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Direito eleitoral esquematizado pedro lenza

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    Sobre a obra:

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    Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento,e no lutando pordinheiro e poder, ento nossa sociedade enfim evoluira a um novo nvel.

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  • Histrico da Obra

    1 edio: fev./2011; 2 tir., maio/2011; 3 tir., jun./2011 2 edio: jan./2012

  • Rua Henrique Schaumann, 270, Cerqueira Csar So Paulo SPCEP 05413-909 PABX: (11) 3613 3000 SACJUR: 0800 055 7688 de 2 a 6, das

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  • ISBN 978-85-02-14927-4Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

  • Cerqueira, Thales TcitoDireito eleitoral

    esquematizado / ThalesTcito Cerqueira,

    Camila AlbuquerqueCerqueira. 2. ed. rev. e

    atual. So Paulo:Saraiva, 2012.

    BibliografiaI. Lenza, Pedro. II. Ttulo.

    1. Direito eleitoral Legislao Brasil I.

    Cerqueira,Camila Albuquerque. II.

    Titulo.ndices para catlogo sistemtico:

  • 1. Brasil: Leis: Direito eleitoral342.8(81) (094.56)

    DIRETOR DE PRODUO EDITORIAL Luiz Roberto Curia

    GERENTE DE PRODUO EDITORIAL Lgia Alves

    EDITOR Jnatas Junqueira de Mello

    ASSISTENTE EDITORIAL Sirlene Miranda de Sales

    PRODUO EDITORIAL Clarissa Boraschi Maria

    ARTE, DIAGRAMAO E REVISO Know-how Editorial

    SERVIOS EDITORIAIS Elaine Cristina da Silva e Vinicius Asevedo Vieira

    CAPA Aero Comunicao

    PRODUO GRFICA Marli Rampim

    Data de fechamento daedio: 31-8-2011

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    Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ouforma sem a prvia autorizao da Editora Saraiva. A violao dos direitosautorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do

    Cdigo Penal.

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  • Acumule sabedoria, mas no dispense a claridade do amor.Enriquea-se de conhecimentos e de beleza, preservando a luz do

    discernimento para servir sempre, porque aquele que no vive para servir, aindano aprendeu a viver.

    (Diretrizes para vida feliz, Marco Prisco/apstolo Divaldo Franco, p. 54).Envolvendo todos os leitores em vibraes de sade e harmonia, com

    gratido e afeto fraterno dos servidores em Jesus que os abraa,Fiquem com Deus,Camila Medeiros de Albuquerque Pontes Luz de Pdua Cerqueira Thales

    Tcito Pontes Luz de Pdua Cerqueira

    A Deus, pela existncia, e ao Esprito Santo, pela eterna proteo.Ao fruto de nosso amor.

    nossa famlia, pelo apoio espiritual, aos verdadeiros amigos, pela torcida, eaos copanheiros fiis, Mell e Ghudam.

  • HOMENAGENS ESPECIAISDedicamos esta edio:Ao notvel mineiro de Pedra Azul, Exmo. Ministro Slvio de Figueiredo

    Teixeira,1 que projetou a Escola Judiciria Eleitoral no TSE, idealizou o projetoeleitor do futuro e, com seu carisma e cultura, deixou o universo jurdicoeleitoral mais prximo de todos. Que Deus lhe retribua com muita sade.

    Aos ilustres mineiros, Carlos Veloso e Seplveda Pertence, que brilharamno TSE e STF, deixando legado fantstico, como a informatizao do processoeleitoral, a possibilidade de biometria em futuras eleies, a comisso denotveis do TSE etc. Que Deus lhes retribua com muita felicidade na justaaposentadoria e refinada advocacia.

    Ao clebre representante do Rio Grande do Norte, o jurista Jos Delgado,que foi o gnio do STJ e TSE neste ltimo sodalcio, ao estabelecer julgadosque culminaram na consolidao da Resoluo n. 22.715/2008 do TSE, mudandodiversos paradigmas e criando a moralidade como condio de elegibilidadeimplcita no tocante s prestaes de contas, o que motivou a rpida reao doPoder Legislativo (Lei n. 12.034/2009) ao chamado ativismo judicial, que estesautores denominaram Justia Eleitoral Substancial ou Corretiva, ou seja, queno fica adstrita formalidade do ato jurdico, e sim busca o seu real contedoou substncia.

    Ao jurista e Ministro do STF e TSE, Marco Aurlio Mello, que, por meio deposies centradas, as quais tornaram-se indubitavelmente importantes, saindoda minoria para a maioria, mostrou seu valor, ao acreditar na fora proftica deseus votos e conhecimentos, revelando que a vida uma escalada, mas a vista bonita. Parabenizamos o Ministro Marco Aurlio por ter completado, no dia13.06.2010, 20 anos de STF, desejando-lhe muita sade e f!

  • Ao eficiente Ministro do TSE, Henrique Neves, que nos deu a honra doprefcio, por toda sua tradio familiar cultural, didtica em palestras e votosconsistentes no TSE, alm do grande ser humano detrs da toga, carismtico eatento a todos os semelhantes, dignificando a classe dos juristas no TSE.

    Ao erudito constitucionalista, Pedro Lenza, nossos sinceros agradecimentospelo honroso convite para participar da sua coletnea Esquematizada,publicada pela Editora Saraiva, em seu volume referente ao Direito Eleitoral; oobjetivo principal o de auxiliar concursandos e profissionais recm-formadosna doutrina eleitoral por meio de esquemas didticos, linguagem mais acessvel,comentrios pontuais, sucintos e objetivos nova Lei n. 12.034/2009, porexemplo, sem perder a profundidade, resultando em uma nica obra queconsagrasse o custo-benefcio leia-se que velasse pelo pouco tempo paraestudo e pela economia de recursos na aquisio das obras daqueles quepossuem inmeras dificuldades na vida para ascender socialmente. Ao estimadoPedro, nosso orgulho de integrar tal projeto, que segue ao lado da obracomentada da minirreforma.

    A todos os leitores que colaboraram para a melhoria desta obra, comcrticas, sugestes, solicitaes de novos captulos, em especial aos doutores:Paulo Roberto Farias Corra, Carlos Eduardo Costa, Joo Evdio SilvaCesrio, Bruno Jorge Santos e Rithyelle de Medeiros Bissi. A eles, o nossomuito obrigado e que Deus os ilumine em suas jornadas.

    Aos cultos colegas de seminrios, congressos, cursos, aulas e palestraseleitorais em todo Pas, representados pelos juristas Fernando Neves, HenriqueNeves, Mrio Bonsaglia, Suzana de Camargo Gomes, Adriano Soares daCosta, Manoel Carlos de Almeida Neto, Olivar Coneglian, Olivar AugustoRoberti Coneglian, Armando Antonio Sobreiro Neto, Francisco DirceuBarros e tantos outros de escol. Para ns, a dialtica e as divergnciasdoutrinrias jamais foram pontos de discrdia; pelo contrrio, uniram-nos noideal maior de fraternidade e reflexes das posies de cada um, em umverdadeiro sarau jurdico eleitoral de amigos estimulantes.

    Os Autores

    1 Ministro titular do Tribunal Superior Eleitoral de 03.04.2001 a 02.04.2003 ecorregedor-geral da Justia Eleitoral de 13.03.2002 a 02.04.2003. Tambm foisuplente de 17.05.2000 a 02.04.2001.

  • APRESENTAO

    Durante o ano de 1999, pensando, naquele primeiro momento, nos alunosque prestariam o exame da OAB, resolvemos criar um estudo que tivesselinguagem fcil e, ao mesmo tempo, contedo suficiente para as provas econcursos.

    Depois de muita dedicao, batizamos o trabalho de Direito constitucionalesquematizado, na medida em que, em nosso sentir, surgia uma verdadeira epioneira metodologia, idealizada com base em nossa experincia dos vrios anosde magistrio, buscando sempre otimizar a preparao dos alunos, bem comoatender s suas necessidades.

    A metodologia estava materializada nos seguintes pilares:

    esquematizado: verdadeiro mtodo de ensino, em que a parte terica apresentada de forma direta, em pargrafos curtos e em vrios itens esubitens. Por sua estrutura revolucionria, rapidamente ganhou a preferncianacional, tornando-se indispensvel arma para os concursos da vida; superatualizado: com base na jurisprudncia do STF, Tribunais Superiorese na linha dos concursos pblicos de todo o Pas, o texto encontra-se emconsonncia com as principais decises e as grandes tendncias daatualidade; linguagem clara: a exposio fcil e direta traz a sensao de que o autorest conversando com o leitor; palavras-chave (keywords): a utilizao do azul possibilita uma leiturapanormica da pgina, facilitando a recordao e a fixao do assunto.Normalmente, o destaque recai sobre o termo que o leitor grifaria com o seumarca-texto; formato: leitura mais dinmica e estimulante; recursos grficos: auxiliam o estudo e a memorizao dos principaistemas; provas e concursos: ao final de cada captulo, o assunto ilustrado com aapresentao de questes de provas e concursos ou por ns elaboradas,

  • facilitando a percepo das matrias mais cobradas, bem como a fixao doassunto e a checagem do aprendizado.

    Inicialmente publicado pela LTr, poca, em termos de metodologia,inovou o mercado editorial. A partir da 12 edio, passou a ser editado pelaSaraiva, quando, ento, se tornou lder de vendas.

    Realmente, depois de tantos anos de aprimoramento, com a nova caradada pela Editora Saraiva, no s em relao moderna diagramao mastambm em razo do uso da cor azul, o trabalho passou a atingir tanto oscandidatos ao Exame de Ordem quanto todos aqueles que enfrentam osconcursos em geral, sejam da rea jurdica ou mesmo aqueles de nvel superiore mdio (rea fiscal), assim como os alunos de graduao e demais profissionaisdo direito.

    Alis, parece que a professora Ada Pelegrini Grinover anteviu, naqueletempo, essa evoluo do Esquematizado. Em suas palavras, ditas em 1999,escrita numa linguagem clara e direta, a obra destina-se, declaradamente, aoscandidatos s provas de concursos pblicos e aos alunos de graduao, e, por issomesmo, aps cada captulo, o autor insere questes para aplicao da parteterica. Mas ser til tambm aos operadores do direito mais experientes, comofonte de consulta rpida e imediata, por oferecer grande nmero de informaesbuscadas em diversos autores, apontando as posies predominantes na doutrina,sem eximir-se de criticar algumas delas e de trazer sua prpria contribuio. Daleitura amena surge um livro fcil, sem ser reducionista, mas que revela, aocontrrio, um grande poder de sntese, difcil de encontrar mesmo em obras deautores mais maduros, sobretudo no campo do direito.

    Atendendo ao apelo de vrios concurseiros do Brasil, resolvemos, com oapoio incondicional da Editora Saraiva, convidar professores e autores dasprincipais matrias dos concursos pblicos, tanto da rea jurdica como da reafiscal, para lanar a Coleo Esquematizado.

    Metodologia pioneira, vitoriosa, consagrada, testada e aprovada.Professores com larga experincia na rea dos concursos pblicos. Estrutura,apoio, profissionalismo e know-how da Editora Saraiva: sem dvida, ingredientessuficientes para o sucesso da empreitada, especialmente na busca de novoselementos e ferramentas para ajudar os nossos ilustres concurseiros!

    Para o direito eleitoral, que passa a ser matria obrigatria em importantesconcursos pblicos, tivemos a honra de contar com o trabalho criterioso deThales Tcito e Camila Medeiros, que souberam, com maestria, aplicar ametodologia esquematizado vasta experincia profissional de cada um.

    Thales, reconhecido em mbito nacional, alm de professor e palestrante

  • altamente requisitado, promotor de justia na rea eleitoral, tendo exercido orespeitado cargo de Vice-Diretor da Escola Judiciria do TSE no ano de 2010.

    Camila, tambm com ampla atuao na rea eleitoral, completa a primaziadeste estudo, j que, alm de palestrante, como advogada, foi responsvel porimportante contraponto parte terica do trabalho.

    Conforme escreve o Ministro do TSE Henrique Neves da Silva, em prefcioa esta obra, esquematizar determinada matria no espelha uma merasimplificao de seu contedo. Vai alm. Significa ter a perfeita compreensodo tema, a capacidade de extrair os principais conceitos e o poder de apresent-los de forma lgica, identificando seus princpios e, ao mesmo tempo, assituaes especficas. Foi isso o que Thales e Camila conseguiram fazer,contribuindo para que o Direito Eleitoral seja divulgado e facilmentecompreendido por todos.

    Concordo integralmente com o ilustre Ministro: os mritos so dos autores.O proveito de toda a sociedade.

    Assim, no temos dvida de que o presente trabalho contribuir paraencurtar o caminho do meu ilustre e guerreiro concurseiro na busca dosonho dourado!

    Sucesso a todos! Esperamos que a Coleo Esquematizado cumpra o seupapel. Novamente, em constante parceria, estamos juntos e aguardamosqualquer crtica ou sugesto.

    Pedro LenzaE-mail: [email protected]

    Twitter: @pedrolenza

    mailto:pedrolenza%40terra.com.br?subject=http://twitter.com/pedrolenza
  • PREFCIO

    O dinamismo dos autores invejvel. Esta obra mais uma prova da rpidacapacidade de produo e da cotidiana dedicao ao Direito Eleitoral. Aoprefaciar o Direito eleitoral esquematizado, sinto uma tripla alegria. Primeiro,pelas gentis palavras que os autores me dedicam. Depois, pela imerecida honrade poder escrever estas poucas palavras. E, principalmente, porque acomunidade jurdica ganha mais uma valiosa ferramenta.

    O Direito Eleitoral marcado pelo princpio da celeridade. As eleiespossuem data certa, os prazos so curtssimos, os perodos de mandato so fixos.O processo eleitoral exige, de todos, aes rpidas. Os que pretendem prestarconcursos tambm vivem igual presso. Da a importncia deste trabalho que,por sua amplitude, possibilita fcil compreenso do emaranhando de normas quecompem a legislao eleitoral.

    Alm da Constituio da Repblica linha mestra do Direito Eleitoral , aLei das Inelegibilidades, a Lei das Eleies, a Lei dos Partidos Polticos e oCdigo Eleitoral (editado na vigncia da Constituio de 1946) formam umcomplexo sistema legal. Em todas essas leis, possvel identificar normas dedireito material e de direito processual. Determinado fato, dependendo do ritoprocessual escolhido e da norma aplicada, poder ser enquadrado como umilcito eleitoral, um abuso eleitoral ou um crime eleitoral.

    Entretanto, a Justia Eleitoral brasileira apresenta caractersticas prpriasque a diferem dos demais ramos do judicirio. Ao mesmo tempo em que ela orgo que exerce a jurisdio eleitoral, apreciando as lides que surgem naseleies, tambm lhe cabe a administrao das eleies, quando cumpre tarefasde natureza essencialmente administrativa eleitoral. Os juzes que a compemprovm de outros ramos do judicirio ou da advocacia e no so vitalcios nafuno eleitoral. Na forma da Constituio, os juzes dos Tribunais Eleitoraisservem por dois anos, no mnimo, e nunca por mais de dois binios consecutivos.

    A composio ecltica dos tribunais e a constante alternncia de seus

  • membros so salutares democracia. Em nada contribuiria a concentraopermanente do poder eleitoral em um mesmo e constante grupo de juzes. Amudana cclica dos quadros nos Tribunais oxigena o debate de novas teses einterpretaes. As normas que, como ensinam os mestres, valem em razo darealidade em que se inserem adquirem novos sentidos ou significados, mesmoquando mantidas inalteradas em suas estruturas formais. No so raros, noDireito Eleitoral, entendimentos superados que so posteriormenterestabelecidos.

    A isso deve ser somado o aparente retorno velha praxe de serem editados,a cada eleio, novos dispositivos legais. No se utiliza mais a antiga tcnica deeditar uma lei eleitoral especfica para cada pleito. Agora, passamos peloperodo das chamadas minirreformas, que so, quase sempre, aprovadas spressas.

    Diante de todas essas peculiaridades, a compreenso da legislao eleitoral eo conhecimento atualizado das leis so tarefas que, a cada dia, se mostram maisrduas. Essas dificuldades, porm, no desmotivaram os autores. Com os mritosdo representante do Ministrio Pblico e a crtica centrada da advogada, osautores professores que conhecem profundamente a matria enfrentaramos enigmas do Direito Eleitoral.

    Nunca demais lembrar que esquematizar determinada matria noespelha uma mera simplificao de seu contedo. Vai alm. Significa ter aperfeita compreenso do tema, a capacidade de extrair os principais conceitos eo poder de apresent-los de forma lgica, identificando seus princpios e, aomesmo tempo, as situaes especficas.

    Foi isso o que Thales e Camila conseguiram fazer, contribuindo para que oDireito Eleitoral seja divulgado e facilmente compreendido por todos.

    Os mritos so dos autores. O proveito de toda a sociedade.Henrique Neves da Silva

    Advogado e Ministro Substituto do Tribunal Superior Eleitoral

  • NOTA DOS AUTORES 2 EDIO

    Em 1850, metade do sculo XIX, Paris era considerada a Cidade Luz. Aliestavam personalidades admirveis como Victor Hugo, Louis Pasteur, JosephLister, Cocke, os maiores gnios da medicina, da qumica, da literatura, da poesiae da arte. Paris era o fulcro da luminosidade terrestre. Paris era uma cidade deluz, mas uma cidade frvola. Paris era uma cidade to especial que um cronistada poca escreveu a seguinte frase:

    Em Paris as ideias nascem pela manh, envelhecem ao meio dia emorrem ao cair da tarde. Diariamente h ideias novas. melhor ser vaiadoem Paris e no mundo inteiro desconhecido, do que ser aplaudido no mundointeiro e em Paris ignorado.

    A partir de 1870, quando se d a combusto intelectual da Europa, chegamao Brasil as ideias eloquentes dos grandes materialistas: o pensamento deAugusto Conte, as ideias de Hegel, as propostas do lirismo; muitos intelectuaisnacionais no podiam curvar-se diante das exigncias da doutrina dominante,tornando-se livres pensadores, amando a Deus, mas no se vinculando anenhuma das doutrinas ento em vigncia. Espritos abertos.

    Nesta segunda edio, com nossos espritos abertos, tornamo-nos livrespensadores, estabelecendo todas as diretrizes aos concursos, s principais provas,s dicas necessrias, s doutrinas e jurisprudncias dominantes, no formato mais

    do que clebre do jurista Pedro Lenza,1 sem, contudo, perder a oportunidade dechamar a ateno de nossos leitores para as entrelinhas dos discursos vazios ousofistas de ficha limpa a qualquer pretexto. Assim, no Captulo 16, destacamoscomentrios especiais de profundidade, buscando penetrar nos espritos dosnossos leitores e deix-los preparados para os cargos que os aguardam no futuroprximo.

    Estamos vivenciando um momento crtico, no apenas na situao geolgica

  • do mundo mas tambm no aspecto moral dos homens. Haver, no futuro breve,intensa neblina, um enorme nevoeiro moral que envolver nosso Estado deDireito sob o falso engodo de prtica de Democracia.

    Percebemos um escuro compromisso moral ao desviar a Lei da FichaLimpa de sua finalidade e pretend-la retroagir: estuprar a Constituio Federalpara pregar a virgindade na poltica. Os fins justificam os meios(maquiavelismo) e no os meios, os fins (deontologia). Chamamos a ateno doleitor, no Captulo 16, com a teoria do Trolley Problem, ou seja, quem salvar: aCF/88 ou a vontade popular (sem o conhecimento dos reais problemas dessaescolha)?

    As confuses causadas por decises de Tribunais Superiores, tanto doSupremo Tribunal Federal como do Tribunal Superior Eleitoral, demonstram afase de insegurana jurdica que estamos vivenciando. Assim, por exemplo,vedar a verticalizao das coligaes, leia-se, permitir que o partido se una aquem desejar, mesmo que com outro partido de ideologia oposta, mas exigirfidelidade partidria de seus membros; estabelecer por resoluo (e no lei

    conforme art. 22 da CF/88) o procedimento de infidelidade partidria2(legislando sobre processo civil); causar tumulto no tocante a quem assume omandato em caso de licena ou perda do mandato de parlamentar (suplente dopartido ou da coligao), em uma dana de cadeiras; no decidir a tempo se aLei da Ficha Limpa se aplicaria nas eleies de 2010, decretando-a somenteaps o pleito, em ADPF 144, o que causou nova dana de cadeiras noparlamento, refazendo clculos de quociente eleitoral (e partidrio) etc.

    Essa turbulncia jurdica, em especial, o fato de a Lei da Ficha Limpadesviar-se de seu propsito moralizador para violar o art. 16 da CF/88 e, portanto,ser aplicada nas eleies de 2010 (sem xito, em face da ADPF 144/STF), bemcomo, agora, com outra tentativa de violar novamente a segurana jurdica aovisar aplicao nas eleies de 2012, retroagindo para casos anteriores publicao da nova lei e ferindo a coisa julgada e o ato jurdico perfeito (art. 5,XXXVI, da CF/88), denota o perigo que o sistema jurdico est por atravessar aotrazer o que denominamos Direito Eleitoral do Inimigo.

    O fato lembra uma revelao do esprito Emmanuel, na obra Paulo eEstvo, psicografada por Chico Xavier:

    O imperador Nero estava em ncio (Antium), quando irrompeu a fogueirapor ele mesmo idealizada, pois a verdade que, desejoso de edificar umacidade nova com os imensos recursos financeiros que chegavam dasprovncias tributrias, projetara o incndio famoso, assim vencendo aoposio do povo, que no desejava a transferncia dos santurios.Alm dessa medida de ordem urbanstica, o filho de Agripina caracterizava-se, em tudo, pela sua originalidade satnica. Presumindo-se genial artista no

  • passava de monstruoso histrio assinalando a sua passagem pela vida pblicacom crimes indelveis e odiosos. No seria interessante apresentar aomundo uma Roma em chamas? Nenhum espetculo, a seus olhos, seriainesquecvel como esse. Depois das cinzas mortas, reedificaria os bairrosdestrudos. Seria generoso para as vtimas da imensa catstrofe. Passaria histria do Imprio como administrador magnnimo e amigo dos sditossofredores.

    Alimentando tais propsitos, combinou o atentado com os ulicos de suamaior confiana e intimidade, ausentando-se da cidade para no despertarsuspeitas no esprito dos polticos mais honestos.

    Assim, os desvios dos bons propsitos certamente escondem umaoriginalidade satnica por detrs de uma lei muito positiva, e muitos juristasdesconhecem os interesses que regem tais desvios, o que mais preocupante,pois podero servir de boi de piranha para, no futuro, perderem a paz daconscincia judicante.

    Foi por isso que Joanna de ngelis (esprito), por Divaldo Franco, emPlenitude, Captulo 8, explica o Querer retamente (segundo caminhoctuplo):

    Q uerer retamente prope mtodos compatveis com os objetivos dacrena anelada.Os meios incorretos no so justificveis quando usados para fins nobres,porquanto degeneram os ideais que devem permanecer pulcros.3 Sem o usodos meios correspondentes, as realizaes perdem a qualidade de que sedevem revestir.

    No por menos que o esprito de Joanna de ngelis, pela psicografia doamigo Divaldo Franco, nos alerta:

    ... toda ideia que se populariza perde em profundidade aquilo que adquireem superficialidade. Se ns derramarmos a gua de um vaso em umasuperfcie ampla e rasa, ele perde em profundidade aquilo que adquire emextenso.

    preciso recuperar, nas novas geraes, nos leitores que prestam concurso,o esprito aberto dos livres pensadores de outrora, para que mudemos a realidadeatual e resgatemos nossa segurana jurdica.

    Se verdade que o estado semianrquico da poltica brasileira oriundo daescassez de valores morais, nem por isso deve ser estuprada a Constituio parapregar virgindade na poltica, pois os fins no justificam os meios, e sim estes, ofim (deontologia).

  • Assim, conforme Rui Barbosa4 sempre defendeu como tribuno e poltico,seria um erro perpetrado na mais irrefragvel ilegalidade, perante as correntesevolucionistas mantenedoras da ordem e do progresso, suprimir a seguranajurdica. Excetuando-se algumas inovaes que em nada prejudiquem, masagreguem, toda supresso das conquistas jurdicas, efetuadas no mais sadio dosliberalismos, como expresso singular de civismo, estabelecendo as diretrizessuperiores da nacionalidade, implica um retrocesso injustificvel. Cogita-se demovimentos visceralmente renovadores. necessrio, contudo, uma profundaacuidade analtica na concepo dessas reformas que se fazem necessrias, afim de que no redundem em frmulas desastrosas.

    Assim, conclumos, de ns para conosco, que algo deveria ser feito quandotemos necessidade do reajustamento daqueles a quem amamos.

    Nesse contexto, a 2a edio da obra foi toda ampliada e atualizada, alm decorrigidos os erros ou falhas que a cobrana da agilidade da 1a edioprovocou, pelo que pedimos desculpas aos fiis leitores, oportunidade queagradecemos a todos aqueles que, de alguma forma, contriburam para que estanova edio fosse abenoada a ponto de chegar o mais prximo das solues doscertames pblicos.

    A todos leitores, nossos votos de sucesso na atualizao profissional e nosdesafios pblicos,

    Fiquem com Deus,Ave, Cristo!

    Os que aspiram glria de servir em Teu Nome e os que vo viver para sempre Te glorificam e Te sadam!

    (Emmanuel, pela abenoada psicografia do venerando apstolo Chico Xavier, obra Ave, Cristo, FEB)

    1 Reforamos que o mtodo esquematizado foi neologismo do Dr. PedroLenza, o que democratizou o ensino e, de certa forma, a literatura jurdica, naqual muitos o compilaram no sistema didtico, em que pese no reconheceremseu pioneirismo, dando outro rtulo para o que ficou convencionado deesquematizado. Mas uma cpia sempre mais frgil do que o original do criador.

    2 Infiel a quem? Uma vez que, se em eleies majoritrias o Vice no for domesmo partido, ele assume o cargo. Ento fidelidade ao partido ou aoTSE/STF?

    3 Formosos, belos, gentis.

    4 NOBRE, Marlene (Org.). Lies de sabedoria. 2. ed. So Paulo: Folha Esprita,1997, item 133.

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABRAMPPE Associao Brasileira de Magistrados, Procuradores ePromotores Eleitorais

    ADCT Ato das Disposies Constitucionais TransitriasADI ou ADIn Ao Direta de InconstitucionalidadeAIJE Ao de Investigao Judicial EleitoralAIME Ao de Impugnao de Mandato EletivoAIRC Ao de Impugnao de Registro de CandidaturaAMB Associao dos Magistrados BrasileirosAP Ao PenalCAO Centro de Apoio OperacionalCCJ Comisso de Constituio, Justia e CidadaniaCDC Cdigo de Defesa do ConsumidorCE Cdigo EleitoralCf. ConferirCF Constituio da Repblica Federativa do BrasilCLT Consolidao das Leis do TrabalhoCNBB Conferncia Nacional dos Bispos do BrasilCNMP Conselho Nacional do Ministrio PblicoCONAMP Associao Nacional dos Membros do Ministrio PblicoCP Cdigo PenalCPF Cadastro de Pessoas FsicasCPC Cdigo de Processo CivilCPI Comisso Parlamentar de InquritoCPP Cdigo de Processo PenalCTB Cdigo de Trnsito BrasileiroDJU Dirio da Justia da Unio

  • DL Decreto-LeiDOU Dirio Oficial da UnioEC Emenda ConstitucionalEUA Estados Unidos da AmricaEXMO. ExcelentssimoFMI Fundo Monetrio InternacionalHC Habeas CorpusLC Lei ComplementarLCP Lei das Contravenes PenaisLINDB Lei de Introduo s Normas do Direito BrasileiroLSN Lei de Segurana NacionalMP Ministrio PblicoMPF Ministrio Pblico FederalMS Medida de SeguranaNCC Novo Cdigo CivilOAB Ordem dos Advogados do BrasilPEC Proposta de Emenda ConstitucionalPGE Procurador-Geral EleitoralPGJ Procurador-Geral de JustiaPGR Procurador-Geral da RepblicaPLC Projeto de Lei da CmaraPLS Projeto de Lei do SenadoPRE Procurador Regional EleitoralPRR Procurador Regional da RepblicaRCD Recurso Contra a DiplomaoREspe Recurso Especial EleitoralREFIS Programa de Recuperao FiscalRES ResoluoRG Registro GeralSTF Supremo Tribunal FederalTJMG Tribunal de Justia de Minas GeraisTRE Tribunal Regional EleitoralTRF Tribunal Regional FederalTSE Tribunal Superior EleitoralZE Zona Eleitoral

  • HOMENAGENS ESPECIAIS

    APRESENTAO

    PREFCIO

    NOTA DOS AUTORES 2 EDIO

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    1. PRINCPIOS DO DIREITO ELEITORAL1.1. Diferena entre postulados, princpios e regras eleitorais

    1.1.1. Princpios informativos e princpios fundamentais1.2. Dos Princpios Eleitorais

    1.2.1. Princpio da anualidade eleitoral1.2.2. Princpio da vedao da restrio de direitos polticos, ou daatipicidade eleitoral, ou da estrita legalidade eleitoral1.2.3. Princpio do devido processo legal (art. 5, LIV, da CF/88)1.2.4. Princpio da proporcionalidade, ou da razoabilidade, ou da proibiodo excesso1.2.5. Princpio do contraditrio (art. 5, LV, da CF/88)1.2.6. Princpio da imparcialidade do juiz1.2.7. Princpio da isonomia1.2.8. Princpio dispositivo1.2.9. Princpio do impulso oficial1.2.10. Princpio da oralidade1.2.11. Princpio da publicidade1.2.12. Princpio da lealdade processual1.2.13. Princpio da economia processual princpio da instrumentalidadedas formas e a derivao excluso do excesso1.2.14. Princpio da precluso

  • 1.2.15. Princpio da celeridade processual1.2.16. Princpio da identidade fsica do juiz

    1.3. Questes

    2. A JUSTIA ELEITORAL2.1. A viso global2.2. A composio da justia eleitoral2.3. Questes

    3. DIREITO ELEITORAL CONCEITO, CLASSIFICAES E ELEIESNO BRASIL

    3.1. Conceito3.1.1. Fontes do Direito Eleitoral

    3.2. Classificaes3.2.1. Democracia

    3.2.1.1. Espcies3.2.1.2. A democracia e a vedao material implcita ao poderconstituinte derivado reformador

    3.2.1.2.1. No sentido corriqueiro ou vulgar3.2.1.2.2. No sentido sistemtico3.2.1.2.3. No sentido principiolgico

    3.2.2. Soberania popular3.2.2.1. Plebiscito e referendo

    3.2.2.1.1. Caractersticas3.2.2.2. Iniciativa popular

    3.3. Questes

    4. DIREITOS POLTICOS POSITIVOS E NEGATIVOS SISTEMAPOLTICO BRASILEIRO

    4.1. Direitos polticos4.1.1. Conceito e noes

    4.1.1.1. O alistamento4.1.1.2. Cancelamento da inscrio eleitoral4.1.1.3. Condies de elegibilidade4.1.1.4. Filiao partidria4.1.1.5. Filiaes especiais

    4.1.1.5.1. O militar4.1.1.5.2. O membro do Ministrio Pblico aps EC 45/2004 (aps31.12.2004)4.1.1.5.3. Depois da CF/88 at 30.12.20044.1.1.5.4. Leading Case4.1.1.5.5. A partir de 31.12.2004 (EC 45/2004 Reforma do

  • Judicirio)4.1.1.5.6. Filiao de magistrado e membro de Tribunais deContas

    4.1.1.6. Inelegibilidade4.1.1.6.1. Quadro para concurso

    4.1.1.7. Desincompatibilizao4.2. Direitos polticos positivos

    4.2.1. Conceito4.2.2. Sufrgio

    4.2.2.1. Formas de sufrgio4.2.3. Requisitos para ser eleitor4.2.4. Voto4.2.5. Sistemas eleitorais4.2.6. Escrutnio4.2.7. Partidos polticos e coligao4.2.8. Nulidade dos votos e das eleies4.2.9. Direitos polticos negativos

    4.2.9.1. Conceito4.2.9.2. Princpio4.2.9.3. Suspenso e perda dos direitos polticos4.2.9.4. Reaquisio dos direitos polticos4.2.9.5. Sntese para concurso pblico de suspenso e perda dedireitos polticos

    4.2.10. Sistema poltico4.2.11. Viso geral para concurso

    4.3. Questes

    5. SISTEMAS ELEITORAIS5.1. Sistemas eleitorais

    5.1.1. Conceito e espcies5.1.1.1. Sistema majoritrio

    5.1.1.1.1. Candidato nico5.1.1.2. Sistema proporcional e o coeficiente eleitoral5.1.1.3. Distritos de mdia magnitude5.1.1.4. Sistema distrital misto5.1.1.5. Sntese para concursos

    5.1.1.5.1. Sistemas eleitorais5.1.1.5.2. Do voto distrital

    5.1.1.6. Sntese sobre sistemas eleitorais5.1.1.7. Sistema proporcional de lista fechada

    5.2. Questes

  • 6. NULIDADES DOS VOTOS E DA ELEIO6.1. Nulidades dos votos e da eleio Parte I

    6.1.1. Atos nulos, inexistentes e anulveis distines6.2. Nulidades dos votos e da eleio Parte II6.3. Nulidade e art. 224 do Cdigo Eleitoral Consulta n. 1.657/PI Eleies20086.4. Nulidade das sees eleitorais6.5. Nulidades eleitorais e o art. 219 do Cdigo Eleitoral6.6. Nulidades eleitorais e os arts. 221 e 222 do Cdigo Eleitoral6.7. Resumo para concursos votos nulos e anulveis6.8. A problemtica das nulidades eleitorais e o art. 41-A da Lei n. 9.504/97

    6.8.1. Art. 41-A da Lei n. 9.504/97 e nulidade de votos6.8.2. A nulidade no art. 41-A da Lei n. 9.504/97 e possibilidade de ocandidato que deu causa concorrer na nova eleio6.8.3. A nulidade, o art. 41-A da Lei n. 9.504/97 e a teoria do fruto darvore envenenada fruits of the poisonous tree doctrine6.8.4. Nulidade decorrente de compra de votos (art. 41-A da Lei n.9.504/97) em eleies proporcionais6.8.5. Nulificao de votos (votos apolticos) e diferena de nulidade daeleio6.8.6. Recursos das decises das Juntas Eleitorais

    6.9. Nulidade de votos no sistema proporcional com a Lei da Ficha Limpa:diferena entre fase da AIRC (Registro de Candidatura) e a fase daAIME/RCD (aps as eleies)6.10. Questes

    7. SISTEMA ELETRNICO ELEIES COM A URNA ELETRNICA:VOTAO E APURAO FOTO DO VICE NA URNA

    7.1. Histrico7.2. Eleies com a urna eletrnica. Votao e apurao. Regras

    7.2.1. Votao7.2.2. Votao paralela7.2.3. Apurao

    7.3. A proibio da utilizao de simuladores de urnas eletrnicas comoveculo para propaganda eleitoral7.4. Foto do vice na urna e litisconsrcio7.5. Questes

    8. PARTIDOS POLTICOS E COLIGAES FILIAO, CONVENOPARTIDRIA E REGISTRO DE CANDIDATURA. VERTICALIZAO

  • DAS COLIGAES, CLUSULA DE BARREIRA E FIDELIDADEPARTIDRIA

    8.1. Partidos polticos e coligaes8.1.1. Sistema constitucional brasileiro pluripartidarismo8.1.2. Exigncias para se criar um partido poltico

    8.1.2.1. Criao8.1.2.2. Apoio mnimo de eleitores8.1.2.3. Registro do estatuto do partido no TSE

    8.1.3. Filiao partidria duplicidade e triplicidade e coligao8.1.3.1. Filiao8.1.3.2. Duplicidade e triplicidade de filiao8.1.3.3. Triplicidade de filiaes8.1.3.4. Fim da candidatura nata8.1.3.5. Coligao partidria

    8.1.4. Conveno partidria e registro de candidatura8.1.4.1. Conveno partidria8.1.4.2. Registro de candidatura

    8.1.4.2.1. Viso geral8.1.4.2.2. Registro. Especificidades8.1.4.2.3. Teoria da conta e risco e teoria dos votos engavetados8.1.4.2.4. O que fez a Lei n. 12.034/2009?8.1.4.2.5. Nmero de candidatos a serem lanados por partido oucoligao8.1.4.2.6. Deputados Federais8.1.4.2.7. Deputados Estaduais8.1.4.2.8. Vereadores8.1.4.2.8.1. Mudana de Vereadores no Brasil

    8.1.4.3. Registro de candidaturas e o princpio da preservao8.1.4.3.1. Registro de candidatura do militar

    8.1.4.4. Doaes ocultas art. 23, 2, da Lei n. 9.504/97 c/c art. 39, 5, da Lei n. 9.096/95

    8.1.4.4.1. Doao pela internet na campanha eleitoral art. 23, 2, da Lei n. 9.504/97

    8.2. Verticalizao das coligaes8.2.1. Vantagens da verticalizao

    8.3. Clusula de barreira ou desempenho8.3.1. Conceito8.3.2. Clusula de barreira e o plano de funcionamento parlamentar dopartido poltico8.3.3. Diferena entre a clusula de barreira ou desempenho e a clusulade bloqueio ou excluso8.3.4. A clusula de barreira e o perodo de transio

  • 8.3.5. Tribunal Superior Eleitoral e as trs interpretaes sobre a clusulade barreira nas eleies de 20068.3.6. STF e a declarao de inconstitucionalidade da clusula de barreiraou desempenho rgida8.3.7. Inconstitucionalidade do art. 13 da Lei n. 9.096/95 e outros artigos porarrastamento ou critrio da consequncia8.3.8. Interpretao da deciso do STF sobre o tema8.3.9. O que o TSE decidiu para distribuio do Fundo Partidrio em 2007?8.3.10. A reao do Legislativo Lei n. 11.459, de 21.03.20078.3.11. E, por fim, como ficou o tempo gratuito de propaganda partidriacom a nova deciso do TSE?8.3.12. Concluso

    8.4. Fidelidade partidria8.4.1. Conceito8.4.2. Instrumentos jurdico-administrativos (no prprio Legislativo) ecvel-eleitorais (na Justia Eleitoral) para perda do mandato porinfidelidade partidria (Resoluo n. 22.610/2007 do Tribunal SuperiorEleitoral)

    8.4.2.1. Instrumentos jurdico-administrativos possveis8.4.2.2. Competncia nas duas aes administrativas eleitorais8.4.2.3. Do rito e representao adequados8.4.2.4. Requisitos da inicial sob pena de inpcia

    8.4.2.4.1. Endereamento da petio inicial (competncia)8.4.2.4.2. Recurso em procedimento de infidelidade partidria

    8.4.3. No dia 01.08.2007, o TSE vai alm e decide que mudana de partido,ainda que dentro da mesma coligao, tambm acarreta a perda domandato8.4.4. A Consulta n. 1.407 do Tribunal Superior Eleitoral e a extenso daConsulta n. 1.398 para eleies majoritrias8.4.5. Concluses de grande interesse

    8.4.5.1. Capacidade postulatria8.4.5.2. Contraditrio e ampla defesa8.4.5.3. Razovel durao do processo

    8.5. Questes

    9. DOMICLIO ELEITORAL E TRANSFERNCIA DE DOMICLIO9.1. Noes

    9.1.1. Domiclio eleitoral9.1.2. Transferncia de domiclio eleitoral9.1.3. Diferenciao: domiclio x transferncia eleitoral

    9.1.3.1. No seu sentido corriqueiro ou vulgar9.1.3.2. No sentido sistemtico

  • 9.1.3.3. No sentido principiolgico9.1.4. Como requerer alistamento ou transferncia de domiclio eleitoral9.1.5. A questo do prefeito itinerante

    9.2. Questes

    10. PESQ UISAS E PROPAGANDA ELEITORAL10.1. Pesquisa eleitoral

    10.1.1. Viso geral pesquisas e sondagens10.1.2. Natureza jurdica da multa prevista no 4 do art. 33 da Lei n.9.504/9710.1.3. Diferena de pesquisa e enquete10.1.4. Nota final

    10.2. Propaganda eleitoral10.2.1. Princpios aplicados propaganda eleitoral10.2.2. Classificao da propaganda eleitoral

    10.2.2.1. Distribuio de tempo de propaganda eleitoral gratuita nordio e na TV (art. 47, 2, da Lei n. 9.504/97)10.2.2.2. Aprofundando o estudo da propaganda eleitoral strictusensu (nas trs modalidades partidria, intrapartidria e eleitoralpropriamente dita)

    10.2.3. Propaganda eleitoral e a Lei n. 12.034/200910.2.3.1. Conceito10.2.3.2. Da propaganda eleitoral em bens pblicos10.2.3.3. Da propaganda eleitoral em bens particulares10.2.3.4. Materiais de campanha e CNPJ10.2.3.5. Comcios, carretas, passeatas, caminhadas, carro de som,alto-falantes

    10.2.3.5.1. Alto-falantes e amplificadores de som10.2.3.5.2. Comcios, showmcios e trios eltricos10.2.3.5.3. Confeco de brindes de campanha10.2.3.5.4. Outdoors10.2.3.5.5. Carreata e passeata10.2.3.5.6. Boca de urna

    10.2.3.6. Tipicidade conglobante em boca de urna: permisso dapropaganda eleitoral individual e silenciosa10.2.3.7. Propaganda eleitoral na imprensa escrita e sua reproduona internet

    10.2.3.7.1. Reproduo na internet do jornal impresso10.2.3.8. Propaganda eleitoral no rdio e na TV

    10.2.3.8.1. Propaganda eleitoral no rdio e na TV e poder demdia. Conceito de trucagem e montagem. Uso de imagem e vozde candidato ou militante de partido. Viso geral de propagandaeleitoral no rdio e TV

  • 10.2.3.8.2. Regras para debates eleitorais10.2.3.8.2.1. Regras de debates apenas para rdio e TV(concesso pblica)10.2.3.8.3. Propaganda eleitoral no rdio e na TV e a nova gradehorria na propaganda eleitoral gratuita de Senadores10.2.3.8.4. Da competncia para anlise de propaganda eleitoralno caso de dois juzos eleitorais10.2.3.8.5. Direito de antena no segundo turno nos municpiosem que no haja emissora de rdio e TV10.2.3.8.6. Propaganda eleitoral em outro pas10.2.3.8.7. Compensao fiscal das emissoras de rdio e TV pelapropaganda partidria, eleitoral, em plebiscitos e referendos e,ainda, por fora de comunicados da Justia Eleitoral10.2.3.8.8. Anlise do conceito de censura. Desvio de finalidadena propaganda eleitoral gratuita no rdio e na TV10.2.3.8.8.1. Propaganda eleitoral na legislao eleitoral e anlisede sua compatibilidade com a Constituio Federal

    10.2.3.9. Propaganda eleitoral na internet10.2.3.10. Quadro comparativo das propagandas eleitorais10.2.3.11. Quadro de propaganda eleitoral permitida e proibida coma nova Lei n. 12.034/2009

    10.2.4. Propaganda eleitoral propriamente dita extempornea ouantecipada

    10.2.4.1. Distines entre o art. 74 e o 73, VI, b, da Lei n. 9.504/97 se for nos 3 meses anteriores ao pleito, o enquadramento legal noser no art. 74, e sim no art. 73

    10.2.5. Atipicidade em propaganda eleitoral antecipada10.2.6. Poder de polcia, eliso de multa e prvio conhecimento docandidato

    10.2.6.1. Liberdade na propaganda eleitoral e poder de polcia emcarter excepcional, sob pena de crime10.2.6.2. Poder de polcia e sua transposio ao Direito Eleitoral10.2.6.3. Poder de polcia em forma de prvio conhecimento10.2.6.4. Poder de polcia que elide multa10.2.6.5. Concluso do poder de polcia sobre a forma de prvioconhecimento e quando elide multa na Lei n. 12.034/200910.2.6.6. Postura municipal no pode ser objeto de poder de polciaeleitoral

    10.2.7. Impossibilidade de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ouAo Civil Pblica no mbito eleitoral

    10.3. Propaganda partidria10.3.1. Distribuio de tempo na propaganda partidria

    10.3.1.1. Critrio (art. 57 da Lei n. 9.096/95)10.3.1.1.1. Funcionamento parlamentar

  • 10.3.1.1.2. Benefcios10.3.1.1.3. Concluso

    10.3.1.2. Critrio (art. 56 da Lei n. 9.096/95)10.3.1.2.1. Funcionamento parlamentar10.3.1.2.2. Benefcio10.3.1.2.3. Concluso

    10.3.1.3. Critrio residual10.3.2. Propaganda partidria desvirtuada pode sofrer multa por serpropaganda eleitoral extempornea

    10.4. Propaganda intrapartidria10.4.1. Dados importantes

    10.5. Esquema das espcies de propagandas10.6. Questes

    11. DAS CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PBLICOS EMCAMPANHA ELEITORAL. PUBLICIDADE INSTITUCIONAL

    11.1. Das condutas vedadas11.1.1. Viso geral

    11.1.1.1. Das condutas vedadas aos agentes polticos propriamenteditas (condutas vedadas genricas)

    11.2. Publicidade institucional (conduta vedada especfica)11.3. Potencialidade do dano versus princpio da proporcionalidade (proibiodo excesso ou dosimetria da pena). H diferena? O princpio da bagatela ouinsignificncia eleitoral11.4. Dos arts. 75 e 76 da Lei n. 9.504/97 (conduta vedada especfica)11.5. Art. 77 da Lei n. 9.504/97 problemtica da inaugurao de obraspblicas (conduta vedada especfica)

    11.5.1. Art. 77 da Lei n. 9.504/97 participao (conduta ativa) ecomparecimento (conduta passiva)11.5.2. Art. 77 da Lei n. 9.504/97 cassao do registro e/ou do diploma11.5.3. Art. 77 da Lei n. 9.504/97 momento da incidncia11.5.4. Art. 77 da Lei n. 9.504/97 conceito de obra pblica

    11.6. Quadro sinptico de todas as condutas vedadas aos agentes pblicos emcampanha eleitoral (arts. 73 a 77 da LE, atualizado com a lei n. 12.034/2009)11.7. Questes

    12. INELEGIBILIDADES12.1. Noo geral

    12.1.1. Diferena entre inelegibilidade e condio de elegibilidade12.1.2. Classificaes doutrinrias

    12.1.2.1. Primeira classificao (quanto forma)

  • 12.1.2.2. Segunda classificao (sentido lato quanto espcie)12.1.3. Classificaes mais aplicadas

    12.1.3.1. Em relao ao cargo12.1.3.1.1. Inelegibilidades absolutas12.1.3.1.2. Inelegibilidades relativas12.1.3.1.2.1. Motivos funcionais12.1.3.1.2.2. Motivos de parentesco (evitar o continusmo/dinastiaspolticas e o uso da mquina)

    12.1.3.2. Motivo de domiclio12.1.4. Inelegibilidade (ou condio de elegibilidade implcita) pela vidapregressa

    12.1.4.1. Antes da deciso do STF na ADPF n. 144/200812.1.4.2. Depois da deciso do STF na ADPF n. 144/2008, como ficoua questo da vida pregressa de candidato? Pode ser objeto de AIRCpor fora de condio de elegibilidade implcita ou somente sehouver previso em lei complementar?

    12.1.5. Inelegibilidade por rejeio de contas12.1.6. Tabela de inelegibilidades

    12.2. Noo geral

    13. RECURSOS ELEITORAIS13.1. Viso geral13.2. Princpios recursais13.3. Espcies

    13.3.1. Recursos cveis13.3.1.1. Recurso Inominado Eleitoral contra decises das JuntasEleitorais13.3.1.2. Recurso Inominado Eleitoral contra deciso dos JuzesEleitorais13.3.1.3. Recurso contra a Diplomao13.3.1.4. Embargos de Declarao13.3.1.5. Agravo Regimental (interno)13.3.1.6. Agravo de Instrumento13.3.1.7. Recurso Ordinrio Eleitoral13.3.1.8. Recurso Especial Eleitoral13.3.1.9. Recurso Ordinrio Constitucional para o STF13.3.1.10. Recurso Extraordinrio ao STF

    13.3.1.10.1. Da repercusso geral art. 102, 3, da CF/8813.3.1.11. Recurso Parcial13.3.1.12. Recursos Cveis regras e excees da Lei n. 9.504/9713.3.1.13. Recursos Cveis regras e excees para a LeiComplementar n. 64/90

    13.4. Recursos criminais

  • 13.4.1. Recurso Eleitoral Criminal13.4.2. Reviso Criminal13.4.3. Embargos Infringentes13.4.4. Embargos de Divergncia13.4.5. Embargos Declaratrios13.4.6. Recurso em Sentido Estrito13.4.7. Recurso Especial Eleitoral Criminal13.4.8. Recurso Ordinrio Eleitoral13.4.9. Recurso Ordinrio Constitucional13.4.10. Recurso Extraordinrio Eleitoral

    13.5. Remdios constitucionais (mandado de segurana e habeas corpus)13.6. Reclamao13.7. Consultas13.8. Possibilidade de recurso especial ao TSE em prestao de contas e a lein. 12.034/200913.9. Questes

    14. PROCESSO PENAL ELEITORAL. A LEI N. 12.403/2011 E SUAAPLICAO NO PROCESSO ELEITORAL

    14.1. Viso geral14.1.1. Crimes eleitorais

    14.1.1.1. Conceito de crime eleitoral14.2. Crimes eleitorais aspectos processuais

    14.2.1. Lei n. 11.719/200814.2.1.1. Da no incidncia do art. 16 da CF/8814.2.1.2. Da antinomia

    14.2.1.2.1. Antinomias aparentes genricas14.2.1.2.2. Antinomias aparentes especficas ou especiais (emque a prpria lei estabelece se a regra nova ou velha a que seaplica)

    14.2.1.3. Da antinomia especial da Lei n. 11.719/200814.2.1.4. Concluses

    14.2.2. Rito dos crimes eleitorais: art. 355 e ss. do CE c/c Lei n. 11.719/200814.2.3. Fluxograma rito dos crimes eleitorais com o advento da Lei n.11.719/200814.2.4. STF e a deciso do interrogatrio eleitoral ser o ltimo atoprocessual

    14.3. Revelia do processo penal eleitoral art. 366 do CPP14.4. Lei n. 8.038/90 foro pela prerrogativa de funo nos crimes eleitorais14.5. Tipicidade conglobante de Eugnio Ral Zaffaroni nos crimes eleitorais.

  • Teoria indita do professor Thales Tcito14.6. Coculpabilidade nos crimes eleitorais. Teoria indita do professor ThalesTcito14.7. As novas regras processuais penais eleitorais com a Lei n. 12.403/201114.8. Questes

    15. INSTRUMENTOS PROCESSUAIS ELEITORAIS15.1. Linha do tempo dos 10 instrumentos processuais eleitorais15.2. Fluxogramas eleitorais15.3. Principais caractersticas dos arts. 41-A; 30-A; 73/77 da lei n. 9.504/9715.4. Art. 30-A gera inelegibilidade com a LC 135/2010?15.5. Tabelas didticas

    15.5.1. Arts. 30-A, 41-A e 73/77 em dois aspectos diferentes: de direitomaterial eleitoral e de direito processual eleitoral15.5.2. Diferena do gnero (abuso de poder) com as espcies do gnero(arts. 30-A, 41-A e 73/77). Linha do tempo dos 10 instrumentos processuaiseleitorais e fluxogramas eleitorais

    16. ATUALIZAES ELEITORAIS RELEVANTES16.1. Ficha limpa ADPF 144, ADI 4.578 e ADC 2916.2. Leis n. 9.504/97 e n. 12.034/2009 e questionamentos deconstitucionalidades

    16.2.1. ADI 4.43016.2.2. ADI n. 4.35216.2.3. ADC n. 31 e o art. 15-A da Lei n. 9.504/97 (trazido pela Lei n.12.034/2009)

    16.3. ADI 4.513, ADI 4.542, ADPF 223, ADPF 238 e ADPF 239:questionamento do art. 16-A da Lei n. 9.504/97 (introduzido pela Lei n.12.034/2009)

    16.3.1. ADI 4.51316.3.2. ADI 4.54216.3.3. ADPF 22316.3.4. ADPF 23816.3.5. ADPF 239

    16.4. ADI 4.650, arts. 24 e 81 da lei n. 9.504/97 e art. 31 da lei partidria (lei n.9.096/95 doao feita por pessoa jurdica)16.5. ADI 4.543 e art. 5 da lei n. 12.034/2009 (voto impresso em 2014)16.6. Plebiscito para desmembramento estadual ADI 2.65016.7. Existe boca de urna negativa?16.8. Assume suplente do partido ou da coligao no caso de licena do

  • parlamentar ou perda do mandato? A conhecida dana das cadeiras perantea contradio judicial no prprio STF16.9. A sentena criminal transitada em julgado gera a perda automtica docargo de deputado?16.10. Competncia em caso de doao excessiva e prazo decadencial16.11. Questes

    REFERNCIAS

  • 1. PRINCPIOS DO DIREITO ELEITORAL1.1. Diferena entre postulados, princpios e regras eleitorais

    1.1.1. Princpios informativos e princpios fundamentais1.2. Dos Princpios Eleitorais

    1.2.1. Princpio da anualidade eleitoral1.2.2. Princpio da vedao da restrio de direitos polticos, ou daatipicidade eleitoral, ou da estrita legalidade eleitoral1.2.3. Princpio do devido processo legal (art. 5, LIV, da CF/88)1.2.4. Princpio da proporcionalidade, ou da razoabilidade, ou da proibiodo excesso1.2.5. Princpio do contraditrio (art. 5, LV, da CF/88)1.2.6. Princpio da imparcialidade do juiz1.2.7. Princpio da isonomia1.2.8. Princpio dispositivo1.2.9. Princpio do impulso oficial1.2.10. Princpio da oralidade1.2.11. Princpio da publicidade1.2.12. Princpio da lealdade processual1.2.13. Princpio da economia processual princpio da instrumentalidadedas formas e a derivao excluso do excesso1.2.14. Princpio da precluso1.2.15. Princpio da celeridade processual1.2.16. Princpio da identidade fsica do juiz

    1.3. Questes

    1.1. DIFERENA ENTRE POSTULADOS, PRINCPIOS E REGRASELEITORAIS

  • Iniciaremos nossos estudos com um captulo imprescindvel para o DireitoEleitoral. Neste captulo, estudaremos os princpios do Direito Eleitoral, bemcomo suas definies. Assim, em uma viso exemplificativa, vejamos aqui todosos princpios aplicveis ao Direito Eleitoral.

    Importante frisar que no Direito Eleitoral o estudo dos princpios terfundamental importncia nos casos de lacuna ou omisso legal, devendo ointrprete socorrer-se desta verdadeira cincia.

    Entretanto, neste ramo do Direito todo peculiar, muitas vezes a sociologiajurdica deve prevalecer sobre os princpios, ou seja, em vez de aplicar osprincpios de forma genrica e indiscriminada, a deciso para o caso concretopode ser superada pela cincia que estuda fenmenos sociais, em cadamunicpio, em cada regio, em cada Estado e, qui, nacionalmente. Por isso, noDireito Eleitoral as decises dos pretrios assumem papel relevante, provocandoat mesmo resolues que norteiam condutas sociais a serem seguidas empleitos, muito se assemelhando ao sistema norte-americano do report ou caselaw. No de se estranhar, por exemplo, o motivo de decises aparentementecontraditrias no prprio TSE, quando a cincia dos princpios poderia resolverpadronizando julgados.

    que, muitas vezes, os princpios cedem espao para a sociologia eleitoral.Todavia, antes de tratar especificadamente do tema, de total importncia

    conhecer a diferena entre postulados eleitorais, princpios eleitorais e regraseleitorais.

    1. Postulados Eleitorais: sua interpretao absoluta, no h mutabilidadeem suas premissas. Os exemplos so dignidade da pessoa humana, emespecial, o eleitor; a guarda do Estado do direito do voto livre (notamosque o art. 41-A da Lei n. 9.504/97 protege esse postulado); a valorizao dacidadania; a democracia, a moralidade pblica (ou pureza doprocesso eleitoral).2. Princpios Eleitorais: admitem interpretao relativa. Eles podem seroriginrios da CF/88 ou da legislao infraconstitucional. Assim, porexemplo, no princpio da eficincia do art. 37 da CF/88, se o agente polticoou administrador consegue ser 70% eficiente (e no 100%), atingiu talprincpio. J postulado, moralidade, por exemplo, ele tem que ser 100%idneo, e no 70%.3. Regras Eleitorais: ditames que obedecem aos postulados e princpios. Soos veculos ou instrumentos que expressam os postulados e princpios. Asregras eleitorais so materializadas nas leis eleitorais e nas resolues doTSE (que tm fora de lei).

    1.1.1. Princpios informativos e princpios fundamentais

  • DISTINO ENTRE PRINCPIOSINFORMATIVOS E PRINCPIOS

    FUNDAMENTAIS

    PrincpiosInformativos

    PrincpiosFundamentais

    Conceito: soaqueles queno sefundamentamem outros

    Conceito: so osprincpios sobre osquais o sistemajurdico podeoptar entre osaspectos polticosou ideolgicosOs princpiosfundamentais,conforme orienta a

  • critrios queno osestritamentelgicos eteleolgicos,nopossuindo,assim,contedoideolgico.Subclassificam-se, taisprincpios, emquatro tiposdispostos aseguir.

    doutrina de escol,so a garantiaprimeira doindivduo contrapossveis violaesa seus direitosconstitucionalmentegarantidos, nopodendo jamaisserem esquecidosno momento dacriao de leis quevisem regular oexerccio dosdireitos, bem comono momento dojulgamento pelo

  • magistrado,intrprete maiordaquelas.

    Lgicos:consiste naescolha dosfatos e formamaisadequadospara buscar averdade eevitar osofisma.

    Princpio daigualdade:segundo art. 5,caput, da CF/88,todos so iguaisperante a lei.

    Jurdicos:com regras Princpio dodevido processo

  • claras epreviamenteestabelecidas,visa darigualdade nolitgio e justiana decisopara osdemandantes.

    legal: segundo art.5, LIV, da CF/88,ningum serprivado daliberdade ou deseus bens sem odevido processolegal.

    Polticos:busca apromoo dos

    Princpio dapublicidade: visadar transparnciae assegurar afiscalizao civildas decisesjuzes, dasmanifestaes e

  • direitos doscidadoscomodestinatriosde garantiassociais, porm,com o menorsacrifcio daliberdadeindividual(supremacia dointeressepblico).

    conduta dosadvogados,promotores dejustia,procuradores daRepblica,defensores, com alivre consulta dosautos (salvo sigiloprevisto em lei) e apresena emaudincias (salvoexcees em que ointeresse social, apeculiaridade dacausa ou interesseprivado exigirem

  • sigilo).

    Econmicos:busca fazercom que aslides forensesno sejamdemoradas ecustosas(relao custo-benefcio), bem

    Princpio daeventualidade ouprecluso: oprocesso sedesenvolvemediante os atosprocessuaisconcatenados eordenados, emuma forma lgica,com tempo ouprazo previsto nalei, sendo quecada ato tem seumomento de ser

  • como daracessouniversal aospobres pormeio de justiagratuita eassistnciajudiciria(princpio dauniversalidadeda jurisdio).

    realizado. Odescumprimentoda forma(precluso lgica),do tempo(preclusotemporal) ou daprpria lgica doconjunto de atosinterligados(preclusoconsumativa)provoca a perdado direito da partepela omisso direito nosocorre aos que

  • dormem). 1.2. DOS PRINCPIOS ELEITORAIS

    1.2.1. Princpio da anualidade eleitoral

    No Direito Eleitoral, o princpio-mor ou pedra angular conhecido comoprincpio da anualidade eleitoral, lapidado no art. 16 da Constituio daRepblica Federativa do Brasil.

    O art. 16 foi consagrado somente na CF/88. Antes da Carta Republicana de05.10.1988, no havia tamanha proteo para a democracia.

    Consta materializar que a redao originria do art. 16 da CF/88 foi aseguinte: A lei que alterar o processo eleitoral s entrar em vigor um ano apssua promulgao.

    Com essa redao, o artigo ficou conhecido como princpio da anualidadeeleitoral.

    A EC 4, publicada no DOU de 15.09.1993, porm, alterou o art. 16 para lhedar uma redao mais aprimorada, diferenciando vigncia (ou aplicao) deeficcia.

    Cumpre destacar e isso se faz imperioso para reforar a tese daimutabilidade material do princpio da anualidade que a EC 4/93 no buscousuprimir ou excepcionar o art. 16 da CF/88 do ordenamento jurdico; pelocontrrio, apenas por tcnica legislativa ela o aperfeioou com a cincia dadogmtica jurdica, dando-lhe, assim, a atual redao:

    Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrar em vigor na data desua publicao, no se aplicando eleio que ocorra at um ano da data desua vigncia.

    A diferena da redao originria do aprimoramento da EC 4/93 foi adistino entre aplicao/vigncia da lei e sua eficcia, institutos distintos.

    O princpio da anualidade eleitoral tambm conhecido como antinomiaeleitoral ou conflito de leis no tempo a expresso mxima da democracia,lastreado no princpio do rules of game, ou seja, no se pode mudar as regras dojogo no meio do campeonato. Traduzindo para a seara jurdica eleitoral: no sepodem fazer leis casusticas para preservar o poder poltico, econmico ou deautoridade.

    Pelo art. 16 da CF/88, a lei que alterar o processo eleitoral entrar emvigor na data de sua publicao; porm, no surtir efeito na eleio queocorra at um ano da data de sua vigncia.

  • No se deve, portanto, confundir vigncia (aplicao imediata noincidncia da vacatio legis) com eficcia (aplicao um ano aps a suapublicao no confundir com promulgao).

    Assim, toda lei que alterar o processo eleitoral tem vigncia (ou aplicao)imediata data de sua publicao, leia-se, ingressa imediatamente noordenamento jurdico ptrio e, portanto, no se aplica a vacatio legis.

    Contudo, ter apenas eficcia imediata (efeitos j aplicados) se publicadaum ano antes da eleio em trmite, pois, do contrrio, ter vigncia imediata,mas eficcia contida (para as prximas eleies).

    Nota 1: Cumpre registrar que esse princpio , na verdade, o da anualidadee um dia, porquanto, se estivermos diante de uma lei que altere o processoeleitoral, ela no ter eficcia para as eleies em curso, somente noprximo pleito. Ento, para surtir eficcia, a lei deve ser publicada (e nopromulgada), no mnimo, um ano e um dia antes da eleio.

    Nota 2: O art. 16 da CF/88 foi considerado como clusula ptrea pelo STF,na ADI 3.685, por representar expresso de segurana jurdica do art. 5,caput, da CF/88; logo, vedada mera deliberao contrria ao mesmo (art. 60, 4, IV, da CF/88), inclusive por emenda constitucional (por fora disso, aEC 52/2006, que alterou o art. 17 da CF/88 fim da verticalizao dascoligaes , no incidiu nas eleies de 2006, somente nas eleies de2010, uma vez que, nas eleies municipais de 2008, no comportava oinstituto, j que no existe verticalizao de coligaes em eleiesmunicipais).

    Nota 3: A ADI 354/2001 estabeleceu diferena entre processo eleitoral(art. 16 da CF/88) e direito eleitoral (art. 22, I, da CF/88), em apertadavotao (6 a 5), preponderando a diferena entre direito processual e direitomaterial. Porm, o STF, nas ADIs 3.345 e 3.741, alterou a diferenciaoprimria, para entender que processo eleitoral muito mais que direitoprocessual, ou seja, houve uma interpretao histrica, evolutiva, adaptativaou progressiva do comando do art. 16 da CF/88, considerando processoeleitoral tudo aquilo que provocar:

    1) o rompimento da igualdade de participao dos partidos polticos e dosrespectivos candidatos no processo eleitoral;2) a criao de deformao que afete a normalidade das eleies;3) a introduo de fator de perturbao do pleito; ou4) a promoo de alterao motivada por propsito casustico.

    Nota 4: Na discusso mais apaixonada do art. 16 da CF/88, o STF, nojulgamento ocorrido nos dias 22 e 23 de agosto de 2010, no conhecido CasoRoriz (Recurso Extraordinrio Eleitoral n. 630.147/2010), entendeu por 5

  • Ministros pela violao do art. 16 da Constituio Federal, pois a LC 135/2010(Lei da Ficha Limpa) no o respeitou (Ministros Cezar Peluso, GilmarMendes, Marco Aurlio, Celso de Mello e Dias Toffoli), logo, no poderiaretroagir. Porm, outros 5 Ministros entenderam que no houve violao doart. 16 da CF/88 e, portanto, deveria a lei da Ficha Limpa retroagir naseleies de 2010.

    Com o impasse em 5 a 5, o Presidente do STF e o Plenrio no aplicaram,

    no caso concreto, os arts. 13, IX,1 e 1462 do Regimento Interno do STF, porentenderem que nenhum deles se amoldava perfeitamente ao caso concreto(vacncia da 11 Cadeira). Ao marcar nova data para definir o impasse daproclamao do resultado, o candidato Joaquim Roriz renuncia sua candidatura.O partido o substitui por sua esposa, nos termos do art. 13 da Lei n. 9.504/97, ecomo no se pde alterar o programa da urna eletrnica (tela de candidatos) 30dias antes do pleito, por segurana do sistema, os eleitores votaram na esposa deRoriz, mas apareceu na tela a foto de Joaquim Roriz. Como houve segundo turnono DF, o TRE-DF pediu a substituio da foto de Joaquim pela de sua esposa aoTSE, tumultuando ainda mais a eleio de 2010. Finalmente, o STF declara aextino do processo sem julgamento do mrito, o que invalidou a deciso doTRE-DF e do TSE no Caso Joaquim Roriz, depois de longas horas em dois dias

    de julgamento. Com isso, o STF teve que esperar novo Recurso Extraordinrio3para definir se a Lei Complementar n. 135/2010 violou ou no o art. 16 da CF/88(para aprofundar nesta polmica, conferir nossa obra Reformas EleitoraisComentadas, Parte II).

    Nota especial: no Recurso Extraordinrio Eleitoral n. 633.703, julgado em23.03.2011, por voto da maioria (em face do ingresso no Ministro Luiz Fux),o STF decidiu que a LC 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) no deve ser aplicadas eleies de 2010 por desrespeito ao art. 16 da CF/88 (entendendo serclusula ptrea que sequer emenda constitucional, muito menos leicomplementar, pode desrespeitar).

    1.2.2. Princpio da vedao da restrio de direitos polticos, ou daatipicidade eleitoral, ou da estrita legalidade eleitoral

    No Direito Eleitoral brasileiro, em que no se estiver restringindo direitospolticos, no cabe ao intrprete faz-lo. Esse princpio fundamental, normade aplicao geral e corresponde exatamente ao in dubio pro reo do DireitoProcessual Penal. Podemos cham-lo de in dubio pro candidato ou in dubio proeleitor, ou seja, havendo dvida, deve sempre o juiz ou Tribunal priorizar a norestrio de direitos polticos.

  • Exemplo: Se um Vereador, com 18 anos de idade, assume a presidncia daCmara de Vereadores e, neste nterim, morrem o Prefeito e o Vice, podeele assumir interinamente a Prefeitura, enquanto se providenciam eleies(diretas ou indiretas, nos termos constitucionais), com essa idade, j que aCF/88 exige 21 anos de idade para ser Prefeito (art. 14, 3)?

    Sim, eis que a idade para ser Prefeito condio de elegibilidade(titularidade originria de um cargo) e, dessa forma, no exigida paravacncia do cargo (titularidade secundria). Quando a CF/88 deseja limitar atitularidade secundria, ela o faz expressamente, como no art. 12, no qual probebrasileiro naturalizado de ser Presidente da Cmara do Senado, evitando, comisso, que na vacncia do Presidente da Repblica da qual tambm impedido assuma a titularidade desse cargo pela forma secundria. Portanto, trata-se derestrio de direitos polticos somente prevista taxativamente.

    Nota: No conhecido Caso Roriz (Recurso Extraordinrio Eleitoral n.630.147/2010), se o candidato no houvesse renunciado a sua candidatura e oSTF ficasse no impasse de 5 a 5, a toda evidncia que no poderia a Lei daFicha Limpa prejudic-lo no caso concreto, porquanto haveria restrio dedireito poltico, em dvida considerada na Suprema Corte (5 a 5), ainda que oPlenrio interpretasse a lei constitucional (neste caso pitoresco, no houve adeclarao incidenter tantum de inconstitucionalidade da lei, logo, no sepodia aplicar o art. 97 da CF/88. Com isto, a interpretao dada no RE foi quea lei era constitucional, mas o impasse seria se esta ofenderia ou no o art. 16da CF/88, pois, se ofendesse, no poderia retroagir; se no ofendesse, poderiaretroagir. Como houve renncia do candidato e extino do processo, nohouve proclamao de resultado algum).

    1.2.3. Princpio do devido processo legal (art. 5, LIV, da CF/88)No Brasil, ningum pode ser privado de sua liberdade ou de seus bens sem o

    devido processo legal (art. 5, LIV, da CF/88).4

    Nelson Nery Jr. leciona que:

    bastaria a norma constitucional haver adotado o princpio do due process oflaw para que da decorressem todas as consequncias processuais quegarantiriam aos litigantes o direito a um processo e a uma sentena justa. ,por assim dizer, o gnero do qual todos os demais princpios constitucionaisdo processo so espcies.5

    O devido processo legal (due process of law) possui duas dimenses:6

    a) devido processo legal substantivo (que exprime o princpio da

  • razoabilidade ou proporcionalidade);b) devido processo judicial (ou procedimental), leia-se, todo processo devese desenvolver conforme a lei (seguindo rigorosamente os ditames da lei).

    Assim, notamos no sentido explcito do devido processo legal que o DireitoPenal Constitucional GARANTISTA, ou seja, o Direito Penal Moderno no de coao direta, depende do Processo Penal, a saber, uma cincia autnoma,mas com escopo de atuao no Direito Processual.

    ASSIM, TEMOS DOISASPECTOS DO DEVIDO

    PROCESSO LEGAL,DEVIDO PROCESSOLEGAL JUDICIAL, OUPROCEDIMENTAL, OU

    PROCESSUAL

    Sentido explcito do art. 5,LIV

  • Ningum pode ser punido,privado de sua liberdade, semo devido processo legal(sistema acusatrio), ou seja:

    a) a acusao deve ser feitapela parte legtima (MP naao penal pblica, eofendido na ao penalprivada), lembrando quetodos os delitos eleitorais sode ao penal pblicaincondicionada;

  • b) quem promove a defesa o advogado, jamais umestagirio deste (STF), sobpena de nulidade;

    c) quem julga o juizcompetente.

    Significado real: estritocumprimento de preceitos

  • legais/formais/procedimentais,sob pena de nulidade.

    Aplicao prtica: as normasprocedimentais so de ordempblica e quase sempre, sedescumpridas, provocaro anulidade de todo o feito, apartir da transgresso do atoprocessual previsto em lei.

  • Por essa lgica, se adotado

  • procedimento que prejudiquea ampla defesa, por exemplo,o antigo rito da Lei n.6.368/76, e no o novo rito daLei n. 10.409/2002, havernulidade absoluta; mas, casose adote procedimento maisamplo, por exemplo, oordinrio em vez do sumrio,no haver nulidade por faltade prejuzo.

  • 1.2.4. Princpio da proporcionalidade, ou da razoabilidade, ou daproibio do excesso

    Conforme analisado alhures, fala-se em princpio da proporcionalidade(segundo a doutrina alem), ou da razoabilidade (consoante a doutrina norte-americana), ou da proibio do excesso (conforme a doutrina constitucionalista):as trs denominaes, para a maior parte da doutrina, expressam um mesmocontedo.

    H, contudo, opinies em sentido contrrio, as quais sustentam que existedistino entre os princpios da proporcionalidade e da razoabilidade. Para osestudiosos que sustentam tal posicionamento, o motivo fundamental de taldistino consiste na circunstncia de que, enquanto a proporcionalidade dirige-se, exclusivamente, ao momento da aplicao das sanes (penais,administrativas...), a razoabilidade teria um foco de atuao mais amplo,dirigido a todos os atos do processo, com exceo, lgico, da aplicao damedida punitiva. Com isso, conclui-se: o princpio da razoabilidade seria o nomecorreto a ser adotado, uma vez que a proporcionalidade expressaria s um dosseus aspectos (essa a posio, por exemplo, do procurador da Repblica JosAdrcio Sampaio).

    Vale lembrar aqui os ensinamentos de Luiz Flvio Gomes:8

    Princpio geral do Direito: o princpio da razoabilidade ou deproporcionalidade ou da proibio de excesso princpio geral do Direito. vlido, assim, para todas as reas: penal, processual penal, administrativa,eleitoral-cvel, eleitoral-penal, eleitoral-administrativo etc.No nosso pas, segundo o STF, tem fundamento constitucional expresso (CF,

  • art. 5, LIV) porque nada mais representa que o aspecto substancial dodevido processo legal. Logo, princpio constitucional geral do Direito.Vem sendo reconhecido na atualidade por todas as Cortes Internacionais(europeia, interamericana etc.) porque faz parte dos Tratados ouConvenes internacionais. Por fora do art. 5, 2, CF, recorde-se de queos direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outrosdecorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos tratadosinternacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte.De acordo com o STF o princpio da proporcionalidade est previsto no art.5, inc. LIV, que cuida do devido processo legal que, como vimos, conta comduplo sentido:a) judicial due process of law (fair trial/judicial process) (devido processojudicial ou procedimental): todos os processos, todas as atividadespersecutrias devem seguir as formalidades legais e respeitar estritamenteas garantias do devido processo legal;b) substantive due process of law (devido processo legal substantivo): acriao dessas regras jurdicas tambm possui limites. O legislador deveproduzir regras justas. Segundo Ferrajoli, a produo legislativa tem limitesformais e substanciais: no s deve seguir o procedimento legislativo comodeve ser proporcional, equilibrada.

    Entretanto, o princpio da razoabilidade ou proporcionalidade no regeexclusivamente os atos do Poder Legislativo. Na verdade, nenhum ato do PoderPblico pode ser arbitrrio. Em outras palavras, todos os atos pblicos devem serregidos pela razoabilidade ou proporcionalidade.

    Vale dizer, no caminho de criao, previso e aplicao da norma jurdica,o princpio da razoabilidade ou proporcionalidade deve sempre ser observado.Nesse sentido, no que toca especificamente aos Direitos Penal e ProcessualPenal, tal princpio deve ser observado pelo legislador, ao elaborar a norma; pelojuiz de direito, ao aplicar a norma; e pelo juiz de direito, na fase de execuo.

    Efeito prtico no direito brasileiro: permite o controle deconstitucionalidade das leis, dos atos administrativos, bem como dosj urisdicionais. Cumpre, portanto, a funo de critrio aferidor daconstitucionalidade de todas as restries aos direitos fundamentais.

    Com efeito, por meio do presente princpio, constata-se que nem mesmo osdireitos e garantias fundamentais tm feies absolutas, visto que podem ter suaeficcia limitada quando em conflito com outros direitos e garantiasfundamentais de igual valor. exatamente por isso que o princpio daproporcionalidade ou da razoabilidade tambm ficou conhecido, no seio dadoutrina constitucionalista, como princpio da cedncia recproca, uma vez queeste visa viabilizar a harmonia entre diversos valores constitucionais, utilizando-

  • se, para isso, da limitao ou da cedncia recproca de cada um deles, de formaa preservar o sistema de valores constitucionais como um todo.

    1.2.5. Princpio do contraditrio (art. 5, LV, da CF/88)Invocamos aqui novamente os ensinamentos de Luiz Flvio Gomes:

    Conceito: consiste na possibilidade de contraditar argumentos e provas daparte contrria (CF, art. 5, LV). Audiatur et altera pars.Pressuposto do contraditrio: o direito de ser informado da acusao e detodos os atos processuais. Alis, o direito de ser informado direito de duplavia (as duas partes devem sempre ser informadas de todos os atosprocessuais).Contraditrio e ampla defesa: o contraditrio que fundamenta aexistncia da defesa, isto , que a torna possvel. Por fora do princpio daampla defesa, por seu turno, quer a CF que ela seja plena, a mais abrangenteem cada caso concreto. Em outras palavras: a defesa precisa ser efetiva.

    O princpio do contraditrio conhecido na doutrina pelo binmio cincia eparticipao, ou seja, consiste no fato de se possibilitar a ambas as partes tanto oconhecimento de todos os atos processuais (cientificao de todos os atosprocessuais ocorridos e que esto por ocorrer) quanto a efetiva participao narealizao destes (produo probatria), bem como na valorao das provasproduzidas.

    Cumpre registrar que a Smula n. 10 do TSE9 uma forma diferenciada depreservao do princpio do contraditrio, sendo matria a ser cuidadosamenteanalisada pela parte:

    Registro de candidatura: prazo de recurso. No processo de registro decandidaturas, o prazo de recurso ordinrio comea a correr da publicao dasentena em cartrio, desde que ocorrida no trduo legal (Lei Complementarn. 64/90, art. 8), no o interrompendo a desnecessria intimao pessoalposterior (Acrdo n. 13.089, Proc. n. 10.674-GO, j . 05.11.1992, Rel. Min.Seplveda Pertence, pub. Sesso).

    85. Nas eleies municipais de 2004, o juiz eleitoral recebeu do cartrio aode impugnao de registro de candidatura no dia 02.08.2004, segunda-feira,tendo o magistrado devolvido os autos, com sentena julgando procedente aimpugnao, no dia 04.08.2004, quarta-feira. Diante de tal situao, indaga-se: quando ocorreu o termo final do prazo para a interposio de recursopara o Tribunal Regional Eleitoral?(a) ( ) dia 07.08.2004 (Sbado)(b) ( ) dia 08.08.2004 (Domingo)(c) ( ) dia 09.08.2004 (Segunda)

  • (d) ( ) no 3 (terceiro) dia da publicao da sentena por edital, em cartrio.QUESTO 85 ALTERNATIVA B. O MPF considerou correta aalternativa B. CONCORDAMOS. O art. 8 da LC 64/90: Nos pedidos deregistro de candidatos a eleies municipais, o Juiz Eleitoral apresentar asentena em Cartrio 3 (trs) dias aps a concluso dos autos, passando acorrer deste momento o prazo de 3 (trs) dias para a interposio de recursopara o Tribunal Regional Eleitoral. J o art. 9 diz: Se o Juiz Eleitoral noapresentar a sentena no prazo do artigo anterior, o prazo para recurso scomear a correr aps a publicao da mesma por edital, em cartrio.Pargrafo nico. Ocorrendo a hiptese prevista neste artigo, o CorregedorRegional, de ofcio, apurar o motivo do retardamento e propor ao TribunalRegional Eleitoral, se for o caso, a aplicao da penalidade cabvel.Portanto, como o juiz respeitou o prazo de 3 dias aps a concluso dos autos,o recurso para o TRE ser em 3 dias. Contudo, como se contam esses 3 dias?Excluindo o dia do incio, porm, na forma do art. 16 da LC 64/90, incluindono dia final at sbado, domingo ou feriado.Assim, conforme leciono em Prelees de direito eleitoral (Rio de Janeiro:Lumen Juris, 2006), Captulo Recursos:Por outro lado, no tocante contagem de prazo, no havendo previso legal,o prazo contado de acordo com o art. 184 do Cdigo de Processo Civil,salvo se o recurso versar sobre inelegibilidade, pois nesse caso aplica-se aanalogia do art. 16 da Lei Complementar 64/90.Assim, importante destacar que o Tribunal Superior Eleitoral, em cadaeleio, ao editar o Calendrio Eleitoral, determina que o Cartrio Eleitoralou a Secretaria dos Tribunais Eleitorais fiquem abertos nos sbados, domingosou feriados, comeando em 90 dias antes das eleies, pois muitos prazos,principalmente os da Lei n. 64/90 (art. 16), so peremptrios e contnuos, ouseja, correm nos sbados, domingos e feriados e no se interrompem oususpendem, razo pela qual, para essas previses especficas, ou seja, derecursos com objeto de inelegibilidades, no se aplicam os pargrafos do art.184 do Cdigo de Processo Civil (prorrogao do dia inicial ou final do prazopara o primeiro dia til seguinte), apenas o caput (excluir o dia do incio).

    Logo, excluindo o dia do incio quarta-feira (04.08.2004), com 3 dias paratal recurso no TRE, no dia 07.08.2004, mesmo sendo sbado, ser o ultimo dia,ou prazo fatal.

    No entanto, a Smula n. 10 do TSE diz: No processo de registro decandidatos, quando a sentena for entregue em cartrio antes de trs diascontados da concluso ao juiz, o prazo para o recurso ordinrio, salvo intimaopessoal anterior, s se conta do termo final daquele trduo.

    Com isso, o prazo de incio teria que iniciar na quinta, e no na quarta. Logo,excludo o dia do incio quinta (pela Smula 10 do TSE) , o prazo fatal seriadomingo, estando correto o gabarito oficial do MPF, um dos concursos maisdifceis do Brasil.

  • 1.2.6. Princpio da imparcialidade do juizDispositivo que gerava enorme polmica no meio, quando era permitido

    Promotores concorrem a cargo eletivo (antes da EC 45/2004), era o art. 366 doCdigo Eleitoral, que impede o exerccio da atividade poltico-partidria porparte dos serventurios eleitorais, sob pena de demisso. O TSE entendeu que oart. 366 do Cdigo Eleitoral foi recepcionado pela Carta Magna de 1988, ou seja,no significa cerceamento ao livre exerccio dos direitos polticos. Portanto,hoje, membros do judicirio, serventurios e MP (EC 45/2004) no podemconcorrer a cargos eletivos, salvo se se exonerarem dos cargos.

    Some-se a isso o fato de que o art. 95 da Lei n. 9.504/97 impede o exerccioda funo de Juiz Eleitoral por quem seja parte em aes judiciais queenvolvam determinado candidato em processo eleitoral no qual aquele postulanteesteja interessado. Tal postulado, inclusive, aplicado para o rgo do MinistrioPblico para preservar a imparcialidade nos pareceres, garantindo s partesqualquer conduta de cunho pessoal.

    Exemplificando:

    Processo: RMS 14990Fonte: STJ. Publicado em 3 de novembro de 2005Ministro Arnaldo Esteves LimaVale ressaltar, completou o relator, que o reconhecimento doimpedimento da recorrente para exercer suas funes eleitorais de formaalguma depende da prtica de atos irregulares de sua parte ou implicapunio. O instituto do impedimento serve como garantia s partes de que omagistrado ou o membro do MP que venha a atuar no processo eleitoral ajacom absoluta imparcialidade, livre de quaisquer interesses privados. No setrata de punio recorrente ou imputao de prtica de atos irregulares.Apenas garantia de imparcialidade na atuao do MP nas eleiesmunicipais.

    Nota: Este princpio alcana fatos extra-autos, ou seja, no pode ummembro do Judicirio Eleitoral dar entrevista na imprensa para influenciareleitor a votar ou deixar de votar em determinado candidato, ainda que esteseja ficha suja ou considerado como esdrxulo, porquanto o papel daJustia Eleitoral jurdico, e no divulgador de fatos que comprometam oresultado do pleito, sob pena de medidas como arguio de suspeio domagistrado ou danos morais contra a Unio, em especial no caso depreconceito ou reestabelecimento da situao jurdica (ficha suja julgado inocente ou resgata a vida pregressa pela improcedncia da aoposta em juzo). Sobre o tema, Migalhas de n. 2.485 posicionou-se de formacoesa:

    Tiririca contra a rapa

  • A justia Eleitoral paulista tem de ir devagar, devagar com o andornessa histria do analfabetismo de Tiririca. Mais de 6% dosbandeirantes o escolheram, e por mais que 94% no gostem, ele foisufragado nas urnas. Evidentemente que ele no deve ser o maisalfabetizado do mundo, talvez seja at semianalfabeto (como, alis,muitos so), da a impugnar sua candidatura, so outros um milho etrezentos mil (que o nmero de votos que teve o abestado). De fato,no se pode judicialmente modificar a deciso prolatada pela soberaniapopular. J basta o exagero do presidente do TRE/SP ir televiso navspera do pleito dizer que quem quisesse fazer protesto deveria votarnulo ou branco, e no votar em um candidato esdrxulo. Ora,excelncia, o eleitor vota em quem quer, e no compete a ningum,muito menos a quem preside a eleio, dizer como deve ser o voto.Ademais, como diria o ministro Gilmar Mendes, o que realmentegrave est ficando em segundo plano. Grave o voto ser obrigatrio.Tiririca s foi eleito por quem, na verdade, no queria votar. Fosse ovoto facultativo, no haveria isso. Com efeito, o paulista no iria sair desua casa, num domingo chuvoso, para sufragar o excelentssimodeputado Tiririca.Fonte: .

    (Sobre o caso Tiririca, conferir o Captulo 5 desta obra.)

    1.2.7. Princpio da isonomia

    Aplica-se no processo eleitoral, por falta de norma expressa, o art. 125, I,do CPC para feitos cveis-eleitorais e o art. 364 do CPP para os processoscriminais-eleitorais.

    Se no art. 188 do CPC existem prazos diferenciados para o MP, no campoeleitoral no existe prazo distinto para o MP Eleitoral, tendo o mesmo prazodas partes para ajuizamentos de aes eleitorais (AIRC, AIME, AIJE, RCD,Representaes etc.) e manifestaes.

    Alguns privilgios dados a entes pblicos, como prazos privilegiados (art.188, CPC), honorrios da sucumbncia arbitrados em nveis inferiores (para aFazenda), duplo grau de jurisdio obrigatrio (art. 475, CPC) einstitucionalizao da suspenso dos efeitos da sentena em ao rescisria,exclusivamente em benefcio da Fazenda Pblica (poder geral de cautela naao rescisria art. 798, CPC), no se aplicam na Justia Eleitoral em razodo princpio da igualdade. Apenas a cincia dos atos judiciais mediante vista dosautos e no publicao pela imprensa que se mantm ao Ministrio PblicoEleitoral, por fora de Lei Orgnica Nacional.

    Por esse princpio foi possvel estabelecer as cotas para o sexo femininonas vagas de partido, reservando-se 30% das candidaturas s mulheres, que

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  • tambm devem e tm o direito de candidatar-se a cargos polticos.

    1.2.8. Princpio dispositivoConforme visto, de regra no possvel o magistrado inaugurar aes

    eleitorais (seara cvel-eleitoral):

    Smula n. 18: Conquanto investido de poder de polcia, no tem legitimidadeo juiz eleitoral para, de ofcio, instaurar procedimento com a finalidade deimpor multa pela veiculao de propaganda eleitoral em desacordo com aLei n. 9.504/97.

    Todavia, na seara administrativa-eleitoral, o magistrado pode usar dopoder de polcia, de ofcio, e, por fora da nova redao da Lei n. 11.300/2006,tal conduta, se acatada, pode impedir a multa por propaganda irregular.

    Diante disso, vale ressaltar que no pode o Juiz Eleitoral confundir searacvel-eleitoral (no pode agir de ofcio, salvo se previsto em lei) comadministrativa-eleitoral (pode agir de ofcio, como regra).

    Outros exemplos eleitorais:

    a) Seara cvel-eleitoral: Lei Complementar n. 64/90, arts. 5, 2, e 22, VI,que permitem ao julgador, nas impugnaes aos pedidos de registro decandidatura e nas investigaes judiciais eleitorais, determinar diligncias deofcio; arts. 7, pargrafo nico, e 23, os quais impem que o rgosentenciante forme sua convico pela livre apreciao da prova, atendendoaos fatos e s circunstncias constantes, ainda que no alegados pelas partes.b) Na seara eleitoral penal, todavia, a atividade probatria do magistrado suplementar, ou seja, somente na ausncia ou deficincia das partes que oJuiz Eleitoral deve complementar ou suprir a prova, na busca da verdadereal.

    1.2.9. Princpio do impulso oficialCompete ao juiz o impulso do processo, impondo-se ao Poder Judicirio a

    rpida prestao jurisdicional (art. 5, LXXVIII, da CF/88: a todos, no mbitojudicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do processo e osmeios que garantam a celeridade de sua tramitao inciso acrescentadopela Emenda Constitucional n. 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004). Tem-se,assim, o princpio do impulso oficial.

    Exemplos: art. 96, 5, da Lei n. 9.504/97 chamado de rito sumarssimoeleitoral; art. 3 da LC 64/90 (rito Sumrio Eleitoral); Resoluo n.22.610/2007 do TSE (fidelidade partidria), na qual cartas de ordem soexpedidas pelo TRE ao Juiz Eleitoral, visando dar impulso nos casos demandatos municipais e estaduais.

  • 1.2.10. Princpio da oralidadeExemplo no Direito Eleitoral repousa no Cdigo Eleitoral, art. 169:

    medida que os votos forem sendo apurados, podero os fiscais edelegados de partido, assim como os candidatos, apresentar impugnaesque sero decididas de plano pela Junta. 1 As Juntas decidiro por maioria de votos as impugnaes. 2 De suas decises cabe recurso imediato, interposto verbalmente ou porescrito, que dever ser fundamentado no prazo de 48 (quarenta e oito)horas para que tenha seguimento. 3 O recurso, quando ocorrerem eleies simultneas, indicarexpressamente a eleio a que se refere. 4 Os recursos sero instrudos de ofcio, com certido da decisorecorrida; se interpostos verbalmente, constar tambm da certido o trechocorrespondente do boletim.

    1.2.11. Princpio da publicidade

    Por este princpio temos que as aes eleitorais devem ser pblicas; atmesmo a AIME (Ao de Impugnao de Mandato Eletivo), que tem previsoconstitucional, art. 14, 11, e deve correr em segredo de Justia, ter seujulgamento aberto ao pblico. Por fora deste princpio, haver prepondernciadas informaes jurdicas ao seu maior interessado: o pblico.

    Dois temas eleitorais importantes nesse contexto so a discusso hodiernade:

    a) Dar publicidade aos doadores de campanha, durante todo o processoeleitoral, para dar transparncia ao eleitor de quem financia seu candidato,j que se trata de matria meramente administrativa, respaldada pelo art. 37da CF/88. Essa iniciativa foi apresentada ao relator das eleies de 2006, noTSE, mas afastada sob o argumento de que o TSE estaria legislando.Curiosamente, o TSE entendeu no estar legislando em fidelidadepartidria (Resoluo n. 22.610/2007 sobre o tema, conferir a obraFidelidade partidria e perda de mandato no Brasil, destes autores, So Paulo,Premier Mxima, 2008).b) Dar publicidade AIME, que, segundo a CF/88, art. 14, 11, devecorrer em segredo de Justia, contrariando a EC 45/2004. Sobre o segredode justia, o culto PRE de So Paulo, Exmo. Dr. Mrio Bonsaglia, leciona:

    ... Tal segredo tem sofrido apenas uma pequena mitigao, j que ajurisprudncia se firmou no sentido de que, no obstante, o julgamento deveser pblico.Todavia, tendo em vista a nova redao dada pela EC 45 ao art. 93, IX daCF/88, estou sustentando que no mais subsiste o segredo de justia

  • automtico no caso das AIMEs.Diz o art. 93, IX (NR): todos os julgamentos dos rgos do Poder Judiciriosero pblicos (...) podendo a lei limitar a presena, em determinados atos,s prprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quaisa preservao do direito intimidade do interessado no sigilo noprejudique o interesse pblico informao.Assim, nas aes eleitorais, por excelncia, inquestionavelmente semprepreponderante o interesse pblico informao, por razes bem bvias.Desse modo, requeremos ao TRE-SP o fim do segredo de justia nas 13AIMEs propostas pela PRE/SP, em face da outorga popular do mandatoimpugnado, alm de propor a alterao no Regimento Interno do Tribunalpara propor a supresso do dispositivo que prev esse segredo de justiaautomtico.

    1.2.12. Princpio da lealdade processualSobre o tema, alguns dispositivos da Lei Eleitoral buscam a lealdade

    processual:

    a) Promotor de Justia no pode exercer a funo eleitoral se foi filiado apartido poltico, durante uma quarentena:Art. 80 da LC 75/93. A filiao a partido poltico impede o exerccio defunes eleitorais por membro do Ministrio Pblico, at dois anos do seucancelamento.b) Art. 14, 11, da CF/88: determina a punio do autor de Ao deImpugnao de Mandato Eletivo (AIME) intentada de forma temerria oucom manifesta m-f.c) O ajuizamento dessa ao (AIME) de modo temerrio, a teor do queprescreve o art. 25 da Lei Complementar n. 64/90.

    1.2.13. Princpio da economia processual princpio dainstrumentalidade das formas e a derivao excluso do excesso

    Do princpio da instrumentalidade das formas temos uma derivao nova,advinda do Devido Processo Civil Substancial: o princpio da excluso do excessoou conservao dos atos processuais.

    Lembremos que a equidade resulta no brocardo de que o excesso de justiaprovoca injustia.

    Assim, por ferir o sentimento de justia e a lgica do razovel, a cegaobedincia lei seria rematado arbtrio e vingana; mas justia excessiva no seno injustia, proclamou com assaz de razo o eloquente Ccero: Summumjus, summa injuria (De Officiis, I, 10).

    No h vinculao lei que seja suficientemente forte para romper ocompromisso de que todo juiz deve ter com a equidade e, portanto, com aprpria justia.

  • No processo eleitoral, igualmente, possvel excluir a parte viciada de umprocesso e manter a parte hgida, inclusive na seara eleitoral.

    Exemplo: O Promotor eleitoral denuncia dois delitos eleitorais, um prescritoe outro no. O Juiz Eleitoral, em vez de rejeitar a denncia, nos termos doCE, apenas a recebe na parte vlida.

    Qual(is) a(s) diferena(s) entre o princpio da proibio do excesso e o daexcluso do excesso?

    A primeira delas que a proibio do excesso est ligada ao princpio daproporcionalidade (ou razoabilidade), enquanto o da excluso do excesso, aoprincpio da instrumentalidade das formas.

    Porm, a diferena substancial a de que no princpio da proibio doexcesso no se aproveita nada da norma desproporcional, afastando-a domundo jurdico, enquanto no princpio da excluso do excesso aproveita-se aparte hgida, a parte vlida do ato jurdico, afastando-se somente a parteviciada.

    Assim: proibio do excesso rejeio total do ato jurdico; excluso do excesso rejeio parcial do ato jurdico.

    Por fim, outro dispositivo que no Direito Eleitoral consagra o princpio daeconomia processual o art. 219 do CE:

    Art. 219. Na a