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Era uma tarde de Inverno, sombria e carregada, chovia com intensidade, cheirava a terra molhada… Numa aldeia pequena toda abandonada só se ouvia ruído, pois estava encantada. Ouviam-se sons horrorosos como se fossem animais gulosos... Era assustador! A água a correr, o vento a soprar. Numa tarde de inverno com folhas a balançar. A chuva transformou-se num rio encantado. Era grande e grosso, parecia assustado. Toda a floresta parecia adormecida num sono profundo e sem qualquer alegria. O vento ouvia-se ao longe como se estivesse a protestar… ao fundo via-se um monge silenciosamente a rezar. Os trovões pareciam queimar pequenas casas ao longe, o medo pairava no ar, só não tinha medo o monge. O frio era de rachar, a temperatura sempre a descer, ao fundo pessoas a caminhar e o monge sem se mexer. O tempo a piorar

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Era uma tarde de Inverno,sombria e carregada,chovia com intensidade,cheirava a terra molhada… 

Numa aldeia pequena toda abandonadasó se ouvia ruído,pois estava encantada.

Ouviam-se sons horrorososcomo se fossem animais gulosos...Era assustador!

A água a correr,o vento a soprar.Numa tarde de invernocom folhas a balançar.

A chuva transformou-se num rio encantado.Era grande e grosso,parecia assustado.

Toda a florestaparecia adormecidanum sono profundoe sem qualquer alegria.

O vento ouvia-se ao longecomo se estivesse a protestar…ao fundo via-se um mongesilenciosamente a rezar.

Os trovões pareciam queimarpequenas casas ao longe,o medo pairava no ar,só não tinha medo o monge.

O frio era de rachar,a temperatura sempre a descer,ao fundo pessoas a caminhare o monge sem se mexer.

O tempo a piorare as pessoas a tremer,só o monge tinha calorporque afinal estava a ler.

As árvores tremiam,não paravam de abanar,o monge sossegadonão parava de pensar.

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A leitura do monge acabou,a sua calma desaparecia,enquanto olhava atentamentee via a rua vazia.

O monge ficou desesperado,de um novo livro precisava,debaixo de uma árvore abrigadopedia a calma que tanto amava.

É urgente voltar a lerpara a sua calma voltar.Se não lhe dão outro livroele vai se entediar.

O monge está aborrecidoporque não lhe dão outro livro.Ele está embriagado,é mesmo um «livrívoro».

A chuva acalmoue tudo brilhava...O sol regressoue tudo bailava.

Os pássaros regressavam,a floresta acordou...As cigarras cantavame tudo se levantou.

Num arbusto, uns olhos brilhavam...Eram uns meninos.Coitados, deles!Na floresta ficaram.

Ao fim da tarde,os meninos ainda choravam.Queriam ir para casa,mas os animais não deixavam...

Ao longe uma igreja davaEsperança com cada badaladaque logo desaparecia,pois a tarde continuava.

Ao longe as crianças,com frio e desesperadas,vivem com o peso do mundo nos ombros,mas não foram nada notadas.

De repente, tudo parara.As crianças libertaram-se…A floresta ficou em silêncio…O início da noite chegara...

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A estrela chamou o mongepara lhe oferecer um livro,quando começou a lê-loficou deslumbrado.

Era hora de dormir,a estrela a ordenar,ele a brigarporque não queria descansar.

Acorda, Lua!Chamou a estrela.Dá-me a mão que é tuacomo uma Cinderela.

Escurecia fortemente…Maria apareceuà janela docemente,esperando Romeu.

Romeu cavalgava,ansioso pela chegadaaos braços da sua amada,que o esperava.