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FACULDADE ASSIS GURGACZ – FAG
ANDRÉIA LARISSA ROHLOFF
ANÁLISE DAS PATOLOGIAS APARENTES ESCOLA ANIBAL LOPES DA SILVA DA CIDADE DE CASCAVEL - PR
CASCAVEL - PR2015
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FACULDADE ASSIS GURGACZ - FAG
ANDRÉIA LARISSA ROHLOFF
ANÁLISE DAS PATOLOGIAS APARENTES ESCOLA ANIBAL LOPES DA SILVA DA CIDADE DE CASCAVEL - PR
Trabalho apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, do Curso de Engenharia Civil, da Faculdade Assis Gurgacz - FAG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Eng. Luciano Andrey Schädler.
CASCAVEL - PR2015
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RESUMO
Em se tratando de escolas, sempre devemos priorizar a segurança e o conforto dos estudantes,
de modo a evitar acidentes inoportunos que possam se tornar um entrave acerca do
desempenho estudantil. Buscando o melhor para os alunos, professores e funcionários da
Escola Anibal Lopes da Silva, este trabalho visa apontar os aspectos e causas das patologias
aparentes na edificação para que, futuramente, sejam feitas as suas correções. Por meio de
análise visual e levantamento fotográfico, foi feita a identificação dos danos encontrados
juntamente com a suposta causa do aparecimento destes. Foi observado a visualização de
grande parte dessas patologias em vários locais ao longo da edificação. O erro ou falha no
processo de execução é tido como principal motivo de ocorrência das manifestações, devido à
falta de mão de obra especializada e de um controle de qualidade e realização de serviços
eficaciente, juntamente com a utilização de matérias de baixa qualidade e a falta de
manutenção.
PALAVRAS-CHAVE: Escolas municipais, Patologias aparentes, Causas.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Causas de Patologias...................................................................................................9Figura 2: Dilatação de laje........................................................................................................20Figura 3: Fissuras causadas por sobrecarga..............................................................................21Figura 4: Fissuras causadas por variações de temperatura.......................................................22Figura 5: Fissuras causadas por retração e expansão................................................................23Figura 6: Fissuras causadas por deformações...........................................................................24Figura 7: Fissuras causadas por recalque de fundações............................................................25Figura 8: Fissuras causadas por retração química e detalhes construtivos...............................26Figura 9: Edifício analisado......................................................................................................28Figura 10: Corrosão em estrutura metálica...............................................................................29Figura 11: Armadura exposta do pilar......................................................................................30Figura 12: Armadura exposta do pilar......................................................................................31Figura 13: Armadura exposta do pilar......................................................................................32Figura 14: Dano no piso de madeira (sala 01)..........................................................................33Figura 15: Dano no piso de madeira (sala 02)..........................................................................34Figura 16: Descolamento do piso de madeira (sala 03)............................................................35Figura 17: Uso de fita adesiva para colagem de placas de madeira..........................................36Figura 18: Descolamento de revestimento cerâmico................................................................37Figura 19: Bolha em pintura.....................................................................................................38Figura 20: Parede com descascamento na pintura....................................................................40Figura 21: Descascamento na pintura.......................................................................................41Figura 22: Infiltração através de fissura....................................................................................42Figura 23: Infiltração através de fissura....................................................................................42Figura 24: Infiltração através de fissura....................................................................................43Figura 25: Fissura em pilar.......................................................................................................44Figura 26: Mofo em sala de aula...............................................................................................45Figura 27: Mofo biblioteca.......................................................................................................46Figura 28: Bolor no beiral.........................................................................................................47Figura 29: Bolor........................................................................................................................48Figura 30: Insuficiência de vazão na calha...............................................................................49Figura 31: Batente de porta danificado.....................................................................................50Figura 32: Fissura partindo do encontro dos pilares.................................................................52Figura 33: Fissura em beiral.....................................................................................................52Figura 34: Fissura por falta de contraverga..............................................................................53Figura 35: Fissura por retração.................................................................................................55Figura 36: Fissura por retração.................................................................................................56Figura 37: Fissura por retração.................................................................................................57Figura 38: Fissuras verticais por movimentação térmica da laje..............................................58Figura 39: Fissura por dilatação térmica da laje de cobertura..................................................59Figura 40: Fissura por dilatação térmica da laje de cobertura..................................................60Figura 41: Fissura por dilatação térmica da laje de cobertura..................................................61Figura 42: Fissuras e eflorescência por umidade......................................................................62Figura 43: Porcentagem de influência de cada fator sobre as patologias analisadas................63
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................6
1.1 OBJETIVO GERAL.........................................................................................................7
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................................7
1.3 JUSTIFICATIVA..............................................................................................................8
1.4 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA.........................................................................9
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA....................................................................................9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................................9
2.1 PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL................................................................9
2.1.1 Conceito................................................................................................................9
2.1.2 Causas.......................................................................................................................10
2.1.2.1 Falha de projeto.....................................................................................................11
2.1.2.2 Falhas de execução................................................................................................12
2.1.2.3 Má qualidade dos materiais...................................................................................13
2.1.2.4 Má utilização do usuário........................................................................................14
2.1.3 Principais patologias na construção civil..................................................................15
2.1.3.1 Patologias ocasionadas pela umidade....................................................................15
2.1.3.2 Corrosão de armadura............................................................................................15
2.1.3.3 Patologia em revestimentos...................................................................................16
2.1.3.3.1 Descolamento de revestimento cerâmico...........................................................17
2.1.3.3.2 Deterioração das juntas.......................................................................................17
2.1.3.3.3 Eflorescência......................................................................................................18
2.1.3.3.4 Bolor...................................................................................................................19
2.1.3.4 Patologia em pintura..............................................................................................19
2.1.3.4.1 Descascamento...................................................................................................19
2.1.3.4.2 Desagregamento.................................................................................................19
2.1.3.4.3 Bolhas.................................................................................................................20
2.1.3.5 Trincas, fissuras e rachaduras................................................................................21
3. METODOLOGIA............................................................................................................29
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA.........................................................................29
3.2 COLETA DE DADOS....................................................................................................30
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3.3 ANÁLISE DE DADOS...................................................................................................31
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................................32
4.1 CORROSÃO EM ESTRUTURA METÁLICA.........................................................32
4.2 CORROSÃO EM PORTA DE METAL....................................................................33
4.3 EXPOSIÇÃO DE ARMADURA DE PILAR............................................................34
4.4 DESCOLAMENTO DE PISO DE MADEIRA.........................................................35
4.5 DESCOLAMENTO DE REVESTIMENTO CERÂMICO.......................................39
4.6 BOLHAS NA PINTURA...........................................................................................41
4.7 DESCASCAMENTO DA PINTURA........................................................................42
4.8 INFILTRAÇÃO ATRAVÉS DE FISSURA..............................................................44
4.9 FISSURA EM PILAR................................................................................................46
4.10 MOFO NO TETO......................................................................................................47
4.11 BOLOR NO BEIRAL DE LAJE...............................................................................49
4.12 BATENTE DE PORTA DANIFICADO...................................................................53
4.13 FISSURA EM BEIRAL.............................................................................................54
4.14 FISSURA PROVENIENTES DE ABERTURAS (JANELA)...................................56
4.15 DANO EM REVESTIMENTO..................................................................................57
4.16 DESAGEGAÇÃO DO PISO DE CONCRETO.........................................................58
4.17 FISSURAS POR DILATAÇÃO TERMICA DA LAJE............................................61
4.18 FISSURA POR MOVIMENTAÇÃO HIGROSCÓPICA..........................................63
4.19 FISSURA E EFLORESCÊNCIA POR UMIDADE..................................................65
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................66
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.........................................................67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................68
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1. INTRODUÇÃO
Devido à grande competição no mercado imobiliário e consequente necessidade de
se executar obras em prazos cada vez menores, é muito frequente a ocorrência de falhas de
planejamento. Nessa perspectiva, a falta de mão de obra qualificada e a deficiência da
manutenção preventiva contribuem para o surgimento de patologias nas edificações, de modo
a diminuir a sua vida útil. Desde o último século, torna-se comum denominar o termo
patologia das construções, em analogia às enfermidades da medicina. Tal questão restringe
aos estudos dos danos, fazendo um estudo sistemático dos acidentes e suas causas (SANTOS,
2014).
Na maioria dos casos, as patologias são detectadas pelos próprios usuários da
edificação não apenas como sintomas de problemas estruturais, mas, principalmente, em
adiantado estado de desenvolvimento. (ILIESCU, 2007).
O estudo das patologias das construções é um campo bastante vasto, visto que há
pouca ênfase à manutenção preventiva das construções. Assim, os estudos sobre os problemas
existentes nas construções são essenciais, até mesmo porque estes servem de retro
alimentação para novos processos construtivos (MEIRA, 2000).
Erros que causam patologias podem desencadear problemas estéticos e estruturais,
acarretando, algumas vezes, a ruína da edificação e, em alguns casos, infelizmente, danos à
saúde humana ou até mesmo óbito. Para concretizar tal situação, pode-se citar o desabamento
do prédio da sede dos Correios, localizado na cidade de Içara – SC, em agosto de 2008, com o
qual resultou na morte de quatro pessoas, além de dez feridos. Segundo o Diário Catarinense1
(2008), o laudo apresentado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) e pelo Conselho Regional
de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) apontaram falhas desde a elaboração do
projeto e omissão na fiscalização, assim como o uso de materiais de padrão e quantidade fora
das normas.
1 Reportagem retirada do site www.diariocatarinense.clicrbs.com.br em 11 de junho de 2015.
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1.1 OBJETIVO GERAL
Classificar as patologias aparentes, em uma edificação térrea constituída por quatros
blocos da Escola Anibal Lopes da Silva, localizado na cidade de Cascavel – PR.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Fazer um levantamento bibliográfico das patologias;
- Identificar as principais patologias aparentes ocorridas;
- Verificar quais as causas das patologias encontradas;
- Indicar o método de recuperação das mesmas;
1.3 JUSTIFICATIVA
Devido às falhas construtivas, de projetos, de execução, de fiscalização e de
manutenção em edificações, a incidência de patologia está cada vez maior, causando
desconforto e insegurança ao usuário, prejuízos financeiros, acidentes e, em casos mais
agravantes, a ruína, mas felizmente muitas dessas patologias podem ser identificadas e
corrigidas.
A escolha por este tema se justifica pela identificação dos aspectos e causas de
patologias, para assim, futuramente, determinar como deve ser feita a correção destas. A partir
da constatação da causa, em futuras construções, pode-se evitar cometer tais faltas e aprimorar
o método construtivo.
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Como a edificação se trata de uma instituição de ensino, deve-se priorizar a
segurança e o conforto dos estudantes, de modo a evitar acidentes inoportunos que possam se
tornar um entrave acerca do desempenho estudantil. Em colégios públicos, a falta de
infraestrutura é preocupante e, em decorrência disso, tem ocasionado protestos por parte de
alunos e de professores, na tentativa de alarmar o governo, sob perspectivas de melhorias. Um
exemplo de tal realidade pode-se verificar a Escola Técnica Estadual Maximiano Accioly
Campos localizada em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, onde, segundo
reportagem publicada pelo Jornal do Commercio (2015), cerca de 500 alunos, em frente à
escola, relataram episódios de acidentes elétricos causados pelas instalações precárias e pela
falta de equipamentos essenciais.
Sob tal contexto, a presente análise se realiza em uma escola cuja responsabilidade é
do município de Cascavel, localizado no bairro Floresta, no qual grande parte da população
pertence à classe baixa e sem condições para pagar colégios particulares. Devido a isso, é de
suma importância que estas crianças, que nele estudam, tenham, ao menos, o mínimo de
segurança, estrutura e conforto para garantir melhor aproveitamento e aprendizagem.
1.4 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
Quais as patologias aparentes dos quatro blocos da Escola Anibal Lopes da Silva?
Quais as causas e melhor meio de corrigi-las?
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa limitou-se ao levantamento das patologias existentes nos quatro blocos da
Escola Anibal Lopes da Silva, localizado na cidade de Cascavel – Paraná. A última reforma
pela qual a escola passou foi no ano de 2000, quando foram pintadas paredes e construídas
três novas salas, além do refeitório.
Limita-se à pesquisa o levantamento das patologias aparentes causadoras de impacto
estético e insegurança ao ser humano. Restringe-se à pesquisa a localização da patologia, os
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aspectos gerais desta e identificação das causas. A identificação destas patologias será por
análise visual.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
2.1.1 Conceito
O termo Patologia, de origem grega — páthos, doença, e lógos, estudo — , é amplamente
utilizado nas diversas áreas da ciência, com denominações do objeto de estudo que variam de
acordo com o ramo de atividade. Sua aplicação em áreas como de Ciências Biológicas é
comumente contextualizado, por se tratar de estudos investigativos referentes às alterações
estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos, provocados por doenças. A
introdução desses estudos, nas várias especialidades médicas, começa ainda no período da
graduação, com métodos investigativos das doenças, estabelecimento de prognósticos,
terapêutica e a profilaxia — itens futuramente abordados no presente trabalho. Em
contrapartida, apesar de o termo patologia estar consolidado na área de reabilitação e
conservação de edificações, é comum ver situações em que sua aplicação se dá de forma
errônea, resultado da falta de qualificação e discernimento profissional da importância do
emprego da terminologia da forma correta (SILVA, 2011).
Os problemas patológicos, salvo raras exceções, apresentam manifestação externa, a
partir da qual se pode deduzir a natureza, a origem e os mecanismos dos fenômenos
envolvidos, assim como se podem estimar suas prováveis consequências. Em relação à
recuperação dos problemas patológicos, constata-se que "as correções serão mais duráveis,
mais efetivas, mais fáceis de executar e muito mais baratas quanto mais cedo forem
executadas" (OLIVEIRA, 2013).
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2.1.2 Causas
Segundo o IBAPE (2013), a patologia da construção civil tem como preocupação
fundamental o conhecimento das causas dos problemas e como evitá-los. Muitos estudos já
foram realizados com esse objetivo, e já é possível ter uma ideia ampla sobre causas de
patologias. Dessa forma, pesquisas executadas na Europa, por exemplo, na década de 70,
evidenciaram que a origem das falhas está, em primeiro lugar, no projeto deficiente; em
segundo lugar, em falhas de execução; em terceiro, nos materiais empregados; em quarto, na
má utilização dos edifícios pelos usuários, conforme descrito na Figura 01.
Figura 1: Causas de Patologias(Fonte: IBAPE, 2013)
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2.1.2.1 Falha de projeto
De acordo com Sousa & Maia & Correio (2014), o setor da construção civil recebe
uma demanda crescente de investimentos públicos e privados em obras pesadas. Tendo em
vista que muitos dos problemas, relacionados à falta de qualidade em edificações, têm como
causa principal um processo de projeto informal. Acerca disso, setores da construção civil têm
buscado, ainda de forma principiante, metodologias de gestão da atividade de projeto, no
sentido de modificar, melhorar e aperfeiçoar o modelo convencional e garantir a qualidade de
seus produtos e processos, a fim de objetivar principalmente um produto de qualidade e
satisfação do cliente.
Sousa & Maia & Correio (2014) ainda afirmam que a fase de projeto desempenha
fator determinante em um empreendimento de construção civil, pois possibilita o mapeamento
das probabilidades pré-execução, melhoramentos de métodos de execução, interferências e
possíveis patologias decorrentes, de forma a auxiliar na detecção de problemas e reduzir o
índice de desperdícios e retrabalhos, aumentando, assim, ganhos financeiros durante sua
construção.
A deficiência no projeto pode dar-se de diversas formas; dentre elas, dimensionamento
estrutural inadequado, má avaliação de cargas, detalhamento errado ou insuficiente,
inadequação do ambiente, incorreção na interação solo-estrutura, erros na consideração de
juntas de dilatação. Como se verifica, sua origem está no estudo preliminar, na execução do
anteprojeto ou na elaboração do projeto de execução. Normalmente, as dificuldades técnicas e
o custo para solucionar um problema patológico — oriundo de uma falha de projeto — estão
relacionadas à agilidade com que essa falha é detectada. Tal desajuste no estudo preliminar
desencadeia um problema, cuja solução é muito mais complexa do que uma que venha a
ocorrer na fase do anteprojeto (COSTA, 2009).
Porém, Costa (2009) afirma que essas falhas de anteprojeto são as principais
responsáveis pelo encarecimento do processo de construção, ou por transtornos relacionados à
utilização da obra, enquanto as falhas sucedidas durante a realização do projeto final,
normalmente, são responsáveis por problemas patológicos sérios. Esses entraves podem ser
muito diversos; dentre eles, podem-se citar:
- Elementos de projeto inadequados, como a definição errônea dos esforços atuantes,
ou sua possível combinação desfavorável, equívoco no cálculo estrutural, ou até mesmo na
avaliação da resistência do solo;
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- Relação água/cimento com especificações inadequadas;
- Detalhamento equivocado ou insuficiente;
2.1.2.2 Falhas de execução
Após a concepção do projeto, normalmente, inicia-se a etapa de construção, cuja
primeira fase é o planejamento da edificação, em que devem ser tomados todos os cuidados
necessários para o bom andamento da obra. Assim, uma vez iniciado o processo de
construção, as falhas podem ocorrer de modos mais diversos, como: falta de condições
adequadas de trabalho, incapacidade profissional de mão-de-obra, inexistência de controle de
qualidade, má qualidade de materiais, irresponsabilidade técnica e sabotagem, entre outros. É
muito importante ressaltar que, na fase de concretagem, a relação entre água e cimento é de
vital importância, devendo ser fiscalizada com rigor (COSTA, 2009).
Nas estruturas, vários problemas patológicos podem surgir. Uma fiscalização
deficiente e um fraco comando de equipes, normalmente relacionados a uma baixa
capacitação profissional do engenheiro e do mestre de obras, podem, com facilidade, suscitar
graves erros em determinadas atividades, como a implantação da obra, escoramento, fôrmas,
posicionamento e quantidade de armaduras e a qualidade do concreto, desde a sua fabricação
até a cura (OLIVEIRA, 2013).
A ocorrência de problemas patológicos, cuja origem está na etapa de execução, deve-
se, basicamente, ao processo de produção, que é em muito prejudicado por refletir, de
imediato, os problemas sócio - econômicos, que provocam baixa qualidade técnica dos
trabalhadores menos qualificados, como os serventes e os meio-oficiais, e mesmo do pessoal
com alguma qualificação profissional (OLIVEIRA, 2013).
2.1.2.3 Má qualidade dos materiais
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Os materiais, utilizados na construção civil, destinam a diversos fins, como
acabamentos, estruturas de vedação, impermeabilizantes, entre outros, visto que cada um
deles exige características próprias.
Problemas patológicos, originados pela baixa de qualidade dos materiais e
componentes são muito comuns, tais como a durabilidade menor que a especificada, a falta de
rigor nas dimensões do material e a baixa resistência mecânica (SOUSA, 2014).
Em contrapartida, como relata Rocha (1997), com a crescente quantidade de novos
materiais no mercado, nem sempre devidamente testados e em conformidade com os
requisitos e critérios de desempenho, a probabilidade de patologias também é crescente.
A baixa qualidade dos materiais é apontada como uma das causas de problemas e
desperdícios na Construção Civil. Tal premissa está relacionada à prática da não
conformidade às normas técnicas, por parte de alguns produtores de materiais; à pequena
participação do revendedor na exigência de qualidade; e à pequena conscientização do
consumidor quanto à importância de exigir a qualidade. Para garantir isso em uma empresa, é
necessária a normalização de produtos, projetos, processos e sistemas, pois, sem as normas e
padrões, não há controle, garantia nem certificação de qualidade. Como se constata, a
normalização tem o papel de especificar os produtos de acordo com as necessidades do
consumidor e estabilizar os processos, fazendo com que os insumos sejam processados da
mesma maneira, de modo a racionalizar o uso de materiais, mão-de-obra e equipamentos,
reduzindo os custos de produção (OLIVEIRA, 2013).
A incorreta aplicação dos materiais e o mau entendimento de suas características têm
sido as causas de muitos problemas patológicos e de manutenção. Assim, no momento da
seleção e da especificação dos materiais, são necessárias as informações técnicas e
econômicas para que um determinado material responda de maneira aceitável a suas
condições de serviço (SOUSA, 2014).
Segundo Rocha (1997), a compatibilidade entre os materiais é importante quando se
objetiva a qualidade, pois, o conhecimento técnico de cada material poderá minimizar ou
impedir a deterioração.
2.1.2.4 Má utilização do usuário
14
As estruturas podem apresentar problemas patológicos originados da utilização
errônea ou da falta de um programa de manutenção adequado, no entanto, isso pode ser
evitado se informar aos usuários sobre as possibilidades e as limitações da obra. Nesse
sentido, os problemas patológicos — ocasionados por manutenção inadequada, ou mesmo pela
ausência total de manutenção — tem sua origem no desconhecimento técnico, na
incompetência, no desleixo e em problemas econômicos (OLIVEIRA, 2013).
“De maneira paradoxal, o usuário, maior interessado em que a estrutura tenha um bom
desempenho, poderá vir a ser, por ignorância ou por desleixo, o agente gerador de
deterioração estrutural” (RIPPER E SOUZA, 1998).
Exemplos típicos citados por Ripper & Souza (1998) de patologias ocasionadas pela
falta de manutenção nas edificações, visto que os procedimentos de manutenção periódica
podem evitar imensos problemas e, em casos extremos, até mesmo a ruína da edificação.
Ações simples de limpeza e impermeabilização de marquises, lajes de cobertura, piscinas
elevadas, processos estes que, se não forem obedecidos, podem causar sérios transtornos com
infiltração, culminando na deterioração da estrutura e até mesmo na sua ruína.
2.1.3 Principais patologias na construção civil
2.1.3.1 Patologias ocasionadas pela umidade
De acordo com artigo do Reformar (2011), os danos por umidade e infiltrações talvez
se tornem, na contemporaneidade, os mais frequentes em edificações. Isso é verificado pela
má execução dos projetos, pela falta de preparo dos profissionais e pelo descaso com os
fatores naturais, porém, apesar de serem danos primários, eles podem acarretar em problemas
maiores em uma construção.
Segundo Feretti (2015), quando a água existente nos espaços vazios do solo, ou
provenientes de outros locais, esta se movimenta e entra na construção, ocasionando as
indesejáveis manchas de umidade e infiltrações maiores, com o aparecimento ou
“afloramento” da água na superfície. Para impedir tal ação, a impermeabilização pode conter
esse problema, mas nem sempre é totalmente eficaz, pois evita a passagem da água, de modo
a percorrer caminhos diferentes, inclusive falhas na própria impermeabilização. O autor ainda
15
cita que a presença da água constante em muros, pisos e alvenaria ocasiona as conhecidas
manchas de umidade.
Como citado em artigo no Fórum da Construção (2014), a infiltração configura, no
início, relevante, porém, com o tempo e sem o devido tratamento, pode se agravar. As
infiltrações causam danos aparentes na pintura do local, contudo, podem não ser perceptíveis.
Assim, as infiltrações danificam o interior das estruturas, além de ocasionar danos ainda mais
agravantes, como a corrosão na estrutura metálica. Outras patologias — como as trincas e
rachaduras — podem contribuir para a ocorrência da infiltração, pois facilitam a entrada de
água na alvenaria ou na estrutura.
2.1.3.2 Corrosão de armadura
Tem-se por corrosão, segundo Schädler (2015)2, todo o ataque de natureza
preponderantemente eletroquímica, que ocorre em meio aquoso, ocorrendo com a formação
de uma película de eletrólito sobre a superfície dos fios ou barras de aço. Para que isso ocorra,
deve existir água no concreto, uma diferença de potencial, oxigênio e agentes agressivos.
Estes agentes, por sua vez, atuam como catalisadores, acelerando o processo, isto é, a
passagem dos íons da região anódina para a região catódica.
É de mera importância fazer a identificação prematuramente, pois, como é citado no
artigo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de SP (2015), o início da corrosão das
armaduras reduz drasticamente os custos de manutenção e, com isso, medidas mitigadoras
podem ser efetuadas com o concreto de cobertura fisicamente íntegro.
Em geral, os locais e causas de aparecimento de corrosão são base de pilares, ninhos e
segregações no concreto, juntas de dilatação, presença de umidade, ataque de cloretos,
desagregação e desplacamento do concreto, entre outros.
A recuperação pode ser feito, dependendo da situação, com ou sem a substituição da
armadura.
Para a recuperação da armadura, têm-se dois métodos, explica Schädler (2015), o
graude, que consiste na aplicação de argamassa para o preenchimento de até 5 cm de
espessura sem a adição de brita ou pedriscos, e a argamassa polimérica recomendada para o
reparo de até 2 cm de espessura.
2 Extraído do site www.peritoluciano.com em 15 de outubro de 2015
16
2.1.3.3 Patologia em revestimentos
Segundo Veloso (2014), o revestimento na edificação não possui somente função
estética, mas também serve para proteger a edificação de agentes externos e promover a
segurança e o conforto do usuário, assim, evita a degradação dos materiais utilizados na
construção. Todos os tipos de danos de revestimento têm importância do ponto de vista da
economia e satisfação do usuário. Muitas vezes, devido ao custo para reparos, usuários
tendem a conviver com estes danos para evitar gastos, contudo, isso pressupõe um aviso para
futuros problemas estrutural.
Conforme Magalhães (2002), os revestimentos desempenham relevante papel na
durabilidade das alvenarias dos edifícios, já que constituem a “pele” que assegura a proteção
destes contra as ações agressivas de natureza física, mecânica, química ou biológica.
2.1.3.3.1 Descolamento de revestimento cerâmico
O descolamento, tanto de reboco quanto de cerâmica, é facilmente visualizado em
edificações, caracterizados pela perda de aderência das placas do substrato ou da argamassa
colante, devido às tensões no revestimento cerâmico ultrapassagem a capacidade de aderência
das ligações entre a placa cerâmica e argamassa colante. Além desse, outros fatores podem
propiciar o descolamento do revestimento, como a escolha do material, erro de execução,
variações térmicas, sol, chuva, vento, umidade, vibrações, ausência de chapisco, argamassa
magra ou muito rica (VELOSO 2014).
A falha no rejunte também pode ser considerada um fator responsável por esta
patologia, segundo Junginger e Medeiros (2013) além do preenchimento dos espaços vazios
entre placas cerâmicas, o rejunte possui varias funções cruciais para o bom desempenho do
revestimento cerâmico tais como o alivio de tensões, a compensação de variação de bitolas e
um melhor assentamento e regularização das placas.
17
Seguindo a orientação de Schädler (2015)3, a solução para esta patologia é, na maioria
das vezes, a retirada total do revestimento, devido a sua recuperação ser dispendiosa.
2.1.3.3.2 Deterioração das juntas
As juntas são de mera importância na estanqueidade do revestimento cerâmico e na
capacidade de absorver deformações. Portanto, a deterioração destas compromete o
revestimento cerâmico (SCHÄDLER, 2015).
A perda da estanqueidade, como cita o artigo publicado pela Comunidade da
Construção (2004), pode iniciar-se logo após a sua execução, por meio de procedimentos de
limpeza inadequados que, somados a ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou
solicitações mecânicas por movimentações estruturais, causam fissuração (ou mesmo trincas)
bem como infiltração de água.
O autor ainda cita que o enrijecimento das juntas se deve à presença de agentes
agressivos — chuva ácida ou fissuras — e, quando há grande quantidade de resina no rejunte,
por ser de origem orgânica, podem ocorrer envelhecimento e a perda de cor no revestimento.
A maneira de evitar a deterioração das juntas é realizar a execução e a escolha do
material corretamente. Para a melhor execução de juntas de fachadas, devem-se seguir as
orientações na NBR 13755/1997, que recomenda a execução de juntas horizontais espaçadas
no máximo a cada 3 m (ou a cada pé direito) e, na região de encunhamento da alvenaria e
juntas verticais, a cada 6 m. Em pisos internos, orienta-se pela NBR 13753/1997 e paredes
internas NBR 13754/1996. Caso execute pisos em áreas externas expostas à umidade e à
insolação, utilizam-se as orientações descritas na NBR 13753/1997.
2.1.3.3.3 Eflorescência
Eflorescências, como descrito pela Comunidade da Construção (2004), são marcas,
normalmente de cor esbranquiçadas, na superfície do revestimento comprometendo a sua
aparência. Essas manchas são depósitos cristalinos, que surgem quando os sais solúveis nas
placas de cerâmicas, nos componentes na alvenaria, nas argamassas de emboço, de fixação ou
de rejuntamento, são transportados pela água utilizada na construção, ou vinda de infiltrações,
3 Extraído do site www.peritoluciano.com em 15 de outubro de 2015.
18
por meio dos poros dos componentes de revestimento. Nesse sentido, a solidificação acontece
quando esses sais solúveis na água entram em contato com o ar, formando os depósitos.
Para evitar problemas de eflorescência, é recomendado o uso de cimento Portland IV
(pozolânico) ou cimento resistente a sulfatos ou uso de rejunte impermeável. Se utilizar placas
cerâmicas de boa qualidade, pode-se garantir o tempo correto de secagem de todas as camadas
de assentamento (SCHÄDLER, 2015).
A remoção da eflorescência é, normalmente, bastante simples, pois é necessário
apenas fazer a lavagem do revestimento sempre evitando o uso de ácido muriático. Há
possibilidade de o problema voltar a aparecer, assim, deve realizar novamente a limpeza,
porém, com o tempo, a eflorescência tende a diminuir.
2.1.3.3.4 Bolor
Bolor é o desenvolvimento de micro-organismos capazes de deteriorar pinturas e
revestimentos, causando alteração estética e formando manchas escuras indesejáveis em
tonalidades preta, marrom e verde, ou ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou
amareladas (SHIRAKAWA, 1995).
A remoção do bolor, como é bastante simples, pode ser feita tanto com escova ou
esponja, utilizando-se produtos de limpeza desengordurantes ou à base de cloro. Porém, deve-
se evitar o uso de ácidos. Em ambientes, em que possuem bastante contato direto com água, o
rejunto deve ser impermeável e antifúngico (SCHÄDLER, 2015).
2.1.3.4 Patologia em pintura
2.1.3.4.1 Descascamento
O descascamento pode ser observado, segundo o fabricante Sherwin-Williams (2011),
quando a película se destaca da superfície. Na maioria das vezes, esse fenômeno se deve à
grande quantidade de pó na superfície, antes da aplicação da tinta. Porém, quando for
19
repintura, pode ser proveniente uma camada muito antiga de tinta calcinada, já descascando
ou mesmo a pintura sobre caiação. Outro fator que pode acarretar, no descascamento, é a
aplicação de tinta pouco diluída e a presença de umidade.
Para recuperar as áreas, onde ocorreu o descascamento, o fabricante indica a retirada
de todas as partes soltas ou mal aderidas com espátulas ou escovas de aço e, então, fazer a
repintura.
2.1.3.4.2 Desagregamento
O desagregamento ocorre no momento em que a tinta, juntamente com a argamassa de
nivelamento e/ou argamassa de reboco, se destaca da superfície, que se apresenta esfarelada.
Essa patologia pode ocorrer devido à presença de umidade ou à aplicação da tinta sobre a
superfície do reboco não curado (Sherwin-Williams, 2011). Para resolver o problema
do desagregamento, é necessário avaliar a causa. Caso seja devido à umidade, deve ser feita a
eliminação da sua causa, aguardando a secagem da superfície para iniciar o sistema de
correção. Para tal, devem ser eliminadas todas as partes soltas, incluindo a massa corrida e o
reboco. Caso existam imperfeições profundas na superfície (maiores do que 3 mm de
profundidade), deverão ser corrigidas com argamassa de cimento e areia (1 parte de cimento
para 3 partes de areia). Dessa forma, a continuidade do processo de correção deverá aguardar
a cura de 30 dias dos reparos de argamassa (SHERWIN-WILLIAMS, 2011).
2.1.3.4.3 Bolhas
O aparecimento de bolhas, na camada de tinta, pode ter uma causa bastante variada,
porém sempre relacionadas à aderência da tinta à superfície.
Em paredes externas, segundo artigo publicado pela Construção e Reforma (2008), o
erro comum é o uso de argamassa PVA — produto indicado apenas para superfícies internas.
Caso isso ocorra, toda a argamassa será removida com o auxílio de uma espátula. Depois,
deve-se aplicar uma demão de fundo preparador de paredes à base d´água. A partir dessa
ação, as imperfeições podem, de fato, ser corrigidas com massa acrílica.
20
O fabricante Sherwin-Williams4 afirma que a pintura sobre superfícies pulverulentas,
com presença de pó, prejudica na aderência da tinta na superfície e a umidade absorvida
naturalmente pela superfície, ao evaporar e abandonar o substrato novamente, "empurra" a
película da tinta que, mal aderida à superfície, estica formando as bolhas.
A presença de água, ainda segundo o fabricante, faz com que a massa corrida a
absorva em grande quantidade. Quando esta água tenta sair na forma de vapor, "empurra" a
tinta, formam as bolhas.
Para solucionas problemas com bolhas na pintura, deve ser feita a retirada da parte
afetada, aplicar uma demão de fundo preparador de paredes base água e retocar a superfície
com massa acrílica ou massa-corrida antes de fazer o novo acabamento (CONTRUÇÃO E
REFORMA, 2008).
2.1.3.5 Trincas, fissuras e rachaduras
Fissura é denominada o estado em que um determinado objeto apresenta aberturas
finas e alongadas, não implica a segurança estrutural, apenas estético. As fissuras podem
ocorrer devido à retração do material, isto é, a diminuição de tamanho ao secarem. Fatores
como o excesso de água na argamassa, maior frescor do cimento e maior quantidade de
cimento na argamassa, tendem a aumentar a possibilidade de retração do material
(WATANABE, 2009).
Trinca ocorre quando um determinado objeto, ou parte dele, se apresenta partido,
separado em parte, podendo diminuir a segurança dos elementos estruturais. Já rachaduras são
observadas quando um objeto ou parte dele apresenta uma abertura de tal tamanho que
ocasiona interferências indesejáveis (WATANABE, 2009).
Segundo artigo publicado pelo engenheiro Roberto Massaru Watanabe (2009), o
excesso de calor, proveniente da grande incidência direta de raios solares sobre a superfície,
causa a sua dilatação, isto é, sua retração longitudinal. O esquema representado pela Figura 02
mostra uma laje de concreto recebendo o calor vindo do sol. Porém, como o concreto é
péssimo condutor de calor, ocorre diferença de temperatura, envergando a laje e fazendo com
que ela fique ligeiramente abaulada para cima. Toda essa dilatação propicia o surgimento de
trincas na superfície da laje.
4 Extraído do site www.sherwin-williams.com.br/inspire-se/como-corrigir-problemas em 18 de maio de 2015.
21
Figura 2: Dilatação de laje.Fonte WATANABE, 2009
Um erro na fundação pode ocasionar graves problemas, comprometendo, em alguns
casos, toda a edificação. Quando existe a falta ou execução incorreta de drenagem,
compactação e adensamento do solo, onde será construída, a edificação fica sujeita à ação do
recalque. Este pode causar trincas e rachadura nas paredes e estruturas da edificação,
comprometendo esteticamente e estruturalmente a edificação. Para evitar esse tipo de
patologia deve-se realizar o ensaio de NSPT e calcular, projetar e executar corretamente a
fundação.
As trincas são bastante frequentes em casas e prédios e possuem causas diferentes.
Para facilitar a visualização do problema, as Figuras 3 a 8 mostram um esquema de
identificação de causas de trinchas.
22
Figura 3: Fissuras causadas por sobrecarga.(Fonte: TAGUCHI, 2010)
23
Figura 4: Fissuras causadas por variações de temperatura.(Fonte: TAGUCHI, 2010)
24
Figura 5: Fissuras causadas por retração e expansão.(Fonte: TAGUCHI, 2010)
25
Figura 6: Fissuras causadas por deformações.(Fonte: TAGUCHI, 2010)
26
Figura 7: Fissuras causadas por recalque de fundações.(Fonte: TAGUCHI, 2010)
27
Figura 8: Fissuras causadas por retração química e detalhes construtivos.(Fonte: TAGUCHI, 2010)
Para reparos de trincas, deve-se analisar a causa do problema para, então, encontrar a
solução. As fissuras superficiais normalmente são reparadas com renovação da camada de
reboco e do revestimento.
28
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva. Verifica-se qualitativa pelo fato de
não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas, visto que o ambiente natural é a fonte
direta de coleta de dados que, por sua vez, são analisados por meio de observação sistemática
e também o foco principal de abordagem. Descritiva, por se tratar de uma pesquisa que visa à
descrição de características de um fenômeno patológico, utilizando normas e referências
bibliográficas.
O estudo de caso atua de forma explicativa, pois visa à identificação dos fatores que
contribuem para a ocorrência de patologia nas edificações aprofundando o conhecimento da
realidade e explicando o porquê desse problema ter ocorrido.
A Escola Anibal Lopes da Silva passará por vistoria para o levantamento dos
problemas patológicos por meio da captura de imagens e por tabulação de dados.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
O estudo de caso será realizado em seis salas de aula e área comum da Escola Anibal
Lopes da Silva, localizado na cidade de Cascavel – PR. Uma das maiores da rede de ensino, a
unidade da região norte atende mais de 700 alunos, entre eles, da educação em tempo integral.
Na Figura 09, observa-se todo o entorno da edificação a ser analisada.
29
Figura 9: Edifício analisado.(Fonte: GOOGLE MAPS, 2015)
3.2 COLETA DE DADOS
A coleta de dados será realizada por meio da observação dos casos de patologias
encontradas no local de estudo, durante uma vistoria. Além disso, proceder-se-á à análise de
toda a edificação, sempre identificando o local onde ocorre cada patologia por meio de fotos e
anotações.
3.3 ANÁLISE DE DADOS
Com base nas informações e dados coletados foi realizada uma análise dos aspectos gerais
dos problemas patológicos. Essa verificação levou em consideração o ambiente onde o dano
está localizado. Após isso, passou-se a analisar quais podem ser as prováveis causas dessa
patologia.
30
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 CORROSÃO EM ESTRUTURA METÁLICA
Localização da patologia
Estrutura metálica de sustentação de cobertura localizada no pátio da escola.
Aspectos gerais
Manchas superficiais de cor marrom-avermelhadas.
Causas prováveis
Falta ou falha de impermeabilização da estrutura;
Alta incidência de umidade;
Falta de manutenção.
Figura 10: Corrosão em estrutura metálica.(Fonte: AUTOR, 2015)
31
4.2 CORROSÃO EM PORTA DE METAL
Localização da patologia
Todas as portas de metal que dão acesso à área externa.
Aspectos gerais
Manchas superficiais de cor marrom-avermelhadas;
Desgaste do metal.
Causas prováveis
Falta ou falha de impermeabilização;
Grande incidência de água da chuva;
Exposição a agentes corrosivos;
Má utilização;
Falta de manutenção.
Figura 11: Armadura exposta do pilar.(Fonte: AUTOR, 2015)
32
Figura 12: Armadura exposta do pilar.(Fonte: AUTOR, 2015)
4.3 EXPOSIÇÃO DE ARMADURA DE PILAR
Localização da patologia
Face externa do pilar de sustentação de um dos blocos de salas.
Aspectos gerais
Redução da seção da armadura;
Descolamento do concreto.
Causas prováveis
Cobrimento insuficiente;
Falta de homogeneidade do concreto;
Perda de nata de cimento pela junta das formas;
33
Alta permeabilidade do concreto – fator a/c;
Insuficiência de argamassa para o envolvimento total dos agregados;
Corrosão devido à umidade de percolação (proximidade do piso).
Figura 13: Armadura exposta do pilar.(Fonte: AUTOR, 2015)
4.4 DESCOLAMENTO DE PISO DE MADEIRA
Localização da patologia
Encontrada em todas as salas de aula analisadas.
Aspectos gerais
34
Destacamento do piso;
Fragmentação do piso.
Causas prováveis
Uso de colagem inadequado;
Deficiente aplicação – erro de execução;
Perda de propriedades mecânicas ao longo do tempo;
Má utilização;
Falta de manutenção (impedimento da progressividade).
Figura 14: Dano no piso de madeira (sala 01).(Fonte: AUTOR, 2015)
35
Figura 15: Dano no piso de madeira (sala 02).(Fonte: AUTOR, 2015)
36
Figura 16: Descolamento do piso de madeira (sala 03).(Fonte: AUTOR, 2015)
Em vista de evitar acidentes, como uma criança tropeçar e cair, professores fizeram a
utilização de fita adesiva para a colagem das placas de madeira como é mostrado na Figura
17.
37
Figura 17: Uso de fita adesiva para colagem de placas de madeira.(Fonte: AUTOR, 2015)
4.5 DESCOLAMENTO DE REVESTIMENTO CERÂMICO
Localização da patologia
Parede externa de um bloco de salas.
Aspectos gerais
Destacamento das pastilhas cerâmicas.
Causas prováveis
38
Uso de colagem inadequado (emprego de argamassa inadequada ou vencimento do
tempo em aberto);
Deficiente aplicação (pouca argamassa);
Movimentação estrutural;
Ausência de juntas de dessolidarização;
Substrato (reboco) deficiente.
Figura 18: Descolamento de revestimento cerâmico.(Fonte: AUTOR, 2015)
4.6 BOLHAS NA PINTURA
39
Localização da patologia
Batente das janelas da biblioteca.
Aspectos gerais
Formação de bolhas de ar na pintura.
Causas prováveis
Entrada da água da chuva devida falta de vedação das janelas;
Falta de impermeabilização entre a camada de pintura e o reboco.
Figura 19: Bolha em pintura.(Fonte: AUTOR, 2015)
40
4.7 DESCASCAMENTO DA PINTURA
Localização da patologia
Em todos os ambientes analisados.
Aspectos gerais
Descascamento da pintura da parede;
Aparecimento da pintura anterior;
Aparecimento da camada de regularização da parede.
Causas prováveis
Preparo inadequado da superfície ou ausência de preparação (superfície contaminada
por eflorescências ou substrato porosos);
Aplicação em substrato instável (presença de umidade);
Aplicação de tinta que forme película impermeável, em base muito úmida. A umidade
condensa na superfície da película com a superfície de aplicação provocando o descascamento
da tinta;
Inexistência de selador/fonte de aderência;
Má utilização, por se tratar de uma escola municipal, com turmas do berçário até o
quinto ano, é de costume estar colando cartazes e atividades dos alunos nas paredes das salas
de aula, gerando assim danificação da pintura.
41
Figura 20: Parede com descascamento na pintura.(Fonte: FONTE, 2015)
42
Figura 21: Descascamento na pintura.(Fonte: FONTE, 2015)
4.8 INFILTRAÇÃO ATRAVÉS DE FISSURA
Localização da patologia
Peitoril da janela na biblioteca.
Aspectos gerais
Levantamento da pintura no local da infiltração;
43
Causas prováveis
Infiltração através de fissura.
A fissura é decorrente de uma flexão negativa ocasionada por um recalque de
fundação conforme é mostrado na Figura 22.
Figura 22: Infiltração através de fissura.(Fonte: AUTOR, 2015)
Figura 23: Infiltração através de fissura.(Fonte: AUTOR, 2015)
44
4.9 FISSURA EM PILAR
Localização da patologia
Apenas em uma sala de aula.
Aspectos gerais
Fissura na vertical na face do pilar no lado interno do bloco.
Causas prováveis
A fissura pode ser causada por sobrecarga ou insuficiência de armadura como é
mostrado no esquema da Figura 24.
Figura 24: Infiltração através de fissura.(Fonte: AUTOR, 2015)
45
Figura 25: Fissura em pilar.(Fonte: AUTOR, 2015)
4.10 MOFO NO TETO
Localização da patologia
Quatro salas analisadas e biblioteca.
Aspectos gerais
46
Mancha preta no teto próxima as janelas e luminárias.
Causas prováveis
Falta de estanqueidade da janela;
Telhas quebradas gerando a entrada de umidade através das tubulações elétricas.
Figura 26: Mofo em sala de aula.(Fonte: AUTOR, 2015)
47
Figura 27: Mofo biblioteca.(Fonte: AUTOR, 2015)
4.11 BOLOR NO BEIRAL DE LAJE
Localização da patologia
Beiral de um bloco de salas. .
48
Aspectos gerais
Mancha verde acinzentada no beiral.
Causas prováveis
Umidade causada pela chuva;
Insuficiência de vazão da calha como mostra a Figura.
Figura 28: Bolor no beiral.(Fonte: AUTOR, 2015)
49
Figura 29: Bolor.(Fonte: AUTOR, 2015)
50
Figura 30: Insuficiência de vazão na calha.(Fonte: AUTOR, 2015)
51
4.12 BATENTE DE PORTA DANIFICADO
Localização da patologia
Uma sala de aula 01.
Aspectos gerais
Fissuras na parte superior e direita do batente da porta.
Causas prováveis
Falha de execução;
Argamassa de requadramento muito espessa;
Argamassa de requadramento de baixa qualidade.
Figura 31: Batente de porta danificado.
52
(Fonte: AUTOR, 2015)
4.13 FISSURA EM BEIRAL
Localização da patologia
Beiral do bloco de salas.
Aspectos gerais
Fissura tendo inicio no encontro de dois pilares, se estendendo pelo beiral;
Desagregação de argamassa de regularização e pintura.
Causas prováveis
Insuficiência na junta de dilatação e espaçamento inadequado entre os dois pilares.
53
Figura 32: Fissura partindo do encontro dos pilares.(Fonte: AUTOR, 2015)
Figura 33: Fissura em beiral.(Fonte: AUTOR, 2015)
54
4.14 FISSURA PROVENIENTES DE ABERTURAS (JANELA)
Localização da patologia
Janela de sala de aula para o corredor.
Aspectos gerais
Fissuras inclinadas a partir do vértice inferior da janela.
Causas prováveis
Ausência ou utilização deficiente de contraverga.
Figura 34: Fissura por falta de contraverga.(Fonte: AUTOR, 2015)
55
4.15 DANO EM REVESTIMENTO
Localização da patologia
Parede dos fundos da sala de aula.
Aspectos gerais
Desagregação da argamassa de regularização e da pintura;
Fissuras horizontais na face da parede.
Causas prováveis
Expansão da argamassa;
Fissuras por retração;
Camada muito espessa;
Dificuldade de aderência com a base.
56
Figura 35: Fissura por retração.(Fonte: AUTOR, 2015)
4.16 DESAGEGAÇÃO DO PISO DE CONCRETO
Localização da patologia
Pátio da escola.
Aspectos gerais
Fissuras ao longo o piso;
Partes do piso se soltando do substrato.
Causas prováveis
Falta de compactação do solo;
Uso de concreto fraco (de baixo Mpa);
57
Espessura da camada de concreto fina.
Figura 36: Fissura por retração.(Fonte: AUTOR, 2015)
58
Figura 37: Fissura por retração.(Fonte: AUTOR, 2015)
59
4.17 FISSURAS POR DILATAÇÃO TERMICA DA LAJE
Localização da patologia
Pátio da escola.
Aspectos gerais
Fissuras ao longo da parede;
Pintura descascando e desagregando do substrato.
.
Causas prováveis
As fissuras são decorrentes da dilatação térmica da laje de cobertura como mostra o
esquema na Figura 38, devido à exposição às variações de temperaturas sazonais e diárias;
O desagregamento da pintura tem como causa a falta de proteção mecânica e a falta de
impermeabilização.
Figura 38: Fissuras verticais por movimentação térmica da laje.(Fonte: AUTOR, 2015)
60
Figura 39: Fissura por dilatação térmica da laje de cobertura.(Fonte: AUTOR, 2015)
61
4.18 FISSURA POR MOVIMENTAÇÃO HIGROSCÓPICA
Localização da patologia
Biblioteca.
Aspectos gerais
Fissuração vertical da alvenaria partindo da lateral da porta.
Causas prováveis
Movimentação da água, ou da umidade no interior dos materiais;
Probabilidade dos materiais utilizados terem seu volume modificado à medida que
absorvem ou expelem água.
Figura 40: Fissura por dilatação térmica da laje de cobertura.(Fonte: AUTOR, 2015)
62
Figura 41: Fissura por dilatação térmica da laje de cobertura.(Fonte: AUTOR, 2015)
63
4.19 FISSURAÇÃO E PRESENÇA DE FUNGOS POR UMIDADE
Localização da patologia
Rampa de acesso a bloco de sala 01.
Aspectos gerais
Fissuras horizontais junto à base da parede por efeito da umidade do solo combinada
com dilatação térmica provocando a presença de fungos.
Causas prováveis
Fissuras, por movimentação higroscópica, e presença de fungos causado pela umidade
ascendente provinda do solo.
Figura 42: Fissuras e eflorescência por umidade.(Fonte: AUTOR, 2015)
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o levantamento patológico da Escola Aníbal Lopes da Silva, foi constatada a
presença de vários danos à estrutura da escola, prejudicando, assim, o bem estar e o
rendimento dos alunos e professores. Grande parte das patologias encontradas tem incidência
em vários locais analisados na escola.
Através da analise patológica e levantamento fotográfico, foi possível constatar fatores
que influenciaram o aparecimento desses danos. Para melhor visualização dessa influência, a
Figura 43 mostra uma relação da porcentagem de cada fator sobre o estudo de caso
apresentado. Tendo em vista que uma patologia pode ter sofrido influência de um ou mais
fator.
Falha de projeto - 22%Falha de execução - 38%Falta de manutenção - 11%Má qualidade ou uso inadequado de material - 5%Má utilização do usuário - 8%Fatores externos/naturais - 16%
Figura 43: Porcentagem de influência de cada fator sobre as patologias analisadas.(Fonte: AUTOR, 2015)
65
Presume-se que a maioria das patologias tenham ocorrido em virtude de falhas na
elaboração de projetos e na execução, o que reduz a vida útil da edificação. Com o intuito de
prevenir ou minimizar a ocorrência desses problemas, os profissionais da construção devem
buscar um controle de qualidade mais eficiente que inclua treinamento de projetistas, de
gestores, executores, fiscais e todos os envolvidos diretamente com o empreendimento,
sempre focando a correta aplicação de normas e recomendações dos fabricantes, e, ainda, com
a utilização de materiais adequadas.
Outro aspecto que afeta a durabilidade da edificação é a falta de manutenção, que faz
com que pequenos danos possam se agravar e tonar-se grandes problemas, causando
transtornos à toda comunidade escolar e onerando os cofres públicos.
66
6. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestão para a continuidade da pesquisa tem-se:
a) Levantar as possíveis soluções para a correção das patologias encontradas;
b) Levantar as possíveis medidas preventivas o reaparecimento dessas patologias;
c) Realizar orçamento para a reforma da escola;
67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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