ANO 1 • NÚMERO 6 • 2015 • R$10,00AN
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O DONO
DA BOLAArtilheiro e revelação do futebol paranaense, Rafhael Lucas fala sobre suas conquistas
Estadual chega ao fim, hora de Brasilerão
HAJA FÔLEGO
Torcedores que encabeçam grandes
portais de notícias do futebol
PAIXÃO ON-LINE
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5• Revista Só Futebol •
OLIK COMUNICAÇÃOR. Pamphylo D’Assumpção, 908Rebouças | Curitiba – PR(41) 3209.3389www.olikcomunicacao.com.brfacebook.com/revistasofutebol
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDOFernanda [email protected]
JORNALISTA RESPONSÁVELThais Vaurof – Mtb: 8270/[email protected]@olikcomunicacao.com.br
COLABORADORESBruno Rolim, Mahani Siqueira, Priciane Crocetti, Ricardo Galeb, Sandoval Matheus, Thaisa Meraki
REVISÃOThalita Uba (Lumos Traduções)
PROJETO GRÁFICO Lais Pancote
DIAGRAMAÇÃOSabrina Evelize Godarth
PARA ANUNCIARBazar de Mídia – Mário Jorge Ribeiro(41) 9581-2056 | (41) 3209-3389
Nenhuma empresa ou pessoa está autorizada a retirar produtos, comercializar espaços publicitários ou editoriais, a não ser com autorização por escrito da Olik Comunicação, situada na cidade de Curitiba.
edição 06 da Revista Só Futebol sai
do forno em um momento de decisão.
Com o final do Estadual, as equipes
focam seus treinos e estratégias para
ter destaque no Brasileirão. A Copa do
Brasil também está presente nas pá-
ginas da revista, apresentando as mu-
danças da competição e a esperança dos times paranaen-
ses em obter melhores resultados no ano de 2015. Rafhael
Lucas, capa desta edição, conta sobre a sua trajetória e
fala sobre as conquistas no Coritiba. Batemos um papo
também com o preparador físico Carlinhos Neves sobre
seu novo projeto na China. Demos a volta ao mundo em
busca de jogadores pratas da casa que são destaques em
times pouco conhecidos de diferentes países e encontra-
mos, nos Estados Unidos, brasileiros que também fazem
bonito no futebol americano. Ainda na terra do Tio Sam,
um projeto inovador leva jovens atletas para lá, onde eles
estudam em universidades americanas e mostram o bom
futebol verde e amarelo. Nas próximas páginas, você ainda
vai ler sobre a dificuldade dos jogadores em se recuperar,
física e psicologicamente, de lesões, além de sites feitos
por torcedores e para torcedores e a história de Riuler,
que tem seus direitos econômicos divididos entre Coritiba
e Atlético.
Uma boa leitura!
A
EDITORIAL
6 • Revista Só Futebol •
SUMÁRIO
28
GIRO DO FUTEBOLNovidades sobre
os campeonatos rolando no
Paraná
08
14 COPA DO BRASILMudanças de
regras na nova edição do
campeonato
32 INTERNACIONALEmpresa brasileira leva
jovens atletas para estudar e
jogar futebol em universidades
norte-americanas
ENTREVISTARafhael Lucas
assume papel de
protagonista no Coritiba
22
18 BRASILEIRÃOO Paranaense
acabou, agora é hora de falar
de Brasileirão
28 FUTEBOL AMERICANO
Os curitibanos que carimbam
o passaporte para jogar em
times do exterior
44 SAÚDEComo as lesões
podem influenciar – e muito – o
psicológico dos jogadores
FUTEBOL EMIMAGENS
Momentos marcantes do
Campeonato Paranaense
38
22
NOSSA CAPAFOTO: Lucas Costa
7• Revista Só Futebol •
48 PAPO CABEÇAO caminho do
preparador físico Carlinhos
Neves e seus novos desafios
52 JOGADORParanaenses saem
do estado para jogar em
times de diferentes países
56 66
70
PERFILO jovem Riuler e
sua camisa, dividida entre
Coritiba e Atlético
POR ONDE ANDA O meia Gabiru
desiste da aposentadoria e
acerta com novo clube - mas
não tira o Furacão do coração
INTERNETMantenha suas
redes sociais atualizadas
com o feed de alguns ídolos
60 IMPRENSATorcedores
encabeçam portais
respeitados com notícias
de seus times do coração
56
66
32
8 • Revista Só Futebol •
GIRO DO FUTEBOL
Do amador à grande vitrine do estadual, passando pelo futebol americano, saiba como as equipes paranaenses se comportaram até agora
Torneiospelo estado
Teto típico curitibanoChega de se preocupar com condições climáti-
cas. O Clube Atlético Paranaense, junto com a CAP
S/A e a empresa espanhola Lanik, apresentaram
a conclusão do teto retrátil da Arena da Baixada.
Com isso, o estádio passa a ser o primeiro da
América Latina e do hemisfério sul (construído para
o futebol) com a tecnologia. Foram cinco meses de
obra até a apresentação do sistema. No dia 5 de
abril, no jogo contra o Prudentópolis, o torcedor
pôde ver a novidade em funcionamento. Além de
evitar preocupações com as condições climáticas,
a tecnologia permite um melhor controle de ruídos
e habilita o local a receber outros tipos de eventos.
Em coletiva de imprensa, o presidente do clube,
Mario Celso Petraglia, afirmou que um estádio tem
uma utilização muito pequena para uso somen-
te do futebol. “O Atlético Paranaense manda, na
melhor das hipóteses, 40 jogos por ano (...). Hoje,
o nosso estádio está projetado, realmente, para
diversos tipos de evento”.
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CAMPEONATOPARANAENSE
9• Revista Só Futebol •
Após 54 anos, o Operário volta a disputar uma final de
Campeonato Paranaense. Conhecido como Fantasma da Vila
desde 1958 por assombrar os grandes clubes da Capital, o time
de Ponta Grossa tem uma grande motivação para vencer o tor-
neio: o título ainda é inédito pro alvinegro do bairro Vila Oficinas,
que tem 103 anos de atividade e já foi vice-campeã 14 vezes.
Em 2014, o alvinegro disputou o Torneio da Morte e, por pou-
co, não foi rebaixado para a Divisão de Acesso. Com um bom
planejamento, a diretoria conseguiu reverter o quadro, reuniu
um grupo de em-
presários patroci-
nadores que man-
têm os salários dos
jogadores em dia. O
sucesso do clube
se mostrou também
pela quantidade de
associados: nos úl-
timos três meses o
número aumentou
de 700 para 2 mil
sócios.
Gasparzinhomuralha Goleiro
Vitor, goleiro do Londrina, só sofreu
três gols na primeira fase do cam-
peonato estadual, destacando o
Tubarão como a defesa menos va-
zada até então. Presente no elenco
do alviceleste desde o final de 2013,
o camisa 1 foi essencial na conquista
do título paranaense e no acesso à
Série C, ambos em 2014.
CAMPEONATOPARANAENSECAMPEONATOPARANAENSE
450 minutos
Fundado em 2008, o novato FC Cascavel está pela primeira vez na elite da
competição e já chamou atenção nacional ao bater um recorde. Sua defe-
sa não foi furada nenhuma vez nos cinco primeiros jogos – 450 minutos
mais os acréscimos –, conferindo à equipe o título temporário de me-
lhor defesa do Brasil. A invencibilidade foi ao fim na 6ª rodada, quando o
Londrina fuzilou duas vezes o goleiro Juninho. O clube encerrou a primeira
fase na oitava posição, uma à frente do Atlético Paranaense, escapando
do Torneio da Morte.
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10 • Revista Só Futebol •
Favorito, o atual bicampeão na-
cional Coritiba Crocodiles – e
campeão de todas as seis edi-
ções do Paraná Bowl – ten-
ta manter sua hegemonia no
Paraná e conquistar mais um
título. Porém, seus atuais ad-
versários representam grandes
obstáculos nessa empreitada.
O Opção Pyros Maringá, reve-
lação da temporada 2014, con-
ta com o ex-técnico do Croco, o
GIRO DO FUTEBOL
Mascote? Que nada, torcedor! Com direito a cadeira cativa na área VIP, olhos acompanhando cada
detalhe das jogadas, e até mesmo empolgação de quem é fiel ao time
até morrer, uma cena constante chama a atenção de quem assiste aos
jogos no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, a casa do Operário.
Uma cachorra chamada Diana, moradora do local, comparece a todos
os treinos e não perde uma partida do time mandante.
Futebol americanono Paraná
norte-americano Jhonny Mitchel.
O UFPR Brown Spiders, fruto da
fusão entre UFPR Legends e
Curitiba Brown Spiders, estreou
este ano com campanha invic-
ta e comanda a tabela. O Foz do
Iguaçu Black Sharks reúne refor-
ços mexicanos no elenco de jo-
gadores para acirrar ainda mais a
competição. Já o Paraná HP (vice
do ano passado) e o Unicentro
Knights trouxeram mudanças em
suas comissões técnicas.
Com três rodadas concluídas, o
Crocodiles está na terceira posi-
ção. Ao fim da primeira fase, em
que todas as equipes se enfren-
tam em turno único, os dois pri-
meiros colocados estarão clas-
sificados para o Paraná Bowl VII,
a grande final. Terceiro e quarto
lugares se enfrentam para de-
cidir o terceiro lugar geral do
campeonato.
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11• Revista Só Futebol •
TrajenovoA Nike e o Coritiba desenvolveram a nova terceira
camisa da temporada. De cor verde claro, o modelo
mantém o design tradicional da camisa principal,
mas troca por pretas as faixas horizontais que co-
nhecemos como verdes. De acordo com Rogério
Bacellar, presidente do clube, o uniforme “abrirá as
portas para novas surpresas ainda este ano”.
Além das faixas horizontais, a camisa apresenta
outros detalhes em preto. O uniforme é completo
com shorts preto e meias verdes. Quem quiser
adquirir a camiseta pode encontrá-la no nike.
com e nas lojas do clube no Couto Pereira e na
internet (CoritibaStore.com.br).
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12 • Revista Só Futebol •
Xaxim
Luiz Carlos Casagrande foi oficiali-
zado presidente do Paraná Clube.
Casinha, como é conhecido, assumiu
o cargo após a renúncia de Rubens
Bohlen e avisou que seu principal
foco de trabalho será fazer uma
gestão compartilhada, na qual todos
os conselheiros participem e somem
esforços rumo a um futuro promis-
sor. Aldo Coser, primeiro vice-presi-
dente, destacou que não se fala mais
em crise. “A partir de agora, estare-
mos todos unidos, juntos, em prol do
melhor para o nosso clube.”
O título da II Taça Xaxim de Futebol foi decidido entre Recreativo e Malharia Cristiane, no estádio do Grêmio
Ipiranga, na Vila São Pedro, em Curitiba. Com grande presença de torcedores das duas equipes, o Malharia foi
superior nos 90 minutos e ergueu o troféu depois do placar de 3 a 1.
FederaçãoNo início de abril, aconteceu, na sede da Federação
Paranaense de Futebol, a assembleia geral de
posse da diretoria eleita. Hélio Pereira Cury foi re-
eleito e empossado oficialmente na cerimônia que
teve a presença de filiados da entidade. ©
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Novo presidente
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GIRO DO FUTEBOL
13• Revista Só Futebol •
bicampeã! Base
que sobe?Quem é
Os próximos meses serão decisivos
para a Divisão de Acesso 2015.
Andraus, Batel, Cianorte, Francisco
Beltrão, Grêmio Araponguense,
Pato Branco, Paranavaí, Portuguesa
Londrinense, Toledo e Paraná Soccer
Technical Center (PSTC) são as dez
equipes que brigam pelo acesso à
elite do Campeonato Paranaense.
O regulamento deste ano sofreu
algumas alterações e se aproxima
da primeira divisão do estadual: to-
dos os times se enfrentam em turno
único na fase inicial. Em seguida, os
oito melhores classificados seguem
para o mata-mata.
Futebol 7 Já começou a XVI Curitiba Cup de Futebol
7. Disputada na categoria adulto livre, a
edição está cheia de novidades. A prin-
cipal é a divisão das equipes em três sé-
ries, ouro, prata e bronze, com premiação
específica para cada uma. O campeonato
segue até o dia 28 de junho, com partidas
sempre aos domingos.
No começo de abril, a equipe sub-19 do Coritiba conquistou
o título da Dallas Cup, tradicional torneio de base que reúne
clubes de todo o mundo de diferentes faixas etárias (do sub-
13 ao sub-19) nos Estados Unidos. Invicto, o time comanda-
do por Eduardo Barros venceu o Monterrey, do México, por
3 a 1 na final, no Toyota Stadium. O time, que já havia sido
campeão em 2012, quando se juntou ao rol que já conta com
Cruzeiro, São Paulo, Atlético-PR e Vitória, fechou o torneio
com média de três gols por jogo. POR: THAISA MERAKI
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14 • Revista Só Futebol •
e olharmos as últimas edições do
torneio, considerado o mais de-
mocrático do futebol brasileiro, é
possível prever que está próximo
o dia em que um clube parana-
ense irá levantar, finalmente, a
taça de campeão da Copa do
Brasil. Nos últimos anos, Coritiba e Atlético bateram
na trave, o que gerou uma frustração nos torcedores
que viram o time do coração com as mãos próximas
ao troféu, mas amargaram a segunda colocação.
Ficou uma sensação ruim. Aquele sentimento de que
tinha tudo para dar certo, mas não deu.
Nas duas finais consecutivas do Coxa, em 2011 e
2012, e na decisão atleticana de 2013, a regra do jogo
era um “pouco menos difícil”. Os clubes que dispu-
tavam a Libertadores da América, ou seja, os quatro
ou cinco primeiros colocados do Brasileirão do ano
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COPA DO BRASIL
paranaenseSonho
As regras da Copa do Brasil mudaram mais uma vez. Será que agora vai?
15• Revista Só Futebol •
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anterior, ficavam de fora. Em 2013, a Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) mudou o regulamento. A
Copa do Brasil aumentou em número de datas e em
quantidade de times. Deixou de ser disputada ape-
nas no primeiro semestre para se estender até no-
vembro, além da incluir os times brasileiros que dis-
putam a Libertadores, que entram em uma fase mais
avançada.
Outra alteração foi no processo de classificação
para a Copa Sul-Americana. A fase eliminatória brasi-
leira deixou de existir. O Brasil enviará quatro repre-
sentantes para a competição e a escolha deles não
é mais pela posição no Brasileirão. Serão indicados
os clubes que deixarem a Copa do Brasil antes do
início da Sul-Americana. Ou seja, os times mais bem
colocados do Brasileiro do ano anterior e que forem
eliminados cedo da Copa do Brasil terão a chance de
entrar na Sul-Americana.
16 • Revista Só Futebol •
Em janeiro deste ano, mais uma pequena altera-
ção foi feita pela CBF e, enfim, o regulamento de-
finitivo da competição foi determinado. Agora, na
quinta fase, os confrontos também serão definidos
por sorteio, mas a principal diferença é no critério
da grande final. A decisão continua sendo disputa-
da em dois jogos, porém, agora o gol fora de casa
não é mais critério de desempate – mesmo modelo
adotado na Libertadores.
Caso esse formato de final existisse desde a
primeira edição, apenas quatro das 27 finais pode-
riam ter um resultado diferente. Criciúma e Grêmio
(1991), Grêmio e Flamengo (1997), Sport e Corinthians
(2008) e Vasco e Coritiba (2011).
O Coxa teria tido a chance de definir o título de
2011 por disputa de pênaltis. Pela regra nova, a soma
do placar dos jogos, Vasco 1 x 0 Coritiba, em São
Januário, e Coritiba 3 x 2 Vasco, no Couto Pereira,
seria de 3 a 3, o que levaria para a cobrança de pe-
nalidades. Mas, na ocasião, o clube carioca garantiu
o título por ter feito dois gols na casa do adversário.
As regras mudaram. Cabe, agora, aos times para-
naenses acertar a pontaria e, quem sabe, colocar as
mãos na tão cobiçada taça da Copa do Brasil.
CLUBES PARANAENSESO estado tem cinco representantes na Copa do
Brasil deste ano: Atlético, Coritiba, Paraná, Londrina
e Maringá. Até o fechamento desta edição da
Revista Só Futebol, dois clubes já foram eliminados.
COPA DO BRASIL
CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DOS TIMES PARANAENSES NA COPA DO BRASIL
CORITIBA PARANÁ
Com 21 edições, é o time para-
naense com o maior número de
participações e também o que
atingiu as melhores colocações.
Foi semifinalista em 2001 e 2009
e finalista em 2011 e 2012.
Na primeira fase, eliminou na
primeira partida o Vila Nova-MG.
O adversário da segunda fase é o
Fortaleza-CE. A primeira partida
será no Estádio Castelão.
A Copa do Brasil nunca trouxe lembranças
muito boas para o torcedor tricolor. Das 17
participações, por três vezes o time chegou
às quartas de final, mas foi eliminado duas
vezes pelo Corinthians (1995 e 2002) e uma
pelo Palmeiras (1996).
Em 2015, mais uma decepção. O tricolor não
conseguiu passar da primeira fase e foi elimi-
nado pelo modesto Jucupiense-BA. Na parti-
da de ida, o Paraná venceu por 1 a 0. No jogo
da volta, derrota pelo mesmo placar. Na deci-
são por pênaltis deu Jacupiense, 5 x 4.
ATLÉTICO
Em 19 edições, foi apenas em
2013 que o Furacão chegou
à sua única final de Copa do
Brasil. Acabou derrotado pelo
Flamengo.
Na primeira fase, o Furacão
empatou por 1 a 1 nas duas parti-
das com o Remo-PA. A vaga para
a segunda fase veio nos pênaltis,
vitória por 5 x 4. O próximo desa-
fio do Atlético é o Tupi-MG.
17• Revista Só Futebol •
AGORA, NA QUINTA FASE, OS CONFRONTOS TAMBÉM SERÃO DEFINIDOS POR
SORTEIO, MAS A PRINCIPAL DIFERENÇA É NO CRITÉRIO DA GRANDE FINAL.
LONDRINA MARINGÁ
Assim como todo o ano de
2014, a Copa do Brasil foi
muito boa para o Tubarão.
Apesar da eliminação, fez
dois jogos bem disputados
com o Santos.
Neste ano, mais uma vez o
time do litoral paulista e nova
eliminação. Duas derrotas
por 1 a 0 e a desclassificação
da Copa do Brasil logo na pri-
meira fase.
O vice-campeonato
do Paranaense garantiu
a vaga para o Maringá.
Na primeira fase, bateu
o Madureira-RJ. Agora
pega o Santos, jogando a
primeira partida no está-
dio Willie Davids.
FORMATOA Copa do Brasil está sendo reali-
zada no formato mata-mata, desde
o início até a decisão. Na quarta fase,
os dez grupos que permanecerem
vivos se juntarão àqueles que estão
disputando a Libertadores – além do
Fluminense, sexto colocado no últi-
mo brasileiro.
COMO FOI NO ANO PASSADONa edição de 2014, os times pa-
ranaenses decepcionaram e ficaram
pelo caminho. J. Malucelli e Paraná
foram eliminados na segunda fase
por Novo Hamburgo e Ponte Preta,
respectivamente. O Londrina caiu
perante o Santos na terceira fase e
Coritiba e Atlético pararam nas oita-
vas de final, perdendo para Flamengo
e América-RN. POR: RICARDO GALEB
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18 • Revista Só Futebol •
pra valerAgora é
O Campeonato Paranaense acabou, o que significa que é hora de pensar nos verdadeiros desafios da temporada.
Vai começar o Brasileirão
uando essa edição da Revista
Só Futebol foi para a gráfica,
ainda era impossível saber o
desfecho final do Campeonato
Paranaense. O Coritiba e o
Operário se preparavam para
a disputa da final, enquanto o
Paraná Clube amargava uma
dolorida eliminação nas quartas-de-final, diante do
Operário. Já o Atlético, condenado a disputar o mal-
fadado Torneio da Morte para evitar um catastrófico
rebaixamento, certamente vai preferir esquecer os
primeiros meses de 2015, seja lá qual tiver sido seu
destino ao final do Estadual.
A partir de maio, independente da história escri-
ta no Campeonato Paranaense, o Trio de Ferro e o
Londrina assumem como principal desafio, a disputa
o Brasileirão. Da Série A à Série C, os representan-
tes do Estado nas duas divisões de elite voltam suas
atenções para o torneio nacional com o desafio
de obter resultados melhores do que os do
ano passado. Enquanto os times da capital
decepcionaram nas tabelas de 2014, a equipe do in-
terior, por sua vez, garantiu o acesso à terceira divi-
são com o terceiro lugar na Série D e tem a chance de
continuar sua ascensão rumo à elite.
EM BUSCA DE UM LUGAR AO SOL
Na Série A, Coritiba e Atlético terão o desafio de su-
perar o péssimo desempenho no Brasileirão de 2014.
Durante boa parte do ano passado, a dupla Atletiba
lutou contra o fantasma da degola e só se viu livre da
ameaça nas últimas rodadas do torneio. Em 2015, os
dois rivais serão comandados por treinadores que,
além de buscar os melhores resultados para suas equi-
pes, terão a meta de se firmar no concorrido mercado
de técnicos, já povoado por medalhões como Felipão,
Luxemburgo, Tite, Levir Culpi e Osvaldo de Oliveira.
Marquinhos Santos disputará seu quar-
to Brasileirão pelo Coritiba, mas espera que, pela
Q
BRASILEIRÃO
19• Revista Só Futebol •
primeira vez, esteja no banco durante as 38 rodadas.
Entre idas e voltas, ele ainda não teve a oportunidade
de implementar seu trabalho durante dois turnos in-
teiros com a equipe do Alto da Glória. Mais experiente
após treinar o Bahia em 2014 e voltar a Curitiba na
reta final da temporada para ajudar o Coxa a se livrar
do rebaixamento, o técnico conta com a confiança do
bom início de ano para deixar de ser um “profissional
promissor” e sonhar com voos mais altos na carreira.
Terceiro técnico a sentar no banco do Atlético
em 2015, Milton Mendes chega ao clube rubro-ne-
gro para apagar o incêndio deixado pelas desas-
tradas passagens de Claudinei Oliveira e Enderson
Moreira. O treinador comandou o Paraná Clube no
Campeonato Paranaense de 2014 e obteve bons re-
sultados com a Ferroviária de Araraquara, time com
que conquistou o título da Série A2 do Campeonato
Paulista. Bastante desconhecido no Brasil, Milton
começou sua carreira de técnico em Portugal, onde
trabalhou por sete anos, e passou outros cinco anos
no Catar. No Furacão, ele saberá pela primeira vez
como é disputar um Campeonato Brasileiro.
ESTABILIDADE É O CANAL?
A eliminação diante do Jacuipense na Copa do
Brasil custou caro para Luciano Gusso, demitido
do cargo de treinador do Paraná Clube depois de
quatro meses. O novo comandante tricolor (não
definido até o fechamento desta edição) tentará
ser o segundo técnico em nove anos a defender
o time durante todas as rodadas do Campeonato
Brasileiro. Em 2013, Dado Cavalcanti trabalhou do
início ao fim do torneio e levou a equipe à sua
melhor pontuação desde a queda do clube para
a segunda divisão,
em 2007, sinal de
que a já tradicio-
nal dança das
cadeiras na Vila Capanema não é sinônimo de
boas campanhas.
Caso consiga manter o cargo até dezembro
com um desempenho consistente, o novo técnico
pode ser a prova de que o Tricolor precisa para dar
mais tempo e estabilidade aos seus treinadores. É
tudo o que quer a torcida, cansada dos oito anos
consecutivos na segunda divisão (um recorde en-
tre times brasileiros) e das doloridas eliminações
nesse começo de 2015.
2014 É PASSADO
Em 2014, não faltaram motivos para o torce-
dor do Londrina sorrir. O título paranaense, depois
de 22 anos de fila, e a vaga conquistada na Série
C, graças à terceira posição na tabela da Série D,
foram as grandes conquistas do mais orgulhoso
time paranaense no ano passado. Em 2015, o de-
safio será maior. A complicada tabela da terceiro-
na, com jogos em turno e returno, promete impor
novas emoções ao Tubarão. O primeiro confronto
já está marcado e será contra a Portuguesa, dia
17 de maio, no Estádio do Café.
20 • Revista Só Futebol •
BRASILEIRÃO
DADA A LARGADAConfira os cinco primeiros confrontos dos times paranaenses no Brasileirão de 2015.
CORITIBA
CHAPECOENSE – 09/05 (ARENA CONDÁ)
GRÊMIO – 16/05 (COUTO PEREIRA)
SPORT – 24/05 (ILHA DO RETIRO)
AVAÍ – 30/05 (COUTO PEREIRA)
FLUMINENSE – 04/06 (MARACANÃ)
ATLÉTICO
INTERNACIONAL – 10/05 (ARENA DA BAIXADA)
GOIÁS – 16/05 (SERRA DOURADA)
ATLÉTICO MINEIRO – 24/05 (ARENA DA BAIXADA)
JOINVILLE – 30/05 (ARENA JOINVILLE)
FIGUEIRENSE – 03/06 (ARENA DA BAIXADA)
LONDRINA
PORTUGUESA – 17/05 (ESTÁDIO DO CAFÉ)
GUARANI – 24/05 (BRINCO DE OURO DA PRINCESA)
JUVENTUDE – 31/05 (ESTÁDIO DO CAFÉ)
TOMBENSE – 07/06 (ESTÁDIO DO CAFÉ)
BRASIL DE PELOTAS - 28/6 (BOCA DO LOBO)
PARANÁ
CEARÁ – 08/05 (VILA CAPANEMA)
SANTA CRUZ – 15/05 (ESTÁDIO DO ARRUDA)
BOA ESPORTE – 23/05 (VILA CAPANEMA)
BAHIA – 29/05 (FONTE NOVA)
BOTAFOGO - 02/06 (VILA CAPANEMA)
POR: MAHANI SIQUEIRA
21• Revista Só Futebol •
22 • Revista Só Futebol •
Dono do pedaço
Estrela relâmpago, Rafhael Lucas enfim assume
papel de protagonista no Coritiba, deixa para trás o passado conturbado e
foca no desejo de ser ídolo coxa-branca
ENTREVISTA
23• Revista Só Futebol •
ob o céu nublado e chu-
voso de Curitiba, o grama-
do do Couto Pereira está
encharcado. Habitantes
costumeiros do tapete da
casa coxa-branca, os que-
ro-queros não dividem es-
paço com mais ninguém e sobrevoam tranqui-
lamente a faixa lateral do campo, sem serem
incomodados. A poucos metros dali, sentado
nas cadeiras do Setor Pro-Tork, Rafhael Lucas
observa, invejoso, a movimentação das aves
pelo território que, em 2015, passou a chamar
de seu. Desta vez, o camisa 99 do Coritiba não
está no estádio para continuar sua saga gole-
adora com a camisa alviverde, e sim para con-
ceder uma entrevista exclusiva para a Revista
Só Futebol.
Em cada resposta, o jovem atleta de 23 anos
não consegue esconder o desejo de entrar em
campo sempre que possível, como os quero-
-queros. Finalmente incorporado ao elenco
principal, com direito a vaga cativa no time ti-
tular e – melhor ainda – liderança da artilharia
da equipe alviverde no ano, Rafhael Lucas tem
toda a razão em não querer qualquer distância
do gramado. Afinal de contas, foram três anos
de revezamento entre empréstimos para times
mais modestos, períodos nos elencos sub-20
e sub-23 do Coxa e até um tempo de recupe-
ração após uma grave lesão no joelho. Nada
mais indicado, portanto, do que aproveitar ao
máximo a boa fase e aplicar dentro de campo
o amadurecimento conquistado desde 2012.
“Eu passei por três clubes nesse período. O
primeiro foi o São Carlos, um time muito impor-
tante para mim, pois lá pude crescer como pes-
soa e, hoje, posso dar valor a tudo que o Coritiba
me oferece. O segundo clube foi o Arapongas,
pelo qual disputei a Série D e consegui marcar
três gols em cinco jogos, o que foi muito bom
profissionalmente. Depois, fui para o Atlético
Sorocaba, quando já tinha sofrido a lesão aqui
no Coritiba e ainda não estava 100%. Lá, nem
cheguei a jogar. Mas voltei para cá, continuei
treinando e me esforçando e agora estou feliz,
vivendo essa boa fase”, comemora Rafhael, ain-
da sem perder de vista o incidente que atrasou
sua carreira.
Era começo de 2013 e o atacante já fazia
parte do elenco principal do Coritiba. Na pri-
meira partida da temporada, no entanto, um
rompimento dos ligamentos do joelho obrigou
o jogador a passar um ano inteiro em recu-
peração, sem poder atuar. Dois anos depois,
o destino parece ter acertado as contas com
Rafhael Lucas, um dedicado – mas não muito
talentoso – zagueiro, que descobriu a verda-
deira vocação no futebol graças, justamente,
ao destino e ao desconforto que sentia ao
ocupar as posições mais defensivas do campo.
“Desde pequeno, eu sempre quis ser joga-
dor de futebol e acabei escolhendo a zaga,
mas não ia muito bem na defesa, não. Quando
cheguei no infantil do Coritiba, estava faltando
atacante e, como eu era o pior zagueiro, aca-
bei sendo escolhido para assumir. Já no pri-
meiro jogo que fizemos, marquei dois gols e,
desde então, nunca mais voltei para a defesa.
Ainda bem”, comenta o artilheiro.
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24 • Revista Só Futebol •
Se a decisão pela posição em campo veio quase que por acidente,
não se pode dizer o mesmo sobre a inspiração de Rafhael Lucas. Fã
incondicional de Ronaldo Fenômeno, o craque coxa-branca afirma,
desavergonhadamente, que costumava imitar os penteados do ex-
-jogador e revela se inspirar no estilo de jogo do artilheiro brasileiro
das Copas quando está em campo. Apesar de ter deixado para trás
a mania de copiar o cabelo de Ronaldo, ele já provou que tem con-
seguido imitar o ídolo no quesito faro de gol. Pouco antes da sessão
de fotos que ilustram essa matéria, aliás, ele esteve no cabeleireiro
para retocar o já tradicional topete.
O vaidoso craque da camisa 99 ainda garante não levar a vida
badalada do seu maior ídolo. Em um relacionamento sério há mais
ENTREVISTA
de seis anos, Rafhael Lucas ci-
tou a noiva Bruna em diversos
momentos da conversa – antes,
durante e depois da entrevista
– e revelou que o casamen-
to está marcado para o final
do ano, com todos os detalhes
acertados. Para completar, o
principal “hobby” do atacan-
te não poderia ser mais paca-
to: nos momentos de folga, ele
gosta mesmo é de dormir.
“Sempre que eu tenho um
tempinho de descanso, quan-
do não preciso treinar ou viajar
para os jogos, gosto de dormir.
Não tem coisa melhor. Fora isso,
o futebol ocupa a maior parte da
minha rotina. Assisto a todos os
jogos que posso e se reservo
um tempo para jogar videoga-
me, escolho jogos de futebol”,
conta o comportado – e sono-
lento – jogador alviverde.
Cochiladas, preparativos para
o casamento e jogos de video-
game à parte, Rafhael Lucas
está completamente focado no
seu futuro como jogador coxa-
-branca. Decidido a se tornar
ídolo no Alto da Glória, o ata-
cante vê o atual momento e
a boa relação com o técnico
Marquinhos Santos como ele-
mentos que podem fazer toda a
diferença em sua carreira, prin-
cipalmente depois de um 2014
turbulento.
“SEMPRE QUE EU TENHO UM TEMPINHO DE DESCANSO, QUANDO NÃO PRECISO TREINAR OU VIAJAR PARA OS JOGOS, GOSTO DE DORMIR. NÃO TEM COISA MELHOR.”
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25• Revista Só Futebol •
“Quando cheguei no infantil do Coritiba, estava faltando atacante e, como eu era o pior zagueiro, acabei sendo escolhido para assumir.”
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MINHA VEZ
2014: Cristiano (Maringá) – 10 gols
2013: Alex (Coritiba) – 15 gols
2012: Baiano (Operário) – 13 gols
2011: Bill e Davi (Coritiba) e Giancarlo (Cianorte) – 12 gols
2010: Bruno Mineiro (Atlético) e Ariel (Coritiba) – 11 gols
Com a artilharia em 2015, Rafhael Lucas mantém a tradição: nos últimos 10 anos, nenhum jogador conseguiu
repetir o feito dois anos seguidos. Em 2016, ele terá a chance de quebrar o feitiço.
Confira os artilheiros dos últimos 10 estaduais.
2009: Rafael Moura (Atlético) – 14 gols
2008: Keirrison (Coritiba) – 18 gols
2007: Alex Mineiro (Atlético) – 17 gols
2006: Leandro (Iraty) – 18 gols
2005: Tiago (Iraty) – 10 gols
26 • Revista Só Futebol •
ENTREVISTA
“Ano passado, quando o Celso Roth estava aqui, eu fiquei
um pouco esquecido na equipe sub-23 e ninguém dava aten-
ção para a gente. Quando o Marquinhos voltou, eu fiquei com
uma esperança a mais e continuei trabalhando muito forte. Já
o conhecia das categorias de base e ele acabou me chaman-
do para subir para o elenco principal, junto com o Walisson.
Espero agarrar essa oportunidade, manter a boa fase e con-
tinuar dando muitas alegrias à torcida do Coritiba”, completa.
Bate-pronto
Data de nascimento:
21/03/1992
Cidade natal:
Curitiba
Ídolo:
Ronaldo (Fenômeno)
Melhor jogador de todos os tempos:
Ronaldo (Fenômeno)
Comida favorita:
Arroz e feijão
Lugar preferido:
Curitiba
Um gol inesquecível:
O primeiro contra o Nacional e o gol no
Atle-Tiba
Além do futebol, algum outro esporte do coração:
Gosto de assistir a jogos de tênis
Lugar favorito em Curitiba:
Couto Pereira
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Finalmente, depois de anos de dedica-
ção, centenas de recortes de jornal guar-
dados por sua mãe desde o início da car-
reira e diversos momentos complicados,
Rafhael Lucas não precisa mais sentir
inveja dos quero-queros. Agora, aquele
gramado também é dele. POR: MAHANI
SIQUEIRA
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28 • Revista Só Futebol •
crocodilesAmerican
Três atletas do Paraná já experimentaram o futebol americano in loco, na terra natal do esporte,
os Estados Unidos
orça da natureza do futebol ameri-
cano praticado no Brasil, com cinco
títulos paraenses e dois brasileiros,
o Coritiba Crocodiles também já
exporta atletas para a terra natal
do esporte, os Estados Unidos. Ao
todo, três jogadores do time para-
naense têm experiências sólidas em terras america-
nas. O último a ir foi o defensive tackle Kawan Pivatto,
25, que embarcou em março para a Flórida.
Para ele, a abertura do mercado americano para
os paranaenses pode ser atribuída ao estilo brasilei-
ro de jogar. “Brasileiro é aquele que tem raça e não
desiste fácil. Brasileiro tem muito coração quando se
fala em esportes.”
Nos EUA, Pivatto defenderia o Florida Marine
Raiders, que disputa a X-League, a liga de futebol
americano indoor (em ginásios fechados). No en-
tanto, acabou voltando ao Brasil um mês depois,
após fechar um contrato vantajoso, interrompendo
temporariamente a carreira yankee. Por ora, ele pre-
fere não revelar mais detalhes sobre o acordo, sabe-
-se apenas que ele vai jogar pelo Juventude F.A., de
Caxias do Sul.
Os outros dois atletas do Crocodiles que joga-
ram nos Estados Unidos já estão de volta ao Brasil
há mais tempo. O cornerback Leonardo Tomadon, 18,
voltou no fim do ano passado, trazendo do hemis-
fério norte bons resultados e uma clavícula quebra-
da. “Diria que foi a única coisa ruim que trouxe de lá”,
diz. Nos EUA, Tomadon participou de todos os jogos
da temporada regular da liga estadual da Carolina do
Norte, nível high school, e se lesionou no último. Por
isso, ficou fora dos playoffs. Seu time, o Rabun Gap
Eagles, chegou à final.
O wide receiver Joe Roger, 25, pode ser conside-
rado uma espécie de pioneiro. Foi o primeiro dos três
a ir para os EUA e voltou há cerca de dois anos, depois
de passar oito meses em terras americanas. “Não foi
fácil, guardei dinheiro por um longo tempo, não sabia
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FUTEBOL AMERICANO
29• Revista Só Futebol •
nem falar inglês básico”, conta. Para se aproximar do
padrão físico dos atletas americanos, Roger também
precisou adquirir 15 quilos de massa corporal. Na ava-
liação dele, foi uma “grande experiência”. “A diferença
é gritante. Lá, existe cuidado por parte do governo
para com os atletas, o incentivo ao esportista é algo
cultural”, avalia. “É uma experiência totalmente dife-
rente, não dá nem pra comparar com os jogadores de
futebol aqui do Brasil. Um jogador da NFL, por exem-
plo, está em um nível técnico muito superior se você
comparar com o futebol, o soccer, brasileiro.”
Apesar do pouco tempo nos Estados Unidos,
Pivatto também já notou essas diferenças. Lá, os trei-
nos são mais puxados e a estrutura é, de fato, melhor,
segundo ele. “A arena aqui é até climatizada”, diz.
O programa americano de treinos e jogos tam-
bém tende a formar jogadores mais completos.
Com 22 jogadores, a equipe de Leonardo Tomadon
tinha um plantel reduzido. Por isso, cada jogador
precisava saber atuar em mais de uma posição.
Além de cornerback, sua primeira posição, lá ele
também jogou como free safety, outside linebacker,
strong safety, running back, fullback, wide receiver,
tight end e até mesmo kicker. “Jogar no país do fu-
tebol americano é sensacional. Lá, todos são lou-
cos pelo esporte, seja do gênero ou da geração
que forem. Mesmo no high school, o envolvimento
da comunidade é grande. Todas as rodadas pos-
suem matérias em sites e jornais, com comentá-
rios e palpites de especialistas”, acrescenta.
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30 • Revista Só Futebol •
“LÁ, TODOS SÃO LOUCOS
PELO ESPORTE. MESMO NO HIGH SCHOOL, O ENVOLVIMENTO DA
COMUNIDADE É GRANDE.TODAS AS RODADAS
TÊM MATÉRIAS EM SITES E JORNAIS, COM
COMENTÁRIOS E PALPITES DE ESPECIALISTAS.”
PEQUENOS RÉPTEISOs três atletas do Croco com experiência
americana descobriram que queriam jogar fute-
bol americano cedo, e tiveram influência da TV.
Com Joe Roger, o catalisador foi uma propagan-
da da emissora de TV a cabo Sky, quando ele
ainda tinha sete anos e morava em Alta Floresta,
Mato Grosso. “Foi imediato. Minha mãe nem sa-
bia do que se tratava e eu só sabia que queria
jogar”, lembra.
Com Kawan Pivatto a história apenas troca de
emissora. Desde cedo, admirava os esportes de
contato e assistia aos jogos transmitidos pela
ESPN. “Aos 18 anos, me sentia vazio e tinha mui-
ta vontade de dar aquelas ‘porradas’ que via na
TV, chegava a sonhar com isso”. Quando começou
FUTEBOL AMERICANO
PADRÃO EXPORTAÇÃOA qualidade dos jogadores do Croco é destaque no Brasil e no exterior
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Leonardo Tomadon
31• Revista Só Futebol •
“BRASILEIRO TEM MUITO CORAÇÃO QUANDO SE FALA EM ESPORTES".
Kawan Pivatto
a pesquisar sobre o esporte no
Brasil na internet, procurou os
organizadores do Crocodiles e
entrou na equipe com facilidade.
“Naquela época, não tinha essa
de testes, não era tão sério como
hoje. Mas já havia muito coração
naquele sonho e não é à toa que,
hoje, o Croco é o que é.”
No caso de Tomadon, o inte-
resse surgiu aos 14 anos. Além
da TV e do Madden NFL, jogo
de futebol americano para vi-
deogames, ele também tinha
um amigo que já fazia parte
do Crocodiles. Foi sua salva-
ção. “Se eu não jogasse futebol
americano, provavelmente não
praticaria outro esporte. Sou
muito ruim em todos os outros”,
brinca ele.
Agora, as perspectivas dos
três são diferentes. De volta,
Kawan Pivatto quer tentar uma
vaga na seleção brasileira. “Vou
mostrar que ali é meu lugar e
que vai demorar para me tirarem
dali”, diz.
Para Leonardo Tomadon e
Joe Roger, o foco é nos estudos
e no campeonato paranaense.
“Acho que a maior lição que eu
já aprendi com o esporte é que
toda ação realizada por mim,
por menor que seja, pode afe-
tar todos os meus companhei-
ros. Então, faço sempre o meu
melhor, para que seja o melhor
para quem está ao meu redor
também”, finaliza Tomadon.
POR: SANDOVAL MATHEUS
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Joe Roger
INTERNACIONAL
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americanoSonho
Empresa brasileira leva jovens atletas para estudar e jogar futebol em universidades dos Estados Unidos, com
direito a bolsas que chegam a 50% do valor do curso
ucas Gabriel Honório ainda não se
decidiu. Engenharia de Petróleo,
Engenharia Oceanográfica ou
Business Management (similar
ao curso de Administração) são
as opções que o jovem conside-
ra para seus estudos na Judson
University, localizada na cidade de Elgin, no es-
tado norte-americano de Illinois. Ele viaja para os
Estados Unidos em agosto, quando começarão as
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Oaulas. Lá, Honório terá dois anos para decidir o fu-
turo, já que o modelo de ensino praticado no país
permite que os estudantes só escolham suas fu-
turas profissões após dois anos na universidade.
Enquanto reflete sobre as possíveis profissões
e se adapta à nova rotina, o jovem contará com
a inseparável companhia do futebol, esporte res-
ponsável por levá-lo até a distante cidade de Elgin.
Honório foi um dos escolhidos na primeira seletiva
paranaense da Next Level, empresa especializada
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em levar estudantes brasileiros
para estudar em universidades
nos Estados Unidos com bolsas
especiais destinadas a atletas
que podem chegar até 50% do
valor do curso e chegam a re-
presentar uma economia anual
de 12 mil dólares em relação ao
investimento total sem o auxílio.
A iniciativa, que já conta-
va com sedes em outras cida-
des, como Rio de Janeiro, Belo
Horizonte e Natal, agora tem re-
presentantes em Curitiba e pro-
mete fazer avaliações regulares
de atletas do Paraná. Acertando
os últimos detalhes antes de
partir para a nova casa, Honório
revela que recebeu acompanha-
mento da empresa desde o iní-
cio e que o processo teve várias
etapas antes da finalização e
da confirmação de matrícula na
Judson University.
“Após a minha aprovação,
iniciei uma preparação para os
estudos de inglês e treinamen-
tos físicos. Durante todo esse
tempo, a Next Level organizou
amistosos para nos colocar em
forma e também para gravar e
editar vídeos dos nossos me-
lhores momentos. É com base
nessas imagens que os técni-
cos das universidades ameri-
canas selecionam os atletas.
Também tive a oportunidade
de viajar com a empresa para
campeonatos e showcases, em que acabei me destacando. Depois
disso, a confirmação foi questão de tempo, já que tive um bom de-
sempenho nos estudos de inglês, o que é muito importante”, co-
menta o atleta.
Engana-se quem pensa, aliás, que basta talento com a bola nos pés
e uma boa condição física para passar pela seletiva e conseguir uma
aprovação junto às universidades norte-americanas. Segundo Pierre
Boulos, representante da Next Level em Curitiba e um dos responsá-
veis pelas primeiras etapas da seleção, o desempenho dentro de cam-
po é apenas um dos vários critérios analisados pelos profissionais para
incluir os jovens nos treinamentos que podem dar direito a uma bolsa.
“NOSSO TRABALHO É OFERECER UM ASSESSORAMENTO AOS ATLETAS QUE PRETENDEM ESTUDAR NOS ESTADOS UNIDOS. CUIDAMOS DE TODA A DOCUMENTAÇÃO E TAMBÉM DO RELACIONAMENTO INICIAL COM AS UNIVERSIDADES.”
Pierre Boulos, representante da Next Level em Curitiba
Pierre Boulos, Douglas Nardi e Arthur Klas, responsáveis pelo projeto
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“SEMPRE TIVE O SONHO DE SER UM JOGADOR PROFISSIONAL E AGORA ELE ESTÁ MAIS VIVO DO QUE NUNCA, MAS PRIMEIRAMENTE IREI ME FOCAR NOS MEUS ESTUDOS E NO FUTEBOL UNIVERSITÁRIO.”
Lucas Gabriel Honório, atleta selecionado e com bolsa garantida
“Nosso trabalho é oferecer
um assessoramento aos atle-
tas que pretendem estudar nos
Estados Unidos. Cuidamos de
toda a documentação e tam-
bém do relacionamento inicial
com as universidades. Nas nos-
sas seletivas, levamos em conta
o nível de inglês dos estudan-
tes, que precisa ser muito alto,
seu desempenho nos estudos
e também suas características
físicas e técnicas. Depois de
selecionados, fazemos vários
treinos e jogos amistosos para
acompanhar os atletas e gravar
os vídeos que serão assistidos
pelos treinadores. São eles que
definem, a partir do orçamento
destinado pela universidade,
quais atletas têm condições
de ganhar as bolsas”, comenta
Boulos.
Geralmente, as bolsas ofe-
recidas pelas entidades norte-
-americanas rondam perto dos
50% do valor total do curso.
Ainda assim, o preço para estu-
dar nos Estados Unidos é alto
e pode facilmente ultrapassar
10 mil dólares por ano. Por isso,
as condições financeiras das
famílias também são um crité-
rio avaliado pela Next Level no
processo seletivo. Caso apro-
vado, o estudante tem várias
obrigações a cumprir na univer-
sidade e um vínculo obrigatório
com o time local. O desempenho
nos estudos é acompanhado de
perto e deve ser satisfatório
para que o auxílio seja mantido.
Muitos atletas que ganham o
direito a estudar em universida-
des norte-americanas realmente
pretendem seguir uma carreira no
curso escolhido, mas é inevitável
que muitos deles partam para os
Estados Unidos com o sonhado
objetivo de se profissionalizar no
futebol. É o caso de Honório. Ele
promete estar totalmente focado
nos estudos, mas não esconde o
desejo de se tornar jogador caso
se saia bem nos torneios univer-
sitários. A hipótese, de acordo
com Boulos, é bastante real.
“Na Next Level, nós trabalha-
mos apenas com futebol uni-
versitário e levamos os melho-
res atletas que podemos. Se o
menino estiver entre os maiores
destaques da Liga Universitária,
35• Revista Só Futebol •
pode ser selecionado para o draft da Major League
Soccer (liga principal de futebol dos Estados
Unidos e do Canadá) e acabar assinando contrato
com um time profissional”, afirma Pierre.
Daqui a quatro anos, Honório poderá resolver se-
guir carreira como engenheiro ou administrador. Um
bom desempenho nos cada vez mais profissionais
gramados norte-americanos pode colocá-lo em
times que hoje contam com craques como Kaká,
David Villa e Frank Lampard, principais estrelas do
campeonato disputado no país. Se depender da
Next Level e de outras iniciativas parecidas, o idioma
português não vai parar de se popularizar no futebol
estadunidense. MAHANI SIQUEIRA
PORTAS ABERTAS
• Você precisa ter nascido entre 1° de agosto de 1993 e 31 de julho de 2001.
• Preencha o formulário de inscrição no site oficial do projeto: www.esportenoseua.com
• O valor da inscrição é de R$ 200.
• Esteja preparado fisicamente e tenha noção de que um alto nível de inglês é fundamental.
Quer tentar sua vaga para estudar e jogar futebol nos EUA? Eis os
primeiros passos necessários.
SELEÇÃO CRITERIOSA PASSO A PASSO
• A família precisa comprovar ter condições fi-
nanceiras de arcar com os estudos e com a vida
do estudante pelo período do curso.
• O atleta precisa conseguir uma nota de pelo
menos 61 no TOEFL, um dos principais exames
de inglês do mundo. Algumas universidades
chegam a pedir um índice próximo a 90.
• O estudante deve fazer o SAT, espécie de Enem
aplicado nos Estados Unidos e obrigatório para
quem quer entrar em universidades.
• É fundamental ter um perfil de atleta, ser res-
ponsável e comprometido com os estudos.
• As notas na escola devem ser boas e o jovem
precisa comprovar que é esforçado em suas
atividades.
• Por fim, claro, é preciso ter nível técnico e pre-
paro físico acima da média.
• Os atletas inscritos passam por uma peneira na
cidade em que se inscreveram e assistem a pa-
lestras sobre o projeto.
• As famílias dos atletas selecionados passam por
uma entrevista para dar detalhes sobre as ambi-
ções e os objetivos dos filhos.
• Todos os jovens passam por avaliações mensais
e têm seus lances gravados.
• Enquanto isso, a Next Level auxilia os estudan-
tes com a documentação necessária e, quando
necessário, com os estudos de inglês.
• Depois de completos os treinamentos e as gra-
vações dos vídeos, a Next Level envia vídeos
dos atletas que cumpriram todos os critérios
para os treinadores de diversas universidades
norte-americanas.
• Com base no orçamento anual da universidade,
os técnicos escolhem os atletas para seus times.
É preciso passar por várias avaliações para
conseguir uma bolsa. Confira:
Mas como funciona todo o processo de seleção?
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paranaenseO Trio de Ferro em partidas que testaram o
coração dos torcedores
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SAÚDE
esões e traumas são uma gran-
de preocupação para atletas
profissionais. Dúvidas como a
necessidade de cirurgia, afas-
tamento dos campos, tempo
de recuperação e se haverá
uma recuperação integral da lesão pairam na L
cabeça do jogador e também do clube. Após um
machucado, ninguém sabe exatamente o que
acontecerá com o atleta.
Além de iniciar um tratamento físico que pode
envolver cirurgia e fisioterapia, é preciso focar no
psicológico do jogador, principalmente se esse
atleta for afastado dos jogos. “Quando um jogador
seus medosLesões e
Machucados inevitáveis em campo podem afetar
o psicológico dos jogadores ©
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“O MAIS DIFÍCIL FOI RECUPERAR A CONFIANÇA
NOS MOVIMENTOS NATURAIS COM A PERNA.
ACREDITO QUE A LESÃO PSICOLÓGICA É A MAIS
DEMORADA PARA CURAR.”
Sebastian Martinez
é afastado da sua atividade profissional devido a
lesões ou cirurgias, é comum que ele se questio-
ne sobre a continuidade ou não da sua carreira,
se conseguirá ter o mesmo desempenho físico e
técnico no seu retorno e, em caso de ser titular,
se ocupará o mesmo espaço na equipe quando se
recuperar. Todas essas dúvidas, aliadas à mudan-
ça brusca de rotina, podem provocar alterações
emocionais significativas se não forem equa-
cionadas adequadamente”, explica o professor
Gilberto Gaertner, coordenador do Laboratório de
Psicologia do Esporte da Universidade Positivo.
Sebastian Martinez foi jogador profissional por
14 anos, jogou duas vezes pela seleção da Áustria
e competiu na Champions League pelo SK Rapid
na temporada 2005/06. No decorrer de sua car-
reira, teve seis lesões – duas consideradas gra-
ves. “Sofri uma lesão séria no joelho esquerdo e
fiquei cinco meses sem jogar partidas oficias pelo
SV Ried, da Áustria. O mais difícil foi recuperar a
confiança nos movimentos naturais com a perna.
Acredito que a lesão psicológica é a mais demora-
da para curar”, afirma.
Martinez destaca que o trauma trouxe uma
sensação de insegurança durante seu tempo de
afastamento dos campos. “Fiquei com medo que
voltasse a acontecer alguma coisa. Quando voltei
a jogar, senti que perdi um pouco da motricidade
fina na perna esquerda, por exemplo, o que me le-
vou a não conseguir mais a jogar no nível em que
eu estava antes da lesão”, desabafa.
45• Revista Só Futebol •
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46 • Revista Só Futebol •
COMO MANTER A CABEÇA NO LUGAR
O atleta deve estar preparado psicologicamente
para um eventual trauma que o afaste dos cam-
pos. Não é possível prever uma lesão, mas é pos-
sível evitar que ela tenha um impacto grande no
psicológico do jogador. “Uma questão de ordem
geral que pode ser estimulada é que o jogador de-
senvolva atividades extracampo, o que evita que
seu foco existencial seja exclusivamente o futebol.
Desenvolver resistência psicológica e resiliência é
fundamental para o atleta superar não apenas epi-
sódios de afastamento por lesão, como também as
outras inúmeras dificuldades que terá que enfrentar
na carreira curta, intensa e desafiadora que é a de
jogador de futebol”, confirma Gaertner.
Existem alguns sinais que indicam danos psico-
lógicos em jogadores afastados de suas funções.
Tristeza, irritabilidade, desânimo e insegurança são
alguns deles. É necessário que o clube esteja en-
volvido no processo de recuperação do atleta. “O
trabalho de psicologia do esporte pode contribuir
com o suporte psicoemocional, ofertando inúmeras
técnicas que podem reduzir o tempo de recupera-
ção, como treinamento mental, visualização, ati-
vação voluntária do sistema imunológico, controle
dos pensamentos, meditação, etc. Outro aspecto
que faz muita diferença é o suporte social e afeti-
vo contínuo da equipe e da comissão técnica, pois
é através dele que o jogador continua se sentindo
parte importante do grupo, o que facilita a transpo-
sição do período de recuperação”, explica Gaertner.
O maior medo de um jogador com lesão é o re-
torno. Este, porém, pode ser compensador. “Voltar
a jogar foi difícil, mas também reconfortante.
Minha recuperação levou cinco meses e, quando
ficou tudo certo, foi uma felicidade. Senti que to-
das as horas de fisioterapia e o esforço valeram
muito”, conta Martinez, que sentia muito medo de
não voltar a jogar.
Uma preparação constante no psicológico dos
jogadores pode evitar consideravelmente danos
maiores em caso de lesões, que, na maioria das
vezes, são inevitáveis. “A preparação psicológi-
ca bem conduzida auxilia sobremaneira nesse
processo, pois predispõe o atleta a responder
melhor ao período de afastamento, a trabalhar
com as inseguranças e o orienta a se envolver
consciente e ativamente no seu processo de
recuperação”, finaliza Gaertner. POR: PRICIANE
CROCETTI
SAÚDE
AUXÍLIO PROFISSIONAL Professor Gilberto Gaertner é coordenador do Laboratório de Psicologia do Esporte da Universidade Positivo
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48 • Revista Só Futebol •
chinêsDesafio
Depois de ganhar tudo no futebol brasileiro, preparador físico paranaense Carlinhos Neves fala sobre novo projeto no país
asiático e relembra conquistas
município de Jinan, na China,
abriga uma população de
mais de 2 milhões de pesso-
as e é a capital da província
de Shandong. É na cidade do
sudeste chinês que o time
do Shandong Luneng manda
seus jogos. Atual campeã da Copa da China e da
Supercopa, a equipe viveu uma verdadeira in-
vasão de brasileiros nos últimos anos. Além de
Vagner Love, Aloísio, Diego Tardelli e do ex-Co-
ritiba Junior Urso, o elenco conta com o técnico
Cuca no comando. Atraído pelo sério projeto de
desenvolvimento do futebol praticado no país,
o preparador físico Carlinhos Neves chegou ao
clube em janeiro de 2015 é mais um a fortalecer
o esquadrão brasileiro no time do Shandong.
Depois de trabalhar em diversos clubes bra-
sileiros e ganhar todos os títulos possíveis em
mais de 30 anos de carreira, o paranaense
Carlinhos Neves assumiu um novo desafio ao
se unir a Cuca – com quem havia trabalhado no
Atlético Mineiro – para fazer parte da revolu-
ção pela qual o futebol chinês está passando.
O profissionalismo praticado no país oriental e
a seriedade com que o esporte tem sido visto
foram os grandes motivos que fizeram o prepa-
rador físico mudar o rumo da carreira.
“A China está com um projeto muito sério
para o futebol local. Os clubes têm investido
em contratações de comissões técnicas e jo-
gadores do mundo todo. Houve também a in-
clusão obrigatória do esporte nos colégios,
para as crianças, e o desenvolvimento da práti-
ca em novos campos que serão criados no país.
Particularmente, o intercâmbio com comissões
técnicas, viagens e observações de outros mé-
todos são o que me impulsiona, além de tentar
contribuir para a evolução do futebol como um
todo aqui na China”, revela.
O
PAPO CABEÇA
49• Revista Só Futebol •
“A CHINA ESTÁ COM UM PROJETO MUITO SÉRIO
PARA O FUTEBOL LOCAL. OS CLUBES TÊM
INVESTIDO EM CONTRATAÇÕES DE COMISSÕES
TÉCNICAS E JOGADORES DO MUNDO TODO.”
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RU
NO
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INI
50 • Revista Só Futebol •
Nascido em Curitiba, o pre-
parador físico tem uma profun-
da ligação com os clubes para-
naenses. No Coritiba, Carlinhos
iniciou a carreira no futebol com
um estágio quando ainda estava
nos primeiros anos da faculda-
de de Educação Física. A pro-
moção para a equipe principal
não demorou, mas mudanças
no departamento de futebol, no
entanto, o fizeram aceitar o con-
vite para trabalhar no Atlético,
onde conquistou seu primeiro
título profissional: o Campeonato
Paranaense de 1982.
O preparador físico ainda pas-
sou pelo Grêmio de Maringá e foi
um dos primeiros profissionais
contratados pelo então recém-
-fundado Paraná Clube, onde
PAPO CABEÇA
“PLANEJAR OS
TREINAMENTOS
FICOU MUITO MAIS
SEGURO E PRECISO,
MELHORANDO
O DESEMPENHO
DE FORMA MUITO
MAIS ESPECÍFICA,
AUMENTANDO A
VIDA ÚTIL DOS
ATLETAS“.
ajudou a formar a comissão téc-
nica, e teve mais uma passagem
por cada clube da capital. A úl-
tima foi em 2011, quando traba-
lhou no Atlético ao mesmo tempo
em que auxiliava Mano Menezes
na comissão técnica da Seleção
Brasileira. Apesar de ficar pou-
co tempo com a equipe verde e
amarela, Carlinhos garante que o
desafio valeu a pena.
“A experiência na Seleção foi
muito boa. Fizemos o que foi
combinado, que era renovar a
o time depois da Copa de 2010.
Durou o tempo que nos deram,
deu para compreender a com-
plexidade de estar em uma sele-
ção com todo seu glamour e to-
dos aqueles problemas”, resume
o profissional, orgulhoso dono de
uma medalha de prata dos Jogos
Olímpicos de Londres, em 2012.
As principais glórias, no entan-
to, vieram mesmo em grandes
clubes.
Por Palmeiras, São Paulo e
Atlético Mineiro, Carlinhos con-
quistou seus títulos mais im-
portantes. Na equipe alviverde,
conquistou os Brasileiros de
1993 e 1994. No tricolor paulis-
ta, o preparador físico integrou
a comissão técnica que ven-
ceu a Libertadores e o Mundial
Interclubes de 2005 e ajudou
Muricy Ramalho a levar o clu-
be ao tricampeonato Brasileiro
entre 2006 e 2008. Pelo Galo,
foi campeão da Libertadores
de 2013 e da Copa do Brasil de
2014. Títulos e troféus à parte,
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INI
51• Revista Só Futebol •
Carlinhos Neves também não esconde a satisfação
de ter participado da revolução que a fisiologia do es-
porte sofreu durante o período que compreende sua
carreira.
“Como todas as ciências, a preparação física evo-
luiu com ajuda da internet e a globalização das in-
formações. Hoje, sabemos em tempo real qual a dis-
tância percorrida, a forma como ela foi percorrida, a
intensidade, o número de piques, a distância destes
piques, em que momento do jogo, em que espaço do
campo, e vários outros dados, como a frequência car-
díaca atingida e outros aspectos importantes, tanto
em treinos como em jogos. Planejar os treinamentos
ficou muito mais seguro e preciso, melhorando o de-
sempenho de forma muito mais específica, aumen-
tando a vida útil dos atletas.
O contrato com o Shandong Luneng vai até 2016 e
Carlinhos garante que, até lá, pretende se manter no
fuso horário asiático. Depois de encerrar a incursão
pelo projeto chinês, o preparador físico promete anali-
sar ofertas e, quem sabe, voltar para perto da família e
para o país onde conquistou tantos
títulos e onde firmou a base da vi-
toriosa carreira. Toda a trajetória e a
experiência adquirida ao longo dos
mais de 30 anos no futebol são vis-
tas, aliás, como conquistas tão rele-
vantes quanto os troféus.
“Tão importante quanto os tí-
tulos foi aprender e conviver
com profissionais tão experien-
tes e competentes, que se tor-
naram grandes amigos até hoje.
Infelizmente, alguns já nos deixa-
ram. Orgulho-me muito do apren-
dizado adquirido durante a car-
reira”, finaliza Carlinhos. POR:
MAHANI SIQUEIRA
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LU
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52 • Revista Só Futebol •
JOGADOR
pelo mundoPés-vermelhos
Do Japão ao México, passando por Sérvia e Chipre, jogadores paranaenses rodam por clubes menos
conhecidos de todo o mundo
TIGRES (MÉXICO)
ESTORIL-PRAIA (PORTUGAL)
MARÍTIMO (PORTUGAL)
SPORT BOYS (BOLÍVIA) GRENOBLE (FRANÇA)
INDY ELEVEN (USA)
Nome: Kléberson
Natural: Uraí
Posição: Volante
Nome: Juninho
Natural: Wenceslau Braz
Posição: Zagueiro
Nome: Vagner da Silva
Natural: Araruna
Posição: Goleiro
Nome: Fransérgio
Natural: Rondonópolis
Posição: Volante
Nome: Eduardo Salles
Natural: Curitiba
Posição: Zagueiro
Nome: Ilan
Natural: Curitiba
Posição: Atacante
53• Revista Só Futebol •
s mais famosos paranaen-
ses a atuarem no futebol fora
do país são, sem dúvida, o
meio-campo Fernandinho,
do Manchester City, e o la-
teral Rafinha, do Bayern de
Munique, duas potências
do futebol europeu que têm presença certa nas
transmissões da TV a cabo. Mas há outros “pés-
-vermelhos” atuando no futebol do exterior,
em clubes bem menos badalados. O veterano
pentacampeão mundial e ex-atleticano Kléberson,
por exemplo, hoje joga pelo Indyan Eleven, dos
Estados Unidos.
Contudo, o caso mais notável de boleiro pa-
ranaense em terras estrangeiras é o do meia
Leandro Almeida, que fez quase toda a sua car-
reira no exterior. Natural de Cornélio Procópio,
ele hoje joga pelo Omonia Nicósia, de Chipre,
uma pequena ilha do Mar Mediterrâneo, ao sul da
Turquia, cuja população, de pouco mais de 1,1 mi-
lhão de habitantes, é menor do que a de Curitiba.
OSUWON SAMSUNG BLUEWINGS (COREIA DO SUL)
CEREZO OSAKA (JAPÃO)
AL-JAISH (CATAR)
CUKARICKI (SÉRVIA) GAZIANTEPSPOR (TURQUIA)
OMONIA NICÓSIA (CHIPRE)
SHUKURA KOBULETI (GEÓRGIA)
Nome: Kaio
Natural: Curitiba
Posição: Meia
Nome: Pablo
Natural: Londrina
Posição: Atacante
Nome: Lucas Mendes
Natural: Curitiba
Posição: Zagueiro
Nome: Lucas Piasentin
Natural: Londrina
Posição: Zagueiro
Nome: Chico
Natural: Pato Branco
Posição: Volante
Nome: Leandro Almeida
Natural: Cornélio Procópio
Posição: Meia
Nome: Luizinho
Natural: Curitiba
Posição: Meia
54 • Revista Só Futebol •
JOGADOR
Leandro começou a carreira
no Uraiense, da cidade Uraí. Dali,
foi para o Corinthians, voltou
ao Uraiense e, depois, foi para
o Londrina. Após uma partida,
vista por empresários, recebeu
o convite para jogar no MKT, da
Hungria. A partir daí, fez carrei-
ra lá: primeiro no MKT; depois,
em Buki, Szombathelyi Haladás,
Ferencváros e Debreceni.
Naturalizou-se húngaro e che-
gou a atuar pela seleção do
país. Interrompeu a jornada
na Europa Central apenas em
2005, quando voltou ao Brasil
e jogou a Taça Libertadores e
o Campeonato Brasileiro pelo
Atlético-PR. Em 2010, fechou
contrato com o atual clube.
Outro paranaense com só-
lida carreira internacional é o
O CASO MAIS NOTÁVEL É O DO MEIA LEANDRO ALMEIDA, QUE FEZ QUASE TODA A SUA CARREIRA NO EXTERIOR, NATURALIZOU-SE E CHEGOU A ATUAR PELA SELEÇÃO DA HUNGRIA.
zagueiro londrinense Lucas
Piasentin, atualmente no
Cukaricki, da Sérvia. “A Sérvia
é bem diferente do Brasil. Eu
estou indo para o meu segundo
ano aqui, mas já me sinto bem
adaptado, tanto eu como minha
esposa e minha filha. O idioma
é bem difícil, mas com o passar
dos dias, sempre aprendemos
algumas palavras novas. Eu
consigo entender quase tudo,
mas ainda não consigo falar
muito”, conta.
O Cukaricki não é uma po-
tência europeia daquelas que
estamos acostumados a ver,
montando times com jogado-
res de diversos pontos do glo-
bo. Além de Piasentin, há ape-
nas outros dois estrangeiros
no elenco, ambos africanos, de
Gana e da Nigéria.
O time voltou à elite do futebol
sérvio na temporada 2013/2014.
Ficou em quinto lugar no campe-
onato nacional, com uma campa-
nha surpreendente. Coincidência
ou não, foi o momento em que
Piasentin também chegou ao
time, vindo do União da Madeira,
de Portugal. Depois que o Estrela
Vermelha, uma das duas maiores
potências do futebol sérvio, foi
desclassificado pela FIFA, o time
acabou conquistando uma vaga
para a Liga Europa de 2014/2015.
“No começo da temporada, a
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ILIS
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ÁB
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55• Revista Só Futebol •
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RQ
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imprensa dava como certa a nossa queda para a segunda divisão. Não
acreditavam no time”, diz Piasentin. “O Cukaricki, hoje, na Sérvia, é um
modelo a ser seguido. Temos uma boa infraestrutura, bons novos jo-
gadores, alguns das seleções sub-21 e sub-23 do país, um presidente
que acompanha de perto o crescimento do clube e pessoas capacitadas
trabalhando.” Atualmente, o clube tem a defesa menos vazada do cam-
peonato nacional.
Da leva mais recente, o atacante Pablo, natural de Londrina, chegou
este ano ao Cerezo Osaka, do Japão, onde atuará ao lado do uruguaio
Diego Forlán, do brasileiro naturalizado alemão Cacau e sob o comando
do técnico também brasileiro
Paulo Autuori. “Já me sinto muito
bem adaptado. Com o estilo de
jogo, com a comida, com tudo”,
enfatiza. “Temos dois intérpre-
tes dentro do clube que dão todo
o apoio necessário e mais dois
membros da diretoria que são ja-
poneses, mas falam muito bem o
português. Os jogadores japone-
ses sempre tentam falar algumas
palavras em português pra ajudar
e eu também me esforço”, explica.
O Cerezo Osaka é um dos
maiores times do Japão, mas
hoje está na segunda divisão do
campeonato nacional. Situação
que o paranaense espera con-
tribuir para reverter. E ele já
marcou gol com a nova camisa.
“Como o técnico é brasileiro, ele
coloca em prática a filosofia e o
modo de trabalho dele. Claro que
o estilo das outras equipes não é
como o nosso, é mais correria. A
da nossa equipe é de jogar com
tranquilidade, com a posse de
bola e sempre pra frente.”
Fora da Europa e da Ásia,
o futebol paranaense tam-
bém tem jogadores em times
da América Latina: o zagueiro
Juninho, de Wenceslau Braz,
joga no Tigres, do México, e o
atacante Eduardo Salles, de
Curitiba, chegou este ano ao
Sport Boys, da Bolívia. POR:
SANDOVAL MATHEUS
COM CARREIRA SÓLIDA No Cukaricki, da Sérvia, o zagueiro Lucas Piasentin compõe, hoje, a defesa menos vazada do campeonato sérvio
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RÉ
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PERFIL
56 • Revista Só Futebol •
concórdiaPomo da
A história de Riuler, o garoto de 17 anos que aproximou Atlético e Coritiba
Seleção Brasileira conquis-
tou, em março, o Campeonato
Sul-Americano Sub-17 de
2015, e o futebol parana-
ense contou com quatro
atletas: o Coritiba foi repre-
sentado pelo goleiro Bruno, enquanto o Atlético
Paranaense teve convocados o goleiro Juliano e o
zagueiro Zé Marcos. A maior curiosidade, no en-
tanto, ficou reservada ao quarto nome, o volante
Riuler de Oliveira Faustino.
Natural de Bastos, cidade de 20 mil habitan-
tes do interior de São Paulo, o jogador tem uma
característica única: defende o Atlético, mas uma
A
57• Revista Só Futebol •
parcela de seus direitos econô-
micos pertence ao arquirrival
Coritiba. Como isso veio a acon-
tecer? A história é complexa e
se arrasta desde 2012, quan-
do o volante chegou à capital
paranaense.
Sem ser bem aproveitado no
São Paulo, Riuler acertou com o
Trieste, atuando na equipe sub-
14 do clube amador do bairro
de Santa Felicidade. Não tardou
para que o Coritiba demonstras-
se interesse e firmasse com ele
um contrato de formação, vi-
gente por dois anos. O bom de-
sempenho fez com que, ainda
em 2012, o meio-campista fos-
se convocado pela primeira vez
para a Seleção Brasileira Sub-15.
O impasse veio em 2014,
quando o Coritiba demorou
para entrar em contato com os
representantes de Riuler para
negociar o primeiro contrato
profissional. A primeira propos-
ta foi abaixo do esperado, es-
pecialmente considerando que
o volante, além de defender a
Seleção Sub-17, era o capitão
da equipe nacional. Na ocasião,
o Cruzeiro e o próprio São Paulo
sinalizaram interesse no atleta.
Foi aí que o Atlético entrou na
jogada, oferecendo valores mais
condizentes com o que a família
do volante esperava. Ainda as-
sim, não foi uma decisão fácil,
pois o Furacão já havia passa-
do por uma situação incômoda
em 2012, quando acertou com
o atacante Mosquito, que havia
deixado o Vasco por atrasos no
auxílio financeiro.
Na ocasião, o Atlético foi
acusado de violar um pacto en-
tre os principais clubes do país,
sendo excluído de algumas
competições de categorias de
base em 2013. Após a resolução
do impasse, Mosquito defen-
deu a equipe no Campeonato
Brasileiro e na Libertadores de
2014. No fim, não renovou con-
trato e acabou retornando ao
Vasco em 2015.
O Furacão não queria o
mesmo cenário para Riuler e,
por isso, evitou fazer o regis-
tro do jogador na Federação
Paranaense, para que a trans-
ferência não fosse configurada.
“O FUTEBOL PARANAENSE SÓ TEM A GANHAR COM A APROXIMAÇÃO DE ATLÉTICO E CORITIBA.”
Rafael Stival
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PERFIL
58 • Revista Só Futebol •
A relação ruim entre as diretorias de
Atlético e Coritiba, naquele momento,
também contribuiu para isso. A polê-
mica chegou a prejudicar Riuler, que
foi “desconvocado” da equipe que
representaria o Brasil na Copa das
Nações, que aconteceu em agosto
de 2014, mesmo sendo o capitão. O
impasse persistiu, mas Riuler seguiu
treinando, mesmo sem poder atuar em
partidas oficiais.
Tudo mudou com a eleição da nova
direção alviverde, liderada por Rogério
Bacellar, em dezembro. Todas as par-
tes se reuniram: Atlético, Coritiba e o
empresário Rafael Stival, que admi-
nistra a carreira de Riuler. “Sentamos
todos juntos à mesa para decidir a
melhor solução e não deixar o atleta
ser prejudicado. No fim, houve o en-
tendimento”, explicou Stival.
No acerto, o Coritiba recebeu uma
compensação financeira e a situação
incomum da divisão dos direitos eco-
nômicos foi definida. “Cada clube ficou
com uma parcela dos direitos, no me-
lhor desfecho. O futebol paranaense
só tem a ganhar com a aproximação
de Atlético e Coritiba”, complementou
o agente de Riuler.
Outros indicadores da união en-
tre os maiores rivais do Paraná foram
acordos comerciais, como o acerto
com uma operadora de telefonia celu-
lar, anunciado em cerimônia conjunta,
além de uma campanha relaciona-
da à paz no Atletiba disputado pelo
“ELE É FORA DE SÉRIE. UM JOGADOR COMO ELE NÃO PODE FICAR SEM ATUAR, OS CLUBES TOMARAM A MELHOR DECISÃO COM ESSE ACERTO.”
Rafael Stival
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59• Revista Só Futebol •
“SENTAMOS TODOS JUNTOS À MESA PARA DECIDIR A MELHOR SOLUÇÃO E NÃO DEIXAR O ATLETA SER PREJUDICADO. NO FIM, HOUVE O ENTENDIMENTO.”
Rafael Stival
Campeonato Paranaense, com direito a entre-
vistas coletivas com atletas e ídolos dos dois
clubes.
Para Stival, o fato de Riuler ser um jogador
de Seleção Brasileira e considerado diferencia-
do contribuiu para que os rivais chegassem a
um denominador comum. “Ele é fora de série.
Um jogador como ele não pode ficar sem atuar,
os clubes tomaram a melhor decisão com esse
acerto”, disse o empresário. Resolvido o impas-
se, o volante teve confirmada sua convocação
para o Sul-Americano Sub-17 de 2015. Na com-
petição, foi o capitão em quatro oportunidades.
A confirmação oficial veio no dia 29 de janei-
ro de 2015, quando o Boletim Informativo Diário
(BID) da CBF publicou o novo contrato de Riuler,
válido até 28 de dezembro de 2019. POR:
BRUNO ROLIM
CORAÇÃO DIVIDIDORiuler é pivô de uma conciliação entre os dois maiores times do estado. CAP e Coritiba dividem seus direitos econômicos
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60 • Revista Só Futebol •
IMPRENSA
ano era 1996. O Atlético, da
dupla Oséias e Paulo Rink,
não cansava de balançar as
redes dos adversários no an-
tigo Joaquim Américo. Apesar
de acanhado, o estádio ti-
nha público fiel e apaixo-
nado. Entre eles, os amigos Juarez Vilella Filho e
Cleverson Freitas, torcedores fanáticos e entu-
siasmados com tudo o que estava acontecendo
com o clube. “O time estava muito bem naquele
Brasileiro, a Baixada vivia lotada e o clube passava
por várias transformações. Tudo isso precisava ser
contado e mostrado. Nada melhor do que a inter-
net para fazer isso”, relembra Juarez.
A rede mundial de computadores ainda engati-
nhava e a conexão era discada. Tudo era novida-
de. “Pesquisamos muito e achamos legal o site da
torcida do Atlético-MG, feito em Java, que obriga-
va a clicar em ‘A torcida do Galo é a maior e mais
temida’. Se não fizesse isso, o navegador fecha-
va. Era uma ótima ideia de como um torcedor deve
OPaixão on-lineMuito além das arquibancadas, torcedores têm voz e vez em
sites dedicados aos times do coração
61• Revista Só Futebol • 61• Revista Só Futebol •
“SITE GENUINAMENTE RUBRO-NEGRO, FEITO COM AMOR E DEDICAÇÃO PELO ATLÉTICO, POR ATLETICANOS E PARA OS ATLETICANOS.”
Juarez Vilella, Furacão.com
se comunicar com outros torcedores.”
Outra fonte de inspiração para Juarez
foi o site do argentino Independiente.
“Tinha um misto de jornalismo espor-
tivo e fotos e vídeos de torcedores
loucos pelo time. Ficamos horas na-
vegando e o nosso conceito de pági-
na do torcedor nasceu naquele dia.
Queríamos que o Atlético tivesse algo
tão apaixonante como aquilo.”
Assim nasceu o Furacão.com, site
colaborativo onde o torcedor tem vez
e voz para expressar o seu amor pelo
clube. Com o passar dos anos, a pági-
na cresceu e se transformou em refe-
rência sobre os assuntos do Atlético,
mas sem deixar de ser democrática.
“Cada vez mais, o torcedor internauta
quer ter o seu espaço. Ele gosta de ver
sua opinião publicada, comentada e
compartilhada. Desde que não ofenda
ninguém, tudo é publicado”, comenta
Juarez.
Porém, existe uma regrinha básica
que todos os 30 colunistas do site pre-
cisam seguir. “Somos independentes,
tanto que quando um colunista passa a
ser da diretoria do clube, ele se afasta
do site”, acrescenta.
O que sustenta mais de 15 anos de
dedicação, tanto on-line como nas ar-
quibancadas, é a paixão pelo time. “A
gente respira o Atlético e quer saber
sobre ele 24 horas por dia. Esse amor
e envolvimento reflete no site, que é
genuinamente rubro-negro, feito por
atleticanos e para atleticanos, com
amor e dedicação ao Atlético.”
INTERNAUTAS COXAS-BRANCASFoi também em 1996 que o coxa-branca Marcelo
Carneiro iniciou um projeto que uniu a paixão pelo clube
à internet. “Naquela época, o Coritiba não tinha página na
web, e eu, adolescente, me uni com outros torcedores para
criar o Coxanautas.”
As dificuldades técnicas também apareceram, mas o suces-
so foi grande. Em apenas um ano, eram mais de 50 colabora-
dores, o que obrigou uma reformulação no site para atender
melhor aos torcedores.
Hoje, o site é reconhecido como um dos principais espa-
ços dos torcedores do Coritiba. São 12 colunistas e mais três
62 • Revista Só Futebol •
IMPRENSA
“JÁ TIVE QUE AJUDAR A PAGAR, MAS AGORA O SITE SE SUSTENTA E PAGA SEUS CUSTOS DE SERVIDORES.”
Marcelo Carneiro, Coxanautas
PARANÁ CLUBE ON-LINEO Paranautas.com nasceu um pouco depois do próprio clube. A ideia
era simples: ter um fórum de discussões entre torcedores. “Um gru-
po de amigos se juntou para fazer parte do canal #ParanáClube no
mIRC (programa de chat on-line) para debater sobre o clube”, conta
Alan de Souza Albino, atual presidente do site. Em 1998, ele ganhou a
“roupagem” atual e virou um portal de notícias. Administrado de forma
voluntária, os torcedores dividem as atribuições para mantê-lo. Entre
algumas tarefas estão cuidar do servidor, escrever matérias e moderar
debates.
Com o passar dos anos, o conceito do site foi sendo modificado.
“Na época do fórum, cada torcedor expunha suas ideias, criticava
tudo sem censura, mas dentro das regras estabelecidas pela página.
Hoje, temos a seção de Colunistas, local destinado para as opiniões,
e tudo é de responsabilidade de quem escreve.”
© L
UC
AS
CO
ST
A
colaboradores que cuidam da
parte administrativa. “É um site
de torcedor para o torcedor. Ali,
ele pode se manifestar. Buscamos
o que o coxa-branca realmente
quer saber, não apenas o que o
clube pretende mostrar”, destaca
Carneiro, que contabiliza cerca de
1 milhão de acessos por mês, isso
quando o time está no meio da
tabela. “Se o Coxa está bem – ou
muito mal –, os acessos chegam
a 3 milhões.”
A independência e a isenção
também são seguidas à risca.
“Temos um bom relacionamen-
to com a diretoria do Coritiba, o
que pode mudar de gestão para
gestão. Mas não deixamos que
o clube interfira no nosso tra-
balho. Representamos a torci-
da, não somos a palavra oficial
do clube”, destaca.
63• Revista Só Futebol •
TRABALHO VOLUNTÁRIOO tempo dedicado sem esperar retorno fi-
nanceiro reforça ainda mais a paixão pelo clube.
“Ninguém vive do site. Cada um tem suas ativida-
des profissionais e encontra tempo para colabo-
rar”, aponta Juarez. Segundo Albino, o Paranautas
também é mantido por torcedores que não pedem
nada em troca. “Tudo é voluntário. Se precisamos
de dinheiro para alguma ação, realizamos uma
‘vaquinha’ entre os foristas.”
Carneiro pensa em um dia poder se dedicar
exclusivamente ao Coxanautas, unindo paixão e
profissão. “Sou desenvolvedor de web e tenho
uma empresa nessa área. O Coxanautas sempre
foi minha segunda atividade e sonho em me de-
dicar exclusivamente ao site, mas sempre com
responsabilidade.”
VIABILIDADEManter um site de torcedor para torcedor é um
desafio muito grande, principalmente na área fi-
nanceira. A viabilidade vem por meio do trabalho
voluntário e da publicidade, principal fonte de ren-
da. “O site se mantém basicamente com anúncios.
Passou o tempo da vaquinha e hoje ele se paga.
Mas todos os colaboradores são voluntários, nin-
guém recebe salário”, explica Juarez, do Furacão.
com.
No Paranautas.com, a situação é similar. “Desde
a criação, a proposta é ser autossustentável. O
site é mantido pela venda de alguns produtos da
marca e pela comercialização de banners. Tudo é
voluntário”, relata Albino. Criador do Coxanautas,
Carneiro já teve que colocar a mão no bolso.
“Ajudei a pagar algumas vezes, mas agora o site
se sustenta e paga seus custos de servidores.”
Mas apesar das dificuldades operacionais do
início e os percalços financeiros, o amor pelo clu-
be do coração faz com que tudo seja superado.
E, considerando a velocidade e a capacidade de
novas formas de comunicação que a tecnologia
nos apresenta quase diariamente, cada vez mais
arquibancadas, teclados e telas touch screen es-
tarão próximos. POR: RICARDO GALEB
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CO
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64 • Revista Só Futebol •
Competição acontece há seis anos e reúne 16 times de futebol de campo e cerca de 480 jogadores
esde o dia 28 de feverei-
ro, a bola está rolando no 6o
Campeonato Amigos da Bola.
Neste ano, 16 times do futebol
amador de Curitiba estão na
disputa. São cerca de 480 atle-
tas inscritos entre jogadores
amadores e ex-profissionais.
O campeonato aconteceu pela primeira vez em
2010, com apenas sete times inscritos. A ideia sur-
giu a partir da necessidade de se criar uma agenda
de jogos comum entre diversos times amadores de
Curitiba. “Com o Amigos da Bola, temos um calendário
de jogos para o ano todo. As partidas estão cada vez
mais disputadas, pois a competição é um estimulo a
mais para os jogadores fazerem seu melhor dentro
de campo”, ressalta Wander Marconi, idealizador do
projeto.
Segundo ele, o objetivo principal do campeonato
é criar e fortalecer laços de amizade entre os partici-
pantes através da prática do esporte de uma forma
organizada e saudável. Para manter esse espírito, o
regulamento da competição possui algumas regras
específicas, como o limite de apenas três jogadores
federados por time e a quantidade livre de substitui-
ções durante as partidas. “Dessa forma, conseguimos
assegurar que o objetivo principal do Amigos da Bola
não se perca”, destaca.
D
PUBLIEDITORIAL
O campeonato acontece até novembro, com jogos sempre aos sábados. A disputa é feita em duas fases. A pri-
meira, por pontos corridos, com partidas em turno e returno que somam um total de 30 jogos por time. Os oito me-
lhores colocados se classificam para a segunda fase, que será disputada no mata-mata, na forma de cruzamento
olímpico. Este ano, os jogos estão acontecendo nos campos de Combate Barreirinha, Tanguá, Iguaçu, Flamenguinho
e Trieste. A coordenação da equipe de arbitragem é de responsabilidade do ex-árbitro da Federação Paranaense de
Futebol,José Gentil.
CampeonatoAmigos da Bolamovimenta futebolamador de Curitiba
CALENDÁRIO
65• Revista Só Futebol •
A marca número um em comprimidos e shots energé-
ticos Vivamil está patrocinando o campeonato deste ano. A
parceria com a empresa teve início nos jogos das finais do
ano passado e se consolidou nesta nova edição.
Desde agosto de 2014, a Vivamil iniciou um tra-
balho junto ao futebol paranaense, o Projeto Vivamil
Soccer. De acordo com Guilherme Conrad Lopes, re-
presentante de vendas da marca, o objetivo princi-
pal da empresa é incluir seu produto no futebol ama-
dor e demonstrar como a cafeína pura e concentrada
pode ajudar no aumento da vitalidade e na melhora da per-
formance dos jogadores que a utilizam antes das partidas.
“Os atletas que disputam o Amigos da Bola recebem os
comprimidos antes dos jogos e aqueles que os utilizam já
relataram a diferença que sentiram no desempenho den-
tro de campo”, destaca Lopes. “Estamos dando um grande
passo a fim de popularizar o uso da cafeína concentrada no
esporte que é a paixão da maioria dos brasileiros”, finaliza.
ENERGIA PARA A PAIXÃO NACIONAL
• POVO DA BOLA
• ESTRELA VERMELHA
• BEBEBUM
• MASTER URCA
• OPERÁRIO MERCÊS
• RÁDIO TAXI CAPITAL FC
• OS TEIMOSOS FC
• REAL SANTO INÁCIO
• PIRIRI
• COMETA
• SPARTAK FC
• OPERÁRIO AHÚ
• SAMPDÓRIA
• OURO VERDE
• DE LADO FOOT GÓLES
• BUTANTÃ FC
EQUIPES QUE ESTÃO NA DISPUTA EM 2015
2014 - OPERÁRIO AHÚ
2013 - MASTER URCA
2012 - POVO DA BOLA
2011 - MASTER URCA
2010 - ESTRELA VERMELHA
OS TIMES CAMPEÕES DO AMIGOS DA BOLA
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POR ONDE ANDA
66 • Revista Só Futebol •
o retornoGabiru:
Parado por um ano inteiro, meia refuta aposentadoria e acerta com novo clube, apesar da preferência
pelo Furacão
“Gostaria de jogar no Atlético mais uma vez, mas essa diretoria não gosta de mim e eu falo mesmo, não tenho receio. Eles não respeitam minha história no clube.”
67• Revista Só Futebol •
odoviária de Curitiba, quinta-
-feira, 29 de janeiro de 2015.
Adriano Gabiru caminha mis-
turado à multidão antes de
embarcar no ônibus que tem
Porto Alegre como destino fi-
nal. Da capital gaúcha, o joga-
dor que fez o gol do título mundial do Internacional
em 2006 ainda teria mais algumas horas de viagem
até Panambi, minúsculo município do noroeste do
Rio Grande do Sul. Na pequena cidade, o atleta de
37 anos foi recepcionado como grande estrela pela
diretoria e pelos torcedores do Panambi, time que
busca o acesso à divisão de elite do futebol gaúcho
e aposta no herói colorado como principal arma.
Em 2014, depois de disputar apenas duas parti-
das pelo Conilon no Campeonato Capixaba, Gabiru
deixou o clube com a alegação de falta de paga-
mentos. No resto do ano, sem encontrar times
interessados, o meia acabou ficando totalmente
parado. Ele nega que tenha se aposentado ofi-
cialmente em qualquer momento, mas tampouco
manteve a rotina de um atleta profissional. Em
entrevista à Revista Só Futebol, pouco antes de
embarcar rumo ao seu novo desafio, ele contou
por onde andou nesse período de inatividade.
“Desde que fizeram sacanagem comigo lá no
time do Espírito Santo e eu saí, fiquei parado aqui
em Curitiba. Eu sou um cara muito preguiçoso e
acabei não treinando nada. Não fui para a acade-
mia, não corri, só fiquei por aí. Estava esperando
surgir uma proposta, mas não veio nada interes-
sante e eu só recebi esse contato do Panambi no
final do ano. Estou muito feliz que deu tudo certo
e finalmente vou poder jogar”, conta Gabiru, que
estima um tempo de 15 a 20 dias até chegar à
forma ideal para a disputa do estadual.
Com o clube gaúcho, o meia tem contrato as-
sinado por três meses, até o fim do campeonato
estadual. Embora não esconda a alegria pelo novo
acordo, Gabiru confessa que gostaria mesmo é
de vestir novamente a camisa do Atlético, onde
jogou por mais de cinco anos e conquistou qua-
tro campeonatos paranaenses e o histórico título
brasileiro de 2001. Ele sabe que o sonho é quase
impossível de se tornar realidade e coloca a culpa
na diretoria rubro-negra.
“No Rio Grande do Sul, eu sou muito mais bem
tratado e as pessoas lá têm muito respeito por
mim. Me ofereceram emprego e eu estou indo.
Gostaria de jogar no Atlético mais uma vez, mas
essa diretoria não gosta de mim e eu falo mes-
mo, não tenho receio. Eles não respeitam minha
história no clube. Ganhei tudo pelo Atlético e isso
ninguém vai tirar de mim. Recebo muitas mensa-
gens de carinho da torcida e fico muito feliz com
esse reconhecimento, mas não tem jeito mesmo
(de voltar)”, lamenta o meia.
E quando o Campeonato Gaúcho e o contrato com
o Panambi chegarem ao fim? Questionado se esse
será o último clube de uma longa carreira, Gabiru evi-
ta antecipar o fim de sua trajetória nos gramados e
garante que não vai recusar as boas ofertas que apa-
recerem. Caso não chegue nada interessante, ele já
tem planos (mais ou menos) traçados.
“Eu gosto de aproveitar minha família. Gosto de
ficar com meus filhos, passar um tempo com a mi-
nha esposa. Fico tranquilo e Curitiba sempre será
nossa casa. Mas depois de parar de jogar, penso em
assumir um cargo de auxiliar técnico ou algo pareci-
do. Numa dessas, posso ser técnico no futuro. Mas
daí tem que estudar bastante, né?”, pondera.
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POR ONDE ANDA
68 • Revista Só Futebol •
PARANAENSE ADOTADO
Embora seja alagoano de Maceió e tenha
conseguido seu maior feito no futebol jogando
por um clube gaúcho em um estádio no Japão,
Adriano Gabiru tem uma grande identificação com
o Paraná e é um orgulhoso morador de Curitiba.
Contratado pelo Atlético junto ao CSA em 1998, jo-
gou no Furacão até 2005 (com empréstimos para
o Olympique de Marseille e para o Cruzeiro den-
tro desse período). Em 2011, depois de passagens
por vários times, acertou com o Corinthians-PR
para a disputa do Campeonato Paranaense. Dois
anos depois, após passagens frustradas por CSA
(onde começou a carreira, em 1997) e Guarany de
Bagé, ele topou o desafio de jogar a Suburbana
pelo Combate Barreirinha.
“Era exatamente do que eu estava precisan-
do. Queria algo mais leve e o convite do Combate
acabou sendo importante para mim. Foi muito le-
gal. A diferença do futebol profissional é enorme
em todos os sentidos, mas no fim o que vale é
jogar bola e ser feliz”, reflete, feliz e pronto para
jogar bola em um novo clube. Afinal de contas, é
isso que vale. POR: MAHANI SIQUEIRA
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“EU GOSTO DE APROVEITAR MINHA FAMÍLIA. GOSTO DE FICAR COM MEUS FILHOS, PASSAR UM TEMPO COM
A MINHA ESPOSA. FICO TRANQUILO E CURITIBA
SEMPRE SERÁ NOSSA CASA.”
69• Revista Só Futebol •
70 • Revista Só Futebol •
INTERNET
os bonsÍdolos e clubes para seguir no Instagram
O zagueiro do Coritiba não é o craque
mais ativo no Instagram, mas quando dá
as caras por lá, mostra um pouco da sua
intimidade com a família, as conquistas
em campo e os colegas de time.
LUCCAS CLARO
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@luccasclaro©
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Sigam-me
O atacante que é o destaque
do Coritiba é discreto quan-
do o assunto é redes sociais.
Sua conta no Instagram é
privada, por isso quem qui-
ser ver o dia a dia do jogador
relatado por lá, precisa an-
tes ter a autorização dele!
Quem já acompanha?
RAFHAEL LUCAS
@rafhaellucas99
71• Revista Só Futebol •
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O perfil oficial do Paraná no
Instagram publica fotos e
vídeos com os destaques
do time. Jogadores e torci-
da também estão sempre
presentes por lá, mostran-
do todo o seu amor pelo
futebol.
PARANÁ CLUBE
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ÃO
@paranaclubeoficial
A página oficial do time no Instagram mantém os fãs do time
atualizados sobre o time que entra em campo a cada partida,
curiosidades do estádio e os torcedores que estão nas arqui-
bancadas dos jogos.
ATLÉTICO PARANAENSE
@atleticoparanaense
Destaque na defesa do Paraná Clube,
nas redes sociais Gabriel mostra um
pouco da sua rotina de trabalho e pes-
soal também. A paixão pela profissão e o
amor pela família ficam em evidência nas
fotos e frases postadas pelo jogador.
GABRIEL YAN
@gabriel_yan
72 • Revista Só Futebol •
QUADRAS
ONDE JOGAR
INAUGURADO EM 2010, O CENTRO ESPORTIVO IPIRANGA POS-
SUI UM COMPLEXO ESPORTIVO COM 10 MIL METROS QUADRA-
DOS, RODEADO DE ÁREAS ARBORIZADAS. O ESPAÇO OFERECE
TRÊS QUADRAS COBERTAS DE GRAMA SINTÉTICA PARA FUTE-
BOL SOCIETY E É EQUIPADO COM AMPLOS VESTIÁRIOS, ESCO-
LINHA DE FUTEBOL, LANCHONETE COMPLETA COM SEIS CHUR-
RASQUEIRAS E DOIS SALÕES DE FESTAS – PARA A REALIZAÇÃO
DE EVENTOS ESPORTIVOS, CONFRATERNIZAÇÕES E FESTAS.
O CENTRO ESPORTIVO IPIRANGA REALIZA CAMPEONATOS E
TORNEIOS EMPRESARIAIS, ALÉM DE COMPETIÇÕES ORGANI-
ZADAS PELA FPF7.
72 • Revista Só Futebol •
CENTRO ESPORTIVO IPIRANGA
R. Ipiranga, 770 - Capão Raso
(41) 3598-7098 / (41) 9879-0025
www.ceipiranga.com.br
2,0
8 M
SO jogador de futebol mais
alto do mundo tem 2,08 m e
se chama Kristof Van Hout. O
belga, logicamente, é goleiro.
Churrasqueiras Salões de festaEscolinha defutebol
Campos de grama natural
73• Revista Só Futebol •
A GUNHA SPORTS É UM CENTRO URBANO DE TREINAMENTOS
QUE OFERECE A SEUS CLIENTES E PARCEIROS UM ESPAÇO DE
MAIS DE 30 MIL METROS QUADRADOS, COM CINCO CAMPOS DE
GRAMA NATURAL E UM CAMPO DE GRAMA SINTÉTICA COBERTA
PADRÃO FIFA – O MAIOR DE CURITIBA. O ESPAÇO CONTA, AINDA,
COM VESTIÁRIOS, CHURRASQUEIRAS, BAR, LANCHONETE E ES-
TACIONAMENTO PARA MAIS DE 150 CARROS, TODO EQUIPADO
COM UM MODERNO SISTEMA DE CÂMERAS. TODA A ÁREA É CO-
BERTA POR SISTEMA WIFI. A GUNHA SPORTS POSSUI, TAMBÉM,
TRÊS SALÕES DE FESTA DEVIDAMENTE EQUIPADOS PARA PRO-
PORCIONAR CONFORTO E SUCESSO PARA FESTAS E EVENTOS.
73• Revista Só Futebol •
GUNHA SPORTS
Rua Dionira Moletta Klentz, 237
Santa Quitéria
(41) 3016-4232
www.gunhasports.com
N S
As bolas de futebol aprova-
das pela FIFA têm dois ta-
manhos. Para jogadores com
mais de 12 anos, elas são de
tamanho 5, e devem pesar
entre 420 g e 450 g. Para
jogadores entre 8 e 12 anos,
as bolas são de tamanho 4, e
pesam entre 350 g e 390 g.
Um jogador profissional corre
entre 9 e 11 quilômetros du-
rante os 90 minutos da par-
tida de futebol.
Campo de grama sintética
Wi-fi Salões de festa Campos de grama natural
74 • Revista Só Futebol •
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
Solução
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BANCO 58
EAL
ANUNCIANTE
LEIOZENTRDOMVI
TAGARELICES
DILERATEATMAD
URAJRAGNT
AGUIADEHAIA
REMLAFBPOMARBOIS
SABAIACUNMLLIR
AJUDABADC
IDADEDOGALO
Atleta co-mo o suíço
RogerFederer
Aptidão bem desen-volvida noatirador
Explicaçãopopular
para a ge-nialidade
Forma deBudismojaponês
Formação natural nosLençóis Ma-ranhenses
Idade (?):segue-se
à mocidade
Que faz muito bem
algumacoisa
Teatro do (?), gênerode Eugène
Ionesco
Banda de"Losing
MyReligion"
RicardoBoechat,jornalistabrasileiro
FábioBarreto,cineastacarioca
Estado doElevadorLacerda(sigla)
(?) trip:crise psi-codélica(gíria)
Selva, emfrancêsDotadode asas
Centro de treinamen-to do ClubeAtlético Mi-neiro (fut.)
"Santa (?)", progra-ma do GNT que dá
dicas de organização(TV)
Local decoleta de
frutas,em sítios
Trapo, eminglês
Orixá dosmares
Estudar(texto)
O enredo de novelas
Produto substituto dosimilar líquido, em
supermercados, porser menos inflamável
14ª letraTecla de"apagar",no teclado
(?) solar: é gerada pe-la célula fotovoltaica
Falatórios
Alcunhade Rui
Barbosa
Comer, em inglês
Lady (?), princesa vi-vida por Na-omi Wattsem "Dia-na" (Cin.)
Substância produzida por umaespécie de canhão, a fim de que
estações de esqui possamfuncionar até mesmo no verão
Medida do BancoCentral para mantera inflação
sobrecontrole
Assuntodas aulasde Direito
Empresaque ocupa as páginaspublicitá-rias de u-ma revista
Peixe que se
defendeinflando
Lama, em inglês
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