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Caderno Caderno educacional 9 o ano Material de apoio Material do aluno

Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

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Caderno de apoio nas áreas de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências com vários exercícios que contemplam os descritores e suas respectivas expectativas de aprendizagem referenciadas em avaliações diagnósticas.

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CadernoCadernoeducacional

9o

ano

Material de apoio

Material do professor

educacionalMaterial do professor

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ciênciasCiênciasMaterial de apoio

Material do aluno

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ExpedienteMarconi Ferreira Perillo JúniorGovernador do Estado de Goiás

Thiago Mello Peixoto da SilveiraSecretário de Estado da Educação

Erick Jacques PiresSuperintendente de Acompanhamento de Programas Institucionais

Raph Gomes AlvesChefe do Núcleo de Orientação Pedagógica

Valéria Marques de OliveiraGerente de Desenvolvimento Curricular

Gerência de Desenvolvimento Curricular

Elaboradores

MATEMÁTICAAbadia de Lourdes da Cunha

Alexsander Costa Sampaio

Aline Márcia dos Santos

Carlos Roberto Brandão

Deusite Pereira dos Santos

Inácio de Araújo Machado

Júnior Marques Carneiro

Lidiane Rodrigues da Mata

Márcio Dias de Lima

Marlene Aparecida Faria

Mônica Martins Pires

Regina Alves Costa Fernandes

Silma Pereira do Nascimento Vieira

PORTUGUESAlex Sandra de Carvalho

Arminda Maria de Freitas Santos

Débora Cunha Freire

Histávina Duarte Pereira

Joanede Aparecida Xavier de Souza Fé

Lívia Aparecida da Silva

Luiz Fabiano Braga dos Santos

Márcia Mendonça Souza

Marilda de Oliveira Rodovalho

Myrian Marques

Rosely Aparecida Wanderley Araújo

CIÊNCIASCibele Pimenta Tiradentes

Claudine Ferreira de Souza Azeredo Veríssimo

Fernanda Cirqueira Rodrigues

Hélio Pinheiro de Andrade

Jardel Willian do Couto

Leonardo Dantas Vieira

Leonardo Teófilo Teles

Lívio de Castro Pereira

Ranib Aparecida dos Santos Lopes

Rodrigo da Silva

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Apresentação

Prezado aluno,

O Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Edu-cação, criou o “Pacto pela Educação” com o objetivo de lhe oferecer um ensino de maior qualidade.

Para atingir esse objetivo, apresentamos-lhe este material, a fim de apoiá-lo em suas atividades, visando ao seu melhor desempenho no Ensino Fundamental. Com isso, esperamos prepará-lo melhor para o ingresso no Ensino Médio.

O propósito maior deste material é o de possibilitar a apreensão de conteúdos considerados essenciais para você. Em face disso, espera-se que sua aprendizagem seja fortalecida e desenvolvida.

Lembramos que as suas ações de agora são o alicerce para o seu futuro. Assim, lance mão desse material com afinco, o que certamente resultará em seu aprimoramento intelectual. Este material foi produzido pela Secretaria, pensando em você, no seu sucesso como estudante de hoje e como profissional de amanhã.

Para tanto, sugerimos que, para aproveitar melhor cada texto, cada atividade colocada aqui, organize um período diário de estudo, de leitura dos textos, de levantamento de dúvidas. Vá para a sala de aula pronto para participar das discussões propostas pelo professor. Acreditamos que, somente com sua participação efetiva nas aulas, este material cumprirá a sua finalidade: proporcionar um ensino e uma aprendizagem mais justos e de mais qualidade.

Contamos com sua participação e esforço!

Bons estudos!

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SumárioMATEMÁTICAAula 01 Conjunto dos Números Naturais (N) ................................................................................7Aula 02 Conjunto dos números inteiros (Z) – Operações ....................................................... 9Aula 03 Conjunto dos Números Racionais (Q) – Frações .......................................................13Aula 04 Conjunto dos números racionais (Q) Números Decimais – Operações ...........17Aula 05 Conjunto dos números racionais (Q): Equivalência de frações ...........................21Aula 06 Conjunto dos números racionais (Q) – Conversão ...................................................25Aula 07 Conjunto dos Números Irracionais ...................................................................................27Aula 08 Conjunto dos Números Reais (R) ...................................................................................28Aula 09 Os números racionais na reta numérica ........................................................................31Aula 10 Potenciação: Definição .........................................................................................................33Aula 11 Potenciação: Propriedades ..................................................................................................36Aula 12 Potência com expoente negativo .....................................................................................38Aula 13 Potenciação: expressões numéricas ................................................................................40Aula 14 Decomposição em fatores primos ...................................................................................41Aula 15 Radiciação: Definição / Extração de raiz ........................................................................43Aula 16 Radiciação (propriedades) ...................................................................................................47Aula 17 Radiciação inexata .................................................................................................................49Aula 18 Relacionando potências e radicais. ..................................................................................50Aula 19 Resolução de situações problema envolvendo números R ..................................52Aula 20 Exercícios – números Reais ..................................................................................................54Aula 21 Rotação de polígonos – Propriedades ............................................................................56Aula 22 Reflexão de polígonos – Propriedades ...........................................................................59Aula 23 Translação de polígonos – Propriedades .......................................................................63Aula 24 Plano Cartesiano Ortogonal ................................................................................................66Aula 25 Construção de polígonos no plano cartesiano ...........................................................69Aula 26 Exercícios envolvendo polígonos .....................................................................................72Aula 27 Circunferência e círculo: Definição e diferenças .........................................................74Aula 28 Razão I .........................................................................................................................................78Aula 29 Razão II (situações problema envolvendo razões em porcentagens) ................82Aula 30 Proporção ..................................................................................................................................85Aula 31 Proporção – Propriedade .....................................................................................................89Aula 32 Exercícios envolvendo razão e proporção .....................................................................93Aula 33 Perímetro de polígonos diversos ......................................................................................94

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Aula 34 Área de polígonos: quadrados e retângulos ................................................................98Aula 35 Área de polígonos – Triângulos ...................................................................................... 101Aula 36 Área de polígonos: paralelogramo ............................................................................... 104Aula 37 Área de polígonos: trapézio ............................................................................................ 107Aula 38 Área de polígonos: pentágono e hexágono ............................................................. 109Aula 39 Área de superfície de figuras não planas: cubo, cilindro e paralelepípedo...................................................................................................................112Aula 40 Exercícios envolvendo a área de superfície de figuras não planas: cubo, cilindro e paralelepípedo, aplicados em avaliações externas ................ 115Aula 41 Leitura de gráficos e tabelas ............................................................................................ 117Aula 42 Construir tabelas de dados estatísticos ....................................................................... 121Aula 43 Construir gráficos de frequência de dados estatísticos – coluna ...................... 126Aula 44 Construção de gráficos de frequência de dados estatísticos – barra .............. 130Aula 45 Construção de gráficos de frequência de dados estatísticos – setores .......... 134Aula 46 Conclusões com base na leitura de gráficos ............................................................. 137Aula 47 Relacionar gráficos com tabelas ..................................................................................... 141Aula 48 Relacionar tabelas com gráficos ..................................................................................... 146Aula 49 Conclusões com base na leitura de tabelas .............................................................. 154

PORTUGUESCONTO LITERÁRIOAULA 01 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..........................................................................................7AULA 02 Identificação dos conhecimentos sobre o gênero ...................................12AULA 03 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................16AULA 04 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................25AULA 05 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................28AULA 06 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................30AULA 07 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................34AULA 08 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................40AULA 09 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................43AULA 10 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................46AULA 11 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................49AULA 12 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................52

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AULA 13 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .....................................60AULA 14 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................65AULA 15 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................68AULA 16 Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ................................71

EDITORIALAULA 17 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero .......................................................................................73AULA 18 Identificação dos conhecimentos sobre o gênero ...................................79AULA 19 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................81AULA 20 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................84AULA 21 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .....................................86AULA 22 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................89AULA 23 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................91AULA 24 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................94AULA 25 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................96AULA 26 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero ......................................99AULA 27 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .................................... 100AULA 28 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .................................... 104AULA 29 Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ............. 106AULA 30 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .................................... 109AULA 31 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .................................... 111AULA 32 Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ............. 114AULA 33 Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ............................. 118AULA 34 Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ............................. 120

ATA, REQUERIMENTO, CARTASAULA 35 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..................................................................................... 122AULA 36 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..................................................................................... 126AULA 37 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..................................................................................... 129AULA 38 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..................................................................................... 132

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AULA 39 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero .................................................................................... 135AULA 40 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..................................................................................... 137AULA 41 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..................................................................................... 140AULA 42 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..................................................................................... 142AULA 43 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .................................... 144AULA 44 Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero .................................... 147AULA 45 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..................................................................................... 150AULA 46 Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ............. 155AULA 47 Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ............. 158AULA 48 Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gênero ..................................................................................... 161AULA 49 Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ............ 164AULA 50 Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gênero ............. 167

Referências bibliográficas ................................................................................... 171

CIÊNCIASAULA 01 De que as coisas são feitas ................................................................................................. .DIAULA 02 Elementos químicos que constituem o planeta ........................................................DKAULA 03 Ciclo carbono e do nitrogênio ..........................................................................................EDAULA 04 Ciclo do Carbono ..................................................................................................................EGAULA 05 Ciclo do Oxigênio ....................................................................................................................ELAULA 06 Resolução de exercícios ......................................................................................................FEAULA 07 Efeito Estufa ............................................................................................................................ FHAULA 08 Aquecimento Global; Emissores de carbono ................................................................FJAULA 09 Lixo ou resíduos: interferência no ciclo de materiais ............................................ FMAULA 10 O reaproveitamento de materiais ................................................................................. GGAULA 11 Qualidade ambiental .......................................................................................................... GHAULA 12 Lixo Radioativo .........................................................................................................................GJ

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AULA 13 Lixo Radioativo ...................................................................................................................... GLAULA 14 Matriz energética e usinas nucleares .............................................................................HFAULA 15 Resolução de exercício .......................................................................................................... HIAULA 16 Sol, fonte de energia ...........................................................................................................HLAULA 17 Como as plantas se alimentam.......................................................................................... IDAULA 18 A química da Fotossíntese ................................................................................................. IGAULA 19 A importância da fotossíntese para o meio ambiente ..............................................IJAULA 20 Respiração Celular .................................................................................................................. ILAULA 21 Respiração-Fermentação ......................................................................................................JDAULA 22 Fermentação Lática ...............................................................................................................JHAULA 23 Cadeia alimentar: transferência de energia contida no alimento ........................JLAULA 24 Teia alimentar: a interrelação de várias cadeias alimentares ...............................KEAULA 25 Cadeia e teia alimentar: níveis de tróficos ...................................................................KHAULA 26 Resolução de exercícios ......................................................................................................KJ

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CadernoCadernoeducacional

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ano

MATEMÁTICAMATEMÁTICAMaterial de apoio

Material do professor

educacionalMaterial do professor

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ciênciasCiênciasMaterial de apoio

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MATEMÁTICA

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MATEMÁTICA

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AUlA 01

Conjunto dos Números Naturais (N)Objetivo geral

Relembrar as quatro operações (adição, subtração, multiplicação, divisão) do conjunto dos números naturais.

Conceito básico

Os números naturais surgiram da necessidade de fazer contagens, portanto, fica claro que tal conjunto é formado pelos números que utilizamos para contar. Representa-se o conjunto dos números naturais por N:

0,1,2,3, ...N = " ,

A seguir faremos uma pequena revisão acerca das operações de adição, subtração, multiplicação e divisão trabalhadas no conjunto N.

Adição: É a operação matemática que permite juntar e/ou acrescentar quantidades. Tais quantidades são chama-das termos ou parcelas. A operação 2 936 + 4 652 = 7 588 indica uma adição.

Subtração: É a operação matemática que permite retirar certa quantidade de outra. Tais quantidades, também, são chamadas termos ou parcelas. A operação 1527 – 1354 = 173 indica uma subtração.

Multiplicação: É a operação matemática que permite adicionar quantidades iguais. O resultado de uma multiplicação é chamado de produto. A operação 12 . 46 = 552 indica uma multiplicação.

Divisão: É a operação matemática que permite repartir um número em quantidades iguais. A operação 1554 37 42=' indica uma divisão.

Propriedades importantes da adição e da multiplicação

Quando trabalhamos com a adição ou a multiplicação de números naturais existem algumas propriedades comuns que devem ser relembradas. São elas:

Comutativa: A ordem das parcelas não altera o resultado final da operação.

Adição: a b b a+ = +

Exemplo: 5 + 7 = 12 e 7 + 5 = 12, portanto, 5 + 7 = 7 + 5.

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a aplicação dos números naturais e suas diferentes formas de utilização no cotidiano.

u Reconhecer e aplicar as propriedades das operações com números naturais e percebê-las como facilitadoras na compreensão das técnicas operatórias.

u Analisar, interpretar, formular e resolver situações problema em diferentes contextos sociais e culturais.

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MATEMÁTICA

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Multiplicação: a . b = b . aExemplo: 5 . 7 = 35 e 7 . 5 = 35, portanto, 5 . 7 = 7 . 5 = 35.

Associativa: O agrupamento das parcelas não altera o resultado.

Adição: (a + b) + c = a + (b + c) Exemplo: (2 + 3) + 5 = 5 + 5 = 10 e 2 + (3 + 5) = 2 + 8 = 10, portanto, (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5)

Multiplicação: (a . b) . c = a . (b . c)Exemplo: (3 . 4) . 2 = 12 . 2 = 24 e 3 . (4 . 2) = 3 . 8 = 24, portanto, (3 . 4) . 2 = 3 . (4 . 2)

Observação: Quando temos uma expressão envolvendo parênteses, devemos realizar primei-ramente as operações contidas em seu interior.

Expressão Numérica

Na expressão numérica, os sinais de associação devem seguir a ordem: os parênteses ( ) devem ficar dentro dos colchetes [ ], e estes, dentro das chaves { }.

Nesse caso, deve-se efetuar primeiro as operações que estão entre parênteses, em seguida as operações que estão nos colchetes e, finalmente, as que estiverem entre chaves.

Em relação as operações matemáticas devemos obedecer a seguinte ordem: multiplicação e/ou divisão e, em seguida, adição e/ou subtração. Por exemplo:

( I )

8 + 5 . 3 = 8 + 15 = 23

( II )

15 + [(3 . 6 - 2) - (10 - 6 : 2) + 1] = 15 + [(18 - 2) - (10 - 3) + 1] =

15 + [16 - 7 + 1] = 15 + [9 + 1] = 15 + 10 = 25

Atividades 01 Efetue cada uma das operações a seguir:a) 487 + 965b) 1238 – 649c) 35 . 126d) 9114 : 62

02 Calcule o valor das seguintes expressões numéricas:a) 50 – {15 + [16 : (10 – 2) + 5 . 2]} =b) 70 – [5 . (4 : 4) + 9] =c) 25 + {27 : 9 + [9 . 5 – 3 . (8 – 5)]} =d) 25 – [27 – (4 – 1 + 6 – 4)] =

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MATEMÁTICA

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03 Resolva os probleminhas a seguir:

a) Um pai deixou de herança para seus 3 filhos uma coleção com 3.216 selos de diversos países. Supondo uma divi-são equilibrada, quantos selos caberão a cada filho? (Desenvolva o algoritmo da divisão).

b) Antônio recebe R$ 35,00 de mesada de seu pai. Quanto ele terá recebido depois de 1 ano e meio?

c) Maria levou R$ 20, 00 para fazer compras no supermercado. Ela gastou R$ 5,00 com bolachas e chocolates e R$ 9,00 com produtos de limpeza. Quantos reais sobraram para Maria?

d) Um funcionário precisa colocar 336 latas de refrigerantes em caixas de papelão. Se em cada caixa cabem 16 latas, quantas caixas serão necessárias para armazenar todas as latas de refrigerante?

DESAfIO

Sabendo que Tiago tem uma coleção composta por 396 figurinhas, responda:

a) Se Tiago dividir suas figurinhas com seu primo Mateus em duas partes exatamente iguais, quantas figurinhas terá cada um?

b) Se Tiago triplicar sua coleção a nova quantidade corresponderá a que valor?

c) Caso o pai de Tiago lhe dê mais 89 figurinhas qual será a nova quantidade obtida por ele?

d) Se Tiago der 129 figurinhas a Lucas, quantas figurinhas lhe sobrarão?

AUlA 02

Conjunto dos números inteiros (Z) – OperaçõesObjetivo Geral

Interpretar e resolver situações problema envolvendo operações com números inteiros.

Conceitos Básicos

O conjunto dos números inteiros (Z )

encontra-se presente em diversas situações do dia-a-dia, principalmente quando apresentam o envolvimento de números negativos. É formado pela união do conjunto dos números naturais com os seus simétricos em relação ao zero. Portanto, é formado por números positivos e negativos:

Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...}

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

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MATEMÁTICA

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Dois números são ditos simétricos quando sua soma for igual a zero. Portanto, dizemos que os números negativos (-1, -2, -3, ...) são simétricos dos números naturais, uma vez que:

1 + (-1) = 0, 2 + (-2) = 0, 3 + (-3) = 0

Operações com Números Inteiros

As operações que envolvem os números inteiros requerem a utilização de regras matemáticas envolvendo os sinais positivos (+) e negativos (–). Para isso é necessário que fique claro que operação matemática está sendo desenvolvida: adição ou multiplicação.

Adição de números inteiros

É importante perceber que a expressão adição de números inteiros é utilizada quando há a sequenciação de números positivos e negativos sem que haja as operações de multiplicação e/ou divisão. Para isso é importante observar se as parcelas à serem operadas possuem sinais iguais ou diferentes. Assim:

Se as parcelas possuírem sinais iguais o resultado final terá o mesmo sinal das parcelas e será obtido a partir da adição das mesmas, não importando se ambas forem positivas ou negativas. Observe:

a) 20 25 45- - =-

b) 32 17 32 17 49 49+ =+ + =+ =

Se as parcelas possuírem sinais diferentes o resultado final terá o sinal da parcela que possuir o maior valor absoluto e será obtido a partir da subtração das mesmas. Observe:

a) 25 45 45 25 20- + =+ - =+^ h

b) 38 51 (51 38) 13- =- - =-

Multiplicação e ou divisão de números inteiros

Para operarmos a multiplicação ou a divisão de dois números inteiros assim como na adição de números inteiros inicialmente é necessário perceber o sinal das parcelas à serem operadas. Assim:

O produto ou o quociente de duas parcelas que possuem o mesmo sinal é um número positivo.

a) ( 6) ( 18) 108 108- - =+ =$

b) 5) (9) ( 5) ( 9) 45 45( = + + =+ =$ $

c) ( 90) ( 15) 6 6- - =+ ='

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MATEMÁTICA

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d) (170) (17) ( 170) ( 17) 10 10= + + =+ =' '

O produto ou quociente de dois números de sinais diferentes é um número negativo.

a) ( 8) ( 9) 72- + =-$

b) ( 7) ( 13) 91+ - =-$

c) ( 45) ( 5) 9- + =-'

d) ( 100) ( 10) 10+ - =-'

Atividades 01 Uma microempresa representou em um gráfico seus resultados do segundo semestre do ano.

Atenção: Os números positivos indicam o lucro da empresa e os negativos indicam o prejuízo da empresa.

Analisando os dados do gráfico responda:

a) Em quais meses a microempresa teve lucro?

b) Em quais meses a microempresa teve prejuízo?

Page 16: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

16

c) Em qual mês a microempresa apresentou o pior resultado? Porque?

d) Qual foi o lucro médio nesses semestre?

e) Contabilizando o lucro e o prejuízo total desta empresa nos seis meses apresentadas determine se a empresa terminou com saldo positivo ou negativo? Qual foi o montante deste saldo?

02 Observe o saldo bancário de Gabriel relativo aos meses de março a junho.

Mês Saldo

Março + R$ 800,00

Abril + R$ 250,00

Maio - R$ 150,00

Junho - R$ 950,00

Qual é o saldo do Gabriel ao final desses quatro meses?

03 Imagine uma sequência numérica onde o primeiro termo é o número (–8). Então:

a) Determine o segundo termo desta sequência sabendo que ele é o dobro do primeiro mais quatro.

b) Determine o terceiro termo desta sequência sabendo que ele é igual ao triplo do primeiro termo menos dez.

c) Determine o quarto termo desta sequência sabendo que ele é igual ao quádruplo do primeiro menos cinco.

d) Determine o sexto termo desta sequência sabendo que ele é igual ao quíntuplo do primeiro dividido por menos quatro (-4).

04 Em uma operação onde o resto é 0 e o dividendo é + 72 , o quociente é - 8. Qual é o divisor?

DESAfIO

Em um campeonato de damas ficou estabelecido o seguinte critério de pontuação:

Vitória + 5 pontos

Empate + 3 pontos

Derrota - 2 pontos

Paulo terminou a primeira fase do campeonato com 30 pontos e, na segunda fase atingiu 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. Marcos, por sua vez, terminou a primeira fase do campeonato com 32 pontos e, na segunda fase atingiu 1 vitória, 2 empates e 3 derrota.

Responda:a) Quantos pontos Paulo e Marcos alcançaram, respectivamente, ao final da 2ª fase do campeo-

nato?b) Quem foi o ganhador?

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MATEMÁTICA

17

AUlA 03

Conjunto dos Números Racionais (Q)FraçõesObjetivo Geral

Compreender a ideia de fração (parte-todo), razão e divisão;Efetuar cálculos e resolver situações problema que envolvam

as operações com números racionais na forma fracionária.

Conceito básico

Os números racionais são os que podem ser escritos na forma de fração

b

a , em que a e b são números inteiros e b ! zero.

O conjunto dos números racionais (representado por Q ) é definido por:

e; 0b

aa b bQ Z Z !! != $ .

Em outras palavras, o conjunto dos números racionais é formado por todos os quocientes de números inteiros a e b, em que b é não nulo. Exemplos:

103 (lê-se: três décimos) 0 (é o mesmo que

10 )

54 (lê-se: quatro quintos) - 3 (é o mesmo que

13- )

2013 (lê-se: treze vinte avos)

58- (é o mesmo que

58- )

Fração

Fração é a parte de um todo. Em sua representação há o numerador e o denominador.

Significado

Numerador

Número colocado acima do traço que indica quantas partes da unidade foram tomadas.

Denominador

Número colocado abaixo do traço que indica em quantas partes iguais a unidade foi dividida.

O que devo aprender nesta aula

u Compreender as frações e utilizá-las em situações diversas.

u Formular e resolver situações problema que envolva a ideia de fração (parte-todo) e também de razão e divisão.

Page 18: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

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Exemplo 1:Observe a figura:

Ela representa uma pizza dividida em 8 pedaços iguais.

Cada pedaço representa uma fração da pizza, que é indicado

por 81 .

Como foram colocados em destaque dois pedaços, podemos

repre sentá-los pela fração 82 .

Exemplo 2:João pegou na biblioteca da escola um livro de 34 páginas para ler. Até o momento João leu

22 paginas. Qual a fração que representa o número de páginas que João leu?

Para a resolução do problema, temos que identificar o conjunto universo, que neste caso é o total de páginas do livro, ou seja, 34.

O total de páginas lidas por João é 22.Logo a fração correspondente às páginas lida será:

3422 .

Operações com frações

Adiçao e subtração

Dividiu-se um hexágono em 6 partes iguais e pintou-se de vermelho 2 dessas partes, e de rosa, outras 3, conforme figura abaixo.

Nesta condição podemos dizer que 62 do hexágono está pintado de vermelho e

63 está pintado

de rosa.Assim, observando a figura temos que das 6 partes do hexágono, 5 estão pintadas.

Logo podemos dizer que no total, 65 do hexágono está pintado.

Concluímos que: 62

63

65+ =

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MATEMÁTICA

19

Na soma ou subtração de frações com denominadores iguais, basta conservar o denominador e operar os numeradores (somar ou subtrair).

Exemplos:

a) 113

118

1111 (ou seja, 1 inteiro)+ = b)

172

177

179+ =

c) 62

63

61- + = d)

95

93

92- =

e) 53

54

51- =-

Multiplicação e divisão

Observe a figura a seguir:

Considerando o triplo da área pintada da figura acima teremos:

Assim, a parte pintada corresponde a 86 do retângulo. Logo, 3 8

286=$ .

Lembre-se que todo numero inteiro pode ser escrito na forma de fração, assim 3 13= .

Logo, 13

82

86=$ , pois,

1 83 2

86=

$

$ .

O resultado de uma multiplicação entre duas frações é uma fração cujo numerador é o produto dos numeradores e cujo denominador é o produto dos denominadores.

Para dividir duas frações, temos que:

O quociente de uma fração por outra é igual ao produto da primeira fração pelo inverso da segunda fração.

Page 20: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

20

Exemplos:

23

45

23

54

1012=&' '

52

31

52

13

56=&' '

Atividades 01 Observe as figuras abaixo

Que fração a parte pintada representa em cada figura? Escreva por extenso.

02 A mãe de Fabrício fez um delicioso bolo. Ela tinha uma dúzia de ovos, e, para fazer o bolo utilizou 4 ovos. Que fração representa os ovos que sobraram? Qual o denominador dessa fração? E o numerador?

03 Calcule

a) 51

42

$ = b) 32

53

$ = c) 23

65

' =

04 Amanda tem 15 anos. A idade de sua prima é 52 de sua idade.

Quantos anos tem a prima de Amanda?

05 Maurício leu 15 páginas de uma revista. Desse modo, Maurício leu 53 da revista. Quantas páginas tem a revis-

ta de Maurício?

06 Efetue a seguinte operação:

a) 32

21

76

72

73

' $ - + =` j8 B$ .

Page 21: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

21

DESAfIO

Marina ganhou certa quantia de dinheiro de sua mãe, dessa quantia ela gastou 52 comprando chocola-

tes. Do que sobrou, ela gastou 21 com pirulitos.

Que fração do dinheiro que Marina ganhou foi gasto com pirulitos?

AUlA 04

Conjunto dos números racionais (Q)Números Decimais – OperaçõesObjetivo Geral

Operar com números decimais e resolver situações problema do cotidiano envolvendo as operações com números decimais.

Conceito básico

Um número é dito decimal quando apresentar uma vírgula em sua escrita. Por exemplo 3,7 .

Para ler o número escrito na forma decimal primeiramente faz-se a leitura do número como se não existe vírgula. Assim, no número 14,2 lê-se cento e quarenta e dois.

O passo seguinte é especificação da parte decimal. Para isso basta seguir as seguintes orientações:

Se houver apenas um número após a vírgula será usada a expressão décimos.

u 1,4 (lê-se: quatorze décimos)

Se houverem dois números após a vírgula será usada a expressão centésimos.

u 1,13 (lê-se: cento e treze centésimos)

Se houverem três números após a vírgula será usada a expressão milésimos.

u 2,075 (lê-se: dois mil e setenta e cinco milésimos).

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 22: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

22

É válido salientar que todo número escrito na forma de fração pode ser escrito como decimal. Para isso basta dividir o numerador pelo denominador. Veja os exemplos:

103 0,3= 9

11 1,22222.......- =-

54 0,8= 100

71 0,71=

2013 0,65= 5

8 1,6=

Este processo é extremamente importante para auxiliar na localização de um número racional na reta numérica.

Para transformar um número decimal em uma fração decimal, escreve-se uma fração cujo numerador é o numero decimal sem vírgula, o denominador será o algarismo um (1) seguido de tantos zeros quanto forem as casas decimais do número decimal dado.

Exemplos:

1,22 100122= 0,013 1000

13= 0,3 103=

duas casas dois zeros

Comparando dois números decimais

Para comparar dois números decimais é necessário, primeiramente, igualar as casas decimais dos dois, acrescentando zeros á direita do número que possuir menor quantidade de algarismos.Em seguida, é preciso eliminar a vírgula de ambos. Após o desenvolvimento destas duas etapas faz-se a comparação dos produtos finais.

Exemplos: Vamos comparar os números 0,197 e 0,0987, usando os sinais: < (menor), > (maior) ou = (igual).

0, 0987 0, 1970S S

4 casas acrescenta-se um zero para igualar as casas decimais com o outro número

Elimina-se a vírgula dos dois números e os compara:

987 e 1970 " 987 < 1970.

Logo, 0,0987 < 0,197

Page 23: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

23

Operações com números decimais

Adição e subtração

Para somar ou subtrair dois números decimais, primeiramente, é preciso acrescentar quantos zeros forem precisos para igualar o número de casas decimais de ambos:

2,7 3,0456+

2,7 3,0456 2,7 3,0 2,7 3,0456456 000

3 casas a mais 3 casas completadas com o 0

+ + +" "S S

Mesma quantidade de casas decimais

2, 7000 3, 0456+6 7 8444 444? ?

O passo seguinte será a organização do algoritmo de forma que ambos fiquem com suas respectivas vírgulas uma embaixo da outra.

Vírgula debaixo de vírgula

2,7000

3,0456+

.

Desta forma realiza-se a operação identificada (adição ou subtração) colocando o resultado com sua respectiva vírgula alinhada com as anteriores.

Vírgula debaixo de vírgula

2,7000

3,04565,7456

+

.

Multiplicação

Para multiplicar dois números decimais primeiramente multiplica-se ambos omitindo a vírgula do processo.

3,21

2,41284

6427704

+

#

No resultado obtido coloca-se a vírgula na casa decimal correspondente ao resultado da soma das casas decimais das parcelas da multiplicação.

Page 24: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

24

3,21

2,41284

6427 704

+

#

3,21

2,41284

642

7,704

+

#

Divisão

O procedimento inicial para dividir dois números decimais assemelha-se ao utilizado na adição e subtração de números decimais uma vez que é necessário igualar as casas decimais das parcelas.

Assim, para dividir o número 4,7 pelo número 2,35 será necessário igualar a quantidade de casas decimais do primeiro número com a quantidade de casas decimais do segundo.

Portanto,

4,7 2,35 4, 7 2, 35 4, 70 2, 35 4,70 2,35"" "? ? ? ?

A etapa seguinte consiste em eliminar as vírgulas de ambas as parcelas (dividendo e divisor) e desenvolver o algoritmo da divisão.

4,70 2,35 470 235"

Atividades 01 Efetue as operações a seguir:

a) 2,47 + 0,0165 d) 66 : 2,2 g) 5,2 x 2,3

b) 3 – 1,276 e) 32,51 + 0,4 h) 4,50 : 1,5

c) 4 x 2,195 f ) 13,31 – 2,3

02 Dona Ângela foi ao supermercado fazer compras e levou consigo R$ 50,00. Comprou 3 latas de milho que custam R$ 1,15 cada uma, 1 pacote de macarrão que custa R$ 2,10 e 2 kg de carne que custam R$ 9,80 cada quilo.

a) Quanto ela gastou no supermercado?

b) Com o total do troco dona Ângela comprou 3,5 metros de tecido par fazer cortinas. Quanto custa o metro desse tecido?

Uma casa decimal

Duas casas decimais

Mesma quantidadede casas decimais

""

Duas casas após a vírgula

Uma casa após a vírgulaTotal de três casas decimais

Page 25: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

25

03 Uma fábrica de refrigerantes produz 55 litros de refrigerante por hora e deseja encher garrafas com 2,5 litros cada uma. Quantas garrafas serão utilizadas em uma hora?

DESAfIO

(UFRJ) Em uma viagem ao exterior o carro de um turista brasileiro consumiu, em uma semana, 50 galões de gasolina, a um custo total de 152 dólares. Considere que um dólar, durante a semana da viagem, valia 1,60 reais e que a capacidade do galão é de 3,8 L.

Durante essa semana, o valor, em reais, de 1 L de gasolina era de:a) 1,28 b) 1,40c) 1,75d) 1,90

AUlA 05

Conjunto dos números racionais (Q): Equivalência de fraçõesObjetivo geral

Relembrar o conceito de frações equivalentes.

Conceito básico

Pode-se falar que duas ou mais frações são equivalentes se estas representam a mesma quantidade de uma grandeza.

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 26: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

26

Observe que nas duas figuras a parte pintada é a mesma. Daí, conclui-se que as frações 42 e

21 representam a mesma quantidade, logo, são frações equivalentes, e podem ser indicadas como:

42

21= , ou,

42

21

+ .

Portanto, dizemos que duas ou mais frações são equivalentes quando corresponderem à mesma quantidade.

Exemplo:Ana e Maria ganharam duas pizzas do mesmo tamanho. Ana dividiu sua pizza em 8 partes

iguais e comeu 4 delas. Maria dividiu a sua em 4 partes iguais e comeu duas partes. Quem comeu mais pizza?

A partir das ilustrações fica perceptível que 42 e

84 representam a mesma quantidade, logo,

as frações são equivalentes. Podemos concluir, então, que ambas comeram a mesma quantidade de pizza.

Para saber se duas frações são equivalentes, há um método extremamente simples: basta multiplicar o numerador da primeira fração pelo denominador da segunda fração e multiplicar o denominador da primeira fração pelo numerador da segunda fração. Se os resultados obtidos forem iguais conclui-se que as frações são equivalentes.

Exemplos:Verifique se cada um dos pares de frações a seguir são equivalentes:

a) 42 e 8

4 .

42

84

Page 27: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

27

2 8 4 4 16 16= ="$ $

Como os resultados foram iguais (16 = 16) temos que as frações são equivalentes.

Logo, 42

84

+ .

b) 129 e 8

6 .

129

86

9 8 6 12 72 72= ="$ $

Como os resultados foram iguais (72 = 72) temos que as frações são equivalentes.

Logo, 129

86

+ .

c) 21 e 6

4 .

21

64

1 6 2 8 6 8= ="$ $

Como os resultados foram diferentes (6 8! ) temos que as frações não são equivalentes.

Simplificação de frações

Simplificar uma fração implica em dividir seus termos (numerador e denominador) por um mesmo número diferente de zero. É importante perceber que haverá situações em que os termos terão mais de um divisor comum. Por exemplo, a fração

2418 onde tanto numerador como o

denominador são múltiplos de 2, 3 e 6. Por conta disso é importante simplificar a fração até que ela fique na sua forma irredutível,

ou seja, até que não seja mais possível encontrar um número que divida seus termos ao mesmo tempo.

Exemplos:Simplifique as frações a seguir até sua forma irredutível:

a) 90 260 2

45 330 3

15 510 5

32= = =

'

'

'

'

'

'

b) 126 284 2

63 342 3

21 714 7

32= = =

'

'

'

'

'

'

Page 28: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

28

Atividades 01 Simplifique cada uma das frações a seguir até torná-las irredutíveis.

a) 8154

b)

180150

c) 600512

d)

175125

02 Verifique quais dos pares de frações são equivalentes:

a) 2436

e 2436

b)

6036

e 7050

c) 125100

e 500400

d)

57

e 6084

03 Marque V se a afirmativa for verdadeira e F se a afirmativa for falsa.

a) ( ) A fração 3530 encontra-se em sua forma irredutível.

b) ( ) As frações 9386

e 6356 são equivalentes.

c) ( ) Se simplificar a fração 10884 por 2 e o resultado obtido por 3, a nova fração será igual a

1814 .

d) ( ) A forma irredutível da fração 140136 é igual a

3534 .

DESAfIO

Determine três frações equivalentes à forma irredutível 97

.

Page 29: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

29

AUlA 06

Conjunto dos números racionais (Q) – ConversãoObjetivo geral

Compreender e transformar fração em números decimais e vice-versa.

Conceito básico

Em nosso dia a dia nos deparamos com números escritos na forma de fração e precisamos transformá-los em números decimais para facilitar a resolução de diversas situações problema.

Exemplo 1:

Márcio passou R$10,00 para que seus 20 sobrinhos dividissem em partes iguais. Quanto cada um ganhou?

Sugestão de solução:

Total em dinheiro: R$ 10,00Quantidade de sobrinhos: 20

100 20

100 0,5

0

Portanto, cada sobrinho ganhará R$ 0,50.

Exemplo 2:Efetue a divisão e escreva na forma decimal

a) 1032 3,2= b) 100

125 1,25=

c) 10005 0,005= d) 1000

28 0,028=

e) 10005 0,005=

O que devo aprender nesta aula

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 30: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

30

Atividades 01 Represente a fração decimal

100121 na forma decimal.

02 Represente cada uma das frações na forma decimal.

a) 102 b)

1035 c)

10518

d) 10

3 148 e) 10068 f )

100448

g) 1002 634 h)

1000538 i)

10005 114

j) 10008 356 l)

10 0004 761 m)

10 00015 832

03 Represente os números decimais em frações:

a) 0,3 = b) 5,3 = c) 6,99 =

d) 0,654 = e) 4,336 =

DESAfIO

Observe as frações e suas respectivas representações decimais.

I. 10003

0,003= II. 1002 367

23,67=

III. 10 000129

0,0129= IV. 10267

2,67=

Analisando as igualdades apresentadas, escolha a alternativa que expressa as representações corretas.

a) I e II b) I e IVc) I, II e III d) I, II, III e IV

Page 31: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

31

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer que a união dos números Racionais e Irracionais constitui o conjunto dos números Reais.

u Reconhecer um número irracional.

u Criar e resolver situações problema que envolve números irracionais.

AUlA 07

Conjunto dos Números IrracionaisObjetivo Geral

Ampliar os conceitos sobre o conjunto dos números irracionais bem como suas operações.

Conceito Básico

Os números irracionais são os números que não podem ser representados pela divisão de dois inteiros; ou seja, são números reais, mas não são racionais. O conjunto dos números irracionais é representado por alguns autores pelo símbolo I .

Sendo assim, representando a ideia expressa ante rior-mente em forma de diagrama temos:

Exemplos de números irracionais. r , { , p , onde p é um número primo.

Observação: a raiz quadrada de qualquer número primo é um número irracional.

Atividades 01 Observe os números escritos no quadro a seguir

Page 32: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

32

4 3600

3

36 17

Quais desses números são racionais e quais são irracionais?

02 O número irracional r está compreendido entre os números:

a) 0 e 1 b) 1 e 2

c) 2 e 3 d) 3 e 4

03 Considere a expressão: 3 2 4 2 2 3 3- + - Qual das alternativas corresponde ao resultado simplificado desta expressão?

a) 0

b) 4 4 4 2 3 3- -

c) 3 3-

d) não tem como simplificar esta expressão

DESAfIO

Escreva quatro números irracionais que estejam compreendidos entre 1 e 10

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer que a união dos números Racionais e Irracionais constitui o conjunto dos números Reais.

u Identificar cada número real com um ponto da reta e vice-versa.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

AUlA 08

Conjunto dos Números Reais (R) Objetivo Geral

Conhecer a definição conceitual de números reais

Conceito Básico

O conjunto dos números reais R é determinado pela união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irracionais.

Page 33: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

33

Como já estudamos nas aulas anteriores:

N " simboliza o conjunto dos Números Naturais

, , , , , ...0 1 2 3 4 5N = " ,

Z " simboliza o conjunto dos Números Inteiros

... , 3, 2, 1, 0,1, 2, 3...Z = - - -" ,

Q " simboliza o conjunto dos Números Racionais

... , 3, 25 , 2, 1,0, 5

3 ,1, 2, 3...Q = - - - -' 1

Observação: usaremos o símbolo I para representar o conjunto dos Números IrracionaisAssim, I é o conjunto formado pelos números que não podem ser representados na forma de

uma fração, ou seja, não podem ser obtidos pela divisão de dois números inteiros. Então podemos falar que os irracionais são números decimais infinitos e não periódicos.

Exemplos:

2, 3 , e .r

R " simboliza o conjunto dos Números Reais

R Q I,=

Representando os conjuntos na forma de diagrama temos:

Na reta numérica o conjunto dos números reais pode ser representado da seguinte forma:

Quando trabalhamos com operações no campo dos números reais nos retratamos das operações revisadas anteriormente no conjunto e, , ,N Z I Q R .

Veja o seguinte exemplo que retrata operações no campo dos números reais:

Page 34: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

34

Calcule e descubra o valor do resultado das seguintes operações:

a) 3 3 2 3+ = b) 0 1+ =

c) 3 3 =$ d) 2

18 =

Sugestão de solução

a) 5 3 b) 1 c) 9 3= d) 218

9 3= =

Atividades 01 Seja o conjunto B 3 , 13 , 16 , 25 , 30 , 64 .= " ,

a) Quais desses números são naturais?

b) Quais desses números são racionais?

c) Quais desses números são irracionais?

d) Quais desses números são reais?

02 O valor numérico da expressão x2 – 3x + y + 9 para x = 6 e y = 5 indica a idade da professora Rita. Faça os cálculos e descubra quantos anos a professora Rita tem.

03 Indique corretamente a localização dos números reais a seguir na reta númérica:

3 r -3,4 51- 2

3-

04 O número 51 é um número pertencente ao conjunto dos números

a) naturais

b) inteiros

c) racionais

d) reais

Page 35: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

35

DESAfIO

Determine o que se pede na tabela a seguir:

01 Escreva cinco números naturais (N )

02 Escreva cinco números inteiros positivos (Z+)

03 Escreva cinco números inteiros negativos (Z- )

04 Escreva cinco números Racionais (Q )

05 Escreva cinco números irracionais (I )

06 Escreva cinco números Reais (R )

AUlA 09

Os números racionais na reta numéricaObjetivo geral

Possibilitar ao estudante a ampliação sobre o conjunto dos números racionais, relacionando-os com outros conjuntos e representando-os na reta numérica.

Conceito básico

Um número é dito racional quando puder ser escrito na

for ma fracionária ba , sendo a (numerador) e b (denominador)

números inteiros e o b ser, obrigatoriamente, diferente de zero. Sendo assim, o quociente dessa divisão também será denominado número racional.

Portanto,

Todo número natural (N ) é um número racional uma vez que qualquer natural n é escrito na forma

1n .

Ex: 3 13 e 15 1

15 .= =

Todo número inteiro (Z ) é um número racional uma vez que qualquer inteiro n é escrito na forma

1n .

Ex: 7 17

17 e 26 1

26126- = - =- - = - =- .

O que devo aprender nesta aula

u Identificar cada número real com um ponto da reta e vice-versa.

Page 36: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

36

Todo número escrito na forma decimal, também, é um número racional, uma vez que todo número decimal pode ser escrito na forma , com e , com .

ba

a b b 0Z !!` j

Ex: 1,8 1018 e 0, 6 3

2= = .

O conjunto dos números racionais é formado pelos números racionais positivos e negativos, juntamente com o zero. Este conjunto é representado pela letra (Q ), por ser a letra inicial da palavra quociente.

Atividades 01 A professora Raquel escreveu os seguintes alguns números no quadro, conforme mostra a figura a seguir.

Quais dos números escritos pela professora Raquel são racionais:a) inteiros? b) escritos na forma decimal? c) escritos na forma fracionária?

02 Escreva a quais conjuntos (IN, Z ou Q) pertencem os números:

a) – 6 b) + 8 c) 53+ d) – 5,9 e) 32

03 Observe a reta numérica a seguir e indique:

a) O ponto que corresponde ao número 43+ .

b) O número racional que corresponde ao ponto N.c) O número racional que corresponde ao ponto X.

d) O ponto que corresponde ao número 142- .

e) O ponto que corresponde ao número – 3.

Page 37: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

37

DESAfIO

Se necessário, troque ideias com seus colegas e complete a tabela com números racionais, substituindo o símbolo por números que tornam as igualdades verdadeiras.

AUlA 10

Potenciação: DefiniçãoObjetivo geral

Recordar os conceitos de potenciação com expoente inteiro não negativo e base real diferente de zero.

Conceito básico

e... ,a a a a a a n

n vezes

R Zn

-

$ $ $ $ ! !=1 2 3444 444

A potenciação é a operação matemática que envolve o produto de fatores iguais. Denominaremos por

an) potência a ) base n )

expoente.

Numa potenciação, o expoente indica quantas vezes a base será multiplicada.

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 38: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

38

Note que o expoente n é um número inteiro. Iremos trabalhar inicialmente com valores positivos para n.

Exemplo: Calcular o valor de 54.

5 5 5 5 5 6254 = =$ $ $

Expoente maior que 1.

Vejamos o exemplo:

a) Calcular 25.

2 ) base 5 ) expoente 25) potência 2 2 2 2 2 )$ $ $ $ fatores

2 2 2 2 2 2 325 = =$ $ $ $

Perceba que o expoente indica quantas vezes a base será multiplicada.

b) Calcular 5 3-^ h

5- )^ h base 3 ) expoente 5 3- )^ h potência 5 5 5- - - )$ $^ ^ ^h h h fatores

5 5 5 125$ $- - - =-^ ^ ^h h h

Expoente igual a 1.

Como o expoente indica quantas vezes a base será multiplicada, então se o expoente é igual a 1, a potência será igual à base.

Vejamos os exemplos:

7 71 =

7 ) base 1 ) expoente 71) potência

12 121- =-^ h

12- )^ h base 1 ) expoente 12 1- )^ h potência

Deste modo, podemos afirmar que todo número elevado a é igual ao próprio número.

Expoente igual a 0

Todo número não nulo elevado a zero é igual a 1.

Exemplo: 20 = 1, 30 = 1 e 50 = 1.

Vejamos como isso acontece:

Page 39: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

39

26 = 64 36 = 729 56 = 15 625

25 = 32 35 = 243 55 = 3 125

24 = 16 34 = 81 54 = 625

23 = 8 33 = 27 53 = 125

22 = 4 32 = 9 52 = 25

Observe que quando o expoente é igual a 1, o resultado é a própria base, que pode ser obtido utilizando a mesma estratégia acima.

21 = 2 31 = 3 51 = 5

Seguindo o processo de divisão, concluímos que todo número não nulo elevado a zero é igual a 1. Não podemos esquecer que a base tem que ser diferente de zero uma vez que 00 gera uma indeterminação.

20 = 1 30 = 1 50 = 1

Atividades 01 Calcule as seguintes potências:

a) 24 b) (-3)2 c) (-5)1

d) 70 e) (-12)3 f ) 43 2` j

g) 52 4

-` j h) 103 5

-` j i) 1,24

j) -(-0,2)2

02 Uma das maneiras de obter a medida da área do quadrado é através da fórmula l2, onde l indica a medida do seu lado. Nessas condições, qual é a medida da área do quadrado, quando o lado mede

a) 3 cm. b) 2,5 m.

c) 3 km. d) 7 m.

e) 9,3 m.

03 Responda:a) Se a base tem sinal positivo e expoente par, qual será o sinal da potência?b) Se a base tem sinal positivo e expoente ímpar, qual será o sinal da potência?c) Se a base tem sinal negativo e expoente par, qual será o sinal da potência?d) Se a base tem sinal negativo e expoente ímpar, qual será o sinal da potência?

2'

2'

2'

2'

Page 40: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

40

DESAfIO

Márcio fez a seguinte proposta a seu filho Gustavo. Daria R$ 1,00 no primeiro mês e iria dobrando esse valor a cada mês, enquanto isso Gustavo daria a seu pai R$ 50,00, por mês. Ao final de 9 meses, quem terá recebido mais dinheiro? Quanto?

AUlA 11

Potenciação: PropriedadesObjetivo geral

Recordar as propriedades de potenciação com expoente inteiro não negativo e base real diferente de zero.

Conceito básico

Como podemos resolver 5 5 53 2 4$ $ e apresentar o resulta do em forma de potência?

Vamos lá.

5 5 5 55 5 55 5 5 5 5

3

2

4

===

$ $$$ $ $

Sabendo que o expoente indica quantas vezes a base será multiplicada, então

Portanto teremos nove vezes o valor 5, assim 5 5 5 53 2 4 9=$ $ .

1ª propriedade:

Em um produto de potência de mesma base, devemos conservar a base e somar os expoentes.

Dado a R! e ,n m N! , então a a an m n m$ = + .

Observe o seguinte quociente: 5 54 2'

5 5 5 55 5 5 54 2 ='

$$ $ $

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 41: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

41

Simplificando os fatores comuns,

5 55 5

5 5 5 54 2 ='

$

$ $ $

Assim,

5 5 5 54 2 4 2 2= =' -

2ª propriedade:

Em uma divisão de potência de mesma base, devemos conservar a base e subtrair os expoentes.

Dado a R*! e ,n m N! , então ou .a a aaa

an m n mm

nn m= =' + -

Uma outra situação é apresentada na propriedade a seguir:

Calcule (23)4

2 2 2 2

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 23 4 3 3 3 3 12

3 3 3 3

= = =$ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $^ h SSSS

Assim, 2 2 23 4 3 4 12= =$^ h

3ª propriedade:

Em uma potência, onde a base é uma potência, devemos conservar a base e multiplicar os expoentes.

Dado a R*! e ,n m N! , então a an m n m= -^ h .

Exercícios 01 Aplicando as propriedades, escreva o resultado na forma de uma só potência.

a) 9 935$ b) 4 4 4

2 3$ $- - -^ ^ ^h h h

c) 0,5 0,5 0,52 3$ $ d)

53

53

53

533 2 5 1

$ $ $- - - -` ` ` `j j j j

02 Aplicando as propriedades, escreva o resultado na forma de uma só potência.

a) 99

2

5 b)

33

2

3

--^^

hh

c)

5252

4

7

-

-

`

`

j

j d)

1010

5

6

Page 42: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

42

03 Resolva as seguintes expressões:

a) 35 2^ h b) 42 6^ h c) 53 3^ h d) 32 6 3

`` j j

DESAfIO

Simplificando a expressão

100 0,10,0001 10 0,012

3 6

4 57

$

$ $

^^ ^

hh h; E

Obtemos como resultado:a) 10-6 b) 10-3 c) 10-2

d) 10 e) 103

AUlA 12

Potência com expoente negativoObjetivo geral

Recordar os conceitos de potenciação com expoente inteiro e base real diferente de zero.

Conceito básico

A professora Marina pediu para que seus alunos resolvessem o seguinte quociente: 5 53 4' .

Julieth resolveu de duas maneiras e perguntou a professora qual era a maneira correta.

Vejamos suas respostas.

1º maneira:

5 5 55

5 5 5 55 5 5

513 4

4

3

= = ='$ $ $

$ $

2ª maneira:

5 5 55 53 4

4

31= =' -

A resposta da professora surpreendeu Julieth pois as duas estavam corretas.

No estudo de potências, nos deparamos com expoente negativo. Vejamos como proceder nesse caso:

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 43: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

43

23 = 8 33 = 27 53 = 125

22 = 4 32 = 9 52 = 25

21 = 2 31 = 3 51 = 5

20 = 1 30 = 1 50 = 1

2 21 21 1= =- - 3 3

11 = 5 511 =-

2 21 22

22= =-

--

33122=- 5 5

122=-

2 21 23

33= =-

-- 3 3

133=- 5 5

133=-

Assim quando o expoente é negativo e a base é um número real diferente de zero, então:

1 1a

a an

n

n

= =- ` j

Exemplo:1) Calcule cada uma das potências a seguir:

a) 3 3- b) 32 4-

c m c) 4 2- - -^ h d) 1210 2

--

` j

Atividades 01 Calcule as potências a seguir:

a) 4 2- - b) 25 2

--

` j c) 7 3- d) 101 5-

` j e) 0,3 5- -^ h

02 Determine o valor da expressão:

2523 3

- - -- -

^ `h j

03 Calcule o valor de 5 31 2 2+- - -^ h

2'

2'

2'

2'

2'

2'

DESAfIO

Os círculos ao lado estão empilhados formando um triângulo. Utilizando as propriedades da potenciação, calcule os valores de x, y e z, sabendo que o produto de cada lado é igual .

Page 44: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

44

AUlA 13

Potenciação: expressões numéricasObjetivo geral

Trabalhar as propriedades da potenciação com expoente inteiro e base real diferente de zero em expressões numéricas.

Conceito básico

Em muitos casos as operações matemáticas se misturam. Quando nos deparamos com tais situações devemos tomar cuidado com a ordem de resolução dessas operações. Assim, primeiramente levamos em conta a ordem de resolução de parênteses, colchetes e chaves, respectivamente. Em paralelo, devemos respeitar a seguinte ordem:

1o resolvemos as potenciações e/ou radiciações;

2o resolvemos as multiplicações e/ou divisões;

3o resolvemos as adições e/ou subtrações.

Exemplo: Calcule o valor da expressão numérica:

5 3 3 10 42 5 4 3 2 2+ - - + -'^ ^ ^h h h6 @" ,

Sugestão de solução:

25 3 10 165 4 3 2+ - + --^ ^h h6 @" ,

25 3 61 3 2+ - + -^ ^h h6 @" ,

25 3 363+ - +^ h" ,

25 27 36- +" ,

2 36- +" ,

34

Atividades 01 Resolva as expressões numéricas a seguir:

a) 3 2 22 5 3'-

b) 2 2 5 38 3 3 2$ $-

c) 10 10 53 5 2'$-^ h

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 45: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

45

02 Gustavo resolveu corretamente a expressão a seguir

2 352

2 1 2

-

- -

c m; E

Qual foi o resultado encontrado por ele?a) 1 b) 25 c) 625

d) 251

e) 6251

03 Simplifique a expressão x x x xa a a a2 3 1 2 5$ $ $- - + + -

DESAfIO

Qual é o resultado da expressão 235 5

E 2

3 4 3'=+-

.

AUlA 14

Decomposição em fatores primosObjetivo Geral

Relembrar como decompor um número natural em fatores primos.

Conceito Básico

A princípio é válido ressaltar que todo número natural maior que 1 pode ser escrito como produto de dois ou mais fatores primos. Por exemplo, o número 50 pode ser escrito como o produto 2 x 5 x 5.

Assim, para se determinar os fatores primos de um número natural, maior que 1, uma opção é proceder da seguinte forma:

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 46: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

46

I) Divida o número especificado pelo menor número primo que resulte em uma divisão exata. Escreva o valor obtido da divisão imediatamente abaixo do número a ser decomposto.

II) Repita o procedimento adotado no tópico anterior de forma iterativa (repetida) até chegar ao resultado igual a 1(quociente igual a 1). Assim:

III) Os valores (resultados) encontrados na coluna da direita serão os fatores primos do número em questão (300).

Assim, o número 300 pode ser escrito como produto dos fatores obtidos:

300 = 2 . 2 . 3 . 5 . 5 = 22 . 3 . 52

Atividades 01 Quais desses números abaixo são divisíveis por 2, 3, 4, 5 ou 6?

a) 116 b) 30 c) 111d) 60 e) 210 f ) 405

02 Determine os fatores primos dos números naturais a seguir:a) 150 b) 93 c) 62 d) 768

Page 47: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

47

03 Qual é o número cuja fatoração é:a) 2 . 33 . 5 . 7 b) 11 . 13 c) 23 . 5 . 7 . 31 d) 2 . 3 . 5 . 7 . 11

DESAfIO

No 8º ano da escola BOA NOTA há 35 alunos, e no 9º ano há 42 alunos. Para realizar uma gincana, os es-tudantes serão organizados em grupos, todos com o mesmo número de alunos e com a condição de que não se misturem (estudantes de anos diferentes).

A) Qual é o número máximo de alunos que podem haver em cada grupo?B) Nesse caso, quantos grupos serão formados em cada ano?

AUlA 15

Radiciação: Definição / Extração de raizObjetivo Geral

Extrair a raiz de números reais apresentados na forma de radical.

Conceito Básico

O termo radiciação define a operação inversa da poten-ciação. O símbolo utilizado na radiciação é o radix ( ). Ele possui a seguinte estrutura:

É válido ressaltar que o radical que possui índice igual a 2 omite tal índice de sua simbologia. Veja:

a) " lê-se: raiz quadrada (índice igual a 2);

b) 3 " lê-se: raiz cúbica (índice igual a 3);

c) 4 " lê-se: raiz quarta (índice igual a 4).

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

512 29 =

radical"

512 radicando"

9 " índice

2 raiz"

Page 48: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

48

Extração de raízes por meio da decomposição em fatores primos.

Para extrair uma raiz por meio da decomposição em fatores primos basta seguir os seguintes passos:

1º passo: Identifique o índice da raiz solicitada. Veja os exemplos:

2º passo: Faça a decomposição em fatores primos do radicando da raiz solicitada:

3º passo: O índice de cada radical determinará o agrupamento dos fatores obtidos. Portanto,

Em um radical de índice igual 2 os fatores “iguais” da decomposição deverão ser agrupados de dois em dois.

Em um radical de índice igual 3 os fatores “iguais” da decomposição deverão ser agrupados de três em três

E assim sucessivamente.

Page 49: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

49

4º passo: Substitua o radicando pelo produto dos fatores agrupados de acordo com o índice do radical e simplifique aqueles fatores cujo expoente são iguais ao seu respectivo índice. O produto do resultado obtido será a raiz procurada.

I) 144 2 2 3 2 2 3 2 2 3 122 2 2 2 2 2= = = =$ $ $ $ $ $

II) 125 5 53 33= =

III) 81 3 34 44= =

IV) 1024 2 2 2 2 2 2 45 5 55 55 55= = = =$ $ $

V) 64 2 26 66= =

Observação: Os exemplos I e IV apresentam em seus desenvolvimentos o produto de radicandos. Neste caso há uma propriedade de radiciação que diz que a raiz do produto é igual ao produto das raízes.

Veja a seguinte situação:

Adão e Adriana receberam de herança dois terrenos, ambos com a mesma medida de área. Adriana ficou com o terreno que possuía 16 m de largura por 36 de comprimento. Sabendo que o terreno de Adão possuía dimensões iguais de largura e comprimento (terreno no formato de um quadrado), determine as dimensões do terreno dele.

Inicialmente será necessário determinarmos a medida da área dos terrenos.

As dimensões do terreno de Adriana (16 m de largura x 36 de comprimento) implica em uma área de medida igual a 576 m2.

Como o terreno de Adão tem o formato de um quadrado e possui 576 m2, temos que:

576x x m2=$ , onde x corresponde à medida do lado do terreno de Adão. Portanto,

576 576x x2 = ="

576 2 2 2 3 2 2 2 3 242 2 2 2= = =$ $ $ $ $ $

Page 50: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

50

Atividades 01 Determine a solução de cada uma das raízes a seguir utilizando método de extração de raízes por meio da decomposição de fatores primos:

a) 723 b) 6254

c) 12587 d) 3433

02 Encontre o valor de cada uma das expressões numéricas:

a) 169 2163- =

b) 2 3 10 54 2 2 23+ - + =

c) 36 729 646 3+ - =

03 Qual o comprimento da aresta de uma caixa que possui todas as suas dimensões iguais e medida de volume igual a 729 dm3?

DESAfIO

Obtenha os valores de A, B, C, D, E e F nos quadros a seguir percebendo as relações expressas pelas setas direcionais.

Page 51: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

51

AUlA 16

Radiciação (propriedades)Objetivo geral

Compreender e aplicar as propriedades da radiciação.

Conceito básico

Nesta aula estudaremos as propriedades da radiciação que são muito importantes não só para o estudo dos radicais mas também para outros temas da Matemática.

Lembrando,

Ao se trabalhar com radicais surgirão uma série de situações nas quais será necessário a utilização de algumas propriedades. Vejamos algumas delas:

1ª propriedade: a raiz de índice n de um radicando r de expoente, também, n é o próprio radicando.

r rnn = , onde r R! + , n N! e 1n 2

Exemplo:

32 2 25 55= =

2ª propriedade: a raiz de índice n de um radicando r de expoente m pode ser escrita como uma potência de expoente fracionário onde a base é o radicando r, o numerador do expoente é o expoente inicial m e o denominador será o índice n do radical.

r rmn nm= , onde r R! + , ,n m N! e 1n 2

Exemplo:

2 2 2 16205 520 4= = =

3ª propriedade: O radical de outro radical pode ser escrito como um radical único onde o índice deste é igual ao produto dos índices dos radicais anteriores.

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

Page 52: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

52

r r.mn n m= , onde r R! + , ,n m N! e 1 e 1n m2 2

Exemplo:

5 5 53 2.3 6= =

4ª propriedade: O radical de um produto de radicandos pode ser escrito como o produto dos radicais de cada radicando.

r s r sn n n=$ $ , onde ,r s R! + , e 1n nN 2!

Exemplo:

4 25 4 25 2 5 10= = =$ $ $

5ª propriedade: O radical de um quociente de radicandos pode ser escrito como o quociente dos radicais de cada radicando.

sr

s

rn

n

n

= , onde e 1, ,r s n nR R N* 2! ! !+ +

Exemplo:

925

925

35= =

Importante:

0 0n =

1 1n =

r rn =

Atividades 01 Aplicando as propriedades de radiciação, determine o valor de cada radical:

a) 164 b) 83 c) 31255 d) 49

02 Encontre o valor de cada uma das expressões:

a) 100 64 163 4+ - b) 5 256 3 243 6258 5+ -

c) 4 125 8 64 4003 - +

03 Aplique a propriedade adequada para cada questão a seguir:

a) 2 7$ b) a b5 $ c) 1636

d) 4 y4 $ e) 378

Page 53: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

53

DESAfIO

Os números a e b são números reais positivos. Nessas condições simplifique os radicais a36 e b612 , calculando em seguida a expressão que representa o produto dos radicais obtidos.

AUlA 17

Radiciação inexata Objetivo geral

Compreender e extrair a raiz de números reais.

Conceito básico

Como já estudamos na aula 15, o índice de cada radical determinará o agrupamento dos fatores obtidos. Quando não for possível agrupar todos os termos iguais obtidos na decomposição de acordo com o índice indicado no radical, temos um caso de radiciação inexata. Por exemplo, a 18 .

Observe que na fatoração acima obtivemos o produto 2.3²; assim, o número 2 ficou fora do agrupamento, resultando em 3 2 . Portanto, o número 18 possui raiz inexata, sendo assim um radical irracional já que a raiz quadrada de todo número primo é irracional.

Veja também os exemplos a seguir:

1. Calcule o valor do radical 1353

Sugestão de solução: 135 3 5 3 53 33 3= =$

2. Qual o resultado da expressão 48 27+ ?

Sugestão de solução: 48 27 2 3 3 3 4 3 3 3 12 34 2+ = + = + =$ $

O que devo aprender nesta aula

u Criar e resolver situações problema que envolve números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 54: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

54

Atividades 01 Calcule o valor das raízes inexatas, usando a decomposição em fatores.

a) 12 b) 20 c) 45

d) 543 e) 288

02 Determine o resultado das expressões numéricas a seguir.

a) 24 813 3+ b) 80 20+

03 Identifique como racional ou irracional cada um dos números a seguir.

a) 30 b) 36 c) 273

DESAfIO

Determine a solução da expressão 128

54 2503

3 3+ .

AUlA 18

Relacionando potências e radicaisObjetivo geral

Identificar e relacionar a potenciação com sua operação inversa, a radiciação.

Conceito básico

Até o momento já vimos que potenciação e radiciação são operações inversas. Assim:

Se 9 812 = , então, 81 9= ;

Se 3 273 = , então, 27 33 = .

Analisemos, agora, os casos que se seguem:

3 9 9 3 32 2= = ="

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Page 55: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

55

5 25 25 5 52 2= = ="

7 49 49 7 72 2= = ="

10 1000 1000 10 103 3 33= = ="

6 216 216 2 3 2 3 63 3 3 33= = = =" $ $

2 1024 1024 2 210 10 1010= = ="

Observando cada uma das situações acima descritas surge uma dúvida: é possível indicar uma raiz sem o uso do radical?

Para isso, basta trocarmos o índice do radical e o expoente do radicando por um expoente fracionário de modo que o expoente do radicando se transforme em numerador e o índice do radical em denominador.

É importante ressaltar que no conjunto dos números reais não existem soluções para os radicais cujo radicando é negativo e o índice é par. Veja as situações que se seguem:

4- não possui raiz real, pois se elevarmos tanto o (-2) quanto o (+2) ao quadrado não chegaremos ao valor do radicando (-4).

814 - não possui raiz real, pois se elevarmos tanto o (-3) quanto o (+3) à quarta potência não chegaremos ao valor do radicando (-81).

Exemplo:Escreva na forma de potência com expoente fracionário as raízes: 5 , 3 , 2 e 73 34 53

a) 5 : Note que o expoente do radicando é 1 e o índice da raiz é 2, então 5 5 21= .

b) 33 : Note que o expoente do radicando é 3 e o índice da raiz é 2, então 3 33 23=

c) 234 : Note que o expoente do radicando é 3 e o índice da raiz é 4, então 2 234 43=

d) 753 : Note que o expoente do radicando é 5 e o índice da raiz é 3, então 7 753 35=

Page 56: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

56

DESAfIO

Determine o valor da expressão 9

4 8

729

2725

63

32

23

124

$ '

AUlA 19

Resolução de situações problema envolvendo números RObjetivo geral

Resolver situações problema diversas envolvendo nú-meros reais, particularmente a potenciação e a radiciação.

A maioria da população tem acesso à internet e dentre os muitos sites visitados o facebook é um dos líderes. A proliferação de uma notícia nesse site se alastra facilmente. Imagine que Mateus tenha 100 amigos em sua lista. Agora se cada amigo tiver mais 100 outros amigos, uma notícia publicada por Mateus pode ser vista por 10 000 pessoas facilmente.

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer que a união dos números Racionais e Irracionais constitui o conjunto dos números Reais.

u Reconhecer a importância das operações que envolvem números reais, inclusive potenciação e radiciação, para a resolução de problemas dos mais variados contextos sociais e culturais.

u Utilizar as propriedades das operações com números reais como facilitadoras da resolução de situações problema.

u Criar e resolver situações problema que envolvem números reais ampliando e consolidando os significados das operações adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação.

Atividades 01 Escreva na forma de potência com expoente fracionário as raízes a seguir:

a) 335 b) 547 c) x710

02 Escreva na forma de raiz as seguintes potências com expoente fracionário:

a) 271

b) 3 92 c) 5 4

7

03 O valor da expressão 225

125 932

23

$ é

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

Page 57: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

57

Atividades

01 Em uma brincadeira de amigo secreto, Marina resolveu surpreender seu amigo. Comprou 5 caixas e, dentro de cada caixa colocou 5 pacotes. Em cada pacote colocou 5 cartões. Quantos cartões Marina precisou comprar para surpreender seu amigo secreto?

02 Observe as figuras a seguir

Com base nessas figuras, podemos realizar a operação matemática (potenciação) para determinar a quantida-de de triângulos em casa estágio, veja o quadro.

ESTÁGIO QUANTIDADE DE TRIÂNGULOS

1 40 = 1

2 41 = 4

3 42 = 16

Continuando com esse processo, quantos triângulos teremos no estágio 5?a) 32 b) 64 c) 128d) 256 e) 512

03 Márcio comprou uma caixa em formato de cubo, conforme a ilustração a seguir

A medida do volume dessa caixa é igual 216 cm3. Determine a medida da sua lado, sabendo que a fórmula da área do cubo é A = a3, onde a corresponde a medida da aresta do cubo.

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MATEMÁTICA

58

DESAfIO

O colégio MJ passará por reformas. Dentre elas, a quadra de esporte será modificada em 10 ambientes em forma de quadrado de mesma medida de área.

Sabendo que A1 = 36 m2, determine as dimensões da quadra.

AUlA 20

Exercícios – números ReaisObjetivo geral

Revisar por meio de itens e questões o conteúdo relativo a conjuntos numéricos.

Atividades 01 Identifique a alternativa que corresponde à sequencia crescente dos números 2,83; 2,8; 2,75 e 2,6458.

a) 2,6458; 2,8; 2,75; 2,83.

b) 2,8; 2,75; 2,83; 2,6458.

c) 2,6458; 2,83; 2,75; 2,6458.

d) 2,6458; 2,75; 2,8; 2,83.

02 Identifique na reta numérica, a seguir, os números: 103; 32 ; 2,5;

23; 3; 256 .5 4

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MATEMÁTICA

59

03 A solução da expressão 72

50 32 18+ - é igual a:

a) 1 b) 2

c) 3 d) 4

04 O número decimal correspondente a fração 57 é o:

a) 7,5 b) 1,4

c) 5,7 d) 0,75

05 Carlos comprou os produtos relacionados na tabela a seguir:

Produto Valor

Arroz (5kg) R$ 8,90

Feijão (1kg) R$ 3,35

1 lata de óleo R$ 2,00

O valor total que Carlos pagou foi de:a) 14,25 b) 14,35 c) 14,45 d) 14,55

06 Identifique entre os números abaixo o único que não é irracional.

a) 8 b) 90

c) 121 d) 200

07 O resultado correto da expressão

35

32

3+ é:

a) 955 b) 1

c) 115 d)

511

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MATEMÁTICA

60

AUlA 21

Rotação de polígonos – PropriedadesObjetivo Geral

Reconhecer a simetria de rotação de um polígono e perceber quais medidas e propriedades são preservadas.

Conceito Básico

Rotação é o movimento de girar uma figura ou objeto ao redor de um ponto chamado centro de rotação. A medida do giro é chamada ângulo de rotação.

Exemplos:

1º) Rotação em torno de um ponto que pertence a figura ou forma:

2º) Rotação em torno de um ponto fora da figura ou forma:

O que devo aprender nesta aula

u Identificar as simetrias de rotação, de reflexão e de translação e perceber que em cada uma delas se preservam medidas e propriedades.

Page 61: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

61

Atividades

01 A figura a seguir mostra duas semicircunferências.

a) Em torno de que ponto deve-se fazer a rotação de uma das semicircunferência para obter uma circunferência?b) A rotação deve ser no sentido horário ou anti-horário?c) De quantos graus deve ser esta rotação?

02 Observe a figura a seguir e responda os itens

a) Em qual dos quadrados deve-se fazer uma rotação para se obter um triângulo de lados 3, 4 e 5 unidades?

b) Em qual dos pontos deve-se fazer a rotação para obter o triângulo do item a?

c) Em qual sentido deve-se fazer a rotação (no sentido horário ou anti-horário)?

03 Observe a figura a seguir:

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MATEMÁTICA

62

Qual dos itens abaixo se refere a rotação de 90º em torno do ponto E no sentido horário da figura?

DESAfIO

Deseja-se encaixar a peça vermelha na peça branca conforme a figura a seguir

Para que isto aconteça deve-se realizar uma única rotação na peça vermelha em que ponto? É possível determinar o ângulo de rotação? Qual?

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MATEMÁTICA

63

AUlA 22

Reflexão de polígonos – PropriedadesObjetivo Geral

Identificar a simetria de reflexão e perceber quais medidas e propriedades são preservadas.

Conceito Básico

Como exemplo pode-se citar que qualquer imagem ou forma refletida no espelho é uma reflexão. A reflexão ocorre através de uma reta chamada eixo de reflexão.

Exemplos:

Sobre a reflexão é válido destacar as seguintes propriedades:

• A figura original e a sua reflexão são geometricamente iguais.

O que devo aprender nesta aula

u Identificar as simetrias de rotação, de reflexão e de translação e perceber que em cada uma delas se preservam medidas e propriedades.

Page 64: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

64

• Dado um ponto e sua reflexão, os mesmos são equidistantes em relação ao eixo de reflexão a partir de uma reta que os une perpendicularmente ao eixo de reflexão.

• Um ponto sobre o eixo de reflexão é sua própria reflexão.

Atividades 01 Assinale o item a seguir que representa uma reflexão:

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MATEMÁTICA

65

02 Quais das alternativas a seguir não representam uma reflexão? Por quê?

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MATEMÁTICA

66

03 Observe as figuras a seguir na malha quadriculada:

Represente por meio de desenhos todas as reflexões dessas figuras segundo o eixo especificado.

DESAfIO

Represente por meio de desenhos duas reflexões seguidas, sendo uma no sentido do eixo y e outra, a partir da primeira solução, na direção do eixo x respectivamente.

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MATEMÁTICA

67

AUlA 23

Translação de polígonos – PropriedadesObjetivo Geral

Identificar a simetria de translação e perceber quais medidas e propriedades são preservadas.

Conceito Básico

A translação é o termo usado para “mover” formas, sendo necessárias duas especificações: a direção (que pode ser medida em graus) e o deslocamento (que pode ser medida em alguma unidade de comprimento: cm, m, km, ...).

Exemplos:

1o) Translação na horizontal (0º ou 180º):

2o) Translação na vertical (90º ou 270º):

O que devo aprender nesta aula

u Identificar as simetrias de rotação, de reflexão e de translação e perceber que em cada uma delas se preservam medidas e propriedades.

3o) Translação na diagonal (diferente de: 0º, 90º , 180º ou 270º):

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MATEMÁTICA

68

Atividades 01 Observe a figura a seguir.

Em quantos centímetros, na vertical, deve-se transladar o retângulo ABCD para que ele fique centralizado no retângulo EFHG?

02 Observe as translações 1, 2 e 3.

Page 69: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

69

a) Existe translação na vertical? Qual? b) Existe translação na horizontal? Qual?c) Existe translação na diagonal? Qual?

03 A figura a seguir representa um telhado, que na sua construção utilizou a propriedade da translação.

a) Qual é a medida da translação AA”?b) Qual é a medida da translação CC’?c) Quantas translações foram feitas? Quais?d) As translações ocorreram em quais sentidos? (vertical, horizontal ou diagonal)

DESAfIO

Observe a figura a seguir

Realize apenas três translações indicando o deslocamento em cm e a direção de cada uma delas para construir um retângulo. Indique também a largura e o comprimento do retângulo.

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MATEMÁTICA

70

AUlA 24

Plano Cartesiano OrtogonalObjetivo Geral

Identificar e representar o plano cartesiano e as coordenadas cartesianas.

Conceito Básico

O plano cartesiano ou espaço cartesiano é um es-quema semelhante a uma rede quadriculada (reticu-lada) necessário para especificar pontos num deter-minado “espaço” com dimensões. Ele é composto de duas retas perpendiculares e orientadas, uma horizon-tal denominada de eixo x ou eixo das abscissas e outra vertical chamada de eixo y ou eixo das ordenadas. Elas se interceptam no ponto (0,0), denominado origem do sistema.

A orientação positiva das retas é representada por uma seta conforme a figura a seguir.

Um ponto no plano cartesiano é definido por meio de dois valores, um para o eixo x e outro para o eixo y, respectivamente nesta ordem, que são denominados “par ordenado”. Esses valores correspondem as coordenadas do ponto. Por exemplo, o ponto A apresentado no plano cartesiano anterior corresponde ao par ordenado x = -2 e y = 3, ou seja, às coordendas A(-2, 3).

O que devo aprender nesta aula

u Construir figuras no plano com base em informações relevantes, como: construir pontos dadas suas coordenadas, construir polígonos dadas as coordenadas de seus vértices e circunferência dadas as coordenadas do centro e a medida de seu raio etc.

Page 71: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

71

Atividades 01 Relacione algumas situações onde utilizamos a orientação de linhas e colunas.

02 No Teatro Palco Iluminado as poltronas são dispostas conforme a figura a seguir.

Sabendo que o primeiro número do par indica a coluna e o segundo indica a linha, escreva as coordenadas que indicam a posição das poltronas A, B e C.

03 Observe os pontos A, R, G, M, H e P marcados no mapa de uma cidade.

Encontre as coordenadas em que eles se localizam.

Page 72: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

72

04 Observe o plano cartesiano representado a seguir. Escreva os pares ordenados (x, y) que correspondem aos pontos: A, B, C, D, E e F:

DESAfIO

Marque no plano cartesiano os pontos a seguir:A = (-1 , 2), B = (4 , -2), C = (-1 , -2), D = (1 , 2) e F = (-2 , 0).

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MATEMÁTICA

73

AUlA 25

Construção de polígonos no plano cartesianoObjetivo Geral

Representar, identificar e construir no plano cartesiano polígono e circunferência.

Conceito Básico

Inicialmente é necessário relembrar um polígono é uma superfície plana limitada por segmentos de reta (ou linhas poligonais) fechadas onde cada um de seus vértices é formado pela sucesão de dois segmentos de retas seguidos.

O polígono divide o plano em duas regiões: a região interior ao polígono e a região exterior a ele.

À região interior ao polígono damos o nome de região poligonal.Os polígonos são classificados de acordo com o número de lados e ângulos, conforme a tabela

a seguir:

Números de lados ou ângulos

Nome do PolígonoEm função do número de ângulos Em função do número de lados

3 Triângulo Trilátero4 Quadrângulo Quadrilátero5 Pentágono Pentalátero6 Hexágono hexalátero7 Heptágono Heptalátero8 Octógono Octolátero9 Eneágono Enealátero10 Decágono Decalátero11 Undecágono Undecalátero12 Dodecágono Dodecalátero15 Pentadecágono Pentadecalátero20 Icoságono Icosalátero

O que devo aprender nesta aula

u Construir figuras no plano com base em informações relevantes, como: construir pontos dadas suas coordenadas, construir polígonos dadas as coordenadas de seus vértices e circunferência dadas as coordenadas do centro e a medida de seu raio etc.

Page 74: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

74

Atividades 01 Observe alguns polígonos presentes em sua sala de aula e represente-os na malha quadricula a seguir.

Classifique os polígonos construídos quanto ao número de lados e ângulos.

02 Observe o plano cartesiano representado a seguir e escreva as coordenadas dos vértices dos triângulos BCF e ADE. Desenhe os triângulos.

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MATEMÁTICA

75

03 Quais são as coordenadas do retângulo ABCD?

04 Marque os pontos a seguir no plano cartesiano e depois ligue-os de maneira que formem um único polígono. A = (-2 , 3), B = (2 , 3), C = (4 , 1), D = (-4 , 1), E = (-4 , -2) F = (4 , -2), G = (2 , -4) e H = (-2 , -4).

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MATEMÁTICA

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DESAfIO

Represente no plano cartesiano:a) uma circunferência de centro A = (1 , 2) e raio 2.b) um triângulo cujos vértices são: A = (0 , 0), B = (-4 , 2) e C = (3 , 4).

AUlA 26

Exercícios envolvendo polígonosObjetivo geral

Revisar por meio de itens e questões o conteúdo relativo a polígonos.

Atividades 01 Para determinar a quantidade de diagonais que partem de um único vértice de um polígono devemos utilizar a fórmula d = n - 3, onde d representa a quantidade de diagonais que partem de um único vértice e n a quantidade de lados deste polígono. A quantidade de diagonais que partem do vértice A de um eneágono é igual a:

a) 6 b) 7 c) 8 d) 9

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MATEMÁTICA

77

02 Para determinar a quantidade de diagonais de um polígono devemos utilizar a fórmula 23

Dn n$=-^ h

, onde D representa a quantidade de diagonais e n a quantidade de lados deste polígono.A quantidade de diagonais de um icoságono corresponde a:

a) 340 b) 170c) 34 d) 17

03 Observe o polígono a seguir.

Quantas diagonais faltam para que sejam traçadas todas as diagonais deste octógono?

a) 5 b) 20c) 36 d) 40

04 Observe o polígono:

A medida do perímetro 2P deste polígono é igual a:a) 17,11 cm b) 17,9 cmc) 18 cm d) 18,1 cm

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MATEMÁTICA

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05 Construa no plano cartesiano ortogonal a seguir um pentágono e determine as coordenadas de cada um de seus vértices.

06 Determine a medida do lado de um hexágono regular cujo perímetro (2P) mede 17,4 cm.

AUlA 27

Circunferência e círculo: Definição e diferençasObjetivo geral

Compreender os conceitos e os elementos de circunferência e círculo.

Conceito básico

Uma das principais características que podemos notar na circunferência sobrecai ao fato dela ser a única figura plana que pode ser girada em torno de um ponto (centro) sem modificar sua posição.

O que devo aprender nesta aula

u Construir figuras no plano com base em informações relevantes, como: construir pontos dadas suas coordenadas, construir polígonos dadas as coordenadas de seus vértices e circunferência dadas as coordenadas do centro e a medida de seu raio etc.

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MATEMÁTICA

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Assim, podemos dizer que circunferência é o lugar geométrico de todos os pontos de um plano que estão localizados a uma mesma distância r, denominado raio, de um ponto fixo O, denominado o centro da circunferência.

Círculo é a reunião da circunferência com todos os pontos que estão em seu interior.

Observe a circunferência a seguir

Vamos identificar seus elementos:Centro Raios Cordas Diâmetro

O , , 0A B E G0 0 0 e , ,AE BG CH DFe AE BGe

OBS: denominaremos por r o raio da circunferência e por d o seu diâmetro.

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MATEMÁTICA

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INFORMAÇÕES IMPORTANTES1) o diâmetro é a maior corda de uma circunferência; 2) o diâmetro é igual a duas vezes o raio (d = 2r);3) a medida do comprimento C de uma circunferência é obtida pela fórmula 2 .C rr=

Exemplo:Identifique os elementos na circunferência a seguir

Quais dos segmentos indicados são cordas?R: O segmento AB e AC.

Quais dos segmentos indicados são raios?R: O segmento A0, B0 e C0.

Qual do segmento indicado é diâmetro?R: O segmento AB.

Atividades 01 Sabendo que a medida do raio de uma circunferência é 8 cm. Responda:

a) Qual a medida do seu diâmetro?b) Qual a medida do seu comprimento?

02 Observe a figura a seguir

Page 81: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

81

Responda:a) Qual a medida do seu diâmetro?b) Qual a medida do seu comprimento?

03 As circunferências a seguir tem a mesma medida do raio

Determine:a) Perímetro do triângulo ABC.b) Soma das medidas do comprimento das circunferências.

DESAfIO

Sabendo que a medida do lado do quadrado é 10 cm, R é o raio da circunferência C2 e r o raio de C1.

Determine a medida do comprimento da circunferência C1.

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MATEMÁTICA

82

AUlA 28

Razão IObjetivo geral

Compreender e aplicar as relações lógicas das razões matemáticas em situações problema.

Conceito básico

Em matemática a comparação entre dois números racionais, através de uma divisão, chama-se razão.

Assim, na razão temos uma divisão ou o quociente entre dois números racionais a e b, representada por a:b ou a/b ou , com 0

ba

b ! .

Lê-se a para b, ou a está para b.

Exemplo:

3:5 3/5 53

ou ou , lê-se 3 para 5, ou 3 está para 5.

Os termos de uma razão recebem nomes específicos: o número a é denominado antecedente e o número b é denominado consequente.

Exemplo:

antecedenteconsequente5

3 "

"

Razões inversas

Dizemos que duas razões são inversas quando elas têm o produto igual a 1. Importante: verifique que nas razões inversas o antecedente de uma é o consequente da outra,

e vice-versa.Exemplo:

i) 53 e 3

5 são razões inversas, pois: 53

35 1=$

ii) 47 e 7

4 são razões inversas, pois: 47

74 1=$

O que devo aprender nesta aula

u Formular e resolver situações-problema que envolva a ideia de fração (parte-todo) e também de razão e divisão.

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MATEMÁTICA

83

Razões equivalentes

Dada uma razão entre dois números, obtemos uma razão equivalente multiplicando-se ou dividindo-se os termos de uma razão por um mesmo número racional (diferente de zero).

Obs.: o símbolo + significa equivalente.

Exemplos:

i) 65

1210

+ são razões equivalentes, pois: 65

1210

22 =$$ ou 6

51210=

ii) 915

35

+ são razões equivalentes, pois: 915

35

33 =

'' ou 9

1535=

Exercícios resolvidos

01) Em uma avaliação do Enem com 180 questões, Michael acertou 156. Que razão você poderia escrever para representar a comparação entre o número de acertos e o total de questões da avaliação?

Sugestão de solução:

Do enunciado temos que Michael acertou 156 das 180 questões do Enem. Como queremos a razão entre o número de acertos e o total de questões, basta escrevermos a seguinte razão, simplificando-a, o máximo possível.

18015

907

4539

15136 8= = =

Portanto, a razão é 1513 .

02) Isabelle recortou dois pedaços de cartolina, conforme as figuras a seguir, nas seguintes medidas:

x 2

x 2

:3

:3

:2

número de acertosnúmero de questões

=

:2 :2 :3

:2 :3

Page 84: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

84

De acordo, com as figuras, determine qual a razão entre a medida do lado do quadrado e a medida do lado do quadrado .

Sugestão de solução:

Do enunciado com a figura temos as seguintes medidas: quadrado seu lado mede 20 cm e quadrado seu lado mede 30 cm.Como queremos determinar a razão entre a medida do lado do quadrado e a medida do

lado do quadrado , basta escrevermos a seguinte razão, simplificando-a, o máximo possível:

Portanto, a razão é 32 .

03) O time de futebol do Goiás obteve, durante o ano de 2012, 23 vitórias, 9 empates e 6 derrotas. Qual é a razão do número de vitórias para o número total de partidas disputadas?

Sugestão de solução:

Do enunciado temos que o time de futebol do Goiás obteve 23 vitórias, 9 empates e 6 derrotas no ano de 2012.

Como queremos saber qual é a razão do número de vitórias para o número total de partidas disputadas, primeiro vamos somar a quantidade de vitórias, empates e derrotas:

23 + 9 + 6 = 38

Então, basta escrevermos a seguinte razão:

3823= , neste caso não dá para simplificar a razão.

Portanto, a razão é 3823 .

Atividades 01 Marcos Vinícius acertou 16 das 20 questões propostas pela professora em uma atividade na aula de matemática.

a) Que razão você poderia escrever para representar a comparação entre o número de acertos e o total de questões da atividade?b) Que razão você poderia escrever para representar a comparação entre o número de erros e o total de ques-tões da atividade?

:10

lado do quadrado

lado do quadrado =

:10

3020

32=

número de vitórias

número total de partidas disputadas

Page 85: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

85

c) Que razão você poderia escrever para representar a comparação entre o número de acertos e o número de erros da atividade?

02 O time de futebol do Flamengo obteve, durante o ano de 2012, 12 vitórias, 14 empates e 12 derrotas. Qual é a razão do número de vitórias para o número total de partidas disputadas?

03 Vanessa desenhou as seguintes figuras:

De acordo, com as figuras, determine qual a razão entre:

a) a medida da hipotenusa do triângulo e a medida da hipotenusa do triângulo .

b) a medida da hipotenusa do triângulo e a medida da hipotenusa do triângulo .

DESAfIO

(Olimpíada Brasileira de Matemática - OBMEP 2007)Em uma certa cidade, a razão entre o número de homens e mulheres é

32 e entre o número de mulhe-

res e crianças é 18 . A razão entre o número de adultos e crianças é:

(A) 15 (B)

116 (C)

112

(D) 340 (E)

113

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MATEMÁTICA

86

AUlA 29

Razão II (situações problema envolvendo razões em porcentagens)Objetivo geral

Representar e aplicar as razões matemáticas no estudo das porcentagens através da resolução de situações problema.

Conceito básico

As razões além das formas fracionária e decimal, também podem ser representadas na forma percentual, onde se utiliza o símbolo %.

Geralmente, podemos dizer que toda razão na

forma ba , onde b = 100, pode ser representada na forma de porcentagem.

Exemplo:

10030 30%= , onde lê-se trinta por cento.

Na representação de uma razão ba , temos:

i) Frações equivalentes: O conseqüente b é um fator natural de 100.

Exemplo:

54

10080 80%= =

Para descobrir que devo multiplicar por 20, basta dividir 100 por 5.

ii) Forma decimal: O consequente b não é um fator natural de 100.

Exemplo:

O que devo aprender nesta aula

u Formular e resolver situações-problema que envolvam a ideia de fração (parte-todo) e também de razão e divisão.

x 20

x 20razão equivalente deconsequente igual a 100

83 0,375 100

0,375 10010037,5

37,5%= = = =$

forma decimal de 83

Page 87: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

87

Exemplos

01) No final de ano sempre há liquidação nos shopping de Goiânia, onde os descontos variam muito. Suponha que em determinada loja um produto teve o desconto de 7 mil reais sobre um preço de 20 mil reais. Quanto por cento equivale esse desconto?

Sugestão de solução:

Do enunciado temos inicialmente, a razão de 7 para 20, ou seja, 207 .

Aqui podemos resolver este exercício de duas formas:

i) Usando frações equivalentes, temos:

207

10035 35%= =

Para descobrir que devo multiplicar por 5, basta dividir 100 por 20.

ii) Usando a forma decimal, temos:

207 0,35 100

0,35 10010035 35%= = = =$

Portanto, o desconto de 7 mil reais equivale a 35%.

02) O Brasil tem um total de 8.514.876 km2 de superfície territorial. A região Centro-Oeste ocupa cerca de 1.606.371,505 km2. A área ocupada pela região Centro-Oeste representa, aproximadamente, quanto por cento da área total do Brasil?

Sugestão de solução:

Do enunciado temos:área total do Brasil " 8.514.876 km2

área da região Centro-Oeste " 1.606.371,505 km2

Usando a razão:

área da região Centro-Oeste

área total do Brasil................

Aplicando a forma decimal, temos:

8 514 8761606 371 505 0,18 100

0,18 10018, %,

88

8= =$-

Portanto, a área ocupada pela região Centro-Oeste no Brasil representa, aproximadamente 18,8%.

03) Obtive um lucro de R$ 3,00 sobre o preço de um produto vendido a R$ 120,00. Quanto por cento obtive de lucro?

x 5

x 5

8 514 8761606 371 505,

kmkm2

2

"

Page 88: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

88

Sugestão de solução:

Do enunciado temos inicialmente, a razão de 3 para 120, ou seja, 120

3 .Logo simplificando a razão e aplicando a forma decimal, temos:

401 0,025 100

0,025 1001002,5

2,5%= = = =$

Portanto, obtive um de lucro 2,5%.

Atividades 01 Representar na forma de porcentagem as seguintes razões:

a) 1006 b)

10015,4 c)

43 d)

167

02 Nas férias de verão na praia do Futuro em Fortaleza foram coletados 400 kg de lixo. Desse total, 250 kg eram de materiais plásticos. A quantidade de materiais plásticos representa quanto por cento do total do lixo recolhido?

03 Um livro de literatura tem 80 páginas numeradas de 1 a 80. Neste livro 9 páginas tem numeração cuja soma dos algarismos é igual a 8. Essa quantidade representa quanto por cento do número total de páginas do livro?

DESAfIO

(Enem 2005)A escolaridade dos jogadores de futebol nos grandes centros é maior do que se imagina, como mostra a pesquisa a seguir, realizada com os jogadores profissionais dos quatro principais clubes de futebol do Rio de Janeiro, em 2005.

De acordo com esses dados, o percentual dos jogadores dos quatro clubes que concluíram o Ensino Médio é de aproximada-mente:(A) 14%. (B) 48%. (C) 54%.(D) 60%. (E) 68%.

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MATEMÁTICA

89

AUlA 30

Proporção Objetivo geral

Relembrar os conceitos de proporção.

Conceito básico

Matematicamente, numa proporção é uma sentença que expressa uma igualdade entre duas razões.

Assim, dizemos que quatro números racionais a, b, c e d, diferentes de zero, tomados nessa ordem, expressam uma proporção quando:

ou: :a b c dba

dc= =

Lê-se a está para b, assim como c está para d.

Exemplo:

6 : 9 12:18 ou 1812 ,= lê-se 6 está para 9, assim como 12 está para 18.

Os números a, b, c e d são denominados termos da proporção, onde a e d são denominados extremos e b e c são denominados meios.

Exemplo:

6 : 9 12:18 ou 196

1812= =

Propriedade fundamental das proporções

De modo geral, em toda proporção temos que o produto dos extremos é igual ao produto dos meios e vice-versa.

ba

dc

a d b c= =) $ $

O que devo aprender nesta aula

u Resolver, analisar e formular situações problema envolvendo porcentagem e proporcionalidade.

u Construir estratégias para resolver situações que envolvem proporcionalidade.

extremos

meios

extremo

meio extremo

meio

produto dos meios

produto dos extremos

Page 90: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

90

Exemplo:Verifique se os números 3, 7, 12 e 28 formam, nessa ordem, uma proporção.Use a propriedade fundamental da proporção.

Sugestão de solução:

Do enunciado temos que os números estão em ordem, assim:

3 7 12 e 28,a b c d= = = =

Então podemos escrever a seguinte proporção, aplicando a propriedade fundamental:

73

2812 3 28 7 12

ba

dc

a d b c= = = =+ " + "$ $ $ $

produto dos extremos 3 28 84produto dos meios 7 12 84

:

:

==$

$)

Como o produto dos extremos é igual ao produto dos meios, temos uma proporção.Portanto, os números 3, 7, 12 e 28 formam, nessa ordem, uma proporção.

Exemplos 01) Em uma panificadora, para fazer 600 pães, são gastos 100 kg de farinha. Quantos pães

podem ser feitos com 25 kg de farinha?

Sugestão de solução:

Do enunciado, podemos escrever a seguinte relação:

600 10025x

-

-, onde x é a quantidade de pães a serem feitos.

Daí, temos a seguinte proporção:

60025

100x

=

Aplicando a propriedade fundamental da proporção, temos:

600 25 100x=$ $

100 15 000x =

10015 000

x =

150x =

Portanto, podem ser feitos 150 pães.

02) Paula usou 40 laranjas para fazer 26 litros de suco, mas como ainda tem 25 laranjas, quantos litros de suco aproximadamente ainda poderão serão feitos?

Page 91: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

91

Sugestão de solução:

Do enunciado, podemos escrever a seguinte relação:

4025

26x

-

-, onde x é a quantidade de litro de sucos que poderão ser feitos, com as 25 laranjas.

Daí, temos a seguinte proporção:

2540 26

x=

Aplicando a propriedade fundamental da proporção, temos:

40 26 25x =$ $

40 650x =

40650

x =

16,25x =

Portanto, podem ser feitos aproximadamente 16 litros de suco de laranja.

03) Em um colégio estadual da cidade de Ipameri, para cada 4 moças há 5 rapazes estudando. Como no colégio há 580 rapazes matriculados, quantos estudantes existem no colégio?

Sugestão de solução:

Do enunciado, podemos escrever a seguinte relação:

45 580

x-

-, onde x é a quantidade de moças que estudam no colégio.

Daí, temos a seguinte proporção:

54

580x=

Aplicando a propriedade fundamental da proporção, temos:

4 580 5 x=$ $

5 2320x =

52320

x =

464x =

Logo, no colégio existem 464 moças.

Mas, como queremos saber quantos estudantes existem no colégio, basta somarmos o número de moças e o de rapazes. Assim, temos:

464 580 1044+ =

Portanto, existem 1044 estudantes no colégio.

Page 92: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

92

Atividades 01 Sabendo que os números 6, 24, 5e o x formam, nessa ordem, uma proporção, aplicando a propriedade funda-mental determine o valor de x.

02 Em uma determinada empresa uma secretária recebe R$ 200,00 pela construção de 16 relatórios. Se ela cons-truiu no fim do mês 42 relatórios, quanto dinheiro ela recebeu?

03 Em uma receita de bolo, são necessários 2 ovos para cada 0,5 kg de farinha utilizada. Quantos ovos serão necessários para 2 kg de farinha?

DESAfIO

(Enem 2011)Um mecânico de uma equipe de corrida necessita que as seguintes medidas realizadas em um carro sejam obtidas em metros: a) distância a entre os eixos dianteiro e traseiro; b) altura b entre o solo e o encosto do piloto.

Ao optar pelas medidas a e b em metros, obtêm-se, respectivamente,

(A) 0,23 e 0,16. (B) 2,3 e 1,6. (C) 23 e 16.

(D) 230 e 160. (E) 2 300 e 1 600.

Page 93: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

93

AUlA 31

Proporção – PropriedadeObjetivo geral

Aplicar as propriedades das proporções matemáti-cas na resolução de situações problema.

Conceito básico

Na aula anterior estudamos a propriedade fundamental das proporções. É uma propriedade extremamente importante no estudo de proporções, porém, não é a única. Existem, na matemática, uma série de situações as quais são necessárias a aplicação de outros propriedades das proporções. A seguir vamos analisar duas delas:

1ª propriedade:

Dizemos que em toda proporção, a soma dos dois primeiros termos está para o primeiro (ou para o segundo), assim como a soma dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto).

Matematicamente, temos:

Soma

eba

dc

aa b

cc d

ba b

dc d= = ="

+ + + +

Demonstração

Prove que:

eba

dc

aa b

cc d

ba b

dc d= = ="

+ + + +

Considere as proporções:

eba

dc

ab

cd= =

Adicionando 1 a cada membro obtemos:

1 1 e 1 1ba

dc

ab

cd+ = + + = +

ba

bb

dc

dd

ab

aa

cd

cc+ = + + = +

O que devo aprender nesta aula

u Resolver, analisar e formular situações problema envolvendo porcentagem e proporcionalidade.

u Construir estratégias para resolver situações que envolvem proporcionalidade.

Page 94: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

94

ba b

dc d

ab a

cd c

aa b

cc d+ = + + = + + = +

"

c.q.dObs: c.q.d significa como queríamos demonstrar.

2ª propriedade:

Dizemos que em toda proporção, a diferença dos dois primeiros termos está para o primeiro (ou para o segundo), assim como a diferença dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto).

Matematicamente, temos:

Subtração

eba

dc

aa b

cc d

ba b

dc d= - = - - = -

"

Demonstração

Prove que:

eba

dc

aa b

cc d

ba b

dc d= - = - - = -

"

Considere as proporções:

eba

dc

ab

cd= =

Subtraindo 1 de cada membro obtemos:

1 1 e 1 1ba

dc

ab

cd- = - - = -

ba

bb

dc

dd

ab

aa

cd

cc- = - - = -

ba b

dc d

ab a

cd c- = - - = - (multiplicando ambos os membros por -1)

aa b

cc d- = -

c.q.d

Exemplos

01) Em uma festa, a diferença entre o número de moças e rapazes é 20. Sabendo que a razão entre o número de moças e rapazes é de 7 para 5, quantas moças e quantos rapazes estão na festa?

Sugestão de solução:

Do enunciado temos:

Page 95: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

95

i) a diferença entre o número de moças e rapazes é 20

ii) a razão entre o número de moças e rapazes é de 7 para 5

Assim, fazendo x = o número de moças e y = o número de rapazes, temos o sistema:

20x y

yx

57

- =

=* 4

Como temos uma subtração x - y, então aplicando a 2ª propriedade das proporções, na segunda equação temos:

57

77 5 (como 20) 20

72 2 140 70

yx

xx y

x yx

x x=-

= - - = = = =" " " "

Logo, substituindo o valor de x na primeira equação temos:

20 70 20 20 70 50 ( 1) 50x y y y y y- = - = - =- - - =- - =" " " "

Portanto, estão na festa 70 moças e 50 rapazes.

02) Para pintar uma parede da sala de cor diferente, Ricardo deve misturar tinta branca com tinta azul, na razão de 5 para 3. Sabendo que ele vai utilizar 24 l dessa mistura, quantos litros de cada cor de tinta serão necessários?

Sugestão de solução:

Do enunciado temos:

i) a razão entre o número de tinta branca e tinta azul é de 5 para 3

ii) vai ser utilizado 24 l da mistura das tintas 24tinta azul tinta branca l=+"

Assim, fazendo x = tinta branca e y = tinta azul, temos o sistema:

35

24yx

x y

=

+ =* 4

Como temos uma soma x + y, então aplicando a 1ª propriedade das proporções, na primeira equação temos:

35

55 3 (como 24) 24

58 8 120 15

yx

xx y

x yx

x x=+

= + + = = = =" " " "

Logo, substituindo o valor de x na segunda equação temos:

24 15 24 24 15 9x y y y y+ = + = = - =" " "

Portanto, serão necessários 15 l de tinta branca e 9 l de tinta azul.

Page 96: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

96

03) A soma da idade de Rogério e de seu filho é 45 anos. Sabendo que a idade do pai está para a idade do filho, assim como 7 está para 2, qual é a idade do pai e a do filho?

Sugestão de solução:

Do enunciado temos:

i) a idade de Rogério (pai) e de seu filho é 45 ii) a razão entre a idade do pai e do filho é de 7 para 2

Assim, fazendo x = idade do pai e y = idade do filho, temos o sistema:

45

27

x y

yx

+ =

=* 4

Como temos uma subtração x + y, então aplicando a 1ª propriedade das proporções, na segunda equação temos:

27

77 2 (como 45) 45

79 9 315 35

yx

xx y

x yx

x x=+

= + + = = = =" " " "

Logo, substituindo o valor de x na primeira equação temos:

45 35 45 45 35 10x y y y y+ = + = = - =" " "

Portanto, Rogério tem 35 anos e seu filho tem 10 anos.

Atividades 01 Jéssica foi fazer uma laranjada e para isso misturou caldo de laranja com água, na proporção de 2 para 9. Quantos litros de caldo de laranja e de água serão necessários para fazer 5,5 l de laranjada?

02 A diferença entre a idade de dois irmãos é de 12 anos. Sabendo que a idade do mais velho está para a idade do mais novo, assim como 5 está para 3. Qual é a idade dos dois irmãos?

03 Em um grupo de 300 pessoas. Sabe-se que a razão entre o número de homens e mulheres é de 3 para 2, quantos homens e quantas mulheres fazem parte desse grupo?

DESAfIO

Em um determinado colégio o professor de Matemática desafiou seus alunos a descobrirem as idades de seus dois filhos, em anos. Para isso, ele deu as seguintes informações:

i) O mais velho tinha x anos e o mais novo tinha y anos.ii) A razão entre a idade do mais velho e do mais novo é de 5 para 3.iii) A soma das idades era 16 anos.

Qual a idade de cada filho do professor?

Page 97: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

97

AUlA 32

Exercícios envolvendo razão e proporçãoObjetivo geral

Revisar por meio de itens e questões o conteúdo relativo a razão e proporção.

Itens e questões 01 Determine dentre as frações a seguir a única que é uma proporção da fração

342156 .

a) 5778 b)

171156

c) 156171 d)

5726

02 A forma irredutível da fração 864576 é:

a) 72 b)

43

c) 32 d)

73

03 Identifique o par de frações que encontra-se em proporção.

a) 1016

e2060 b)

189

e8060

c) 12072

e2012 d)

2018

e7054

04 Determine a forma irredutível da fração 12096 .

05 Encontre uma fração que esteja em proporção com 53 e que seja uma fração composta por múltiplos de 6.

06 Determine o valor de x de forma que as frações 2812 e 36

x estejam em proporção.

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MATEMÁTICA

98

AUlA 33

Perímetro de polígonos diversosObjetivo geral

Calcular perímetro de polígonos diversos, desper-tando no aluno o interesse por geometria.

Conceitos Básicos

Polígonos são figuras geométricas formadas por segmentos de retas e caracterizam-se pelos seguintes elementos: ângulos, vértices, diagonais e lados.

Seguem alguns polígonos

Quadrado Retângulo Losango

O que devo aprender nesta aula

u Determinar o perímetro de polígonos diversos, como quadrado, retângulo, losango, paralelogramo, trapézio e hexágono.

Page 99: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

99

Paralelogramo Trapézio Hexágono

• Existem diversos outros polígonos que não serão citados no momento mas que são bastante utilizados na matemática, em outras áreas do conhecimento, no dia-a-dia e na natureza. Portanto, fica como atividade extra a pesquisa sobre eles.

Perímetro (2P): É a soma das medidas de todos os lados de um polígono.

Veja o exemplo: A figura a seguir apresenta um retângulo (dimensões 30m e 40 m) e um quadrado (lado 20 m).

Observando os dados responda:a) O perímetro de retângulo e do quadrado.b) O perímetro total da figura.

Sugestão de soluçãoa) Retângulo: P = 40 + 40 + 30 + 30 = 140 m e Quadrado: P = 20 + 20 + 20 + 20 = 80 m b) P total = P (retângulo) + P (quadrado) = 140 + 80 = 220 m.

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MATEMÁTICA

100

Atividades 01 O lado de cada quadradinho da malha abaixo mede 1 cm.

De acordo com a figura analise as afirmações:I – O perímetro da figura I é 12 cm.II – O perímetro da figura II é 12 cm.III – O perímetro da figura III é 16 cm.IV – O perímetro da figura IV é 14 cm.

Quais das afirmações acima são verdadeiras? a) I, II e III.b) I, III e IVc) II, III e IVd) Todas estão corretas.

02 Observe a figura a seguir:

Determine:a) O perímetro do retângulo maior considerando os pontilhados.b) O perímetro da região em destaque, formada pela união dos pontos.

Page 101: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

101

03 Apresentamos a seguir dois polígonos:

Figura 01 Figura 02

De acordo com as figuras é correto afirmar quea) O perímetro da figura 01 é 12,2cm e o perímetro da figura 02 é 17,3cm.b) O perímetro da figura 02 em relação à figura 01 teve um acréscimo de 60%. c) A diferença do perímetro da figura 02 para figura 01 é de 6,1cm.

DESAfIO

Um milionário construiu sua casa em um condomínio de luxo. Ele deseja cercar o lote em que construiu sua mansão.

Fonte: Disponível em: <http://www.escolakids.com/perimetro-de-um-poligono.htm/>. Acesso em: 12 de dez. 2012.

Observando a vista panorâmica do lote calcule:a) Quantos metros de cerca ele deverá fazer considerando as dimensões da figura?b) Quantos metros de cerca ele deverá fazer se aumentar em cada dimensão da casa 2 metros?

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MATEMÁTICA

102

AUlA 34

Área de polígonos: quadrados e retângulosObjetivo geral

Reconhecer e calcular áreas de quadrados e retângulos.

Conceitos básicos

Retângulos são quadriláteros que possuem somente ângulos retos. Desta forma, o quadrado também é considerado um retângulo pois, também, possui todos os seus ângulos retos. A diferença entre o quadrado e retângulo, portanto, se dá por conta do quadrado possuir todos os seus lados iguais.

Para calcular a área de um retângulo basta multiplicar a sua base (b) por sua altura:

A = b . h

Para calcular a área de um quadrado também usamos base x altura, mas, como no quadrado a base e a altura tem o mesmo tamanho, podemos usar lado x lado, ou ainda, lado ao quadrado.

A = l2

Exemplo:

Vamos calcular a área da figura a seguir:

O que devo aprender nesta aula

u Compreender e utilizar as fórmulas de área de figuras planas como triângulo, losango, paralelogramo, trapézio, retângulo, hexágono etc. e de área de superfície de figuras não planas como o cubo, o cilindro, e o paralelepípedo.

Page 103: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

103

Esta figura é formada pela junção de um quadrado e um retângulo, portanto, devemos calcular a área de ambos separadamente e, em seguida, somá-las.

Área do quadrado: A = l2

A = 52 = 25 cm2

Área do retângulo: A = b . h = 5 . 10 = 50 cm2

Então ATotal = AQuadrado +ARetângulo = 25 + 50 = 75 cm2

Atividades 01 Determine a área da região azul na figura a seguir.

O lado do quadrado vermelho mede 4 cm.

Page 104: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

104

02 Observe a figura a seguir

Sabendo que os retângulos B e C possuem as mesmas dimensões, qual a área da região A?

03 O lado de um quadrado mede 10 cm. Se aumentarmos em 50% a medida dos seus lados, qual a medida da área do novo quadrado?

DESAfIO

As flores de Geometrix têm formatos muito interessantes. Algumas delas possuem a forma mostrada na figura abaixo na qual há seis quadrados e doze triângulos equiláteros.

Uma abelha pousou no ponto destacado e andou sobre a borda da flor no sentido horário até voltar ao ponto inicial. Sabendo que a região cinza tem 24 cm² de área, qual é a distância percorrida pela abelha?

Page 105: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

105

AUlA 35

Área de polígonos – TriângulosObjetivo geral

Compreender a ideia e calcular a área de triângulos.

Conceito básico

O foco desta aula será o cálculo da área de um triângulo. O triângulo, como todos sabem é uma forma geométrica de extrema importância em nossa sociedade por conta de suas diversas aplicabilidades do dia-a-dia. Discuta com o professor sobre as aplicabilidades do triângulo.

A ideia do cálculo da área de uma região triangular surge do retângulo, uma vez que, a diagonal de um retângulo sempre divide o mesmo em dois triângulos.

Observe:

Observe as figuras a seguir

Note que em qualquer uma das figuras a área do triângulo ABC é igual à metade da área do retângulo

O que devo aprender nesta aula

u Compreender e utilizar as fórmulas de área de figuras planas como triângulo, losango, paralelogramo, trapézio, retângulo, hexágono etc. e de área de superfície de figuras não planas como o cubo, o cilindro, e o paralelepípedo.

Page 106: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

106

Assim, de modo geral, temos que:

ÁREA DO TRIÂNGULO = 2

b h$

Onde: b = medida da base do segmento AB; h = medida da altura relativa ao lado do segmento AB.

Por exemplo: Observe os triângulos a seguir:

Para determinarmos a área do triângulo ( I ) devemos fazer:

2 213 9 58,5A

b hcmI

2= = =$ $

Já a área do triângulo ( II) será calculada da seguinte maneira:

2 212 9 54A

b hcmII

2= = =$ $

Uma outra maneira de se calcular a área de um triângulo qualquer desde que sejam conhecidas as medidas de seus lados a, b e c é pela fórmula:

A p p a p b p c= - - -$ $ $^ ^ ^h h h

sendo 3pa b c= + + o semiperímetro do triângulo

a, b, c " as medidas dos lados do triângulo

Page 107: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

107

Esta fórmula é conhecida como fórmula de Heron.

Assim sendo, observe o triângulo abaixo:

Temos que a medida do perímetro (2P) deste triângulo será:

2P = 13 cm + 14 cm + 17 cm = 44 cm

Portanto, o semiperímetro (P) terá a medida igual a

22

244 22 22P

Pcm P cm= = = ="

Pela fórmula de Heron A p p a p b p c= - - -$ $ $^ ^ ^h h h , então

22 22 13 22 14 22 15 22 9 8 7 11088A p p a p b p c cm2= - - - = - - - =$ $ $ $ $ $ $ $ $ =^ ^ ^ ^ ^ ^h h h h h h

Atividades 01 Observe os triângulos a seguir e descubra o valor de suas respectivas áreas.

02 Um pequeno pedaço de madeira tem a forma e as medidas indicadas na figura. Qual é a área desse pedaço de madeira?

Page 108: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

108

03 Aplicando a fórmula de Heron descubra o valor da área do triângulo cujos lados medem: 30 cm, 20 cm e 14 cm.

DESAfIO

Um quadrilátero de papel foi recortado de acordo com a figura e as medidas nela indicadas. Sabendo que as medidas estão em centímetros, determine a área da região A1+ A2.

AUlA 36

Área de polígonos: paralelogramoObjetivo geral

Reconhecer e calcular a área do paralelogramo.

Conceitos básicos

Um paralelogramo é um quadrilátero cujos lados opostos são iguais e paralelos.

O que devo aprender nesta aula

u Compreender e utilizar as fórmulas de área de figuras planas como triângulo, losango, paralelogramo, trapézio, retângulo, hexágono etc. e de área de superfície de figuras não planas como o cubo, o cilindro, e o paralelepípedo.

Page 109: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

109

O paralelogramo possui as seguintes propriedades:

• Ângulos opostos iguais.

• Possui simetria rotacional.

• A diagonal divide o paralelogramo em dois triângulos congruentes.

• Os lados opostos e seus ângulos opostos são iguais.

• Os ângulos de mesmo lado são suplementares.

• As diagonais são suas próprias bissetrizes.

Área de um paralelogramo

A área de um paralelogramo será determinada pelo produto da medida de sua base pela medida de sua altura.

Exemplo:

A = b . h

Atividades 01 Seja um paralelogramo com as medidas da base e da altura respectivamente, indicadas por 15 cm e 5 cm. Se construirmos outro paralelogramo que tenha o dobro das medidas da base e altura do outro paralelogramo, qual será a diferença entre as áreas dos mesmos?

02 Na figura abaixo PS mede 33 cm, PQ mede 5 cm, a área do triângulo 1 mede 25 cm² e a área do triângulo 3 mede 7,5 cm². Calcule a área do paralelogramo 4.

Page 110: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

110

03 No plano coordenado, os vértices de um paralelogramo são os pontos A = (-3, -2), B = (6, -2), C = (10, 3) e D = (1, 3). Determinar a área do paralelogramo ABCD.

DESAfIO

(UERJ- 2010) Um terreno retangular tem 800 m de perímetro e será dividido pelos segmentos PA e CQ em três partes, como mostra a figura. 

Admita que os segmentos de reta PA e CQ estão contidos nas bissetrizes de dois ângulos retos do terreno e que a área do paralelogramo PAQC tem medida S. Determine o maior valor, em m2, que S pode assumir.

Page 111: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

111

AUlA 37

Área de polígonos: trapézioObjetivo geral

Reconhecer e calcular a área do trapézio.

Conceitos básicos

O trapézio é um quadrilátero com dois lados paralelos, chamados de base maior e base menor. Para calcular sua área temos que somar as duas bases, dividir por dois e multiplicar o resultado pela altura.

Exemplos:

2ABase menor Base maior Altura= + $^ h

2AB b h= + $^ h

Observe o trapézio a seguir:

Neste trapézio a altura será 30 m e as bases 50 m e 20 m. Sendo assim:

250 20 30

270 30

1050

A

A

A m2

= +

=

=

$

$

^ h

O que devo aprender nesta aula

u Compreender e utilizar as fórmulas de área de figuras planas como triângulo, losango, paralelogramo, trapézio, retângulo, hexágono etc. e de área de superfície de figuras não planas como o cubo, o cilindro, e o paralelepípedo.

Page 112: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

112

Obs.: Existem tipos diferentes de trapézio, como por exemplo, o trapézio retângulo que possui um ângulo reto e o trapézio isósceles que tem dois lados iguais.

Atividades 01 No banheiro do colégio BOA NOTA será colocado um espelho com a forma e dimensões da figura abaixo. Precisa calcular a área do espelho para saber quanto ele custará. Então, qual é a área deste espelho?

02 A piscina de um clube em caldas novas tem um formato de um trapézio. A professora Ana levou seus alunos para um passeio neste clube e chegando lá pediu a eles que calculassem a área desta piscina. A administração do clube informou a eles as medidas necessárias. Observe o desenho a seguir e calcule sua área.

03 Com o excesso de chuvas na estrada entre Goiânia e Nerópolis surgiu um buraco que precisa ser pavimentado. A área deste buraco é igual a 384 cm2. Para chegar a este cálculo foi necessário saber as dimensões do buraco. Observe o desenho abaixo e calcule a base maior, a base menor e a altura.

Page 113: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

113

DESAfIO

A área cinza do gráfico ao lado, representa a distância percorrida por uma pessoa em uma pista de corrida. Qual foi a distância que essa pessoa percorreu, no intervalo en-tre 0 e 10 segundos?

AUlA 38

Área de polígonos: pentágono e hexágonoObjetivo geral

Reconhecer e calcular a área do pentágono e do hexágono.

Conceitos básicos

• Hexágono regular:

Para calcular área de um hexágono regular basta dividi-lo em seis triângulos equiláteros iguais. Desta forma, calculamos a área de um triângulo e depois a multiplicamos por seis. Para isto utilizamos a seguinte fórmula:

Átriângulo equilátero 43a2

= ^ h

Áhexágono regular 6 43a2

= $^ h

Áhexágono regular 23 3a2

= $^ h

O que devo aprender nesta aula

u Compreender e utilizar as fórmulas de área de figuras planas como triângulo, losango, paralelogramo, trapézio, retângulo, hexágono etc. e de área de superfície de figuras não planas como o cubo, o cilindro, e o paralelepípedo.

Page 114: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

114

• Hexágono irregular:Para calcular a área de um hexágono não regular, dividimos o mesmo em figuras conhecidas

como triângulos, trapézios, retângulos etc. Veja como no exemplo a seguir:

Dividimos a figura em duas novas figuras: um retângulo de área = 11 . 4 = 44 m2 e um trapézio

de área = 2

11 7 2+ $^ h = 18 m2

Para calcular a área do pentágono, podemos dividi-lo de forma a obter duas novas figuras, que podem ser: um triângulo e um trapézio.

Observe o exemplo a seguir:

Desta forma, basta calcularmos as duas novas áreas e adicionar os resultados.

Atividades 01 Na figura a seguir está representado um hexágono regular no plano cartesiano. Qual é o valor da sua área?

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MATEMÁTICA

115

02 Em uma cidade no interior de Goiás o prefeito está construindo um bonito jardim em um formato hexagonal. Observe seu desenho abaixo:

No entanto esse jardim precisa ser gramado e o prefeito quer saber quantos metros quadrados de grama terá que comprar. Qual é a área do jardim?

03 Calcule a área do pentágono a seguir, sabendo que o lado de cada quadradinho mede 1 cm.

DESAfIO

Laura tem um colar feito em couro, com peças cortadas em formato hexagonal regular, como mostra a figura abaixo. O comprimento do colar é de 70 cm. Laura quer cobri-lo com tecido. Quantos centímetros quadrados de tecido ela vai utilizar para cobrir o colar todo?

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MATEMÁTICA

116

AUlA 39

Área de superfície de figuras não planas: cubo, cilindro e paralelepípedoObjetivo geral

Reconhecer o cubo, o cilindro e o paralelepípedo entre as figuras geométricas não planas e calcular suas respectivas áreas, podendo essas encontrarem-se em situações contextualizadas.

Conceitos básicos

O cubo, o paralelepípedo e o cilindro, são figuras não planas ou espaciais chamadas de poliedros e corpos redondos (cilindros). Estes possuem três dimensões: altura, largura e comprimento.

O Cubo

Para calcular a área da superfície do cubo vamos planifica-lo:

À esquerda temos a imagem do cubo. Ele é formado por seis quadrados iguais. À direita temos sua planificação, isto é, se abrimos o cubo, ele terá esta forma.

Para calcularmos sua área, basta calcular a área de um dos quadrados que compõem sua planificação e depois multiplicá-la por seis.

A área do quadrado é Lado², mas o lado deste quadrado, no cubo, é chamado de aresta. Desta forma, a área da superfície de um cubo é:

Acubo = 6 . Áquadrado = 6.a²

Por exemplo, se um cubo tem aresta a = 3cm, logo A = 6. 3² = 54 cm²

O que devo aprender nesta aula

u Compreender e utilizar as fórmulas de área de figuras planas como triângulo, losango, paralelogramo, trapézio, retângulo, hexágono etc. e de área de superfície de figuras não planas como o cubo, o cilindro, e o paralelepípedo.

Page 117: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

117

O Paralelepípedo

Para calcular a área da superfície do paralelepípedo vamos planifica-lo:

À esquerda temos a imagem um paralelepípedo, que é formado por 6 retângulos. Porém, nem todos os retângulos são iguais. Isto faz com que encontremos formas diferentes de paralelepípedos. À direita temos sua planificação.

A área do retângulo é A = b . h. Para calcular a área da superfície de um paralelepípedo, temos que calcular as áreas de todos os seis retângulos que o compõem e depois adicionar os resultados.

Exemplo:

Esse paralelepípedo tem dois retângulos de área = 7.3 = 21 cm²

Dois retângulos de A = 5.3 = 15 cm²

E dois retângulos de A = 7.5 = 35 cm²

Sendo assim, a área do paralelepípedo será 2 . (21 + 15 + 35) = 142 cm²

O cilindro

O cilindro tem na sua superfície, dois círculos iguais e um retângulo. Observe sua planificação.

Para calcular a área da superfície do cilindro temos que calcular a área dos dois círculos e da superfície lateral (que é um retângulo), como mostra a figura anterior.

Page 118: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

118

Assim teremos:Acilindro = 2 . Ácírculo + Álateral 2 2 2r r h r h r2= + =$ $ $ $ $ $ $r r r +^ h

Por exemplo, se neste cilindro a altura for 10 m e o raio da base é 5 m, então: h = 10 e r = 5.2 5 10 510 15150

A

A

A m2

= +==

$ $

$

r

r

r

^ h

Atividades 01 A área total da superfície de um cubo é igual a 54 cm². Calcule a medida da aresta deste cubo.

02 Maria tem uma caixinha de sapatos e quer decorá-la cobrindo-a com papel de presente. Esta é a caixinha de Maria:

Quantos cm² ela vai gastar de papel para cobrir a caixinha?

03 Uma indústria fabrica latas para embalagem em formato cilíndrico cujo raio da base mede 20 cm de compri-mento e sua altura mede 80 cm. Para fabricação dessas latas, a indústria utiliza chapas metálicas. Quantos centímetros quadrados de chapa são necessários para fabricar uma lata? (use r = 3,14).

DESAfIO

Em uma caixa de vidro com tampa, foi colocado um cilindro de cartolina como mostra a figura:

A caixa tem forma de um cubo de aresta 14 cm. Encontre cada uma das suas áreas e descubra qual das duas figuras tem a maior superfície.

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MATEMÁTICA

119

AUlA 40

Exercícios envolvendo a área de superfície de figuras não planas: cubo, cilindro e paralelepípedo, aplicados em avaliações externasObjetivo geral

Compreender e calcular a medida da área de superfície de figuras não planas: cubo, cilindro e paralelepípedo, aplicados em avaliações externas.

Itens e questões 01 Observe o cubo a seguir.

A área dessa figura planificada é(A) 8 cm2. (B) 24 cm2.(C) 64 cm2. (D) 512 cm2.

02 A superfície total de um cilindro planificado como mostra a figura abaixo, é a reunião da superfície lateral com os círculos das bases.

O que devo aprender nesta aula

u Compreender e utilizar as fórmulas de área de figuras planas como triângulo, losango, paralelogramo, trapézio, retângulo, hexágono etc. e de área de superfície de figuras não planas como o cubo, o cilindro, e o paralelepípedo.

Page 120: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

120

A área total da superfície desse cilindro é

(A) 28 cm2r (B) 24 cm2

r

(C) 20 cm2r (D) 8 cm2

r

03 Dado um paralelepípedo de dimensões como mostra a figura a seguir

A medida da área total da superfície desse paralelepípedo é(A) 8 cm2. (B) 24 cm2. (C) 48 cm2. (D) 56 cm2.

04 Em cada sólido representado a seguir, calcule a medida de sua área total a)

Cilindro circular reto com 6 cm de raio da base e 12 cm de altura

b)

Medidas das arestas:2 cm, 4 cm e 6 cm

Page 121: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

121

c)

Medida da aresta:12 cm

05 A aresta de um cubo cuja a medida da área de sua superfície corresponde à 294 cm2 é igual a:a) 6 cm b) 7 cmc) 8 cm d) 9 cm

06 Determine a área lateral total de um paralelepípedo cujas dimensões são: 8 cm x 10 cm x 12 cm.

AUlA 41

Leitura de gráficos e tabelasObjetivo geral

Apresentar conceitos básicos de estatística. Orga-nizar os dados coletados em uma pesquisa, através de tabela, para facilitar a análise.

Conceitos básicos

Estatística: É uma ciência que atua na coleta de dados (planejamento e obtenção dos dados), na sua organização, descrição (resumo e apresentação dos dados) e análise dos dados (extrair conclusões para tomada de decisões).

População: Conjunto de todas as pessoas (objetos) que têm em comum a característica que está sendo analisada. Exemplo: Alunos da turma A

Amostra: É uma parte (parcela ou subconjunto) da população. Exemplo: alunos do sexo masculino da turma A

Variável: É o item a ser avaliado na pesquisa.

O que devo aprender nesta aula

u Construir tabelas e gráficos de frequências de dados estatísticos;

u Elaborar, oralmente ou por escrito, conclusões com base em leitura, interpretação e análise de informações apresentadas em tabelas e gráficos.

u Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos diversos.

Page 122: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

122

A variável pode ser definida como qualitativa ou quantitativa. Variável quantitativa: quando seus resultados forem numéricos, tais como:peso, altura, idade, salário, etc.Variável qualitativa: quando forem resultados de classificações em categorias que não são

números, tais como, cor, sexo, estado civil, religião, times de futebol, etc.

Tabela

É a forma de apresentar de forma resumida, através de colunas e linhas, um conjunto de dados. A tabela deve ser construída de forma simples e conter informações claras e suficientes para o

entendimento do leitor. As informações são disponibilizadas no título (o quê,onde e quando se deu a pesquisa), na fonte (indica onde foram coletados os dados) e nas colunas (variáveis e frequências).

Construção de tabela: A primeira coluna da tabela apresenta a variável e a segunda coluna consiste nas frequências absolutas, ou seja, o número absoluto de ocorrências encontradas. Outras colunas serão inseridas posteriormente, com a inclusão de novos conteúdos.

Elementos essenciais em uma tabela:

1. Título (aparece no topo da tabela) – É o local na tabela onde aparece o assunto (variável) que está sendo apresentado, quando e onde ocorreu a pesquisa.

2. Corpo – São as colunas e as linhas da tabela onde aparecem informações sobre o assunto (variável) em estudo.

3. Fonte – Aparece no rodapé da tabela, é o local onde aparece o órgão ou instituição responsável pela informação.

Exemplo: Colégio Estadual “Coronel Adamastor”, pesquisa realizada para obter a estatura aproximada, em cm, dos alunos do turno noturno do ensino médio, no ano de 2011.

153 153 153 153 155 155 156 156 156 156

159 159 159 161 161 161 161 161 161 161

163 163 163 163 163 163 163 163 163 163

164 164 164 164 165 165 165 166 166 166

172 172 172 172 175 175 175 175 175 175

175 175 175 177 177 178 178 178 179 180

Para cada estatura contamos o número de ocorrências. Esse número obtido é chamado de frequência absoluta (fa) que será representado na tabela a seguir:

153 (4) 155 (2) 156 (4) 159 (3) 161 (7) 163 (10) 164 (4) 165 (3) 166 (3) 172 (4) 175 (9) 177 (2) 178 (3) 179 (1) 180 (1)

Vamos à representação dos dados na tabela.

Page 123: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

123

Tabela 1

Estatura dos alunos do Ensino Médio/Noturno do Colégio Estadual Coronel Adamastor – 2011

Estatura (cm) frequência absoluta (fa)

153 4

155 2

156 4

159 3

161 7

163 10

164 4

165 3

166 3

172 4

175 9

177 2

178 3

179 1

180 1

Total 60

Fonte: Secretaria do Colégio Estadual Coronel Adamastor

Atividades 01 As salas de cinema de um shopping realizou em fevereiro de 2012, uma pesquisa com 30 pessoas, para saber as preferências de seus frequentadores e obteve os seguintes resultados:

Modalidade de filme

Pipoca durante o filme

Pipoca e refrigerante durante o filme

Preferem filme dublado

Preferem filme legendado

Romance Sim Não Não Sim

Ação Não Sim Sim Não

Comédia Sim Não Não Sim

Suspense Não Sim Sim Não

Ficção científica Sim Não Sim Não

Drama Não Sim Não Sim

Terror Não Sim Sim Não

Romance Sim Não Não Sim

(continua)

Título

Cabeçalho e colunas indicadoras

Corpo da tabela

fonte

Page 124: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

124

Suspense Sim Não Sim Não

Ação Sim Não Não Sim

Suspense Não Sim Sim Não

Romance Sim Não Não Sim

Ação Não Sim Não Sim

Comédia Sim Não Não Sim

Suspense Não Sim Sim Não

Romance Não Sim Sim Não

Comédia Não Sim Não Sim

Ficção científica Sim Não Sim Não

Ação Sim Não Não Sim

Romance Não Sim Não Sim

Drama Sim Não Não Sim

Ação Sim Não Sim Não

Comédia Sim Não Sim Não

Terror Sim Não Não Sim

Romance Não Sim Não Sim

Suspense Não Sim Sim Não

Ação Sim Não Sim Não

Comédia Não Sim Não Sim

Suspense Sim Não Não Sim

Terror Não Sim Não Sim

A. Construa uma tabela de distribuição de frequência que representa a preferência das pessoas pesquisadas que assistem alguma modalidade de filme, esse deve ser legendado e a pessoa pode estar comendo pipoca.B. Construa uma tabela de distribuição de frequência que representa o gosto das pessoas por modalidade de filme e assistem filme comendo pipoca e tomando refrigerante.

02 Após a aplicação do teste de matemática (valor de zero a cem pontos) os alunos da turma do professor Aroldo quiseram saber as notas de todos os colegas da sala, o professor sem falar o nome dos alunos foi ditando as notas conforme apresentadas abaixo:

10 20 30 10 50 60 70 30 80 90 10 30

80 60 70 20 10 80 90 100 20 30 10 50

80 90 100 00 80 90 50 50 30 10 100 50

30 60 70 20 20 30 10 50 90 30 10 20

Organize as notas em ordem crescente ou decrescente (rol):

03 Aproveitando os dados do exercício anterior, represente as notas obtidas em uma tabela e em seguida responda:

• O número de alunos que obtiveram notas inferiores a 50 pontos;

• O número de alunos que foram oprovadas no teste sabendo que a nota mínima é 60 pontos.

Page 125: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

125

DESAfIO

No inicio do ano de 2012, a bibliotecária da Escola Municipal “José Antônio da Fonseca” precisava identificar os 200 (duzentos) livros de matemática, os 150 (cento e cinquenta) livros de física, os 280 (duzentos e oitenta) livros de língua portuguesa, que estavam nas estantes da biblioteca. Deve organizar os livros de forma a ficarem juntos em cada estante, os livros separados por disciplina e por editora. A bibliotecária precisa saber também o número de livros de cada editora. A professora de Matemática ficou encarregada de organizar os livros, para isso ela contou com a participação de seus alunos que foram dividos em três grupos. Os dados foram organizados em uma tabela de distribuição de frequência.

AUlA 42

Construir tabelas de dados estatísticosObjetivo geral

Apresentar alguns conceitos básicos de estatística. Organizar os dados coletados em uma pesquisa, através de tabela, para facilitar a análise.

Conceitos básicos

População: Conjunto de pessoas (objetos) que têm em comum a característica que está sendo analisada. Por exemplo: um grupo de estudantes de determinada escola; pessoas residentes em um mesmo bairro etc.

Amostra: É uma parte (parcela ou subconjunto) da população.

Variável: É o item a ser avaliado na pesquisa.A variável pode ser definida como qualitativa ou quantitativa. As variáveis que exprimem

contagem, números, quantidade, são as variáveis quantitativas, enquanto as que exprimem qualidade são chamadas variáveis qualitativas.

Como exemplos de variáveis quantitativas temos idade, altura, salários, dentre outros e de variáveis qualitativas, cor dos olhos, tipos de transporte, times de futebol dentre outros.

Tabela: é a forma de apresentar de forma sintetizada, por meio de colunas e linhas, um conjunto de dados.

A tabela deve ser construída de forma simples e conter informações suficientes para o entendimento do leitor. As informações são disponibilizadas no título (local da pesquisa, conteúdo e data da pesquisa), na fonte (indica onde foram coletados os dados) e nas colunas (variáveis e frequências).

O que devo aprender nesta aula

u Construir tabelas e gráficos de frequências de dados estatísticos.

Page 126: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

126

Elementos essenciais em uma tabela

1. Título (aparece no topo da tabela) – É o local na tabela onde aparece o assunto (variável) que está sendo apresentado, quando e onde ocorreu a pesquisa.

2. Corpo – São as colunas e as linhas da tabela onde aparecem informações sobre o assunto (variável) em estudo.

3. Fonte – Aparece no rodapé da tabela, é o local onde aparece o órgão ou instituição responsável pela informação.

Portanto, é imprescindível que ao se trabalhar com tabelas se evidencie o máximo de informações possíveis acerca da mesma afim de evidenciar o maior número de dados para o leitor.

Observe o exemplo:A tabela seguir expressa os dados obtidos em uma pesquisa realizada para obter a altura

aproximada, em cm, dos alunos do ensino médio ( turno noturno) do Colégio Estadual “Paulo Freire”, no ano de 2011.

153 153 153 153 155 155 156 156 156 156

159 159 159 161 161 161 161 161 161 161

163 163 163 163 163 163 163 163 163 163

164 164 164 164 165 165 165 166 166 166

172 172 172 172 175 175 175 175 175 175

175 175 175 177 177 178 178 178 179 180

Observe que a partir dos dados apresentados na tabela o passo seguinte será a organização dos mesmos para otimizarmos o processo estatístico. Sendo assim, para cada medida de altura informada contamos o número de ocorrências. Esse número obtido é chamado de frequência absoluta (fa) que será representado na tabela, conforme abaixo:

153 (4) 155 (2) 156 (4) 159 (3) 161 (7) 163 (10) 164 (4) 165 (3) 166 (3)

172 (4) 175 (9) 177 (2) 178 (3) 179 (1) 180 (1)

Vamos à representação dos dados na tabela.

Tabela II – Colégio Estadual “Paulo freire” - Altura dos alunos do ensino médio noturno - 2011

Altura (cm) fa

153 4

155 2

156 4

159 3

161 7

163 10(continua)

Page 127: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

127

Altura (cm) fa

164 4

165 3

166 3

172 4

175 9

177 2

178 3

179 1

180 1

Total 60Fonte: Secretaria do Colégio.

Atividades 01 O cinema de um shopping realizou em fevereiro de 2012, uma pesquisa com 30 pessoas, para saber as prefe-rências de seus frequentadores conforme discriminado na tabela abaixo:

Modalidade de filme

Pipoca durante o filme

Pipoca e refrigerante durante o filme

Preferem filme dublado

Preferem filme legendado

Romance Sim Não Não Sim

Ação Não Sim Sim Não

Comédia Sim Não Não Sim

Suspense Não Sim Sim Não

Ficção científica Sim Não Sim Não

Drama Não Sim Não Sim

Terror Não Sim Sim Não

Romance Sim Não Não Sim

Suspense Sim Não Sim Não

Ação Sim Não Não Sim

Suspense Não Sim Sim Não

Romance Sim Não Não Sim

Ação Não Sim Não Sim

Comédia Sim Não Não Sim

Suspense Não Sim Sim Não

Romance Não Sim Sim Não

Comédia Não Sim Não Sim

Ficção científica Sim Não Sim Não

Ação Sim Não Não Sim

(continua)

Page 128: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

128

Modalidade de filme

Pipoca durante o filme

Pipoca e refrigerante durante o filme

Preferem filme dublado

Preferem filme legendado

Romance Não Sim Não Sim

Drama Sim Não Não Sim

Ação Sim Não Sim Não

Comédia Sim Não Sim Não

Terror Sim Não Não Sim

Romance Não Sim Não Sim

Suspense Não Sim Sim Não

Ação Sim Não Sim Não

Comédia Não Sim Não Sim

Suspense Sim Não Não Sim

Terror Não Sim Não Sim

1. Construa uma tabela de distribuição de frequência que represente o número de pessoas que estejam comen-do pipoca e assistam a alguma modalidade de filme que seja legendado.

2. Construa uma tabela de distribuição de frequência que represente o gosto das pessoas por modalidade de filme e levem em consideração as pessoas que estejam comendo pipoca e tomando refrigerante:

02 Após a aplicação do teste de matemática (valor de zero a cem pontos) os alunos da turma do professor Aroldo quiseram sabem as notas de todos os colegas da sala. O professor sem falar o nome dos alunos ditou as notas conforme apresentadas a seguir:

10 20 30 10 50 60 70 30 80 90 10 30

80 60 70 20 10 80 90 100 20 30 10 50

80 90 100 00 80 90 50 50 30 10 100 50

30 60 70 20 20 30 10 50 90 30 10 20

Organize as notas em ordem crescente ou decrescente (rol):

03 Aproveitando os dados do exercício anterior, represente as notas obtidas em uma tabela e em seguida res-ponda:

• Qual a quantidade de alunos que obtiveram notas inferiores a 50 pontos?• Qual a quantidade de alunos que obtiveram a nota mínima de 60 pontos?

Page 129: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

129

DESAfIO

A partir dos dados apresentados na tabela a seguir, construa o rol determinando a quantidade de coleções

por disciplina, editora e coleção.

Disciplina Editora Coleção

Língua portuguesa Editora A Ensino Fundamental I

Geografia Editora B Ensino Fundamental II

Geografia Editora B Ensino Fundamental I

Língua portuguesa Editora C Ensino Fundamental II

Língua portuguesa Editora C Ensino Fundamental I

Matemática Editora B Ensino Fundamental II

Matemática Editora C Ensino Fundamental I

Matemática Editora A Ensino Fundamental I

Língua portuguesa Editora A Ensino Médio

Geografia Editora C Ensino Fundamental I

Matemática Editora C Ensino Fundamental II

Matemática Editora B Ensino Médio

Matemática Editora B Ensino Médio

Geografia Editora A Ensino Fundamental II

Língua portuguesa Editora A Ensino Fundamental II

Língua portuguesa Editora C Ensino Médio

Geografia Editora C Ensino Médio

Matemática Editora B Ensino Médio

Geografia Editora C Ensino Fundamental II

Língua portuguesa Editora B Ensino Fundamental I

Matemática Editora B Ensino Fundamental I

Matemática Editora A Ensino Médio

Língua portuguesa Editora B Ensino Fundamental II

Língua portuguesa Editora C Ensino Médio

Matemática Editora A Ensino Fundamental II

Língua portuguesa Editora A Ensino Médio

Geografia Editora A Ensino Fundamental I

Page 130: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

130

AUlA 43

Construir gráficos de frequência de dados estatísticos – colunaObjetivo geral

Apresentar dados de uma pesquisa de forma simples, através do gráfico em colunas, despertando no aluno o interesse pela leitura e interpretação de dados.

Conceito básico

Gráfico – Representação dos dados da tabela de forma simples e clara.

Os gráficos de colunas, barras, linhas, dentre outros são construídos utilizando o sistema de coordenadas cartesianas (são os gráficos que estão representados em forma de retângulo), enquanto outros utilizam o sistema de coordenadas polares (círculo trigonométrico). Um exemplo de gráfico no círculo trigonométrico é o gráfico de setores.

No gráfico é necessário colocar o título, a fonte e demais informações que sejam necessárias ao entendimento dos dados.

Gráfico em colunas

Gráficos de colunas são úteis para mostrar as alterações de dados em um período de tempo ou para ilustrar comparações entre itens.

Observação:

1. Largura: definida no eixo horizontal (eixo x). As bases das colunas, bem como os espaços que devem ser colocados entre cada coluna, devem possuir dimensões padronizadas.

2. Altura: definida no eixo vertical (eixo y), a altura de cada coluna deve corresponder à frequência absoluta (fa).

Exemplo:Vamos considerar a tabela construída nas atividades da aula anterior

O que devo aprender nesta aula

u Construir tabelas e gráficos de frequências de dados estatísticos;

u Elaborar, oralmente ou por escrito, conclusões com base em leitura, interpretação e análise de informações apresentadas em tabelas e gráficos.

u Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos diversos.

Page 131: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

131

Tabela I – Salas de cinema de um shopping, tipos de filme legendado que as pessoas preferem, com a possibilidade de comer pipocas durante a seção – fevereiro de 2012.

Modalidade do filme (legendado) fa

Romance 3

Comédia 2

Ação 2

Drama 1

Terror 1

Suspense 1

Total 10Fonte: Gerência de markting das salas do cinema

Gráfico em colunas

Fonte: Gerência de markting das salas do cinema

Atividades 01 Às pessoas presentes a um evento automobilismo foi feita a seguinte pergunta: Qual a sua marca de carro preferida? Na tabela a seguir está representada a preferência dos entrevistados.

Tabela II – Preferência por marcas de carro das pessoas presentes em even-to automobilístico.

Marcas faFord 8

Fiat 6GM 12

Nissan 2Peugeot 3

Volks 10

Total 48 Fonte: Organizadores do evento.

Page 132: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

132

Os organizadores do evento, com o objetivo de divulgar o resultado nas mídias, solicitou que esses dados fossem representados em gráfico de colunas. Então, essa é a sua tarefa, represente os dados da tabela em um gráfico de colunas.

02 O gráfico a seguir apresenta a distância percorrida diariamente até uma das Unidades da UEG, dos inscritos e aprovados nos vestibulares, nos anos de 2010, 2011 e 2012.

Fonte: Núcleo de Seleção da UEG.

Observando o gráfico e as alternativas abaixo, podemos afirmar que:

a) O número de inscritos e aprovados, que residem em até 20 (vinte) km da UEG, representa a menor frequên-cia nos anos pesquisados.

b) Menos de 10% (dez por centro) dos inscritos e aprovados nos três vestibulares, residem há mais de 100 (cem) km da escola.

c) O número de inscritos no ano de 2011/1, que residem entre 21 a 50 km é aproximadamente 30% (trinta por cento).

d) No ano de 2012 o maior índice encontrado foi relativo aos inscritos que residem até 20 (vinte) km da UEG.

Page 133: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

133

DESAfIO

Os professores de Educação Física, Biologia, Química e Matemática organizaram um momento de estudo/

integração entre os alunos do 9° ano do ensino fundamental de um colégio. Um dos aspectos observados

foi o lanche oferecido pela escola.

Tabela III – Preferência pelos lanches oferecidos aos alunos do 9° ano do ensino fundamental de um colégio

Cardápio fa

Galinhada 68

Bolacha com suco 22

Farrofa 35

Arroz doce 12

Feijão tropeiro 58

Pão com carne moída 45

Cachorro quente 50

Total 290

Após pesquisa de opinião, os professores observaram que a preferência dos alunos foi pela galinhada. Aos

professores de Educação Fisica, Biologia e Quimica cabe a tarefa de juntamente com os alunos, realizarem

um estudo sobre os benefícios de cada alimento e os cuidados que devem ser adotados para uma ali-

mentação balanceada. Ao professor de matématica em parceria com os alunos fica a responsabilidade de

representar o gráfico em colunas que retrate a tabela acima. Ajude o professor de matemática construindo

o gráfico.

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MATEMÁTICA

134

AUlA 44

Construção de gráficos de frequência de dados estatísticos – barraObjetivo geral

Construir e interpretar tabelas e gráficos em barras.

Conceito básico

Gráfico é uma representação utilizada para ajudar a leitura e compreensão de dados numéricos. Por ter uma visualização fácil ele auxilia a compreensão das informações que desejamos comunicar. Existem vários tipos de gráficos, neste momento estudaremos o gráfico em barras.

Gráfico em barras

O gráfico em barras é muito usado para comparar quantidades. As barras podem aparecer na vertical ou na horizontal, onde também são chamadas de colunas.

Dicas para interpretar o gráfico em barras:• O eixo vertical apresenta quais valores ou grandezas (porcentagem, valores numéricos,

temperaturas, peso etc.) serão expressas.• O eixo horizontal apresenta qual categoria (tempo, países, produção, sexo, períodos etc.)

deverá ser apresentada.

Exemplo

A tabela e o gráfico a seguir foram construídos a partir de uma pesquisa na escola BOA NOTA, sobre as frutas preferidas dos estudantes.

Frutas Preferidas Quantidade de Alunos

Banana 15Pera 10Uvas 25Maçãs 20

O que devo aprender nesta aula

u Construir tabelas e gráficos de frequências de dados estatísticos;

u Elaborar, oralmente ou por escrito, conclusões com base em leitura, interpretação e análise de informações apresentadas em tabelas e gráficos.

u Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos diversos.

Page 135: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

135

Atividades

01 O Brasil é formado por 5 (cinco) regiões, 26 (vinte e seis) Estados, o Distrito Federal e por 5564 (cinco mil, qui-nhentos e sessenta e quatro) municípios.

Na tabela abaixo apresentamos os 10 (dez) Estados com maior número de municípios.

Tabela 02 - Estados brasileiros com maior número de municípios - 2012

Estados Municípios

Bahia 417

Goiás 246

Maranhão 217

Minas Gerais 853

Paraíba 223

Paraná 399

Piauí 224

Rio Grande do Sul 496

Santa Catarina 293

São Paulo 645Fonte: Disponível em: http://www.portalbrasil.net/brasil.htm. Acesso em: 06 de dez. 2012.Dados atualizados até 29.11.2012

Com os dados apresentados na tabela acima, construa o gráfico em barras:

02 Considerando os mesmos Estados do exercício 01, com a variável em análise sendo a população em cada Estado, observe o gráfico em barras a seguir:

Page 136: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

136

Fonte: Disponível em: http://www.portalbrasil.net/brasil.htm. Acesso em: 06 de dez. 2012.

Analise o gráfico e responda:a) Os Estados brasileiros citados no gráfico, representam mais de 60% (sessenta por cento) da população brasi-

leira? Por que?b) Coloque os Estados representados no gráfico em ordem crescente de acordo com a população em cada

Estado.c) O Estado de São Paulo representa mais que 1/4 da população brasileira?d) Sendo a população brasileira composta de 190.732.694 habitantes, então Goiás possui mais de 7.000.000 de

habitantes?

03 Densidade demográfica ou densidade populacional é o quociente entre a população total de uma região e a sua superfície. Geralmente é expressa em quilômetros quadrados. O Brasil tem uma densidade populacional de 22,4 hab./km2.

Observe o gráfico:

Disponível em: http://www.portalbrasil.net/brasil.htm. Acesso em: 08 de dez. 2012.

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MATEMÁTICA

137

Com os dados apresentados acima, podemos afirmar que:

a) A densidade populacional na Bahia indica que o Estado possui o maior número de habitantes por quilometro quadrado;

b) São Paulo é o Estado que possui o menor número de habitantes por quilometro quadrado;c) Piauí é dos Estados apresentados no gráfico, o 9° em maior número de habitantes por quilometro quadrado;d) Goiás possui maior número de habitantes por quilometro quadrado em relação ao Estado de Rio Grande do

Sul.

DESAfIO

Observe os gráficos III (atividade 02) e IV (atividade 03)

Analise criticamente os dois itens a seguir:a) São Paulo representa um Estado brasileiro com maior número de habitantes e com maior densidade demográfica.b) Goiás possui uma população que representa 3,1% (três vírgula um por cento) da população brasileira e uma densidade demográfica menor que 10 (dez) habitantes por quilometro quadrado.

Page 138: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

138

AUlA 45

Construção de gráficos de frequência de dados estatísticos – setoresObjetivo geral

Construir e interpretar tabelas e gráficos de setores.

Conceito básico

Gráfico em setores – também chamado de gráfico circular ou gráfico de pizza, é construído no círculo trigonométrico, sendo o círculo dividido em setores circulares. Por exemplo:

Para representar os dados em um gráfico de setores (manualmente) é preciso que os valores estejam em graus. Para isso, devemos definir na tabela duas novas colunas: a coluna da porcentagem e a coluna dos graus.

ExemploCom os dados apresentados na tabela a seguir, construa o gráfico de setores.

Tabela 01 - Idade dos alunos do 3° ano do ensino médio de uma Escola.

Idade fa % Grau15 17 38 13616 14 31 11217 14 31 112

Total 45 100 360

O que devo aprender nesta aula

u Construir tabelas e gráficos de frequências de dados estatísticos;

u Elaborar, oralmente ou por escrito, conclusões com base em leitura, interpretação e análise de informações apresentadas em tabelas e gráficos.

u Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos diversos.

Page 139: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

139

Sugestão de solução

Etapas: Para calcular os graus de cada setor, devemos primeiro calcular a porcentagem de cada ocorrência (calculada dividindo cada fa pelo total de ocorrências). Em seguida devemos calcular a nova coluna (graus), calculada por regra de três, conforme abaixo:

360º – 100% x = 136º

38º – x

Desenhe um círculo de tamanho adequado e represente o gráfico.(interessante o aluno ter compasso e transferidor)

Atividades 01 Represente os dados abaixo em gráfico de setores:

Tabela 04 - Estados brasileiros, habitantes por km2 (dados arredondados) – 2012.

Estados fa

Bahia 3

Goiás 18

Maranhão 20

Minas Gerais 33

Paraíba 67

Paraná 52

Piauí 12

Rio Grande do Sul 40

Santa Catarina 65

São Paulo 166Fonte: Disponível em: http://www.portalbrasil.net/brasil.htm. Acesso em: 06 de dez. 2012.

Dados atualizados até 29.11.2012

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MATEMÁTICA

140

02 O gráfico abaixo representa as seis principais agências bancárias em Joinville – Santa Catarina.

Disponível em: <http://br.bing.com/images/search?q=ibge+cidades&view=detail&id=4C442B614B99F5DC1B71488B38DB8CB56736954C>. Acesso em: 08 de dez. 2012.

Observe os dados apresentados no gráfico de setores acima e responda:a) As agências do Banco Real, somadas as agências do Banco Itaú, representam 15% das agências da cidade;b) As agências dos bancos do Brasil, Bradesco e Itaú representam percentualmente igual ao percentual das outras agências;c) Considerando que em Joinville possui 82 agências bancárias, podemos dizer que o Banco do Brasil possui 11 (onze) agências bancárias;

03 No campeonato brasileiro 2012, série “A”, os times fizeram 111 (cento e onze) gols antes de completarem 15 (quinze) minutos de partida. O gráfico em setores a seguir representa os percentuais.

Disponível em: http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/2012/serie-a/estatisticas/A. Acesso em: 08 de dez. 2012.

Considerando o gráfico e o fato que os times nesse campeonato conseguiram fazer 111 (cento e onze) gols em menos de 15 (quinze) minutos de partida, represente os dados em uma tabela, colocando o número de gols de cada time.

Page 141: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

141

DESAfIO

Ainda sobre o campeonato brasileiro série “A”, o gráfico e a tabela a seguir apresentam os números de Gols

feitos com o pé direito, pé esquerdo e cabeça.

Considerando os primeiros colocados em cada item: - São Paulo, com 39 (trinta e nove) gols de pé direito;

- Atlético-MG, com 18 (dezoito) gols de cabeça e Grêmio, 19(dezenove) gols com pé esquerdo, complete

a tabela abaixo.

Time Porcentagem na categoria

São Paulo

Atlético-MG

Grêmio

forma fa

Cabeça 210

Pé direito 492

Pé esquerdo 229

Total 931

AUlA 46

Conclusões com base na leitura de gráficosObjetivo geral

Ler e interpretar dados apresentados em gráficos diversos.

Conceito básico – Uma conversa.

A matemática deve proporcionar e estimular o estudante a entrar em contato com o mundo das informações, analisando e interpretando-as através dos vários tipos de gráficos.

O que devo aprender nesta aula

u Construir tabelas e gráficos de frequências de dados estatísticos;

u Elaborar, oralmente ou por escrito, conclusões com base em leitura, interpretação e análise de informações apresentadas em tabelas e gráficos.

u Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos diversos.

Page 142: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

142

As atividades envolvendo tabulação de dados e construções de gráficos precisam ser supervi-sionadas pelo professor.

Atividades 01 A maioria dos brasileiros ainda não tem acesso à rede de esgoto. A maior parte dos domicílios brasileiros não tinha, em 2008, acesso à rede geral de esgoto e, nesse quesito, havia uma enorme discrepância entre as regiões bra-sileiras. Essas conclusões foram apontadas na última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, divulgada pelo IBGE.O gráfico mostra o percentual de municípios por Estado que fazem tratamento do esgoto.

Fonte: Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2010/08/20/maioria-dos-brasileiros-ainda-nao-tem-acesso-a-rede-de-esgoto-diz-ibge.htm>. Acesso em: 09 de dez. 2012.

De acordo com o gráfico analise as informações:

a) Os Estados de Goiás, Acre e Amapá, juntos totalizam o mesmo número percentual no tratamento de esgoto em relação ao Estado de Ceará.

b) O Estado de Pernambuco oferece tratamento de esgoto 3(três) vezes a mais que o Estado de Sergipe.

c) De São Paulo para a direita, as cidades aparecem em ordem decrescente dos Estados que oferecem trata-mento de esgoto.

d) Da direita para esquerda os Estados apresentam uma queda na oferta do tratamento de esgoto.

Page 143: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

143

02 Votos obtidos na eleição 2010 (1° turno), para Presidente da República no município de Goiânia.

Fonte: Disponível em: <http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-2010/estatisticas>. Acesso em: 10 de dez. 2012.

Sobre o resultado da eleição, de acordo com os dados oferecidos no gráfico, é correto afirmar que

a) A candidata Dilma Rousseff obteve o maior número de votos.b) Considerando que 703.159 (setecentos e três mil, cento e cinquenta e nove) eleitores votaram em um dos

candidatos, Marina da Silva obteve mais de um quarto dos votos.c) Os votos de Marina da Silva, José Serra e Dilma Rousseff totalizam mais de setecentos mil votos.d) José Serra ficou classificado em primeiro lugar no resultado das eleições.

03 Eleições 2010 (2° turno), para Presidente da República no município no Goiânia.

Fonte: Disponível em: <http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-anteriores/eleicoes-2010/estatisticas>. Acesso em: 10 de dez. 2012.

Page 144: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

144

DESAfIO

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é transmitida, no Brasil, através do mosquito Aedes Aegypti, também infectado pelo vírus.Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.

Fonte: Disponível em:<Leia mais: http://www.combateadengue.com.br/o-que-e-dengue/#ixzz2EhlLmQQZ>.

De acordo com o gráfico, responda:

a) Em quais períodos acontece crescimento dos casos de dengue no Brasil?

b) Considerando que no ano de 2002 ocorreram 800.000(oitocentos mil) casos de notificações de dengue e que, no ano de 2003 ocorreram 350.000 (trezentos e cinquenta mil) casos, qual o percentual de queda nos índices de notificações?

Com base nestas informações, analise criticamente as afirmativas:

a) Considerando os votos em um dos dois candidatos, pode-se dizer que José Serra obteve mais de 60% (ses-senta por cento) dos votos.

b) Dilma Rousseff obteve aproximadamente 42% (quarenta e dois por cento) dos votos.

Page 145: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

145

AUlA 47

Relacionar gráficos com tabelasObjetivo geral:

Relacionar e interpretar dados apresentados em gráficos com os dados apresentados em tabelas.

Conceito básico

Gráficos

Os gráficos representam o desempenho de um conjunto de dados que se identificam e podem ser confrontados instantaneamente.

Tabela

É a organização dos dados de uma determinada informação como também a organização dos resultados de uma pesquisa. Os dados ficam dispostos em linhas e colunas, o que possibilita uma visão geral dos resultados.

Orientação para análise dos gráficos e tabelas

Leia com atenção o que é perguntado no problema e confronte os questionamentos com os dados apresentado nos gráficos e nas tabelas.

Exemplo de atividade:

O órgão de defesa do consumidor – PROCOM, realizou uma pesquisa de preço sobre um determinado produto. O resultado da pesquisa está disposto no gráfico a seguir:

O que devo aprender nesta aula

u Elaborar, oralmente ou por escrito, conclusões com base em leitura, interpretação e análise de informações apresentadas em tabelas e gráficos.

u Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos diversos.

Page 146: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

146

Das tabelas a seguir, a que melhor apresenta os dados relacionados ao gráfico é

a)

Pesquisa de Preço

Lojas Valor em R$

América 80Beto’s 90Lima 40Masad 50Pains 60

b)

Pesquisa de Preço

Lojas Valor em R$

América 90Beto’s 80Lima 40Masad 50Pains 60

c)

Pesquisa de Preço

Lojas Valor em R$

América 80Beto’s 90Lima 50Masad 40Pains 60

d)

Pesquisa de Preço

Lojas Valor em R$

América 80Beto’s 90Lima 50Masad 60Pains 40

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MATEMÁTICA

147

Atividades 01 O gráfico a seguir apresenta o desempenho dos alunos em uma avaliação de matemática.

Das alternativas a seguir, qual representa a leitura dos dados do gráfico do desempenho na disciplina de ma-temática?

a)

Desempenho fa

Ótimo 35%

Bom 35%

Regular 25%

Ruim 15%

b)

Desempenho fa

Ótimo 25%

Bom 15%

Regular 25%

Ruim 15%

b)

Desempenho fa

Ótimo 25%

Bom 35%

Regular 55%

Ruim 15%

c)

Desempenho fa

Ótimo 25%

Bom 35%

Regular 25%

Ruim 15%

Page 148: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

148

02 O gráfico a seguir representa a preferência por modalidades esportivas.

A forma correta de representar esses dados em tabela é:

a)

Modalidade fa (%)

Futebol 40

Vôlei 30

Basquete 5

Natação 10

Outros 15

b)

Modalidade fa (%)

Futebol 40

Vôlei 30

Basquete 15

Natação 10

Outros 5

c)

Modalidade fa (%)

Futebol 40

Vôlei 20

Basquete 15

Natação 10

Outros 5

d)

Modalidade fa (%)

Futebol 40

Vôlei 30

Basquete 15

Natação 20

Outros 5

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MATEMÁTICA

149

03 Observe o gráfico a seguir resultante de uma pesquisa sobre os meios de transporte mais utilizado pela população.

Construa uma tabela que represente este gráfico.

DESAfIO

O gráfico a seguir representa a evolução de uma população ao longo dos anos, segundo os dados estatísticos.

a) Qual o valor aproximado da população no ano de 1992? b) Qual ou quais o(s) ano(s) em que a população foi igual a 100 milhões? c) A partir de que ano a população passa a ser mais de 10 milhões?d) Qual parece ser a evolução nos próximos anos? e) Construa uma tabela que se relacione com os dados apresentados no gráfico.

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MATEMÁTICA

150

AUlA 48

Relacionar tabelas com gráficosObjetivo geral

Fazer a relação e a interpretação entre os dados da tabela com os dados dos gráficos.

Orientação para análise dos gráficos e tabelas

Leia com atenção o que é perguntado no problema, confronte os questionamentos com os dados verificados na tabela e nos gráficos.

Atividades 01 O Ranking Mundial de Clubes é um ranking divulgado mensalmente pela Federação Internacional de His-tória e Estatísticas do Futebol - IFFHS. Não tem qualquer vínculo com a FIFA. Esse ranking, criado em 1991, leva em consideração os resultados de todos os clubes nos últimos 365 dias.

A tabela a seguir apresenta a pontuação dos 10 (dez) primeiros Clubes brasileiros no ranking.

Posição Clube Pontos

8 Corinthians 240,0

15 Santos 211,0

16 Fluminense 210,0

36 São Paulo 184,0

47 Grêmio 172,0

52 Vasco da Gama 166,0

56 Internacional 162,0

95 Flamengo 125,0

99 Palmeiras 124,0

125 Curitiba 112,0Fonte: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ranking_Mundial_de_Clubes_da_IFFHS#Os_30_primeiros_no_ranking>. Acesso em: 09 de dez. 2012. Última atualização: 6 de dezembro de 2012

O que devo aprender nesta aula

u Construir tabelas e gráficos de frequências de dados estatísticos.

u Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos diversos.

Page 151: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

151

Qual é o gráfico que representa o ranking dos clubes brasileiros nessa data?

a)

b)

c)

Page 152: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

152

d)

02 Ainda sobre o Ranking Mundial de Clubes, com dados retirados no mesmo emdereço eletrônico, a tabela a seguir apresenta os 10 maiores times de todos os tempos.

Posição Clube1 Barcelona2 Manchester United

3Real MadridJuventus

5 Milan6 Internazionale7 Bayern de Munique8 Arsenal9 River Plate10 Chelsea

A alternativa que representa os dados conforme colocados na tabela é:a)

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MATEMÁTICA

153

b)

c)

d)

03 Jogos Olímpicos - A cada quatro anos, atletas de centenas de países se reúnem num país sede para disputa-rem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade e o bom relacionamento entre os povos e o espírito olímpico são os princípios dos jogos olímpicos. O Brasil é o 38º com 17 medalhas de ouro e em 2016, as Olimpíadas ocorrerão na cidade do Rio de Janeiro.

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MATEMÁTICA

154

Os dez países com mais medalhas de ouro Olímpicas

País MedalhasEstados Unidos 932 União Soviética 395Reino Unido 208Alemanha 192França 191Itália 190China 163Hungria 159

Alemanha Oriental 153

Suécia 142Fonte: Disponível em: <http://rankz.wordpress.com/2008/07/24/os-dez-paises-com-mais-medalhas-olimpicas/>. Acesso em: 09 de dez. 2012.

Qual dos gráficos a seguir representa os dez países com maior número de medalhas Olímpicas?

a)

b)

Page 155: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

155

c)

d)

DESAfIO

Paraolimpíadas - As pessoas com deficiências tradicionalmente discriminadas pela sociedade, e desmo-tivados pela sua própria condição existencial, têm nas paraolimpíadas uma oportunidade para elevar sua autoestima, direta ou indiretamente, além de provar para todos o seu valor como atleta e cidadão. Desde a XVI Olimpíada, realizada em Roma, em 1960 , imediatamente após as Olimpíadas, e nas mesmas ins-talações são realizados as Paraolimpíadas ou os Jogos Paraolímpicos. (http://www.coladaweb.com/educacao-fisica/

paraolimpiadas)

Veja a seguir o quadro de medalhas das Paraolimpíadas 2012. O Brasil terminou em sétimo lugar!

Page 156: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

156

País Total

China 231

Rússia 102

Grã Bretanha 120

Ucrânia 84

Austrália 85

E.U.A 98

Brasil 43

Alemanha 66

Polônia 36

Holanda 39Fonte: Disponível em: <http://www.esportesemanal.com.br/quadro-de-medalhas-paraolimpiadas.aspx>. Acesso em: 09 de dez. 2012.

O gráfico que representa os dados da tabela é:

a)

b)

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MATEMÁTICA

157

c)

d)

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MATEMÁTICA

158

AUlA 49

Conclusões com base na leitura de tabelasObjetivo geral

Ler, interpretar e realizar conclusões a partir da observação dos dados encontrados em tabelas.

Atividades 01 A tabela a seguir apresenta os 10 (dez) cursos mais concorridos oferecidos pela Universidade Estadual de Goiás - UEG, no Processo Seletivo 2013/1.

Cursos Cidade Concorrência*

Agronomia Ipameri 12,71

Arquitetura e Urbanismo Anápolis 30,29

Educação Física Goiânia 21,88

Enfermagem Ceres 11,96

Engenharia Agrícola Anápolis 12,17

Engenharia Civil Anápolis 85,79

Farmácia Anápolis 21,67

Fisioterapia Goiânia 39,92

Química Industrial Anápolis 18,50

Zootecnia São Luís de Montes Belos 11,17* número de candidatos por vagaFonte: Disponível em: <http://www.vestibular.ueg.br/>. Acesso em: 10 de dez. 2012.

Considerando os dados é correto afirmar:

a) O curso de Engenharia civil foi o mais procurado pelos alunos.

b) Enfermagem, oferecido na cidade de Ceres foi o segundo curso mais procurado.

c) Os cursos oferecidos na cidade de Goiânia estão colocados na segunda e na quinta posição dos mais procu-rados nesse processo seletivo.

d) Dos cursos oferecidos na cidade de Anápolis, Química Industrial foi o menos concorrido.

O que devo aprender nesta aula

u Construir tabelas e gráficos de frequências de dados estatísticos;

u Elaborar, oralmente ou por escrito, conclusões com base em leitura, interpretação e análise de informações apresentadas em tabelas e gráficos.

u Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos diversos.

Page 159: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

MATEMÁTICA

159

02 A tabela a seguir apresenta os 10 (dez) cursos mais concorridos oferecidos pela Universidade Federal de Goiás - UFG, no Vestibular 2013/1, para a cidade de Goiânia.

Cursos ConcorrênciaArquitetura e Urbanismo 24,60Direito* 29,25Direito** 24,33Engenharia Civil 41,81Engenharia Mecânica 16,53Engenharia Química 16,75Medicina 64,48Psicologia 22,75Odontologia 22,56Relações Internacionais 13,59

* Conforme documento.Fonte: Disponível em: < http://www.vestibular.ufg.br/2013/ps2013_1/site/sistema/resul-tado/candidato_vaga_PS2013_1.pdf/>. Acesso em: 10 de dez. 2012.

Observando a tabela responda:a) Qual o Curso, dentre os apresentados, mais procurado e o menos procurado pelos candidatos nesse vestibu-

lar da UFG?b) Os cursos que ocupam a quarta e quinta posição dos mais procurados são:

03 Observe a tabela a seguir. Ela apresenta os 10 (dez) primeiros Clubes brasileiros no Ranking Mundial de Clubes.

Posição Clube Pontos8 Corinthians 240,015 Santos 211,016 Fluminense 210,036 São Paulo 184,047 Grêmio 172,052 Vasco da Gama 166,056 Internacional 162,095 Flamengo 125,099 Palmeiras 124,0125 Curitiba 112,0

Última atualização: 6 de dezembro de 2012Fonte: Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Ranking_Mundial_de_Clubes_da_IFFHS#Os_30_primeiros_no_ranking>. Acesso em: 09 de dez. 2012.

De acordo com os dados é correto afirmar quea) São Paulo ocupa a quinta posição no Ranking Mundial de Clubes.b) Considerando que o Brasil só classifica para próxima fase os dois clubes mais bem pontuados, esses clubes

são o do Corinthians e o do Santos.c) Curitiba esta na décima posição com 112 (cento e doze) pontos.

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MATEMÁTICA

160

DESAfIO

Considere as tabelas das atividades 01 e 02.

Cursos mais concorridos oferecidos pela UEG, no Processo Seletivo 2013/1.

Cursos Cidade Concorrência

Agronomia Ipameri 12,71

Arquitetura e

UrbanismoAnápolis 30,29

Educação Física Goiânia 21,88

Enfermagem Ceres 11,96

Engenharia Agrícola Anápolis 12,17

Engenharia Civil Anápolis 85,79

Farmácia Anápolis 21,67

Fisioterapia Goiânia 39,92

Química Industrial Anápolis 18,50

ZootecniaSão Luís de Montes Belos

11,17

Cursos mais concorridos oferecidos pela UFG, no Vestibular 2013/1, para a cidade de Goiânia.

Cursos Concorrência

Arquitetura e Urbanismo 24,60

Direito* 29,25

Direito* 24,33

Engenharia Civil 41,81

Engenharia Mecânica 16,53

Engenharia Química 16,75

Medicina 64,48

Psicologia 22,75

Odontologia 22,56

Relações Internacionais 13,59

Com base nos dados das duas tabelas, responda:

a) Qual o curso mais concorrido nas duas Universidades.

b) A concorrência do curso de Arquitetura e Urbanismo das duas Universidades.

c) Cursos, dentre os apresentados oferecidos nas duas Universidades.

d) O curso mais concorrido na UEG e o menos concorrido na UFG.

Page 161: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

CadernoCadernoeducacional

9o

ano

LÍNGUA PORTUGUESA

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AULA 01

Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gêneroObjetivo geral

Diagnosticar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Partilhar com os colegas as percepções de leitura de contos lidos e ouvidos.

u Valorizar a leitura literária como fonte de entretenimento e prazer.

u Antecipar o conteúdo das leituras com base em indícios como autor, título do texto, ilustrações.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Produzir a primeira escrita de um conto.

Prática de oralidade

• Você conhece alguma história interessante? Qual? • Ouviu de alguém? Quem?• Leu em algum livro? Sabem quem é o seu autor? • O que mais lhe chama atenção nas histórias?

Conceito

Para o escritor Elias José, o conto é uma narrativa que pode ser contada oralmente ou por escrito. Pode-se dizer que o ser humano já surgiu contando contos. Tudo o que via, descobria ou pensava dava origem a uma história, que ele aumentava ou modificava usando sua imaginação.

Conto literário

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Prática de leitura

Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância

em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou

na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que

teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.

Felicidade clandestina

Clarice Lispector

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio

arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas.

Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com

balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter:

um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo

menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja

do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com

suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras

como “data natalícia” e “saudade”.

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança,

chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos

imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu

com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as

humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os

livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim um

tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de

Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para

se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de

minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela

o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu

não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num

sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para

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meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu

voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve

a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando,

que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí:

guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais

tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas

ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da

livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa,

com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda

não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais

tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com

meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo

indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já

começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas,

adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja

precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer.

Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio

de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a

olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e

silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição

muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas.

Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A

senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que

essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou:

mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a

descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência

de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta,

exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse

firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim:

“E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que

me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou

pequena, pode ter a ousadia de querer.

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Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro

na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como

sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas

mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa,

também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para

depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas,

fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com

manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns

instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era

a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já

pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu era

uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo,

sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era

uma mulher com o seu amante.

Felicidade Clandestina - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

01 Qual a relação entre o título e o assunto do texto?

02 O que causa o sofrimento da protagonista?

03 O que causou prazer à personagem protagonista?

04 De que forma a filha do livreiro demonstra sua crueldade?

Prática de escrita

DESAFIO

Prepare-se! Agora você produzirá a primeira escrita de um conto. Desperte a sua imaginação, use uma boa dose de criatividade e mãos à obra!

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AULA 02

Identificação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Identificar os conhecimentos sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Partilhar com os colegas as percepções de leitura de contos lidos e ouvidos.

u Refletir sobre as características do conto com base no texto de Moacyr Scliar.

u Retomar a produção inicial, para reformulações que garantam a presença dos elementos próprios do gênero.

Conceito

De acordo com Moacyr Scliar, no seu texto “O conto se apresenta”, contos literários são histórias sobre gente comum, que aparecem em jornais, em revistas, em livros; escritas por gente que sabe usar as palavras para emocionar pessoas, para transmitir ideias - os escritores.

Prática de oralidade

Moacyr Scliar nasceu em 1937, em Porto Alegre. Tem mais de cinquenta livros publicados,

entre romances, contos, literatura juvenil e ensaios. Autor premiado, lançou diversos livros

no exterior; algumas de suas obras foram adaptadas para o cinema, o teatro e a televisão.

O conto se apresenta

Moacir Scliar

Olá!

Não, não adianta olhar ao redor: você não vai me enxergar. Não sou pessoa

como você. Sou, vamos dizer assim, uma voz. Uma voz que fala com você ao vivo,

como estou fazendo agora. Ou então que lhe fala dos livros que você lê.

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Não fique tão surpreso assim: você me conhece. Na verdade, somos até velhos amigos. Você já me ouviu falando de Chapeuzinho Vermelho e do Príncipe Encantado, de reis, de bruxas, do Saci-Pererê. Falo de muitas coisas, conto muitas histórias, mas nunca falei de mim próprio. É o que vou fazer agora, em homenagem a você. E começo me apresentando: eu sou o conto. Sabe o contos de fadas, o conto de mistério? Sou eu. O Conto.

Vejo que você ficou curioso. Quer saber coisas sobre mim. Por exemplo, qual a minha idade.

Devo lhe dizer que sou muito antigo. Porque contar histórias é uma coisa que as pessoas fazem a muito, muito tempo. É uma coisa natural, que brota de dentro da gente. Faça o seguinte: feche os olhos e imagine uma cena, uma cena que se passou há muitos milhares de anos. É de noite e uma tribo dos nossos antepassados, aqueles que vivem nas cavernas, está sentada em redor da fogueira. Eles têm medo de escuro, porque no escuro estão as feras que os ameaçam, aqueles enormes tigres e outras mais. Então alguém olha para a lua e pergunta: por que é que as vezes a lua desaparece? Todos se voltam para um homem velho, que é uma espécie de guru para eles. Esperam que o homem dê a resposta. Mas ele não sabe o que responder. E então eu apareço. Eu, o Conto. Surjo lá da escuridão e, sem que ninguém note, falo baixinho ao ouvido do velho:

– Conte uma história para eles.E ele conta. É uma história sobre um grande tigre que anda pelo céu e que de vez em quando come a lua. E a lua some. Mas a lua não é uma coisa muito boa para comer, de modo que lá pelas tantas o grande tigre bota a lua para fora de novo. E ela aparece no céu, brilhante.

Todos escutam o conto. Todo mundo: homens, mulheres, crianças. Todos estão encantados. E felizes: antes, havia um mistério: por que a lua some? Agora, aquele mistério não existe mais. Existe uma história que fala de coisas que eles conhecem:tigre, lua, comer – mas fala como essas coisas poderiam ser, não como eles são. Existe um conto. As pessoas vão lembrar esse conto por toda a vida. E quando as crianças da tribo crescerem e tiverem seus próprios filhos, vão contar a história para explicar a eles por que a lua some de vez em quando. Aquele conto.

No começo, portanto, é assim que eu existo: quando as pessoas falam em mim, quando as pessoas narram histórias – sobre deuses, sobre monstros, sobre criaturas fantásticas. Histórias que atravessam os tempos, que duram séculos. Como eu.

Aí surge a escrita. Uma grande invenção, a escrita, você não concorda? Com a escrita, eu existo somente como uma voz. Agora estou ali, naqueles sinais chamados letras, que permitem que pessoas se comuniquem, mesmo à distância. E aquelas histórias – sobre deuses, sobre monstros, sobre criaturas fantásticas – vão aparecer em forma de palavras escrita.

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E é nesse momento que eu tenho uma grande ideia. Uma inspiração, vamos dizer assim. Você sabe o que é inspiração? Inspiração é aquela descoberta que a gente faz de repente, de repente tem uma ideia muito boa. A inspiração não vem de fora, não; não é uma coisa misteriosa que entra na nossa cabeça. A boa ideia já estava dentro de nós; só que a gente não sabia. A gente tem muitas boas ideias, pode crer.

E então, com aquela boa ideia, chego perto de um homem ainda jovem. Ele não me vê. Como você não me vê. Eu me apresento, como me apresentei a você, digo-lhe que estou ali com uma missão especial – com um pedido.

– Escreva uma história.Num primeiro momento, ele fica surpreso, assim como você ficou. Na

verdade, ele já havia pensado nisso, em escrever uma história. Mas tinha dúvidas: ele, escrever uma história? Como aquelas histórias que todas as pessoas contavam e que vinham de um passado? Ele, escrever uma história? E assinar seu próprio nome? Será que pode fazer isso? Dou força:

– Vá em frente, cara. Escreva uma história. Você vai gostar de escrever. E as pessoas vão gostar de ler.

Então ele senta, e escreve uma história. É uma história sobre uma criança, uma história muito bonita. Ele lê o que escreveu. Nota que algumas coisas não ficaram muito bem. Então escreve de novo. E de novo. E mais uma vez. E aí, sim, ele gosta do que escreveu. Mostra para outras pessoas, para os amigos, para a namorada. Todos gostam, todos se emocionam com a história.

E eu vou em frente. Procuro uma moça muito delicada, muito sensível. Mesma coisa:

– Escreve uma história.Ela escreve. E assim vão surgindo escritores. Os contos deles aparecem em

jornais, em revistas, em livros. Já não são histórias sobre deuses, sobre criaturas fantásticas. Não, são histórias sobre gente comum – porque as histórias sobre as pessoas comuns muitas vezes são mais interessantes do que histórias sobre deuses e criaturas fantásticas: até porque deuses e criaturas fantásticas podem ser inventados por qualquer pessoa. O mundo da nossa imaginação é muito grande. Mas a nossa vida, a vida de cada dia, está cheia de emoções. E onde há emoção, pode haver conto. Onde há gente que sabe usar as palavras para emocionar pessoas, para transmitir ideias, existem escritores.

Alguns deles – grandes escritores. --------------– Eu sou o conto.

Era uma vez um conto, vol.2. Companhia das Letrinhas, São Paulo. 2002.

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Prática de leitura

Em relação ao conto Felicidade clandestina, de Clarice Lispector, e tendo por base as características do conto apontadas por Moacyr Scliar, responda às questões abaixo:

01 Esta é uma história de gente comum? Por quê?

02 Por quem foi escrita?

03 Onde foi publicada?

04 Para que foi escrita?

Prática de escrita

DESAFIO

Retome sua produção inicial e confirme se você escreveu uma história possível de acontecer, envolvendo pessoas comuns, para emocionar o leitor. Você terá oportunidade de rever o que escreveu e de fazer as primeiras reformulações no seu conto, assim como fazem os escritores famosos, antes de publicarem seus textos.

AULA 03

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Partilhar com colegas as percepções de leitura dos contos lidos e/ou ouvidos.

u Ler contos, identificando seus elementos e características próprias.

u Retomar a produção inicial, para reformulações que garantam a presença dos elementos próprios do gênero.

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Conceito

À leveza do conceito de Elias José e Moacyr Scliar, acrescentamos, aqui, algumas particularidades deste gênero textual:

• É um texto em prosa que contém um só conflito, um só drama, uma só ação e poucos personagens

• Todos os ingredientes do conto convergem para o mesmo ponto

• Deve emocionar quem o lê

• Os fatos neste gênero literário acontecem em curto espaço de tempo: já que não interessam o passado e o futuro, as coisas se passam em horas, ou dias

• A linguagem do conto é direta, concreta e objetivaTexto adaptado do livro O que é conto, de Luzia de Maria

Prática de oralidade

Como exemplo dessas particularidades, trazemos para você o conto Biruta, de Lygia Fagundes Telles (Vol. da Coleção Literatura em Minha Casa, 2001), que, por sua grande emotividade e beleza, certamente lhe causará um efeito singular.

Lygia Fagundes Telles nasceu em 1923 na cidade de São Paulo, onde mora até hoje.

Premiadíssima contista, escreveu vários contos, dentre eles o conto Biruta, originalmente

publicado na sua obra Histórias escolhidas (1961). Também escreveu romances de

grande repercussão, como As meninas.

Prática de leitura

Biruta

Lygia Fagundes Telles

Alonso foi para o quintal carregando uma bacia cheia de louça suja. Andava

com dificuldade, tentando equilibrar a bacia que era demasiado pesada para seus

bracinhos finos.

– Biruta, êh, Biruta! – chamou sem se voltar.

O cachorro saiu de dentro da garagem. Era pequenino e branco, uma orelha

em pé e a outra completamente caída.

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– Sente-se aí, Biruta, que vamos ter uma conversinha. – disse Abonso

pousando a bacia ao lado do tanque. Ajoelhou-se, arregaçou as mangas da

camisa e começou a lavar os pratos. Biruta sentou-se muito atento, inclinando

interrogativamente a cabeça ora para a direita, ora para a esquerda, como se

quisesse apreender melhor as palavras do seu dono. A orelha caída ergueu-se um

pouco, enquanto a outra empinou, aguda e reta. Entre elas, formaram-se dois

vincos, próprios de uma testa franzida no esforço da meditação.

– Leduína disse que você entrou no quarto dela – começou o menino num

tom brando. – E subiu em cima da cama e focinhou as cobertas e mordeu uma

carteirinha de couro que ela deixou lá. A carteira era meio velha e ela não ligou

muito. Mas se fosse uma carteira nova, Biruta! Se fosse uma carteira nova! Me

diga agora o que é que ia acontecer se ela fosse uma carteira nova!? Leduína te

dava uma suna e eu não podia fazer nada, como daquela outra vez que você

arrebentou a franja da cortina, lembra? Você se lembra muito bem, sim senhor,

não precisa fazer essa cara de inocente!... Biruta deitou-se, enfiou, o focinho

entre as patas e baixou a orelha. Agora, ambas as orelhas estavam no mesmo

nível, murchas, as pontas quase tocando o chão, Seu olhar interrogativo parecia

perguntar: “Mas que foi que eu fiz, Abuso? Não me lembro de nada...”

– Lembra sim senhor! E não adianta ficar aí com essa cara de doente, que

não acredito, ouviu? Ouviu, Biruta?! – repetiu Alonso lavando furiosamente os

pratos. Com um gesto irritado, arregaçou as mangas que já escorregavam sobre

os pulsos finos. Sacudiu as mãos cheias de espuma. Tinha mãos de velho.

– Alonso, anda ligeiro com essa louça! – gritou Leduína, aparecendo por

um momento na janela da cozinha. – Já está escurecendo, tenho que sair!

– Já vou indo – respondeu o menino enquanto removia a água da bacia.

Voltou-se para o cachorro. E seu rostinho pálido se confrangeu de tristeza. Por

que Biruta não se emendava, por quê? Por que não se esforçava um pouco para

ser meihorzinho? Dona Zulu já andava impaciente, Leduína também, Biruta fez

isso, Biruta fez aquilo...

Lembrou-se do dia em que o cachorro entrou na geladeira e tirou de lá a

carne. Leduina ficou desesperada, vinham visitas para o jantar, precisava encher

os pasteis, “Alonso, você não viu onde deixei a carne?” Ele estremeceu. Biruta!

Disfarçadamente foi à garagem no findo do quintal, onde dormia com o cachorro

num velho colchão metido num ângulo da parede. Binuta estava lá, deitado

bem em cima do travesseiro, com a posta de carne entre as patas, comendo

tranquilamente. Alonso arrancou-lhe a carne, escondeu-a dentro da camisa e

voltou à cozinha. Deteve-se na porta ao ouvir Leduína queixar-se à dona Zulu

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que a carne dasaparecera, aproximava-se a hora do jantar e o açougue já estava

fechado, “que é que eu faço, dona Zulu?!”

Ambas estavam na sala. Podia entrever a patroa a escovar freneticamente

os cabelos. Ele então tirou a carne de dentro da camisa, ajeitou o papel já todo

roto que a envolvia e entrou com a posta na mão.

– Está aqui, Leduína.

– Mas falta um pedaço!

– Esse pedaço eu tirei pra mim. Eu estava com vontade de comer um bife e

aproveitei quando você foi na quitanda.

– Mas por que você escondeu o resto? – perguntou a patroa, aproximando-se.

– Porque fiquei com medo.

Tinha bem viva na memória a dor que sentira nas mãos corajosamente

abertas para os golpes da escova. Lágrimas saltaram-lhe dos olhos. Os dedos

foram ficando roxos, mas ela continuava batendo com aquele mesmo vigor

obstinado com que escovara os cabelos, batendo, batendo como se não pudesse

parar nunca mais.

– Atrevido! Ainda te devolvo pro asilo, seu ladrãozinho!

Quando ele voltou à garagem, Biruta já estava lá, as duas orelhas caídas,

o focinho entre as patas, piscando, piscando os olhinhos temos. “Biruta, Biruta,

apanhei por sua causa, mas não faz mal. Não faz mal.”

Biruta então ganiu sentidamente. Lambeu-lhe as lágrimas. Lambeu-lhe as

mãos. Isso tinha acontecido há duas semanas. E agora Biruta mordera a carteirinha

de Leduína. E se fosse a carteira de dona Zulu?

– Hem, Biruta?! E se fosse a carteira de dona Zulu?

Já desinteressado, Biruta mascava uma folha seca.

– Por que você não arrebenta as minhas coisas? – prosseguiu o menino

elevando a voz. – Você sabe que tem todas as minhas coisas pra morder, não

sabe? Pois agora não te dou presente de Natal, está acabado. Você vai ver se

ganha alguma coisa. Você vai ver!...

Girou sobre os calcanhares, dando as costas ao cachorro. Resmungou

ainda enquanto empilhava a louça na bacia. Em seguida, calou-se, esperando

qualquer reação por parte do cachorro. Como a reação tardasse, lançou-lhe um

olhar furtivo. Biruta dormia profundamente.

Alonso então sorriu. Biruta era como uma criança. Por que não entendiam

isso? Não fazia nada por mal, queria só brincar... Por que dona Zulu tinha tanta

raiva dele? Ele só queria brincar, como as crianças. Por que dona Zulu tinha tanta

raiva de crianças? Uma expressão desolada amarfanhou o rostinho do menino.

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“Por que dona Zulu tem que ser assim? O doutor é bom, quer dizer, nunca se

importou nem comigo nem com você, é como se a gente não existisse. Leduína

tem aquele jeitão dela, mas duas vezes já me protegeu. Só dona Zulu não entende

que você é que nem uma criancinha. Ah, Biruta, Biruta, cresça logo, pelo amor de

Deus! Cresça logo e fique um cachorro sossegado, com bastante pelo e as duas

orelhas de pé! Você vai ficar lindo quando crescer, Biruta, eu sei que vai!”

– Alonso! – Era a voz de Leduína. – Deixe de falar sozinho e traga logo essa

bacia. Já está quase noite, menino.

– Chega de dormir, seu vagabundo! – disse Alonso espargindo água no

focinho do cachorro. Biruta abriu os olhos, bocejou com um ganido e levantou-se,

estirando as patas dianteiras, num longo espreguiçamento. O menino equilibrou

penosamente a bacia na cabeça. Biruta seguiu-o aos pulos, mordendo-lhe os

tornozelos, dependurando-se com os dentes na barra do seu avental.

– Aproveita, seu bandidinho! – riu-se Alonso.

– Aproveita que eu estou com a mão ocupada, aproveita!

Assim que colocou a bacia na mesa, ele inclinou-se para agarrar o cachorro.

Mas Biruta esquivou-se, latindo. O menino vergou o corpo sacudido pelo riso.

– Ai, Leduína, que o Biruta judiou de mim!... A empregada pôs-se a guardar

rapidamente a louça. Estendeu-lhe uma caçarola com batatas:

– Olha aí para o seu jantar. Tem ainda arroz e carne no forno.

– Mas só eu vou jantar? – surpreendeu-se Alonso, ajeitando a caçarola no

colo.

– Hoje é dia de Natal, menino. Eles vão jantar fora, eu também tenho a

minha festa. Você vai jantar sozinho.

– Alonso inclinou-se. E espiou apreensivo para debaixo do fogão. Dois

olhinhos brilharam no escuro: Biruta ainda estava lá. Alonso suspirou. Era tão

bom quando Biruta resolvia se sentar! Melhor ainda quando dormia. Tinha então

a certeza de que não estava acontecendo nada. A trégua. Voltou-se para Leduína.

– O que o seu filho vai ganhar?

– Um cavalinho – disse a mulher. A voz suavizou. – Quando ele acordar

amanhã, vai encontrar o cavalinho dentro do sapato dele. Vivia me atormentando

que queria um cavalinho, que queria um cavalinho...

Alonso pegou uma batata cozida, morna ainda. Fechou-a nas mãos

arroxeadas.

– Lá no asilo, no Natal, apareciam umas moças com uns saquinhos de balas

e roupas. Tinha uma que já me conhecia, me dava sempre dois pacotinhos em

lugar de um. A madrinha. Um dia, me deu sapatos, um casaquinho de malha e

uma camisa.

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– Por que ela não ficou com você?

– Ela disse uma vez que ia me levar, ela disse. Depois, não sei por que ela

não apareceu mais...

Deixou cair na caçarola a batata já fria. E ficou em silêncio, as mãos abertas

em torno da vasilha. Apertou os olhos. Deles, irradiou-se para todo o rosto uma

expressão dura. Dois anos seguidos esperou por ela. Pois não prometera levá-lo?

Não prometera? Nem lhe sabia o nome, não sabia nada a seu respeito, era apenas

“a madrinha”. Inutilmente a procurava entre as moças que apareciam no fim do

ano com os pacotes de presentes. Inutilmente cantava mais alto do que todos no

fim da festa, quando então se reunia aos meninos na capela. Ah, se ela pudesse

ouvi-lo! “...O bom Jesus é quem nos traz a mensagem de amor e alegria”...

– Também, é muita responsabilidade tirar criança pra criar! – disse Leduína

desamarrando o avental. – Já chega os que a gente tem.

Alonso baixou o olhar. E de repente, sua fisionomia iluminou-se. Puxou o

cachorro pelo rabo.

– Êh, Biruta! Está com fome, Biruta? Seu vagabundo! vagabundo!... Sabe,

Leduína, Biruta também vai ganhar um presente que está escondido lá debaixo

do meu travesseiro. Com aquele dinheirinho que você me deu, lembra? Agora ele

não vai precisar mais morder suas coisas, tem a bolinha só pra isso. Ele não vai

mais mexer em nada, sabe, Leduína?

– Hoje cedo ele não esteve no quarto de dona Zulu? O menino empalideceu.

– Só se foi na hora que fui lavar o automóvel... Por que, Leduína? Por quê?

Que foi que aconteceu? Ela hesitou. E encolheu os ombros.

– Nada. Perguntei à toa. A porta abriu-se bruscamente e a patroa apareceu.

Alonso encolheu-se um pouco. Sondou a fisionomia da mulher. Mas ela estava

sorridente. O menino sorriu também.

– Ainda não foi pra sua festa, Leduína? – perguntou a moça num tom

afável. Abotoava os punhos do vestido de renda. – Pensei que você já tivesse

saído... – E antes que a empregada respondesse, ela voltou-se para Alonso: –

Então? Preparando seu jantarzinho?

O menino baixou a cabeça. Quando ela lhe falava assim mansamente, ele

não sabia o que dizer.

– O Biruta está limpo, não está? – prosseguiu a mulher, inclinando-se para

fazer uma carícia na cabeça do cachorro. Biruta baixou as orelhas, ganiu dolorido

e escondeu-se debaixo do fogão. Alonso tentou encobrir-lhe a fuga:

– Biruta, Biruta! Cachorro mais bobo, deu agora de se esconder... – Voltou-

se para a patroa. E sorriu desculpando-se: – Até de mim ele se esconde.

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A mulher pousou a mão no ombro do menino:

– Vou numa festa onde tem um menininho assim do seu tamanho. Ele

adora cachorros. Então me lembrei de levar o Biruta emprestado só por esta

noite, O pequeno está doente, vai ficar radiante, o pobrezinho. Você empresta

seu Biruta só por hoje, não empresta? O automóvel já está na porta. Ponha ele

lá que estamos de saída. O rosto do menino resplandeceu. Mas então era isso?!...

Dona Zulu pedindo Biruta emprestado, precisando do Biruta! Abriu a boca

para dizer-lhe que sim, que o Biruta estava limpinho e que ficaria contente de

emprestá-lo ao menino doente. Mas sem dar-lhe tempo de responder a mulher

saiu apressadamente da cozinha.

Viu, Biruta? Você vai numa festa! – exclamou. – Numa festa com crianças,

com doces, com tudo! Numa festa, seu sem-vergonha! – repetiu, beijando o focinho

do cachorro. – Mas, pelo amor de Deus, tenha juízo, nada de desordens! Se você se

comportar, amanhã cedinho te dou uma coisa. Vou te esperar acordado, hem?

Tem um presente no seu sapato... – acrescentou num sussurro, com a boca

encostada na orelha do cachorro. Apertou-lhe a pata.

– Te espero acordado, Biru... Mas não demore muito!

O patrão já estava na direção do carro. Alonso aproximou-se.

– O Biruta, doutor.

O homem voltou-se ligeiramente. Baixou os olhos.

– Está bem, está bem. Deixe ele aí atrás.

Alonso ainda beijou o focinho do cachorro. Em seguida, fez-lhe uma última

carícia, colocou- o no assento do automóvel e afastou-se correndo.

– Biruta vai adorar a festa! – exclamou assim que entrou na cozinha. – E lá

tem doces, tem crianças, ele não quer outra coisa! – Fez uma pausa. Sentou- se.

– Hoje tem festa em toda parte, não, Leduína? A mulher já se preparava para sair.

– Decerto. Alonso pôs-se a mastigar pensativamente.

– Foi hoje que Nossa Senhora fugiu no burrinho?

– Não, menino. Foi hoje que Jesus nasceu. Depois então é que aquele rei

manda prender os três.

Alonso concentrou-se:

– Estava.

– E tão boazinha. Você não achou que hoje ela estava boazinha?

– Estava, estava muito boazinha...

– Por que você está rindo?

– Nada – respondeu ela pegando a sacola. Dirigiu-se à porta. Mas antes,

parecia querer dizer qualquer coisa de desagradável e por isso hesitava, contraindo

a boca.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Alonso observou-a. E julgou adivinhar o que a preocupava.

– Sabe, Leduína, você não precisa dizer pra dona Zulu que ele mordeu sua

carteirinha, eu já falei com ele, já surrei ele. Não vai fazer mais isso nunca, eu

prometo que não.

A mulher voltou-se para o menino. Pela primeira vez, encarou-o. Vacilou

ainda um instante.

Decidiu-se:

– Olha aqui, se eles gostam de enganar os outros, eu não gosto, entendeu?

Ela mentiu pra você, Biruta não vai mais voltar.

– Sabe, Leduína, se algum rei malvado quisesse matar o Biruta, eu me

escondia com ele no meio do mato e ficava morando lá a vida inteira, só nós dois!

– Riu-se metendo uma batata na boca. E de repente ficou sério, ouvindo o ruído

do carro que já saía. – Dona Zulu estava linda, não?

– Não vai o quê? – perguntou Alonso pondo a caçarola em cima da mesa.

Engoliu com dificuldade o pedaço de batata que ainda tinha na boca. Levantou-

se.

– Não vai o quê, Leduína?

– Não vai mais voltar. Hoje cedo ele foi no quarto dela e rasgou um pé

de meia que estava no chão. Ela ficou daquele jeito. Mas não te disse nada e

agora de tardinha, enquanto você lavava a louça, escutei a conversa dela com

o doutor: que não queria mais esse vira-lata, que ele tinha que ir embora hoje

mesmo, e mais isso, e mais aquilo... O doutor pediu pra ela esperar, que amanhã

dava um jeito, você ia sentir muito, hoje era Natal... Não adiantou. Vão soltar o

cachorro bem longe daqui e depois seguem pra festa. Amanhã ela vinha dizer

que o cachorro fugiu da casa do tal menino. Mas eu não gosto dessa história de

enganar os outros, não gosto. É melhor que você fique sabendo desde já, o Biruta

não vai voltar.

Alonso fixou na mulher o olhar inexpressivo. Abriu a boca. A voz era um

sopro.

– Não?..

Ela perturbou-se.

– Que gente também! – explodiu. Bateu desajeitadamente no ombro do

menino. – Não se importe, não, filho. Vai, vai jantar.

Ele deixou cair os braços ao longo do corpo. E arrastando os pés, num andar

de velho, foi saindo para o quintal. Dirigiu-se à garagem.

A porta de ferro estava erguida. A luz fria do luar chegava até a borda do

colchão desmantelado. Alonso cravou os olhos brilhantes num pedaço de osso

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roído, meio encoberto sob um rasgão do lençol. Ajoelhou-se. Estendeu a mão

tateante. Tirou debaixo do travesseiro uma bola de borracha.

– Biruta – chamou baixinho. – Biruta... – e desta vez só os lábios se moveram

e não saiu som algum.

Muito tempo ele ficou ali ajoelhado, segurando a bola. Depois apertou-a

fortemente contra o coração.

De conto em conto, vol.2. Editora Ática, São Paulo. 2002.

Em relação ao texto lido e tendo por base o conceito apresentado por Luzia de Maria, responda aos questionamentos abaixo:

01 O conto Biruta tem poucos personagens? Quem são?

02 As ações convergem para o mesmo ponto? Qual

03 A história acontece em um curto espaço de tempo? Delimite-o!

04 Que tipo de linguagem é utilizada no conto.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome novamente o seu conto e observe esses elementos: há poucos personagens? O espaço de tempo é curto? Onde se passa a história que você criou? Caso esses elementos não estejam bem definidos no seu texto, este é o momento de aprimorar a sua escrita. Vamos lá?

AULA 04

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita

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O que devo aprender nesta aula

u Partilhar com colegas as percepções de leitura dos contos lidos e/ou ouvidos.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Ler contos, identificando seus elementos e características próprias.

Prática de oralidade

Você leu um conto muito comovente. O que você sentiu durante a leitura? Converse com os colegas sobre isso. É bom compartilhar o que sentimos.

Conceito

Conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, espaço, tempo, ponto de vista e enredo.

Prática de leitura

Leia as informações e perguntas abaixo com atenção, e responda-as, em seu caderno, voltando ao texto sempre que necessário, para confirmar suas hipóteses.

Tempo: uma história passa-se num tempo determinado, que pode ser declarado pelo narrador ou que você pode inferir a partir de pistas que o texto fornece. No conto Biruta, ao invés de “carro”, menciona-se a palavra “automóvel”, termo pouco utilizado nos dias atuais. Outro elemento do conto, que demarca o tempo em que se passa a história, está na fala de Leduína, quando ela diz a dona Zulu que aproximava-se a hora do jantar e o açougue já estava fechado. Atualmente há açougues em supermercados que ficam abertos até durante a noite.

01 A partir desses elementos você consegue deduzir a época em que acontece essa his-tória?

02 Em que dia do ano se passa a história? Em que momento desse dia?

03 Por que a escolha desse dia para desfazer-se de Biruta torna mais cruel a atitude de Zulu?

Enredo: é a organização dos fatos e ações vividas pelos personagens, numa determinada ordem. Essa ordem pode ser linear, quer dizer, o que acontece antes vem contado antes, o

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que acontece depois vem contado depois. Às vezes essa ordem linear pode ser interrompida para voltar ao passado, relembrando algo que aconteceu antes do momento que está sendo narrado. Este último procedimento recebe o nome de técnica da retrospectiva ou flash-bach.

04 A ordem linear dos fatos e ações no conto Biruta foi interrompida em algum momen-to? Quando?

Prática de escrita

Retome o seu conto e observe especialmente o enredo e o tempo. Observe se algum personagem do seu texto se recorda, ou poderia se recordar, de algum fato passado. Caso você não tenha utilizado a técnica do flash-bach e perceba que poderia tê-la utilizado para maior coerência interna do seu texto, este é o momento de fazê-lo. Vamos lá, mãos à obra!

DESAFIO

Identifique, dentre os fatos abaixo, os que são contados no momento em que acontecem e os que são relembrados pelo personagem Alonso, escrevendo presente ou passado, ao lado de cada fato apresentado:

a) Alonso lava a louça numa bacia _______________

b) Alonso volta à garagem triste e sozinho. _______________

c) No asilo, Alonso recebe a visita da madrinha. _______________

d) Alonso empresta Biruta a dona Zulu. _______________

e) Animado, Alonso conversa com Leduína sobre o pedido de Zulu _____________

f ) Dona Zulu bate em Alonso por causa da carne Que Biruta roubou ___________

g) Leduína conta a Alonso a verdade sobre Biruta _______________

h) Alonso entrega a louça a Leduína na cozinha _______________

i) Biruta é colocado no carro e parte com Zulu e o doutour. _______________

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AULA 05

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita

O que devo aprender nesta aula

u Partilhar com colegas as percepções de leitura dos contos lidos e/ou ouvidos.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Ler contos, identificando seus elementos e características próprias.

Prática de oralidade

Reúna com dois ou três colegas e, depois de ler as produções de todo o grupo, converse sobre o enredo e o tempo de cada conto. Escute o que eles têm a lhe dizer sobre o que você criou, mas também dê a sua opinião sobre o que foi construído pelos seus colegas.

Conceito

Conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, espaço, tempo, ponto de vista e enredo.

Prática de leitura

Leia as informações e perguntas abaixo com atenção, e responda-as, em seu caderno, voltando ao texto sempre que necessário, para confirmar suas hipóteses.

Conceito

Personagens: seres que vivem as ações. Através do enredo, percebemos o relacionamento entre eles. Podem ser caracterizadas fisicamente (aparência, cor, idade etc.), através do que fazem ou do que o narrador diz sobre elas. Personagem principal, ou protagonista, é aquele

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em torno do qual se desenvolve o enredo. No caso do conto Biruta, Alonso é o personagem principal.

• Como era Alonso física e psicologicamente?• Que tipo de trabalho fazia e onde dormia?• Como era Biruta? Por que mexia nas coisas e as estragava?• Como era o relacionamento de Alonso com Biruta? Por que o cãozinho era tão

importante para ele?• Por que dona Zulu adotou Alonso?• Compare dona Zulu e Leduína. Que diferença há entre elas, quanto ao modo de

tratar o menino? • Como o marido de dona Zulu se relacionava com Alonso?

Conflito: é o principal acontecimento a partir do qual se desenvolve a história.• Qual é o assunto do conto Biruta?

Espaço: é o lugar onde se passam as ações e fatos vividos pelos personagens. No texto Biruta, as ações acontecem na casa de dona Zulu, mas Alonso e Biruta não compartilham do espaço ocupado pelo casal.

• Qual é o espaço reservado a Alonso e Biruta na casa de dona Zulu?• Que relação há entre esse espaço e a forma como Alonso é tratado pela dona da casa?

Verossimilhança: é a coerência ou lógica interna da história. Os fatos narrados , mesmo inventados, devem decorrer uns dos outros de forma que o leitor aceite que possam ter ocorrido; o leitor precisa ser convencido de que os fatos narrados são possíveis na história.

• Como você avalia a verossimilhança no conto Biruta?

Prática de escrita

DESAFIO

Retome mais uma vez a sua produção e observe se está claro para o leitor quem é o personagem principal e os secundários na história criada por você. Procure aprimorar suas características físicas e psicológicas, por meio das suas ações, pensamentos, atitudes e relacionamentos. Atente-se, ainda, para o assunto e o espaço criados por você. Não se esqueça de cuidar também da verossimilhança. Mãos à obra

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AULA 06

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Ler contos de autor goiano.

u Conhecer a cultura local, com base nos aspectos culturais e linguísticos presentes no conto.

u Analisar o emprego de adjetivos e locuções adjetivas para a caracterização das personagens e dos espaços no conto.

u Perceber a existência de preconceitos com relação à sexualidade, à mulher, ao negro, ao índio, ao pobre, à criança, ao velho, ao homem do campo, nos contos populares lidos.

u Valorizar a leitura literária como fonte de entretenimento e prazer.

u Antecipar o conteúdo das leituras com base em indícios como autor, título do texto, ilustrações.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Produzir a primeira escrita de um conto.

Conceito

Há duas maneiras de caracterizar um personagem, seja ele linear ou complexo: uma é pela qualificação, outras pelas ações. No primeiro caso, o personagem é descrito pelo narrador ou por outros personagens: características físicas (estaturas, aparência, idade, cor etc.), características psicológicas (personalidade, qualidade e defeitos, sonhos, desejos, emoções, pensamentos, frustrações, carências), características sociais (família, amizades, atividades, situação econômica etc.). No segundo caso, o personagem vai-se definindo pelo que faz, isto é, por suas ações o leitor vai percebendo quem ele é. Algumas vezes essas ações não são externas: passam-se na cabeça dos personagens, são ações interiores, psicológicas.

Entretanto, essas duas possibilidades se completam, pois os autores recorrem tanto à qualificação quanto à ação para mostrar a personagem.

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Prática de oralidade

Hugo de Carvalho Ramos nasceu na Cidade de Goiás, no Largo do Chafariz, a 21 de

maio de 1895, e morreu na mesma cidade, no dia 12 de maio de 1921. Considerado um

dos grandes nomes do conto brasileiro, escreveu seu único livro Tropas e Boiadas (1917),

do qual o conto Ninho de Periquitos faz parte.

• Você conhece o autor da história?• Você já leu outros textos desse autor?• O título o “Ninho de periquitos” lhe sugere alguma coisa?• O que você acha que irá acontecer na história?

Prática de leitura

Leia o texto abaixo e, a seguir, responda às questões que se seguem:

Ninho de periquitos

Hugo de Carvalho Ramos

Abrandando a canícula pelo virar da tarde, Domingos abandonou a rede

de embira onde se entretinha arranhando uns respontos na viola, após farta

cuia de jacuba de farinha de milho e rapadura que bebera em silêncio, às largas

colheradas, e saiu ao terreiro, onde demorou a afiar numa pedra piçarra o corte

da foice.

Era pelo Domingo, vésperas quase da colheita. O milharal estendia-se além,

na baixada das velhas terras devolutas, amarelecido já pela quebra, que realizara

dia antes, e o veranico, que andava duro na quinzena.

Enquanto amolava o ferro, no propósito de ir picar uns galhos de coivara no

fundo do plantio para o fogo da cozinha, o Janjão rondava em torno, rebolando

na terra, olho aguçado para o trabalho paterno.

Não se esquecesse, o papá, dos filhotes de periquitos, que ficavam lá no

fundo do grotão, entre as macegas espinhosas de “malícia”, num cupim velho do

pé da maria-preta. Não esquecesse...

O roceiro andou lá pelos fundos da roça, a colher uns pepinos temporões;

foi ao paiol de palha d’arroz, mais uma vez avaliando com a vista se possuía

capacidade precisa para a rica colheita do ano; e, tendo ajuntado os gravetos e

uns cernes da coivara, amarrava o feixe e ia já a recolher caminho de casa, quando

se lembrou do pedido do pequeno.

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– Ora, deixassem lá em paz os passarinhos.

Mas aquele dia assentava o Janjão a sua primeira dezena tristonha de anos;

e pois, não valia por tão pouco amuá-lo.

O caipira pousou a braçada de lenha encostada à cerca do roçado; passou a

perna por cima, e pulando de outro lado, as alpercatas de couro cru a pisar forte o

espinharal ressequido que estralejava, entranhou-se pelo grotão-nesses dias sem

pinga d’água – galgou a barroca fronteira e endireitou rumo da maria-preta, que

abria ao mormaço crepuscular da tarde a galharada esguia, toda atostada desde

a época da queima pelas lufadas de fogo que subiam da malhada.

Ali mesmo, na bifurcação do tronco, assentada sobre a forquilha da árvore,

à altura do peito, escancarava a boca negra para o nascente a casa abandonada

dos cupins, onde um casal de periquitos fizera ninho essa estação.

O lavrador alçou com cautela a destra calosa, rebuscando lá por dentro

os dois borrachos. Mas tirou-a num repente, surpreendido. É que uma picadela

incisiva, dolorosa, rasgara-lhe por dois pontos, vivamente, a palma da mão.

E, enquanto olhava admirado, uma cabeça disforme, oblonga, encimada

a testa duma cruz, aparecia à aberta do cupinzeiro, fitando-lhe, persistentes, os

olhinhos redondos, onde uma chispa má luzia, malignamente...

O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da

espinha. Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha doméstica

nem a dos campos, possuíam salvação.

Perdido... completamente perdido...

O réptil, mostrando a língua bífida, chispando as pupilas em cólera, a fitá-lo

ameaçador, preparava-se para novo ataque ao importuno que viera arrancá-lo da

sesta; e o caboclo, voltando a si do estupor, num gesto instintivo, sacou da bainha

o largo “jacaré” inseparável, amputando-lhe a cabeça dum golpe certeiro.

Então, sem vacilar, num movimento ainda mais brusco, apoiando a mão

molesta à casca carunchosa da árvore, decepou-a noutro golpe, cerce quase à

juntura do pulso.

E enrolando o punho mutilado na camisola de algodão, que foi rasgando

entre dentes, saiu do cerrado, calcando duro, sobranceiro e altivo, rumo de casa,

como um deus selvagem e triunfante apontando da mata companheira, mas

assassina, mas perfidamente traiçoeira...

01 O autor utiliza vários sinônimos para se referir ao pai de Janjão. Localize-os no texto e registre no caderno.

02 A caracterização do pai de Janjão se dá pela qualificação ou pelas ações que desenvolve na história?

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03 A cobra é caracterizada da mesma forma que o pai de Janjão? Justifique sua resposta.

04 Vocês notaram que há muitas palavras desconhecidas no texto que não fazem parte no nosso cotidiano. Retire do texto algumas delas e pelo contexto tente atribuir um signi-ficado.

Produção escrita

DESAFIO

Crie características físicas, psicológicas e sociais para o pai de Janjão, com base na sua vida, nas suas ações e nas informações da leitura do conto Ninho de Periquitos.

AULA 07

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Partilhar com colegas as percepções de leitura dos contos lidos e/ou ouvidos.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Ler contos, identificando seus elementos e características próprias.

Conceito

Conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, espaço, tempo, ponto de vista e enredo. Classicamente diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mas curto que a novela ou romance, o conto tem sua estrutura fechada desenvolve uma história e apenas um clímax. O clímax é o momento de maior tensão e

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intensidade no conto. Pico máximo dos acontecimentos, facilmente identificado pelo leitor, momento de auge no qual as ações atingem sua máxima expressão. Toda a estrutura do enredo parece direcionada para este momento culminante da história. A história do conto tem uma conclusão, o desfecho. Os conflitos desenvolvidos alcançam, ou não, um estágio de solução. O desenlace pode ser feliz, trágico, engraçado, diferente, surpreendente. O desfecho nem sempre traz uma solução, muitas vezes, o final é aberto e deixa o caminho livre para a imaginação do leitor.

Prática de oralidade

Bariane Ortêncio nasceu em Igarapava, São Paulo no dia 24 de julho de 1923. Veio

para Goiânia em 1938, onde mora até hoje. Recebeu várias premiações, dentre elas:

Prêmio João Ribeiro/1997, com a obra Cartilha do Folclore Brasileiro. Com A Fronteira

(Revolução Constitucionalista de 1932 e Minha Vida de Menino), ganhou o prêmio CLIO

da Academia Paulistana da História e edição premiada pelos Correios. Escreveu vários

contos, dentre eles o Velho e os urubus, originalmente publicado na sua obra Meu tio-avô

e o diabo.

• Você conhece essa história?• O que o título lhe sugere? • Já leu algum texto deste autor?• Que impressões tiveram etc.

Prática de leitura

Leia o texto abaixo, em seguida responda às perguntas, com atenção, em seu caderno, voltando ao texto sempre que necessário.

O velho e os urubus

De primeiro nem sabia quantos, mas depois foi reparando, se interessando,

pegou na opinião. Agora, eram doze, os urubus. E passou a contá-los todos os

dias. E não se retirava enquanto eles não chegassem. Passatempo, distração de

velho solitário.

Preparando o cigarro, beiradeando o curral, o balde na mão para a ordenha.

O dia rompendo, nascente incandescendo, para onde se largavam os urubus, um

a um, combinados, tais aviões deixando a base. À tarde vinham do poente de um,

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de dois e até de três. O Velho, assentado no banco do alpendrão, ficava olhando,

divisando-os assim que surgissem as pintas negras no sol entrante. Ali sentado,

trocando de posições no banco duro, procurando jeito, as hemorroidas ardendo,

atentando, contava os seus urubus. Esperava até que chegasse o último, quando

se retirava.

Recolhia-se cedo, pouco depois do pouso das aves amigas, saciado com o

prato de leite com farinha de milho. Só dormia assim: após a chegada dos urubus

e do leite com farinha.

O pouso, lá deles, uma árvore seca, ipê de grande porte, bem em frente à

casa, do outro lado da cerca, fácil, muito fácil do Velho contar os urubus. Ele, que

quase nada fazia, a perrenguice lhe tolhendo as vontades, a doença caminhando

em ritmo acelerado, tinha na chegada dos urubus o seu único entretenimento.

Era, além disso, a ordenha das poucas vacas, o caneco costumeiro de café forte e

quente, o cigarro feito no capricho, alguns mais que-fazeres e o leite indefectível

com farinha. Dos outros mais serviços, a Afilhada se ocupava. Como se chamava

ela? Ele sabia? Não, não se lembrava mais. Pegara-a meninota, a velha ainda

vivia; chamavam-na a Afilhada, que nunca passou de cria da casa. Ela também o

chamava de Padrinho e jamais lhe soube o nome. Como se pertencesse à família,

fazia um pouco de tudo e não recebia pagamentos, era pelo passado, algumas

chitas e as chinelas baratas.

No quarto, hora certa, deixava o fervido de ervas para o Padrinho banhar

as varizes anais, o alívio, a garantia do sono sossegado. O Velho despertava antes

dos urubus e saía para o relento de orvalho, reparando o horizonte, o clarear,

os bichos preparando-se para levantar voo. Quando chovia à noite, eles ficavam

esperando o sol sair e, como velhas rezando, asas abertas, enxugavam as penas.

Não se fechavam para a nascente, como nos outros dias. Voavam em círculos sob

o domínio dos olhos do Velho, galgando as alturas no bater das asas, procurando

as camadas de ar favoráveis, e planavam por muito tempo, sem perder altura.

Um ou outro punha-se em formato aerodinâmico, as asas com V, e mergulhava

para o solo num zumbido estridente, descrevendo, depois curva ascendente. Era

o espetáculo para o Velho amigo, que se embevecia.

A Afilhada entregava-lhe o caneco de café e levava o balde de leite para

a cozinha. Ele sorvia em pequenos goles o café forte, seu agrado, o canivete no

alisamento da palha e na picagem do fumo. Ocupava-se, depois, em coisinhas,

até que chegasse a hora do retorno.

O sol baixo, entra não entra, começavam a surgir as pintas pretas. E ele

as acompanhava, uma por uma, o volume aumentando até tornar-se realidade,

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o bicho vindo alto, temperando com o oscilar de asas, descendo reto no galho

pouso. Depois juntava as asas, como se uma dama de negro fechasse o seu leque.

O Velho, mentalmente, contava. Eram seis. Agora sete. Oito. Nove. Dez... Não

havia errado? Não, não errara. Lá vinha vindo o onze... o doze mais atrás. Aí ele

se recolhia satisfeito como se tivesse cumprido importante missão. Quando

voltavam mais cedo para o pouso, o voo baixo e direto, o Velho sabia que logo

choveria, como de fato... E, assim, por muito tempo, assim sempre, sempre assim.

Andava disputando a vida com o ipê seco. Era roxo ou era amarelo? Não se

lembrava. Malvados, arrancaram as cascas medicinais do seu ipê condenando-o.

Nunca mais flores e, de há muito, nem folhas.

Mas um dia, que sempre há um dia, o sol já havia entrado e a contagem só

acusou onze urubus. O Velho saiu do seu banco e andou daqui prali, rodando,

achando que errara no contar ou que o faltante poderia estar encoberto por

um galho mais grosso. Mas não estava. Virou obsessão. Cada noite, ele beirando

a cerca de arame, os ouvidos atentos para o farfalhar de asas, que não vinha.

Buscara a lamparina, que mal clareava, mas que o ajudou a constatar o faltante.

O que acontecera com o seu urubu? Acasalara-se? Estaria nalguma fresta da

pedreira, preparando o ninho para os ovos? Quase não dormia naquelas noites e

o pouco era entrecortado de soninhos, madornas, sonhos malsonhados de sono

maldormido. Onde andaria o seu urubu?

Precisava ir à pedreira, que não era tão longe, mas impossível para ele, que

se andasse muito, o sangue lhe ocorreria até as alpergatas. “Maldita hemorrêima!”

– clamava.

Mandou a Afilhada chamar aquele moço que sempre pegava alguma

empreitada. Disse a ele, pedindo-lhe encarecidamente, que vasculhassem a

pedreira, o que foi feito em vão.

Passavam-se os dias e nada do urubu aparecer. Ele também já pouco se

levantava do catre, aperreado, nervoso, cismado, encabulado, o mais para conferir

os amigos negros que não passavam de onze. Onde estaria seu décimo segundo

apóstolo? E falava com eles, perguntando pelo desaparecido. Alguns grasnavam,

decerto respondendo que não sabiam.

O Velho já não se alimentava mais. O leite com farinha agora sendo pouco,

quase nada, ele aceitava. Passava com o café e os inúmeros cigarros feitos, na

maior parte, pela Afilhada.

– Um remédio? O Padrinho quer um remédio?

Ele negava com a cabeça. Não queria nada, não! Queria era o seu urubu!

– Ele voltou? – perguntou o Padrinho.

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– Não. Não sei... – o que ela sabia contar não passava dos dedos de uma

das mãos.

Agora nada mais. Não se alimentava nem mais com café e o cigarro.

A Afilhada não tinha iniciativa, sempre fora mandada. Não alcançava as

consequências. Não chamou ninguém.

Era alta madrugada, ainda, o Velho notou um clarão de aurora e levantou-

se, afoito. Estava disposto e leve. Saiu para fora. Divisou, com alegria, todos os doze

urubus no velho ipê seco, saltando no gingado desengonçado deles, de um galho

a outro, na comemoração de volta do companheiro. E este era todo raio de luz,

refulgente, resplendor. Um urubu-pavão, virou, será? – pensou o velho, pelas tais e

tantas cores. Aí o resplandecente bateu asas, volteou a árvore, fez círculos curtos

em torno do Velho, toda pompa, a cumprimentá-lo, as asas coloridas emanando

luz, farfalhou em voo rasante pela cabeça do amigo, a convidá-lo. Ele, não sabe

como, aceitou e partiu voando também, seguindo o seu urubu procurando

as camadas favoráveis de ar, planando na gostosura!... Muito admirado, feliz,

avistava lá de cima as divisas da fazendola, o gadinho sendo, formado com os

outros, que se juntaram, a esquadrilha da amizade, do reencontro, até que o sol

se anunciou, o discão vermelho no horizonte, o bando se dirigindo para aquela

direção, sumindo, sumindo, pintas pretas...

Como já era tarde, o dia avançando, a Afilhada foi até o quarto levar o

caneco de café, talvez o Padrinho aceitasse. Se admirou e ficou também feliz,

pois nunca, desde quando chegara àquela casa, vira o padrinho sorrir. E agora, o

sorriso dele, tão bonito, o semblante no seu quieto de paz, os olhos abertos, bem

abertos, talvez perscrutando horizontes, acompanhando o seu urubu brilhante.

01 Tomando como base o conto lido, identifique:

• Personagens

• Tempo (exemplifique com elementos do texto)

• Conflito

• Espaço

02 Qual é o clímax desse conto?

03 Qual é o desfecho do conto?

04 Em sua opinião, por que o Velho não sabia o nome da Afilhada? E por que a Afilhada não sabia o nome do velho?

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Prática de escrita

Este é o momento de você observar o clímax e o desfecho da sua produção inicial. Caso estes elementos não estejam bem definidos, aprimore-os, utilizando os conhecimentos construídos até aqui e muita criatividade. Mãos à obra!

DESAFIO

No conto lido o autor escreve as palavras “Velho e Afilhada” com as letra iniciais maiúsculas. Por que em sua opinião o autor faz isso?

AULA 08

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Partilhar com colegas as percepções de leitura dos contos lidos e/ou ouvidos.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Ler contos, identificando seus elementos e características próprias.

Conceito

Conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. O conto apresenta um narrador. Esse narrador pode fazer a narração em 1ª ou em 3ª pessoa. O narrador em 1ª pessoa pode ser chamado de narrador personagem. Ele conta e participa da história como personagem. O narrador na 3ª pessoa pode ser o narrador-observador que conta a história na sem participar das ações. E o narrador-onisciente que também conta a história em 3ª pessoa, mas ele conhece tudo sobre os personagens, conhece suas emoções e pensamentos.

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Prática de oralidade

• Quem você acha que está contando essas histórias? • Quem conta as histórias são os próprios personagens? • Os narradores contam as histórias observando-as de maneira imparcial ou conhecem

profundamente os personagens?

Prática de leitura

Leia os trechos abaixo e, em seguida, responda às perguntas com atenção, em seu caderno, voltando ao texto sempre que necessário.

Trecho 1

Felicidade clandestina

[...] Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela

dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de

modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia

as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e

silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição

muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas.

Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A

senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que

essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou:

mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! [...]

Trecho 2

O velho e os urubus

[...] Mas um dia, que sempre há um dia, o sol já havia entrado e a contagem

só acusou onze urubus. O Velho saiu do seu banco e andou daqui prali, rodando,

achando que errara no contar ou que o faltante poderia estar encoberto por

um galho mais grosso. Mas não estava. Virou obsessão. Cada noite, ele beirando

a cerca de arame, os ouvidos atentos para o farfalhar de asas, que não vinha.

Buscara a lamparina, que mal clareava, mas que o ajudou a constatar o faltante.

O que acontecera com o seu urubu? Acasalara-se? Estaria nalguma fresta da

pedreira, preparando o ninho para os ovos? Quase não dormia naquelas noites e

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o pouco era entrecortado de soninhos, madornas, sonhos malsonhados de sono

maldormido. Onde andaria o seu urubu? [...]

01 Comparando os dois trechos, você acha que é diferente o modo de contar a história? Por quê?

02 Que tipo de narrador está presente nos dois trechos? Exemplifique com partes do texto.

03 Reescreva o trecho 1 como se você fosse um narrador-onisciente.

04 Reescreva o trecho 2 como se você fosse um narrador personagem.

Prática de escrita

Retome mais uma vez a sua produção, desta vez para observar o tipo de narrador que você empregou na sua história. Procure ser bastante coerente, cuidando para que a escolha do foco narrativo perpasse todo o seu texto, não confundindo 1ª e 3ª pessoas. Vale ressaltar, ainda, que se você optou pela narrativa em 3ª pessoa, deve observar também se o narrador é apenas um observador dos fatos, ou conhece as emoções e pensamentos das personagens, ou seja, é um narrador onisciente.

DESAFIO

Leia o trecho abaixo, retirado do conto “O Velho e os urubus.”

“Cada noite, ele beirando a cerca de arame, os ouvidos atentos para o

farfalhar de asas, que não vinha.”

Agora, atribua um significado para a expressão destacada.

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AULA 09

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e a análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Partilhar com colegas as percepções de leitura dos contos lidos e/ou ouvidos.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Ler contos, identificando seus elementos e características próprias.

u Refletir sobre o emprego das flexões verbais.

Conceito

Num conto literário os tempos verbais são de extrema de importância. Verbos são palavras variáveis que têm a propriedade de localizar o fato no tempo em relação ao momento em que se fala. Podem ser flexionadas em três tempos básicos: presente, passado e futuro. O presente indica uma ação, estado ou fenômeno da natureza que ocorre no momento em que se fala; o futuro, algo que irá ocorrer após o momento em que se fala; e o pretérito, por sua vez, se aplica a fatos anteriores ao momento da fala. Sempre que o autor quer marcar o grau de certeza de que um fato realmente ocorreu, está previsto ou prestes a ocorrer, utiliza o modo indicativo, que retrata situações consideradas reais por parte de quem fala.

Prática de oralidade

• Retome os contos “Biruta” e “O velho e os urubus” e localize expressões que marcam o tempo.

• No trecho do texto Biruta “Ajoelhou-se, arregaçou as mangas da camisa e começou a lavar os pratos.” Que palavras marcam o tempo?

• O tempo marcado por estas palavras está se realizando, já se realizou ou ainda vai se realizar?

• Qual o nome da palavra que indica o tempo em que a ação se desenvolve?

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Prática de leitura

Leia o trecho a seguir, retirado do texto Biruta e, em seguida, responda às questões propostas:

Biruta

[...] Lembrou-se do dia em que o cachorro entrou na geladeira e tirou de

lá a carne. Leduina ficou desesperada, vinham visitas para o jantar, precisava

encher os pasteis, “Alonso, você não viu onde deixei a carne?” Ele estremeceu.

Biruta! Disfarçadamente foi à garagem no findo do quintal, onde dormia com

o cachorro num velho colchão metido num ângulo da parede. Biruta estava

lá, deitado bem em cima do travesseiro, com a posta de carne entre as patas,

comendo tranquilamente. Alonso arrancou-lhe a carne, escondeu-a dentro da

camisa e voltou à cozinha. Deteve-se na porta ao ouvir Leduína queixar-se à dona

Zulu que a carne dasaparecera, aproximava-se a hora do jantar e o açougue já

estava fechado, “que é que eu faço, dona Zulu?!”

Ambas estavam na sala. Podia entrever a patroa a escovar freneticamente

os cabelos. Ele então tirou a carne de dentro da camisa, ajeitou o papel já todo

roto que a envolvia e entrou com a posta na mão.

– Está aqui, Leduína.

– Mas falta um pedaço!

– Esse pedaço eu tirei pra mim. Eu estava com vontade de comer um bife e

aproveitei quando você foi na quitanda.[...]

Prática de análise da língua

01 Identifique, dentre os seguimentos abaixo, retirados do conto “Biruta” os que se passam no momento em que acontecem (presente) e os que já aconteceram (passado - pretérito)

a) “Lembrou-se do dia em que o cachorro entrou na geladeira e tirou de lá a carne.”

b) “Leduina ficou desesperada, vinham visitas para o jantar...”

c) “Alonso, você não viu onde deixei a carne?”

d) “Biruta estava lá, deitado bem em cima do travesseiro...”

e) “Alonso arrancou-lhe a carne, escondeu-a dentro da camisa e voltou à cozinha.”

f ) “Ele então tirou a carne de dentro da camisa.”

g) “Está aqui, Leduína.”

h) “... que é que eu faço, dona Zulu?!”

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02 Você reparou que a maioria dos seguimentos aconteceram no passado. Em sua opi-nião por que ocorre isso?

03 No exercício número 1, bem como no trecho acima, há dois seguimentos no presente: “Está aqui, Leduína.” “...que é que eu faço, dona Zulu?!” Em sua opinião, por que a autora utilizou esse tempo verbal?

04 No trecho, “Alonso arrancou-lhe a carne, escondeu-a dentro da camisa e voltou à cozinha.” O que os verbos destacados expressam com relação ao tempo verbal?

Prática de escrita

DESAFIO

Este é o momento de você observar o emprego dos tempos verbais (passado e presente) em sua produção inicial. Caso estes elementos não estejam bem definidos, aprimore-os, utilizando os conhecimentos construídos até aqui e muita criatividade. Mãos à obra!

AULA 10

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e a análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Ler contos, identificando seus elementos e características próprias.

u Antecipar o conteúdo das leituras com base em indícios como título do texto, autor, ilustrações, mensagens etc.

u Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

u Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

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Conceito

Coesão e coerência: a utilização adequada dos elementos coesivos como conjunções, pronomes, advérbios etc. permite uma concatenação perfeita entre as partes do texto, estabelece relações lógico-discursivas e forma uma unidade de sentido coesa e coerente.

Prática de oralidade

• O título do texto é “Conto de mistério”. O que vocês acham que será o assunto do texto?

• Você conhece algum conto de mistério? Que tal contá-lo para a turma?• Vamos ler hoje um conto do escritor Stanislaw Ponte preta, intitulado “Conto de

mistério”. Você conhece este conto e o seu autor? • Em caso negativo, imagine o mistério de que trata o conto e o seu desfecho.

Prática de leitura

Conto de mistério

Stanislaw Ponte Preta

Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.

Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um

guaraná. O outro sorriu e se aproximou:

– Siga-me! – foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no

guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele – a uma

distância de uns dez a doze passos – entrou também.

Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que

ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e

bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.

Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no

centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de

barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor parecia ter medo do que ia

fazer. Não hesitou – porém – quando o homem que entrara na frente apontou

para o que entrara em seguida e disse: “É este”.

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O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que

falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um

aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e

entregou ao parceiro. Depois se virou para sair. O que entrara com ele disse que

ficaria ali.

Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando

alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar

a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora

depois, entrava em casa a berrar para a mulher:

– Julieta! Ó Julieta... Consegui.

A mulher veio lá de dentro enxugando as mãos em um avental, a sorrir de

felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o

pacote e verificou que o marido conseguira mesmo. Ali estava: um quilo de feijão.

Disponível em: www.casadobruxo.com.br. PORTO, Sérgio

(Stanislaw Ponte Preta) Conto de Mistério. Acesso: 11.12.2012

01 O que poderia estar acontecendo para o personagem ter passado por tanto suspense para obter aquele simples quilo de feijão?

02 Alguns elementos linguísticos ajudam a construir o mistério no conto. Destaque al-guns como os adjetivos que descrevem o ambiente, dando a ideia de mistério.

Prática de análise da língua

01 Releia o trecho:

“Não hesitou – porém – quando o homem que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse: “É este”. Que ideia expressa o termo destacado?

02 Leia novamente este trecho: “Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco”. Que ideia a palavra então expressa no contexto?

03 No trecho: “Ali parecia não haver ninguém.”A que termo a palavra ali se refere?

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Prática de escrita

DESAFIO

Que tal vocês modificarem o fim do conto? Crie um final bem interessante para o Conto de mistério. Não se esqueça de usar palavras para criar emoção e suspense.

AULA 11

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o Gênero Conto, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Ler contos em diferentes suportes.

u Compreender o sentido global do gênero conto.

u Ler conto de mistério, identificando seus elementos textuais.

Prática de oralidade

01 Retome o Conto de Mistério, estudado na aula anterior. Qual o seu tema?

02 Como se constrói o clima de mistério no conto?

03 A partir do conto é possível fazer uma descrição dos personagens? Por quê?

04 E quanto ao ambiente? Como ele se encaixa no mistério do conto?

Conceito

Os contos de suspense ou mistério se caracterizam, entre outros elementos, por apresentar um crime ou um mistério a ser desvendado; há sempre um mistério a ser desvendado. O suspense, o medo e o desejo de saber são ingredientes importantes na trama e a investigação do enigma corresponde ao foco principal da história.

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Prática de leitura

Leia outro conto de mistério, a seguir, e responda às questões propostas:

O Caso do Cofre Arrombado

Alberto Filho

O Inspetor Arruda acaba de receber um telefonema misterioso. A pessoa

do outro lado da linha estava desesperada:

– Por favor, venha depressa! Houve um assalto aqui na Rua do Beco 45...

Uiii, acho que vou desmaiar...

E dizendo isso, a ligação foi interrompida. O inspetor ainda escutou o

barulho de alguma coisa caindo no chão. Pelo barulho parecia um corpo...

Chegando no local indicado, o Inspetor entrou e viu uma pessoa caida no

chão ao lado de um birô.

Em sua cabeça havia um grande galo, o que indicava que ele fora atingido

por alguém. O mesmo ainda estava desacordado...

O Inspetor aproveitou o tempo para analisar a cena do crime, e constatou

que um cofre, que havia no local, fora arrombado e limpo pelo gatuno.

O homem ao acordar lhe relatou:

– Sou o tesoureiro e o último a sair sempre. Escapei por sorte. Um homem

armado entrou na sala e me atingiu com uma coronhada. Ainda consegui alcançar

o telefone, e quando estava conversando com o senhor, não mais aguentei e

desmaiei caindo no chão...

Após analisar tudo o Inspetor concluiu que ele estava mentindo. O que

levou o Inspetor a deduzir isso?

http://sitededicas.uol.com.br/enigma_17a.htm

01 Leia o conceito apresentado acima e relacione-o ao conto lido. Escreva um comentá-rio comprovando que se trata realmente de um conto de mistério.

02 Qual o mistério a ser resolvido?

03 Que pistas nos são dadas para a resolução do mistério?

04 A conclusão do inspetor ao final da investigação é de que o homem estava mentindo. Como ele poderia saber?

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Prática de escrita

DESAFIO

Você verá agora a solução para o mistério do cofre roubado.

SOLUÇÃO:O Inspetor Arruda sabe que o tesoureiro está mentindo, porque se tudo tivesse acontecido

como ele dissera, o telefone não poderia estar intocado, sobre o gancho. Seria mais lógico que ao interromper a ligação, no momento do desmaio, o telefone tivesse caído no chão junto com ele. Mas, não foi o que o inspetor encontrou ao chegar ao local do assalto, quando ainda a suposta vítima estava desacordada.

E então, o que você achou desse final? Se fosse você o autor, como resolveria esse caso? Escreva um novo desfecho com a sua versão.

AULA 12

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Ler conto de autor goiano.

u Partilhar com os colegas as percepções de leitura do conto lido.

u Conhecer a cultura local, com base nos aspectos culturais e linguísticos presentes no conto.

u Observar o uso da língua de maneira a dar conta da variação intrínseca.

u Analisar as formas do oral, o falar cotidiano, as marcas da goianidade no conto lido.

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Conceito

O conto deve produzir, em quem o lê, um efeito de impacto. Esse efeito tanto pode resultar da natureza insólita do que foi contado, da feição surpreendente do episódio ou do modo como foi contado.

Prática de leitura

Bernardo Élis Fleury de Campos Curado (1915 – 1997), nasceu em Corumbá de Goiás (GO). Advogado, professor, poeta, contista e romancista. Em 1939, transferiu-se para Goiânia, onde foi nomeado secretário da Prefeitura Municipal, tendo exercido as funções de prefeito por duas vezes. Com um livro de poesias e outro de contos, que pretendia publicar, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, em 1942. Não conseguindo seu intento, voltou a Goiás. Fundou a revista Oeste e nela publicou o conto “Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá”. Recebeu vários prêmios, dentre eles o Prêmio Jabuti, e ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1975.

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às questões propostas:

Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá

Bernardo Élis

– Fio, fais um zoio de boi lá fora pra nois.– O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça, e no terreiro,

debaixo da chuva miúda e continuada, enfincou o calcanhar na lama, rodou sobre ele o pé, riscando com o dedão uma circunferência no chão mole – outra e mais outra. Três círculos entrelaçados, cujos centros formavam um triângulo equilátero. Isto era simpatia para fazer estiar. E o menino voltou: – Pronto, vó

– O rio já encheu mais? – perguntou ela– Chi, tá um mar d’água! Qué vê, espia, – e apontou com o dedo para fora do

rancho. A velha foi até a porta e lançou a vista. Para todo lado havia água. Somente para o sul, para a várzea, é que estava mais enxuto, pois o braço do rio aí era pequeno. A velha voltou para dentro, arrastando-se pelo chão, feito um cachorro, cadela, aliás: era entrevada. Havia vinte anos apanhara um “ar de estupor” e desde então nunca mais se valera das pernas, que murcharam e se estorceram.

Começou a escurecer nevroticamente. Uma noite que vinha vagaro-samente, irremediavelmente, como o progresso de uma doença fatal.

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O Quelemente, filho da velha, entrou. Estava ensopadinho da silva. Dependurou numa forquilha a caroça, – que é a maneira mais analfabeta de se esconder da chuva, – tirou a camisa molhada do corpo e se agachou na beira da fornalha.

– Mãe, o vau tá que tá sumino a gente. Este ano mesmo, se Deus ajudá, nois se muda. Onde ele se agachou, estava agora uma lagoa, da água escorrida da calça de algodão grosso.

A velha trouxe-lhe um prato de folha e ele começou a tirar, com a colher de pau, o feijão quente da panela de barro. Era um feijão brancacento, cascudo, cozido sem gordura. Derrubou farinha de mandioca em cima, mexeu e pôs-se a fazer grandes capitães com a mão, com que entrouxava a bocarra.

Agora a gente só ouvia o ronco do rio lá embaixo – ronco confuso, rouco, ora mais forte, ora mais fraco, como se fosse um zunzum subterrâneo.

A calça de algodão cru do roceiro fumegava ante o calor da fornalha, como se pegasse fogo.

Já tinha pra mais de oitenta anos que os dos Anjos moravam ali na foz do Capivari no Corumbá. O rancho se erguia num morrote a cavaleiro de terrenos baixos e paludosos. A casa ficava num triângulo, de que dois lados eram formados por rios, e o terceiro, por uma vargem de buritis. Nos tempos de cheias os habitantes ficavam ilhados, mas a passagem da várzea era rasa e podia-se vadear perfeitamente. No tempo da guerra do Lopes, ou antes ainda, o avô de Quelemente veio de Minas e montou ali sua fazenda de gado, pois a formação geográfica construíra um excelente apartador. O gado, porém, quando o velho morreu, já estava quase extinto pelas ervas daninhas. Daí para cá foi a decadência. No lugar da casa de telhas, que ruiu, ergueram um rancho de palhas. A erva se incumbiu de arrasar o resto do gado e as febres as pessoas.

“– Este ano, se Deus ajudá, nois se muda.” Há quarenta anos a velha Nhola vinha ouvindo aquela conversa fiada. A princípio fora seu marido: “– Nois precisa de mudá, pruquê senão a água leva nois”. Ele morreu de maleita e os outros continuaram no lugar. Depois era o filho que falava assim, mas nunca se mudara. Casara-se ali: tivera um filho; a mulher dele, nora de Nhola, morreu de maleita. E ainda continuaram no mesmo lugar a velha Nhola, o filho Quelemente e o neto, um biruzinho sempre perrengado.

A chuva caía meticulosamente, sem pressa de cessar. A palha do rancho porejava água, fedia a podre, derrubando dentro da casa uma infinidade de bichos que a sua podridão gerava. Ratos, sapos, baratas, grilos, aranhas,o diabo refugiava-se ali dentro, fugindo à inundação, que aos poucos ia galgando a perambeira do morrote.Quelemente saiu ao terreiro e olhou a noite. Não havia céu, não havia horizonte – era aquela coisa confusa, translúcida e pegajosa. Clareava as trevas o

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branco leitoso das águas que cercavam o rancho. Ali pras bandas da vargem é que ainda se divisava o vulto negro e mal recortado do mato. Nem uma estrela. Nem um pirilampo. Nem um relâmpago. A noite era feito um grande cadáver, de olhos abertos e embaciados. Os gritos friorentos das marrecas povoavam de terror o ronco medonho da cheia.

No canto escuro do quarto, o pito da velha Nhola acendia-se e apagava-se sinistramente, alumiando seu rosto macilento e fuxicado.

– Ocê bota a gente hoje em riba do jirau, viu? – pediu ela ao filho. – Com essa chuveira de dilúvio, tudo quanto é mundice entra pro rancho e eu num quero drumi no chão não.

Ela receava a baita cascavel que inda agorinha atravessara a cozinha numa intimidade pachorrenta.

Quelemente sentiu um frio ruim no lombo. Ele dormia com a roupa ensopada, mas aquele frio que estava sentindo era diferente. Foi puxar o baixeiro e nisto esbarrou com água. Pulou do jirau no chão e a água subiu-lhe ao umbigo. Sentiu um aperto no coração e uma tonteira enjoada. O rancho estava viscosamente iluminado pelo reflexo do líquido. Uma luz cansada e incômoda, que não permitia divisar os contornos das coisas. Dirigiu-se ao jirau da velha. Ela estava agachada sobre ele, com um brilho aziago no olhar.

Lá fora o barulhão confuso, subterrâneo, sublinhado pelo uivo de um cachorro.

– Adonde será que tá o chulinho?Foi quando uma parede do rancho começou a desmoronar. Os torrões de

barro do pau-a-pique se desprendiam dos amarrilhos de embiras e caíam nágua com um barulhinho brincalhão – tchibungue – tibungue. De repente, foi-se todo o pano de parede. As águas agitadas vieram banhar as pernas inúteis de mãe Nhola:

– Nossa Senhora d›Abadia do Muquém! – Meu Divino Padre Eterno! O menino chorava aos berros, tratando de

subir pelos ombros da estuporada e alcançar o teto. Dentro da casa, boiavam pedaços de madeira, cuias, coités, trapos e a superfície do líquido tinha umas contorções diabólicas de espasmos epiléticos, entre as espumas alvas.

– Cá, nego, cá, nego – Nhola chamou o chulinho que vinha nadando pelo quarto, soprando a água. O animal subiu ao jirau e sacudiu o pelo molhado, tremulo, e começou a lamber a cara do menino.

O teto agora começava a desabar, estralando, arriando as palhas no rio, com um vagar irritante, com uma calma perversa de suplício. Pelo vão da parede desconjuntada podia-se ver o lençol branco. – que se diluía na cortina diáfana.

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leitosa do espaço repleto de chuva. – e que arrastava as palhas, as taquaras da parede, os detritos da habitação. Tudo isso descia em longa fila, aos mansos boléus das ondas, ora valsando em torvelinhos, ora parando nos remansos enganadores. A porta do rancho também ia descendo. Era feita de paus de buritis amarrados por embiras.

Quelemente nadou, apanhou-a, colocou em cima a mãe e o filho, tirou do teto uma ripa mais comprida para servir de varejão, e lá se foram derivando, nessa jangada improvisada.

– E o chulinho? – perguntou o menino, mas a única resposta foi mesmo o uivo do cachorro.

Quelemente tentava atirar a jangada para a vargem, a fim de alcançar as árvores. A embarcação mantinha-se a coisa de dois dedos acima da superfície das águas, mas sustinha satisfatoriamente a carga. O que era preciso era alcançar a vargem, agarrar-se aos galhos das árvores, sair por esse único ponto mais próximo e mais seguro. Daí em diante o rio pegava a estreitar-se entre barrancos atacados, até cair na cachoeira. Era preciso evitar essa passagem, fugir dela. Ainda se tivesse certeza de que a enchente houvesse passado acima do barranco e extravasado pela campina adjacente a ele, podia-se salvar por ali. Do contrário, depois de cair no canal, o jeito era mesmo espatifar-se na cachoeira.

– É o mato? – perguntou engasgadamente Nhola, cujos olhos de pua furavam o breu da noite.

Sim. O mato se aproximava, discerniam-se sobre o líquido grandes manchas, sonambulicamente pesadas, emergindo do insondável – deviam ser as copas das árvores. De súbito, porém, a sirga não alcançou mais o fundo. A correnteza pegou a jangada de chofre, fê-la tornear rapidamente e arrebatou-a no lombo espumarento. As três pessoas agarraram-se freneticamente aos buritis, mas um tronco de árvore que derivava chocou-se com a embarcação, que agora corria na garupa da correnteza.

Quelemente viu a velha cair nágua, com o choque, mas não pôde nem mover-se: procurava, por milhares de cálculos, escapar à cachoeira, cujo rugido se aproximava de uma maneira desesperadora. Investigava a treva, tentado enxergar os barrancos altos daquele ponto do curso. Esforçava-se para identificar o local e atinar com um meio capaz de os salvar daquele estrugir encapetado da cachoeira.

A velha debatia-se, presa ainda à jangada por uma mão, despendendo esforços impossíveis por subir novamente para os buritis. Nisso Quelemente notou que a jangada já não suportava três pessoas. O choque com o tronco de árvore havia arrebentado os atilhos e metade dos buritis havia-se desligado e rodado. A velha não podia subir, sob pena de irem todos para o fundo. Ali já não cabia ninguém. Era o rio que reclamava uma vítima.

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As águas roncavam e cambalhotavam espumejantes na noite escura que cegava os olhos, varrida de um vento frio e sibilante. A nado, não havia força capaz de romper a correnteza nesse ponto. Mas a velha tentava energicamente trepar novamente para os buritis, arrastando as pernas mortas que as águas metiam por baixo da jangada. Quelemente notou que aquele esforço da velha estava fazendo a embarcação perder a estabilidade. Ela já estava quase abaixo das águas. A velha não podia subir. Não podia. Era a morte que chegava. abraçando Quelemente com o manto líquido das águas sem fim. Tapando a sua respiração, tapando seus ouvidos, seus olhos, enchendo sua boca de água, sufocando-o, sufocando-o, apertando sua garganta. Matando seu filho que era perrengue e estava grudado nele.

Quelemente segurou-se bem aos buritis e atirou um coice valente na cara aflissurada da velha Nhola. Ela afundou-se para tornar a aparecer, presa ainda à borda da jangada, os olhos fuzilando numa expressão de incompreensão e terror espantado. Novo coice melhor aplicado e um tufo d’água espirrou no escuro. Aquele último coice, entretanto, desequilibrou a jangada, que fugiu das mãos de Quelemente, desamparando-o no meio do rio.

Ao cair, porém, sem querer, ele sentiu sob seus pés o chão seguro. Ali era um lugar raso. Devia ser a campina adjacente ao barranco. Era raso. O diabo da correnteza, porém, o arrastava, de tão forte. A mãe, se tivesse pernas vivas, certamente teria tomado pé, estaria salva. Suas pernas, entretanto, eram uns molambos sem governo, um estorvo.

Ah! se ele soubesse que aquilo era raso, não teria dado dois coices na cara da velha, não teria matado uma entrevada que queria subir para a jangada num lugar raso, onde ninguém se afogaria se a jangada afundasse...

Mas quem sabe ela estava ali, com as unhas metidas no chão, as pernas escorrendo ao longo do rio?

Quem sabe ela não tinha rodado? Não tinha caído na cachoeira. Cujo ronco escurecia mais ainda atreva?

– Mãe, ô, mãe!– Mãe, a senhora tá aí?E as águas escachoantes, rugindo, espumejando, refletindo cinicamente a

treva do céu parado, do céu defunto, do céu entrevado, estuporado.– Mãe, ô, mãe! Eu num sabia que era raso. – Espera aí, mãe! O barulho do rio ora crescia, ora morria e Quelemente foi-se metendo

por ele a dentro. A água barrenta e furiosa tinha vozes de pesadelo, resmungo de fantasmas, timbres de mãe ninando filhos doentes, uivos ásperos de cães

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danados. Abriam-se estranhas gargantas resfolegantes nos torvelinhos malucos e as espumas de noivado ficavam boiando por cima, como flores sobre túmulos.

– Mãe! – lá se foi Quelemente, gritando dentro da noite, até que a água lhe encheu a boca aberta, lhe tapou o nariz, lhe encheu os olhos arregalados, lhe entupiu os ouvidos abertos à voz da mãe que não respondia, e foi deixá-lo, empazinado, nalgum perau distante, abaixo da cachoeira.

Caminhos das Gerais, Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1975

01 A que se refere o título do texto?

02 Por que Clemente, ao invés de tentar salvar sua mãe, a empurrou para dentro do rio?

03 Qual foi a reação de Quelemente ao perceber que a mãe fora tragada pelas águas do rio?

04 Que final é reservado a Quelemente?

Prática de oralidade

1. Como se sentiu ao ler a história?

2. Você acha que este fato aconteceu realmente?

3. A enchente é uma ação que acontece nos dias atuais?

4. O que podemos fazer para impedir esta ação da natureza?

Prática de análise da língua

DESAFIO

Destacamos, abaixo, todas as palavras e expressões presentes no texto que são marcas da goianidade. O autor faz uso dessas palavras e expressões para marcar a cultura local, dar vida, beleza e espontaneidade ao texto. Explique o significado de cada expressão, no quadro abaixo:

• – Fio fais um zoio de boi lá fora pra nois• ...enfincou o calcanhar na lama (...) Isto era simpatia para fazer estiar.• – Chi, tá um mar d’água! Que vê, espia...• Estava ensopadinho da silva.• Dependurou numa forquilha a caroça• ... mexeu e pôs-se a fazer grandes capitães com a mão...

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• ... um biruzinho sempre perrengado.• – Ocê bota agente hoje em riba do jirau • O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça...• – Adonde será que tá chulinho?• Eu num sabia que era raso.

EXPRESSÕES SIGNIFICADO

Amplie o quadro buscando, junto aos familiares e à comunidade, expressões que caracterizem a goianidade, ou seja, o jeito goiano de falar.

AULA 13

Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero Objetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Identificar informações explícitas e implícitas para a compreensão de textos.

u Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso de figuras de linguagem.

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Prática de oralidade

• Você sabe o que são figuras de linguagem?• Para que elas servem?• Quais figuras de linguagem você conhece?

Conceito

Figuras de linguagem são recursos linguísticos utilizados na fala ou na escrita para tornar mais expressiva a mensagem transmitida. Reconhecer as figuras de linguagem, além de auxiliar o leitor compreender melhor os textos literários, deixa-os mais sensíveis à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras e dos textos. São exemplos de figuras de linguagem:

Metáfora é uma figura de linguagem em que há o emprego de uma palavra ou uma expressão, em um sentido que não é o seu usual, por uma relação de semelhança entre os dois termos.

Comparação é uma figura de linguagem que consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança. Ela se diferencia da metáfora por ser feita por meio de um conectivo (com, como, parecia, tal, qual, assim, quanto, etc.).

Prosopopeia é uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de personificação.

Sinestesia é uma figura de linguagem que consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes, por exemplo: o gosto com o cheiro, ou a visão com o tato.

Gradação é uma figura de linguagem que consiste em dispor as ideias em ordem crescente ou decrescente. Quando o encadeamento das ideias se faz na ordem crescente temos o  “clímax”, ou seja, o encadeamento caminha em direção ao “clímax”;  quando em ordem decrescente, ao “anticlímax”. 

Marina Colasanti (Asmara, Etiópia, 1937) chegou ao Brasil em 1948, e sua família se radicou no Rio de Janeiro. Entre 1952 e 1956 estudou pintura com Catarina Baratelle; em 1958 já participava de vários salões de artes plásticas, como o III Salão de Arte Moderna. Nos anos seguintes, atuou como colaboradora de periódicos, apresentadora de televisão e roteirista. Em 1968, foi lançado seu primeiro livro, Eu Sozinha; de lá para cá, publicaria mais de 30 obras, entre literatura infantil e adulta. Seu primeiro livro de poesia, Cada Bicho seu Capricho, saiu em 1992. Em 1994 ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia, por Rota de Colisão (1993), e o Prêmio Jabuti Infantil ou Juvenil, por Ana Z Aonde Vai Você?. Suas crônicas estão reunidas em vários livros, dentre os quais Eu Sei, mas não Devia (1992). Nelas, a autora reflete, a partir de fatos cotidianos, sobre a situação feminina, o amor, a arte, os problemas sociais brasileiros, sempre com aguçada sensibilidade.

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Prática de leitura

Leia o conto “A Moça Tecelã”, de Marina Colassanti e, em seguida, responda às questões que se seguem:

A Moça Tecelã

Marina Colasanti

Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das

beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.

Linha clara, para começar o dia.  Delicado traço cor da luz, que ela ia

passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã

desenhava o horizonte.

Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete

que nunca acabava.

Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava

na lançadeira grossos fios cinzentos    do algodão    mais felpudo.  Em breve, na

penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos

rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.

Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e

espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para

que o sol voltasse a acalmar a natureza.

Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes

pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.

Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de

escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha,

suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu

fio de escuridão, dormia tranquila.

Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.

Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu

sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.

Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca

conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam

companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto

barbado, corpo aprumado, sapato engraxado.  Estava justamente acabando de

entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.

Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de

pluma, e foi entrando em sua vida.

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Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que

teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.

E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos,

logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou

a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.

– Uma casa melhor é necessária – disse para a mulher.  E parecia justo,

agora que eram dois.  Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios

verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.

Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.

– Para que ter casa, se podemos ter palácio? – perguntou.  Sem querer

resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.

Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e

pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para

chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia

e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da

lançadeira.

Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu

para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.

– É para que ninguém saiba do tapete – ele disse. E antes de trancar a porta

à chave, advertiu: – Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!

Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio

de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer

era tudo o que queria fazer.

E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu

maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em

como seria bom estar sozinha de novo.

Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando

com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da

torre, sentou-se ao tear.

Desta vez não precisou escolher linha nenhuma.  Segurou a lançadeira

ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer

seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins.  Depois

desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente

se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.

A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e,

espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o dese nho

escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido,

o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.

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Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E

foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu

na linha do horizonte.

Extraído do livro Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento, Global Editora , Rio de Janeiro, 2000

Prática de análise da língua

01 Observe o trecho do primeiro parágrafo “Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite.” Que impressões sensoriais estão presentes nele? E qual o efeito de sentido que ela provoca?

02 Aponte no texto o parágrafo construído basicamente por prosopopeia e explique o efeito de sentido que essa figura de linguagem emprega ao texto.

03 No fragmento retirado do texto “Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas…”, há a presença de uma gradação crescente (clímax) ou decrescente (anticlímax)? Explique.

04 No texto A moça tecelã, as características das linhas escolhidas para tecer revelam, metaforicamente, dentre outras coisas, o estado de espírito da moça. Explique a relação das cores das linhas escolhidas no início e no final do texto para demonstrar o estado de espírito da moça.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome seu conto e observe se a sua escrita deixará o (a) leitor (a) mais sensível à beleza da linguagem e ao significado simbólico das palavras. Caso não tenha explorado a linguagem metafórica, este é o momento de fazê-lo. Então, vamos lá: utilize os conhecimentos construídos nesta aula e uma boa dose de sensibilidade para deixar o seu texto mais poético, mais literário.

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AULA 14

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita, e análise da língua.

Expectativas de aprendizagem

u Partilhar com os colegas as percepções de leitura de contos lidos e ouvidos.

u Valorizar a leitura literária como fonte de entretenimento e prazer.

u Antecipar o conteúdo das leituras com base em indícios como autor, título do texto, ilustrações.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Analisar o emprego dos discursos direto, indireto e indireto livre, distinguindo as falas do narrador e das personagens nos contos literários.

Conceito

De acordo com o dicionário Discurso é uma palavra de origem latina  discursu(m) e significa: ação de correr por/ou para várias partes. Discorrer sobre vários assuntos. No plano da oratória, designa a elocução pública, que visa a comover e persuadir. Temos três tipos de discursos:

Discurso direto -  O narrador reproduz o discurso com as próprias palavras do interlocutor. Esse discurso possui duas características fundamentais: a primeira é que a fala do personagem vem introduzida por um verbo dicendi, isto é, um verbo que anuncia uma fala. A segunda característica é que antes da fala da personagem há geralmente, dois pontos e travessão.

Discurso indireto - O narrador usa suas próprias palavras para comunicar o que as personagens disseram. As falas dos personagens são reproduzidas por terceiros. O discurso indireto vem introduzido por um verbo dicendi e também apresenta conjunção subordinativa integrante (que, se).

Discurso indireto livre - Pode-se dizer que o discurso indireto livre é uma mistura do discurso direto com o discurso indireto, ou seja, é  um  discurso misto onde há maior 

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liberdade, pois  o  narrador  insere  a fala  do  personagem em sua maneira de contar, de  forma  sutil,  sem  fazer uso  das  marcas  do  discurso  direto: diálogos, etc.

Prática de oralidade

• Para você, em que consiste um discurso?• Em que situação ocorre um discurso? • O discurso pode estar presente em um conto literário?• O que lhe sugere o título deste conto?• Conhece a palavra tecelã? O que significa?• Você conhece alguma história interessante da escritora Marina Colasanti? Qual? • Ouviu de alguém? Quem?• Leu em algum outro livro de conto? Sabe quem é o seu autor?

Prática de leitura

Retome a leitura do texto “A moça tecelã” e responda às questões que se seguem:

Prática de análise da língua

Retome o texto e reflita sobre a linguagem e os discursos utilizados. Em seguida, responda às questões abaixo:

01 Sabemos que o discurso direto ocorre quando as personagens falam diretamente, sem intermédio do narrador, por meio de diálogos. Vamos identificar no texto, um trecho em que o discurso direto seja evidente.

02 O discurso indireto ocorre quando os personagens não falam diretamente, mas pre-cisam de um narrador para contar seus feitos. Você pode encontrar um trecho, no conto, em que predomine o discurso indireto?

03 O Discurso  indireto  livre é  um  discurso misto onde há maior  liberdade, pois  o  narrador  insere  a fala  do  personagem em sua maneira de contar, de  forma  sutil,  sem  fazer uso  das  marcas  do  discurso  direto: diálogos, etc. Agora, identifique o discurso pre-dominante nas falas abaixo e os transforme em discurso indireto livre:

a - “pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.”

b - “O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.”

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c - “deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.”

d - “– É para que ninguém saiba do tapete – ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: – Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!”

e - “E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.”

04 Imagine que a moça tecelã encontra sua melhor amiga, que há muito tempo não via. Narre, aqui, o diálogo das duas, após o marido ter entrado em sua vida. Empregue na sua narrativa, o discurso que você desejar.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome seu conto e observe se na sua escrita você explorou os tipos de discurso: direto, indireto, indireto livre. Caso não tenha explorado, este é o momento de fazê-lo. Então, vamos lá!

AULA 15

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Partilhar as percepções de leituras e conhecimentos sobre as diferentes culturas presentes no texto.

u Identificar os elementos textuais que caracterizam o gênero em estudo.

u Promover reflexão a respeito da figura feminina, criada pela autora, por meio dos aspectos culturais.

u Promover inferências entre literatura e realidade analisando o aspecto cultural que envolve a figura feminina.

u Discutir ideias, opiniões, formulação e verificação de hipóteses.

u Associar conteúdo e função social do gênero.

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Conceito

Para Edgar Allan Poe, o conto é uma narrativa curta, que sustenta sempre uma unidade de efeito. Para isso ele deve ser construído à base da economia dos meios narrativos, a fim de conseguir com um mínimo de meios, o máximo de efeitos.

Prática de oralidade

• Você conhece outras histórias que abordem a temática da mulher na sociedade? • Quais são os escritores ou escritoras que abordam a temática feminina na literatura

brasileira? • Para que serve a literatura? Por que e para que as pessoas escrevem? A literatura é

importante?

Prática de leitura

Releia o conto “A moça tecelã”, de Marina Colasanti e reflita sobre as questões abaixo, respondendo-as:

01 Qual a relação entre o título e o assunto do texto?

02 Por que a protagonista desistiu de haver criado o homem? Você concorda com a ati-tude da moça tecelã?

03 Pode-se dizer que o conto estudado é um conto de fadas? Por quê?

04 Você notou, no conto, que a personagem feminina revela um novo pensamento com relação aos costumes sociais? Qual? Você concorda com essa nova forma de pensar? Por quê?

Prática de escrita

DESAFIO

Agora, vamos retomar a sua produção textual anterior. Ao relê-la, irá repensá-la, pois durante este percurso surgiram novas ideias. Anote-as em outra folha, reescreva seu conto com as alterações que surgiram. Pode acontecer que, depois do estudo de tantos contos, você queira escrever, agora, sobre outra temática: a mulher, como fez Marina Colassanti em Moça tecelã, o sertanejo, de Nhola dos Anjos, ou de outra minoria socialmente excluída, como o negro, o índio, o homossexual etc. Se isso acontecer, não fique preocupado, pois você estará agindo como os escritores famosos que escrevem, e depois retomam o escrito para fazer novas alterações até que o conto esteja pronto. Mãos à obra!

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AULA 16

Sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Sistematizar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Contos literários, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Reformular os textos produzidos com base na reescrita orientada pelo professor, considerando sua finalidade, os possíveis leitores e as características do gênero.

u Caracterizar as personagens no conto literário produzido.

u Identificar e caracterizar o espaço e o tempo no conto literário.

u Utilizar os diferentes níveis de linguagem (coloquial, culta, regionalismo, jargão, gíria) no conto literário, conforme a situação.

u Analisar o emprego de discurso direto e indireto nas narrativas.

u Fazer reformulações que assegurem, também, as características próprias dos contos literários.

u Refletir sobre o emprego das flexões verbais.

Conceito

Um bom texto vem de um rascunho e passa por sucessivas versões em que será aperfeiçoado até chegar ao produto final. Desse modo, é muito importante que os estudantes tenham uma atitude crítica em relação à sua própria produção de textos. Com a atividade de reescrita o professor fornece marcas no texto que levam o estudante a observar o que deve ser melhorado em seu texto.

Prática de oralidade

• O que você achou do nosso estudo sobre contos? • Esse nosso estudo ajudou você a produzir seu conto?• Você gostou do conto que escreveu? Você acha que precisa melhorá-lo.

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Prática de leitura

01 Os elementos da narrativa, enredo, tempo conflito, clímax, desfecho, personagens, verossimilhança e narrador estão presentes neste texto?

02 Os tempos verbais estão bem definidos?

03 Você utilizou figuras de linguagem?

04 Na narrativa há a presença do discurso direto, indireto e indireto livre?

Prática de escrita

DESAFIO

Retome mais uma vez a sua produção e observe se as características do conto estudadas e discutidas se fazem presentes em seu conto. Aprimore as características que você considerar que não foram bem empregadas em seu texto.

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Editorial

AULA 17

Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gêneroObjetivo geral

Diagnosticar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Tomar contato com o editorial e outros textos de opinião.

u Discutir sobre a finalidade dos editoriais e demais textos de opinião de diferentes jornais e revistas.

u Ler com fluência e autonomia construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Produzir a primeira escrita de um Editorial.

Prática de oralidade

• Qual a importância da leitura para você?• Você costuma ler jornais e revistas?• Quais são as seções destes portadores que você mais gosta de ler?• Costumam ler as seções de opinião?

Conceito

Os Editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação.

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Prática de leitura

Leia os três textos abaixo, observando as semelhanças e diferenças entre os mesmos e, em seguida, responda às questões que seguem:

TexTo 1

Injusta desvantagem

O Popular, sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Não se pode pôr em dúvida o progresso político e profissional das mulheres

no País e em Goiás. Elas eram discriminadas no processo eleitoral durante os

primeiros tempos da República, quando não podiam votar e muito menos ser

votadas. Só em meados da década de 1930 surgiram as primeiras eleitoras. E só

recentemente deixaram o fundo do palco para ocupar lugares no proscênio. Uma

mulher é hoje presidente da República.

Não existiam no começo do século passado mulheres profissionais da

medicina, medicina veterinária e engenharia, entre outras profissões de nível

superior. Hoje elas estão em todas as áreas do mercado de trabalho, mas ainda

lhes falta romper uma barreira: trabalham mais e ganham menos do que os

homens.

A Síntese Indicadores Sociais (SIS), que acaba de ser divulgada pelo Insti-

tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que em 2011 as mulheres

brasileiras ganhavam em média R$ 1.020,31, o equivalente a 67,8% do rendimen-

to dos homens, que era de R$ 1.505,08. E a jornada de trabalho, considerando

também os afazeres domésticos, era 2,4 vezes maior do que a de trabalhadores

do sexo masculino.

A desvantagem é muito grande e totalmente injusta, tornando imperiosa

a necessidade de correção dessa distorção discriminatória. Cabe pressionar no

sentido de que esta anomalia desapareça do mercado de trabalho.

TexTo 2

Texto finalista da Olimpíada de Língua Portuguesa, edição 2010.

Caldas Novas que os turistas não veem

Aluna: Bianca Souza Soares

“Bem-vindos à maior estância hidrotermal do mundo.” Com essa frase o

turista é saudado quando chega a Caldas Novas, no sul do Estado de Goiás. As

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belezas naturais e principalmente as águas quentes que brotam de dois aquíferos

Paranoá e Araxá, a uma temperatura que varia de 37° a 57° transformaram essa

pequena cidade em um dos maiores polos turísticos do Brasil. Assim, o turismo

se tornou a base do desenvolvimento e da economia local.

Foi nele que milhares de caldenses viram a oportunidade de melhorar a

qualidade de vida, trabalharam para isso – e trabalharam muito! Porém, vivem

hoje uma injusta realidade. Os olhos que se deslumbram com os belos parques

aquáticos em centenas de outdoors pela cidade não veem bairros da periferia

sem ruas asfaltadas, nem mesmo água tratada e rede de esgoto, pois a maior

parte do capital gerado pelo turismo não se transforma em infraestrutura para

a população, mas em novas atrações para os turistas. Por causa desse caráter

contraditório, já que desenvolve a economia do município, mas não beneficia a

todos, há um conflito de opiniões entre os que aprovam e os que desaprovam

a atividade. Desse modo, faz-se a seguinte pergunta: “O que é mais importante,

a alta na economia que se dá pelo empreendimento turístico ou a organização

social?”.

As opiniões favoráveis ao turismo são em geral dos grandes empresários,

donos de hotéis e resorts, além dos comerciantes, ou seja, os que recebem

diretamente o lucro deixado pelos visitantes do mundo inteiro. Alegam que o

turismo faz a cidade crescer e ainda gera empregos. Isso é mesmo inegável, porém

a mão de obra por ser abundante é desvalorizada e a carga horária muitas vezes

extrapola a normalidade. “As águas quentes são para Caldas Novas o que as praias

são para o litoral: essencial!”, diz Ricardo Pureza, gerente de marketing e vendas

dos Jardins da Lagoa, ligado a um dos clubes mais tradicionais da cidade. Todavia,

acredito que mais importantes que as águas termais da cidade são as pessoas que

nela vivem e fazem sua economia girar.

Assim como eu, parte da população se mostra contrária, uma vez que a

satisfação do turista é colocada em primeiro plano, esquecendo-se dos residentes

locais, que em época de alta temporada são submetidos a dias sem água encanada

já que ela é direcionada a hotéis e clubes, que segundo o portal Caldas Web,

recebem anualmente cerca de 1,5 milhão de pessoas.

É bem verdade que o turismo movimenta economicamente a cidade, o

problema está nas inúmeras consequências maléficas que o mesmo gera, como

por exemplo, o espantoso crescimento demográfico. Em 1991 havia 24.000

habitantes, hoje esse número aumentou para aproximadamente 70.000, o que

resultou num agravante de proporção nacional o crescimento desordenado.

Notam-se loteamentos irregulares, casas e hotéis em áreas de preservação

ambiental e próximos ao aterro sanitário.

Page 222: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

LÍNGUA PORTUGUESA

222

É perceptível que os empresários e as autoridades locais se preocupam

apenas com os investimentos lucrativos que o turismo pode propiciar e

menosprezam necessidades básicas da população, como o saneamento básico

(apenas 25% do esgoto é coletado), a saúde e a educação.

E se política é a arte de governar nossos “artistas” estão um tanto quanto

omissos a respeito de suas obras, porque está claro que assim como cresce o

número de visitantes que a cidade recebe, também os problemas administrativos

têm aumentado assustadoramente por conta da atividade turística, com uma

analogia simplória explica-se a necessidade dos caldaenses: “Não dá para receber

visitas com a casa desarrumada e o dono insatisfeito”.

Não sou contra o turismo, mas sim como ele é desenvolvido particularmente

em Caldas Novas, beneficiando as pessoas de fora em detrimento dos moradores

locais; além disso é perigoso para a cidade ser tão dependente de apenas um

segmento econômico, pois se, por algum motivo (assim como o surto de dengue

de 2008), os turistas optarem por outro destino todos serão fortemente atingidos.

Assim a diversificação econômica é necessária.

Portanto, o capital proporcionado pelo turismo é importante, entretanto

tenho plena convicção de que as necessidades básicas, os valores éticos e a dignidade

da comunidade são mais importantes, como também uma administração

consciente e preparada para usar os mecanismos de que necessitamos para

desfrutarmos das tão apreciadas águas quentes com responsabilidade e justiça.

“Logo, o dono da casa estará feliz em receber visitas e as esperará mais vezes”.

Professora: Vandelina Lima Soares

Escola: C. E. J. A. Filostro Machado Carneiro • Cidade: Caldas Novas – GO

TexTo 3

Brasil sem educação

Carlos Henrique de Freitas

Quero chamar a atenção não para o Brasil sem escolaridade, mas sim, para

o Brasil sem educação. No nosso cotidiano medíocre e bucólico, vemos quanto

somos sem educação, seja como pedestres, ciclistas ou motoristas, seja como,

consumidores, vendedores, empresários ou políticos.

Somos reféns não da marginalidade, mas sim da impunidade, dos

desmandos, da corrupção, da malandragem, da nossa falta de educação. Nos

preocupamos em salvar o mundo, pra que? Se continuarmos vivendo como

predadores de nós mesmos, não precisaremos deste mundo para vivermos.

Page 223: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

LÍNGUA PORTUGUESA

223

Estamos em guerra civil, os noticiários só estampam crimes e mortes. As

crianças e jovens só pensam em jogos violentos, reproduzem no ambiente escolar

e crescem com ódio um dos outros. MMA – Mixede Martial Arts – não é um

esporte, é uma rinha de galos de briga, pagos pela máquina global, incentivando

a violência, onde o todo poderoso do esporte, fala com maestria sobre golpes de

seus lutadores favoritos.

Enquanto, a miséria humana for o alimento dos inescrupulosos, estaremos

fadados ao fracasso humano. A popularização e a manifestação da desgraça

alheia é o que move este moinho de flagelos humanos.

As drogas, a saúde, a educação e segurança não são assuntos nas pautas

ministeriais. O que vimos e o que vendemos é que: iremos sediar a copa e as

olimpíadas e que devemos ser receptivos aos yanks e gringos, como foram nossos

irmãos africanos.

E nossa miséria continuará norteando estes acontecimentos. Somente

quando todo e qualquer brasileiro for digno de seus atos, teremos um povo

educado e uma nação verdadeiramente forte. Meus Sentimentos.

http://www.imprensalivre.com/novosite/cartas/65

01 Os textos lidos têm intenção de formar opinião?

02 Todos os textos estão assinados?

03 Qual deles traz a opinião do jornal ou revista?

04 Em poucas palavras, apresente o assunto de um texto de opinião, que você leu em momentos anteriores e que lhe chamou a atenção.

Prática de escrita

DESAFIO

Caro(a) estudante, imagine-se um redator de editoriais de um jornal de circulação do seu município e, com base nas leituras e atividades realizadas até o momento, elabore seu primeiro editorial.

Page 224: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

LÍNGUA PORTUGUESA

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AULA 18

Identificação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Identificar os conhecimentos sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Identificar as características e os elementos do gênero em estudo.

u Comentar ideias e opiniões presentes nos editoriais de jornais e revistas de circulação nacional, regional e local.

u Retomar a produção inicial, para reformulações que garantam a presença dos elementos próprios do gênero.

Prática de oralidade

Conceito

O gênero escrito pelo editorialista – editorial – tem caráter opinativo, é escrito de maneira impessoal e publicado sem assinatura. A redação do editorial é de autoria do editor do jornal ou revista, que expressa a sua e a opinião da empresa, com o objetivo de influenciar seus leitores, por meio de uma linguagem um tanto forte e apelativa, sem obrigação de se ater a nenhuma imparcialidade ou objetividade.

Prática de leitura

Em relação ao Editorial Injusta desvantagem, do jornal O Popular, e tendo por base as características desse gênero, expressas no conceito acima, responda às questões abaixo:

01 Identifique no texto o resumo do assunto que introduz a opinião a ser defendida.

02 Quais os principais argumentos presentes no texto?

03 Que fragmento do texto apresenta uma conclusão reforçando a opinião do jornal?

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LÍNGUA PORTUGUESA

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04 Argumente sobre a importância do assunto tratado no editorial, Injusta desvantagem.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome sua produção inicial e confirme se você escreveu um texto que traz um pequeno resumo do assunto a ser tratado, a opinião do jornal sobre um determinado assunto, argumentos convincentes, conclusão reforçando a posição defendida. Agora você terá oportunidade de rever o que escreveu e de fazer as primeiras reformulações no seu editorial, assim como fazem os redatores de jornais e revista, antes de publicarem seus textos.

AULA 19

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Ler editoriais observando a configuração/organização do texto.

u Comentar ideias e opiniões presentes nos editoriais de jornais e revistas de circulação nacional, regional e local.

u Discutir sobre a situação de produção dos editoriais de diversos jornais e revistas, considerando o destinatário, a finalidade e os espaços de circulação.

u Identificar as características e os elementos do gênero em estudo.

Prática de oralidade

Leia o texto Velha máfia e, a seguir discuta sobre o mesmo, com base nas seguintes questões propostas:

Page 226: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

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• O jornal é a favor ou contra a questão polêmica apresentada? • Localize o trecho em que o editor do Jornal se posiciona. • Quais os argumentos (desenvolvimento) que sustentam a sua tese? • Em que trecho do texto o editor reforça a posição pelo Jornal (conclusão)?

Conceito

Argumento é um conjunto de justificativas utilizadas para se defender a tese apresentada na introdução de um texto argumentativo, e retomada como reforço, na sua conclusão desse texto.

Velha máfia

O Popular, domingo, 02 de dezembro de 2012

Reportagem publicada ontem neste jornal revela que o Departamento

Estadual de Trânsito (Detran) cancelou a emissão de 1,2 mil unidades da Carteira

Nacional de Habilitação (CNH) que iriam ser liberadas mediante processo

fraudulento em 18 municípios goianos.

A manipulação da outorga de carteiras de habilitação é prática ilícita

bastante antiga em Goiás, fazendo parte de irregularidades que ameaçam gra-

vemente a segurança no trânsito.

A fraude, segundo o Detran, envolve centros de formação de condutores,

chamados também de autoescola, o que em hipótese alguma pode continuar

sendo tolerado. Deve-se mencionar também que os candidatos à habilitação que

aceitam este esquema fraudulento são também mal-intencionados e igualmente

culpados.

A descoberta dessa grande e recente fraude deveria ser aproveitada para

a tomada de medidas duras de combate a irregularidades na concessão de

carteiras de habilitação em Goiás, este mal antigo que vinha sendo tolerado por

causa de também antigas omissões. A existência de verdadeiras gangues agindo

e corrompendo tem de se tornar finalmente uma página virada na história da

concessão de licenciamento para dirigir.

Quem quiser tirar a carteira tem de jogar limpo e se enquadrar nas normas

que os corretos observam. Caso contrário, a violência já elevada no trânsito

continuará a se agravar.

http://www.opopular.com.br/indice-de-noticias/%C3%ADndice-de-not%C3%ADcias-7.218533?filterByDate=true&pbdate =20121102&inputTemplate=&subject=&externalSiteIds=opopular.opiniao.d

Page 227: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

LÍNGUA PORTUGUESA

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Prática de leitura

Releia o texto Velha máfia e, a seguir, responda às questões propostas.

01 Resumo do assunto e posicionamento do jornal (tese):

02 Apresentação dos argumentos que sustentam a tese (desenvolvimento): A manipula-ção da outorga de carteiras de habilitação é prática ilícita bastante antiga em Goiás, fazendo parte de irregularidades que ameaçam gravemente a segurança no trânsito. (2° parágrafo).

03 Reforço da posição assumida pelo jornal (conclusão):

04 Apresente sua opinião sobre o assunto tratado no editorial, Velha máfia.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome novamente o seu texto e observe se ele está organizado, de acordo com os três elementos trabalhados anteriormente: apresentação da tese, desenvolvimento/argumentação e conclusão. Caso esses elementos não estejam bem definidos no seu texto, este é o momento de aprimorar a sua escrita. Vamos lá?

AULA 20

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Comentar ideias e opiniões presentes nos editoriais de jornais e revistas de circulação nacional, regional e local.

Page 228: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

LÍNGUA PORTUGUESA

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u Discutir sobre a situação de produção dos editoriais de diversos jornais

u Ler editoriais observando a configuração/organização do texto.

Prática de oralidade

Até agora você leu dois editoriais e pôde expressar sua opinião sobre o assunto tratado neles. Converse com seus colegas sobre as impressões que tiveram ao lerem esses textos de opinião, publicados em jornais e revistas.

• Cite outros atletas que foram pegos no exame antidoping.• Em sua opinião o que leva um atleta a tomar essa atitude?• Qual é a opinião da Folha de S. Paulo sobre o assunto?

Conceito

O argumento é uma construção verbal – quer seja na modalidade oral, quer seja, na modalidade escrita da língua – cuja finalidade precípua é a persuasão do auditório (interlo-cutor, ouvinte, leitor, telespectador etc.) a respeito de uma tese, para sustentá-la.

http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=1082&Itemid=2. Acesso em dezembro de 2012.

Prática de leitura

Leia o texto: Ídolo caído. A seguir, responda às questões propostas:

Ídolo caídoFolha de S. Paulo

Uma verdadeira corrida – bem mais encarniçada do que qualquer maratona ou disputa olímpica de ciclismo – parece desenvolver-se entre as autoridades esportivas, no seu zelo antidoping, e os avanços da tecnologia química.

O caso do ciclista Lance Armstrong, 41, possui ingredientes tão ou mais emocionantes do que as competições de que participou.

Sete vezes vencedor do “Tour de France”, o atleta americano admitiu agora ter usado drogas para turbinar seu desempenho. Trata-se, segundo uma entidade especializada, “do mais sofisticado, profissionalizado e bem-sucedido programa de doping já visto no esporte”.

Transfusões de sangue, hormônios e esteroides harmonizaram-se num “blend” destinado a aumentar a presença de glóbulos vermelhos na circulação do esportista.

Page 229: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

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Vastas somas de dinheiro, enquanto isso, circularam em torno da figura de Armstrong – que, como todo atleta de sucesso, projeta a imagem de uma vida saudável, longe das drogas, e de um espírito digno de aplauso, pelas virtudes da concentração e da persistência.

Persistência houve, de fato, na tentativa de negar os rumores que ora se confirmam. Um tabloide londrino até foi obrigado, em 2006, a indenizar o atleta por notícias que na época se consideraram difamatórias. É provável que agora peça uma reparação. Fabricantes de artigos esportivos e uma seguradora tendem a acompanhar a atitude.

É possível imaginar, num futuro próximo, que os patrocinadores corpo-rativos intensifiquem o controle sobre atletas que os representam. Ou não – é duvidoso, afinal, que se persista na ideia de um desempenho esportivo livre de qualquer fator tecnológico externo.

No mundo publicitário, a beleza não mais subsiste sem manipulações fotográficas. Do mesmo modo, atletas de primeiro escalão conhecem técnicas de treinamento, além de privilégios genéticos, inatingíveis para a média dos que se inspiram em seu exemplo.

Características “sobre-humanas” talvez situem tais atletas num Olimpo, e seria ilusório imaginá-lo ao alcance do mais persistente mortal. Em vez da am-brosia, hormônios e esteroides na dieta. E, para ver sob luz irônica essa polêmica, talvez a própria indústria farmacêutica seja uma futura fonte de patrocínio do esporte olímpico.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/1191661-editorial-porto-inseguro.shtml. Acesso em: 17/01/2013.

01 Estabeleça uma relação entre o título e os argumentos apresentados no texto.

02 Segundo o editorial, qual é a visão projetada sobre os atletas de sucesso?

03 Que argumento é utilizado pelo editorial para justificar que é impossível para um atleta comum (persistente mortal) alcançar o nível dos atletas de primeiro escalão?

04 Leia o trecho abaixo:

“E, para ver sob luz irônica essa polêmica, talvez a própria indústria farmacêu-tica seja uma futura fonte de patrocínio do esporte olímpico.”

A partir da leitura de todo texto, o que podemos inferir dessa afirmação?

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Prática de escrita

DESAFIO

Caro aluno, retorne ao seu editorial e faça uma revisão quanto à argumentação. Apresente sua opinião sobre a temática retratada embasada em fatos. Faça uma pesquisa, em relação ao seu tema, insira dados estatísticos, por exemplo.

AULA 21

Ampliação dos conhecimentos sobre o gênero Objetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Comentar ideias e opiniões presentes nos editoriais de jornais e revistas de circulação nacional, regional e local.

u Discutir sobre a situação de produção dos editoriais de diversos jornais

u Ler editoriais observando a configuração/organização do texto.

u Reescrever o editorial definindo a tese, os argumentos, bem como a conclusão na elaboração do texto.

u Estabelecer relações entre o gênero textual notícia e o gênero textual editorial, por meio de suas semelhanças e diferenças.

Prática de oralidade

Ao ler editoriais, você percebeu que ele é um texto opinativo. Percebeu a importância da tese, bem como dos argumentos que a fundamentam e a concluem. Nos anos anteriores, você estudou o gênero notícias e os elementos que a caracterizam. Então já é capaz de identificar as semelhanças e diferenças entre estes gêneros:

• O que caracteriza o editorial?

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LÍNGUA PORTUGUESA

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• O que caracteriza a notícia?• Onde circula estes textos?• Que diferenças e semelhanças há entre eles?

Conceito

Editorial é um texto utilizado na imprensa, especialmente em jornais e revistas, que tem por objetivo informar, mas sem obrigação de ser neutro, indiferente. Assim, podemos dizer que o editorial é um texto mais opinativo do que informativo.

Notícia é um texto informativo de interesse público, que narra um fato recente ocorrido no país ou no mundo, e cujo conteúdo é constituído por um tema político, econômico, social, cultural etc.

Prática de leitura

Leia atentamente a notícia abaixo, extraída do jornal Diário da Manhã, 07 de dezembro de 2012 e, em seguida, realize as atividades propostas:

Advogado bêbado atropela duas pessoas e tem prisão decretada

Mariana Magre

O advogado Gustavo Andrade Zago atropelou duas pessoas, atingiu três

motocicletas e um carro estacionado, na madrugada de ontem, em Goiânia. 

Por volta das 2h da manhã, Gustavo, que dirigia uma caminhonete Amarok

4x4 com placa de Rio Verde-GO, pela Avenida Pedro Ludovico, no Setor Sudoeste,

perdeu o controle do veículo e acabou subindo em cima da calçada. Além da

colisão com outros automóveis, o veículo atropelou duas pessoas, Francisco

Júnior Costa Martins e Ariel da Silva Pacheco, que estavam em frente a um pit

dog.  As vítimas foram socorridas pela equipe do Samu. 

A polícia informou que o advogado estava aparentemente embriagado,

tonto e dizendo palavras de difícil entendimento. Gustavo Andrade Zago

se recusou a realizar o teste do bafômetro. Ele foi levado ao Instituto Médico

Legal (IML), onde submeteu-se ao exame de corpo de delito e toxicológico para

verificar embriaguez. 

O auto de prisão em flagrante foi lavrado na Delegacia Especializada em

Crimes de Acidentes de Trânsito (DICT) e encaminhado à 1ª Vara Criminal, que

efetuou a conversão da prisão. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara converteu a

prisão em flagrante para prisão preventiva, por tentativa de homicídio por dolo

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eventual, em que o autor, mesmo sem querer efetivamente o resultado, assume

o risco de produzi-lo.

Diário da Manhã 7/12/2012 às 23h01, última atualização: 9/12/2012 às 15h4. Disponível em: <http://www.dm.com.br/texto/78368-advogado-babado-atropela-

duas-pessoas-e-tem-prisao-decretada> Acesso em dezembro 2012.

01 Qual é a temática retratada na notícia?

02 Que fato deu origem à notícia lida?

03 A opinião do autor está presente no texto? Por quê?

04 Apesar das incessantes campanhas de prevenção veiculadas nos meios de comuni-cação, os índices de acidentes no trânsito causados pelo consumo de bebidas alcoólicas é uma realidade difícil de ser combatida. Qual é a sua opinião sobre a temática retratada na notícia? O que deveria ser feito para evitar acidentes e mortes no trânsito?

Prática de escrita

DESAFIO

Retome seu editorial e observe se nele predomina o tom opinativo. Releia-o, tendo o cuidado de distinguir os fatos, a tese, a opinião, os argumentos e o reforço da tese na conclusão.

AULA 22

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

Page 233: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

LÍNGUA PORTUGUESA

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O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Comentar ideias e opiniões presentes nos editoriais de jornais e revistas de circulação nacional, regional e local.

u Discutir sobre a situação de produção dos editoriais de diversos jornais

u Ler editoriais observando a configuração/organização do texto.

u Desenvolver a argumentação oral e escrita

u Refletir sobre o emprego dos elementos articuladores na elaboração de argumentos

u Retomar a produção inicial, para reformulações que garantam a presença dos elementos próprios do gênero.

Prática de oralidade

Retome os jornais e revistas que estão expostos na sala de aula e escolha uma notícia para ler e discutir com os colegas.

• a relevância dos assuntos presentes na notícia discutida;• a importância do debate para a escrita de um editorial;• os argumentos que comprovam e/ou reforçam o posicionamento do redator;• o aspecto mais opinativo do que informativo do editorial.

Conceito

A finalidade da notícia é apenas informar o leitor sobre os fatos, enquanto o editorial também opina sobre os mesmos, contribuindo, assim, para formar opiniões dos leitores.

Prática de leitura

Notícia escolhida e discutida, é hora de registrar a sua conclusão, para isso, você poderá se embasar nas seguintes questões:

01 Qual é o assunto tratado na notícia eleita?

02 O que você acha desse assunto?

03 Quais outros temas podem ser discutidos com base nessa notícia?

04 Escolha um desses temas que você considera bom para um editorial e justifique sua escolha.

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Prática de escrita

DESAFIO

Mais uma vez, retome seu texto e observe se os argumentos que você utilizou são coerentes e convincentes, comprovam e/ou reforçam seu posicionamento e correspondem ao assunto tratado.

AULA 23

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Desenvolver a argumentação oral e escrita

u Refletir sobre o emprego dos elementos articuladores na elaboração de argumentos

u Retomar a produção inicial, para reformulações que garantam a presença dos elementos próprios do gênero.

Prática de oralidade

Reúna com dois ou três colegas e, depois de ler suas produções, converse sobre o assunto e argumentos que reforçam a posição assumida, presentes nos textos. Escute o que eles têm a lhe dizer sobre o que você criou, mas também dê a sua opinião sobre o que foi construído pelos seus colegas.

Conceito

O editorial possui um fato e uma opinião. O fato informa o que aconteceu e a opinião transmite a interpretação do que aconteceu.

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Prática de leitura

Leia o editorial e perguntas abaixo com atenção, e responda-as, em seu caderno, tendo como base o conceito de editorial acima.

Cuidar dos médicos

É preocupante o resultado do exame de proficiência aplicado pelo conselho paulista de médicos aos alunos que se formam neste ano nas faculdades de medicina do Estado de São Paulo.

Nada menos que 54,5% dos futuros profissionais formados no Estado mais rico do país não acertaram nem 60% das 120 questões. São alunos que não dominam o conteúdo básico necessário para cuidar da saúde da população e, por isso, foram reprovados pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).

A constatação da inépcia de mais da metade dos formandos já seria razão suficiente para inquietação quanto à qualidade dos cursos de medicina. A situação, porém, é ainda mais perturbadora: a reprovação no teste não impede o exercício da profissão.

Longe de serem um caso à parte, os resultados deste ano apenas repetem um padrão assustador. Desde 2005, quando o exame foi aplicado pela primeira

vez, o desempenho dos alunos tem sido pífio. Em 2008, por exemplo, o índice de

reprovação chegou a 61%.

Apesar do histórico negativo, o médico Bráulio Luna Filho, coordenador do

exame do Cremesp, contava com cerca de 70% de aprovação. Segundo ele, países

como Canadá e Estados Unidos têm, em média, taxa de 95% de aprovação.

Talvez o coordenador do Cremesp imaginasse que o resultado de 2012 seria

melhor porque, pela primeira vez, fazer a prova foi pré-requisito para o registro

profissional. Antes, faculdades de prestígio, como USP e Unicamp, boicotavam a

avaliação. Enquanto 418 alunos fizeram o teste em 2011, agora foram quase 2.500.

Ainda que sejam pertinentes algumas críticas ao exame -em vez de se

restringir a questões teóricas, deveria medir também a aptidão prática-, sua

aplicação a todos os formandos permite um diagnóstico mais preciso sobre os

cursos de medicina no Estado.

A formação dos médicos, não há como fugir à conclusão, é precária. Permitir

que tais profissionais ingressem no mercado de trabalho é uma temeridade. Na

medicina, o desconhecimento técnico pode ter consequências funestas.

O que está em jogo não é o interesse de proprietários de faculdades, mas

a segurança e a saúde dos pacientes. Passou da hora de o Congresso aprovar um

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LÍNGUA PORTUGUESA

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exame de habilitação para a medicina. Não faz sentido permitir que a população

fique nas mãos de médicos que não têm o conhecimento mínimo necessário.

Folha de S. Paulo, 10 de dezembro de 2012

01 Qual é o fato presente nesse editorial?

02 O que esse fato está informando?

03 Qual é a opinião presente nesse editorial?

04 Que interpretações ela (a opinião) transmite do que aconteceu?

Prática de escrita

DESAFIO

Volte ao seu texto novamente, releia-o e verifique se o fato (o que está sendo informado) e a opinião (as interpretações) estão bem delimitados. Caso perceba alguma deficiência, faça as alterações necessárias, para isso recorra às aulas anteriores e discuta com seus colegas e professor.

AULA 24

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Ler editoriais observando a configuração/organização do texto.

u Analisar o emprego dos elementos articuladores no editorial.

u Refletir sobre as expressões e recursos linguísticos empregados nos editoriais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Prática de oralidade

Leia o texto Exemplo de honestidade, da forma como se apresenta e, em seguida, socialize suas impressões, coletivamente:

• Como foi ler o texto incompleto, sem as palavras e expressões retiradas?• Da forma como está o texto tem uma unidade de sentido?• Durante a leitura, você procurou inserir os termos que estavam faltando?

Conceito

Coerência: A coerência é responsável pelo sentido do texto, envolvendo fatores lógico-semânticos e cognitivos, já que a interpretabilidade do texto depende do conhecimento partilhado entre os interlocutores. Um texto é coerente quando compatível como conhecimento de mundo do receptor. Observar a coerência é interessante, porque permite perceber que um texto não existe em si mesmo, mas sim constrói-se na relação emissor-receptor-mundo.

Coesão: É a manifestação linguística da coerência. Provém da forma como as relações lógico-semânticas do texto são expressas na superfície textual. Assim, a coesão de um texto é verificada mediante a análise de seus mecanismos lexicais e gramaticais de construção.

Prática de análise da língua

Releia o texto e complete os espaços em branco, com os termos que estabelecem relação entre os argumentos apresentados e são responsáveis pela coesão e coerência do texto.

Exemplo de honestidade

Políticos não se cansam de dar maus exemplos. Sempre que podem, vários

deles surrupiam o dinheiro público. A coisa anda tão feia que muita gente até se

esquece de que o certo é ser honesto.

Felizmente, nem todo mundo escolhe o caminho errado para se dar bem.

_____, de vez em quando, alguém mostra que é possível ser decente mesmo nas

situações mais difíceis da vida.

Na madrugada de domingo para segunda-feira, um casal de moradores de

rua encontrou uma sacola embaixo de uma árvore.

Ao abri-la, deram com cerca de R$ 20 mil.

O episódio já seria suficiente para chamar a atenção. ________, não é todo

dia que R$ 20 mil ficam dando sopa por aí.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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_____ a cena toda era ainda mais interessante.

O casal vive na rua, debaixo de um viaduto no Tatuapé (zona leste de São

Paulo). É óbvio que os dois passam dificuldades.

A grana poderia melhorar muito suas vidas.

_____ eles não ficaram com o dinheiro. Resolveram dar tudo à polícia, que

devolveu a bolada aos seus donos: os proprietários de um restaurante japonês

que havia sido roubado horas antes.

A polícia acha que o dinheiro foi escondido pelos ladrões ________ que

eles próprios buscassem a sacola mais tarde.

Frustrados, os bandidos ameaçaram os dois sem-teto. _________, o Agora

não divulga os nomes de quem devolveu a bolada.

Agradecidos, os donos do restaurante prometeram ajudar o casal. Uma

ajuda mais que merecida.

_________ tenham feito apenas o que é certo, não há dúvida de que são

dois heróis, anônimos como tantos brasileiros.

Comparando o exemplo das ruas com o da política, fica a conclusão:

pessoas honestas como esse casal é que são os verdadeiros representantes do

povo.

Agora São Paulo, 11 de julho de 2012.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome o seu texto e observe se além de empregar os elementos trabalhados a seguir: apresentação da tese, desenvolvimento/argumentação e conclusão, você o elaborou empregando os termos (elementos articuladores), os quais estabelecem relação entre os fragmentos do texto tornando-o coerente e coeso. Caso esses elementos não estejam bem definidos no seu texto, este é o momento de aprimorar a sua escrita. Observe o uso dos elementos articuladores nos textos lidos. Vamos lá?

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LÍNGUA PORTUGUESA

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AULA 25

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Ler editoriais observando a configuração/organização do texto.

u Analisar o emprego dos elementos articuladores no editorial.

u Refletir sobre as expressões e recursos linguísticos empregados nos editoriais.

u Pesquisar sobre os elementos articulares e conjunções coordenativas.

u Refletir sobre o emprego de conjunções coordenativas como elementos articuladores no editorial.

Prática de oralidade

Em duplas, converse com seus colegas sobre as impressões que tiveram ao lerem o editorial Exemplo de honestidade do jornal Agora. O que caracteriza o texto lido como editorial? Qual é o assunto abordado no texto? Qual foi a tese defendida e quais foram os argumentos utilizados para reforçar a opinião?

Conceito

Conjunções são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos de mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de simples coordenação.

Conjunção coordenativa estabelece uma relação de interdependência entre duas orações.

Prática de análise da língua

Pesquise em livros didáticos do 8º ou 9º ano as definições de elementos articuladores, conjunção e conjunções coordenativas.

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01 Substitua as expressões que foram inseridas no texto Exemplo de Honestidade por outras semelhantes, que não alterem o sentido.

02 O que são elementos articuladores?

03 O que são conjunções?

04 Quais são as conjunções coordenativas encontradas no texto?

05 Que outras expressões foram encontradas no texto?

DESAFIO

Retome o seu texto e observe o uso das conjunções coordenativas, bem como o uso dos demais elementos articuladores. Lembre-se de que na escrita de textos é fundamental usar estes recursos.

AULA 26

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Comentar ideias e opiniões presentes nos editoriais de jornais e revistas de circulação nacional, regional e local.

u Discutir sobre a situação de produção dos editoriais de diversos jornais

u Ler editoriais observando a configuração/organização do texto.

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Prática de oralidade

Retome o texto Exemplo de honestidade e observe a linguagem utilizada:

• O que a difere da linguagem dos demais editoriais lidos até o momento?• Que expressões deste editorial confirmam peculiaridades no uso da linguagem?• Pela linguagem pode-se identificar a ideologia do jornal e o público leitor?• Qual o nome do jornal? Onde circula?

Prática de leitura

Releia o texto, observando o uso das expressões:

“A coisa anda tão feia”.

“Não é todo dia que R$ 20 mil ficam dando sopa por aí”.

“A grana poderia melhorar muito suas vidas”.

“Resolveram dar tudo à polícia, que devolveu a bolada”.

01 Você já ouviu as expressões em destaque? O que significam?

02 Substitua as expressões em destaque por outras com sentido equivalente (linguagem padrão).

03 O editorial é um gênero que, geralmente, prioriza a linguagem padrão. Na sua opi-nião, por que o autor deste editorial utilizou expressões da linguagem coloquial?

Prática de escrita

DESAFIO

Releia o último parágrafo do texto: “Comparando o exemplo das ruas com o da política, fica a conclusão: pessoas honestas como esse casal é que são os verdadeiros representantes do povo”. Você concorda com essa opinião? Justifique com argumentos bem fundamentados.

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AULA 27

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Comentar ideias e opiniões presentes nos editoriais de jornais e revistas de circulação nacional, regional e local.

u Discutir sobre a situação de produção dos editoriais de diversos jornais

u Ler editoriais observando a configuração/organização do texto.

u Refletir sobre as expressões e recursos linguísticos empregados nos editoriais.

u Refletir sobre o uso da linguagem padrão e não padrão nos editoriais como um recurso utilizado pelo autor.

Prática de oralidade

Conforme você viu na aula anterior, apesar de a linguagem padrão predominar no gênero editorial, alguns editorialistas utilizam a linguagem coloquial, às vezes, como um recurso para se aproximar do leitor.

• O que é linguagem padrão?• Em quais tipos de textos devemos usá-la?• O que é linguagem não-padrão? • Em quais tipos de textos devemos usá-la?• O que seriam as denominadas variações linguísticas?• Como se manifestam na fala? E em um texto?• Em que situações utilizamos a linguagem padrão? E a linguagem coloquial?

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Conceito

Os conceitos linguagem formal e linguagem informal estão, sobretudo, associados ao contexto social em que a linguagem é produzida. Assim, podemos usar a língua padrão, ou seja, conversar, escrever de acordo com as regras gramaticais, mas o vocabulário pode ser mais formal ou mais informal, de acordo com a nossa necessidade.

Prática de leitura

Leia, atentamente, o texto abaixo, extraído do jornal Agora São Paulo:

Chá de cadeira para a saúde

De tempos em tempos surge uma pesquisa que pergunta às pessoas qual o principal problema da cidade, do Estado ou do país.

Sempre a área da saúde aparece no alto dessa lista, muitas vezes em primeiro lugar.

Isso não acontece por acaso. Quem usa o SUS conhece bem a triste realidade dos hospitais públicos.

Entre os vários problemas, longas filas de espera para conseguir atendimento são um dos maiores motivos para reclamação.

Não é surpresa, portanto, que quase 50 milhões de brasileiros precisem de um plano de saúde privado para cuidar de seu bem-estar.

É sempre uma surpresa, porém, descobrir que os beneficiários de alguns planos também sofrem com a demora para marcar consultas.

O que dizer, então, quando 268 planos de saúde de 37 operadoras descum-prem os prazos máximos previstos pela legislação para realizar o atendimento?

De acordo com regra válida desde o final do ano passado, as esperas devem ser de no máximo três dias para exame de laboratório, sete dias para consultas básicas e 14 para as de médicos especialistas.

O órgão do governo responsável por fiscalizar o setor decidiu punir quem desobedece esses prazos.

A partir de amanhã, os planos que enrolam ficam proibidos de buscar novos clientes até que melhorem os serviços. Os atuais associados não serão prejudicados.

A medida é correta. Mexer no bolso das empresas é um bom jeito de cobrar mais agilidade.

A saúde do cidadão, no setor público ou no privado, não pode ser tratada com chá de cadeira.

Disponível em: <http://www.agora.uol.com.br/editorial/

ult10112u1118825.shtml> Acesso em dezembro de 2012.

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Sobre a notícia lida, responda:

01 Qual é a temática retratada no texto?

02 Você concorda com a opinião do jornal? Por quê?

Prática de análise da língua

01 Ao ler o editorial, você deve ter observado o uso de linguagem padrão e não-padrão. Retire dois exemplos de cada tipo de linguagem no texto lido.

02 Atente quanto ao uso das expressões:

“Aparece no alto dessa lista”.

“Os planos que enrolam”.

“Mexer no bolso das empresas”.

“Não pode ser tratada com chá de cadeira”.

a) As expressões acima são exemplos de qual tipo de linguagem?

b) Você já tinha ouvido essas expressões? Em caso positivo, em quais contextos?

03 No lugar do editorialista, que tipo de linguagem você utilizaria predominantemente em seu texto? Justifique sua resposta.

Prática de escrita

DESAFIO

Releia seu editorial. Tente perceber qual tipo de linguagem você empregou e se seu uso está de acordo com os conceitos estudados em sala de aula. Lembre-se de que usar os tipos de linguagem padrão ou não-padrão são recursos que você pode explorar em seu texto. Então, mãos à obra!

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AULA 28

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Comentar ideias e opiniões presentes nos editoriais de jornais e revistas de circulação nacional, regional e local.

u Discutir sobre a situação de produção dos editoriais de diversos jornais

u Ler editoriais observando a configuração/organização do texto.

u Refletir sobre os recursos expressivos empregados nos editoriais.

Prática de oralidade

Retome o texto “Chá de cadeira para a saúde” e observe, que outros recursos, além

da linguagem, o editor utilizou em sua argumentação:

Conceito

Os recursos expressivos são processos utilizados pelos autores para tornar o texto mais sugestivo e eficaz. O uso de recursos expressivos possibilita uma leitura para além dos elementos superficiais do texto e auxilia o leitor na construção de novos significados.Nesse sentido, o conhecimento de diferentes gêneros textuais proporciona ao leitor o desenvolvimento de estratégias de antecipação de informações que o levam à construção de significados.

Prática de análise da língua

01 Relacione o título do editorial com os argumentos apresentados no texto.

02 Substitua as expressões abaixo por outras da linguagem padrão.

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a) “Aparece no alto dessa lista”.

b) “Os planos que enrolam”.

c) “Mexer no bolso das empresas”.

d) “Não pode ser tratada com chá de cadeira”.

03 Releia os parágrafos abaixo:

Não é surpresa, portanto, que quase 50 milhões de brasileiros precisem de um plano de saúde privado para cuidar de seu bem-estar.

É sempre uma surpresa, porém, descobrir que os beneficiários de alguns planos tam-bém sofrem com a demora para marcar consultas.

Explique os sentidos da palavra surpresa na argumentação utilizada pelo autor.

04 O questionamento utilizado pelo autor, no 7º parágrafo texto, pode ser considerado um recurso expressivo?

Prática de escrita

DESAFIO

Releia seu editorial. Tente perceber o uso de uma mesma palavra que expresse ideias diferentes. Você fez algum questionamento aos leitores de seu texto? E você, inseriu algum dado estatístico? Tais recursos reforçam a sua argumentação e podem ser utilizados. Vamos lá!

AULA 29

Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar e sistematizar os conhecimentos sobre o gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Analisar e refletir sobre o emprego das flexões verbais

u Retomar a produção inicial, para reformulações que garantam a presença dos elementos próprios do gênero.

Prática de oralidade

Volte ao editorial Cuidar dos médicos, publicado no jornal Folha de S. Paulo, dia 10 de dezembro de 2012, trabalhado na aula 9 e releia-o, agora, para observar e refletir sobre o emprego das flexões verbais presentes nesse texto.

Conceito

Os verbos são palavras que indicam ações ou exprimem o que se passa, e têm a propriedade de localizar o fato no tempo, em relação ao momento em que se fala. São variáveis, podem sofrer flexão de tempo, modo, pessoa e número. Há três tempos verbais básicos: presente, passado e futuro.

Prática de análise da língua

Nesse momento, você fará um trabalho em grupos, para isso retome o texto “Cuidar dos médicos” e responda às questões abaixo, referentes ao emprego das flexões verbais. Em seguida socialize suas conclusões para o restante da turma.

01 Analise as flexões verbais dos verbos destacados no trecho “São alunos que não do-minam o conteúdo básico necessário para cuidar da saúde da população e, por isso, foram reprovados pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).”

02 O que você sabe sobre o tempo presente? Quando ele é usado?

03 Leia o trecho abaixo, observe o verbo em negrito e analise a sua flexão.

“Talvez o coordenador do Cremesp imaginasse que o resultado de 2012 seria melhor porque, pela primeira vez, fazer a prova foi pré-requisito para o registro profissional.”

04 Sempre que o autor de um texto quer marcar o grau de incerteza de um fato utiliza o modo subjuntivo, que retrata situações consideradas hipotéticas, por parte de quem fala. No texto há mais três verbos flexionado neste modo verbal. Identifique-os:

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Prática de escrita

DESAFIO

Outra vez, retome seu editorial e observe como você utilizou os verbos para apresentar os fatos e sua opinião. Observe as flexões utilizadas para expressar passado e presente, certezas e dúvidas etc. Caso perceba que precisa aprimorar este conhecimento linguístico no seu texto, a hora é agora: faça consultas em gramáticas, discuta com seus colegas, peça ajuda ao(à) seu professor(a)!

AULA 30

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o Gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Discutir sobre a finalidade dos editoriais de diferentes jornais, revistas, TV etc.

u Discutir sobre a ideologia e a intencionalidade dos editoriais.

u Ler crônicas e editoriais, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos.

u Ler, comparar e associar os gêneros em estudo, observando forma, conteúdo, estilo e função social.

u Produzir crônicas e editoriais, observando os elementos constitutivos dos gêneros em estudo (forma, estilo e função social).

Prática de oralidade

• O que o título lhe sugere?• Você vê alguma relação entre o título e a data do editorial?• Você acha que o editorialista vai apresentar algum conselho ao leitor? Qual?

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Conceito

De modo geral, podemos definir a concordância nominal como sendo a concordância entre o substantivo e seus termos referentes, como adjetivos, artigos, pronomes, numerais. Essa concordância se dá em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Em textos como o Editorial a concordância deve estar em acordo com as regras da norma padrão.

Prática de leitura

Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às questões que se seguem:

Limite da dívida

Uma consultora de educação financeira aconselhou os consumidores a um

raciocínio prudente em face do intenso apelo para comprar nesta época do ano,

a fim de que os gastos não extrapolem os limites e causem um endividamento

que deixará a pessoa em situação verdadeiramente dramática depois.

De modo geral, no País, mesmo antes do balanço final das compras natalinas

as famílias já estão muito endividadas. Para se ter uma ideia, de acordo com

dados do Banco Central, 44% da renda anual das famílias estão comprometidos

com endividamento.

Existem consumidores contumazes como os que são seduzidos pelo

apelo de comprar neste período do ano, como se sentissem na obrigação de dar

presentes. A consultora recomenda que se deve resistir a essa tentação.

O endividamento com uso do cartão de crédito é o maior peso para essas

famílias endividadas. Em segundo lugar aparece a utilização da linha de crédito

conhecida como cheque especial, verdadeira bomba-relógio para quem não

conta com algum planejamento financeiro.

Muitas vezes, por culpa desse elevado índice de endividamento, as famílias

acabam sem condições de adquirir coisas essenciais e assim ficam sacrificadas.

O que vale dizer: o excesso de endividamento quase sempre não vale a pena.

Prudência no consumo será sempre conveniente para todos.

Jornal O Popular, 10 de dezembro de 2012

01 Que opinião é expressa no editorial?

02 Que argumentos são utilizados para comprovar esse ponto de vista?

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03 A concordância correta entre os termos das orações dentro do texto são marcas de que tipo de linguagem?

04 Em um texto escrito, como o Editorial, é importante que essa concordância seja feita de acordo com as normas gramaticais? Por quê?

Prática de análise da língua

01 Observe o quadro e complete-o, escrevendo as palavras que concordam com o termo já escrito. Veja o exemplo:

ARTIGO PRONOME SUBSTANTIVO ADJETIVOdas compras natalinas

essasplanejamento

sacrificadas

02 Copie do texto outros exemplos de concordância nominal.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome sua produção inicial, considere tudo o que já foi visto nas aulas anteriores e ainda o que foi visto nessa aula; observe se em seu texto você fez as concordâncias nominais da forma correta, de acordo com as regras gramaticais da língua padrão. Caso não o tenha feito, corrija-o!

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AULA 31

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que o os estudantes já possuem sobre o Gênero Editorial, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da língua.

O que devo aprender nesta aula

u Discutir sobre a finalidade dos editoriais de diferentes jornais, revistas, TV etc.

u Discutir sobre a ideologia e a intencionalidade dos editoriais.

u Ler editoriais, utilizando diferentes estratégias de leitura como mecanismos de interpretação de textos.

u Ler, o gênero em estudo, observando forma, conteúdo, estilo e função social

u Produzir editoriais, observando os elementos constitutivos do gênero em estudo (forma, estilo e função social).

u Refletir sobre o emprego da concordância nominal e verbal nos gêneros em estudo.

Prática de leitura

01 Vimos que o tema do editorial lido ontem é o endividamento de muitas famílias bra-sileiras. Você considera esse um tema adequado ao gênero?

02 De acordo com o editorial, qual a principal consequência do endividamento das fa-mílias?

03 “...a fim de que os gastos não extrapolem os limites e causem um endividamento que deixará a pessoa em situação verdadeiramente dramática depois.” Nesse trecho aparece uma relação entre o endividamento e a situação difícil das pessoas. Explique como se dá essa relação.

04 Que tipo de linguagem predomina no texto? Justifique.

Conceito

Definimos a concordância verbal, basicamente, como sendo a concordância entre o sujeito e o verbo a que ele se refere. Essa concordância se dá de acordo com a pessoa (1ª, 2ª

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e 3ª) e número (singular e plural). Em textos como o Editorial a concordância deve estar em acordo com as regras da norma padrão.

Prática de análise da língua

01 Vimos na aula anterior um tipo de concordância, aquela que existe entre o substantivo e seus referentes, a concordância nominal. Que outra concordância podemos fazer no texto?

02 No trecho“...a fim de que os gastos não extrapolem os limites e causem um endividamento que deixará a pessoa em situação verdadeiramente dramática depois.” aparecem dois verbos para um mesmo sujeito. Copie os período em que isso ocorre?

03 O autor do editorial poderia ter separado o período em dois? Por que não o fez?

04 Busque no texto outro exemplo em que dois verbos referem-se a um mesmo sujeito e copie o trecho.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome sua produção inicial, considere tudo o que já foi visto nas aulas anteriores e ainda o que foi visto nesta aula. Observe se em seu texto você fez as concordâncias verbais da forma correta, de acordo com a norma padrão e, caso não o tenha feito, corrija-o.

AULA 32

Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar e sistematizar os conhecimentos sobre o gênero, explorando as práticas de oralidade, analise da língua e escrita.

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O que devo aprender nesta aula

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Refletir e compreender a função da regência no relacionamento com os termos da oração.

u Retomar a produção inicial, para reformulações que garantam a presença dos elementos próprios do gênero.

Prática de oralidade

Nessa aula, estudante, a ideia é fazer uma retomada de tudo que já foi estudado até o momento sobre o gênero editorial e, em seguida, refletir e compreender a função da regência no relacionamento com os termos da oração, tendo como base o texto Oscar Niemeyer.

• Ao ler esse texto é possível perceber com mais facilidade o assunto tratado? Explique.• Sobre a opinião do editorialista desse texto, o que você tem a dizer? Está clara? É convincente? Foi reforçado no final do texto?• Você acha que o estudo do gênero editorial lhe ajudou a identificar a tese de textos

de opinião, a desenvolver melhores argumentos, e a aumentar seu poder sustentação de uma posição? Argumente.

• Faça uma síntese oral da evolução do seu aprendizado sobre a leitura e a escrita.

Conceito

A regência cuida especialmente das relações de dependência em que se encontram os termos na oração ou as orações entre si no período composto. Os termos, quando exigem a presença de outro, chamam-se regentes ou subordinantes; os que completam a significação dos anteriores chamam–se regidos ou subordinados. Quando o termo regente é um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), ocorre a regência nominal. Quando o termo regente é um verbo, ocorre a regência verbal.

Prática de leitura

Leia o texto abaixo e, em seguida, reflita sobre as questões propostas:

Oscar Niemeyer

Contam-se nos dedos os brasileiros que tiveram fama internacional

comparável à do arquiteto Oscar Niemeyer. Criador de Brasília, ao lado de Lucio

Costa, e autor de obras em várias partes do mundo, Niemeyer marcou sua

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presença na arquitetura do século 20 graças a um estilo próprio, feito de elegância

e aerodinâmica leveza.

Já não seria pouco, dada a circunstância de que o modernismo arquitetônico,

pelo menos na primeira metade do século passado, corria o risco de cair na

impessoalidade e na rigidez. A preferência quase dogmática pela linha reta, pela

extrema economia de recursos, pela austeridade antiornamental, foi questionada

por Niemeyer.

Como é sabido, o brasileiro considerou que novas técnicas de edificação

em concreto armado permitiam uma abertura maior para a fantasia do arquiteto.

Flexibilizou, como nunca, as linhas do edifício.

Nesse sentido, o próprio Oscar Niemeyer não se esquivou de relacionar seu

estilo com a natureza de seu país – as montanhas do Rio de Janeiro e “as curvas

da mulher amada” estariam entre as principais fontes de inspiração.

Seja como for, a obra de Niemeyer não tanto retirou elementos da paisagem

brasileira quanto serviu para reconfigurá-la, já nas construções mineiras da

Pampulha, nos anos 1940.

Tratava-se, ao lado do então governador Juscelino Kubitschek, e mais ainda

em Brasília, de dar forma a um sonho de modernidade, ao mesmo tempo informal

e inovador, que seria a marca das principais aspirações nacionais, ao menos até a

ruptura de 1964.

O gesto aéreo e largo de quem domina o horizonte e o liberta, sem esforço,

para o advento do futuro, estava por assim dizer no inconsciente de atitudes

que orientava o projeto desenvolvimentista. Viu-se depois, de forma traumática,

o quanto de conflito, de desigualdade, de autoritarismo e de turbulência se

escondiam sob as promessas de meados do século.

Com inabalada serenidade, a mesma com que enunciava convicções em

muito alheias ao amável populismo juscelinista e ao duro centralismo militar,

Niemeyer sobreviveu aos percalços da política, sempre igual a si mesmo.

A beleza palaciana de suas obras, contrastando com os fins igualitários

de sua crença comunista, persiste, pairando, decorativa talvez, mas inspiradora

ainda, num país e num mundo bem menos simples e transparentes.

Inscrito na audácia do desenho, no branco do mármore, na curva do

concreto e na limpidez do vidro, o nome de Niemeyer parece refletir esta

esperança: a de que a matéria, rígida e muda, possa dobrar-se, fácil, aos desígnios

do homem.

Folha de . Paulo, 07 de dezembro de 2012

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/1197368-editoriais-oscar-niemeyer.shtml

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Prática de análise da língua

01 Observe a oração a seguir e responda:

“Niemeyer marcou sua presença...”

a) A palavra destacada é:

b) Essa palavra é o termo regente ou regido? Explique.

c) De acordo com o conceito de regência acima, essa relação trata-se de regência verbal ou nominal? Explique.

02 Defina regência nominal e cite um exemplo do texto em estudo.

03 Analise as orações abaixo e complete o quadro:

“Flexibilizou, como nunca, as linhas do edifício.”

Termo regente/FunçãoRegênciaTermo regido/Função

“...enunciava convicções em muito alheias ao amável populismo juscelinista...”

Termo regente/FunçãoRegênciaTermosregidos/Função

“Niemeyer sobreviveu aos percalços da política, sempre igual a si mesmo.”

Termo regente/FunçãoRegênciaTermo regido/Função

Prática de escrita

DESAFIO

Releia o seu editorial, observe mais uma vez se os elementos próprios desse gênero, inclusive o conteúdo estudado nessa aula, estão presentes nele, caso perceba alguma falha, aproveite esse momento e aprimore seu texto.

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AULA 33

Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero Objetivo geral

Sistematizar os conhecimentos sobre o gênero em estudo, explorando as práticas de oralidade, analise da língua e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Reescrever o editorial atentando-se às características pertinentes a este gênero, bem como quanto à utilização dos elementos articuladores, coesão e coerência.

u Reescrever a tese, os argumentos, bem como a conclusão na elaboração do texto.

u Revisar o uso dos elementos articuladores (conjunções coordenativas e outros).

u Conferir ao editorial coesão e coerência, através do uso dos elementos articuladores e pontuação, para garantir a clareza das ideias apresentadas.

u Estabelecer relações entre o gênero textual notícia e o gênero textual editorial, por meio de suas semelhanças e diferenças.

Prática de oralidade

Depois de termos estudado sobre o editorial, suas características e a importância dos elementos articuladores em um texto, para torná-lo coeso e coerente, chegou a hora de refletir sobre a importância da reescrita. Todo texto escrito deve ser revisado, ou seja, reescrito. É importante que você, aluno, perceba o uso da língua em suas produções escritas, ou seja, faça as seleções necessárias para as produções textuais que escrever. Em duplas, cada aluno lerá o editorial do outro e fará sugestões que contribuam para a melhoria dos textos.

Conceito

Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras páginas internas.O profissional da redação encarregado de redigir os editoriais é chamado de editorialista.

Disponível em: <http://linguaportuguesafp2009.blogspot.com.

br/2009/06/genero-editorial.html> Acesso em dezembro 2012.

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Prática de leitura

01 Para você, o que é reescrita?

02 Para você, qual é a importância de se reescrever um texto?

03 Você tem o hábito de reescrever os textos que escreve? Justifique.

04 Por que a reescrita torna-se fundamental, por exemplo, na produção de um editorial?

Prática de escrita

DESAFIO

Reescreva seu editorial empregando todo o conteúdo visto durante nossas aulas. Lembre-se de utilizar as características pertinentes a este gênero, os elementos articuladores, as conjunções coordenativas, de tornar seu texto coeso e coerente. Depois de terminar as devidas revisões, entregue para o seu professor todas as versões de seu trabalho. Para ficar bem organizado, numere os textos do primeiro ao último.

AULA 34

Sistematização dos conhecimentos sobre o gênero Objetivo geral

Apresentação dos resultados obtidos na elaboração de um editorial.

O que devo aprender nesta aula

u Enfatizar a importância da reescrita nas produções textuais.

u Socializar os editoriais produzidos pela turma.

u Reescrever e publicar os editoriais produzidos.

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Prática de oralidade

Depois de ter produzido seu editorial, etapa por etapa, chegou a hora de expor os resultados à turma. Faremos uma roda de leitura dos editoriais. Cada aluno lerá o seu texto para o restante dos colegas. Em seguida, será feita uma votação dos três melhores textos. Estas produções serão publicadas no jornal da escola. Caso não haja publicação deste tipo em sua escola, que tal implantá-la? Converse com seus professores.

Conceito

É cada uma das seções de um jornal ou revista (esporte, política, economia, moda,et.), que fica sob a responsabilidade de um editor (editorial) ; parte de um jornal ou revista escrita por um editor. O editor é responsável pelo seu editorial.

Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/editorial/> Acesso em dezembro de 2012.

Prática de leitura

01 Quais foram os motivos que o levaram a escolher o texto que votou?

02 Você observou se o autor do texto que escolheu utilizou as características do gênero editorial? Exemplifique.

03 Você observou se o autor do texto que escolheu utilizou as os elementos articuladores e conjunções coordenativas? Exemplifique.

04 Quais foram os conteúdos que você apreendeu a respeito de Editorial?

Prática de escrita

DESAFIO

Vamos reescrever o texto juntos? O professor dividirá a turma em 3 grupos. Cada grupo ficará responsável pela reescrita de um dos textos escolhidos pela turma. Lembre-se de utilizar as características pertinentes ao gênero editorial, bem como o uso dos elementos articuladores, além da pontuação, paragrafação, ortografia etc.

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Ata, requerimento, cartas

AULA 35

Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gêneroObjetivo geral

Diagnosticar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero documento – Ata, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Partilhar com os colegas as percepções de leitura na Ata lida e ouvida

u Valorizar a leitura da Ata como forma de domínio dos documentos que circula no mundo do trabalho

u Antecipar o conteúdo das Atas com base em título, características e quem escreve, para quem escreve e para que escreve.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e reconhecendo o valor desse documento nas relações de trabalho.

u Produzir a primeira escrita de uma Ata.

Prática de oralidade

• Você já leu ou ouviu a leitura de uma Ata? • Onde, quem leu? • Leu em algum livro?• O que você conseguiu perceber sobre a importância desse documento nas empresas?

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Conceito

Para Felipe Dintel, Ata é um documento oficial cuja função é fazer constar por escrito o que foi discutido ou acordado em uma reunião. É um documento obrigatório em empresas públicas e privadas. Também é necessária, com frequência, em diferentes tipos de grupos organizados, associações culturais e escolas.

Prática de leitura

Leia o texto a seguir e responda às questões propostas:

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01 Que importância tem esses registros na construção da história da empresa ou órgão?

02 De que assuntos trataram nesta reunião?

03 A que conclusão chegaram sobre a ordem do dia apresentada?

04 Quem assina a ata e em que ordem ocorrem estas assinaturas?

Prática de escrita

DESAFIO

Prepare-se! Agora você produzirá a primeira escrita de uma Ata. Imagine, simule uma reunião

de comissão de formatura do nono ano, ou retome a reunião inicial para definir regras de boa convivência. Suponha que você tenha sido nomeado (a), o (a) secretário (a) da reunião. Redija uma ata que seja fiel aos fatos ocorridos, retrate com precisão e clareza das ideias discutidas e as decisões tomadas.

AULA 36

Identificação dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gêneroObjetivo geral

Identificar os conhecimentos sobre o gênero Documentos – Requerimento – explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Dialogar sobre a finalidade e estruturação do requerimento

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas.

u Identificar os elementos textuais que caracterizam os gêneros em estudo.

u Identificar marcas linguísticas e expressões próprias do Requerimento.

u Distinguir os gêneros de correspondência em estudo a partir da estrutura, destinatário, finalidade e espaços de circulação.

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Conceito

Documento pelo qual o interessado solicita algo a que se julga com direito ou para se defender de algo que o prejudique. É o mais formal dos documentos ofi ciais, devendo ser redigido em terceira pessoa, vedado o emprego de palavras de gentileza ou agradecimento, próprias da redação comercial. Requerer é pedir deferimento a uma solicitação feita por alguém – Requerente – a uma autoridade competente considerada a relação formal e impessoal que se estabelece entre as partes, a estrutura do Requerimento também será rígida:

1) Vocativo: autoridade competente. Coloca-se o nome. 2) Presença do verbo requerer ou de seus sinônimos.3) O pedido de suas especificações.4) Fecho5) Local e data6) Assinatura do Requerente.

É redigido em um único parágrafo em linguagem objetiva e concisa. A tradição cristalizou o fecho:

Nesses Termos, Pede Deferimento.

Prática de oralidade

Observe as características do documento: • Vocativo• Presença do verbo requerer• O pedido e suas especificações• Fecho• Local e data• Assinatura

Prática de leitura

Segue um modelo de Requerimento para reparo da iluminação pública:

ÀPrefeitura Municipal de (nome da cidade)

(Nome), (nacionalidade), (estado civil), inscrito no CPF sob o nº (informar), residente e domiciliado na (endereço), neste município, vem respeitosamente a

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presença de Vossa Senhoria informar que existem duas lâmpadas queimadas em postes da Rua (nome da rua), bairro (nome do bairro), na altura do nº (informar). Em decorrência deste fato, a iluminação pública da via se encontra bastante prejudicada, trazendo risco a todos os moradores e transeuntes da região.Assim, vem requerer seja determinado o imediato reparo da iluminação, com a substituição das lâmpadas queimadas, como forma de restaurar a segurança e tranquilidade do local.

Termos em que,

Pede deferimento.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).

(assinatura)(nome)Requerente

...........

REQUERIMENTO DE ISENÇÃO NO PAGAMENTO DA TAXA DE INSCRIÇÃO

Eu, (nome), (nacionalidade), (estado civil), (profi ssão), inscrito no CPF sob o nº (informar) e no RG nº (informar), residente e domiciliado na (endereço), declaro para os devidos fi ns que não tenho condições de arcar com o valor relativo à taxa de inscrição do processo seletivo (descrever os dados do concurso), relativamente ao cargo de (informar).

Declaro, assim, que sou integrante de família de baixa renda, com renda per capta menor que (valor).

Afi rmo conhecer as implicações legais, civis e criminais, que uma falsa declaração originaria.

Assim, juntando os documentos exigidos no edital do concurso, requeiro a isenção do pagamento do valor da taxa de inscrição para que eu possa participar do concurso.

Termos em que,

Pede deferimento.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).

(assinatura)(nome)

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Em relação aos documentos lidos e tendo por base as características do requerimento, responda às questões abaixo:

01 O vocativo está empregado corretamente nos dois Requerimentos? Por quê?

02 Por quem foi escrito?

03 Se o documento é assinado pelo requerente, por que o nome dele aparece em 3ª pes-soa, quando poderia apresentar-se em 1ª pessoa?

Prática de escrita

DESAFIO

Imagine algumas situações como: um pedido de abono de faltas, um pedido de uma declaração de matrícula ou um pedido para expedir o histórico escolar e faça um requerimento que atenda às exigências/ características deste gênero. Verifique se o que você solicitou no requerimento tem amparo legal e se atende ao padrão requerimento. Você terá oportunidade de rever o que escreveu e de fazer as primeiras modificações no seu Requerimento, se for o caso.

AULA 37

Identificação dos conhecimentos prévios/ introdução do estudo do gêneroObjetivo geral

Diagnosticar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero documentos – carta de recomendação – explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

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O que devo aprender nesta aula

u Dialogar sobre a finalidade e a estruturação de cartas de recomendação

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados e inferindo informações implícitas

u Identificar os gêneros textuais que caracterizam os gêneros em estudos.

u Identificar marcas linguísticas e expressões próprias da carta de recomendação.

u Distinguir os gêneros de correspondência em estudo a partir da estrutura destinatário, finalidade, e espaços de circulação.

u Construir texto de correspondência – carta de recomendação – numa situação real de uso.

Conceito

A carta de recomendação é um documento no qual o antigo empregador atesta as qualidades profi ssionais e pessoais do seu ex-funcionário e o recomenda para quem possa interessar. Pode ser feita pelo Departamento pessoal, diretor, gerente ou chefe imediato.

O importante é que a pessoa que escreve a carta de recomendação possa, posteriormente, confi rmar o que está escrito. Quanto ao conteúdo a carta deve ter: período trabalhado, função, atividades realizadas, desempenho na realização das tarefas, qualidades profi ssionais e potencial do ex-funcionário.

No fi nal da carta deve conter os dados de quem escreveu: nome, cargo, telefone e assinatura.

Prática de leitura

Segue um modelo de carta de recomendação:

(nome da empresa)(cnpj)(endereço)

(nome do ex-empregado), inscrito no CPF sob o nº (informar), é pessoa de meu conhecimento, (indicar a profi ssão), correto, competente,responsável e pontual, tendo trabalhado para esta empresa no período de (informar o início) a (informar o fi m do vínculo), executando serviços de (informar), sob minha supervisão direta.

Durante o período indicado manteve conduta pessoal e profi ssional irrepreensíveis, motivo pelo qual recomendo seus serviços, nada havendo que o desabone.

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Atenciosamente,

(assinatura)(nome do empregador/diretor/gerente/proprietário)(cargo ocupado)

Responda às questões abaixo:

01 Identifi que marcas linguísticas e expressões próprias da carta de recomendação.

02 Qual a fi nalidade desse texto?

03 Identifi que os elementos próprios do gênero, a estrutura e confi guração desse texto

04 Por que foi escrito esse documento?

Prática de escrita

DESAFIO

Prepare-se! Agora você produzirá a primeira escrita de uma carta de recomendação. Imagine que você seja diretor, gerente em uma grande empresa, use uma boa dose de criatividade e faça a recomendação de um hipotético ex-funcionário. Sucesso!

AULA 38

Identificação dos conhecimentos prévios/ introdução do estudo do gêneroObjetivo geral

Identifi car os conhecimentos sobre o gênero documentos – Carta Comercial – explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

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O que devo aprender nesta aula

u Dialogar sobre a finalidade e a estruturação de cartas comerciais.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados inferindo informações implícitas.

u Identificar os elementos textuais que caracterizam o gênero em estudo.

u Identificar marcas linguísticas e expressões próprias da carta comercial.

u Distinguir o gênero de correspondência em estudo a partir da estrutura, destinatário, finalidade e espaços de circulação.

u Utilizar o gênero carta comercial – adequados a uma determinada situação de comunicação real ou ficcional.

Conceito

É a correspondência tradicionalmente utilizada pela indústria e comércio, usada como meio efetivo de comunicação, a carta comercial deve ser simples, com textos esclarecedores e carregados de objetividade. É usada normalmente para comunicar-se com um banco, com instituições ofi ciais, com empresas, etc.

A carta comercial é um documento que permite a comunicação entre pessoas, entre instituições. Ela segue a seguinte estrutura: endereço do remetente (ou timbre), endereço do destinatário, a referência, a data, o vocativo, o corpo da carta, o fecho e a assinatura.

Prática de oralidade

Segue um modelo de carta comercial:

PAPEL TIMBRADO

Para (destinatário / empresa)

Atenção a (pessoa ou departamento)

Assunto (Do que se trata esta comunicação)

Prezados Senhores,

Somos uma empresa de representações e temos em nosso quadro apenas profi ssionais altamente capacitados na área de informática e desenvolvimento de softwares, motivo pelo qual manifestamos nosso interesse em representá-los, com exclusividade, na cidade de (informar).

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Caso haja interesse por parte de sua empresa, colocamo-nos à disposição para novos contatos, em que possamos detalhar nossa proposta.

Agradecemos antecipadamente a atenção.

Atenciosamente,(assinatura)(Sua Empresa)(Seu Nome - Seu Cargo)

Prática de leitura

Em relação à carta comercial lida e tendo por base as características deste gênero, responda as questões abaixo:

01 Qual é o assunto tratado nesse texto?

02 A quem a carta se dirige

03 Por quem foi escrita esta carta?

04 Que tipo de linguagem e pessoa gramatical foram empregados nessa carta?

Prática de escrita

DESAFIO

Imagine que você seja representante de um interessante produto ou serviço e irá escrever uma carta para apresentar ou oferecer os serviços ou produtos dessa empresa, envolvendo as características próprias desse gênero. Contemple em sua carta comercial os seguintes aspectos: destinatário e marcas de interlocução. Sucesso!

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AULA 39

Identificação dos conhecimentos prévios/ introdução do estudo do gêneroObjetivo geral

Identifi car os conhecimentos sobre o gênero documentos – Carta de Apresentação – explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Dialogar sobre a finalidade e a estruturação de cartas de apresentação.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados inferindo informações implícitas.

u Identificar os elementos textuais que caracterizam o gênero em estudo.

u Identificar marcas linguísticas e expressões próprias da carta de apresentação.

u Distinguir o gênero de correspondência em estudo a partir da estrutura, destinatário, finalidade e espaços de circulação.

u Utilizar o gênero carta de apresentação – adequados a uma determinada situação de comunicação real ou ficcional.

Conceito

A carta de apresentação geralmente é utilizada para acompanhar o currículo que será enviado pelos Correios, embora muitas vezes seja também solicitada ou recomendável mesmo que o candidato à vaga de emprego compareça pessoalmente.

Prática de oralidade

Segue um modelo de carta de apresentação que você poderá adaptar para cada situação:

Localidade, dia, mês e anoÀ empresa (nomear)Departamento de Recursos Humanos (ou outro, se for o caso)

Prezado senhor, (se for o caso, nomear)

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Estou me candidatando à vaga de (indicar qual o cargo) existente em seu quadro de pessoal, conforme anúncio publicado no dia (indicar se for este o caso), enviando em anexo meu currículo.

Dentre minhas características profi ssionais destacam-se o perfeccionismo, dedicação, facilidade de interação com o grupo, responsabilidade... (seguir listando suas aptidões).

Busco minha efetivação no mercado, para desenvolver de um trabalho objetivo e gerar bons resultados, propiciando o crescimento da empresa.

No aguardo de contato, coloco-me à disposição para prestar maiores esclarecimentos.

Atenciosamente,

Seu Nome (não deixe de assinar)

O currículo deve acompanhar a carta de apresentação, importa ressaltar.

Prática de leitura

Em relação à carta de apresentação lida tenha por base as características do gênero documento – carta de apresentação e responda as questões abaixo:

01 Qual é o assunto tratado nesse texto?

02 A quem a carta se dirige?

03 Por quem foi escrita esta carta?

04 Que tipo de linguagem e pessoa gramatical foram empregados nessa carta?

Prática de escrita

DESAFIO

Abra os classifi cados de um jornal! E leia as vagas de emprego ofertadas que mais se aproximam do seu perfi l. Agora escreva uma carta a empresa selecionada por você, apresentando-se com o desejo de ocupar a vaga ofertada, envolvendo as características próprias desse gênero. Contemple em sua carta comercial os seguintes aspectos: destinatário e marcas de interlocução. Sucesso!

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AULA 40

Identificação dos conhecimentos prévios/ introdução do estudo do gêneroObjetivo geral

Identifi car os conhecimentos sobre o gênero documentos – Carta de Comunicado – explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Dialogar sobre a finalidade e a estruturação de cartas de comunicado.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados inferindo informações implícitas.

u Identificar os elementos textuais que caracterizam o gênero em estudo.

u Identificar marcas linguísticas e expressões próprias da carta de comunicado.

u Distinguir o gênero de correspondência em estudo a partir da estrutura, destinatário, finalidade e espaços de circulação.

u Utilizar o gênero carta de comunicado – adequados a uma determinada situação de comunicação real ou ficcional.

Conceito

A carta, neste caso, é o meio pelo qual se faz um comunicado por escrito a uma pessoa física ou jurídica, com a segurança da confi rmação de recebimento caso seja enviada pelos Correios com Aviso de Recebimento.

Prática de oralidade

Segue um modelo de carta de comunicado:

COMUNICADO

ÀNome da empresa ou pessoaCNPJ ou CPFEndereçoCepCidade - Estado

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A empresa (informar o nome), por meio de seu gerente infra assinado, comunica que foi constatado em nossos cadastros uma pendência fi nanceira no pagamento referente à nota fi scal nº xxxx, concernente à parcela vencida em (data), que importam em um débito total de R$ xxx,xx (por extenso).

Solicitamos que Vossa Senhoria entre em contato dentro de 48 horas para regularizar a situação.

Localidade, dia, mês e ano.

Nome da empresa (assinar acima)Nome do gerente ou diretorCargo ocupado

Prática de leitura

Em relação à carta de comunicado lida entenda por base as características do gênero documento – carta de comunicado - responda as questões abaixo:

01 Qual é o assunto tratado nesse texto?

02 A quem a carta se dirige?

03 Por quem foi escrita esta carta?

04 Que tipo de linguagem e pessoa gramatical foram empregados nessa carta?

Prática de escrita

DESAFIO

Imagine que você abra um negócio, por exemplo uma fábrica de camisetas, uma fábrica de adesivos uma fábrica de uniformes ou qualquer outra e esteja em plena produção, fornecendo produtos a outros. Já conseguiu fornecer, vender alguns produtos, mas ainda não recebeu. Então escreva uma carta de comunicado para os novos clientes comunicando-os sobre o vencimento dos boletos, envolvendo as características próprias desse gênero.

Contemple em sua carta comercial os seguintes aspectos: destinatário e marcas de interlocução. Sucesso!

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AULA 41

Identificação dos conhecimentos prévios/ introdução do estudo do gêneroObjetivo geral

Identifi car os conhecimentos sobre o gênero documentos – Carta de Autorização – explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Dialogar sobre a finalidade e a estruturação de cartas de autorização.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados inferindo informações implícitas.

u Identificar os elementos textuais que caracterizam o gênero em estudo.

u Identificar marcas linguísticas e expressões próprias da carta de autorização.

u Distinguir o gênero de correspondência em estudo a partir da estrutura, destinatário, finalidade e espaços de circulação.

u Utilizar o gênero carta de autorização – adequados a uma determinada situação de comunicação real ou ficcional.

Conceito

A carta de autorização é o documento por meio do qual alguém autoriza outrem à prática de determinado ato, como a retirada de materiais, por exemplo.

Prática de oralidade

Segue abaixo um modelo de carta de autorização.

Eu, (nome), inscrito no CPF sob o nº (informar) e no RG nº (informar), residente e domiciliado na (endereço), autorizo o Sr. (nome de quem está sendo autorizado), inscrito no CPF sob o nº (informar) e no RG nº (informar), a retirar em meu nome os materiais adquiridos por meio da nota fi scal nº XXXX, na (nome da empresa).

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).

(assinatura)(nome)Obs: Se necessário, reconhecer fi rma.

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Prática de leitura

Em relação à carta de autorização lida e tendo por base as características do gênero documento – carta de autorização - responda às questões abaixo:

01 Qual é o assunto tratado nesse texto?

02 A quem a carta se dirige?

03 Por quem foi escrita esta carta?

04 Que tipo de linguagem e pessoa gramatical foram empregados nessa carta?

Prática de escrita

DESAFIO

Imagine que você seja consultor de um determinado produto , fora de sua cidade de residência. Você fez um grande pedido que será enviado via correio.Seu pedido chegou e você tem poucas horas para retirá-lo das agências, porém encontra-se impossibilitado e terá que autorizar alguém para pegar as mercadorias em seu nome.Então, escreva uma carta de autorização, envolvendo as características próprias desse gênero. Contemple em sua carta comercial os seguintes aspectos: destinatário e marcas de interlocução. Sucesso!

AULA 42

Identificação dos conhecimentos prévios/introdução do estudo do gêneroObjetivo geral

Identificar os conhecimentos sobre o gênero documentos – Carta de Agradecimento – explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

Page 275: Caderno educacional 9ano_aluno_1bim

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O que devo aprender nesta aula

u Dialogar sobre a finalidade e a estruturação de cartas de agradecimento.

u Ler com fluência e autonomia, construindo significados inferindo informações implícitas.

u Identificar os elementos textuais que caracterizam o gênero em estudo.

u Identificar marcas linguísticas e expressões próprias da carta de agradecimento.

u Distinguir o gênero de correspondência em estudo a partir da estrutura, destinatário, finalidade e espaços de circulação.

u Utilizar o gênero carta de agradecimento – adequados a uma determinada situação de comunicação real ou ficcional.

Conceito

São diversas as ocasiões em que recebemos favores, bons serviços ou oportunidades que aproveitamos com satisfação. Nessas situações, convém demonstrar que apreciamos a consideração que nos foi dada. Essa manifestação por vezes pode ser formalizada por meio de uma carta de agradecimento.

Prática de oralidade

• Você reconhece o gênero carta de agradecimento? • Você conhece o objetivo da carta de agradecimento? • Qual a importância de produzir uma carta de agradecimento?

Prática de leitura

Segue um modelo de carta de agradecimento que poderá ser adaptado às suas necessidades:

Senhor(a). (nome),

Apresento meus agradecimentos pelo apoio e oportunidade que me foram concedidos.O tempo que passei em companhia de pessoas excelentes contribuiu imensamente para meu crescimento pessoal e profi ssional, graças ao companheirismo de todos.

Desejo a todos muita sorte e sucesso!

Muito obrigado por tudo.

Atenciosamente,(seu nome)

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Em relação à carta de agradecimento lida, entenda por base as características do gênero documento – carta de agradecimento –, responda às questões a seguir:

01 Qual é o assunto tratado nesse texto?

02 A quem a carta se dirige?

03 Por quem foi escrita esta carta?

04 Que tipo de linguagem e pessoa gramatical foram empregados nessa carta?

Prática de escrita

DESAFIO

O nono ano é o encerramento de um ciclo em seus estudos, ele representa a conclusão do ensino fundamental e, com certeza, muitas pessoas contribuíram com a sua formação Como um gesto de gratidão é sempre bem-vindo, escreva uma carta de agradecimento, envolvendo as características próprias desse gênero.

AULA 43

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Carta de agradecimento, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Inferir informações a partir da leitura de textos sobre a estrutura do gênero.

u Produzir cartas de agradecimento, observando seus elementos constitutivos.

u Desenvolver habilidades de leitura e interpretação textual no gênero carta de agradecimento.

u Reconhecer o significado contextual e estrutural do gênero, atentando para a sua função social.

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Prática de oralidade

• Por que é importante agradecer?• Em que situações o agradecimento se faz necessário?• Como deve ser a linguagem utilizada em uma carta de agradecimento?

Conceito

Segundo estudiosos, a carta de agradecimento é um gênero utilizado para externar gratidão a alguém ou estabelecimento por ser tratado bem ou ter conseguido algo. Apresentam a mesma estrutura da carta pessoal e de solicitação (local e data, vocativo, corpo do texto, despedida e assinatura). A linguagem deve ser objetiva, clara e adequada ao seu interlocutor, mantendo sempre a formalidade.

Prática de leitura

O texto abaixo é uma carta de agradecimento ao cliente, em que a empresa agradece a seus clientes a preferência em relação ao seu estabelecimento. Leia com atenção e responda às questões.

Goiânia, 11 de novembro de 2012.

Prezado Amigo,

Para nós é uma honra tê-lo como cliente, é uma honra termos sido eleitos

para prestar-lhe este serviço que exige segurança e responsabilidade. Temos

orgulho pela relação de confi ança que conseguimos estabelecer e estamos

abertos para qualquer sugestão vossa que possa melhorar ainda mais a prestação

dos nossos serviços.

A proposta desta empresa é realizar um trabalho de excelência, cumprindo

prazos e contratos com o máximo rigor. Esta proposta de qualidade não seria

possível de ser implementada sem a valiosa colaboração que você, como cliente,

sempre nos ofereceu, cumprindo também os contratos estabelecidos e relevando

os eventuais contratempos que sempre tentamos evitar.

Se todos os clientes fossem como você, toda carga seria muito mais fácil de

carregar. Que os nossos caminhos continuem a se cruzar e nos levem sempre em

direção a um mundo de paz e esperança.

Atenciosamente,

Auto Peças e Mecânica ABCJoão B. Alves – gerente

Disponível em http://www.zun.com.br.

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01 No primeiro parágrafo do texto, identifique o motivo da carta.

02 No texto, percebemos que o remetente procura atender seu cliente da melhor forma possível para que ele saia satisfeito com o serviço prestado. Retire do texto o trecho que comprove essa afirmativa.

03 Identifique no texto, o período em que o remetente caracteriza o cliente.

04 Apesar do texto apresentar uma linguagem um pouco formal, é possível perceber uma certa intimidade entre os interlocutores? Justifique

Prática de escrita

DESAFIO

A carta de agradecimento pode ser enviada também a um amigo. Elabore uma carta de agradecimento a um amigo (a) agradecendo por algum favor ou presente recebido. Por ser amigo, lembre-se que você deve ser discreto e ao mesmo tempo íntimo. Não se esqueça de utilizar os elementos constitutivos da carta (Local e data, vocativo, corpo do texto, despedida e assinatura). Além de agradecer, coloque o quanto o amigo(a) lhe ajudou e a sua disposição em ajudá-lo também.

AULA 44

Ampliação dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Carta de agradecimento, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise linguística.

O que devo aprender nesta aula

u Inferir significados através da leitura, associação e comparação dos gêneros em estudo

u Refletir sobre o uso de conjunções e pronomes relativos

u Refletir sobre a variação linguística no gênero.

u Refletir sobre a função social do gênero.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Prática de oralidade

Conceito

Conforme alguns estudiosos a carta de agradecimento por doação é caracterizada pela sua função de agradecer por uma doação feita de maneira mais formal e com uma linguagem mais formal possível e de maneira prática, garantindo, assim, a abertura para novas doações.

Alguns gramáticos afi rmam que é importante conhecer os pronomes relativos e as conjunções bem como os seus signifi cados para poder dar sentido ao texto.

Prática de leitura

O texto abaixo é uma carta de agradecimento por doação. Leia com atenção e responda às questões que se seguem:

Goiânia, 10 de outubro de 2012.

Prezada Helena Lunardelli,Venho por meio desta agradecer a fl ores que nos foram enviada pela Flor

Gentil para o nosso baile da primavera.Conforme pode ver nas fotos anexas, os idosos fi caram muito felizes e

agradecido por causa das fl ores.É por causa de atitudes como as da sua organização que muitas ações são

abrilhantadas e tornam melhor o dia de pessoas que participam de atividades, por exemplo, nos bairros da periferia e em lugares com pessoas menos favorecidas.

Espero poder contar com essa parceria outras vezes, pois será muito importante para os idosos.

Faço aqui também um convite para que sua organização venha nos fazer uma visita e conhecer nosso trabalho. Teremos muito prazer em recebê-los.

Muito obrigado!

Atenciosamente, Jorge Barbosa

Disponível em http://www.zun.com.br

01 Quais as diferenças entre esse texto e a carta de solicitação quanto ao seu conteúdo?

02 Qual é motivo do agradecimento apresentado no texto?

03 Que tipo de linguagem foi utilizada no texto? Formal ou informal? Justifi que.

04 Assinale a relação de sentido das conjunções destacadas nos trechos a seguir:

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a) “Conforme pode ver nas fotos...”( ) Adição ( ) Conformidade ( ) Comparação

b) “... pois será muito importante...”

( ) Explicação ( ) Oposição ( ) Conclusão

c) “... um convite para que sua organização venha...”

( ) Causa ( ) Condição ( ) Finalidade

DESAFIO

Leia a tira seguinte retratada pelas personagens Jon e seu guloso gato Garfield e responda às questões:

01 Percebendo que a fala do terceiro quadrinho é uma continuação da fala do pri-meiro quadrinho, há coerência entre essas duas falas? Justifique.

02 Reescreva a última fala, colocando uma conjunção de forma que fique coerente.

03 Em que consiste o humor da tira?

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LÍNGUA PORTUGUESA

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AULA 45

Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gêneroObjetivo geral

Compreender e desenvolver habilidades e competências de produção textual no gênero carta de solicitação e de identificação de sua temática e estrutura.

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer a estrutura do gênero carta de solicitação.

u Discutir sobre a importância de produzir uma carta de solicitação em nosso cotidiano.

u Desenvolver habilidades de interpretação textual no gênero carta de solicitação

Prática de oralidade

• Você sabe identificar uma carta de solicitação? • Você conhece o objetivo da carta de solicitação? • Qual a importância se produzir uma carta de solicitação?

Conceito

A carta de solicitação é um gênero textual que tem por finalidade fazer uma solicitação a um interlocutor, para o qual é apresentado um problema na esperança de que o resolva ou o amenize. É um texto argumentativo, de caráter persuasivo, no intuito de convencer o destinatário.

O texto a seguir é uma carta que solicita à autoridade em questão um apoio imediato junto ao Congresso Nacional no tocante à punição aos crimes praticados por empresas telecomunicativas por parte da Anatel, visando melhorias nos serviços prestados à comunidade. Leia com atenção e responda às questões que se seguem:

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LÍNGUA PORTUGUESA

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São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2003

Exma. Sra. Deputada Federal Ângela Guadagnin

Parabenizamos sua presteza, agilidade e o interesse demonstrado, dado o

curto hiato de tempo entre a primeiro contato com seu fi lho e a sua comunicação

telefônica.

Ficamos muito felizes, pois agora que somos governo, temos percebido um

certo imobilismo por parte de nossa bancada, dando-nos a forte impressão que

só somos combativos e pró-ativos quando estamos na oposição.

Somos hoje uma comunidade com 695.000 membros, até o fi m do ano

seremos 732.000 usuários de banda larga. Só em 2002, nosso crescimento no

foi de 112% , e em pelas projeções de mercado realizadas pelo IDC, seremos 3,8

milhões em 2006.

Dado o seu interesse, estamos enviando o relatório completo, penso que

são subsídios que a auxiliarão para pensarmos numa estratégia efi ciente para

atuação dentro de sua comissão para alcançar eco no executivo, inclusive junto

ao ministro da casa civil, que sabemos está concentrando os estudos (menos

estudos e mais proposições de interesse político econômico) sobre as ANas, para

suas propostas que podem servir de base para apresentação de PL que aprimore

a disciplina e, principalmente, tomar medidas imediatas para coibir abusos e fazer

cumprir a lei, usando instrumento disponíveis no que tange à participação do

representante dos usuários no conselho e nos comitês da Anatel (ver no dossiê a

manobra recente sobre assunto no mês 02 de 2003.)

Penso que o momento é oportuno por termos tido conhecimento que:

1. É prática comum das teles, apoiadas pela ANATEL, fornecer informações

distorcidas, tendenciosas, incorretas e incompletas, defendendo seus interesses

corporativos, em detrimento dos interesses dos usuários. Numa delas, para evitar

cumprir liminar do Ministério Público Federal da quinta região, A C Apelação

Civil 109 388 processo 9705017611 Bauru 11/10/2002, ANEXOS 5, 6, 7 e 53, a

Telefônica alega repassar custos, não apresenta planilhas, e cobra por um serviço

que ela mesmo executa, valores maiores que os cobrados pelos provedores,

que terceirizam o acesso com a própria Telefônica! A própria ANATEL enviou

ao Judiciário texto incompleto da LGT, suprimindo o artigo 7º, induzindo o

magistrado a erro, e impedindo a concessão de liminares (Norma 004/95 e

informe SPV) ANEXOS 11 e 12

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LÍNGUA PORTUGUESA

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2. Por ter conhecimento pela imprensa da decisão do Sr. Presidente Lula de

rever as atividades das agências reguladoras. (Artigo de “O estado de São Paulo”,

ANEXO 13).

3. Por estarmos presenciando a apresentação em 2003 de dois projetos de lei, sendo

um do um deputado do PT Orlando Fantazzini, que nos parece inconstitucional,

por ignorar a interpretação do sistema normativo das telecomunicações, e

também pelo teor das proposituras, que se aprovadas aniquilariam o que resta

da livre iniciativa no setor de provimento de acesso à internet, em favor das teles.

ANEXOS 14 a 17 Hoje, dada à falta de normatização para as novas tecnologias,

de distorsões em sua aplicação, e a inefi caz fi scalização por parte da ANATEL e

do CADE, as operadoras de telecomunicação já dominam grande parte desse

mercado, através de formação de cartel, disfarçado em livre concorrência,

conforme denúncias, ANEXOS 18 a 22.

Estamos acompanhando pela imprensa, alguns procedimentos do ministro

Miro Teixeira, apoiadas por alguns parlamentares (ver contratos do STFC) que

poderá resultar no esvaziamento do órgão e até mesmo na sua extinção.

Como V.Ex. poderá depreender de nosso relatório, somos veemente contra

as manobras coorporativas, o aviltamento às leis, os crimes contra o consumo,

formação de oligopólios e cartéis, que vem sendo praticado pelas teles com

a conivência explícita da Anatel, e pela omissão do congresso nacional que

durante a ultima legislatura não fez uso de suas prerrogativas de controlar os

atos praticados pelas ANas, através dos instrumentos garantindo na C.F. artigo 49

incisos V, X e XI e artigo 50, que lhe confere poderes e autoridade para convocar

ministro de estado e titulares de órgão diretamente subordinados a Presidência

da Republica.

O desenho formatado para a regência da Anatel garante também o controle

social, através da participação nos conselhos e dos comitês. Assim a condução do

órgão poderia obedecer ao formato harmônico, democrático e republicano que

inspirou seus princípios regulatórios.

Se a Anatel não impedisse a participação da sociedade, se o congresso

cumprisse seu papel de controle e fi scalização sobre os atos e regulamento da

agência, que após publicação ganha força de lei, as políticas públicas ditadas pelo

executivo e aprovados pelo legislativo estariam sendo atendidas, e os desmandos,

vícios, crimes e descalabros estariam coibidos. A este respeito, solicitamos a leitura

atenta da contribuição oferecida por nosso diretor da sub-seçao-R.J ( Rogério)

sob o titulo (Alô, congresso nacional? Estamos esperando vocês.). Neste artigo

estamos apresentando também 20 sugestões que só dependem de vontade

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LÍNGUA PORTUGUESA

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política para serem implementadas, usando dos instrumentos já existentes, e

seria uma atitude emblemática, visto que teria o caráter de mostrar à sociedade

a seriedade, honestidade, competência e agilidade desta nova legislatura em que

nosso partido é situação.

Colocamos-nos a disposição para complementar, instrumentalizar e apoiar

todos as suas iniciativas para o aperfeiçoamento da Anatel, e o enquadramento das

teles quanto ao cumprimento de nossas leis, para o impedimento da concorrência

desleal, espoliativa e predadora em particular; e das que se façam para cumprir

o artigo primeiro da constituição, no aprimoramento daquela propositura, no

tocante ao aperfeiçoamento e criação de canais de comunicação social e política

capazes de estabelecer a interação do cidadão com a esfera pública.

Agradecendo sua atenção, e colocando-nos à sua disposição, oferecemos

nossos telefones particulares 011 3083-7688, 9197-1443 e o e-mail abusar@

abusar.org.br para contato.

Despedimos-nos com protesto de grande consideração.

Atenciosamente,

Horacio Belfort

Presidente.

Disponível em http://www.abusar.org.br/carta_solicitação.html

Prática de leitura

01 Identifi que no texto:

local e data: .

os interlocutores (remetente e destinatário):

vocativo:

despedida:

02 Há diferença desse gênero em relação à carta pessoal quanto à estrutura, forma? Jus-tifi que.

03 E quanto ao conteúdo? Justifi que.

04 Qual é a solicitação feita pelo remetente ao destinatário?

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05 A carta de solicitação por ser um texto argumentativo, apresenta argumentos de forma a convencer o destinatário. Cite dois argumentos do texto que poderiam fazer o so-licitado a atender o pedido.

Prática de escrita

DESAFIO

Pesquise em jornais locais denúncia de algum tipo de problema que vem ocorrendo na cidade e escreva uma carta de solicitação ao órgão competente pedindo providências e/ou fazendo sugestões. Não se esqueça de seguir a estrutura da carta de solicitação e de empregar linguagem formal.

AULA 46

Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar e sistematizar os conhecimentos sobre o gênero, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da linguagem.

O que devo aprender nesta aula

u Construir significados e inferir informações a partir da leitura.

u Refletir sobre a função social do gênero.

u Refletir sobre a linguagem utilizada no gênero em estudo.

u Retomar a produção inicial com a finalidade de garantir a presença dos elementos próprios do gênero.

Conceito

O gênero carta de solicitação é um instrumento pelo qual podemos exercer a cidadania, com base nos nossos direitos e deveres para com o outro e para com a sociedade em geral. Através desse gênero podemos apontar falhas, discutir e apresentar soluções para problemas

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que enfrentamos diariamente em nosso meio. Como cidadão, um dos nossos deveres é transformar ou aprimorar aquilo que não vai bem.

Prática de oralidade

• Que elementos que compõem a forma de uma carta de solicitação estão presentes nesta carta?

• Que tipo de linguagem é empregada na carta?• Qual a função social desta carta?

Prática de leitura

Releia a carta abaixo e, em seguida, responda às questões que se seguem:

Fortaleza (CE), 12 de janeiro de 2010.

Ilmº. Sr. Diretor do Departamento de Trânsito de Fortaleza:

Nós, moradores da Rua Jair dos Santos Meneghetti, há anos vimos

enfrentando sérios problemas com o trânsito local. Como é de seu conhecimento,

a Avenida Olímpio de Souza é uma das mais movimentadas de nossa cidade. Ela

concentra um grande número de veículos – incluindo-se, além de automóveis,

ônibus e caminhões –, já que conduz o fl uxo tanto ao centro da cidade quanto às

rodovias que levam a cidades vizinhas.

Mesmo havendo duas pistas em cada sentido da Avenida Olímpio, é

comum alguns veículos, na altura do número 1.500, tomarem nossa rua como

atalho. Isso se deve a duas razões: primeiramente porque, nos horários de pico, é

normal o trânsito fl uir mais lentamente: em segundo lugar porque, mais à frente,

na altura do número 1700, existe um semáforo que sinaliza o cruzamento da Rua

Sílvia Arante com a Olímpio. Os motoristas, quando estão na altura do número

1.500, conseguem avistar o semáforo e, se ele está fechado, não hesitam em tomar

a Jair dos Santos como atalho e sair já no número 1.900 da Avenida Olímpio.

O resultado não poderia ser diferente: poluição do ar, barulho insuportável

de motores e buzinas, riscos constantes para nossas crianças, insegurança, em

virtude da constante circulação de pessoas estranhas ao local, má qualidade de

vida.

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Lembramos a V. S.ª que a Rua Jair dos Santos Meneghetti é predominante-

mente residencial e não comporta tal tipo de tráfego. Além disso, na campanha

política do atual prefeito, que V. S.ª naturalmente apoiou, uma das propostas de-

fendidas era a preservação da qualidade de vida da cidade. Eis uma oportunidade

de concretizar essa proposta, tomando-se uma destas medidas práticas que ora

sugerimos inverter a mão da Rua Jair dos Santos Meneghetti, que atualmente vai

do número 01 para o número 225, ou colocar três quebra-molas ou lombadas ao

longo da Rua supracitada.

Acreditamos que a adoção de uma dessas soluções – que custariam pouco

e poderiam ser efetivadas em no máximo dois dias – resolverá o problema de

uma vez e conseguirá devolver-nos a tranquilidade que tínhamos no passado e

a que temos direito ainda hoje. Para V.S.ª e para o Departamento que dirige, será

também a oportunidade de se integrar às reais necessidades da população, cada

vez mais conscientes de seus deveres e direitos.

Certos de sua atenção, agradecemos.

Moradores da Rua Jair dos Santos

Disponível em http://oblogderedação.blogspot.com.br

01 Qual é o problema que motivou a escrita da carta?

02 Quais as consequências do aumento de tráfego nessa rua?

03 Quais foram as medidas sugeridas pelos moradores a fi m de solucionar o problema?

04 Que tipo de linguagem foi utilizada na carta? Justifi que e comprove sua resposta com exemplos do texto.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome sua produção da aula anterior e verifi que se a carta explica claramente qual é o problema que o leva a escrever ao destinatário, se estão presentes e adequados à forma composicional da carta (local, data, vocativo, corpo do texto, despedida e assinatura), se a linguagem está de acordo com o seu interlocutor.

Troque sua carta com um colega e discutam se o texto é objetivo e claro. Dê sugestões ao colega, caso julgue necessário que algum trecho seja melhorado.

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AULA 47

Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar e sistematizar os conhecimentos sobre o gênero em estudo, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise da linguagem.

O que devo aprender nesta aula

u Desenvolver habilidades e competências de análise e produção textual reconhecendo e utilizando os recursos morfossintáticos da língua.

u Refletir sobre o emprego do pronome de tratamento e vocativo como elementos fundamentais do gênero

u Refletir sobre o vocativo no gênero em estudo

u Saber produzir texto no gênero utilizando os recursos morfossintáticos da língua.

Conceito

Segundo Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano, pronomes de tratamento são palavras ou expressões empregadas no trato cerimonioso com o interlocutor e vocativo é o termo que expressa um chamamento. Esses elementos linguísticos são imprescindíveis na construção da carta. Os pronomes de tratamento que se usam no vocativo (nome do destinatário) sempre concordam com os verbos em 3ª pessoa.

Prática de oralidade

• Identifique o vocativo e os pronomes de tratamento.• Considerando o destinatário, os pronomes de tratamento foram utilizados

adequadamente?

Prática de análise da língua

01 Releia o 4º parágrafo do texto da aula anterior e identifique o trecho que comprova a concordância do pronome de tratamento com o verbo em 3ª pessoa do singular.

02 Se o destinatário da carta fosse o Presidente da República qual pronome de tratamen-to deveria ser utilizado segundo a norma gramatical?

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03 Reescreva o trecho “Lembramos a V.Sª que a Rua Jair dos Santos Meneghetti é pre-dominantemente residencial...” supondo que o destinatário fosse um amigo.

Prática de escrita

DESAFIO

Leia os textos abaixo e, em seguida, elabore uma carta endereçada ao Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, solicitando-lhe uma ação concreta que solucione este problema. Não se esqueça de seguir as regras de elaboração das cartas de solicitação e de empregar linguagem formal.

TExTO 1

Violência

O Estado de São Paulo vive uma onda de violência, com registros de chacinas, homicídios, ônibus incendiados e mortes de policiais militares. Desde o último dia 24, 253 pessoas foram mortas na região metropolitana de São Paulo – média de 9,7 por dia.

Desde o início do ano, 95 policiais militares já foram assassinados em todo o Estado de São Paulo.

Em 2011, 47 PMs foram mortos –21 dos crimes ocorreram enquanto os policiais estavam em serviço e 26 foram assassinados no horário de folga –, de acordo com o comandante-geral da PM, Roberval França.

[Folha de S. Paulo, 26 de novembro de 2012]

TExTO 2

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Síntese

Caraterísticas das cartas de solicitação• Texto de intenção persuasiva;• Apresentação às autoridades competentes de uma solicitação de soluções para um

problema;• Estrutura semelhante à das cartas em geral: local e data, vocativo, corpo da carta

(assunto), expressão cordial de despedida, assinatura;• Estratégia argumentativa: apresentação do problema, suas causas e consequências,

exposição de argumentos capazes de persuadir o destinatário;• Linguagem clara e objetiva, de acordo com o padrão culto formal da língua, geralmente

em 1ª. Pessoa;• Formas verbais predominantemente empregadas no presente do indicativo;• Pronomes de tratamento de acordo com o cargo ocupado pelo destinatário.

AULA 48

Levantamento dos conhecimentos prévios/introdução ao estudo do gêneroObjetivo geral

Diagnosticar os conhecimentos que os estudantes já possuem sobre o gênero Ofício, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Reconhecer os elementos do gênero ofício.

u Discutir sobre a importância de produzir um ofício em nosso cotidiano.

u Desenvolver habilidades de argumentação no gênero ofício.

Prática de oralidade

• Com base em que elementos você identifica um ofício? • Qual a finalidade de um ofício? • Qual a importância se produzir e encaminhar um ofício?

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Conceito

O ofício é um tipo de correspondência externa, muito usada especialmente quando o destinatário é órgão público. Ele serve para “informar, encaminhar documentos importantes, solicitar providências ou informações, propor convênios, ajustes, acordos, etc., convidar alguém com distinção para a participação em certos eventos, enfi m, tratar o destinatário com especial fi neza e consideração” (CAMPOS MELLO, 1978: 122)

Prática de leitura

O texto a seguir é um ofício que responde, à autoridade em questão, medidas dirigidas a Senhora Presidente da República, visando aspectos relacionados à demarcação de terras indígenas. Leia com atenção e responda às questões que se seguem:

Modelo de ofício do Manual de Redação da Presidência da República (2002)

[Ministério][Secretaria/Departamento/Setor/Entidade][Endereço para correspondência][Endereço - continuação][Telefone e Endereço de Correio Eletrônico]Ofício n.º 524/1991/SG-PRBrasília, 27 de maio de 1991.

A Sua Excelência o Senhor

Ofício n.º 524/1991/SG-PR

Brasília, 27 de maio de 2011.

A Sua Excelência o Senhor

Deputado [Nome]

Câmara dos Deputados

70.160-900 – Brasília – DF

Assunto: Demarcação de terras indígenas

Exmº Senhor Deputado,

1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama n.º 154, de 24 de

Setembro último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta n.º 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).

2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na defi nição e demar-cação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características socioeconômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto n.º 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, §1.º, da Constituição Federal. Os es-tudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográfi cos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente.

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4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações que jul-garem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.

5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão

publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas.

6. Como Vossa Excelência pode verifi car, o procedimento estabelecido assegura

que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade.

Atenciosamente,

[Assinatura][cargo]

Fonte: www.iesde.com.br

Prática de leitura

01 Identifi que no texto:

local e data:

os interlocutores (remetente e destinatário):

o vocativo:

a despedida:

02 Há diferença desse gênero em relação à carta pessoal quanto à forma, estilo e conte-údo? Justifi que.

03 A linguagem utilizada faz parte do cotidiano de vocês, ou apresentam diferenciações da linguagem comum? Justifi que.

04 Qual é a solicitação feita pelo remetente ao destinatário?

Prática de escrita

DESAFIO

Com base no texto apresentado como modelo de ofi cio, crie seu próprio texto-ofício ressaltando alguma solicitação a um órgão público. O conteúdo do texto deve ter linguagem específica.

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AULA 49

Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar os conhecimentos sobre o gênero, explorando as práticas de oralidade, leitura e escrita.

O que devo aprender nesta aula

u Identificar a linguagem e significados a partir da leitura do texto em estudo.

u Refletir sobre a função social do gênero.

u Comparar os tipos de conteúdos explícitos nos textos.(anterior e atual)

u Retomar a produção inicial com a finalidade de garantir a presença dos elementos próprios do gênero.

Prática de oralidade

• Que elementos que compõem a forma deste gênero textual estão presentes neste oficio?

• Que linguagem é empregada no texto?• Qual a função social deste texto?• O que você acha que é um plano de contingência?• Quais os riscos que a Dengue pode trazer à população?

Conceito

O gênero ofício é um instrumento através do qual podemos exercer a cidadania, com base em nossos direitos e deveres para com o outro e para com a sociedade em geral. Através desse gênero podemos apontar falhas, discutir e apresentar soluções para problemas que enfrentamos diariamente em nosso meio.

Um ofício é uma correspondência oficial, enviada normalmente a funcionários ou autoridades públicas. O ofício é o tipo mais comum de correspondência oficial expedido por órgãos públicos, em objeto de serviço. Seu destinatário, no entanto, além de outro órgão público, pode ser também um particular. O conteúdo do ofício é matéria administrativa, mas

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pode vincular também matéria de caráter social, oriunda do relacionamento da autoridade em virtude de seu cargo ou função.

Ofício nº00123/2011 Brasília, 25 de outubro, de 2011.

Ao SenhorCLÁUDIO MAIEROVITCH PESSANHA HENRIQUESDiretor do Departamento de Vigilância das Doenças TransmissíveisEsplanada dos Ministérios, Bloco G, salas 148e 15670058-900 Brasília - DFAssunto: solicitação de incentivo fi nanceiro para qualifi cação das ações de prevenção e controle da dengue

Senhor Diretor,

Vimos por meio deste, encaminhar a Vossa Senhoria, o Plano de

Contingência para análise, bem como o Termo de Compromisso, aprovado pela

Comissão Intergestores Bipartite por meio da Resolução nº XXXX, de XX de

XXXX de 2010.

Os referidos documentos contêm o detalhamento das ações a serem

desenvolvidas por este município, visando o recebimento do incentivo fi nanceiro

para qualifi cação das ações de prevenção e controle da dengue em nosso

município.

Certos de vosso pronto atendimento, antecipamos agradecimentos.

Atenciosamente,

xxxxxxxxxxxxxx

Secretário Municipal de Saúde

Prática de leitura

01 Qual é o assunto que motivou a escrita do ofício?

02 Quais os riscos da doença para a população?

03 Quais foram as medidas propostas pelo Secretário Municipal de Saúde a fi m de so-lucionar o problema?

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04 Que tipo de linguagem foi utilizado no texto? Justifique e comprove sua resposta com exemplos do texto.

Prática de escrita

DESAFIO

Retome sua produção inicial e verifique se o oficio explica claramente qual é o problema que o leva a escrever ao destinatário, se estão presentes e adequados os elementos que constituem a forma composicional do texto (local, data, vocativo, corpo do texto, despedida e assinatura), se a linguagem está de acordo com o seu interlocutor.

Em seguida troque o seu texto com o seu colega, propondo que o mesmo responda a solicitação feita.

AULA 50

Ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o gêneroObjetivo geral

Ampliar e sistematizar os conhecimentos sobre o gênero em estudo, explorando as práticas de oralidade, leitura, escrita e análise linguística.

O que devo aprender nesta aula

u Desenvolver habilidades e competências de análise e produção textual reconhecendo e utilizando os recursos morfossintáticos da língua.

u Refletir sobre o emprego do pronome de tratamento e vocativo como elementos fundamentais do gênero.

u Refletir sobre o vocativo no gênero em estudo.

u Produzir texto no gênero utilizando os recursos morfossintáticos da língua.

Prática de oralidade

• Identifique o vocativo e os pronomes de tratamento.• Em relação ao destinatário, é pertinente afirmar que os pronomes de tratamento

foram utilizados de modo adequado?

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Conceito

Os pronomes de tratamento são formas de distinção e respeito, auxiliando-nos na referência às autoridades civis, militares e eclesiásticas.

Os Pronomes de Tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e pronominal.

Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige à comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução:

Ex.: Vossa Senhoria nomeará o substituto; Vossa Excelência conhece o assunto.Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:

a) do Poder Executivo;Presidente da República;Vice-Presidente da República;Ministros de Estado;Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;Oficiais-Generais das Forças Armadas;Embaixadores;Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;Secretários de Estado dos Governos Estaduais;Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo:

Deputados Federais e Senadores;

Ministro do Tribunal de Contas da União;

Deputados Estaduais e Distritais;

Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;

Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.

c) do Poder Judiciário:

Ministros dos Tribunais Superiores;

Membros de Tribunais;

Juízes;

Auditores da Justiça Militar.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador,

Senhor Juiz,

Senhor Ministro,

Senhor Governador,

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No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado da Justiça 70.064-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor Senador Fulano de Tal Senado Federal 70.165-900 – Brasília. DF

A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 10a Vara Cível Rua ABC, no 123 01.010-000 – São Paulo. SP

(Fonte: www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm)

Prática de análise da língua

01 Releia o 1º parágrafo do texto da aula anterior e identifique o trecho em que aparece o pronome de tratamento.

02 Por que o uso deste pronome de tratamento?

03 Se o destinatário do ofício fosse a Presidente da República, qual pronome de trata-mento deveria ser utilizado?

04 Reescreva o 1º parágrafo deste ofício, incluindo o vocativo, supondo que o destinatá-rio fosse a Presidente da República.

Prática de escrita

DESAFIO

Leia a charge abaixo e, em seguida, elabore um ofício solicitando à autoridade competente uma ação concreta que solucione este problema no Estado.

Pense no destinatário (de quem é a competência para a solução deste problema?) e procure seguir as regras de elaboração de ofício, inclusive observando a linguagem.

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Síntese

Caraterísticas de um ofício• Existem algumas normas que fazem parte da composição de um ofício, que são as

seguintes: o cabeçalho, geralmente no cabeçalho do ofício, conta com o timbre do órgão público; logo mais abaixo fica o índice do ofício circular, onde consta o número do ofício seguido do ano em que foi redigido (exemplo: 01/2012); em seguida consta o nome do município do órgão expedidor do documento e a data em que o ofício circular foi redigido (exemplo: São Paulo, 6 de março de 2012.). O nome do mês sempre será em minúsculo, os dias de 1 a 9, jamais poderão ser precedidos pelo zero, e após o ano, sempre com ponto final, pois trata-se de uma frase nominal.

• Em seguida é necessário informar o vocativo. Entre o índice e o vocativo são necessários de 2 a 4 espaços simples, o que vai depender do tamanho do texto que constituirá o ofício.

• Deve-se sempre iniciar com letra maiúscula e o vocativo adequado sempre seguido de dois pontos, ou vírgula.

• O corpo do texto conta com as informações da qual o órgão remetente deseja transmitir aos outros destinatários

• Os principais fechamentos utilizados são, "Atenciosamente", utilizados para autoridades de mesma hierarquia ou inferior, ou "Respeitosamente", utilizada para autoridades de hierarquia superior. Os fechamentos são sempre seguidos de vírgula, por serem advérbios. No rodapé do ofício circular, consta o destinatário, sendo desnecessário o uso de tratamentos (DD. – Digníssimo, por exemplo), sendo suficiente o pronome de tratamento Senhor (a). É necessário que o signatário assine ou rubrique cada oficio.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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