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Patrimônio e Natureza A relação Natureza e Cultura e o debate sobre patrimônio natural no Brasil Elizete Ignácio dos Santos Clave de Fá Pesquisas e Projetos

Palestra patrimonio natural

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Palestra ministrada na especialização em Patrimônio da Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro.

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Page 1: Palestra patrimonio natural

Patrimônio e Natureza

A relação Natureza e Cultura e o debate sobre patrimônio natural no Brasil

Elizete Ignácio dos Santos

Clave de Fá Pesquisas e Projetos

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É patrimônio natural?

Monte Rushmore

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Cidade de Ouro Preto

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Conferência de Estocolmo - 1972“Art. 2º Para os fins da presente convenção serão considerados como patrimônio natural: os

monumentos naturais constituídos por formações físicas e biológicas ou por grupos de tais

formações que tenham valor universal excepcional do ponto de vista estético ou científico;

as formações geológicas e fisiográficas e as zonas nitidamente delimitadas que constituam

o habitat de espécies animais e vegetais ameaçadas e que tenham valor universal

excepcional do ponto de vista da ciência ou da conservação; os sítios naturais ou as zonas

naturais estritamente delimitadas, que tenham valor universal do ponto de vista da ciência,

da conservação ou da beleza natural.”

O Brasil não tem legislação específica que corresponda aos critérios da UNESCO de preservação dos

patrimônios naturais.

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A natureza enquanto patrimônio é dialética:

É ao mesmo tempo um bem material e imaterial.

Permanente e mutante.

Quando pensada em sua dimensão sustentável, ela deve ser ao mesmo tempo

protegida e destruída:

• A própria concepção e natureza é variável: pode ser pensada como

“intocada” pelas mãos do homem (primeiras concepções dos Parques

Naturais) ou como resultado da ação do próprio homem (como o Parque do

Flamengo ou os campos de arroz ou soja).

• Por exemplo, na constituição de 1934 a classificação dos bens naturais e do

código florestal ficou sob responsabilidade do Ministério da Agricultura.

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Diversos autores ressaltam que, enquanto patrimônio, a “natureza” ou os

patrimônios naturais não receberiam a mesma atenção que outras formas de

patrimônio.

Por que a natureza não era vista como patrimônio?

1) Ao longo do séculos 18 e 19 : o seu desaparecimento é visto como sinal de

desenvolvimento do homem

2) Já no século 20 a natureza começa a ser vista como objeto de preservação,

cujo desaparecimento significaria o desaparecimento do próprio homem.

3) Não era percebida como um fato social, como um objeto de intervenção

humana: e quando passa a ser qualificada como patrimônio, não é por seu

“valor intrínseco”, mas por seu valor “cultural”

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Valores relacionados ao patrimônio

• Jurídico – a natureza como bem público ameaçada pelo bem privado

• Econômico – predominância da relação valor de uso e valor de troca

• Estético – predominância da beleza cênica

• Ético – predominância da dos enfoques biocrêntricos (a natureza idependente da humanidade) e bioética (retonro à vida comunitária)

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“Em suma, o fato de o patrimônio ganhar crescente visibilidade no mundo contemporâneo, assim como o ato de

sua proteção ser proclamada nas cartas e declarações oficiais (...), não significa que sua proteção tem por

objetivo salvaguardar a natureza por seu próprio valor

intrínseco. Não significa igualmente que se reconhece a importância de proteger áreas naturais independentemente

do seu interesse para a sobrevivência e as “necessidades” da espécie humana. Ao contrario, a proteção à natureza é

justificada permanentemente por seu valor cultural. Por

isso a expressão bem cultural engloba (e dilui) a expressão

bem natural – conquanto, seguidamente, elas possas ser

tratadas como coisas distintas” (Roncáglio: 27)

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A natureza é cultura? Sob qual perspectiva?

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A referência da paisagem

“Duas posturas justificam as ações de preservação do patrimônio natural. A primeira, de

cunho ético, fundamenta-se m um imprescindível valor humano, o respeito e a

solidariedade que o homem, única criatura capaz de conhecer e compreender os

fenômenos materiais e imateriais do universo, deve a todos os seres que o rodeiam,

sobretudo às diferentes formas de vida com as quais compartilha o espaço e o tempo. A

segunda, de cunho pragmático, origina-se do interesse e dependência do homem pelos

recursos da natureza sem os quais não pode subsistir... Abas as posturas se fundamentam

em questões culturais” (Delphim, 2004)

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Floresta da Tijuca

Page 12: Palestra patrimonio natural

- Paisagem: é mais que uma referência espacial ou física. É uma categoria que

sintetiza os elementos estéticos do ambiente natural.

- A valorização de uma paisagem é cultural e histórica. Se relaciona ao ambiente

natural, mas também ao ambiente urbano. Tem uma forte relação com a

sensibilidade moderna. Logo, a preservação da paisagem é tanto ambiental

quanto cultural, independente de sua feição mais “objetiva”.

A questão é, o patrimônio natural está isento da ação humana? Como pensar sua

articulação com a formação da memória e das identidades nacionais?

Diversos autores apontam para um defesa da natureza enquanto patrimônio por

valores que lhes seja intrínsecos, e não apenas por sua dimensão paisagística e/ou

cultural. A perspectiva é de que a paisagem seria “menos natural” do que a natureza.

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Debate sobre patrimônio e preservação cultural e ambiental no Brasil

Serra da Capivara

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Patrimônio Cultural – Constituição de 1988

“Constituem o patrimônio cultural brasileiro, os bens, de natureza

material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,

portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes

grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem as

formas de expressão, os modos de criar, fazer e viver; as criações

científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos,

edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-

culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,

artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico”

(Constituição da República Federativa do Brasil 1988)

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A Constituição de 1988 permite uma renovação da categoria

“patrimônio”, quando a categoria “bens intangíveis” [bens

imateriais] ganha força e o próprio Estado se coloca positivamente

na defesa do patrimônio.

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Patrimônio Natural no Brasil

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Lista de Patrimônio Mundial Natural no Brasil

• Parque Nacional do Iguaçu

• Mata Atlântica: Reservas do Sudeste

• Parque Nacional Serra da Capivara

• Costa do Descobrimento: Reservas da Mata Atlântica

• Área de Conservação do Cerrado

• Área de Conservação do Pantanal

• Parque Nacional do Jaú

• Ilhas Atlânticas Brasileiras: Fernando de Noronha e Atol das Rocas

Dos 19 patrimônios mundiais brasileiros, 8 são patrimônios naturais

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Lista de Patrimônios Mundiais da Humanidade no Brasil

• A Cidade Histórica de Ouro Preto/MG (1980)• O Centro Histórico de Olinda/PE (1982)• As Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões/RS (1983) • O Centro Histórico de Salvador/BA (1985)• O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo/MG (1985)• O Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu/PR (1986)• O Plano Piloto de Brasília/DF (1987)• O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato/PI (1991)• O Centro Histórico de São Luiz do Maranhão/MA (1997)• Centro Histórico da Cidade de Diamantina / MG (1999)• Mata Atlântica - Reservas do Sudeste SP/PR (1999)• Costa do Descobrimento - Reservas da Mata Atlântica BA/ES (1999)• Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central (2000) • Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal - MS/MT (2000)• Centro Histórico da Cidade de Goiás -GO (2001)• Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas - GO (2001)• Ihas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas - RN (2001) • Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão, SE (2010) • Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar (2012)

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Dedo de Deus sob outra perspectiva

Criação da Serra dos Órgãos

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Dedo de Deus sob outra perspectiva

Criação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos : 1939Registro do Dedo de Deus no livro de Tombo do Arq./Etn./Psg: 2004

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A legislação brasileira prevê dois caminhos para a preservação do patrimônio natural:

1) Pelo valor ecológico: sob a responsabilidade do IBAMA/ICMBio

2) Pelo valor cênico/paisagístico : sob responsabilidade do IPHAN

- O patrimônio natural, no âmbito do IPHAN, é registrado no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, o que revela a perspectiva de uma relação direta entre as paisagens históricas, culturais e naturais. E enfatiza a dimensão cênica sobre a dimensão ecológica.

- Mas se observa atualmente é uma mudança para a preservação ecológica e ambiental, que se sobrepões, mas não exclui, a paisagística

- Isto se reflete nas leis de preservação ambiental , quesão mais rigorosa e têm apresentado mais eficácia no que se refere à proteção do que o registro no livro de tombos.

- No entanto, a possibilidade da “dupla proteção” promove uma integração entre o “valor ecológico” e o “valor” cultural”, bem como reduz a distância “natureza e cultura”. Porém não a ultrapassa.

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História da proteção à natureza no Brasil

• Até meados do século 19: Objeto de contemplação de viajantes e naturalistas

• Entre metade do século 19 e início do século 20: e Objeto de atenção dos cientistas:

surgimento dos museus naturais e jardins botânicos

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Primeiras iniciativas institucionais de proteção à natureza

• Sociedade da árvores – SP – 1931

• Primeira conferência de proteção à natureza: 1934

• Associação de Defesa da Fauna e da Flora: 1954

• Fundação Brasileira para conservação da Natureza – RJ – 1958

• Serviço Florestal (1944) responsável pelos Parques Nacionais, substituído pelo

Departamento de Recursos Naturais Renováveis (1960), e mais tarde, em 1967, pelo

Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal (IBDF), que veio a substituir todos

esses outros órgãos. E foi posteriormente subistituido pelo IBAMA que, atualmente,

se subdividiu entre IBAMA e ICMBio

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Leis de proteção ao patrimônio natural no Brasil

- As primeiras leis de proteção ao patrimônio cultural surgem na década de 1930

- Neste mesmo período surgiram os códigos de proteção à natureza: destaque para o

código de proteção às águas, de minas, proteção dos animais e código florestal em 1934,

o primeiro a pensar a natureza não apenas por seu valor utilitário ou econômico.

- São criados os parques nacionais do Iguaçu, da Serra dos Órgãos e de Itatiaia, inspirados

no modelo de Yellowstone: opção pela preservação da beleza cênica e paisagística

- Mas as políticas mais específicas para o patrimônio natural no Brasil surgem em 1978

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- Vale destacar que as instituições de proteção ao patrimônio cultural

(SPHAN) e ao patrimônio natural (Serviço Florestal/IBDF) surgem em

um mesmo momento. E sofrem contínuas transformações.

- Suas reestruturações correspondem às mudanças na percepção dos

seus respectivos objetos principais. Mas é somente a parti da

primeira década do século 21 que se propõe a conversar mais

proximamente sobre o objeto que lhes seria comum.

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O patrimônio natural e seus valores individualizantes

Serra do Caraça

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É patrimônio natural?

Page 28: Palestra patrimonio natural

É patrimônio!

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Fonte: http://mapas.ibge.gov.br/tematicos/unidades-de-conservacao

Mapa das Unidades de Consevação no Brasil

O Brasil tem atualmente 313 Ucsfederais

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Exemplos de bens registrados no livro de Tombos Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico

Bem / Inscrição Área do Parque do Flamengo tal como...Nome atribuído . Aterro do FlamengoNº Processo 0748-T-64Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 039 ; Vol. ; F. 10 ; Data: 28/07/1965

Bem / Inscrição Conjunto arquitetônico do antigo Horto FlorestalNome atribuído Horto Florestal: conjunto arquitetônicoNº Processo 0633-T-61Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 061 ; Vol. ; F. 014 ; Data: 17/12/1973

Bem / Inscrição Sambaqui do PindahyNome atribuído Sambaqui do PindaíNº Processo 0211-T-39Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 006 ; Vol. ; F. 02 ; Data: 19/01/1940

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Lista de bens registrados no livro de Tombos com paisagem natural

Bem / Inscrição Conjunto arquitetônico e urbanístico da Cidade de Ouro PretoNome atribuído Ouro Preto, MG: conjunto arquitetônico e urbanísticoOutras denom. Cidade de Ouro Preto; Centro histórico de Ouro Preto; Sítio histórico de Ouro PretoNº Processo 0070-T-38Livro Belas Artes Nº inscr.: 039 ; Vol. 1 ; F. 008 ; Data: 20/04/1938Livro Histórico Nº inscr.: 512 ; Vol. 1 ; F. 098 ; Data: 15/09/1986Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 098 ; Vol. 1 ; F. 047 ; Data: 15/09/1986OBS.: “Monumento Nacional de acordo com o Decreto nº 22928, de 12/07/1933." Em 22 de maio de1989, foi feita a averbação do perímetro tombado do " Conjunto Arquitetônico e Urbanístico daCidade de Ouro Preto " como se segue: Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico,nas folhas 47 a 65; Livro do Tombo Histórico, 1º volume, na folha 98; e 2º volume, na folha 17; deacordo com a Ata da 137ª Reunião do Conselho Consultivo do PHAN, realizada em 13/10/1989.

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Lista de bens registrados no livro de Tombos com paisagem natural

Bem / Inscrição Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi . A Área objeto do referidotombamento encontra-se delimitada pelo quarteirão formado, à frente , pela AvenidaMagalhães Barata, à direita , pela Travessa Nove de Janeiro, aos fundos, pela Avenida GentilBittencourt e à esquerda, pela Avenida Alcindo Caceia .Nº Processo 1297-T-89Livro Histórico Nº inscr.: 536 ; Vol. 2 ; F. 023 ; Data: 03/01/1994Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 110 ; Vol. 1 ; F. 073 ; Data: 03/01/1994

Bem / Inscrição Parque Nacional da Serra da CapivaraNº Processo 1322-T-92Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 108 ; Vol. 1 ; F. 070 ; Data: 28/09/1993Obs. A área do parque localiza-se nos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauíe Coronel José Dias. Priorizou-se o município de São Raimundo Nonato visto ter sidooriginalmente o município registrado no processo de tombamento.

Bem / Inscrição Conjunto paisagístico de Cabo FrioNome atribuído Cabo Frio, RJ: conjunto paisagísticoNº Processo 0757-T-65Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 041 ; Vol. ; F. 10 ; Data: 27/04/1967

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Lista de bens registrados no livro de Tombos com paisagem natural

Bem / Inscrição Dedo de Deus, maciço rochosoNome atribuído Dedo de Deus: penhascoNº Processo 1405-T-97Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 130 ; Vol. 2 ; F. 033 ; Data: 06/07/2004

Bem / Inscrição Conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade de Paraty e, separadamente, o edifício daSanta CasaNome atribuído Paraty, RJ: conjunto arquitetônico e paisagísticoNº Processo 0563-T-57Livro Belas Artes Nº inscr.: 441 ; Vol. 1 ; F. 082 ; Data: 13/02/1958Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 017 ; Vol. ; F. 04 ; Data: 13/02/1958Outras Inscrições: Livro das Belas Artes, nº insc.: 510; f. 93; Data: 01/03/74;Livro Arq. Etn./Paisag., nº insc.: 63; f. 14; Data: 01/03/1974.OBS.: Em 01/03/1974 foi inscrito sob o nº 510, às folhas 93, do livro de Tombo das Belas Artes, o Município de Paraty, inscrição esta que inclui o conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade.

Bem / Inscrição Conjunto paisagístico da Lagoa Rodrigo de FreitasNome atribuído Lagoa Rodrigo de Freitas: conjunto paisagísticoNº Processo 0878-T-73Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 121 ; Vol. 2 ; F. 005 ; Data: 19/06/2000

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Lista de bens registrados no livro de Tombos com paisagem natural

Bem / Inscrição Morro da BabilôniaNº Processo 0869-T-73Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 054 ; Vol. ; F. 013 ; Data: 08/08/1973RIO DE JANEIRORio de Janeiro (município)[Versão Preliminar / CODOC / COPEDOC / DAF / 2009]91 Bem / Inscrição Morro da UrcaNº Processo 0869-T-73Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 053 ; Vol. ; F. 013 ; Data: 08/08/1973

Bem / Inscrição Morro do Pão de AçúcarNome atribuído Pão de AçúcarNº Processo 0869-T-73Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 052 ; Vol. ; F. 013 ; Data: 08/08/1973

Bem / Inscrição Parque Nacional da Tijuca e Florestas de proteção acima das cotas de oitenta e cem metros.Nome atribuído Parque Nacional da Tijuca e florestaOutras denom. Floresta da TijucaNº Processo 0762-T-65Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 042 ; Vol. ; F. 010 ; Data: 27/04/1967

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Lista de bens registrados no livro de Tombos com paisagem natural

Bem / Inscrição Parque Nacional da Tijuca e Florestas de proteção acima das cotas de oitenta e cem metros.Nome atribuído Parque Nacional da Tijuca e florestaOutras denom. Floresta da TijucaNº Processo 0762-T-65Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 042 ; Vol. ; F. 010 ; Data: 27/04/1967

Bem / Inscrição Pavilhão de Aulas da Escola de Enfermagem Ana Neri.Nome atribuído Escola de Enfermagem Ana Neri: pavilhão de aulasOutras denom. Escola Ana NeriNº Processo 0953-T-77Livro Histórico Nº inscr.: 507 ; Vol. 1 ; F. 093 ; Data: 14/08/1986 Bem / Inscrição Penhasco da Pedra da GáveaNome atribuído Pedra da GáveaNº Processo 0869-T-73Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 057 ; Vol. ; F. 013 ; Data: 08/08/1973 Bem / Inscrição Penhasco do CorcovadoNome atribuído CorcovadoNº Processo 0869-T-73Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 055 ; Vol. ; F. 13 ; Data: 08/08/1973

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Lista de bens registrados no livro de Tombos com paisagem natural

Bem / Inscrição Penhasco dos Dois IrmãosNome atribuído Morro Dois IrmãosNº Processo 0869-T-73Liv. Arq./Etn./Psg. Nº inscr.: 056 ; Vol. ; F. 013 ; Data: 08/08/1973

FonteBens móveis e imóveis inscritos nos Livros do Tombo do Instituto doPatrimônio Histórico e Artístico Nacional: 1938-2009 / [Org. FranciscaHelena Barbosa Lima, Mônica Muniz Melhem e Zulmira CanárioPope]. 5. ed. rev. e atualiz. [Versão Preliminar] – Rio de Janeiro:IPHAN/COPEDOC,2009.

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GRUPO DE PROTEÇÃO INTEGRAL

ESTAÇÃO ECOLÓGICAÁrea que tem como objetivos a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. Só é permitido o uso indireto dos recursos naturais, ou seja, apenas a utilização que não envolva consumo, coleta, dano ou destruição destes recursos. É proibida a visitação pública, exceto se com objetivo educacional, conforme definir o Plano de Manejo ou regulamento específico desta categoria de Unidade de Conservação. A pesquisa depende de autorização prévia do Instituto Chico Mendes e está sujeita às condições e restrições por ele estabelecidas. A alteração desses ecossistemas só é permitida nos casos de medidas que visem restaurar os ecossistemas por ventura modificados; o manejo de espécies com a finalidade de preservação da biodiversidade biológica; a coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas e a realização de pesquisas científicas.

RESERVA BIOLÓGICAEsta categoria de Unidade de Conservação visa à preservação integral da biota e demais atributos naturais, sem interferência humana direta ou modificações ambientais. A exceção fica por conta de medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e de ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e seus processos ecológicos naturais. A visitação pública é proibida, com exceção da de caráter educacional, segundo o definido em Plano de Manejo da unidade. A pesquisa depende de autorização prévia do Instituto Chico Mendes e também está sujeita às condições e restrições por ele estabelecidas.

D ef i n ições d e U n i d ades d e Co n ser va çã o ( U Cs )

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GRUPO DE PROTEÇÃO INTEGRAL

PARQUE NACIONALOs parques nacionais são a mais popular e antiga categoria de Unidades de Conservação. Seu objetivo, segundo a legislação brasileira, é preservar ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas, realização de atividades educacionais e de interpretação ambiental, recreação e turismo ecológico, por meio do contato com a natureza. O manejo dos parques, feito pelo Instituto Chico Mendes, leva em consideração a preservação dos ecossistemas naturais, a pesquisa científica, a educação, a recreação e o turismo. O regime de visitação pública é definido no Plano de Manejo da respectiva unidade.

MONUMENTO NATURALCategoria de Unidade de Conservação que tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares e/ou de grande beleza cênica. Pode ser constituído por propriedades particulares, desde que haja compatibilidade entre os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais por parte dos proprietários. Se não houver compatibilidade, a área é desaproriada. É permitida visitação aos monumentos naturais, e a pesquisa depende de prévia autorização do Instituto Chico Mendes.

REFÚGIO DE VIDA SILVESTREEstes refúgios surgem com o objetivo de proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Eles podem ser constituídos, assim como os monumentos naturais, por áreas particulares, seguindo as mesmas exigências legais.

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GRUPO USO SUSTENTÁVEL

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTALÁrea em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, com atributos bióticos, abióticos, estéticos ou culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. As APAs tem como objetivo proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Cabe ao Instituto Chico Mendes estabelecer as condições para pesquisa e visitação pelo público.

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GRUPO USO SUSTENTÁVEL

ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICOÁrea em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais singulares ou mesmo que abrigam exemplares raros da biota regional. Sua criação visa a manter esses ecossistemas naturais de importância regional ou local, bem como regular o uso admissível destas áreas, compatibilizando-o com os objetivos da conservação da natureza.

FLORESTA NACIONALÁrea com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas, criadas com o objetivo básico de uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e pesquisa científica, voltada para a descoberta de métodos de exploração sustentável destas florestas nativas. É permitida a permanência de populações tradicionais que habitam a área, quando de sua criação, conforme determinar o plano de manejo da unidade. A visitação pública é permitida, mas condicionada às normas especificadas no plano de manejo. A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do Instituto Chico Mendes.

RESERVA EXTRATIVISTAÁrea utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. Sua criação visa a proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. As populações que vivem nessas unidades possuem contrato de concessão de direito real de uso, tendo em vista que a área é de domínio público. A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e com o disposto no plano de manejo da unidade. A pesquisa é permitida e incentivada, desde que haja prévia autorização do Instituto Chico Mendes.

Page 41: Palestra patrimonio natural

GRUPO USO SUSTENTÁVELRESERVA DE FAUNAÁrea natural com populações de animais de espécies nativas, terrestres e aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobe o manejo econômico sustentável dos recursos faunísticos. A visitação pública é permitida, desde que compatível com o manejo da unidade. É proibida na área a prática da caça amadorística ou profissional. Mas pode haver comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas, desde que obedeçam o disposto na legislação brasileira sobre fauna. O Instituto Chico Mendes ainda não criou nenhuma Unidade de Conservação desta categoria.RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELÁrea natural que abriga populações tradicionais, que vivem basicamente em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais. Esta categoria desempenha papel fundamental na proteção da natureza, bem como na manutenção da diversidade biológica. Tal uso é regido, como nas Reservas Extrativistas, por contrato de concessão de direito real de uso, uma vez que a área da RDS é de domínio público.

RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURALSão Unidades de Conservação instituídas em áreas privadas, gravadas com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica ali existente. Com isso, tem-se o engajamento do cidadão na proteção dos ecossistemas brasileiros, dando-lhe incentivo à sua criação, como isenção de impostos. O SNUC especifica que é compatível a conservação da natureza nessas áreas, com o uso sustentável de parcela de seus recursos ambientais renováveis, bem como dos processos ecológicos essenciais, mantendo a biodiversidade e atributos ecológicos. Uso sustentável aqui subentende-se a realização de pesquisa científica e visitação pública com finalidade turística, recreativa e educacional.