de Minas” localizada
a uma distância aproximada de 30 Km a jusante da ETE Novo Retiro.
Figura 2 – Área destinada à implantação
da ETE Novo Retiro
Figura 3 – Implantação dos reatores
UASB
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282
Figura 4 – Vista superior do reator UASB Figura 5 – Local para implantação da
lagoa facultativa
Figura 6 – Planta da ETE Novo Retiro Figura 7 – Local onde ocorrerá o
lançamento do efluente da ETE Novo
Retiro no córrego Meloso
ETE Centro
A ETE Centro está localizada na latitude S (19° 46’ 42,5’’) e longitude WO (44° 19’
21,5’’). A sua implantação iniciou-se em março de 2010 e a previsão do término da
obra é em dezembro de 2011. A empresa responsável pela realização das obras é a
Emtel Engenharia.
A ETE Centro terá um sistema de tratamento de esgoto constituído pelas seguintes
unidades: tratamento preliminar, caracterizado por gradeamento, desarenador e
feam
283
medidor Parshall, um reator UASB, queimador de gás, filtro biológico percolador,
decantador secundário, quatro leitos de secagem e uma casa de química /
laboratório. A vazão prevista para a estação é de 35 L/s e o percentual da população
atendida por ela será de 14%, com 98% de eficiência no tratamento do esgoto.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Centro.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Centro.
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
O lodo gerado durante o tratamento do esgoto será disposto na própria área da
estação e o esgoto tratado será lançado no ribeirão Felipão, na latitude S (19° 46’
41,9’’) e longitude WO (44° 19’ 25,8’’).
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Centro não possuía
regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP090, que está
localizada no ribeirão Grande, a montante próximo da sua foz no rio Paraopeba, no
município de Esmeraldas. Essa estação tem por objetivo realizar o monitoramento
da qualidade das águas do ribeirão Grande. No 3° t rimestre de 2010, o valor do IQA
no ponto de coleta apresentado foi de 63,50, que o classifica como índice de
qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no ribeirão Grande, que influenciam diretamente no
valor de IQA, são: a atividade minerária, a pecuária e a agricultura (IGAM, 2010).
feam
284
Como o lançamento de esgoto sanitário não é um fator de pressão no ribeirão
Grande não foi feita análise para a possível influência da ETE Centro na variação no
valor do IQA na estação de amostragem BP090.
Figura 2 – Vista geral da obra da ETE
Centro
Figura 3 – Implantação do decantador
secundário (à esquerda) e dos leitos de
secagem (à direita) da ETE Centro
Figura 4 – Construção dos leitos de
secagem
Figura 5 – Ribeirão Felipão que irá
receber o lançamento do esgoto tratado
proveniente da ETE Centro
feam
285
ETE Tijuco
A ETE Tijuco está prevista para atender a uma população inicial de 4.140
habitantes, recebendo a vazão média de 5,75 L/s de esgoto bruto em suas
unidades; e uma população de fim de plano de 5.612 habitantes em 2027.
O sistema de tratamento da estação será constituído por tratamento preliminar,
reator UASB, filtro biológico percolador, decantador secundário, estação elevatória
de recirculação do clarificado, estação elevatória de recirculação do lodo aeróbio e
lagoa de maturação.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Tijuco.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Tijuco
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
O corpo receptor do efluente da ETE Tijuco será o córrego Tijuco.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Tijuco não possuía
regularização ambiental.
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286
ETE Vau do Palmital
A ETE Vau do Palmital está prevista para atender a uma população inicial de 8.647
habitantes, recebendo a vazão média de 12,01 L/s de esgoto bruto em suas
unidades; e uma população de fim de plano de 11.738 habitantes em 2027.
O sistema de tratamento da estação será constituído por tratamento preliminar,
reator UASB, filtro biológico percolador, decantador secundário, estação elevatória
de recirculação do clarificado, estação elevatória de recirculação do lodo aeróbio e
unidade de desinfecção por ultravioleta, prevista para a segunda etapa de
implantação da ETE.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Vau do
Palmital.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Vau do Palmital
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
O corpo receptor do efluente da ETE Vau do Palmital será o córrego Vau do
Palmital.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Vau do Palmital não
possuía regularização ambiental.
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287
ETE Macuco
A ETE Macuco está prevista para atender a uma população inicial de 5.674
habitantes, recebendo a vazão média de 7,88 L/s de esgoto bruto em suas
unidades; e uma população de fim de plano de 12.835 habitantes em 2027.
O sistema de tratamento da estação será constituído por tratamento preliminar,
reator UASB, filtro biológico percolador, decantador secundário, estação elevatória
de recirculação do clarificado, estação elevatória de recirculação do lodo aeróbio e
unidade de desinfecção por ultravioleta, prevista para a segunda etapa de
implantação da ETE.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Macuco.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Macuco
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
O corpo receptor do efluente da ETE Macuco será o córrego Macuco.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Macuco não
possuía regularização ambiental.
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288
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Esmeraldas está
enquadrado na classe “Muito ruim”, pois alcançou peso final 3. Esse peso foi obtido
no indicador “PC”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Esmeraldas está
classificado no grupo 4. O município não está cumprindo à referida DN, pois deveria
ter formalizado o pedido da LO até agosto de 2010 e possuir ETE que atendesse a
80% da população urbana com um sistema de tratamento de esgoto cuja eficiência
correspondesse a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Esmeraldas não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município
não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda a, no mínimo, 50%
da população urbana.
Felixlândia i - Diagnóstico O município de Felixlândia, segundo dados do IBGE (2010), possui população total
de 14.191 habitantes sendo que, 10.992 habitantes correspondem à população
urbana e 3.199 habitantes à população rural.
Felixlândia encontra-se parcialmente inserida na BHRP, mais precisamente na
região do BRP, e apresenta os distritos de São Geraldo do Salto e São José do
Buriti. O município de Felixlândia possui sua sede municipal localizada fora da
BHRP. Segundo dados do IBGE (2007), o distrito de São Geraldo do Salto possui
população total de 864 habitantes e o distrito de São José do Buriti possui população
total de 1.894 habitantes.
Em visita realizada em fevereiro de 2011, para levantamento da situação dos
serviços de esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresentava
feam
289
rede coletora, interceptores, fossas negras, uma ETE e fossas sépticas. O serviço de
esgotamento sanitário estava na época sob a titularidade da prefeitura.
Conforme foi informado na visita pela diretora de meio ambiente, o percentual de
população urbana atendida por rede coletora de esgoto era menor do que 5% e esse
mesmo percentual correspondia à população atendida por tratamento de esgoto.
ETE Felixlândia
Na data da visita ao município, Felixlândia possuía uma ETE localizada na latitude S
(18° 45' 42,0'') e longitude WO (44° 54' 03,6''). A estação consistia em uma lagoa
não impermeabilizada, que recebia todo o esgoto e o lodo proveniente das fossas
sépticas. Eram lançados diretamente no solo, próximo à lagoa, aproximadamente
40.000 L/dia de lodo provenientes das fossas, e este percolava no solo até a
mesma, contaminado o terreno.
O ponto de lançamento de esgoto na lagoa permitia que parte do esgoto infiltrasse
no solo e que a outra parte percolasse o mesmo até a lagoa. Portanto, as condições
de operação da ETE Felixlândia eram precárias, uma vez que ela apresentou 3 itens
mínimos, uma quantia de itens míninos esperados em uma ETE, e não executava os
procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Felixlândia.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Felixlândia
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
feam
290
Foram constatados vários pontos de assoreamento na lagoa, além de material
sobrenadante e pneus na massa líquida. No entorno da lagoa foram encontrados
animais de pastagem e no espelho d’água alguns cágados.
Verificou-se a ausência de cercamento e paisagismo inadequado, além de casas a
menos de 200 m de distância do local.
O efluente da lagoa seguia por um vertedouro até o córrego Bagre, onde era
lançado à montante do ponto de captação de água, utilizado pela COPASA para o
abastecimento de água do município.
Segundo pesquisa realizada no SIAM em junho de 2011, a ETE Felixlândia não
apresentava regularização ambiental.
Figura 2 – Vista geral da lagoa em
Felixlândia
Figura 3 – Pontos de assoreamento da
lagoa
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291
Figura 4 – Presença de pneus na
lagoa
Figura 5 – Área de despejo do lodo
proveniente das fossas do município
Figura 6 – Trator da prefeitura que
transporta o tanque com o lodo
proveniente das fossas sépticas para a
lagoa
Figura 7 – Presença de animal no corpo
d’ água da lagoa
feam
292
Figura 8 – Ausência de cercamento na
lagoa
Figura 9 – Presença de animais na área
da lagoa
Figura 10 – Tubulação que conduz o
afluente à lagoa sem aporte de esgoto
Figura 11 – Vertedouro da lagoa
Figura 12 – Presença de resíduos
sólidos na área da lagoa
Figura 13 – Vestígios de animal na área
da lagoa
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293
ii - Prognóstico O município de Felixlândia não foi considerado na análise pelo IQES, pois o efluente
da ETE Felixlândia era lançado fora da BHRP.
Florestal i - Diagnóstico O município de Florestal, segundo dados do IBGE (2010), apresenta população total
de 6.603 habitantes, sendo que 5.501 habitantes correspondem à população urbana
e 1.102 habitantes à população rural. O município encontra-se parcialmente inserido
na BHRP, mais precisamente na região do MRP, e não possui distritos (IBGE, 2007).
Em visita realizada ao município em fevereiro de 2011, para levantamento da
situação dos serviços de esgotamento sanitário, foi declarado pelo coordenador de
meio ambiente que o percentual da população urbana atendida por rede coletora era
de 98% e que o percentual da população urbana atendida por tratamento de esgoto
também era de 98%. Na época da visita, os serviços de esgotamento sanitário de
Florestal estava sob a titularidade da prefeitura.
O município possuía rede coletora, interceptores, elevatórias de esgoto, fossas
sépticas e uma ETE.
ETE Florestal – Número do processo no COPAM: 00375/1998/001/1998
A ETE Florestal foi inaugurada em 2004 e está localizada na latitude S (19° 51’
50,8’’) e longitude WO (44° 24’ 37,7’’).
Na data da visita, o sistema de tratamento de esgotos da estação era composto por
um reator UASB; duas lagoas, uma maior com 2 m de profundidade e outra menor
com, aproximadamente, 1,4 m de profundidade; e um leito de secagem.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Florestal.
feam
294
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Florestal
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
A ETE Florestal operava em precárias condições, uma vez que ela apresentou 4
itens mínimos, uma quantia insuficiente de itens míninos esperados em uma ETE, e
não executava os procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo de tratamento.
O reator UASB não possuía queimador de gás, recebia de forma intermitente o
esgoto e apresentava infiltrações. Além disso, o distribuidor do reator estava
colmatado e a tubulação que conduzia o efluente do reator até a primeira lagoa
apresentava perfurações.
As lagoas distavam entre si cerca de 100 m, não eram impermeabilizadas e havia
grande afloramento de algas e também a presença de peixes. No momento da visita,
a lagoa menor não estava recebendo aporte do efluente da primeira lagoa.
No entorno das lagoas a vegetação era abundante, de forma que o paisagismo da
ETE Florestal não era adequado. Apesar de ter havido capina nas proximidades do
reator UASB, a vegetação não foi retirada do local.
A estação estava devidamente cercada e a vazão média afluente à ETE Florestal
era de 7,64 L/s.
Conforme foi informado na visita, o lodo gerado na estação já foi disposto a céu
aberto na própria área da ETE Florestal, sendo que há muitas nascentes na região.
Na data da visita, o lodo estava sendo retirado cerca de duas vezes por ano e
feam
295
armazenado para, futuramente, ser utilizado em um espaço reservado para o cultivo
de mudas de árvores, um convênio da prefeitura com o IEF e a Central de Ensino e
Desenvolvimento Agrário e Florestal – CEDAF.
O corpo receptor do esgoto tratado é o ribeirão das Lages. O esgoto tratado estava
percolando no solo até o lago da antiga usina hidrelétrica e depois seguia para esse
ribeirão.
Segundo pesquisa realizada no SIAM no mês de junho de 2011, a estação estava
com LI vencida desde janeiro de 2000.
Conforme foi informado na visita à ETE Florestal, há previsão de concessão dos
serviços de esgotamento sanitário à COPASA até o ano de 2012.
Não foi identificada estação de amostragem do projeto “Águas de Minas” localizada
a uma distância aproximada de 30 Km a jusante da ETE Florestal.
Figura 2 – Reator UASB da ETE
Florestal
Figura 3 – Distribuidor do reator UASB com
colmatação
feam
296
Figura 4 – Infiltração na parede do
reator UASB
Figura 5 – Perfuração na tubulação que
conduz o efluente do reator UASB até a
lagoa maior
Figura 6 – Ponto de lançamento do
efluente do reator UASB na lagoa
maior
Figura 7 - Afloramento de algas na lagoa
maior da ETE Florestal
feam
297
Figura 8 – Paisagismo da lagoa
menor da ETE Florestal
Figura 9 – Local de lançamento do efluente
na lagoa menor sem aporte de esgoto e
apresentando grande proliferação de algas
Figura 10 – Ponto de lançamento do
esgoto tratado
Figura 11 – Leito de secagem da ETE
Florestal
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Florestal está
enquadrado na classe “Bom”, pois alcançou peso final de 67,24. Esse resultado foi
obtido pela soma dos pesos obtidos nos seguintes indicadores: “PC”, “PT”,
“Operacionalidade da ETE”, “Disposição final dos resíduos sólidos da ETE” e
“Análise adicional”, esse último com relação ao item “Atendimento à DN COPAM N°
128 de 2008”.
feam
298
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Florestal está
classificado no grupo 7 e, em atendimento à referida DN, o município cadastrou o
Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, para continuar cumprindo a DN
COPAM N° 128 de 2008, o município tem o prazo de at é março de 2017 para obter
a AAF de sua ETE e atender a 80% da população urbana com um sistema de
tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Florestal não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município não
possui ETE com regularização ambiental válida.
Fortuna de Minas i - Diagnóstico O município de Fortuna de Minas, segundo dados do IBGE (2010), apresenta
população total de 2.701 habitantes, sendo que 1.861 habitantes correspondem à
população rural. O município encontra-se totalmente inserido na BHRP, mais
precisamente na região do BRP, e não possui distritos (IBGE, 2007).
Em visita ao município, realizada em fevereiro de 2011, para levantamento da
situação dos serviços de esgotamento sanitário, foi informado que o município
possuía rede coletora, fossas secas, elevatória e uma ETE.
Na data da visita, o percentual da população urbana atendida por rede coletora era
de 80% e o percentual da população urbana atendida por tratamento de esgoto era
de 50%, conforme declarado pelo secretário municipal de meio ambiente, agricultura
e obras de Fortuna de Minas. Os serviços de esgotamento sanitário do município
estavam sob a titularidade da prefeitura.
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299
ETE Fortuna de Minas
A ETE Fortuna de Minas está localizada na latitude S (19° 33’ 36,9’’) e longitude WO
(44° 26’ 31,9’’).
Na data da visita, o sistema de tratamento de esgotos da estação era composto por
tratamento preliminar, caracterizado pelo gradeamento e dois desarenadores, fossa
séptica, filtro anaeróbio e bypass.
A Figura 1 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Fortuna de
Minas.
Figura 1 – Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Fortuna de Minas
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2005
A ETE Fortuna de Minas operava em precárias condições, uma vez que ela
apresentou 4 itens mínimos, uma quantia insuficiente de itens míninos esperados
em uma ETE, e não executava os procedimentos operacionais inerentes ao seu tipo
de tratamento. Apesar de haver cercamento, havia lixo na estação e também
vegetação abundante. O gradeamento não estava adequadamente limpo. As
comportas de entrada e saída do esgoto dos desarenadores estavam fechadas,
porém o esgoto adentrava nos desarenadores passando por debaixo das comportas.
Além disso, o filtro anaeróbio apresentava trincas em toda a sua borda e havia
liberação de gás proveniente tanto do tanque séptico quanto do filtro anaeróbio.
Havia também vestígios de queima de material na ETE Fortuna de Minas. A vazão
média de esgoto que chegava à estação era de 1,3 L/s.
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300
O esgoto tratado era lançado no córrego Tropeiro, na latitude S (19° 33’ 32,4’’) e
longitude WO (44° 26’ 31,4’’). O esgoto tratado apr esentava aparência escura e
evidenciava a presença de materiais surfactantes.
Conforme foi informado, o lodo gerado no tratamento e o material gradeado eram
retirados semanalmente e dispostos no aterro controlado do município.
Segundo pesquisa realizada no SIAM no mês de junho de 2011, a ETE Fortuna de
Minas não apresentava regularização ambiental.
O projeto “Águas de Minas” possui a estação de amostragem BP074, que está
localizada no ribeirão Macacos, no município de Cachoeira da Prata, a montante de
sua foz no rio Paraopeba. Essa estação tem por objetivo realizar o monitoramento
da qualidade das águas do ribeirão Macacos. No 3° trimestre de 2010, o valor do
IQA no ponto de coleta apresentado foi de 50,3, que o classifica como índice de
qualidade “Médio” (50 < IQA ≤ 70) (IGAM, 2010).
Os principais fatores de pressão no ribeirão Macacos, que influenciam diretamente
no valor de IQA, são: o lançamento de esgoto sanitário, o lançamento de efluentes
industriais e a extração de areia (IGAM, 2010).
A ETE Fortuna de Minas, classificada como em precárias condições de operação,
está localizada a aproximadamente 9,64 Km a montante do ponto de coleta da
estação BP074. A ETE pode ser considerada um fator de influência para a queda do
valor do IQA, tendo em vista a sua proximidade com o ponto de amostragem, a sua
condição de operação e os fatores de pressão para o curso d’água.
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301
Figura 2 – Porta de entrada para a ETE
Fortuna de Minas
Figura 3 – Unidade de tratamento
preliminar da ETE Fortuna de Minas
Figura 4 – Gradeamento manual da
unidade de tratamento preliminar
Figura 5 – Desarenadores contendo
esgoto em seu interior, que estava
passando por debaixo das comportas de
entrada
Figura 6 – Vista geral da fossa séptica Figura 7 – Imagem do afluente que
chega à fossa séptica
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302
Figura 8 – Imagem do efluente da fossa
séptica
Figura 9 – Filtro anaeróbio da ETE
Fortuna de Minas apresentando trincas
nas suas bordas
Figura 10 – Imagem do efluente no
interior do filtro anaeróbio
Figura 11 – Vestígios de queima de
material na ETE Fortuna de Minas
Figura 12 – Presença de lixo na área da
ETE Fortuna de Minas
Figura 13 – Local de lançamento do
efluente da estação
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Figura 14 – Indício da presença de
surfactantes no esgoto tratado
Figura 15 – Encontro do esgoto tratado
com o córrego Tropeiro
ii - Prognóstico Segundo prognosticado pelo IQES (Planilha 3), o município de Fortuna de Minas
está enquadrado na classe “Médio”, pois alcançou peso final de 47,12. Esse
resultado foi obtido pela soma dos pesos obtidos nos indicadores: “PC”, “PT”,
“Operacionalidade da ETE”, “Disposição final dos resíduos sólidos da ETE” e
“Análise adicional”, esse último com relação ao item “Atendimento à DN COPAM N°
128 de 2008”.
De acordo com a DN COPAM N° 128 de 2008, o municípi o de Fortuna de Minas
está classificado no grupo 7 e, em atendimento à referida DN, o município cadastrou
o Relatório Técnico até março de 2009. Contudo, para continuar cumprindo a DN
COPAM N° 128 de 2008, o município tem o prazo de at é março de 2017 para obter
a AAF de sua ETE e atender a 80% da população urbana com um sistema de
tratamento de esgoto cuja eficiência corresponda a 60%.
Com relação aos dados do quarto trimestre de 2010 do ICMS Ecológico, o município
de Fortuna de Minas não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o
município não possui ETE com regularização ambiental válida.