Universidade Federal Mato Grosso
Instituto de Saúde Coletiva
Graduação de Saúde Coletiva
Weidilene de Moraes Assunção
Caracterização de uma Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) no município de Cuiabá.
Cuiabá
2014
Caracterização de uma Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) no município de Cuiabá
Weidilene de Moraes Assunção
Trabalho de Conclusão apresentado à
disciplina Trabalho de Conclusão -
TCIII como requisito parcial e
obrigatório para obtenção do grau de
Bacharel em Saúde Coletiva.
Orientadora: Profª Janil Leite de Oliveira
Cuiabá
2014
DEDICATÓRIA
A minha família a qual amo demasiadamente e nem sempre digo-lhes com as palavras.
Ao meu saudoso avô Sebastião Augusto de Moraes, que dedicou a mim e a meus irmãos
a atenção fraternal e o amor que se faz vivo em todo momento.
A minha mamãe Laudicéia Augusta, mulher simples, zelosa, dedicada em ser a melhor
mãe do mundo e ao meu pai Antonio Pires.
Aos meus irmãos, Uliane de Moraes e Welton Jonata de Moraes pelo laço de união.
Aos docentes, técnicos, discentes e colegas da graduação e do Instituto de Saúde
Coletiva que durante esta formação foram parceiros e que também acreditam num novo
caminho para área da saúde.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS, pelas suas bênçãos e pelo seu amor na minha vida.
Aminha família, principalmente a minha mamãe e aos meus irmãos.
Aos docentes, técnicos, discentes do Instituo de Saúde Coletiva e aos colegas da turma
com os quais estive durante a graduação, e que em muitos momentos aplicaram esforços
conjuntos para esta conquista.
As colegas Elizabete Silvana, Lúcia Stela e o colega Gilmar Pires Francisco com quem
estreitei vínculos que se fortaleceram e se transformam em amizades verdadeiras.
A minha querida orientadora Professora Janil Leite de Oliveira, que dedicou seu tempo
com paciência e atenção para minha orientação e também suas orações.
A Professora Marina Atanaka pela contribuição e encorajamento para vencer as etapas.
A Coordenação Administrativa da Unidade de Pronto Atendimento UPA 24h, na pessoa
da Senhora Enedil, pela autorização para realização do estudo na unidade.
Fortaleço a Deus minha gratidão pelas oportunidades nesta formação e a todos aqueles
que colaboraram para esta conquista.
ASSUNÇÃO; W. M.. Caracterização de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
no município de Cuiabá. 60 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Saúde
Coletiva) – Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá,
2014.
RESUMO
O estudo realizado na Unidade de Pronto atendimento - UPA 24h da Morada do Ouro
foi de caracterização da unidade implantada a partir do que se preconiza a legislação
vigente sobre UPA no serviço de urgência/emergência, a fim de demonstrar como a
proposta da estratégia do serviço de atendimento pré-hospitalar tipo UPA 24h tem
caminhado desde o início do seu funcionamento. Foi descrito a estrutura física, fluxos,
dimensionamento e organização assistencial a partir do levantamento na unidade, assim
como a identificação dos registros por tipos de atendimentos realizados e pelos
atendimentos com classificação de risco por cores realizados do mês de junho de 2013 a
abril de 2014 com base nos consolidados mensais da unidade estudada. Os resultados
demonstraram que a unidade estudada está em conformidade com a legislação para o
funcionamento deste tipo de serviço e ainda atende a estratégia de mecanismo da rede
de urgência/emergência como unidade de pronto atendimento e serviço de retaguarda na
rede de atenção à saúde.
Palavras-chave: Caracterização, UPA, Unidade de Pronto Atendimento, Urgência e
Emergência, Serviço de saúde, Atendimentos, Classificação de risco.
ASSUNÇÃO; W. M. Caracterização de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
no município de Cuiabá. 60 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Saúde
Coletiva) – Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá,
2014.
ABSTRACT
The study in the Emergency Support - UPA 24h Address of Gold was to characterize
the implanted unit from which the current legislation calls on UPA in urgent /
emergency service, to demonstrate how the proposed service strategy of prehospital
type 24h UPA has walked since the beginning of its operation. Physical structure, flow,
and sizing relief organization from the survey unit was described, as well as the
identification of records by type of care provided and the care with risk classification by
colors made from June 2013 to April 2014 based on monthly consolidated unit of
estudada.Os results showed that the studied unit complies with the rules for the
operation of this type of service and still meet the strategy of urgent / emergency
network mechanism as health care unit and service rear in the health care network.
Keywords: Characterization, UPA, Emergency Unit, Emergency Department, Health
Service, Appointments, Risk rating.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... 9
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... 10
LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................... 11
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 15
3. OBJETIVOS............................................................................................................ 16
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 16
3.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 16
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................... 17
4.1 Política de saúde - Sistema Único de Saúde (SUS) ......................................... 17
4.2 Modelo de Atenção em Saúde ......................................................................... 17
4.3 Política de Urgência e Emergência .................................................................. 19
4.4 A rede de serviços em Cuiabá .......................................................................... 23
5 METODOLOGIA ................................................................................................... 25
5.1 Tipo de Estudo ................................................................................................. 25
5.2 Local de Estudo ............................................................................................... 25
5.4 Processamento e Análise dos Dados ................................................................ 28
5.5 Aspectos Éticos ..................................................................................................... 29
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 30
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 47
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 49
9.1 Autorização para realização do estudo ................................................................. 52
9.2Formulário de Consolidado Mensal da unidade de estudo, jan. 2014 ................... 53
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Planta demonstrativa de Setorização e Fluxos da UPA 24h Porte III ............. 35
Figura 2. Quantitativo por Tipo de Atendimentos da UPA 24h, segundo mês nos anos
de 2013 e 2014. ............................................................................................................... 43
Figura 3. Atendimentos com Classificação de Risco da UPA 24h 2013/2014. ............. 46
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Rede de serviços Próprios por regionais. SUS/Cuiabá, 2013 ........................ 26
Tabela 2. Lista de Mobiliário, equipamentos, materiais para UPA Porte III. ................ 36
Tabela 3. Funcionários no CNES vinculados a UPA 24h da Morada do Ouro de Cuiabá
- MT, 2014 ...................................................................................................................... 40
Tabela 4. Atendimentos com Classificação de Risco por Cores da UPA 24h por
competência/mês 2013 ................................................................................................... 45
Tabela 5. Atendimentos com Classificação de Risco por Cores da UPA 24h por
competência/mês 2014 ................................................................................................... 45
11
LISTA DE ABREVIATURAS
ACCR – Acolhimento com Classificação de Risco.
CFM – Conselho Federal de Medicina.
ECG – Eletrocardiograma.
ESF – Estratégia de Saúde da Família.
HUJM – Hospital Universitário Júlio Muller.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
MS – Ministério da Saúde.
PEET – Programa de Enfrentamento as Emergências e Traumas.
PNAU – Política Nacional de Atenção ás Urgências.
RUE – Rede de Urgência e Emergência.
SADT – Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico.
SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SMS – Secretaria Municipal de Saúde .
SUS – Sistema Único de Saúde.
UPA – Unidade de Pronto Atendimento.
USF – Unidade de Saúde da Família.
12
1. INTRODUÇÃO
A Política Nacional de Saúde, lei orgânica nº 8080/90, orienta a estruturação do
modelo de saúde em um sistema hierarquizado, descentralizado e regionalizado,
propondo o trabalho em rede de atenção, de maneira a integrar os níveis hierárquico,
considerando que para integralidade da atenção em saúde faz-se necessário conhecer as
demandas e necessidades locais para um instrumentalizar o planejamento em saúde.
Deste modo, pela Portaria MS/GM n° 4.279, de 30 de dezembro de 2010,
estabeleceu-se diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
E pela Portaria MS/GM n° 1.600, de 7 de julho de 2011 foi reformulada a
Política Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no
Sistema Único de Saúde (SUS).
Assim, o Ministério da Saúde lançou, em 2002, a Política Nacional de Urgência
e Emergência com o intuito de estruturar e organizar a rede de atenção às urgência e
emergência no país.
Conforme o Ministério da Saúde (2002), a área de Urgência e Emergência
constitui-se um importante componente da assistência à saúde, considerando o
crescimento da demanda por serviços nesta área nos últimos anos, devido ao aumento
do número de acidentes e da violência urbana.
Devido a crescente demanda pelos serviços e assistência de atendimento pré-
hospitalar na atenção secundária, esta rede tornou-se responsável por realizar
articulação, integrar e regular os equipamentos de saúde, da atenção básica ao nível de
média e alta complexidade, de forma a contribuir na ampliação e na qualificação do
acesso humanizado e integralizado aos usuários do sistema de saúde em situação de
urgência/emergência nos serviços de saúde de forma ágil e oportuna (BRASIL, 2002).
De acordo com a Política Nacional de Urgência e Emergência, Portaria n.º2048
de 5 de novembro de 2002, a qual traz a proposta da implantação de unidades não-
hospitalares de atendimento às urgências que objetiva prestar assistência adequada ao
primeiro nível de assistência da média complexidade, para executar atendimento pré-
13
hospitalar resolutivo: organizando os fluxo dos serviços de atendimento de
urgência/emergência; reduzindo a sobrecarga das unidade de pronto atendimento
hospitalar de alta complexidade; atendendo demandas das unidades da saúde da família
quando não estão em funcionamento, a noite e nos finais de semana como retaguarda ao
serviço das unidade de atenção básica.
Em 2009, por meio da Portaria nº 1020 de 13 maio, estabeleceram-se diretrizes
para a implantação do componente pré-hospitalar fixo, de unidades não-hospitalares,
para a organização de redes locorregionais de atenção integral às urgências, de forma a
atender às necessidades assistenciais e garantir atendimento de urgência oportuno e
qualificado na conformação de Redes Regionalizadas de Atenção à Saúde (RAS)
(BRASIL, 2009).
Para organização desta rede institui-se, pela Portaria MS/GM nº 1.601, de 7 de
julho de 2011, a implantação dos componentes pré-hospitalares fixos da rede de atenção
integral às urgências a qual é composta pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA
24h) e as Salas de Estabilização (SE) e também o Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (BRASIL, 2011).
As Unidades de Pronto Atendimento (UPA), componente na rede de urgência e
emergência, constituem-se como estratégias para a assistência em saúde às situações de
emergências agudas e crônicas, destinada ao atendimento as urgências/emergências,
bem como para o atendimento não emergencial em retaguarda às unidade de saúde da
família, como forma de garantir os princípios do Sistema Único de Saúde, como a
universalidade a integralidade e a equidade, também os princípios organizativos de
descentralização, hierarquização e regionalização em saúde (BRASIL, 2006).
No âmbito da gestão e planejamento em saúde e como estabelece a Política
Nacional de Urgência e Emergência, a implantação das unidades de pronto atendimento
(UPA 24h) como estratégia da rede de urgência e emergência, propõe resolver o gargalo
da atual situação de saúde onde é observada uma expressiva demanda às unidades de
serviços de pronto atendimento, prontos socorros nos serviços hospitalares.
Na organização dos serviços de saúde de média complexidade, o gargalo é
demonstrado pela sobrecarga nos atendimentos de saúde, onde se destaca as demandas
agudas e o aumento do número de acidentes e da violência urbana, porém há também o
aspecto da resolutividade dos serviços de saúde da atenção básica, que é uma das
14
necessidades em saúde apontada como situação problema na organização da rede de
saúde.
Com a proposta de implantação desta estratégia de atendimento pré-hospitalar
tipo UPA, se pretende reorganizar o fluxo dos serviços de saúde de maneira a reduzir as
filas para o atendimento e desafogar as portas de entrada no nível de alta complexidade
por demanda que não caracteriza a necessidade do atendimento a nível de
urgência/emergência, sendo possível ser resolvida pela atenção básica ou mesmo na
rede de atenção em saúde, não necessariamente em serviços de pronto atendimento
destinados a assistência de urgência/emergência.
Como ressalta a política nacional de atenção às urgências, isto explicita que a
organização estrutural dos serviços de saúde são reflexos também das formas
organizativas e do planejamento em saúde que implica diretamente na rede assistencial,
e consequentemente na qualidade da prestação de serviço.
Assim, considerando que a estruturação do serviço assistencial e as formas de
gestão e planejamento em saúde fatores que implicam decisivamente para a organização
de serviços disponibilizados para o atendimento à população, observasse que a média
complexidade, devido ao nível da densidade tecnológica ou mesmo por ser componente
regulador da assistência seja direta ou especializada tem transformado esta área numa
das mais problemáticas do sistema de saúde.
Desta maneira, entende-se que a gestão e o planejamento são essenciais para que
se atenda aos princípios da política nacional de saúde no que tange a responsabilidade
de cumprir a legislação em saúde em relação ao modelo de atenção as causas e
condições agudas em saúde.
15
2. JUSTIFICATIVA
Como graduanda do curso de Saúde Coletiva, na expectativa da prática
sanitarista, utilizando-se da unidade de serviço como observatório do sistema e da saúde
da população, na possibilidade da elaboração de estudos sobre a rede e o serviço de
saúde que contribuam para a avaliação e planejamento da atenção integral às urgências,
bem como de todo o sistema de saúde, chamou a atenção o fluxo da demanda de
atendimento da unidade de pronto atendimento UPA 24hs no município de Cuiabá.
A Unidade de Pronto Atendimento - UPA 24h da Morada do Ouro no município
de Cuiabá é a primeira unidade deste tipo de serviço de saúde do componente pré-
hospitalar implantada na proposta da Política Nacional de Atenção às Urgências
(PNAU) e da Rede de Urgência/Emergência (RUE).
Observando a rotina de atendimento da unidade, nota-se que o serviço realiza
atendimentos de urgência/emergência, porém também absorve uma grande demanda de
atendimentos em saúde que no tocante à legislação orienta que deveriam ser assistidos
pela Estratégia da Saúde Família (ESF) na atenção básica e por outros serviços de
saúde.
Considerando que a saúde deve ser garantida por meio de políticas públicas e
que o planejamento e a gestão pode ser a força executora de tais políticas, este trabalho
busca caracterizar o perfil da demanda de atendimento da Unidade de Pronto
Atendimento UPA 24h – Região Norte do município de Cuiabá – MT, de forma
demonstrar como a estratégia de atendimento pré-hospitalar que compõe a rede de
atenção secundária tem caminhado na perspectiva pela proposta da Política Nacional de
Atenção às Urgência e da Rede de Urgência/emergência (RUE).
A caracterização do perfil da demanda de atendimento na UPA 24h de Cuiabá
possibilitará à gestão e planejamento de saúde e avaliação implementação de ações
programáticas de promoção e prevenção, por conseguinte, subsidiará para a
reorganização dos serviços e a implantação de novas unidades, bem como ainda pode
contribuir para avaliação da rede de serviços de saúde de urgência e emergência para o
planejamento das ações de saúde municipais referente a esta rede de atenção em saúde.
16
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Caracterizar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Região Norte do município do
Cuiabá quanto à estrutura (física e de pessoal) e perfil da demanda de atendimento, nos
anos de 2013 e 2014.
3.2 Objetivos específicos
1. Descrever a estrutura física, a setorização, o dimensionamento e organização
assistencial de pessoal da unidade;
2. Identificar os atendimentos de urgência/emergência, clínicos e pediátricos da
unidade;
3. Caracterizar o atendimento a partir dos atendimentos com Classificação de
Risco por cores.
17
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 Política de saúde - Sistema Único de Saúde (SUS)
Ao longo do processo histórico-social da assistência em saúde a Política de
saúde configurada na Lei nº 8080/90 é resultado de lutas e conquistas num contexto
socioeconômico do país.
A saúde é um direito constitucional, universal, devendo o Estado ser provedor,
garantindo mediante a reformulação e execução de políticas públicas, sociais e
econômicas afim que se reduza os danos, riscos de doenças e de outros agravos.
A política nacional da saúde, lei n.º 8.080/1990 dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências, já a lei n.º 8.142/90 estabelece sobre
financiamento, participação e controle social da referente política de saúde.
Essa legislação regula em todo o território nacional, as ações e serviços de
saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por
pessoas naturais ou jurídicas de direito público e/ou privado.
O conjunto de ações e serviços de saúde, são prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo poder público, possuindo a iniciativa privada participação no
SUS de forma complementar, de maneira a contemplar que todos os indivíduos possua a
atenção e assistência em saúde (BRASIL, 1990).
4.2 Modelo de Atenção em Saúde
Modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza o funcionamento
das redes de atenção à saúde, articulando, de forma singular, as relações entre os
componentes da rede e as intervenções sanitárias, definido em função da visão
18
prevalecente da saúde, das situações demográfica e epidemiológica e dos determinantes
sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e em determinada sociedade
(MENDES, 2011).
A Constituição brasileira, ao estabelecer o SUS como um sistema único com os
princípios doutrinários de universalidade, integralidade e equidade, e por conseguinte os
princípios organizativos em rede (descentralizada), regionalizada, hierarquizada e
participação social, definiu portanto, o modelo de atenção à saúde e a sua forma
organizativa.
O modelo do sistema de saúde no Brasil é centrado na hierarquização das ações
e serviços de saúde por níveis de complexidade (SANTOS, 2011).
A forma organizativa e o modelo de atenção à saúde estão definidas
constitucionalmente no art. 198 da Constituição Federal, e legalmente nos arts. 8º e
7º,II, da Lei 8.080/90 que determina a integração dos serviços públicos das esferas de
governo em redes de atenção à saúde.
Desta forma, a hierarquização do sistema de saúde se compõe da atenção básica,
secundária e terciária ou de média e alta complexidade. Por este modelo de atenção à
saúde, a atenção básica é a principal porta de entrada no sistema, a qual também deve
ser a ordenadora das demandas em saúde.
A atenção básica, por meio das unidades básicas de saúde, unidade de saúde da
família (USF) ou estratégias de saúde da família (ESF), deveria resolver a maior parte
das necessidades de saúde dos usuários e ordenar a demanda por serviços de média ou
maior complexidade, organizando os fluxos da continuidade da atenção ou do cuidado,
sendo este papel essencial da atenção básica, tanto a resolução dos casos, quanto o
referenciamento do usuário para outros níveis (SANTOS, 2011).
Já atenção secundária ou média complexidade que é intermediária entre a
atenção básica e atenção terciaria em saúde, possui também o papel regulador de fluxos,
principalmente nos caso de urgência e emergência (BRASIL, 2002).
Neste nível da hierarquia de serviços, é disponibilizado a utilização de densidade
tecnologia que não é aplicada na atenção básica. Na atenção secundária os serviços são
prestados por unidades ambulatoriais, clínicas especializadas, laboratórios, serviços de
apoio e diagnóstico e mais recentemente pelo serviço móvel de atendimento de
urgência, salas de estabilização e as unidades de pronto atendimentos 24h.
19
No nível de alta complexidade, atenção terciária em saúde, os serviços são
prestados em complexos hospitalares, hospitais gerais, prontos socorros e instituições
especializadas com maior densidade tecnológica para diagnose, tratamentos e
reabilitação.
Entende-se que a organização dos níveis hierárquicos e a forma como se
estrutura a rede de serviços é a partir da orientação do modelo de atenção em saúde
vigente no país, no entanto um dos fatores determinantes de como se estabelece a
operacionalização do sistema, redes e serviços será a gestão e o planejamentos das ações
em saúde, sendo então essencial para o gerenciamentos e a articulação em saúde.
4.3 Política de Urgência e Emergência
Anteriormente a instituição da Política Nacional de Atenção às Urgências
(PNAU), o atendimento de urgência/emergência já era prestado pelos serviços de
prontos socorros e nos hospitais gerais com prontos atendimentos, porém não se tinha
um modelo ou fluxo de atenção as urgências/emergência muito menos de atendimento
pré-hospitalar.
Em 1990 o Ministério da Saúde (MS) criou o Programa de Enfrentamento às
Emergências e Traumas (PEET) a nível nacional, entretanto, desde o início da década
de 90 começava se projetar em alguns estados, a saber São Paulo e Rio de Janeiro, o
serviço de atendimento pré-hospitalar em trabalhos de regastes as vítimas de acidentes
através dos grupos resgates de emergências do corpo de bombeiros (BRASIL, 1990).
Com os questionamentos do Conselho Federal de Medicina (CFM), sobre
serviços e atendimentos realizados pelos profissionais do corpo de bombeiro, o mesmo
CFM lançou a resolução nº 1.529/98 que normatizava a atividade médica na atenção do
atendimento as urgências/emergências, onde o ministério da saúde utilizou a mesma
resolução para normatizar o atendimento pré-hospitalar no país pela Portaria n. 824 de
24 de julho de 1999 (BRASIL, 1990).
No entanto, somente em 2002, a atenção às urgências e emergências foi
regulamentado pela Portaria nº 2048/GM de 5 de novembro de 2002. Também foi
20
implantado o serviço móvel de urgência (SAMU) e houve o fortalecimento da atenção
às urgências, sendo este o regulador do fluxo de atendimento as urgências e
emergências (BRASIL, 2002).
A Política Nacional de Atenção às Urgências de (Brasil, 2002), foi instituída
com objetivo estruturar e organizar a rede de urgência e emergência no país, e em 2010
pela Portaria MS/GM n° 4.279, de 30 de dezembro estabeleceu-se diretrizes para a
organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
sendo que pela Portaria MS/GM n° 1.600, de 7 de julho de 2011 foi reformulada a
Política Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no
Sistema Único de Saúde (SUS).
A Rede de Atenção às Urgências e Emergências constitui-se elemento
essencial na assistência à saúde. A Rede de Urgências (RUE) que compõe a atenção
secundária é pensada de forma integrada e coloca à disposição da população serviços
mais próximos de sua residência (BRASIL, 2006).
Conforme o Ministério da Saúde (2002), a área de Urgência e Emergência
constitui-se em um importante componente da assistência à saúde, considerando o
crescimento da demanda por serviços nesta área nos últimos anos, devido ao aumento
do número de acidentes e da violência urbana.
Observa-se também que é insuficiente a estruturação da rede assistencial, o que
tem contribuído decisivamente para a sobrecarga dos serviços de Urgência e
Emergência disponibilizados para o atendimento da população. Existe a necessidade de
se ordenar o atendimento às Urgências e Emergências, garantindo o acesso com
acolhimento humanizado, com atenção e assistência qualificada e resolutiva para as
pequenas e médias urgências, estabilização e referência adequada dos pacientes grave
(BRASIL, 2006).
O aumento dos casos de acidentes e violência tem forte impacto sobre o SUS e o
conjunto da sociedade. Na assistência, este impacto pode ser medido diretamente pelo
aumento dos gastos realizados com internação hospitalar, assistência em UTI e a alta
taxa de permanência hospitalar deste perfil de pacientes. Na questão social, pode ser
verificado pelo aumento de 30% no índice APVP (Anos Potenciais de Vida Perdidos)
em relação a acidentes e violências nos últimos anos, enquanto que por causas naturais
este dado encontra-se em queda (BRASIL, 2006).
21
Assim como traz a Portaria GM nº 2.048 de 2002, a assistência às urgências se
dá, ainda hoje, predominantemente nos serviços que funcionam exclusivamente para
este fim os tradicionais prontos-socorros, estando estes adequadamente estruturados e
equipados ou não. Abertos nas 24 horas do dia, estes serviços acabam por funcionar
como “porta-de-entrada” do sistema de saúde, acolhendo pacientes de urgência
propriamente dita, pacientes com quadros percebidos como urgências, pacientes
desgarrados da atenção primária e especializada e ainda das urgências sociais (BRASIL,
2006).
Tais demandas misturam-se nas unidades de urgência superlotando-as e
comprometendo a qualidade da assistência prestada à população. Esta realidade
assistencial é, ainda, agravada por problemas organizacionais destes serviços como, por
exemplo, a falta de triagem dos agravo/risco, o que determina o atendimento por ordem
de chegada sem qualquer avaliação prévia do caso, acarretando, muitas vezes, graves
prejuízos aos pacientes (BRASIL, 2006).
As urgências “sangrantes” e ruidosas são priorizadas, mas, infelizmente, é
comum que pacientes com quadros mais graves permaneçam horas aguardando pelo
atendimento de urgência, mesmo já estando dentro de um serviço de atendimento de
urgência (BRASIL, 2006).
Contudo, segundo Brasil (2002), o sistema de saúde deve ser capaz de acolher a
clientela, prestando-lhe atendimento e redirecionando-a para os locais adequados à
continuidade do mesmo, através do trabalho integrado das centrais de regulação médica
de urgências com outras centrais de regulação de leitos hospitalares, procedimentos de
alta complexidade, exames complementares, internações e atendimentos domiciliares,
consultas especializadas, consultas na rede básica de saúde, assistência social, transporte
sanitário não urgente, informações e outros serviços e instituições.
Atualmente, os serviços de assistência direta em saúde estão classificados em
nível de atenção, sendo classificada como básica (primária), que é constituído pelas
unidades básicas de saúde e Equipes de Saúde da Família e algumas unidades de postos
de saúde ainda existente.
O nível secundário/ intermediário de atenção, que fica a encargo do SAMU
192 (Serviço de Atendimento Móvel as Urgência), Sala de Estabilização (SE), das
Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h), dos centros ambulatoriais e clínicas
especializadas, laboratórios e serviços de apoios e diagnósticos de tratamento (SADT) e
22
o nível terciário de atendimento de média e alta complexidade que é realizado por
prontos socorros, unidades hospitalares e em complexos de serviços de saúde
especializados.
Neste sentido a Política Nacional de Atenção às Urgências de 2003, foi
instituída com objetivo estruturar e organizar a rede de urgência e emergência no país.
A Rede de Urgências que compõe a atenção secundária é pensada de forma integrada e
coloca à disposição da população serviços mais próximos de sua residência (BRASIL,
2006).
Em referência ao que estatuiu a Política Nacional pela Portaria/GM n.º
2.048/02 sobre ao atendimento pré-hospitalar, o capítulo III aponta as unidades não-
hospitalares de atendimento às urgências e emergências como componente e estratégia
relevante na estruturação da rede de atenção à saúde.
Tais unidades de atendimento pré-hospitalar devem estar habilitadas a prestar
assistência correspondente ao primeiro nível de assistência da média complexidade,
pelas suas características e importância assistencial, e que os gestores devem
desenvolver esforços no sentido de que cada município-sede de módulo assistencial
disponha pelo menos uma destas Unidades, para garantir assistência às urgências com
observação até 24 horas para sua própria população ou para um agrupamento de
municípios para os quais seja referência (BRASIL, 2006).
As Unidades de Pronto Atendimento - UPA 24h são estruturas de
complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência
hospitalares, onde em conjunto compõe uma rede organizada de atenção às urgências.
São integrantes do componente pré-hospitalar fixo e devem ser implantadas em
locais/unidades estratégicas para a configuração das redes de atenção à urgência, com
acolhimento e classificação de risco em todas as unidades, em conformidade com a
Política Nacioal de Atenção às Urgências (BRASIL, 2006).
Essa estratégia de atendimento está diretamente relacionada ao trabalho do
Serviço Móvel de Urgência – SAMU que organiza o fluxo de atendimento e encaminha
o paciente ao serviço de saúde adequado à situação.
Um dos objetivos das UPAS 24h é “desafogar” as portas de entrada de média e
alta complexidade como os prontos-socorros e hospitais, evitando que casos que possam
ser resolvidos neste serviço, ou em unidades básicas de saúde, sejam encaminhados para
os serviços de saúde de nível terciário (PORTAL DA SAÚDE, 2013).
23
A classificação de risco propõe a atenção e agilidade no atendimento a partir da
análise, com a utilização de protocolo pré-estabelecido, por grau de risco,
proporcionando atenção centrada no nível de complexidade e não na ordem de chegada.
Desta maneira exerce-se uma análise e uma ordenação com a classificação de risco.
As UPAs devem ter seu funcionamento de 24 horas todos os dias com
atendimento interrupto em clínica médica e pediatria, e com avaliação clínica adequada
resolver parte das urgências e emergências, como hipertensão e febre alta, fraturas,
pequenos cortes, infarto e acidente vascular, bem como também causas que não
caracterizam a necessidade de referência para unidades de internações. Estas unidades
deverão oferecer estrutura simplificada como consultórios, sala de procedimentos,
radiologia, eletrocardiografia, laboratório de exames e leitos de observação (PORTA
DA SAÚDE, 2013).
Essas unidades têm a função de prestar assistência médica de baixa e média
complexidade, e de natureza ambulatorial e, ainda, de dar os primeiros atendimentos
nos casos de maior gravidade, procedendo a estabilização clínica e o encaminhamento
ao hospital de no fluxo de referência da rede de serviço de saúde local.
Posteriormente em 2003, a Portaria nº 1863/GM Em 29 de setembro, institui-se
a Política Nacional de Atenção às Urgências, considerando entre outros a relevância
para a saúde pública o quadro brasileiro de morbimortalidade relativo a todas urgências,
inclusive as relacionadas ao trauma e à violência, e a normatização da organização dos
serviços de saúde para uma resposta estratégicas as necessidades coletivas (BRASIL,
2003).
4.4 A rede de serviços em Cuiabá
Observando a necessidade de suporte na assistência da rede de atenção às
urgência devido as unidades de “portas abertas” para as urgências como os serviços de
policlínicas e o pronto atendimento do Pronto socorro municipal apresentarem
deficiência no atendimento as demanda da população. Com a instituição da política
nacional de atenção às urgências e sua reformulação de trabalho em rede que dispõe
sobre a implantação de mecanismos que garantam o atendimento resolutivo as
24
demandas de urgências e retaguarda as demandas das Estratégias da Saúde da Família,
foi elaborado o projeto para a implantação da unidade de pronto atendimento (UPA
24h) da Morada do Ouro.
Neste sentido, o município de Cuiabá, em conformidade a rede de
urgência/emergência inaugurou no dia 13 de junho de 2013 a primeira Unidade de
Pronto a Atendimento – UPA 24h da região norte no bairro da Morada do Ouro e
iniciou os serviços atendimentos de 24 horas ininterruptos no dia 14 de junho de 2013.
A unidade possui porte de nível III, que confere a disponibilidade de 13 a 20
leitos de observação com estrutura básica conforme preconizado de ministério da saúde
de acordo com área de abrangência populacional que é de 200 mil a 300 mil habitantes.
Foi implantada na região norte de Cuiabá conforme a distribuição geográfica e a
necessidade de resposta assistencial da regional.
25
5 METODOLOGIA
5.1 Tipo de Estudo
Este é um estudo transversal de caráter exploratório-descritivo de abordagem
quantitativa. Pesquisa exploratória segundo, Martins (1994),Gil (1995) e Cervo e
Bervian (2002), tem por finalidade buscar mais informações sobre determinado assunto
de estudo, objetivando a familiarização com o fenômeno ou obtenção da nova
percepção dele. Por meio de descrições precisas da situação, o pesquisador procura
descobriras relações existentes no fenômeno estudado.
Tendo em vista que as pesquisas exploratórias são aquelas que têm por objetivo
explicitar e proporcionar maior entendimento de um determinado problema (GIL,
2005).
5.2 Local de Estudo
O município de Cuiabá possui uma área de 3.538,17 km², sendo 254,57km²
macro-zona urbana e 3.283 km² área rural. A área urbana encontra-se dividida em
quatro regiões: Norte, Sul, Leste e Oeste. Estima-se uma população de 561.329
habitantes em Cuiabá, dos quais 98,1% residem na área urbana, sendo 28,8% na região
Leste, 27,1% região Sul, 22,1% Norte e 26,1% Oeste. A população infantil, menores de
cinco anos de idade, compreende 7,4% do total de habitantes; adolescentes (10 a 19
anos) 17,1%; adultos (20 a 59) 67.4% e idosos (60 anos e mais) 8,1% (CUIABÁ, 2013).
A população residente em Cuiabá representa aproximadamente 20% da
população do Estado de Mato Grosso. O censo de 2010 (IBGE) registrou 551.098
habitantes, residentes no município. No entanto, se considera região metropolitana do
entorno: Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento e Santo Antônio do Leverger
(Vale do Rio Cuiabá), há aproximadamente 833.766 habitantes (IBGE/2010).
Considerando o contingente populacional da região da baixada cuiabana,
principalmente do município de Várzea Grande, entende-se que devido Cuiabá ser
capital e referência na região para atendimentos de saúde os serviços da rede acaba por
acolher os usuários que buscam assistência no município.
26
A organização dos serviços de saúde no município de Cuiabá orientada pela
secretaria municipal de saúde se conforma em rede de atenção em saúde na proposta de
integração das redes de serviços como a da rede de urgência e emergência, rede de
atenção psicossocial, rede cegonha, de deficiência e de doenças crônicas não
transmissíveis.
Em Cuiabá, além dos serviços complementares da rede privada de saúde do
município, em 2013 apresentava uma rede pública de serviços composta por um total de
96 unidades de atenção primária em saúde, 32 serviços de atenção especializada,
urgência e apoio diagnóstico/ terapêutico, 01 Pronto Socorro Municipal e 02 hospitais.
Nas regionais Sul e Norte concentravam-se 54,2% das unidades básicas de saúde
(CUIABÁ, 2013).
Tabela 1. Rede de serviços Próprios por regionais. SUS/Cuiabá, 2013
Fonte: CNES/DATASUS/MS/2013.
Unidade Cuiabá Norte Sul Leste Oeste Zona Rural Total
Centro de
Saúde 21 03 03 08 07 - 42
Unidade Saúde
da Família
(USF)
65 19 21 11 11 03 130
Clínica
Odontológica 10 02 04 03 01 - 20
Total de
Unidades
Atenção
Primária à
Saúde
96 24 28 22 19 03 192
Policlínicas 06 01 03 01 01 - 12
Núcleo de
Reabilitação 06 01 02 01 02 - 12
Residências
Terapêuticas 08 03 - 02 03 - 16
Centros de
Atenção
Psicossocial
(CAPS)
05 01 02 01 01 - 10
Total 217 54 63 49 44 06 433
27
É relevante ressaltar que o hospital e pronto socorro municipal de Cuiabá é uma
unidade de serviço público de alta complexidade de referência para o estado de Mato
Grosso e de circunvizinhos, que devido encaminhamentos para assistência atende a uma
grande demanda da rede de serviços de saúde, assim como o Hospital Universitário
Júlio Muller (HUJM).
O presente trabalho foi desenvolvido na unidade de pronto atendimento UPA
24h da Morada do Ouro localizada na região norte no município de Cuiabá – MT.
Esta unidade de atendimento em saúde é um mecanismo estratégico que compõe
a rede de urgência e emergência (RUE) dos serviços públicos de saúde, sendo a
primeira unidade fixa de atendimento pré-hospitalar no município de Cuiabá conforme
estabelece a política nacional de atenção às urgências.
5.3 Coleta dos Dados
Conforme disponibilidade dos dados, o estudo foi limitado ao período de 14 de
junho de 2013 a 30 de abril de 2014.
Para a caracterização da unidade estudada utilizou-se como material de estudo
os dados dos consolidados mensais intitulados de “Descritivo dos pacientes atendidos,
em observação, transferidos no pronto atendimento das unidades de atenção secundária
– UPA 24h” onde foi possível identificar os registros de atendimentos da unidade.
Os consolidados são produzidos pelo setor de Faturamento da unidade de
estudo, os dados contidos nos descritivos são a partir da coleta de dados dos registros de
atendimentos realizados pelo unidade.
Os dados dos consolidados mensais da unidade são elaborados a partir da
digitalização dos registros das fichas de atendimentos que são formulários padronizados
pela secretaria municipal de saúde municipal de Cuiabá, que então alimentam o banco
de dados interno da unidade formatado em planilha do programa Excel.
Além disso, foram levantadas informações sobre os profissionais de saúde
cadastrados no CNES e conferência com lista de checklist de materiais e equipamentos
de unidade tipo UPA, conforme ANEXO II.
28
5.4 Processamento e Análise dos Dados
Para o estudo, os registros foram transportados do computador da unidade do
setor de faturamento, para um pendrive que então foi descarregado em planilha do
programa Excel com a mesma formatação no computador utilizado para o estudo.
Assim, através da coleta de dados realizou-se a tabulação destes para
caracterização da assistência por atendimento clínico e pediátrico e de
urgência/emergência e por classificação de risco em cor:
(1) vermelho - emergência;
(2)amarelo - maior urgência;
(3) verde - menor urgência;
(4) azul - atendimento por ordem de chegada.
Posteriormente, foi trabalhado a partir de informações disponibilizadas pelo
CNES, os dados de profissionais da área da saúde cadastrados no sistema, que
possibilitou a elaboração de tabelas e gráficos para demonstrar o quantitativo de
pessoal, cargo/função por CBO e também tipo de vinculação empregatícia dos
profissionais.
Ainda foi utilizado para check list a lista de mobiliário, equipamentos, materiais
e insumos do anexo II da Portaria 1.601 de 2011, de UPA 24h porte III, a lista informa a
relação de mobiliário, equipamentos, materiais que são necessários para organização e
prestação de assistência em saúde do tipo de pronto atendimento de nível pré-hospitalar.
Para conferência da relação do chick list da unidade de porte III, foi incluída
cinco colunas na planilha de mobiliário, equipamentos, materiais que foram nomeadas a
seguinte forma: (1) de total de itens, (2) de total de itens além do preconizado, (3) de
total de itens faltantes do preconizado. Desta forma foi conferida a relação e somada os
itens presentes na unidade para descrição do estudo e formulação de tabelas.
29
5.5 Aspectos Éticos
Neste trabalho, foram utilizado dados secundários de acesso livre à pesquisas,
sendo a unidade de estudo local para observatório da saúde da população.
A autorização para o estudo foi concedida pela coordenação administrativa da
unidade, assim como também a permissão para os procedimentos de coleta de dados,
aplicação da lista de check list de mobiliário, equipamentos e materiais de UPA porte
III.
A autorização para o estudo está disponível nos anexos.
30
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A unidade estudada possui Porte III, sua estrutura física é de edificação com
modelo horizontalizado, organizada com a orientação de setorização e fluxos interno de
forma a atender um contingente populacional de 150.000 a 250.000 habitantes, para
uma média de número de 450 atendimentos médicos em 24 horas.
Possui equipe de saúde composta por 2 pediatras, 3 clínicos por plantão e um
médico para o setor de emergência. Dispõe de 18 leitos de observação, realiza
atendimentos de assistência direta às urgências/emergências com leitos de emergência, e
atendimentos clínicos, pediátricos, odontológicos, serviço radiológico, laboratorial e
ainda de orientação e regulação para especialidades pelo serviço social.
Esta unidade possui natureza de organização direta da saúde MS/SES/SMS com
gestão municipal com prestação de atendimento de urgência, ambulatorial e de serviço
de apoio diagnostico e tratamento (SADT) com a estrutura mínima estabelecida pela
legislação em saúde.
O serviço realiza atendimento com acolhimento e classificação de risco
conforme o protocolo de ACCR da secretaria municipal de Cuiabá, Protocolo de
Manchester, sendo este atendimento respaldado por profissionais da enfermagem e pela
equipe médica, e posteriormente, equipe multiprofissional de assistência da unidade que
é composta pela equipe médica, de enfermagem, serviço social e da odontologia.
A estratégia UPA 24h, assim como traz a PNAU e a RUE, deve desenvolver
ações por meio do trabalho de equipe interdisciplinar, com o objetivo de acolher,
intervir em sua condição clínica e referenciar para a rede básica de saúde, para a rede
especializada ou para internação hospitalar (BRASIL, 2011).
Desta maneira, o fluxo interno de atendimento da unidade inicialmente surge por
demanda espontânea buscado pela população, que ressalta-se que não é a somente da
população do locorregional norte, e também pela regulação do serviço de atendimento
móvel de urgência e pelos atendimentos referenciados pelas Unidades de Saúde da
Família (USF).
O atendimento na unidade é realizado a partir do registro da ficha de
atendimento que são formulários padronizados pela secretaria municipal de saúde
municipal de Cuiabá, por meio deste registro o paciente é acolhido e atendido pela
31
equipe de classificação de risco sendo orientado quanto sua classificação e ordenação do
serviço.
O atendimento inicia-se pelos seguintes fluxos, sendo eles, a de entrada pela sala
de urgência que são as emergências reguladas pelo SAMU, por ocorrências de
emergências trazidas por populares e o outro pela recepção com a ordenação da
classificação de risco.
A classificação de risco para o atendimento é a partir do Protocolo de
Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR), realizado por profissionais de
enfermagem em salas reservadas, com mobiliários e equipamentos básicos para o
atendimento em saúde e avaliação para a classificação de grau de risco.
Após a avaliação do profissional classificador o usuário recebe orientação
quanto sua classificação e da ordem de atendimento no serviço, de acordo com a
classificação do usuário este será conduzido ao atendimento clínico, pediátrico,
odontológico e alguns casos ao serviço social.
Também são realizados registros no mesmo formulário padrão os atendimentos
de administração medicamentosa, de imunobiológicos, realização de aerosóis e
nebulizações, curativos, eletrocardiograma (ECG) e atendimentos radiológicos e
laboratoriais.
Seguindo os fluxos internos, o atendimento quando é iniciado com entrada pela
porta da sala de urgência, o paciente é avaliado pela equipe profissional médica e de
enfermagem, onde é realizado o atendimento de urgência/emergência, sendo que o
paciente avaliado como fora de risco eminente de morte em condições clínicas estáveis
o mesmo é conduzido para a sala de observação, mantendo a continuidade dos cuidados
clínicos e da medicalização até nova avaliação médica para conduta clínica de
permanência ou transferência para unidades de referência na rede de serviços.
Em caso de piora clínica do paciente, o mesmo é reavaliado na unidade e se
necessário retorna para a sala de urgência que dispõe de materiais e equipamentos para
atendimento avançado em urgência/emergência. A conduta e a avaliação de
transferência do paciente é realizada pelo profissional médico plantonista no setor que
aguarda a regulação de leito pela central de regulação municipal, caso seja necessária a
transferência para outra unidade de atendimento hospitalar.
Em ocorrências de emergências com evolução para óbitos, são tomadas as
condutas conjuntas de comunicação do óbito aos familiares e a expedição da declaração
32
de óbito e o encaminhamento do corpo do paciente para o necrotério da unidade, sendo
este retirado pela funerária autorizada pelo responsável ou parente do falecido.
Já o fluxo de atendimento realizado a partir da recepção é ordenado a partir do
atendimento com classificação de risco para o atendimento médico ou odontológico.
Após avaliação médica o paciente poderá ser conduzido à conduta medicamentosa,
sendo então encaminhado à sala de medicação, e quando solicitado a realização de
curativos, aresóis, exames laboratoriais e radiológicos os mesmo são orientado a realizar
tais procedimentos nos setores da unidade.
Quando após avaliação médica se indica a internação do paciente, o mesmo sai
do consultório médico com as orientações e prescrições médicas para permanecer em
internação na sala de observação.
Como é orientado por legislação, internação se compreende período de
permanência maior do que 24hs constata-se que muitos pacientes permanecem nesta
unidade de pronto atendimento por tempo maior do que as 24hs destinadas à
observação, como são considerados os leitos de unidade de pronto atendimento.
Ao ser liberado após avaliação médica e da internação, ou em caso de
transferência para unidade hospitalar, todo registro do paciente na unidade é recolhido
pelo pessoal administrativo nas trocas de plantões e armazenado no arquivo da unidade,
onde os dados de interesse para unidade são posteriormente digitalizados pelo setor do
faturamento.
Quando o atendimento é odontológico não há avaliação médica, os pacientes são
destinados diretamente ao atendimento odontológico, há casos excepcionais como por
exemplos em casos de traumas de face, onde se avalia o paciente primeiramente e
posteriormente é encaminhado á odontologia.
Existe ainda o fluxo de atendimento para administração medicamentosa prescrita
pela odontologia que é finalizada na sala de medicação.
Os fluxos dos serviços laboratoriais e radiológicos iniciam a partir das
solicitações médicas após as consultas, e também quando são encaminhadas as
solicitações de exames das USF, quando indicado certa prioridade ou urgência, ou
mesmo quando as unidades básicas não possui o serviço.
O serviço radiológico possui estrutura inovada e que corresponde as normas de
biossegurança de acordo com a legislação, os exames são realizados em tempo imediato
33
conforme são solicitados, o setor dispõe de atendimento 24hs com recurso de memória
computadorizada, com liberação da imagem após o exame na sala radiológica.
O apoio laboratorial dispõe de uma sala de coleta de materiais com condições
mínimas para realização de coleta venosa, os materiais coletados como sangue venoso,
arterial e diurese são encaminhados por um motoboy ao laboratório terceirizado
contratado.
Os registros dos materiais são realizados a partir cadastros de códigos de barras,
que geram um login e senha para visualização online dos resultados quando liberados
pelo laboratório de análise num período de duas a quatro horas, a depender do tipo de
exame e urgência dos resultados.
A senha e o login são anexados no prontuário do paciente quando internado e
quando o paciente não está em internação o registro de senha e login é liberado ao
paciente ou responsável/acompanhante para que acompanhe a liberação ou mesmo
retorne a unidade para imprimir os resultados e se necessário passar em avaliação
médica novamente.
Exames de coleta de material de escarro para baciloscopia são encaminhados em
frasco protegidos, em três amostras, com as solicitações de análise de (baciloscopia para
Kocci) Bk, após notificação compulsória para investigação para Tuberculose Pulmonar.
Conforme se orienta para estrutura mínima das unidades de pronto atendimento
de acordo com nível ou porte do serviço, se estabelece os seguintes setores:
1 - Setor de Pronto Atendimento;
2 - Setor de Atendimento de Urgência;
3.- Setor de Apoio Diagnóstico e Terapêutico;
4 - Setor de Observação;
5 - Setor de Apoio Técnico e Logístico;
6 - Setor de Apoio Administrativo;
Assim, como estabelece a legislação pela Política Nacional de Atenção ás
Urgências (PNAU) e considerando as atualizações das portarias para implantação de
componentes da Rede de Urgência e Emergência (RUE) e estruturação mínima de
34
infraestrura, equipamentos, mobiliários, materiais, insumos em saúde e de pessoal, ou
seja, força de trabalho, a unidade de estudo possui o mínimo do que se preconiza pelo
Ministério da Saúde (MS) respaldada na PNAU que abrange todo território brasileiro e
a organização do sistema de saúde pela RUE em forma das redes de atenção sendo o
modelo de saúde orientado pela Política Nacional de Saúde pela Lei 8080/90.
De acordo com a Portaria 1.601 de 07 de julho de 2011, a implantação da UPA
24h deverá atender às orientações gerais, diretrizes e parâmetros estabelecidos na
presente Portaria e na Política Nacional de Atenção às Urgências, especialmente com
relação às orientações técnicas mínimas, considerando os seguintes anexos:
I - define sobre os fluxos e a estrutura física mínima para UPA 24h, por porte;
II - sobre ao mobiliário, aos materiais e aos equipamentos mínimos obrigatórios,
por porte; e
III - à caracterização visual das unidades, que deverá atender os padrões visuais
constantes da Portaria nº 2.838/GM/MS, de 1º de dezembro de 2011, que institui a
programação visual padronizada das Unidades de Saúde do Sistema Único de Saúde
(SUS) (BRASIL, 2011)
Desta maneira, assim como os fluxos de atendimento, a setorização para as
atividades a serem desenvolvidas na unidade e componentes de mobiliários,
equipamentos e materiais de acordo com porte, são orientações estabelecidas para que
haja qualidade e resolutividade assistenciais pretendidas com essa estratégia de UPA
24h.
Além, das orientações sobre a estruturação física da unidade, a setorização e
fluxos e de mobiliário, equipamentos e materiais, ainda as unidades tipo UPA 24h deve
traçar o fluxo de referências na rede de serviços de saúde.
A unidade estudada possui seu fluxo de referência estabelecida pela secretaria
municipal de saúde, onde as transferências para prosseguimento de internações
hospitalares são realizadas com fluxo para o hospital municipal e para um hospital
privado conveniado ao SUS.
Em conformidade com o fluxo da rede de serviços municipais, o atendimento
pediátrico possui como “porta aberta” um hospital filantrópico que também recebe as
transferências de internações pediátricas.
Quando necessário à realização de procedimentos e exames que não são
realizados na unidade, o serviço social se aplica em proporcionar a relação entre
35
prestadores de serviços de saúde conveniados na rede, de maneira que seja agilizada a
continuidade do atendimento adequado indicado ao indivíduo, assim como aos
atendimentos de referência as populações especiais, como a de gestantes, a de vítimas
de violência, pacientes da saúde mental.
Em relação ao ANEXO ( I ) da Portaria 1.601 de 07 de julho de 2011, que define
sobre setorizações e fluxo estabelece a seguinte orientação para ambientação: (1) - Setor
de Pronto Atendimento, (2) - Setor de Atendimento de Urgência, (3) - Setor de Apoio
Diagnóstico e Terapêutico,(4) - Setor de Observação, (5) - Setor de Apoio Técnico e
Logístico, (6) - Setor de Apoio Administrativo.
Considerando o estabelecido como mínimo para o funcionamento de unidade de
porte III, a estrutura da unidade estudada encontra-se de acordo com plano arquitetônico
mínimo, porém a estrutura da unidade em questão possui uma alteração na localização
de setores, como mostra planta arquitetônica de modelo, como a localização do setor
administrativo que na planta é demostrado pela cor azul claro, na unidade real o
ambiente é o setor de urgência, no entanto essa diferenciação na unidade não trouxe
prejuízo para a setorização, porém reorganizou da melhor maneira a localização dos
ambientes.
Abaixo, a Figura 1 traz a demonstração da planta do modelo arquitetônico de
unidade tipo UPA porte III e a ilustração da unidade estudada.
Figura 1. Planta demonstrativa de Setorização e Fluxos da UPA 24h Porte III
3
5
1 1
6
2
7
2 5
6
4
34
3
4
7
5
UPA 24h – Morada do Ouro de Cuiabá
Setorização e fluxos da unidade
36
(1): Pronto atendimento; (2): Setor de procedimentos; (3): Setor administrativo; (4):Setor de apoio e
diagnóstico; (5): Setor de Urgência; (6):Setor de observação; (7): Setor de apoio técnico e logístico.
Para autorização de funcionamento da unidade é necessário que esteja de acordo
como orienta a legislação conforme demonstra o Anexo II da Portaria 1.601 de 07 de
julho de 2011, que dispõe a lista de mobiliário, materiais e equipamentos mínimos para
componente pré-hospitalar tipo UPA 24h.Portanto, a unidade possui a estruturação
física mínima assim como dispõe a legislação (Tabela 2).
Ressaltamos ainda que a legislação em saúde referente à urgência e emergência
atualizada em janeiro de 2014 amplia as formas de estruturação deste tipo de serviço da
rede de urgência/emergência, e a unidade em funcionamento não se distância dos
padrões estabelecidos e padronizados para autorização de funcionamento, ainda que sua
autorização de funcionamento fora realizada com base de referências da legislações
supracitadas.
1
Tabela 2. Lista de Mobiliário, equipamentos, materiais para UPA Porte III.
LISTA DE MOBILIÁRIO, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS MÍNIMOS PARA
UPA PORTE III
Setor Preconizado
para Porte
III
Total de
itens
Total de itens
além do
preconizado
Total de
itens
faltantes do
preconizado
Pronto Atendimento (Área de recepção e espera
para pública/paciente)
78 78 00 00
Sala de Atendimento Social 09 06 00 03
Sala de Classificação de Risco 32 30 00 02
Sala de Exames Indiferenciados 98 98 00 00
Sala de exames indiferenciados (odontologia) 13 13 00 00
Depósito de material de limpeza com tanque
(DML)
02 02 00 00
1Tabela elaborada a partir da aplicação da lista de Mobiliários, Materiais e equipamentos do ANEXO II
da Portaria 1.601 de 07 de julho de 2011. Coluna de resultados -1ª Coluna: Totais de itens preconizados
referidos na lista do anexo II; 2ª Coluna: Total de itens verificados existentes na unidade; 3ª Coluna: Total
de itens existentes na unidade além do que é preconizado pelo anexo II; 4ª Coluna: Total de itens faltantes
do que preconiza-se o anexo II.
37
Atendimento de urgência (Sala de Higienização) 08 08 00 00
Sala de Urgência 114 111 00 03
Área para guarda de macas e cadeiras de rodas 04 04 00 00
Depósito de material de limpeza com tanque
(DML)
02 02 00 00
Apoio Diagnóstico e Terapêutico (Sala de
eletrocardiograma - ECG)
13 12 00 01
Sala de sutura e curativo 21 21 00 00
Sala de gesso/imobilização de fraturas 15 00 00 NE
Sala de inalação coletiva 52 46 00 06
Sala de aplicação de medicação/reidratação
(paciente em poltronas)
28 24 00 04
Radiologia - Geral(Laboratório de processamento
- câmara escura)
16 16 00 00
Arquivo de chapas 01 01 00 00
Sala de coleta de material 08 05 00 03
Observação (Posto de enfermagem) 70 65 00 05
Sala de observação
(Observação adulto/Masculino e Feminino)
76 73 03 06
Observação de pediatria 51 58 07 00
Quarto individual de curta duração 20 20 00 00
Apoio técnico/ logístico 05 05 00 00
Área para armazenamentoe controle de materiais
e equipamentos (CAP)
27 19 00 08
Sala de armazenagem e distribuição de materiais
esterilizados
10 06 00 04
Sala de lavagem e descontaminação dos
materiais
11 09 00 02
Almoxarifado 05 05 00 00
Sala de armazenagem geral de roupa limpa
(roupa geral)
05 02 00 03
Sala de utilidades com pia despejo 02 01 00 01
Sala de Armazenagem Geral de Roupa Suja 02 02 00 00
Sala para equipamentos de geração de energia
elétrica alternativa
01 01 00 00
38
Sala de Guarda de Cadáveres (temporária) 02 02 00 00
Quarto de plantão para funcionárias Femininas 10 07 00 03
Quarto de plantão para funcionários masculinos 08 04 00 04
Sala de estar para funcionários (para 8 pessoas) 13 00 00 NE
Vestiário central para funcionários 04 03 00 01
Copa de distribuição (Área para recepção e
inspeção de alimentos e utensílios)
01 01 00 00
Dispensa de alimentos e utensílio (Armário -
Área de distribuição de alimentos e utensílios)
01 01 00 00
Refeitório dos funcionários 20 23* 03 00
Depósito de material de limpeza com tanque
(DML)
02 02 00 00
Sala de armazenamento temporário de resíduos 04 04 00 00
Abrigo externo de resíduos 04 04 00 00
Apoio administrativo 16 17 01 00
Sala de reuniões 14 12 00 02
Sala administrativa/informática/controle de ponto 32 33 01 00
Arquivo médico 09 03 00 06
Posto policial 02 02 00 00
Legenda: (*) – Item possui substituição de tipo de equipamento, (NE) – Não Existe o item.
De acordo com o levantamento realizado a tabela acima, mostra os itens
referentes aos setores de Pronto Atendimento de Atendimento de Urgência, de Apoio
Diagnóstico e Terapêutico, de Observação, de Apoio Técnico e Logístico e de Apoio
Administrativo que possui consideravelmente o total mínimo essencial exigido pela
legislação.
Pode-se constatar que na coluna de itens faltantes no preconizado pela legislação
os resultados dos itens não caracterizam como essencial no tipo de serviço, pois são
itens assessórios administrativos, como relógio de parede, baldes, mesas para
impressoras, etc.
Nos itens dos setores de apoio técnico que localiza-se o bloco de procedimentos
com a sala de gesso/imobilização de fraturas, e no setor de apoio administrativo citado a
39
sala de estar para funcionários que estão legendados como não existe (NE), a unidade
não possui estrutura física implantada.
A sala de gesso não é setor obrigatório no serviço e o espaço de sala de estar
para funcionário é ambientado no refeitório da unidade.
De acordo com o anexo III que dispõe sobre à caracterização visual das
unidades, que deve atender aos padrões visuais constantes da Portaria nº 2.838/GM/MS,
de 1º de dezembro de 2011, que institui a programação visual padronizada das Unidades
de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), a unidade possui conformidade como se
preconiza a legislação.
Em questão do dimensionamento e da organização assistencial de pessoal, a
unidade possui o número mínimo para composição da equipe de saúde, sendo integrada
por médicos e enfermeiros para as 24 horas de atendimentos interruptos de clínica
médica e clínica pediátrica e de urgência, bem como também a equipe de apoio e
administrativa (Tabela 3).
A partir dos dados demonstrados se infere que 76,2 % do vinculo empregatício
da unidade de estudo é de funcionários contratados, sendo que a assistência direta ao
paciente de urgência/emergência, que é prestada por profissionais de nível superior
como médico e enfermeiro que são no total de 57 profissionais dos quais apenas 07 são
estatutários. Ressaltamos ainda que no CNES há apenas um médico pediatra cadastrado
na unidade.
Observa-se na tabela 3 que há maior vinculação empregatícia de profissionais da
saúde contratados, e também caracteriza a prestação da assistência pelo nível de
profissional-técnico, onde dos 155 profissionais cadastrados 73 são profissionais
técnicos de nível médio, destacando o profissional técnico em enfermagem num total de
65 ainda dos quais apenas 16 são estatutários.
40
Tabela 3. Funcionários no CNES vinculados a UPA 24h da Morada do Ouro de
Cuiabá - MT, 2014
Cadastro Brasileiro de Ocupações –
CBO
Total Vínculo empregatício
Contratado Estatutário
Diretor de serviço de saúde 01 00 01
Gerente administrativo 01 01 00
Cirurgião dentista/clínico geral 08 03 05
Farmacêutico 03 03 00
Nutricionista 02 02 00
Enfermeiro 28 23 05
Médico Pediatra 01 00 01
Médico Clínico 28 27 01
Ass. Social 04 04 00
Téc. laboratório de análise 01 01 00
Téc. Enfermagem 65 49 16
Téc. saúde bucal 03 01 02
Aux. em saúde bucal 02 00 02
Aux. de farmácia de manipulação 04 03 01
Aux. de laboratório de análise clínica 01 00 01
Atendente de farmácia/balconista 02 01 01
Recepcionista de consultório médico 01 00 01
Total 155 118 37
FONTE: DATASUS/CNES DATA DE ACESSO: 19/05/14
Na Figura 2, é demostrado em percentual a distribuição de profissionais de nível
superior relacionado a assistência direta ao paciente, referência essa que se faz
41
necessária para o quadro funcional para este tipo de unidade UPA 24h, que deve ser
multiprofissional, com qualificação adequada para o serviço.
Figura 2. Profissionais de saúde de nível superior cadastrados no CNES relacionados a
assistência direta da UPA 24h da Morada do Ouro. CNES/janeiro, 2014.
Nas tabelas 4, 5 e 6 demonstra-se o quantitativo de atendimentos de urgência,
atendimentos clínicos e pediátricos, onde se observa que o quantitativo do atendimento
de urgência representa 50% da assistência, seguido pela média de 36% por
atendimentos de clínica de médica e de 14% de atendimento pediátrico.
Tabela 4. Atendimentos realizados na UPA 24h no período de junho de 2013 a
abril de 2014.
Tipo Atendimento Ano
2013 2014
Nº de Atendimento (%)
Urgência 91.257 49.287 140.544 50%
Clínica Médica 66.810 35.109 101.919 36%
Pediatria 24.447 14.178 38.625 14%
Total 182.514 98.574 281.088 100%
Fonte: Consolidados UPA 24h mês/2013/2014.
40%
1%
40%
4%
3% 12%
ENFERMEIRO
MÉDICO PEDIATRA
MÉDICO CLÍNICO
FARMACÊUTICO
NUTRICIONISTA
CIRURGIÃO DENTISTA
42
Tabela 5. Distribuição dos Atendimentos da UPA 24h, 2013
MÊS TIPOS DE ATENDIMENTO
ATEND
CLÍNICO
ATEND PED ATEND URG TOTAL ATEND
Nº
Atend.
(%) Nº
Atend.
(%) Nº
Atend.
(%) Nº
Atend.
(%)
Junho 4.508 38%
1.388 12% 5.896 50% 11.792 100%
Julho 14.524
38%
4.762 12% 19.286 50% 38.572 100%
Agosto 10.108
37%
3.447 13% 13.555 50% 27.110 100%
Setembro 8.309
36%
3.392 14% 11.701 50% 23.402 100%
Outubro 11.079
36%
4.512 14% 15.591 50% 31.182 100%
Novembro 9.789 36%
3.967 14% 13.756 50% 27.512 100%
Dezembro 8.493 37%
2.979 13% 11.472 50% 22944 100%
Total 66.810 37%
24.447 13% 91.257 50% 182.51
4
100%
Fonte: Consolidados UPA 24h mês/2013.
Tabela 6. Quantitativo por Tipo de Atendimentos da UPA 24h, 2014
MÊS TIPOS DE ATENDIMENTO
ATEND CLÍNICO ATEND PED ATEND URG TOTAL ATEND
Nº
Atend.
(%) Nº
Atend.
(%) Nº
Atend.
(%) Nº
Atend.
(%)
Janeiro 10.430 37% 3.824 13% 14.254 50% 28.508 100%
Feverei
ro
9.683 36% 3.627 14% 13.310 50% 26.620 100%
Março 8.777 35% 3.785 15% 12.562 50% 25.124 100%
Abril 6.219 34% 2.942 16% 9.161 50% 18.322 100%
Total 35.110 36% 14.178 14% 49.289 50% 98.577 100%
Fonte: Consolidados UPA 24h mês/2014.
43
A Figura 3 mostrar a série quantitativa de atendimentos clínico, pediátrico e de
urgência do mês de junho de 2013 ao mês de abril de 2014.
Fonte: Consolidados UPA 24hmês/2013/2014
Figura 2. Quantitativo por Tipo de Atendimentos da UPA 24h, segundo mês nos
anos de 2013 e 2014.
Na Figura 3, evidencia-se pelos quantitativos de tipos de atendimentos prestados
na unidade estudada que a assistência referente ao atendimento de urgência representa
50%, que afirma a estratégia do componente pré-hospitalar de unidade tipo UPA 24h,
que tem por prioridade atender as urgências.
A demanda pelo atendimento de clínica médica, pode representar a necessidade
ambulatorial da rede de serviço no município ou mesmo a pode ser explicado pelo
quantitativo referente a faixa etária adulta que é de aproximadamente 67% da
população, assim como mostra seguidamente a média do atendimento pediátrico de
14% que tem a referência da faixa etária de menores de 5 anos de 7,4% da população.
Considerando que o serviço presta atendimento espontâneo e que o quantitativo
da faixa etária adulta é a maior em percentual da população total do município, e que o
atendimento pediátrico é na faixa etária de 0 a 12 anos, se infere que o atendimento
clínico será em maior quantidade, assim como mostra os dados.
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
JUN JUL AGOS SET OUT NOV DEZ JAN FEV MARÇ ABRI
ATENDIMENTOS DA UPA POR COMPETÊNCIA/MÊS 2013/2014
ATEND CLÍNICO ATEND PED ATEND URG TOTAL ATEND
44
A classificação de risco realizada pela equipe de profissionais de saúde,
composta por enfermeiros e em alguns casos por médicos, utiliza o protocolo de
acolhimento com classificação de risco (ACCR) também conhecido como Manchester,
este é o protocolo para atendimento e assistência padronizado para urgência/emergência
no município e também é uma orientação do ministério da saúde.
O protocolo de ACCR e de classificação de risco por cores orienta o
atendimento e a assistência prioritariamente ao paciente crítico, ou seja, assistência
imediata de urgência/emergência e, por conseguinte o atendimento à usuários de
classificação de cor amarela que condiciona atendimento de urgência sem risco de
morte, mas que pode evoluir para piora do quadro clínico senão for assistido de maneira
adequada.
Tendo em vista os dados observados referentes aos atendimentos com
classificação de risco por cores como mostram abaixo as tabelas 6 e 7 constata-se
explicitamente que a classificação de risco que indica atendimento de menor urgência,
ou seja, a classificação de cor verde, que pode aguardar assistência por maior tempo é o
tipo de classificação mais recorrente.
O protocolo de ACCR orienta que a prioridade de atendimento na unidade tipo
UPA 24h é o atendimento de classificação de risco de cor vermelha, que é o
atendimento prioritário, ou seja, de urgência/emergência que deve ser o atendimento
imediato, por conseguinte o atendimento de classificação amarelada que refere
atendimento de urgência, posteriormente a classificação de cor verde de menor urgência
e a classificação de cor azul que referencia atendimento da atenção básica e atendimento
ambulatorial.
Os dados demonstram tanto no ano de 2013 quanto em 2014 que o atendimento
de classificação de risco de cor verde possui maior frequência de registros, pode se levar
em conta o quantitativo da demanda do atendimento clínico, considerando que por tipos
de atendimentos, o de urgência são registros especificamente que dão entrada na sala de
urgência/emergência e os atendimentos de clínica médica e pediatria são ordenados
posteriormente ao atendimento com classificação de risco por cores, ou seja,
classificação pelo grau de risco.
Ainda na tabela 6 referente aos dados de 2013, destaca-se o aumento
significativo de atendimentos de classificação de cor vermelha no mês de novembro,
sendo que o dado demonstrado afasta-se da média de registros deste tipo de
45
atendimento, considerando que não houve fator externo que fizesse interferência para o
aumento de atendimentos, sugere-se então erro de digitação.
Tabela 4. Atendimentos com Classificação de Risco por Cores da UPA 24h por
competência/mês 2013
Mês Class. Verm. Class. Amar. Class. Verd. Class. Azul Total
Jun 191 1.171 3.059 502 4923
Jul 498 2.408 4.736 1.036 8.678
Agos 470 3.110 7.021 1.030 11.631
Set 108 1.367 2.214 128 3817
Out 211 4.889 6.433 1.133 12.666
Nov 1.800 3.065 5.757 373 10.995
Dez 114 2.947 6.005 169 9.235
Total 3.392 18.957 32.166 4.371 61.945
Fonte: Consolidados UPA 24hmês/2013.
Tabela 5. Atendimentos com Classificação de Risco por Cores da UPA 24h por
competência/mês 2014
Mês Class. Verm. Class. Amar. Class. Verd. Class. Azul Total
Jan 120 3.429 6.611 214 10374
Fev 135 3.217 5.047 363 8762
Març 150 4.191 5.755 394 10490
Abri 150 3.007 3.798 371 7326
Total 555 13.844 21.211 1.342 36.952
Fonte: Consolidados UPA 24hmês/2014
46
Figura 3. Atendimentos com Classificação de Risco da UPA 24h 2013/2014.
Com a caracterização da unidade estudada foi possível verificar que o serviço
está em conformidade com o que preconiza-se mínimo do funcionamento da unidade e
presta atendimento em consonância ao mecanismo estratégico da rede de urgência
emergência.
Pelos resultados obtidos no estudo, foi demonstrado o perfil de atendimentos as
demandas de urgências em conformidade a rede de urgência emergência, embora que a
partir dos registros de atendimentos com classificação de risco por cores os dados
demonstrem a demanda por atendimentos que não caracterizam urgências que são as
demandas em retaguarda a rede serviços de saúde no município.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
JUN JUL AGOS SET OUT NOV DEZ JAN FEV MARÇ ABRI
ATENDIMENTOS COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DA UPA POR
COMPETÊNCIA/MÊS 2013/2014
CLASS VERM CLASS AMA CLASS VERD CLASS AZUL TOTAL
Fonte: Consolidados UPA 24h mês/2013/2014
47
7 CONCLUSÃO
Consideramos que este estudo reforçou a compreensão concernente a
importância da urgência e emergência na rede assistencial e como os modelos de gestão
e planejamento em saúde estabelecem a estruturação e a organização da rede de atenção
à saúde.
Por meio da caracterização do perfil da demanda de atendimento percebeu-se
como a estratégia do componente pré-hospitalar tipo UPA 24h tem caminhado desde
sua implantação e funcionamento em relação ao que dispõe a legislação específica de
urgência e emergência
O estudo realizado possuiu um perfil descritivo exploratório com abordagem
quantitativa que demonstrou a caracterização da estrutura física, fluxos,
dimensionamento organizacional assistencial de pessoal.
Constatou-se que a unidade tem realizado atendimentos de urgência e
emergência de acordo como propõe o fluxo da rede de atenção em saúde no que se diz
respeito às ações de assistência pré-hospitalar.
No entanto essa conformidade se diverge no quesito aos tipos de atendimentos
por clinica médica, pediátrica e de urgência/emergência em relação ao atendimento com
classificação de risco por cores.
Observou-se que na totalidade de registros por tipos de atendimentos o serviço
de urgência/emergência se destaca com o percentual de 50% dos tipos de atendimentos,
porém quando os registros são identificados a partir do atendimento com classificação
de risco por cores nota-se que há uma grande demanda pelo atendimento clínico por
menor urgência de atendimento, que não é considerado atendimento de nível de
urgência para ser assistido em unidade de pronto atendimento.
Considerando que o serviço faz atendimento à demanda espontânea ainda
podemos inferir que a demanda pelo atendimento clínico pode ser reflexo da
necessidade de atendimento ambulatorial ou mesmo devido à deficiência da atenção
básica, e além podemos considerar a dificuldade ao acesso aos serviços de saúde em
finais de semana, feriados e durante a noite.
48
No entanto constatou-se que a unidade de saúde estuda UPA 24h como
estratégia da rede da urgência/emergência possui um perfil de atendimento às urgências
e as referências clínicas e pediátricas na organização da rede de atenção de serviços de
saúde do município.
Destacando a importância da rede de serviço assistencial do nível secundário,
especificamente do serviço de atendimento de urgência e emergência referente ao
atendimento pré-hospitalar como do componente estratégico na rede de atenção a saúde,
o serviço de saúde de unidade tipo UPA 24h possui essencial relevância na organização
das ações em saúde.
Assim como traz o plano municipal de saúde de 2014-2017 que possui na
agenda estratégica dentre os objetivos macro-estratégicos de promover a melhoria da
gestão do sistema e serviços de saúde do SUS Cuiabá por meio de ações como
promover o modelo de atenção à saúde, organizando a rede de serviços por ciclo de
vida, reduzindo riscos, agravos e a morbimortalidade na população cuiabana de maneira
a fortalecer a rede de atenção à saúde no município (CUIABÁ, 2013).
Enfim, por meio dos resultados do estudo constatou-se o perfil da demanda de
atendimentos da unidade estudada e ainda os esforços que a gestão e o planejamento
municipal têm realizado afim de que a estrutura da rede de atenção em saúde esteja
adequada com o objetivo de garantir e atender com resolutividade e qualidade as ações
em saúde de maneira que as urgências são assistidas na proposta tanto da política
nacional de atenção as urgências quanto pela rede de urgência emergências e no nível
municipal na organização dos serviços de saúde.
Sugerimos que se realizem mais estudos referentes ao perfil das demandas de
atendimentos das unidades de serviços de saúde com o intuito de instrumentalizar a
gestão e o planejamento nas ações em saúde para que seja fortalecida a rede de atenção
com base em monitoramentos e avaliações da assistência para se alcançar a qualidade e
a satisfação dos usuários nos serviços de saúde pública.
49
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 1020 de 13de Maio de 2009. Estabelecem
diretrizes para a implantação do componente pré-hospitalar fixo para a organização de
redes locorregionais de atenção integral às urgências em conformidade com a Política
Nacional de Atenção às Urgências. Brasília, 2009.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 20 set. 1990.
BRASIL. Ministério da Saúde. Programa de enfrentamento às emergências e
traumas. Brasília, 1990
BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção às urgências / Ministério
da Saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.600, de 7 de julho de 2011. Reformula a
Política Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no
Sistema Único de Saúde (SUS).Brasília, DF, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.601, de 7 de julho de 2011. Estabelece
diretrizes para a implantação do componente Unidades de Pronto-Atendimento (UPA
24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas da Rede de Atenção às Urgências,
em conformidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências. Brasília, DF, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1863/GM de 29 de setembro 2003. Dispõe
sobre Institui a Política Nacional de Atenção às Urgências a ser implantada em
todas as unidades federadas. Brasília, 2003.
50
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programação visual padronizada das Unidades de Saúde do Sistema Único de Saúde
(SUS). Brasília, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2048/GM de 05 de novembro de 2002.
Dispõe sobre o regulamento técnico dos sistemas estaduais de urgência e
emergências. Brasília, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Terminologia básica em saúde. Brasília: Centro de
Documentação do Ministério da Saúde; 2008.
CERVO, A. L., BERVIAN, P.A. Metodologia Científica. São Paulo: Prentice Hall,
2002.
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atendimentos prestados – urgência – Mato Grosso. Disponível no
site:<http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?cnes/cnv/aturgmt.def>març. 2014
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IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: resultados
preliminares 2010. Disponível no site:<http://www.ibge.gov.br>, acesso dia 20 dez
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Paulo; Atlas, 1994.
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51
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<http://www.webartigos.com> Publicado em 07 de janeiro de 2011, acessado em nov.
2013.
SANTOS, Lenir. O modelo de atenção à saúde se fundamenta em três pilares: Rede
Regionalizada e Hierarquizada. Blog Direito Sanitário: Saúde e Cidadania, 2011.
Disponível em < http://blogs.bvsalud.org/ds/2011/09/15/o-modelo-de-atencao-a-saude-
se-fundamenta-em-tres-pilares-rede-regionalizacao-e-hierarquizacao/>, acessado nov.
2013.
52
9 ANEXOS
9.1 Autorização para realização do estudo
53
9.2Formulário de Consolidado Mensal da unidade de estudo, jan. 2014
Quantidade (n) %
11.892
120,00% 0%
3429,00% 2858%
6611,00% 193%
214,00% 3%
Quantidade (n) %
182
129 71%
53 29%
Quantidade (n) %
580
Quantidade (n) %
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
0%
Quantidade (n) %
16 0.51
Pacientes encaminhados a outros serviços de saúde
DESTINOS DOS PACIENTES TRANSFERIDOS
ÓBITOS
Percentual de óbitos em relação à quantidade de atendimentos
Quantidade de óbitos
0.11%
Pacientes encaminhados ao Hospital Santa Helena
Pacientes encaminhados ao Hospital Pronto Socorro de Cuiabá
4%
Pacientes encaminhados ao Hospital Bom Jesus
Pacientes encaminhados a outras policlínicas
Pacientes encaminhados ao Hospital Adauto Botelho
Pacientes encaminhados ao Hospital Julio Muller
Pacientes encaminhados a Santa Casa
Pacientes encaminhados ao Hospital do Câncer
Pacientes encaminhados ao Hospital Geral Universitário
Pacientes transferidos a outras unidades em relação ao número de pacientes atendidos na unidade
Número de saídas de ambulância e % relativo a transferências
Pacientes Classificados como Vermelho (Emergência)
Pacientes Classificados como Amarelo (Urgência)
Pacientes Classificados como Verde (Menor Urgência)
Pacientes Classificados como Azul (Não urgência)
319%Pacientes transferidos a outras unidades em relação ao número de pacientes em observação na policlínica
Pacientes pediátricos do sexo masculino transferidos a outras unidades
1%
6,066666667
Número de atendimentos realizados no PA mensal: 14.254
Total de pacientes transferidos a outras unidades (n)
Pacientes pediátricos em observação
Pacientes adultos (maiores de 12 anos) transferidos a outras unidades
3824
Pacientes adultos do sexo feminino transferidos a outras unidades
Pacientes adultos do sexo masculino transferidos a outras unidades
Pacientes pediátricos (menores de 12 anos) transferidos a outras unidades
Pacientes pediátricos do sexo feminino transferidos a outras unidades
Média diária de pacientes atendidos na unidade 459
UPA MORADA DO OURO 24h
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
Número de Pacientes Classificados
PACIENTES TRANSFERIDOS
DESCRITIVO DOS PACIENTES ATENDIDOS, EM OBSERVAÇÃO, TRANSFERIDOS NO PRONTO ATENDIMENTO DAS UNIDADES DE
ATENÇÃO SECUNDÁRIA - JANEIRO/2014
Total de atendimentos mensais realizadas no Pronto atendimento (Clínica médica)
Total de atendimentos mensais realizadas no Pronto atendimento (Pediatria)
ATENDIMENTOS Quantidade (n)
10430
Coordenadora
Média diária de pacientes em observação
Percentual de pacientes em observação em relação ao número de atendimentos realizados no PA (%)
Pacientes desistentes (não classificados) 1518,00%
PACIENTES EM OBSERVAÇÃO
Total de pacientes na observação do Pronto Atendimento (n):
Pacientes adultos em observação