História do fotojornalismo parte 1

FOTOJORNALISMO

Profª Márcia Mendes Campos

História do Fotojornalismo

REVOLUÇÃO INDÚSTRIAL A evolução tecnológica como principal

fator para que novos direcionamentos fossem dados aos processos de representação e reprodução da imagem estática.


Comparada ao surgimento da escrita, a fotografia enquanto texto visual é bastante recente.

Até fins do século XIX, a pintura ainda dominava como o único representante da realidade em superfície plana.

Os primeiros fotógrafos conhecidos da história eram pintores.


Joseph Nicephore Nièpce

Louis Daguérre

William H. Fox Talbot


A fotografia tornava-se o elemento de representação da realidade em ascendência em fins do século XIX e início do século XX.

A fotografia e o fotojornalismo assistiram e registraram gradativamente os acontecimentos mais importantes da história mundial.


A evolução tecnológica caminhava à passos largos, em meio aos acontecimentos sociais, políticos e econômicos da humanidade.

Proporcionou a melhoria na captura da imagem e na qualidade das imagens produzidas.

A fotografia firma-se como a mais perfeita forma de representação da realidade.


Foi nesta virada de século que a produção e reprodução de imagens chamou a atenção enquanto notícia, do mundo.

Para a imprensa, um advento inédito capaz de proporcionar grandes inovações no setor de publicações.

Gerando uma tiragem extraordinária de exemplares. Ou seja, aumento do consumo.


Do início do século XX até hoje a história da fotografia e do fotojornalismo é construída a partir de sucessivas quebras de paradigmas e reformulações. Na leitura da imagem de imprensa

enquanto texto subjetivo.


Em 1842 acontece o marco inicial dos primeiros indícios do que seria o fotojornalismo propriamente dito.

Nessa época se principiam os processos de reprodução da imagem.

Também surgem as confusões entre forma de impressão X autoria.


Existia apenas a prensa, para imprimir com qualidade cópias da imagem fotográfica.

Gravuristas e pintores tinham seus serviços feitos a partir de um original fotográfico, reproduzidos na madeira e somente depois seria impressa.

Walter Benjamin chamaria anos mais tarde de “perda da aura da obra de arte”.


“É importante frisar que nesse período o fotojornalismo ainda estava se desenhando como gênero da fotografia que podia ser considerada como um espelho do real, muito próximo da pintura, portanto, ainda uma forma de arte que acabara de ser descoberta.” (Walter Benjamin)


Cópias a partir de originais que se transformavam em novas cópias.

TÉCNICA DO HALF TONE (Meio Tom): Foi o primeiro processo usado para a

impressão de imagens na imprensa, através da XILOGRAVURA.


Daguerreótipo feito pelo alemão Carl Friedrich Stelzner, de um trágico incêndio em Hamburgo.

O incêndio foi reproduzido com base em um original fotográfico e impresso em half tone na revista semanal “The Illustrated London News”.


Marco inicial do fotojornalismo na Europa. Daguerreótipo do incêndio em Hamburgo em 1842, feito por Carl Friedrisch Stelzner


Em 1844, nos Estados Unidos, um daguerreótipo de um motim contra a imigração é considerado o ponto inicial do fotojornalismo fora do continente europeu.

O daguerreótipo foi realizado por William e Frederick Langenheim.


A história do fotojornalismo foi marcada nos anos de 1846 e 1848 com o primeiro registro de guerra durante o conflito americano-mexicano.

O jornais enviaram correspondentes para cobrir o conflito.


A guerra se tornou um grande tema para o fotojornalismo.

Neste período também surge o documentarismo social, relatando problemas como a fome e a miséria na África.

Também eram retratados paisagens, como por exemplo o Vale de Gisé, no Egito.


As dificuldades do fotojornalismo no século XIX eram provocadas: Pela precariedade dos equipamentos

que eram pesados e de difícil transporte. Pelos longos tempos de exposição. Pois

não permitia aproximação maior, entre o fotógrafo e o objeto a ser fotografado, principalmente nas coberturas de guerra.


DAGUERREÓTIPO


Na segunda metade do século XIX, a tecnologia começou a evoluir significativamente no campo da fotografia. Diminuição do tempo de exposição,

possibilitando ao fotógrafo maior aproximação com o cenário.

Em 1851 o tempo de exposição já estava próximo do instantâneo.

Maior ousadia em relação as coberturas de guerra.


Negativo-Positivo técnica do colódio úmido, foi a descoberta da reprodução de uma mesma imagem a partir de um único original.

Essa técnica iria desbancar o daguerreótipo e proporcionar o surgimento de novos conceitos como o de obra múltipla e não mais de obra única.


Os conflitos bélicos ocorridos nos séculos XIX e XX se incluíram como personagens da história do fotojornalismo.

A guerra da Criméia, de 1854 à 1855, foi registrada por Roger Fenton.



Soldado que lutava na Guerra da Criméia em 1854.

A partir do conflito da Criméia todos o grandes acontecimentos do mundo ganharam a atenção os fotógrafos e depois dos leitores. A fotografia de noticia se torna popular.


O fotógrafo Alexander Gardner, cobriu a guerra civil americana (1863). E criou a estética do horror.

Ele teria usado um mesmo cadáver em suas fotos.


As inovações técnicas com o aumento da velocidade do obturador da câmera permitiu: Maior aproximação com o tema Riqueza de detalhes Independência da pintura

(olhar/instantâneo supera mãos/pintores) Viabilizou mostrar as notícias da

guerra com horror.


O avanço tecnológico contribuiu para a ascensão do fotojornalismo.

Já era possível congelar o movimento. O fotógrafo Edward Muybridge

congelou o movimento do trote e um cavalo.


A competição entre as revistas ilustradas, nos idos de 1880, estimularam o desenvolvimento tecnológico que levou a substituição do half tone pela retícula. Proporcionando mais qualidade de impressão.

Porém, o design da página impressa ainda estava centrado na letra. Tornando a fotografia apenas complemento de texto.


Em 1890 surge a impressora rotativa, possibilitando o aumento da freqüência de imagens publicadas e combinadas ao texto.

Caracteriza-se os moldes definitivos para o fotojornalismo.

O fotojornalismo impunha-se como imprensa nos EUA e Europa.


Na década de 20, a profissão de fotojornalista finalmente começa a ser reconhecida, deixando de ser um trabalho secundário e tornando-se um trabalho específico.

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