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Prática de Leitura e Escrita
Esfera Literária - (material do aluno) - 2ª série do Ensino Médio
Oficina de Poemas, Poesias, Letras de Músicas
Nesta unidade, o objetivo é trabalhar dentro da esfera literária o gênero textual
poema. Um poema é uma obra literária geralmente apresentada em versos e
estrofes, ainda que possa existir prosa poética, assim categorizada por usar temas
específicos e figuras de estilo próprias da poesia.Veremos assim o poema como
texto literário como fator de promoção dos direitos e valores humanos.
Com este material, pretendemos que você obtenha as seguintes competências
e habilidades:
Compreender a Literatura como instituição social;
Reconhecer o texto literário como fator de promoção dos direitos e
valores humanos;
Relacionar os sentidos de um texto literário a possíveis leituras dessa
obra em diferentes épocas;
Distinguir e interpretar os vários funcionamentos da língua e sua
interação discursiva
Identificar os aspectos linguísticos da construção do gênero e sua
análise estilística: adjetivo e substantivo e mais especificamente a
personificação, metáfora, hipérbole, antítese.
Elaborar a partir das estratégias textuais aprendidas e de produção
imagética, textos poéticos em verso ou em prosa com argumentação
crítica relacionada a alguma temática social.
2
Para atingirmos esses objetivos, apresentamos os seguintes momentos de
atividades:
I – INTRODUÇÃO
II – LEITURA
III – ELABORAÇÃO DE PAINÉIS
IV – ATIVIDADE / QUESTÕES
V – LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
VI – RODA DE CONVERSA – Debate
VII – AULA EXPOSITIVA
VIII – PRODUÇÃO TEXTUAL
IX - FIME: Amistad
X – LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
(Intertextualidade)
XI – PRODUÇÃO TEXTUAL -(Reescrita)
XII – RODA DE CONVERSA – (Finalizando)
XIII – CONCLUSÃO DO PROJETO TEXTUAL –
(Publicação)
I - RODA DE CONVERSA (aula 1)
Para a introdução desta unidade, observe atentamente as figuras abaixo, tendo em
mente a poesia, discuta com os colegas sobre a impressão e as lembranças que as
imagens lhe trazem e responda por escrito as questões propostas.
Imagem 01 –
http://www.wiltonesporte.com.br/blog/wpcontent/uploads
/2011/08/image2.jpeg
Imagem 02 - http://imagem.ongame.com.br/asda/blog/amor_reggae.jpg
3
Questões:
01 – Quais tipos e gêneros de linguagens essas figuras apresentam?
02 – Que interação as imagens tem umas com as outras?
03 – Quem são os personagens apresentados e o que eles fazem?
04 – Qual dessas imagens está ligada a você no seu dia-a-dia? Explique e exemplifique.
05 – Onde podemos encontrar os personagens das imagens apresentadas?
06 – Elabore um poema curto a partir dessas imagens e das informações delas extraídas.
Imagem 03 –
http://imagem.ongame.com.br/asda/blog/amor
_reggae.jpg
Imagem 04 –
http://3.bp.blogspot.com/O7KAb62ChqU/Tb_wIM9zOI/
AAAAAAAAACA/nG7EnK7xAmY/s1600/ydc9ntyrhmi63s
0umu4a881dc4018f7_homer-reggae.jpg
Imagem 05 –
http://1.bp.blogspot.com/-2KNjXRvueJU/Tr6nuYd3P-I/AAAAAAAAAKw/O59ylQr-
sfU/s1600/Hip_Hop_Wallpaper_3ze4s.jpg
4
II – LEITURA (aulas 2 e 3)
Leia os livros de poemas e poesia selecionados pelo seu professor na sala de aula
ou na biblioteca de sua escola. Depois que você observar os livros e ler alguns
poemas, seu professor lerá com a turma trechos dos poemas ―Navio Negreiro e
Vozes D‘África‖ de Castro Alves, gênero-alvo deste estudo. Converse com o grupo
sobre as impressões que ficaram da leitura. Separe um poema de sua escolha e
mais os dois que o professor indicou para alvo de estudo. Preencha o quadro de
análise a seguir com o intuito de comparar os poemas e perceber se há
diferenças entre eles.
TEXTO I - VOZES D'ÁFRICA – Castro Alves
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...
Qual Prometeu tu me amarraste um dia
Do deserto na rubra penedia
— Infinito: galé!...
Por abutre — me deste o sol candente,
E a terra de Suez — foi a corrente
Que me ligaste ao pé...
O cavalo estafado do Beduíno
Sob a vergasta tomba ressupino
E morre no areal.
Minha garupa sangra, a dor poreja,
Quando o chicote do simoun dardeja
O teu braço eternal.
Minhas irmãs são belas, são ditosas...
Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas
Dos haréns do Sultão.
Ou no dorso dos brancos elefantes
Embala-se coberta de brilhantes
Nas plagas do Hindustão.
Por tenda tem os cimos do Himalaia...
Ganges amoroso beija a praia
Coberta de corais ...
A brisa de Misora o céu inflama;
E ela dorme nos templos do Deus Brama,
— Pagodes colossais...
A Europa é sempre Europa, a gloriosa!...
A mulher deslumbrante e caprichosa,
Rainha e cortesã.
Artista — corta o mármor de Carrara;
Poetisa — tange os hinos de Ferrara,
No glorioso afã!...
Nem vêem que o deserto é meu sudário,
Que o silêncio campeia solitário
Por sobre o peito meu.
Lá no solo onde o cardo apenas medra
Boceja a Esfinge colossal de pedra
Fitando o morno céu.
De Tebas nas colunas derrocadas
As cegonhas espiam debruçadas
O horizonte sem fim ...
Onde branqueia a caravana errante,
E o camelo monótono, arquejante
Que desce de Efraim
.......................................
Não basta inda de dor, ó Deus terrível?!
É, pois, teu peito eterno, inexaurível
De vingança e rancor?...
E que é que fiz, Senhor? que torvo crime
Eu cometi jamais que assim me oprime
Teu gládio vingador?!
........................................
Foi depois do dilúvio... um viadante,
Negro, sombrio, pálido, arquejante,
Descia do Arará...
E eu disse ao peregrino fulminado:
"Cam! ... serás meu esposo bem-amado...
— Serei tua Eloá. . . "
Desde este dia o vento da desgraça
Por meus cabelos ululando passa
O anátema cruel.
As tribos erram do areal nas vagas,
E o nômade faminto corta as plagas
No rápido corcel.
Vi a ciência desertar do Egito...
Vi meu povo seguir — Judeu maldito —
Trilho de perdição.
Depois vi minha prole desgraçada
Pelas garras d'Europa — arrebatada —
5
Sempre a láurea lhe cabe no litígio...
Ora uma c'roa, ora o barrete frígio
Enflora-lhe a cerviz.
Universo após ela — doudo amante
Segue cativo o passo delirante
Da grande meretriz.
....................................
Mas eu, Senhor!... Eu triste abandonada
Em meio das areias esgarrada,
Perdida marcho em vão!
Se choro... bebe o pranto a areia ardente;
talvez... p'ra que meu pranto, ó Deus clemente!
Não descubras no chão...
E nem tenho uma sombra de floresta...
Para cobrir-me nem um templo resta
No solo abrasador...
Quando subo às Pirâmides do Egito
Embalde aos quatro céus chorando grito:
"Abriga-me, Senhor!..."
Como o profeta em cinza a fronte envolve,
Velo a cabeça no areal que volve
O siroco feroz...
Quando eu passo no Saara amortalhada...
Ai! dizem: "Lá vai África embuçada
No seu branco albornoz... "
Amestrado falcão! ...
Cristo! embalde morreste sobre um monte
Teu sangue não lavou de minha fronte
A mancha original.
Ainda hoje são, por fado adverso,
Meus filhos — alimária do universo,
Eu — pasto universal...
Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão,
Ela juntou-se às mais... irmã traidora
Qual de José os vis irmãos outrora
Venderam seu irmão.
Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p'ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito...
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!...
São Paulo, 11 de junho de 1868
TEXTO II - Navio Negreiro - Castro Alves
I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o
espaço?
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
II
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...
III
Desce do espaço imenso, ó águia do
oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode
olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue
voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro
d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas
figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus!
Meu Deus! Que horror!
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Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o
firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto
ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!
O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!
IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras
voam!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
VI
Existe um povo que a bandeira
empresta
7
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
P'ra cobrir tanta infâmia e
cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa
festa
Em manto impuro de bacante
fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que
bandeira é esta,
Que impudente na gávea
tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora
tanto
Que o pavilhão se lave no teu
pranto! ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da
esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea
plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos
ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
Texto III – Que você escolheu após as leituras indicadas pelo seu professor.
8
III – ELABORAÇÃO DE PAINÉIS (aulas 4 e 5)
Agora você fará uma produção escrita inicial. Com os poemas, poesias e letras de
músicas, imagens previamente selecionadas seu grupo organizará um painel. Leia
os materiais trazidos pelos colegas e em pequenos grupos, discutam e escolham o
que se apresente mais relativo à temática proposta: Poema – Como fator de
Promoção dos direitos e valores sociais. Cada grupo deverá socializar sua
escolha e, a partir das justificativas apresentadas, será orientada a organizar um
projeto (conforme tabela abaixo) para a escrita de um poema ou letra de música a
partir do assunto proposto.
O texto deste projeto será produzido num primeiro momento individualmente.
Pesquise e escolha um periódico (jornal, revista) que circule na região ou na própria
escola para enviar o poema criado e escolhido pelos alunos.
Essa opção será essencial para a elaboração do poema, pois esse periódico possui
um público-alvo específico, o qual deverá ser levado em conta na abordagem desse
tema e nas escolhas linguísticas.
Poema 1 Poema 2 Poema 03
Título
Autor
Onde foi publicada
Público-alvo
Tema
Função
Recursos
linguísticos
Personagens
9
PROJETO – PRODUÇÃO TEXTUAL = POEMA / LETRA DE MUSICA
Autor(a): Orientador(a):
TEMA:
TITULO:
PROBLEMA:
HIPÓTESE:
OBJETIVO:
PÚBLICO ALVO:
JUSTIFICATIVA:
METODOLOGIA:
RECURSOS LINGUÍSTICOS: (Palavras e termos a serem usados)
Durante as rodas de conversa, roda de leitura, exibição de clips e filmes, cada aluno deverá
anotar, palavras, termos, circunstâncias que poderão ser envolvidos na produção de sua
escrita.
AUTOCORREÇÃO: (O próprio aluno faz a primeira correção, consulta também os colegas
do grupo)
REESCRITA: (antes de entregar ao professor para a correção final o aluno fará a reescrita
do texto)
ESCOLHA DO POEMA A SER APRESENTADO PELO GRUPO: Após os integrantes do
grupo lerem os poemas de cada um do grupo, votarão elegendo apenas um para concorrer à
publicação final.
ESCOLHA FINAL: - Os poemas escolhidos pelos grupos deverão ser afixado no mural da sala de forma que
cada aluno da sala possa ler e votar no seu preferido. Aquele de obtiver maior número de votos será publicado
no jornal ou revista da cidade previamente escolhido pela turma e já contatados. O poema também pode ser
declamado no dia de um evento escolar (precisa ser agendado antes com o coordenador do evento.
- A Letra da música seguirá o mesmo processo do poema e em tempo igual. Apenas será colocado poema numa
coluna e letra de música em outra. A apresentação da música acontecerá num evento escolar, podendo ser
publicada também se assim o grupo desejar e a instituição escolhida (jornal, revista) aprovar.
10
Faça uma revisão sobre o levantamento de hipóteses registrado no caderno: onde
consta, o que e quais são os recursos poéticos e as características do gênero poema
e atentem para isso durante a produção textual do seu poema.
O professor irá reproduzir em sala de aula o vídeo da canção: ―Todo Camburão tem
um pouco de Navio Negreiro‖, do grupo RAPPA, responda às questões propostas
em duplas e apresente suas conclusões para a turma na hora devida estabelecida
pelo professor.
Com as revistas e jornais distribuídos em sala de aula para que recortem ou
desenhem algo que represente a opinião de cada um, socialize a atividade,
montando um painel com imagens pertinentes ao tema da atividade. Explore o
significado dessas imagens com os colegas, promova assim a reflexão e a discussão
entre o grupo. Em seguida você e os colegas do grupo exporão os cartazes na sala
de forma organizada para que, posteriormente, todos possam ler os poemas e
comparar suas idéias com as dos colegas.
IV – ATIVIDADE / QUESTÕES (aulas 6 e 7)
1 – O que é camburão? Você concorda com o que é apresentado na canção? Justifique.
2 – Em quais partes a canção faz menção ao Poema ―Navio Negreiro‖?
3 – Quais seriam suas propostas para reverter essa situação social?
4 – Existem injustiças no Brasil? Quais?
5 - Quais injustiças o Brasil superou ao longo de sua história?
RAPPA - Todo Camburão tem um pouco de Navio Negreiro
http://www.youtube.com/watch?v=x_Tq34rysAc
11
6 – Quando a escravidão terminou? Como?
7 – Que herança o período da escravidão oficial trouxe para a cultura brasileira?
8 – Como você entende a participação da literatura nas questões sociais?
V – RODA DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (aula 8)
Este é um momento para analisar o funcionamento da língua. De posse do poema
―Vozes D‘África que o professor distribuiu para a turma, analise o conteúdo e a forma
do poema e responda as seguintes questões no caderno. No que se refere à forma:
a) Você percebe/entende que o autor ficou conhecido por seu estilo exclamativo,
hiperbólico e dramático que dava a impressão de que suas obras eram feitas para
serem declamadas e não lidas individualmente? Justifique sua resposta com suas
palavras e adicione trechos do poema.
b) E que sua (do autor) intenção era mostrar a sociedade o desejo de liberdade
almejado por ele e seus contemporâneos? Justifique sua resposta com suas
palavras e adicione trechos do poema.
c) Como o uso abundante de figuras de linguagem, além de proporcionar visões que
determinam variadas interpretações dos leitores, também traz sonoridade ao texto?
Justifique sua resposta com suas palavras e adicione trechos do poema.
‗Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abrasão insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dois È o céu? Qual o oceano?
[...]
‗Stamos em pleno mar... Abrindo as velas
12
Ao quente arfar das vibrações marinhas,
...
VI – RODA DE CONVERSA – Debate (aula 9)
Leia um trecho da reportagem: ‖Racismo: a cor do meu amor‖ publicada na revista
Marie Claire.
―Uma família bem brasileira Rita Andrade, 38, produtora de TV em Brasília.
Mãe de duas filhas brancas, Tauana e Maíra, e um casal de negros,
Gabriela e Tchango ―Casei com meu primeiro marido quando tinha 18 anos.
Ele é loiríssimo. Juntos, tivemos duas filhas: a primeira, Tauana, hoje com
19 anos, nasceu loira, a segunda, Maíra, 17, é morena clara. Me separei
depois de três anos, e voltei para a casa de minha mãe. Meu segundo
marido eu conheci em um show: um negro africano, do Gabão, chamado
Rogê Onanga. Foi amor à primeira vista. Rogê é lindo, alto, mais de 1,90 m,
um príncipe africano, descendente da nobreza. Ele era filho de diplomata e
vocalista da banda Obina Shock [grupo brasiliense que fez relativo sucesso
nos anos 80, mas desapareceu depois do primeiro CD], que estava
começando. Ficamos juntos naquela noite, achei que não ia dar em nada,
mas começamos a sair. Vários amigos comentaram, porque a maioria nem
sabia que eu tinha separado e já estava vivendo com uma pessoa
completamente oposta: o Márcio é baixinho e branquelo, e ele, altíssimo e
negro. Uma amiga comentou: ‗Como você troca o Márcio por um negro feio
desses?‘. Dei um corte e rompi com ela.
Eu nunca tinha me interessado antes por um negro, apesar de meu pai ser
descendente de negros. Minha família não criticou, mas na dele tivemos
problemas. Foi preciso nascer minha primeira filha com o Rogê, Gabriela,
hoje com 15 anos, para eles me aceitarem. Minhas filhas brancas eram
tratadas com distanciamento. Eles nunca nos deixavam esquecer que
éramos brancas. O irônico é que, quando a Gabi nasceu, eles amavam os
cachos clarinhos dela... Mas, no dia do parto, a enfermeira disse: ‗É menina,
só que é negra‘. Ela me noticiou aquilo como se fosse um problema.
Rogê viajava muito com a banda e a gente nunca chegou a ter uma casa.
Quando fiquei grávida do Tchango, eu já tinha deixado ele. Acabei indo
morar com a minha ex-sogra, avó das minhas primeiras filhas. Ela, que é
loira de olhos verdes, acabou se tornando avó de todos. Assumi Tchango
sozinha. A vida de Rogê deu uma virada, ele pirou e sumiu no mundo. Os
meninos perderam totalmente o contato com o pai.
As crianças nunca estranharam o fato de serem dois negros e dois brancos.
Só o cabelo que é uma coisa séria. Tchango chama o dele de ‗bombril‘,
corta sempre bem curto. Gabriela usa umas trancinhas soltas, tive que
aprender a fazer. Para pentear, ela gasta metade do dia. Ela chora e
esperneia, até hoje. Já alisou uma vez e foi péssimo. O cabelo começou a
13
cair, ela ficou arrasada. Acho uma loucura que num país cheio de negros os
salões afro sejam super caros e os outros não saibam fazer. Gabi faz alguns
trabalhos como modelo e nunca tem um cabeleireiro para cabelo de negro.
Na rua, sempre tem um olhar diferente, isso me incomoda profundamente.
Teve uma história no ônibus, quando eu estava com as três meninas. A
cobradora perguntou se eram minhas filhas e, apontando para Gabi, que
estava no meu colo: ‗E essa, é da empregada?‘. Fiquei zangada, respondi
que não e ela insistiu: ‗Mas é adotiva?‘. Encerrei a conversa dizendo que ela
saiu da minha barriga. Teve também uma história com o Tchango. Um dia a
gente estava vendo TV, e ele disse: ‗Mãe, quando eu crescer não quero ser
negro‘. Perguntei por que, e ele disse: ‗Porque todo negro que eu vejo na
novela é pobre‘. Fiquei preocupada porque ele estava sacando a realidade.
Começamos a conversar muito. Uma coisa que eu sempre digo a eles é:
‗Vocês são negros, não são moreninhos‘. Moreninha sou eu. Outro dia, tive
que falar com o Tchango sobre sair andando à noite sozinho: ‗Se for um
menino branco, a polícia vai aconselhar a ir para casa; mas negro correndo
é ladrão‘. Ele ficou chateado, mas eu me preocupo e tento prepará-los.
Agora estou com meu terceiro marido, que é descendente de russos e tem
um filho de 10 anos, de ascendência indígena. Meu primeiro marido se
casou de novo e tem uma filha francesa de 7 anos. A mãe dela, ao ver meus
filhos negros, disse: ‗Como você mistura o seu sangue desse jeito, com
tantos homens brancos no mundo?‘. Já a filha não faz diferença nenhuma,
gosta de todos. Acho minha família a cara do Brasil.‖
Após a leitura da reportagem o professor realizará um debate onde todos
responderão e discutirão as seguintes questões:
01 - No primeiro parágrafo do texto, temos três exemplos de pessoas que convivem com o
racismo. Qual é a relação de cada uma delas com experiência do preconceito?
02 - Qual é a diferença entre o racismo nos Estados Unidos, o regime de apartheid da África
e o Brasil?
03 - Qual é o principal problema entre brancos e negros casados no Brasil?
04 - Por que, em sua opinião, muitos negros e mestiços se declaram brancos?
VII – AULA EXPOSITIVA (aulas 10 e 11)
Nesta aula você terá a oportunidade de ler o poema Vozes D‘África e com o auxílio
do professor em sua aula expositiva e realizar a atividade de compreensão que o
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levará a identificar os aspectos linguísticos da construção do gênero e sua análise
estilística como a personificação, metáfora, hipérbole, antítese. Características
humanas (personificação) são incorporadas pelo continente africano para dar mais
emoção ao texto.
As funções de linguagem predominantes são a poética (trabalha a seleção de
palavras, sons e idéias) e a conativa (onde a intenção maior é influenciar no modo de
pensar do autor). Castro Alves escreveu um belo poema, regado de recursos
sonoros e musicais, mas não foi por isso que ela sobreviveu até hoje. Isso ocorreu,
pois, além de relevar a triste face da escravidão negra no passado do Brasil, ela nos
apresenta a África como um continente que sempre sofreu graças à exploração dos
outros povos.
Sugestão de pesquisa: Cultura Africana:
http://www.youtube.com/watch?v=4uIL4QcZ1hU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ZjcY_cZg2Y0&feature=related
http://youtu.be/VryE40BwCOc - Imagens musicadas D’África:
VIII – PRODUÇÃO TEXTUAL (aula 12)
Em grupos conversem sobre os dois poemas lidos anteriormente e os textos
trazidos pelos alunos solicitados pelo professor anteriormente para integrarem a
discussão e compreensão, como letras de música, crônica poética e outros poemas
afins. O objetivo dessa atividade é que você consiga opinar com clareza e coerência,
oralmente, sobre os textos em estudo, comparando-os e refletindo sobre o processo
de leitura e compreensão. Enquanto vocês discutem, o professor caminhará pela
sala, anote suas dúvidas e aproveite para falar sobre elas quando o professor passar
por vocês. Lembre-se que todas essas atividades ajudam a compor o projeto de
escrita final deste estudo.
Em seguida faça uma análise dos poemas e da letra de música selecionada
conforme o modelo / tabela abaixo:
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NAVIO NEGREIRO
TODO CAMBURÃO TEM UM POUCO
DE NAVIO NEGREIRO
Qual é o gênero textual?
Qual é o assunto principal?
Apresenta personagem principal?
Qual?
Qual é o público-alvo do texto?
Trata-se de um texto curto ou
longo?
Faz uso de recursos poéticos?
Justifique.
Como atividade extraclasse você deverá fazer uma pesquisa sobre o FIME: Amistad,
Steven Spielberg, 1997 e trazer as anotações relacionadas ao filme integradas aos
textos já lidos para que trabalhem em pares na sala de aula, na data que o professor
indicará após assistirem ao filme.
IX - EXIBIÇÃO DO FIME: Amistad, Steven Spielberg, 1997 (aulas 13 e 14)
Seu professor irá exibir o filme, de Steven Spielberg, 1997, este filme está
relacionado ao estudo da literatura e escolas literárias. Ele retrata o poema ―Vozes
D'África‖ (século XIX) que é um poema condoreiro (que trata de temas sociais e
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humanitários) de Castro Alves, poeta romântico brasileiro defensor da abolição. Esse
poema é mais uma de tantas em que o autor luta pelos direitos universais de
liberdade para todos os homens, através da denúncia da escravidão negra no Brasil
e da desigualdade entre África e os demais continentes.
Sobre o filme: A história remonta ao ano de 1839 e é baseada em fatos verídicos
que ocorreram a bordo do navio La Amistad. O filme relata a luta de um grupo de
escravos africanos em território americano, desde a sua revolta até seu julgamento e
libertação. Através dessa trama de forte conteúdo emocional, é possível conhecer as
condições de captura e transporte de escravos africanos para os trabalhos na
América do Norte, a máquina jurídica americana de meados do século 20 e o germe
das primeiras medidas para a abolição da escravatura naquele território. (Fonte:
Wikipédia)
X – RODA DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (Intertextualidade) (aula
15)
Texto I: A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o
senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral
decretou e ela sancionou a Lei seguinte:
Art 1º - É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.
Art 2º - Revogam-se as disposições em contrário.
(Fonte: http://173.203.31.59/Portal.Base/Web/VerContenido.aspx?ID=206439 / acessado em 08/09/2012)
TEXTO II - O TRABALHO ESCRAVO E A POESIA LIBERTÁRIA DO SÉCULO XIX - ANELISE HAASE DE
MIRANDA
No dia 13 de maio do ano em curso realizou-se na praça Batista Campos, em Belém
do Pará, o “Ato Público em Defesa da Dignidade do Trabalho e em Repúdio a Todas as Formas de
Trabalho Degradantes”, dentre as quais o trabalho escravo, promovido pelo Foro Trabalhista, do qual
participam: a Associação dos Magistrados Trabalhistas da Oitava Região (Amatra VIII), a Ordem dos
Advogados do Pará (OAB-PA), a Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado do Pará (ATEP), a
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Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (ABRAT) e a Associação Nacional dos Procuradores
do Trabalho (ANPT VIII).
Trata-se do segundo ano consecutivo em que o evento ocorre na data comemorativa
da libertação dos escravos – 13 de maio, quando há mais de cem anos, foi assinada a Lei Áurea. O
local que sediou o Ato – em praça pública, juntamente com o significado histórico, político e social do
dia 13 de maio, fizeram-nos relembrar um personagem da literatura brasileira que contribuiu,
enormemente, para o despertar do movimento abolicionista do século XIX, tendo sido o precursor
em denunciar o regime escravocrata colonial.
Nos referimos ao principal representante da terceira geração do romantismo, um dos
maiores poetas brasileiros de todos os tempos - Castro Alves. Ele cantou os muitos amores vividos,
mas não se limitou a escrever apenas sobre experiências pessoais, voltando-se, ainda, para as
mazelas do mundo exterior. Dedicou vários anos de seu curto tempo de vida a historiar e a declamar
as tragédias, dores e tristezas do povo oprimido - os escravos.
Nos versos do poeta baiano foram revelados, com emoção, força e sonoridade
singular, o suplício enfrentado pelos africanos escravizados, desde o navio negreiro, no qual partiam
rumo ao nosso país, em um “porão negro, fundo, infecto, apertado e imundo”, como descreveu em
um de seus poemas mais famosos, até os horrores aos quais eram submetidos nas senzalas, em meio
ao tronco e ao chicote, quando deveriam indagar, como fez Castro Alves em Vozes d’África: “Não
basta inda de dor, ó Deus Terrível?!”
Todavia, naqueles anos, havia escravos por todos os lugares no Brasil, como na casa
da família do próprio Castro Alves e até nas de alforriados. A escravidão era permitida e considerada
normal, constituindo-se na base da economia colonial. Diante de um cenário totalmente adverso e
hostil às idéias abolicionistas, a luta pela liberdade foi um dos grandes desafios do poeta, que, sem
temor algum, se manifestou politicamente como abolicionista, ao declamar, em voz alta, seus
poemas sociais nas praças, teatros e saraus.
A poesia cantada pelo poeta era tão bela e forte que conquistava os corações e
tocava a alma dos que a ouviam. A palavra e a voz foram os instrumentos utilizados por Castro Alves
para lutar contra a escravidão, que parecia estar longe de chegar ao fim em nosso país, um dos
últimos a aboli-la. Com seus versos, trazia ao conhecimento público os sofrimentos dos escravos,
dando voz aos seus prantos, tormentos e ao tratamento desumano e desrespeitoso que recebiam.
O poeta se foi aos vinte e quatro anos de idade, não lhe restando tempo de vida para
ver os ideais de seus poemas se concretizarem. Porém, mesmo após sua morte, continuou vivo
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através de suas poesias, que entoaram as lutas do movimento abolicionista, culminando na extinção
da escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888. E ainda hoje, cabe a reflexão sobre a atualidade da
poesia libertária do século XIX, diante das notícias de que o Pará lidera o ranking dos Estados com o
maior número de empregadores que se utilizam de trabalhadores em condições análogas a de
escravo, na chamada “lista suja” do Ministério do Trabalho e Emprego.
O papel histórico cumprido pelos poemas de Castro Alves demonstra que as diversas
manifestações artísticas, como a literatura, a música e a pintura, têm um poder transformador,
mormente quando engajadas com os problemas de seu tempo. A compreensão, por si só, como disse
outro poeta, leva à libertação. Mas quando além de entender, conseguimos nos emocionar, a ponto
de reagir, temos, então, uma revolução que inicia em nosso interior e tende a transbordar e a
florescer, na esperança de que as gerações atuais e futuras possam desfrutar de uma vida plena,
significativa e verdadeiramente livre. (*) Adaptação do artigo "Poesia Libertária" publicado no jornal O Liberal em
17.05.2007./ (**) Anelise Haase de Miranda é Juíza do Trabalho Substituta da Oitava Região (Pará e Amapá).
QUESTÕES
- Que gêneros textuais são esses e o que eles representam?
- Quais as marcas linguísticas observamos nestes textos?
- Que condições sociais os textos abordam? Os textos elogiam algum
fato/acontecimento?
- Por que a maioria dos pobres e miseráveis nas cidades brasileiras são negros? Por
que precisamos de cotas para negros nas universidades?
Atividade extraclasse - Realize pesquisas sobre as manifestações artísticas atuais
relacionadas ao Movimento Negro, buscando trazer a maior diversidade de gêneros
textuais possíveis (reportagem, notícia, artigo de opinião, poemas, letras de música,
dança, artes gráficas, artes plásticas etc...). Na sala de aula em data marcada pelo
professor você e seu grupo farão uma roda de conversa contrastando todo o material
com a leitura dos poemas de Castro Alves.
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TRABALHO DE PESQUISA – Esta pesquisa é uma atividade para compor sua nota
do bimestre. Você terá quatro semanas realizar a pesquisa que responderá as
QUATRO seguintes questões:
Conhecido como ―poeta dos escravos‖, Castro Alves foi o maior expoente da
chamada geração condoreira do Romantismo brasileiro. Defensor da causa
abolicionista e da igualdade entre os homens morreu precocemente, deixando, entre
outros, ―O navio negreiro‖, considerado por muitos o mais belo poema da língua
portuguesa. As atividades a seguir pretendem ampliar a compreensão de O Navio
Negreiro e outros poemas e de seu tempo.
1 - Quais diferenças você pode traçar entre a obra de Castro Alves ―O Navio
Negreiro e outros poemas e a geração romântica anterior à sua, o Ultra-Romantismo
ou ―mal do século‖?
2 - Que artifício Castro Alves usa para despertar no leitor simpatia pela causa que
defendia? Dê exemplo, citando um dos poemas que você leu.
3 - O eu-poético em muitos dos poemas de O navio negreiro se apresenta como um
porta-voz da liberdade para os injustiçados. Destaque fragmentos de pelo menos
duas instâncias onde isso pode ser constatado.
4 – INTERTEXTUALIDADE
Compare os seguintes trechos de três dos principais representantes do Romantismo
brasileiro: Fagundes Varela, Machado de Assis e Castro Alves (nota: Machado de
Assis, embora pertença ao Realismo, tem uma fase romântica, no início da carreira
literária). Depois, responda às perguntas a seguir.
E pouco a pouco se esvaece a bruma,
Tudo se alegra à luz do céu risonho
E ao flóreo bafo que o sertão perfuma.
Porém minh‘alma triste e sem um sonho
Murmura olhando o prado, o rio, a espuma:
Como isto é pobre, insípido, enfadonho!
VARELA, Fagundes. “Enojo”. In: Livro dos sonetos.Porto Alegre: L&PM, 1997.
Querida, ao pé do leito derradeiro
em que descansas dessa longa vida,
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aqui venho e virei, pobre querida,
trazer-te o coração do companheiro
ASSIS, Machado de. “Carolina”. In: Livro dos sonetos. Porto Alegre: L&PM, 1997.
Hoje em meu sangue a América se nutre:
– Condor, que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão.
Ela juntou-se às mias... irmã traidora!
Qual de José os vis irmãos, outrora,
Venderam seu irmão!
ALVES, Castro. “Vozes d’África”. In: O Navio Negreiro e outros poemas.São Paulo: Saraiva, 2007 (Clássicos Saraiva).
a) Que características comuns você pode apontar nesses três trechos?
b) Que diferenças você observa nos trechos mencionados?
XI – PRODUÇÃO TEXTUAL (Desenvolvendo projeto: poema e/ou letra de
música) (Aula 16)
Com o projeto totalmente preenchido e em mãos comece a organizar o texto
escolhido pelo seu grupo, poema ou letra de música. Se for preciso releiam algum
dos poemas ou peça ao professor que repasse o vídeo com a música do RAPPA.
Lembre-se que vocês publicarão a produção final. Então é preciso cuidado com a
escrita e modo de se comunicar. Consulte sempre o dicionário e a gramática.
Também considere em seu texto a importância da literatura poética e seu
envolvimento com as questões sociais.
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XII – RODA DE CONVERSA (aula 17)
O professor vai exibir nessa aula o vídeo: Graffiti - Boss AC HIP HOP (Sou Eu e És
Tu).
Após assistir o vídeo com atenção, vocês discutirão as seguintes questões:
a) - Que tipo música é essa e que movimento ela representa?
b) – Quais as linguagens apresentadas no vídeo?
c) – Num exercício de intertextualidade quais os traços em comum com os textos,
filme, vídeos, música e poesia você poderia apontar?
d) – Quais as manifestações artísticas são mostrada no vídeo?
Como você pode observar a herança da escravidão ainda é presente em nossa
sociedade. Embora a opressão se manifeste de outras formas, ela ainda se
manifesta contra boa parte da população negra, marginalizada durante séculos.
Essa realidade é denunciada por movimentos culturais como o rap e o hip hop.
Assista também como atividade extraclasse ao vídeo “Navio Negreiro” musicado e
na interpretação de Caetano Veloso.
Vídeo = http://www.youtube.com/watch?v=k9eRhSdIGGM .
Imagem = http://i.ytimg.com/vi/k9eRhSdIGGM/0.jpg
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Sugestão de estudo:
Assista o filme: “A Missão” (1986) – Dirigido por Roland Joffé
Assista o documentário / Youtube: Breve História da Cultura Africana
Neste momento você já tem bastante material para desenvolver uma reflexão sobre
as estruturas dos textos lidos, assistidos, escritos e analisados, e as discussões
feitas. Faça a revisão do sua produção textual e em seguida construa a reescrita do
texto poema(ou letra de música) construído por você e seu grupo. Assim que
terminarem, deverão trocar os textos com os colegas, conversar, trocar impressões e
comentar o que acharam do texto um do outro.
XIII – CONCLUSÃO DO PROJETO TEXTUAL (aula 18)
Para concluir o trabalho desta unidade você juntamente com seu grupo realizará a
produção final do texto escolhido por vocês, poema/letra de música. Você pode
desenvolver essa atividade na biblioteca da escola ou na sala de aula conforme
orientação do seu professor. É importante ainda expor os poemas, poesias ou letras
de músicas em um mural na sala para que todos, eventualmente, possam ler esses
textos e votar conforme agendado pelo projeto. Em seguida, após as correções
efetuadas pelo professor e a votação de todos, encaminhem o poema escolhido por
todos para o jornal escolhido para ser publicado. E na data do evento da escola,
como já agendado, o grupo escolhido por todos apresentará a composição musical
realizada em sala de aula.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção e apresentação LÍdo Ivo.São Paulo: Global, 1983.
ALVES, Castro. Navio Negreiro. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 07 Set. 2012.
AMISTAD. Sinopse. Disponível em: www.wikipedia.org. Acesso em: 08 Set. 2012.
Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
Sugestão de pesquisa: Imagens musicadas D’África: http://youtu.be/VryE40BwCOc
INTERNET:
IMAGENS:
Imagem 01 – http://www.wiltonesporte.com.br/blog/wpcontent/uploads/2011/08/image2.jpeg
Imagem 02 - http://imagem.ongame.com.br/asda/blog/amor_reggae.jpg
Imagem 03 – http://imagem.ongame.com.br/asda/blog/amor_reggae.jpg
Imagem 04
http://3.bp.blogspot.com/O7KAb62ChqU/Tb_wIM9zOI/AAAAAAAAACA/nG7EnK7xAmY/s1600/ydc9ntyrhmi63s0umu4a881dc4018f7_home
r-reggae.jpg
Imagem 05 –
http://1.bp.blogspot.com/-2KNjXRvueJU/Tr6nuYd3P-I/AAAAAAAAAKw/O59ylQr-sfU/s1600/Hip_Hop_Wallpaper_3ze4s.jpg
MÚSICAS:
RAPPA - Todo Camburão tem um pouco de Navio Negreiro
http://www.youtube.com/watch?v=x_Tq34rysAc
Sugestão de pesquisa: Cultura Africana: http://www.youtube.com/watch?v=4uIL4QcZ1hU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ZjcY_cZg2Y0&feature=related
http://youtu.be/VryE40BwCOc - Imagens musicadas D’África:
TEXTOS: um trecho da reportagem: ‖Racismo: a cor do meu amor‖ publicada na revista Marie Claire.
.(http://pt.wikipedia.org/wiki/Poema acessado em 12/10/12).
Lei Da Abolição - (Fonte: http://173.203.31.59/Portal.Base/Web/VerContenido.aspx?ID=206439 / acessado em 08/09/2012)
O TRABALHO ESCRAVO E A POESIA LIBERTÁRIA DO SÉCULO XIX - ANELISE HAASE DE MIRANDAhttp://www.anamatra.org.br/artigos/o-
trabalho-escravo-e-a-poesia-libertaria-do-seculo-xix