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MINHA SÉRIE

A série da Netflix Grace andFrankie, criada por MartaKaufman (a mesma de Frien-ds) e Howard J. Morris, semostrou uma das maioressurpresas entre as comédiasno ano passado. Bom, paracomeçar, uniu a incrível — einesquecível — dupla JaneFonda e Lily Tomlin, deixan-do todo mundo com um arnostálgico delicioso. Adicio-nou ao elenco os ótimosSam Waterston e MartinSheen para apresentar umenredo atual e, de quebra,pouco discutido. Ou existemmuitas produções por aí so-bre os idosos, com foco emdebater seus problemas, dile-mas e, por que não, um reco-meço, mesmo que seja aos70 anos? Não, praticamentenão existe (Transparent, daAmazon, é uma excelente ex-ceção), ainda mais quando ahomossexualidade na tercei-ra idade é o fio condutor pa-ra todas as mudanças enfren-tadas por esses quatro vete-ranos.

A questão é que o humorera o foco principal do pri-meiro ano do seriado. As re-flexões, os dramas, os mo-mentos emotivos, o roman-ce apareciam entre uma pia-da e outra, de forma naturale sem fazer alarde. Era comose eles estivessem ali parapegar o espectador com aguarda baixa, o que funcio-nou muito bem.

Mas os 13 episódios do se-gundo ano já estão aí, libera-dos na plataforma de conteú-do sob demanda, e a primei-ra coisa que se nota assimque o play é dado é que otom da série mudou. Aindaé uma comédia? Sim, mastratar dramas em profundi-dade prevalece do início aofim. Agora as risadas sãoaquelas que surgem no can-to da boca vez ou outra, en-quanto a emoção toma con-ta de todos os personagens.

Há momentos bem sé-rios, como uma discussãono oitavo episódio, chama-do The Anchor, entre Brian-na (June Diane Raphael) eFrankie (Lily Tomlin) sobrea parceria que elas firmarampara vender o lubrificantecriado por Frankie. A donado produto está bem descon-tente devido ao uso de óleode palma e, para mostrarsua insatisfação, ela faz umaperformance na presença

dos investidores usando ket-chup para simular os orango-tangos mortos devido ao des-matamento para se fazer talóleo.

Frankie realmente foi lon-ge demais, como sempre,mas se no primeiro ano tu-do seria levado para a comé-dia, tirando sarro de tudo,agora foi a fez de levar a si-tuação a outro patamar.Brianna surta, fala tudo oque pensa, destrói a parceirae desfaz a sociedade. Afinal,Frankie está acabando comas relações que ela levouanos para fazer. Foi bonito

de ver, coerente, porque é as-sim que a vida empresarialfunciona, não é mesmo? Ouseja, a série se aproximamais da realidade e foge dolado cômico nonsense.

Talvez por isso, a relaçãoentre Robert (Martin Sheen)e Sol (Sam Waterston) aindaseja o ponto mais fraco daprodução. Eles continuamnum mundo paralelo quepouco se aproxima da socie-dade atual. Apesar da rela-ção entre eles estar abalada,já que Robert, após sofrerum infarto, descobre a trai-ção de Sol com Frankie, hápoucos obstáculos no casa-mento dos dois. Tudo funcio-na bem demais e o humor esituações inverossímeis ain-da comandam este núcleo.

Muito diferente, por exem-

plo, do que acontece comGrace. Aliás, é aqui que estáa maior mudança. Jane Fon-da embarca profundamentena personagem ao reencon-trar o verdadeiro amor dasua vida, Phil (Sam Elliott).

Assuntos importantes sãodiscutidos nessa retomada,entre eles o Alzheimer e oquanto vale um casamento.

Além disso, o episódiomais bonito e comovente datemporada, o penúltimo, inti-tulado The Party, é quandoBabe (Estelle Parsons), a vizi-nha de Grace e Frankie, apa-rece, trazendo com ela a dis-cussão sobre o câncer e a eu-tanásia. Prepare-se, o capítu-lo é tocante. Afinal, fazer hu-mor só por fazer não dámais. É preciso, antes demais nada, não subestimar opúblico. E séries como Graceand Frankie são aquelas quevalem a pena ver.

● MarianeMirandola, 26anos, palhaça“Confesso: fiqueipresa emStorybrooke. Regina, aRainha Má, interpretada porLana Parrilla, me cativou eme convenceu a ficar nacidade fictícia da série OnceUpon a Time, mas RobertCarlyle no papel deRumplestiltskin me fisgou devez. Sua interpretação ímpare sua entrega pelopersonagem me tiraramlágrimas e risos ao mesmotempo. O inicio da série nãotraz grandes emoções e emmim trouxe mesmo asensação de que não deverianem ter começado aassisti-la, mas ao desenrolarda história tudo mudou e o‘Era uma vez...’ parecia fazerparte dos meus dias. Mas,para fechar o ciclo deconfissões assumo que,nesse mundo de faz de conta,o Zangado passou a ser omeu anão preferido, afinal,sua vida esconde um grandesegredo revelado na série.”

MAIS DRAMA...que várias séries foramcanceladas essa semana, entreelas Agent Carter (foto), Faking It,Castle, Nashville, The Muppets e TheGrinder. Em contrapartida, tambémforam anunciadas aquelas quecontinuam na corrida, comoSupergirl (que sai da CBS para ocanal CW, de Flash e Arrow), além de séries novas. O destaque ficapara Still Star-Crossed, espécie de continuação para Romeu e Julietaproduzida por ninguém menos que Shonda Rhimes (Grey’s Anatomye Scandal), que, oficialmente, teve a 1ª temporada confirmada.

...chega ao Studio Universal aminissérie The Slap. Baseada nasérie australiana homônima (que,por sua vez, nasceu do livro deChristos Tsiolkas), a produçãoconta com um elenco de peso,que inclui Uma Thurman (KillBill), Zachary Quinto (Além daEscuridão - Star Trek), PeterSarsgaard (Lanterna Verde),Thandie Newton (2012) e VictorGarber (Argo). Tudo gira emtorno da festa de aniversário de40 anos de Hector (Sarsgaard),organizada pela mulher Aisha(Thandie Newton). Tudo vai bematé Harry (Zachary) dar um tapano filho de outro casal que secomporta mal, provocando umgrande rompimento familiar. Aestreia é amanhã, às 20h30, coma exibição de dois episódios. Nototal, a produção conta com oitocapítulos e os demais vão ao arde terça a quinta, às 20h,também com episódios duplos.

...a trupe da Porta dos Fundosretorna à Fox para a 2ªtemporada. A partir de quarta, às21h45, o canal apresenta mais de130 esquetes, intercaladas comconteúdos inéditos que não estãono canal do YouTube comandadopor Antonio Tabet, Fábio Porchat,Gregorio Duvivier, João Vicentede Castro e Ian SBF. GabrielTotoro continua na apresentaçãoe o elenco conta ainda com LuisLobianco, Rafael Portugal, ThatiLopes e Karina Ramil.

Depois de uma primeira temporada com sequências HILÁRIAS, a série Grace and Frankie, da Netflix, chegaao segundo ano com uma evidente MUDANÇA de tom: as situações vividas pelos personagens dos atoresLily TOMLIN, Jane FONDA, Sam WATERSTON e Martin SHEEN não raro estão carregadas de EMOÇÃO

FIQUE SABENDO...

Menos riso,

Lily Tomlin (à esq.)e Jane Fonda emcena de Grace andFrankie: sobriedade

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CampinasDOMINGO 15 / 05 / 2016

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