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adriana-amaral
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Apresentação no III MUSICOM
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UNISINOS e UFSM
Discutir a reconfiguração do mercado de rock independente no Rio Grande do Sul a partir de duas matrizes:
1. Estratégias de divulgação e a utilização dos fãs como curadores a partir do uso das plataformas de redes sociais on-line pelas bandas;
2. Fluxo do mercado de shows entre a capital e o interior como formato central do modelo de negócios independente.
Estudo de caso: a atual cena “happy rock” ou rock colorido pós-emo no estado a partir das estratégias utilizadas por 2 bandas nas redes sociais: Doyoulike? e Tópaz.
Tradicionalmente, o RS é um estado com um mercado interno de rock bastante movimentado, a partir de um circuito de shows em bares e locais voltados para a cultura jovem, principalmente no eixo entre o interior do estado – em especial em cidades universitárias como Santa Maria - e a capital.
Covers e repertório próprio: rock clássico, punk, indie, metal, entre outros.
Desde os anos 80, a chamada “cena underground” caracterizou-se por um despojamento no tipo de produção tanto em termos de fonogramas, como na produção de shows, apoiada na caracterização do improviso ou no que muitas bandas e artistas definiam como a grande característica do rock independente gaúcho: a “chinelagem”.
Termo utilizado por artistas como Edu K, Graforréia Xilarmônica, Comunidade Ninjitsu, entre outros
Estetica da Chinelagem original – DeFalla - anos 80
Reapropriação da estética da chinelagem nos anos 90 – Comunidade Ninjitsu
Embora seja voltado a uma audiência pré-adolescente e tenha emergido a partir da intensa divulgação nos sites de redes sociais, esse estilo ao mesmo tempo se faz presente em programas de televisão aberta e festivais patrocinados e organizados por conglomerados midiáticos massivos (como por exemplo o Festival Atlântida;
Novo modelo? Independente mas massivo?
Características e breve história do rock gaúcho;
Observação, documentação e descrição e análise qualitativa das principais estratégias de apropriação das plataformas online de duas bandas gaúchas representativas do gênero happy rock: Doyoulike? e Tópaz
Teoria Fundamentada (Grounded Theory) aplicada à observação online do relacionamento das bandas com os fãs nas plataformas;
Categorização do material coletado online e análise a partir de 3 elementos centrais:
1) a expressão de sentimentos afetivos; 2) a linguagem adotada, calcada essencialmente nas gírias e nos virais da internet; 3) o intenso trabalho de divulgação online e relacionamento com os fãs,
1967 – Banda precursora: Liverpool Sounds Peculiaridades do gênero Anos 70 – Dificuldades Anos 80 – Boom das bandas, LPs Anos 90 – Popularização e apropriação de
outras mídias Anos 00 – DVD MTV consolidando
nacionalmente e veteranos na ativa Década 10 – segmentação – Happy Rock
Comparativo: Site oficial, My Space, Fotolog, Facebook, Twitter, Orkut, Tumblr e You Tube
Utilizamos as descrições encontradas nos perfis e nos press-releases para entender o tipo de posicionamento valorativo que a banda se atribui e como essa identidade está relacionada ao subgênero happy rock, constituindo assim o que chamamos de performance identitária (relativa ao grupo e ao gênero).
“O que esperar do rock além da sinceridade?”
“Tudo o que somos e o que temos a dizer está nesse LINK acima”
Performance de Demonstração Afetiva/Sentimental – Consideramos tanto os rastros de conversações, como tweets, comentários, scraps enviadas pelos fãs, quanto suas respostas por parte da banda. É um tipo de performance mediada que contribui para e tenta amplificar o relacionamento entre banda e audiência.
Depoimento do Orkut
“hoje quando eu estava voltando do Pocket show de vocês na FNAC, eu simplesmente chorei o caminho todo, pelo simples fato de ter um orgulho infinito de vocês, sério ! eu acho que vocês não tem noção do quanto são relevantes em minha vida e de tantos outros, quero que vocês saibam que o bem que fazem é algo djowtro mundo, é algo, que me faz sair de mim mesma, ou quando teu dia ta numa vibe ruim , escutar vcs me deixa de um modo tão nostalgico, que velho, eu não consigo nem explicar com palavras, eu só quero agradecer de verdade por cada um de vcs estarem fazendo parte de minha vida, obg por serem a trilha sonora de cada momento relevante pra mim z, gugu , érico e neko eu não tenho como agradecer vocês por serem sempre tão atenciosos e tudo mais cmg ! que 2011 venha mais perfeito pra vcs ainda, muito sucesso sempre ! ah eu a-mo vocês e não é de onte heen”. Fã 3
Twitter – hashtag #tamojunto
Tamooo junto no AHOY!
Rastros de conversação e comentários que demonstram uma tentativa e/ou pedido de auxílio para divulgação da banda, seus produtos (camisetas, CDs, DVDs, etc) e shows. É uma categoria que pode ser informacional de conteúdo, porque pode apresentar informações concretas, como datas de shows e lançamentos de músicas, por exemplo; e, ao mesmo tempo funciona como recomendação e convocação de participação. Ela pode ser produzida tanto pela banda quanto pelo próprio público.
Postagem da banda do dia 13/03/2011 sobre uma “Ação” proposta para o envio de tweets para usuários que desconhecem a banda (FIGURA 1) em outras cidades ou estados do país.
Fã5 - Vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaamo!!! Fã 7 - Quem conseguir mais downloads vindos
do Acre ganha um brinde depois
Fã6 – Me surpreendi com a @bandatopaz, fui pro show nos trilhos, não sabendo nada sobre eles, achando que eles eram uns emos escrotos, mas curti as músicas.
Resposta da banda: @fã6 Ó cara... DAh uma conferida aqui pra
conhecer melhor: http://www.bandatopaz.com | Rola de baixar o CD completo. Abraz
Baym (2011): 1. Mantenha o seu domínio próprio: a
recomendação da autora insere-se na categoria relativa à performance de identidade, e, como indicado anteriormente, ambas as bandas possuem domínios (URLs) próprios na internet. No entanto, a banda Doyoulike? redireciona esse domínio para o My Space, centralizando esse site de rede social como seu agregador oficial.
Observamos que, na medida do possível, as bandas fazem isso, não utilizando serviços mais recentes, como SoundCloud, por exemplo, ou no caso da Tópaz, que não possui Tumblr.
esse ponto refere-se diretamente a duas categorias. A primeira delas é a de performance de identidade, no qual constatamos que ambas as bandas possuem uma agenciamento relativo às mídias sociais (através da assessoria Olele Music). A segunda é categoria de performance solidária, já que os dois conjuntos tentam envolver os fãs nessa construção .
Esse ponto perpassa as categorias de afetividade e de solidariedade através da atualização constante das plataformas e disponibilização de informações aos fãs.
O exemplo do twittaço colaborativo
Esse aspecto, estreitamente relacionado à fruição musical, aparece sobretudo na categoria Performance de Demonstração Afetiva, bem como pode ser observado na Performance de Crítica Musical. As demonstrações de afeto e as interpretações das ações e letras de músicas e imagens postadas pelas bandas demonstram a forte ligação com a questão emocional.
Relação entre o gênero happy rock e as mídias sociais;
Subgênero nascido no contexto das TICs; Conversação com os fãs; Temáticas, presença online e linguagem; Discurso de independência, mas ligado aos
conglemerados midiáticos
“Por favor, não se rendam às gravadoras, a contratos, à indústria musical. Se rendam somente à_alma de vocês”
Comentário do fã no canal da banda doyoulike? no YouTube
Adriana Amaral www.adriamaral.com @adriaramaral [email protected]
João Pedro Amaral @shuaum [email protected]