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O Príncipe – Maquiavel (1513) Thiago JS Oliveira

O príncipe – Maquiavel (1513)

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Page 1: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Maquiavel (1513)

Thiago JS Oliveira

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O Príncipe - Maquiavel

•Biografia:

Niccolò Macchiavelli, nasceu em 3 de maio de 1469, filho de advogado e poetisa amadora;

Educado em uma ambiente culto e relativamente abastado;

Cresceu na cidade italiana de Florença.

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O Príncipe - Maquiavel

•Biografia: Maquiavel consagra-se com a obra O Príncipe, um tratado

de como se deve comportar “o poderoso” para se manter por um longo período no poder.

Maquiavel se apoiou nas questões de Platão que, condenava a pleonexia.

Desejo insaciável de mais poder, riqueza e prazer, que atraí várias pessoas.

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O Príncipe - Maquiavel

• Biografia: Comenta frequentemente a obsessão pelo poder que

cega o homens e os leva às ruína;

Está atento ao descompasso entre o que se diz e o que se faz ou ao que se é: Demonstra que o discurso engana;

O discurso engana quem está no poder, quem o formula.

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O Príncipe - Maquiavel•Biografia:

▫ Escreve para o Príncipe sobre o Príncipe;▫ Ensina como sobreviver na selva humana;▫ Maquiavel foi o compositor de grandes questões e

observações;▫ Compreende o modus governantes, para ter controle

do poder;▫ Maquiavel morre em 21 de junho de 1527, pobre e

despojado dos cargos públicos, ao choro de poucos amigos.

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O Príncipe - Maquiavel

•Cenário:

▫ Época: Renascimento;

▫ Nação: Itália;

▫ Cidade: Florença;

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O Príncipe - Maquiavel

• Cenário:▫ Renascimento – Fim do Século XV, florescendo no

primeiro quarto do Século XVI.1. Visa livrar-se das disciplinas intelectuais da Idade Média;

2. O conhecimento não é mais transmitido pelo poder cristão, mas estudado diretamente na fonte pelos humanistas;

3. Desmistificação dos poderes: Temporal e Espiritual.

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O príncipe - Maquiavel• Cenário:

▫ Âmbito Temporal: afirmam-se os grandes Estados monárquicos unificados: França, Inglaterra e Espanha;

▫ Pretensões rivais ou conciliadas do Papa e do Imperador, são considerados ridículas;

▫ Homem autossuficiente: o homem é o deus para o homem, exercendo seu próprio poder criador sobre uma natureza expurgada de raízes religiosas.;

▫ Era das “Contemplações” Era das “Técnicas”.

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O Príncipe

A Obra

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O Príncipe – A Obra

•A Obra:

Título: De Principatibus – Il Principe – O Príncipe

Propõe investigar qual a essência dos principados, de quantas espécies podem ser, como são conquistados, conservados e por que se perdem.

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O Príncipe – A Obra

•A Obra:

▫ Objetivo Geral: Como manter o Poder (e não como fazer o bem); Busca a razão da política e do Poder – Doença;

▫ A obra não inicia com uma digressão sobre a natureza humana, a moral, Deus, o bem ou o mal, mas, diretamente com a natureza dos regimes políticos.

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O Príncipe – A Obra

•A Obra:▫ Autonomia das esferas política e social;

▫ O Pressuposto não são as virtudes do cidadão;

▫ Objeto: O que é Soberania? De quantas espécies são? Como ela é adquirida? Como ela é conservada? Como ela é perdida?

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O Príncipe – A Obra•Teses centrais da obra:

1. Não existe Poder sem um Estado Nacional Forte;

2. O verdadeiro Deus da política não é religioso nem moral: é a correlação de forças;

3. Maquiavel é um autor materialista;

4. O Política é uma disciplina positiva e não normativa;

5. Não há qualquer sentido da História.

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O Príncipe – A Obra• Capítulo I: Classificação dos tipos de Estado.

• Capítulos II a XI: Como cada um dos tipos de Estado pode ser adquirido, conservado e eventualmente perdido.

• Capítulos XII a XIV: Questão Militar: combate às tropas mercenárias.

• Capítulos XV a XXIII: Como o Príncipe comporta-se com relação aos súditos e amigos.

• Capítulos XXIV a XXVI: Manifesto pela liberação da Itália.

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O Príncipe – A Obra

Capítulo I: Classificação dos tipos de Estado

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O Príncipe – Principais ideias

• Capítulo I: De quantas espécies são os principados e de que modos são adquiridos

Índice das matérias: Repúblicas X Principados, Hereditário X Novo, Totalmente Novo X Parcialmente Novo, O costume de viver X Viver Livre, Adquiridos pelas armas dos outros X adquiridos por armas próprias, adquiridos pela virtude X adquiridos pela fortuna.

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O Príncipe – Principais ideias Estados• “Todos os Estados, todos os domínios que tiveram e têm

autoridade sobre os homens foram e são ou repúblicas ou principados”.

RepúblicasEstado Hereditários Principados Novos Inteiramente Novos Membros anexados

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O Príncipe – Principais ideias•Principados:

Maquiavel não atribui tamanho interesse a esses regimes hereditários;

1. Demasiados estáveis;2. Demasiado Fáceis;3. Basta o Príncipe não ultrapassar em absoluto os limites

estabelecidos pelos antepassados e contemporizar com os acontecimentos.

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O Príncipe – Principais ideias• Principados:

As verdadeiras dificuldades, tanto para aquisição quanto para conservação, encontram-se nos Principados Novos.

• Dos Principados Novos:1. Formados a partir de uma outra espécie de governo

(Inteiramente Novos);2. Adquiridos de recente data e acrescentados a um principado

hereditário (Mistos). Expl.: Nápoles ao Estado de Espanha: o principado novo e o Estado hereditário formam um novo corpo.

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O Príncipe – A Obra

Capítulo II a XI: Como cada um dos tipos de Estado pode ser adquirido,

conservado e eventualmente perdido

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O Príncipe – Capítulos II a XI• Capítulo II: Dos Principados hereditários;• Capítulo III: Dos Principados Mistos;• Capítulo IV: Por que razão o reino de Dario não se rebelou após a

morte de Alexandre;• Capítulo V: De que modo governar cidades ou principados que antes

viviam sob leis próprias;• Capítulo VI: Dos Principados Novos;• Capítulo VII: Dos que chegam ao principado pelo crime;• Capítulo VIII: Do principado civil;• Capítulo IX: Como se deve medir a força dos principados;• Capítulo X: Dos principados eclesiásticos;• Capítulo XI: Dos principados eclesiásticos.

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O Príncipe – Principais ideias▫ Começa a tratar dos Príncipes;

O Príncipe deve ser INTELIGENTE: tem muito a aprender e ponderar;

▫ Maquiavel mostra a facilidade de conservação do poder nos Estados hereditários do que nos novos; Basta, pois continuar a forma de governar dos antepassados,

um governo firme e conhecido; não é necessário por parte do príncipe conhecimento profundo sobre o governo, basta que ninguém o questione e leve a público seu possível fracasso governamental.

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O Príncipe – Principais ideias▫ Maquiavel retrata a pessoa do Príncipe;

▫ “Tens como inimigos todos os que ofendeste”; O príncipe deve ter o cuidado de não ofender senão aos

impotentes, se possível. E, se é obrigado a ofender poderosos, capazes de represálias, que ao menos seja radical na ofensa.

▫ Denota pela primeira vez na obra a expressão Príncipe Novo: Prevê problemas especiais; O príncipe deverá, antes de tudo, agradar; Faz comparação com o príncipe “natural”.

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O príncipe – Principais ideias

▫ “O desejo de conquistar é sem dúvida algo de ordinário e natural, e todo aquele que se entrega a tal desejo quando possui os meios para realizá-lo, é antes louvado que censurado, mas formar o desígnio sem poder executá-lo é incorrer na censura e cometer um erro”.

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O Príncipe – Principais ideias• Ter forças suficientes, tanto para conquistar, como para

conservar: Triunfo do mais forte.

“A guerra, as instituições e as regras que lhe dizem respeito são o único objeto a que um príncipe deve consagrar seus pensamentos e aplicar-se, o único que lhe convém como ofício; eis o verdadeiro ofício de todo governante. E, graças a ela, não só os que nasceram príncipes podem manter-se, mas também os que nasceram simples particulares podem, muitas vezes, tornar-se príncipes. Foi por haverem negligenciado as armas, preferindo-lhes as doçuras da indolência, que se tem visto soberanos perderem os seus Estados. Desprezar a arte da guerra é o primeiro passo para a ruína: possuí-la perfeitamente, eis o meio de levar-se ao poder”.

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O Príncipe – Principais ideias“Os principais fundamentos que têm todos os Estados [...]

são as boas leis e as boas armas”.

Não pode haver boas leis onde não há boas armas;

Mas o que chama Maquiavel boas armas?1. Boas armas, boas tropas são apenas as que são próprias

ao príncipe, composta de seus cidadãos, de seus súditos, de suas criaturas.

2. Boas tropas: apenas as tropas NACIONAIS.

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O Príncipe – Principais ideias

4 maneiras para se conquistar o poder, às quais poderão corresponder diferentes modos de conservar ou perder.

1) Conquista-se pela própria Virtu (por meio de suas próprias armas);

2) Pela fortuna e pelas armas alheias;3) Por meio de perversidades (velhacarias);4) Pelo consentimento dos concidadãos.

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O Príncipe – Principais ideias

Maquiavel irá se interessar, sobretudo, pelos dois primeiros modos;

Fortuna X Virtu (discutida profundamente no Capítulo XXV)

Energia, vigor, princípios, talento

Sorte (habilidade fora do ser)

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O Príncipe – Principais ideias

• 1) Os que se tornam príncipes pela própria “virtu” (pelas próprias armas):

Difícil para se radicar, mas, fácil de se conservar;

Dificuldade: estabelecer novas instituições:1. Empreendimento obrigatório para fundar o novo regime;2. Alicerçar a segurança do novo príncipe;3. Repleto de perigos e incertezas.

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O príncipe – Principais ideias

“Aquele que se dedica a tal empreendimento tem por inimigos todos quantos se beneficiavam das instituições antigas, e só acha tíbios defensores naqueles para quem

seriam úteis as novas”.

Tíbios: possuem medo de perder os “favores” gerados no antigo poder;

Constante ataque entre os que se beneficiam do antigo poder e a constante defesa dos que atuam no novo poder.

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O Príncipe – Principais ideias O Príncipe necessita de meios hábeis para constranger

tais perigos:“A força é justa quando necessária”

“Todos os profetas armados venceram, desarmados arruinaram-se”.

“Que os povos são naturalmente inconstantes e que, se é fácil persuadi-los de alguma coisa, é difícil consolidá-los em tal persuasão: portanto, é preciso dispor as coisas de tal maneira que, ao não crerem mais, seja possível obrigá-los a crer pela força”.

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O Príncipe – Principais ideias

“Mas quando os fundadores, sabendo apoiar-se na força, conservadora das crenças, conseguiram atravessar esses obstáculos e superar essas dificuldades extremas, quando começaram a ser venerados e a se libertarem dos invejosos de sua classe, permaneceram poderosos, tranqüilos, honrados e felizes”.

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O Príncipe – Principais ideias• 2) Quanto aos principados novos, conquistados com as

armas alheias, isto é, pela fortuna:

Fácil de se conquistar:1. Dependem de vontade alheia;2. Nenhuma dificuldade detém o novo príncipe.

Difícil de se conservar:1. Dependem da vontade e da fortuna dos que criaram –

variáveis;2. Não possuem forças nem preparo para o poder.

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O Príncipe – Principais ideias“A menos que um homem seja dotado de grande espírito e de grande valor, é pouco provável que, tendo vivido sempre como simples particular, saiba comandar”.

Estados subitamente formados carecem de raízes profundas e correm o risco de desmoronarem à primeira tempestade.

“A menos que o Príncipe favorecido pela fortuna se ache dotado desse grande espírito e desse grande valor, e que saiba preparar-se imediatamente para conservar o que a fortuna lhe colocou nas mãos”.

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O príncipe – Principais ideias• 3) Conquistados por meio de perversidade (velhacaria)

Maquiavel deprecia essa categoria de conquista:1. Não exigem nem muita virtu;2. Nem esplêndidas intervenções de fortuna.

Explos.: 1 – Siciliano Agátocles (simples filho de oleiro, consegue elevar-se à dignidade de rei de Siracusa); 2 – Oliverotto (se torna senhor de Fermo, massacrando seu tio materno e os distintos cidadãos da cidade, por ele convidados a um banquete).

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O Príncipe – Principais ideias O interesse essencial de Maquiavel é discutir a Moral,

acerca do bom e do mau emprego da crueldade;

Crueldades bem praticadas X Crueldades mal praticadas

Crueldades Bem praticadas: São as que se cometem todas ao mesmo tempo, no início do

reinado, a fim de prover à segurança do novo príncipe. Crueldades Mal praticadas: “Conservar a faca na mão”

São as que se arrastam, se renovam e, pouco numerosas no princípio, se multiplicam com o tempo em vez de cessarem.

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O príncipe – Principais ideias

“A tal respeito, é preciso observar que os homens devem ser ou acariciados ou esmagados; eles se vingam das

injúrias leves; não o podem fazer quando muito grandes; donde se conclui que, tratando-se de ofender um homem,

deve-se fazê-lo de tal maneira que não se possa temer vingança”.

Maquiavel chama de Remédios Heroicos.

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O Príncipe – Principais ideias• 4) A conquista de um principado pelo favor dos concidadãos

Exige alguma fortuna e alguma virtu, mas, nem toda a fortuna e nem toda a virtu;

Ora é o povo, ora são os grandes que constituem o Príncipe;

Ascende a este principado ou pelo favor do povo ou pelo favor dos grandes.

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O príncipe – Principais ideias

Grandes Príncipe Povo

Não quer ser comandado nem oprimido

Comandar e oprimir

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O Príncipe – principais ideias

“Assim é que o povo constitui um príncipe quando, incapaz de resistir aos Grandes, coloca toda sua esperança no poder de um simples particular que haverá de defendê-lo”.

“E também os Grandes, que se sentem incapazes de resistir ao povo, recorrem ao crédito, à ascendência de um deles, constituindo-o príncipe a fim de poderem, à sombra de sua autoridade, continuar a satisfazer seus desejos ambiciosos”.

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O Príncipe – Principais ideiasPríncipe alçado pelos Grandes:

Julgam seus iguais; Encontra-se mais dificuldade em manter-se; Deverá fazer tudo para se reconciliar quanto antes com o

povo; Não terá então amparo mais fiel.

Príncipe alçado pelo povo: Preferência de Maquiavel O povo é fácil de satisfazer; Não pedem para oprimir; Pedem apenas para não serem oprimidos.

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O Príncipe – Principais ideias Maquiavel pouco se interessa pelos principados eclesiásticos:

(não compreende, julgando-o enfraquecedor, estranho à virtu)

Conquista-se pela fortuna ou pela virtu, mas, para se conservá-lo não se precisa de fortuna nem de virtu;

Poder advindo do tradicionalismo religiosos;

Basta o poder das antigas instituições religiosas: Substitui o bom governo, a dedicação dos súditos, a habilidade, o valor; “É Deus que os eleva e os conserva”

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O Príncipe – Principais ideias

• Distinção entre os Estados a conquistar:

1. Principado Despótico;

2. Principado Aristocrático;

3. República.

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O Príncipe – Principais ideias• Principados Despóticos:

Governado por um príncipe de quem todos são escravos;

Difícil de conquistar: todos os súditos comprimem-se em redor do príncipe, e deles nada tem a esperar o estrangeiro;

Fácil conservar: basta extinguir a raça do príncipe, para que não reste mais ninguém que exerça ascendência sobre o povo; esse povo, acostumado por definição à obediência, é incapaz de escolher por si um novo príncipe e de retomar as armas.

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O príncipe – Principais ideias• Principado Aristocrático:

Governado por um príncipe assistido pelos Grandes, que conservam seu poder, não devido ao favor do príncipe, mas em função de sua própria antiguidade;

Fácil de conquistar: sempre se encontram grandes descontentes, prontos a abrir caminho ao estrangeiro, facilitando-lhe a vitória;

Difícil de conservar: não é possível, nem satisfazer todos os Grandes, nem extingui-los de todo: O novo Príncipe perderá essa frágil conquista “assim que se apresentar a oportunidade”.

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O Príncipe – Principais ideias• República: Absolutamente seguro para o novo Príncipe

Vive livre sob suas próprias leis; Estado extraordinariamente difícil de conquistar; Existe um princípio de vida bem mais ativo, um ódio bem mais

profundo, um desejo de vingança bem mais ardente, que não deixa, nem pode deixar um momento em repouso a lembrança da antiga liberdade.

Meios para domar a indomável liberdade republicana: O Príncipe residir pessoalmente na região, reprimindo as

desordens; Governar o país pelas próprias leis dos cidadãos, reservando-se o

pagamento de um tributo; Destruir, aniquilar a antiga e incurável República.

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O Príncipe – Principais ideiasRenova-se o governo para se aproximar de uma “perfeita”

governabilidade.

Destruir (edificar novas cidades, desfazer as velhas, renovar as leis)

Residir (Conhecê-lo, conviver no espaço por suas próprias Leis)

Deixá-lo viver por suas próprias Leis

Três maneiras de conservar um Estado que vive sob

suas próprias Leis(República)

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O Príncipe – A Obra

Capítulos XII a XIV: Questão Militar: combate às tropas

mercenárias

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O Príncipe – Capítulos XII a XIV

Capítulo XII: De quantas espécies são as milícias, e dos soldados mercenários;

Capítulo XIII: Dos soldados auxiliares, mistos e próprios; Capítulo XIV: O que compete a um príncipe acerca da milícia.

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O Príncipe – Principais ideias

“Os soldados comprados ou tomados de empréstimo não têm outro amor nem outra razão que os segure em campo a não ser um pouco de soldo, que não é suficiente para fazer com que queiram morrer

por ti”.

Não se pode pagar um homem para fazer o que o faria o amante da pátria.

“Ninguém vai lutar e morrer pela pátria, nem nobres, nem padres, nem capitães, nem soldados comprados, pedidos ou tomados de

empréstimo. Ninguém, exceto os próprios patriotas”.

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O príncipe – Principais ideias

O Estado, tendo por base as armas mercenárias está indefeso frente os exércitos estrangeiros;

O Príncipe deve possuir uma formação para o comando militar;

“São raros os casos em que não se pode contar com a experiência”.

Recomenda exércitos de campo e caçadas no terreno de batalha: Estruturação militar na experiência.

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O Príncipe – A Obra

Capítulos XV a XXIII: Como o Príncipe comporta-se com

relação aos súditos e amigos.

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O Príncipe – Capítulos XV a XXIII Capítulo XV: Daquelas coisas pelas quais os homens, e

especialmente os príncipes, são louvados ou vituperados; Capítulo XVI: Da liberdade e da parcimônia; Capítulo XVII: Da crueldade e da piedade; se é melhor ser amado

que temido, ou antes temido que amado; Capítulo XVIII: De que modo os príncipes devem manter a fé da

palavra dada; Capítulo XIV: De como se deva evitar o ser desprezado e odiado; Capítulo XX: Se as fortalezas e muitas outras coisas que a cada dia

são feitas pelos príncipes são úteis ou não; Capítulo XXI: O que convém a um príncipe para ser estimado; Capítulo XXII: Dos secretários que os príncipes têm junto de si; Capítulo XXIII: Como se afastam os aduladores.

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O Príncipe – Principais ideias

Capítulos mais célebres da obra;

Constituem a essência do “maquiavelismo”;

Maquiavel traça o retrato de corpo inteiro de seu príncipe novo;

Como deve esse príncipe proceder em relação a seus amigos e súditos? Quais os deveres do Príncipe?

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O Príncipe – Principais ideias

O Príncipe vive no centro do perigo, sendo acompanhado por dois receios:1. Interior de seus Estados e o comportamento de seus

súditos;2. O exterior e os desígnios das potências circundantes.

Infinita distinção entre: a maneira pela qual se vive X o modo como se deveria viver.

Page 56: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Principais ideias

O Príncipe que quer manter-se como tal deve, aprender a ser ou não ser bom conforme necessidade;

“Que haveria de mais desejável do que um príncipe que reunisse todas as boas qualidades, fosse generoso, benfazejo, compassivo, fiel à sua palavra, firme e corajoso, indulgente, casto, franco, grave e religioso? Isto, porém, é praticamente impossível, a condição humana não comporta”.

Page 57: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Principais ideias Saber distinguir perfeitamente o bem e o mal;

Preferirá o bem, mas recusa fechar os olhos ante o que julga ser a necessidade do Estado;

Ante o que julga serem as servidões da condição humana;

Para um Príncipe, seria bom ter a reputação de liberal, generoso, mas, deve evitar usar da clemência inoportunamente.

Page 58: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Principais ideias“Mais vale ser amado que temido, ou temido que amado?” Melhor consistiria em ser amado e temido, mas é difícil; É mais seguro ser temido. Por quê?

1. Os homens são geralmente ingratos, inconstantes, dissimulados, trêmulos em face dos perigos e ávidos de lucro; enquanto lhes fazeis bem, são dedicados; oferecem-lhe o sangue, os bens, a vida, os filhos, enquanto o perigo só se apresenta remotamente, mas quando este se aproxima, bem depressa se esquivam;

2. Os homens receiam muito menos ofender aquele que se faz amar do que aquele que se faz temer;

3. O vínculo do amor, rompem-se ao sabor do próprio interesse, enquanto o temor sustenta-se por um medo do castigo, que jamais os abandona.

Page 59: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Principais ideias

Temor X Ódio O ódio é grave ao Príncipe e ao Estado; Toda fortaleza conquistada por um príncipe odiado não se salvará

das conjurações dos súditos;

Para evitar o ódio: “Quintessência do maquiavelismo” O Príncipe deve ser fiel à palavra; Atentar-se aos bens dos súditos; Atentar-se a honra das mulheres; Agir sempre francamente.

Page 60: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Principais ideias

Homem X Animal: O mito de Quíron e Aquiles. É necessário a um Príncipe, agir tanto como animal quanto como

homem; É próprio do homem combater pelas leis, regularmente, com

lealdade e fidelidade; É próprio do animal combater pela força e pela astúcia.

O Príncipe perfeito necessita possuir ambas as naturezas: Leão X Raposa

Leão: atemorizar os lobos; Raposa: reconhecer as armadilhas.

Page 61: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Principais ideias“Se os homens fossem todos bons, não seria necessário este preceito, mas como são maus, e como não observariam a sua

palavra para contigo, tampouco estás obrigado a observá-la para com eles”.

O Príncipe deve possuir a virtude do parecer, do fazer crer, da hipocrisia, a onipotência do resultado;

Os homens julgam mais pelos olhos do que pelas mãos“Todo o mundo, vê o que pareceis, poucos conhecem a fundo o

que sois, e esta minoria não ousará elevar-se contra a opinião da maioria, sustentada ainda pela majestade do poder soberano”.

Page 62: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Principais ideias“[...],todos os meios que tiver empregado serão julgados dignos e louvados por todo o mundo; o vulgar é sempre

seduzido pela aparência e pelo êxito; e não é o vulgar que faz o mundo?”

Basta ao Príncipe seguir certas regras: Jamais deve tornar poderoso outro príncipe: estaria trabalhando para

sua própria ruína; Demonstrar-se francamente amigo ou inimigo: demonstrar-se

claramente pró ou contra tal ou qual Estados; Deve sempre aconselhar-se quando necessário: por vontade própria e

não de terceiros, pois, por vontade alheia deixaria dominar-se facilmente.

Page 63: O príncipe – Maquiavel (1513)

O príncipe – Principais ideias Seguindo os Príncipes a tudo que se precede, estará mais seguro

que um príncipe antigo; Achar-se-á estabelecido com mais firmeza; Quando julgado virtuoso, conquistam-lhe e prendem-lhe muito mais

os corações do que com os antigos de linhagem, pois, os homens impressionam-se muito mais com o presente do que com o passado;

Dupla glória: Ter fundado um Estado novo; Ter consolidado com boas armas, boas leis, bons aliados e bons

exemplos. Dupla vergonha:

Ter perdido o trono ao qual nascera; Não possuir prudência.

Page 64: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – A Obra

Capítulos XXIV a XXVI: Manifesto pela liberação da

Itália.

Page 65: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Capítulos XXIV a XXVI

Capítulo XXIV: Por que os Príncipes da Itália perderam seus estados;

Capítulo XXV: De quanto pode a fortuna nas coisas humanas e de que modo se lhe deva resistir;

Capítulo XXVI: Exortação para procurar tomar a Itália e libertá-la das mãos dos bárbaros.

Page 66: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Principais ideias Maquiavel revela o grande segredo de sua obra: A Itália;

Amor a pátria que fora dilacerada, subjugada e devastada;

Maquiavel escreve O Príncipe para salvar a Itália;

Uma Itália republicana, herdeira da República romana, pela liberdade cívica à antiga, possuidor de um exército nacional;

A libertação da Itália sob a forma republicana.

Page 67: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Principais ideias O Príncipe deve dispor de um papel heroico: “o matador de

dragões”, o “redentor” da Itália;

Mas, quem salvará a Itália? Os Médicis; Por quê? A família dos Médicis era qualificada por sua virtude hereditária, por

sua fortuna, o favor de Deus e o da Igreja, cujo trono atualmente ocupava.

“O Gênio contra a força bárbara – tomará as armas e breve será o combate – pois o antigo valor – ainda não morreu nos corações

italianos”.

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O Príncipe – Considerações Finais

O destino da Obra

Page 69: O príncipe – Maquiavel (1513)

O Príncipe – Considerações Finais

Loureço de Médicis, recebeu O Príncipe em manuscrito, porém, não devotou a mínima atenção;

Maquiavel não pôde imaginar tamanha repercussão de sua obra;

Em 1531, O Príncipe é impresso, sendo considerado Inofensivo pela igreja;

A partir de 1550, a obra ganha as sociedades, levando a rumores que tomará conta do final do Século XVI.

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O Príncipe – Considerações Finais

Em torno dos conflitos que encobertara o Renascimento, achar-se-ão envolvidos Maquiavel e sua Obra;

Será considerada, a obra, escrita pelas mãos do demônio: “Old Nick”;

Maquiavel é denunciado, em 1557, pelo papa Paulo IV, e inserido na lista do índex;

A França o difama como sendo o conselheiro de Catarina de Médicis, inspirador de sua Corte;

Os termos “maquiavélico” e “maquiavelismo” surgem nesse período, aderindo o verbo “maquiavelizar”.

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O Príncipe – Considerações Finais

Nos Séculos XVI, XVII e XVIII por decorrência das sequenciais revoltas ideológicas e religiosas, buscará entender os escritos de Maquiavel;

Rousseau, No Contrato Social, proporá que Maquiavel simulando dar orientações aos reis, deu grandes lições aos povos, dizendo ser seu livro o Livro dos Republicanos;

Napoleão, que domina o Século XIX, aparece a seus inimigos, como a realização mais perfeita do Príncipe;

Quando no Século XX, O Breve Século, possuem por escopo a Obra de Maquiavel, valendo-se Benito Mussolini, Hitler e Stalin;

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O Príncipe – Considerações Finais

O Príncipe é, contudo, uma obra mais comentada que lida;

Cabe indagar, portanto, por quê permeou seus ensinamentos ao longo da temporalidade? Por quê em pleno Século XXI, após cinco Séculos, ainda discutimos a obra de Maquiavel? 1. Maquiavel apresentou cruamente o problema das relações entre

a Política e a Moral, “O Príncipe deve estar à frente da moral”;2. Apresentou profunda cisão e irremediável separação entre

Política e Moral;3. Sua obra permanecerá em debate até o instante em que a

humanidade deixar a vontade pelo poder de lado.

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Bibliografia

CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. 8ª ed. Rio de Janeiro: Agir, 2002.

DE GRAZIA, Sebastian. Maquiavel no inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

MACHIAVELLI, Nicolò. O Príncipe. 3a ed. Totalmente rev. São Paulo: Martins Fontes, 2004.