UNIDADE 1 Crescimento, Desenvolvimento e suas relações com a Nutrição
e a Prática de Atividades Físicas para o Ensino Fundamental
3.1- Unidade 1: Crescimento, Desenvolvimento e suas relações com a Nutrição
e a Prática de Atividades Físicas para o Ensino Fundamental.
Professora PDE: Regina Helena Assumpção
Orientadora: Professora Dra. Neiva Leite (UFPR)
3.1.1 – Introdução
No espaço escolar, mais propriamente nas aulas de Educação Física, “existe
a necessidade da consciência do cuidado com a saúde e com o corpo, a qual não
pode ser restringida, quase de forma sumária, a experiência motora, ou psicomotora”
(TABORDA, 2003), entre outras.
Para isso, não basta analisar a saúde dos escolares apenas sob o ponto de
vista das condições físicas, pois para tal, as condições nutricionais atuam
interferindo de forma significativa no crescimento e desenvolvimento dos escolares.
Para se manter a velocidade normal do crescimento e desenvolvimento dos
escolares é importante que se observe o aumento da prática de atividades físicas, a
redução do sedentarismo, um suporte emocional e que ocorra modificações
comportamentais (FISBERG)1.
É nessa perspectiva, de acordo com Taborda Oliveira (2003), que se torna
“possível uma análise da interferência do meio ambiente”, sobre o perfil nutricional
dos escolares que os expõem a uma constate adaptação fisiológica, sobretudo em
relação a nutrição, atividade física, estímulos sociais (afetividade), que se
manifestam no crescimento e desenvolvimento dos escolares.
A composição genética dos escolares, as questões nutricionais, a cultura e a
sociedade onde os escolares estão inseridos, cria uma tensão que possibilita o
desenvolvimento da corporalidade como perspectiva de formação humana
(TABORDA, 2003), onde os escolares passam a entender e significar conceitos de
hábitos alimentares e práticas de atividades físicas como práticas corporais
saudáveis e compatíveis com a sua realidade.
1 Curso Ministrado pelo Professor Doutor Mauro Fisberg, no 19º JOPEF, na cidade de Curitiba – PR, de 26 a 29 de maio de 2005.
Segundo Mendes/Leite (2008, p. 80, 82) a escola é um espaço importante de
educação para a saúde e precisa ser resgatado. As atividades físicas aliadas a
orientação nutricional fazem parte das ações terapêuticas para diminuir a obesidade
e suas co – morbidades. Portanto programas que visem a educação e a saúde de
escolares devem ter incentivo a sua implementação.
3.1.2 – Tema: Crescimento e Desenvolvimento
O crescimento é considerado à medida que
melhor define o estado de saúde e nutrição dos indi-
víduos, sendo afetados por fatores genéticos e ambi-
entais (MARCONDES, 1978).
O crescimento e desenvolvimento são características atribuídas aos seres
vivos. (SILVA, 1997 p.14). O crescimento do individuo depende do seu próprio
organismo de do ambiente em que ele vive das condições físicas e psicossociais,
favoráveis ou desfavoráveis que podem atuar antes ou depois do nascimento
(MARCONDES, 1978).
Segundo Marcondes (1978, p.4), no estudo do crescimento, podemos focar
quatro grandes fatores que interferem no crescimento.
1. Herança Genética: Determina o tipo genético do individuo, como cor dos
olhos, cabelos, estatura, tipo sanguíneos, entre outros. A hereditariedade é
um fator primordial, pois é através da bagagem genética herdada dos pais,
que as células terão a capacidade de crescimento definida.
2. Sistema Neuroendócrino: Relação entre o sistema nervoso e as glândulas
endócrinas, (em destaque o hipotálamo, pois a liberação dos hormônios é
controlada pelo sistema hipotalâmico). Células hipotalâmicas são capazes de
estimular ou inibir a liberação de hormônios hipofisarios, de acordo com a
quantidade periférica.
3. Fatores Ambientais: Podem ser divididos em pré-natais e pós-natais. A
herança genética e fatores pré-natais estão integrados de maneira tão intima
que muitas vezes é impossível diferenciar suas contribuições ao
desenvolvimento de um organismo.
Entre a concepção e o nascimento, o organismo pode sofrer a ação de
um grande número de fatores: nutricionais (deficiência de vitaminas, iodo e
possivelmente outros fatores), mecânicos (posição fetal anormal), endócrinos
(diabetes, melito materno, possível relação com a idade dos pais), actinicos
(irradiações), infecciosos (rubéola, toxoplasmose, sífilis e outras), dentre
outros.
Após o nascimento o meio ambiente apresenta uma fantástica e
continua variabilidade, o que obriga o individuo a uma constante adaptação
fisiológica, sobretudo em relação à nutrição, atividade física, alterações
climáticas e ambientais de ordem física e estímulos biopsicossociais (que
incluem o afeto e o impacto da urbanização).
4. Nutrição: Como todo esforço o crescimento consome energia, onde quarenta
por cento (40%), fornecidas normalmente a criança no primeiro ano de vida,
são destinadas ao crescimento. Deve se fornecer energia a uma criança para
atender às necessidades de:
A. Metabolismo basal;
B. Ação dinâmico – especifica dos alimentos;
C. Perda calórica pelos excreta;
D. Atividade muscular;
E. Crescimento.
O metabolismo basal consome proporcionalmente menos calorias
conforme a criança aumenta de idade. O “custo-calórico”, dos alimentos (ação
dinâmico – especifica), varia com a dieta, sendo proporcionalmente mais elevado
quando aumenta a taxa de proteínas da dieta, mas é importante lembrar que
proteína incorporada para o crescimento esta livre da ação dinâmico – específica. A
parte referente à atividade varia muito de individuo para individuo, em diferentes
idades e conforme o sexo.
A avaliação do estado nutricional das crianças pode se dar nas tomadas
de peso e altura, relacionadas com sexo e idade, e comparadas aos padrões
recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (SAWAYA, 1997, p. 24).
Quanto aos indicadores hormonais presente na fase de crescimento
do individuo, o hormônio de crescimento (GH), é um dos principais envolvidos do
processo, tendo ações anabólicas e catabólicas. A ação catabólica é oposta à ação
da insulina, provocando o aumento da lipólise e da glicólise sanguínea. Em
contrapartida, sua ação anabólica, semelhante a insulina, regula a excreção de
nitrogênio corporal, bem como sua distribuição, e potencializa a ação de fatores de
crescimento para a proliferação celular (TIRAPEGUI, 2002, p. 247).
Outros hormônios exercem ação significativa no processo de crescimento,
dentre eles os hormônios sexuais, como o estrogênio e progesterona (óvulos),
responsável pelo aumento da deposição de gorduras e do aparecimento dos
caracteres sexuais femininos. A testosterona e as supra-renais (testículos) são
responsáveis pelo crescimento das células musculares e do número de hemácias,
desenvolvendo os caracteres sexuais masculinos (TIRAPEGUI, 2002, p. 47).
Existem as influências de fatores ambientais, culturais e étnicos no
crescimento. Mesmo que o potencial médio de crescimento seja similar em todo o
mundo, é importante dispor de indicadores referenciais estabelecidos a partir de
estudos que procurem atender as necessidades de cada população na qual o
escolar esteja inserido (GUEDES, 1994).
DICAS DE REFERENCIAL TEÓRICO
- GUEDES, D. P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor em
crianças e adolescentes do município de Londrina – PR [Tese de doutorado],
São Paulo – Universidade de São Paulo, 1994.
- MARCONDES E. Crescimento: Normal e Deficiente; 2ª Edição Sarvier; São
Paulo–Brasil, 1978.
- MENDES, Ricardo Alves; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral, Princípios e
aplicações práticas, Ed. Manole, 2ª Edição – Revista e ampliada, São Paulo –
Brasil, 2008.
- SAWAYA, Lydia A. Desnutrição Energético-Proteica, In. Desnutrição Urbana
no Brasil em Período de Transição; Editora Cortez, São Paulo – Brasil, 1997.
- SILVA, Osni Jacó da. Exercícios em situações especiais I, Crescimento,
Flexibilidade, Alteração Posturais, Asma, Diabetes, Terceira Idade. Ed. da
UFSC, Florianópolis – Brasil, 1997.
- TIRAPEGUI, J. Nutrição: Fundamentos e Aspectos atuais; Editora Atheneu; São
Paulo – Brasil, 2002.
3.1.2.1 – Sugestão de Atividades para 5ªs séries do
Ensino Fundamental
Professor: Realize uma leitura prévia do texto do Tema 1 como embasamento
teórico e na seqüencia converse com os alunos, sobre o que eles sabem a respeito
do assunto, focando três aspectos:
a) Crescimento e desenvolvimento;
b) Fatores que interferem no processo (ambientais e nutricionais);
c) Se eles percebem as semelhanças e diferenças com os irmãos e com os
pais.
Objetivo
ü Identificar as transformações ocorridas no próprio corpo no último ano;
ü Discutir quais foram às diferenças mais significativas;
ü Identificar os possíveis fatores que os escolares julguem terem auxiliado nas
transformações ocorridas no corpo;
ü Traçar semelhanças perceptíveis com seus familiares.
Encaminhamento Metodológico
Recursos necessários:
• Cartolinas
• Revistas
• Tesoura
• Cola
Desenvolvimento
Atividade 1
Em grupos, os alunos deverão trazes revistas para recortar diferentes
gravuras de pessoas em diferentes faixas etárias. Na seqüência, cada grupo devera
montar um painel colocando as gravuras em uma ordem cronológica, escrevendo
abaixo das mesmas, uma característica que identifique a gravura com a faixa etária
do quadro.
Sugestão:
Ø O professor pode deixar um quadro de idade previamente traçado nas
cartolinas.
Exemplo:
Imagem 1 – Quadro A
Atividade 2
Mesmo uso da cartolina, porém as gravuras serão de fatores possíveis de
interferir no crescimento e desenvolvimento.
Exemplo:
Imagem 2 – Quadro B
Avaliação das atividades 1 e 2
Discutir com os escolares algumas características que fizeram com que os
mesmos optassem por colocar as fotos nas referidas idades (Quadro A), e porque os
escolares optaram pelos fatores de interferência no crescimento colocando gravuras
dentro do devido quadro (Quadro B)
Atividade 3
Através do uso do protocolo de Tunner de maturação sexual em Anexo, os
alunos deverão assinalar o estágio mais próximo das características do seu próprio
corpo. (anexo na unidade 4).
Avaliação da Atividade 3
Sugestão:
Ø O professor devera pedir a um médico pediatra o auxilio na interpretação do
resultado da analise dos questionários para posteriormente junto com os
alunos realizar uma discussão das diferenças de comportamento que ocorrem
nas aulas de Educação Física, devido às diferentes etapas que os escolares
apresentam apesar de estarem cursando a mesma série.
Observação:
Ø O questionário só poderá ser aplicado com o consentimento dos pais, que
anterior ao mesmo receberão orientações sobre a finalidade da aplicação dos
questionários.
3.1.3 – Tema: Nutrição e suas influências no crescimento
No início dos anos 90 introduziu-se uma nova proposta para alimentação
saudável para a maioria das pessoas, enfatizando mais a ingestão de cereais
integrais, frutas e verduras. Alimentos ricos em gordura saturada e colesterol,
refinados ou processados industrialmente, doces em geral e alimentos com altos
teores de gordura trans (biscoitos e bolachas em geral) passaram a ser
considerados como dispensáveis numa dieta saudável, devendo ser consumidos
com extrema moderação.
A Associação Americana de Nutricionistas propôs a Pirâmide Alimentar,
estabelecendo as prioridades e proporções dos diversos grupos de alimentos e
dentro dessa perspectiva moderna, as proporções variam de acordo com a
necessidade calórica individual (NAHAS, 2006 p. 189).
Segundo o Ministério da Saúde (2002) a organização da Pirâmide Alimentar
é feita em função do tipo de alimento: principal nutriente que ele fornece e
quantidade necessária. Um alimento não é mais importante que o outro por sua
localização, todos os grupos são importantes e tem a sua função.
Fonte: www.coisasdemenina.com/ Pirâmide Alimentar
CURIOSIDADES
Há uma nova proposta de Pirâmide, baseada nas porções dos alimentos que será
vista na unidade 2, no item 3.2.3.1.
Há milênios o homem tem observado os efeitos dos alimentos na prevenção
de doenças. A evolução e o progresso fizeram com que os hábitos alimentares e os
tipos de doenças também mudassem, e isto aconteceu de forma acentuada no
último século (NAHAS, 2006, p. 190).
A alimentação saudável é um dos estimuladores do crescimento, o qual
consome 40% das calorias fornecidas à criança no primeiro ano de vida, e ao final
do primeiro ano essa taxa declina para 20%. A fonte de calor é proporcionada
principalmente pelos hidratos de carbono, gorduras e acessoriamente pelas próprias
proteínas. A dieta deve ser suficiente em calorias e equilibrada em suas proporções,
sem o que não haverá crescimento normal (MARCONDES, 1978, p. 28).
Para se ter uma nutrição adequada é necessário ter acesso aos alimentos em
quantidades e qualidades, respeitando a cultura de cada povo, os hábitos
alimentares e de higiene, de forma regular (mínimo de 3 refeições diárias) (BATISTA
FILHO, 2007, p. 16).
A taxa calórica reservada ao crescimento varia de acordo com a idade, tendo
em vista a desaceleração da mesma (TIRAPEGUI, 2002, p. 253).
Os hidratos de carbono constituem a fonte de energia mais comum e mais
econômica. São compostos formados por carbono, oxigênio e hidrogênio (ex:
glicoses, frutoses, galactoses, celuloses e pectina). As gorduras, além de ser fonte
poderosa de energia, são indispensáveis para a constituição de protoplasma. São
veículos de vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K), contribuem para o sabor
da dieta sendo essenciais para a síntese de esteróides. Quanto aos minerais, a
criança necessita de pelo menos 12 deles em quantidade adequada para a
formação de novos tecidos, sendo que seis deles tem uma ação mais direta: cálcio,
fósforo, magnésio, potássio, ferro e o iodo que participa de um dos hormônios mais
ligados ao crescimento que é o hormônio tireoidiano.
Em relação às vitaminas, comprovou-se que na sua ausência ocorre uma
detenção do crescimento, pois na falta daquelas não há estimulação do
metabolismo. Todas as vitaminas são indispensáveis ao crescimento mais as que
têm uma ação mais evidente no crescimento e desenvolvimento são as vitaminas A,
D e C. Todo o complexo B atua sobre o crescimento, porém de maneira mais
indireta (MARCONDES, 1978, ps. 31-32).
Relação sócio – econômico e nutrição
Segundo Silva (1997), o ser em crescimento deve ser suprido em nutrientes
para atender as suas várias necessidades, tais como o metabolismo basal, a ação
dinâmico – específica das proteínas, perdas das calorias não aproveitadas na
digestão, crescimento e, especialmente, aquelas destinadas às atividades diárias,
incluindo a atividade física. Este último aspecto é fundamental, principalmente
quando se trabalha com as crianças de baixo nível econômico. Aconselham-se
nesse caso atividades que possuam baixo custo calórico, mas que lhes
proporcionem experiências igualmente positivas.
Diversos estudos comprovam que uma dieta pobre em calorias pode
comprometer ou mesmo interromper o crescimento em crianças. Porém, quando a
oferta de alimentos se normaliza, o crescimento se restabelece. Após o período de
desnutrição, desde que curto, o crescimento é acelerado para compensar as perdas
ocorridas. Porém se o período de carência alimentar for muito prolongado, as perdas
dificilmente serão recuperadas.
O ambiente no qual as nutrição se dá de forma insatisfatória não pode ser
visto apenas pelo aspecto da pobreza, mas, sobretudo pelo baixo nível intelectual e
cultural, ignorância de normas básicas de saúde, ausência de obras de saneamento
básico, bem como predominância de tabus e crendices religiosas (SILVA, 1997,
ps.22 – 23).
A relação escola / mídia e alimentação
A escola por ser um espaço educacional e social deve fornecer informações
necessárias sobre alimentação saudável, seja através de aulas formais, palestras,
vídeos, materiais educativos, pesquisas, bate – papo, conversas e discussões em
sala de aula orientando para um consumo alimentar adequado sem proibições,
porém condizentes com a faixa etária e com o gasto calórico individual dos
escolares, respeitando o poder aquisitivo dos mesmos (RADAELLE, 2001, p. 24).
Conforme Radaelle (2001) existe ainda a influência dos meios de
comunicação que sem percebermos dita a nossa alimentação. Devido a facilidade
de acesso as informações, os escolares estão se alimentando de forma parecida,
comendo , bebendo e consumindo as mesmas coisas sem que haja um processo
crítico das necessidades nutricionais de cada sujeito.
Essa interferência da mídia na alimentação do homem pode trazer
conseqüências desastrosas quando valoriza alimentos supérfluos como é o caso dos
biscoitos, doces e salgadinhos que, além de não serem realmente nutritivos,
contribuem para o desenvolvimento de doenças como obesidade, diabetes,
hipertensão arterial dentre outros (RADAELLE, 2001, p.24).
Os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo fazem parte também
do universo infantil atual. As crianças e adolescentes ingerem cada vez mais
alimentos industrializados, com alto teor calórico e baixa qualidade nutricional
(FISBERG, 1993, p. 93).
O individuo precisa ser educado quando ao estilo de vida saudável o mais
precocemente possível para provocar mudanças de comportamento e a formação de
hábito de atividade física regular por toda a vida (MENDES;LEITE, 2008, p. 79).
CURIOSIDADES
O dia mundial da alimentação é celebrado anualmente no dia 16 de outubro, este dia
marca a criação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO), em 1945.
DICAS DE ÁREA
Para subsidiar a discussão com seus alunos acesse os sites:
www.nutrociencia.com.br
www.cdc.gov/growthcharts/.
www.gallopersonal.com.br
www.fao.org
ESTRATÉGIAS PARA TRATAMENTO E PREVENÇÃO NUTRICIONAL
- Regular o padrão alimentar, e adequar a ingestão energética.
- Adequar a quantidade de Lipidios e fibras na dieta.
- Evitar restrições ou modificações alimentares rígidas.
- Estimular o controle estratégico da dieta alimentar em situações diversas.
Fonte: Palestra ministrada pelo professor Doutor Mauro Fisberg, no 19º JOPEF, Curitiba – Paraná, 26 a 29 de
maio de 2005.
DICAS DE REFERENCIAL TEÓRICO
- BATISTA FILHO, M. O Brasil e a Segurança Alimentar, Revista Brasileira de
Saúde, Materno Infantil, V. 7, N.2, P.121-22, Abril – Junho de 2007.
- FISBERG, M. Alimentação da criança, PRADO, F. C., RAMOS, J., RIBEIRO DO
VALLE, J. P., RAMOS, O. L., ROTHSCHILD, H. A. (Org). Atualização terapêutica,
17º Edição, Editora Artes Médicas, p. 93 – 1993.
- GUEDES, D. P. Crescimento, composição corporal e desempenho motor em
crianças e adolescentes do município de Londrina – PR [Tese de doutorado],
São Paulo – Universidade de São Paulo, 1994.
- MARCONDES E. Crescimento: Normal e Deficiente; 2ª Edição Sarvier; São
Paulo–Brasil, 1978.
- MENDES, Ricardo Alves; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral, Princípios e
aplicações práticas, Ed. Manole, 2ª Edição – Revista e ampliada, São Paulo –
Brasil, 2008.
- NAHAS, Markus Vinicius. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida, 4ª
Edição, Editora Midiograf, São Paulo – Brasil, 2006.
- SILVA, Osni Jacó da. Exercícios em situações especiais I, Crescimento,
Flexibilidade, Alteração Posturais, Asma, Diabetes, Terceira Idade. Ed. da
UFSC, Florianópolis – Brasil, 1997.
- TIRAPEGUI, J. Nutrição: Fundamentos e Aspectos atuais; Editora Atheneu; São
Paulo – Brasil, 2002.
3.1.3.1 – Sugestão de Atividades para 5ªs séries do
Ensino Fundamental
Atividade 1
Professor solicite aos seus alunos uma pesquisa com os familiares sobre o
tipo de alimentação que costumam fazer em suas residências.
Objetivo da atividade: discutir com os alunos a diversidade alimentar e o quanto
essa variação está relacionada com as questões culturais e sociais da comunidade.
Atividade 2
Professor faça uma cópia do texto a seguir para uma leitura junto com seus
alunos pois o texto introdutório do tema 2 serve de embasamento para a discussão
do tema com os escolares..
Calorias e valores nutricionais
Objetivo do texto: Explicar o conceito de calorias e pesquisar o valor nutricional de
alimentos apontados pelas crianças após realizar a aplicação do questionário de
Hábitos Alimentares e Controle de Peso (em anexo).
Desenvolvimento do texto: Vocês já observaram que as embalagens de muitos
alimentos contêm uma tabela onde são descritos os valores nutricionais do produto,
isto é, a quantidade de calorias e de nutrientes (açúcares, gorduras, proteínas,
vitaminas e minerais)?
Essas informações podem nos ajudar a escolher alimentos mais saudáveis, a
controlar as calorias da nossa alimentação, a evitar os alimentos muito ricos em
gorduras, etc.
Para isso, devemos saber primeiro o que significa caloria e como calcular as
calorias de um alimento. Então vamos lá!
O organismo humano, bem como os de todos os seres vivos, precisa de
energia para realizar as suas funções vitais. O nosso organismo obtém energia dos
nutrientes que consumimos, através de reações de combustão ou queima.
Assim, os nutrientes obtidos pela transformação dos alimentos no sistema
digestivo funcionam como o combustível que fornece energia para o organismo. É
graças à energia obtida dos nutrientes que o coração bate sem parar, que os
pulmões enchem-se de ar e esvaziam-se continuamente, que o sangue corre por
todo o corpo, que o cérebro não deixa de trabalhar, enfim, que todo o organismo
funciona (RADAELLE, 2001, p. 20).
Avaliação das atividades
Professor, a sua turma já realizou uma pesquisa sobre os alimentos, leu o
texto “Calorias e valores nutricionais”, responderam o questionário sobre “Hábitos
Alimentares” (anexo), realizaram um estudo sobre o valor nutricional dos alimentos
(os mais apontados no questionário dos escolares) agora finalize esse tema
construindo uma Pirâmide Alimentar.
SUGESTÃO
- Professor, solicita aos seus alunos que tragam embalagens de produtos
industrializados, com as informações nutricionais, conforme o modelo apresenta nas
gravuras do texto.
Recursos necessários:
Ø Placas de isopor grosso;
Ø Cola;
Ø Tesoura;
Ø Gravuras de alimentos ou alimentos plásticos em miniaturas.
Encaminhamento metodológico:
Separe a turma em pequenos grupos para que a participação de todos os
componentes seja efetiva, e oriente a construção da pirâmide alimentar. Para facilitar
o entendimento o professor poderá mostrar um modelo através de uma gravura,
porém, é importante que a construção se dê de forma que os escolares possam
manusear a Pirâmide para que haja uma fixação maior do conteúdo.
Na seqüência o professor poderá organizar uma exposição da confecção das
pirâmides onde as crianças deverão além de expor deverão explicar para colegas de
outras turmas como se interpreta a colocação dos alimentos nos compartimentos.
DICAS PRÁTICAS DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Ø Prefira alimentos frescos, naturais, integrais e variados;
Ø Consuma diariamente frutas, verduras e legumes;
Ø Diminua as frituras e os alimentos com elevada quantidade de açúcar,
gordura e sal;
Ø Faça suas refeições em ambiente tranqüilo, procure manter os mesmos
horários e os intervalos regulares;
Ø Prefira sucos e refrescos naturais aos refrigerantes;
Fonte: www.cfn.org.br
Dicas de como reconhecer um alimento seguro
Fonte: Folder distribuído pela Secretária da Saúde da Prefeitura Municipal de Curitiba
3.1.4 – Tema: Atividade Física
As atividades físicas, entendidas como característica inerente ao ser humano,
com dimensões biológicas e culturais, representa um tema interdisciplinar e
complexo que tem atraído a atenção de pesquisadores, da mídia e da saúde pública
em todo o mundo nas últimas décadas (NAHAS, 2006, p. 40)
Atividade física e exercício físico, embora relacionados, não devem ser
entendidos como sinônimos, definindo-se exercício como uma das formas de
atividade física planejada, estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento (ou
manutenção) da aptidão física, de habilidades motoras ou a reabilitação orgânico –
funcional.
Entre as atividades físicas podemos incluir atividades ocupacionais (trabalho),
da vida diária (vestir - se, banhar-se), deslocamento (transporte), e as atividades de
lazer (NAHAS, 2006, p. 40). As atividades corporais estão diretamente ligadas às
qualidades de espaço e materiais que utiliza (ou tem oportunidade de conquistar) e
reproduzidas de acordo com os modelos sociais existentes, tipo de sociedade ou
características sócio – geográficas (NETO, 1996, p. 107).
A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal
voluntário com gastos energéticos acima dos níveis de repouso (MADUREIRA,
2002).
Será, pois pelo movimento que a criança exprime as suas possibilidades
motoras em situações vividas corporalmente e onde são construídas as estruturas
fundamentais do pensamento abstrato (NETO, 1996, p. 107).
É o movimento que permite a criança encontrar um conjunto de relações
(sujeito, coisas e espaço) necessário ao seu desenvolvimento motor aprendendo a
perceber e a interacionar o vivido, o operatório e o mental (NETO, 1996, p. 117).
Mudanças nos modos de viver do ser humano
Durante séculos acreditou-se que certas características físicas, como a força
muscular ou a resistência física, estivessem associadas à boa saúde e à
longevidade. Isso, porém não era uma questão de saúde pública.
Somente no século passado que surgiu o interesse pelo estudo cientifico da
atividade física, primeiramente com o objetivo de melhor atender o processo de
treinamento de atletas (NAHAS, 2006, p. 31).
Nos últimos 50 anos, observou-se uma série de modificações nas sociedades
humanas, de magnitude e ritmo sem precedentes, que fizeram com que a atividade
física passasse a ser estudada como fator de prevenção e tratamento de inúmeras
doenças (NAHAS, 2006, p. 32).
Cientistas do Controle e Prevenção de Doenças (CDC / EUA) estimam que
dois terços das doenças provocadas por causas que poderiam ser evitadas, estão
relacionados a três fatores: Inatividade física, alimentação inadequada e tabagismo
(OMS, 2005).
A escolha do tipo de atividade física é da maior importância. Cada atividade
implica um nível de estimulação diferente, quanto às capacidades físicas,
emocionais, sociais e mentais (NETO, 1996, p. 137).
A prática habitual de atividades físicas caracteriza-se como componente
essencial para o estabelecimento de situação ideal de saúde. Em adultos observam-
se claras indicações no sentido de que menores níveis de prática de atividades
físicas estão diretamente associados à elevada incidência de cardiopatias, diabetes,
hipertensão dentre outras, em sujeitos classificados como sedentários (GUEDES,
2001, p.194).
Segundo Mendes; Leite (2008, p. 81), o fato é que as medidas preventivas
não estão sendo suficientes e precisam ser ampliadas, porque o excesso de peso,
aumentou 359% entre os meninos e 105% entre as meninas brasileiras de 1974 a
20022. As doenças consideradas fatores de risco cardiovasculares em adultos, estão
sendo diagnosticadas em crianças e adolescentes e associadas ao crescimento da
obesidade infantil, aumento da gordura visceral e à menor massa muscular.
Embora menor número de adolescentes possa vir a apresentar disfunções
crônicas – degenerativas, estudos recentes apontam comprometimentos em
indicadores como pressão arterial e gordura corporal em conseqüência de menores
níveis de prática de atividades físicas e hábitos alimentares inadequados (GUEDES,
2001, p. 194).
O meio sócio – cultural em que o adolescente se desenvolve não fomenta
suficiente e adequadamente a prática de atividades físicas, de tal maneira que o
sujeito passa a identificar-se com atitudes sedentárias. Por exemplo: longo tempo de
assistência à TV e ao vídeo, brinquedos eletrônicos, que substituem os esforços
físicos, pratica esportiva excessivamente formal e a falta de lazer, atuam em prejuízo
do caráter lúdico das atividades recreativas (GUEDES, 2001, p.194).
Dessa forma, pode-se dizer que as discussões sobre os benefícios da
atividade física se tornaram indiscutíveis. A visão multifatorial que se tem procurado
oferecer à atividade física e à saúde, nos dias de hoje, retira a discussão dos limites
impostos pelos aspectos exclusivamente biológicos e, se inclui também nas
competências educacionais (MADUREIRA, 2003, p. 56)
DICAS DE REFERENCIAL TEÓRICO
- GUEDES, D. P. Artigo: Níveis de Prática de atividade Física, habitual e em
adolescentes, Revista Brasileira Med. Esporte, v. 7, Nº. 6, 2001.
- MADUREIRA, Alberto Saturno. Artigo: Estilo de vida e Atividade Física Habitual
de Professores de Educação Fisica, Revista Brasileira de Cinantropometria e
Desempenho Humano, v. 5, nº. 1, p. 54-62, 2003.
- MENDES, Ricardo Alves; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral, Principios e
aplicações práticas, Ed. Manole, 2ª Edição – Revista e ampliada, São Paulo –
Brasil, 2008.
2 IBGE / POF, 2004, Op. City.
- NAHAS, Markus Vinicius. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida, 4ª
Edição, Editora Mimiograf, São Paulo – Brasil , 2006.
- NETO, Carlos Alberto Ferreira. Motricidade e Jogo na Infância, Ed. Sprint, Rio de
Janeiro – Brasil, 1996.
3.1.4.1 – Sugestão de Atividades para 5ªs séries do
Ensino Fundamental
Atividade 1
Professor, um bom parceiro da Atividade física é o cuidado com a
alimentação. Para isso tenha uma idéia de qual é o índice de massa corporal (IMC)
de seus alunos.
O que é IMC?
É o Índice de Massa Corporal de um indivíduo e serve de indicativo do estado
nutricional do mesmo. Serve para estabelecer um objetivo quanto ao melhor peso
corporal em relação à sua altura. É calculado através da fórmula que divide o peso
pela estatura ao quadrado de um indivíduo. O resultado indica em que grupo este
indivíduo pode estar.
IMC= PESO (kg)_
ALTURA2 (m)
SUGESTÃO
Professor, para saber mais sobre o IMC, consulte a unidade 3 no tem 3.3.5.
DICAS DE ÁREA
Professor lembre-se de considerar que as tabelas de IMC são diferentes para
os adolescentes.
Após realizar as medidas e os cálculos insira-os nas tabelas do CDC (tabela de
curva do crescimento) e Conde e Monteiro (tabela de índice corporal).
Dessa forma você estará analisando não só a massa corporal de seus alunos
como também o índice de crescimento avaliando se ambos os dados estão
dentro dos padrões esperados para a idade.
Obs.: Essas tabelas encontram-se em anexos na unidade 4
Atividade 2
Professor: reproduza em transparência a Pirâmide das Atividades (abaixo) e
junto com os alunos discuta as diferentes possibilidades de construção de uma nova
Pirâmide considerando a realidade local. Distribua os alunos em grupos para que
realizem a construção da nova Pirâmide, as quais deverão ser apresentadas ao
grande grupo.
Fonte: Folder distribuído pelo Sesi (Curitiba) na Campanha Lazer Ativo
Atividade 3
Professor: construa um termômetro da vontade (de realizar atividades físicas)
junto com os seus alunos conforme o modelo abaixo.
Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br
Material necessário:
Ø Isopor ou cartolina;
Ø Tinta guache ou pincel atômico;
Ø Tesoura;
Ø Cola.
Na seqüência peça para que os alunos levem o material construído para casa
e façam uma entrevista com um familiar ou pessoa adulta, sobre qual o tipo de
atividade física que a pessoa mais gosta e que circule no termômetro a escala em
que se encontra quanto a sua disposição de realizar atividades físicas. Após a
entrevista os alunos (de forma individual) deverão expor seus resultados para o
grande grupo.
DICAS DE ATITUDES SAUDÁVEIS PARA UMA MELHORIA NA QUALIDADE DE
VIDA
FONTE: Folder distribuído pelo Sesi (Curitiba) na Campanha por uma Vida Saudável