UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: Tatiana Ferreira Ribeiro da Fonte
Orientador
Prof. Gení Silva
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em...
Por: Tatiana Ferreira Ribeiro da Fonte
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AGRADECIMENTOS
...A todos ao que me ajudaram a
vencer mais uma etapa de minha
vida. Meus pais, meu marido, minha
filha, meus irmãos e meus amigos. Da
palavra de cada um, da compreensão
de cada um, foi possível chegar até
aqui.
Abri o meu coração emocionado, para
dele extrair uma palavra tão comum,
mas, insubstituível: Obrigada...
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DEDICATÓRIA
...A você minha filha, ofereço todo o
esplendor desse momento, certa de que
você é a principal responsável por isso.
Você mal chegou e mostrou lealdade,
chorou, sorriu e simplesmente fez da
minha vida mais perfeita e importante.
Que para sempre vou lembrar e
comparar a ouro e diamante, que
eternamente estará guardada no meu
coração...
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RESUMO
A música possui um papel importante na educação das crianças. Ela
contribui para o desenvolvimento psicomotor, sócio afetivo, cognitivo e
lingüístico, além de ser facilitador do processo de aprendizagem.
A musicalização é um processo de construção do conhecimento,
favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico
do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção,
respeito ao próximo, socialização e afetividade. Também contribuindo para
uma afetiva consciência corporal e de movimentação.
A musicalização na educação infantil está relacionada a uma
motivação diferente do ensinar, em que é possível favorecer a auto-estima,
socialização e o desenvolvimento do gosto e do senso musical das crianças
nesta fase.
Cantando ou dançando, a música proporciona diversos benefícios
para um desenvolvimento saudável da criançada.
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METODOLOGIA
Trabalhar com música na educação infantil:
Possibilita a experiência da vivência crítica e criativa;
Ajuda o educador desenvolver as capacidades de observação,
reflexão e criação;
Cria clima próprio a comunicação, a cooperação, a solidariedade e a
participação;
A música atua no corpo e desperta emoção;
Pode aumentar e equilibrar o metabolismo;
Aumentar ou diminuir a pressão;
Interfere na receptividade sensorial;
Atua no equilíbrio emocional e no autoconhecimento;
Contribui com a integração social, pois através dela a criança
desenvolve a capacidade de ouvir, perceber, discriminar diferentes gêneros,
estilos, ritmos, sensações e pensamentos;
Desenvolve sensibilidade, concentração, coordenação motora,
acuidade auditiva;
O respeito ao próximo e de si.
Disciplina pessoal;
Destreza no raciocínio;
Facilita o processo de alfabetização e no estudo de línguas
estrangeiras;
Transmite alegria, verdades e sonhos, através de uma metodologia
lúdica e dinâmica, própria do universo infantil.
Esse é o grande propósito de trabalhar com a música na educação
infantil, pois favorece a criança um desenvolvimento prazeroso.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO 1 - A ampliação das experiências no campo do ritmo,
da audição e da expressão corporal 12
1.1 – Psicomotricidade funcional 15
1.2 – Psicomotricidade relacional 16
1.3 – O aproveitamento do todo a partir desses instrumentos citados 19
CAPÍTULO 2 - A música e o lúdico como elemento facilitador da
aprendizagem 22
2.1 – Jogos, brinquedos e brincadeiras 24
2.2 – Contando histórias 27
2.3 – Músicas educativas 30
CAPÍTULO 3 – O desenvolvimento global da criança 33
3.1 – Desenvolvimento cognitivo 35
3.2 – Desenvolvimento psicomotor 38
3.3 – Desenvolvimento educativo 41
CONCLUSÃO 44
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INTRODUÇÃO
O primeiro capítulo fala da função que a música tem no
desenvolvimento da criança, pois ela aprende com mais alegria, sendo assim
seu ritmo, sua audição e sua expressão corporal são trabalhados de forma
prazerosa, pois estimula a criança em seu aprendizado. Essas atividades
proporcionam a criança uma compreensão que facilita muito mais o seu
relacionamento com o outro, sendo assim o seu sistema sensorial e simbólico
fica mais aguçado para o seu dia a dia prevenindo o seu equilíbrio nas
atitudes e nas suas emoções. Assim podemos ver que todo esse conjunto
trabalhado com a música nos mostra o seu verdadeiro valor, que é estimular
cada vez mais a capacidade e aprimorar o seu desenvolvimento e sua
aprendizagem.
Já no segundo capitulo vimos que não é só com a música que
devemos trabalhar e sim com o lúdico que é uma forma de se divertir
aprendendo, de forma sociável, permitindo que a criança brinque ao aprender
sem questionamento, e com conhecimento, visando um entendimento melhor
para a sua educação. Através dos jogos, brinquedos e brincadeiras a
socialização do aluno com os conteúdos fica mais fácil e contribui para uma
integração melhor entre escola, aluno e família e vice versa. Essa integração
do brincar com a criança facilita e muito no trabalho do educador que tem
também como estimulação o contar histórias, que permite que o aluno se
relacione com o mundo real ou abstrato proporcionando acumular
conhecimentos, enriquecendo o seu desempenho e suas experiências
através do que é solicitado.
Para finalizar o terceiro capítulo trata-se do desenvolvimento global,
que é o corpo, a ação e a emoção que estimulados definem o aprender e
como aprender, trabalhando sempre as dificuldades encontradas. Assim
podemos contribuir para a aprendizagem do ritmo, criatividade, desenhos,
reconhecer e outros, sem esquecer que temos que respeitar cada estágio ou
período da criança, pois seu desenvolvimento é de acordo com sua faixa
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etária, permitindo a criança que se desenvolva de forma cognitiva, lingüística
e afetiva, não esquecendo seu desenvolvimento psicomotor, que é o todo de
seu corpo, pois é fundamental para o desenvolvimento afetivo e social para o
processo de crescimento na formação como humano. Já no seu
desenvolvimento educativo a função é estimular suas capacidades cognitivas,
afetivas, psicomotoras e sociais, motivando sempre a aprendizagem atingindo
o objetivo de interagir com o meio respeitando o limite do corpo e da mente.
O processo de fortalecimento da educação infantil como primeira
etapa da educação básica tem sido marcada por um intenso debate na qual
fica manifesto, uma crescente tentativa de compreensão acerca dos
processos de desenvolvimento das crianças, assim como de seus
mecanismos de apropriação de significados e de suas inúmeras e ilimitadas
formas de expressão.
No entanto, pouco se sabe a respeito do trabalho pedagógico
desenvolvido a partir da linguagem musical na área da educação infantil, por
outro lado, a música está presente de modo evidente no cotidiano das
crianças. Os brinquedos musicais fazem parte da vida da criança desde muito
cedo. É por meio dos acalantos, das par lendas, dos brinquedos ritmados
entre mãe e bebê, que se estabelecem as primeiras experiências lúdico-
musicais da vida humana.
Mais tarde outros tipos de brincadeiras musicais, cada vez mais
dinâmicas e diversificadas. Contudo, a música nos ambientes da educação
básica, em particular na educação infantil, permanece tímida. Ao analisar as
práticas musicais presentes nas creches e pré-escolas, podemos perceber
que ainda é muito defasado, mas, podemos avançar no conhecimento das
possibilidades da música no ambiente na educação infantil e também
aprimorar o trabalho com músicas nos conteúdos apresentados, favorecendo
um desenvolvimento infantil favorável.
A música é uma linguagem presente em diversas situações. Devemos
dar a criança oportunidade de viver a música, criando, brincando, cantando e
vivendo a música. Esse processo de ensino é importante para a
aprendizagem e também a socialização do mesmo.
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Segundo Howard Gardner (1995), um das múltiplas inteligências é a
capacidade que a música tem de influenciar o homem, física e mentalmente,
podendo contribuir para a harmonia pessoal, facilitando a integração e a
inclusão social.
Esse projeto analisa a importância da música, do jogo e o brincar, no
aspecto psicológico da criança. A música é uma ferramenta que contribui na
formação corporal, afetiva e cognitiva, por ter característica lúdica, pois se
tornam atrativa e eficiente em seu desenvolvimento, preparando sua
inteligência e caráter, tendo conhecimento de qualidade e de capacidade de
memorização e raciocínio.
O objetivo é mostrar a importância das atividades lúdicas no processo
de aprendizagem das crianças, promover respeito e regras pelas pessoas.
Por intermédio de músicas, jogos e brincadeiras que ajudam a criança a
expressar suas fantasias, seus desejos e suas experiências reais, de um
modo simbólico, onde a imaginação e a criatividade fluem por conta da
ludicidade.
Assim, ensinando a mesma a interagir com o próximo, respeitando
regras, desenvolvendo a imaginação, cooperação, promover uma auto estima
e melhorar o entendimento de que o enriquecimento do ser humano vem
através do que se vive.
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CAPÍTULO I
A AMPLIAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS NO CAMPO DO
RITMO, DA AUDIÇÃO E EXPRESSÃO CORPORAL
Para Piaget (1950), tem como objetivo aperfeiçoar os conhecimentos
e acrescentar na formação e no dia a dia do educador, realizando
diretamente uma integração de afetividade, música e psicomotricidade
mostrando que esse entrosamento é muito significativo para um
desenvolvimento, entre ensinar e o ensinamento, de todos que o praticam
visando um entendimento acima de tudo, prazeroso e afetivo.
Seria mais compensador ensinar dessa forma para as crianças na
Educação infantil usando desse estimulo, pois eles gostam do cantar e do se
movimentar.
De expressão quase sempre sentimental a música tem em seu
primeiro momento a audição, que nos permite cultivar o saber ouvir,
percebendo assim de maneira sutil, a melhor forma de atuar na produtividade
do ensinar.
Com a música, podem-se desenvolver várias maneiras de ampliar o
ritmo, a audição e a expressão corporal, ajudando em um desenvolvimento
muito mais integrado no ser. Isso explica como contribui na aprendizagem,
apresentando sempre atividades diferenciadas, assim podemos perceber o
papel da música como influência de uma integração da harmonia pessoal,
física e mental.
A grande explicação é que a música pode contribuir sim e favorecer
no desenvolvimento cognitivo, lingüístico, psicomotor e sócio afetivo da
criança.
A principal função da música na educação é poder transmitir de forma
mais alegre e receptiva para cada um, afinal essa é uma forma de ensinar
com muito mais prazer, pois a música é a forma mais inteligente de
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apresentar o conteúdo sem que fique maçante para a criança, facilitando no
ensinamento.
Além de contribuir e de deixar o ambiente escolar mais alegre, a
música prepara o aprendizado fornecendo nas atividades, disciplina. Sua
linguagem causa uma eficácia maior, pois tem como função assimilar o
conteúdo com mais facilidade. O educador pode selecionar músicas que
falem do conteúdo a ser trabalhado, assim torna sua aula muito mais
dinâmica, atrativa, e vai ajudar a recordar com facilidade as informações
transmitidas também. Não podemos esquecer que a música traz um bem
cultural e uma forma de se expressar.
As atividades com músicas realizadas proporcionam mais a
compreensão de cada aluno, além de facilitar no relacionamento, pois com
ela o aluno expressa sua emoção formando uma integração maior com o
educando, pois a música desenvolve seu desempenho e a sua concentração
além de ser positivo para as habilidades de leitura e de lingüística. Como já
foi citado, a música é um poderoso instrumento de trabalho, pois envolve
além da sensibilidade, outros aspectos como: concentração, memória,
coordenação motora, socialização, acuidade auditiva e disciplina, assim o
trabalho fica com um propósito de estimulo maior, aguçando o interesse de
cada um associar a música ao movimento, utilizando a expressão corporal. É
um instrumento de adaptação benéfico, caso a criança tenha dificuldade de
se desenvolver e de se envolver, e possa se familiarizar. A escola tem que se
tornar para ela um ambiente alegre, favorável ao desenvolvimento da criança,
pois amplia a atividade cerebral e melhora o desempenho escolar,
contribuindo para a melhora do indivíduo. (Oliveira - 1977)
Muita coisa vem se estudando sobre como a música influencia em
vários aspectos no ser. Ela é uma importante herança cultural que sempre vai
estar viva, tanto para educação, quanto para o nosso dia a dia, assim permite
a expressão de nossos pensamentos e sentimentos mais especiais e
significativos. Ela melhora a aprendizagem de todas as matérias e ajuda os
alunos a aprenderem que nem tudo na vida é quantificável, sendo assim,
podemos dizer que a música pode sim ser benéfica para o ensinamento,
oferecendo um resultado muito maior.
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Através deste estudo podemos dizer que o conhecimento com a
música, estimula a expressão de sentimentos, idéias, valores culturais e
facilita a comunicação do indivíduo consigo mesmo e com o meio em que
vive. Além de desenvolver no ser, vários aspectos entre eles, o físico, mental,
social, emocional e espiritual, facilitando na educação de cada um e
favorecendo ao aluno um potencial melhor, contribuindo para o
desenvolvimento social, despertando no aluno, um respeito e consideração
pelo outro, aperfeiçoando ainda mais a aprendizagem.
Ao colocar que a música acalma, harmoniza ou até mesmo é uma
terapia, destaca-se como um componente afetivo, onde está responsável
harmonizar e tranqüilizar os alunos, tomando como ponto de partida, o
desenvolvimento e a capacidade do aluno.
Se ministrado com cautela, pode auxiliar no trabalho do ritmo,
lateralidade, esquema corporal, noção de espaço, entre outros, como já foi
citado anteriormente.
A idéia da música em sala de aula é uma ótima opção para integrar
todas as atividades proposta pelo educador, além de ser importante para
auxiliar a aprendizagem e aumento da auto-estima. É possível perceber que a
música oferece ao aluno muitas formas de mostrar os conteúdos e aprimorar
as atividades de forma que seja mais interessante, ou seja, a música torna-se
um auxiliador produtivo para a educação infantil.
Para trabalhar com a música em sala de aula é importante que haja
uma integração entre professor e aluno, a partir daí o trabalho será com muito
afeto, aproveitando cada expressão e desenvolvimento. É importante que o
aluno se interesse, pois facilita o ensinamento apresentado. Também é bom
lembrar-se de desenvolver, criar sonoridade no que se mostra. Conhecer
algumas músicas facilita no trabalho.
É fundamental definir com os alunos o conteúdo que será estudado
com o auxílio da música, para a compreensão ser mais significativa, porque é
nessa hora que se percebe o interesse de cada um, individualmente, pois
cada um terá sua interpretação particular. Além de motivar com outros tipos
de representação, como desenho, pintura e teatro, através do principal
15
instrumento, que é a música, como objetivo de pesquisa que pode facilitar o
estudo. (Vygotsky – 1991)
1.1 – Psicomotricidade funcional
“O processo de ensino – aprendizagem inclui sempre aquele que
ensina e a relação entre as pessoas.”
Segundo Vygotsky, quando falamos de sistema funcional, ele junto de
Luria, abordam questões de como o cérebro se organiza através do
desenvolvimento humano, direcionando os sistemas sensoriais e simbólicos.
A linguagem trata-se de uma complexa trama conceitual implícita nas funções
psicológicas e biológicas humanas, integrando neuropsicologia,
desenvolvimento e aprendizagem.
As condutas funcionais são a qualidade de ação dos movimentos de
nosso corpo, essa que permite que os seres humanos se movimentem de
várias maneiras diferenciadas independente de nossa coordenação motora,
que permite a movimentação do corpo ou seu repouso.
Essa conduta permite perceber cada etapa da criança, de acordo
com sua faixa etária, pois cada um tem seu desenvolvimento próprio e seus
aspectos de coordenação diferenciados. A função do educador é observar
como cada um se desenvolve individualmente, para que se possa trabalhar
cada um de maneira diferenciada, descobrindo como agir com cada um
deles, dependendo de sua dificuldade.
A psicomotricidade funcional trata-se de trabalhar com o todo de
forma adequada. Tecnicamente o educador tem em seu interesse
desenvolver junto ao aluno, um sistema que tenha troca, preparando
atividades que sejam prazerosas e que cheguem ao objetivo desejado, assim
a capacidade de prender a atenção fica muito mais facilitada individualmente.
Por isso é fundamental a idéia de integração da música em seu dia a dia
como principal motivação do desenvolvimento de cada criança, que é o meio
em que está sendo trabalhado, de acordo com Vygotsky (1991)
Não esquecendo que cada faixa etária tem seus movimentos
significativos a ser trabalhado junto com o instrumento citado, “a música”, a
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lateralidade, a capacidade e a elasticidade, assegurando que seu
desenvolvimento seja adequado ao de cada faixa etária, sem esquecer-se de
respeitar o período de crescimento de cada indivíduo, manifestando seu
interesse graduadamente, observando sempre a motivação pela qual se está
trabalhando, que é a música como principal objeto de estímulo a
aprendizagem.
As atividades devem ser propostas de maneira simples, seguindo
cada processo de desenvolvimento da criança e sua capacidade e
maturidade, explorando seus membros superiores e inferiores, incluindo os
movimentos dissociados, pois nessa idade são muito bem desenvolvidos.
Com a ajuda da música, que é a proposta, apresentam-se
movimentos espontâneos, atividades corporais e favorece a personalidade
com a finalidade de atingir um só objetivo que é a educação diferenciada,
pois ela trabalha com o todo, mais a música, correspondendo com a
necessidade de cada envolvido.
Para Tisi (2004), educação com música e desenvolvimento é
indispensável a toda criança que dita “normal” ou não, respondendo uma
dupla finalidade, assegurando um desenvolvimento funcional levando em
conta possibilidades da criança e sua afetividade a expandir – se equilibrar –
através de troca com o seu ambiente, sendo assim cada atividade proposta
tem sua finalidade de contribuir com o desenvolvimento de cada um,
atingindo seu objetivo que é controlar sua capacidade de movimentação, não
deixando de treinar cada parte do corpo. Com isso percebe-se que a música
é um grande estimulador para o desenvolvimento da expressão do todo,
considerando sua faixa etária.
1.2 – Psicomotricidade relacional
Segundo o educador Frances André Lapierro, com fundamento da
teoria de Henry Wallon, a psicomotricidade relacional compreende o
desenvolvimento humano, as suas atitudes e suas emoções. Sendo elas
físicas ou mentais, essa relação é prevenir e alcançar o equilíbrio no seu
desenvolvimento através da comunicação, o desejo de aprender, prevenir as
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dificuldades de expressão motora, verbal e gráfica, estimular a criatividade,
facilitar a capacidade de integração com o meio de trabalhar com positividade
a agressividade, inibição, dependência, afetividade, auto-estima, entre outros
distúrbios do comportamento.
Isto é a psicomotricidade relacional, que ajuda no desenvolvimento
humano proporcionando soluções para cada indivíduo, tendo como intenção
prevenir a criança de dificuldades na aprendizagem e no relacionamento.
Com o seu meio é extremamente importante que a criança desenvolva uma
relação significativa com o seu corpo e mente e o que está em sua volta.
Essa troca é fundamenta para completar o trabalho que está sendo
apresentado.
Piaget coloca que existe um estreitamento entre o desenvolvimento
da afetividade e das funções intelectuais, pois nenhum ato é puramente
intelectual ou afetivo, mas toda a ação tem seu conduto que intervêm no
papel de cada ser.
A afetividade é muito importante para um desenvolvimento sadio para
a criança, pois essa sensação de acolher, cuidar, é primordial para o
crescimento do “eu”. Essas condutas junto à música, trabalhada com
tranqüilidade, vai permitir que o resultado seja agradável, pois a criança vai se
sentir mais acolhida e expressar o seu amor ou ódio.
Deve-se adotar uma postura que cative a criança, pois ela imita cada
postura que se tem, como meio de comunicação e identificação. O corpo fala
por isso a idéia da música, com ela o resultado de sensações que afetam
será modificado com a atitude do corpo. Não basta só colocar o instrumento
de trabalho citado, tem que descobrir como chegar a cada indivíduo, falando
em afetividade para facilitar o entrosamento do educador e do educando.
Na verdade com a psicomotricidade relacional a criança se liberta
través do seu corpo, suas emoções, sua fantasia, sua inteligência em
formação. Com essas atitudes que podem expressar seus conflitos, seus
medos, sua ambivalência, seus verdadeiros sentimentos e superar suas
dificuldades através de um objetivo, a música. Ela é um investimento que vai
ajudar a estimular o outro em suas necessidades, seus limites, e
conhecimento e reconhecimento de si e do outro, pois como dizem Pourtois e
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Desmet (1999, p52), “a exploração tende a perceber o domínio, que tende a
perceber o brincar e nem sempre é fácil distingui-las.”
Essa função entre a música e a educação não só favorece a sala de
aula ou o meio, e sim o todo, pois assim conseguimos que as dificuldades
sejam superadas proporcionando que o aluno e o educador se manifestem e
superem seus conflitos proporcionando a liberação do desejo de aprender.
Colocando com essa idéia, de forma decisiva, a importância da
música na comunicação humana, que caminha perfeitamente com a
aprendizagem desejada, fazendo com que o indivíduo entre em contato com
o conhecimento de si e do outro. Através das expressões, o sujeito
potencializa a capacidade de desenvolver a capacidade global de sua
personalidade. A grande idéia é que possa melhorar o desempenho de cada
um, de forma harmônica e prazerosa, oferecendo um ensino descentralizado.
O grande projeto é investir e atingir o objetivo principal que é ensinar sem
transtorno ou impulsão e atingir na criança um desenvolvimento que
proporcione prazer em aprender e lidar com o meio, levando em
consideração o todo, proporcionando a cada um o desejo de aprender de
forma prazerosa.
Pode-se afirmar que o trabalhando com a criança, a linguagem e o
corpo, parte dos conflitos serão solucionados consequentemente, atingindo o
objetivo de integrar cada um ao seu meio de forma significativa, aceitando as
diferenças e vencendo todas as dificuldades.
Segundo Nuria Franch, a psicomotricidade relacional tem por objetivo
permitir a criança expressar suas dificuldades relacionais e ajudá-la a superá-
las. Não tem objetivos pedagógicos diretos, mas sim uma influência clara
sobre as dificuldades de adaptação escolar, na medida em que estão
diretamente relacionadas com os fatos psicoafetivos relacionais. Portanto, a
função da integração da música com o ensino, faz sentido na medida em que
incorpore a dimensão emocional-afetiva à intelectual, fazendo com que a
criança supere integralmente suas dificuldades encontradas, certa de que
dessa maneira a aprendizagem escolar seja mais completa e prazerosa,
oferecendo buscar um potencial vital para a criança.
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Considerar as emoções como ferramenta de interação ao meio, é
muito importante. Através dela, pode-se permitir que a emoção seja uma
espécie de linguagem fundamental para a razão aumentando sua capacidade
de expressão, envolvendo o Eu e o meio. A afetividade é a primeira forma de
interação com o meio externo, sendo a maior motivação do movimento
trabalhado. Com a música se consegue atingir o principal objetivo que é
integrar a música ao dia a dia na aprendizagem a ser dada.
1.3 – O aproveitamento do todo a partir desses instrumentos
citados
Para trabalhar a música em sala de aula precisamos de elementos
fundamentais como a expressão, comunicação e afetividade. Através desses
estímulos podemos atingir uma qualidade melhor no ensino, vencendo as
dificuldades.
“A educação deveria ser a coisa mais
agradável que existe, pois envolve a construção
de nossa vida, daquilo que gostaríamos de ser.
É um crime a escola ter se tornado chata,
enfatizando o aprendizado que nada tem a ver
com a vida.”
(Eduardo Chaves)
O Processo de ensino com a música, além de estimular a
aprendizagem, beneficia o indivíduo ao seu meio, aprimorando o seu
desenvolvimento e sua capacidade. A música pode nos mostrar como o
20
indivíduo se manifesta trabalhando o corpo, a mente e também a
socialização.
Kishimoto (1990) acha que esse aprendizado é visto como um
processo global, progressivo e permanente, aperfeiçoando ainda mais o
indivíduo ao seu grupo, sempre respeitando as diferenças encontradas, pois
cada um reage a uma atitude. Quando uma criança tem o hábito de escutar
música desde pequena, o aprendizado é muito mais significativo porque a
criança ao escutar, desperta a emoção mais aflorada, pois traz satisfação e
alegria. A criança aprende a se desenvolver através dela.
A música é um elemento de fundamental importância, pois movimenta
e mobiliza, por isso contribui para transformação e o desenvolvimento.
Nenhuma outra atividade consegue levar o indivíduo a agir, pois ela atinge a
motricidade e a sensorial idade por meio do ritmo e do som, e por meio da
melodia atinge a afetividade. Pode-se dizer que através dela se proporcionam
vários sentimentos, de alegria, melancolia, violência, sensualidade e calma,
assim contribui na formação do caráter do indivíduo.
Conhecer música é importante, expressa e melhora o desempenho,
alivia a tensão emocional, ajuda nas dificuldades da fala e de linguagem,
além de melhorar a coordenação motora, e tudo isso implica no
amadurecimento da criança.
Segundo Oliveira (2000) “A criatividade é a capacidade de responder
emocional e intelectualmente a experiências sensoriais”. Por isso a presença
da música na educação auxilia e estimula a inteligência. O tempo todo se
está interagindo com a música quando se fala de amor, ódio, cor, lado, corpo,
dia a dia, entre outros aspectos, ela sempre vai estar presente. Quando se
fala de integração da música, fala-se também de desenvolvimento individual,
e através da música podem-se mostrar os desejos, frustrações e
necessidades, desde a mais terna idade.
“A qualidade de vida é a qualidade do
ser, e não do ter.”
André Lapierre
21
A música como principal instrumento de trabalho facilita o dia a dia do
educador em sala de aula, proporcionando a ele um interesse maior para
trabalhar qualquer tipo de assunto, seja ele o mais concreto ou até mesmo
mais abstrato, pois o principal objetivo é atingir o crescimento da criança em
sala de aula e seu meio, proporcionando uma integração e inclusão melhor
para o seu enriquecimento.
Para Piaget (1950) é considerável que a ação educativa junto à
música é fundamental no movimento consciente, intencional e sensível, cuja
finalidade é de normalizar, completar ou aperfeiçoar a conduta global do ser
humano em diferentes níveis de desenvolvimento.
Então, se trabalhado cores, tem que propor atividades interessantes
com ela, inclusive a música, pois se trabalhada devidamente a criança vai
prestar mais atenção e brincar com cada cor, lembrando diretamente da
música. Dessa forma o desempenho da cada criança vai ser melhor e assim
a aula será mais divertida e participativa.
Todas as vezes que a criança observar uma cor junto a qualquer
pessoa, ela sempre vai lembrar e cantar. Esse projeto mostra que pode ser
trabalhado qualquer assunto, mas deve ser desenvolvido na escola com um
objetivo pré-estabelecido.
22
CAPÍTULO II
A MÚSICA E O LÚDICO COMO FACILITADORES DA
APRENDIZAGEM
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e
não pode ser vista apenas como diversão. (Huizinga e Piaget)
A música representa uma grande fonte de estímulos, equilíbrio e
felicidade para a criança. Assim, o lúdico ajuda muito na educação infantil,
pois o trabalho comum entre os dois produz ações e comportamentos
motores e gestuais (ritmo, caminhar, bater as mãos e até mesmo falar),
inseparável para uma percepção clara e prazerosa.
Gardner admite que a inteligência musical, está relacionada a
capacidade de organizar sons de maneira criativa e discriminada, dos
elementos que as constituem, o que é questionado. O resultado é que esse
trabalho pode potencializar quando se é trabalhado essas duas integrações
(a música e o lúdico), mais rápido vamos obter um resultado de
desenvolvimento e percepção da cada criança. Não podemos esquecer que o
incentivo fora da escola também é um grande contribuinte, pois quanto maior
o incentivo, maior é o conhecimento e o desenvolvimento.
A importância do lúdico individualmente desenvolve muito mais o
físico e o mental do ser humano desde os primórdios. O lúdico significa lazer,
prazer e liberdade, tornando a educação proveitosa e significativa, pois fica
com mais qualidade o ensino, quando se trabalha com prazer. A grande
preocupação hoje é fazer com que a criança desenvolva um interesse pela
educação, por isso se essas duas idéias propostas forem trabalhadas com
prioridade, o desenvolvimento do aluno fica melhor.
Podemos perceber que o grande objetivo é em parte contribuir para
uma qualidade de ensino e uma especialização de atividades maior,
atendendo a todos os problemas que surgirem na escola ou em sala de aula.
23
Quando falamos em contribuição, falamos em emoção, cooperação,
divertimento, aceitação, entre outras coisas. Essa participação é fundamental
para a criança, pois ela não será rejeitada ou excluída e sim aceita,
desenvolvendo sempre a autoconfiança de cada um, preservando cada
habilidade, superando as dificuldades que surgirem e fortalecendo cada vez
mais o caminho a ser seguido que é a junção do trabalho da música com o
lúdico. (Vygotsky – 1993)
Através desses trabalhos, o lúdico e a música, a criança aprende de
forma descontraída, despertando interesse ainda maior, pois o grande
objetivo é fazer com que a criança desenvolva uma sensação de satisfação,
percepção, intuição, cognição e afeto em tudo aquilo que se determine a
fazer, transformando o desenvolvimento da criança, diferenciado.
Sabemos que o lúdico e a música fazem parte do cotidiano de todos,
principalmente dos alunos. O grande propósito não é só trabalhar a música e
o lúdico como motivação de uma aula e sim despertar no aluno a motivação
do interpretar cada conhecimento de sua vida, através desses estímulos
acima, e o questionar cada objetivo que foi apresentado, enriquecendo cada
aluno e trocando idéias, dando opiniões, confrontando e obtendo
informações. É interessante ressaltar que ao trabalhar a música e o lúdico
podemos perceber que elas refletem cada momento de sua realidade e seu
cotidiano. Dessa maneira o aluno constrói o seu próprio pensamento através
do que foi dado em sala de aula.
Sendo assim, educar uma criança é tarefa fácil para quem entende o
universo infantil. É somente preciso que o professor tenha consciência que na
música e no lúdico, a criança desenvolve um interesse muito maior para se
aprender, pois contribui muito mais para o desempenho da criança,
principalmente na escola. Esse conjunto no ato do ensinar é fundamental
para esclarecer todas as dificuldades que forem encontradas no
procedimento de ensino. A implantação desses métodos ajuda no
desenvolvimento afetivo e motor de cada criança, as relações individuais e
sociais são fundamentais para a construção do conhecimento. É necessário
ousadia nos professores para que utilize em seu projeto de ensino, um
entendimento de como usar o que está sendo proposto.
24
Atualmente podemos garantir que se trabalharmos a música e o
lúdico juntos, vamos estimular um entendimento melhor do desenvolvimento
educacional, descobrindo que o prazer em aprender funciona melhor para
estimular. Visando neste trabalho uma construção de memória e identidade
para a criança, desenvolvida através do lúdico e da música. (Bocky – 1999)
2.1 – Jogos, brinquedos e brincadeiras
Muito se fala em jogos, brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento
de socialização do aluno na educação infantil. Com base no que foi proposto,
podemos introduzir conteúdos de uma forma mais sociável e divertida para a
criança.
Para Foebel esses conteúdos poderão auxiliar os professores, de
maneira que prepare o educando para aprendizagem, buscando desenvolver
a imaginação e criatividade para resolver qualquer assunto que for
apresentado. É necessário que o educador conheça passo a passo tudo
aquilo que for apresentado, pois temos que dizer que o objetivo está
proposto, contribuindo para a integração da família e da escola, respeitando
todas as etapas de cada criança individualmente para assim ser apresentado
cada jogo, brinquedo ou brincadeira, para que as crianças desenvolvam,
construa, adquiram conhecimentos e se tornem autônomas, se tornando
assim crianças cooperativas e integradas ao meio. Ter animação no que é
apresentado tornam as coisas mais fáceis de serem dominadas.
A criança que aprende dessa forma conhece o que é o prazer de
entender as coisas. Ela nunca será uma criança sem motivação, “carente”, e
sim vai se sentir importante, pois desperta sua criatividade em todos os seus
afazeres.
Vygotsky considera o ato do brincar muito importante para o
desenvolvimento integral da criança. Assim o seu relacionamento pode ser
variado e significativo, vendo o valor de cada brinquedo, pois é nessa
brincadeira que a criança expressa cada sentimento que vive e sentem.
Os jogos, brinquedos e brincadeiras orientam de forma muito mais
prazerosa a matéria que será dada. Temos que condicionar a nossa
25
proposta, assim se junta à criatividade com o nosso propósito, permitindo a
construção de estímulo junto à metodologia do que vai ser trabalhado. A
grande proposta é valorizar cada momento desses objetivos para desenvolver
um compreendimento entre o prazer e a aprendizagem.
Brincar, a princípio, pode parecer banal, mais dessa forma podemos
descobrir em cada um, o que lhe dá prazer, o que ele pode construir e assim
vamos poder perceber os seus sentimentos, o que lhe motiva ou até mesmo
aquilo que não motiva. Assim iniciamos a investigação de alguns processos
metodológicos e algumas estratégias que os educadores podem usar,
respeitando cada espaço e cada momento, propondo sempre o que eles
acham o que lhes chamam mais atenção, o que gostam de fazer... Construir
com eles momentos de interatividade e prazer ao aprender. (Almeida – 2004)
Temos que ter consciência e perceber que o brincar e no brinquedo,
ajudam no desenvolvimento da imaginação, dando oportunidade a cada
criança interagir com a idéia que é proposta, facilitando sempre no
desenvolvimento da matéria. Com essa idéia estimulamos a criança diante do
seu dia a dia, sendo na escola ou na sociedade temos que dar muita
importância a essas atividades pedagógicas. Com os jogos, brinquedos e
brincadeiras, favorecem principalmente a integração dos alunos e
professores.
Comprovamos que a prática de jogos, brinquedos e brincadeiras serão
produtivas a medida que as escolhas lúdicas sejam bem aproveitadas,
sobretudo respeitando o desenvolvimento de cada criança, sua idade, e seus
limites, pautadas sempre do bom senso. Cabe aos educadores terem o
compromisso de garantir ao aluno uma educação prazerosa, respeitando a
história de cada realidade, tendo a consciência devem transformar a
educação, garantindo uma sociedade capaz.
Jogar, brincar e o brinquedo são muito importantes, pois trazem
informações mais fáceis de serem absorvidas, e proporciona a criança maior
interesse em tudo que é proposto, se dedicando em cada habilidade que
possa aparecer, juntando o que o educador proporciona e a capacidade de
cada um, desenvolve-se um trabalho mais libertador e interessante para
ambas as partes. (Kami – 1991)
26
Portanto, esse ato de buscar, de troca, de interação, de apropriação, é
o que damos nome de educação. Essa ação é conjunta entre todos que
cooperam e se comunicam, e aceitam o novo, pois educar não é um ato
ingênuo, indefinido, impossível, mas um ato de coragem, de renovação.
Temos que verificar o ato do brincar, pois brincar por brincar não difere
dos outros. Temos que ver, que é diferente o método de ensino, porque o
jogo, a brincadeira e o brinquedo, envolvem inteiramente a criança na lição,
pois ela não só ouve ou vê e sim ela faz o que foi determinado. Assim temos
que planejar sempre jogos significativos na vida de nossas crianças, assim
ela terá um desenvolvimento sadio. Além disso, essa maneira de ensinar
diminui o estresse e abre a mente para a criatividade e ajuda a criança, a
respeito de caráter.
Cada criança tem seu estilo de aprendizagem, umas aprendem com
mais facilidade, outras não, umas tem facilidade de aprender com matérias
apresentadas visualmente ou demonstrativamente.
Dê mais ênfase ao que é ensinado de maneira animada, assim você
ensinará a criança a dominar o conteúdo com mais sucesso, esse sim é um
grande motivador para a criança. Conhecendo e aprendendo com prazer a
criança nunca será carente de motivação.
Johan Huizinga diz que os animais brincam tal como os homens
convidando uns aos outros com gestos, sendo assim o impulso para o jogo é
tão antigo que manifestou uma tendência lúdica, isto é, um impulso para o
jogo respeitando regras. E o que é mais importante para eles é a experiência
de prazer e divertimento. Já para Piaget as atividades lúdicas dos animais
são de origem reflexa ou instintiva. No caso a criança que faz atividade lúdica
supera completamente os esquemas reflexos e prolongam quase todas as
ações, o jogo ultrapassa a esfera da vida humana, sendo assim, anterior a
qualquer cultura.
Portanto a idéia dos autores citados, é que o lúdico é uma ordenação
da realidade, seja ela subjetiva ou intuitiva como no caso da imaginação e da
ficção, sendo assim o jogo, jogos e brincadeiras funcionam como uma
necessidade para o ser humano em qualquer idade e não pode ser vista só
como diversão. O desenvolvimento facilita a aprendizagem, o
27
desenvolvimento pessoal, sócio cultural, colabora para uma boa saúde
mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de
socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento,
permitindo um trabalho pedagógico produtivo, conquistando espaço
principalmente na educação infantil como essência da infância. (Vygotsky –
1991)
2.2 – Contando histórias
A função educativa oportuniza a aprendizagem do indivíduo saber, seu
conhecimento e sua compreensão, sendo assim a história ajuda muito na
aprendizagem, pois elas vivem num mundo de fantasias, de encantamento,
de alegria, de sonhos, onde a realidade e o faz de conta, se confundem.
Contar uma história é o maior estimulador do pensamento, da descoberta de
si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e transformar o mundo.
Na realidade educacional, concluímos que poucas são as vezes que a
história é explorada. Porque não ensinar contando histórias? Esse trabalho
pode ser explorado proporcionando a oportunidade de acumular
conhecimentos. Manipular, explorar e experimentar essa idéia é muito
importante, pois as crianças aprenderão fazendo e falando a história.
O ensino da língua, da leitura, da ciência e da tecnologia é
desenvolvido de diversas formas, como já foram ditas algumas delas. O
contar histórias é um meio eficiente de ensinar uma criança, pois através dela
as emoções são demonstradas estimulando a mente, construindo idéias.
(Bettelheim – 1988)
28
“Os prazeres da leitura são múltiplos.
Lemos para saber, para compreender, para
refletir. Lemos também pela beleza da
linguagem, para nossa emoção, para a nossa
perturbação.
Lemos para compartilhar. Lemos para sonhar e
para aprender a sonhar há várias maneiras de
sonhar...
A melhor maneira de começar a sonhar é por
meio dos livros...”
José Moraes
(escritor)
A leitura da história pode ser uma maneira de brincar com palavras e
figuras. É uma atividade simples e super prazerosa para a criança, pois
proporciona uma grande imaginação. É sempre muito importante o contato
com os livros, principalmente na infância, pois desperta a imaginação de cada
um, proporcionando diálogos, criatividade e conversa, colocando sempre a
criança para interpretar de forma compreensível e prazerosa.
Ler para a criança ajuda na compreensão dos sentidos e significados
das palavras e a facilidade de lembrar, relatar a história, ajuda no
desenvolvimento da linguagem escrita e falada, criando cada passo
significativo. A leitura faz com que a criança use e abuse da imaginação, sem
si quer perceber que é um método de ensino, pois se torna agradável e não
obrigatório a leitura, feita de forma suave e associada ao prazer. (Kishimoto –
1994)
Esse desenvolvimento ajuda também na escrita e não somente na
imaginação, pois a criança procura escrever o que está sentindo de forma
intencional como o ler. Assim, de formas diferentes, podemos ensinar,
enriquecendo a criatividade de cada um deles, favorecendo o conteúdo do
professor e do aluno.
29
Para Gainza (1988) as crianças geralmente apresentam características
diferentes uma das outras, em suas maneiras no dia a dia. Por sua vez a
história contada proporciona uma ética de aprendizagem, em que as
necessidades básicas de uma criança, se satisfaz de acordo com as
oportunidades que aparecem. Assim, ela se comunica, questiona, interage
com os outros muito mais, começando a valorizar a si mesmo e entendendo
as limitações.
O que deve ser lembrado, todavia, é que as crianças podem e
aprendem de forma que já foram ditas e frequentemente tem prazer com isso.
O exemplo é ouvir história e trabalhar com essa história de forma dirigida e
com um objetivo muita das vezes esquecido pelos educadores, mas é assim
que a criança aprende com mais facilidade, pois a idéia é que trabalhando
dessa maneira a criança esqueça a cobrança e faça o que se é pedido com
uma idéia de brincadeira livre e descontraída, para um desenvolvimento vital
para a criança.
Ler é um trabalho que sem dúvida enriquece o conhecimento, pois
informa, ativa a mente e questiona a capacidade de argumentação. Usar a
linguagem compreende o mundo em que vive e a independência do seu eu.
Mas a história também proporciona uma fuga, às vezes da pressão da
realidade, aliviando o aborrecimento e muita das vezes relaxando,
desvinculando do dia a dia. A realidade representa sempre, modificações ou
não. O fato é que a leitura ajuda e muito no desenvolvimento relacional e
emocional da criança, por isso que se trabalhado, iremos ajudar e preparar o
aluno para qualquer dificuldade que ele encontrar, estimulando sempre,
orientando e criando formas diversificadas de conhecer a educação através
da leitura.
Com a leitura, a criança se transforma adquirindo, mais conhecimento
e explorando vários espaços, dominando o seu desenvolvimento com um
enfoque muito importante que é o ensinar com prazer e não, ensinar por
ensinar. Considerando o crescer da criança, suas idéias, suas informações e
tudo que for trazido, pois só assim, vamos poder estabelecer uma troca,
amadurecendo e proporcionando a vivência de todos educadores e alunos.
Temos que trabalhar sempre com uma troca de informações e idéias, isso
30
que vai ajudar no aproveitamento da idéia principal, que é a idéia de contar
histórias.
2.3 – Músicas educativas
Para Faria (2001), a importância de ensinar a música na escola é a
ampliação do conhecimento, esse que vem de cada um ou da família, essa é
a maneira mais simples de comunicação, pois se torna mais fácil de assimilar
o que lhe foi apresentado de forma natural e prazerosa. É necessário que
tenha um conteúdo e, dominar esse, pois assim fica mais fácil a
apresentação e o desenvolvimento da matéria proposta.
É extremamente atual e é muito oportuna a maneira de ensinarmos
com música, na medida em que passamos a informação cantando, fica mais
produtivo o ensinamento, respeitando o interesse e as diferenças,
acreditando na aproximação do aluno e do professor, através da música. A
proposta é valorizar o conhecimento da criança e fazer com que contribua
nas atividades de levantar o corpo, partes do corpo ou objetos que possam
ser trabalhados junto a musica.
Explorar sons e movimentos beneficia e muito o desenvolvimento da
criança, pois provocar o próprio corpo como soprar, estalar a língua, estalar
os dedos, bater pés e mãos, bater as mãos no próprio corpo ou em objetos.
Todos esses exploram o corpo e estimulam sons, fazendo com que a criança
tenha noções de música e ritmo.
A intenção é ter através desses estímulos, ações e resultados, pois o
mais importante é trazer a criança para o conhecimento, trabalhando suas
habilidades básicas, valorizando a idéia do professor em sala de aula, que é o
trabalho com a música. Isso que temos que explorar cada vez mais, pois se
bem trabalhado o desenvolvimento motor e cognitivo da criança, aperfeiçoa o
seu aprendizado social e intelectual.
Para Stable, citado por Estevão (2002), a musica é muito importante
em todas as idades, mas, principalmente na infância, pois a assimilação da
música com a vivência é fundamental para o desenvolvimento, enriquecendo
ainda mais suas experiências.
31
Ao colocar uma música para se trabalhar, é importante que os
educadores percebam como se movimentam e se expressam. Cada um vai
ter sua maneira particular de articulação, e a interação musical abre espaço
para outras possibilidades perceptivas, como a associação do audiovisual e
sensorial, que permite que a criança se manifeste de acordo com o que ela
deseja. A capacidade de interação com o meio é relativamente mais
prazerosa desta forma.
Por volta dos 5 anos, a criança tem domínio maior de seus movimentos
e busca maior controle de operações sutis, além dos intencionais. São muitas
vezes inusitados, revelando o alto grau de complexidade de suas elaborações
cognitivas, com destaque para o pensamento simbólico. Nesta fase a criança
passa a ter maior interesse em se relacionar com outras crianças e fazer
amigos. Tudo isso favorece um comportamento social cooperativo, através do
qual, em conjunto com outras crianças, pais e educadores, torna-se um ser
repleto de capacidade para receber e compartilhar conhecimento. Sendo
assim, a criança vai representar através do seu corpo, propondo sempre que
ela cante inicialmente com uma só frase e logo, a música toda, dependendo
de sua intimidade com o que foi sugerido.
Ducorneau diz que a idéia é fazer com que as crianças explorem o que
tem de melhor no corpo, pois quando se canta ela se estimula a inventar
maneiras diferentes de se expressar. Dramatizando ou não, ela busca sua
maneira de criar, pois sua competência para as habilidades permitem o
direcionamento de seu interesse para um processo cognitivo muito mais
complexo, interagindo a criatividade com as realidades.
A música é uma organização orientada por desenvolvimento de
projetos socioculturais e multidisciplinares, pois com ela a interação é o
principal meio de desenvolver um projeto educativo mais prazeroso,
principalmente nessa fase em que a criança já tem seus traços e movimentos
mais definidos. Entende-se a música como um processo contínuo de
construção, que envolve perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir.
32
“Um povo que sabe cantar está a um
passo da felicidade.
É preciso ensinar o mundo inteiro a
cantar”
Villa Lobos
A música afeta as emoções e ensina o mundo inteiro a cantar de
forma ativa e contínua. Segundo Stefani (1987), a aprendizagem musical
integra prática, reflexão e conscientização, encaminhando a experiência para
níveis cada vez mais elaborados. A música pode ser o fio condutor de
diversas áreas curriculares, dando as aulas um caráter mais alegre,
descontraído e próprio a aprendizagem.
Como professor, podemos utilizar a música a nosso favor e introduzi-
la no nosso cotidiano, pois ela é uma grande aliada nas relações entre
crianças e na fixação de conteúdos, também trabalha em projetos
extracurriculares, servindo como um meio de estimular e elevar sua auto-
estima e ajudar acima de tudo, no desempenho e desenvolvimento de cada
uma, tornando a atividade estimulante para todos. Desta forma diferencia e
fica mais fácil a fixação do conteúdo apresentado a criança. A música é um
excelente veículo de ensinar, pois a criança canta liberando um potencial
criativo, ativando sua memória. Enfim, a música facilita a aprendizagem e
desenvolve um resultado favorável em todos os aspectos a criança. Assim, o
trabalho com a música não deve ser apenas um ato repetitivo, a criança deve
se expressar, além de criar variações devidas e constantes, utilizando meio
criativos para um desenvolvimento satisfatório para todos, atingindo o objetivo
de um trabalho que facilite o relacionamento enriquecedor da cultura, bem
como auxiliador na construção da cidadania. Sendo assim, vivenciar cada
momento significativo da educação infantil, interagindo no resultado do seu
próprio desenvolvimento.
33
CAPÍTULO III
O DESENVOLVIMENTO GLOBAL DA CRIANÇA
Hargreaves (2000), afirma que a educação deve ser vista como
processo global, progressivo e permanente, que necessita de diversas formas
de estudos para seu aperfeiçoamento, pois em qualquer meio sempre haverá
diferenças individuais, diferenças nas atividades que contribuem para um
desenvolvimento melhor e mais esclarecedor.
O desenvolvimento global é o corpo, a ação e a emoção que
estimulam as atividades e é definida como aprender a aprender, aprender
ser, aprender a fazer, aprender a viver em comunidade (conviver), pois,
contribui como base de apoio para a formação do indivíduo através desses
conhecimentos e habilidades, e atitudes comportamentais.
Para Henri Wallon, a educação é um processo de desenvolvimento
global, pois, é nele que é integrado vários níveis de conhecimento e
expressão sensorial, intuitivo, afetivo, racional e transcendental. Na educação
devemos integrar todos esses conhecimentos, tratando cada um de forma
individua, pois contribui na capacidade de socialização. Esse processo de
aprendizagem engloba ritmo, criatividade, desenhos, pintar, reconhecer e
outros, pois a aprendizagem pode ser formal e complexa, dependendo da
atividade que será proposta pelo educador, possibilitando seus movimentos
como: Marchar, andar na ponta dos pés, darem passos para trás e para
frente, fazer gestos com as mãos, tocar instrumentos, dar pulos, identificar
lados, fazer sons com a boca, entre outros. A ação que eles apresentam é de
acordo com a sua faixa etária.
Com esse trabalho tentamos desafiar as dificuldades. Assim vamos
proporcionar à aprendizagem, o surgimento do prazer no conhecimento que
está sendo apresentado nas crianças e o enriquecimento mais propício para
34
o dia a dia. A criança tem a capacidade de enfrentar as dificuldades sendo
elas complexas ou não.
Segundo Henri Wallon (1920 a 1937), quando falamos em
desenvolvimento global, falamos do todo que cada indivíduo vai descobrindo
através do que lhe é suposto, fazendo com que esse corpo mostre sua
capacidade, independente do lugar, pois seu corpo pode ser trabalhado de
várias formas e em qualquer lugar.
Já para Zazzo (1993), os resultados revelam que as atividades do
projeto, proporcionam as crianças, oportunidades de ampliação também na
cultura, desenvolvendo a capacidade de expressão verbal e corporal
buscando compreender o desenvolvimento integral em idade escolar. O
desenvolvimento global da criança é valioso, pois a criança quando está
brincando ou jogando, está se desenvolvendo. O passa tempo, como é
chamado, oferece a criança um desenvolvimento primordial para a sua
vivência do dia a dia, que é a criatividade, linguagem, memória, expressão
corporal, atenção, entre outros benefícios que favorecem e muito para a
formação da criança.
Não é difícil perceber que a idéia é aprimorar a dificuldade que a
criança nesta faixa etária pode apresentar. O ensino deve prosseguir com
base no desenvolvimento afetivo já produzido, ou seja, ela interagindo com
pessoas em seu ambiente, desenvolve com mais facilidade o que é proposto,
assim podemos atingir com eficácia o desenvolvimento global da criança. Daí
a necessidade de se entender como a criança internaliza o conhecimento e
consequentemente, desenvolve suas funções intelectuais superiores.
Piaget e Vygotsky compartilham a noção da importância do organismo
ativo na construção do conhecimento, ao explicarem suas posições teóricas.
Assim percebemos que o desenvolvimento é diferenciado. É na atividade
prática, social e historicamente organizada, que o indivíduo se apropria das
formas de comportamento social.
Admitimos que a educação encaminha-se direta ou indiretamente, no
sentido de desenvolvimento educacional, visando acima de tudo o seu
desenvolvimento global, contribuindo diretamente para o social.
35
É na relação com o meio que a criança se desenvolve, contribuindo e
reconstruindo suas hipóteses sobre o mundo que a cerca e faz com que o
educador respeite o desenvolvimento de cada indivíduo, respeitando a sua
faixa etária e a sua capacidade. É fundamental orientá-las, pois sua interação
com o meio ajuda muito a compreender a sua vivência, proporcionando um
convívio construtivo. Além de transformar as crianças em indivíduos que
usam a sua espontaneidade para fazer, criar, apreciar e fundamentalmente
para auxiliar no desenvolvimento e aperfeiçoamento da: socialização;
alfabetização; Inteligência; capacidade inventiva; expressividade;
coordenação motora e tato fino; percepção sonora, percepção espacial;
raciocínio lógico e matemático estético.
O objetivo central é que engloba vários aspectos no desenvolvimento
humano, entre esses citados, pois desenvolve na criança uma forte
ferramenta de construção através da vivência de situações, contribuindo no
seu aspecto social.
Pela importância atribuída pela reforma educativa, a educação estética
e artística vem acentuar a idéia de que estas desempenham um papel
importante do desenvolvimento e formação integral da criança,
nomeadamente no desenvolvimento das suas capacidades afetivas, lúdicas,
expressivas e cognitivas.
3.1 – Desenvolvimento cognitivo
O desenvolvimento cognitivo está diretamente relacionado a uma
linguagem integrada. Esse processo é uma experiência individual, social e
cultural, e constrói uma linguagem e um meio de interpretar e construir, de
organizar conhecimentos que refletem as necessidades, os interesses e
experiências dos indivíduos e das culturas.
Segundo Piaget, acredita-se que há estágios ou períodos de
desenvolvimento, pois existe um intercâmbio dinâmico e ativo entre a criança
e seu ambiente. Assim podemos perceber o seu conhecimento.
Ele descreve que a criança passa por quatro períodos ou estágios, no
seu desenvolvimento sensório motor, pré-operacional, operacional concreto e
36
operacional formal. Esses quatros estágios são diferentes uns dos outros,
cada um tem seu tempo de desenvolvimento de acordo com seu ambiente.
Ele também acredita que a inteligência ou o comportamento inteligente é a
maneira de se adaptar. Mesmo o comportamento não-verbal, até o ponto em
que é adaptativo, é inteligente.
1- Sensório motor – Neste estágio (do nascimento aos 2 anos
de idade), a criança se transforma em uma criatura que
reponde na maior parte das vezes com reflexos para alguém
capaz de organizar as atividades sensório motoras , em
resposta ao ambiente, como para alcançar um brinquedo, por
exemplo, ou para sair de perto de um estranho assustador.
Um bebê gradativamente vai se tornando mais organizado e
suas atividades ficam menos aleatórias através de cada
encontro ambiente. Ele progride de um estágio de reflexo
para um estado da aprendizagem, via tentativa, erro e
solução de problemas.
2- Pré-operacional – Neste estágio (dos 2 aos 7 anos de idade),
o pensamento de uma criança de acordo com os padrões de
um adulto, é ilógico e totalmente concentrado em si próprio.
Ela começa a usar símbolos para representar objetos,
lugares, pessoas... Os símbolos, imagens que representam
algum objeto ou pessoa, são sensações visuais, sonoras ou
de toque, invocadas internamente. Nas brincadeiras, uma
criança age de acordo com sua visão do mundo, usando um
sistema de símbolos para representar o que ela vê em seu
ambiente.
3- Operacional concreto – No estágio operacional concreto (de 7
a 11 anos), a criança começa a ganhar a capacidade de
pensar de maneira lógica e entender os conceitos que usa ao
lidar com o ambiente ao seu redor.
4- Operacional formal – Ela chegou ao estágio operacional
formal (acima de 12 anos), quando começa a pensar em
37
termos abstratos e concretos. Adolescentes por exemplo,
podem discutir tanto problemas teóricos como reais. No ponto de vista de Piaget, o desenvolvimento do conhecimento é um
processo ativo e depende da interação entre a criança e o ambiente. A
criança não possui um conjunto pré-definido de habilidades mentais e nem é
um recipiente passivo de estímulos do ambiente. A partir da infância, o
movimento cada vez mais, dá lugar ao pensamento e o aprendizado continua
a ser um processo interativo.
Para Piaget (1978), a origem das manifestações lúdicas acompanha o
desenvolvimento da inteligência vinculando-se ao estágio de desenvolvimento
cognitivo. Cada etapa do desenvolvimento está relacionada a um tipo de
atividade que se sucede da mesma maneira para todos os indivíduos, sendo
assim as crianças adaptam-se ao ambiente através do processo de equilíbrio.
A educação infantil no contexto abrange pré-escolas e creches
(formais ou não) pressupondo que sua existência, de uma proposta pedagoga
que contemple o processo de desenvolvimento da criança, aos
conhecimentos culturais, artísticos e sócios culturais, que contribui para
interação e habilidades. Desta forma a criança vivencia um crescimento
cognitivo importante, tanto para o corpo docente, decente e família. Este tipo
de relacionamento forma um ambiente sistemático, permitindo um
relacionamento: criança, família, sociedade.
Sendo assim o incentivo familiar e a iniciação na infância serão sempre
positivos, pois são estímulos favoráveis ao desenvolvimento da inteligência
musical. A escola, os amigos, os meios de comunicação, talento e
conhecimento caminham sempre juntos e um depende do outro. O talento e o
conhecimento sempre vão estar interligados.
A música representa uma grande fórmula de estímulos, equilíbrios e
felicidade para a criança. Assim podemos afirmar que na educação infantil a
música é uma grande incentivadora de ações, comportamentos motores e
gestuais (bater mãos, ritmos marcados e até mesmo falados) inseparáveis da
educação.
38
“Meu método é não ter método. O
método fecha, limita, impõe... É preciso abrir,
transcender, transgredir, ir além.”
Hans Joachim Koellreutter
Contar histórias, pôr músicas, agarrar e beijar, brincar com a fala, são
estímulos que ajudam o aperfeiçoamento das ligações neurais das regiões
sensoriais do cérebro. Quanto mais trabalhado, mais rápido será o seu
desenvolvimento, pois o cognitivo e o lingüístico estarão sempre sendo
trabalhado intuitivamente ou por intermédio da orientação de um profissional.
Piaget e Vygotsky dizem que, contudo, não se deve esperar que
apenas a escola estimule a criança. Deve-se, ao contrário, oferecer vários
tipos de ritmos, letras, velocidades, pois isso ajuda na forma de
aprendizagem estimulando sempre a memória, a audição e o vocabulário,
não deixando de respeitar individualmente o interesse de cada um,
respeitando sua faixa etária.
A música vai além do que vivemos, quando inserida na rotina das
crianças, ela contribui para um desenvolvimento cognitivo, lingüístico e afetivo
da criança.
3.2 – Desenvolvimento psicomotor
“Brincar com criança não é perder
tempo, é ganhá-lo. Se é triste ver meninos sem
escolas, mais triste ainda é vê-los sentados
enfileirados em salas sem ar, com exercícios
estéreis, sem valor para formação de um
homem.”
39
Podemos compreender que entre o nascimento e os 6 anos de idade,
a criança tem uma grande influência do meio para sua formação, pois sua
personalidade é compreendida. Todas as experiências serão decisivas para a
formação de necessidades da criança, como equilíbrio, coordenação e
organização de idéias.
Segundo Pantiga (1992) esta é a principal fase de uma pessoa. O que
é vivenciado nessa fase é guardado para toda vida.
É importante ressaltar que a criança não deve pular nenhuma etapa.
Essa formação é a base indispensável a toda criança, pois Vitor da Fonseca
acredita que é através dessa vivência que a criança terá um desenvolvimento
saudável.
Temos que perceber todos os desenvolvimentos da criança:
• Tônus
• Equilíbrio
• Imagem corporal
• Respiração
• Esquema corporal
• Lateralidade
• Ritmo
• Postura
• Coordenação
• Dinâmica
• Estática
• Visão motora
• Orientação espaço temporal
Assim a criança está sempre experimentando, aprimorando uma parte
do eu, pois agressividade = espontaneidade = coragem e intensidade. Essa
interação com o outro identifica o corpo ao meio em que está.
Essa junção entre a afetividade e o motor é muito significativa, pois a
qualidade humana se torna possível a produção de comportamento
diversificado. Essa relação ajuda ao longo da vida.
40
No desenvolvimento de uma criança é muito importante. Devemos
estimular sempre a criança com brincadeiras, jogos, músicas, histórias.
Assim, com esses exercícios a criança desenvolve capacidades que se não
estimuladas, ficam desconhecidas para ela. É importante sempre está
estimulando a criança, pois ela vai trabalhar o corpo e mente em harmonia
perfeita. Essa estimulação envolve o meio em que vive ao indivíduo tornando
essas crianças ativas, coorporativas, críticas, curiosas e que alcancem sua
autonomia, à medida que interagem ao meio.
Vygotsky diz que a criança precisa estar sempre bem consigo mesma
para que haja um entendimento da prática com o meio. Esse equilíbrio é
fundamental para um desenvolvimento motor de uma criança sadia, sendo
ele trabalhado corretamente sem que haja erros, pois a criança precisa
confiar e ter segurança em seu meio. Um bom trabalho de desenvolvimento
repercute na vida futura da criança, nos aspectos sociais, intelectuais e
culturais, pois ao ter alguma dificuldade faz com que a criança se refugie do
meio o qual não domina consequentemente deixando de realizar ou
realizando com pouca freqüência, determinadas atividade.
Nós educadores, devemos sempre estimular os alunos no psicomotor,
pois assim passamos confiança.
Hoje temos que ter consciência que a criança deve ser estimulada
desde que nasce, pois esse incentivo faz com que a criança aprenda a se
desenvolver com domínio e segurança.
Piaget, Vygotsky e Wallon tem sua importância na educação infantil,
destacando a necessidade do desenvolvimento da criança. A infância é
fascinante durante a vida. É neste período que exteriorizamos nossos
sentimentos e fundamentalmente nossa criatividade, da forma mais
espontânea que existe: Brincando. Através do jogo, a criança interage com a
realidade e estabelece relações com o mundo em que vive. Buscou-se de
forma sintética as mais relevantes contribuições dos autores supracitados
para o entendimento dos jogos e brincadeiras, como possibilidades de
desenvolvimento para as crianças na educação infantil.
41
“No brincar a criança lida com sua
realidade e sua tradição livre da realidade
exterior.”
Marcondes Marina - 1994
O brincar é de grande valia para o desenvolvimento da criança, pois é
fundamental para o desempenho afetivo e social (Piaget – 1978).
Cada etapa do desenvolvimento está relacionada a um tipo de
atividade, por isso devemos trabalhar de maneira correta com cada faixa
etária, mas sempre estimulando e adaptando ao meio. Esse estímulo deve
ser manifestado na faixa etária de zero a dois anos, e acompanhar o ser
humano durante toda a sua existência, da infância, a idade adulta.
Portanto, o desenvolvimento psicomotor, como forma de atividade
humana, tem grande predomínio da infância até a idade adulta,
proporcionando a cada indivíduo um progresso de crescimento adequado
para sua formação como humano.
3.3 – Desenvolvimento educativo
O desenvolvimento educativo tem a função de permitir ao aluno
desenvolver capacidades cognitivas, afetivas, psicomotoras e sociais.
Podemos afirmar que somos seres geneticamente sociais e, sobretudo
afetivos, dotados de interesses e desejos próprios que a partir desses,
podemos construir os nossos desenvolvimentos significativamente
importantes ao conteúdo que nos leva a construção de conhecimento sócio
afetivo e a conhecimentos ligados a escola. A idéia de se utilizar o conteúdo
sócio afetivo como mola propulsora do processo educativo é definida por
Jean Piaget, Lev Vygotsky e Henri Wallon.
As diferenças entre Piaget e Vygotsky parecem ser muitas, mas eles
compartilham de pontos de vista semelhantes. Ambos entendem o
42
conhecimento como adaptação e construção individual, e concordam que a
aprendizagem e o desenvolvimento são auto-regulados, discordam quanto ao
processo de construção, vêem o desenvolvimento e aprendizagem da criança
como parte adaptativa, não correndo de maneira automática. Vygotsky esteve
interessado na questão de como fatores sociais e culturais influenciam o
desenvolvimento intelectual.
No processo de desenvolvimento, tal como é visto por Piaget, cada
criança se desenvolve através de estágios.
Sensório motor – Que vai do nascimento aos 2 anos de idade. Neste
estágio a criança evolui da uma situação puramente reflexa, até a
diferenciação do mundo exterior em relação a si própria.
Operações concretas – Estende-se dos 2 aos 11 anos de idade e
subdividi-se em pensamento pré-operacional (de 2 a 7 anos) e pensamento
operacional concreto. Consiste na preparação e na realização das operações
concretas em classes, relações e números.
Operações formais – De 11/12 até 14/15. Período na qual o
adolescente ajusta-se a realidade completa de sua atualidade, mas também é
capaz de lidar com o mundo das possibilidades.
Cada um deles se reveste de características mínimas que o define.
“A prática educativa é tudo isso:
afetividade, alegria, capacidade científica,
domínio técnico a serviço da mudança ou
lamentavelmente, da permanência do hoje.”
(Paulo Freire)
Portanto a prática educativa faz com que o conhecimento enriqueça
cada vez mais cada criança, permitindo que ela desenvolva uma relação
entre teoria e prática. É fundamental que a criança desenvolva suas
43
capacidades e habilidades dentro de um ambiente divertido e descontraído
para que a criança possa melhorar a sua inteligência, força e agilidade
sempre brincando. E assim elas se divertem e percebem o porquê de tudo
que foi feito, principalmente para o seu eu.
A aprendizagem está envolvida de diversas formas: no cognitivo,
emocional, orgânico, processual e cultural. Essa aprendizagem desenvolve
aptidões e conhecimentos que já existe em seu eu, e nas novas situações
que forem surgindo.
De acordo com Piaget e Vygotsky, a aprendizagem sempre inclui a
relação entre pessoas, pois aprendemos com o outro, com o meio em que
vivemos e na influência do indivíduo no processo do ensino aprendizagem.
Diante disso, a motivação pelo aprender é um dos principais fatores que o
sujeito realiza. Suas atividades, desejos e necessidades a fim de aprender, é
um privilégio, basta ter interesse para aquilo que vai ser aprendido. A
realização de todo desejo é a principal motivação de tudo que queira realizar
e dominar com competência, pois isso a aprendizagem envolve o meio em
que vivenciamos e nos relacionamos.
Para Piaget, “... em seu início a assimilação é essencialmente, a
utilização do meio externo pelo sujeito, tendo em vista, alimentar seus
esquemas hereditários ou adquiridos” (1975, p326).
Ao aprender na infância, lavamos até a fase adulta e sempre
armazenamos mais e mais conhecimentos valiosos e prazerosos para o
cotidiano, sendo ele apresentado pela nossa família, colegas ou até mesmo
educadores que passam pela nossa infância, fazendo parte de nosso meio,
acrescentando cada vez mais para o nosso dia a dia e acompanhando cada
fase de nossa vida.
O grande objetivo é fazer com que a criança, um ser comunicativo,
criativo e emotivo, se desenvolva corretamente, atingindo o seu objetivo que é
dominar seu corpo e sua mente, respeitando seus limites e suas
capacidades.
44
CONCLUSÃO
A razão pelo qual escrevo sobre esse tema, é auxiliar o
aperfeiçoamento da educação infantil, com a junção da música, pois ajuda a
criança assimilar com mais facilidade e clareza os métodos propostos.
A música é o melhor meio de comunicação, pois desde muito cedo
escutamos a música em nosso dia a dia, em uma canção de ninar, uma
cantiga de roda, entre outras, que nos acompanham na nossa infância. Com
ela podemos expressar nossos sentimentos e pensamentos. Ela está
presente em todas as situações que fazem parte da educação, desde muito
tempo. É fundamental que o educador desenvolva a música vários momentos
do seu dia a dia, sem deixar sem rotineiro.
Devemos proporcionar a criança a vivenciar a música, apreciando,
cantando e criando um som, para que desenvolva um bom relacionamento
com a música e a educação. A música também contribui com a aprendizagem
trazendo sugestões de atividades e análise no papel da mesma com a
educação. Remete também, com as múltiplas inteligências e a capacidade
que a música tem de influenciar o motor e o cognitivo, contribuindo assim,
para a harmonia pessoal, facilitando a integração e a inclusão social.
A música é o melhor meio de desenvolver a integração do ser com o
seu eu, como sendo a principal meta que está sendo apresentada: a
afetividade, música e psicomotricidade.
45
ANEXO
Internet - sites
www.efdeportes.com 20/06/2009
www.coladaweb.com 22/06/2009
www.artigonal.com 10/06/2009
www.webartigos.com 04/06/2009
www.construirnoticias.com.br 05/06/2009
www.portalensinado.com.br 30/05/2009
www.iconerecife.com.br 11/06/2009
www.scielo.br 13/06/2009
www.iacat.com 14/06/2009
www.unirio.br 16/06/2009
www.geocities.com 26/05/2009
www.blig.ig.com.br 31/05/2009
www.jcienciascognitivas.home.sapo.pt 31/05/2009
46
BIBLIOGRAFIA
FARIA, Márcia Nunes. A música, fator importante na aprendizagem.
ESTEVÃO, Vânia Andréia Bagatolli. A importância da música e da dança
no desenvolvimento infantil.
MÁRSICO, Leda Osório. A criança e a música.
FILHO, Paulo. A psicomotricidade em meio aquático.
PIAGET, Jean. Desenvolvimento humano, organização funcional do
cérebro e aprendizagem no pensamento de Luria e de Vygotsky.
FONSECA, Vitor. Manual de observação psicomotora.
FONSECA, Vitor. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem.
KISHIMOTO, Tm (Org). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação; São
Paulo: Cortez, 1996.
BRITO, Teca Alencar de. Música na educação infantil; São Paulo:
Peirópolos, 2003.
GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de psicopedagogia musical; 3ª
edição. São Paulo: Summus, 1988.
SNYDERS, Georges. A escola pode ensinar as alegrias da música?; 2ª
edição. São Paulo: Cortez, 1994.
47
GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: a teoria na prática; Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995.
48
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
A ampliação das experiências no campo do ritmo,
da audição e expressão corporal 12
1.1 – Psicomotricidade funcional 15
1.2 – Psicomotricidade relacional 16
1.3 – O aproveitamento do todo a partir desses
instrumentos citados 19
CAPÍTULO II
A música e o lúdico como facilitadores da aprendizagem 22
2.1 – Jogos, brinquedos e brincadeiras 24
2.2 – Contando histórias 27
2.3 – Músicas educativas 30
CAPÍTULO III
O desenvolvimento global da criança 33
3.1 – Desenvolvimento cognitivo 35
3.2 – Desenvolvimento psicomotor 38
3.3 – Desenvolvimento educativo 41
CONCLUSÃO 44
ANEXO 45