Upload
marcgomes
View
200
Download
3
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Olhares sobre as diferenças nas salas de aula Ana Paula Roos (2007) Seminário apresentado por Raquel Salcedo Gomes para a disciplina de Linguagem, inclusão e diferenças, da Profa. Dra. Cátia Fronza.
Citation preview
Olhares sobre as diferenças nas salas de aulaAna Paula Roos (2007)
Seminário apresentado por Raquel Salcedo Gomes para a disciplina de Linguagem, inclusão e diferenças
PPGLA - UNISINOS - 08/11/2011
“As ‘diferenças’ são produzidas na cultura escolar, emaranhada em uma rede de relações de poder e de discursos que constituem o modo como olhamos, dizemos, descrevemos, avaliamos, agimos.” (p. 65)
✴ Um significado não existe em si, mas passa a existir quando enunciado em um discurso.
✴ Produzimos sujeitos e coisas com o discurso.
✴ Como ocorrem os processos de subjetivação e diferenciação?
✴ Como olhamos para as diferenças relacionadas à não-aprendizagem?
AFIRMAÇÕES E INTERROGAÇÕES:
DOIS “EXEMPLOS” DE “NÃO-APRENDIZAGEM” (p. 66):
✴ Situação A
✴ Situação B
Estabelecer lugares, definir posições para cada sujeito
Classificações, rotulações, normalizações
NORMALIZAR: eleger arbitrariamente uma identidade específica como parâmetro em relação à qual as outras identidades são avaliadas e hierarquizadas.
SILVA (2000), SKLIAR (1999), VEIGA-NETO (2000), FABRIS E LOPES (2000):
✴ A diferença é produzida linguisticamente pelos discursos, os processos de significação não são naturais, esses modelos não são absolutos.
✴ Questionamento do ideal de racionalidade do pensamento moderno, que derrubou o autoritarismo aristocrático e o absolutismo, mas hegemonizou um conjunto de práticas sociais, econômicas e culturais que persistem até hoje.
✴ A visão moderna se orienta por binarismos polarizados em positivo e negativo, certo e errado, aprendente e não-aprendente.
A escola toma a modernidade por base, colocando essas oposições no centro de
seus discursos e práticas.
Invenção do fracasso escolar, visto como consequência linear de questões de limites criados para estabelecer
diferenças visíveis.
SER = ESTAR
“A posição de outro não-aprendente é fortalecida nas diversas relações vividas pelas crianças. Elas alcançam um estatuto de diferente por não corresponderem ao que é tido como normal para um eu aprendente.” (p. 70)
✴ Diferenças marcadas em sujeitos e grupos, muitas vezes silenciados ou narrados com palavras que não são suas.
NÓS X ELES
“Estamos enredados em relações de poder em que o poder pode ser visto como algo que “constitui, produz, cria identidades e subjetividades.” (p. 70)
Torna-se, então, cada vez mais relevante pensar a escola enquanto espaço e tempo de relações de poder, de relações entre saber e poder enquanto lócus de governamento do suje ito , de suje ição, de disciplinarização, de regulação e de normalização discursiva. (p. 71)
Outros olhares, outras perguntas
(p. 74)
✴ Legitimar outras formas de ensinar e aprender, indicadas pelos próprios sujeitos e forjadas nas relações com esses grupos culturais.
✴ Fugir da subjetivação pelo binarismo.
Serão os diferentes, todos iguais? (p. 76)
INVENÇÃO DA
ESCOLA
✴ Definição de infância.
✴ Invenção de espaços fechados ou instituições.
✴ Formação de especialistas em educação.
✴ Destruição de outras formas de socialização (aprendizagem e formação dissociadas)
✴ Institucionalização da escola obrigatória.
“A escolarização configura-se, desde seu início, como algo ligado à separação, a escolhas, ao disciplinamento em prol de objetivos construídos para os sujeitos envolvidos.” (p. 78)
O que mudou e o que permanece igual na escola desde sua invenção? O que queremos com o que fazemos em
nossas salas de aula?
Quebra de padrões definidos e complexificação do pensamento e da ação pedagógica
SERÁ QUE A ARBITRARIEDADE NORMALIZADORA PRECISA CONTINUAR EXISTINDO?
✴ As diferenças não são uma obviedade cultural nem uma marca de “pluralidade”.
✴ As diferenças se constroem histórica, social e politicamente.
✴ Não podem caracterizar-se como totalidades fixas, essenciais e inalteráveis.
✴ As diferenças são sempre diferenças.
✴ Não devem ser entendidas como estado indesejável, que deve “voltar à normalidade”.
✴ Dentro de uma cultura, devem ser definidas como diferenças políticas.
✴ As diferenças existem independentemente da “permissão da normalidade”.
Não há um significado predeterminado e essencial no que diz respeito à aprendizagem, nem dos sujeitos “normais”, nem dos ditos “fora da norma” (p. 84)
“A educação é um território de luta diária e cont ingente , um terr itór io de experimentação comprometida com a aprendizagem, com o ensino e, devemos acrescentar, com as possibilidades oferecidas pelas diferenças.” (p. 86)
CONSIDERAÇÕES: