1
Porque o Biodiesel continuará dependendo das políticas públicas.
Um balanço preliminar do PNPB (Programa Nacional de Produção de Biodiesel)
Thomas Pierre BrieuSão Paulo, 22 de Setembro de 2010
2
Potencial Brasileiro para agro combustíveis
é internacionalmente reconhecido.
Disponibilidade de terras, águas e clima favorável.
Experiência bem sucedida do programa de bio-etanol.
Quarto maior consumidor mundial de biodiesel.
FATOS
3
Existe perspectivas do programa ser
economicamente sustentável sem depender
de política pública?
QUESTÃO?
4
Existe perspectivas do programa ser
economicamente sustentável sem depender
de política pública? E se não for o caso?
Existem justificativas e benefícios para a sociedade
que justificam ajudas públicas? E ainda, no caso do
Brasil: o país pode/precisa custear um outro
programa de biocombustivél?
QUESTÃO?
5
O Biodiesel não pode ser naturalmente
competitivo com o diesel com as tecnologias
atuais de produção*
*transesterificação ou craqueamento/hidrotratamento de
óleos vegetais e graxas (H-Bio)
Hipótese que vamos demonstrar
6
Custo de produção do biodiesel =
custo óleo vegetal + Processamento Industrial
Conclusão parcial 1
Custo Biodiesel sempre > Custo óleo vegetal
1ero Passo
7
O processamento industrial é simples, bem mais acessível
que construir uma usina de bio-etanol.
2do Passo
8
O processamento industrial é simples, bem mais acessível que
construir uma usina de bio-etanol.
Existem menos barreiras na entrada a tal ponto que
capacidade de produção > a produção efetiva no mundo
inteiro.
2do Passo
9
O processamento industrial é simples, bem mais acessível que
construir uma usina de bio-etanol.
Existem menos barreiras na entrada a tal ponto que
capacidade de produção > a produção efetiva no mundo
inteiro.
Se considerar a tecnologia H-Bio em todas as refinarias do
mundo, a capacidade é infinitamente maior que a
disponibilidade de matéria prima.
2do Passo
10
A competitividade do biodiesel depende
essencialmente dos custos da matéria prima
em relação ao diesel.
Não depende do processo industrial.
Conclusão parcial 2
11
Custo do óleo vegetal
sempre > custo do diesel
?
3ero Passo
12
Se houver no mercado algum óleo vegetal qual custo
esteja baixo o suficiente para permitir a produção de
biodiesel naturalmente competitivo com o diesel de
petróleo, sem a necessidade de subsídios,
então
Todas as refinarias do mundo equipadas com H-Bio e
todas as plantas de produção de biodiesel por
transesterificação iram comprar este óleo, certo?
Justificativa do passo 3
13
Neste cenário, a demanda potencial para este
óleo vegetal “barato” torna a ser aquela do
próprio diesel, ou seja mais de 1 bilhão de
toneladas por ano, certo?
Justificativa do passo 3
14
Ou seja, o biodiesel faz um verdadeiro
curto-circuito interconectando dois
mercados que estavam completamente
isolados anteriormente
?
Justificativa do passo 3
15
E para compreender o efeito deste curto
circuito precisamos entender os
tamanhos relativos dos mercados de
alimentos e energia?
Justificativa do passo 3
16
Tamanhos de mercados: Alimentos vs Combustíveis
Produção alimentar e produção de petróleo no mundo (em milhões de toneladas anuais)
Produção alimentar total* (t. x106) 4100
- da qual os óleos vegetais representam 129
- dos quais o biodiesel representa 10,5
Produção total de petróleo (t. x106) 3953
- da qual o petrodiesel representa 1000
* Cereais, frutas, verduras, açúcar, óleo, raízes, batatas e feijões. Exclui a produção de carnes e peixes.Fonte: Elaboração própria com base em dados da FAO (2006), EBB (2008) e BP (2008)
17
Ou seja
A disponibilidade de matéria prima para biodiesel é muito menor do que a demanda potencial para biodiesel
no cenário em que o preço dos óleos vegetais permita a produção de biodiesel abaixo do diesel de petróleo.
18
Conforme as bases das ciências econômicas:
i) Os mercados tendem ao equilíbrio
ii) Quando o ajuste não é possível pelas
quantidades, então acontece pelos preços
Lembrando
19
Neste cenário, a demanda, independentemente
de qualquer incentivo, será tão forte que os
preços iram subir imediatamente até
patamares não competitivos.
Conclusão 3
20
1ero Passo: Custo Biodiesel sempre > Custo óleo vegetal
Recapitulando
21
1ero Passo: Custo Biodiesel sempre > Custo óleo vegetal
2do Passo: O processamento industrial não é um fator
limitante
Recapitulando
22
1ero Passo: Custo Biodiesel sempre > Custo óleo vegetal
2do Passo: O processamento industrial não é um fator limitante
3ro Passo: Custo do óleo vegetal sempre > custo do diesel
Então
Recapitulando
23
1ero Passo: Custo Biodiesel sempre > Custo óleo vegetal
2do Passo: O processamento industrial não é um fator limitante
3ro Passo: Custo do óleo vegetal sempre > custo do diesel
Então
Custo Biodiesel sempre > custo do diesel
Recapitulando
24
No contexto mercadológico e tecnológico
atual é impossível sustentar programas
públicos de biodiesel sem incentivos,
isenção fiscal ou quotas obrigatórias de
incorporação.
O que precisava demonstrar
25
Vamos verificar na prática...
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
2000/d
ez
2001/jun
2001/d
ez
2002/jun
2002/d
ez
2003/jun
2003/d
ez
2004/jun
2004/d
ez
2005/jun
2005/d
ez
2006/jun
2006/d
ez
2007/jun
2007/d
ez
2008/jun
2008/d
ez
US
$/t
Óleo de soja (US$/t) Óleo diesel importado (US$/t)
Cotação internacional do óleo de soja versus preço do óleo diesel importado pelo BrasilFonte: Elaboração própria com base em dados da ANP e da ABIOVE.
26
Visão que tínhamos em 2004
Evolução das Cotações do Petróleo
(mercado internacional: 1986 - 2004)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Date Jul 20,1987
Jan 23,1989
Jul 30,1990
Feb 4,1992
Aug 12,1993
Feb 15,1995
Aug 22,1996
Mar 2,1998
Sep 9,1999
Mar 19,2001
Sep 19,2002
Mar 25,2004
RWTC Cushing, OK WTI Spot Price FOB ($/bbl)
RBRTE Europe Brent Spot Price FOB ($/bbl)
Linear (RWTC Cushing, OK WTI Spot Price FOB ($/bbl))
Evolução das Cotações do Óleo de Soja(Bolsa de Chicago: 1995-2004)
0
5
10
15
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2/2/95 2/2/96 2/2/97 2/2/98 2/2/99 2/2/00 2/2/01 2/2/02 2/2/03 2/2/04
Óleo cents/libra-peso
Linear (Óleo cents/libra-peso)
Curva de Tendência: Petróleo e Óleo de Soja
Linha de Linha de TendênciaTendência
Linha de Linha de TendênciaTendência
Evolução das Cotações do Petróleo
(mercado internacional: 1986 - 2004)
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10
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30
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Date Jul 20,1987
Jan 23,1989
Jul 30,1990
Feb 4,1992
Aug 12,1993
Feb 15,1995
Aug 22,1996
Mar 2,1998
Sep 9,1999
Mar 19,2001
Sep 19,2002
Mar 25,2004
RWTC Cushing, OK WTI Spot Price FOB ($/bbl)
RBRTE Europe Brent Spot Price FOB ($/bbl)
Linear (RWTC Cushing, OK WTI Spot Price FOB ($/bbl))
Evolução das Cotações do Óleo de Soja(Bolsa de Chicago: 1995-2004)
0
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2/2/95 2/2/96 2/2/97 2/2/98 2/2/99 2/2/00 2/2/01 2/2/02 2/2/03 2/2/04
Óleo cents/libra-peso
Linear (Óleo cents/libra-peso)
Curva de Tendência: Petróleo e Óleo de Soja
Linha de Linha de TendênciaTendênciaLinha de Linha de
TendênciaTendênciaLinha de Linha de
TendênciaTendênciaLinha de Linha de
TendênciaTendência
Fonte: ABIOVE, 2006.
27
Situação a partir de 2006
28
ConsequênciasAs margens da indústria de biodiesel baseadas na demanda
econômica tendem para zero, caso não existam políticas públicas de incorporação que preservem os investimentos privados.
29
ConsequênciasAs margens da indústria de biodiesel baseadas na demanda
econômica tendem para zero, caso não existam políticas públicas de incorporação que preservem os investimentos privados.
Qualquer programa de produção de biodiesel sempre terá um custo para a sociedade diferentemente do que aconteceu com o etanol no Brasil, que, após alguns anos de aprendizagem, consegue agora justificar-se pela sua competitividade econômica natural com a gasolina, sem subsídios à produção.
.
30
31
E agora?
Considerando que nada daquilo que estou falando é novo, porque o Brasil se lançou em uma aventura tão custosa?
Ainda mais que é um dos países do mundo com a matriz energética mais limpa e com o melhor sucedido programa de biocombustivél?
Não seria o biodiesel uma preocupação de primeiro mundo ainda distante para o Brasil que ainda luta para deixar de ser um país em desenvolvimento?
32
As principais metas e justificativas, explicitas, do PNPB podem ser organizadas em três categorias de justificativas:
1- Justificativas de ordem social
Promover a inclusão social através da criação de empregos na indústria, e no campo pela agricultura familiar, através do cultivo de oleaginosas como a mamona e o dendê (que não entram em conflito com matéria prima alimentar)
Motivações Institucionais do PNPB
33
2- Justificativas de ordem econômica
Aproveitar o potencial agrícola e climático do país, a abundância de terra e água, elementos favoráveis ao cultivo das mais variadas oleaginosas, para:
-Substituir as importações de diesel de petróleo,
-Fomentar um novo pólo de exportações,
-Incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias e o investimento privado na capacidade produtiva.
Motivações Institucionais do PNPB
34
3- Justificativas de ordem ambientais
Implementar um programa sustentável, incorporando um combustível biodegradável, oriundo de fontes renováveis e que permita contribuir para a qualidade do ar e a redução das emissões de gases de efeito de estufa.
Estruturar um programa que seja uma referência mundial no uso de fontes renováveis e diversificar a matriz energética, na continuação do Proálcool.
Motivações Institucionais do PNPB
35
Motivação implícita do PNPB : Mercado da soja no Brasil
Participação da soja brasileira na oferta mundial de óleos vegetais em 2007
Produção mundial de óleos vegetais (milhões t.) 129,37 100,0%
Produção mundial de óleo soja (milhões t.) 37,48 29,0%
Produção brasileira de soja (milhões t.) 60,70
Equivalente de óleo vegetal - 19% (milhões t.) 11,53 8,9%
Fonte: Elaboração própria com base em dados da MPOB (2008) e CONAB (2008)
ÓLEO DE SOJA (19%)
SOJA EM GRÃOS
FARELO PROT EICO
(80%)
ALIMENTO
ENERGIA
CARNES
ALIMENTO
36
37
Conclusões
Metas anunciadas pelo PNPB
Status ao final de 2008
Resultado da análise de acordo com o ocorrido nos primeiros anos do PNPB
Status se a matéria-prima fosse o dendê
Resultado da análise, com simulação para o dendê
Mistura de 2% a partir de 2008
Verde Meta ultrapassada, pois a taxa de incorporação passou para 3 % a partir de julho de 2008.
Amarelo Faltaria matéria-prima
Melhoria da balança comercial devido à
substituição das importações de diesel e às exportações de biodiesel
Vermelho Não há evidências da melhoria na balança comercial, pois houve diminuição das exportações de óleo vegetal e não houve exportações significativas de diesel no período.
Vermelho Idem
Implementação da capacidade produtiva com
investimentos privados Amarelo
Os investimentos aconteceram e superaram a demanda. Entretanto a taxa de ociosidade do setor é da ordem de 70%, o que compromete os retornos esperados sobre os investimentos.
Amarelo Permitiria ter mais investimentos na região norte
Qualidade do ar Amarelo Os resultados existem, porém ainda não são mesensuráveis e não se mostram como uma prioridade para o governo.
Amarelo Idem
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Vermelho A eficiência fotossintética do biodiesel de soja ainda é objeto de controvérsias em termos de emissões de CO2 evitadas.
Verde A eficiência fotossintética do dendê indica ser muito positiva, semelhante à da cana-de-açúcar.
Participação de oleaginosas que promovem a inclusão
social Vermelho
A mamona, mais adequada ao cumprimento dessa meta, não contribuiu com a produção de biodiesel até 2008, e o dendê, do mesmo modo, contribuiu em apenas 0,2%
Verde Haveria forte participação da agricultura familiar e criação de mais empregos diretos.
Recuperação de áreas degradadas no semi-árido e
no norte Vermelho
A soja do centro-oeste e o sebo bovino contribuíram em 98% da produção de biodiesel em 2008.
Verde Recuperação de áreas degradadas no norte do país
Ser uma referência mundial no uso de fontes
renováveis e diversificar a matriz energética
Verde Entre os vários programas de produção de biodiesel no mundo, o Brasil já conseguiu ficar em 4º lugar atrás da UE, dos EUA e Argentina.
Amarelo Maior potencial mundial, porém com prazo de implementação maior do que com a soja
Aproveitamento do potencial agrícola do país
Vermelho
O biodiesel, tal como produzido até 2008, é em 98% um subproduto indireto do mercado de carnes, e não houve desenvolvimento significativo do cultivo de novas oleaginosas
Verde Seriam aproveitadas áreas na Amazônia trazendo desenvolvimento ao país.
38
Conclusões
Metas anunciadas pelo PNPB
Status ao final de 2008
Resultado da análise de acordo com o ocorrido nos primeiros anos do PNPB
Status se a matéria-prima fosse o dendê
Resultado da análise, com simulação para o dendê
Mistura de 2% a partir de 2008
Verde Meta ultrapassada, pois a taxa de incorporação passou para 3 % a partir de julho de 2008.
Amarelo Faltaria matéria-prima
Melhoria da balança comercial devido à
substituição das importações de diesel e às exportações de biodiesel
Vermelho Não há evidências da melhoria na balança comercial, pois houve diminuição das exportações de óleo vegetal e não houve exportações significativas de diesel no período.
Vermelho Idem
Implementação da capacidade produtiva com
investimentos privados Amarelo
Os investimentos aconteceram e superaram a demanda. Entretanto a taxa de ociosidade do setor é da ordem de 70%, o que compromete os retornos esperados sobre os investimentos.
Amarelo Permitiria ter mais investimentos na região norte
Qualidade do ar Amarelo Os resultados existem, porém ainda não são mesensuráveis e não se mostram como uma prioridade para o governo.
Amarelo Idem
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Vermelho A eficiência fotossintética do biodiesel de soja ainda é objeto de controvérsias em termos de emissões de CO2 evitadas.
Verde A eficiência fotossintética do dendê indica ser muito positiva, semelhante à da cana-de-açúcar.
Participação de oleaginosas que promovem a inclusão
social Vermelho
A mamona, mais adequada ao cumprimento dessa meta, não contribuiu com a produção de biodiesel até 2008, e o dendê, do mesmo modo, contribuiu em apenas 0,2%
Verde Haveria forte participação da agricultura familiar e criação de mais empregos diretos.
Recuperação de áreas degradadas no semi-árido e
no norte Vermelho
A soja do centro-oeste e o sebo bovino contribuíram em 98% da produção de biodiesel em 2008.
Verde Recuperação de áreas degradadas no norte do país
Ser uma referência mundial no uso de fontes
renováveis e diversificar a matriz energética
Verde Entre os vários programas de produção de biodiesel no mundo, o Brasil já conseguiu ficar em 4º lugar atrás da UE, dos EUA e Argentina.
Amarelo Maior potencial mundial, porém com prazo de implementação maior do que com a soja
Aproveitamento do potencial agrícola do país
Vermelho
O biodiesel, tal como produzido até 2008, é em 98% um subproduto indireto do mercado de carnes, e não houve desenvolvimento significativo do cultivo de novas oleaginosas
Verde Seriam aproveitadas áreas na Amazônia trazendo desenvolvimento ao país.
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Sobre o Impacto na balança comercial
Cambio médio
(R$/US$)
Valor do óleo diesel(R$/l)
Valor do óleo vegetal(R$/l)
Produção de biodiesel
(m3)
Impacto na balança comercial
(R$)
Janeiro 1,77 1,27 1,52 76.784 -19.277.556
Fevereiro 1,73 1,26 1,61 77.085 -26.952.441
Março 1,71 1,32 1,82 63.680 -32.390.819
Abril 1,69 1,36 1,82 64.350 -29.927.310
Maio 1,66 1,57 1,79 75.999 -16.738.087
Junho 1,62 1,70 1,80 102.767 -9.629.585
Julho 1,59 1,79 1,69 107.786 9.954.279
Agosto 1,61 1,72 1,72 109.534 -303.381
Setembro 1,80 1,78 1,93 132.258 -19.706.113
Outubro 2,17 1,76 2,12 126.817 -44.629.292
Novembro 2,27 1,47 1,74 117.295 -31.837.449
Dezembro 2,39 1,12 1,66 109.976 -59.054.876
Total do ano 2008 1.164.332 -280.492.629
40
41
Conclusões
Metas anunciadas pelo PNPB
Status ao final de 2008
Resultado da análise de acordo com o ocorrido nos primeiros anos do PNPB
Status se a matéria-prima fosse o dendê
Resultado da análise, com simulação para o dendê
Mistura de 2% a partir de 2008
Verde Meta ultrapassada, pois a taxa de incorporação passou para 3 % a partir de julho de 2008.
Amarelo Faltaria matéria-prima
Melhoria da balança comercial devido à
substituição das importações de diesel e às exportações de biodiesel
Vermelho Não há evidências da melhoria na balança comercial, pois houve diminuição das exportações de óleo vegetal e não houve exportações significativas de diesel no período.
Vermelho Idem
Implementação da capacidade produtiva com
investimentos privados Amarelo
Os investimentos aconteceram e superaram a demanda. Entretanto a taxa de ociosidade do setor é da ordem de 70%, o que compromete os retornos esperados sobre os investimentos.
Amarelo Permitiria ter mais investimentos na região norte
Qualidade do ar Amarelo Os resultados existem, porém ainda não são mesensuráveis e não se mostram como uma prioridade para o governo.
Amarelo Idem
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Vermelho A eficiência fotossintética do biodiesel de soja ainda é objeto de controvérsias em termos de emissões de CO2 evitadas.
Verde A eficiência fotossintética do dendê indica ser muito positiva, semelhante à da cana-de-açúcar.
Participação de oleaginosas que promovem a inclusão
social Vermelho
A mamona, mais adequada ao cumprimento dessa meta, não contribuiu com a produção de biodiesel até 2008, e o dendê, do mesmo modo, contribuiu em apenas 0,2%
Verde Haveria forte participação da agricultura familiar e criação de mais empregos diretos.
Recuperação de áreas degradadas no semi-árido e
no norte Vermelho
A soja do centro-oeste e o sebo bovino contribuíram em 98% da produção de biodiesel em 2008.
Verde Recuperação de áreas degradadas no norte do país
Ser uma referência mundial no uso de fontes
renováveis e diversificar a matriz energética
Verde Entre os vários programas de produção de biodiesel no mundo, o Brasil já conseguiu ficar em 4º lugar atrás da UE, dos EUA e Argentina.
Amarelo Maior potencial mundial, porém com prazo de implementação maior do que com a soja
Aproveitamento do potencial agrícola do país
Vermelho
O biodiesel, tal como produzido até 2008, é em 98% um subproduto indireto do mercado de carnes, e não houve desenvolvimento significativo do cultivo de novas oleaginosas
Verde Seriam aproveitadas áreas na Amazônia trazendo desenvolvimento ao país.
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Conclusões
Metas anunciadas pelo PNPB
Status ao final de 2008
Resultado da análise de acordo com o ocorrido nos primeiros anos do PNPB
Status se a matéria-prima fosse o dendê
Resultado da análise, com simulação para o dendê
Mistura de 2% a partir de 2008
Verde Meta ultrapassada, pois a taxa de incorporação passou para 3 % a partir de julho de 2008.
Amarelo Faltaria matéria-prima
Melhoria da balança comercial devido à
substituição das importações de diesel e às exportações de biodiesel
Vermelho Não há evidências da melhoria na balança comercial, pois houve diminuição das exportações de óleo vegetal e não houve exportações significativas de diesel no período.
Vermelho Idem
Implementação da capacidade produtiva com
investimentos privados Amarelo
Os investimentos aconteceram e superaram a demanda. Entretanto a taxa de ociosidade do setor é da ordem de 70%, o que compromete os retornos esperados sobre os investimentos.
Amarelo Permitiria ter mais investimentos na região norte
Qualidade do ar Amarelo Os resultados existem, porém ainda não são mesensuráveis e não se mostram como uma prioridade para o governo.
Amarelo Idem
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Vermelho A eficiência fotossintética do biodiesel de soja ainda é objeto de controvérsias em termos de emissões de CO2 evitadas.
Verde A eficiência fotossintética do dendê indica ser muito positiva, semelhante à da cana-de-açúcar.
Participação de oleaginosas que promovem a inclusão
social Vermelho
A mamona, mais adequada ao cumprimento dessa meta, não contribuiu com a produção de biodiesel até 2008, e o dendê, do mesmo modo, contribuiu em apenas 0,2%
Verde Haveria forte participação da agricultura familiar e criação de mais empregos diretos.
Recuperação de áreas degradadas no semi-árido e
no norte Vermelho
A soja do centro-oeste e o sebo bovino contribuíram em 98% da produção de biodiesel em 2008.
Verde Recuperação de áreas degradadas no norte do país
Ser uma referência mundial no uso de fontes
renováveis e diversificar a matriz energética
Verde Entre os vários programas de produção de biodiesel no mundo, o Brasil já conseguiu ficar em 4º lugar atrás da UE, dos EUA e Argentina.
Amarelo Maior potencial mundial, porém com prazo de implementação maior do que com a soja
Aproveitamento do potencial agrícola do país
Vermelho
O biodiesel, tal como produzido até 2008, é em 98% um subproduto indireto do mercado de carnes, e não houve desenvolvimento significativo do cultivo de novas oleaginosas
Verde Seriam aproveitadas áreas na Amazônia trazendo desenvolvimento ao país.
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Conclusões
Metas anunciadas pelo PNPB
Status ao final de 2008
Resultado da análise de acordo com o ocorrido nos primeiros anos do PNPB
Status se a matéria-prima fosse o dendê
Resultado da análise, com simulação para o dendê
Mistura de 2% a partir de 2008
Verde Meta ultrapassada, pois a taxa de incorporação passou para 3 % a partir de julho de 2008.
Amarelo Faltaria matéria-prima
Melhoria da balança comercial devido à
substituição das importações de diesel e às exportações de biodiesel
Vermelho Não há evidências da melhoria na balança comercial, pois houve diminuição das exportações de óleo vegetal e não houve exportações significativas de diesel no período.
Vermelho Idem
Implementação da capacidade produtiva com
investimentos privados Amarelo
Os investimentos aconteceram e superaram a demanda. Entretanto a taxa de ociosidade do setor é da ordem de 70%, o que compromete os retornos esperados sobre os investimentos.
Amarelo Permitiria ter mais investimentos na região norte
Qualidade do ar Amarelo Os resultados existem, porém ainda não são mesensuráveis e não se mostram como uma prioridade para o governo.
Amarelo Idem
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Vermelho A eficiência fotossintética do biodiesel de soja ainda é objeto de controvérsias em termos de emissões de CO2 evitadas.
Verde A eficiência fotossintética do dendê indica ser muito positiva, semelhante à da cana-de-açúcar.
Participação de oleaginosas que promovem a inclusão
social Vermelho
A mamona, mais adequada ao cumprimento dessa meta, não contribuiu com a produção de biodiesel até 2008, e o dendê, do mesmo modo, contribuiu em apenas 0,2%
Verde Haveria forte participação da agricultura familiar e criação de mais empregos diretos.
Recuperação de áreas degradadas no semi-árido e
no norte Vermelho
A soja do centro-oeste e o sebo bovino contribuíram em 98% da produção de biodiesel em 2008.
Verde Recuperação de áreas degradadas no norte do país
Ser uma referência mundial no uso de fontes
renováveis e diversificar a matriz energética
Verde Entre os vários programas de produção de biodiesel no mundo, o Brasil já conseguiu ficar em 4º lugar atrás da UE, dos EUA e Argentina.
Amarelo Maior potencial mundial, porém com prazo de implementação maior do que com a soja
Aproveitamento do potencial agrícola do país
Vermelho
O biodiesel, tal como produzido até 2008, é em 98% um subproduto indireto do mercado de carnes, e não houve desenvolvimento significativo do cultivo de novas oleaginosas
Verde Seriam aproveitadas áreas na Amazônia trazendo desenvolvimento ao país.
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Justificativas de ordem ambiental: sobre as emissões de gás de efeito estufa
A abordagem integrada do balanço energético com a produtividade por hectare pode ser chamada da eficiência fotossintética no sentido de que ela mede a capacidade da planta em transformar a energia solar em biomassa, e, logo, em biocombustível para cada unidade de área e cada unidade de energia fóssil utilizada no processo.
Comparação entre a eficiência fotossintética do etanol de cana-de-açúcar, do biodiesel de dendê e do biodiesel de soja
Fonte: Elaboração própria com base em dados de Conab (2008), Gazzoni (2006) e Urquiaga et al. (2004).
Biodiesel de soja Biodiesel de
dendê Etanol de cana-
de-açúcar
Produtividade (litros / ha)
544 4.300 6.611
Saídas de energia (a) (Mkcal / ha)
4.297 33.970 33.914
Entradas de energia (b) (Mkcal / ha)
2.737 3.950 4.207
Balanço energético (a / b) 1,57 8,6 8,1
Eficiência fotossintética (a - b) (Mkcal / ha)
1.560 30.020 29.707
46
Conclusões
Metas anunciadas pelo PNPB
Status ao final de 2008
Resultado da análise de acordo com o ocorrido nos primeiros anos do PNPB
Status se a matéria-prima fosse o dendê
Resultado da análise, com simulação para o dendê
Mistura de 2% a partir de 2008
Verde Meta ultrapassada, pois a taxa de incorporação passou para 3 % a partir de julho de 2008.
Amarelo Faltaria matéria-prima
Melhoria da balança comercial devido à
substituição das importações de diesel e às exportações de biodiesel
Vermelho Não há evidências da melhoria na balança comercial, pois houve diminuição das exportações de óleo vegetal e não houve exportações significativas de diesel no período.
Vermelho Idem
Implementação da capacidade produtiva com
investimentos privados Amarelo
Os investimentos aconteceram e superaram a demanda. Entretanto a taxa de ociosidade do setor é da ordem de 70%, o que compromete os retornos esperados sobre os investimentos.
Amarelo Permitiria ter mais investimentos na região norte
Qualidade do ar Amarelo Os resultados existem, porém ainda não são mesensuráveis e não se mostram como uma prioridade para o governo.
Amarelo Idem
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Vermelho A eficiência fotossintética do biodiesel de soja ainda é objeto de controvérsias em termos de emissões de CO2 evitadas.
Verde A eficiência fotossintética do dendê indica ser muito positiva, semelhante à da cana-de-açúcar.
Participação de oleaginosas que promovem a inclusão
social Vermelho
A mamona, mais adequada ao cumprimento dessa meta, não contribuiu com a produção de biodiesel até 2008, e o dendê, do mesmo modo, contribuiu em apenas 0,2%
Verde Haveria forte participação da agricultura familiar e criação de mais empregos diretos.
Recuperação de áreas degradadas no semi-árido e
no norte Vermelho
A soja do centro-oeste e o sebo bovino contribuíram em 98% da produção de biodiesel em 2008.
Verde Recuperação de áreas degradadas no norte do país
Ser uma referência mundial no uso de fontes
renováveis e diversificar a matriz energética
Verde Entre os vários programas de produção de biodiesel no mundo, o Brasil já conseguiu ficar em 4º lugar atrás da UE, dos EUA e Argentina.
Amarelo Maior potencial mundial, porém com prazo de implementação maior do que com a soja
Aproveitamento do potencial agrícola do país
Vermelho
O biodiesel, tal como produzido até 2008, é em 98% um subproduto indireto do mercado de carnes, e não houve desenvolvimento significativo do cultivo de novas oleaginosas
Verde Seriam aproveitadas áreas na Amazônia trazendo desenvolvimento ao país.
47
48
Conclusões
Metas anunciadas pelo PNPB
Status ao final de 2008
Resultado da análise de acordo com o ocorrido nos primeiros anos do PNPB
Status se a matéria-prima fosse o dendê
Resultado da análise, com simulação para o dendê
Mistura de 2% a partir de 2008
Verde Meta ultrapassada, pois a taxa de incorporação passou para 3 % a partir de julho de 2008.
Amarelo Faltaria matéria-prima
Melhoria da balança comercial devido à
substituição das importações de diesel e às exportações de biodiesel
Vermelho Não há evidências da melhoria na balança comercial, pois houve diminuição das exportações de óleo vegetal e não houve exportações significativas de diesel no período.
Vermelho Idem
Implementação da capacidade produtiva com
investimentos privados Amarelo
Os investimentos aconteceram e superaram a demanda. Entretanto a taxa de ociosidade do setor é da ordem de 70%, o que compromete os retornos esperados sobre os investimentos.
Amarelo Permitiria ter mais investimentos na região norte
Qualidade do ar Amarelo Os resultados existem, porém ainda não são mesensuráveis e não se mostram como uma prioridade para o governo.
Amarelo Idem
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Vermelho A eficiência fotossintética do biodiesel de soja ainda é objeto de controvérsias em termos de emissões de CO2 evitadas.
Verde A eficiência fotossintética do dendê indica ser muito positiva, semelhante à da cana-de-açúcar.
Participação de oleaginosas que promovem a inclusão
social Vermelho
A mamona, mais adequada ao cumprimento dessa meta, não contribuiu com a produção de biodiesel até 2008, e o dendê, do mesmo modo, contribuiu em apenas 0,2%
Verde Haveria forte participação da agricultura familiar e criação de mais empregos diretos.
Recuperação de áreas degradadas no semi-árido e
no norte Vermelho
A soja do centro-oeste e o sebo bovino contribuíram em 98% da produção de biodiesel em 2008.
Verde Recuperação de áreas degradadas no norte do país
Ser uma referência mundial no uso de fontes
renováveis e diversificar a matriz energética
Verde Entre os vários programas de produção de biodiesel no mundo, o Brasil já conseguiu ficar em 4º lugar atrás da UE, dos EUA e Argentina.
Amarelo Maior potencial mundial, porém com prazo de implementação maior do que com a soja
Aproveitamento do potencial agrícola do país
Vermelho
O biodiesel, tal como produzido até 2008, é em 98% um subproduto indireto do mercado de carnes, e não houve desenvolvimento significativo do cultivo de novas oleaginosas
Verde Seriam aproveitadas áreas na Amazônia trazendo desenvolvimento ao país.
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Conclusões
Metas anunciadas pelo PNPB
Status ao final de 2008
Resultado da análise de acordo com o ocorrido nos primeiros anos do PNPB
Status se a matéria-prima fosse o dendê
Resultado da análise, com simulação para o dendê
Mistura de 2% a partir de 2008
Verde Meta ultrapassada, pois a taxa de incorporação passou para 3 % a partir de julho de 2008.
Amarelo Faltaria matéria-prima
Melhoria da balança comercial devido à
substituição das importações de diesel e às exportações de biodiesel
Vermelho Não há evidências da melhoria na balança comercial, pois houve diminuição das exportações de óleo vegetal e não houve exportações significativas de diesel no período.
Vermelho Idem
Implementação da capacidade produtiva com
investimentos privados Amarelo
Os investimentos aconteceram e superaram a demanda. Entretanto a taxa de ociosidade do setor é da ordem de 70%, o que compromete os retornos esperados sobre os investimentos.
Amarelo Permitiria ter mais investimentos na região norte
Qualidade do ar Amarelo Os resultados existem, porém ainda não são mesensuráveis e não se mostram como uma prioridade para o governo.
Amarelo Idem
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Vermelho A eficiência fotossintética do biodiesel de soja ainda é objeto de controvérsias em termos de emissões de CO2 evitadas.
Verde A eficiência fotossintética do dendê indica ser muito positiva, semelhante à da cana-de-açúcar.
Participação de oleaginosas que promovem a inclusão
social Vermelho
A mamona, mais adequada ao cumprimento dessa meta, não contribuiu com a produção de biodiesel até 2008, e o dendê, do mesmo modo, contribuiu em apenas 0,2%
Verde Haveria forte participação da agricultura familiar e criação de mais empregos diretos.
Recuperação de áreas degradadas no semi-árido e
no norte Vermelho
A soja do centro-oeste e o sebo bovino contribuíram em 98% da produção de biodiesel em 2008.
Verde Recuperação de áreas degradadas no norte do país
Ser uma referência mundial no uso de fontes
renováveis e diversificar a matriz energética
Verde Entre os vários programas de produção de biodiesel no mundo, o Brasil já conseguiu ficar em 4º lugar atrás da UE, dos EUA e Argentina.
Amarelo Maior potencial mundial, porém com prazo de implementação maior do que com a soja
Aproveitamento do potencial agrícola do país
Vermelho
O biodiesel, tal como produzido até 2008, é em 98% um subproduto indireto do mercado de carnes, e não houve desenvolvimento significativo do cultivo de novas oleaginosas
Verde Seriam aproveitadas áreas na Amazônia trazendo desenvolvimento ao país.
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Conclusões
Metas anunciadas pelo PNPB
Status ao final de 2008
Resultado da análise de acordo com o ocorrido nos primeiros anos do PNPB
Status se a matéria-prima fosse o dendê
Resultado da análise, com simulação para o dendê
Mistura de 2% a partir de 2008
Verde Meta ultrapassada, pois a taxa de incorporação passou para 3 % a partir de julho de 2008.
Amarelo Faltaria matéria-prima
Melhoria da balança comercial devido à
substituição das importações de diesel e às exportações de biodiesel
Vermelho Não há evidências da melhoria na balança comercial, pois houve diminuição das exportações de óleo vegetal e não houve exportações significativas de diesel no período.
Vermelho Idem
Implementação da capacidade produtiva com
investimentos privados Amarelo
Os investimentos aconteceram e superaram a demanda. Entretanto a taxa de ociosidade do setor é da ordem de 70%, o que compromete os retornos esperados sobre os investimentos.
Amarelo Permitiria ter mais investimentos na região norte
Qualidade do ar Amarelo Os resultados existem, porém ainda não são mesensuráveis e não se mostram como uma prioridade para o governo.
Amarelo Idem
Redução das emissões de gases de efeito estufa
Vermelho A eficiência fotossintética do biodiesel de soja ainda é objeto de controvérsias em termos de emissões de CO2 evitadas.
Verde A eficiência fotossintética do dendê indica ser muito positiva, semelhante à da cana-de-açúcar.
Participação de oleaginosas que promovem a inclusão
social Vermelho
A mamona, mais adequada ao cumprimento dessa meta, não contribuiu com a produção de biodiesel até 2008, e o dendê, do mesmo modo, contribuiu em apenas 0,2%
Verde Haveria forte participação da agricultura familiar e criação de mais empregos diretos.
Recuperação de áreas degradadas no semi-árido e
no norte Vermelho
A soja do centro-oeste e o sebo bovino contribuíram em 98% da produção de biodiesel em 2008.
Verde Recuperação de áreas degradadas no norte do país
Ser uma referência mundial no uso de fontes
renováveis e diversificar a matriz energética
Verde Entre os vários programas de produção de biodiesel no mundo, o Brasil já conseguiu ficar em 4º lugar atrás da UE, dos EUA e Argentina.
Amarelo Maior potencial mundial, porém com prazo de implementação maior do que com a soja
Aproveitamento do potencial agrícola do país
Vermelho
O biodiesel, tal como produzido até 2008, é em 98% um subproduto indireto do mercado de carnes, e não houve desenvolvimento significativo do cultivo de novas oleaginosas
Verde Seriam aproveitadas áreas na Amazônia trazendo desenvolvimento ao país.
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OBRIGADO !
Thomas Pierre Brieu
011 9266 5292011 5095 3308
Trabalho integral e fontes sob demanda
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Sobre a substituição das importações de diesel
A redução das importações de diesel está acompanhada paralelamente por uma redução das exportações de óleos vegetais que são utilizados na produção do biodiesel.
Foi apurado mensalmente, durante o ano de 2008, o diferencial de preço médio entre as cotações do óleo de soja e do óleo diesel importado em U$/litro.
Este valor foi convertido em R$ pela taxa de cambio media do mês e multiplicado pelo volume de produção de biodiesel do mês que é igual ao volume de importações evitadas de diesel.
Desta forma, foi apurado um prejuízo de R$ 280,5 milhões para a balança comercial em 2008 devido ao fato de que a baixa das exportações de soja em valor (p x q), superaram as importações de diesel evitadas em valor.
53
Sobre o Impacto na balança comercial
Cambio médio
(R$/US$)
Valor do óleo diesel(R$/l)
Valor do óleo vegetal(R$/l)
Produção de biodiesel
(m3)
Impacto na balança comercial
(R$)
Janeiro 1,77 1,27 1,52 76.784 -19.277.556
Fevereiro 1,73 1,26 1,61 77.085 -26.952.441
Março 1,71 1,32 1,82 63.680 -32.390.819
Abril 1,69 1,36 1,82 64.350 -29.927.310
Maio 1,66 1,57 1,79 75.999 -16.738.087
Junho 1,62 1,70 1,80 102.767 -9.629.585
Julho 1,59 1,79 1,69 107.786 9.954.279
Agosto 1,61 1,72 1,72 109.534 -303.381
Setembro 1,80 1,78 1,93 132.258 -19.706.113
Outubro 2,17 1,76 2,12 126.817 -44.629.292
Novembro 2,27 1,47 1,74 117.295 -31.837.449
Dezembro 2,39 1,12 1,66 109.976 -59.054.876
Total do ano 2008 1.164.332 -280.492.629
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Sobre a vocação exportadora de biodiesel do Brasil
A possibilidade de se exportar o biodiesel brasileiro constitui uma oportunidade para o país transferir os custos do programa de produção de biodiesel do consumidor brasileiro para os consumidores dos países importadores.
Devido a baixa tributação sobre o diesel no Brasil em relação a tributação do diesel na Europa, o preço de venda ao consumidor do diesel brasileiro é relativamente barato em relação ao diesel vendido ao consumidor europeu por exemplo. Por este motivo, existe a perspectiva de que o biodiesel brasileiro possa ser mais competitivo com o diesel europeu do que com o diesel Brasileiro.
55
Sobre a vocação exportadora de biodiesel do Brasil (cont.)
No entanto, apesar de que os países europeus possam ter falta de biodiesel para atingir a meta de incorporação de 5,75% em 2010, tudo indica que tais países não estejam dispostos a importar biodiesel para atingir uma meta de incorporação que é indicativa e não obrigatória.
Se todavia essa meta prevalecesse, então a União Européia iria preferir importar óleo vegetal e não biodiesel de forma a diminuir a taxa de ociosidade das industrias européias de produção de biodiesel.
Até finais de 2008, as barreiras às exportações de biodiesel permaneceram muito fortes e não existiu nos quatro primeiro anos de vida do PNPB nenhum resultado concreto no sentido de se obter exportações de biodíesel em volume significativo.
56
57
Sobre os investimentos em capacidade instalada de produção de biodiesel
De acordo com a ANP, foram autorizadas 67 plantas de produção de biodiesel até finais de 2008.
Entretanto deste total, apenas 27 delas produziram 99,6% do total da produção em 2008
Existem 19 plantas paradas e 21 plantas que nunca declararam produção para a ANP
A capacidade produtiva das usinas em funcionamento durante o ano 2008 somou 249.463 Mm3/mês, mas a produção media mensal foi apenas de 91.034 Mm3/mês, ou seja, 36,5% de taxa de ocupação, um valor muito baixo que indica uma ociosidade acima dos níveis economicamente aceitáveis.
Conclui-se que os objetivos de alavancar os investimentos privados e implementar uma capacidade instalada nacional foram atingidos, e até ultrapassam a real necessidade do País, porém do ponto de vista do investidor privado não houve os retornos mínimos esperados.
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Sobre investimentos em capacidade produtiva
2005 2006 2007 2008
Capacidade mundial instalada
6,5 12,2 23,1 32,6
Produção mundial 3,6 7,1 10,5 12
Ociosidade 44,0% 41,0% 55,0% 62,0%
FONTE: Elaboração própria baseada em dados de BIODIESEL 2020 (2008).
59
60
Justificativas de ordem ambiental: sobre as emissões de gás de efeito estufa
A abordagem integrada do balanço energético com a produtividade por hectare pode ser chamada da eficiência fotossintética no sentido de que ela mede a capacidade da planta em transformar a energia solar em biomassa, e, logo, em biocombustível para cada unidade de área e cada unidade de energia fóssil utilizada no processo.
Comparação entre a eficiência fotossintética do etanol de cana-de-açúcar, do biodiesel de dendê e do biodiesel de soja
Fonte: Elaboração própria com base em dados de Conab (2008), Gazzoni (2006) e Urquiaga et al. (2004).
Biodiesel de soja Biodiesel de
dendê Etanol de cana-
de-açúcar
Produtividade (litros / ha)
544 4.300 6.611
Saídas de energia (a) (Mkcal / ha)
4.297 33.970 33.914
Entradas de energia (b) (Mkcal / ha)
2.737 3.950 4.207
Balanço energético (a / b) 1,57 8,6 8,1
Eficiência fotossintética (a - b) (Mkcal / ha)
1.560 30.020 29.707
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Justificativas de ordem social: O Selo de Combustível Social (SCS)
Das 62 empresas autorizadas a produzir biodiesel no Brasil em finais de 2008, 29 eram detentoras do Selo Combustível Social.
A produção dessas usinas representou 99% do total da produção nacional de biodiesel de 2008.
Segundo o Ministério de Desenvolvimento Agrario,o selo combustível social permitiu envolver 97 mil famílias.
62
Justificativas de ordem social: o Selo de Combustível Social (SCS) – Cont.
Multiplicando-se o percentual mínimo legal de compra de agricultores familiares pela produção de cada uma das regiões definidas no SCS, deduz-se que 23% do total do biodiesel produzido no país em 2008 é oriundo da agricultura familiar, ou seja, 208 milhões de litros
Este valor equivale a uma média de 179 litros por família e por mês
Considerando que o lucro por litro vendido não excede 0,50 R$/litro, então a contribuição do PNPB é de menos de um quarto de salário minimo por família por mês.
63
Justificativas de ordem social: o Selo de Combustível Social (SCS) – Cont.
Fonte: MDA, 2009
64
65
Justificativas de ordem social: a participação das oleaginosas de cunho social
Tipo de matéria-prima utilizadas paraa produção de biodiesel no Brasil
em 2008m3 %
Óleo de soja 924.364 79,4%
Sebo 215.419 18,5%
Óleo de Algodão 21.537 1,85%
Óleo de Dendê 2.236 0,19%
Óleo de Mamona 154 0,013%
Gordura de Porco 542 0,047%
Óleo de Fritura Usado 42 0,004%
TOTAL 1.164.294 100,0%
Fonte: Elaboração própria baseada nas informações do site BiodieselBR e da ANP.
66
Conclusões (a)I) Qualquer programa de produção de biodiesel não
pode ser economicamente sustentável no longo prazo sem subsídios, isenções fiscais e/ou repasse do sobrecusto para o consumidor final.
Isso porque não há uma estrutura de oferta e demanda que favoreça a aquisição do óleo vegetal, insumo para o biodiesel, abaixo do preço do diesel.
II) Existem externalidades positivas e negativas oriundas da produção do biodiesel que são muito diferente dependendo da matéria-prima que for utilizada.
As externalidades positivas devido ao uso e consumo do
biodiesel são iguais qualquer que seja a fonte da matéria-
prima.
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Conclusões (b)
III) É necessário desenvolver outras oleaginosas como fonte de matéria-prima, por exemplo o dendê, para que os custos associados à implementação do PNPB sejam plenamente compensados pelas externalidades positivas da produção e do consumo de biodiesel.
IV) Embora o Brasil tenha a possibilidade de se tornar o primeiro produtor mundial de biodiesel devido à sua produção de soja, o biodiesel de soja não permite atingir algumas das metas e justificativas anunciadas no lançamento do PNPB, quais sejam:
o estímulo à agricultura familiar e à inclusão social no semi-árido,
a redução significativa das emissões de gases de efeito estufa os ganhos na balança comercial com a substituição das
importações.
68
Conclusões (c) V) De um lado, o biodiesel brasileiro é um sub-produto do
mercado internacional de carne. Do outro lado, o crescimento do consumo mundial de carnes têm um impacto bem mais importante no uso das terras do que os biocombustíveis.
VI) O uso da soja como matéria-prima é uma oportunidade para o programa ganhar escala
VII) Pode ser mais interessante agregar mais valor a soja brasileira produzindo e consumindo biodiesel no Brasil a partir do seu óleo vegetal do que exportar soja na forma de grão sem beneficiamento nenhum.
VIII) Se o objetivo principal for a redução das emissões de gás de efeito de estufa, existem outras alternativas muito mais econômicas do que o biodiesel de soja.
69
Anexo A: Potencial Regional
Tabela 1: Potencial de substituição das exportações de óleo de soja pela produção de biodiesel por estado (milhões t.)
Exportações % do total produzido
Equivalente em biodiesel
Consumo de diesel
% teórico de incorporação
Mato Grosso 8,00 62% 1,52 1,45 105%
Tocantins 2,00 50% 0,38 0,37 102%
Paraná 10,00 91% 1,90 2,99 64%
Rio Grande do Sul 6,00 60% 1,14 2,11 54%
Goiás 3,00 50% 0,57 1,32 43%
Maranhão 1,00 100% 0,19 0,60 32%
Mato Grosso do Sul 1,00 25% 0,19 0,77 25%
Bahia 1,00 50% 0,19 1,75 11%
Piaui 0,10 33% 0,02 0,27 7%
São Paulo 2,00 100% 0,38 7,89 5%
Minas Gerais 1,00 50% 0,19 4,39 4%
Santa Catarina 0,30 30% 0,06 1,54 4%
Fonte: Elaboração própria baseada em dados da Abiove e da ANP.
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Potencial Regional (cont.)
Frete da soja versus frete do diesel no Mato GrossoFonte: NAPPO (2006)
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I) De acordo com Jean Ziegler (2006), ex-comissário da ONU contra a fome e grande opositor da indústria de massa dos biocombustíveis, a produção atual de alimentos é teoricamente suficiente para sustentar 12 bilhões de indivíduos no planeta
II) De acordo com SUAU (2008), A alta dos preços dos alimentos não teria origem na produção de biocombustiveis e sim:
• na saída dos governos na gestão estratégica dos estoques de alimentos devido a liberalização dos mercados;
• a especulação nos mercados financeiros e futuros;• na explosão da demanda na China e na Índia;• no crescimento da demanda de carne, que utiliza de 5 quilos de cereais
para cada quilo de carne produzido;• dos acidentes climáticos devido ao aquecimento global;• nos preços baixos dos últimos anos, que desanimaram a produção;• e em alguns países produtores, que tomaram medidas protecionistas
taxando ou impedindo as exportações de arroz e trigo.
Anexo C: Competição com alimentos
72
A questão da eficiência alimentar e energética
asdd Emissões de CO2 em toneladas per capita e per annum em determinados paísesFonte: Eenergy Informer (2009)