RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DE ACOMPANHAMENTO Nº GFO-102/2016
SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE
MUNICIPAL DE POUSO ALEGRE
PRESTADOR: COPASA MG
Gerência de Fiscalização Operacional Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e Fiscalização dos Serviços
Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento
Sanitário do Estado de Minas Gerais
Dezembro de 2016
RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DE ACOMPANHAMENTO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE MUNICIPAL DE POUSO ALEGRE – DEZEMBRO/2016
Diretoria Colegiada:
Gustavo Gastão Corgosinho Cardoso
Gustavo Cunha Gibson
Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e Fiscalização dos Serviços (CTROFS):
Rodrigo Bicalho Polizzi
Gerência de Fiscalização Operacional (GFO):
Henrique Pereira Barcelos
Equipe Técnica:
Guilherme Augusto Branco Santos de Morais – GFO/CTROFS – Analista Fiscal e de Regulação de
Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário
Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado
de Minas Gerais – ARSAE-MG
Cidade Administrativa – Rodovia Papa João Paulo II, Nº 4.001, Edifício Gerais, 12º andar
Bairro Serra Verde
Belo Horizonte
Minas Gerais
CEP: 31.630-901
Tel: (31) 3915-8119
Fax: (31) 3915-2060
Site: www.arsae.mg.gov.br
RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DE ACOMPANHAMENTO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE MUNICIPAL DE POUSO ALEGRE – DEZEMBRO/2016
RESUMO INFORMATIVO
O processo de fiscalização de acompanhamento do Sistema de Esgotamento Sanitário – SES do
município de Pouso Alegre objetivou verificar as ações adotadas pela COPASA MG para solução das
não conformidades apontadas pela fiscalização realizada no ano de 2014, tendo em vista as
considerações da fiscalização de acompanhamento realizada em 2015. Procurou-se, também, avaliar
a eficiência do tratamento dos esgotos sanitários da sede municipal, em atendimento à demanda
apresentada pela Câmara Municipal de Pouso Alegre à ARSAE-MG. Dessa forma, ocorreu inspeção
in loco entre nos dias 24 e 26 de outubro de 2016.
O serviço de esgotamento sanitário prestado na sede municipal de Pouso Alegre atende atualmente
a 92,94% da população residente, tratando em média 87% dos esgotos coletados. Por questões
técnicas, orçamentárias ou por haver locais que possuem sistema individual de tratamento de
esgotos, existem regiões da cidade que ainda não possuem rede coletora de esgoto sanitário ou que
contam apenas com coleta e afastamento dos esgotos.
Em inspeção às unidades do sistema de esgotamento sanitário, observou-se que as mesmas
apresentavam condições adequadas de conservação e operação, havendo a necessidade de
intervenções pontuais para garantir a boa prestação dos serviços. Observou-se haver concentração
de sólidos grosseiros nas calhas coletoras do efluente dos reatores da ETE Cidade Jardim. Quanto
à eficiência do tratamento, identificou-se valores acima do permitido para o parâmetro demanda
química de oxigênio (DQO) nas análises dos efluentes das ETE’s Cidade Jardim e Sapucaí Mirim.
Para avaliação do cumprimento das resoluções tarifárias expedidas pela ARSAE-MG, solicitou-se ao
Prestador amostras de faturas geradas para usuários do sistema de esgotamento sanitário, não
sendo identificadas irregularidades quanto à cobrança pela prestação dos serviços.
Conforme apurado em campo e a partir da documentação apresentada pelo Prestador de Serviços,
estão sendo adotadas medidas para aumentar o índice de coleta e tratamento de esgotos sanitários
em Pouso Alegre. Faz-se necessário, dessa forma, mover esforços, junto ao Poder Concedente, para
promover a universalização da prestação dos serviços de esgotamento sanitário no município, uma
vez que algumas intervenções dependem de liberação e regularização por parte da Prefeitura
Municipal.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 5
2. DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO ..................................................................................................................................... 6
3. ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS .................................................................................................. 6
4. SITUAÇÃO CONTRATUAL ....................................................................................................................................... 6
5. FATOS LEVANTADOS ............................................................................................................................................. 7
5.1. FATOS LEVANTADOS NO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DA SEDE MUNICIPAL DE POUSO ALEGRE ........................................... 7
5.1.1. Estações Elevatórias .................................................................................................................... 7
5.1.2. Estações de Tratamento de Esgotos ........................................................................................... 7
5.1.3. Bairros sem tratamento de esgotos ............................................................................................ 10
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................................................... 10
7. CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES .......................................................................................................... 12
8. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................................................... 13
9. AGENTE DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG ........................................................................................................... 13
APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS .................................................................................................................... 14
ANEXO I. LOCALIZAÇÃO DOS BAIRROS EM QUE NÃO HÁ COLETA OU EM QUE NÃO HÁ REDE DE ESGOTO. ................. 15
ANEXO II. RELATÓRIO DESCRITIVO DA SITUAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .................................. 16
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1. INTRODUÇÃO
A ARSAE-MG, em observância a Lei Estadual nº 18.309, de 03 de agosto de 2009, Lei Federal nº
11.445, de 5 de janeiro de 2007, Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, suas
regulamentações e demais legislações pertinentes, atua na regulação e fiscalização dos serviços de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário nos municípios conveniados com a Agência.
A ação de fiscalização de acompanhamento visa verificar a implementação e a eficácia das ações
propostas pelo Prestador de Serviços nos Planos de Ação enviados à Agência, em resposta aos
Relatórios de Fiscalização elaborados em março de 2014 e em julho de 2015.
Dessa forma, foi realizada a fiscalização de acompanhamento dos serviços de esgotamento sanitário
na sede municipal de Pouso Alegre, concedidos à COPASA MG, conforme descrito no Quadro 1. Os
procedimentos compreenderam análise documental, inspeção técnica em campo e reunião com o
Prefeito Municipal. Assim, é objetivo deste relatório descrever os resultados obtidos a partir do
processo de fiscalização.
Quadro 1. Características da fiscalização.
Tipo de Fiscalização Fiscalização direta e indireta
Período da Inspeção de Campo
24 a 26 de outubro de 2016
Localidade Fiscalizada Município de Pouso Alegre
Serviço Fiscalizado Esgotamento Sanitário
Prestador de Serviços Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA MG
Endereço da Sede do Prestador
Rua Mar de Espanha, nº 525, bairro Santo Antônio. Belo Horizonte – MG. CEP: 30.330-900.
Endereço Local do Prestador Avenida Uberlândia, nº 450 – Bairro São João – Pouso Alegre – MG – CEP: 37550-000. Telefone: (37) 3449-7032
Representante(s) designado(s)
pelo Prestador para
acompanhamento
Adenilson Soares da Silva – Encarregado de Sistema
Alvimar Geraldo de Andrade – Gerente
Fagner Moreira de Oliveira – Técnico Químico
João Geraldo Ribeiro – Encarregado Comercial
Luis Carlos dos Reis – Encarregado de Manutenção
Rogério M. Silva – Engenheiro Civil
Séfora M. B. Guimarães Peres – Encarregada de Atendimento
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2. DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO
No ano de 2014 foi realizada fiscalização dos serviços de esgotamento sanitário em Pouso Alegre,
havendo sido identificadas algumas não conformidades. Em 2015, realizou-se fiscalização de
acompanhamento, no intuito de verificar as adequações efetivadas pelo Prestador no sistema. Além
disso, foram enviados à ARSAE-MG os Planos de Ação com as ações corretivas propostas para
sanar as não conformidades, além de relatório fotográfico comprobatório das soluções já realizadas.
A fim de verificar as ações corretivas propostas e seus respectivos prazos de cumprimento e em
virtude da demanda apresentada pela Câmara Municipal de Pouso Alegre, através do Ofício nº
001/2016, que trata do tratamento dos esgotos sanitários na sede municipal, procedeu-se a nova
fiscalização dos serviços prestados pela COPASA MG. De acordo com as reclamações do órgão
legislativo, o SES não capta e trata todos os esgotos gerados pela população, o tratamento é
inadequado e há cobrança mesmo com a ineficácia do sistema de coleta, entre outras questões.
3. ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS
As unidades operacionais que constam no Quadro 2, a seguir, foram fiscalizadas durante o
procedimento descrito neste relatório.
Quadro 2. Segmentos operacionais e unidades fiscalizadas.
Área Segmento Operacional Unidade Fiscalizada
Esgotamento
Sanitário
Estações Elevatórias
EEE Belo Horizonte EEE BR-459 EEE Cidade Jardim EEE Ipiranga EEE Jatobá EEE São Pedro (Adubos Real)
Estações de Tratamento de Esgotos
ETE Cidade Jardim ETE Sapucaí Mirim
Situação
Contratual Contrato de Concessão
Responsabilidades e metas de atendimento do Prestador de Serviços
4. SITUAÇÃO CONTRATUAL
A prestação dos serviços de esgotamento sanitário da sede municipal de Pouso Alegre foi concedida
à COPASA MG através do Contrato de Concessão celebrado em 23 de agosto de 1996, com validade
de 30 anos a partir da data de assinatura do mesmo. Em 2007 foi celebrado o II Termo Aditivo ao
contrato, o qual prorrogava por mais 20 anos sua data de vencimento, estendendo a prestação dos
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serviços até o ano de 2046. Segundo o dispositivo legal vigente, o Prestador de Serviços deve
atender o crescimento vegetativo do Sistema de Esgotamento Sanitário – SES, promovendo as
ampliações que se fizerem necessárias para evitar déficits na prestação dos serviços.
5. FATOS LEVANTADOS
São listados neste item os principais fatos apurados na inspeção de campo sobre o SES da sede do
município de Pouso Alegre. Há também informações coletadas junto ao Prestador de Serviços com
a finalidade de verificar a adequabilidade da prestação dos serviços explorados, sobretudo o
cumprimento da regulamentação expedida pela ARSAE-MG.
5.1. Fatos levantados no Sistema de Esgotamento Sanitário da Sede Municipal de Pouso
Alegre
O serviço de esgotamento sanitário prestado no município de Pouso Alegre1 atende a 92,94% da
população residente na sede municipal, o que representa 125.232 munícipes. O volume médio de
esgoto coletado entre os meses de janeiro e setembro de 2016 foi de 419.619 m3 e o volume médio
tratado foi de 365.602 m3, de forma que o sistema tratou em média 87% dos esgotos coletados nesse
período. O sistema possui cadastro das redes coletoras e interceptoras, possuindo, atualmente,
520.520 metros de extensão de rede. Ressalta-se que a existência do cadastro de rede atualizado
constitui uma importante ferramenta para a adequada operação e manutenção do sistema.
5.1.1. Estações Elevatórias
Foi realizada inspeção nas estações elevatórias de esgoto Belo Horizonte, BR-459, Cidade Jardim,
Ipiranga, Jatobá e São Pedro (Adubos Real), estando as mesmas em condições adequadas de
operação.
5.1.2. Estações de Tratamento de Esgotos
Em inspeção à Estação de Tratamento de Esgotos – ETE Cidade Jardim, constatou-se que a mesma
apresentava-se em operação, havendo bom estado de conservação e manutenção de suas unidades.
Ressalta-se que foi solucionado o vazamento na parede do reator, identificado na fiscalização
1 Informações obtidas no documento ‘Informações Básicas Operacionais - IBO / Indicadores Básicos Gerenciais
– IBG’, referentes ao mês de setembro de 2016.
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ocorrida em 2015 (comprovado pelo Prestador de Serviços através de registro fotográfico
encaminhado à ARSAE-MG através da CE nº 248/2015), e que o queimador de gás estava em
funcionamento (Foto 1). No entanto, observou-se haver concentração de sólidos grosseiros nas
calhas coletoras do efluente dos reatores (Foto 2).
Realizou-se inspeção também na ETE Sapucaí Mirim, a qual encontrava-se igualmente em condições
adequadas de conservação, tratando de forma satisfatória os esgotos coletados. Quando da
fiscalização ocorrida em 2015, identificou-se que o macromedidor da vazão afluente à ETE
apresentava falhas, não sendo realizadas as medições. Constatou-se que o medidor encontrava-se
com funcionamento normalizado (Fotos 3 e 4), sendo registrada a vazão de esgoto na entrada da
ETE.
Para avaliação da eficiência do tratamento, solicitou-se ao Prestador as análises do efluente das
estações de tratamento. Foram analisados os dados referentes aos meses de outubro/2015 a
setembro/2016 (Tabelas 1 e 2), conforme determinações da Resolução CONAMA n° 430/2011 e da
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG n°01/2008, sendo registrados valores acima do
permitido e com baixa eficiência de remoção para o parâmetro demanda química de oxigênio (DQO)
nos meses de novembro e dezembro/2015 e agosto/2016 na análise do efluente da ETE Cidade
Jardim e nos meses de outubro/2015 e agosto/2016 na análise do efluente da ETE Sapucaí Mirim.
Foi observado, também, valor fora dos padrões para a análise de demanda bioquímica de oxigênio
(DBO) no efluente da estação Sapucaí Mirim no mês de agosto/2016.
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Tabela 1. Resultados mensais das análises realizadas na ETE Cidade Jardim no ano de 2016.
MESES DBO DQO pH SSED
A E EFIC A E EFIC A E A E
Out/2015 285 40 86% 542 124 77% - 6,7 1,9 0,3
Nov/2015 220 40 82% 464 183 61% - 6,9 0,6 0,2
Dez/2015 192 41 79% 446 216 52% - 6,9 1,5 0,2
Jan/2016 54 34 37% 171 54 68% - 6,60 0,7 0,2
Fev/2016 105 46 56% 270 130 52% - 7,06 0,3 0,2
Mar/2016 134 36 73% 302 115 62% - 6,60 2,8 0,5
Abr/2016 140,6 31,5 78% 239 72 70% - 6,60 1,8 0,2
Mai/2016 237 61 74% 385 119 69% - 6,90 2,1 0,5
Jun/2016 89 38 57% 201 122 39% - 6,70 0,4 0,5
Jul/2016 249,5 61,4 75% 474,1 111,7 76% - - 2,9 0,5
Ago/2016 312,6 50 84% 547,3 257,1 53% - 7,10 0,5 0,3
Set/2016 272,3 48 82% 436,9 120,6 72% - 7,00 1,5 0,4
MÉDIA 72% 63%
VALORES DE REFERÊNCIA
≤ 60 mg/L ou eficiência ≥ 60% e média anual ≥ 70%
≤ 180 mg/L ou eficiência ≥ 55% e média anual ≥ 65%
6,0 a 9,0 ≤ 1mL/L
DBO – demanda bioquímica de oxigênio; DQO – demanda química de oxigênio; PH – potencial hidrogeniônico; SSED – sólidos sedimentáveis; A – afluente; E – efluente; EFIC – eficiência de remoção.
Tabela 2. Resultados mensais das análises realizadas na ETE Sapucaí Mirim no ano de 2016.
MESES DBO DQO pH SSED
A E EFIC A E EFIC A E A E
Out/2015 172 56 67% 376 191 49% - 6,92 1,5 1,0
Nov/2015 58 25 57% 99 70 29% - 6,69 0,5 0,5
Dez/2015 - - - - - - - - - -
Jan/2016 54 34 37% 171 54 68% - 6,60 0,7 0,2
Fev/2016 15 14 7% 32 47 47% - 6,64 0,4 0,1
Mar/2016 - - - - - - - - - -
Abr/2016 93 46 51% 200 117 42% - 6,57 0,7 0,2
Mai/2016 - - - - - - - - - -
Jun/2016 25 30 20% 61 76 25% - 6,92 0,6 0,2
Jul/2016 - - - - - - - - - -
Ago/2016 255,1 76,4 70% 478 194 59% - 6,51 1,2 0,3
Set/2016 - - - - - - - - - -
MÉDIA 44% 46%
VALORES DE REFERÊNCIA
≤ 60 mg/L ou eficiência ≥ 60% e média anual ≥ 70%
≤ 180 mg/L ou eficiência ≥ 55% e média anual ≥ 65%
6,0 a 9,0 ≤ 1mL/L
DBO – demanda bioquímica de oxigênio; DQO – demanda química de oxigênio; PH – potencial hidrogeniônico; SSED – sólidos sedimentáveis; A – afluente; E – efluente; EFIC – eficiência de remoção.
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5.1.3. Bairros sem tratamento de esgotos
Segundo informações do Prestador de Serviços, há regiões da sede municipal que ainda não
possuem rede coletora de esgoto sanitário ou que contam apenas com coleta e afastamento dos
esgotos (Anexo I). Tais locais ainda não possuem tratamento por questões técnicas, orçamentárias
ou por possuírem sistema individual de tratamento de esgotos (fossas sépticas), como apresentado
no documento enviado à ARSAE-MG pela COPASA MG (Anexo II). Conforme apurado, os bairros
Caiçara, Cervo, Colina dos Bandeirantes, Gran Royale, Ipiranga e Portal do Ipiranga não possuem
rede de esgoto em parte de suas áreas ou em sua área total. Já os bairros Bela Itália, Distrito
Industrial, Guanabara, Jatobá, São Francisco e Vila Nossa Senhora Aparecida possuem coleta, mas
o esgoto não é tratado em sua totalidade.
Solicitou-se, dessa forma, amostras de faturas geradas para usuários residentes nos bairros em
questão, uma vez que a cobrança pela prestação dos serviços de esgotamento sanitário foi alvo de
reclamações da Câmara Municipal. Em análise às faturas, constatou-se que os valores cobrados
estão de acordo com a Resolução ARSAE-MG nº 82/2016.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos dados coletados em campo e da análise documental, constatou-se que o Prestador de
Serviços realizou de forma satisfatória as adequações no sistema de esgotamento sanitário da sede
municipal de Pouso Alegre. Identificou-se a necessidade de ajustes operacionais na ETE Cidade
Jardim, uma vez que havia concentração de sólidos grosseiros nas calhas coletoras do efluente dos
reatores. Apesar dessa situação pontual, as unidades do SES encontram-se em condições
adequadas de conservação, estando o sistema bem gerido e a equipe local do Prestador capacitada
a realizar as operações necessárias.
Em atenção à demanda apresentada pela Câmara Municipal de Pouso Alegre, avaliou-se a eficiência
do tratamento dos esgotos gerados na sede do município. Identificou-se valores fora dos padrões de
lançamento para o parâmetro demanda química de oxigênio (DQO) nas análises dos efluentes das
ETE’s Cidade Jardim e Sapucaí Mirim e para o parâmetro demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
nas análises do efluente da ETE Sapucaí Mirim. Ressalta-se a necessidade do controle sistemático
do tratamento dos esgotos, visando atender aos padrões de lançamento definidos pela Resolução
CONAMA n° 430/2011 e pela Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG n°01/2008.
Em análise às amostras de faturas geradas para usuários do sistema de esgotamento sanitário,
apresentadas pelo Prestador de Serviços, não se identificou irregularidades quanto à cobrança pela
prestação dos serviços. Ressalta-se que o município de Pouso Alegre foi alvo de uma fiscalização
econômica em 2012, para verificação dos procedimentos de tarifação adotados pela COPASA MG,
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não havendo descumprimento das normas expedidas pela ARSAE-MG. Cabe destacar que as tarifas
praticadas pelo Prestador são autorizadas por essa Agência, em cumprimento ao seu papel
regulador.
Conforme apurado em campo e a partir da documentação apresentada pelo Prestador de Serviços,
há regiões da sede municipal que ainda não possuem rede de esgotamento sanitário ou que contam
apenas com coleta e afastamento dos esgotos. Há dificuldades técnicas ou orçamentárias para a
universalização dos serviços de esgotamento sanitário na sede municipal. No entanto, já foram
adotadas algumas medidas para resolução de parte dos problemas, como a implantação de uma
elevatória de esgotos para atender o bairro Portal do Ipiranga.
Dessa forma, destaca-se a importância do atendimento às resoluções normativas expedidas pela
ARSAE-MG e das demais normas regulatórias vigentes, visando a garantia do padrão de qualidade
dos serviços prestados.
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7. CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES
CONSTATAÇÕES NÃO CONFORMIDADES
C1 ETE Cidade Jardim
Não atendimento ao padrão de lançamento
do efluente da ETE quanto ao parâmetro
demanda química de oxigênio (DQO) nos
meses de novembro e dezembro/2015 e
agosto/2016.
ETE Sapucaí Mirim
Não atendimento ao padrão de lançamento
do efluente da ETE quanto ao parâmetro
demanda química de oxigênio (DQO) no mês
de outubro/2015 e agosto/2016.
Não atendimento ao padrão de lançamento
do efluente da ETE quanto ao parâmetro
demanda bioquímica de oxigênio (DBO) no
mês de agosto/2016.
NC1
Não cumprir os padrões de lançamento para efluentes de
estações de tratamento de esgoto.
O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 128 do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 128 O prestador deverá atender às exigências fixadas pelos órgãos ambientais para a qualidade dos efluentes de unidades de tratamento de esgoto sanitário e de resíduos provenientes do tratamento de água.”
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8. RECOMENDAÇÕES
1 – Tomar providência quanto à constatação mencionada no capítulo 7 deste relatório a fim de
atender à Resolução Normativa ARSAE-MG n° 40/2013.
2 – Avaliar os procedimentos de operação da ETE Cidade Jardim, uma vez que se observou a
presença de sólidos grosseiros nas calhas coletoras do efluente dos reatores.
3 – Mover esforços, junto ao Poder Concedente, para promover a universalização da prestação dos
serviços de esgotamento sanitário na sede municipal de Pouso Alegre.
9. AGENTE DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG
Guilherme Augusto Branco Santos de Morais
MASP: 1.371.428-2
Belo Horizonte, dezembro de 2016.
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APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS
Foto 1. Queimador de gás da ETE Cidade
Jardim.
Foto 2. Presença de sólidos grosseiros na saída
dos reatores da ETE Cidade Jardim.
Foto 3. Macromedidor de vazão da ETE Sapucaí
Mirim.
Foto 4. Macromedidor de vazão da ETE Sapucaí
Mirim.
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ANEXO I. Localização dos bairros em que não há coleta ou em que não há rede de esgoto.
Bairros onde o esgoto é coletado
e não é tratado (real)
Bairros que não possuem rede de
esgoto e interceptores (potencial)
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ANEXO II. Relatório descritivo da situação do sistema de esgotamento sanitário
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