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Trabalho 1 - Mídias locais - Sergio Bonato

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Page 1: Trabalho 1 - Mídias locais - Sergio Bonato

Resenha de “Mídia local e suas interfaces com a mídia comunitária no

Brasil”,

de Cecilia M. Krohling Peruzzo

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Mídias locais – Comunicação Social

Sergio Bonato

Março de 2014

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As mídias comunitária e local, apesar de terem muito em comum, têm

conceitos diferentes. A mídia local se pauta mais por assuntos

gastronômicos, culturais, de polícia, política e outros relacionados a

serviços públicos. A instalação da 38a Unidade de Polícia Pacificadora

(UPP) ou a aprovação de um projeto de lei na Câmara dos Vereadores,

por exemplo. O impacto do aumento da passagem de ônibus no Rio para

R$ 3 também seria uma pauta possível para a mídia local. Dependendo da

abordagem, essa última matéria poderia ser encaixada nas editorias

cidade ou economia. Nesta situação, o interesse é informar o grupo que

vive naquela área. Assim, a mídia local consegue ganhar credibilidade e

audiência, dois fatores importantes para abocanhar mais anúncios e

incrementar o bolo publicitário. Ou seja, a mídia local segue a lógica da

grande mídia – com sistema de gestão e interesses em jogo. Os principais

interessados em veicular uma publicidade são aqueles que não veem

necessidade de pagar algo caro por uma divulgação nacional, levando em

conta que o produto anunciado é local. Um restaurante que só está

localizado em São Francisco, Niterói, não precisa de um anúncio na

editoria cidade do jornal O Globo. Pode valer a pena para o proprietário,

de repente, desembolsar menos e publicar no caderno O Globo Niterói.

Graças a esse interesse e à lei que obriga uma quantidade mínima de

horas de noticiário local, os veículos de comunicação passaram, a partir

da década de 1990, a dar mais notícias sobre os acontecimentos do

entorno dos cidadãos. Segundo a autora do texto, a quantidade ainda

precisa, no entanto, ser maior e, principalmente, expandida para cidades

de menor destaque. Ela critica a atenção excessiva aos temas de

abrangência nacional dada pelos meios de comunicação e “a centralização

da produção do conteúdo nos grandes centros”. Como exemplo, cita o

fato de, por exemplo, os niteroienses assistirem à campanha a prefeito do

Rio. Ou mesmo os eleitores de Domingos Martins, interior do Espírito

Page 3: Trabalho 1 - Mídias locais - Sergio Bonato

Santo, tomam conhecimento dos candidatos à Prefeitura e à Câmara dos

Vereados durante o corpo a corpo, na rua.

Já a mídia comunitária se ocupa com temas mais específicos, ligados

principalmente a assuntos dos bairros, movimentos sociais ou outros

problemas de segmentos sociais excluídos e/ou com pouca expressão.

Para a mídia comunitária, o corte de luz sem explicação em cinco casas

da favela Rocinha poderia ser uma pauta das editorias cidade e economia.

O objeto é mobilizar socialmente e educar de maneira informal. Na

comunidade, os lanços costumam ser mais estreitos e profundos,

marcados pela cooperação entre os indivíduos, pelo sentimento de

pertencimento àquele grupo, entre outros. E essas relações são essenciais

para formar um “movimento”, que amplie a cidadania (direitos e deveres)

e supere problemas sociais. A mídia comunitária, ou mídia alternativa,

conta com a participação direta dos moradores, sem a mediação de

jornalistas ou outros “homens da ciência”. Eles escrevem, editam,

colocam no ar. Voluntários chegam a aprender edição e técnica de

produção. Apesar de buscar autonomia, não há anúncios ou verba

publicitária. A meta é o desenvolvimento comunitário, sem

sensacionalismo.

Nos dois casos, ainda que chamadas de “mídia local” e “mídia

comunitária”, não há delimitação ou fronteiras demarcadas. O público-

alvo é definido de acordo com as relações, os interesses, a convivência,

mesmo a localização tendo um papel importante para a proximidade e a

familiaridade. Ainda relacionados à questão geográfica estão a cultura, as

tradições, os dialetos etc.