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Sustentabilidade e Inovação Social Prof. Doutor Rui Teixeira Santos 2011

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Master in Social Administration (2011)

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Sustentabilidade

e Inovação Social

Prof. Doutor Rui Teixeira Santos2011

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I Parte

Sumário:Schumpeter e a Revolução

Criativa

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O que é sustentabilidade?

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos económicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana. Propõe-se ser um meio de configurar a civilização e a atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planeando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais. A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.

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Sustentabilidade Económica de

Portugal Se não houver sustentabilidade não haveré quem empreste

Ganhos de eficiência - Cresciemento do valor por activo (a ineficiencia do um sistema não transacionavel repercurte-se na competitividade da economia, porque intervem na formação de préços)

Sustentabilidade externa Sustentabilidade das finanças publicas Chave do acordo com a Troika: é necessário

crescimento do emprego (por causa das tensões sociais)

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Schumpeter As transformações experimentadas pela

economia mundial desde a década de 1970 renovaram o interesse por Joseph Alois Schumpeter cuja obra escrita nos anos 30 foi ofuscada por Keynes .

A Crise de 2007/11 renova esse interesse. Uma economia evolui num processo de

destruição criativa: Faz melhor libertando recursos por criação

criativa Implementa os novos processos e mecanismos

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Capitalismo Seguindo a trilha de outros grandes economistas –

Adam Smith (1723-1790), David Ricardo (1772-1823), Karl Marx (1818-1883), para citar alguns deles –, Schumpeter procurou compreender os movimentos gerais da economia e o destino de um modo particular de produzir em so- ciedade: o capitalismo.

Ao contrário dos economistas clássicos, Schumpeter não considerava o crescimento da população, o aumento da produção e a acumulação de recursos como os fatores determinantes do desenvolvimento económico. Nesse assunto, estava mais próximo de Marx pelo papel relevante que atribuiu ao progresso técnico na dinâmica capitalista.

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Bases sob as quais atua o mecanismo

económico São elas: a propriedade privada, a divisão do trabalho e a livre

concorrência. Na economia do ‘fluxo circular’, segundo Schumpeter, a vida

económica transcorre monotonamente, em que cada bem produzido encontra o seu mercado, período após período. Isso, contudo, não significa concluir que inexista crescimento econô- mico. Admitem-se incrementos na produtividade, decorrentes de aperfeiçoamentos no processo de trabalho e de mudanças tecnológicas contínuas na função de produção. Entretanto, essa base tecnológica já é conhecida, incorporada que foi com o tem- po na matriz produtiva da economia. Os agentes econômicos apegam-se ao estabelecido, e as adaptações às mudanças ocor- rem em ambiente familiar e de trajetória previsível. Nessas cir- cunstâncias, de acordo com Schumpeter, mudanças económicas substanciais não podem ter origem no fluxo circular, pois a reprodução do sistema está vinculada aos negócios realizados em períodos anteriores.

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As mudanças económicas são externas ao fluxo

circular A questão para Schumpeter é que as

inovações transformadoras não podem ser previstas ex ante. Contudo, esses tipos de inovações, que são originadas no próprio sistema, quando introduzidas na atividade econômica, produzem mudanças que são qualitativamente diferentes daquelas alterações do dia-a-dia, levando ao rompimento do equilíbrio alcançado no fluxo circular. Assim, a evolução económica se caracteriza por rupturas e descontinuidades com a situação presente e se devem à introdução de novidades na maneira de o sistema funcionar.

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As ondas schumpeterianas

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Crítica Leon Walras, na qual esse autor lhe disse que

a vida económica seria apenas uma sucessão adaptativa às ocorrências de ordem natural e social que agem sobre ela. Para Schumpeter, entretanto, adaptações, embora possam produzir crescimento, não caracterizam em si o desenvolvimento económico (TDE, p. 47). Este último é, para ele, um fenómeno qualitativamente diferente. A mesma avaliação de inadequação teórica vale para a análise de equilíbrio parcial de Alfred Marshall (1842-1924)

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Modelo biológico São tipos de mudanças económicas, de ordem

qualitativamente superior, que caracterizam, portanto, o desenvolvimento económico. As inovações, diz Stolper (1991), alteram a partir de dentro os parâmetros do sistema o qual, sendo evolucionário, não conhece o equilíbrio. E por ser evolucionário, ele transcorre no tempo e, por isso, sua natureza é histórica (Heertje, 1996). Para dar uma dimensão ao leitor do significado de alterações revolucionárias, como fenómeno totalmente estranho ao que vem ocorrendo no dia-a-dia, Schumpeter faz uma comparação entre a diligência e as ferrovias: “Adicione sucessivamente quantas diligências quiser, com isso nunca terá uma estrada de ferro” (1911, pé de página, p. 47).

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Análise dinâmica Em ambiente em que ocorre variedade e

seleção, o enfoque analítico a ser aplicado tem mais analogia com a teoria evolucionária, própria da biologia, do que com a mecânica e o equilíbrio, encontrados na física. Nesse caso, a análise tem de ser dinâmica, em que se privilegia o desequilíbrio e o tempo histórico e não estatico como eram as análises do fluxo circular para determinar por exemplo o preço.

De onde vêm as inovações que se repercutem na atividade económica?

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Inovação “[A]s inovações no sistema económico não aparecem, via

de regra, de tal maneira que primeiramente as novas necessidades surgem espontaneamente nos consumidores e então o aparato produtivo se modifica sob sua pressão. Não negamos a presença desse nexo. Entretanto, é o produtor que, igualmente, inicia a mudança económica, e os consumidores são educados por ele, se necessário; são, por assim dizer, ensinados a querer coisas novas, ou coisas que diferem em um aspecto ou outro daquelas que tinham o hábito de usar. Portanto, apesar de ser permissível, e até mesmo necessário, considerar as necessidades dos consumidores como uma força independente e, de fato, fundamental na teoria do fluxo circular, devemos tomar uma atitude diferente quando analisamos a mudança” (Schumpeter, 1911, p. 48).

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Inovações como novas combinações

As mudanças se originam, portanto, no lado da produção, na maneira distinta de combinar materiais e forças para produzir

Isso não implica transpor linearmente o enfoque da biologia à economia, pois as leis aplicadas aos animais não necessariamente se estendem aos seres humanos e vice-versa, dado que o homem pode influir em sua própria história as coisas a serem utilizadas na vida diária das pessoas, mas, repita-se, não dizem respeito a aperfeiçoamentos no já conhecido.

Trata-se de modos totalmente diferentes de dispor materiais e forças. A esses modos diferentes Schumpeter (1911, p. 48-9) chamou de inovações ou de ‘novas combinações’.

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Novas combinações1) Introdução de um novo bem – ou seja, um bem com que os consumidores ainda não estejam familiarizados – ou de uma nova qualidade de um bem.

2) Introdução de um novo método de produção, ou seja, um método que ainda não tenha sido testado pela experiência no ramo próprio da in- dústria de transformação, que, de modo algum, precisa ser baseado numa descoberta cientificamente nova, e pode consistir também em nova maneira de manejar comercialmente uma mercadoria.

3) Abertura de um novo mercado, ou seja, de um mercado em que o ramo particular da indústria de transformação do país em questão não te- nha ainda entrado, quer esse mercado tenha existido antes ou não.

4) Conquista de uma nova fonte de matérias-primas ou de bens semimanufaturados, mais uma vez independentemente do fato de que essa fonte já existia ou teve que ser criada.

5) Estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a criação de uma posição de monopólio (por exemplo, pela trustificação) ou a fragmentação de uma posição de monopólio.

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Meios de produção Schumpeter deixa explícito que os meios de

produção necessários às novas combinações não estão ociosos, à espera para serem empregados na produção de novos bens. Os recursos para viabilizar as novas combinações já estão disponíveis na sociedade, estando empregados em atividades que compõem o fluxo circular. São as novas maneiras de combiná-los, retirando-os dos locais onde se acham empregados e alocando-os em novas atividades, que se vão produzir, então, o que Schumpeter chamou de desenvolvimento económico.

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Quem vai tomar a iniciativa dessa mudança? O empresário é uma figura que se distingue

na socie- dade por ser portador de uma energia e capacidade de realizar coisas novas que não estariam presentes de maneira difundida entre a população.

O empresário não deve ser visto como o tradicional capitalista que pertence à classe burguesa, embora se junte a ela ao ser bem-sucedido em sua empreitada. Nem pode ser tomado como aquele que assume riscos.

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Motivações do empresário

‘Psicologia empresarial’ Alguns fatores possíveis de suas motivações:

a ambição social, o snobismo, a conquista superior e outras, mas não avança em maiores argumentos teóricos para o aparecimento desse personagem na paisagem económica.

O leitmotiv de sua ação empreendedora é um tipo de ‘ato heróico’, apenas quer ver as coisas acontecerem, pela criação em si.

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Rigor protestante e meditação budista

IN HIS 1905 book, “The Protestant Ethic and the Spirit of Capitalism”, Max Weber credited the Protestant ethic with giving rise to capitalism. Now it sometimes seems as if it is the Buddhist ethic that is keeping capitalism going. The Protestants stressed rational calculation and self-restraint. The Buddhists stress the importance of “mindfulness”—taking time out from the hurly-burly of daily activities to relax and meditate. In today’s corporate world you are more likely to hear about mindfulness than self-restraint.

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Dinamismo do sistema económico

O dinamismo do sistema econômico para Schumpeter depende, assim, do surgimento do empresário como criador de novas combinações. Mais do que isso: é alguém que tem a habi- lidade para que o novo seja implementado. Após as novas combinações serem adicionadas ao fluxo regular da atividade económica, o empresário perde esta sua condição, passando, assim, a fazer parte da classe capitalista ou da burguesia. É esse o sentido que Schumpeter atribui ao termo empresário.

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Poupança e Crédito Para pôr em prática suas idéias ou insights, o em-

presário precisa ter acesso ao comando de meios de produção. Em outras palavras, o que o empreendedor necessita é de crédito. Nesse campo, Schumpeter vai de encontro à sabedoria convencional da época para a qual era necessária a existência de uma poupança prévia que financiasse novos projetos de investi- mento.

A interpretação de Schumpeter, ao contrário, é de que o empresário precisa é de poder de compra para pôr em movi- mento os meios de produção para efetivar as novas combina- ções. E esse poder de compra, diz Schumpeter, pode ser criado ad hoc, não precisa ter existido anteriormente.

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“Ainda que a resposta convencional à nossa questão não seja certamente absurda, há no entanto um outro método de obter dinheiro para esse propósito, que chama nossa atenção, porque, diferentemente do referido, não pressupõe a existência de resultados acumulados do desenvolvimento anterior, e por isso pode ser considerado como o único disponível dentro de uma lógica estrita. Esse método de obter dinheiro é a criação de poder de compra pelos bancos (...). É sempre uma questão, não de transformar o poder de compra que já existe em propriedade de alguém, mas a criação de novo poder de compra a partir do nada – a partir do nada mesmo que o contrato de crédito pelo qual é criado o novo poder de compra seja apoiado em garantias que não sejam elas próprias meio circulante – que se adiciona à circulação existente. E essa é a fonte a partir da qual as novas combinações frequentemente são financiadas e a partir da qual teriam que ser financiadas sempre, se os resultados do desenvolvimento anterior não existissem de fato em algum momento”. (Schumpeter, 1911, p. 53).

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Liquidação do crédito A liquidação do financiamento tomado dessa

maneira ocorrerá ex post, com os lucros provenientes das inovações introduzidas na atividade económica. É essa, então, a natureza dos lucros; constituem-se em um prémio que a sociedade paga aos inovadores por lhe proporcionar acesso a novos bens e serviços.

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Ciclos Económicos Os altos e baixos na produção e no emprego – a

forma assumida pelo desenvolvimento econômico no capitalismo, segundo Schumpeter – decorrem de dois movimentos. No que se refere aos períodos de expansão, esses se devem à própria difusão das inovações. A introdução no mercado de um novo produ- to ou processo gera lucros extraordinários, o que atrai uma leva de imitadores que procuram aproveitar as oportunidades abertas pela inovação. Isso se manifestará na construção de novas fábricas e na contratação de mão-de-obra e compra de insumos. Os novos investimentos levam ao boom na atividade em questão e em outras secundárias.

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Aceleração das ondas

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Forma da inovação Os investimentos em inovação ocorrem de forma

descontínua, em grupos ou bandos, dando dinamismo à expansão.

A introdução de uma novidade de produtos ou processos vem alterar as condições competitivas daqueles empreendimentos já estabelecidos. As inovações, ao se colocarem como alternativas a produtos e processos antigos, fazem com que esses últimos percam espaço no mercado, tornando obsoleta a capacidade instalada e destruindo postos de trabalho, espraiando-se para outros se-ores relacionados e àqueles mais distantes atingidos pelo efeito-renda negativo.

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Clima de incerteza nos negócios

Na ótica de Schumpeter, o processo de concorrência apresenta ganhadores e perdedores, não é um jogo de win-win. É uma situação em que o sistema se deve ajustar às inovações, gerando depressões na economia.

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Crescimento e multiplicador da

produtividade

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Crítica a Marx Após identificar a forma como o desenvolvimento

econômico se manifesta sob o capitalismo, Schumpeter debruça-se sobre os rumos que tomará a continuidade dessa evolução. Essa avaliação vai aparecer, então, em Capitalismo, Socialismo e Democracia.

Schumpeter concorda com Marx de que o destino do capitalismo caminhava em direção ao socialismo. Mas o móvel para tal não residia, segundo Schumpeter,nos motivos estabelecidos por Marx (na luta de classes e no processo histórico). Schumpeter mostra suas discordâncias em relação a alguns aspectos da análise marxista, incluindo aí a teoria do valor. Aceita, contudo, muitos dos argumentos de Marx, principalmente o seu método dialético de análise.

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Luta de Classes No plano politico a luta de classes – motor da história – é a

manifestação da oposição entre salários e lucros da esfera económica. O acirramento dessa contradição emperra o avanço económico, constituindo-se uma época de convulsões sociais, até que uma nova classe – portadora do progresso – assuma a hegemonia na sociedade (Marx, 1859).

Schumpeter não compartilhava dessa interpretação que Marx faz do desenvolvimento do capitalismo. Para ele, o rumo do sistema em direção ao socialismo se deveria às virtudes que o capitalismo apresenta, não às suas contradições. Não há na estrutura econômica dessa forma de organização social nada que impeça o aumento da produção. Schumpeter não acredita numa desaceleração dos investimentos devido a uma pretensa queda na taxa de lucro.

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Colapso do capitalismo

Schumpeter mais não fez do que mostrar a enorme admiração que nutria pela obra de Marx: ao retomar a tese do colapso do capitalismo, Schumpeter aceita tacitamente a "superioridade da economia marxista", para usar os termos de Shibata e Oskar Lange, encarando o seu trabalho como uma tentativa de ajudar a economia capitalista a sobreviver. A distinção que faz entre preferência e prognóstico retoma, de certo modo, a distinção marxista entre economia burguesa, mera técnica de adaptação, e a crítica da economia política. Reconhecer que o sistema capitalista está ferido internamente de morte é o mesmo que admitir o carácter ideológico da economia que visa adiar a sua morte. Ora, a actual crise do sistema financeiro capitalista não é uma mera "crise periódica", mas uma "crise sistémica" e, como tal, representa o fim da era neoliberal iniciada nos anos 80. Ela revela claramente o colapso do fundamentalismo de mercado: a economia de mercado entregue a si mesma é autodestrutiva, porque, como dizia Marx, o verdadeiro inimigo mortal da "produção capitalista é o próprio capital". Desde a grande crise de 1929 que a ideia de um desenvolvimento do sistema capitalista, harmonioso e equilibrado, caiu definitivamente em descrédito: o próprio Schumpeter pôs a tónica, tal como Marx, na instabilidade fundamental do sistema capitalista. Para evitar o colapso, sempre que é ameaçado por uma crise, o capitalismo precisa da intervenção do Estado: "O controlo pelo governo dos mercados de trabalho e capital, da política de preços e, por via dos impostos, da distribuição de rendimentos, já está estabelecido e necessita só de ser complementado sistematicamente por iniciativa governamental, indicando as linhas gerais de produção (programas de construção de casas, investimento estrangeiro) de molde a transformar, mesmo sem a nacionalização maciça das indústrias, o capitalismo regulado ou agrilhoado em capitalismo guiado, o qual pode com quase igual justiça ser apelidado de socialismo".

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Destruição Criadora No seu muito citado capítulo sobre a destruição criadora,

Schumpeter também refuta aquela crítica feita com base na visão idílica da concorrência perfeita, defendida pela teoria neoclássica, de que a grande empresa e as formas monopólicas de mercado não favorecem o desempenho da produção. Schumpeter ques- tiona mesmo a própria existência de tal estrutura de mercado, duvidando de que ela sequer tenha existido na realidade. Entre- tanto, mesmo que se considerasse que a sua existência tenha ocorrido naquele período que antecede a formação da grande empresa – por volta de 1890 –, a situação não lhe seria favorável diante dos avanços observados na economia em período poste- rior, quando, então, a presença da escala de grande porte na produção manufatureira torna-se dominante. Ora, esse tipo de interpretação, critica Schumpeter, deriva de emprego de análise estática, mas o capitalismo, continua ele, é um método de mu- dança econômica e não é, nem poder ser, estacionário.

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Criação de destruição de

Estruturas Quando se olha a economia com uma visão estática e se vê uma única empresa no mercado, se associam os lucros extraordinários que possa estar obtendo ao exercício do poder monopolístico que desfruta, à custa dos consumidores. Se olharmos, porém, dina- micamente, essa colocação única de mercado pode se dever à introdução de algo novo na atividade econômica e, portanto, é uma posição passageira. Os lucros maiores que lhe são devidos provêem de inovações, cujos ganhos desaparecem com o in- gresso de novos competidores. A questão não é como o sistema administra ditas estruturas, mas como ele as cria e as destrói (Schumpeter, 1942, p. 112)14.

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Práticas Monopolistas Schumpeter crítica à teoria neoclássica de que mercados imperfeitos

são relativamente ineficientes quando confrontados com a concorrência perfeita.

A teoria do monopólio simples e discriminador ensina que, excetuando-se um caso limite, o preço de monopólio é mais alto e a produção de monopólio é menor do que o preço e a produção em concorrência. Isso é verdade, desde que o método e a organização da produção – e tudo o mais – sejam exatamente os mesmos em ambos os casos. Na realidade, entretanto, existem métodos superiores disponíve- is ao monopolista que, ou não são de maneira alguma aces- síveis a uma multidão de concorrentes, ou não lhe são prontamente acessíveis; pois há vantagens da empresa que, embora não estritamente inatingíveis competitivamente, são, na verdade, asseguradas apenas pelo monopólio. Em outras palavras, esse elemento da defesa da concorrência pode falhar completamente porque os preços de monopólio não são necessariamente mais altos ou as produções de monopólio, necessariamente mais baixas do que seriam os preços e a produção competitivos na eficiência organiza- cional e produtiva ao alcance da firma compatível com a hipótese competitiva (Schumpeter, 1942, p. 134).

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O fim do Capitalismo O que, então, levaria, para Schumpeter, ao ocaso do

capitalismo? Segundo Schumpeter, as causas não seriam encontradas na dimensão económica do sistema. Nesse quesito, a performance do capitalismo seria satisfatória. O seu desaparecimento estaria associado a fatores encontrados em outras esferas da sociedade: em âmbito sociocultural.

Em primeiro lugar, a grande empresa, ao burocratizar a atividade de inovação, tornando-a uma tarefa rotineira internalizada em seu departamento de P&D, substitui aquele ímpeto individual do empresário na busca do novo – que rompe com o status quo – pelas ações rotineiras de equipes de especialistas alocadas especialmente a esse mister. A grande empresa automatizada e burocratizada ao mesmo tempo que expropria pe- quenos proprietários, leva a burguesia a perder sua função na sociedade, ao facilitar a socialização da produção. O socialismo é alcançado, assim, não pela luta de classes, mas pela ação do empresário inovador.

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Fim do Capitalismo Em segundo lugar, a dinâmica do processo

concorrencial é conducente à constituição de grandes unidades produtivas e à eliminação de pequenas empresas. A saída do circuito económico de pequenos proprietários, negociantes, agricultores e outros – muitos deles oriundos de formas pretéritas de produção – aniquila aquela camada social que dá sustenta- ção política ao sistema e que defende a propriedade individual contra uma forma mais impessoal de propriedade dos meios de produção.

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Fim do Capitalismo O terceiro elemento a trabalhar contra a permanência

do capitalismo é a formação de uma camada de intelectuais hostis a essa forma de organização social que, mediante posições que ocupam na sociedade, difundem idéias que criam uma atmosfe- ra de rancor social contra o sistema.

A avaliação de Schumpeter de que o capitalismo não so- breviveria, não era devida a algum tipo de desejo ou fé. Schumpeter fazia questão de deixar claro que, em suas análi- ses, raciocinava como economista, não com valores políticos. Esse é um exercício de futuro e, como tal, incerto.

O que a análise econômica nos ajuda, acrescenta Schumpeter, é antever o que aconteceria se as tendências que hoje observamos se mantivessem no tempo futuro.

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Legado de Schumpeter

A partir do início da década de 1980, cresce o interesse pelas idéias de Schumpeter e uma das obras marcantes nessa direção é An Evolutionary Theory of Economic Change de Richard R. Nelson e Sidney Winter, publicada em 1982, constituindo-se em um mar- co no pensamento do que viria ser a corrente neo-schumpete- riana ou evolucionária. Novas categorias de análise têm sido incorporadas à bagagem teórica do economista. O conceito de rotina como norma de comportamento, o processo de busca de inovações como diferencial competitivo, o mercado como me- canismo de seleção e o papel das instituições e da história vêm lançar novas luzes sobre a dinâmica capitalista. Gradualmente, vários economistas e cientistas sociais se vêm juntando à agenda de pesquisa estabelecida por essa abordagem de pensamento econômico

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II ParteUma abordagem neo-schumpeteriana da Inovação Social Sustentabilidade: O termo "sustentável" provém do latim

sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar). Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas”.

Inovação Social: A inovação social acontece quando se encontram novas soluções para as necessidades sociais. Para resolver os problemas da exclusão social, da falta de qualidade de vida e da falta de participação cívica e democrática, é necessário encontrar novas soluções e reinventar as actuais para que tenham mais qualidade, mais impacte e mais eficiência.

Gestão e Administração Local sustentável

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SustentabilidadeSustentabilidade é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo. Em anos recentes, o conceito tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, o que requereu a vinculação da sustentabilidade no longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em princípio.

O princípio da sustentabilidade aplica-se a um único empreendimento, a uma pequena comunidade (a exemplo das ecovilas), até o planeta inteiro. Para que um empreendimento humano seja considerado sustentável, é preciso que seja:

1. ecológicamente correto

2. económicamente viável

3. socialmente justo

4. culturalmente diverso

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Conceito de sustentabilidade

O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), realizada em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, a primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente. A Conferência de Estocolmo lançou as bases das ações ambientais em nível internacional, chamando a atenção internacional especialmente para questões relacionadas com a degradação ambiental e a poluição que não se limita às fronteiras políticas, mas afeta países, regiões e povos, localizados muito além do seu ponto de origem. A Declaração de Estocolmo, que se traduziu em um Plano de Ação, define princípios de preservação e melhoria do ambiente natural, destacando a necessidade de apoio financeiro e assistência técnica a comunidades e países mais pobres. Embora a expressão "desenvolvimento sustentável" ainda não fosse usada, a declaração, no seu item 6, já abordava a necessidade imperiosa de "defender e melhorar o ambiente humano para as atuais e futuras gerações" - um objetivo a ser alcançado juntamente com a paz e o desenvolvimento econômico e social

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Conceitos correlacionados

Sustentável significa apto ou passível de sustentação, sustentado é aquilo que já tem garantida a sustentação. É de imediata compreensão que "sustentado" já carrega em si um prazo de validade, no sentido de que não se imagina o que quer que seja, no domínio do universo físico, que apresente sustentação perpétua (ad aeternu), de modo que, no rigor, "sustentado" deve ser acompanhado sempre do prazo ao qual se refere, sob risco de imprecisão ou falsidade, acidental ou intencional. Tal rigor é especialmente importante nos casos das políticas ambientais ou sociais, sujeitos a vieses de interesses divergentes.

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Conceitos correlacionados

Crescimento sustentado refere-se a um ciclo de crescimento econômico constante e duradouro, porque assentado em bases consideradas estáveis e seguras. Dito de outra maneira, é uma situação em que a produção cresce, em termos reais, isto é, descontada a inflação, por um período relativamente longo.

Gestão sustentável é a capacidade para dirigir o curso de uma empresa, comunidade ou país, através de processos que valorizam e recuperam todas as formas de capital, humano, natural e financeiro.

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Conceitos correlacionados A sustentabilidade comunitária é uma aplicação do conceito de

sustentabilidade no nível comunitário. Diz respeito aos conhecimentos, técnicas e recursos que uma comunidade utiliza para manter sua existência tanto no presente quanto no futuro. Este é um conceito chave para as ecovilas ou comunidades intencionais. Diversas estratégias podem ser usadas pelas comunidades para manter ou ampliar seu grau de sustentabilidade, o qual pode ser avaliado através da ASC (Avaliação de Sustentabilidade Comunitária).

Sustentabilidade como parte da estratégia das organizações. O conceito de sustentabilidade está intimamente relacionado com o da responsabilidade social das organizações. Além disso, a ideia de "sustentabilidade" adquire contornos de vantagem competitiva. Isto permitiu a expansão de alguns mercados, nomeadamente o da energia, com o surgimento das energias renováveis. Segundo Michael Porter, "normalmente as companhias têm uma estratégia económica e uma estratégia de responsabilidade social, e o que elas devem ter é uma estratégia só". Uma consciência sustentável, por parte das organizações, pode significar uma vantagem competitiva, se for encarada integrar uma estratégia única da organização, tal como defende Porter, e não como algo que concorre, à parte, com "a" estratégia da organização, apenas como parte da política de imagem ou de comunicação. A ideia da sustentabilidade, como estratégia de aquisição de vantagem competitiva, por parte das empresas, é refletida, de uma forma expressamente declarada, na elaboração do que as empresas classificam como "Relatório de Sustentabilidade”.

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Investimento socialmente

responsável (ISR)Investir de uma forma ética e sustentável é a base do chamado ISR (ou SRI, do inglês Socially responsible investing). Em 2005, o Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, em articulação com a Iniciativa Financeira do PNUMA (PNUMA-FI ou, em inglês, UNEP-FI) e o Pacto Global das Nações Unidas (UN Global Compact), convidou um grupo de vinte grandes investidores institucionais de doze países para elaborar os Princípios do Investimento Responsável. O trabalho contou também com o apoio de um grupo de 70 especialistas do setor financeiro, de organizações multilaterais e governamentais, da sociedade civil e da academia. Os princípios da PNUMA-FI foram lançados na Bolsa de Nova York, em abril de 2006. Atualmente a PNUMA-FI trabalha com cerca de 200 instituições financeiras, signatárias desses princípios, e com um grande número de organizações parceiras, visando desenvolver e promover as conexões entre sustentabilidade e desempenho financeiro. Através de redes peer-to-peer, pesquisa e treino, a PNUMA-FI procura identificar e promover a adoção das melhores práticas ambientais e de sustentabilidade em todos os níveis, nas operações das instituições financeiras.

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Banalização do conceito

O uso do termo "sustentabilidade" difundiu-se rapidamente, incorporando-se ao vocabulário politicamente correto das empresas, dos meios de comunicação de massa, das organizações da sociedade civil, a ponto de se tornar quase uma unanimidade global. Por outro lado, a abordagem do combate às causas da insustentabilidade parece não avançar no mesmo ritmo, ainda que possa estimular a produção de previsões mais ou menos catastróficas acerca do futuro e aquecer os debates sobre propostas de soluções eventualmente conflitantes. De todo modo, assim como acontecia antes de 1987, o desenvolvimento dos países continua a ter como principal indicador, o crescimento económico, traduzido como crescimento da produção ou, se olhado pelo avesso, como crescimento (preponderantemente não sustentável) da exploração de recursos naturais. As políticas públicas, bem como a ação efetiva dos governos, ainda se norteia basicamente pela crença na possibilidade do crescimento econômico perpétuo e essa crença predomina largamente sobre a tese oposta, o decrescimento econômico, cujas bases foram lançadas no início dos anos 1970, por Nicholas Georgescu-Roegen. Segundo Amartya Sen, Prémio Nobel de Economia 1998: "Não houve mudança significativa no entendimento dos determinantes do progresso, da prosperidade ou do desenvolvimento. Continuam a ser vistos como resultado direto do desempenho económico.”

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A revolução da Inovação Social

"Nos últimos 100 anos as pessoas foram ficando familiarizadas com a ideia de inovação, ligando-a sempre a avanços tecnológicos. E nem perceberam que boa parte dos ganhos na saúde e na educação não tinham uma origem tecnológica, mas sim numa maneira diferente de organizar as coisas. A ideia de inovação social é muito simples: inovar sistematicamente nas soluções para os nossos problemas sociais.” Geoff Mulgan

Entre os problemas sociais estão questões como a exclusão social, a desigualdade, a organização dos sistemas de saúde e de ensino, e o envelhecimento da população.

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Novo Paradigma Do tecnológico para o social, a mudança de paradigma de

de-senvolvimento é evidente para Mulgan. "Muitos decisores políticos e grandes empresas já perceberam onde estão as maiores oportunidades económicas do século 21: tratar dos mais velhos vai empregar muito mais gente do que construir automóveis. Já hoje, os green jobs são uma grande fonte de emprego no mundo.”

Os estudos económicos estimam que 50% a 80% do crescimento económico mundial venha da inovação e do conhecimento. Há sinais de que a inovação social tem um papel cada vez maior nesse processo. 20% a 30% do produto interno bruto estará ligado aos sectores da saúde, da educação, das energias verdes e dos cuidados com os mais velhos.

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Inovação Social Inovação e criatividade é hoje a proposta

dos Neo-Schumpeterianos  Criatividade e inovação (início no

mercado)  Hayek como resposta ao fracasso do

Estado A Inovação Social é a melhor maneira de

aumentar a qualidade dos bens públicos  O mecanismo de informação user-

producer

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História da Inovação Social

Schumpeter adotou como vimos a ideia de inovação social   Ha mais de 100 anos que se iniciaram os estudos sobre a

problemática da inovação social Trabalhos de Schumpeter  O Manual Oslo, já formula a inovação como agente do

crescimento económico  referindo-se às combinações possíveis combinações possíveis (inovação de produtos, processo, marketing, novas organizações) O Manual de Oslo, desenvolvido conjuntamente pelo Eurostat e a OCDE, constitui parte de uma família de manuais dedicada à mensuração e interpretação de dados relacionados a ciência, tecnologia e inovação.

 Horace Kallen – 1949 – inovação social Hoje: Inovação Social é o novo conceito e mede os desafios

para resolver os problemas sociais

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Trabalhos de Schumpeter

O trabalho de Joseph Schumpeter influenciou bastante as teorias da inovação. Seu argumento é de que o desenvolvimento econômico é conduzido pela inovação por meio de um processo dinâmico em que as novas tecnologias substituem as antigas, um processo por ele denominado "destruição criadora". Segundo Schumpeter, inovações "radicais" engendram rupturas mais intensas, enquanto inovações "incrementais" dão continuidade ao processo de mudança. Schumpeter (1934) propôs uma lista de cinco tipos de inovação: i. Introdução de novos produtos. ii. Introdução de novos métodos de produção. iii. Abertura de novos mercados. iv. Desenvolvimento de novas fontes provedoras de matérias-

primas e outros consumos. v. Criação de novas estruturas de mercado em uma indústria.

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Porque inovam as Organizações?

É fundamental entender por que as empresas inovam. A razão última é a melhoriade seu desempenho, por exemplo pelo aumento da procura ou a redução dos custos. Um novo produto ou processo pode ser uma fonte de vantagem mercadológica para o inovador. No caso de inovações de processo que aumentam a produtividade, a empresa adquire uma vantagem de custo sobre seus competidores permitindo uma margem sobre custos mais elevado para o preço de mercado prevalecente ou, dependendo da elasticidade da demanda, o uso de uma combinação de preço menor e margem sobre custos maior em relação a seus competidores, para ganhar fatias de mercado e aumentar os lucros. No caso da inovação de produto, a empresa pode ganhar uma vantagem competitiva por meio da introdução de um novo produto, o que lhe confere a possibilidade de maior demanda e maiores margem sobre custos.

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“Sunk cost” Uma perspectiva schumpeteriana tende a enfatizar a

inovação como experimentação do mercado e a procurar mudanças amplas e extensivas que reestruturam fundamentalmente indústrias e mercados. A Economia da corrente dominante ou os neoclássicos vêem a inovação em termos de criação de ativos e de experimentos de mercado. Nessa visão, a inovação é um aspecto da estratégia de negócios ou uma parte do conjunto de decisões de investimentos para criar capacidade de desenvolvimento de produto ou para melhorar a eficiência. Desenvolvimentos recentes centram-se na idéia de "sunk costs", comprometimento irrecuperável de recursos para entrar em novos mercados ou para criar vantagens competitivas por meio do reposicionamento da produção ou de seus resultados na cadeia de valor (Sutton, 1992, 1998).

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Apropriação A apropriação é um importante fator em inovação,

dado que os resultados de pesquisas e as novas tecnologias têm freqüentemente aspectos de bem público pois os custos para torná-las disponíveis a vários usuários são baixos se comparados a seus custos de desenvolvimento. Uma vez disseminada a inovação, não poderá mais ser vedado aos usuários seu acesso futuro. Nesses casos, a firma não pode captar todos os benefícios gerados pela inovação realizada, o que diminui o incentivo a investir nesse tipo de atividade. Assim, a capacidade de proteger inovações terá uma importante influência na atividade inovadora.

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Posicionamento competitivo

Outros trabalhos, notadamente em teoria da organização industrial (por exemplo Tirole, 1995), enfatizam a importância do posicionamento competitivo. As empresas inovam para defender sua atual posição competitiva assim como para buscar novas vantagens em seu mercado. Uma empresa pode ter um comportamento reativo e inovar para evitar perder mercado para um competidor inovador ou pode ter um comportamento pró-ativo para ganhar posições de mercado estratégicas frente a seus competidores, por exemplo desenvolvendo e tentando impor padrões tecnológicos mais altos para os produtos que ela fabrica.

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Decisão e incerteza

A decisão de inovar geralmente ocorre sob grande incerteza (Rosenberg, 1994). Os desenvolvimentos futuros em conhecimento e tecnologia, mercados, demanda de produtos e usos potenciais para tecnologias podem ser altamente imprevisíveis, embora o nível de incerteza varie de acordo com o setor, o ciclo de vida do produto e muitos outros fatores.

A adoção de novos produtos ou processos ou a implementação de novos métodos organizacionais e de marketing são também carregados de incerteza. Além do mais, a busca e a recolha de informações relevantes podem consumir muito tempo e muitos recursos.

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Incerteza A incerteza pode levar as empresas ou as

entidades publicas a hesitarem em implementar mudanças significativas quando elas encontram um ambiente volátil, que aumenta as pressões para a introdução de novos produtos, a busca de novos mercados e a introdução de novas tecnologias, práticas e métodos organizacionais em seus processos de produção.

A incerteza também pode tornar difícil para as empresas a obtenção de financiamento externo para seus projetos de inovação.

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Organização e eficiência da organização

A literatura sobre a inovação organizacional (por exemplo Lam, 2005) centra-se no papel das estruturas organizacionais, dos processos de aprendizado e da adaptação a mudanças na tecnologia e no meio-ambiente (estas incluem a estrutura institucional e os mercados).

A estrutura organizacional de uma empresa pode afetar a eficiência das atividades de inovação, sendo algumas estruturas mais apropriadas a determinados ambientes. Por exemplo, um grau maior de integração organizacional pode melhorar a coordenação, o planejamento e a implementação de estratégias de inovação. A integração organizacional pode funcionar particularmente bem em indústrias caracterizadas por mudanças incrementais em conhecimentos e em tecnologias. Uma forma de organização mais livre e flexível, que permite aos trabalhadores maior autonomia para tomar decisões e definir suas responsabilidades, pode ser mais efetiva na geração de inovações mais radicais.

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Comportamento do consumidor

As teorias de marketing (por exemplo Hunt, 1983)colocam o foco no comportamento do consumidor, nas trocas de mercado entre compradores e vendedores, e nas abordagens normativas. Como compradores e vendedores são heterogêneos, as empresas enfrentam o grande desafio de adequar seus produtos à demanda. A heterogeneidade dos consumidores também significa que a diferenciação de produto é freqüentemente tão importante para capturar a demanda quanto o desenvolvimento de novos produtos. A demanda pode depender não apenas das características objetivas dos produtos mas também de sua imagem e de suas características sociais, que podem ser usadas pelas empresas para influenciar a demanda por seus produtos. Teorias normativas de marketing centram-se na implementação de práticas de marketing. Um exemplo é o Modelo Marketing Mix (por exemplo Perreault e McCarthy, 2005) que se baseia nos "4 Ps" do marketing: produto, preço, promoção e posicionamento.

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Os quatro “P”s O "P" de Produto compreende mudanças na

concepção do produto e em sua embalagem com o intuito de mudar ou aprimorar sua atratividade ou para conquistar um novo mercado ou segmento de mercado. Preço envolve o uso de métodos de fixação de preços parabens e serviços de mercado. Promoção abarca esforços promocionais realizados pelas empresas para melhorar a imagem de seus produtos ou para aumentar o reconhecimento de seus produtos. O P final, posicionamento, diz respeito aos tipos de canais de vendas que as empresas escolhem para vender seus produtos e a como esses canais de vendas são estruturados para vender melhor seus produtos.

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Difusão do Conhecimento

A difusão do conhecimento e da tecnologia é parte central da inovação. O processo de difusão requer com freqüência mais do que a mera adoção de conhecimento e tecnologia, pois as empresas adotantes aprendem e constroem novos conhecimentos e tecnologias. Teorias da difusão (por exemplo Hall, 2005) estão centradas nos fatores que afetam as decisões das empresas sobre a adoção de novas tecnologias, no acesso das empresas a novos conhecimentos e na sua capacidade de absorção.

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Abordagens sociológicas

Visões sociológicas sobre a difusão de novas tecnologias (por exemplo Rogers, 1995) ressaltam os atributos das empresas que influenciam suas decisões de adotar novos conhecimentos e tecnologias, tais como a vantagem relativa de uma nova tecnologia, sua compatibilidade com as formas existentes de realizar as tarefas, sua complexidade e a aptidão com a qual a empresa avalia a nova tecnologia. Visões econômicas sobre a difusão tendem a focar em custos e benefícios da adoção de novas tecnologias. Esses benefícios potenciais podem ser muitas vezes estratégicos, assim como podem sustentar ou adicionar vantagens sobre os competidores.

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Conexões entre organizações

O acesso ao conhecimento e à tecnologia pode depender em grande medida das conexões entre empresas e organizações. Esse é particularmente o caso para o conhecimento tácito que reside na mente das pessoas, ou para a informação que se encontra nas "rotinas" das organizações. A interação direta com pessoas que possuem conhecimento tácito ou acesso a rotinas é necessária para se obter tais tipos de conhecimento.

Mesmo para a informação disponível e aberta, encontrá-la pode ser um grande desafio, sobretudo quando buscar novas informações é custoso demais. Assim, a facilidade decomunicação, os canais efetivos de informação e a transmissão de experiências, dentro e entre as organizações, são muito importantes para a difusão.

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Abordagens evolucionistas

As abordagens evolucionistas (Nelson e Winter, 1982) vêem a inovação como um processo dependente da trajetória, por meio do qual o conhecimento e a tecnologia são desenvolvidos a partir da interação entre vários atores e fatores. A estrutura dessa interação afeta a trajetória futura da mudança econômica. Por exemplo, a demanda de mercado e as oportunidades de comercialização influenciam quais produtos devem ser desenvolvidos e quais são as tecnologias bem-sucedidas.

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Abordagens evolucionistas

Muito próxima da abordagem evolucionista está a visão que assume a inovação como um sistema. A abordagem dos sistemas de inovação (Lundvall, 1992; Nelson, 1993) estuda a influência das instituições externas, definidas de forma ampla, sobre as atividades inovadoras de empresas e outros atores. Ela enfatiza a importância da transferência e da difusão de idéias, experiências, conhecimentos, informações e sinais de vários tipos. Os canais e as redes de comunicação pelas quais essas informações circulam inserem-se numa base social, política e cultural que guia e restringe as atividades e capacitações inovadoras. A inovação é vista como um processo dinâmico em que o conhecimento é acumulado por meio do aprendizado e da interação. Esses conceitos foram introduzidos inicialmente em termos de sistemas nacionais de inovação, mas eles se aplicam também a sistemas regionais e internacionais.

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Abordagens sistémicas

As abordagens sistêmicas da inovação alteram o foco das políticas em direção a uma ênfase na interação entre instituições e observam processos interativos na criação, difusão e aplicação de conhecimentos. Elas ressaltam a importância das condições, regulações e políticas em que os mercados operam e assim o papel dos governos em monitorar e buscar a harmonia fina dessa estrutura geral.

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Manual de Oslo A geração, a exploração e a difusão do conhecimento são

fundamentais para o crescimento econômico, o desenvolvimento e o bem estar das nações. Assim, é fundamental dispor de melhores medidas da inovação. Ao longo do tempo a natureza e o panorama da inovação mudaram, assim como a necessidade de indicadores que capturem tais mudanças e ofereçam aos formuladores de políticas instrumentos apropriados de análise. Um trabalho considerável foi realizado durante os anos 1980 e 1990 para desenvolver modelos e estruturas de análise para estudos sobre inovação. Experimentos com pesquisas pioneiras e seus resultados, juntamente com a necessidade de um conjunto coerente de conceitos e instrumentos, levaram à primeira edição do Manual de Oslo em 1992, centrada na inovação tecnológica de produto e processo (TPP) na indústria de transformação. O Manual se tornou referência para várias pesquisas que examinaram a natureza e os impactos da inovação no setor comercial, tais como o 'European Community Innovation Survey' (CIS), atualmente em sua quarta edição. Os resultados dessas pesquisas levaram a refinamentos na estrutura do Manual de Oslo em termos de conceitos, definições e metodologia, originando a segunda edição publicada em 1997, que, entre outras coisas, expandiu o tratamento para o setor de serviços.

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Manual de Oslo http://www.terraforum.com.br/biblioteca/Documents/Ma

nual%20de%20Oslo%20Areas%20de%20inovação%20-%20DEFINIÇÕES%20DADOS%20PESQUISA.pdf

Desde então, a análise dos resultados de pesquisas e de necessidades de políticas levaram ao lançamento de outra revisão do manual, cujo resultado pode ser visto nesta terceira edição. Como existe uma noção crescente de que muita inovação no setor de serviços não é capturada de maneira adequada pelo conceito TPP, decidiu-se adicionar a questão das inovações não tecnológicas nesta revisão. Dessa forma, o escopo do que é considerado uma inovação foi agora expandido para incluir dois novos tipos: inovação de marketing e inovação organizacional. Esses são certamente conceitos novos, mas eles já foram testados em vários países da OCDE, com resultados promissores.

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Manual de Oslo É também uma novidade desta edição o esforço em

tratar a dimensão sistêmica da inovação, em um capítulo centrado nas interações relativas à inovação. Lições retiradas de outras pesquisas também foram incorporadas com o objetivo de refinar conceitos existentes e questões metodológicas, tais como a mensuração dos insumos e resultados da inovação, e também a melhoria dos métodos de coleta de dados.

A inovação ocorre também em países fora da região da OCDE: um número crescente de países na América Latina, leste da Europa, Ásia e África iniciaram a realização de pesquisas baseadas no Manual de Oslo.

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O nível de informação

Aceita-se amplamente que a inovação seja central para o crescimento do produto e da produtividade. Assim como a economia mundial evolui, o mesmo ocorre com o processo de inovação. A globalização conduziu empresas e estados a crises dramáticas no que diz respeito ao acesso à informação e a novos mercados. Ela também resultou em maior competição internacional e em novas formas de organização para lidar com cadeias de fornecimento global. Devido a vantagens em tecnologias e maiores fluxos de informação, o conhecimento é cada vez mais percebido como um condutor central do crescimento econômico e da inovação. Porém, ainda não se sabe como tais fatores afetam a inovação.

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Inovação Organizacional

O papel da inovação organizacional é ressaltado por Lam (2005): "Os economistas supõem que a mudança organizacional é uma resposta a uma mudança técnica, quando de fato a inovação organizacional poderia ser uma condição necessária para a inovação técnica." As inovações organizacionais não são apenas um fator de apoio para as inovações de produto e processo; elas mesmas podem ter um impacto importante sobre o desempenho da firma. Inovações organizacionais podem também melhorar a qualidade e a eficiência do trabalho, acentuar a troca de informações e refinar a capacidade empresarial de aprender e utilizar conhecimentos e tecnologias.

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Novas práticas de Marketing

As empresas podem também alocar grandes quantidades de recursos para pesquisas de mercado e para o desenvolvimento de novas práticas de marketing, tais como objetivar novos mercados ou segmentos de mercado e desenvolver novos meios de promover seus produtos. Novas práticas de marketing podem exercer um papel central no desempenho das empresas. Práticas de marketing são também importantes para o sucesso de novos produtos. Pesquisas de mercado e contatos com os consumidores podem atuar de forma crucial no desenvolvimento de produtos e processos por meio da inovação conduzida pela demanda. A inclusão da inovação organizacional e de marketing também permite análises extensivas das interações entre diferentes tipos de inovação, em particular da importância da implementação de mudanças organizacionais para tirar proveito de outros tipos de inovações.

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Definições básicas1. Introdução

2. Inovação

3. Principal tipo de inovação

4. Distinção entre os tipos de inovação

4.1 A distinção entre inovações de produto e de processo

4.2 A distinção entre inovações de produto e de marketing

4.3 A distinção entre inovações de serviços (produto) e de marketing

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4.4 A distinção entre inovações de processo e de marketing 4.5 A distinção entre inovações de processo e inovações

organizacionais 4.6 A distinção entre inovações de marketing e inovações

organizacionais

5. Mudanças que não são consideradas inovações

5.1 Interromper o uso de um processo, um método de marketing ou organizacional,ou a comercialização de um produto

5.2 Simples reposição ou extensão de capital 5.3 Mudanças resultantes puramente de alterações de preços 5.4 Personalização 5.5 Mudanças sazonais regulares e outras mudanças cíclicas 5.6 Comercialização de produtos novos ou substancialmente

melhorados

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Tipos de inovação Uma empresa pode realizar vários tipos de

mudanças em seus métodos de trabalho, seu uso de fatores de produção e os tipos de resultados que aumentam sua produtividade e/ou seu desempenho comercial. O Manual de Oslo define quatro tipos de inovações que encerram um amplo conjunto de mudanças nas atividades das empresas: inovações de produto, inovações de processo, inovações organizacionais e inovações de marketing.

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Tipos de Inovação Inovações de produto envolvem mudanças significativas nas

potencialidades de produtos e serviços. Incluem-se bens e serviços totalmente novos e aperfeiçoamentos importantes para produtos existentes.

Inovações de processo representam mudanças significativas nos métodos de produção e de distribuição.

As inovações organizacionais referem-se à implementação de novos métodos organizacionais, tais como mudanças em práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas da empresa.

As inovações de marketing envolvem a implementação de novos métodos de marketing, incluindo mudanças no design3 do produto e na embalagem, na promoção do produto e sua colocação, e em métodos de estabelecimento de preços de bens e de serviços.

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Aspectos setoriais e regionais da

inovação Inovação em Serviços Inovação nas indústrias de baixa e média

tecnologia Inovação em pequenas e médias empresas Inovação regional Globalização

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Aspectos setoriais e regionais da inovação Processos de inovação diferem muito de setor para setor em termos

de desenvolvimento, taxa de mudança tecnológica, interações e acesso ao conhecimento, assim como em termos de estruturas organizacionais e fatores institucionais (por exemplo Malerba, 2005). Alguns setores são caracterizados por rápidas mudanças e inovações radicais, outros por mudanças menores e incrementais.

Em setores de alta tecnologia, a atividade de P&D possui um papel central entre as atividades de inovação, enquanto outros setores fiam-se em maior grau na adoção de conhecimento e de tecnologia. Diferenças na atividade de inovação entre setores (por exemplo, se as inovações são principalmente incrementais ou radicais) também posicionam diferentes demandas na estrutura organizacional das empresas, e fatores institucionais como regulações e direitos de propriedade intelectual podem variar bastante no tocante a seu papel e importância. É essencial considerar essas diferenças para o delineamento de políticas. Elas são também importantes para a mensuração, quando são coletados dados que permitem a análise entre setores e regiões e quando se assegura que uma estrutura de mensuração é aplicável a um amplo conjunto de indústrias.

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Inovação em Serviços

A importância da inovação no setor de serviços e da contribuição do setor de serviços para o crescimento econômico é crescentemente reconhecida e orientou vários estudos sobre inovação em serviços (de Jong et al., 2003; Hauknes, 1998; Howells e Tether, 2004; também Miles, 2005).

O setor de serviços é diverso. Howells e Tether (2004) classificam os serviços em quatro grupos: serviços que lidam sobretudo com produtos (como transporte e logística), os que trabalham com informação (tais como os call centres), serviços baseados em conhecimento, e serviços que lidam com pessoas (como cuidados com a saúde). Embora essa diversidade deva ser lembrada, diversas características gerais aplicam-se à maioria dos serviços.

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Inovação em Serviços

Um elemento fundamental acerca dos serviços é o fato de que a distinção entre produtos e processos é com freqüência obscura, com produção e consumo ocorrendo simultaneamente. O desenvolvimento de processos pode ser mais informal para serviços do que para bens, com uma fase inicial consistindo de pesquisa, união de idéias e avaliação comercial, seguida pela implementação.

As atividades de inovação em serviços também tendem a ser um processo contínuo, consistindo em uma série de mudanças incrementais em produtos e processos. Isso pode eventualmente complicar a identificação das inovações em serviços em termos de eventos isolados, isto é, como a implementação de uma mudança significativa em produtos, processos e outros métodos.

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Inovação nas indústrias de baixa e média

tecnologia A inovação nas indústrias de baixa e média tecnologia (BMTs)

recebem freqüentemente menos atenção do que a inovação em indústrias de alta tecnologia. Entretanto, a inovação em BMTs pode ter um impacto substancial no crescimento econômico, devido ao peso desses setores na economia.

BMTs são geralmente caracterizadas pela inovação incremental e pela adoção. Dessa forma, as atividades de inovação são geralmente centradas na eficiência da produção, na diferenciação de produto e no marketing (Von Tunzelmann e Acha, 2005). Um importante aspecto da inovação nessas indústrias é o fato de ela ser mais complexa do que a simples adoção de novas tecnologias. Em muitos casos, as atividades de inovação em BMTs envolvem aincorporação de produtos e conhecimentos de alta tecnologia. Exemplos proeminentes são o uso de TIC e de biotecnologia (por exemplo no processamento de alimentos) no desenvolvimento de novos produtos e processos de produção. O uso e a aplicabilidade de tecnologias avançadas pelas BMTs podem estabelecer novas demandas para as capacitações de sua força de trabalho e podem afetar sua estrutura organizacional e suas interações com outras empresas e instituições públicas de pesquisa.

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Inovação em pequenas e médias empresas

As pequenas e médias empresas (PMEs) possuem necessidades mais especializadas em suas atividades. Isso aumenta a importância de uma interação eficiente com outras empresas e com instituições públicas de pesquisa para P&D, troca de conhecimentos e, potencialmente, para comercialização e atividades de marketing.

O financiamento pode ser um fator determinante para a inovação em PMEs, que não raro carecem de fundos próprios para conduzir projetos de inovação e enfrentam muito mais dificuldades para obter financiamento externo do que as empresas maiores. As pesquisas podem fornecer mais dados sobre o grau em que as restrições financeiras afetam a capacidade de inovar das PMEs.

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Inovação regional A noção de que fatores regionais podem influenciar a

capacidade inovadora das empresas levou a um interesse crescente na análise da inovação no âmbito regional. Diferenças regionais nos níveis de atividade de inovação podem ser substanciais, e identificar as principais características e fatores que promovem a atividade de inovação e o desenvolvimento de setores específicos no âmbito regional pode auxiliar o entendimento dos processos de inovação e ser válido para a elaboração de políticas.

Os sistemas regionais de inovação podem desenvolver-se paralelamente aos sistemas nacionais de inovação. A presença, por exemplo, de instituições locais de pesquisa pública, grandes empresas dinâmicas, aglomerações de indústrias, capital de risco e um forte ambiente empresarial pode influenciar o desempenho inovador das regiões. Isso gera um potencial para contratos com fornecedores, consumidores, competidores e instituições públicas de pesquisa. A infraestrutura também exerce um papel importante.

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Globalização Os sistemas nacionais de inovação fundamentam-se na idéia de

que muitos dos fatores que influenciam as atividades de inovação são nacionais, tais como fatores institucionais, cultura e valores. Ao mesmo tempo, é também claro que os processos de inovação são, em muitos sentidos, internacionais. Tecnologias e conhecimentos circulam entre fronteiras. Empresas interagem com empresas estrangeiras e universidades. Muitos mercados, em termos de empresas e seus competidores, são globais. A internet aumentou muito as oportunidades de comunicação e de realização de negócios com empresas de outros países.

Empresas multinacionais são agentes centrais no processo de globalização. Suas atividades transcendem as fronteiras nacionais à medida que envolvem transferências internacionais de capital, conhecimento e tecnologia.

O processo de globalização é também uma força poderosa para a inovação. A competição internacional força as empresas a aumentar sua eficiência e desenvolver novos produtos. A globalização pode também mudar a estrutura industrial das economias, impelindo-as a desenvolver novas indústrias e a adaptar suas estruturas institucionais.

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Ideia e disseminação

O processo dos 4 ii Inovação social Ideia Intervenção Implementação Impacto- Numa abordagem não normativa: a inovação social não é necessariamente boa.

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O escopo das inovações sociais: a inovação social não tem que servir toda a sociedade. Pode ser minoritária e de pequena

dimensão - A. Hubert et all (BEPA) – distinge 3 tipos de social inovação:

inovação económica: produtos; processo; medidas organizacionais; e marketing

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- A. Hubert et all (BEPA) – distinge 3 tipos de social inovação

Inovação no Terceiro Setor: papeis (indivíduos, organizações empresas); relações (em ambiente profissional ou em ambiente privado, networkas coletividades; normas (quadro regulatórios); valores (clientes, aneiras, comportamentos éticos costumes) Por exemplo existe também ética nos regimes totalitários

Inovação pelo sistema funcional: economia; cultura; política; legislação

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Inovação e desglobalização

O aumento das bareiras à livre circulação de capitais e a guerra cambial criam novas oportunidades para a inovação dentro dos países cujas economias se estão a fechar depois da crise de 2007/2011

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Inovação social: politicas públicas de abertura de bases de dados

públicas Barreiras à abertura das bases de dados públicas: legislação;

critica à possibilidade de alguns fazerem dinheiro com informação publica...

 Diretiva 2003/98/EC – reutilização das bases de dados publicas Experiencia finlandesa com a base de dados do trafego

Criação da infra estrutura Mudança de legislação Marketing interno Criar aplicações (que pode ser vendidas depois de

desenvolvidas e criar empregos ao mesmo tempo que cria incentivos de melhoria dos serviços públicos)-

a participação popular Inovações subsequentes que criaram novos empregos:

criação de visualizações atrativas; uso do twitter; uso de Google groups; aplicações iphone.

Novas oportunidades de negócio

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Parte III

Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação

Criação do Conselho Nacional para o Em- preendedorismo e a Inovação, designado por CNEI. Em 16 de Dezembro de 2011.

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Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a

Inovação Resolução do Conselho de Ministros n.o 54/2011

aprova o Programa Estratégico +E+I. O Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a

Inovação assenta em quatro pilares fundamentais, a sa- ber: (i) no alargamento das competências da população, incluindo a população jovem e a socialmente desprotegida, das empresas e da Administração Pública; (ii) na dinami- zação da inovação, designadamente ao nível de produto, processos e tecnologia, por forma a promover a compe- titividade das empresas portuguesas; (iii) no estímulo ao empreendedorismo, promovendo um contexto favorável ao surgimento de projectos empreendedores e ao seu sucesso; (iv) e na promoção destes objectivos através de adequados instrumentos de financiamento, com uma repartição justa dos fundos disponíveis pelas iniciativas de excelência

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Contexto Português Reconhecendo-se à inovação um papel fundamental no

aumento da competitividade e na capacidade de crescimento económico, verifica-se que estes objectivos devem assumir uma dimensão particularmente relevante e reforçada no contexto actual, em face das dificuldades que se fazem sentir no quadro macroeconómico nacional.

Os indicadores disponíveis sobre inovação demonstram que Portugal se encontra numa posição de desvantagem face à média da Organização para a Cooperação e Desen- volvimento Económico (OCDE), desigualdade que se agrava quando comparado o caso português com o dos principais líderes mundiais, sobretudo no que respeita ao impacto económico da Investigação e Desenvolvimento (I&D).

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Dificuldades estruturais

Destaca-se, em especial, a insuficiente capacidade de rentabilização económica da I&D, visível nos escassos registos de patentes e de outras formas de protecção da propriedade intelectual e industrial, nos níveis reduzidos de integração de investigadores nas empresas e no limitado investimento das empresas em I&D.

Assinala- -se, adicionalmente, o reduzido impacto do capital de risco, circunstância que limita as soluções de financiamento de novos projectos e conduza um peso pouco significativo da ciência e da tecnologia na globalidade da economia.

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Envolvimento politico central

Para reforço do carácter fundamental que o empreendedorismo e a inovação devem assumir, a existência de uma estrutura que reflicta, oriente e proponha a definição, ao mais alto nível do Governo, de forma transversal, em estreita articulação com o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e com representantes da sociedade civil, as principais directrizes das políticas nacionais para o empreendedorismo e para a inovação.

No âmbito do Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.o 54/2011, de 16 de Dezembro, foi criado o CNEI

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CNEI O Conselho Nacional para o Empreendedorismo e

a Inovação, doravante designado por CNEI, tem por missão aconselhar o Governo em matérias relacionadas com a política nacional para o empreendedo- rismo e para a inovação, competindo-lhe, em particular, propor a definição das áreas e dos sectores prioritários no âmbito destas políticas, bem como a articulação trans- versal e interministerial nas áreas da inovação, do em- preendedorismo e da investigação aplicada, em execução do Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação, abreviadamente designado por Programa Es- tratégico +E+I.

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Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação +

E, + I Publicado em DR a 21 de Dezembro de 2011 O programa - a adopção de um modelo de definição das

políticas promotoras da inovação e do empreendedorismo, que contribua de forma efectiva para a capacidade de crescimento e nível de competitividade do país ganha uma relevância ainda maior no actual contexto económico. Assim, assume importância acrescida e premência a adopção de uma visão integrada e transversal a todas as áreas de actuação do Governo, com vista ao desenvolvimento de políticas de inovação e empreendedorismo.

É neste contexto que foi criado o Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação, abreviadamente designado por Programa Estratégico +E+I, um programa estratégico governamental, com forte envolvimento da sociedade civil, que visa estimular o empreendedorismo e a inovação em Portugal.

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Visão - Portugal deverá construir uma nova realidade económica,

competitiva e aberta ao mundo, alicerçada em conhecimento e inovação, capital humano altamente qualificado e forte espírito empreendedor. Apesar dos progressos que aquelas matérias têm vindo a conhecer nas últimas décadas, verifica-se que existem dificuldades estruturais, que acarretam impactos negativos na capacidade de recuperação económica. Destaca-se, por exemplo, a insuficiente capacidade de rentabilização económica da Investigação e Desenvolvimento (I&D), ou o reduzido impacto do capital de risco, circunstância que limita as soluções de financiamento de novos projectos e conduz a um peso pouco significativo da ciência e da tecnologia na globalidade da economia.

Neste contexto, tem o Governo a forte convicção de que o empreendedorismo e a inovação carecem de uma intervenção prioritária e especialmente direccionada para as actividades de índole empresarial, indo além dos campos da investigação e da ciência.

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Visão As prioridades da estratégia

Europa2020 e da sua iniciativa Innovation Union são referenciais para o desenvolvimento da política de inovação em Portugal para os próximos anos. É essencial que os sucessos passem a ser avaliados por métricas concretas a curto, médio e longo prazo, e não apenas pelo investimento efectuado.

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Objectivos Estratégicos

o Programa Estratégico +E+I ambiciona concretizar quatro objectivos principais:

Uma sociedade mais empreendedora - o fomento da mudança cultural, intergeracional, a favor do espírito de iniciativa e do empreendedorismo deverá ser promovida e cultivada desde cedo, e ser um dos motores de inovação. Esta cultura empreendedora, criativa e inovadora deve estar enraizada no sistema de ensino e promovida ao longo da vida das pessoas, incentivando a auto-realização e o desenvolvimento de competências;

Alargar a base de empresas inovadoras e com uma forte componente exportadora - a sustentabilidade da economia portuguesa deverá passar por um forte relacionamento entre as empresas e o sistema científico e tecnológico, voltado para a produção de bens e serviços com uma forte componente exportadora. Será fundamental promover a difusão da inovação nas empresas e criar as condições para que mais empresas sejam capazes de inovar;

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Objectivos Estratégicos

Um país em rede e inserido nas redes internacionais de conhecimento, de inovação e de empreendedorismo - o empreendedorismo é fundamental para o reforço do tecido económico-empresarial nacional e o fomento da inovação com forte valor económico, devendo ser criadas as condições para a sua promoção, quer ao nível de um ambiente favorável quer ao nível de soluções de financiamento adequadas. É essencial aumentar a exposição das comunidades de empreendedorismo e inovação a nível global e encorajar a partilha de experiências e competências;

Melhor investimento, melhores resultados - para que Portugal se afirme a nível internacional de forma competitiva é necessário que se concentrem esforços nas empresas com maior potencial inovador para que possam ser desenvolvidas capacidades e competências competitivas e diferenciadoras e, consequentemente, criar vantagens competitivas ao nível das ofertas de mercado. Melhor investimento é também necessário em áreas adjacentes à inovação e que são fundamentais para que os produtos e serviços tenham sucesso nos mercados (marketing, qualidade, gestão, internacionalização, etc.).

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Áreas de Intervenção Para cumprir os seus objectivos, o Programa Estratégico +E+I aposta em quatro grandes áreas de intervenção:

1. Alargar conhecimentos e capacidades - o estímulo de uma cultura e de competências para o empreendedorismo deve ter origem a partir dos primeiros anos do sistema de ensino, sendo fundamental a articulação entre a escola e a sua envolvente. Estimular a aprendizagem ao longo da vida e a capacidade da actualização de competências de acordo com as exigências do mercado de trabalho é essencial para atingir maiores níveis de inovação a médio e longo-prazo. Neste sentido, destacam-se as seguintes prioridades que visam reforçar e alargar as competências da população portuguesa, incluindo a população jovem e a socialmente desprotegida, das empresas e da Administração Pública, para a inovação e empreendedorismo:

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Áreas de Intervenção Promover a criatividade, a literacia digital, a cultura

científica e tecnológica e o empreendedorismo em todos os níveis de ensino;

Incentivar as empresas a melhorar as suas competências de gestão e a sua capacidade de inovar e de se internacionalizarem, através da aquisição de competências específicas;

Aproveitar o potencial criativo e empreendedor dos cidadãos, estimulando o seu envolvimento no desenho de soluções, produtos ou serviços, quer públicos quer privados;

Incentivar uma maior colaboração e interligação das empresas com o sistema de ensino;

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Áreas de Intervenção 2. Dinamizar a inovação - políticas de investimento na investigação científica e na formação de técnicos e investigadores contribuíram para que a ciência em Portugal represente uma área de progresso sustentado para o nosso país. No entanto, há ainda pouca conversão desta excelência científica em retorno económico. As iniciativas nesta área visam aumentar o retorno económico aproximando ciência e economia e incentivando a inovação empresarial, designadamente ao nível de produto, processos e tecnologia, por forma a promover a competitividade das empresas portuguesas. A política de dinamização da inovação consubstancia-se,

designadamente, nas seguintes linhas de acção: A promoção da ligação entre a investigação, a criatividade e a inovação,

através da conexão efectiva entre as empresas e as universidades e a promoção da integração nacional nas redes globais de conhecimento;

O estímulo da investigação orientada para a geração de valor económico e da valorização dos recursos humanos na área tecnológica e o estímulo do fomento do investimento na ciência

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Áreas de Intervenção 3. Estimular o empreendedorismo - Portugal consegue taxas de empreendedorismo razoáveis. No entanto, este empreendedorismo é, em média, de baixo valor acrescentado, por vários motivos, entre os quais se salientam a fraca cultura de cooperação, a falta de estratégia empresarial, a falta de visão de longo prazo, o défice de competências, a pouca valorização do mérito e a punição do fracasso. As iniciativas nesta área visam desenvolver um ecossistema favorável ao empreendedorismo, nomeadamente, através da adopção das seguintes políticas: O incentivo ao empreendedorismo qualificado para a internacionalização, ao

empreendedorismo social, ao empreendedorismo jovem e à criatividade na economia;

A promoção da inovação social e o combate à aversão ao risco, promovendo o espírito empreendedor e a autonomia desde os níveis básicos de ensino;

O estímulo ao intra-empreendedorismo; A valorização da qualidade, do reconhecimento do mérito e da

responsabilização como paradigmas sociais;

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Áreas de Intervenção 4. Promover o financiamento à inovação - a existência de instrumentos de financiamento à inovação e empreendedorismo são essenciais para o desenvolvimento de um ecossistema de inovação saudável. Em Portugal, presentemente, a disponibilidade de financiamento sofisticado é limitada e, nesse sentido, é necessário criar e atrair investimento sofisticado nacional e internacional e facilitar acesso a investimento nos vários estágios de desenvolvimento das empresas. Devem adoptar-se políticas que promovam o adequado financiamento de

projectos empreendedores e inovadores, através da articulação das ofertas públicas e privadas de financiamento, consubstanciadas, nomeadamente, nas seguintes medidas:

Promoção do capital de risco nacional e estrangeiro e do capital de desenvolvimento;

Promoção do contexto e da articulação de ofertas de financiamento público e privado, adequadas ao empreendedorismo e à inovação;

Promoção da optimização da utilização dos mecanismos de financiamento do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

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Medidas +E, +I - as medidas propostas têm como objectivo

responder a um conjunto de constrangimentos que se verificam nas diversas fases da cadeia de valor da inovação e do empreendedorismo. Estas medidas são apenas as primeiras medidas, dado que o Programa Estratégico +E+I é um programa aberto a iniciativas que ao longo do tempo se forem mostrando mais adequadas à resolução dos constrangimentos identificados. O Programa Estratégico +E+I foi construído em colaboração com vários actores da sociedade civil, sendo por isso um programa da sociedade e para a sociedade, requerendo o envolvimento de todos para que se atinja o sucesso desejável.

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Medidas +E, +I 1. Alargar conhecimentos e capacidades: 1.1 - Promover a Componente Experimental no Ensino Básico e no Ensino

Secundário - pretende-se melhorar o ensino experimental das ciências e introduzir exigências acrescidas de trabalho em laboratório. Pretende-se também estimular a criatividade, a menor aversão ao risco, o trabalho colaborativo e estimular o desenvolvimento de actividades, contribuindo, deste modo, para uma cultura de organização e de responsabilização desde os primeiros anos do ensino básico.

1.2 - Iniciativa 'INOVA!' - Aprender a Empreender - visa-se estimular os jovens a desenvolver iniciativas que contribuam para a resolução de problemas das comunidades em que se inserem, podendo contemplar concursos - regionais/nacionais.

1.3 - Recursos Humanos Científicos para o Crescimento Económico - medidas de capacitação, focadas em proporcionar aos doutorados ferramentas e capacidades necessárias a uma maior e mais fácil transição para carreiras não académicas, dentro ou fora do sistema científico. Medidas de estímulo à I&D empresarial, focadas em mobilizar recursos altamente qualificados para aumentar a I&D em empresas

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Medidas +E, +I 2 - Dinamizar a Inovação: 2.1 - 'Parcerias para o futuro' - pretende-se melhorar a articulação das unidades de

transferência de tecnologia das Universidades e Institutos Politécnicos, dos Centros Tecnológicos e das restantes infra-estruturas tecnológicas, destinada a dotá-las de escala e de níveis mínimos de competência e de promover a ligação às empresas.

2.2 - Incentivos à Valorização Económica do Conhecimento Científico - pretende-se dinamizar um conjunto de iniciativas orientadas para estimular a interacção entre as instituições de ensino superior e de I&D e as empresas, nomeadamente através de iniciativas junto de investigadores, iniciativas relacionadas com projectos de I&D e iniciativas direccionadas às empresas.

2.3 - Programas Científicos Temáticos/Prioritários - pretende-se contribuir para identificar áreas temáticas de investigação, orientadas para as necessidades das empresas e a criação de programas concertados, envolvendo bolsas de doutoramento e projectos nestas áreas, com forte participação da indústria.

2.4 - Apoio ao registo de Patentes e estímulo ao seu Licenciamento - apoios ao registo de propriedade intelectual, nomeadamente o registo de patentes com potencial de mercado, estimulando o seu licenciamento, bem como apoio ao registo de marcas, valorizando os registos internacionais.

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2.5 - Capacitação e Reforço de Competências Internas de Inovação nas Empresas em Investigação e Desenvolvimento - Unidades de Inovação, Investigação e Desenvolvimento - apoio financeiro à criação e consolidação nas empresas de unidades estruturadas com características de permanência e dedicadas a actividades de I&DT e de inovação, dotando-as das competências humanas e materiais próprias indispensáveis à sua intervenção.

2.6 - Apoio à Participação de empresas em programas Internacionais de I&DT - pretende-se desenvolver uma linha de financiamento para estimular a elaboração e o desenvolvimento de candidaturas a programas internacionais de I&DT e actividades de networking, aumentando a conectividade das nossas organizações e a sua abertura a projectos de natureza colaborativa.

2.7 - Pólos de Competitividade e Internacionalização - pretende-se promover a integração e articulação dos vários clusters que existem na economia. A criação de 'massa crítica' para a competitividade das empresas no mercado interno e externo é um dos objectivos desta medida, valorizando uma cultura de orientação para resultados.

2.8 - 'Vale +': Vale Inovação, Vale Energia, Vale Internacionalização - apoio às fases iniciais dos processos de inovação das PME pela simplificação do acesso e pela celeridade do processo de decisão associado. Consubstanciam-se em respostas nas áreas da inovação (Vale Inovação), eficiência energética e ambiente (Vale Energia), participação em certames internacionais (Vale Internacionalização).

2.9 - Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação - estrutura de reflexão, de orientação e de promoção da articulação transversal e interministerial das políticas de inovação, de empreendedorismo e de investigação aplicada. Esta estrutura 'consultiva' estará sediada ao mais alto nível do Governo.

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Medidas +E, +I 3 - Estimular o Empreendedorismo: 3.1 - Atracção de talento internacional e recursos humanos altamente

qualificados - criar incentivos para que empreendedores internacionais de excelência iniciem as suas empresas em Portugal, nomeadamente simplificando os aspectos relacionados com a residência.

3.2 - 'Iniciativa +E+I' - Reconhecimento público de iniciativas dinamizadas pela sociedade civil - esta iniciativa visa conceder o apoio institucional às iniciativas desenvolvidas por empresas, entidades de I&D, Universidades, entidades públicas e privadas, que se insiram no espírito do Programa Estratégico +E+I e que contribuam para estimular a cultura e as práticas de empreendedorismo e inovação.

3.3 - Prémio Nacional de 'Talento, Empreendedorismo e Inovação' - esta iniciativa pretende premiar, anualmente, os principais sucessos em termos de inovação e empreendedorismo, valorizando os que privilegiem os mercados internacionais. Pretende-se, também, reconhecer os talentos que mais contribuem para o desenvolvimento criativo de cada área.

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3.4 - Bolsa 'Empreender+Inovar+' - bolsa de empresários e empreendedores de sucesso que ajudam os mais novos empreendedores - potenciar a experiência de empresas e empreendedores de sucesso para orientar os projectos na fase de arranque, promovendo uma transferência de conhecimento e promovendo as redes de conhecimento e de inovação. Pretende-se também estimular a colaboração entre jovens empreendedores e de gestores e empresários que não estão já no mercado de trabalho.

3.5 - Desenvolver e implementar um programa de apoio à internacionalização das indústrias culturais e criativas (ICC) - criar um programa de apoio à internacionalização, com o objectivo de promover a exportação dos produtos culturais portugueses, com enfoque na actividade promocional, na divulgação de oportunidades de negócio, na promoção do networking, na disponibilização de informação e apoio técnico para candidatura a incentivos e financiamentos, em cooperação com instituições dedicadas à internacionalização e da diplomacia económica.

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Medidas +E, +I4. Promover o Financiamento à Inovação: 4.1 - Restruturação dos Instrumentos públicos de Capital de

Risco - a medida consiste numa reforma estrutural no sector de Capital de Risco e concretiza-se com a reorganização das entidades públicas, com a fusão das entidades existentes: i) num operador de capital de risco, que investirá directamente nas PME; ii) numa sociedade de investimento, que gerirá um fundo de fundos.

4.2 - Incentivar Parcerias entre Investidores Nacionais e Internacionais no domínio do financiamento da inovação - criar incentivos para investidores nacionais formarem parcerias com investidores internacionais, fomentar a formação de redes internacionais de investidores e criar condições atractivas ao investimento internacional.

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Medidas +E, +I 5 - Modelo de Governança - a política de inovação requer uma coordenação ao mais alto nível em termos de políticas públicas, dada a sua natureza transversal e a articulação temática e interministerial necessária para a sua efectivação. Neste sentido, considera-se que, além das tradicionais

entidades e redes de coordenação criadas ao nível executivo, há a necessidade de criar um órgão consultivo ao mais alto nível (junto do Primeiro-Ministro), que contribua para uma orientação estratégica das políticas de Inovação, uma maior coerência do sistema nacional de inovação e uma eficaz implementação do programa +E+I:

Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação (CNEI): órgão com carácter consultivo, presidido pelo Primeiro-Ministro, envolvendo membros do Governo, personalidades reconhecidas do mundo empresarial e académico;

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Coordenação Executiva: Ministério da Economia e do Emprego, suportado pela Rede de Coordenação do Programa Estratégico +E+I, com competências de coordenação interministerial;

Rede +E+I: responsável pelo acompanhamento operacional do Programa, monitorização e ligação com a Administração Pública e com a sociedade civil.

O CNEI será um órgão fundamental no acompanhamento das políticas de inovação, sendo também de esperar orientações estratégicas para uma eficaz implementação das medidas e políticas do Programa Estratégico +E+I.

A operacionalização das iniciativas no âmbito da política de inovação envolverá, não só as entidades públicas relevantes, como também as entidades da sociedade civil mais ligadas ao empreendedorismo e à inovação.»

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FIM