UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ARQUITETURA E URBANISMO
PLANEJAMENTO URBANO 4
PROFESSORAS: BÁRBARA AGUIAR, EDNÉA ALCÂNTARA,
FÁTIMA FURTADO
A IMAGEM DA CIDADE
RECIFE / PE
2013
André Luiz Cardoso de Mendonça
A IMAGEM DA CIDADE
Resenha Crítica apresentada como
requisito para a obtenção de nota
parcial da disciplina Planejamento
Urbano 4, pelo curso de Arquitetura e
Urbanismo da UFPE, ministrada pelas
professoras: Bárbara Aguiar, Edinéa
Alcântara e Fátima Furtado.
RECIFE / PE
2013
A IMAGEM DA CIDADE
LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. Lisboa; Rio de Janeiro: Edições 70, 1990. cap
3 e 4
Kevin Lynch expõe o fenômeno de apreensão de espaço ou desenvolvimento
do conceito de lugar, a partir da experiência sensorial do indivíduo e suas
impressões psicológicas atribuídas aos elementos que o mesmo frequenta.
Elegendo e classificando 5 pontos notórios de conteúdo físico da cidade: 1- As vias:
como leitos de circulação habitual, ocasional ou potencial (para muitos as primeiras
impressões ou as que mais se lembram ou se baseiam para definir a cidade),
Deveriam possuir uma hierarquização e ser dotada de uma organização “melódica”
com introdução, desenvolvimento, clímax e conclusão.; 2 – Limites: fronteiras entre 2
“faces”, servindo mais como referências laterais do que eixos coordenados, devendo
possuir continuidade formal para serem percebidos, marcação de inicio e fim para
distinguir o objeto limítrofe, ser dotado de permeabilidade visual e/ou de acessos,
abrindo-se ao uso e permitindo ser atravessado não se tornando uma barreira e sim
um elemento de ligação; 3 – Bairros – reforçam a ideia de lugar, de pertencimento,
possuindo suas fronteiras definidas com uma independência visual. São dotados de
linguagens comuns de formas, usos, materiais, padrões, de maneira individual ou
coletiva, e servem de referência externa quando vistos de fora. 4 – Pontos nodais:
lugares estratégicos da cidade, focos, locais de convergência, aos quais têm sua
influência irradiada para outros locais, muitas vezes sendo um símbolo de um bairro
e considerados distintos, inesquecíveis e difíceis de ser confundido com outro local;
5 – Marcos: como um tipo de referencial, nele o observador não penetra, são
externos, em geral são objetos físicos, de simples apreensão, são essencialmente
singulares, contrastando sempre com o seu plano de fundo, de localização crucial,
às vezes necessário o controle de seu entorno e contexto para reforçar sua
característica e função. A falta desses elementos podem provocar o fechamento das
relações interpessoais dos usuários e a monotonia do cenário ou restrição dos
mesmos. Com relação as qualidades da forma, Lynch destaca 10 que o desenho
urbano deve ser trabalhado: 1 – Singularidade: por meio do contraste com o entorno
deixe o lugar mais notável; 2 – Simplicidade da forma: quanto mais simples a forma,
mais fácil sua apreensão e incorporação; 3 – Continuidade: continuação dos limites,
similaridades, características físicas ajudam na percepção de uma realidade física
complexa; 4 – Predomínio: permitir a simplificação de uma imagem pelo predomínio
de um elemento sobre os outros, seja por tamanho, necessidade, interesse e etc.; 5
– Clareza de junção: alta visibilidade das ligações e costuras de um lugar; 6 –
Diferenciação direcional: assimetrias, gradientes, referências radiais que diferenciam
uma extremidade da outra, um lado do outro, uma direção da outra; 7 – Alcance
visual: apreensão do lugar através da penetração visual; 8 – Consciência do
movimento: através de sentidos visuais e sinestésicos, prover ao observador a
sensibilidade de seu próprio movimento real ou potencial; 9 – Séries temporais:
visões seriais percebidas com o passar do tempo, permitindo ao usuário apreender
ligações simples entre elementos da paisagem; 10 – Nomes e significados:
associações atribuídas aos elementos, fortalecendo sua identidade e facilitando a
imaginabilidade dos mesmos. Essas 10 qualidades devem ser utilizadas em
conjunto e se valer de repetições, redundâncias e reforços para que se fortaleça a
cristalização da identidade do lugar. Contudo, sem o controle urbano ou demográfico
social, as cidades mesmo elaboradas seguindo todos essas diretrizes, estão
fadadas também a fracassar, pois os problemas urbanos tendem a crescer e as
construções em geral são mais estáticas (devido a diversos fatores como
dimensões, complexidades, funções sociais, valor econômico e etc.) e menos
passíveis de modificações velozes que acompanhem ou prevejam as mudanças
sociais e urbanas. Para que a cidade possuísse qualidade de formas a mesma
deveria ter formas simples, continuidade de tipos e de uso das edificações, ter
demarcação nítida, com clara ligação às regiões vizinhas e ser visualmente côncava.
No caso da forma metropolitana, que possuem problemas de percepção devido a
velocidade que as atravessamos, é desejável que a unidade funcional seja
identificada e estruturada por seus habitantes e por isso são sugeridas 3 técnicas: 1
- Técnica da Hierarquia: nela um bairro importante deve conter subdistritos e cada
um destes deve ter mais 3 subsubdistritos e assim sucessivamente. As partes da
região se conectariam a pontos nodais menores que por sua vez seriam satélites de
outros nodais mais importantes, todos ligados ao nodal de importância regional; 2 -
A técnica do elemento dominante: uso de um ou dois elementos dominantes de
grandes dimensões aos quais muitas outras coisas menores podem vir a associar-
se; 3 – A rede de sequências: organizando os espaços da metrópole em sequências
“melódicas”. O problema está na dependência da atenção e da capacidade crítica do
público usuário destes espaços.