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Conceitos da psicomotricidade segundos diversos autores: Ajuriaguerra, médico psiquiatra, considerado pela comunidade científica como o “Pai da Psicomotricidade”, define assim: “ Psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas, psicológica, condutista, evolutista, genética, e etc, ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo.” Dalila M. M. de Costallat, “A Psicomotricidade como Ciência de Síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais.” Germaine Rossel, “A Educação Psicomotora é a educação de controle mental e da expressão motora”.
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APOSTILA DE PSICOMOTRICIDADE
Conceitos da psicomotricidade segundos diversos autores:
Ajuriaguerra, médico psiquiatra, considerado pela comunidade científica como o “Pai da
Psicomotricidade”, define assim: “ Psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da
educação, pois indiferentes das diversas escolas, psicológica, condutista, evolutista, genética, e etc,
ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo.”
Dalila M. M. de Costallat, “A Psicomotricidade como Ciência de Síntese, que com a
pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as inter-relações
harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais.”
Germaine Rossel, “A Educação Psicomotora é a educação de controle mental e da expressão
motora”.
Giselle B. Soubiran “Psicomotricidade e Relaxação, bases fundamentais da estrutura psico
corporal, estática e em movimento, precedente e condicionante a toda atividade psíquica”.
Vítor da Fonseca, “A psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a
mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle postural, à noção do
corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica, enquanto componentes
essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a
motricidade são abordados como unidade e totalidade do ser. O seu enfoque é, portanto, psico
somático, psico cognitivo, psiquiátrico, somato-analítico, psico neurológico e psico terapêutico”.
P. Vayer, “É a educação da integridade do ser, através do seu corpo”.
Beatriz Loureiro, “Psicomotricidade é a otimização corporal dos potenciais neuro, psico-
cognitivo funcionais, sujeitos às leis de desenvolvimento e maturação, manifestadas pela dimensão
simbólica corporal própria, original e especial do ser humano.”
Hurtado (1983), diz que a psicomotricidade é a educação dos movimentos, ou através dos
movimentos, visando a melhor utilização das capacidades psicofísicas da criança. Neste caso
utiliza-se o movimento como meio e não como fim a ser atingida. A Psicomotricidade é o suporte
básico que auxilia a criança a adquirir tanto sensações e percepções como conceitos, os quais lhe
darão o conhecimento de seu corpo e, através desse, do mundo que o rodeia.
Coste (1981), define a Psicomotricidade como uma técnica em que cruzam e se encontram
múltiplos pontos de vista, e que utiliza numerosas ciências constituídas, entre a biologia, psicologia,
psicanálise, sociologia e lingüística. É considerada como uma terapia, “a terapia psicomotriz” a qual
desenvolve a capacidade de expressão do indivíduo, fazendo com que haja um novo conhecimento
do corpo.
Schinca (1992), o controle e conhecimento do próprio corpo são essenciais para o
estabelecimento da ligação entre o indivíduo e o meio externo. A relação entre cada ser e o exterior
se manifesta através de atos e comportamentos motores, adaptados e ajustados mediante as
sensações e percepções.
Meur e Staes (1984), relatam que o estudo da psicomotricidade é recente sendo que só no início
deste século abordou-o assunto ainda que superficialmente. Em uma primeira fase, a pesquisa
teórica fixou-se, sobretudo no desenvolvimento motor da criança. Depois se estudou a relação entre
o atraso no desenvolvimento motor e o atraso intelectual da criança. Seguiram-se estudos sobre o
desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade. Hoje em dia os
estudos ultrapassam os problemas motores, pesquisando também as ligações com a lateralidade, a
estruturação espacial e a orientação temporal por um lado e, por outro, as dificuldades escolares de
crianças com inteligência normal. Faz também com que se tome consciência das relações existentes
entre o gesto e a afetividade.
Para De Meur (1984), a psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre
a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma
técnica. A psicomotricidade baseia-se em princípios a partir da vivência do corpo no espaço e no
tempo, desenvolvendo a consciência de si mesmo, como um ser capaz de sentir expressar e o mais
importante, ser capaz de partilhar e comunicar-se com os demais.
O estudo da psicomotricidade envolve cinco temas distintos: tomada de consciência do
corpo, a formação da personalidade da criança, isto é desenvolvimento do esquema corporal,
através do qual a criança toma consciência do seu próprio corpo e das possibilidades de expressar-
se por meio desse corpo; tomada de consciência da lateralidade, a criança percebe que seus
membros não reagem da mesma forma, percebe uma maior dominância dos movimentos de um
hemicorpo do que no outro (assimetria funcional); tomada de consciência do espaço, tomada de
consciência da situação do seu próprio corpo em um meio ambiente, tomada de consciência da
situação das coisas entre si, possibilidade do sujeito se organizar perante o mundo que o cerca, de
organizar as coisas entre si; tomada de consciência do tempo, que diz respeito a como a criança se
localiza no tempo, capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes,
durante, após), da duração dos acontecimentos (longo, curto), da seqüência (dias da semana, meses
ano), caráter irreversível do tempo (ontem, hoje, amanhã) e renovação cíclica do tempo (orientação
temporal); tomada de consciência da relação corpo-espaço-tempo, como a criança se expressa
também através do desenho, completa com o domínio progressivo do desenho e do grafismo.
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade - “a ciência que tem como objeto de estudo o
homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo”, a
psicomotricidade é um assunto que todos os profissionais de Educação Física devem tomar
conhecimento. O site da SBP vale uma visita com calma e atenção. A lista de cursos de formação,
especialização e pós-graduação é bastante detalhada, assim como a programação de eventos que
acontecem em todo o Brasil.
Para quem se interessar pelo assunto, antes de ir à livraria adquirir as indicações da seção
“publicações” deve visitar a seção “glossário”, para inteirar-se dos termos técnicos mais usados.
1. Elementos da psicomotricidade
A psicomotricidade envolve os seguintes elementos: esquema e imagem corporal,
coordenação global, equilíbrio, dominância lateral, orientação espacial e latero-espacial, orientação
temporal, coordenação dinâmica das mãos.
Estes elementos são considerados básicos para o desenvolvimento global da criança, são
pré-requisitos necessários para a criança adquirir à aprendizagem da leitura e da escrita; vivenciar a
percepção do seu corpo com relação aos objetos, saber discriminar partes do seu corpo e ter
controle sobre elas e obter organização de espaço e tempo.
2.1 Esquema corporal
É um elemento básica indispensável para a formação da personalidade da criança. É a
representação da imagem que a criança tem de seu próprio corpo. A criança se sentirá bem na
medida em seu corpo lhe obedece, em que o conhece bem, em que pode utiliza-lo não somente para
movimentar-se, mas também para agir. Uma criança cujo esquema corporal é mal constituído não
coordena bem os movimentos, na escola a grafia é feia, e a leitura expressiva, não harmoniosa: a
criança não segue o ritmo da leitura ou então para no meio de uma palavra. Segundo De Meur
(1989), uma criança que se sinta à vontade significa que ele domina o seu corpo, utiliza-o com
desenvoltura e eficácia, proporcionando-lhe bem estar, tornando fáceis e equilibrados seus contatos
com os outros.
2.2 A organização do corpo no espaço (organização espacial)
É a capacidade de movimentar o próprio corpo de forma integrada, dentro de um ambiente
contendo obstáculos, passando por eles. Movimentos com rastejar, engatinhar, e andar, irão
propiciar a criança o desenvolvimento das primeiras noções espaciais: perto, longe, dentro, fora.
Para De Meur (1989), os problemas quanto à orientação temporal e espacial, como por
exemplo, com a noção “antes-depois”, acarretam principalmente confusão na ordenação dos
elementos de uma sílaba. A criança sente dificuldade em reconstruir uma frase cujas palavras
estejam misturadas, sendo a analise gramatical um quebra-cabeça para ela. Uma má organização
espacial ou temporal acarreta fracasso em matemática. Com efeito, para calcular a criança deve ter
pontos de referência, colocar os números corretamente, possuir noção de “fileira”, de “coluna”;
deve conseguir combinar as formas para fazer construções geométricas. Diante de problemas de
percepção espacial uma criança não é capaz de distinguir um “b” de um “d”, um “p” de um “q”,
“21” de “12”, caso não perceba a diferença entre a esquerda e a direita. Se não se distingue bem o
alto e o baixo, confunde o “b” e o “p”, o “n” e o “u”, o “ou” e o “on”.
2.3 A dominância lateral
Refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o capacita utilizar um lado do
corpo com melhor desembaraço do que outro, em atividades que requeiram habilidade,
caracterizando-se por uma assimetria funcional. A definição da lateralidade ocorre à medida que a
criança se desenvolve. A lateralidade na criança não deve ser estimulada até que não tenha sido
definida, quando a criança é forçada a usar um lado do corpo torna-se prejudicial para a
lateralidade, devido a fatores culturais os mais antigos acham que não é correto a criança escrever
com a mão esquerda, forçando-a a utilizar a mão direita par tal ação, os pais devem favorecer a
escolha feita pelas crianças. Na idade onde ainda prevalece a bilateralidade, se ainda a criança tiver
tendência para o sinestrismo e os pais tentar fazer algo para que impeça, pode levar a criança a
apresentar danos na motricidade e contribuir para o surgimento de problemas de aprendizagem.
2.4 O equilíbrio
É a função na qual os indivíduos mantém sua estabilidade corporal durante os movimentos e
quando em estado de imobilidade (Masson,1985). Shinca (1992), relata que o bom equilíbrio é
essencial para a conquista da locomoção assim como a independência dos membros superiores. A
dificuldade de equilibrar-se produz estados de ansiedade e insegurança, pois a criança não consegue
manter um estado estático ou de movimento e isto atrapalha a relação entre equilíbrio físico e
psíquico. Picq e Vayer (1985), diz que na presença de algum distúrbio do equilíbrio pode-se
observar uma indisponibilidade imediata dos movimentos, desequilíbrio corporal global, marcha
não harmoniosa, tensões musculares locais, desalinhamentos anatômicos e imprevisibilidade de
atitudes. Socialmente a criança pode apresentar tendência à inibição ou desejo de esconder, e falta
de confiança em si mesmo.
2.5 A organização latero-espacial
Desenvolve da seguinte maneira, aos 6 anos a criança tem conhecimento do lado direito e
esquerdo do seu corpo, aos 7 anos reconhece a posição relativa entre dois objetos, aos 8 anos
reconhece o lado direito e esquerdo em outra pessoa, aos 9 anos consegue imitar movimentos
realizados por outras pessoas com o mesmo lado do corpo no qual a pessoa realiza o movimento,
isto é transpõe o lado da pessoa para o seu, aos 10 anos reproduz movimentos de figuras
esquematizadas, e aos 11 anos consegue identificar a posição relativa entre 3 objetos.
2.6 A coordenação dinâmica
A coordenação dinâmica geral da a criança um bom domínio do corpo suprindo a ansiedade
habitual, diminui as sincinesias e as tensões trazendo um controle satisfatório e confiança com
relação ao próprio corpo.
Com relação à coordenação dinâmica das mãos Le Boulch (1982) diz que a habilidade
manual ou destreza constitui um aspecto particular da coordenação global. Reveste muita
importância nas praxias, no grafismo, pelo que deve dar se muita atenção particular. A criança
quando apresenta algum distúrbio no desenvolvimento da coordenação (tanto global como da
dinâmica das mãos), poderá apresentar dificuldades escolares com disgrafia, ultrapassa linhas e
margens do caderno, pode ter dificuldades na apreensão de dedos e nos gestos.
Os potenciais humanos, são apoiados nas áreas básicas da Psicomotricidade, seu estudo e
pesquisa constantes do esquema e da imagem corporal, da lateralização, da tonicidade, da
equilibração e coordenação, são enriquecidos instrumentalmente, estimulando o sentimento de
competência, de auto-estima, entendendo o ser humano em constantes e complexas adaptações,
fazendo-o concluir que é amado e aceito, tornando-o transformador e produtor social.
Sintetizando, a Psicomotricidade subtende uma concepção holística de aprendizagem e de
adaptação do ser humano, que tem por finalidade, associar dinamicamente, o ato ao pensamento, o
gesto à palavra, o símbolo ao conceito.
2. A História da Psicomotricidade no Brasil
A história da Psicomotricidade no Brasil, segue os passos da escola francesa. Era clara e
nítida a influência marcante da Escola Francesa de Psiquiatria Infantil e da Psicologia na época da
1ª guerra em todo mundo. O Brasil foi também invadido, ainda que tardiamente, pelos primeiros
ventos da Pedagogia e da Psicologia. Nos países europeus, pesquisadores se organizavam em
grupos de trabalho: era preciso responder as aspirações e necessidades da sociedade industrial, que
levava as mulheres ao trabalho formal, deixando as crianças em creches.
Os franceses se conscientizavam sobre a importância do gesto e pesquisavam
profundamente os temas corporais. André Thomas e Saint-Anné Dargassie, iniciavam suas
pesquisas sobre tônus axial. A maturação, os reflexos tônicos arcaicos do nascimento dos primeiros
anos de vida, produziram as primeiras palavras-chave da Psicomotricidade.
No entanto, Henri Wallon ousou falar em Tônus e Relaxamento e Dr. Ajuriaguerra
combinou às suas pesquisas, a importância do tônus falada por Wallon em seus escritos sobre o
diálogo tônico. Dra. Giselle Soubiran iniciou sua prática de relaxação psicotônica e fez seguidores.
Empenhada cada vez mais em mostrar ao mundo, a importância do tônus no dia a dia, ela
apontou aos pesquisadores, caminhos a serem seguidos e estudados e deixou clara a sintomatologia
tônica corporal do século. No Brasil, Antonio Branco Lefévre buscou junto às obras de Ajuriaguerra
e Ozeretski, influenciado por sua formação em Paris, a organização da primeira escala de avaliação
neuromotora para crianças brasileiras.
3.1 A evolução da Psicomotricidade
1790 – Maine de Brian, primeiro a valorizar o movimento como componente essencial da estruturação do “eu”. Para ele, é na ação que o EU toma consciência de si mesmo e do mundo. O “eu” não pensa, vive-se;
1874 – C. Koupernik foi o principal indicador do que poderíamos chamar de Psicomotricidade do adulto;
1885 – Jean M. Charcot a partir do estudo sobre o membro fantasma, histeria, evidência as interferências do psiquismo sobre o corpo e do corpo sobre o psiquismo, encaminhando uma mudança progressiva da visão dualista;
1890 – Freud ressalta a noção do inconsciente, do corpo pulsão, do corpo relação, ou seja, o corpo passa a desempenhar um papel importante nas formações inconscientes;
1900 – Karl Wernicke usou pela primeira vez o termo psico-motricidade;
1901 – Phillipe Tisié falou que por Educação Física não se deve entender apenas exercício muscular do corpo, mas também e principalmente o treinamento dos centros psicomotores pelas associações múltiplas e repetidas entre movimento e pensamento;
1906 – Dupré publicou na Revue de Neurologie o resultado dos estudos sobre a Psicomotricidade, nos quais define a síndrome da debilidade motora, para evidenciar o paralelismo psicomotor, ou seja, a associação estreita entre desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade;
1909 – Ajuriaguerra foi considerado o iniciador da psicomotricidade da criança com o relatório sobre a debilidade motora. A psicomotricidade seria a experiência do corpo, como diálogo tônico, podendo ser lida como uma linguagem. Ajuriaguerra que afirmou que o papel da função tônica não é apenas o de servir de pano de fundo da ação corporal, mas é também um modo de relação com o outro;
1925 – Dupré retoma o termo psicomotricidade na obra Pathologie de l’imagination et de l’émotivité, empregado, também, na mesma época, por Wernicke;
Henri Wallon apresenta a famosa classificação das síndromes psico-motoras e sustenta um paralelismo das manifestações motoras e psíquicas, impregnado do reducionismo neurológico, fruto do dualismo corpo-alma;
1930 – H. Wallon distingue dois tipos de atividades motoras e faz uma escala de desenvolvimento da criança, além de relacionar diretamente o movimento com o desenvolvimento psíquico;
1935 – E. Guillmain, além de montar um teste psicomotor, analisou o paralelismo entre o comportamento geral da criança e o teste psicomotor e descobre três funções essenciais: atividades tônica, relacional e intelectual;
1937 – Jean Piaget demonstra a importância do movimento, com base de toda a estruturação da inteligência humana. Reafirma que a atividade motora é o ponto de partida para o desenvolvimento das inteligências. A partir daí, a função tônica e a coordenação dos esquemas serão reconhecidos pelas psicologias como objeto de estudo;
1948 – Heuyer fala da psicomotricidade como a associação estreita entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade;
1960 – 1º edição da obra “Educação Psicomotora e Retardo Mental” de Picq e Vayer, que significa o ponto em que a educação psicomotora ganha verdadeiramente uma autonomia, e se converte em uma atividade educativa original e com objetivos próprios;
1963 – No quadro universitário do Hospital Salpétrière, na França, expediu-se um certificado de Reeducação da Psicomotricidade;
1963-1973 –Institucionalização e dispersão das doutrinas e do método;
1974 – Existe, na França, o diploma de Estado de Psicomotricista, obtido através dos Ministérios da
Saúde e da Família, envolvendo três anos de estudos, após o Bacharelado;
1980 – Com o incentivo de Françoise Desobeau, foi criada a SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA PSICOMOTORA (SBTP), integrada à sociedade Internacional de Terapia Psicomotora (SITP), num encontro em Araruama, onde estiveram presentes 40 profissionais de oito profissões diferentes e de oito Estados do Brasil.
1982 – I Congresso Brasileiro de Psicomotricidade;
Foram iniciadas as primeiras publicações na área de Psicomotricidade através dos Anais do congresso, dos exemplares IPERA, da própria Sociedade, além de revistas como CONTINUIDADE, do CESIR e CORPO E LINGUAGEM, da Editora Jacobé, que era dirigida por um dos membros da Sociedade;
1983 – Foram criados cursos de Pós-graduação de Psicomotricidade, na Universidade Estácio de Sá e no Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR), constituindo um passo importante na história da Psicomotricidade.
1985 – Decreto 85.188, de 7.02.1985, rebatizou o diploma de Estado de Psicomotricidade.
1989 – em Julho foi aberto, no IBMR, o curso de formação de Psicomotricidade com duração de 4 anos, a nível de graduação.
Sinopse do Reconhecimento da Psicomotricidade
Primeiro com Tissié (1894), com Dupré (1925), depois com Janet (1928), e
fundamentalmente com Wallon (1925, 1932 e 1934), a Psicomotricidade ganha definitivamente o
reconhecimento institucional.
4 - DESENVOLVIMENTO MOTOR
O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos tecidos nervosos, aumento
em tamanho e complexidade do sistema nervoso central, crescimento dos ossos e músculos. São
portanto comportamentos não aprendidos que surgem espontaneamente desde que a criança tenha
condições adequadas para exercitar-se. Esses comportamentos não se desenvolverão caso haja
algum tipo de distúrbio ou doença. Podemos notar que crianças que vivem em creches e que ficam
presas em seus berços sem qualquer estimulação não desenvolverão o comportamento de sentar,
andar na época adequada que futuramente apresentarão problemas de coordenação e motricidade.
As principais funções psicomotoras é um bom desenvolvimento da estruturação do esquema
corporal que mostre a evolução da apresentação da imagem do corpo e o reconhecimento do próprio
corpo, evolução de preensão e da coordenação óculo-manual que nos proporciona a fixação ocular e
prensão e olhar e desenvolvimento da função tônico e da postura em pé e reflexos arcaicos da
estruturação espaço-temporal (tempo, espaço, distância e retina).
Um perfeito desenvolvimento de nosso corpo ocorre não somente mecanicamente, mas sim
que são aprendidos e vivenciados junto a família, onde a criança aprende a formar a base da noção
de seu 'eu corporal'.
Não podemos esquecer de citar a importância dos sentimentos da criança na fase do
conhecimento de seu próprio corpo, pois um esquema corporal mal estruturado pode determinar na
criança um certo desajeitamento e falta de coordenação, se sentindo insegura e isso poderá
desencadear uma série de reações negativas como: agressividade, mal humor, apatia que às vezes
parece ser algo tão simples poderá originar sérios problemas de motricidade que serão manifestados
através do comportamento.
5 . AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE
Para fins didáticos subdividiremos a psicomotricidade em áreas que, embora citadas
isoladamente, agirão quase sempre vinculadas umas às outras; entenderemos por "Prática
Psicomotora" todas as atividades que visam estimular as várias áreas que mencionaremos a seguir:
5.1. ÁREAS PSICOMOTORAS
5.1.1. COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
A linguagem é função de expressão e comunicação do pensamento e função de socialização.
Permite ao indivíduo trocar experiências e atuar - verbal e gestualmente - no mundo.
Por ser a linguagem verbal intimamente dependente da articulação e da respiração, incluem-se nesta
área os exercícios fonoarticulatórios e respiratórios.
5.1.2. PERCEPÇÃO
Percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos. A percepção está
ligada à atenção, à consciência e a memória. Os estímulos que chegam até nós provocam uma
sensação que possibilita a percepção e a discriminação. Primeiramente sentimos, através dos
sentidos: tato, visão, audição, olfato e degustação. Em seguida, percebemos, realizamos uma
mediação entre o sentir e o pensar. E, por fim, discriminamos - reconhecemos as diferenças e
semelhanças entre estímulos e percepções. A discriminação é que nos permite saber, por exemplo, o
que é verde e o que é azul, e a diferença entre o 1 e o 7. As atividades propostas para esta área
devem auxiliar o desenvolvimento da percepção e da discriminação.
5.1.3. COORDENAÇÃO
A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. Entendida
como a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe integridade e maturação do sistema
nervoso. Subdividiremos a coordenação motora em coordenação dinâmica global ou geral,
visomanual ou fina e visual. A coordenação dinâmica global envolve movimentos amplos com todo
o corpo (cabeça, ombros, braços, pernas, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo 'coloca grupos
musculares diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos voluntários mais
ou menos complexos". A coordenação visomanual engloba movimentos dos pequenos músculos em
harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e pulsos.
A coordenação visual refere-se a movimentos específicos com os olhos nas mais variadas
direções.
As atividades psicomotoras propostas para a área de coordenação estão subdivididas nessas
três áreas.
5.1.4. ORIENTAÇÃO
A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de adaptação do indivíduo
ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um
dado momento. A orientação espacial e temporal corresponde à organização intelectual do meio e
está ligada à consciência, à memória a às experiências vivenciadas pelo indivíduo.
5.1.5. CONHECIMENTO CORPORAL E LATERALIDADE
A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo ocupa um
espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores, dor e
calor, movimenta-se. A entidade corpo é centro, o referencial. A noção do corpo está no centro do
sentimento de mais ou menos disponibilidade e adaptação que temos de nosso corpo e está no
centro da relação entre o vivido e o universo. É nosso espelho afetivo-somático ante uma imagem
de nós mesmos, do outro e dos objetos. O esquema corporal, da maneira como se constrói e se
elabora no decorrer da evolução da criança, não tem nada a ver com uma tomada de consciência
sucessiva de elementos distintos, os quais, como num quebra-cabeça, iriam pouco a pouco encaixar-
se uns aos outros para compor um corpo completo a partir de um corpo desmembrado. O esquema
corporal revela-se gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia revelada na
câmara escura mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando contorno, forma e coloração
cada vez mais nítidos. A elaboração e o estabelecimento deste esquema parecem ocorrer
relativamente cedo, uma vez que a evolução está praticamente terminada por volta dos quatro ou
cinco anos. Isto é, ao lado da construção de um corpo 'objetivo', estruturado e representado como
um objeto físico, cujos limites podem ser traçados a qualquer momento, existe uma experiência
precoce, global e inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no desenvolvimento
ulterior da imagem e da representação de si. O conceito corporal, que é o conhecimento intelectual
sobre partes e funções; e o esquema corporal, que em nossa mente regula a posição dos músculos e
partes do corpo. O esquema corporal é inconsciente e se modifica com o tempo.
Quando tratamos de conhecimento corporal, inserimos a lateralidade, já que é a bússola de
nosso corpo e assim possibilita nossa situação no ambiente. A lateralidade diz respeito à percepção
dos lados direito e esquerdo e da atividade desigual de cada um desses lados visto que sua distinção
será manifestada ao longo do desenvolvimento da experiência. Perceber que o corpo possui dois
lados e que um é mais utilizado do que o outro é o início da discriminação entre a esquerda e
direita. De início, a criança não distingue os dois lados do corpo; num segundo momento, ela
compreende que os dois braços encontram-se um em cada lado de seu corpo, embora ignore que
sejam "direito" e "esquerdo". Aos cinco anos, aprende a diferenciar uma mão da outra e um pé do
outro. Em seguida, passa a distinguir um olho do outro. Aos seis anos, a criança tem noção de suas
extremidades direita e esquerda e noção dos órgãos pares, apontando sua localização em cada lado
de seu corpo (ouvidos, sobrancelhas, mamilos, etc.). Aos sete anos, sabe com precisão quais são as
partes direita e esquerda de seu corpo. As atividades psicomotoras auxiliam a criança a adquirir boa
noção de espaço e lateralidade e boa orientação com relação a seu corpo, aos objetos, às pessoas e
aos sinais gráficos.
Alguns estudiosos preferem tratar a questão da lateralidade como parte da orientação
espacial e não como parte do conhecimento corporal.
5.1.6. HABILIDADES CONCEITUAIS
A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar relações de
quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância, etc.
A medida em que brinca com formas, quebra-cabeças, caixas ou panelas, a criança adquire
uma visão dos conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e forma. Ela enfia contas no barbante
ou coloca figuras em quadros e aprende sobre seqüência e ordem; aprende frases: acabou, não mais,
muito, o que amplia suas idéias de quantidade. A criança progride na medida do conhecimento
lógico-matemático, pela coordenação das relações que anteriormente estabeleceu entre os objetos.
Para que se construa o conhecimento físico (referente a cor, peso, etc.), a criança necessita ter um
sistema de referência lógico-matemático que lhe possibilite relacionar novas observações com o
conhecimento já existente; por exemplo: para perceber que um peixe é vermelho, ela necessita um
esquema classificatório para distinguir o vermelho de todas as outras cores e outro esquema
classificatório para distinguir o peixe de todos os demais objetos que conhece.
5.1.7. HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
As habilidades psicomotoras são essenciais ao bom desempenho no processo de
alfabetização. A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como:
• dominância manual já estabelecida (área de lateralidade);
• conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo, quantas voltas existem nas
letras m e n, ou quantas sílabas formam uma palavra (área de habilidades conceituais);
• movimentação dos olhos da esquerda para a direita, domínio de movimentos delicados
adequados à escrita, acompanhamento das linhas de uma página com os olhos ou os dedos,
preensão adequada para segurar lápis e papel e para folhear (área de coordenação visual e manual);
• discriminação de sons (área de percepção auditiva);
• adequação da escrita às dimensões do papel, reconhecimento das diferenças dos pares b/d,
q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda para a direita, manutenção da proporção
de altura e largura das letras, manutenção de espaço entre as palavras e escrita orientada pelas
pautas (áreas de percepção visual, orientação espacial, lateralidade, habilidades conceituais);
• pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras (área de comunicação e
expressão);
• noção de linearidade da disposição sucessiva de letras, sílabas e palavras (área de
orientação têmporo-espacial);
• capacidade de decompor palavras em sílabas e letras (análise);
• possibilidade de reunir letras e sílabas para formar novas palavras (síntese).
6. Distúrbios Psicomotores
"O que não percebeu, negais que exista; o que não calculastes, é mentira; o que vós não
pensastes, não tem peso, metal que não cunhais, dizeis que é falso." (Goethe)
Que há com ela? O que acontece com essa criança desajeitada? Porque, apesar de sua
aparência cheia de torpor e inabilidade, quando consegue aproximar-se, mostra-se com encanto e
interesse?
O que há com ela? Andou tarde, caiu quantas vezes... precipitava-se pelas escadas ao invés
de desce-las, ou morria de medo como se fosse um grande empreendimento... escalá-las e não
apenas subi-las. E vestir-se... O que seria a manga, onde estariam os braços, as pernas das calças?
Enfiam-se pela cabeça? Por que existem laços de sapato? Para atormentar crianças? Ou
talvez, a sua mãe que, desoladamente, contempla sua dificuldade? E um caderno? Começa-se de
que lado? Por que as coisas são assim? Que estranho é este mundo de lados que não tem lados... O
que há com esta criança?
Seus movimentos são desajeitados, lentos e pesados. Quando andam, apoiam duramente o
calcanhar no solo. Quando crianças custam a aprender a subir e descer escadas, nas escolas, evitam
participar de jogos, nas quais geralmente são ridicularizadas e afastadas: tê-las como parceiras é
perder na certa.
Tal ser é uma questão e uma dificuldade para seus pais, para seus mestres, para todos nós.
Como entendê-lo. Como ajudá-lo?
DEFINIÇÃO DE DISTÚRBIO PSICOMOTOR
A criança descrita na história acima apresenta um distúrbio de motricidade: uma dispraxia.
Praxias: São sistemas de movimentos coordenados em função de um resultado ou de uma
intenção. Não são nem reflexos, nem automatismos, nem movimentos involuntários. O estudo sobre
os distúrbios das praxias foram primeiramente, sistematizados em adultos. Estas perturbações
consistiam em perda ou alterações do ato voluntário, como de lesão no sistema nervoso central. São
as apraxias.
Pesquisas foram desenvolvidas com crianças que mostraram serem algumas delas portadoras
de um determinado distúrbio cujos sintomas assemelhavam-se aos adultos. Por outro lado mesmo
existindo a lesão, ela incidia sobre um cérebro ainda em desenvolvimento e portanto em condições
diferentes a dos adultos.
A partir destas considerações e da preocupação em estabelecer-se uma psicopatologia
diferencial da criança e do adulto passa-se a encontrar, na literatura, a denominação de dispraxia ou
apraxia de evolução quando se trata de distúrbios das praxias na criança.
Apraxia aparece referindo-se ao distúrbio infantil.
Classificação das apraxias. Distinguem três variedades:
a) Apraxia sensório-cinética - que se caracteriza pela alteração da síntese sensório-motora
como a desautomatização do gesto. Não há nela distúrbios de representação do ato.
b) Apracto-somato-gnosia espacial - caracterizada por uma desorganização do esquema
corporal e do espaço.
c) Apraxia de formulação simbólica que se caracteriza por uma desorganização da
atividade simbólica e da compreensão da linguagem.
A finalidade é de estabelecer os diferentes tipos de distúrbios.
ESTUDOS INICIAIS SOBRE O DISTÚRBIO PSICOMOTOR
Debilidade Motora é uma condição patológica da mobilidade, às vezes hereditária e
familiar, caracterizada pela exageração dos reflexos tendinosos, uma perturbação do reflexo plantar,
um desajeito dos movimentos voluntários intencionais que levam a impossibilidade de realizar
voluntariamente a ação muscular.
Distúrbio Psicomotor: significa um transtorno que atinge a unidade indissociável, formada
pela inteligência, pela afetividade e pela motricidade.
Paratonia: É a possibilidade que apresentam certas crianças de relaxar voluntariamente um
músculo.
Sincinesias: São fenômenos normais em crianças.
Catalepsia: É uma aptidão anormal para a conservação de uma atitude.
Outros sinais são marcados como certas epilepsias, espasmos dos músculos lisos, alguns
estados de excitação e de agitação e a instabilidade.
Assim muitos anos, os distúrbios de psicomotricidade e portanto, as dispraxias, foram vistos
sob o nome de debilidade motora que é uma insuficiência de imperfeição das funções motoras
consideradas do ponto de vista da sua adaptação.
Os distúrbios da Psicomotricidade é definido sob o nome de Disfunções Psicomotoras.
Pesquisas feitas com crianças deficientes mentais focalizando os processos que estariam na
base das deficiências da aprendizagem. Adotaram a classificação das deficiências mentais, proposta
por Straus (1933) em endógenas aquelas crianças com antecedentes familiares de distúrbios
mentais; em exógenas as crianças portadoras de lesão cerebral.
Referências Bibliográficas
LEVIN, Esteban. A infância em cena. Petrópolis: Vozes, 1997.
FONSECA, Victor da. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre: Artmed,
2004.
FONSECA, Vitor. Manual de Observação Psicomotora. Porto Alegre: Artmed, 1995.
GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis,
Rio de Janeiro: Vozes,2004.
LE BOULCH, O desenvolvimento psicomotor. Porto Alegre: Artmed, 1992
LEVIN, Esteban. A clínica psicomotora: o corpo na linguagem. Petrópolis: Vozes, 1995.
WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1981.
Teorias e Exercícios em Psicomotricidade
ESQUEMA CORPORALConhecimento intuitivo imediato que a criança tem do próprio corpo, conhecimento capaz
de gerar as possibilidades de atuação da criança sobre as partes do seu corpo, sobre o mundo exterior e sobre os objetos que a cercam.
Exercício 1 : Reconhecendo as partes essenciais do corpo - O profissional diz os nomes das seguintes partes do corpo: cabeça, peito, barriga, braços, pernas, pés, explorando uma parte por vez.
A criança mostra em si mesma a parte mencionada pelo profissional, respeitando o nome que designa. Primeiramente o trabalho deverá ser realizado de olhos abertos, e a seguir de olhos fechados.
Olhos abertos: Aprendizado.Olhos fechados: Quando dominar as partes do corpo. Exercício 2: A criança deverá reconhecer também as partes do rosto: nariz, olhos, boca,
queixo, sombrancelhas, cílios, trabalhar também com os dedos com a mão apoiada sobre a mesa a criança deverá apresentar o pulso, o dedo maior e o dedo menor, os nomes dos dedos são ensinados a criança pedindo que ela levante um a um dizendo os respectivos nomes dos dedos.
Exercício 3: Trabalhar com os olhos - Em pé ou sentado a criança acompanha com os olhos sem mexer a cabeça, a trajetória de um objeto que se desloca no espaço.
Exercício 4: Sentir os rins - Deitada com as pernas estendidas e as mãos sobre os rins a criança dobra os joelhos e encosta-os no peito. Comentar com a criança que a parte do corpo que se apoia com força sobre suas mãos chama-se rins.
Exercício 5: Automatizando a noção de direita e esquerdaConhecendo a direita e a esquerda do próprio corpo mostrar a criança qual é a sua mão
direita e qual é a sua mão esquerda. Dominando este conceito, realizar o exercício em etapas:
- fechar com força a mão direita;- depois a esquerda;- Levantar o braço direito;
- depois o esquerdo;- bater o pé esquerdo;- depois o direito;- mostrar o olho direito;- depois o esquerdo;- mostrar a orelha direita;- depois a esquerda;- levantar a perna esquerda;- depois a direita.Trabalhar com os olhos abertos, e quando a criança estiver dominando o exercício trabalhar
com os olhos fechados. Exercício 6: Localizando elementos na sala de aula. A criança deverá dizer de que lado está
a porta, a janela, a mesa da sala de aula, etc. em relação a si mesma. Durante a realização do exercício, não deixar a criança cruzar os braços, pois isso dificulta sua orientação espacial.
COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUALA finalidade dos exercícios de coordenação óculo-manual têm como finalidade o domínio do
campo visual, associada a motricidade fina das mãos.Exercício - Realizar este jogo em duas etapas:A criança bate a bola no chão, apanhando-a inicialmente com as duas mãos, e depois ora
com a mão direita, ora com a mão esquerda. No início a criança deverá trabalhar livremente. Numa segunda etapa o professor determinará previamente com qual das mãos a criança deverá apanhar a bola.
A criança joga a bola para o alto com as duas mãos, apanhando-a com as duas mãos também. Em seguida, joga a bola para o alto com uma só mão, apanhando-a com uma só mão também.
Variar o uso das mãos. Ora com a direita ora com a esquerda.Jogo de Pontaria no Chão - Desenhar um círculo no chão ou utilizar um arco. As crianças
deverão jogar a bola dentro do círculo. Aumentar gradativamente à distância. Variar jogando a bola na frente, atrás, do lado esquerdo, do lado direito do círculo.
COORDENAÇÃO DINÂMICA GERALEstes exercícios possuem a função de equilíbrio que é a base essencial da coordenação
dinâmica geral que possuem a finalidade de melhorar o comando nervoso, a precisão motora e o controle global dos deslocamentos do corpo no tempo e no espaço. Constituem-se de exercícios de marchas e saltos. Apresentamos exercícios em que a criança a nível de experiências vividas, manipula conceitos espaciais importantes para o seu preparo para a alfabetização.
Os conceitos espaciais: direita, esquerda, atrás, na frente, entre, perto, longe, maior, menor; são vivenciados através de movimentos específicos. A partir daí propomos exercícios com maior intensidade. Se coloca a medição de um raciocínio, de uma reflexão sobre os dados vivenciados no primeiro nível. Dessa forma permite a criança passar para a etapa de estruturação temporal requerida para o aprendizado da leitura e da escrita.
Exercício: Andando, saltando e equilibrando-se.1. Andando de cabeça erguida 2. A criança anda com um objeto sobre a cabeça ( pode ser um livro de capa dura).
Dominada esta etapa a criança para, levanta uma perna formando um angulo de noventa graus e coloca-se lentamente no chão. O mesmo trabalho deverá ser feito com a outra perna.
3. Quem alcança ?
4. O professor segura um objeto a uma determinada altura (pode ser um lápis, uma bola ) a criança deverá saltar para alcança-lo . Inicialmente fazer o exercício em pé, depois de cócoras.
MOTRICIDADE FINA DAS MÃOS E DOS DEDOSOs exercícios de motricidade fina são muito importantes para a criança, na medida em que
educam é gesto requerido para a escrita, evitando a apreensão e a prisão inadequados que tanto prejudicam o grafismo, tornando o ato de escrever uma experiência aversiva a criança.
CUIDANDO DAS MÃOSExercício de Motricidade Fina :
Trabalhando só com os braços - Este exercício tem como objetivo desenvolver a independência segmentar do braço em relação ao tronco, o que beneficia e facilita o trabalho da mão no ato de escrever. Apresentamos uma série de gráficos (traçados) que o professor deverá reproduzir em tamanho grande no quadro de giz ou programá-los em cartões. As crianças por sua vez deverão reproduzí-los com gestos executados no ar.
AMASSANDO A MASSAFazendo Bolas de Massa - O professor distribui a classe bolas de massa de tamanhos
variados (usar massa para modelar) sentada, com o cotovelo apoiado sobre a carteira, a mão para o alto, a criança aperta as bolas de massa com força, amassando-as. Orientar a criança para que trabalhe com dois dedos por vez. Trabalhar primeiro uma das mãos, depois com a outra e, finalmente, com as duas juntas.
Fazendo as bolas de massa - Realizar o mesmo trabalho do exercício anterior, neste caso, porém a massa é apresentada em forma de disco, com a qual a criança deverá fazer uma bola.
ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO TEMPORALEsse mediador trabalha com noções importantes para o aprendizado da escrita e
particularmente da leitura, favorecem o desenvolvimento da atuação da memória. A estruturação temporal fornecerá as possibilidades de alfabetizar-se.
Exercício: Reproduzindo ritmos com as mãos. O professor executa um determinado ritmo, seguindo algumas estruturas rítmicas (.. ... ...) por exemplo, batendo a mão sobre a carteira, durante um certo tempo, a criança apenas escuta, depois reproduz o rítmico executado pelo professor, batendo a mão sobre a carteira também. Variar o ritmo. Lento, normal e rápido.
Fazer o exercício inicialmente com os olhos abertos e em seguida, de olhos fechados.
EXERCÍCIO DE ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO ESPACIALDeslocando um objeto no espaço, a criança coloca um objeto qualquer ora a sua frente, ora
atrás, ora a direita, ora a esquerda, segundo o comando do professor.