UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Administração de Capital de Giro: aplicação do modelo de Fleuriet no
segmento de tecidos, vestuário e calçados das companhias listadas na
BM&FBovespa.
Natal
2013
ALONSO ALMEIDA BASÍLIO DA SILVA
Administração de Capital de Giro: aplicação do modelo de Fleuriet no
segmento de tecidos, vestuário e calçados das companhias listadas na
BM&FBovespa.
Monografia apresentada à Universidade Federal
do Rio Grande do Norte como um dos pré-
requisitos para a obtenção do grau de bacharel
em Administração.
Orientador: Valdemir Galvão de Carvalho, MSc
Natal, RN
2013
Administração de Capital de Giro: aplicação do modelo de Fleuriet no
segmento de tecidos, vestuário e calçados das companhias listadas na
BM&FBovespa.
ALONSO ALMEIDA BASÍLIO DA SILVA
Aprovada em ____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Valdemir Galvão de Carvalho (orientador)
Mestre - UFRN
__________________________________________________
Gabriel Martins de Araújo Filho
Mestre - UFRN
__________________________________________________
Melquiades Pereira de Lima Junior
Mestre - UFRN
CONCEITO FINAL: _____________________
“Dedico este trabalho ao meu Pai Manuel Basílio da Silva (in memoriam) e a minha Mãe Vilma Lucia de Almeida por terem me dado a vida.”
AGRADECIMENTOS
A Deus e Jesus Cristo, amigos que estão conosco a todo o momento
principalmente nos momentos mais difíceis.
Aos meus pais, que sempre me apoiaram em todos os momentos
difíceis e que sempre procuraram o melhor para mim.
Aos meus familiares e namorada que sempre me apoiaram em todas as
decisões complicadas que tomei.
Aos meus amigos de infância e colegas de classe pelo grande convívio
nesse período dentro da universidade.
Ao Prof.° orientador Valdemir Galvão de Carvalho, que aceitou e me
orientou durante o desenvolvimento desse projeto, transmitindo-me
tranqüilidade para desenvolvê-lo da melhor forma possível.
RESUMO
Esta pesquisa descritiva tem o objetivo de analisar o desempenho do capital de giro do segmento tecidos, vestuário e calçados das companhias listadas na BM&FBovespa no período entre 2006 a 2012, empregando as medidas de estruturas financeiras CCL, NCG e ST com o modelo de Fleuriet. A amostra da pesquisa compreende as empresas Alpargatas, Buettner, Cia Hering, Cedro, Coteminas, Dohler, Encorpar, Fab Tecidos C Renaux, Grazziotin, Grendene, Guararapes, Karsten, Penalty, Renaux, Renner, Santanense, São José, Schlosser, Teka, Vicunha e Vulcabras. Os dados econômico-financeiros foram coletados do site da BM&FBovespa. Após a coleta, os dados foram organizados e foram feitos os cálculos da análise dinâmica pelo modelo de Fleuriet e da análise econômico-financeira tradicional através dos índices de liquidez. Foi verificado no modelo dinâmico que a situação que ocorreu com maior freqüência foi à insatisfatória, tipo III. Na análise tradicional através dos índices de liquidez foi verificado que as empresas que obtiveram os melhores resultados foram a Dohler e a Grendene, já na análise dinâmica as organizações que obtiveram os melhores resultados foram a Alpargatas e a Grendene, sendo que a Grendene ficou na liderança do segmento de tecidos, vestuário e calçados. E as companhias que obtiveram os piores resultados nas duas análises foram a Fab Tecidos C Renaux, São José, Schlosser e Teka.
Palavras chaves: Análise Econômico-Financeira Tradicional, Análise Dinâmica de Capital de Giro, Modelo de Fleuriet.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Tipo de Estrutura Organizacional a Partir do Modelo de Fleuriet ......... 20
TABELA 2 - Lista dos Periódicos Nacionais Usados na Pesquisa ............................ 23
TABELA 3 - Publicações em Capital de Giro nos Periódicos Nacionais
Qualis/CAPES no Período de 2008 a 2012 ............................................................... 24
TABELA 4 - Companhias Listadas na BM&FBOVESPA ........................................... 25
TABELA 5 – Empresas Classificadas na Estrutura Tipo II ........................................ 29
TABELA 6 – Empresas Classificadas na Estrutura Tipo III ....................................... 30
TABELA 7 – Empresas Classificadas na Estrutura Tipo V ........................................ 32
TABELA 8 – Resultado Liquidez Geral ..................................................................... 36
TABELA 9 – Resultado Liquidez Corrente ................................................................ 37
TABELA 10 – Resultado Liquidez Seca .................................................................... 38
TABELA 11 – Resultado Liquidez Imediata .............................................................. 39
TABELA 12 - Resultado da Estatística Descritiva ..................................................... 40
TABELA 13 - Resultado do Teste de Normalidade ................................................... 41
TABELA 14 - Coeficientes de Correlação ................................................................. 41
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Percentual das Companhias em Relação ao Tipo de Estrutura ......... 28
GRÁFICO 2 – Efeito Tesoura Encorpar .................................................................... 31
GRÁFICO 3 – Efeito Tesoura Beuttner ..................................................................... 33
GRÁFICO 4 – Efeito Tesoura Fab Tecidos C Renaux .............................................. 33
GRÁFICO 5 – Efeito Tesoura Schlosser ................................................................... 33
GRÁFICO 6 – Efeito Tesoura São José .................................................................... 34
GRÁFICO 7 – Efeito Tesoura Teka ........................................................................... 34
GRÁFICO 8 – Efeito Tesoura Renaux ...................................................................... 34
LISTA DE SIGLAS
AC – Ativo Circulante
ACF – Ativo Circulante Financeiro
ACO – Ativo Circulante Operacional
CCL – Capital Circulante Líquido
CDG – Capital de Giro
CG – Capital de Giro
DRE – Demonstrativo de Resultado do Exercício
LC – Liquidez Corrente
LG – Liquidez Geral
LI – Liquidez Imediata
LS – Liquidez Seca
NCG – Necessidade de Capital de Giro
PC – Passivo Circulante
PCF – Passivo Circulante Financeiro
PCO – Passivo Circulante Operacional
T – Saldo de Tesouraria
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1 - Contextualização e Problema ................................................................... 12
1.2 – Objetivos da Pesquisa ............................................................................. 13
a) Geral ............................................................................................................. 13
b) Específicos......................................................................... ........................... 13
1.3 – Justificativa do Estudo ............................................................................. 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16
2.1 – Capital de Giro ......................................................................................... 16
2.2 – Modelo de Fleuriet ................................................................................... 17
2.3 – Revisão da Literatura ............................................................................... 23
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 25
3.1 – Caracterização da Pesquisa .................................................................... 25
3.2 – Definição da Área .................................................................................... 25
3.3 – Coleta de Dados ...................................................................................... 26
3.4 – Análise de Dados ..................................................................................... 26
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 28
4.1 – Resultado do Modelo Dinâmico ............................................................... 28
4.2. – Resultado dos Índices de Liquidez ......................................................... 35
4.2.1 – Liquidez Geral ....................................................................................... 35
4.2.2 – Liquidez Corrente .................................................................................. 36
4.2.3 – Liquidez Seca ....................................................................................... 38
4.2.4 – Liquidez Imediata .................................................................................. 39
4.3. – Resultado de Estatística Descritiva ......................................................... 40
4.4 – Resultado do Teste de Normalidade ........................................................ 41
4.5 – Resultado da Matriz de Correlação .......................................................... 41
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 43
5.1 – Limitações da Pesquisa ........................................................................... 43
5.2. Sugestões Para Trabalhos Futuros ........................................................... 44
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45
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1. Introdução
1.1 Contextualização e Problema
A administração financeira de empresas, que também pode ser chamada de
finanças corporativas, vem passando por uma grande evolução nas últimas
décadas. Têm sido muito grandes os esforços empregados no
desenvolvimento de novos conceitos, instrumentos e ferramentas na
administração financeira, buscando a capacitação dos executivos,
possibilitando que eles possam tomar decisões mais acertadas e
implementarem programas que criem ainda mais riquezas para os
proprietários.
A Administração do Capital de Giro está diretamente ligada à Administração
Financeira, pois é através dela que o administrador poderá acompanhar o
desenvolvimento das atividades da empresa e fazer a correta alocação dos
recursos disponíveis.
A administração do capital de giro pode ser caracterizada como o campo de
estudo que trata da gestão dos ativos e passivos que compõem os grupos
circulantes do balanço patrimonial – ativo circulante e passivo circulante, e se
preocupa em buscar respostas para duas questões principais: (1) quanto
deveria ser investido nas contas do ativo circulante, e (2) como estes
investimentos deveriam ser financiados? (VIEIRA, 2008).
Além de sempre estar buscando a excelência na administração do seu
capital de giro, as organizações devem conhecer bem o seu estado financeiro,
para que possam se planejar para as situações futuras controlando os seus
custos, facilitando o processo de tomada de decisão que é considerado de
grande importância para garantir um bom posicionamento diante do mercado
ao qual a organização está inserida.
A análise convencional do capital de giro continua sendo utilizada nos dias
atuais, mas um novo modelo surgiu no Brasil na década de 80, com o
pesquisador e professor francês Michel Fleuriet. O modelo de Fleuriet é um
método que propõe avanços em relação à análise convencional. No modelo de
Fleuriet, são utilizadas, para fins de análise, subdivisões do ativo circulante e
do passivo circulante de acordo com a natureza de seus elementos: financeira
13
e operacional. O modelo tem como principal objetivo estabelecer se uma
organização está ou não em equilíbrio financeiro.
As análises econômico-financeiras tradicional e dinâmica fornecem um
conjunto de indicadores e métodos por meio dos quais se pode concluir
quão saudável a situação econômico-financeira da empresa encontra-se em
determinado período.
O presente trabalho busca ser um instrumento orientador e facilitador no
entendimento do público interessado na administração do capital de giro,
aplicando o modelo de Fleuriet. Tendo em vista que a administração ineficaz do
ativo de curto prazo e das fontes de financiamento a curto-prazo de uma
organização pode levá-la a sérios problemas, inclusive à falência.
Diante do exposto, o problema da pesquisa busca dar resposta ao seguinte
questionamento: qual o desempenho das organizações do segmento de
tecidos, vestuário e calçados das companhias listadas na BM&FBovespa
empregando as medidas de estruturas financeiras CCL, NCG e ST com o
modelo de Fleuriet?
1.2 Objetivos da Pesquisa
a) Geral
Analisar o desempenho das organizações do segmento de tecidos,
vestuário e calçados das companhias listadas na BM&FBovespa no período
entre 2006 a 2012, empregando as medidas de estruturas financeiras CCL,
NCG e ST com o modelo de Fleuriet.
b) Específicos
Verificar os índices de liquidez (LG, LC, LS e LI) das companhias;
Identificar a necessidade liquida de capital de giro das companhias;
Verificar se há presença do efeito tesoura, overtrading;
Classificar as companhias de acordo com o seu nível de estrutura de liquidez.
14
1.3 Justificativa do Estudo
O desenvolvimento deste trabalho tem como objetivo geral analisar o
comportamento do capital de giro do segmento tecidos, vestuário e calçados
das companhias listadas na BM&FBovespa empregando as medidas de
estruturas financeiras CCL, NCG e ST com o modelo de Fleuriet. O estudo é
justificado pela expansão do mercado de capitais e também pelo crescente
interesse de pessoas físicas em realizar investimentos na BM&FBovespa nos
últimos anos.
O período escolhido para realizar o trabalho foi de 2006 a 2012, pois
nesse período há um aproveitamento maior das empresas utilizadas na
pesquisa. Tendo em vista que inicialmente o período era de 2005 a 2012, mas
nesse período teria uma quantidade muito grande de empresas com dados
ausentes e a amostra utilizada na pesquisa seria menor.
O segmento escolhido foi o de tecidos, vestuários e calçados, pelo fato
de que o trabalho analisa apenas o período de curto prazo e esse segmento é
de consumo cíclico.
Este trabalho também é justificado pelo fato de que na literatura
brasileira há poucos trabalhos relacionando o mercado de capitais e
informações contábil. De acordo com Perucelo (2008, p.9 apud LOPES e
MARTINS 2005, p. 9, 75), “apesar de o mercado financeiro ser um dos maiores
usuários da informação contábil e de a relação entre a informação contábil e o
mercado financeiro ser tema de muitos estudos, existe bastante espaço para
pesquisas envolvendo a informação contábil produzida no Brasil e sua
relação com o mercado de capitais.”
A crescente concorrência de mercado faz com que os gestores
procurem por informações cada vez mais precisas que sirvam de auxílio à
tomada de decisão, principalmente as organizações que atuam no mercado de
capitais. As empresas que operam em ambiente competitivo buscam novos
mercados e sabem da necessidade de manter os clientes atuais e conquistar
outros.
Enquanto as organizações poderão utilizar os resultados obtidos através
da aplicação prática desta pesquisa para subsidiar as suas decisões
15
financeiras. Esse tipo de estudo cria uma ligação entre a teoria e a prática na
área das finanças empresariais.
O meio acadêmico poderá se aprofundar no debate acerca do tema
exposto, pois irá proporcionar mais uma fonte de pesquisa para estudantes
interessados em análise de capital de giro através do modelo de Fleuriet.
E por último, mas não menos importante, o desenvolvimento deste
trabalho é motivado também pelo interesse do seu autor em consolidar o
conteúdo estudado na graduação em Administração, em especial a área de
gestão financeira nas empresas.
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2. Referencial Teórico
2.1 Capital de Giro
Dentre as aplicações de fundos por uma empresa, uma parcela
ponderável reserva-se ao que, alternativamente, pode-se chamar de ativos
correntes, ativos circulantes ou mais comumente como é mais conhecido,
capital de giro.
Segundo Sanvicente (2010), esses ativos compreendem os saldos
mantidos por uma empresa nas contas Disponibilidades, Investimentos
temporários, Contas a Receber e Estoques de matérias-primas, mercadorias
para venda, produção em andamento e produtos acabados. A soma desses
saldos, em qualquer momento considerado, representa o montante então
investido pela empresa nesses itens. Em particular, deve-se distinguir o capital
de giro bruto, do capital de giro líquido, que resulta da subtração de todos os
compromissos a curto prazo da empresa para com fornecedores, funcionários,
fiscos etc., do total dos itens que compõem o capital de giro bruto, isto é,
Disponibilidades + Investimentos Temporários + Contas a Receber + Estoques.
De acordo com Ross, Westerfield e Jordan (2008), a diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante da empresa é denominada de capital de giro
líquido. O capital de giro líquido é positivo quando o ativo circulante excede o
passivo circulante. De acordo com Savytzky (2010, p. 109),
O capital de giro é o que está em circulação, ou seja, o que está sujeito a permanente renovação, como as disponibilidades, os estoques e os créditos da empresa, a curto e a longo prazo. Não deve ser confundido com o ativo circulante previsto na Lei 6.404/76, porque este é um grupamento do balanço que se refere apenas a valores realizáveis em até 12 meses.
Vieira (2008), afirma que a administração de capital de giro pode ser
caracterizada como o campo de estudo que trata da gestão dos ativos e
passivos que compõem os grupos circulantes do balanço patrimonial – ativo
circulante e passivo circulante, e se preocupa em buscar respostas para duas
questões principais: (1) Quanto deveria ser investido nas contas do ativo
circulante, e (2) como estes investimentos deveriam ser financiados?
17
O exame dos critérios utilizados na construção do balanço patrimonial indica
que nessas contas do circulante são registradas as aplicações (ativos) e fontes
(passivos) de curto prazo. Nesse contexto, o curto prazo é definido,
usualmente, como abrangendo o horizonte de até um ano.
Vieira (2008), ainda diz que, de acordo com esse critério, os ativos
circulantes são ativos (bens e direitos) que se espera sejam convertidos em
dinheiro no prazo de até um ano, enquanto os passivos circulantes são
passivos (obrigações) que se espera sejam exigidos também no prazo de até
um ano. São contas que contêm elementos essenciais para a viabilização das
atividades operacionais, a exemplo dos estoques e das contas a receber de
clientes, e se destinam a apoiar o giro dos negócios da organização.
A administração de capital de giro tem como objetivo principal a
manutenção do equilíbrio financeiro da empresa como forma de garantir a
continuidade da atividade operacional e propiciar condições adequadas que
favoreçam a sua sobrevivência e o crescimento. Esta posição de equilíbrio se
materializa na capacidade da empresa em cumprir com os compromissos
financeiros assumidos (ou seja, pagar o que deve ser pago, no vencimento), o
que significa manter um fluxo de caixa saudável e uma boa situação de
liquidez.
Toda organização que consegue manter o seu capital de giro líquido
positivo poder ser considerada uma empresa saudável, todavia que terá
condições de cumprir com os seus compromissos financeiros dentro do prazo.
2.2 Modelo de Fleuriet
No modelo Fleuriet as demonstrações financeiras como balanço
patrimonial e a demonstração de resultado de exercício são utilizadas para se
extrair informações aplicadas nas variáveis do modelo. As informações
extraídas, então, são trabalhadas para se encontrar: a necessidade de capital
de giro (NCG), o capital circulante líquido (CCL) e saldo em tesouraria (T).
Esses são indicadores que, empregados na análise gerencial, servem como
avaliação do desempenho financeiro da organização, este é o foco do modelo.
Esse método permite avaliar rapidamente a situação financeira das
organizações através da classificação dos balanços em um dos seis tipos
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possíveis de configurações de determinados elementos patrimoniais. Trata-se
um passo adiante em relação ao esquema tradicional de análise de balanços
feito através de índices econômico-financeiros. Apesar de alguns estudiosos
brasileiros haverem reproduzido esta metodologia em livros didáticos e em
trabalhos acadêmicos, julga-se que o modelo ainda não foi suficientemente
divulgado no Brasil. (BRAGA, 1991)
A reclassificação das contas do Balanço Patrimonial e DRE seguem a
divisão pelo tempo e níveis de decisão empresarial (estratégico, operacional e
financeiro). Os passivos e ativos circulantes são subdivididos em operacional
ou cíclico e financeiro ou errático. Já o permanente é definido como a variável
estratégica do demonstrativo.
Resumidamente, as contas operacionais ou cíclicas são aquelas
relacionadas com o nível de atividade da organização, caso a empresa produza
mais ou menos essa variação terá impacto direto nessas contas, tipicamente
operacionais. Em contrapartida, as contas permanentes e não cíclicas são
aquelas de longo prazo, voltadas a estratégia da empresa, portanto, o nível de
produção atual pode não ter vínculo algum com essas contas (como o trabalho
trata apenas das contas cíclicas e financeiras, não iremos nos aprofundar nas
contas permanentes). Por fim, as contas financeiras ou erráticas, são aquelas
ligadas a decisões financeiras as quais não guardam relação com a estratégia
ou nível de atividade da empresa, chamadas de contas de tesouraria. Essa
reclassificação permite, então, mensurar as variáveis do modelo funcional de
Fleuriet, como o NCG, CG e T.
O ativo circulante subdivide-se em Ativo Circulante Financeiro (ACF) ou
Errático e o Ativo Circulante Operacional (ACO) ou Cíclico. O ACF é constituído
por elementos essencialmente financeiros, como caixa, bancos, aplicações
financeiras e títulos de curto prazo. Assaf Neto e Silva (2002, p.62) afirmam
que, este grupo "não denota, por conseguinte, qualquer comportamento
preestabelecido, variando mais estritamente em função da conjuntura e do
risco de maior ou menor liquidez que a empresa deseja assumir". Segundo
Medeiros e Rodrigues (2004, p. 4),
Por outro lado, o Ativo Circulante Operacional (ACO) ou Cíclico é composto pelas contas relacionadas às atividades operacionais da empresa, como estoques, duplicatas a receber e provisão para
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créditos de liquidação duvidosa, sendo influenciados pelo volume de negócios ou por características das fases do ciclo operacional, como prazos de estocagem ou política de prazos de venda. Da mesma forma, o Passivo Circulante subdivide-se em Passivo Circulante Financeiro (PCF) ou Errático e o Passivo Circulante Operacional (PCO) ou Cíclico. O primeiro é composto por empréstimos, financiamentos bancários, duplicatas descontadas, parcela de curto prazo referente a empréstimos de longo prazo e dividendos. O PCO é formado pelas obrigações de curto prazo da empresa, diretamente identificáveis com seu ciclo operacional (fornecedores, salários e encargos e impostos e taxas).
De acordo com Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003) no ciclo financeiro,
quando as saídas de caixa ocorrem antes das entradas de caixa, a operação
da empresa cria uma necessidade de aplicação permanente de fundos, que se
evidencia no balanço por uma diferença positiva entre o valor das contas
cíclicas do ativo e das contas cíclicas do passivo. Esta aplicação permanente
de fundos denomina-se de Necessidade de Capital de Giro (NCG). O NCG
significa o montante de recursos que são necessários para manter o giro dos
negócios. São contas que representam operações de curto prazo com retornos
rápidos.
Ainda de acordo com Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), a Necessidade de
Capital de Giro é muito sensível às modificações que ocorrem no ambiente
econômico em que a empresa opera. Dessa forma, modificações como
redução de crédito de fornecedores, aumento de estoques etc., alteram, a curto
prazo, a Necessidade de Capital de Giro da empresa. Todavia que, a
Necessidade de Capital de Giro depende basicamente, da natureza e do nível
de atividades dos negócios da empresa. A natureza dos negócios da empresa
determina seu ciclo financeiro, enquanto seu nível de atividade é função das
vendas.
A Necessidade de Capital de Giro pode ser negativa. Neste caso, no
ciclo financeiro, as saídas de caixa ocorrem depois das entradas de caixa. O
passivo cíclico torna-se maior do que o ativo cíclico, construindo-se em fonte
de fundos para a empresa. Todavia, essa situação não ocorre na prática com
muita freqüência.
20
O capital Circulante Líquido (CCL) se dá pela diferença entre ativo
circulante (AC) e passivo circulante (PC), e pode ser chamado também de
capital circulante liquido (CLL).
Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), denomina-se passivo errático e
ativo errático as contas circulantes que não estão diretamente ligadas à
operação e cujos valores se alteram de forma aleatória. O Saldo de Tesouraria
define-se como a diferença entre o ativo e o passivo erráticos.
Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), se o Capital de Giro for
insuficiente para financiar a Necessidade de Capital de Giro, o Saldo de
Tesouraria será negativo. Neste caso, o passivo errático será maior que o ativo
errático. Isso indica que a empresa financia parte da Necessidade de Capital
de Giro ou ativo permanente com fundos de curto prazo, aumentando o seu
risco de insolvência.
De acordo com Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003) se o Saldo de Tesouraria
for positivo, a empresa disporá de fundos de curto prazo que poderão, por
exemplo, ser aplicados em títulos de liquidez imediata, aumentando a sua
margem de segurança financeira. Um Saldo de Tesouraria positivo e elevado
não significa necessariamente uma condição desejável para as empresas, pelo
contrário, pode significar que a empresa não esteja aproveitando as
oportunidades de investimentos propiciadas por sua estrutura financeira, caso
em que o Saldo de Tesouraria engorda por falta de uma estratégia dinâmica de
investimentos.
O comportamento verificado para as três medidas (CCL, NCG e T)
permite o aparecimento de tipos específicos de estruturas financeiras, cada
qual envolvendo determinado nível de risco intrínseco, conforme demonstrado
na Tabela 1.
Tabela 1: Tipo de estrutura organizacional a partir do modelo de Fleuriet.
CCL NCG ST Estrutura Nota Classificação
+ - + I 8,33 a 10,0 Excelente Solvente
+ + + II 6,67 a 8,32 Sólida
+ + - III 5,00 a 6,66 Insatisfatória Inadimplente
- + - IV 3,33 a 4,99 Péssima
- - - V 1,67 a 3,32 Ruim Insolvente
- - + VI 0,00 a 1,66 Arriscada
Fonte: Braga (1991)
21
Situação:
- Solvência (estruturas I e II, ser eficiente e eficaz na gestão do capital de giro).
- Inadimplência (estruturas III e IV, eficiente e ineficaz ou ineficiente e eficaz
na gestão do capital de giro).
- Insolvência (estruturas V e VI, ineficaz e ineficiente na gestão do capital de
giro, alto risco).
Com estas estruturas, é possível compreender melhor o fenômeno
conhecido como overtrading ou “Efeito Tesoura”, que acontece toda vez que o
valor do NCG ultrapassar o valor do CCL. Isto significa que os gastos para se
manter as operações da organização são maiores que os recursos monetários
que ela dispõe para financiá-los, comprometendo seu Saldo de Tesouraria para
futuros investimentos da atividade produtiva.
Segundo Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003), o Efeito Tesoura ocorre quando
estão presentes as seguintes situações: as vendas da organização crescem a
taxas anuais elevadas. A relação NCG / vendas, mantém-se, substancialmente,
mais elevada do que a relação autofinanciamento / vendas, durante o período
de crescimento das vendas. Considera-se que ambas as relações sejam
positivas.
Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003) afirmam que, durante o período de
crescimento das vendas, as fontes externas, que aumentam o Capital de Giro,
são utilizadas somente para novos investimentos em bens do ativo permanente
que, por sua vez, diminuem o Capital de Giro.
Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003) afimam que, afim de evitar o fenômeno
do Efeito Tesoura, as organizações devem planejar o crescimento do Saldo de
Tesouraria. A evolução do Saldo de Tesouraria depende de variáveis que
afetam o autofinanciamento, a Necessidade de Capital de Giro e de decisões
estratégicas, que modificam o Capital de Giro. O autofinanciamento e a
Necessidade de Capital de Giro são em grande parte determinados pelo nível
de atividades da empresa, enquanto as decisões estratégicas, que envolvem
novos investimentos em bens do ativo permanente, empréstimos a longo prazo
etc., devem ser tomadas considerando-se a necessidade de se estabelecer
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uma relação adequada entre o crescimento do Capital de Giro e a evolução da
Necessidade de Capital de Giro da empresa.
Estrutura I - Empresas com este tipo de estrutura financeira significam que a
situação financeira é excelente e caracterizam-se por apresentar NCG
negativo, T e CCL positivos.
Estrutura II - mais freqüente, ocorre quando a manutenção do nível de
operações requer algum investimento em giro. Na medida em que o NCG é
positivo há necessidade de recursos para seu financiamento e, se CCL e T são
também positivos, há sobras de recursos de curto e longo prazo para seu
financiamento. Essa estrutura denota uma situação financeira sólida.
Estrutura III - Denota uma situação financeira insatisfatória. Há necessidade
por investimentos operacionais, porém o CCL, ainda que positivo, não é
suficiente para seu financiamento, o que requer o uso de fontes onerosas de
curto prazo (PCF). Essa situação de desequilíbrio tende a agravar-se nos
momentos de recessão, uma vez que o giro dos ativos cíclicos diminui
(gerando maiores NCGs subseqüentes), e os juros sobem (elevando ainda
mais os passivos onerosos). Em princípio essa situação não se sustenta por
muitos períodos.
Estrutura IV – Situação financeira péssima, há necessidade por investimento
operacional (NCG positivo), contudo não existem fontes de longo prazo
disponíveis para seu financiamento (CCL negativo), o que gera uma
sobrecarga às fontes onerosas de curto prazo (T negativo).
Estrutura V - situação financeira ruim, embora não haja necessidade por
investimentos nas operações correntes, também não se dispõe de sobras de
recursos de curto ou longo prazo, o que conduz à existência de ST e CCL
negativos.
Estrutura VI - Arriscada, não há investimento em giro (negativo) e nem fontes
de longo prazo (CCL negativo), mas existem fontes próprias de curto prazo (ST
positivo). Essa situação de desequilíbrio não se sustenta por muitos períodos.
23
2.3 Revisão da Literatura
A revisão da literatura foi realizada tomando-se por base os periódicos
listados na Tabela 2 verificando as publicações relacionadas a partir do tema
da pesquisa, no período compreendido de 2008 a 2012.
Tabela 2: Lista dos Periódicos Nacionais usados na Pesquisa Periódicos Nacionais Sigla FI Classificação
Revista Contabilidade & Finanças RCF 0,0577 A2
Revista Brasileira de Economia RBE A2
Revista de Administração Pública RAP 0,1667 A2
Revista de Administração de Empresas RAE 0,4364
Brazilian Business Review BBR A2
Brazilian Administration Review BAR 0,1522 A2
Revista de Administração Contemporânea RAC 0,2264 A2
Cadernos EBAPE.BR (FGV) - 0,1220 B1
Contabilidade Vista & Revista CVR B1
Revista de Administração Mackenzie RAM 0,1235 B1
Revista Brasileira de Finanças RBF B1
Revista Brasileira de Gestão de Negócios RBGN B1
Revista de Administração (FEA-USP) RAUSP B1
Revista de Contabilidade e Organizações RCO B1
Revista de Economia Contemporânea REC B3
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
De acordo com a Tabela 3 nota-se que no período entre 2008 e 2012
houveram poucas publicações relacionadas ao tema Capital de Giro, entre as
revistas pesquisadas as que mais publicaram artigos foi a RAP com dois
artigos no ano de 2011 e nenhum no ano seguinte e também a revista RAC
que publicou um trabalho no ano de 2009 e no ano de 2010 não publicou
nenhum e voltou a publicar um artigo no ano de 2012.
As revistas RAE, BBR, RAM, RAUSP, RCO E REC, cada uma delas
publicaram um artigo em todo o período de 2008 a 2012.
Entre as revistas pesquisadas sete não publicaram nenhum trabalho
sobre Capital de Giro no período de 2008 a 2012, elas foram: RCF, RBE,
Cadernos EBAPE.BR (FGV), CVR (não houve publicação de trabalhos no ano
de 2012 na CVR), RBFin e RBGN.
Os anos que mais foram produzidos trabalhos foram em: 2009, 2011 e
2012 totalizando nesses três anos 8 publicações, sendo que o ano de 2011
destaca-se com 4 trabalhos publicados.
Entre os autores que mais publicaram trabalhos sobre o tema da
pesquisa destacam-se, Orlando Celso Longo, Francisco Marcelo Barone e
24
Renê Coppe Pimentel cada autor com dois artigos publicados. E os autores
mais citados nesses trabalhos publicados estão Alexandre Assaf Neto e Altman
ambos com 7 citações, Gitman com 5 citações, Brigham, Matarazzo e Silva,
cada um com 4 citações e Fleuriet com 3 citações.
Tabela 3: Publicações em Capital de giro nos periódicos Nacionais Qualis/CAPES no período de 2008 a 2012.
Ano 2008 2009 2010 2011 2012 Total
RCF 0/31 0/28 0/18 0/20 0/21 0/118
RBE 0/23 0/23 0/25 0/23 0/23 0/117
RAP 0/45 0/51 0/50 2/71 0/61 2/278
ERA 0/17 0/22 0/26 0/33 1/32 1/130
BBR 0/18 0/18 1/18 0/18 0/24 1/96
BAR 0/23 0/30 0/28 0/27 0/35 0/143
RAC 0/73 1/65 0/102 0/88 1/59 2/387
FGV 0/54 0/48 0/50 0/65 0/61 0/278
CVR 0/24 0/24 0/24 0/24 0/24 0/120
RAM 0/67 0/49 0/48 1/50 0/56 1/270
RBFin 0/15 0/20 0/20 0/24 0/21 0/100
RBGN 0/24 0/24 0/23 0/24 0/23 0/118
RAUSP 0/26 0/26 0/28 1/28 0/52 1/160
RCO 0/26 1/24 0/24 0/24 0/24 1/122
REC 1/21 0/21 0/24 0/22 0/25 1/113
Total 1 2 1 4 2 10/2550
Fonte: Dados da Pesquisa, 2013.
25
3. Metodologia
3.1 Caracterização da Pesquisa
A pesquisa é classificada como descritiva, pois têm como objetivo
principal estabelecer um parâmetro de relações entre variáveis, sem, no
entanto, manipular esses dados. Vergara (2003, p. 47) define a pesquisa
descritiva da seguinte maneira:
A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também esclarecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para suas explicações.
De acordo com Chizzotti (2001), em uma pesquisa, pode-se utilizar da
abordagem qualitativa ou quantitativa, de acordo com os tipos de dados que
foram coletados e pela análise que se fará deles.
Neste trabalho, optou-se por uma abordagem quantiqualitativa. Sendo
assim, este trabalho não faz uso apenas de livros e artigos científicos, mas
principalmente de demonstrações econômico-financeiras, com dados extraídos
do site da BM&FBOVESPA.
3.2 Definição da Área
A área desta pesquisa compreende as companhias do setor econômico -
consumo cíclico, subsetores de tecidos, vestuários e calçados e o comércio
(tecidos, vestuário e calçados) que estão listadas na BM&FBOVESPA. A área
definida é composta por um total de 33 organizações. Conforme a Tabela 4
abaixo:
Tabela 4: Companhias listadas na BM&FBOVESPA
Setor Subsetor Segmento Amostra Companhias excluídas
Consum
o c
íclic
o
Com
érc
io
Tecid
os, vestu
ário e
calç
ados
BUETTNER TECEL S JOSE IND CATAGUAS Demonstrações não divulgadas
CEDRO TEKA NIKE
COTEMINAS RENAUX LOJAS HERING
DOHLER VICUNHA PETTENATI
Dados ausentes
ENCORPAR CIA HERING SPRINGS
FAB C RENAUX ALPARGATAS TEC BLUMENAU
GRAZZIOTIN VULCABRAS WEMBLEY
26
KARSTEN GRENDENE BOTUCATU TEX
GUARARAPES PENALTY MARISOL
SANTANENSE
AREZZO CO
SCHLOSSER LE LIS BLANC
RENNER LOJAS MARISA
Total 33 21 12
100% 63,64% 36,36%
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Do total de 33 companhias 12 foram descartadas, por dois motivos:
balanços não disponíveis e balanços com dados ausentes, conforme Tabela 8.
O período utilizado foi de 7 anos, entre 2006 a 2012. Esse período foi
escolhido pelo fato de que há um aproveitamento maior das empresas
utilizadas na pesquisa. Tendo em vista que inicialmente o período era de 2005
a 2012, mas nesse período teria uma quantidade muito grande de empresas
com dados ausentes e a amostra utilizada no trabalho seria menor.
3.3 Coleta de Dados
As informações foram coletadas através do site da BM&FBOVESPA,
onde foi possível coletar os balanços patrimoniais das companhias listadas na
tabela 8. Os balanços foram baixados no formato de arquivo xlsx (Planilha do
Microsoft Office Excel).
As informações coletadas foram organizadas em uma só planilha de
forma que fosse possível rodá-los no programa SPSS Statistics v19 para que
fosse possível analisar as informações.
Através do programa SPSS Statistics v19 foi possível calcular a
estatística descritiva das variáveis, fazer o teste de normalidade e fazer uma
matriz de correlação entre as variáveis.
3.4 Análise dos Dados
Os balanços patrimoniais coletados foram organizados e sintetizados em
planilhas, divididos por ano, entre 2006 a 2012. Foram utilizadas 21 empresas.
Após a organização da planilha com os balanços, foram calculadas as
variáveis utilizadas na pesquisa: CCL, ACF, ACO, NCG, PCF, PCO e o ST.
27
De posse das informações levantadas e organizadas, procedeu-se a
análise dos dados utilizando o software SPSS Statistics v19, por meio da
estatística descritiva, teste de normalidade e a matriz de correlação.
Logo depois foi realizada a classificação das empresas de acordo com o
Modelo de Fleuriet em relação ao seu tipo e situação: I (excelente), II (sólida),
III (insatisfatória), IV (péssima), V (ruim) e VI (arriscada). Em seguida os
indicadores encontrados foram comparados com o referencial teórico
apresentado sobre a Administração de Capital de Giro: aplicação do modelo de
Fleuriet no segmento de tecidos, vestuário e calçados das companhias listadas
na BM&FBovespa de 2006 a 2012.
.
28
4. Resultados 4.1 Resultado do Modelo Dinâmico Os balanços patrimoniais de cada empresa foram reclassificados de
acordo com a metodologia do modelo de Fleuriet ou análise dinâmica. O Ativo
foi reclassificado em Ativo Circulante Financeiro (ACF) e Ativo Circulante
Operacional (ACO), enquanto o Passivo foi reclassificado em Passivo
Circulante Financeiro (PCF) e Passivo Circulante Operacional (PCO).
O resultado dessa reclassificação é o Capital Circulante Líquido (CCL), a
Necessidade de Capital de Giro (NCG) e o Saldo de Tesouraria (T). Através da
interação entre CCL, NCG e T é possível calcular e classificar a situação
financeira da organização, em um dos seis tipos possíveis.
Foram analisadas 21 empresas das quais 8 foram classificadas com
predominância da situação financeira tipo 3, situação financeira insatisfatória, o
que corresponde a 38,1% do total. O segundo tipo de situação financeira mais
freqüente foi o tipo 2, situação sólida, com 7 ocorrências (33,3% do total). A
situação financeira tipo 5 foi a terceira com mais ocorrência, 6 empresas foram
classificadas com essa situação, correspondendo a 28,6% do total. As
situações financeiras dos tipos 1 e 4 ocorreram, mas não com predominância
apenas esporadicamente em alguns anos. Nenhuma empresa da amostra foi
classifica como tipo 6 no período.
Gráfico 1. Percentual das companhias em relação ao tipo de estrutura Fonte: Elaborado pelo autor.
33,338,1
28,6
0 0 00
10
20
30
40
50
II III V I IV VI
PERCENTUAL DAS COMPANHIAS EM RELAÇÃO AO TIPO DE ESTRUTURA
29
Ao analisar as empresas Alpargatas, Cia Hering, Dohler, Grazziotin,
Grendene, Guararapes e Renner, observa-se a predominância do tipo 2, isso
mostra que essas organizações são eficientes e eficazes na gestão do capital
de giro. De acordo com os dados analisados todos os índices (Capital
Circulante líquido, Necessidade de Capital de Giro e Saldo de Tesouraria)
dessas organizações estão positivos. Essa situação denota que essas
empresas possuem uma situação financeira sólida. As empresas que
obtiveram os melhores desempenhos foram a Alpargatas, Dohler, Grendene e
a Grazziotin que durante todo o período analisado de 2006 a 2012 mantiveram-
se 100% na estrutura tipo 2, dentre essas empresas as que se encontram em
melhores situações é a Alpargatas e a Grendene.
Tabela 5: Companhias classificadas na estrutura tipo II
ALPARGATAS 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 1.904.016 2.091.641 1.705.765 2.185.688 3.027.900 3.644.227 4.192.963
NCG 705.205 807.663 968.605 838.868 862.122 1.003.468 1.763.018
ST 894.578 891.713 71.136 274.291 1.420.634 1.764.223 1.865.984
CIA HERING 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 76.557 389.225 780.789 841.001 1.197.300 1.770.231 2.239.539
NCG -51.282 25.469 266.444 499.605 767.047 1.239.985 1.324.633
ST -143.380 48.494 242.331 133.178 378.063 514.121 924.584
DOHLER 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 639.432 660.556 769.198 772.025 704.111 724.610 775.838
NCG 291.344 222.780 286.519 313.665 394.829 577.266 555.939
ST 231.386 280.717 365.327 370.026 227.687 149.750 183.507
GRAZZIOTIN 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 287.330 350.883 416.295 467.519 524.523 540.901 583.378
NCG 280.748 326.404 335.815 202.699 247.532 322.103 346.463
ST 1.803 21.849 71.024 248.087 272.799 219.941 237.381
GRENDENE 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 3.754.451 4.185.828 4.704.355 4.941.960 5.389.123 6.146.027 6.129.388
NCG 1.045.430 939.472 1.304.045 1.137.400 1.668.172 1.718.749 2.483.919
ST 2.336.181 2.682.621 2.906.014 3.028.833 3.235.310 3.743.117 3.181.155
GUARARAPES 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 1.824.437 1.943.430 1.668.909 1.590.856 3.238.967 3.991.218 5.043.411
NCG 987.253 1.140.308 1.229.679 1.187.064 2.319.366 3.363.191 4.038.360
ST 631.054 586.679 139.856 -370.546 547.733 343.192 644.231
RENNER 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 1.189.762 1.193.311 1.302.053 1.648.993 2.485.035 3.614.184 3.673.158
NCG 112.478 375.170 907.653 490.892 673.095 2.037.286 1.914.204
ST 468.645 108.502 -575.661 -376.848 340.851 1.055.400 343.824 Fonte: Elaborado pelo autor.
30
Conforme demonstrado na Tabela 6, observa-se que as empresas
Cedro, Coteminas, Encorpar, Karsten, Penalty, Santanense, Vicunha e
Vulcabras, estão classificadas na estrutura financeira tipo 3. Isso quer dizer que
essas organizações são eficientes e ineficazes ou ineficientes ou eficazes na
gestão do capital de giro. Todas essas companhias apresentaram os índices de
Capital Circulante líquido e a Necessidade de Capital de Giro positivos e o
Saldo de Tesouraria negativo. Essa situação financeira é insatisfatória, mas em
princípio não se sustenta por muitos períodos.
Tabela 6: Companhias classificadas na estrutura tipo III
CEDRO 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 219.249 55.572 125.476 129.008 158.383 123.292 170.745
NCG 186.668 1.117 51.738 75.559 83.255 48.026 49.189
ST -209.295 -293.664 -168.827 -142.183 -413.341 -645.517 -508.383
COTEMINAS 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 5.339.739 5.764.818 4.196.345 3.124.928 3.192.237 3.816.055 2.879.988
NCG 2.629.338 3.064.302 1.612.988 1.845.297 2.222.323 2.219.808 1.820.045
ST 569.445 883.160 502.449 -183.973 -233.117 -668.517 -1.180.658
ENCORPAR 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 7.731 14.452 16.606 12.717 7.742 420 -2.963
NCG 8.341 8.137 7.144 8.873 6.144 1.888 8.904
ST -4.792 2.489 5.324 -1.151 -2.508 -17.055 -23.740
KARSTEN 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 375.885 351.602 325.494 329.993 292.084 29.271 83.971
NCG 274.431 261.352 184.749 198.544 189.350 -3.110 -18.860
ST -112.206 -7.688 -183.316 -220.237 -252.498 -473.253 -335.709
PENALTY 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -92.310 -34.912 30.831 164.615 280.638 300.049 364.600
NCG -177.227 -73.136 -15.827 101.822 222.700 251.415 277.788
ST -204.380 -175.197 -238.330 -148.090 -85.950 -171.813 -215.060
SANTANENSE 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 350.418 324.084 312.984 387.036 425.149 394.723 458.346
NCG 266.690 242.442 241.215 308.288 338.760 309.162 429.329
ST -69.836 -100.643 -105.625 -109.361 -83.757 -180.236 -97.720
VICUNHA 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 1.061.595 1.472.325 1.219.596 187.520 1.178.436 1.897.054 2.045.423
NCG 530.423 1.179.669 766.312 -531.320 704.738 1.176.210 899.277
ST -1.079.137 -183.012 -544.724 -843.263 -677.546 -352.646 -341.686
VULCABRAS 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 492.113 487.868 1.932.294 1.502.398 1.557.774 925.562 431.645
NCG 331.033 -429.571 840.565 585.023 995.540 687.200 244.761
ST -102.717 -326.762 274.550 -785.388 -824.299 -1.507.695 -1.753.861 Fonte: Elaborado pelo autor.
31
A Encorpar foi a única companhia classificada na estrutura tipo 3 em que
ocorre o fenômeno conhecido como “efeito tesoura”. O efeito tesoura ocorre
quando a Necessidade de Capital de Giro ultrapassa o Capital Circulante
líquido, conforme pode ser visualizado no Gráfico 2, onde a partir do ano de
2011 a Necessidade de Capital de Giro começa a ser maior do que o Capital
Circulante Líquido. Como pode ser observado no gráfico 2 com o decorrer dos
anos o Saldo de Tesouraria da Encorpar se tornou cada vez mais negativo,
isso quer dizer que a Encorpar está financiando a maior parte da NCG através
de créditos a curto prazo, piorando a liquidez da empresa.
Gráfico 2. Efeito Tesoura Encorpar Fonte: Elaborado pelo autor.
Como pode ser observado as empresas, Buettner, Fab Tecidos C
Renaux, Renaux, São José, Schlosser e Teka, foram classificadas na estrutura
tipo 5. De acordo com os dados analisados as organizações que foram
classificadas nessa estrutura tiveram os índices de Capital Circulante Líquido,
Necessidade de Capital de Giro e Saldo de Tesouraria negativos, isso mostra
que elas são ineficazes e ineficientes na gestão do capital de giro, mostrando
que elas estão com um alto risco, ou seja, em uma situação financeira
classificada como ruim. Durante todo o período analisado (2006 a 2012) essas
organizações se mantiveram com essa mesma estrutura.
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL 7.731 14.452 16.606 12.717 7.742 420 -2.963
NCG 8.341 8.137 7.144 8.873 6.144 1.888 8.904
ST -4.792 2.489 5.324 -1.151 -2.508 -17.055 -23.740
-30.000-25.000-20.000-15.000-10.000
-5.0000
5.00010.00015.00020.000
ENCORPAR
32
Tabela 7:Companhias classificas na estrutura tipo V
BUETTNER 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -170.495 -215.589 -353.807 -444.672 -281.508 -454.457 -495.018
NCG -226.368 -255.608 -387.965 -469.620 -298.895 -422.229 -430.858
ST -99.471 -96.661 -112.417 -143.759 -209.103 -243.451 -267.928
FAB TECIDOS 2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006
CCL -428.330 -305.026 -196.287 -217.139 -214.220 -150.675 -105.441
NCG -278.215 -191.103 -184.810 -227.717 -211.784 -146.513 -106.039
ST -80.364 -79.755 -103.541 -74.987 -84.655 -90.413 -71.177
RENAUX 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -216.967 -352.968 -463.302 -440.644 -312.258 -381.496 -657.953
NCG -226.105 -360.503 -477.202 -455.664 -317.576 -301.510 -530.604
ST -97.913 -161.551 -229.030 -259.164 -246.235 -260.322 -422.117
SÃO JOSÉ 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -177.236 -222.154 -263.454 -395.763 -450.274 -486.979 -521.370
NCG -191.720 -246.939 -359.068 -401.026 -424.610 -361.577 -370.608
ST -106.445 -101.700 -101.754 -98.965 -102.419 -98.965 -97.457
SCHLOSSER 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -207.960 -256.608 -260.781 -250.735 -189.663 -312.640 -460.257
NCG -212.163 -263.504 -269.376 -256.827 -182.741 -241.466 -413.992
ST -47.994 -53.799 -60.642 -55.029 -79.018 -62.425 -143.925
TEKA 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -1.333.466 -1.434.297 -1.734.626 -2.329.559 -2.375.470 -2.912.222 -2.693.965
NCG -1.313.181 -1.418.806 -1.721.031 -2.316.948 -2.314.322 -2.610.272 -3.228.267
ST -517.721 -485.783 -567.290 -582.610 -830.083 -934.269 -926.007 Fonte: Elaborado pelo autor.
Em todas as companhias classificadas na estrutura tipo 5 (Buettner, Fab
Tecidos C Renaux, Renaux, São José, Schlosser e Teka) ocorre o fenômeno
do “efeito tesoura”, conforme pode ser observado nos Gráficos 3, 4, 5, 6, 7 e 8.
A Necessidade de Capital de Giro de todas essas empresas ultrapassou o
Capital Circulante Líquido. E o Saldo de Tesouraria de todas essas
companhias estão cada vez mais negativos, isso quer dizer que essas
organizações estão financiando a maior parte da Necessidade de Capital de
Giro com créditos de curto prazo.
33
Gráfico 3. Efeito Tesoura Buettner Fonte: Elaborado pelo autor.
Gráfico 4. Efeito Tesoura Fab Tecidos C Renaux Fonte: Elaborado pelo autor.
Gráfico 5. Efeito Tesoura Schlosser Fonte: Elaborado pelo autor.
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -170.4 -215.5 -353.8 -444.6 -281.5 -454.4 -495.0
NCG -226.3 -255.6 -387.9 -469.6 -298.8 -422.2 -430.8
ST -99.47 -96.66 -112.4 -143.7 -209.1 -243.4 -267.9
-600.000-500.000-400.000-300.000-200.000-100.000
0Tí
tulo
do
Eix
o
BUETTNER
2012 2011 2010 2009 2008 2007 2006
CCL -428.33 -305.02 -196.28 -217.13 -214.22 -150.67 -105.44
NCG -278.21 -191.10 -184.81 -227.71 -211.78 -146.51 -106.03
ST -80.364 -79.755 -103.54 -74.987 -84.655 -90.413 -71.177
-450.000-400.000-350.000-300.000-250.000-200.000-150.000-100.000
-50.0000
FAB TECIDOS C RENAUX
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -207.96 -256.60 -260.78 -250.73 -189.66 -312.64 -460.25
NCG -212.16 -263.50 -269.37 -256.82 -182.74 -241.46 -413.99
ST -47.994 -53.799 -60.642 -55.029 -79.018 -62.425 -143.92
-500.000
-400.000
-300.000
-200.000
-100.000
0
SCHLOSSER
34
Gráfico 6. Efeito Tesoura São José Fonte: Elaborado pelo autor.
Gráfico 7. Efeito Tesoura Teka Fonte: Elaborado pelo autor.
Gráfico 8. Efeito Tesoura Renaux Fonte: Elaborado pelo autor.
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -177.23 -222.15 -263.45 -395.76 -450.27 -486.97 -521.37
NCG -191.72 -246.93 -359.06 -401.02 -424.61 -361.57 -370.60
ST -106.44 -101.70 -101.75 -98.965 -102.41 -98.965 -97.457
-600.000-500.000-400.000-300.000-200.000-100.000
0
SÃO JOSÉ
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -1.333. -1.434. -1.734. -2.329. -2.375. -2.912. -2.693.
NCG -1.313. -1.418. -1.721. -2.316. -2.314. -2.610. -3.228.
ST -517.72 -485.78 -567.29 -582.61 -830.08 -934.26 -926.00
-3.500.000-3.000.000-2.500.000-2.000.000-1.500.000-1.000.000
-500.0000
TEKA
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
CCL -216.96 -352.96 -463.30 -440.64 -312.25 -381.49 -657.95
NCG -226.10 -360.50 -477.20 -455.66 -317.57 -301.51 -530.60
ST -97.913 -161.55 -229.03 -259.16 -246.23 -260.32 -422.11
-700.000-600.000-500.000-400.000-300.000-200.000-100.000
0
RENAUX
35
4.2 Resultados dos Índices de liquidez
A liquidez indica a capacidade de pagamento das obrigações de uma
empresa a curto prazo no vencimento.
Os índices mais utilizados para medir a liquidez de uma organização
são: liquidez geral (LG), liquidez corrente (LC), liquidez seca (LS) e liquidez
imediata (LI).
4.2.1 Liquidez geral
A liquidez geral revela quanto à empresa possui em caixa e a realizar
para quitar suas dívidas com terceiros. Nesse aspecto recomenda-se que a
organização esteja sempre elevando esse índice a cada ano.
De acordo com a tabela 8 pode-se analisar que as empresas com os
maiores índices de liquidez geral são: Grendene, Cia Hering, Grazziotin,
Alpargatas, Dohler e Santanense.
A Grendene no período entre 2006 a 2012 elevou a sua liquidez geral
de 3,31 (2006) para 7,13 (2012), isso quer dizer que a cada R$ 1,00 da dívida
total, a empresa possui R$ 7,13 de ativos de curto e longo prazo. O mesmo
acontece com a Cia Hering e a Santanense, a primeira elevou a sua liquidez
geral de 0,61 em 2006 para 2,33 em 2012, já a segunda em 2006 tinha um
índice de 1,37 e conseguiu aumentá-lo para 2,35 em 2012.
A Grazziotin também se destaca em relação às demais organizações,
mesmo com a sua liquidez geral sendo reduzida a cada ano, em 2006 a
empresa tinha um índice de 3,16 e em 2011 caiu para 1,82, sendo que em
2012 ela conseguiu recuperar um pouco esse índice que ficou em 1,87. O
mesmo ocorre com a Alpargatas, que em 2006 tinha um índice de liquidez
geral de 2,20 e em 2008 caiu para 1,47 e a partir de 2009 voltou a recuperá-lo
ficando em 1,52, em 2012 esse índice já estava em 1,83.
A liquidez geral da Dohler também caiu, foi de 5,16 em 2006 para 2,11
em 2012, e ao contrário da Grazziotin e Alpargatas, a Dohler não conseguiu
elevar a sua liquidez geral em nenhum momento.
As empresas que tiveram os piores índices de liquidez geral foram:
Buettner, Encorpar, Fab Tecidos C Renaux, Renaux, São José, Schlosser e a
36
Teka. Com destaque negativo para a empresa Encorpar que no ano de 2007
chegou a ter um índice de liquidez geral de 16,58 e ao longo do período
estudado esse índice caiu bruscamente, chegando em 2012 a 0,44, ou seja,
em 2006 para cada R$ 1,00 da dívida total, a Encorpar tinha R$ 16,58 de ativos
de curto e longo prazo. Já em 2012 para cada R$ 1,00 da dívida total, a
empresa tinha R$ 0,44 de ativo de curto e longo prazo.
Tabela 8: Resultado da liquidez geral
EMPRESAS LÍQUIDEZ 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
ALPARGATAS LG 2,20 2,13 1,47 1,52 1,80 1,82 1,83
BUETTNER LG 0,76 0,70 0,63 0,72 0,79 0,27 0,24
CIA HERING LG 0,61 0,84 1,12 1,28 1,65 2,02 2,33
CEDRO LG 1,01 0,94 1,11 1,17 1,01 0,87 0,85
COTEMINAS LG 1,43 1,45 1,56 1,65 1,74 1,41 1,27
DOHLER LG 5,16 4,45 4,08 4,36 2,18 2,22 2,11
ENCORPAR LG 9,30 16,58 14,06 13,32 10,21 0,89 0,44
FAB TECIDOS C RENAUX LG 0,38 0,32 0,27 0,23 0,29 0,28 0,23
GRAZZIOTIN LG 3,16 3,36 3,68 3,75 3,01 1,82 1,87
GRENDENE LG 3,31 3,48 4,40 4,42 6,27 6,27 7,13
GUARARAPES LG 1,62 1,66 1,75 1,67 1,67 1,51 1,54
KARSTEN LG 1,33 1,38 1,18 0,93 0,85 0,73 0,62
PENALTY LG 0,44 0,48 0,57 0,64 0,89 0,90 0,91
RENAUX LG 0,21 0,20 0,20 0,20 0,28 0,31 0,24
RENNER LG 1,72 1,54 1,48 1,47 1,53 1,29 1,12
SANTANENSE LG 1,37 1,38 1,67 2,13 2,19 1,89 2,35
SÃO JOSÉ LG 0,30 0,27 0,33 0,08 0,07 0,06 0,03
SCHLOSSER LG 0,12 0,10 0,08 0,08 0,10 0,05 0,04
TEKA LG 0,32 0,31 0,26 0,18 0,22 0,16 0,28
VICUNHA LG 0,72 0,68 0,73 0,69 1,07 1,12 1,07
VULCABRAS LG 1,24 1,13 0,85 0,89 0,92 0,83 0,67
Fonte: Elaborado pelo autor.
4.2.2 Liquidez Corrente
Este é um dos índices financeiros mais comumente citados. Segundo
GITMAN (2002) ele mede a capacidade da empresa para satisfazer suas
obrigações de curto prazo.
De acordo com a tabela 9 as empresas que têm os melhores índices de
liquidez corrente são: Alpargatas, Cia Hering, Dohler, Grazziotin, Grendene,
Guararapes, Penalty, Santanense e Vicunha. Com destaque para Grendene
37
que desde 2006 tem uma liquidez corrente que pode ser considerada alta,
onde em 2006 tinha 6,96 de índice e em 2012 está com 7,17, ou seja, para
cada R$ 1,00 investido em 2012 a empresa tem R$ 7,17 de recursos correntes.
A Dohler também tem o índice de liquidez corrente alto em 2012 era de 4,67.
Já as empresas Buettner, Fab Tecidos C Renaux, Renaux, São José,
Schlosser e Teka, ao contrário das empresas citadas anteriormente estão com
o índice de liquidez corrente muito baixo. Entre as empresas que tem a liquidez
corrente mais baixa, a que tem o pior desempenho é a Schlosser que a cada
ano que se passa não consegue melhorar esse índice, em 2006 era de 0,17 e
em 2012 caiu para 0,01, isso quer que para cada R$ 1,00 investido em 2012 a
Schlosser só tem R$ 0,01 de recursos correntes.
As outras companhias mantêm-se em nível intermediário, ora
melhorando, ora piorando.
Tabela 9: Resultado da liquidez corrente
EMPRESAS LIQUIDEZ 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
ALPARGATAS LC 3,52 3,63 2,47 2,26 2,57 2,37 2,41
BUETTNER LC 0,55 0,48 0,34 0,23 0,35 0,17 0,15
CIA HERING LC 1,14 1,55 2,16 2,13 2,48 2,69 2,98
CEDRO LC 1,59 1,12 1,32 1,34 1,28 1,14 1,22
COTEMINAS LC 2,75 2,8 2,36 2,22 2,34 2,19 1,83
DOHLER LC 5,48 4,53 5,65 5,75 4,7 5,21 4,67
ENCORPAR LC 3,92 6,12 5,92 4,27 2,77 2,67 1,1
FAB TECIDOS C RENAUX LC 0,5 0,42 0,31 0,28 0,34 0,18 0,06
GRAZZIOTIN LC 3,43 3,34 3,65 3,68 3,34 3,12 3,02
GRENDENE LC 6,96 5,61 7,51 5,25 6,95 6,57 7,17
GUARARAPES LC 2,32 2,33 2,05 1,69 2,54 2,56 2,62
KARSTEN LC 2,31 2,87 1,81 1,71 1,57 1,06 1,14
PENALTY LC 0,77 0,89 1,09 1,63 2,31 1,94 2
RENAUX LC 0,24 0,22 0,22 0,27 0,41 0,45 0,28
RENNER LC 1,75 1,6 1,6 1,58 1,71 2,1 1,83
SANTANENSE LC 2,99 2,59 2,52 2,81 2,99 2,08 3,12
SÃO JOSÉ LC 0,34 0,29 0,34 0,08 0,07 0,06 0,03
SCHLOSSER LC 0,17 0,13 0,14 0,14 0,22 0,02 0,01
TEKA LC 0,2 0,21 0,16 0,1 0,2 0,14 0,34
VICUNHA LC 1,68 2,27 1,77 1,07 1,84 2,26 2,06
VULCABRAS LC 2,08 1,57 2,17 1,71 1,72 1,35 1,15
Fonte: Elaborado pelo autor.
38
4.2.3 Liquidez Seca
O índice de liquidez seca é semelhante ao índice de liquidez corrente,
com a única diferença que os estoques são excluídos dos ativos circulantes da
empresa.
Ao analisar a tabela 10, observa-se que as organizações com melhores
índices de liquidez seca são: Alpargatas, Cia Hering, Dohler, Grazziotin,
Grendene, Guararapes, Santanense e Vicunha. A Dohler e a Grendene são as
organizações que obtiveram índices de liquidez seca considerado alto, a
primeira em 2012 está com o índice de liquidez seca de 4,65 e a segunda no
mesmo ano obteve o índice de 7,16, isso quer dizer que se a Grendene
parasse de vender, conseguiria pagar R$ 7,16 de suas dívidas com as contas
do disponível, aplicações financeiras, entre outras contas.
As empresas que obtiveram os piores índices de liquidez seca foram,
Buettner, Fab Tecidos C Renaux, Renaux, São José, Schlosser e a Teka.
Destacando-se a Schlosser com o pior resultado entre todas as empresas,
ficando em 2012 com um índice de 0,01, considerado muito baixo.
Tabela 10: Resultado da liquidez seca
EMPRESAS LIQUIDEZ 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
ALPARGATAS LS 3,52 3,63 2,47 2,26 2,56 2,34 2,39
BUETTNER LS 0,55 0,48 0,34 0,23 0,35 0,17 0,15
CIA HERING LS 1,14 1,55 2,16 2,13 2,48 2,69 2,98
CEDRO LS 1,59 1,12 1,32 1,34 1,28 1,13 1,21
COTEMINAS LS 2,75 2,8 2,36 2,22 2,34 2,19 1,83
DOHLER LS 5,48 4,53 5,65 5,75 4,7 5,19 4,65
ENCORPAR LS 3,92 6,12 5,92 4,27 2,77 2,67 1,1
FAB TECIDOS C RENAUX LS 0,5 0,42 0,31 0,28 0,34 0,18 0,06
GRAZZIOTIN LS 3,43 3,34 3,65 3,68 3,34 3,09 2,99
GRENDENE LS 6,96 5,61 7,51 5,25 6,94 6,55 7,16
GUARARAPES LS 2,32 2,33 2,05 1,69 2,54 2,56 2,62
KARSTEN LS 2,31 2,87 1,81 1,71 1,57 1,05 1,13
PENALTY LS 0,77 0,89 1,09 1,63 2,29 1,87 1,97
RENAUX LS 0,24 0,22 0,22 0,27 0,41 0,45 0,28
RENNER LS 1,75 1,6 1,6 1,58 1,71 2,1 1,83
SANTANENSE LS 2,99 2,59 2,52 2,81 2,99 2,08 3,12
SÃO JOSÉ LS 0,34 0,29 0,34 0,08 0,07 0,06 0,03
39
SCHLOSSER LS 0,17 0,13 0,14 0,14 0,22 0,02 0,01
TEKA LS 0,2 0,21 0,16 0,1 0,2 0,14 0,34
VICUNHA LS 1,68 2,27 1,77 1,07 1,84 2,25 2,05
VULCABRAS LS 2,08 1,57 2,17 1,71 1,69 1,26 1,11
Fonte: Elaborado pelo autor.
4.2.4 Liquidez Imediata
O índice de liquidez imediata expressa a fração de reais que a empresa
dispõe de imediato para saldar cada R$ 1,00 de suas dívidas.
Ao analisar a tabela 11, observa-se que apenas duas empresas têm
índices de liquidez imediata com tendência desejável que foram a Grendene e
a Dohler. As demais 19 empresas tiveram os índices de liquidez imediata
abaixo do nível desejado. Destacando-se a Fab Tecidos C Renaux, São José e
Teka que no período de 2006 a 2012 obtiveram um índice de liquidez imediata
de 0,0 em todos os anos.
Observa-se que este índice é pouco utilizado, pois normalmente, as
organizações procuram não investir em recursos de aplicações imediatas.
Tabela 11: Resultado da liquidez imediata
EMPRESAS LIQUIDEZ 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
ALPARGATAS LI 1,36 1,29 0,41 0,59 0,99 1,01 0,87
BUETTNER LI 0,01 0,02 0,02 0,01 0 0 0
CIA HERING LI 0,04 0,51 0,79 0,5 0,61 0,61 0,89
CEDRO LI 0,08 0,11 0,19 0,14 0,12 0,08 0,12
COTEMINAS LI 0,6 0,57 0,58 0,3 0,22 0,32 0,21
DOHLER LI 2 2,03 2,68 2,7 1,6 1,2 1,27
ENCORPAR LI 0,32 1,03 2,24 0,51 0,31 0,12 0,18
FAB TECIDOS C RENAUX LI 0,04 0 0 0 0 0 0
GRAZZIOTIN LI 0,1 0,13 0,39 1,41 1,25 0,92 0,88
GRENDENE LI 4,24 3,5 4,52 3,09 3,9 3,92 3,54
GUARARAPES LI 0,49 0,46 0,22 0,11 0,36 0,33 0,38
KARSTEN LI 0,11 0,23 0,15 0,12 0,15 0,07 0,15
PENALTY LI 0,09 0,02 0,02 0,05 0,09 0,09 0,13
RENAUX LI 0,01 0 0,01 0,01 0,03 0,01 0
RENNER LI 0,53 0,37 0,09 0,32 0,53 0,6 0,47
SANTANENSE LI 0,05 0,07 0,08 0,06 0,11 0,08 0,05
SÃO JOSÉ LI 0 0 0 0 0 0 0
SCHLOSSER LI 0,01 0 0,01 0 0,01 0 0
TEKA LI 0 0 0 0 0 0 0
40
VICUNHA LI 0,19 0,12 0,18 0,21 0,18 0,31 0,46
VULCABRAS LI 0,26 0,53 0,38 0,21 0,13 0,05 0,06
Fonte: Elaborado pelo autor.
4.3 Resultado de Estatística Descritiva
A estatística descritiva é a etapa inicial da análise para descrever,
organizar e resumir os dados coletados. A estatística descritiva permite ao
pesquisador descrever de forma significativa muitos resultados através de um
número reduzido de índices.
A tabela a seguir mostra a análise descritiva que foi realizada com 588
observações.
Tabela 12: Resultado da estatística descritiva
Variável Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão C.V. Enviesamento Curtose Ex.
CCL 219376 87240 -764756 1,65E+06 431336 1,9662 1,13752 1,34098
ACF 120879 12882,5 5 1,18E+06 219887 1,8191 2,50505 6,09622
ACO 330591 136629 469 1,87E+06 399543 1,2086 1,49092 1,58757
PCF 99926 52889 0 741650 118830 1,1892 1,88143 3,56712
PCO 165007 80790 344 983562 179100 1,0854 1,53813 1,94564
NCG 165584 93170,5 -901251 1,22E+06 287902 1,7387 0,737587 1,41519
ST 20953 -22987 -475338 1,01E+06 211764 10,107 2,13758 6,45742
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Ao analisar a Tabela 12, obtiveram-se as médias de CCL (219.376),
ACF (120.879), ACO (330.591), PCF (99.926), PCO (165.007), NCG (165.584)
e ST (20.953), com 588 observações. A mediana corresponde ao ponto numa
distribuição em que tanto acima como abaixo existem 50% dos resultados, ou
seja, a mediana é o ponto médio. Levando em consideração esse conceito
obtiveram-se os seguintes resultados para mediana: CCL (87.240), ACF
(12.882,5), ACO (136.629), PCF (52889), PCO (80.790), NCG (93.170,5) e ST
(-22.987).
O desvio padrão mostra o quanto de dispersão ou variação existe em
relação à média. De acordo com a Tabela 12 todos os desvios padrões são
altos, isso quer dizer que os dados estão espalhados por uma gama de
valores. Os resultados dos coeficientes de variação que estão na Tabela 12
são baixos, isso indica grande representatividade da média.
41
Uma distribuição é enviesada se as observações estão distribuídas de
forma não simétrica. Na Tabela 12 todos os enviesamentos são positivos, isso
quer dizer que a uma distribuição onde existem mais observações à esquerda
da média.
A curtose mede o grau de achatamento da curva. Ao analisar a Tabela
12, observa-se que a curtose de todas as variáveis são maiores que 1, isso
significa que a curva não é mesocúrtica (curva normal).
4.4 Resultado do Teste de Normalidade
O teste de Jarque-Bera tem como hipótese nula a normalidade. Assim,
se o p-valor for menor do que 5% (ou 10%), p<0,05 (p<0,10), então o autor
rejeita a normalidade. Já se p>0,05, se aceita a normalidade.
Tabela 13: Resultado do teste de normalidade
VARIÁVEL TESTE DE JARQUE-BERA P – VALUE
ACF 1525,49 0,00
ACO 279,588 1,94E-61
CCL 170,864 7,90E-38
NCG 102,383 5,86E-23
PCF 658,646 9,48E-144
PCO 324,598 3,27E-71
ST 1469,4 0,00
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Ao analisar a Tabela 13, pode ser obeservado que o P-Value de todas
as variáveis são zero ou aproximam-se muito de zero, isso quer dizer que o
teste rejeita a normalidade.
4.5 Resultado da Matriz de Correlação
A análise correlacional indica a relação entre 2 variáveis lineares e os
valores sempre serão entre +1 e -1. O sinal indica a direção, se a correlação é
positiva ou negativa, e o tamanho da variável indica a força da correlação.
Tabela 14 - Coeficientes de correlação, usando todas as observações 1 - 588 5% valor crítico (bilateral) = 0,0809 para n = 588
CCL ACF ACO PCF PCO NCG ST
CCL 1,0000 0,8513 0,8095 0,3333 0,3871 0,8826 0,6969
ACF 1,0000 0,5886 0,3373 0,3921 0,5730 0,8491
ACO 1,0000 0,6780 0,7604 0,9147 0,2308
42
PCF 1,0000 0,6385 0,5436 -0,2109
PCO 1,0000 0,4332 0,0488
NCG 1,0000 0,2899
ST 1,0000
Fonte: Dados da pesquisa, 2013.
Ao analisar a Tabela 14, observa-se que o CCL tem uma forte
correlação com o ACF, ACO e o NCG. O ACF tem forte correlação apenas com
o ST e tem correlação moderada com o ACO, PCF, PCO e o NCG. O ACO tem
correlação forte com o PCO e o NCG e tem uma correlação fraca com o ST. O
PCF tem correlação moderada com o PCO e o NCG e correlação fraca com o
ST. O PCO tem correlação moderada com o NCG e correlação fraca com o ST.
O NCG tem uma correlação fraca com o ST.
43
5. Considerações Finais
O objetivo geral desse estudo consistiu em Analisar o desempenho do
capital de giro do segmento de tecidos, vestuário e calçados das companhias
listadas na BM&FBovespa no período entre 2006 a 2012, empregando as
medidas de estruturas financeiras CCL, NCG e ST com o modelo de Fleuriet.
As análises tradicional e dinâmica foram utilizadas com o objetivo de
determinar se o resultado dessas análises consegue realmente traduzir a
situação econômico-financeira dessas organizações. Para isso, foi selecionada
uma amostra de 21 empresas listadas da BM&FBovesba.
Os demonstrativos econômicos e financeiros foram coletados,
agrupados e analisados. Logo em seguida, foram realizados vários cálculos
necessários para a criação dos indicadores processados nas análises durante
todo o desenvolvimento da pesquisa.
Dentro da amostra de empresas no período de 2006 a 2012, observa-se
que na análise tradicional a Grendene e a Dohler possuem os melhores
desempenhos em relação as suas situações financeiras e que na análise
dinâmica as empresas que obtiveram os melhores resultados foram a
Alpargatas e a Grendene. Sendo que a Grendene ficou na liderança do
segmento de tecidos, vestuário e calçados.
Por outro lado, as empresas que obtiveram os piores resultados medido
pelas análises tradicional e dinâmica foram a Fab Tecidos C Renaux, São
José, Schlosser e Teka.
Espera-se, contudo, que essa pesquisa possa mostrar à sociedade a
importância da administração financeira para as organizações. Além disso, os
elementos produzidos durante o desenvolvimento deste trabalho constituem
banco de dados, para servirem de pesquisa para trabalhos futuros.
5.1 Limitações da Pesquisa
Este trabalho limita-se a analisar o desempenho do capital de giro do
segmento tecidos, vestuário e calçados das companhias listadas na
BM&FBovespa no período entre 2006 a 2012, empregando as medidas de
estruturas financeiras CCL, NCG e ST com o modelo de Fleuriet.
44
Para esta pesquisa foram utilizados dados reais das companhias em
estudo, sendo que os dados foram coletados do site da BMF&Bovespa.
5.2 Sugestões para Trabalhos Futuros
Como sugestão para trabalhos futuros sugere-se, mensurar a
importância da variação (∆) das variáveis PELP, PL, ARLP, AP, Receita Bruta
(RB), Ciclo Financeiro na variação (∆) de ST, de modo a determinar quem de
fato influencia nas suas oscilações. Por meio de regressão linear, respeitando
as condições de linearidade, ausência de autocorrelação serial, normalidade
dos resíduos, baixa multicolinearidade entre as variáveis independentes e
homocedasticidade da variância ao longo do tempo, com a equação abaixo:
∆ST = Constante + β1*∆ELP+β2*∆PL – β3*∆ARLP – β4*∆AP – β5*∆RB –
β6*∆CF.
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Referências
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10. SANVICENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
11. SAVYTZKY, Taras. Análise de balanços: método prático, análise com 5 índices básicos. 5ª Ed. Paraná: Juruá, 2010.
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