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Plano Decenal de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes X Conferência Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes 07 a 09 de dezembro 2015 25 anos do ECA Marcos Rolim [email protected] facebook.com/rolimmarcos twitter.com/RolimMarcos

Marcos Rolim - Plano Decenal de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

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Plano Decenal de Direitos Humanos

de Crianças e AdolescentesX Conferência Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes

07 a 09 de dezembro 2015 25 anos do ECA

Marcos Rolim

[email protected]

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twitter.com/RolimMarcos

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“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”

(Art. 227, CF).

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Significado de “absoluta prioridade”Art. 4º, § único do ECA (Lei 8.069 de 13 de julho de 1990)

a) primazia de receber proteção e socorro, em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude”

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Importância do planejamento

No Brasil, quase não se planeja. A tradição político-administrativa mais forte segue sendo a reatividade e o improviso. Tais características impregnam nossa cultura e implicam em ineficiência e em desperdício de recursos.

Devemos escolher os problemas a enfrentar. Quem não planeja termina sendo escolhido pelos problemas.

Desafios do Plano Decenal – política de Estado e universalização.

Porque não planejamos, temos muita dificuldade de conceber políticas públicas exitosas. Como regra:

○ não contamos com diagnósticos com base científica,○ não definimos indicadores, nem estabelecemos metas, ○ não monitoramos programas e não avaliamos resultados.

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Contexto nacional

• 61,5 milhões de crianças e adolescentes (1/3 da população brasileira) e Autonomia político-administrativa de Estados e dos 5.565 Municípios;

• Políticas setoriais, planos nacionais e várias políticas temáticas, mas sem Política Nacional na vigência do ECA ;

• Baixa incidência dos Conselhos dos Direitos no planejamento e definição orçamentária e incipiente ação interconselhos;

• Modelo FEBEM e estadualização da Política x responsabilidade dos Municípios na execução das políticas sociais básicas;

o Investimentos escassos e descontínuos na gestão da informação e do conhecimento e baixa capacidade operacional (da máquina pública e dos parceiros).

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Princípios

Universais

1. Universalidade dos direitos com equidade e justiça social

2. Igualdade e direito à diversidade

Específicos

3. Proteção integral para a criança e o adolescente

4. Prioridade absoluta para a criança e o adolescente

5. Crianças e adolescentes como sujeitos de direitos

Organizativos

6. Descentralização político-administrativa

7. Participação e controle social

8. Intersetorialidade e trabalho em rede

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Eixos da política nacional dos DH de crianças e adolescentes

I. Promoção dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

II. Proteção e Defesa dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

III. Protagonismo e participação de Crianças e Adolescentes

IV. Controle da Efetivação dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

V. Gestão da Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

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I. Promoção dos DH de crianças e adolescentes

Diretrizes

1. Promoção da cultura do respeito e da proteção aos direitos humanos de crianças e adolescentes, no âmbito da família, da sociedade e do Estado.

2. Universalização do acesso a políticas públicas de qualidade que garantam os direitos humanos de crianças, adolescentes e suas famílias e contemplem a superação das desigualdades, com promoção da equidade e afirmação da diversidade.

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II. Proteção e defesa dos DH de Crianças e Adolescentes

Diretrizes

3. Proteção especial a crianças e adolescentes com seus direitos ameaçados ou violados.

4. Fortalecimento e aprimoramento dos mecanismos de denúncia, notificação de violações e exigibilidade dos direitos de crianças e adolescentes.

5. Universalização e fortalecimento dos conselhos tutelares, objetivando a sua atuação qualificada.

6. Universalização do acesso aos sistemas de justiça e segurança

pública, em igualdade de condições, garantida a atuação ágil, qualificada e comprometida com a efetivação dos seus direitos.

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III. Protagonismo e participação das crianças e adolescentes

Diretriz

7. Fomento de estratégias e mecanismos que facilitem a

expressão livre de crianças e adolescentes sobre todos os assuntos a eles relacionados e sua participação organizada, inclusive nos processos de formulação, deliberação, monitoramento e avaliação das políticas públicas, considerada a sua condição peculiar de pessoas em desenvolvimento.

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IV. Controle da Efetivação dos DH de Crianças e Adolescentes

Diretrizes

8. Fortalecimento da participação social nos processos de formulação, monitoramento e controle das políticas públicas de direitos humanos da criança e do adolescente.

9. Universalização e fortalecimento dos conselhos de direitos da criança e adolescente para assegurar seu caráter paritário, deliberativo e controlador, garantindo a natureza vinculante de suas decisões.

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V. Gestão da Política Nacional

Diretrizes

10. Fomento e aprimoramento de estratégias de gestão da Política Nacional fundamentadas nos princípios da descentralização, intersetorialidade, participação, continuidade e corresponsabilidade dos três níveis de governo.

11. Efetivação da prioridade absoluta no ciclo e na execução orçamentária das três esferas de governo para execução da política nacional dos direitos humanos de crianças e adolescentes, garantindo que não haja cortes orçamentários.

12. Qualificação da atuação dos operadores do Sistema de Garantia dos Direitos, com especial atenção para a formação continuada de conselheiras e conselheiros dos direitos e tutelares.

13. Desenvolvimento de um sistema nacional articulado de informação e implementação de metodologias de monitoramento e avaliação da Política Nacional, inclusive do orçamento.

14. – Produção de conhecimentos sobre a infância e a adolescência, aplicada ao processo de formulação de políticas de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

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32 Objetivos estratégicos e 90 metas

Exemplo: Objetivo Estratégico 01 – Promover o respeito aos direitos da criança e

do adolescente na sociedade em geral e nos meios de comunicação de modo a consolidar uma cultura de cidadania.

Meta 1 - Até 2020, produzido e distribuído a 100% das crianças e adolescentes da rede pública de ensino fundamental e 100% das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família e das atendidas pela estratégia de Saúde da Família, material educativo para a disseminação dos direitos de crianças e adolescentes.

Meta 2 - Até 2020, redução em 50% da cobertura de matérias discriminatórias e violadoras dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comunicação segundo aferição por agência independente.

Meta 3 – Até 2020, extinta a veiculação da publicidade comercial dirigida a crianças, com conteúdo impróprio para esse grupo etário.

Meta 4 - Até 2020, realizadas campanhas anuais intersetoriais e de cunho educativo de promoção dos direitos e prevenção à violência contra crianças e adolescentes.

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Histórico do Plano Decenal Nacional

Dez. 2008 - 8ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Definiu linhas básicas da Política Nacional e determinou que o CONANDA elaborasse o Plano Decenal.

. Formação do Grupo de Trabalho Intermininsterial. . Elaboração de diagnóstico. . Formulação do Plano Nacional.

Out. 2010 - 10º Encontro de Conselhos – pacto de corresponsabilização pela execução do Plano.

. Consulta pública sobre o Plano 12 out. a 30 nov.

Maio 2011 - aprovado o Plano Decenal na 194ª Assembleia Ordinária do CONANDA.

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Elaboração dos Planos Decenais municipais

Resolução nº 171, de 04 de dezembro de 2014

O Conselho de direitos da Criança e do Adolescente deverá criar comissão intersetorial para elaboração do Plano formado:

Pelo Conselho, que o coordenará; (2 representantes com paridade) Pelo Conselho Tutelar; Pelos conselhos setoriais, em especial educação, saúde, assistência

social, esporte, cultura e lazer (2 representantes de cada órgão com paridade);

Pelos órgãos estaduais e municipais gestores das políticas sociais; Pelo Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente e organizações

da sociedade civil integrantes do Sistema de Garantia de Direitos e Por crianças e adolescentes (de acordo com resolução do Conselho).

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Competência da Comissão Intersetorial

I – Debater e elaborar a proposta do plano decenal dos direitos humanos de

crianças e adolescentes no Município;

II – Articular junto a órgãos e entidades integrantes do Sistema de Garantia de Direitos objetivando sua participação na discussão e na elaboração do plano decenal dos direitos humanos de crianças e adolescentes;

III – Assegurar a participação efetiva de crianças e adolescentes no processo de discussão e elaboração do plano;

IV – Propor e acompanhar a realização de diagnóstico da situação local referente à promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; e

V - Submeter a minuta de plano decenal à consulta pública local, seja por audiência pública, consulta virtual ou outro mecanismo participativo equivalente.

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Competência do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente

I – Aprovar e deliberar o plano decenal dos direitos humanos de crianças e adolescentes;

II – Apoiar e articular a implementação das ações do plano decenal dos direitos humanos de crianças e adolescentes;

III – Articular com os órgãos dos Poder Executivo e Legislativo visando à inserção de ações constantes do plano decenal dos direitos da criança e do adolescente no plano plurianual e na lei orçamentária;

IV – Definir instrumentos de avaliação e monitoramento da implementação do plano decenal dos direitos humanos de crianças e adolescentes; e

V – Encaminhar o respectivo plano decenal dos direitos humanos de crianças e adolescentes ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

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Orçamento

O Ciclo Orçamentário é composto por 3 etapas 1)Plano Plurianial; 2) Lei

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Prazo para os Planos Municipais

Os Conselhos Municipais de Direitos da Criança e do Adolescente terão até 03 de dezembro de 2016 para elaborar e deliberar o seu respectivo plano decenal dos direitos humanos de crianças e adolescentes.

(Art. 7º da Resolução nº 171,

de 04/12/ 2014).

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Diagnóstico

• Reunir, interpretar e sintetizar todas as informações relevantes a respeito da situação das crianças e adolescentes no município, a começar pelos dados em áreas como:

• Educação – universalização do acesso, qualidade do ensino, educação integral, distorção idade/série, analfabetismo funcional, repetência, evasão, bullying, indisciplina, educação para os direitos humanos.

• Saúde - mortalidade infantil, deficiências, doenças infecciosas, HIV-Aids, álcool e drogas, doenças mentais, obesidade, saneamento básico.

• Moradia – crianças em áreas de risco e em situação de rua. • Miséria - crianças vivendo em situação de extrema fragilidade social.• Violência - vítimas de abuso sexual, negligência e/ou maus tratos,

testemunhas de violência doméstica, desaparecimentos, vítimas de exploração sexual ou do trabalho infantil, do racismo e da homofobia, vítimas de violência do Estado, associação ao tráfico e prática de atos infracionais, execução das medidas em meio aberto (LA e PSC).

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Integração com as demais políticas públicas

Paralelamente, é necessário identificar objetivos e metas que envolvem crianças e adolescentes nos planos municipais como:

Plano Municipal de Educação (PME), o Plano de Ações Articuladas (PAR), o Plano Municipal de Saúde (PMS) Plano Municipal de Assistência Social (PMAS).

E nos demais Planos na área como:

Plano de Convivência Familiar e Comunitária, Plano de Combate de Erradicação do Trabalho Infantil, Plano de Enfrentamento à Exploração e Abuso Sexual, Plano da Primeira Infância

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Exemplo para o Plano Municipal

Problema - Abuso sexual, maus tratos e negligência sobre crianças.

Diagnóstico - aproximadamente 800 crianças são vitimadas anualmente.

Objetivo estratégico – reduzir a incidência dos casos.

Meta - Reduzir 20% dos casos a cada ano.

Ação 1- Desenvolver programa de capacitação de professores da rede pública para diagnóstico precoce de casos de abuso, maus tratos e negligência sobre crianças.

Ação 2 - Referenciar todos os casos suspeitos à rede pública de saúde para visita domiciliar.

Ação 3 - Estruturar rede de atenção com polícias estaduais, Ministério Público e Poder Judiciário para os casos que demandem persecução criminal.