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Indice 1. Introdução 3 2. Objectivos 4 2.1. Objectivo Geral 4 2.2. Objectivo Especifico 4 2.3. Metodologia 4 Abreviaturas 5 3. Resumo 6 CAPITULO I 7 4. Conceito de Auditoria e Compromisso 7 4.1. Termos de Compromisso de uma Auditoria 7 4.2. Carta de compromisso de auditoria 7 4.3. Honorários dos auditores 9 4.4. Exemplo da carta de compromisso 9 CAPITULO II 10 5. Compromisso e planeamento de uma auditoria 10 5.1. Aceitação e Continuação de Relações Profissionais com Clientes 11 5.2. Responsabilidades dos Órgãos de Gestão e dos Auditores 11 5.3. O Controlo da Qualidade das Auditorias 13 5.4. Diferença de expectativas entre o desempenho idealizado pelos auditores e pela entidade auditada 13 5.5. O conhecimento do negócio 14 CAPITULO III 17 4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria 1

Compromisso da auditoria

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Page 1: Compromisso da auditoria

Indice1. Introdução 3

2. Objectivos 4

2.1. Objectivo Geral 4

2.2. Objectivo Especifico 4

2.3. Metodologia 4

Abreviaturas 5

3. Resumo 6

CAPITULO I 7

4. Conceito de Auditoria e Compromisso 7

4.1. Termos de Compromisso de uma Auditoria 7

4.2. Carta de compromisso de auditoria 7

4.3. Honorários dos auditores 9

4.4. Exemplo da carta de compromisso 9

CAPITULO II 10

5. Compromisso e planeamento de uma auditoria 10

5.1. Aceitação e Continuação de Relações Profissionais com Clientes 11

5.2. Responsabilidades dos Órgãos de Gestão e dos Auditores 11

5.3. O Controlo da Qualidade das Auditorias 13

5.4. Diferença de expectativas entre o desempenho idealizado pelos auditores e pela entidade auditada 13

5.5. O conhecimento do negócio 14

CAPITULO III 17

6. A materialidade em auditoria 17

6.1. O risco em auditoria 18

6.2. Avaliação da Informação 19

6.3. Factores que influem na avaliação das afirmações 19

6.4. Planeamento do Compromisso (de Auditoria) 20

6.5. Considerações sobre o Planeamento 204º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 2: Compromisso da auditoria

6.6. Objectivos do Compromisso 20

6.7. Âmbito do Compromisso 21

6.8. Supervisão do Compromisso 22

6.9. Relatórios sobre Conformidade com Acordos Contratuais 23

7. Conclusão 25

8. Referência Bibliografia 26

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 3: Compromisso da auditoria

1. Introdução

O presente trabalho, intitulado Compromisso de uma Auditoria, foi proposto pela cadeira de

Auditoria Fiscal, no âmbito do programa curricular com o principal propósito de dotar aos

estudantes de conteúdos teóricos e práticos, no que tange ao capítulo, uma vez que o tema em

destaque é bastante relevante para o curso de Gestao de Empresas assim como de contabilidade e

auditoria e nao, não só, mas também para a sociedade como um todo.

Neste capitulo vamos abordar assuntos relacionados com o Compromisso de Auditoria, sabe se

que ccompromisso refere-se a uma obrigação contraída ou à palavra que se honra, um

compromisso é como uma promessa, o termo é usado para fazer alusão a qualquer tipo de acordo

no qual as partes assumem obrigações, neste caso o compromisso de auditoria refere se ao acto

entre o auditor e a entidade e portanto, pode-se considerar que um compromisso é como um

contrato verbal ou escrito.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 4: Compromisso da auditoria

1. Objectivos1.1. Objectivo Geral

O tema vem deste modo dar uma visão daquilo que faz antes de proceder uma auditoria, não só para os auditores assim como também todos aqueles estudantes, saber que no processo de contratação de auditores, há um termo de compromisso das ambas as partes, do auditor e da entidade a ser auditada, e que esse compromisso e feito mediante um contrato ou uma carta.

Ao final desta aula, você deverá estar apto a compreender como proceder antes de se efectuar

uma auditoria e se beneficiar da avaliação estratégica e do processo de auditoria na área de

actuação na entidade.

1.2. Objectivo Especifico

Trazer informação em conformidade com as politicas internacionais de normas e gestão

padronizadas no contexto de um compromisso na auditoria.

Demonstrar metodologias para a implantação de um sistema de gestão da qualidade na auditoria

interna ou externa.

1.3. Metodologia

O presente trabalho, foi elaborado a partir de algumas interacções feitas na turma pelo docente na

cadeira de fundamentos de auditoria, algumas consultas feitas na internet e a partir de algumas

referências bibliografias, como a de Auditoria Financeira de Carlos Baptista Costa e o

Procedimentos de uma auditoria de António Fernandes, entre outras bibliografias.

A pesquisa feita é de carácter qualitativo e quantitativa porque o grupo fez o trabalho de grande

importância como gestores.

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Page 5: Compromisso da auditoria

AbreviaturasISA - International Standards on Auditing

ROC - Revisor oficial de Contas

DRA - Relatório de Revisão/Auditoria

DF – Demonstração de Resultados

ISQC - Controlo de Qualidade para as Firmas que Executam Revisõe

IFAC - Federação Internacional de Contabilisticas

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 6: Compromisso da auditoria

2. ResumoNesta aula falaremos de compromisso de auditoria começaremos por dar dois conceitos que são

de auditoria e compromisso, depois desenvolveremos o tema onde salientaremos mais sobre a

carta de compromisso que é uma carta que deve ser enviada pelo auditor ao seu cliente e por este

aceite, de preferência antes do começo do trabalho, a fim de ajudar a evitar, no futuro, possíveis

mal entendidos;

Foi possível compreender que, através de testes substantivos e de observância, o auditor

consegue encontrar a forma de evidenciar seus trabalhos, utilizando-se de procedimentos básicos

para a devida evidenciação dos testes efectuados, constituindo o suporte e os papéis de trabalho,

que estudaremos em capítulos seguintes. Verifica-se, portanto, que a colecta das informações

junto ao auditado é de suma importância nos trabalhos de auditoria, a partir do que foi acordado

pelas ambas as partes.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 7: Compromisso da auditoria

CAPITULO I

3. Conceito de Auditoria e CompromissoAuditoria é uma revisão das demonstrações financeiras, sistema financeiro, registos, transacções

e operações de uma entidade ou de um projecto, efectuada por contadores, com a finalidade de

assegurar a fidelidade dos registos e proporcionar credibilidade às demonstrações financeiras e

outros relatórios da administração.

Compromisso é a forma, pública ou não, de se vincular ou assumir uma obrigação com alguém,

com algum objectivo.

Segundo Ilídio Tomas Lopes 2013 – Contabilidade Financeira pag. 30 ``Há diversos tipos de

compromissos, como por exemplo: compromisso religioso, compromisso amoroso, compromisso

de negócios. Compromisso é, portanto, uma responsabilidade adquirida em virtude de uma

afirmação verbal ou escrita, feita por nós mesmos.

Por isso, compromisso é sinónimo de acordo embora se refira mais à assunção de uma obrigação

jurídica concreta do que ao conjunto propriamente dito de direitos e deveres como um todo.

3.1. Termos de Compromisso de uma AuditoriaEsse termo é uma versão em vigor desde 15 de Dezembro de 2006, refere que o auditor e o seu

cliente devem acordar sobre os termos do trabalho a efectuar os quais tem de ser registados numa

carta compromisso de auditoria ou noutra forma conveniente de contrato.

3.2. Carta de compromisso de auditoriaA ISA 210 refere as condições dos compromissos de auditoria, nos quais expressa a aceitação do

ROC relativamente à designação, objectivo e âmbito da RLC, bem como as responsabilidades do

mesmo para com o seu cliente. O auditor e o seu cliente devem acordar sobre os termos do

compromisso os quais necessitam de ser registados numa carta de compromisso de auditoria ou

noutra forma conveniente de contrato. Essa carta deve ser enviada pelo autor ao seu cliente e por

este aceite antes do início da auditoria, a fim de se evitar possíveis mal entendidos.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 8: Compromisso da auditoria

Na carta devem estar incluídos o objectivo e âmbito da auditoria, a responsabilidade do órgão de

gestão pelas Demonstração Financeira e a forma de quaisquer relatórios ou outras comunicações

sobre os resultados do compromisso. A carta deve ainda alertar para a existência de um risco

inerente de que alguma distorção materialmente relevante possa não ser detectada e explicitar o

acesso, sem restrições, do auditor a quaisquer registos, documentos e informações relacionadas

com a auditoria.

Outros aspectos que poderão ser incluídos na carta são os seguintes: acordos referentes ao

planeamento da auditoria; expectativa de recepção do órgão de gestão declarações escritas

relativas a esclarecimentos prestados relacionados com a auditoria; pedido para o cliente

confirmar as condições do compromisso, acusando a recepção da carta compromisso; descrição

de quaisquer outras cartas ou relatórios que o auditor espera emitir para o cliente; bases sobre as

quais são calculados os honorários e respectiva forma de facturação; acordos relativos ao

envolvimento, em alguns aspectos da auditoria, de outros auditores e peritos; acordos referentes

ao envolvimento de auditores internos e de outro pessoal do cliente; tratando-se de uma primeira

auditoria, os acordos a efectuar com o auditor anterior.

De acordo com a mencionada ISA os principais aspectos a incluir na carta geralmente fazer

referências:

Ao objectivo da auditoria das demonstrações financeiras

A forma de quaisquer relatórios ou outras comunicações de resultados do trabalho

Ao acesso não restritivo a quaisquer registos, documentação e a outra informação exigida

em ligação com a auditoria.

A responsabilidade do órgão de gestão pelas demonstrações financeiras, conforme já

descrito na já citada ISA 200

O Auditor pode também desejar incluir na carta

Acordos com respeito desejar incluir na carta

Pedido para o cliente confirmar os termos do trabalho acusando a recepção da carta de

compromisso.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 9: Compromisso da auditoria

3.3. Honorários dos auditoresHonorários os valores recebidos pelo serviço prestado; salário ou remuneração.

A determinação dos honorários para a realização de uma auditoria é um assunto da maior

importância e geralmente de difícil quantificação, sobretudo no caso de primeiras auditorias.

De um ponto de vista técnico os honorários estimados devem ser calculados com base no número

total de horas prevista para a realização da auditorias e nas taxas horárias aplicadas aos técnicos

envolvidos as quais variarão obviamente, tendo em consideração as respectivas qualificações e

experiencias profissionais. Dever-se a também ter em conta tarefas auxiliares precisas que sob a

supervisão e controlo dos auditores, possam ser realizadas pelo pessoal da empresa auditada.

Assim para se determinar o número estimado de horas será necessário efectuar não só breve

levantamento da forma como a empresa esta organizada e como funciona o sistema de controlo

interno1 como também determinar o risco da auditoria.

A importância relativa de cada uma das áreas das demonstrações financeiras e dentro de cada

uma delas a sua dimensão e problemas mais significativos são também aspectos em ter

consideração.

3.4. Exemplo da carta de compromissoSolicitaram-nos que auditássemos as demonstrações financeiras de ………, que compreendem o

balanço em ……. e a demonstração dos resultados, a demonstração de alterações no capital

próprio e a demonstração dos fluxos de caixa relativos ao ano findo naquela data e um resumo

das politicas contabilísticas significativas e de outras notas explicativas. Temos o prazer de

confirmar, através desta carta, a nossa aceitação e o entendimento deste trabalho. A nossa

1 Uma actividade que procura garantir as boas práticas de gestão e procedimentos e o cumprimento das políticas estabelecidas pela gestão.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 10: Compromisso da auditoria

auditoria será efectuada com objectivo de expressarmos uma opinião sobre as demonstrações

financeiras.

CAPITULO II

4. Compromisso e planeamento de uma auditoriaO planeamento de uma auditoria está descrito na ISA 300 – planning, segundo o qual significa

desenvolver uma estratégia geral e uma abordagem pormenorizada quanto à natureza,

tempestividade e extensão esperadas de uma auditoria devendo o auditor planear realizá-la de

uma forma eficiente e tempestiva. Desse modo, “planear uma auditoria envolve estabelecer a

estratégia global para a auditoria e desenvolver um plano de auditoria, a fim de reduzir o risco da

auditoria a um nível baixo aceitável”.

A ISA 300 (International Standards on Auditing) destaca, como trabalhos que podem ser feitos

na fase preliminar, os seguintes:

Procedimentos analíticos a serem aplicados como procedimentos de avaliação de risco.

Compreensão geral das leis e regulamentos aplicáveis à entidade e como esta os cumpre.

Determinação da materialidade.

Envolvimento de peritos e realização de outros procedimentos de avaliação do risco.

Realização de procedimentos de auditoria adicionais que respondam a tais riscos.

Um planeamento adequado contribui para que seja dada uma atenção apropriada às áreas

relevantes da auditoria, identificando os principais problemas. Contribui ainda para que o

trabalho seja completado de forma expedita e dentro dos prazos previstos e para que as tarefas

sejam devidamente distribuídas pelos vários técnicos, em coordenação com outros auditores e

peritos se tal for necessário.

A extensão do planeamento é variável, dependendo da dimensão da entidade a auditar, da

complexidade da auditoria e da experiência que o auditor tem da empresa e do seu negócio. A

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 11: Compromisso da auditoria

responsabilidade do planeamento, por sua vez, está a cargo do auditor responsável pela mesma,

sendo no entanto aceitável que tal técnico o debata com o órgão de gestão da empresa.

No desenvolvimento do plano global de uma auditoria devem ser levados em conta cinco temas

essenciais: conhecimento do negócio (ISA 310 / DRA 310); compreensão do sistema

contabilístico e de controlo interno (DRA 410); risco (ISA 400 / DRA 400) e materialidade (ISA

320 / DRA 320).

Compromisso e Planeamento de uma Auditoria António Fernandes Bruno Sá Página 2

procedimentos de auditoria; e coordenação, direcção, supervisão e revisão da auditoria. Há ainda

vários assuntos que podem ser considerados, como o princípio da continuidade, condições

especiais (v. g. partes relacionadas), termos de compromisso, utilização de tecnologias de

informação pelo revisor e natureza e datas de entrega dos relatórios.

5.1. Aceitação e Continuação de Relações Profissionais com ClientesDe acordo com a ISQC 1 – Quality Control for Firms that Perform Audits and Reviews of

Financial Statements, and Other Assurance and Related services engagements (Controlo de

Qualidade para as Firmas que Executam Revisões Legais das Contas e Exames Simplificados de

Demonstrações Financeiras e Outros Trabalhos de Garantia de Fiabilidade e Serviços

Relacionados) ``cada firma de auditores deve estabelecer politicas e procedimentos relativos a

aceitação e manutenção de relações e trabalhos específicos com clientes, destinados a

proporcionar-lhes segurança razoável de que apenas terá, ou continuará a ter, relações e

trabalhos``.

Onde;

a) Seja competente para efetuar o trabalho e tenha as capacidades, incluindo tempo e recurso,

para tal.

b) Possa cumprir com os requisitos de ética e deontologia profissional relevantes.

c) Tenha considerado a integridade do cliente e não tenha informações que a possa levar a

concluir que tal requisito falta ao cliente.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 12: Compromisso da auditoria

5.2. Responsabilidades dos Órgãos de Gestão e dos AuditoresA ISA 200 – Overall Objectives of the Independent Auditor and the conduct of an audit in

accordance with International Standards on Auditing (Objetivos Gerais do Auditor Independente

e a Realização de uma Auditoria de Acordo com as Normas Internacionais de Auditoria) refere

que são responsabilidades da gestão e, quando apropriados, dos responsáveis pela governação:

a) A preparação das demonstrações financeiras de acordo com a estrutura conceptual de relato

financeiro aplicável, incluindo quando relevante, a sua apresentação apropriada;

b) O controlo interno que os mesmos determinem que é necessário para permitir a preparação de

demonstrações financeiras estejam isentas de distorções materiais, quer devido a fraude ou erro.

Acesso não limitado aos empregados da entidade que o auditor entenda serem necessários para

obter prova de auditoria. De referir que estas responsabilidades fazem parte, das pré-condições

para realização de uma auditoria. Entretanto, de referir que mais à frente a mesma ISA refere que

a preparação das demonstrações financeiras pela gestão e, quando apropriado, pelos responsáveis

pela governação, exige:

A identificação da estrutura conceptual de relato financeiro aplicável, no contexto de

quaisquer leis ou regulamentos relevantes.

A preparação de demonstrações financeiras de acordo com tal estrutura conceptual.

A inclusão de uma descrição adequada de tal estrutura conceptual nas demonstrações

financeiras.

Segundo (COSTA 2007 – pag. 164) inclui –se na responsabilidade os seguintes pontos:

A concepcao, implementacao e manutencao do controlo inetrno relevante a preparacao e

apresentacao de demonstarcaoes financeiras que estejam isentas de distorcao materiais,

quer devidas a fraude ou erro.

Seleccionar e aplicar politicas contabilisticas apropriadas.

Fazer estimativas contabilisticas que sejam razoaveis nas circunstancias.

A DRA – Relatório de Revisão/Auditoria não se afasta substancialmente desta ISA, uma vez que

refere explicitamente que “é de responsabilidade do órgão de gestão a preparação de

demonstrações financeiras que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira

da empresa, e resultado das suas operações e os fluxos de caixa, bem como a adoção de politicas

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 13: Compromisso da auditoria

e critérios contabilísticos adequados e a manutenção de um sistema de controlo interno

apropriado”.

de uma forma implícita refere-se também que, na preparação de demonstrações financeiras, é da

responsabilidade do órgão de gestão a utilização de estimativas contabilísticas as quais se devem

basear em juízos e critérios por eles definidos.

Por seu lado, de acordo com a referida ISA, os objetivos gerais do auditor ao realizar uma

auditoria das demonstrações financeiras são os de:

a) Obter uma segurança razoável sobre se as demonstrações financeiras no seu todo estão isentas

de distorções materiais, seja devido a fraude ou erro, permitindo deste modo que ele expresse

uma opinião sobre se as demonstrações financeiras estão preparadas, em todos os aspetos

materiais, de acordo com uma estrutura conceptual de relato financeiro aplicável; e

b) Relatar sobre as demonstrações financeiras e comunicar conforme exigido pelas ISA, de

acordo com as suas constatações. De notar que a opinião do auditor não assegura, por exemplo, a

viabilidade futura da entidade nem a eficiência ou eficácia com que a gestão conduziu os

respetivos negócios.

5.3. O Controlo da Qualidade das AuditoriasO tema de controlo de qualidade é um dos que tem merecido mais atenção, sobretudo nos

últimos anos, por parte de diversos organismos reguladores e supervisores da profissão. Isto

porque tradicionalmente tal controlo era exercido internamente por cada firma de auditores ou

externamente por outras firmas de auditores (peer revewer, ou seja, revisão entre pares) ou pelos

organismos representativos da profissão.

Por via dos diversos escândalos financeiros que ocorreram ultimamente, esta forma de controlar

a qualidade das auditorias foi sendo progressivamente posta em causa, razão que levou IFAC a

dar-lhes a maior atenção.

Assim, desde 15 de dezembro de 2009 estão em vigor as novas versões (clarificadas) da já citada

ISQC 1 e da ISA 220 - quality control for an audit of financial Statements (controlo de qualidade

para uma auditoria de demonstrações financeiras.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 14: Compromisso da auditoria

5.4. Diferença de expectativas entre o desempenho idealizado pelos auditores e pela entidade auditadaCompromisso e Planeamento de uma Auditoria António Fernandes / Bruno Sá Página 3

restrições à responsabilidade do auditor, quando exista tal possibilidade; referência a quaisquer

acordos adicionais entre o auditor e o cliente; e referência ao número de horas estimado para a

realização da auditoria.

A Carta de Compromisso pode revestir a forma de um contrato ou proposta de prestações de

serviços. Em Portugal, este assunto está tratado nos art. 53º a 58º do Estatuto da Ordem dos ROC

(EOROC) – “O ROC exerce as suas funções de revisão/auditoria às contas por força de

disposições legais, estatutárias e contratuais, mediante contrato de prestação de serviços,

reduzido a escrito, a celebrar no prazo de 45 dias a contar da designação”. Não são admitidas

cláusulas que limitem o trabalho do auditor e o seu alcance a determinadas áreas, assim como

modificações ao compromisso inicial, neste caso com a excepção de alterações das

circunstâncias que determinam o serviço de auditoria.

5.5. O conhecimento do negócioDe acordo com o DRA 310, o auditor deve adquirir conhecimento suficiente da entidade e do seu

negócio, através de uma prévia recolha e apreciação crítica de factos significativos, dos sistemas

contabilístico e de controlo interno, e dos factores internos e externos que condicionam a

estrutura organizativa e a actividade exercida pela entidade.

A primeira auditoria é um processo dinâmico de reunião e análise de informação, no qual o

conhecimento é acumulado de forma continuada e exige o dispêndio de muitas horas de trabalho.

O conhecimento do negócio da empresa permite identificar e compreender as classes de

transacções, saldos de conta, e divulgações que se esperam nas Demonstrações Financeiras, tal

como os acontecimentos e as práticas desenvolvidas. Permite ainda determinar os riscos inerente

e de controlo e a resposta do órgão de gestão a tais riscos, bem como a natureza, tempestividade

e extensão dos procedimentos de auditoria. O auditor tem ainda que conhecer o negócio da

empresa de modo a avaliar as provas de auditoria e estabelecer a adequação ou validade das

asserções contidas nas Demonstrações Financeiras, desenvolver o plano global de revisão ou

auditoria e o respectivo programa, proporcionar um melhor serviço ao cliente, avaliar as

estimativas contabilísticas e os esclarecimentos do órgão.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 15: Compromisso da auditoria

Compromisso e Planeamento de uma Auditoria António Fernandes Bruno Sá Página 4 em

Compromisso e Planeamento de uma Auditoria, deve verificar a gestão e identificar as áreas que

necessitam de considerações especiais de revisão ou auditoria. No caso de se ver confrontado

com esclarecimentos contraditórios, o conhecimento do negócio permite ao auditor reconhecer

informações conflituantes. O auditor pode ainda utilizar esse conhecimento para identificar

indícios ou circunstâncias não usuais, tais como fraudes ou incumprimentos de leis, fazer

indagações pertinentes com capacidade para ponderar a razoabilidade das respostas e verificar a

adequação das políticas contabilísticas e das divulgações das Demonstrações Financeiras.

Há diversas possibilidades de obter informação sobre uma entidade: antes de mais, a experiência

anterior com esta e com o seu sector. O conhecimento pode também ser obtido através de

debates com o pessoal da empresa (visitando também as instalações), com os auditores internos

(analisando os seus relatórios), com auditores, com pessoas conhecedoras exteriores à entidade,

com consultores jurídicos e outros que tenham prestado serviços à entidade ou dentro do sector.

Outra maneira é através da leitura de documentos: quer os produzidos pela empresa (actas da

Assembleia Geral, dos Órgãos de Gestão e de Fiscalização, Relatórios e Contas, manual

publicitário, material de políticas contabilísticas e procedimentos de Controlo Interno), quer a

literatura profissional, legislação e regulamentos oficiais.

Meio de manter registos financeiros e que identifica, agrega, analisa, calcula, classifica, regista,

resume e relata transacções e outros acontecimentos.

Já segundo a ISA 315, o sistema de informação relevante para os objectivos do relato financeiro,

que inclui o sistema contabilístico, é composto por registos estabelecidos para iniciar, registar,

processar e relatar transacções da entidade e para manter a responsabilidade pelos Activos,

Passivos e Capital Próprio relacionados.

Ainda na ISA 315, é referido que o auditor deve obter uma compreensão do sistema de

informação, incluindo os processos de negócio relacionados, relevante para o relato financeiro,

em áreas como: as principais classes de transacções nas operações da empresa e como se

iniciam; os registos contabilísticos, os documentos de suporte e as contas incluídas nas

Demonstrações Financeiras; e o processo de relato contabilístico e financeiro, desde o início das

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 16: Compromisso da auditoria

transacções e outros acontecimentos importantes até à sua inclusão das Demonstrações

Financeiras.

O sistema de Controlo Interno é também referido na ISA 315 como o processo concebido e posto

em vigor pelos responsáveis pela governação, gestão e outro pessoal para proporcionar

segurança razoável que permita atingir os objectivos da entidade relativamente à credibilidade do

relato financeiro, eficácia e eficiência das operações e cumprimento das leis e regulamentos

aplicáveis. Desse modo, as políticas e procedimentos de Controlo Interno são adoptados pelos

próprios órgãos da empresa. O Controlo Interno permite ainda garantir a salvaguarda de activos,

prevenir e detectar fraudes e erros, garantir a precisão e plenitude dos registos contabilísticos e

assegurar a preparação tempestiva de informação financeira fidedigna.

O Controlo Interno estende-se para além das matérias que se relacionam directamente com as

funções do sistema contabilístico, compreendendo também o ambiente de controlo (atitude

global, consciencialização e acções dos directores e administradores relativamente ao sistema de

Controlo Interno e à sua importância para a empresa), que tem de ser avaliado pelo auditor, e os

já referidos procedimentos de controlo, que o auditor tem de conhecer de modo a desenvolver o

Plano de Auditoria.

As fases da avaliação do sistema de Controlo Interno são as seguintes:

Identificação e descrição dos sistemas implantados;

Confirmação dos sistemas implantados;

Identificação dos pontos-chave de controlo e avaliação preliminar; apreciação do funcionamento

do sistema.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 17: Compromisso da auditoria

CAPITULO III

5. A materialidade em auditoriaNa Estrutura Conceptual do IASB, “a informação é material se a sua omissão ou distorção

influenciarem as decisões económicas dos utentes, tomadas na base das Demonstrações

Financeiras.

A materialidade depende da dimensão do item ou do erro julgados nas circunstâncias particulares

da sua omissão ou distorção. Assim, a materialidade proporciona um limiar ou ponto de corte em

vez de ser uma característica qualitativa principal que a informação deve ter para ser útil”. Já

segundo o POC, a materialidade refere-se à magnitude ou natureza de um erro ou omissão da

informação financeira (considerada individual ou agregadamente) que torna provável que o

julgamento de uma pessoa interessada e confiante em tal informação, teria sido influenciado ou

afectado a sua decisão como consequência de tal erro ou erros. Dessa forma, o princípio

contabilístico da materialidade determina que as Demonstrações Financeiras devem evidenciar

todos os elementos que sejam relevantes e que possam afectar avaliações ou decisões pelos

utentes interessados.

O auditor deve tomar em consideração a materialidade e a sua relação com o risco de auditoria,

sendo que a determinação daquilo que é materialmente relevante é matéria do seu julgamento

profissional. A materialidade é considerada tendo em conta as necessidades (heterogenias) de

informação dos utilizadores.

A materialidade pode ser entendida de duas formas:

Em termos quantitativos (quantias), o que se reflecte geralmente ao nível do Balanço e

Demonstração de resultados, como por exemplo os activos e réditos sobreavaliados;

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 18: Compromisso da auditoria

Em termos qualitativos (natureza), reflectindo-se geralmente no Anexo ao Balanço e à

Demonstração de Resultados, como é o caso das divulgações de informações

complementares inadequadas, nomeadamente quanto a políticas contabilísticas

adoptadas.

A materialidade deve ser considerada a) na fase de planeamento b) na fase de execução do

trabalho de auditoria e c) antes da emissão do relatório.

Estabelece os conceitos subjacentes à preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras

para utentes externos.

Outro aspecto importante a considerar pelo auditor tem a ver com o efeito agregado de pequenas

quantias as quais, no seu conjunto, podem afectar significativamente as Demonstrações

Financeiras. O auditor necessita considerar se o efeito líquido agregado das distorções

específicas é materialmente relevante e se é adequado estimar (projectar) outras distorções que

não tenham sido identificadas mas que se relacionem com as primeiras. A materialidade tem a

ver com uma medida de precisão, enquanto o risco de auditoria está relacionado com uma

medida de credibilidade. Existe, portanto, uma relação inversa entre a materialidade e o nível do

risco de auditoria – quanto maior for o nível de materialidade menor será o risco de auditoria.

A materialidade deve ser considerada quando se planeia uma auditoria de acordo com o seu nível

global, com os itens tomados individualmente e com considerações de natureza legal e

reguladora. Estas situações podem resultar em diferentes níveis de materialidade.

5.1. O risco em auditoriaRisco de auditoria é a susceptibilidade do auditor dar uma opinião de auditoria inapropriada

quando as Demonstrações Financeiras estejam distorcidas de forma materialmente relevante

(DRA 400).

O risco de auditoria é uma função do risco de distorção material (ou seja, o risco de que as

Demonstrações Financeiras estejam materialmente distorcidas antes da auditoria) e do rico de

detecção (o risco de que o auditor não detecte tal distorção). O risco de distorção material é

composto pelo risco inerente e pelo risco de controlo.

4º Ano – Gestão de Empresas | Auditoria Financeira - Compromisso de uma Auditoria

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Page 19: Compromisso da auditoria

Risco inerente é a susceptibilidade de um saldo de conta ou classe de transacções conter uma

distorção que possa ser materialmente relevante, individualmente ou agregada com distorções em

outros saldos ou classes, assumindo que não existem os respectivos controlos internos.

Risco de controlo, por sua vez, é a susceptibilidade de uma distorção ocorrer num saldo de conta

ou numa classe de transacções e ser materialmente relevante, individualmente ou agregada com

distorções em outros saldos ou classes, não vir a ser prevenida, detectada e corrigida

atempadamente pelo sistema de controlo interno.

Por último, o risco de detecção é a susceptibilidade dos procedimentos substantivos executados

pelo auditor não virem a detectar uma distorção que exista num saldo de conta ou classe de

transacções que possa ser materialmente relevante, individualmente ou agregada com distorções

em outros saldos ou classes.

De acordo com a ISA 315, o auditor deve identificar e determinar os riscos de detecção material

ao nível de cada Demonstrações Financeiras e ao nível de cada asserção para as classes de

transacções, saldos de conta e divulgações.

5.2. Avaliação da InformaçãoO objectivo desta fase é determinar os métodos e medidas compatíveis e suficientes de serem

seguidos para a colheita de provas ou informação e comunicação2. Para tal, torna-se importante

também se examinar as circunstâncias que influenciam na determinação da suficiência.

5.3. Factores que influem na avaliação das afirmações Nível de controlo interno: Credibilidade dos controles mantidos pela empresa;

Subjectividade inerente: Corresponde a cada um dos factores e segmentos da empresa.

Ou seja, até que ponto seu trabalho poderá ser afectado com os factores não palpáveis da

empresa. Para actividades mais objectivas, pode-se utilizar auditores menos experientes.

Já para empresas e actividades que envolvam mais subjectividade, será necessário alocar

profissionais mais experientes;

2 São os métodos estabelecidos para identificar, reunir, analisar, classificar e relatar as transacções da entidade tempestivamente e em formato tal que impeçam erros ou classificações indevidas nas asserções da administração contidas nas demonstrações contabilisticas e que possibilitem, ainda, que as pessoas cumpram suas responsabilidades com os controles internos.

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Page 20: Compromisso da auditoria

Integridade dos administradores: A gerência pode negligenciar controlos internos

capazes de evitar riscos, ou ainda ordenar funcionários que ocultem transacções ou

informações, ou que fornecer dados falsos, etc. Isso influência no critério de

determinação do risco relativo à auditoria e no escopo necessário;

Ponderação da relevância: Isto implica na necessidade de se conduzir o trabalho de

acordo com sua relevância (determinar áreas, informações e processos relevantes);

Ponderação do risco relativo: Determinadas empresas e/ou sectores têm risco maiores

do que outras.

5.4. Planeamento do Compromisso (de Auditoria)Os auditores internos têm que desenvolver e documentar um plano para cada compromisso,

incluindo os objectivos, âmbito, prazo de execução e a alocação de recursos ao compromisso.

5.5. Considerações sobre o PlaneamentoAo planear o compromisso, os auditores internos têm que ter em consideração:

Os objectivos da actividade a auditar e a forma como a actividade controla o seu

desempenho;

Os riscos relevantes da actividade, seus objectivos, recursos e operações, e a forma pela

qual o potencial impacto dos riscos é mantido a um nível aceitável;

A adequação e a eficácia dos processos de gestão do risco e de controlo, comparados com

um enquadramento ou modelo de controlo relevante;

As oportunidades para melhorias significativas nos processos de gestão do risco e de

controlo.

Ao planear um compromisso destinado a terceiros alheios à organização, os auditores internos

têm que estabelecer com eles um acordo escrito quanto aos objectivos, âmbito, responsabilidades

respectivas e outras expectativas, incluindo as restrições quanto à distribuição dos resultados do

trabalho e ao acesso aos arquivos do mesmo.

Os auditores internos têm que estabelecer um acordo com os seus clientes do compromisso de

consultoria quanto aos objectivos, âmbito, responsabilidades respectivas e outras expectativas do

cliente. Para compromissos de maior relevância, tal acordo tem que ser documentado.

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Page 21: Compromisso da auditoria

5.6. Objectivos do CompromissoTêm que ser estabelecidos objectivos para cada compromisso.

Os auditores internos têm que efectuar uma avaliação preliminar dos riscos relativos à

actividade sob análise. Os objectivos do trabalho têm que reflectir os resultados desta

avaliação.

Os auditores internos têm que considerar a probabilidade de erros, fraudes,

incumprimentos e outras exposições relevantes, ao desenvolverem os objectivos do

compromisso.

São necessários critérios adequados para a avaliação dos controlos. Os auditores internos

têm de assegurar-se da extensão em que os critérios estabelecidos pela gestão permite

verificar se os objectivos e metas foram alcançados. Quando adequados, os auditores

internos têm que utilizar tais critérios na sua avaliação. Se considerados inadequados, os

auditores internos têm que colaborar com a gestão no sentido de desenvolver critérios de

avaliação adequados

Os objectivos dos compromissos de consultoria têm de ser orientados para os processos

de governação, risco e controlo, na medida do que for acordado com o cliente.

5.7. Âmbito do CompromissoO âmbito estabelecido deve ser suficiente para satisfazer os objectivos do compromisso.

– O âmbito do compromisso tem de ter em conta os sistemas, registos, pessoal e bens físicos

relevantes, incluindo aqueles que estejam sob controlo de terceiros.

– Quando surjam oportunidades de realizar trabalhos de consultoria relevantes durante um

compromisso de garantia, deve ser obtido um acordo específico escrito quanto aos objectivos,

âmbito, responsabilidades respectivas e outras expectativas e os resultados do compromisso de

consultoria deverão ser comunicados de acordo com as normas de consultoria.

– Ao realizarem compromissos de consultoria, os auditores internos têm que assegurar-se que o

âmbito do trabalho é suficiente para cumprir com os objectivos acordados. Caso os auditores

internos, no decorrer do compromisso, tenham reservas quanto ao seu âmbito, tais reservas têm

que ser discutidas com o cliente de forma a determinar se o compromisso deve ser prosseguido.

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Page 22: Compromisso da auditoria

– Alocação de Recursos ao Compromisso

Os auditores internos têm que determinar quais os recursos adequados e necessários de forma a

alcançar os objectivos do compromisso, com base numa avaliação da natureza e complexidade

de cada compromisso, limitações de tempo e recursos disponíveis.

– Programa de Trabalho do Compromisso

Os auditores internos têm que desenvolver e documentar programas de trabalho que cumpram

com os objectivos traçados.

– Os programas de trabalho têm que incluir os procedimentos para a identificação, análise,

avaliação e documentação da informação durante a sua realização.

O programa de trabalho tem de ser aprovado antes da sua implementação, e quaisquer

ajustamentos deverão ser feitos prontamente.

- Os programas de trabalhos para compromissos de consultoria poderão variar na sua forma e

conteúdo, dependendo da natureza do compromisso.

– Realização do Compromisso

Os auditores internos têm que identificar, analisar, avaliar e documentar a informação para que

os objectivos do compromisso sejam alcançados.

– Identificação da Informação

Os auditores internos têm que identificar informação que seja suficiente, fidedigna, relevante e

útil para a consecução dos objectivos do compromisso.

Interpretação da informação

A informação é suficiente quando é factual, adequada e convincente de tal modo que uma pessoa

prudente e informada possa chegar a uma conclusão idêntica à do auditor. Informação fidedigna

é a melhor informação que se pode obter através da utilização de técnicas de trabalho

apropriadas. Informação relevante é a que sustenta as observações e recomendações do

compromisso e é consistente com os objectivos do mesmo.

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Page 23: Compromisso da auditoria

5.8. Supervisão do CompromissoOs compromissos têm que ser devidamente supervisionados de forma a assegurar que os

objectivos são alcançados, que a qualidade é assegurada e que se promove o desenvolvimento do

staff.

Interpretação:

A extensão da supervisão requerida dependerá da proficiência e experiência dos auditores

internos e da complexidade do compromisso. O responsável pela auditoria tem a

responsabilidade geral de supervisionar o compromisso, quer seja executado pela ou para a

actividade de auditoria interna, podendo no entanto designar membros mais experientes da

actividade de auditoria interna para efectuar a revisão. A evidência apropriada da supervisão é

documentada e arquivada.

5.9. Relatórios sobre Conformidade com Acordos ContratuaisPode ser pedido ao revisor ou auditor para relatar sobre a conformidade de uma entidade com

determinados aspectos de acordos contratuais, tais como contratos obrigacionistas ou acordos de

empréstimos. Tais acordos normalmente exigem que a entidade cumpra uma variedade de

cláusulas de convénios envolvendo matérias tais como pagamento de juros, manutenção de

rácios financeiros pré-determinados, restrições de pagamento de dividendos e a utilização do

produto líquido da venda de propriedades.

Os compromissos para expressar uma opinião quanto à conformidade de uma entidade com

acordos contratuais só devem ser aceites quando os aspectos gerais de conformidade se

relacionem com assuntos contabilísticos e financeiros dentro do âmbito da competência

profissional do revisor ou auditor. Porém, quando haja determinados assuntos fazendo parte de

um serviço que estejam fora da sua perícia, o revisor ou auditor deve considerar a utilização do

trabalho de um perito.

O relatório deve declarar se, na opinião do revisor ou auditor, a entidade deu cumprimento às

cláusulas particulares do acordo. O Apêndice 3 dá exemplos de relatórios do revisor ou auditor

sobre conformidade dadas num relatório separado e num relatório a acompanhar demonstrações

financeiras.

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Page 24: Compromisso da auditoria

A auditoria pode ser realizada de acordo com o conhecimento do auditor e sua confiança nos

controles internos e contabilisticos, abrangendo todas as unidades operacionais, apenas parte

delas ou ainda apenas as áreas de risco.

Também pode ser feita em profundidade, sendo esta desde o início das negociações ou apenas

auditando os riscos embutidos nesse processo – contando com todos os documentos, registos e

sistemas utilizados no desenvolvimento. E pode ser feita de forma permanente, em períodos

sazonais durante o exercício social – o que reduz os custos – ou de forma eventual, que não tem

uma periodicidade fixa e, portanto, precisa sempre de ambientação e planeamento dos auditores.

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Page 25: Compromisso da auditoria

6. Conclusão

Após um processo árduo, caracterizado por leituras intensas e interpretação, dos principais

aspetos inerentes ao tema, conclui-se de maneira dinâmica que uma firma de auditores só deve

aceitar um novo cliente depois de obter diversas informações do âmbito profissional entre as

quais a de saber se os honorários das firmas anteriores foram integralmente pagos. Por outra,

também, referir que além das diversas responsabilidades da gestão, e no contesto da preparação

das demonstrações financeiras, são responsabilidades da gestão selecionar e aplicar politicas

contabilísticas apropriadas e fazer estimativa contabilística que sejam razoáveis nas

circunstancias. E por ultimo, reiterar que calcular honorários com base numa fórmula não

constitui, tecnicamente, a forma mais adequada de o faze-lo, sendo porém recomendado o

recurso a outros meios.

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Page 26: Compromisso da auditoria

7. Referência Bibliografia

COSTA, Carlos Baptista, Auditoria Financeira Teoria e Prática, 8a Edição, Lisboa, Reis dos

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LOPES. Ilidio Tomas,Contabilidade Financeira, Escolar Editora 2013

MULLER. Aderbal Nicolas, Contabilidade Basica de Auditoria, Fundamentos essencias; São

Paulo, 2007

LOPES, OLIVEIRA. Carlos Rosa, Daniel; Manual de Contabilidade, Teoria e Casos Praticos;

Escolar Editora, 2013

MAJOR, VIEIRA. Maria, Rui, Contabilidade e Controlo de Gestao, Teoria, Metodologia e

Pratica, Escolar Editora, 2009

CARVALHO, Luis Nelson Guedes de. Harmonizacao conatbilistica e de auditoria: uma visao

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SÁ. António Fernandes Bruno, Procedimentos de uma auditoria, escolar editora, 2010

http://www.thinkfn.com/wikibolsa/Controlo_interno#sthash.HfGKK86a.dpuf

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