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CEMEC Lei n. 12.485 Alterações no Setor Pay-TV José Maurício Fittipaldi

Nova Lei da TV por assinatura (PL 116) | José Mauricio Fittipaldi

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O advogado José Mauricio Fittipaldi apresenta questões relacionadas à regulação de mercado, em consequência da abertura proporcionada pela Nova Lei de TV por Assinatura.

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CEMEC

Lei n. 12.485

Alterações no Setor

Pay-TV

José Maurício Fittipaldi

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A Nova Lei n. 12.485

• Modifica a Lei n. 8.977/95

• Modifica a Lei n. 9.472/97

• Modifica a MP n. 2.228-01/2001

• Modifica a Lei n. 11.437/2006

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Questões regulatórias relevantes

• Telecom: liberdade de atuação no mercado

Até a Lei n. 12.485 empresas

concessionárias de serviço de telecomunicações apenas podiam podiam prestar serviço de TV a Cabo uma vez comprovado o desinteresse por outras empresas (ausência de resposta a Edital relativo a uma determinada área de prestação de serviço).

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Questões regulatórias relevantes

• O “tratado de tordesilhas”

As prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo, bem como suas controladas, controladoras ou coligadas, não poderão, com a finalidade de produzir conteúdo audiovisual para sua veiculação no serviço de acesso condicionado ou no serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens:

I - adquirir ou financiar a aquisição de direitos de exploração

de imagens de eventos de interesse nacional; e II - contratar talentos artísticos nacionais de qualquer

natureza, inclusive direitos sobre obras de autores nacionais. As restrições não se aplicam quando a aquisição ou a

contratação se destinar exclusivamente à produção de peças publicitárias.

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Questões regulatórias relevantes

• Limites ao Cross-Ownership O controle ou a titularidade de participação superior a 50% (cinquenta por

cento) do capital total e votante de empresas prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo não poderá ser detido, direta, indiretamente ou por meio de empresa sob controle comum, por concessionárias e permissionárias de radiodifusão sonora e de sons e imagens e por produtoras e programadoras com sede no Brasil, ficando vedado a estas explorar diretamente aqueles serviços.

O controle ou a titularidade de participação superior a 30% (trinta por cento) do

capital total e votante de concessionárias e permissionárias de radiodifusão sonora e de sons e imagens e de produtoras e programadoras com sede no Brasil não poderá ser detido, direta, indiretamente ou por meio de empresa sob controle comum, por prestadoras de serviços de telecomunicações de interesse coletivo, ficando vedado a estas explorar diretamente aqueles serviços.

(início da vigência após 1 ano da promulgação da Lei) Obs: É facultado às empresas prestadoras de serviços de telecomunicações de

interesse coletivo, diretamente ou por meio de empresa sobre a qual detenham controle direto, indireto ou sob controle comum, controlar produtoras e programadoras com sede no Brasil que exerçam atividades exclusivamente destinadas à comercialização de produtos e serviços para o mercado internacional.

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Princípios fundamentais da comunicação audiovisual de

acesso condicionado • liberdade de expressão e de acesso à informação; • promoção da diversidade cultural e das fontes de informação,

produção e programação; • promoção da língua portuguesa e da cultura brasileira; • estímulo à produção independente e regional; • estímulo ao desenvolvimento social e econômico do País; • liberdade de iniciativa, mínima intervenção da administração

pública e defesa da concorrência por meio da livre, justa e ampla competição e da vedação ao monopólio e oligopólio nas atividades de comunicação audiovisual de acesso condicionado.

• Adicionam-se aos princípios previstos aqueles estabelecidos na Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais da UNESCO, aprovada pelo Decreto Legislativo 485/2006.

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Regulação da TV Paga no Brasil

• ANATEL

Regulação e fiscalização da atividade de distribuição por meio do serviço de acesso condicionado (Lei n. 9.472/97, Lei n. 8.977/95 e regulamentação da ANATEL)

• ANCINE

As atividades de programação e de empacotamento serão objeto de regulação e fiscalização pela Agência Nacional do Cinema - Ancine no âmbito das competências atribuídas a ela pela MP n. 2.228/2001

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Lei n. 12.485/11 Conceitos Relevantes

• “Serviço de Acesso Condicionado”

serviço de telecomunicações de interesse coletivo prestado no regime privado, cuja recepção é condicionada à contratação remunerada por assinantes e destinado à distribuição de conteúdos audiovisuais na forma de pacotes, de canais nas modalidades avulsa de programação e avulsa de conteúdo programado e de canais de distribuição obrigatória, por meio de tecnologias, processos, meios eletrônicos e protocolos de comunicação quaisquer.

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Conceitos Relevantes

• “Espaço Qualificado”

espaço total do canal de programação, excluindo-se conteúdos religiosos ou políticos, manifestações e eventos esportivos, concursos, publicidade, televendas, infomerciais, jogos eletrônicos, propaganda política obrigatória, conteúdo audiovisual veiculado em horário eleitoral gratuito, conteúdos jornalísticos e programas de auditório ancorados por apresentador;

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Conceitos Relevantes

• “Canal de Espaço Qualificado”

canal de programação que, no horário nobre, veicule majoritariamente conteúdos audiovisuais que constituam espaço qualificado;

• “Canal Brasileiro de Espaço Qualificado”

canal de espaço qualificado que cumpra os seguintes requisitos, cumulativamente:

a) ser programado por programadora brasileira;

b) veicular majoritariamente, no horário nobre, conteúdos audiovisuais brasileiros que constituam espaço qualificado, sendo metade desses conteúdos produzidos por produtora brasileira independente;

c) não ser objeto de acordo de exclusividade que impeça sua programadora de comercializar, para qualquer empacotadora interessada, os direitos de sua exibição ou veiculação;

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Conceitos Relevantes

• Produtora Brasileira

empresa que produza conteúdo audiovisual que atenda as seguintes condições, cumulativamente:

a) ser constituída sob as leis brasileiras;

b) ter sede e administração no País;

c) 70% (setenta por cento) do capital total e votante devem ser de titularidade, direta ou indireta, de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos;

d) a gestão das atividades da empresa e a responsabilidade editorial sobre os conteúdos produzidos devem ser privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos;

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Conceitos Relevantes

• Produtora Brasileira Independente produtora brasileira que atenda os seguintes requisitos,

cumulativamente: a) não ser controladora, controlada ou coligada a

programadoras, empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviço de radiodifusão de sons e imagens;

b) não estar vinculada a instrumento que, direta ou indiretamente, confira ou objetive conferir a sócios minoritários, quando estes forem programadoras, empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviços de radiodifusão de sons e imagens, direito de veto comercial ou qualquer tipo de interferência comercial sobre os conteúdos produzidos;

c) não manter vínculo de exclusividade que a impeça de produzir ou comercializar para terceiros os conteúdos audiovisuais por ela produzidos;

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Conceitos Relevantes

• Programadora Brasileira

empresa programadora que execute suas atividades de programação no território brasileiro e que atenda, cumulativamente, as condições previstas nas alíneas “a” a “c” do inciso XVIII deste artigo (PRODUTORA BRASILEIRA) e cuja gestão, responsabilidade editorial e seleção dos conteúdos do canal de programação sejam privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 (dez) anos;

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Conceitos Relevantes

• Programadora Brasileira Independente

programadora brasileira que atenda os

seguintes requisitos, cumulativamente:

a) não ser controladora, controlada ou coligada a empacotadora ou distribuidora;

b) não manter vínculo de exclusividade que a impeça de comercializar, para qualquer empacotadora, os direitos de exibição ou veiculação associados aos seus canais de programação;

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Cotas de Programação e Cotas de Canal

• Cotas de Programação

Nos canais de espaço qualificado, no mínimo

3h30 (três horas e trinta minutos) semanais dos conteúdos veiculados no horário nobre deverão ser brasileiros e integrar espaço qualificado, e metade deverá ser produzida por produtora brasileira independente

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Cotas de Programação e Cotas de Canal

• Cotas de Canal

Em todos os pacotes ofertados ao assinante, a cada 3 (três) canais de

espaço qualificado existentes no pacote, ao menos 1 (um) deverá ser canal brasileiro de espaço qualificado.

Da parcela mínima de canais brasileiros de espaço qualificado, pelo menos 1/3

(um terço) deverá ser programado por programadora brasileira independente.

A empacotadora estará obrigada a cumprir o disposto no caput até o limite de

12 (doze) canais brasileiros de espaço qualificado. Dos canais brasileiros de espaço qualificado a serem veiculados nos pacotes, ao

menos 2 (dois) canais deverão veicular, no mínimo, 12 (doze) horas diárias de conteúdo audiovisual brasileiro produzido por produtora brasileira independente, 3 (três) das quais em horário nobre.

Obs:As empacotadoras que ofertarem pacotes distribuídos por tecnologias que

possibilitem distribuir, no máximo, pacotes com até 31 (trinta e um) canais estarão obrigadas a cumprir a cota até o limite de 3 (três) canais.

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Cotas de Programação e de Canal: Implementação e vigência

• Implementação

Nos 2 (dois) primeiros anos de vigência da Lei, as cotas de

canal e as cotas de programação serão reduzidos nas seguintes razões:

2/3 (dois terços) no primeiro ano de vigência da Lei;

1/3 (um terço) no segundo ano de vigência da Lei.

Início da vigência em 180 dias da publicação da Lei

• Vigência: As cotas de programação e de canal deixarão de viger após 12 (doze) anos da promulgação desta Lei.

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Outras modificações relevantes

• CONDECINE A prestação de serviços que se utilizem de meios que possam,

efetiva ou potencialmente, distribuir conteúdos audiovisuais nos termos da lei que dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado, listados no Anexo I da Medida Provisória 2.228/2001, passa a ser tributada (valor a ser pago anualmente por cada prestador de serviço, em cada tipo/modalidade de serviço).

• Atividades de programação ou empacotamento abertos

a empresas constituídas no Brasil, sob as leis brasileiras; Atividade de controle administrativo e editorial de programadoras ou empacotadoras tem que ser exercidos por Brasileiro natos ou naturalizados há mais de 10 anos

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Outras modificações relevantes

• Redução da Taxa de Fiscalização de Telecomunicações para 33% da Taxa de Fiscalização de Instalação, que compõem o FISTEL.

• Direitos dos Assinantes (sem prejuízo do CDC)

conhecer, previamente, o tipo de programação a ser exibida; contratar com a distribuidora do serviço de acesso condicionado os

serviços de instalação e manutenção dos equipamentos necessários à recepção dos sinais;

relacionar-se apenas com a prestadora do serviço de acesso

condicionado da qual é assinante; receber cópia impressa ou em meio eletrônico dos contratos assim

que formalizados;

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Sanções

• Operadoras (distribuidoras) Penalidades previstas pela Lei n. 9.472/97 (sanções

administrativas e multa de até R$ 50 milhões).

• Programadoras/Empacotadoras I - advertência; II - multa, inclusive diária (até R$ 5 mi) III - suspensão temporária do credenciamento; IV - cancelamento do credenciamento.

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Modelos de Negócio: Impacto

• Governo:

• Aumento dos investimentos (TELCO) • Aumento de oferta • Maior competição • Redução de preços • Universalização do Serviço

• Indústria Audiovisual Brasileira • Aumento de mercado de conteúdo

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Modelos de Negócio: Impacto

• Operadores - Distribuidores:

posição relativa dos operadores (NET, TVA, Oi, Sky, GVT, outros)

• Aumento de investimentos? • Universalização do Serviço ocorreria de

qualquer forma • Produção de Conteúdo “encarece” • Cotas de programação e de canais

encarecerão ainda mais o processo, diminuindo o ritmo do crescimento

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Modelos de Negócio: Impacto

• TELECOM:

• Montagem de operação ou aquisição de posição majoritária?

• Velocidade dos investimentos e Plano Nacional de Banda Larga

• Triple Play e futuro da TV Paga • Limites do “Tratado de Tordesilhas” e

novas linhas de negócio • Empacotamento: atividade estratégica

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Modelos de Negócio: Impacto

• Produtores de Conteúdo:

• Cotas como importante meio de acesso ao público

• CONDECINE e Fundo Setorial Audiovisual • Preenchimento de cotas e modelos de negócio • Cotas de Canal: janelas ainda não exploradas

• Advertising Revenues: uma possibilidade?

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Modelos de Negócio: Impacto

• No Cenário Governo:

• Preços Caem • Universalização do Serviço • Produção de Conteúdo “sobe” • Programação “sobe” • Distribuição “desce”

Novos modelos de negócio podem surgir na medida

em que aumenta audiência

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Modelos de Negócio: Impacto

• No Cenário Operadoras (Sky):

• Não haverá “aumento de oferta” tão grande quanto esperado

• Preços não caem necessariamente (“não há vida na TV paga abaixo de R$ 39,00 por mês”)

• Universalização do Serviço depende de outros fatores (crescimento da economia e piramide etária)

• Produção de Conteúdo “encarece” (em especial as cotas)

• Distribuição pode estagnar

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Modelos de Negócio: Impacto

• Desafios para novos entrantes no Mercado

• Aquisição de conteúdo: contratos, modelos de negócio, plataformas

• Empacotamento: vai haver novas empresas no setor?

Conteúdo caro x Conteúdo bom: qual o equilíbrio?

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Modelos de Negócio: Impacto

• Outros impactos:

• WebTV ou TV 2.0

• Marketing (2nd screen e “tv

everywhere”) • “Triple Play” – como mobile e internet

vão interagir com a televisão paga.

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Contatos:

[email protected]

São Paulo – SP Rio de Janeiro – RJ

Rua Senador Pádua Sales, 114 Av. Rio Branco, 133 – sl.1401/1402

CEP 01229.010 – Pacaembu CEP 22.410.001 – Centro

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