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Aula 00 Noções de Economia p/ PF - Agente - 2014 Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho 00000000000 - DEMO

Noções de Economia p/ Polícia Federal 2014

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Aula demonstrativa do curso Noções de Economia para Concurso da Polícia Federal 2014. Curso completo: http://www.estrategiaconcursos.com.br/curso/nocoes-de-economia-p-pf-agente-2014-4225/

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Aula 00

Noções de Economia p/ PF - Agente - 2014

Professores: Heber Carvalho, Jetro Coutinho

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AULA 00 – O Estado e as funções econômicas governamentais. As necessidades públicas e as

formas de atuação dos governos. Estado regulador e produtor.

SUMÁRIO RESUMIDO PÁGINA

Definição de Finanças Públicas 05 Funções do Governo 07 Papéis do Estado 37 Necessidades Públicas, AFE e Financiamento 38 Resumão da Aula 43 Exercícios comentados 44 Lista de questões apresentadas na aula 65 Gabarito 73 Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-)

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Olá caros(as) amigos(as), É com grande satisfação que lançamos este curso de Noções de Economia formatado especialmente para atender às necessidades daqueles que se preparam para o concurso de Agente da Política Federal. O concurso está autorizado para 600 vagas (600 vagas é muita coisa)!! Essa é a chance de realizar o seu sonho e, claro, a hora de acelerar os estudos! Temos uma boa oportunidade, pois a carreira é excelente, e o salário também é muito bom (R$ 7.514,33!!!).

Nosso curso será totalmente focado para a banca organizadora do

último concurso. Comentaremos, fundamentalmente, questões do CESPE/UnB. Nesta aula demonstrativa, você poderá atestar isso. Ainda estamos coletando as questões desta banca, mas podemos afirmar que teremos mais de 250 exercícios fácil, fácil, apesar do conteúdo da nossa matéria não ser tão grande.

Para quem não me conhece, meu nome é Heber Carvalho, sou

bacharel em Ciências Militares, formado pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras). Após pouco mais de 08 anos no Exército, fui aprovado no concurso para Auditor Fiscal do Município de São Paulo (AFTM-SP, 4º. Lugar), cargo que exerço nos dias de hoje atuando na fiscalização de instituições financeiras. Paralelamente, ministro aulas de Economia e matérias relacionadas (Economia do Trabalho, Economia Brasileira, Micro e Macroeconomia) em cursos preparatórios de São Paulo, no Eu Vou Passar e aqui no Estratégia Concursos. Também sou autor do livro “Microeconomia Facilitada”, pela Ed. Método.

E o meu nome é Jetro Coutinho, sou bacharel em Administração

pela Universidade de Brasília (2011). Estudo para concursos desde o segundo semestre de 2009, quando fiz o concurso de Técnico do Banco Central, ainda durante o 4º semestre da faculdade. Após ser nomeado, concluí os estudos na UnB e, desde então, venho estudando para um concurso específico: O Tribunal de Contas da União. Nesse caminho, fui aprovado, dentro das vagas, para Analista de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional – Área Econômico-Financeira. No entanto, não assumi o Tesouro, pois estou de malas prontas para ir para o concurso que sempre sonhei: Tive uma imensa benção, que foi ser aprovado para o Tribunal de Contas da União em 13º Lugar de um total de 18 vagas para Brasília. Isso aos 22 anos de idade. Já estudei muito a ciência econômica, tanto para a faculdade e para o meu TCC quanto para concursos. O professor Heber me convidou para formarmos, então, uma parceria para trazer ao aluno um excelente curso de Economia aqui no Estratégia.

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Falemos um pouco sobre o conteúdo e a metodologia de nosso curso, começando pelo primeiro. Conforme veremos a seguir, em detalhes, o conteúdo programático exigido no concurso não é muito extenso, mas é bastante profundo, incluindo alguns temas de Economia do Setor Público/Finanças Públicas e os principais temas da Macroeconomia, como as políticas fiscal e monetária. Segue o conteúdo programático: !ΦΓΗ)Ι∋ ϑ)∋ )>Φ!ΦΚΛ1Μ∋ Ν∋ Φ∋ )&3.(∀∋ %∋ .&∋ :Χ+#∃%&∋ %∗∀+Ο,−∗.&∋ 2∀?%7+.,%+3.−&;∋ Π∋ 1&∋+%∗%&&−(.(%&∋ /Θ=≅−∗.&∋ %∋ .&∋ :∀7,.&∋ (%∋ .3Χ.#Ρ∀∋ (∀&∋ 2∀?%7+∀&;∋ Σ∋ )&3.(∀∋ 7%2Χ≅.(∀7∋ %∋/7∀(Χ3∀7;∋ Τ∋ 4∀≅93−∗.&∋ :−&∗.≅∋ %∋ ,∀+%3Υ7−.ς∋ ∀Χ37.&∋ /∀≅93−∗.&∋ %∗∀+Ο,−∗.&;∋ Ω∋ )?∀≅Χ#Ρ∀∋ (.∋/.73−∗−/.#Ρ∀∋ (∀∋ &%3∀7∋ /Θ=≅−∗∀∋ +.∋ .3−?−(.(%∋ %∗∀+Ο,−∗.;∋ Ξ∋ ∗∀+3.=−≅−(.(%∋ :−&∗.≅Μ∋ !5Ι4ς∋7%&Χ≅3.(∀&∋ +∀,−+.≅Ψ∋ ∀/%7.∗−∀+.≅∋ %∋ /7−,Υ7−∀ς∋ (9?−(.∋ /Θ=≅−∗.;∋ Ζ∋ ΙΧ&3%+3.=−≅−(.(%∋ (∀∋%+(−?−(.,%+3∀∋/Θ=≅−∗∀;∋[∋5−+.+∗−.,%+3∀∋(∀∋(%:−∗−3∋/Θ=≅−∗∀∋.∋/.73−7∋(∀&∋.+∀&∋[Ε∋(∀∋&∴∗Χ≅∀∋]];∋⊥∋Λ+:≅.#Ρ∀∋%∋∗7%&∗−,%+3∀∃∋

Trabalharemos com esse último edital “na mão”, o mais focado possível, procurando trabalhar aquilo que a banca CESPE/UNB pede nas provas. Nossa proposta é facilitar o seu trabalho e reunir toda a teoria e inúmeros exercícios comentados, no que tange aos assuntos de Macroeconomia e Economia do Setor Público/Finanças Públicas em um só material. Nosso curso será completo, sendo voltado para a prova de Agente da Polícia Federal.

Portanto, se você já estudou os temas, e apenas quer revisá-los, o

curso também será bastante útil, pela quantidade de exercícios comentados que teremos e pelo rigor no tratamento da matéria, o que lhe permitirá uma excelente revisão do conteúdo.

Segue o cronograma com a nossa proposta de distribuição dos

assuntos entre as aulas:

AULA 00 1 O Estado e as funções econômicas governamentais. 2 As necessidades públicas e as formas de atuação dos governos. 3 Estado regulador e produtor.

AULA 01 (28/04)

4 Políticas fiscal e monetária; outras políticas econômicas – Parte I

AULA 02 (05/05)

4 Políticas fiscal e monetária; outras políticas econômicas – Parte II

AULA 03 (12/05) 9 Inflação e crescimento

AULA 04 (19/05)

5 Evolução da participação do setor público na atividade econômica. 6 contabilidade fiscal: NFSP; resultados nominal, operacional e primário; dívida pública. 7 Sustentabilidade do endividamento público. 8 Financiamento do déficit público a partir dos anos 80 do século XX.

AULA 05 (26/05) Resumão. Simulado Final.

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Com esta aula demonstrativa, teremos 06 aulas ao total. Assim,

é muito importante que você faça a sua parte e estude com afinco o conteúdo. O objetivo do nosso curso é audacioso: desenvolver em você a autoconfiança e lhe dar as ferramentas para que você possa acertar todas as questões de Noções de Economia do concurso. Na aula de hoje, já trataremos de inúmeros temas e você poderá verificar a nossa didática. Iniciaremos os conceitos fundamentais com a apresentação das funções econômicas governamentais. Antes de começar a aula, segue 01 importante aviso: 1) Pretendemos disponibilizar, gratuitamente, todos os itens do conteúdo teórico deste curso começará também na forma de videoaulas. Ou seja, quem comprar o curso em PDF, ganhará, de bônus, videoaulas com a explicação da teoria abordada nas aulas. Será possível baixar as videoaulas para o computador. Esta é uma nova ferramenta que começará a ser disponibilizada em alguns cursos do Estratégia. Nossos cursos, sempre, serão na modalidade escrita (cursos escritos em formato PDF). Entretanto, oferecemos, em alguns casos (será apenas em alguns cursos), como bônus ao aluno, o conteúdo em vídeo para ser baixado. A primeira aula em vídeo, sobre o conteúdo desta aula demonstrativa, deverá estar disponível até o final da semana seguinte à postagem da aula (pois precisamos de um tempinho para editar os vídeos e postar no site). Agora sim, podemos começar. Todos prontos? Então, aos estudos!

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1. DEFINIÇÃO DE FINANÇAS PÚBLICAS O edital do concurso fala, no primeiro item, em “Estado e as funções econômicas governamentais”. No segundo item, fala em “formas de atuação dos governos”. No terceiro item, fala em “Estado regulador e produtor”. Na prática, estes primeiros itens tratam do conteúdo básico de Finanças Públicas ou Economia do Setor Público (são expressões iguais). É sobre isso, portanto, que falaremos nesta aula. Quando falamos de “finanças”, em um sentido amplo, dois itens que nos vêm à cabeça são os gastos e as receitas, independentemente de que finanças estejamos tratando. Por exemplo, quando falamos aos nossos filhos (aqueles que já os têm): fulano, você precisa tomar cuidado com as suas finanças. Estamos querendo dizer que ele tem que observar a sua política de receitas e gastos, procurando equilibrá-la. O mesmo acontece em uma empresa privada. As “finanças” de uma empresa privada significam, em suma, a sua política de receitas e gastos. Pois bem, em relação ao governo, acontece a mesma coisa. No entanto, quando pensamos nas receitas e nos gastos do governo, podemos pensar nas finanças “públicas”.

As finanças públicas são um ramo do estudo econômico em que

temos o governo, responsável pela aplicação de políticas que visem ao contínuo aumento do bem estar da população. E para que o governo possa realizar políticas de alocação e de re-alocação de recursos escassos, torna-se imprescindível a existência de fontes de arrecadação de recursos, necessárias ao pagamento dos gastos públicos e ao custeio da “máquina pública”, que também é responsável pelos estudos e aplicações de políticas econômicas objetivadas na equidade e crescimento da renda.

Para concursos públicos, a definição “campeã” de Finanças Públicas

é a adotada por Richard Musgrave. De acordo com Musgrave: “Finanças Públicas é a terminologia que tem sido tradicionalmente aplicada ao conjunto de problemas da política econômica que envolvem o uso de medidas de tributação e de dispêndios públicos”.

Eu sublinhei as palavras “tributação” e “dispêndios públicos” pois elas nos remetem simplesmente àquela ideia básica de finanças: algo relacionado com as receitas (os tributos, no caso do governo) e os gastos (os dispêndios públicos, no caso do governo). Como a política de receitas e gastos significa a política fiscal do governo, podemos dizer que as

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finanças públicas são relacionadas ao estudo da política fiscal do governo. Uma pergunta que você pode ser fazer é a seguinte: mas qual a finalidade de existência do governo? A iniciativa privada não seria capaz de prover os bens e serviços de que a população necessita? Para falar sobre isso, vamos discorrer um pouco sobre a história da economia e entender como se deu a evolução do papel do governo na economia. No início, a teoria econômica propugnava que seria o próprio mercado o agente responsável por trazer o máximo de bem estar aos indivíduos e às empresas. Formalmente, esta teoria foi inaugurada no livro “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, e as suas ideias principais ficaram conhecidas como teoria clássica da economia. Segundo esta teoria, o próprio mercado seria capaz de decidir os preços adequados, alcançar níveis adequados de emprego e trazer o máximo de bem estar a todos. Neste sentido, haveria uma espécie de “mão invisível” regulando o mercado, e fazendo com que a soma das decisões individuais conduzisse a economia ao melhor resultado possível para a coletividade. Tudo isso sem intervenção governamental. Assim, para os clássicos1, predominava uma visão minimalista a respeito do papel do Estado na economia. Isto é, o governo somente deveria fazer aquilo que a iniciativa privada não quisesse fazer. Neste rumo, por exemplo, se houvesse interesse da inciativa privada em fazer escolas ou hospitais, o governo não deveria intervir em tal atividade. Por outro lado, se não houvesse interesse da inciativa privada, aí sim seria justificada alguma ação do governo no sentido de disponibilizar tais serviços à sociedade. Mas isto só aconteceria se não houvesse interesse da iniciativa privada. No entanto, esta visão mudou a partir da década de 1930, com a Grande Depressão. Os dogmas da teoria clássica, à época, não foram suficientes para afastar o desemprego e o grande desequilíbrio vivido no período após a crise de 1929. Foi aí então que houve uma dramática evolução sobre o papel do governo na economia.

John Maynard Keynes, em seu livro “The general theory of employment, interest and money” (1936), criou uma nova compreensão dos mecanismos da determinação dos níveis de produção e emprego, assinalando a importância da atividade governamental na compensação dos eventuais declínios do consumo das famílias e investimentos das empresas, que acompanham qualquer período recessivo.

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Segundo Keynes, a economia sem a presença do governo, sendo fruto apenas da “mão invisível” do mercado, acabaria sucumbindo regularmente a crises que não poderiam ser solucionadas sem a intervenção do governo. Para Keynes, caberia ao Estado tomar determinadas decisões sobre o controle da moeda, do crédito e do nível de investimento.

Esta evolução nascida com os ideais keynesianos foi a primeira

grande evolução do papel do governo na economia. Houve outros importantes avanços, mas, para fins de concursos, é necessário falarmos da contribuição de Richard Musgrave, com a publicação de seu livro “The theory of public finance”, em 1959.

A partir de agora, falemos um pouco dos princípios teóricos da

economia do setor público, a partir da formulação proposta por Musgrave, e que é cobrada hoje nos concursos públicos.

2. FUNÇÕES DO GOVERNO De acordo com a classificação tradicional de Musgrave, as atribuições do governo na economia enquadram-se em três grandes ramos, cada uma delas dando origem a uma função do Estado, ou função do governo:

Função alocativa Promover ajustamentos na alocação de recursos.

Função distributiva Promover ajustamentos na distribuição da renda.

Função estabilizadora Manter a estabilidade econômica, com um alto nível de emprego e preços estáveis.

Estas três funções do Estado ou do governo são conhecidas como funções clássicas do governo. Portanto, em questões de prova, se você vir no enunciado a nomenclatura, já sabe do que se trata, ok?! Obs: o termo “clássicas”, aqui neste caso, não guarda relação com a teoria clássica de Adam Smith (estudada em Economia).

Falemos agora de cada uma destas funções:

2.1. FUNÇÃO ALOCATIVA Para entender perfeitamente esta função, seria necessário um aprendizado mais detalhado sobre alguns assuntos de Economia, como a eficiência econômica e as falhas de mercado. Estes itens não fazem

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parte do nosso último edital da PF, mas vamos explicá-los bem detalhadamente, pois a banca pode cobrar, uma vez que se inserem dentro do estudo de umas das funções do governo (que é a função alocativa). Agora, passaremos bem rápido por alguns conceitos, como: tipos de mercados, eficiência econômica e falhas de mercado para que, apenas depois disso, falemos da função alocativa do governo. Comecemos pelos tipos ou estruturas de mercado: a) Estruturas de Mercado Aqui, nós veremos as diferenças de cada mercado (não é necessário decorar este item, apenas entende-lo superficialmente). Basicamente, são três as variáveis que diferenciam as estruturas de mercado:

• Número de firmas produtoras no mercado; • Diferenciação do produto; • Existência ou não de barreiras à entrada de novas empresas.

Alguns autores ainda colocam outras variáveis2, mas, para fins de concursos, estas três são suficientes. Podemos classificar os mercados em: concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolística, oligopólio, oligopsônio e monopsônio. Vejamos, sucintamente, as características principais de cada um deles:

i. Concorrência perfeita: número infinito de produtores e consumidores, produto transacionado é homogêneo, não há barreiras à entrada de firmas e consumidores, perfeita transparência de informações entre consumidores e vendedores, perfeita mobilidade de fatores de produção. Exemplo mais próximo: mercado agrícola.

ii. Monopólio: é o oposto da concorrência perfeita. Há apenas uma

empresa para inúmeros consumidores. O produto não possui substitutos próximos e há barreira à entrada de novas firmas. Exemplo: Companhias de energia elétrica dos municípios ou estados.

iii. Oligopólio: pequeno número de firmas que dominam todo o

mercado, os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entrada de novas empresas.

iv. Concorrência monopolística (ou imperfeita): muito semelhante à concorrência perfeita, com a diferença que o produto

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transacionado não é homogêneo3. Isto é, cada firma possui o monopólio do seu produto/marca, que é diferenciado dos demais. Exemplo: lojas de roupas (muitas firmas, muitos compradores, porém o produto é diferenciado, cada loja possui o monopólio da sua marca).

v. Monopsônio: é a antítese do monopólio. Neste, há apenas um

vendedor, enquanto, no monopsônio, existe apenas um comprador. É o caso, por exemplo, de regiões em que há várias fazendas de gado e apenas um frigorífico. Naturalmente, este frigorífico será o único comprador (monopsonista) da carne das fazendas.

vi. Oligopsônio: de forma inversa ao oligopólio, no oligopsônio, existe

um grupo de compradores que dominam o mercado. Temos como exemplo o mercado de peças automotivas em que um pequeno grupo de compradores (Ford, GM, Fiat, etc) adquirem grande parte da produção de peças automotivas.

Não confunda “concorrência monopolística” com “monopólio”. O primeiro é um mercado concorrencial, onde cada produtor detém o monopólio do seu produto/marca. Veja que, apesar de a firma inserida em uma concorrência monopolística deter o monopólio de seu produto, ela está inserida dentro de uma concorrência. Ou seja, ela não é a única produtora no mercado (não é monopolista).

b) Noções de Eficiência Econômica

Antes de falarmos de falhas de mercado (que serão essenciais para entendermos a função alocativa do governo), devemos entender quais são as situações em que o mercado opera de modo perfeito, ou de modo eficiente. É igual ao motor de um veículo. Para entender a falha de um motor de carro, devemos, antes, entender como seria o seu funcionamento perfeito. A partir desta visão, teremos condições de identificar as suas possíveis falhas. Em Economia, quando analisamos o mercado, é a mesma coisa. Assim, antes de entendermos as falhas de mercado, devemos entender a situação em que ele opera de modo perfeito (ou eficiente).

Passaremos para vocês duas óticas ou ideias sob as quais

podemos enxergar a eficiência econômica. São as seguintes ideias de

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eficiência econômica que veremos: ótimo de Pareto e mercado de concorrência perfeita. b.1) Ótimo de Pareto

Quando um mercado opera de modo perfeito ou eficiente, temos uma situação chamada “ótimo de Pareto4” (ou “eficiência de Pareto”, ou “Pareto-eficiente”, ou “eficiência econômica”, ou ainda “eficiência alocativa”).

Em Economia, diz-se que uma alocação de recursos é eficiente (ótimo de Pareto) quando não é possível melhorar a situação de alguém sem piorar a de outra pessoa.

Imagine uma economia com apenas dois consumidores (Teodósio e Tibério) e alguma quantidade de apenas dois bens (10 litros de cerveja; e 10 litros de suco). Suponha que Teodósio, boêmio que é, atinge seu bem estar máximo (utilidade máxima) quando ele consome todos os 10 litros de cerveja. Já Tibério, da “geração saúde”, gosta mais de suco e atinge sua utilidade máxima quando consome todos os 10 litros de suco. Então, podemos entender que esta economia estará em ótimo de Pareto quando Teodósio consumir 10 litros de cerveja e Tibério consumir 10 litros de suco. Nesta situação, teremos eficiência econômica.

Observe que, dadas as condições existentes (apenas dois consumidores e apenas dois bens: 10L de cerveja, 10L de suco), se estivermos em uma situação de ótimo de Pareto, será impossível melhorar a situação de um dos consumidores sem piorar a situação do outro consumidor.

Por exemplo, se Teodósio der 1L de cerveja para Tibério, este último ficará melhor, pois, além de 10L de suco, terá mais 1L de cerveja. No entanto, Teodósio ficará em situação pior, pois terá nesse momento apenas 9L de cerveja e não 10L, como tanto gostaria. É exatamente essa a ideia do ótimo de Pareto: é impossível melhorar a situação de alguém sem piorar a situação de outrem.

Agora, imagine que Teodósio tenha 5L de cerveja e Tibério também tenha apenas 5L de suco. Suponha que seja acrescentado ao consumo de cada um mais 1L de cerveja e suco, respectivamente (isso é possível, pois na nossa suposição inicial tínhamos disponíveis nesta economia 10L de cerveja e 10L de suco). Após o acréscimo de 1L de cerveja e suco, Teodósio e Tibério ficarão, respectivamente, com 6L de cerveja e suco. Ou seja, os dois terão melhorado. Como foi possível haver a melhora de ambos, então, aquela situação preexistente (5L de cerveja e 5L suco para Teodósio e Tibério, respectivamente) não !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!5! ≅! #∆4)#..;0! Ε! #1! >01#∋∗,#1! ∗0! #/0∋012.(∗! Φ2+9)#∀0! Γ∗)#(0! <%ΗΙΗϑ%Κ6?=3! Λ−#! 902! −1! ∀0.! 4)21#2)0.! ∗!

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pode ser um ótimo de Pareto, pois se o fosse, a melhora do bem-estar de um estaria condicionada, obrigatoriamente, à piora do bem-estar do outro.

A situação narrada no início do parágrafo anterior é chamada de melhoria de Pareto, cuja definição é a seguinte: se pudermos encontrar uma forma de melhorar a situação de uma pessoa sem piorar a de nenhum outra, teremos uma melhoria de Pareto. Neste caso, a melhoria de Pareto significou uma melhora de bem-estar de alguém sem implicar piora de bem-estar de outrem. Ou seja, do ponto de vista “geral” ou “total”, o bem estar melhorou. Por isso, a nomenclatura “melhoria de Pareto”. Por outro lado, quando estamos em um ótimo de Pareto, já estamos no máximo de bem-estar “total”, logo, é impossível melhorar a situação de alguém sem piorar a de outrem.

Não confunda “ótimo de Pareto” com “melhoria de Pareto”. O primeiro significa uma situação de eficiência econômica, enquanto o segundo significa apenas uma situação de melhoria de bem-estar total, a partir de uma situação ineficiente economicamente.

Observe que se uma alocação permite uma melhoria de Pareto, então, ela é ineficiente no sentido de Pareto. Por outro lado, se uma alocação não permite uma melhoria de Pareto, então, ela é eficiente no sentido de Pareto.

Uma alocação ineficiente carrega em si a possibilidade de que há alguma forma de melhorar a situação de alguém sem prejudicar ninguém mais. E isto é uma característica indesejável (o desejável mesmo é que estivéssemos em um ótimo de Pareto, onde já atingimos o máximo bem-estar total, onde é impossível melhorar a situação de alguém sem prejudicar outra pessoa).

Também devemos ressaltar a interessante questão que envolve os conceitos de eficiência e equidade. Deve ficar bem claro na sua cabeça que eficiência não implica obrigatoriamente equidade e vice-versa. Por exemplo, no nosso exemplo envolvendo Tibério e Teodósio, temos uma situação em que a repartição do consumo dos dois bens não é igualitária, mas, mesmo assim, pode ser eficiente economicamente. Assim, entenda que equidade não quer dizer eficiência. Podemos ter equidade e eficiência juntas, mas isso não é necessariamente uma regra.

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Dica estratégica: Equidade não implica eficiência, e vice-versa.

Até podemos ter equidade e eficiência juntas, mas isso não é uma regra necessariamente válida.

A eficiência econômica é uma situação teórica em que os agentes econômicos estão em uma situação tal de bem estar em que só é possível melhorar a situação de um indivíduo se piorarmos a situação de outro indivíduo. Quando isto acontece, dizemos que estamos em uma situação “ótimo de Pareto5”, ou ainda “Pareto eficiente”, ou também temos “eficiência de Pareto”. b.2) Mercado de concorrência perfeita Em Economia, os mercados organizados sob a forma de concorrência perfeita são ditos eficientes. Um mercado competitivo (concorrência perfeita) possui infinitos compradores, infinitos vendedores, perfeita difusão do conhecimento e ausência de barreiras à entrada de produtores no mercado. No mercado de concorrência perfeita, os preços são definidos pelas forças de compradores e vendedores. São as forças da demanda e da oferta que definem o preço de cada produto. Assim, o preço dos produtos acaba refletindo de modo exato o valor que a sociedade dá para determinado produto. Isso faz com que o máximo bem estar social seja atingido. Assim, quando temos um mercado de concorrência perfeita, temos um ótimo de Pareto. Não nos interessa discutir em detalhes este mercado. Para nosso curso e para esta aula, o que você deve guardar é que: • Os mercados competitivos são eficientes economicamente; • Mercados que não são competitivos não são eficientes

economicamente; • Quando o governo intervém tentando melhorar a eficiência

econômica de um mercado (tentando aproximá-lo do resultado de uma concorrência perfeita), ele está atuando em sua função alocativa.

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c) falhas de mercado Falhas de mercado são situações que impedem que ocorra uma situação de ótimo de Pareto. Ou seja, são situações que pioram ou afastam os mercados da eficiência econômica. E quando o governo intervém na Economia para melhorar a eficiência econômica, temos um exemplo de função alocativa do governo.

Podemos enumerar as seguintes falhas de mercado:

a) Externalidades, b) Existência de bens públicos, c) Falhas de informação (ou assimetria de informações), d) Mercados incompletos, e) Riscos pesados, f) Falhas na competição (poder de mercado) e g) Existência de desemprego e inflação.

Vamos estudar cada uma dessa falhas: c.1) Externalidades Externalidades são os efeitos – positivos ou negativos – das nossas decisões que recaem sobre outras pessoas. Quando decidimos por comprar ou produzir algum produto, geralmente comparamos os custos e benefícios de cada uma das alternativas que são apresentados a nós, mas, normalmente, não consideramos em sua totalidade os efeitos de tais ações sobre os outros – ou seja, as externalidades ou os efeitos externos de nossas ações. Quando há alguma externalidade, o equilíbrio de mercado deixa de ser eficiente.

O fato de os efeitos das transações não estarem refletidos nos preços faz com que os custos e os benefícios sociais (que a sociedade como um todo suporta) não sejam inteiramente suportados por aqueles que o produzem e o consomem. Em relação aos seus efeitos, existem dois tipos de externalidades: positivas e negativas.

Externalidades positivas - As situações nas quais esses efeitos implicam benefícios a outros indivíduos ou firmas da economia são chamadas de “externalidades positivas” ou “economias externas”. Por exemplo, se um indivíduo instala um equipamento de GNV (Gás Natural Veicular) em seu carro visando à redução de gastos com combustível, ele estará não só contribuindo para o “seu bolso”, como também estará

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contribuindo para toda a coletividade, ao poluir menos o ar. Neste caso, além do benefício privado, existe um benefício social na atividade. Externalidades negativas - Por outro lado, as situações nas quais as ações de um determinado agente da economia prejudicam os demais indivíduos são chamadas de “externalidades negativas” ou “deseconomias externas”. Por exemplo, se um indivíduo, no intuito de economizar dinheiro, não faz a revisão do motor de seu carro velho, apesar de ele estar contribuindo para o “seu bolso”, estará prejudicando a coletividade, ao poluir mais o ar. Outro exemplo comumente utilizado de externalidade negativa ocorre quando uma indústria joga dejetos químicos na natureza, como forma de evitar os custos da reciclagem ou dos procedimentos adequados ao tratamento dos resíduos da industrialização. Neste último caso, a atividade provoca um custo social, e este custo não impacta o custo privado do agente causador do dano.

Do ponto de vista técnico, portanto, ocorre uma externalidade

quando os custos sociais (CS) são diferentes dos custos privados (CP), ou quando os benefícios sociais (BS) são diferentes dos benefícios privados (BP).

Os custos privados são representados pelos efeitos internos de uma ação econômica. Os efeitos internos das ações econômicas não escapam ao registro do preço e são, portanto, consideradas no cálculo econômico dos agentes privados. Os custos sociais, por sua vez, são representados pela soma dos efeitos internos com os efeitos externos que escapam ao mecanismo de preços e não são considerados nos cálculos do agente privado, quando este precifica determinado bem ou atividade econômica.

Quando os custos sociais excedem os custos privados, configura-se uma externalidade negativa. Nestas circunstancias, haverá uma tendência de superoferta (produção maior que o ideal), porque parte dos custos de produção estará sendo absorvida por outros agentes que não o inicial. Uma medida alocativa (intervenção do governo) adequada seria, por exemplo, a imposição de um tributo sobre a produção deste bem, com vistas a desencorajá-la. Outra medida viável seria a aplicação de multas à medida que as ações prejudiciais à coletividade fossem detectadas.

Também, é muito comum o uso do termo “marginal” nesta análise.

Neste sentido, é correto dizer o seguinte: ocorre uma externalidade negativa quando o custo marginal social excede o custo marginal privado.

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Os benefícios privados são representados basicamente pelos lucros auferidos pelo agente privado e não escapam ao mecanismo de preços. O benefício social, por sua vez, é a soma dos efeitos internos com os externos que escapam ao mecanismo de preços.

Quando os benefícios sociais superam os benefícios privados, temos uma externalidade positiva; os benefícios que o produtor concede à sociedade são maiores que aqueles pelos quais estará sendo compensado via mercado. Desta forma, haverá tendência à suboferta do bem ou serviço (produção menor que o ideal). A medida alocativa para corrigir esta suboferta seria, digamos, a concessão de um subsídio à firma/indivíduo, de forma a encorajá-lo a aumentar a produção.

Aqui, também, é muito comum o uso do termo “marginal” nesta

análise. Neste sentido, é correto dizer o seguinte: ocorre uma externalidade positiva quando o benefício marginal social excede o benefício marginal privado.

Nos três exemplos citados dentro do quadro exposto no item, os benefícios e/ou custos privados divergem dos benefícios e/ou custos sociais. O sistema de mercados não têm como ajustar os preços a essas divergências, visto que as externalidades não são mensuradas nos preços praticados. Isto quer dizer que o equilíbrio competitivo do mercado não é eficiente do ponto de vista econômico, uma vez que ocorre a falha de mercado. Deste modo, as responsabilidades na promoção dos ajustes são transferidas para o governo, que poderá corrigir essas falhas mediante incentivos às externalidades positivas e desincentivos às externalidades negativas.

Observe que essas situações representam falhas de mercado, uma vez que, em mercados competitivos, as ações dos agentes devem estar refletidas no mecanismo de preços. Estes, por sua vez, são resultado da livre interação entre oferta e demanda. Se temos externalidades, há tendência à sub/super oferta/demanda, o que faz com que o mercado se afaste do resultado competitivo (concorrência perfeita).

Segue agora um quadro com um resumo sobre as situações em que há externalidades negativas ou positivas:

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Situação Externalidade Medida interventiva/regulatória + exemplo

BS=BP Não há - CS=CP Não há -

BS>BP Positiva Incentivo à externalidade (subsídio, incentivo fiscal).

CS>CP Negativa Desincentivo à externalidade (tributação mais elevada, multas, proibição).

No quadro acima, comparamos benefícios (sociais ou privados) com benefícios. Se BS>BP, há externalidade positiva. Se BS<BP, há externalidade negativa. Também comparamos custos (sociais ou privados) com custos. Se CS>CP, há externalidade negativa. Se CS<CP, há externalidade positiva. A regra básica é esta: quando um benefício social (BS) - ou uma “coisa boa” para a sociedade - supera uma coisa boa ou um benefício para o particular (BP), teremos externalidade positiva, que deve ser incentivada pelo governo. Por outro lado, quando um custo social (CS) - ou uma “coisa ruim” para a sociedade - supera um custo ou uma coisa ruim para o particular (CP), teremos externalidade negativa, que deve ser desincentivada. No entanto, também podemos fazer comparações entre benefícios (sociais e privados) e custos (sociais e privados). Embora seja incomum de aparecer em provas, é algo plausível de acontecer. Por exemplo, podemos dizer que ocorre uma externalidade positiva quando o benefício social supera o custo social, ou simplesmente quando o benefício supera o custo. Também podemos dizer que ocorre uma externalidade negativa quando o custo social supera o benefício, ou simplesmente quando o custo supera o benefício. Então, é importante manter a mente aberta. O raciocínio, nestas comparações entre custos e benefícios, deve ser sempre a seguinte: se é favorável para a sociedade, há externalidade positiva; se é favorável para o indivíduo, há externalidade negativa. Por fim, lembre-se também de que a palavra “marginal” pode aparecer. O sentido das comparações permanece o mesmo (com ou sem a palavra marginal). Por exemplo, ocorre uma externalidade positiva quando benefício marginal de produção é superior ao custo marginal de produção. c.1.1) Causas das externalidades

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Podemos enumerar basicamente duas causas principais para a presença de externalidades: a ausência de direitos de propriedade e os custos de transação. Comecemos pelo primeiro caso.

a) ausência de direitos de propriedade – A tragédia dos comuns Da próxima vez que você sair à rua, repare no estado de conservação de algumas benfeitorias como, por exemplo, os telefones públicos, bancos das praças públicas, banheiros públicos de uso coletivo (banheiros de rodoviárias, por exemplo). Agora, compare o estado de conservação destes bens com o estado de bens semelhantes, mas de propriedade privada (o telefone da sua casa, bancos colocados no interior de shoppings centers, banheiros de shoppings e escritórios, etc). Certamente, após a comparação, a conclusão será de que os bens privados são muito mais bem cuidados que os bens “sem dono”. A razão para isso é simples: as pessoas se preocupam com o que possuem e não se preocupam tanto com aquilo que não é delas. Suponha que seja aprovada6 uma lei que torne os automóveis propriedade pública. Segundo esta lei, todos os automóveis devem estar estacionados na rua com suas chaves no contato. Todas as pessoas têm o direito de dirigir qualquer automóvel que quiserem. É só chegar, ligar, e sair dirigindo! Agora, pergunte-se: quantos dias levarão para que a grande maioria de todos os carros não esteja funcionando da forma ideal, ou necessitando de conserto? Você deve concordar conosco que, em pouco tempo, os carros irão apresentar problemas de funcionamento, certo? Por que todos os carros irão quebrar logo?

É simples! Porque eles não têm dono, e a ausência de propriedade torna o conserto e a manutenção de um carro uma externalidade positiva, que em condições normais é algo subofertado. Desta forma, se você conserta um carro, beneficia a todos que possam dirigir o carro no futuro, mas VOCÊ, individualmente, não receberá todos os seus benefícios.

A conclusão é que você não tem qualquer incentivo para manter os carros em boas condições de funcionamento e todos os carros são utilizados em excesso, “até o talo”! Os direitos sobre a propriedade privada interiorizam custos e benefícios e levam um recurso a ser utilizado de modo eficiente economicamente. Desta forma, quando estes direitos estão bem definidos, quando se sabe quem é dono do quê, há uma alocação eficiente !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Ο!&∆#14+0!)#(2)∗∀0!∀#!Π&ΘΘ&ΡΘ3!Π∗+(#)Σ!72/)0#/0∋012∗3!#∀∃!Θ∗)∗2Χ∗∃!

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de externalidades, e não há excesso de externalidades positivas e/ou negativas.

De maneira recíproca, a falta de direitos de propriedade leva ao aparecimento de externalidades, positivas e/ou negativas. Isso, por sua vez, leva a falhas na utilização ótima de recursos.

Assim, uma empresa joga dejetos químicos em um rio porque certamente ninguém é “dono” daquele rio. Se houvesse um segundo agente que fosse claramente o dono do rio, e este processasse a empresa poluidora, certamente, a última assumiria os gastos para não realizar a ação danosa ao meio ambiente. Ninguém tem qualquer incentivo em manter a água dos nossos rios “em boas condições de funcionamento”. Ao contrário, as empresas poluem os rios; alguns condomínios de alto padrão, na ausência de um sistema de saneamento, utilizam os rios como se fossem “fossas”, etc.

Mas, por que os rios não são cuidados? A resposta é que a ausência de propriedade torna os cuidados de um rio uma externalidade positiva, em que os custos privados superam os custos sociais, ou em que os benefícios sociais superam os privados. Assim, praticar uma externalidade positiva exige certa dose de altruísmo (dar sem receber) ou implica custos que as pessoas não gostam ou não têm a possibilidade de arcar. Se os rios fossem de propriedade privada, eles seriam cuidados, de forma a reduzir essas externalidades.

A ausência de direitos de propriedade resulta naquilo que é

denominado tragédia dos comuns (ou tragédia de uso comum), que é um exemplo no qual resulta uma externalidade.

Na Inglaterra medieval, os fazendeiros podiam levar seus animais

para pastar em terras comuns, que eram abertas a todos. Em consequência, as terras comuns foram utilizadas em demasia e destruídas. Ainda que o benefício social de manter as terras comuns bem conservadas fosse alto, o custo privado era mais alto que o custo social, o que não incentivava qualquer fazendeiro individual a cuidar da terra. b) custos de transação e o teorema de Coase Nos parágrafos precedentes, argumentamos que se os direitos de propriedade estiverem bem definidos, não há externalidades e a troca entre os agentes resulta numa alocação eficiente de recursos. Entretanto, em 1960, Ronaldo Coase desenvolveu um teorema fundamental, o teorema de Coase, o qual nos diz que o problema das externalidades

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também pode ser analisado sob um prisma diferente dos direitos de propriedade.

Segundo Coase, a ausência de externalidades só ocorrerá se não houver custos de transação entre os agentes. Em outras palavras, mesmo com direitos de propriedade bem definidos, quando os custos de transação forem muito elevados, as externalidades podem ocorrer.

A ideia original desenvolvida por Coase foi demonstrada com um exemplo de duas fazendas. A fazenda “A” cria gado, e o gado geralmente invade os campos da fazenda vizinha, a fazenda “B”, que tem uma plantação. O gado da fazenda “A” impõe uma externalidade negativa ao pôr em risco a colheita da fazenda “B”. Vejamos algumas formas de como este problema simples de externalidade pode ser resolvido. Se o proprietário de “A” tiver o direito de deixar seu gado invadir as terras de “B”, o proprietário de “B” pagará ao proprietário de “A” para construir uma cerca, quando o risco à colheita de “B” exceder o custo da cerca. Se o custo da cerca exceder o risco às colheitas, não será do interesse do proprietário “B” pagar pela cerca, e o gado irá pastar. Em outras palavras, quando é socialmente eficiente construir a cerca (o benefício de construí-la compensa o custo), a cerca será construída para eliminar a externalidade. Se não for socialmente eficiente, ela não será construída. Agora, suponha que os direitos de propriedade sejam atribuídos ao proprietário “B”, de modo que “A” tenha que compensar “B” por qualquer risco. O proprietário “A” construiria uma cerca, se o risco às colheitas de “B” excedesse o custo da cerca. Entretanto, se o custo da cerca fosse superior ao risco das colheitas, o proprietário “A” compensaria o proprietário “B” pelo risco e, novamente, o gado iria vagar livremente. Veja que, em qualquer caso, o resultado atingido é socialmente ótimo, de modo que a cerca será construída, quando seu custo for inferior ao risco da colheita (for socialmente eficiente), e não será construída, quando a cerca custar mais que o risco (não será construída se não for socialmente eficiente). Adicionalmente, percebe-se que esta conclusão foi extraída independentemente de os direitos de propriedade estarem atribuídos ao proprietário da fazenda “A” ou “B”. Como observação final antes de “derivarmos” o teorema, é interessante notar que este caso simples de barganha ou negociação entre dois proprietários ocorre sem custos de transação para ambos.

O Teorema de Coase afirma que, independentemente da forma pela qual os direitos de propriedade sejam alocados em função da externalidade, a alocação de recursos será eficiente quando as partes

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puderem barganhar entre si sem custo. Ou seja, quando não houver custos de transação (ou quando estes forem irrelevantes ou muito baixos), os agentes privados podem resolver por si sós o problema das externalidades e chegar a um acordo no qual todos fiquem numa situação melhor e o resultado, após a negociação, seja a eficiência econômica.

A enumeração original do Teorema sugere que é a ausência de

custos a condição essencial para a eliminação das externalidades. No entanto, algumas bibliografias trazem à tona a possibilidade de, em algumas situações, a externalidade ser eliminada, desde que os custos sejam baixos. Assim, a existência de custos suficientemente baixos (ou irrelevantes) também pode conduzir o mercado a uma situação eficiente (com a eliminação da externalidade).

Vale ressaltar que o ponto principal do teorema de Coase aponta que os custos de transação devem ser muito baixos (ou não existirem) para a eliminação do problema de externalidades. Em outras palavras, é a ausência (ou irrelevância) de custos de transação que permite a ocorrência da barganha socialmente ótima.

Por exemplo, considere um problema de externalidade envolvendo uma indústria que polui o ar à medida que fabrica os seus produtos. Se a poluição prejudicar milhares de pessoas, será muito difícil a barganha entre os dois lados dessa externalidade negativa (indústria x milhares de pessoas). Neste caso, há altos custos de transação envolvidos: as vítimas da externalidade negativa (milhares de pessoas) devem se organizar, e isso é muito custoso. Ao mesmo tempo, se as partes não conhecerem os custos e benefícios da redução da externalidade, ou se possuírem percepções diferentes a respeito desses custos e benefícios, então a barganha/negociação poderá não ser socialmente ótima, e não eliminará ou reduzirá a externalidade.

Em resumo, então, o teorema de Coase mostra que, não havendo

custos de transação (ou estes sendo muito baixos), os agentes privados podem negociar/barganhar e atingir alocações eficientes, eliminando o problema das externalidades.

Observa-se, portanto, que os custos de transação podem

representar limites bastante relevantes para as soluções privadas das externalidades.! Quando a negociação privada não funciona, o governo pode interferir, procurando resolver o problema por meio de políticas públicas em prol da coletividade. c.1.2) Corrigindo as externalidades

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Vamos focar o texto deste tópico 1.1.2 no exemplo da empresa poluente (externalidade negativa). Acredito que é um bom exemplo para desenvolvermos nossa argumentação. Supondo, então, uma firma que emite poluentes, como o governo poderia proceder a fim de incentivar as empresas para que reduzissem seus níveis de emissões poluentes? Quais seriam as políticas públicas e a regulamentação adequadas em tal situação? De forma geral, o governo poderia incentivar a redução de emissões poluentes por meio de três medidas:

a) Fixação de um limite para a emissão de poluentes; b) Imposição de taxas sobre a emissão de poluentes; c) Emissão de licenças negociáveis para poluir.

Vejamos cada uma delas, separadamente: a) Limite para emissão de poluentes Esta política pública consiste no estabelecimento de um limite legal para poluir. Caso a empresa ultrapasse o limite estabelecido, ela pode sofrer multas pesadas ou outras penalidades (a interdição da empresa ou a suspensão das atividades por tempo determinado em lei). Funciona assim: até o limite legal, a empresa pode poluir à vontade! No entanto, se ela aumentar a produção de tal modo que passe a ultrapassar o padrão de emissão de poluentes estabelecido, ela terá que, necessariamente, reduzir a poluição, caso contrário sofrerá penalidades severas. Na hora de reduzir a poluição - para se enquadrar no limite estabelecido -, poderá instalar equipamentos de redução de poluição, ou poderá ainda reduzir o seu nível de produção. O estabelecimento de um limite para emissão de poluentes apresenta a vantagem de oferecer maior grau de certeza ao governo (e à sociedade) a respeito dos níveis de emissões de poluentes que efetivamente serão obtidos com a política pública. No entanto, apresentam maior incerteza em relação aos custos que serão despendidos pelas empresas, na tentativa de se adequar aos limites estabelecidos em lei. b) Taxas sobre a emissão de poluentes

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Uma taxa sobre a emissão de poluente é um valor arrecadado sobre cada unidade de poluente emitido por uma empresa. Este tipo de taxa geralmente é chamada de imposto de Pigou7 (ou imposto pigouviano), que é um imposto implementado para corrigir os efeitos de uma externalidade negativa, como a poluição, por exemplo. Em alguns textos, a utilização destas taxas sobre emissões de poluentes também é chamada de princípio do poluidor pagador. O imposto de Pigou visa fazer com que o agente causador da externalidade negativa internalize o custo social da poluição a que deu origem. Em relação ao limite de emissões (visto no item a), as taxas oferecem um maior grau de certeza a respeito dos custos de redução da poluição por parte das firmas. No entanto, deixam maior incerteza em relação aos níveis de redução de emissão de poluentes que serão obtidos com a política pública. Geralmente, as taxas apresentam algumas vantagens sobre a fixação de um padrão de emissão. Em regra, os padrões ou limites precisam ser fixados de modo igual para todas as empresas. Já a taxa estimula fortemente as empresas a instalar novos equipamentos que permitam reduzir ainda mais os níveis de produção. No caso dos limites, até que se atinja o limite estabelecido, a firma não tem qualquer incentivo para reduzir a poluição. Também devemos ressaltar que o imposto de Pigou ainda arrecada receita para o governo, o que não ocorre no caso da imposição do limite de emissões. A preferência pelas taxas ou pelos limites de emissão depende de uma série de fatores, como o volume de informações disponíveis aos responsáveis pela formulação das políticas públicas, o custo para controlar as emissões e fiscalizar as firmas, bem como o custo de cobrança das taxas ou das multas. As estrutura de custos das firmas poluentes também influencia a escolha entre o imposto de Pigou e o padrão de emissões. Em regra, teremos o seguinte:

• Se houver informações incompletas (o regulador não conhece os custos e os benefícios da redução da poluição), a imposição de limites ou padrões oferece maior grau de certeza a respeito dos níveis de emissão de poluentes decorrentes da regulação. Por outro lado, haverá incerteza em relação aos custos da redução da poluição.

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• Se o regulador possui informações suficientemente relevantes, as taxas oferecem maior certeza a respeito dos custos da redução. No entanto, haverá alguma incerteza em relação aos níveis de redução de emissão de poluentes obtidos com a política pública.

A preferência entre as duas políticas vai depender das informações disponíveis e da estrutura de custos das empresas que serão reguladas. De todo modo, para a prova, podemos levar a ideia segundo a qual, havendo um bom nível de informações sobre os custos e benefícios da redução da poluição, o regulador geralmente preferirá a imposição da taxa, em vez do limite de emissão. Alguns países, como os EUA, por exemplo, têm empregado os limites em vez de taxas para controlar as emissões de poluentes. Outros, como a Alemanha, têm utilizado as taxas. O melhor método, como eu disse acima, vai depender de muitos fatores. Em regra, os impostos são ineficientes economicamente porque interferem nos preços dos mercados sobre os quais incidem. Ou seja, em regra, os impostos afastam os mercados de seu ótimo de Pareto. No entanto, o imposto de Pigou não se enquadra nesta regra, uma vez que ele visa corrigir uma falha de mercado (externalidade). Ora, se ele visa corrigir uma falha, então, na verdade, ele aproxima o mercado de um resultado mais eficiente. Desta forma, podemos entender que o imposto de Pigou apresenta efeitos positivos sobre a eficiência econômica. Subsídio de Pigou Nós vimos que um imposto de Pigou é aquela taxa utilizada para reduzir uma externalidade negativa. Neste caso, o governo cobra uma taxa porque ele quer desincentivar atividade causadora da poluição. Agora, imagine que uma empresa, em seu processo de produção, esteja sendo responsável por externalidades positivas. Uma empresa de pesca, por exemplo, pode realizar ações de tratamento e limpeza da água em um lago ou em um rio, a fim de melhorar a qualidade do seu pescado. Neste caso, teremos uma externalidade positiva, que deve ser incentivada pelo governo (ao contrário da externalidade negativa). No caso da externalidade positiva, uma política pública adequada é o estabelecimento de subsídios ao agente causador da externalidade. Nesta situação, teremos um imposto Pigouviano negativo, ou simplesmente um subsídio de Pigou. Esse subsídio encorajará ainda mais o produtor da externalidade positiva

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em suas ações benéficas para a sociedade. Assim como o imposto de Pigou, podemos concluir que o subsídio de Pigou também apresenta efeitos positivos sobre a eficiência do mercado. c) Emissão de licenças negociáveis para poluir As licenças negociáveis para poluir representam títulos negociáveis. Funciona assim: o governo distribui (vende) permissões para emitir poluentes. Cada empresa recebe um pouco de permissões, segundo critérios estabelecidos pelo governo. Cada permissão (ou licença) especifica com exatidão a quantidade de poluentes que a empresa pode emitir. Assim, uma empresa só está autorizada a poluir até onde seu título ou licença permitir. Essas licenças ou permissões são distribuídas (vendidas) entre as empresas de tal maneira que se estabeleça um nível máximo de emissões de poluentes. Se uma empresa polui, mas não possui a licença, será severamente multada. Igualmente, se a empresa polui acima do que sua licença permite, também será severamente multada. Uma característica interessante deste sistema de licenças é que elas são negociáveis (ou transferíveis). Ou seja, uma empresa pode vender suas licenças a outra empresa, a um preço decidido livremente no mercado. Assim, por exemplo, se uma empresa consegue reduzir seu nível de poluentes, ela poderá vender suas licenças (auferindo uma renda) para outra empresa que é incapaz de reduzir suas emissões. Desta forma, cria-se um mercado para as externalidades. Se houver um número suficientemente grande de empresas e licenças, será desenvolvido um mercado competitivo para essas permissões. A grande vantagem desta política pública é que o desenvolvimento deste mercado de licenças permite que o governo controle o nível máximo de emissão de poluentes com um custo bem menor que aquele verificado no caso das taxas (imposto de Pigou) e do limite de emissões. c.2) Bens públicos

Os bens públicos são aqueles não rivais ou não exclusivos (não excludentes).

A não rivalidade é o mesmo que dizer que o bem é indivisível ou não disputável. Explicando melhor: o seu consumo por parte de um indivíduo ou de um grupo social não prejudica o consumo do mesmo bem

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pelos demais integrantes da sociedade. Assim, o maior consumo de um bem público por parte de alguém não significa redução no consumo deste mesmo bem por parte de outra pessoa. Temos como exemplo a iluminação pública, o asfaltamento das ruas, a organização da justiça, a segurança pública e a defesa nacional, a poluição, o ar que respiramos, etc.

A não rivalidade também significa que o custo marginal de prover o bem para um consumidor adicional é nulo. Antes de prosseguirmos, vamos entender o que é custo marginal:

Custo marginal é o acréscimo de custo decorrente do acréscimo de 01 unidade de produto produzida (e/ou consumida). Por exemplo, suponha que uma firma produza e venda sapatos. Imagine que para produzir 01 sapato adicional para venda, a firma incorra em um custo adicional de R$ 20,00. Então, o custo marginal desta unidade de sapato será R$ 20,00. Observe, então, que para produzir um sapato adicional, a firma incorre em custos adicionais. Este custo adicional de produção, em relação à última unidade de produto que é fabricada/produzida, é o custo marginal.

Um bem público é não rival porque o custo marginal de produção é zero. Ou seja, depois que o bem público é “produzido” ou posto à disposição da população, não há custo adicional se houver aumento de seu consumo por parte da população. Assim, depois que a iluminação de uma rua pública é terminada, não existe custo adicional para cada cidadão adicional que desfrute desta iluminação. O mesmo vale para a segurança pública, defesa nacional, pavimentação de estradas, ar que respiramos, etc.

Ou seja, não há aumento de custo, se um consumidor adicional

decidir utilizar o bem público. Por isso, o custo marginal de produção de um bem público é nulo e isso decorre do atributo da não rivalidade.

Bem... já entendemos o que significa o atributo da não rivalidade. Agora, passemos ao atributo da não exclusividade: A não exclusividade refere-se à impossibilidade de excluir as pessoas do consumo dos bens públicos. É difícil (ou até mesmo impossível) impedir que um determinado indivíduo usufrua de um bem público. Por exemplo, se o governo iluminar uma rua pública, todos os moradores dessa rua (mais os que eventualmente passarem por lá), sem que se possa distinguir um indivíduo de outro, serão beneficiados pela disponibilização deste bem público.

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Considere agora um bem privado: uma peça de roupa ou ingresso para o cinema, por exemplo. Para um consumidor comprar uma peça de roupa, terá que pagar por ela, caso contrário estará excluída do seu consumo. O mesmo acontece em relação ao cinema. Para assistir ao filme, deve-se pagar pelo ticket, caso contrário não conseguirá passar pela roleta. Ao mesmo tempo, e até como decorrência da exclusão no consumo, ocorre a rivalidade. Ou seja, se alguém compra uma roupa, outra pessoa não poderá comprar esta mesma roupa. Alguns bens apresentam maior rivalidade no consumo que outros, é o caso do ingresso de cinema, em que vários consumidores poderão adquirir o bem até certo limite de cadeiras no interior da sala de cinema. Mas, note que, mesmo nesse caso, haverá rivalidade e exclusão no consumo, pois o bem é privado.

Dica estratégica: Bem público: bem não rival (custo marginal de

produção é nulo) e não excludente. Bem privado: bem rival e excludente.

Pois bem, a esta altura você pode estar se perguntando por que o bem público é referenciado como uma falha de mercado. Os bens públicos (ou uma grande parte deles), diferentemente dos bens privados, são bancados por toda a coletividade, por meio dos impostos. A falha de mercado que existe na produção dos bens públicos decorre do fato de que é impossível determinar o real benefício que cada indivíduo desfrutará do seu consumo, logo, é inviável determinar de forma totalmente justa o “preço” (imposto) que cada um pagará.

Assim, percebe-se que o mecanismo competitivo (da concorrência perfeita) em que os preços definem as quantidades demandadas e ofertadas não mais funciona, pois é possível que terceiros usufruam o bem sem pagar por ele, daí decorre a falha de mercado.

Nota-se então que o fato de não ser possível individualizar o consumo permite que algumas pessoas desfrutem dos bens públicos sem pagar. Essas pessoas são chamadas de free riders (os caronas). Alegando que não querem ou não precisam consumir o bem público, eles se negam a pagar, ainda que acabem usufruindo o benefício dos bens públicos.

Deste modo, podemos afirmar que a presença de free riders está intimamente ligada ao problema da não exclusividade presente nos bens públicos. Ressalta-se que a presença de “caronas” nos mercados de bens privados é (quase) impossível, devido à individualização (exclusão) existente nestes bens (privados).

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Explicado em linhas gerais por que a produção de bens públicos é considerada uma falha de mercado, cabe-nos agora fazermos uma importante ressalva. Os bens de que tratamos até agora (segurança nacional, iluminação pública, etc), na verdade, são os bens públicos puros. Isto é são os bens que são não rivais e também não exclusivos.

Mas pode haver casos em que um bem é somente não rival ou somente não exclusivo. Nestes casos, esses bens serão chamados de bens semi-públicos (quase-público), que são bens que possuem apenas parte das características dos bens públicos.

Há quem classifique estes bens semi-públicos como bens meritórios. Seriam bens que apresentariam características de bens privados (divisibilidade, ou exclusão, ou rivalidade), mas que, pela sua grande importância, deveriam ser disponibilizados pelo setor público. Temos como exemplo o acesso à educação e à saúde. Em ambos os casos, há não exclusão no consumo (em teoria, todos têm direito ao acesso). Quanto à rivalidade, podemos dizer que até que o limite de vagas seja alcançado (limite de vagas nas escolas e nos hospitais públicos, no caso da educação e saúde, respectivamente), não há rivalidade no consumo, pois não há diferença se entra um novo aluno na sala de aula ou um novo paciente no hospital (estamos supondo que o limite de vagas ainda não foi atingido). Depois de atingido o limite de vagas disponível, existe a rivalidade. Como são bens com características de bens privados (rivalidade depois de atingido o limite de vagas) e bens públicos (não rivalidade até certo ponto e não exclusividade), são denominados semi-públicos ou meritórios. A nomenclatura bens meritórios também é explicada pela questão meritória de o governo disponibilizar tais bens à população, tendo em vista se tratar de bens de grande utilidade para os cidadãos. Não seria desejável, do ponto de vista social, que algumas pessoas fossem excluídas dos benefícios de seu consumo por não terem condições financeiras de pagar por eles. Neste mesmo sentido, a doutrina também utiliza o termo de bens demeritórios como sendo aqueles bens de consumo altamente desaconselhável. Veja que, aqui, o termo demeritórios não tem nada a ver com os princípios da exclusão ou rivalidade, mas apenas com o fato de seu consumo ser desaconselhável pelo governo. Geralmente, sobre estes bens são cobrados elevados tributos (cigarros, bebidas alcoólicas) ou eles são até mesmo proibidos de serem consumidos (drogas).

Também devemos atentar que o conceito de bem público guarda relação com os atributos da não rivalidade e não exclusividade. O conceito não possui qualquer relação com o ente que produz o bem. Assim, o fato

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de tal bem ser produzido pelo governo não faz dele um bem público, assim como o fato de tal bem ser produzido pela iniciativa privada não exclui a possibilidade de que esse bem seja classificado como bem público. O critério, como alertamos, depende dos atributos da não rivalidade e não exclusividade e não de quem produz o bem.

O fato que faz um bem ser “público” não é o fato de ele ser produzido pelo governo, mas sim suas características de “não rivalidade” e “não exclusividade”. Assim, se uma empresa privada eventualmente for a responsável pela segurança nacional de um país, ainda assim, a segurança nacional é um bem público, pois é não rival e não excludente.

c.3. Assimetrias de informação Uma terceira falha de mercado importante é a informação imperfeita. A suposição da concorrência perfeita é a de que compradores e vendedores tenham a informação completa sobre os bens e serviços que compram e vendem. Neste sentido, supõe-se que os produtores conhecem todas as tecnologias de produção disponíveis e que os consumidores conhecem todas as características possíveis dos produtos que desejam comprar. Mas, na realidade, não é bem assim que as coisas funcionam. É muito comum, nas transações econômicas, uma das partes deter informação não disponível para a outra, tirando proveito dessa informação em detrimento dos resultados da transação. Uma pergunta que você pode fazer é a seguinte? Ok, uma das partes tem mais informação do que a outra, mas... e aí, em que isso pode ser prejudicial? Em alguns casos, a perda de eficiência decorrente da assimetria de informação é pequena. Por exemplo, imagine que você vai a um restaurante e o garçom lhe assegura que lá naquele estabelecimento é servido o melhor peixe de bacalhau da cidade. Entretanto, quando o prato chega, você entende que aquilo não era verdade. Houve uma assimetria de informação, pois o garçom sabia como era a comida do restaurante e você não sabia. Neste exemplo, você, ingênuo, foi influenciado pela opinião do garçom, que no caso era errada. Assim, a decisão econômica tomada foi embasada em informação imperfeita, o que é ineficiente economicamente. Mas, neste exemplo, o problema de assimetria de informação ocorrido não chega a ser um grande problema, pois a perda de eficiência é pequena. O máximo que acontecerá será você não voltar mais àquele estabelecimento.

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No entanto, imagine se uma empresa farmacêutica vende um

remédio que ela diz curar o câncer, mas, na verdade, o remédio faz é piorá-lo! Neste caso, a assimetria de informação existente é um problema grave, bem mais grave que aquele visto no exemplo do restaurante. Assim, uma das mais importantes atribuições do governo é identificar essas áreas onde as deficiências de informação são economicamente significativas (setor financeiro, farmacêutico, etc) e, então, descobrir soluções apropriadas.

Vamos a outro exemplo. Imagine o mercado de carros usados.

Neste, o vendedor detém informação privilegiada a respeito do carro que está tentando lhe vender. Neste caso, o comprador está em posição de desvantagem, pois é a parte menos informada.

O vendedor sabe o histórico do carro, os seus problemas, quem era o antigo dono, porque o carro está sendo posto à venda, a verdadeira quilometragem do carro, etc. Já o comprador não sabe nada e é obrigado a confiar na palavra do vendedor, que, obviamente dirá o seguinte sobre o veículo: que o carro teve único dono, era carro “de madame”, nunca deu problema, as revisões foram todas feitas em concessionária, o carro é “filé”, oportunidade imperdível, um bocado de gente já está querendo comprar, etc.

Logo, percebe-se que há uma assimetria nas informações, um agente da transação tem mais informações que o outro. Isso, conforme sabemos, fere um dos pressupostos dos mercados competitivos, levando, portanto, a falhas de mercado.

Até o momento vimos somente exemplos onde o consumidor é a

pessoa com menos informações, mas o inverso também pode ocorrer. No mercado de seguros, o seguro é obrigado a confiar nas informações que o consumidor passa (se tem o carro “dorme” em garagem fechada, a quilometragem rodada por mês, se utiliza o carro para trabalho, etc). Nos planos de saúde, a empresa também é obrigada a confiar nas informações que o consumidor passa (especialmente, em relação às doenças preexistentes).

A informação assimétrica gera, nas relações econômicas, a seleção

adversa e o risco moral. c.3.1) Seleção adversa

A seleção adversa é um problema pré-contratual. Imaginemos como primeiro exemplo o mercado de carros usados. Neste mercado, existe uma grande diferença no padrão de carros. Às vezes, temos dois

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carros com características bem semelhantes, produzidos pela mesma montadora, mesmo ano de fabricação, entretanto, mesmo assim, pode haver grandes diferenças na qualidade dos dois carros. Isso decorre obviamente do passado dos carros, tendo em vista que são usados.

Neste caso, o vendedor tem as informações privilegiadas, é o lado

com mais informações. O resultado deste tipo de assimetria de informação é que os consumidores ficam muito desconfiados em relação ao que os vendedores dizem sobre os carros. Aliás, todos dizem as mesmas coisas (que já foram citadas aqui no texto).

O maior problema é que negócios de compra e venda de carros

usados podem ser dificultados por causa desta assimetria de informações. Por exemplo, a compra e a venda de carros usados em excelentes condições podem não sair porque o vendedor não consegue convencer o comprador de que seu carro não é de má qualidade. Afinal, o discurso de venda é sempre o mesmo... então, quando ele é realmente verdade, isso não acaba sendo percebido pelo consumidor. O resultado é que, mesmo que o carro seja bom, o comprador vai querer pagar um valor de carro usado em más condições.

Ao mesmo tempo, se o comprador do carro não tem como saber a

qualidade do carro, não há o que vendedor do carro bom possa dizer que o vendedor do carro ruim também não possa (rs!). Assim, se o vendedor cobrar um preço acima da média porque o carro usado é bom, os carros bons podem não ser vendidos para os consumidores que lhe atribuem o maior valor, ou até mesmo podem ficar fora do mercado, ao não conseguirem se diferenciar dos carros ruins.

Vem daí o nome seleção adversa. Como existem carros ruins, os

bons carros podem ficar fora do mercado ao não conseguirem se diferenciar daqueles.

Agora, tomemos como exemplo o mercado de crédito, onde

determinada firma (um banco ou uma financeira) deseja emprestar determinada quantia de dinheiro. Obviamente, os bancos gostariam de emprestar dinheiro somente aos bons pagadores, mas o problema é que quem vai ao banco em busca de empréstimos sabe mais do que o banco sobre a sua real possibilidade e disposição de honrar o empréstimo. Se o gerente do banco perguntar:

Gerente: - Meu filho, você vai pagar esse empréstimo? Bom pagador: - SIM! Fique tranquilo quanto a isto, meu gerente! Mau pagador: - SIM! Fique tranquilo quanto a isto, meu gerente!

Ou seja, o bom e o mau pagador vão dizer a mesma coisa: que vão pagar o empréstimo. O resultado disso é que os bons devedores (que

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pretendem e vão pagar o empréstimo) são os prejudicados. A existência de maus devedores entre os bens devedores faz com que os bancos cobrem juros mais elevados de TODOS. Novamente, há um problema de seleção adversa: porque existem maus pagadores, os juros são mais altos, mas juros mais altos selecionam adversamente aqueles que já são mais propensos a dar o calote.

Veja que o âmago do problema é o mesmo do mercado de

automóveis usados. Uma das partes, antes de fechar o negócio, tem menos informações do que a outra; e isso distorce os preços cobrados pelos produtos, assim como as próprias quantidades transacionadas (compradas e vendidas). O resultado é bem diferente daquilo que seria verificado em um mercado competitivo ou concorrencial. Daí, temos essa falha de mercado, provocadora de ineficiência econômica.

Uma intervenção do governo no sentido de reduzir essa falha de

mercado é a adoção de cadastros, com as informações dos consumidores. Por exemplo, em um cadastro positivo, teríamos a relação de bons pagadores. Em um cadastro negativo, teríamos a relação de maus pagadores. Quanto mais informações o banco tiver sobre as pessoas (se elas sempre foram boas pagadoras, se já deram calote em outro lugar, etc), mais barato será o empréstimo para os bons pagadores, e mais caro (ou difícil) será o empréstimo para os maus pagadores. No caso do mercado de carros usados, se tivéssemos a possibilidade de se avaliar com perfeição o estado dos carros, com certeza, os donos dos carros bons seriam beneficiados e poderiam cobrar preços mais elevados por seus carros.

Este problema também acontece no mercado de seguros de

carros (as firmas, por não conhecerem os compradores, aumentam o valor do prêmio). Nos seguros de saúde, também ocorre. As seguradoras de saúde não conhecem detalhadamente a saúde de seus contratantes (e futuros pacientes). O resultado é que os saudáveis (e que utilizarão pouco o plano de saúde) pagarão pelos que estão com pior de saúde. Veja que, nestes casos, acontece a mesma situação verificada no mercado de crédito: os bons pagam pelos maus!

Enfim, o mais importante é que com informações mais completas,

maior número de transações eficientes ocorreria na economia, e esta falha de mercado (assimetria de informações) seria bastante reduzida. c.3.2) Risco moral

O risco moral (moral hazard) é um problema pós-contratual. Esse problema ocorre quando o fechamento de um negócio modifica o comportamento dos indivíduos, que passam a agir de modo diferente e

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prejudicial para a outra parte, diferentemente daquilo que foi acordado antes do contrato ser fechado.

Assim, uma vez formalizado o contrato, uma das partes passa a

tomar ações indesejáveis sob o ponto de vista contratual. Temos como exemplo o mercado de seguros de carro. Uma vez feito o seguro, o segurado se sente “seguro” em relação ao roubo de carro e não procura evitá-lo de forma mais ostensiva, estacionando-o em lugar conhecidamente perigoso no que se refere a roubo de carros ou deixando de adotar outros cuidados que tomaria se não tivesse contratado o seguro (instalação de trancas, uso de estacionamentos particulares, etc). Afinal, para que se aborrecer com a verificação do estado do extintor de incêndio, ou estacionando em um lugar seguro à noite, se a seguradora é quem arcará com os custos se o carro pegar fogo ou for roubado?

Como consequência, os prêmios de seguro tendem a aumentar, pois

mais carros são roubados, em virtude da falta de cuidado de seus donos ao contratar os seguros. Uma maneira que o mercado de seguros de automóveis encontrou de reduzir o risco moral é o pagamento de uma franquia. Se o segurado bate o carro, ele precisa arcar com parte dos gastos, previamente acordada em contrato. Isto reduz o risco moral, pois aumenta os seus incentivos para dirigir prudentemente.

É interessante você notar que alguns mercados podem apresentar

ambos os problemas de informação assimétrica: risco moral e seleção adversa.

No mercado de seguros de automóveis, por exemplo, há seleção

adversa antes da contratação do seguro, pois as firmas não conhecem o perfil de seu contratante. Depois da contratação do seguro, o segurado pode se sentir incentivado a mudar o comportamento (fica mais relaxado nos cuidados com o carro). Aí, nós temos o risco moral.

Dica estratégica: Seleção adversa: é relevante no período que

precede a transação (é um problema pré-contratual).

Risco moral: é relevante no período que se faz sentir depois de concretizada a transação (ou assinado o contrato). É um problema pós-contratual.

Um exemplo interessante de risco moral ocorre no mercado de trabalho. Determinados empregados, após a contratação, podem começar a fazer corpo mole no trabalho. Uma saída que as empresas têm

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encontrado para reduzir este problema é o oferecimento de salários maiores (salários de eficiência) para reduzir este corpo mole após a contratação. Assim, pagando salários maiores, a empresa reduz o risco moral, pois o empregado sente que tem muito a perder se fizer corpo mole no trabalho. Um outro exemplo está no filme “Wall Street: o dinheiro nunca dorme”. O personagem de Gordon Gekko (Michael Douglas) lança um livro que, entre outras coisas, fala da crise financeira de 2008, onde os gestores de fundos foram irresponsáveis com o dinheiro da população. Ou seja, um problema pós-contratual, risco moral, onde um aplicador coloca seu dinheiro em um fundo, e o gestor deste fundo age irresponsavelmente, gerando perdas para os investidores. Na sessão de autógrafos do livro, uma senhora leva o livro ao Sr. Gordon Gekko e pergunta para ele: “O que é risco moral?”. Ele responde: “É quando alguém pega o seu dinheiro e não toma conta dele direito.” Acho que era mais ou menos isso (rs!)... já faz algum tempo que vi o filme e minha memória, às vezes, tem me traído! Mas a ideia é esta. Depois de assinado o contrato, os incentivos são alterados e daí surge o risco moral. Se você ainda viu o filme, veja, depois que passar no concurso, é claro.

Nos casos de falhas de informação (seleção adversa ou risco moral), a intervenção do Estado justifica-se em razão de o mercado por si só não fornecer dados suficientes para que os agentes tomem suas decisões racionalmente. Uma forma de ação do Estado poderia ser a montagem de um cadastro de inadimplentes, ou um cadastro de empresas que sofreram processos na justiça por problemas contratuais. Enfim, qualquer ação que torne mais eficiente o fluxo de informações na economia será desejável a fim de eliminar ou reduzir essa falha de mercado. Pessoal... agora, seguem outras falhas de mercado que, apesar de não expressas no edital, aconselho serem lidas. São bem simples. Não custa nada dar uma lida, ok?!

c.4) PODER DE MERCADO A existência de produtores e consumidores atomizados como é suposto na concorrência perfeita (todos são pequenos em relação ao mercado, de forma que qualquer um será um tomador de preço do mercado) nem sempre é possível. Aliás, esta característica, que é inerente aos mercados competitivos, não é comum no mundo em que vivemos. O que há, em geral, são mercados não competitivos, como, por exemplo, o monopólio e o oligopólio.

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Essas estruturas de mercado fazem o nível de produção ser menor e o preço ser maior8 que aquele verificado na concorrência perfeita, o que certamente prejudica um grande número de consumidores em detrimento da maximização de lucros de uma pequena parcela da sociedade. Nesse sentido, é papel do governo limitar o poder de mercado das firmas, por meio da regulação de mercados, assunto que será tratado com todos os detalhes mais à frente em nosso curso, ok?!

c.5. Mercados incompletos

Às vezes um bem X pode ser demandado pela sociedade, o seu custo de produção pode estar abaixo do preço que os potenciais consumidores estariam dispostos a pagar e, mesmo assim, este bem pode simplesmente não ser produzido. Neste caso, temos um mercado incompleto (o bem X não é ofertado, apesar de todas as condições favoráveis e de existir demanda para o bem).

Esta falha ocorre porque, mesmo que se trate de atividade típica de mercado e tenha expectativa de lucros, nem sempre o setor privado está disposto a assumir riscos. Outra situação que pode impedir a produção é a falta de recursos do setor privado, ao mesmo tempo em que os empresários não conseguem financiar a atividade mediante a utilização do sistema financeiro, pelo fato do governo não disponibilizar créditos de longo prazo para a atividade produtiva9.

Alguns autores apontam ainda a instabilidade política como um fator a explicar a ocorrência desta falha de mercado. Países onde ocorrem muitas revoluções, reviravoltas no poder ou não há garantia ao direito de propriedade (é comum o Estado se apropriar dos bens privados), é comum a existência de mercados incompletos.

Uma intervenção alocativa a fim de evitar tal falha, seria a disponibilização de crédito ao setor privado, ou ainda, a própria produção do bem pelo setor público, através das empresas estatais. No início da industrialização brasileira, o uso de empresas estatais foi a saída encontrada para produzir bens que não seriam produzidos pela iniciativa privada (telefonia, energia elétrica, água, etc).

c.6. Riscos pesados

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Há algumas atividades que são demasiadamente arriscadas. Por exemplo, as empresas privadas poderiam não investir na tecnologia espacial, na energia atômica (como fonte de energia elétrica) ou na descoberta da cura da AIDS, porque tais investimentos seriam bastante elevados. Os custos das pesquisas e o tempo necessário para colher os lucros poderiam ser altamente elevados. Aliás, ainda haveria o risco das pesquisas não obterem êxito (a cura da AIDS não ser descoberta, a energia atômica não ser desenvolvida, etc). Neste caso, os prejuízos seriam imensos.

Assim, em virtude dos riscos pesados, é necessária a intervenção do governo para incentivar esses investimentos. Tal intervenção poderia acontecer mediante contratos de pesquisa com empresas privadas, concessão de subsídios, isenção de impostos, doação de bens, etc.

c.7. Desemprego e inflação

Inflação é o aumento generalizado de preços. Desemprego é a situação em que há certa quantidade de pessoas que quer trabalhar mas não encontra emprego. Assim, fica claro que estes são dois (grandes) problemas existentes no mercado. De uma forma geral, podemos até dizer que são as falhas de mercado que merecem a maior parte das atenções por parte do governo (junto com os bens públicos) e da população.

A intervenção governamental é desejável pois os mercados livres não são capazes de solucionar esses problemas (inflação e desemprego) sozinhos. Nesse sentido, é recomendável a ação estatal a fim de manter a economia funcionando o mais próximo possível do pleno emprego (sem desemprego) e com estabilidade de preços (sem inflação).

Finalmente, devemos comentar ainda que há situações em que as falhas de mercado e as intervenções do governo acontecem ao mesmo tempo em vários dos aspectos mencionados. Por exemplo, ao subsidiar uma pesquisa para a descoberta de um remédio importante para a saúde pública, o governo estará criando uma externalidade positiva e, simultaneamente, reduzindo um risco pesado. Poderá, também, estar suprindo um mercado incompleto, além de criar empregos (combate à falha de mercado desemprego).

Segue uma relação exemplificativa de medidas de função alocativa:

FUNÇÃO ALOCATIVA:

Produção de bens públicos. Redução de externalidades negativas. Incentivo às externalidades positivas. Redução de assimetrias de informação. Melhorias na alocação e re-alocação de recursos (alteração na oferta das empresas privadas).

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Melhoria da eficiência econômica. Combate à concentração de mercado (redução do poder de mercado).

2.2. FUNÇÃO DISTRIBUTIVA (ou REDISTRIBUTIVA)

Diz respeito a mecanismos para buscar um nível de distribuição de riqueza ideal, baseado em crenças, valores e premissas que determinem essa distribuição, de acordo com a cultura de cada sociedade.

O instrumento mais utilizado e mais famoso de distribuição é o

sistema de tributos e transferências, especialmente os tributos progressivos (aqueles que quem possui mais renda paga mais tributos). Além disso, o Estado poderá utilizar-se de outros expedientes como a política de subsídios, salário mínimo, proteção tarifária, renúncia fiscal, entre outros. Recentemente, o programa Bolsa-família é o exemplo mais clássico de política de distribuição de renda.

Cabe ressaltar ainda que muitas vezes, por meio da função

alocativa, o governo realiza também redistribuição de renda. Por exemplo, ao promover a alocação de recursos (função alocativa) na produção de bens públicos ou meritórios como saúde, educação, segurança e transporte, que beneficiam as camadas mais pobres da população, estará redistribuindo renda.

Neste último caso, se algo neste sentido cair em prova, o que você

responderá? Caso caia em prova algo relacionado à alocação de recursos (produção de bens públicos ou semi-públicos), e você tenha que escolher uma função de governo, escolha a função alocativa, que é a mais atuante nesta situação. Agora, se aparecer itens como aqueles em negrito citados 02 parágrafos acima, não há o que pensar: é função distributiva!

2.3. FUNÇÃO ESTABILIZADORA

Destina-se ao atingimento e/ou manutenção da estabilidade econômica. Como já foi comentado no início da aula, o funcionamento do sistema de mercado não é por si só capaz de assegurar altos níveis de emprego, estabilidade de preços e altas taxas de crescimento econômico.

Assim sendo, a intervenção do governo pode ser importante no

sentido de proteger a economia de flutuações indesejadas, caracterizadas por alto nível de desemprego e/ou alto nível de inflação. Para isso, o governo utiliza instrumentos de política macroeconômica (políticas fiscal e monetária), visando à manutenção de níveis adequados de emprego, renda, inflação, taxa de câmbio, contas externas, endividamento público, etc.

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A função estabilizadora também é chamada, às vezes, de anti-

cíclica no sentido de que o governo adota medidas para controlar ou ir contra o ciclo. Assim, se a economia cresce10 demais, o governo adota medidas para conter esse crescimento. Se a economia entra em recessão, o governo adota medidas para fazer com que a economia cresça.

Um exemplo clássico de atuação do governo que se encaixa como

função estabilizadora e que costuma cair em provas é o seguro-desemprego. Ele é um tipo de estabilizador automático da economia. Por exemplo, se ocorrem muitas demissões, ele funciona como elemento que atenua a queda no consumo e, por consequência, na produção, decorrente do desemprego. Isto acontece porque os trabalhadores demitidos recebem a renda do seguro-desemprego.

Uma dúvida que pode surgir em sua cabeça é a seguinte. O

desemprego e a inflação são considerados falhas de mercados. E nós dissemos que a redução de falhas de mercado é caracterizada como função alocativa, certo?! Sim! Neste sentido, o combate ao desemprego e à inflação seria enquadrado como função alocativa, certo?! Sim!

Mas vimos também que o combate ao desemprego e à inflação

também pode ser enquadrado como função estabilizadora, certo?! Sim! Mas e aí? Se cair na prova para enquadrar o combate ao

desemprego e à inflação, e tivermos que escolher entre função alocativa e função estabilizadora, o que fazemos? Neste caso, escolhemos a função estabilizadora, pois é a que mais se coaduna com os combates à inflação e ao desemprego.

Assim, você deve entender que, a grande maioria das vezes em que

governo atuar junto à economia, ele provavelmente estará cumprindo as três funções ao mesmo tempo. Então, observe que é muito comum uma ação do governo englobar várias funções ao mesmo tempo. Por exemplo, suponha que o governo decida fazer uma barragem no Nordeste para suprir a falta de água da região.

Observe que a construção desta barragem engloba:

a) Função alocativa (pois é oferta de bens públicos); b) Função estabilizadora (pois o governo está aumentando o gasto

público ! política fiscal expansiva); c) Função distributiva (está privilegiando uma região menos favorecida

do Brasil).

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Então, se cair na prova para avaliar como verdadeiro ou falso se uma obra pública semelhante a esta que citamos é função estabilizadora, você deve assinalar como verdadeiro. Se cair na prova para avaliar se é função alocativa, você também marca verdadeiro. Se cair na prova para avaliar se é função redistributiva, você também marca verdadeiro.

Agora, se você tiver que escolher uma das três funções, deve

escolher aquela função que mais se identifica com a ação governamental em discussão. Neste caso, temos que ir pela "mais certa" (rs!). Quando temos produção de bens públicos, a função que mais se destaca é a "função alocativa". Assim, neste exemplo, em um contexto de questão de múltipla escolha, se você tivesse que escolher apenas uma função, deveria escolher função alocativa. Mas isto não significa que as outras funções também não estariam sendo satisfeitas.

3. PAPÉIS DO ESTADO

Ao longo da história da economia brasileira, o Estado assumiu

diferentes papéis. Freqüentemente, o Estado assumia vários papéis simultaneamente. Especialmente durante os anos 60 e 70, houve três papéis principais que se destacaram, mas que permanecem até hoje. O primeiro papel foi de Estado regulador. Ele ocorre quando por meio de normas e exigências do cumprimento delas o Estado busca um comportamento econômico que atenda o bem-estar social. Esse papel regulador tinha como objetivos: Reduzir importações (já que, em um determinado momento da Economia Brasileira, o Estado as queria substituir por meio da política de substituição de importações); Diversificar e ampliar as exportações; reduzir a dependência do petróleo; estimular o desenvolvimento agrícola e industrial do país e proteger as firmas nacionais. Um outro papel que é destacado pela literatura especializada é o de Estado Financiador, que concentrava suas atividades em bancos comerciais como a Caixa, o Banco do Brasil e o BNDES. O objetivo de tais instituições era o de viabilizar financeiramente a infraestrutura que o país necessitava em épocas passadas. Esses bancos subsidiavam empréstimos a setores estratégicos e estendiam o prazo para pagamento, tudo para atender a política econômica do governo. O terceiro e último papel é do Estado produtor. Evidenciado pela própria atuação das empresas estatais, esse papel é a face mais visível da intervenção estatal na economia. Existiam no Brasil empresas de mineração, metalurgia, química, de transformação, entre outras. O Estado produzia diretamente o que o país necessitava e, assim, supria a lacuna deixada pelo setor privado que, em períodos anteriores, não tinha

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interesse em explorar alguns setores. Os principais períodos em que esse papel ficou evidente foram durante o governo Getúlio Vargas e durante o governo Juscelino Kubitschek.

Para esse ponto, guarde o seguinte: Estado produtor é o Estado que produz diretamente bens e serviços à sociedade. Estado Financiador é o Estado que cria condições para que haja financiamento por meio de empresas estatais. Estado regulador é o Estado mais ausente na economia, que passa atividades à iniciativa privada e apenas regula e fiscaliza os mercados. Atualmente, o Estado brasileiro está presente nas três formas na economia do Brasil. Há elementos para identificarmos os 3 papéis como presentes na realidade brasileira. Alguns autores, no entanto, afirmam que o Brasil possui uma tendência de ampliar o papel de Estado regulador e diminuir os outros dois. 4. NECESSIDADES PÚBLICAS, ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO E FINANCIAMENTO DO CRÉDITO PÚBLICO. 4.1 Atividade Financeira do Estado Existem algumas necessidades do ser humano que não podem ser satisfeitas por indivíduos ou grupos, sozinhos. Essas necessidades são chamadas de necessidades públicas que, segundo Baleeiro, são aquelas que, por sua natureza, só encontram satisfação eficaz pela ação coordenada do grupo, quer seja voluntária, quer seja coativa a participação dos indivíduos que o formam. Para essas necessidades, temos o Estado como principal agente voltado a atender esses anseios políticos, sociais, econômicos e administrativos, entre outros. Essas necessidades têm, portanto, duas características. A primeira é que elas são necessidades não individuais, ou seja, são necessidades coletivas, referentes à população como um todo e não apenas a parte dela. A segunda é que para satisfazer as necessidades públicas o estado conta com seu poder de coação, ou seja, o Estado usa da coercibilidade para obter riquezas que possam suprir essas necessidades. Além dessas características, temos também dois tipos de necessidades públicas. O primeiro representa as Necessidades Sociais (supridas por consumo em quantidades iguais e sem exclusão no consumo entre cidadãos, como, por exemplo, a segurança nacional, a Justiça, a iluminação das praças, etc.). O segundo tipo de necessidade representa as Necessidades Meritórias, que são aquelas parcialmente atendidas pela iniciativa privada (como Saúde e Educação), mas que o Estado incentiva a oferta desses bens/serviços porque eles são de grande

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benefício para a sociedade e também oferta diretamente esses bens para a parcela da sociedade que não pode pagar pelos serviços privados.

Seja de que tipo a necessidade for, para que o Estado consiga prover os bens/serviços necessários a atender essas demandas, são necessários recursos. A atividade financeira do Estado consiste, então, em obter, gastar, gerir e criar o dinheiro que seja necessário para atender as necessidades públicas. Quando o Estado obtém recursos, temos a receita pública. Quando ele gasta, temos a despesa pública. Quando o Estado procura gerir os recursos a sua disposição, temos o orçamento público. Por fim, quando é necessário “criar” recursos, toma lugar o crédito público. 4.1.1 Receita Pública Em sentido amplo, é o ingresso de dinheiro que ocorre nos cofres públicos de maneira permanente. Ou seja, são recursos que entram definitivamente no patrimônio do Estado e aumentam as disponibilidades do tesouro. Basicamente, as receitas públicas mais atuais consistem em tributos, transferências, rendas produzidas pelo próprio Estado e doações. A principal receita do governo advém dos Tributos. 4.1.2 Despesa Pública É a aplicação de quantia em dinheiro para execução de uma finalidade a cargo do Estado. Por certo que essa aplicação necessita ser dada por agente público competente e após autorização legislativa. As despesas públicas podem ser voltadas ao custeio do governo (despesas com pessoal, com a manutenção das repartições e dos órgãos públicos) ou a investimentos (construção de obras, etc). Existem também outros tipos de despesas, mas essas duas são as principais. Podemos perceber que as despesas de custeio são menos benéficas para a sociedade do que os investimentos, por exemplo. O que ocorre é que quando o Estado gasta com custeio ele está gastando consigo mesmo e não para a sociedade em geral. Por outro lado, quando o Estado investe na construção de uma escola ou um hospital, despesas públicas com investimentos, há um maior retorno social, bem como uma maior percepção das pessoas sobre as atividades do Estado e suas reais prioridades e finalidades.

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4.1.3 Orçamento Público O orçamento público é um documento que contém as receitas previstas e as despesas fixadas para um período determinado (normalmente, um ano). Recentemente, há uma evolução da teoria do orçamento público para poder utilizar esse instrumento como objeto de planejamento da atividade estatal. Esse conceito é chamado de Orçamento-Programa, que é o Orçamento expresso em programas, projetos, atividades a cargo do Estado, contando com indicadores para medição do cumprimento das metas estabelecidas. O orçamento público como instrumento de intervenção do Estado na economia é uma idéia associada a Keynes, como já vimos no começo dessa aula, pois o Orçamento Público é uma forma do Estado controlar, por exemplo, o nível de investimento da Economia. Keynes defendia que em momentos de crise econômica o Estado devia operar sob déficit orçamentário para reduzir os efeitos das crises.

Esse tema é muitíssimo amplo e é estudado na disciplina “Orçamento Público” ou “Administração Financeira e Orçamentária”. Assim, maiores detalhes são estudados na disciplina de AFO, que cai no concurso de Agente da PF com o nome de Noções de Administração, mas com somente alguns poucos tópicos (uma salva de palmas! Rs!).

4.1.4 Crédito Público Um dos processos pelos quais o Estado pode obter uma receita pública. Ou como alguns autores preferem, quando o Estado “cria” uma receita pública. A diferença é que o crédito público é temporário, ou seja, precisa ser devolvido. O Crédito Público é obtido de forma contratual (o Estado não usa o seu poder de coerção como no caso dos Tributos, ele age no mesmo nível do particular, por meio de um contrato) em que o Estado obtém um empréstimo mediante promessa de reembolso. É através do crédito público que o Estado aumenta sua dívida. Quando o Estado gasta mais do que arrecada, ele precisa recompor essa diferença por meio de uma operação de crédito. É que como a Lei de Responsabilidade Fiscal exige que tenhamos equilíbrio entre Receitas e Despesas, esse equilíbrio é obtido através de empréstimos. A maioria esmagadora da doutrina critica esse comportamento, pois não temos um equilíbrio real entre receitas e despesas, temos apenas um equilíbrio “formal” no orçamento.

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Não é que a Lei de Responsabilidade esteja errada, é que o comportamento de nossos governantes é inadequado. Para vocês terem uma idéia, o Orçamento já é elaborado com as despesas maiores que as receitas e aí, para cobrir a diferença, são feitas operações de crédito. Quando o Estado obtém um empréstimo, ele está se financiando. Mas nem todos os tipos de financiamento são obtidos por empréstimos. Apresentamos abaixo os principais instrumentos de financiamento do setor público, em ordem de importância:

• Impostos (tributação); • Aumento do endividamento (emissão de títulos públicos); • Emissões monetárias (receita de senhoriagem).

Em relação a estes itens, apenas não estudaremos o referente à

tributação, pois não é exigido no edital (no entanto, teremos algumas noções quando estudarmos a política fiscal). A questão do “endividamento” via títulos será trazida quando estudarmos a aula sobre política monetária. A questão da receita de senhoriagem como forma de arrecadar recursos (arrecadação fiscal) também será vista na aula sobre política monetária. 4.2 Impactos do crédito público Como vimos, quando o Estado gasta além do que arrecada, ocorre um déficit. O déficit leva o país a se endividar para manter o nível de investimentos do Estado no patamar definido como adequado. Quando um país possui déficits ele está fazendo política fiscal expansionista. Ou seja, está ano após ano expandindo mais seus gastos do que a receita. Um déficit público estrutural (que se mantém ao longo do tempo) pode ser um entrave ao desenvolvimento econômico do país, pois aumenta a dívida pública e provoca aumento das taxas de juros; assim, ao aumentar a taxa de juros, o governo se endivida ainda mais. Veremos esses efeitos na aula 4, que é sobre Déficit Público, entre outros assuntos. Esse aumento da taxa de juros pode levar a uma desconfiança na capacidade de pagamento do governo e irá afetar o crescimento da economia, conduzindo o país para um quadro de recessão, elevação da inadimplência e desemprego. Além de tudo isso, a expansão dos gastos do governo leva também a pressões inflacionárias e quando há pressões inflacionárias, o Bacen pode adotar uma política monetária restritiva elevando a taxa de juros (veremos esse assunto na aula sobre política monetária). No entanto, esse aumento da taxa de juros eleva o montante

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de juros a ser pago pelo Estado, aumentando novamente as obrigações estatais.

Além de disso, na presença de um déficit público, os governantes ficam tentados a aumentar as receitas via aumento dos tributos.

Quando o crédito público é usado de forma indevida, ele ainda ocasiona problemas de ordem social. Quando há aumento do déficit, o governo gasta mais de seus recursos com o pagamento dos juros da dívida, ou seja, ele deixa de gastar com questões que atendem grande parte da população (educação, saúde, etc) para gastar com uma pequena parte da população (quem empresta o dinheiro ao governo).

Apenas a título de curiosidade, o Orçamento do ano de 2014 do Governo Federal prevê para a educação 82,3 bilhões de reais. Para o refinanciamento da dívida, o Orçamento destina 654,7 bilhões de reais.

Bem pessoal, com isso terminamos nossa aula demonstrativa!

Esperamos que vocês tenham gostado e que nos acompanhem até o final do curso.

Na próxima aula, veremos os conceitos referentes às políticas fiscal

e monetária (assunto bem difícil, mas muito bacana!) Abraços e bons estudos!!! Heber Carvalho e Jetro Coutinho

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

01. (Cespe – Agente - Polícia Federal - 2012) Os governos exercem função alocativa para corrigir a alocação de recursos utilizados na produção de bens geradores de externalidades negativas; na presença de externalidades positivas, a intervenção governamental é desnecessária. COMENTÁRIOS: No quadrinho sobre função alocativa na página 16, vimos que o governo também incentiva as externalidades positivas, assim, a intervenção governamental não é desnecessária. Muito pelo contrário, o governo intervém para incentivar as externalidades positivas. GABARITO: ERRADO 02. (Cespe - Engenheiro Civil - MI – 2013) Oferecer bens e serviços públicos puros que não seriam oferecidos pelo mercado é uma função alocativa do orçamento público. COMENTÁRIOS: Como vimos, provisão de bens públicos é, de fato, competência da função alocativa. GABARITO: CERTO 03. (Cespe - Assistente Adm. – FUB – 2013) O Estado, no cumprimento das suas atribuições econômicas alocativa, distributiva e estabilizadora, tem como principal fonte de receita a exploração do patrimônio público com a geração de bens e serviços. COMENTÁRIOS: Erradíssima! A principal fonte de receita, como vimos em aula, é caracterizada pelos Tributos, não pela exploração do patrimônio público. GABARITO: ERRADO 04. (Cespe - Administrador – MJ – 2013) A intervenção direta do setor público em setores de infraestrutura, que caracteriza o exercício da função alocativa, justifica-se pela dificuldade do setor privado para aplicar recursos em projetos de grande porte. COMENTÁRIOS: Exatamente! Como vimos em aula, o governo pode, dada essa dificuldade do setor privado, conceder financiamentos para os setores de

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infraestrutura. Ainda, e com o papel produtor, o Estado pode criar empresas para diretamente explorarem o setor de infraestrutura. Em ambas as hipóteses, o Estado exerce a função alocativa. GABARITO: CERTO 05. (Cespe - Analista de infraestrutura - MPOG - 2012 adaptada) Em uma economia, a redistribuição da renda pode ser promovida por meio da tributação de bens e serviços. COMENTÁRIOS: Certíssimo. Os tributos são uma forma de redistribuição da renda na sociedade, pois permitem que os que mais auferem renda paguem mais impostos. Então, o governo pode, por meio das transferências, redistribuir a renda dos mais abastados para os mais pobres. GABARITO: CERTO 06. (Cespe – Téc. Científico – Economia - BASA – 2012) Com relação ao Plano de Metas, elaborado e implementado pelo governo Juscelino Kubitschek, julgue os itens seguintes.

O Estado assumiu, explicitamente, seu papel de produtor, responsabilizando-se pelo controle da produção de certos insumos básicos, como, por exemplo, petróleo, aço e energia elétrica.

COMENTÁRIOS: O papel de produtor leva o Estado à explorar diretamente alguns setores da Economia. No caso brasileiro, petróleo, aço e energia elétrica foram alguns deles, por meio da Petrobrás, Vale do Rio Doce e Eletrobrás. GABARITO: CERTO 07. (Cespe – Assist. em Adm. – FUB – 2013) Acerca do orçamento e da administração financeira aplicada ao setor público, julgue os itens subsecutivos. A atividade financeira do Estado, em sua maior parte, compreende o desenvolvimento das atividades políticas, sociais, econômicas e administrativas, que constituem sua finalidade precípua. COMENTÁRIOS: Exatamente isso. A atividade financeira do Estado tem como base angariar, despender e gerir recursos para possibilitar ao Estado desenvolver as atividades principais do Estado. GABARITO: CERTO

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08. (Cespe – Ag. Téc. de Inteligência – ABIN - 2010) Com relação à prática orçamentária no Brasil, julgue os itens subsequentes. A ocorrência de deficit frequente na atividade financeira do Estado constitui prova de que o orçamento, no âmbito do governo federal, não observa o princípio do equilíbrio entre receitas e despesas. COMENTÁRIOS: Esse item foi motivo de polêmica à época da prova. Vimos durante a aula que não há um equilíbrio REAL entre receitas e despesas, apenas um equilíbrio formal, suprido pelas operações de crédito. No entanto, o Cespe considerou esse equilíbrio formal como suficiente para atender ao equilíbrio entre receitas e despesas. GABARITO: ERRADO 09. (Cespe – AUFC – TCU – 2008) A teoria de finanças públicas consagra ao Estado o desempenho de três funções primordiais: alocativa, distributiva, e estabilizadora. A função distributiva deriva da incapacidade do mercado de suprir a sociedade de bens e serviços de consumo coletivo. Como esses bens e serviços são indispensáveis para a sociedade, cabe ao Estado destinar recursos de seu orçamento para produzi-los e satisfazer sua demanda. COMENTÁRIOS: Na verdade, a função que deriva da incapacidade do mercado de suprir a sociedade de bens e serviços é a função alocativa (e não a distributiva como afirma a questão). GABARITO: ERRADO 10. (Cespe – Ag. Téc. de Inteligência – ABIN - 2010) A ação do governo por meio da política fiscal abrange as funções alocativa, distributiva e fiscalizadora. COMENTÁRIOS: Na verdade, a ação do governo abrange as funções alocativa, distributiva e estabilizadora (a questão fala em fiscalizadora). GABARITO: ERRADO 11. (Cespe – Téc. Adm. – ANEEL – 2010) O orçamento público federal pode ser utilizado como ferramenta de controle econômico, pois possui função alocativa, ou seja, busca ajustar o nível geral de preços e de empregos do mercado.

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COMENTÁRIOS: A função que busca ajusta o nível geral de preços e de empregos no mercado é a função estabilizadora, não a alocativa. GABARITO: ERRADO 12. (Cespe – ACE – TCDF – 2011) As funções econômicas governamentais são alocativa, distributiva e estabilizadora. Um exemplo de função estabilizadora são os gastos com educação, com saúde e com segurança pública. COMENTÁRIOS: Os gastos com educação, saúde e segurança pública são provenientes da função alocativa e não da estabilizadora. GABARITO: ERRADO 13. (Cespe – TNS – MPOG – 2013) A União exerce a função alocativa quando adota medidas e realiza investimentos para criar condições favoráveis que permitam ao setor privado oferecer produtos à sociedade. COMENTÁRIOS: Corretíssima! Quando o Governo permite ao setor privado oferecer produtos ao setor privados, seja por financiamentos, investimentos ou outros instrumentos, ele exerce a função alocativa. GABARITO: CERTO 14. (Cespe – Administrador - MJ – 2013) A intervenção direta do setor público em setores de infraestrutura, que caracteriza o exercício da função alocativa, justifica-se pela dificuldade do setor privado para aplicar recursos em projetos de grande porte. COMENTÁRIOS: Exatamente. Como o setor privado tem dificuldade em aplicar recursos em projetos de grande parte, a intervenção do setor público constitui a função alocativa. As PPP’s são um exemplo dessa função. GABARITO: CERTO 15. (Cespe – Assist. em Adm. – FUB – 2013) O Estado, no cumprimento das suas atribuições econômicas alocativa, distributiva e estabilizadora, tem como principal fonte de receita a exploração do patrimônio público com a geração de bens e serviços.

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COMENTÁRIOS: Na verdade, a principal fonte de receita do Estado são os tributos. GABARITO: ERRADO 16. (Cespe – Economista – MTE – 2008) Políticas explícitas de incentivo à indústria no âmbito da política industrial constituem uma forma de o governo exercer suas funções distributiva e estabilizadora, contribuindo, assim, não somente para expandir o PIB, mas também para reduzir as disparidades de renda no conjunto da economia. COMENTÁRIOS: Apesar dessas políticas de incentivo à indústria terem a expansão do PIB ou a redução da disparidade de renda como possíveis resultados, quando o Estado incentiva o setor privado ele está agindo prioritariamente com a função alocativa. GABARITO: ERRADO 17. (Cespe – Administrador – TJ/RR – 2012) Ao determinar o tipo e a quantidade de bens e serviços públicos que devem ser oferecidos, bem como o valor das contribuições de cada consumidor, o governo exerce sua função estabilizadora, mediante a aplicação de uma política monetária. COMENTÁRIOS: Quantidade de bens e serviços públicos são características da função alocativa. GABARITO: ERRADO 18. (Cespe – An. Adm. - ANAC – 2012) A função estabilizadora, que corresponde à utilização dos recursos públicos para estimular a estabilidade macroeconômica do país, é a mais antiga das funções de orçamento público. COMENTÁRIOS: Na verdade, a função estabilizadora é a mais NOVA das três funções governamentais, pois ela veio a ganhar força com as idéias de Keynes para a superação da Grande Depressão, a partir de 1929. GABARITO ERRADO 19. (Cespe – Administrador – MS – 2013) Ao promover ajustamentos na distribuição de renda por meio da entrega

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gratuita de medicamentos à população, o Estado exerce função estabilizadora. COMENTÁRIOS: Ajustes da distribuição de renda pertencem à função distributiva. GABARITO: ERRADO

20. (Cespe – Analista de Infraestrutura – MPOG – 2012 A implementação de política fiscal de aumento de impostos é exemplo de ação estabilizadora do Estado para combater a recessão econômica.

COMENTÁRIOS:

O controle dos impostos para combater a recessão de fato é uma ação estabilizadora. No entanto, para combater a recessão o governo deve diminuir os impostos (política fiscal expansionista) e não aumentar os impostos. Assim, uma ação estabilizadora seria diminuir os impostos. Aumentar os impostos seria uma ação ainda mais desestabilizadora (kkkkkkkk). Ressalvem-se, no entanto, alguns argumentos da escola neoclássica, mas que fogem aos nossos objetivos nesse curso.

GABARITO: ERRADO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG 2009 - As funções do governo expandiram-se de forma considerável nos últimos anos, refletindo a necessidade de intervenção governamental no sistema econômico, assim como as modificações nas preferências da coletividade quanto à intervenção do governo em atividades relacionadas à distribuição de renda. Fernando Rezende. Finanças públicas. 2.ª ed. SP: Atlas, 2001, p. 17 (com adaptações). Tendo como referência o texto acima e considerando o estudo das finanças públicas sobre as funções do Estado, julgue os itens. 21. A chamada função estabilizadora exercida pelo governo visa o provimento de bens públicos para todos os consumidores, em face das imperfeições inerentes à própria lógica de mercado, que determina o tipo e a quantidade de bens públicos a serem ofertados à população. COMENTÁRIOS: O correto seria função alocativa (veja que foi utilizado o termo “bens públicos”). GABARITO: ERRADO 22. A oferta do serviço público de justiça eleitoral é um exemplo de um bem semipúblico, inerente à função estabilizadora exercida

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pelo governo de assegurar condições democráticas no país e estabilidade política. COMENTÁRIOS: A justiça eleitoral é um bem público, pois beneficia a todos, sem exclusão, nem rivalidade no seu consumo. Portanto, o oferta de bens públicos está ligada à função alocativa do governo. GABARITO: ERRADO 23. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - Um mercado perfeito é representado por um mercado fechado, com um pequeno número de compradores e vendedores, os quais trocam informações entre si e negociam uma grande variedade e qualidade de produtos e serviços. COMENTÁRIOS: Questão bem tranquila! Em um mercado perfeito (concorrência perfeita), temos um grande número de compradores e vendedores. Só por aí, está errada a assertiva. Mas temos outros erros: - O mercado de concorrência perfeita é aberto (não há barreiras à entrada); - Os produtos são homogêneos (não há grande variedade na qualidade). GABARITO: ERRADO Com relação ao estudo da teoria da regulação econômica, julgue os itens subsequentes. 24. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - Um caso especial de risco moral associado à assimetria de informação é a teoria agente-principal, em que o principal é a parte mais informada e o agente é a parte menos informada em uma transação. COMENTÁRIOS: A banca inverteu os conceitos. A parte menos informada é o principal, e a parte mais informada é o agente. GABARITO: ERRADO 25. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - A produção direta de bens pelo Estado, a imposição de multas ou impostos e a regulamentação são formas de redução dos efeitos de externalidades negativas. COMENTÁRIOS:

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Questão meramente interpretativa. São inúmeras as formas de o Estado reduzir as externalidades negativas. O enunciado acima trouxe alguns destes variados exemplos. Seguem abaixo algumas contextualizações (das infinitas que são possíveis): - Produção direta de bens: às vezes, o governo pode decidir que é melhor ele mesmo produzir determinado bem, para que haja o menor nível de externalidades possível (exemplo: o governo explorando a energia nuclear). - Multas ou impostos: sobre uma indústria poluidora, ou sobre o cidadão que anda em alta velocidade (tudo isso desestimula a externalidade negativa). - Regulamentação: sobre construções no meio urbano, sobre a exploração de determinadas atividades, etc, etc. GABARITO: CERTO 26. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - De acordo com a teoria econômica, para que se atinja uma situação pareto eficiente é necessária a atuação do Estado como planejador central. COMENTÁRIOS: A situação pareto eficiente é uma situação em que temos o conceito de eficiência econômica. Não é necessária, obrigatoriamente, a atuação do Estado para que tenhamos uma situação pareto eficiente. Às vezes, quando um mercado possui muitas ineficiências (falhas de mercado), a intervenção do Estado pode atenuar essas falhas, melhorando o nível de eficiência. No entanto, para que um mercado atinja o nível de eficiência econômica, não precisamos necessariamente da atuação do Estado. GABARITO: ERRADO 27. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - Pelo princípio da não exclusão, o custo marginal de prover um bem público para um consumidor adicional é zero para qualquer nível de produção. COMENTÁRIOS: Esta questão está errada. Pelo princípio da não rivalidade, o custo marginal de prover um bem público para um consumidor adicional é zero. GABARITO: ERRADO

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28. (CESPE/Unb – Auditor – TCU – 2011) - Bens públicos são aqueles que, embora passíveis de exploração pelo setor privado, têm sua produção assumida pelo Estado, porque constituem uma necessidade coletiva ou estão associados a benefícios sociais importantes. COMENTÁRIOS: A primeira parte da assertiva é correta, pois os bens públicos são passíveis de exploração pelo setor privado. Na verdade, para o bem ser público, ele tem que ser “não rival” e “não exclusivo”. Veja que em nada tem a ver com o fato de ele ser produzido pelo setor público ou privado. É normal que tais bens tenham sua produção assumida pelo governo, exatamente pelas suas características de não rivalidade e não exclusividade. Tais características impossibilitam as empresas privadas de cobrar algum preço pelo uso destes bens. Então, os bens simplesmente podem não ser produzidos pelo setor privado. Observe, então, que em regra o Estado assume a produção dos bens públicos pelo fato de tais bens não interessarem à iniciativa privada, em decorrência da não exclusividade e não rivalidade. Assim, a banca considerou a assertiva errada. No que tange à parte final da assertiva, devemos ainda ressaltar que os bens que possuem um benefício social importante associado a sua produção geralmente são chamados de bens meritórios, ou semi-públicos. GABARITO: ERRADO 29. (Cespe – ACE – TCDF – 2011) A teoria do gasto público e a das funções de governo fundamentam-se nas falhas de mercado, que incluem a existência de bens públicos e os monopólios naturais. COMENTÁRIOS: Exatamente! Bens públicos e os monopólios naturais são exemplo de falhas de mercado e é atribuição do governo atuar, função alocativa, para a redução dessas falhas. GABARITO: CERTO A respeito dos conceitos de que trata a teoria da regulação econômica, que justificam a intervenção do Estado para promover o bem-estar da sociedade, julgue os itens subsequentes. 30. (CESPE – Especialista em Reg. – ANP – 2012) De acordo com o princípio da não exclusão, os bens públicos possibilitam o consumo a um indivíduo ou empresa sem prejuízo aos demais

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integrantes da sociedade, de forma que esses bens são compatíveis com o conceito de mercado perfeitamente competitivo. COMENTÁRIOS: Na verdade, os bens públicos são uma falha de mercado. Por isso, não podem ser considerados compatíveis com um mercado perfeitamente competitivo. GABARITO: ERRADO. 31. (CESPE – Especialista em Reg. – ANP – 2012) Casos em que os benefícios e os custos privados são diferentes dos benefícios e dos custos sociais de uma dada ação de um indivíduo, de uma empresa ou do governo são caracterizados como externalidades. COMENTÁRIOS: Questão correta. De acordo com a situação entre Benefícios e Custos privados/sociais, poderemos classificar a externalidade como positiva ou negativa. GABARITO: CERTO 32. (CESPE – Especialista em Reg. – ANP – 2012) Ainda que o preço que os consumidores estejam dispostos a pagar seja maior que o custo de produção, é possível que um bem ou um serviço não seja ofertado pelo setor privado, o que caracteriza uma falha de mercado denominada mercado incompleto. COMENTÁRIOS: Os mercados incompletos são uma falha de mercado e são caracterizados por uma não oferta de um bem, mesmo que haja condições favoráveis para este bem. GABARITO: CERTO 33. (CESPE – Especialista em Reg. – ANP – 2012) As falhas de mercado podem impedir que a sociedade alcance uma situação de máximo bem-estar social, que é representada pelo conceito de Ótimo de Pareto. COMENTÁRIOS: De fato, as falhas de mercado impedem a sociedade de atingir o Ótimo de pareto. Dessa forma, cabe ao governo procurar aumentar a eficiência para que a sociedade alcance o bem-estar social. GABARITO: CERTO

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34. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações – Área Engenharia Ambiental – 2009) - Em algumas situações, o incremento do transporte aquaviário resulta em externalidades positivas sobre a biodiversidade terrestre. COMENTÁRIOS: O incremento do transporte aquaviário reduz a poluição ambiental, pois esse tipo de transporte é menos poluente que o transporte rodoviário. Neste sentido, há sim uma externalidade positiva em se utilizar o transporte aquaviário. GABARITO: CERTO 35. (CESPE/Unb – Consultor Executivo – Ciências Econômicas – SEFAZ/ES – 2009) - Os níveis de poluição sonora decorrentes de som automotivo, muito comum nos centros urbanos brasileiros, constitui um exemplo típico de externalidade negativa, cujo nível de produção é superior àquele que seria socialmente eficiente. COMENTÁRIOS: Os níveis de poluição sonora podem ser mostrados como exemplo de externalidade negativa, pois aquele que produz o som demasiadamente alto não leva em conta os efeitos sobre terceiros. Temos claramente uma situação em que, além do custo privado, há o custo social que não é levado em conta pelo indivíduo que está produzindo a poluição sonora. Quando isto ocorre, ou seja, quando há um custo social que não é internalizado pelo agente produtor, temos tendência à superoferta do bem, ou a um nível de produção superior àquele oficialmente eficiente. GABARITO: CERTO 36. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde – 2008) - O rodízio entre automóveis adotado na cidade de São Paulo quando os níveis de poluição estão elevados constitui um exemplo de controle de externalidades mediante a utilização de impostos corretivos. COMENTÁRIOS: O excesso de veículos na cidade de São Paulo certamente provoca externalidades negativas (no que tange à poluição e à piora no trânsito). A adoção do rodízio de automóveis constitui um exemplo típico de controle de externalidades, no entanto, o rodízio é uma proibição do dono do veículo circular com o seu veículo em determinado dia da semana. Veja que não se trata de um imposto corretivo. A assertiva está, portanto, errada. Se houvesse a cobrança de um pedágio ou uma taxa

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para cada dono de veículo quando este circulasse com seu automóvel, aí sim teríamos um exemplo de controle de externalidade mediante a utilização de imposto corretivo. GABARITO: ERRADO 37. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - A instalação de aterro controlado próximo de aeroporto justamente por ficar afastado das áreas residenciais não apresenta externalidades em virtude do benefício ambiental e social. COMENTÁRIOS: A instalação de aterro próximo de aeroporto gera um benefício social (levando-se em conta que nos arredores do aeroporto não haja zonas residenciais). Assim, podemos entender que se trata de uma externalidade (positiva). GABARITO: ERRADO 38. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - Nos termos da economia neoclássica, uma externalidade positiva corresponde a um custo social, decorrente de ação econômica, cujos valores não são transacionados pelo mercado e, portanto, não são internalizados pelo agente que a gerou. COMENTÁRIOS: Quando temos um custo social decorrente de ação econômica cujos valores não são internalizados pelo agente que a gerou, temos uma externalidade negativa. A externalidade positiva ocorre quando um benefício social não é internalizado. GABARITO: ERRADO 39. (CESPE/Unb – Analista de Infraestrutura – MPOG – 2010) – As externalidades referem-se a efeitos negativos causados a terceiros (indivíduos, grupos ou natureza), ou seja, àqueles que estão além da relação direta e imediata de um dado conjunto de agentes. COMENTÁRIOS: À primeira vista, pode parecer que a está questão errada, pois o enunciado simplesmente ignorou as externalidades positivas. Parece que só existem as externalidades negativas, não é mesmo!?

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Aprendam isso em relação às questões de Economia do CESPE: sentença incompleta não é sentença errada!

A questão colocou de forma perfeita o conceito de externalidades negativas. No entanto, as externalidades podem ser negativas, quando causam efeitos negativos a terceiros, ou positivas, quando causam efeitos positivos. Veja que o fato de o examinador colocar a definição incompleta (ou confusa), ressaltando apenas o efeito negativo, não torna o gabarito errado. Gabarito: CERTO 40. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado Federal – 2002) - A solução de Coase é afetada pela presença de custos transacionais, que obstaculariza a geração de acordos eficientes entre as partes. COMENTÁRIOS: A redação da assertiva está perfeita. É exatamente a ideia do teorema de Coase. A presença de custos de transação obstaculariza a geração de acordos eficientes, gerando a falha de mercado (no caso, a externalidade). GABARITO: CERTO 41. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado Federal – 2002) - O chamado teorema de Coase assevera que os atores privados podem resolver, de forma eficiente, o problema das externalidades entre si, dependendo apenas da distribuição inicial de direitos entre esses atores. COMENTÁRIOS: Segundo o teorema de Coase, o problema das externalidades pode ser resolvido, desde que não tenhamos custos de transação. Ou seja, mesmo que a distribuição inicial de direitos entre os atores estejam bem definidos (direitos de propriedade bem estabelecidos), se houver custos de transação, o problema das externalidades ainda continuará. GABARITO: ERRADO 42. (CESPE/Unb – Analista Judiciário – Economista – STM – 2011) - Entre os bens públicos puros, inclui-se o ônibus público

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disponibilizado pela prefeitura de uma cidade para realizar transporte escolar gratuito de jovens que morem em áreas rurais, que circule constantemente lotado e tenha demanda represada. COMENTÁRIOS: O ônibus público é não rival somente até certo ponto (até atingir a lotação máxima). E será excludente, pois é possível excluir pessoas de seu consumo (aliás, a roleta é justamente para isso: excluir aqueles que não pagarem a passagem). Assim, não podemos em hipótese alguma definir o ônibus público como bem público puro. Obs: demanda represada significa que há gente querendo pegar esse ônibus, mas não há vagas, pois ele já circula lotado. Essa demanda represada mostra claramente a rivalidade que existe no consumo deste bem. Mas, mesmo que não houvesse essa demanda represada, ainda assim, o ônibus não poderia ser definido como bem público puro (devido à existência do atributo da exclusividade e rivalidade depois de atingida a lotação). GABARITO: ERRADO 43. (CESPE/Unb – Economista – Tribunal de Justiça – 2008) - Em virtude da existência do "carona" (free rider), a provisão privada de bens públicos puros, como iluminação pública e defesa aérea, conduz a níveis de provisão desses serviços superiores àqueles que seriam socialmente eficientes. COMENTÁRIOS: A existência do free rider impede a cobrança pelo uso dos bens públicos. Fica impossível cobrar algum valor de todos aqueles usuários efetivos dos bens públicos. Esse é o cerne do problema do carona. Certamente, devido a isso, a provisão privada (por empresas privadas) destes bens conduziriam a níveis de provisão (produção) inferiores àqueles socialmente eficientes. Afinal, se não é possível cobrar adequadamente pelos serviços, as empresas privadas produziriam em nível inferior àquilo socialmente eficiente. GABARITO: ERRADO 44. (CESPE/Unb – Economista – Controlador de recursos municipais – Vitória/ES – 2008) - A existência de bens públicos puros - não-excludentes e não-rivais - justifica a intervenção do Estado na economia, visto que esses bens não são eficientemente providos pelo setor privado. COMENTÁRIOS:

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Como os bens públicos puros são não excludentes e não rivais, fica impossibilitada a exploração comercial destes bens pela iniciativa privada, pois ela não teria condições de cobrar pelos mesmos, devido ao aparecimento dos caronas (free riders). É por isso, que, economicamente falando, a quase totalidade destes bens é ofertada pelo governo. GABARITO: CERTO 45. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2008) - O financiamento público da pesquisa científica e das ações de saúde pública, voltados para o controle de epidemias, como as que envolvem a dengue e a cólera, justificam-se pelo fato de essas atividades constituírem bens públicos puros. COMENTÁRIOS: A pesquisa científica e as ações de saúde pública voltadas para o controle de epidemias são bens públicos. Observe que estes bens são bens públicos puros, pois são não rivais e não excludentes. Todos, indistintamente, se beneficiam destas pesquisas e destas ações. Por isso, justiça-se o financiamento público destas atividades. GABARITO: CERTO 46. (CESPE/Unb – Economista – Prefeitura de Vila Velha/ES – 2008) - Os bens públicos são não-rivais e exclusivos, pois só o Estado pode provê-los. COMENTÁRIOS: O fato de um bem ser público não guarda relação com quem os produz, mas sim com os atributos da não rivalidade e não exclusividade. GABARITO: ERRADO 47. (CESPE/Unb – Analista em Gestão Pública – Prefeitura de Vitória/ES – 2008) - Em muitos países, os serviços de saúde são ofertados pelo Estado, muitas vezes a custo zero, o que decorre do fato de que esses serviços são bens públicos puros, cujos custos marginais de produção são nulos. COMENTÁRIOS: Os serviços de saúde são considerados bens meritórios (ou semi-públicos). Ou seja, não são bens públicos puros. Por exemplo, no Brasil, os serviços de saúde são não excludentes (todos têm direito, sem distinção... pelo menos na teoria..rs!), porém a não rivalidade ocorre somente até certo ponto (até atingir a lotação dos hospitais). Outro ponto relevante é que os serviços de saúde não apresentam custos marginais de produção igual a zero (somente bens totalmente não rivais

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apresentam custo marginal igual a zero). Ou seja, para ofertar um serviço adicional de saúde (uma cirurgia, um leito, ou uma consulta), é necessário incorrer em custos adicionais (pagamento de remédios, médicos, materiais cirúrgicos, etc). GABARITO: ERRADO 48. (CESPE/Unb - Analista – Economia – TSE – 2007) - A qualidade do meio ambiente pode ser considerada um bem público puro porque, além de seu consumo ser não-rival, as indivisibilidades que caracterizam esse bem estimulam o aparecimento do carona free-rider. COMENTÁRIOS: Bens públicos puros são aqueles, ao mesmo tempo, não rivais e não excludentes (ou não exclusivos). A qualidade do meio ambiente, de uma forma geral, pode ser considerada um bem público puro, pois todos podem desfrutar de seu consumo. Ademais, a existência de free riders é inerente à produção e ao consumo de bens públicos (por isso, estes bens são considerados falhas de mercado). Entretanto, devemos tomar bastante cuidado, pois, neste caso, estamos falando do meio ambiente de forma genérica. Se a questão falasse, por exemplo, da pesca ou caça, não poderíamos considerá-las bens públicos puros, pois a “não rivalidade” é comprometida, em virtude dos recursos naturais serem esgotáveis. Sei que parece polêmico (e realmente é!), mas o entendimento deve ser este:

# Meio ambiente genericamente falando: bem público puro (portanto, a assertiva está correta);

# Fauna, flora, caça, pesca, água: não podem ser considerados bens

públicos puros, pois a “não rivalidade” é comprometida. GABARITO: CERTO 49. (CESPE/Unb – EPPGG do Estado do Espírito Santo – 2007) - A fauna e a flora de um país são considerados bens públicos puros. COMENTÁRIOS: Como eu disse na questão passada. A fauna e a flora possuem não rivalidade somente até certo ponto, pois os recursos naturais são esgotáveis. Neste sentido, não podem ser conceituados como bens públicos puros. GABARITO: ERRADO

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50. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado Federal – 2002) - Nos bens públicos puros, o consumo é rivalizante, mas não excludente. COMENTÁRIOS: O bem público (ainda mais se for dito é expressamente que é puro) é aquele não rival e não excludente. GABARITO: ERRADO 51. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - Mercados financeiros são caracterizados pela existência de assimetria de informações, na medida em que um participante deste mercado com frequência não sabe o suficiente sobre outro participante para tomar uma decisão mais precisa com respeito à transação. O risco moral (moral hazard) é um caso de informação assimétrica que ocorre antes que a transação financeira e decorre do fato de que o banco não consegue distinguir com precisão os bons dos maus tomadores; já a seleção adversa é o caso de informação assimétrica depois que a transação ocorre, em que tomadores individuais escolhem realizar projetos mais arriscados a taxa de juros maiores. COMENTÁRIOS: A questão está toda certa, com exceção do fato de que ela trocou os conceitos de seleção adversa e risco moral. A seleção adversa ocorre antes da transação; o risco moral ocorre depois. GABARITO: ERRADO 52. (CESPE/Unb – Agente da Polícia Federal – 2009) - A economia da informação trata das probabilidades de alguns agentes deterem mais informações que outros, o que pode levar a uma situação de desequilíbrio no mercado. A informação assimétrica, na situação conhecida como seleção adversa, tem servido como uma das justificativas para a aplicação de taxas de juros historicamente elevadas no Brasil, sendo o cadastro positivo apontado como uma das opções para amenizar o problema. COMENTÁRIOS: A primeira parte da assertiva é um generalismo, estando, portanto, correta. A seleção adversa é uma assimetria de informação pré-contratual. Neste caso, as instituições financeiras não conhecem os seus clientes (não sabem quem são os maus e os bons pagadores). Assim, elas cobrarão caro (=juros altos) de todos os tomadores de empréstimos, como forma de cobrir os riscos advindos dos maus pagadores. Uma forma de intervenção do governo no intuito de corrigir ou regular o mercado é a

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adoção de um cadastro positivo, que apontará os bons pagadores. A medida tende a amenizar o problema e reduzir o risco das instituições financeiras (que é o lado com menos informações). Com menos riscos, elas poderão cobrar juros menores. GABARITO: CERTO 53. (CESPE/Unb – Analista administrativo e financeiro – Economista - SEGER/ES – 2008) - Os frequentes problemas que assolam, no Brasil, as relações entre provedoras de planos de saúde e seus clientes podem ser parcialmente explicados pela existência de informação assimétrica, que se manifesta, nesse mercado, por exemplo, sob a forma de risco moral e seleção adversa. COMENTÁRIOS: Está certa a questão. Nas relações de planos de saúde, existem os problemas da seleção adversa e do risco moral. A seleção adversa acontece antes do contrato, pois os planos de saúde não conhecem as pré-condições de saúde dos contratantes. O risco moral acontece depois, pois os planos não sabem como os contratantes estão cuidando da sua saúde. Ou seja, no que tange ao risco moral, depois da contratação de um plano de saúde, o contratante pode começar a marcar várias consultas, pedir vários exames... tudo isso, porque ele sabe que já está tudo incluído no plano. GABARITO: CERTO 54. (CESPE/Unb – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) - O fato de proprietários de imóveis segurados contra incêndios serem acusados, ocasionalmente, de atear fogo em seus imóveis é compatível com a existência de risco moral (moral hazard) no mercado de seguros contra esse tipo de sinistro. COMENTÁRIOS: A primeira coisa que você tem que fazer para diferenciar uma situação de informação assimétrica entre risco moral e seleção adversa, é perguntar: a assimetria ou a mudança de comportamento do indivíduo acontece antes ou depois do contrato? Se for depois, como no caso desta questão, será moral hazard. Então, a questão correta ao classificar o problema descrito como risco moral. GABARITO: CERTO 55. (CESPE/Unb – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) - De acordo com o modelo de seleção adversa, o preço das apólices de seguros de saúde deveria basear-se na incidência média de

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problemas de saúde referente ao grupo de potenciais compradores, em vez de levar em conta a incidência média desse tipo de problema no conjunto da população. COMENTÁRIOS: Como decorrência do problema da seleção adversa no mercado de seguros de saúde, ocorre uma elevação de preços das apólices, pois as seguradoras de saúde, por não conhecerem cada consumidor, acabam por nivelar para cima o preço da apólice. Neste rumo, faz muito mais sentido o seguro de saúde analisar a incidência média de problemas referente ao grupo de potenciais compradores, e não ao grupo da população inteira. Analisando o grupo de potenciais compradores, o processo de formação de preço estará de acordo com o mercado comprador (levando-se em conta também que a falha de mercado da informação assimétrica é analisada sempre entre as partes envolvidas no negócio. No caso desta questão, as partes envolvidas são os seguros de saúde e os potenciais compradores, e não o conjunto da população). GABARITO: CERTO 56. (CESPE/Unb – Consultor do Executivo – Economia – SEFAZ/ES – 2009) - A diferenciação do preço das apólices de seguros de saúde por faixa etária, com as pessoas mais velhas pagando mais pelas apólices, acentua os problemas associados à existência de seleção adversa nesse mercado. COMENTÁRIOS: Neste caso, a seguradora de saúde tenta reduzir o problema da seleção adversa. Ela sabe que, normalmente, pessoas mais velhas tendem a ter mais problemas de saúde, onerando mais os planos de saúde. Assim, a diferenciação de preços, segundo as faixas etárias, certamente reduz os problemas associados à existência de seleção adversa nesse mercado. GABARITO: ERRADO 57. (CESPE/Unb – Analista de Infraestrutura – MPOG – 2010) - Considere que se pretenda avaliar um programa de distribuição inicial de casas para uma população flagelada, aplicando-se o conceito de eficiência de Pareto ou, simplesmente, de eficiência econômica. Nesse caso, se for possível melhorar a situação de todos os beneficiários ao se promover uma redistribuição dessas casas, a alocação será eficiente; se for possível melhorar a situação de apenas alguns dos beneficiários, em detrimento de outros, a alocação será ineficiente. COMENTÁRIOS:

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Alocações eficientes (ótimo de Pareto) são aquelas em que só é possível melhorar a situação de um indivíduo piorando a situação de outro. Em alocações ineficientes, é possível que alguns melhorem sem que, para isso, seja necessário piorar a situação de outros. Ou seja, a assertiva inverteu os conceitos tentando confundir o candidato. Gabarito: ERRADO Enunciado para a questão 58: O onceito de otimalidade de Pareto e seus correlatos é fundamental para garantir a alocação eficiente dos recursos escassos nos diferentes mercados. Acerca desse assunto, julgue os itens. 58. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2009) - O critério de otimalidade de Pareto leva em conta a distribuição de recursos na economia sendo, pois, particularmente apropriado para analisar questões de repartição de renda. COMENTÁRIOS: O critério do ótimo de Pareto não leva em conta aspectos equitativos, apenas aspectos de eficiência econômica. Assim, o ótimo de Pareto não leva em conta aspectos de repartição de renda. GABARITO: ERRADO 59. (CESPE/Unb – Agente da Polícia Federal – 2009) - A estrutura de concorrência perfeita, na visão neoclássica, é referência teórica para a eficiência econômica, pois, a um tempo, é capaz de compatibilizar os interesses público e privado, e os de consumidores e produtores. Em princípio, tal modelo propiciaria a melhor alocação de recursos e se coadunaria com a atomização do mercado. COMENTÁRIOS: Conforme vimos, a concorrência perfeita (mercado competitivo) é o mercado em que inequivocamente atingimos alocações economicamente eficientes. Ademais, este tipo de mercado compatibiliza os vários interesses em jogo, já que nenhum agente econômico é grande o suficiente para impor condições (como no monopólio ou oligopólio).

Nota ! um mercado atomizado é aquele mercado onde existem infinitos compradores e vendedores (como se fossem átomos).

GABARITO: CERTO 60. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – UEPA – 2008) - Mercados oligopolistas produzem alocações de recursos que são, necessariamente, ótimas no sentido de Pareto.

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COMENTÁRIOS: Nós vimos que os mercados competitivos ou de concorrência perfeita (e não os mercados oligopolistas) produzem alocações de recursos que são, necessariamente, ótimas no sentido de Pareto. GABARITO: ERRADO 61. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2009 – Adptada) - A alocação de recursos, produzida pelos mercados oligopolistas, é eficiente economicamente. COMENTÁRIOS: Alocações de recursos produzidas pelos mercados competitivos são eficientes economicamente. Assim, entenda que a alocação de recuros produzida pelos mercados oligopolistas não é eficiente. GABARITO: ERRADO

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LISTA DE QUESTÕES 01. (Cespe – Agente - Polícia Federal - 2012) Os governos exercem função alocativa para corrigir a alocação de recursos utilizados na produção de bens geradores de externalidades negativas; na presença de externalidades positivas, a intervenção governamental é desnecessária. 02. (Cespe - Engenheiro Civil - MI – 2013) Oferecer bens e serviços públicos puros que não seriam oferecidos pelo mercado é uma função alocativa do orçamento público. 03. (Cespe - Assistente Adm. – FUB – 2013) O Estado, no cumprimento das suas atribuições econômicas alocativa, distributiva e estabilizadora, tem como principal fonte de receita a exploração do patrimônio público com a geração de bens e serviços. 04. (Cespe - Administrador – MJ – 2013) A intervenção direta do setor público em setores de infraestrutura, que caracteriza o exercício da função alocativa, justifica-se pela dificuldade do setor privado para aplicar recursos em projetos de grande porte. 05. (Cespe - Analista de infraestrutura - MPOG - 2012 adaptada) Em uma economia, a redistribuição da renda pode ser promovida por meio da tributação de bens e serviços. 06. (Cespe – Téc. Científico – Economia - BASA – 2012) Com relação ao Plano de Metas, elaborado e implementado pelo governo Juscelino Kubitschek, julgue os itens seguintes.

O Estado assumiu, explicitamente, seu papel de produtor, responsabilizando-se pelo controle da produção de certos insumos básicos, como, por exemplo, petróleo, aço e energia elétrica.

07. (Cespe – Assist. em Adm. – FUB – 2013) Acerca do orçamento e da administração financeira aplicada ao setor público, julgue os itens subsecutivos. A atividade financeira do Estado, em sua maior parte, compreende o desenvolvimento das atividades políticas, sociais, econômicas e administrativas, que constituem sua finalidade precípua. 08. (Cespe – Ag. Téc. de Inteligência – ABIN - 2010) Com relação à prática orçamentária no Brasil, julgue os itens subsequentes. A ocorrência de deficit frequente na atividade financeira do Estado constitui prova de que o orçamento, no âmbito do governo federal, não observa o princípio do equilíbrio entre receitas e despesas.

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09. (Cespe – AUFC – TCU – 2008) A teoria de finanças públicas consagra ao Estado o desempenho de três funções primordiais: alocativa, distributiva, e estabilizadora. A função distributiva deriva da incapacidade do mercado de suprir a sociedade de bens e serviços de consumo coletivo. Como esses bens e serviços são indispensáveis para a sociedade, cabe ao Estado destinar recursos de seu orçamento para produzi-los e satisfazer sua demanda. 10. (Cespe – Ag. Téc. de Inteligência – ABIN - 2010) A ação do governo por meio da política fiscal abrange as funções alocativa, distributiva e fiscalizadora. 11. (Cespe – Téc. Adm. – ANEEL – 2010) O orçamento público federal pode ser utilizado como ferramenta de controle econômico, pois possui função alocativa, ou seja, busca ajustar o nível geral de preços e de empregos do mercado. 12. (Cespe – ACE – TCDF – 2011) As funções econômicas governamentais são alocativa, distributiva e estabilizadora. Um exemplo de função estabilizadora são os gastos com educação, com saúde e com segurança pública. 13. (Cespe – TNS – MPOG – 2013) A União exerce a função alocativa quando adota medidas e realiza investimentos para criar condições favoráveis que permitam ao setor privado oferecer produtos à sociedade. 14. (Cespe – Administrador - MJ – 2013) A intervenção direta do setor público em setores de infraestrutura, que caracteriza o exercício da função alocativa, justifica-se pela dificuldade do setor privado para aplicar recursos em projetos de grande porte. 15. (Cespe – Assist. em Adm. – FUB – 2013) O Estado, no cumprimento das suas atribuições econômicas alocativa, distributiva e estabilizadora, tem como principal fonte de receita a exploração do patrimônio público com a geração de bens e serviços. 16. (Cespe – Economista – MTE – 2008) Políticas explícitas de incentivo à indústria no âmbito da política industrial constituem uma forma de o governo exercer suas funções distributiva e estabilizadora, contribuindo, assim, não somente para expandir o PIB, mas também para reduzir as disparidades de renda no conjunto da economia. 17. (Cespe – Administrador – TJ/RR – 2012) Ao determinar o tipo e a quantidade de bens e serviços públicos que devem ser oferecidos, bem como o valor das contribuições de cada consumidor, o governo exerce sua função estabilizadora, mediante a aplicação de uma política monetária.

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18. (Cespe – An. Adm. - ANAC – 2012) A função estabilizadora, que corresponde à utilização dos recursos públicos para estimular a estabilidade macroeconômica do país, é a mais antiga das funções de orçamento público. 19. (Cespe – Administrador – MS – 2013) Ao promover ajustamentos na distribuição de renda por meio da entrega gratuita de medicamentos à população, o Estado exerce função estabilizadora.

20. (Cespe – Analista de Infraestrutura – MPOG – 2012 A implementação de política fiscal de aumento de impostos é exemplo de ação estabilizadora do Estado para combater a recessão econômica. TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG 2009 - As funções do governo expandiram-se de forma considerável nos últimos anos, refletindo a necessidade de intervenção governamental no sistema econômico, assim como as modificações nas preferências da coletividade quanto à intervenção do governo em atividades relacionadas à distribuição de renda. Fernando Rezende. Finanças públicas. 2.ª ed. SP: Atlas, 2001, p. 17 (com adaptações). Tendo como referência o texto acima e considerando o estudo das finanças públicas sobre as funções do Estado, julgue os itens. 21. A chamada função estabilizadora exercida pelo governo visa o provimento de bens públicos para todos os consumidores, em face das imperfeições inerentes à própria lógica de mercado, que determina o tipo e a quantidade de bens públicos a serem ofertados à população. 22. A oferta do serviço público de justiça eleitoral é um exemplo de um bem semipúblico, inerente à função estabilizadora exercida pelo governo de assegurar condições democráticas no país e estabilidade política. 23. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - Um mercado perfeito é representado por um mercado fechado, com um pequeno número de compradores e vendedores, os quais trocam informações entre si e negociam uma grande variedade e qualidade de produtos e serviços. Com relação ao estudo da teoria da regulação econômica, julgue os itens subsequentes. 24. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - Um caso especial de risco moral associado à assimetria de informação é a teoria agente-principal, em que o principal é a parte mais informada e o agente é a parte menos informada em uma transação. 25. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - A produção direta de bens pelo Estado, a imposição de multas ou impostos e a

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regulamentação são formas de redução dos efeitos de externalidades negativas. 26. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - De acordo com a teoria econômica, para que se atinja uma situação pareto eficiente é necessária a atuação do Estado como planejador central. 27. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANS – 2013) - Pelo princípio da não exclusão, o custo marginal de prover um bem público para um consumidor adicional é zero para qualquer nível de produção. 28. (CESPE/Unb – Auditor – TCU – 2011) - Bens públicos são aqueles que, embora passíveis de exploração pelo setor privado, têm sua produção assumida pelo Estado, porque constituem uma necessidade coletiva ou estão associados a benefícios sociais importantes. 29. (Cespe – ACE – TCDF – 2011) A teoria do gasto público e a das funções de governo fundamentam-se nas falhas de mercado, que incluem a existência de bens públicos e os monopólios naturais. A respeito dos conceitos de que trata a teoria da regulação econômica, que justificam a intervenção do Estado para promover o bem-estar da sociedade, julgue os itens subsequentes. 30. (CESPE – Especialista em Reg. – ANP – 2012) De acordo com o princípio da não exclusão, os bens públicos possibilitam o consumo a um indivíduo ou empresa sem prejuízo aos demais integrantes da sociedade, de forma que esses bens são compatíveis com o conceito de mercado perfeitamente competitivo. 31. (CESPE – Especialista em Reg. – ANP – 2012) Casos em que os benefícios e os custos privados são diferentes dos benefícios e dos custos sociais de uma dada ação de um indivíduo, de uma empresa ou do governo são caracterizados como externalidades. 32. (CESPE – Especialista em Reg. – ANP – 2012) Ainda que o preço que os consumidores estejam dispostos a pagar seja maior que o custo de produção, é possível que um bem ou um serviço não seja ofertado pelo setor privado, o que caracteriza uma falha de mercado denominada mercado incompleto. 33. (CESPE – Especialista em Reg. – ANP – 2012) As falhas de mercado podem impedir que a sociedade alcance uma situação de máximo bem-estar social, que é representada pelo conceito de Ótimo de Pareto. 34. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações – Área Engenharia Ambiental – 2009) - Em algumas

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situações, o incremento do transporte aquaviário resulta em externalidades positivas sobre a biodiversidade terrestre. 35. (CESPE/Unb – Consultor Executivo – Ciências Econômicas – SEFAZ/ES – 2009) - Os níveis de poluição sonora decorrentes de som automotivo, muito comum nos centros urbanos brasileiros, constitui um exemplo típico de externalidade negativa, cujo nível de produção é superior àquele que seria socialmente eficiente. 36. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Saúde – 2008) - O rodízio entre automóveis adotado na cidade de São Paulo quando os níveis de poluição estão elevados constitui um exemplo de controle de externalidades mediante a utilização de impostos corretivos. 37. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - A instalação de aterro controlado próximo de aeroporto justamente por ficar afastado das áreas residenciais não apresenta externalidades em virtude do benefício ambiental e social. 38. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - Nos termos da economia neoclássica, uma externalidade positiva corresponde a um custo social, decorrente de ação econômica, cujos valores não são transacionados pelo mercado e, portanto, não são internalizados pelo agente que a gerou. 39. (CESPE/Unb – Analista de Infraestrutura – MPOG – 2010) – As externalidades referem-se a efeitos negativos causados a terceiros (indivíduos, grupos ou natureza), ou seja, àqueles que estão além da relação direta e imediata de um dado conjunto de agentes. 40. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado Federal – 2002) - A solução de Coase é afetada pela presença de custos transacionais, que obstaculariza a geração de acordos eficientes entre as partes. 41. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado Federal – 2002) - O chamado teorema de Coase assevera que os atores privados podem resolver, de forma eficiente, o problema das externalidades entre si, dependendo apenas da distribuição inicial de direitos entre esses atores. 42. (CESPE/Unb – Analista Judiciário – Economista – STM – 2011) - Entre os bens públicos puros, inclui-se o ônibus público disponibilizado pela prefeitura de uma cidade para realizar transporte escolar gratuito de jovens que morem em áreas rurais, que circule constantemente lotado e tenha demanda represada. 43. (CESPE/Unb – Economista – Tribunal de Justiça – 2008) - Em virtude da existência do "carona" (free rider), a provisão privada de bens públicos

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puros, como iluminação pública e defesa aérea, conduz a níveis de provisão desses serviços superiores àqueles que seriam socialmente eficientes. 44. (CESPE/Unb – Economista – Controlador de recursos municipais – Vitória/ES – 2008) - A existência de bens públicos puros - não-excludentes e não-rivais - justifica a intervenção do Estado na economia, visto que esses bens não são eficientemente providos pelo setor privado. 45. (CESPE/Unb – Economista – MTE – 2008) - O financiamento público da pesquisa científica e das ações de saúde pública, voltados para o controle de epidemias, como as que envolvem a dengue e a cólera, justificam-se pelo fato de essas atividades constituírem bens públicos puros. 46. (CESPE/Unb – Economista – Prefeitura de Vila Velha/ES – 2008) - Os bens públicos são não-rivais e exclusivos, pois só o Estado pode provê-los. 47. (CESPE/Unb – Analista em Gestão Pública – Prefeitura de Vitória/ES – 2008) - Em muitos países, os serviços de saúde são ofertados pelo Estado, muitas vezes a custo zero, o que decorre do fato de que esses serviços são bens públicos puros, cujos custos marginais de produção são nulos. 48. (CESPE/Unb - Analista – Economia – TSE – 2007) - A qualidade do meio ambiente pode ser considerada um bem público puro porque, além de seu consumo ser não-rival, as indivisibilidades que caracterizam esse bem estimulam o aparecimento do carona free-rider. 49. (CESPE/Unb – EPPGG do Estado do Espírito Santo – 2007) - A fauna e a flora de um país são considerados bens públicos puros. 50. (CESPE/Unb – Consultor Legislativo – Senado Federal – 2002) - Nos bens públicos puros, o consumo é rivalizante, mas não excludente. 51. (CESPE/Unb – Técnico de Planejamento e Pesquisa – IPEA – 2008) - Mercados financeiros são caracterizados pela existência de assimetria de informações, na medida em que um participante deste mercado com frequência não sabe o suficiente sobre outro participante para tomar uma decisão mais precisa com respeito à transação. O risco moral (moral hazard) é um caso de informação assimétrica que ocorre antes que a transação financeira e decorre do fato de que o banco não consegue distinguir com precisão os bons dos maus tomadores; já a seleção adversa é o caso de informação assimétrica depois que a transação ocorre, em que tomadores individuais escolhem realizar projetos mais arriscados a taxa de juros maiores.

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52. (CESPE/Unb – Agente da Polícia Federal – 2009) - A economia da informação trata das probabilidades de alguns agentes deterem mais informações que outros, o que pode levar a uma situação de desequilíbrio no mercado. A informação assimétrica, na situação conhecida como seleção adversa, tem servido como uma das justificativas para a aplicação de taxas de juros historicamente elevadas no Brasil, sendo o cadastro positivo apontado como uma das opções para amenizar o problema. 53. (CESPE/Unb – Analista administrativo e financeiro – Economista - SEGER/ES – 2008) - Os frequentes problemas que assolam, no Brasil, as relações entre provedoras de planos de saúde e seus clientes podem ser parcialmente explicados pela existência de informação assimétrica, que se manifesta, nesse mercado, por exemplo, sob a forma de risco moral e seleção adversa. 54. (CESPE/Unb – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) - O fato de proprietários de imóveis segurados contra incêndios serem acusados, ocasionalmente, de atear fogo em seus imóveis é compatível com a existência de risco moral (moral hazard) no mercado de seguros contra esse tipo de sinistro. 55. (CESPE/Unb – Analista de Comércio Exterior – MDIC – 2008) - De acordo com o modelo de seleção adversa, o preço das apólices de seguros de saúde deveria basear-se na incidência média de problemas de saúde referente ao grupo de potenciais compradores, em vez de levar em conta a incidência média desse tipo de problema no conjunto da população. 56. (CESPE/Unb – Consultor do Executivo – Economia – SEFAZ/ES – 2009) - A diferenciação do preço das apólices de seguros de saúde por faixa etária, com as pessoas mais velhas pagando mais pelas apólices, acentua os problemas associados à existência de seleção adversa nesse mercado. 57. (CESPE/Unb – Analista de Infraestrutura – MPOG – 2010) - Considere que se pretenda avaliar um programa de distribuição inicial de casas para uma população flagelada, aplicando-se o conceito de eficiência de Pareto ou, simplesmente, de eficiência econômica. Nesse caso, se for possível melhorar a situação de todos os beneficiários ao se promover uma redistribuição dessas casas, a alocação será eficiente; se for possível melhorar a situação de apenas alguns dos beneficiários, em detrimento de outros, a alocação será ineficiente. Enunciado para a questão 58: O onceito de otimalidade de Pareto e seus correlatos é fundamental para garantir a alocação eficiente dos recursos escassos nos diferentes mercados. Acerca desse assunto, julgue os itens.

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58. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2009) - O critério de otimalidade de Pareto leva em conta a distribuição de recursos na economia sendo, pois, particularmente apropriado para analisar questões de repartição de renda. 59. (CESPE/Unb – Agente da Polícia Federal – 2009) - A estrutura de concorrência perfeita, na visão neoclássica, é referência teórica para a eficiência econômica, pois, a um tempo, é capaz de compatibilizar os interesses público e privado, e os de consumidores e produtores. Em princípio, tal modelo propiciaria a melhor alocação de recursos e se coadunaria com a atomização do mercado. 60. (CESPE/Unb – Ciências Econômicas – UEPA – 2008) - Mercados oligopolistas produzem alocações de recursos que são, necessariamente, ótimas no sentido de Pareto. 61. (CESPE/Unb – Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2009 – Adptada) - A alocação de recursos, produzida pelos mercados oligopolistas, é eficiente economicamente. GABARITO 01 E 02 C 03 E 04 C 05 C 06 C 07 C 08 E 09 E 10 E 11 E 12 E 13 C 14 C 15 E 16 E 17 E 18 E 19 E 20 E 21 E 22 E 23 E 24 E 25 C 26 E 27 E 28 E 29 C 30 E 31 C 32 C 33 C 34 C 35 C 36 E 37 E 38 E 39 C 40 C 41 E 42 E 43 E 44 C 45 C 46 E 47 E 48 C 49 E 50 E 51 E 52 C 53 C 54 C 55 C 56 E 57 E 58 E 59 C 60 E 61 E

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